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<p>As mudanças no ciclo de vida familiar 145 casamento de seus pais. Queremos lembrar que grande parte daquilo que sugerimos sobre 8 a família de Freud é uma especulação, uma vez que as informações do registro histórico são muito incompletas. que se segue pretende apenas ilustrar o uso do ciclo de vida familiar na avaliação dos padrões familiares com genetogramas. Na fase de casamento ou recasamento, o genetograma mostra a união de duas famílias Genetogramas e ciclo separadas, indicando lugar de cada cônjuge em seu próprio ciclo de vida familiar. Para co- da vida familiar meçar uma nova família, ambos os parceiros devem chegar a um acordo com suas famílias de origem. genetograma dá pistas sobre a maneira como os cônjuges estão conectados à suas próprias famílias, e sobre seus respectivos papéis nestas famílias. Quando um dos cônjuges Monica McGoldrick, M.S.W. e Randy Gerson, Ph.D. compete com a família do outro ou quando os pais não aprovam a escolha dos filhos, os triân- gulos entre parentes por afinidade podem começar nessa fase. genetograma também mos- tra os relacionamentos prévios que podem interferir com atual vínculo conjugal. Tabela 8-1 Formato de um Genetograma A. Símbolos para descrever a associação e estrutura familiar básica (inclua no genetograma as pessoas significativas que moraram com ou cuidaram de membros da família coloque-as no lado direito do genetograma, com uma anotação a respeito de quem são elas). 43-75 homem mulher data de nascimento data da morte Morte Pessoa Índice (PI) uando avaliamos o lugar de uma família no ciclo de vida, os genetogramas e as cronologias familiares constituem úteis instrumentos. Eles proporcionam uma visão Casamento a data) Morando junto de um quadro trigeracional de uma família e de seu movimento através do ciclo de 60 Marido à esquerda, esposa à direita: Relacionamento de 72 concubinato: vida. Este capítulo explora a maneira pela qual os genetogramas podem elucidar a Separação conjugal (dê a data): estrutura do ciclo de vida familiar e como o entendimento do ciclo de vida pode ajudar na Divórcio (dê a data): d 72 interpretação do genetograma. Nós consideramos ambos os padrões que ocorrem tipica- mente em várias fases do ciclo de vida e os problemas predizíveis quando os eventos de ciclo Filhos: Liste por ordem de Filhos adotados nascimento. començando com de vida são "irregulares". A família de Sigmund Freud é utilizada para ilustrar as questões ou de criação mais velho à esquerda de ciclo de vida num genetograma. 60 62 65 ciclo de vida familiar é um fenômeno complexo. Ele é uma espiral da evolução familiar, na medida em que as gerações avançam no tempo em seu desenvolvimento do nascimento à morte. Poderíamos comparar este processo familiar à música, em que o signi- Gêmeos fraternos Gêmeos idênticos Gravidez ficado das notas individuais depende de seus ritmos em conjunção uns com os outros e com as lembranças de melodias passadas e a antecipação daquelas que ainda estão por vir. Os genetogramas são retratos gráficos da história e do padrão familiar, mostrando a estrutura básica, a demografia, o funcionamento e os relacionamentos da família. Eles são uma taqui- grafia utilizada para descrever os padrões familiares à primeira vista. A Tabela 8-1 mostra Nascimento de uma Aborto espontâneo Aborto induzido formato básico de construção de um genetograma, de acordo.com a padronização descrita criança morta por McGoldrick e Gerson em 1985. CASAMENTO E RECASAMENTO Uma vez que ciclo de vida familiar é circular e repetitivo, podemos começar a con- os membros dos lares atuais das tar a história da família em qualquer momento. Com a família Freud, nós começamos al- Quando ocorrerem mudanças na custódia. por favor, guns anos antes do nascimento de seu mais famoso membro, Sigmund, no momento do uma obervação</p><p>As mudanças no ciclo de vida familiar 147 146 Betty Carter, Monica McGoldrick e B. Padrões de interação familiar. Os seguintes são opcionais. terapeuta pode preferir numa folha separada. Eles estão entre as informações menos precisas do genetograma, mas podem ser indicadores-chave de padrões de relacionamento que terapeuta quer Relacionamento muito estreito Relacionamento conflitual 20 Relacionamento distante Desavença ou rompimento (dê as datas, se Fundido e conflitual QA./ViQ C. História médica. Uma vez que o genetograma pretende ser uma mapa da família orientador, há espaço para indicar somente os f afores mais importantes. Assim, liste apenas as doenças e problemas maiores ou crônicos. Inclua as datas entre parentes quando for possível ou Use as categorias do DSM-III ou abreviações reconheciveis, quando existirem (por exemplo. Câncer - CA; derrame - AVC). e D. Outras informações familiares de especial importância também podem ser anotadas no genetograma: 1. Background étnico e data da migração 22 2. Religião ou mudança religiosa 50 3. Educação 4. Ocupação ou desemprego 5. Serviço militar 6. Aposentadoria 7. Problemas com a Lei 8. Abuso físico ou incesto 9. Obesidade Abuso de álcool ou de drogas = 11. Fumar 12. Datas em que membros da família deixaram a casa: DC'74 13. Atual localização de membros da família É útil um espaço no final do genetograma para anotações sobre outras informações-chave: isso incluiria eventos críticos, mudanças na estrutura familiar desde que genetograma foi feito, hipóteses e outras anotações sobre problemas ou mudanças familiares importantes. Essas anotações devem sempre ser datadas, e devem ser bastante resumidas, uma vez que cada porção extra de informação em um genetograma o deixa mais complicado e, consequentemente, reduz sua legibilidade. Como pode ser visto no genetograma da família Freud em 1855 (Figura 8.1), samento de Jacob Freud e Amalia Nathansohn teve vários aspectos atípicos. Jacob, que ti- nha quarenta anos, estava casando pela terceira vez. Amalia tinha apenas vinte anos. De fato, a nova esposa era ainda mais jovem do que um dos filhos do primeiro casamento de Jacob. Essas diferenças entre os cônjuges tenderiam a complicar sua transição para uma nova família. Nós que Jacob Freud e sua primeira mulher, Sally Kanner, tiveram dois fi- lhos homens e duas outras crianças que não sobreviveram, mas pouco se sabe sobre Sally, e menos ainda sobre a segunda esposa de Jacob, Rebecca (Clark, 1980; Glicklhom, 1969). 23 Nós não sabemos que aconteceu com nenhuma das esposas se o casal divorciou-se ou se 32 a esposa morreu. A falta de informações desperta a curiosidade sobre os primeiros casamen- tos de Jacob e suas implicações para o seu terceiro casamento com Amalia. primeiro ca- samento de Jacob aconteceu quando ele estava apenas com dezesseis anos, sugerindo a</p><p>As mudanças no ciclo de vida familiar 149 148 Betty Carter, Monica McGoldrick e cols. possibilidade de uma gravidez inesperada (Anzieu, 1986). O segundo casamento é ainda A TRANSIÇÃO PARA A PATERNIDADE E AS FAMÍLIAS COM FILHOS PEQUENOS mais misterioso. Essa esposa, Rebecca, jamais foi mencionada por qualquer membro da fa- Durante a transição para a paternidade e para tornar-se uma família com filhos mília, e só sabemos de sua existência a partir de registros públicos. Parece que ela casou com Jacob em 1852, de modo que os filhos de Jacob, Emanuel e Philip, estariam crescidos, pequenos, os pais precisam assumir a pesada responsabilidade de criar os filhos ao mesmo e obviamente a teriam conhecido. Amalia, certamente, teria pelo menos sabido de sua exis- tempo em que tentam manter seu próprio relacionamento. genetograma muitas vezes revela estressores que tornam esta fase particularmente difícil para os pais. Ao proporcionar tência, uma vez que todos viviam na mesma cidade; contudo, se alguma vez alguém a mencionou a Freud, ele jamais contou isso a ninguém. Gostaríamos de saber por quê. Havia um rápido mapa da constelação de irmãos, genetograma também pode revelar as circuns- alguma coisa nela que envergonhava a família? De qualquer forma, Jacob e Amalia obvia- tâncias particulares que cercam o nascimento de uma criança e a maneira pela qual essas circunstâncias contribuem para que a criança tenha uma posição especial nessa família. Fi- mente começaram o seu casamento à sombra dos casamentos anteriores de Jacob. nalmente, genetograma mostrará os típicos triângulos mãe-pai-criança deste período. Quando examinamos o genetograma, é particularmente importante observar as ida- des dos membros da família na medida em que se movem através do ciclo de vida. Existe Como pode ser visto no genetograma da família Freud para 1866 (Figura 8.2), Sig- mund nasceu em 1856, em Freiburg, Morávia. Ele foi primeiro de oito filhos, de modo que um momento normativo para a transição a cada uma de suas fases. Essas normas estão o seu nascimento assinalou o início da transição de ciclo de vida de uma segunda família com sempre mudando, e têm variado através das culturas e por toda a história, mas podem ser- vir como um ponto de partida para compreendermos mais sobre as transições de ciclo de filhos pequenos. Tendo nascido numa família recasada, ele tinha dois meio-irmãos adultos, do casamento anterior de seu pai. Todos esses particulares, vistos no genetograma, sugerem um vida numa família. Por exemplo, se os filhos casam tarde ou jamais deixam lar, isso pode relacionar-se à dificuldade de diferenciarem-se da família. Com qualquer casal recém-casa- importante papel para Sigmund como o primeiro membro de uma nova família nuclear. É o nascimento do primeiro filho, mais do que o próprio casamento, que marca mais do, é importante observar as posições dos cônjuges dentro dos ciclos de vida de suas respec- tivas famílias. Jacob já era avô, ao passo que Amalia, vinte anos mais jovem, e uma igual profundamente a transição para uma nova família. o cônjuge previamente casado começa a deslocar-se para Q novo cônjuge e filho. Para o novo cônjuge, o filho tende a significar uma para seus filhos, estava na fase adulta jovem. Como foi que esses dois chegaram a casar? maior legitimização e poder em relação à família anterior do parceiro. Sigmund, definitiva- Sabemos que Jacob não tinha nenhum prospecto particular de negócios naquela época mente, parecia ter um lugar especial no coração de sua mãe. Ele tinha um relacionamento (Swales, 1986), de modo que poderíamos nos perguntar que levou Amalia a concordar em extremamente intenso com ela (Nelken, no prelo) e ela sempre se referia a ele como seu casar-se com um homem tão mais velho, com filhos adultos e dois casamentos anteriores. Parece que pai de Amalia tinha perdido recentemente a sua fortuna, o que talvez explique "Sigi de ouro". De acordo com a opinião geral, ele era o centro da casa. Existe a proverbial estória familiar de que, quando sua irmã Anna quis aprender a tocar piano, sua mãe com- a situação (Swales, 1986). De qualquer forma, Amalia era uma jovem mulher cheia de viva- cidade, uma das mais jovens de sua família. Jacob, por sua vez, havia passado por muitos prou um piano, mas livrou-se dele imediatamente quando Sigmund queixou-se de que o barulho o incomodava. Suas irmãs não tiveram mais lições de piano. A posição especial de altos e baixos. Tendo se saído bastante bem na década de trinta como vendedor-viajante com seu avô materno, ele aparentemente deu uma parada no meio da vida. Poderíamos Sigmund também é indicada pelo fato de que a família concedeu-lhe o privilégio de nomear seu irmão mais jovem, Alexander, nascido quando Sigmund estava com dez anos. (De modo predizer, observando estas indicações num genetograma, que as diferenças de experiência e interessante, em seu próprio casamento, ele próprio nomeou cada um de seus seis filhos, expectativa talvez levassem a uma transição problemática de ciclo de vida. dando-lhes nomes de heróis ou de pessoas da família!) A preferência cultural dos Freud por Nossa estrutura de ciclo de vida sugere que questões não resolvidas em fases ante- filhos do sexo masculino exaltou ainda mais a posição de Sigmund em sua família. riores do ciclo de vida conduzem a transições mais difíceis e a complexidades em estágios Também é importante, ao avaliar uma transição de ciclo de vida, examinar os estres- posteriores do ciclo de vida. Assim, é provável que, com os casamentos anteriores de Jacob, sores existentes na família naquele momento. Quando vemos perdas e eventos traumáticos seu misterioso passado e as discrepâncias de idade e expectativas, assim como com a preca- riedade financeira, Jacob e Amalia iniciaram seu casamento com muitas questões comple- coincidentes no genetograma, devemos começar a explorar seu possível efeito sobre o pro- cesso do ciclo de vida. xas não resolvidas. Também é útil examinar o genetograma em relação a triângulos e padrões perspectiva sistêmica, a perda é considerada como uma transição maior que veis em diferentes estágios do ciclo de vida. Conforme discutido por McGoldrick e Carter no rompe os padrões de interação do ciclo de vida, e que, portanto, requer uma reorganização capítulo 17, as famílias recasadas são formadas numa base inteiramente diferente da das familiar e propõe desafios de adaptação compartilhados. O senso de movimento de uma família através do ciclo de vida pode ficar paralisado ou distorcido depois de uma perda, e primeiras famílias, pois elas são construídas sobre as perdas da primeira família. Elas reque- rem uma fase adicional do ciclo de vida. Existem pelo menos dois triângulos predizíveis no os genetogramas nos permitem traçar o efeito das perdas ao longo do tempo. Como pode ser visto no genetograma para 1859 (Figura 8.3), havia muita coisa genetograma de uma família recasada: (1) aquele envolvendo os dois novos cônjuges e o acontecendo na família Freud na época do nascimento de Sigmund. A qualidade especial de cônjuge anterior (ou a lembrança do primeiro cônjuge), e (2) aquele envolvendo os dois novos cônjuges e os filhos do casamento anterior. Nós não sabemos nada a respeito do rela- Sigmund para seu pai pode ter sido intensificada pelo fato de o pai de Jacob ter morrido três cionamento de Amalia com as primeiras mulheres de Jacob, nem conhecemos detalhes de meses antes de Sigmund nascer, tendo Sigmund recebido seu nome. Esse avô, Schiomo, seu relacionamento com Emanuel e Philip. Nós sabemos que na fantasia de Freud, sua mãe era um rabino, e talvez Sigmund tenha sido criado para seguir seus passos, tornando-se um e Philip eram amantes, e que, depois de três anos de casamento, Jacob fez arranjos para professor e um líder intelectual. papel de Sigmund na família também era obviamente seus filhos emigrarem para a Inglaterra. Teria ele feito isso parcialmente para manter os fi- influenciado por seu brilhantismo. Um outro fator que explica seu papel especial foi, prova- velmente, ele ter nascido no ponto alto das esperanças da família. Logo depois, eles tiveram lhos a uma distância segura de sua esposa?</p><p>150 Betty Carter, Monica McGoldrick e cols. As mudanças no ciclo de vida familiar 151 de migrar duas vezes, e Jacob sofreu vários fracassos nos negócios. Os irmãos mais jovens de Sigmund, especialmente Anna e Dolfi, talvez tenham suportado a parte mais difícil dos efeitos negativos dessas mudanças na família. Igualmente importante, podemos ver no genetograma que o irmão de Sigmund, Julius, nascido quando Sigmund tinha 17 meses, viveu apenas sete meses. A morte de um irmão tende a intensificar os sentimentos paternos em relação aos filhos sobreviventes. A criança mais próxima em idade, especialmente se é do mesmo sexo, frequentemente se torna uma substituta para a criança perdida. Assim, a proximidade de Sigmund com sua mãe pode ter-se tornado ainda mais importante para ela depois da morte de seu segundo filho. A perda desse bebê também teria sido intensificada pelo fato de que exatamente um mês antes de sua morte, o irmão mais jovem de Amalia, também chamado Julius, morreu aos 20 anos de idade, de tuberculose pulmonar (Krull, 1986). Provavelmente, ela sabia que seu irmão estava morrendo quando deu seu nome ao filho, sete meses antes. Mais tarde, Sigmund disse que recebera esse irmão com "malevolência e verdadeiro ciúme de bebé, e sua morte deixou em mim o germe da culpa" (citado em Krull, 1986). Os mais velhos às vezes se ressentem dos que nasceram depois, sentindo-se ameaça- dos ou deslocados pela chegada do novo bebê. Desde tenra idade, Sigmund pode ter consi- derado Anna como uma intrusão, e ela pode ter-se ressentido de sua posição e privilégios especiais na família. Ela foi concebida no mês anterior à morte do segundo filho, Julius. ciúme fraterno de Sigmund poderia ter sido composto pela ambivalência familiar em rela- ção à criança nascida após um filho perdido. Esses sentimentos de rivalidade podem perma- necer na idade adulta. relacionamento de Sigmund com sua irmã Anna parece jamais ter sido muito estreito, e eles ficaram afastados quando adultos. Um outro fator complicador, em termos da constelação de irmãos, pode ser visto no genetograma. Durante os primeiros três anos de sua vida, Sigmund foi criado quase como um irmão mais jovem de seu sobrinho John, que era mais ou menos um ano mais velho do que ele. Sigmund comentou a importância desse relacionamento: "Até o final de meu tercei- ro ano, nós fomos inseparáveis; nós nos amávamos e brigávamos e esse relacionamento infantil determinou todos os meus sentimentos posteriores de intercurso com pessoas da minha idade. Meu sobrinho, John, teve desde então muitas encarnações, que reviveram primeiro um e depois outro aspecto de caráter, e está inerradicavelmente fixado em minha lembrança consciente. Às vezes, ele deve ter me tratado muito mal, e eu devo ter contrapos- to corajosamente o meu tirano" (Jones, 1953, página 8). Essa fase inicial de uma nova família, da qual Sigmund foi o primeiro, concluiu-se finalmente com uma divisão e emigração da antiga família. Nós não sabemos os detalhes dos motivos pelos quais a família Freud deixou Freiburg. Parece que Jacob e Amalia com- partilhavam uma babá com Emanuel e sua esposa, e os primos brincavam bem, juntos. A babá foi eventualmente demitida da casa por ter roubado, e essa foi mais uma perda para Sigmund. Talvez houvesse tensões entre Amalia e seus enteados Emanuel e Philip, que a lembravam das antigas fidelidades de Jacob. Como já foi mencionado, houve inclusive a sugestão de um possível caso amoroso. De qualquer maneira, quando Sigmund estava com três anos, seus meio-irmãos e suas famílias foram tentar a sorte na Inglaterra, e Jacob le- vou sua família primeiro para Leipzig, e depois para Viena, possivelmente em virtude de revezes econômicos. Assim, num período de poucos anos, Sigmund experienciou inúmeras perdas: sua prioridade como o primogênito, a morte de seu irmão, a demissão da babá, a pria família. emigração de seus meio-irmãos e seus filhos, e, finalmente, desarraigamento de sua pró-</p><p>152 153 mudança plicado 38 com</p><p>154 -3/10/65 Betty Jacob Nathanson 25 48 Josef tornou-se 15 1865-73: Joseph preso por falsificaçao 35 um 58 Tornou-se resmugão 38 conforme e desapontado na medida envelheceu Jacob em que envelheceu Amalia 41 39 Emanuel Philip X 66 5/6/56 Julius 59 60 62 63 66 54 55 56 70 17 15 13 12 11 10 7 19 18 17 3 Sigmund Anna Rosa Marie Dolfi Paula Alexander John 1873 Figura 8.4 Família com adolescentes. Família Freud, 1873. -1/5/49 herói dos velhos judeus em Hambrugo Fabian Philip Minna Reuben Isaac Jacob Bernays 24 81? 27- 34- 40- 42- 56 46 40 38 Isaac Fanny Jacob Moisés Michael Hannah Louie Elias filólogo popular professor 1851: batizou-se alienado da família sempre sentiu-se uma estrangeira nada deixou em Viena 36 79 para a família 30- 1868: prisão constituição por fraude devotadamente ortodoxo estritamente 50 religiosa delicada Berman Egla (Emmelena) 57 59 Fabian Michael Sarah 1860: infecção deixou 60- 61- 65 uma perna mais curta "mau caráter" muito doentio Isaac 20 19 15 Eli Martha Minna 1880 Figura 8.5 Família com adolescentes. Família Bernays, 1880. familiar 155</p><p>156 Betty Carter, Monica McGoldrick e Martha pequenos. e Quando Como Martha a família estava Freud, com oito os Bernays tiveram de lidar com a curto período por fraude, trazendo, anos de idade, seu pai foi morte de filhos Martha cresceu Como Sigmund numa atmosfera (cujo tio e talvez pai e irmãos estavam um sentimento envolvidos aprisionado de desgraça por para um a As mudanças no ciclo de vida familiar 157 desemprego foi morreu. Quando deixada E Martha quando em de má estava ela situação estava com onze com dezoito, anos, de segredos seu Como seu irmão pai e presságios morreu mais velho, de de um Isaac, potencial ataque então cardíaco. ruína em com e A comando da família, Jacob, eventualmente não fica claro como os Bernays a família Freud, com aparente contínuo família Sigmund débitos A a fase e amigos. Martha de Podemos não especular parte fugiu se as de de semelhanças sua Viena para evitar no background a falência Eli, e e o experiência que pagamento assumiu de de o No passado, lançamento esta fase é o período em que os atração filhos deixam um pelo outro. adultos lhos não de Em casa nossa até normalmente Atualmente, se misturava muitos com passam o casamento, a casa para uma serem vez que indepen- os fi- as futuras para as outras fases que opinião, estão esta por fase Pular é a base do ciclo de por vida um da período família em que são lançamento, A informação assim como de que ciclo os temos fatores de que podem genetograma contribuir esta muitas fase, para vezes ou revela a duração pode afetar moderna, da fase todas de e transições tada, tante em sua Como já Às foi mencionado, sobre a Sigmund família Freud tinha durante uma retardar a fase o de lançamento. lançamento é bas- deixar um filho adulto hesita em deixar essa posição a dificuldades na fase de lançamento, quase casa até seu casar e estabelecer especial partir. Na época de Sigmund, favorecida os filhos e os pais não estão inclinados a jovem vezes, isso pode levar posição favorecida, quando exal- completar interessante, da perspectiva do Martha Bernays. viveu com Um seus fato pais até os trinta uma família anos, quando própria. casou Isso com também aconteceu normalmente com Sigmund, não saíam que de os praticou estudantes durante seus estudos muitos anos de depois Ele levou Isso sete ciclo anos de vida, para é conseguir como Sigmund seu demorou para sário terminar e passar que para não a possuíam próxima fase independência - não era incomum Talvez na ele época, especialmente diploma, e para não em que em quis casa, casar De qualquer com maneira, ele não a de pensou sustentar-se. seriamente Ou talvez ele sentisse estivesse que hesitante era neces- em vemos como no explorar caso de Freud, com seu Quando prolongado o genetograma indica um em adiamento sustentar-se da até próxima o momento fase, os impedimentos para seguir em período frente como no ciclo estudante de e seu longo noivado, de- A PRÓXIMA GERAÇÃO Tendo mento próxima frequentemente fase: passado o casamento por várias de Sigmund transições Freud do e ciclo Martha de vida da família Freud, chegamos à vidos na reunião que fica de duas proporciona tradições familiares valiosas pistas em para as Bernays. dificuldades genetograma e problemas do casa- conexão dupla entre imediatamente os Freud aparente, a partir do uma genetograma nova outra O filho mais velho de complicados entre as famílias, e configurações a da existência muns muitas de vezes sugerem relacionamentos e os Bernays na geração de (Figura Essas 8.6), é a incomum inco- Conforme mencionado anteriormente, cada Sigmund família casou e sua com Anna a filha nunca possibilidade mais velha da se deram</p><p>158 Betty Carter, cols. muito bem. Talvez relação uma mento de Anna noivado mais Freud velha rain ansioso de com As em 1883, e ele vida evento familiar em disso suas período 159 ao em discutiy Eli que a Anna familiar mesmo Anna ao por os dias, mencionou seu relação próprio e logo dela, depois à sua um lorque, do evento teve de de lutar pelo quando de Nós rico, Freud ao sabemos passo que com relação que às suas instruído Nova ocupações havia Sigmund tia-se financeiras os ameaçado pelo Sigmund possessivo Martha tha: quanto e as "Você está disso, pre- já não Freud deve sen- ser mais e era contra exigente e a Mamma do a mesmo que seus que uma uma quinzena, rá em seu pai você novamente mãe Pois não página para seguir dito, partir de 23). agora, Sigmund o cluindo homem você Martha, que que apenas declarado de do E.L. não Freud, desistisse levara 1960, tha de sua sua família, in- Não tinha um mo ciúme de noivado família caso ela marido permaneceu fiel Mar- à sua PRÓXIMA GERAÇÃO Como Martha pode ser uma família com estava 1896 ocupada (Figura 8.7), sua Sigmund prática primeiros e é médica muitas anos de vezes seus filhos e lutava Martha em para atentos ampliar às questões Quando dos durante dos cônjuges Essa Foi vista tão época vida no centradas às de em que levou de devemos depois da estar sintomas retratada, de da depressão sedução. uma grande e de crise de várias outras importante esse ele Ele Sigmund formulação, que levou Ele à publicação sua famosa de letargia, apresentou de muito seu edifício enxaquecas de Durante nova teoria, of</p><p>160 Betty Carter, Monica McGoldrick e cols. As mudanças no ciclo de vida familiar 161 Uma olhada no genetograma pode elucidar por que esta foi uma época tão turbulen- ta, embora produtiva, na vida de Sigmund. Em dezembro de 1895, nasceu Anna, sua última último filho. Estava para sustentar uma grande A irmã de sua mulher viera filha. Martha estava esgotada por cinco gestações em nove anos e ficara surpresa e infeliz morar com eles para sempre. Seu pai morrera. Aparentemente, a paixão de seu casamento por descobrir que estava novamente grávida, e parece que Sigmund e ela decidiram, então, esfriara. Em termos atuais, Sigmund estava sofrendo de uma "crise do meio da vida". A crise não ter mais filhos. sexo entre casal aparentemente começou a diminuir de modo con- parece ter sido resolvida com a consolidação de sua carreira: a publicação de seu livro, sua siderável nesse ponto (Anzieu, 1986). função como professor e seu crescente reconhecimento como pai de uma nova Frequentemente, o último filho tem uma posição especial na família. Isso aconteceu com Anna, que recebeu seu nome não por causa da irmã de Freud, mas por causa da filha de seu amigo e amado professor, Samuel Hammerschiag. Essa jovem, Anna Hammerschiag Lichtheim, FAMÍLIAS NO ESTÁGIO TARDIO DA VIDA também era amiga dos Freud (Krull, 196?). Por toda a sua vida, Sigmund e sua filha Anna foram muito ligados (ela, mais do que sua esposa, cuidou dele quando ficou doente), e foi a única dos Durante a fase do envelhecimento, a família deve chegar a um acordo com a morta- filhos que jamais casou, dedicou-se ao pai, que inclusive foi seu analista durante muitos anos, e lidade da geração mais velha, enquanto os relacionamentos devem ser modificados na me- foi a única que decidiu continuar com o trabalho de sua vida. nascimento do último filho pode dida em que cada geração avança um nível na hierarquia desenvolvimental e todos os rela- ser um ponto decisivo na vida familiar. Parece que Martha estava muito ocupada criando seus cionamentos precisam ser reordenados. Existem problemas especiais para as mulheres, que seis filhos e Sigmund, que não se envolvia muito com as crianças, aproximou-se, intelectual são mais frequentemente as cuidadoras (Dolfi e Anna) e que tendem a viver mais do que emocionalmente, de sua cunhada, Minna, que ele descreveu em maio de 1894, numa carta a e seus maridos (Amalia e Martha). Muitas vezes, o genetograma revelará o filho a quem foi Fliess, como "por outro lado, minha confidente mais próxima" (Masson, 1985, página 73). delegado o cuidado dos pais que envelhecem, assim como as lutas e triângulos em que os Minna mudou-se para a casa de Freud no início de Quatorze anos antes, ela irmãos se envolvem, ao manejar essas responsabilidades. Quando morre último progeni- estivera noiva do melhor amigo de Sigmund, Ignaz Schonberg, que terminara o relaciona- tor, os relacionamentos entre os irmãos tornam-se independentes pela primeira vez. Os mento um pouco antes de morrer de tuberculose. De acordo com Jones (1955), a visão de conflitos e rompimentos entre os irmãos nesse momento normalmente refletem triângulos Freud daquele período era a de que ele e Minna eram parecidos, porque eram ambos pes- soas indômitas e apaixonadas que queriam as coisas à sua maneira, ao passo que Ignaz e a quem foi filho favorecido na infância, com os pais que vêm de fases do ciclo de vida muito anteriores, especialmente com relação Martha era bem-humorados e adaptáveis. Podemos ver no genetograma (Figura 8.7) que o pai de Sigmund morreu em 1896, Minna jamais casou. Quando outros parentes aparecem como membros da família com 81 anos de idade, deixando Amalia aos cuidados dos filhos pelos 35 anos seguintes. num genetograma, devemos especular sobre a possibilidade de triângulos envolvendo os Sigmund e seu irmão mais moço, Alexander, assumiram a responsabilidade financeira cônjuges e os filhos. Por todos os relatos, Sigmund e Minna tinham um relacionamento ex- seus pais e irmãs num estágio posterior de vida, embora fosse a filha solteira do meio, Dolfi, por tremamente íntimo. quarto de Minna na casa dos Freud tinha uma única entrada através quem permaneceu em casa com a mãe, que viveu até os 95 anos. Sigmund também viveu do quarto principal (Eissler, 1978). Eles tiraram pelo menos 12 férias juntos (Swales, 1987), muito, até os 83 anos de idade (Figura 8.8) e foi cuidado por sua filha Anna. Anna tornou-se aparentemente porque ambos gostavam de viajar, ao passo que Martha não, pelo menos não a principal seguidora do pai e a herdeira de seu Anna, aparentemente, foi sua cui- nó ritmo de Freud (Freeman & Stream, 1981). Minna estava muito mais interessada em dadora primária nas suas 17 operações de câncer na região maxilar, embora Martha Freud discutir as ideias de Freud do que Martha. Pesquisas recentes apoiam a sugestão de que ainda estivesse viva (ela viveu até 1951). O fato de ela assumir este papel significava, como Sigmund possa ter tido um caso amoroso com Minna, que levou a um aborto em 1901 significara previamente para a irmã de Dolfi, em relação à mãe, que Anna jamais (Swales, 1985). Não sabemos nada sobre a atitude de Martha em relação ao relacionamen- tivera sua própria família, uma vez que estava com 44 anos na época em que seu pai mor- to do marido com sua (De modo interessante, como pode ser visto no.genetograma não casou. reu, e ele não quisera ficar sem ela em todos esses anos. Mesmo depois de sua morte, Anna dos Freud para 1939, Figura 8.9, o filho mais velho de Freud, Martin, repetiu este padrão e teve um caso com a irmã de sua esposa) (Freud Lowenstein, 1984). genetograma pode ser útil para predizermos ou compreendermos as reações dos Também em 1896, o pai de Sigmund morreu, uma perda que ele considerou como o membros da família em diferentes pontos no ciclo de vida. Por exemplo, Sigmund teve uma evento mais significativo e perturbador na vida de um homem. Ele escreveu, logo depois da reação muito forte à morte de seu neto de três anos, em 1923, logo depois de ele próprio ter morte do pai: "Por um daqueles caminhos obscuros por trás da consciência oficial, a morte recebido o diagnóstico de câncer (Figura 8-9): "Ele era realmente uma criaturinha encanta- do velho homem me afetou profundamente. Sua vida terminara muito antes de ele morrer, dora, e percebi que jamais amara humano, certamente não uma criança, tanto as- mas sua morte parece ter despertado em mim lembranças de todos aqueles dias remotos. Eu sim.. Essa perda é muito difícil de suportar. Acho que jamais senti tanta tristeza, talvez a agora me sinto muito sem raízes". A morte de um progenitor assinala um ponto crítico no minha própria doença contribua para choque. Eu continuo por pura necessidade; funda- ciclo de vida. Além da perda, é uma dolorosa lembrança da nossa própria mortalidade e de mentalmente, tudo perdeu o significado para mim" Um mês mais tarde, que o manto da tradição e da responsabilidade foi passado para a próxima geração. Agora, creveu que estava sofrendo da primeira depressão em sua vida (Jones, 1955, página 92). E, Sigmund também tinha sua mãe para cuidar. Foi mais ou menos nessa época que Sigmund três anos mais tarde, ele escreveu para o seu genro que desde a morte dessa criança ele não adotou Fliess como uma figura paterna em sua autoanálise. do conseguira aproveitar a vida: "Eu passei alguns dos dias mais negros de minha vida choran- Podemos considerar a autoanálise de Sigmund como a culminação de vários eventos por essa criança. Por fim, eu recuperei o controle e consigo pensar nele tranquilamente no ciclo de vida familiar e no seu próprio ciclo de vida. Ele recém fizera 40 anos. Tivera seu e falar sobre ele sem chorar. Mas o conforto da razão não ajudou em nada; único consolo para mim é que na minha idade eu não ficaria muito com ele".</p><p>79 .19 .96 88 89 Amalia Nathansohn Berman Bernays Egla Philip Jacob Freud 65 72 '00 08 62 60 57 58 63 Isaac Emmanuel Heinrich Rosa Moritz Marie Dolfi Paula Alexander Minna Philip Graf suicidio 44 44 45 51 38 17 22 75 78 63 1860 (1924) John Bertha Sam Herman Caecile 26 Pauline 65 Eli Anna 1883 2.85 91 93 32 30 29 38 37 61 Judith 62 1923: DX Câncer 67 3 operações Martha Sigmund 14/9/86 89 (67) 91 (69) 92 (70) 95 (82) 87 (78) Henry Ernestine 36 32 Fuchs 31 Lucy Brasch 28 analista 34 Drucker Sophie Anna Matilda Martin Oliver Ernest Robit C. 1909 C. 23/4 24 24 (44) 18 6/19/23 Heinerle 2 Anton Sophie Eve Matilde Stephen Lucien Ernest Walter Gabriel tornou-se analista 1923 Figura 8.8 Envelhecimento. Família Freud em 1923. Jacob Freud Amalia Nathansohn Berman Bernays Egla Philip X 60.(42) 61. 42) 62 (42) 63 (42) 66 (43) 72 65- (41) 79 78 77 76 73 Rosa Marie Dolf Paula Alexander Isaac 08 1900 Moritz Freud 74 Heinrich, 17 Graf -22 44 45 51 -38 88 85 75 63 John 58 Herman Caecile 60 24 Pauline Bertha Sam (55) desaparecido surdas e 81 em 1875? mentalmente contusas, Anna 1883 Eli nenhuma jamais casou 2.85- 86 94 54 53 48 46 45 Judith Edw Hella 61 (51) Dx CA 1923 78 3 operações Sigmund Martha naquele outono Conheceram-se em 4/81, noivaram secretamente em 6/81, casaram-se em 14/9/86 89 (67) (69) 92- 93 20 Henry 52 50 Ernestine 48 47 44 Fuchs Drucker Matilda Oliver Ernest Martin Lucy Sophie Anna Robit Hollitscher 1909 4/23 Brasch Halberstadt 14 24- 24 (44) 17 15 15 25 Dolfi Anton Sophie Eve Stephen Lucien Clermont Ernest 1939 Walter Freud Matilde Gabriel tornou-se analista Figura 8.9 Família Freud em 1939.</p><p>164 Betty Carter, Monica McGoldrick e cols. As mudanças no ciclo de vida familiar 165 As palavras de Sigmund sugerem que ele estava chegando a um acordo com a sua própria mortalidade. Isso seria particularmente difícil, pois sua filha Sophie (a mãe da Tabela 8.2 Cronologia da família Freud criança) morrera três anos antes, aos 27 anos, e também em virtude da morte de seu neto, 1854 Nasce 0 sobrinho de Sigmund, John. tão precoce no ciclo de vida. 1855 (29 de julho) Jacob e Amalia 1856 (21 de fevereiro) Morre 0 de Jacob, Schiomo Freud (Jacob está com 40 anos). Comparem a morte do neto com a reação de Sigmund à morte de sua própria mãe, 1856 (5 de maio) Sigmund nasce, em Freiburg, Morávia (atualmente Pribor, sete anos mais tarde, em 1930: "Eu não disfarçarei fato de que a minha reação a esse 1857 (outubro) Nasce 0 irmão de Sigmund, Julius. evento foi, em virtude de circunstâncias especiais, uma reação curiosa. Seguramente, não 1858 (março) Julius Nathansohn, 20 anos, irmão de Amalia, morre de 1858 (15 de abril) Julius morre. sei que efeitos essa experiência pode produzir em camadas mais profundas, mas na superfí- 1858 Nasce Fleiss. [Schur (1972) diz que Freud 0 identificava com cie eu consigo detectar apenas duas coisas: um aumento de liberdade pessoal, uma vez que 1858 (dezembro) Nasce Anna, de Sigmund sempre foi um pensamento o de que ela pudesse ficar sabendo que eu morrera; e, 1859? A babá de Sigmund vai embora presa por roubo, relatado pelo de Sigmund, Philip (durante 0 puerpério de em segundo lugar, a satisfação por ela finalmente ter conseguido a libertação à qual tinha Amalia com Anna). direito depois de uma vida tão longa. Nenhuma tristeza, por outro lado, com a que meu 1859 Emanuel e Philip emigram com suas famílias, incluindo 0 sobrinho de a ele é muito 1859 A família Freud se muda de Freiburg para Leipzig (?), em virtude de revezes irmão dez anos mais jovem está sentindo dolorosamente. Eu não fui ao funeral; mais uma 1860 A família se estabelece em vez. Anna me representou em Frankfurt. Seu valor para mim não poderia ser maior. Esse 1860 (março) Nasce Rosa, irmã 1861 (março) Nasce Marie (Mitzi), de evento me afetou de uma maneira curiosa Nenhuma dor, nenhuma tristeza, o que prova- 1862 Nasce Dolfi, de velmente pode ser explicado pelas circunstâncias, a avançada idade e final da pena que 1863 (maio) Nasce Paula, de sentíamos por seu desamparo. Com isso, um sentimento de libertação, que acho que consi- 1866 (abril) Nasce Alexander, irmão de Sigmund, nomeado por ele. go compreender. Eu não poderia morrer enquanto ela estivesse viva, e agora eu posso. De 1868? Sigmund entra no ginásio. 1873 Sigmund entra na escola de medicina. alguma maneira, os valores da vida mudaram notavelmente nas camadas mais profundas" 1882 (17 de junho) Sigmund e Martha ficam noivos. (Citado em Jones, 1955, página 152). 1883 Minna fica noiva de Ignaz Schonberg, amigo íntimo de Nesse caso, Sigmund, com 74 anos, mais reconciliado com sua própria morte, fica 1883 (14 de junho) A mãe de Martha se muda com as filhas para aliviado por ter sido cumprida a ordem sequencial do ciclo de vida: primeiro morrem os 1883 (setembro) 0 amigo de Sigmund, Nathan Weiss, comete suicidio. pais, e depois os filhos. A perda precoce ou traumática de um membro da família é, tipica- 1883 (outubro) Eli Bernays e Anna, de Freud, casam. Sigmund não comparece ao casamento e nem mesmo 0 menciona em suas cartas a Martha (pelo menos não na correspondência publicada embora aparentemente apenas uma peque- mente, um extremamente difícil para as famílias, e os terapeutas devem estar atentos na parte tenha sido publicada). a padrões disfuncionais que se desenvolvem em resposta a tais perdas (Capítulo 19; McGol- 1884 (18 de julho) Sigmund publica artigo sobre cocaina. 1884 Jacob Freud tem problemas de negócios. drick & Walsh, 1983; Walsh & McGoldrick, 1988). 1885 (abril) Sigmund todos os seus artigos. 1885 (junho) Schonberg rompe seu noivado com Minna. 1886 (fevereiro) Schonberg morre de diagnosticada em 1883. CONCLUSÕES 1886 Artigo sobre histeria masculina. 1886 (14 de setembro) Sigmund e Martha casam, graças a um presente em dinheiro da tia de 1887 (outubro) Nasce Mathilda, a primeira filha de Sigmund e Martha (recebeu esse nome por causa da esposa do colega Breuer). genetograma pode ser usado para mapean a família em cada fase do ciclo de vida 1889 Nasce segundo filho (recebeu esse nome por causa do hipnotista Jean Martin Charcot). familiar. Configurações diferentes no genetograma sugerem possíveis triângulos e proble- 1891 (fevereiro) Nasce Oliver, 0 terceiro filho (recebeu este nome por causa do herói de Oliver mas que podem ser explorados em cada fase. genetograma é apenas um mapa esquemá- 1892 (abril) Nasce Ernst, 0 quarto filho (recebeu este nome por causa do professor de Ernst 1892 Eli Bernays vai para a tico de uma família. Coletar a informação necessária deve ser parte de uma extensiva entre- 1893 volta para levar sua familia para os Estados Unidos. (? Duas filhas, Lucy e Hella, ficam com a família de Freud durante vista clínica, e o genetograma é um gráfico sumário dos dados coletados. Muitas informações, um Sigmund dá algum dinheiro a Eli para a viagem. evidentemente, devem ser omitidas para que um genetograma fique Apesar 1893 1893 Nasce Sophie, a quinta filha (recebeu este nome por causa da sobrinha do professor de Freud, Samuel destas limitações, acreditamos que o genetograma, com uma concomitante cronologia fami- (outuno) Sintomas cardiacos Sigmund é instado a parar de Breuer é 0 seu médico, mas ele também busca conselhos de Fleiss. (A esposa de mais tarde, passa a ter de seu relacionamento com Freud.) liar (McGoldrick & Gerson, 1985; Gerson & McGoldrick, 1986) é o melhor instrumento já 1895 1894 Sigmund escreve que está tendo problemas tentando parar de fumar, depressão e fadiga, e problemas financeiros desenvolvido para traçar o ciclo de vida familiar. A Tabela 8-2 apresenta de (janeiro) Fleiss opera 0 nariz de Freud. [Fleiss aparentemente, tratando Freud por uma condição pseudocardiaca (Mannoni, 1974).) Freud ainda está usando cronologia da família Freud que abrange vários eventos na familiar, alguns dos 1895 (fevereiro) Começa 0 episódio de Emma Eckstein. quais podem ser vistos claramente no genetograma, e outros desses, como pode ser visto, 1895 (março) Anna é concebida. Sigmund e Martha decidem que este será seu último teriam sido perdidos 1895 (maio-junho) Sigmund começa a autoanálise. 1895 (24 de julho) Sigmund sonho de Irma. 1895 (agosto) Sigmund vai para a Itália com 0 irmão 1895 (novembro) Minna chega para com a família 1895 (dezembro) Nasce Anna, a sexta e criança [recebeu este nome por causa da filha do professor de Freud, Samuel 1896 (abril) Sigmund escreve a respeito de enxaquecas, secreções nasais, medo de uma jovem viúva e paciente de que pode ter sido "Irma" no sonho de (Anzieu, 1986)]. 1896 (maio) Sigmund escreve sobre ser isolado pela comunidade médica. 1896 (23 de outubro) Morre Jacob (Sigmund está com 40 anos na Parece que sua esposa está fora, por alguns e não volta para 0 pai estivera muito doente por mais ou menos um mês.)</p><p>166 Betty Carter, Monica McGoldrick e 1896 (novembro) A Freud se muda para um novo apartamento no mesmo prédio. 1897 (janeiro) Sigmund ignorado numa promoção na 1897 (março) Mathilda tem uma muito severa 1897 (maio) Sigmund é novamente ignorado numa promoção - fica ansioso. 1897 (maio) Sigmund tem um sonho incestuoso com sua filha Mathilda. 1897 (julho) Sigmund manda fazer 0 túmulo do pai. 1897 (agosto) Ele escreve a respeito da 1897 (15 de outubro) Freud desenvolve a ideia do complexo de 1899 Interpretation of Dreams 1900 Fim da de Sigmund. 1902 (5 de março) Ele se torna professor 1919 Martha tem uma pneumonia vai para um sanatório. 1919 Sigmund e Minna vão para um spa para uma "cura". 1920 A filha Sophie contrai pneumonia e morre. 1923 (maio) Sigmund procura seu amigo Felix Deutsch para diagnóstico do seu câncer e a primeira operação. 1923 (19 de junho) 0 neto favorito morre de Sigmund chora pela primeira vez. Ele jamais supera esta perda, ocorrida logo depois de sua própria doença. 1923 (4 de outubro) Ele faz uma segunda operação. 1923? (11 de outubro) Sigmund submete-se a uma terceira operação. (Nos próximos 16 anos, ele fará mais 30 operações.) 1923 Eli morre em Nova lorque. Sigmund escreve amargamente a respeito do dinheiro de Eli, e sugere que talvez agora sua Anna faça alguma coisa por suas quatro irmás indigentes. Parte 2 REFERÊNCIAS O ciclo da vida da família de Anzieu, D. (1986). Freud's self-analysis. Madison, Conn.: International Universities Press. Clark, R. W. (1980). Freud: The man and the cause. New York: Random House. classe média tradicional Eissier, K. R. (1978). Sigmund Freud: His life in pictures and words. New York: Helen & Kurt Wolff Books, Harcourt, Brace, Jovanovich. Freeman, L., & H. S. (1981). Freud and women. New York: Frederick Ungar Publishing Co. Freud Lowenstein, S. (1984). My three mothers. Radcliffe Quarterly Dec.: pp. Freud, E. (Ed.) (1960). The letters of Sigmund Freud New York: Basic Books. Freud, M. (1958). Glory reflected: Sigmund Freud-Man and father. New York: Vanguard. Gerson, R., & McGoldrick, M. (1986). Constructing and interpreting genograms: The example of Sig- mund Freud's family. In Innovations in clinical A source book (vol. 5). Glicklhorn, R. (1969). The Freiberg period of the Freud family. Journal of the History of Medicine 24:37-43. Jones, E. (1954, The life and work of Sigmund 3 volumes. New York: Basic Books. Krull, M. (1986). Freud and his father. New York: Norton. Mannoni, O. (1974). Freud. New York: Vintage. Masson, J. (Ed.) (1985). The complete letters of Sigmund Freud to Wilhelm Fleiss: 1887-1904. Cambrid- ge, Mass.: Beinap Press. McGoldrick, M., & Gerson, R. (1985). Genograms in family assessment. New York: Norton. McGoldrick, M., & Walsh, (1983). A systemic view of family history and loss. In M. Aronson (Ed.), Group and family therapy. New York: Nelken, M. (In press). 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