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<p>1</p><p>S11P2</p><p>Obsidiana, 32 anos, está com 30 semanas de sua segunda gravidez. Ela recorda que durante o</p><p>trabalho de parto do primeiro filho, apesar das fortes dores, teve que esperar algumas horas para a</p><p>levarem à sala de parto, pois o bebê ainda estava descendo. Recuperou -se relativamente rápido das</p><p>alterações causadas pela gravidez.</p><p>Na última consulta do pré-natal da atual gestação, a médica explicou sobre as contrações que</p><p>indicam o início do trabalho de parto.</p><p>1- PALAVRAS CHAVES:</p><p> - Trabalho de parto;</p><p>- Contrações;</p><p>- Sala de parto;</p><p>2- PROBLEMA</p><p>- Por que apesar das fortes dores, Obsidiana teve que esperar até levarem a sala de parto?</p><p>- O que indica o trabalho de parto,</p><p>3- HIPÓSTESE</p><p>Porque é importante esperar até que a mulher esteja em trabalho de parto ativo antes de</p><p>levá-la para a sala de parto.</p><p>O trabalho de parto é um processo complexo que ocorre quando o corpo da mulher se</p><p>prepara para dar à luz. Existem vários sinais e sintomas que indicam o início do trabalho de parto.</p><p>4- RESUMO</p><p>O trabalho de parto é o processo de contração uterina para expulsar o feto, seguido pelo</p><p>puerpério que é um período de recuperação pós-parto durante o qual ocorrem mudanças físicas, hormonais</p><p>e emocionais no corpo da mulher.</p><p>5- OBJETIVO</p><p>- Conhecer o mecanismo do trabalho de parto, com ênfase na dinâmica fetal e uterina;</p><p>- Compreender a assistências e fases clínicas do parto;</p><p>- Entender o puerpério;</p><p>RENATA RAYANA DA SILVA OLIVEIRA</p><p>MEDICINA / 4 PERÍODO</p><p>SOI – IV / AFYA</p><p>APG 22 – QUANDO INTERNAR?</p><p>2</p><p>Considera-se que a gestante está em trabalho de parto quando há contrações rítmicas e efetivas</p><p>que levam à dilatação e ao esvaecimento do colo uterino. Porém, algumas vezes o diagnóstico de trabalho</p><p>de parto não é facilmente identificado e a gestante necessita permanecer em observação para avaliar a</p><p>evolução dos sintomas.</p><p>FATORES QUE ATUAM NO TRABALHO DE PARTO</p><p>Um dos fatores responsáveis por estimular as contrações uterinas</p><p>na mãe é uma cadeia de produção de hormônios fetais.</p><p>Inicialmente, o hormônio liberador de corticotrofina (CRH</p><p>placentário) é secretado pelo hipotálamo do feto. Em seguida, esse</p><p>hormônio ativa a produção de adrenocorticotrofina (ACTH) pela hipófise.</p><p>Por sua vez, o ACTH estimula a secreção de cortisol pelo córtex da</p><p>suprarrenal. Finalmente, o cortisol participa na síntese de estrógenos.</p><p>Assim, a contração do útero dá-se pela atuação de esteroides.</p><p>Além disso, a hipófise posterior do feto secreta ocitocina, que:</p><p>(1) estimula contrações peristálticas na musculatura lisa uterina;</p><p>(2) induz a liberação de prostaglandinas pela decídua.</p><p>Enfim, as prostaglandinas sensibilizam as células do miométrio –</p><p>ao provocar-lhes contratilidade – à ocitocina.</p><p>Ainda há a atuação considerável dos estrogênios na contratilidade</p><p>do miométrio e na secreção tanto de ocitocina quanto de prostaglandinas.</p><p>Portanto, pode-se dizer que a atividade da ocitocina é um fator de grande importância para o trabalho de</p><p>parto.</p><p>Sob ponto de vista clínico, a ampliação do diafragma cervicossegmentário corresponde ao</p><p>primeiro período do parto (fase de dilatação), e a passagem do feto pelo diafragma vulvoperineal</p><p>corresponde ao segundo período (fase de expulsão)</p><p>Embora os movimentos desse mecanismo sejam contínuos e entrelaçados, para facilitar sua</p><p>descrição, costuma-se dividi-los em vários tempos, com análise minuciosa de cada fase. Fernando</p><p>Magalhães encarava-os com mais simplicidade, dividindo-os apenas em três: insinuação, descida e</p><p>desprendimento (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>INSINUAÇÃO</p><p>A insinuação (ou encaixamento) é a passagem da maior circunferência da apresentação através</p><p>do anel do estreito superior (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Nessas condições, e pelo geral, está o ponto mais baixo da apresentação à altura das espinhas</p><p>ciáticas (plano “O” de DeLee). Tem como tempo preliminar a redução dos diâmetros, o que, nas</p><p>3</p><p>apresentações cefálicas, é conseguido pela flexão (apresentação de vértice), ou deflexão (apresentação</p><p>de face).</p><p>No início dessa fase, a cabeça fetal encontra-se acima</p><p>do estreito superior da bacia, em flexão moderada, com a sutura</p><p>sagital orientada no sentido do diâmetro oblíquo esquerdo ou do</p><p>transverso e com a pequena fontanela (fontanela lambdoide)</p><p>voltada para esquerda (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>A insinuação ocorre por dois processos diferentes:</p><p>(MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Insinuação estática, processada na gravidez, em mais de 50% das primigestas. Flexão por</p><p>aconchego no segmento inferior e na descida, conjuntamente com o útero, por tração dos ligamentos</p><p>sustentadores do órgão e pressão das paredes abdominais.</p><p>Insinuação dinâmica, que surge no fim da dilatação cervical ou no início do período expulsivo nas</p><p>multíparas. Flexão por contato com o estreito superior da bacia e descida à custa das contrações expulsivas.</p><p>Mecanismo do parto em posição occipitoesquerda anterior (OEA). A e B. Insinuação, pelo</p><p>diâmetro oblíquo esquerdo da bacia, lexão e descida. C e D. Rotação para posição</p><p>occipitopúbica; completa-se a descida e ocorre o desprendimento cefálico</p><p>4</p><p>Em resumo, a insinuação estática ocorre antes do trabalho de parto, enquanto a insinuação</p><p>dinâmica acontece durante o trabalho de parto</p><p>DESCIDA</p><p>A descida, na realidade, ocorre desde o início do trabalho de parto e só termina com a expulsão</p><p>total do feto. Seu estudo, como tempo autônomo,</p><p>tem apenas propósito didático, facilitando a</p><p>descrição. Durante esse mecanismo do parto, o</p><p>movimento da cabeça é turbinal: à medida que o</p><p>polo cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto</p><p>descendente. É a penetração rotativa, de Fernando</p><p>Magalhães (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Na tentativa de completara insinuação, a</p><p>cabeça migra até as proximidades do assoalho</p><p>pélvico, mantendo o mesmo sentido e levemente</p><p>em flexão.</p><p>Logo que a cabeça em movimento de</p><p>descida encontra resistência, seja do colo uterino,</p><p>das paredes pélvicas ou do assoalho pélvico, ela</p><p>normalmente flexiona. Nesse movimento, o queixo</p><p>é colocado em contato mais direto com o tórax</p><p>fetal, e o diâmetro suboccipitobregmático apreciavelmente maisbcurto substitui o diâmetro occipitofrontal</p><p>mais longo.</p><p>A descida é promovida por uma ou mais das seguintes quatro forças:</p><p>(1) pressão do líquido amniótico;</p><p>(2) pressão direta do fundo sobre a pelve durante as contrações;</p><p>(3) esforços maternos de empurrar para baixo com os músculos abdominais;</p><p>(4) extensão e retificação do corpo fetal.</p><p>Durante esse mecanismo do parto, o movimento da cabeça é turbinal: à medida que o polo</p><p>cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto descendente.</p><p>DESPRENDIMENTO</p><p>Terminado o movimento de rotação, o suboccipital coloca-se sob a arcada púbica; a sutura sagital</p><p>orienta-se em sentido anteroposterior (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>↠ Dada a curvatura inferior do canal do parto, o desprendimento ocorre por movimento de</p><p>deflexão.</p><p> Rotação interna da cabeça.</p><p>A cabeça roda procurando adaptar seu maior diâmetro ao</p><p>maior diâmetro da bacia, que, no estreito inferior, é o anteroposterior.</p><p>O occipital se move gradativamente de sua posição oblíqua ou</p><p>transversa para a sínfise púbica.</p><p>5</p><p> Rotação externa da cabeça.</p><p>Estando a cabeça fora da pelve, ela tende a adotar a mesma posição que possuía antes da</p><p>rotação interna, daí o nome de “restituição”. É simultâneo a rotação interna das espáduas.</p><p>Com a chegada ao assoalho pélvico as espáduas sofrem movimento de rotação interna, por</p><p>motivos iguais aos que causaram a rotação da cabeça, até que a orientação biacromial esteja na direção</p><p>anteroposterior da saída do canal.</p><p>O ombro anterior coloca-se sobre a arcada púbica e o posterior, em relação com o assoalho</p><p>pélvico.</p><p> Desprendimento das espáduas.</p><p>Ao desprendimento da cabeça se segue o desprendimento das espáduas. Primeiro o ombro</p><p>anterior, por</p><p>baixo do pube e, depois, o posterior, que distende o períneo.</p><p>O occipício está abaixo do pube – hipomóclio – ponto de maior flexibilidade, quando se inicia o</p><p>desprendimento. O occipício fixa um ponto de alavanca no subpube e, por movimento de deflexão, libera</p><p>a fronte e a face. O desprendimento se realiza por deflexão, chamado movimento de “chifrada”. A cabeça</p><p>avança e recua a cada contração. Há oposição da vagina, vulva e períneo, este se abaula e o ânus se</p><p>entreabre.</p><p>Aparecem os parietais e a grande fontanela. A base do nariz se encontra em contato com o</p><p>cóccix. Sai o resto da cabeça com a face voltada para o chão.</p><p>6</p><p>↠ O momento do nascimento é determinado por um ajuste entre a maturação fetal e os</p><p>mecanismos que deflagram a parturição (FERNANDES, 2018).</p><p>Trabalho de parto é o período que vai desde o início das contrações uterinas regulares associadas</p><p>ao apagamento e à dilatação cervical até a expulsão do concepto e da placenta. O reconhecimento do</p><p>início do TP nem sempre é simples, pois, muitas vezes, o seu diagnóstico só é confirmado</p><p>retrospectivamente (MARTINS-COSTA et al., 2017)</p><p>Clinicamente, o estudo do parto analisa três fases principais (dilatação, expulsão e</p><p>secundamento), precedidas de estádio preliminar, o período premonitório (pré-parto)</p><p>Tende-se a considerar um quarto período, que compreenderia a primeira hora após a saída da</p><p>placenta, pelo fato de ser uma fase de riscos imanentes, frequentemente ignorada pelo profissional que</p><p>presta assistência ao parto. Esses episódios constituem os fenômenos passivos do parto, que se completam</p><p>com a análise dos movimentos executados pelo feto, na sua penetração rotativa pelo canal parturitivo,</p><p>impulsionado pelas contrações uterinas (mecanismo do parto).</p><p>↠ As fases clínicas do TP são divididas em quatro, denominadas períodos clínicos do parto:</p><p>(MARTINSCOSTA et al., 2017).</p><p>• Primeiro período (ou de dilatação);</p><p>• Segundo período (ou de expulsão);</p><p>• Terceiro período (dequitação ou secundamento);</p><p>• Quarto período (ou primeira hora pós-parto)</p><p>Clinicamente, o diagnóstico do início real do parto nem sempre será estabelecido facilmente. É</p><p>necessário considerar o trabalho parturiente como síndrome: os elementos que a compõem não têm,</p><p>isoladamente, valor absoluto, e somente o conjunto deles é fiador da precisão. De maneira esquemática,</p><p>podem ser consideradas: (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo, 2 em 10 min), que se estendem a todo o útero e têm</p><p>duração de 50 a 60 s. Doze contrações por hora (2/10 min) é sinal importante de trabalho de parto</p><p>verdadeiro ou iminente</p><p>• A fase ativa do parto pode não ter se iniciado com 5 cm de dilatação em multíparas e até com</p><p>dilatação maior em nulíparas.</p><p>• Formação da bolsa das águas</p><p>7</p><p>• Perda do tampão mucoso, denunciando o apagamento do colo; são subsídios diagnósticos a</p><p>serem discutidos adiante</p><p>A fase de dilatação ou</p><p>primeiro período do parto tem início com as contrações</p><p>uterinas rítmicas, que começam por modificar</p><p>ativamente a cérvice, e terminam quando a sua</p><p>ampliação está completa (10 cm).</p><p>Cerca de 70% das parturientes referem dor por</p><p>contração uterina no hipogástrio, 20% na região sacra e</p><p>10% em ambos os lugares. O colo dilata-se graças ao</p><p>efeito de tração das fibras longitudinais do corpo, que</p><p>se encurta durante as contrações uterinas, e a outros</p><p>fatores convergentes (bolsa das águas e apresentação).</p><p>O primeiro período consiste em uma fase latente e uma</p><p>fase ativa, sendo a fase latente caracterizada por</p><p>dilatação cervical gradual e a fase ativa por dilatação</p><p>cervical rápida.</p><p>1. Fase latente: Caracterizada por contrações</p><p>uterinas regulares e perceptíveis, mas pouco dolorosas,</p><p>responsáveis pela dilatação de 3 a 5 cm. Caso essa fase</p><p>estenda-se por mais de 20 horas (primíparas) ou 14</p><p>horas (multípara), diz-se que houve prolongamento</p><p>anormal das contrações.</p><p>2. Fase ativa: A partir desse momento, as contrações tornam-se dolorosas, pois a frequência e</p><p>intensidade aumentam progressivamente no intuito de promover a rápida dilatação do colo uterino.</p><p>Costuma durar de 2,4 a 5,2 horas em multíparas e de 4,6 a 11,7 horas em primíparas. A curva de trabalho</p><p>de parto em multíparas tende a mostrar um ponto de inflexão por volta dos 5 cm de dilatação, sendo</p><p>esse ponto quase sempre não caracterizado ou ausente em primíparas. Quando presente, ocorre com</p><p>dilatação cervical mais avançada e sempre é, em qualquer situação, diagnóstico retrospectivo.</p><p>Esse estágio refere-se à expulsão do bebê, processo iniciado a partir da dilatação completa do</p><p>colo uterino (cerca de 10cm). Embora as contrações tenham significativa relevância nessa segunda etapa,</p><p>a principal força vem, na realidade, dos músculos abdominais e do diafragma, que elevam a pressão intra-</p><p>abdominal.</p><p>Para as mulheres primíparas, a expulsão dura cerca de 50 minutos; já para as mulheres</p><p>multíparas, cerca de 20 minutos.</p><p>8</p><p>A saída do feto evolui com a descida do polo cefálico e esta, por sua vez, é dividida em duas</p><p>fases:</p><p>(1) Pélvica: Apresentação fetal está acima do plano +3 de DeLee;</p><p>(2) Perineal: Apresentação está abaixo do plano +3 de DeLee;</p><p>↠ São movimentos de reptação, de vaivém, que a apresentação</p><p>descreve ao impulso das metrossístoles e da musculatura do abdome. Ao</p><p>comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, o polo inferior do feto</p><p>provoca, por via reflexa, o aparecimento das contrações voluntárias da prensa</p><p>abdominal. Assim, origina-se a “vontade de espremer”, os puxos, movimentos</p><p>enérgicos da parede do ventre, semelhantes aos suscitados pela evacuação ou micção penosas</p><p>(MONTENEGRO; FILHO, 2017)</p><p>Na primíparas, a fase latente dura, em média, 20 h; nas multíparas, 14 h. O parto propriamente</p><p>dito (fase ativa) tem o período de dilatação completo em torno de 12 h, nas primíparas, e de 7 h nas</p><p>multíparas; a expulsão leva, respectivamente, 50 e 20 min (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>9</p><p>Essa fase começa a partir do nascimento do RN e é encerrada pela expulsão da placenta e das</p><p>membranas fetais. Tais elementos são expelidos, após a expulsão do feto, graças às contrações uterinas</p><p>restauradas e à pressão intra-abdominal aumentada.</p><p>↠ Secundamento, ou 3º período do parto, também chamado decedura e delivramento, é o</p><p>estágio da parturição que se processa após o nascimento do feto e se caracteriza por descolamento</p><p>(dequitação ou dequitadura), descida e expulsão ou desprendimento da placenta e de seus anexos para</p><p>fora das vias genitais (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>O secundamento consta de três tempos fundamentais, os quais são descritos a seguir.</p><p>(MONTENEGRO; FILHO, 2017)</p><p>• Descolamento. Decorre, essencialmente, da retração do músculo uterino após o parto fetal e</p><p>em consequência de suas contrações. Assim, reduz-se de maneira acentuada a superfície interna do útero,</p><p>pregueando-se a zona de inserção da placenta, o que vai ocasionar o seu descolamento (MONTENEGRO;</p><p>FILHO, 2017).</p><p>OBS: No ponto em que se iniciou o descolamento, forma-se o hematoma retroplacentário.</p><p>Expande-se por entre as paredes do útero e os cotilédones, e pode, em certas circunstâncias, favorecer a</p><p>dequitadura da placenta a cada onda contrátil (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Nesse período do trabalho de parto, podem acontecer dois tipos distintos de dequitação:</p><p>(1) Baudelocque-Schultze ou central, quando a placenta estava inserida posteriormente ao fundo</p><p>do útero. Ocorre exteriorização da face placentária fetal, seguida pela eliminação do coágulo</p><p>(hematoma retroplacentário); O mecanismo de Baudelocque-Schultze, cuja frequência é de</p><p>75%, ocorre quando a placenta inserida na parte superior do útero inverte-se e se desprende</p><p>pela face fetal, em formato de guarda-chuva. Nesse caso, o hematoma retroplacentário inicia-</p><p>se no centro da inserção e fica prisioneiro da massa</p><p>placentária, o que explica sua saída</p><p>ulterior</p><p>10</p><p>(2) Baudelocque-Duncan ou periférica, quando a placenta estava inserida na parede lateral do</p><p>útero. No momento do descolamento pela face materna, ocorre primeiro o sangramento e</p><p>logo em seguida a exteriorização da placenta. No mecanismo de Baudelocque-Duncan (25%</p><p>dos casos), se a placenta estiver localizada na parede lateral do útero, a desinserção começa</p><p>pela borda inferior. Aqui, o sangue se exterioriza antes da placenta, que, por deslizamento, se</p><p>apresenta ao colo pela borda ou pela face materna.</p><p>Dessa maneira, a placenta se separa e cai no segmento inferior, sequência que se completa com</p><p>a descida. O descolamento das membranas ocorre, também, por contrações e pregueamento do útero e,</p><p>subsequentemente, pela queda e descida da placenta (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Descida: As contrações uterinas, que não cessam, e a possível ação da gravidade condicionam a</p><p>migração da placenta, que se cumpre de acordo com a modalidade do descolamento, a locação placentária</p><p>e a maior ou menor facilidade com que se desprendem as membranas. Do corpo uterino, a placenta passa</p><p>ao segmento inferior, que então se distende, percorre a cérvice e cai na vagina (MONTENEGRO; FILHO,</p><p>2017).</p><p>Expulsão ou desprendimento. No canal vaginal, a placenta provoca nova sensação de puxo,</p><p>determinando esforços abdominais semelhantes aos do 2o período do parto, responsáveis pela expulsão</p><p>do órgão para o exterior (MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>Se o descolamento da placenta for fenômeno normal e ativo, nem sempre a sua expulsão será</p><p>pela vagina na mulher civilizada, que dá à luz em decúbito dorsal e sob analgotocia. Nessas condições, ela</p><p>permanecerá retida, criando dificuldades, sendo necessária, quase sempre, a intervenção do obstetra</p><p>(MONTENEGRO; FILHO, 2017).</p><p>No antigo local de inserção da placenta, forma-se ferida viva, com os seus vasos abertos, dando</p><p>saída a certa quantidade de sangue, até que se obliterem pelo mecanismo descrito por Pinard (ligaduras</p><p>vivas), subsecutivo à retração uterina (MONTENEGRO; FILHO, 2017)</p><p>°</p><p>É também chamado de período de Greenberg, que considera a primeira hora após a saída da</p><p>placenta um momento tão importante que lhe reserva uma das fases do parto, pelos riscos de hemorragia</p><p>e pelo descuido quase universal daqueles que acompanham nossas puérperas (MONTENEGRO; FILHO,</p><p>2017).</p><p>A seguir, estão listadas as fases típicas que caracterizam o 4º período (MONTENEGRO; FILHO,</p><p>2017).</p><p>11</p><p>- Miotamponagem: Imediatamente após a expulsão da placenta, o útero se contrai e é palpável</p><p>em um ponto intermediário entre o púbis e o umbigo. A retração inicial determina a laqueadura viva dos</p><p>vasos uterinos, constituindo a primeira linha de defesa contra a hemorragia.</p><p>- Trombotamponagem. Trata-se da formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários,</p><p>constituindo hematoma intrauterino que recobre, de modo contínuo, a ferida aberta no local placentário.</p><p>Esses trombos são aderentes, pois os coágulos continuam com os mencionados trombos dos grandes vasos</p><p>sanguíneos uteroplacentários. É a segunda linha de defesa contra a hemorragia, quando o estágio de</p><p>contração fixa do útero ainda não foi alcançado. A contração do miométrio e a pressão do trombo</p><p>determinam o equilíbrio miotrombótico.</p><p>Indiferença miouterina. O útero se torna “apático” e, do ponto de vista dinâmico, apresenta fases</p><p>de contração e de relaxamento, com o perigo de encher-se progressivamente de sangue. Maior a paridade</p><p>ou mais prolongados os três primeiros estágios do parto, tende a crescer o tempo de indiferença</p><p>miouterina. O mesmo ocorreria após partos excessivamente rápidos, polidrâmnio, gravidez múltipla e feto</p><p>macrossômico, devido à excessiva distensão do útero.</p><p>Contração uterina fixa. Normalmente, após 1 h, o útero adquire maior tônus e assim se mantém.</p><p>12</p><p>O puerpério, também denominado pós-parto, é o período que</p><p>sucede o parto e, sob o ponto de vista fisiológico, compreende os</p><p>processos involutivos e de recuperação do organismo materno após a</p><p>gestação.</p><p>Esse período é variável, durando geralmente em torno de 6 a</p><p>8 semanas na maioria das vezes.</p><p>O puerpério pode ser dividido em puerpério imediato, mediato</p><p>e tardio:</p><p>Puerpério imediato: do nascimento até a segunda hora pós-parto, inclui o terceiro e quarto</p><p>períodos do parto.</p><p>Puerpério mediato: da terceira hora até o décimo dia pós-parto.</p><p>Puerpério tardio: do décimo primeiro dia até 6 a 8 semanas pós-parto.</p><p>Embora o caráter gradual e progressivo assumido por essas manifestações torne o puerpério um</p><p>período de demarcação temporal imprecisa, é aceitável dividi-lo em: pós-parto imediato, do 1° ao 10° dia;</p><p>pós-parto tardio, do 10° ao 45° dia; e pós-parto remoto, além do 45° dia.</p><p>Muitos estudos assumem como pós-parto os 12 meses que sucedem o parto.</p><p>Além da relevância desses mecanismos fisiológicos para o restabelecimento do estado pré-</p><p>gravídico da mulher, o puerpério é também caracterizado por marcantes mudanças em diversos outros</p><p>aspectos da vida feminina, sejam eles conjugais, familiares, sociais ou profissionais. Nesse sentido, há de</p><p>se compreender a importância de uma assistência materno-infantil multidisciplinar e integrada, projetada</p><p>no sentido de favorecer uma experiência materna efetivamente saudável e de bem-estar.</p><p>Diversas são as alterações anatômicas, fisiológicas e psicológicas que ocorrem no puerpério. Essas</p><p>modificações permitem a amamentação e o retorno às condições pré-gravídicas.</p><p>• INVOLUÇÃO UTERINA E DO CANAL DE PARTO</p><p>• MODIFICAÇÕES MAMÁRIAS E LACTAÇÃO</p><p>• MODIFICAÇÕES GERAIS – Trato urinário, parede abdominal, sistema hematológico e endócrino.</p><p>Resuminho</p><p>O puerpério é o período que ocorre logo após o parto, também denominado de **pós-parto**.</p><p>Nesta fase, o corpo da mulher está em processo de recuperação da gravidez, sofrendo uma série de</p><p>modificações físicas e psicológicas. Durante o puerpério, a mulher é clinicamente chamada de puérpera.</p><p>Durante o puerpério, a mulher passa por muitas alterações hormonais, físicas e emocionais.</p><p>Alguns aspectos importantes incluem:</p><p>1. **Mamas mais duras**: As mamas, que durante a gravidez estavam mais maleáveis e sem</p><p>desconforto, geralmente ficam mais durinhas por estarem cheias de leite.. Para aliviar o desconforto da</p><p>mama cheia, pode-se colocar uma compressa morna nos seios e amamentar a cada 3 horas ou sempre</p><p>que o bebê quiser.</p><p>2. **Barriga inchada**: O abdômen ainda permanece inchado devido ao útero ainda não estar no</p><p>seu tamanho normal, o que diminui a cada dia. Algumas mulheres podem ainda ficar com um afastamento</p><p>dos músculos da parede abdominal, uma situação chamada diástase abdominal, que deve ser corrigida</p><p>com alguns exercícios. Amamentar e usar a cinta abdominal ajudam o útero a voltar ao seu tamanho</p><p>normal, e fazer os exercícios abdominais corretos ajuda a fortalecer o abdômen, combatendo a flacidez</p><p>da barriga.</p><p>13</p><p>3. **Aparecimento de sangramento vaginal**: As secreções do útero vão saindo pouco a pouco, e</p><p>por isso existe um sangramento parecido com a menstruação que é chamado de **lóquios**. Esse</p><p>sangramento é mais intenso nos primeiros dias, mas diminui gradualmente até desaparecer</p><p>completamente. É recomendado usar um absorvente íntimo de maior tamanho e maior capacidade de</p><p>absorção, e observar sempre o odor e a cor do sangue para identificar rapidamente os sinais de infecção.</p><p>Durante essa fase, tanto o corpo quanto a mente passam por mudanças significativas. Algumas</p><p>dicas para lidar com as mudanças emocionais durante o puerpério:</p><p>1. **Descanse o máximo possível**: O descanso é fundamental para aliviar o estresse e a fadiga</p><p>que muitas mulheres experimentam nesse período. Aproveite para dormir sempre que possível.</p><p>2. **Cuide da sua alimentação**: Consumir alimentos nutritivos pode melhorar o seu humor e</p><p>aumentar seus níveis de energia.</p><p>Lembre-se de se alimentar bem para se sentir melhor.</p><p>3. **Encontre apoio**: Busque apoio emocional. Conversar com familiares, amigos ou profissionais</p><p>de saúde pode ajudar a compartilhar suas emoções e preocupações.</p><p>4. **Priorize o autocuidado**: Reserve um tempo para si mesma. Praticar atividades que você</p><p>gosta, como meditação, ioga ou simplesmente tomar um banho relaxante, pode fazer toda a diferença.</p><p>5. **Esteja atenta aos sintomas**: Durante o puerpério, é normal sentir-se emocionalmente</p><p>sensível. No entanto, se você notar sintomas persistentes de tristeza intensa, desesperança ou ansiedade,</p><p>é importante buscar ajuda profissional. A depressão pós-parto é uma condição séria, e o apoio médico é</p><p>essencial.</p>

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