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Prévia do material em texto

<p>Patrimônio Cultural</p><p>e Histórico</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Esp. João Augusto Menoni Vieira</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª Me. Alessandra Fabiana Cavalcanti</p><p>Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>• Introdução;</p><p>• Sistema Nacional de Patrimônio Cultural;</p><p>• Política de Patrimônio Cultural Material do Iphan;</p><p>• Tombamento: Reconhecimento Histórico;</p><p>• Patrimônio Imaterial Brasileiro;</p><p>• O Registro do Patrimônio Imaterial Brasileiro;</p><p>• História de Sucesso.</p><p>• Proporcionar ao aluno conhecimento sobre os sistemas e as políticas públicas de proteção</p><p>do patrimônio cultural brasileiro;</p><p>• Apresentar a Política de Patrimônio Cultural Material do Iphan e o seu principal instrumen-</p><p>to de proteção: o tombamento;</p><p>• Reforçar o conceito de patrimônio imaterial, instituído pela Constituição Federal de 1988,</p><p>destacando os instrumentos de salvaguarda;</p><p>• Apresentar um caso concreto no qual o poder público contribui efetivamente para o registro</p><p>de um patrimônio imaterial brasileiro.</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZADO</p><p>Patrimônio Material e</p><p>Patrimônio Imaterial</p><p>Orientações de estudo</p><p>Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem</p><p>aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua</p><p>formação acadêmica e atuação profissional, siga</p><p>algumas recomendações básicas:</p><p>Assim:</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e</p><p>horário fixos como seu “momento do estudo”;</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma</p><p>alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;</p><p>No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos</p><p>e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-</p><p>bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua</p><p>interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-</p><p>são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o</p><p>contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de</p><p>aprendizagem.</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Determine um</p><p>horário fixo</p><p>para estudar.</p><p>Aproveite as</p><p>indicações</p><p>de Material</p><p>Complementar.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma</p><p>Não se esqueça</p><p>de se alimentar</p><p>e de se manter</p><p>hidratado.</p><p>Aproveite as</p><p>Conserve seu</p><p>material e local de</p><p>estudos sempre</p><p>organizados.</p><p>Procure manter</p><p>contato com seus</p><p>colegas e tutores</p><p>para trocar ideias!</p><p>Isso amplia a</p><p>aprendizagem.</p><p>Seja original!</p><p>Nunca plagie</p><p>trabalhos.</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>Introdução</p><p>Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são</p><p>os monumentos e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os</p><p>folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que pro-</p><p>duzimos com as mãos, as ideias e a fantasia (Cecília Londres). (BRASIL,</p><p>2012, p. 5)</p><p>Figura 1 – O Bumba Meu Boi do Maranhão é uma celebração múltipla que congrega diversos bens</p><p>culturais associados, divididos entre plano expressivo, composto pelas performances dramáticas,</p><p>musicais e coreográficas; e o plano material, composto pelos artesanatos, como os bordados do boi,</p><p>a confecção de instrumentos musicais artesanais, entre outros. O Complexo Cultural do Bumba</p><p>Meu Boi do Maranhão foi inscrito como patrimônio imaterial no Livro de Registro de Celebrações</p><p>do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, em 2011</p><p>Fonte: iphan.gov.br</p><p>A ampliação do conceito de patrimônio cultural, patrocinada pela Constituição</p><p>Federal de 1988, fez com que as políticas públicas do setor cultural, a partir das</p><p>últimas duas décadas do século XX, se adequassem às novas visões de preservação</p><p>do conjunto de bens culturais materiais e imateriais no país, especialmente em refe-</p><p>rência às identidades coletivas. Anteriormente, essa política, estava limitada a bens</p><p>de características excepcionais, monumentais e/ou representantes da elite. “Pela</p><p>primeira vez um texto constitucional contempla como patrimônio a dimensão ma-</p><p>terial e imaterial da cultura, bem como faz referência à identidade e à memória dos</p><p>diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”, salientam Silva e Simonian</p><p>(2018, p. 51).</p><p>No campo das políticas públicas, conforme os autores, houve uma intenção de</p><p>reduzir a interferência do Estado e de ampliar a participação popular com a adoção</p><p>de uma metodologia preservacionista que considera relevantes todos os bens cultu-</p><p>rais marcos de memória e de identidade para um determinado grupo social.</p><p>8</p><p>9</p><p>De acordo com a doutora em História e Patrimônio Cultural Paula Porta (2012),</p><p>foi a partir da década de 2000, que esses princípios modernos estabelecidos pela</p><p>Constituição de 1988 começaram a realmente trazer inovações positivas à polí-</p><p>tica de preservação do patrimônio brasileiro. Dentre os principais aspectos que</p><p>constituem o avanço da política de preservação do patrimônio cultural no país, a</p><p>autora destaca:</p><p>a) atualização do conceito de patrimônio, adequando-o à diversidade cul-</p><p>tural brasileira;</p><p>b) formulação de diretrizes para orientar a ação institucional, tendo como</p><p>foco o envolvimento da sociedade, a promoção do desenvolvimento local</p><p>e a potencialização das possibilidades de fruição do patrimônio cultural;</p><p>c) abertura para novas áreas de atuação, de forma a abranger os diferen-</p><p>tes legados da cultura brasileira;</p><p>d) formulação e a implantação de novos instrumentos de ação;</p><p>e) revisão das metodologias de trabalho;</p><p>f) fortalecimento do órgão nacional de preservação para dar suporte à</p><p>ampliação do campo de ação;</p><p>g) esforço para construir instrumentos de ação conjunta e de gestão</p><p>compartilhada do patrimônio entre União, estados e municípios;</p><p>h) progressivo e substancial aumento do investimento em preservação e</p><p>promoção de bens culturais. (PORTA, 2012, p. 7)</p><p>Sistema Nacional de Patrimônio Cultural</p><p>Assim, a partir dos anos 2000, o aumento dos investimentos e a preocupação</p><p>do poder público em fortalecer a gestão do patrimônio cultural e de inseri-lo na</p><p>pauta das políticas voltadas ao desenvolvimento do país vêm contribuindo para o</p><p>registro e a salvaguarda de bens materiais e imateriais e para a criação de uma</p><p>consciência preservacionista. Um exemplo é o Sistema Nacional do Patrimônio</p><p>Cultural (SNPC), conjunto de princípios, de objetivos, de diretrizes, de estratégias e</p><p>de metas que devem orientar o poder público na formulação de políticas culturais –,</p><p>uma das 53 metas do Plano Nacional de Cultura, instituído pela Lei nº 12.343, de</p><p>2 de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010).</p><p>O SNPC tem como objetivo implementar a gestão compartilhada do patrimônio</p><p>cultural brasileiro, visando à otimização de recursos humanos e financeiros para sua</p><p>efetiva proteção, atuando no desenvolvimento de uma política de preservação do</p><p>patrimônio que regulamente princípios e regras para as ações de conservação. Além</p><p>disso, cria um sistema de financiamento voltado ao fortalecimento das instituições do</p><p>setor por meio de ações integradas entre cidades, estados e Governo Federal.</p><p>9</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>Com vistas à construção do Sistema, o Iphan, entre 2010 e 2011, coordenou a</p><p>elaboração dos Planos de Ação para Cidades Históricas (que, posteriormente, deu</p><p>origem ao PAC Cidades Históricas), assim como estimulou a criação da Associação</p><p>Brasileira de Cidades Históricas (ABCH). A construção de referências conceituais,</p><p>legais e estratégicas para a implementação do Sistema segue em permanente rea-</p><p>valiação, assim como as revisões e as atualizações do PNC.</p><p>Para atender às cidades que possuem bens</p><p>tombados pelo Iphan, o governo federal instituiu,</p><p>em 2013, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, destinando</p><p>R$ 1,6 bilhão a 425 obras de restauração de edifícios e de espaços públicos em 44 cidades</p><p>de 20 estados brasileiros. Coube ao Iphan a concepção dessa linha do PAC, que está sen-</p><p>do executada com a cooperação de diversos co-executores, em especial os municípios, as</p><p>universidades e as outras instituições federais, com apoio técnico da Caixa Econômica Fe-</p><p>deral e de governos estaduais. Em cinco anos de existência do PAC Cidades Históricas, foram</p><p>contratados R$ 651 milhões, que beneficiaram 126 obras. Confira mais informações sobre o</p><p>PAC Cidades Históricas em: https://bit.ly/2J4nm5U.</p><p>Figura 2 – Praça Senador Figueira, em Sobral (CE), restaurada pelo PAC Cidades Históricas</p><p>Fonte: iphan.gov.br</p><p>Somente na década de 2000 são lançados os primeiros marcos de uma nova</p><p>política de patrimônio. Porta (2012), cita como exemplos:</p><p>1. Decreto nº 3.551 (2000), que institui o registro de bens culturais de na-</p><p>tureza imaterial, dando início às primeiras ações de inventário e registro,</p><p>em 2002.</p><p>2. Primeiros tombamentos de áreas remanescentes de quilombos, tam-</p><p>bém em 2002, em acordo com a proteção a esses testemunhos prevista</p><p>na Constituição.</p><p>10</p><p>11</p><p>3. Lançamento do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, em 2004,</p><p>que institucionaliza e disponibiliza recursos para a salvaguarda, o apoio e</p><p>o fomento ao patrimônio imaterial.</p><p>4. Início do programa Legados da Imigração, que resultou no tombamento de</p><p>diversos bens relacionados à imigração alemã, italiana, ucraniana e polo-</p><p>nesa em Santa Catarina, em 2007.</p><p>5. Tombamento da Casa de Chico Mendes (fi gura 3), entendida como teste-</p><p>munho singular de um processo social relevante para o país (2008).</p><p>6. Primeiro tombamento relativo à cultura indígena, protegendo como</p><p>patrimônio nacional os locais sagrados dos povos do Xingu (2010).</p><p>7. Primeiros tombamentos relativos ao patrimônio naval (2010), protegendo</p><p>quatro embarcações tradicionais e o acervo do Museu Nacional do Mar</p><p>(Rio de Janeiro).</p><p>Figura 3 – Casa do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes, em Xapuri (AC), foi tombada,</p><p>em 2008, como patrimônio material e passou a constar no Livro do Tombo Histórico</p><p>Foto: iphan.gov.br</p><p>A importância do patrimônio cultural para os municípios</p><p>Importante fator de atração turística, entre outras características econômicas, o</p><p>patrimônio cultural também está na pauta de discussões nos municípios detentores</p><p>de bens e de sítios naturais e culturais. Desde 2014, a Confederação Nacional dos</p><p>Municípios (CNM) realiza, anualmente, em parceria com outras entidades, o Encon-</p><p>tro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial. Em 2018, o</p><p>evento ocorreu em Manaus (AM). A cada edição, no final do encontro, é divulgada</p><p>uma carta contendo reivindicações dos representantes municipais. O documento, ela-</p><p>borado e aprovado por meio de votação é entregue a autoridades ligadas ao Turismo.</p><p>11</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>A Carta de Manaus aponta como prioridades temas como preservação, valo-</p><p>rização e promoção do patrimônio cultural e natural. Questões voltadas à susten-</p><p>tabilidade, à governança e à sustentabilidade das Cidades Históricas, Turísticas e</p><p>Patrimônio Mundial também constam no documento, assim como a maior intera-</p><p>ção entre os poderes Executivo e Legislativo. Para os dirigentes municipais, deve</p><p>haver priorização de políticas públicas com foco na preservação e na valorização do</p><p>patrimônio cultural e natural, incluindo questões sociais relativas às comunidades</p><p>locais e ao fortalecimento do uso do turismo como fator para a preservação e a</p><p>valorização desses patrimônios.</p><p>Outro tema recorrente nos encontros – também tratado em Manaus –, é a busca</p><p>de fontes de financiamento público-privado, a identificação de boas práticas de ne-</p><p>gócios e as alternativas de exploração do potencial econômico e turístico, de forma</p><p>a praticar a gestão sustentável.</p><p>Nesse sentido, a carta ressalta a importância da liberação em caráter de urgência de recursos do</p><p>PAC Cidades Históricas para municípios que já possuem projetos, especialmente os declarados</p><p>Patrimônio Mundial pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e</p><p>a Cultura. Confira, na íntegra, a Carta de Manaus (2018).</p><p>Disponível em: https://bit.ly/2EeHFuW.</p><p>Política de Patrimônio</p><p>Cultural Material do Iphan</p><p>Em agosto de 2018, foi instituída, por meio da Portaria nº 375, a Política de</p><p>Patrimônio Cultural Material (PPCM) do Iphan, normativa que passou a servir de</p><p>guia para ações e processos de identificação, de reconhecimento, de proteção, de</p><p>normatização, de autorização, de licenciamento, de fiscalização, de monitoramento,</p><p>de conservação, de interpretação, de promoção, de difusão e de educação patrimo-</p><p>nial relacionados à dimensão material do Patrimônio Cultural Brasileiro. A PPCM</p><p>consolida princípios, premissas, objetivos, procedimentos e conceitos para a pre-</p><p>servação do Patrimônio Cultural Brasileiro de natureza material, que se formaram</p><p>e se modificaram ao longo das décadas.</p><p>A consulta pública – aberta pelo Iphan – proporcionou a participação da so-</p><p>ciedade, de pessoas físicas e de instituições públicas e privadas, que contribuíram</p><p>com o texto final do documento, entre elas a Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), o</p><p>Centro Nacional de Pesquisa e de Conservação de Cavernas do Instituto Chico</p><p>Mendes de Biodiversidade (ICMBio), o Grupo de Estudos e de Pesquisas em Po-</p><p>lítica e Território (Geoppol/UFRJ), a Vale S.A. – Licenciamento Ambiental, a</p><p>Rede Paulista de Educação Patrimonial (Repep) e o Museu de Astronomia e de</p><p>Ciências Afins.</p><p>12</p><p>13</p><p>A Política de Patrimônio Cultural Material traz inovações importantes, ficando claro</p><p>o objetivo de promover a construção coletiva dos instrumentos de preservação, garan-</p><p>tindo assim a legitimidade das ações do Iphan junto às comunidades e também entre</p><p>os agentes públicos. Destaque para um instrumento de proteção inédito, a Declaração</p><p>de Lugares de Memória. Por meio desse reconhecimento, ainda que um bem cultural</p><p>tenha perdido sua integridade e autenticidade, em consequência da ação humana ou</p><p>do tempo, o Iphan poderá reconhecer a importância de seus valores simbólicos.</p><p>Povos e comunidades tradicionais também estão contempladas na PPCM, com</p><p>as especificidades culturais de povos e de comunidades tradicionais. Em relação os</p><p>povos indígenas, está contemplado o direito de autodefinição de suas próprias prio-</p><p>ridades em processos que envolvam a preservação de seu legado cultural.</p><p>Objetivos, princípios e premissas da PPCM</p><p>A Política de Patrimônio Cultural Material (PPCM) apresenta apenas cinco obje-</p><p>tivos gerais bastante pragmáticos (BRASIL, 2018b):</p><p>1. qualifi car e ampliar as ações e as atividades de preservação do patrimônio</p><p>cultural de natureza material;</p><p>2. estabelecer práticas para a construção coletiva dos instrumentos de pre-</p><p>servação, de forma a ampliar a legitimidade perante as comunidades locais</p><p>e os agentes públicos e facilitar a defi nição de estratégias de gestão com-</p><p>partilhada dos bens acautelados;</p><p>3. institucionalizar as práticas e os instrumentos da preservação desenvol-</p><p>vidos ou sugeridos pelo comitê do patrimônio mundial e pela comissão</p><p>cultural do Mercosul;</p><p>4. precisar os entendimentos institucionais sobre termos ou conceitos especí-</p><p>fi cos aplicáveis à preservação do patrimônio cultural de natureza material;</p><p>5. fortalecer a preservação do patrimônio cultural de natureza material de</p><p>povos e comunidades tradicionais portadores de referência à identidade, à</p><p>ação e à memória do país.</p><p>A PPCM apresenta ainda 18 princípios, que vão da humanização, apontando</p><p>para a melhoria na qualidade de vida do ser humano, até o princípio do controle</p><p>social, que estabelece que o cidadão é parte legítima para monitorar as ações de-</p><p>senvolvidas pelo Iphan.</p><p>Já em relação às premissas, que correspondem às verdades adotadas sempre</p><p>aplicáveis, independentemente</p><p>do tipo de ação, o texto propõe a busca da supe-</p><p>ração da divisão das dimensões materiais e imateriais do patrimônio cultural; a</p><p>compreensão do tempo presente na abordagem dos bens culturais; a leitura do</p><p>território e das dinâmicas sociais nele existentes; o estímulo ao fortalecimento dos</p><p>grupos sociais para preservação de seu patrimônio cultural e a articulação entre as</p><p>esferas de governo para compartilhamento de competências.</p><p>13</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>Figura 4 – A educação patrimonial – recursos educativos formais e não formais que têm como foco o</p><p>patrimônio cultural – é um dos dez processos constantes na Política de Patrimônio Cultural Material</p><p>Foto: iphan.gov.br</p><p>Com o objetivo de nivelar as informações e facilitar a compreensão do tema, o</p><p>texto da Política de Patrimônio Cultural Material define e considera dez processos</p><p>diretamente relacionados ao patrimônio material:</p><p>a) Educação patrimonial.</p><p>b) Identificação.</p><p>c) Reconhecimento.</p><p>d) Proteção.</p><p>e) Normatização.</p><p>f) Autorização.</p><p>g) Participação no licenciamento ambiental.</p><p>h) Fiscalização.</p><p>i) Conservação.</p><p>j) Interpretação, promoção e difusão.</p><p>Assim, a Política de Patrimônio Cultural Material estabelece que os processos</p><p>de identificação, de reconhecimento e de proteção serão considerados como mo-</p><p>mentos da patrimonialização de um bem cultural material; já os processos de nor-</p><p>matização, de autorização, de participação no licenciamento, de fiscalização e de</p><p>conservação serão considerados formas de vigilância do patrimônio material; e os</p><p>processos de interpretação, de promoção e de difusão serão considerados formas</p><p>de interação com o patrimônio cultural.</p><p>Para fins operacionais, a PPCM do Iphan, apresenta um glossário muito interessantes com</p><p>verbetes e expressões relacionados ao patrimônio cultural de natureza material brasileiro</p><p>como, por exemplo: Conservação Preventiva – (1) Entendimento aplicável ao patrimônio</p><p>cultural material. (2) Conjunto de estratégias e de medidas de ordem técnica, administrati-</p><p>va e política que, considerando o manejo do bem e as circunstâncias ambientais em que o</p><p>mesmo se encontram deve contribuir para retardar ou prevenir a deterioração deste. Vale a</p><p>pena conferir na publicação Política do Patrimônio Cultural Material do Iphan, páginas 51 a</p><p>58 (BRASIL, 2018b). Disponível em: https://bit.ly/2QgdJ3S.</p><p>14</p><p>15</p><p>Tombamento: Reconhecimento Histórico</p><p>O tombamento é um “conjunto de ações, realizadas pelo poder público e ali-</p><p>cerçado por legislação específica, que visa a preservar os bens de valor histórico,</p><p>cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a sua destruição e/ou desca-</p><p>racterização” (CREA-SP, 2008, p. 15). Em nível nacional, o Decreto-Lei nº 25/37</p><p>é o documento mais importante relacionado à preservação do patrimônio cultural,</p><p>utilizado ainda hoje como base na elaboração de legislações federais, estaduais</p><p>e municipais. O referido decreto instituiu o tombamento, processo administrativo</p><p>que garante legalmente a preservação dos bens culturais, como também pune, por</p><p>meio de sanções, aqueles que descumprirem a legislação.</p><p>O tombamento pode ser aplicado a bens materiais, a móveis e imóveis, de inte-</p><p>resse cultural ou ambiental (fotografias, livros, mobiliário, utensílios, obras de arte,</p><p>edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas etc.), de interesse para a</p><p>preservação da memória coletiva.</p><p>No quadro 1, observamos algumas questões relacionadas ao tombamento que,</p><p>muito frequentemente, causam dúvidas.</p><p>Quadro 1 – Questões relativas ao tombamento</p><p>Preservar é o mesmo</p><p>que tombar?</p><p>Não, a preservação pode existir sem o tombamento. O tombamento é uma imposição</p><p>legal; porém, sem ele não há garantia real de preservação. Esta é uma importante ação a</p><p>ser tomada para garantir a preservação definitiva do patrimônio, impedindo, por lei, a sua</p><p>descaracterização e/ou destruição e propiciando a sua plena utilização.</p><p>É necessário tombar?</p><p>Sim, para se garantir a preservação dos bens culturais, da memória coletiva e, consequentemente, da</p><p>identidade cultural dos grupos sociais. É uma medida legal conveniente e segura, particularmente</p><p>em relação a bens ameaçados pela descaracterização, destruição e pela especulação imobiliária.</p><p>Deve-se tombar apenas</p><p>bens das famílias</p><p>importantes ou</p><p>edificações oficiais?</p><p>Não. Os critérios de tombamento devem ser técnicos. Essa é uma forma errada de tratar o tombamento</p><p>de bens imóveis, pois reforça a história dos vultos. Deve-se ter o cuidado de preservar bens de todas</p><p>as camadas sociais definidoras da história local. É importante o tombamento de edifícios públicos</p><p>relevantes, assim como de qualquer edifício que possua características arquitetônicas e históricas de</p><p>fortes significados cultural e afetivo. Por exemplo: deve-se lutar para se preservar o casarão do antigo</p><p>coronel, mas também a vila operária, o palacete e a pequena casa de porta e janela, a sede da câmara</p><p>municipal, o velho armazém, a casa grande da fazenda, mas, em conjunto, outras edificações que</p><p>expressem a vida, o trabalho e os hábitos da comunidade que os criou.</p><p>Os bens a serem tombados</p><p>precisam ser antigos, com</p><p>mais de 100 anos?</p><p>Não. É uma noção ultrapassada e equivocada sobre preservação e tombamento. A importância</p><p>de um bem não tem ligação direta com sua idade. Atualmente, existem entidades de</p><p>preservação da arquitetura moderna. Bens recentes podem ser indicados para tombamento,</p><p>pois também estão sujeitos às descaracterizações ou demolições. Exemplo: Pampulha, Brasília,</p><p>Masp, Parque do Ibirapuera, jardins de Burle Marx, etc.</p><p>Quais os critérios para</p><p>se definir os bens a</p><p>serem tombados?</p><p>Deve-se fazer um inventário dos bens, observando-se sua integridade (estado de conservação/</p><p>possibilidade de restauração), raridade, exemplaridade (bens mais significativos, pois na</p><p>presença de diversos com as mesmas características, apenas alguns podem vir a ser elencados)</p><p>e a importância arquitetônica, cultural, histórica, turística, científica, artística, arqueológica e</p><p>paisagística, sendo que o bem pode possuir um desses aspectos ou agregar outros.</p><p>Quais tipos de bens são</p><p>tombados pelos órgãos</p><p>e pelos conselhos de</p><p>defesa do patrimônio:</p><p>internacional, federal,</p><p>estadual e municipal?</p><p>Obedecem a uma escala de importância:</p><p>• Bens de interesse da humanidade, de excepcional valor, inscritos na Lista do Patrimônio</p><p>Universal pela Unesco.</p><p>• Bens de interesse nacional, tombados pelo Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.</p><p>• Bens de interesse estadual, tombados pelos institutos e pelos conselhos de defesa do</p><p>patrimônio estaduais.</p><p>• Bens de interesse local, tombados por órgãos de defesa do patrimônio existentes nas cidades.</p><p>15</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>Um bem pode ser tombado</p><p>por mais de um nível?</p><p>Sim. Dependendo de sua importância, pode ser inscrito na Lista do Patrimônio Universal e ser</p><p>tombado pelas outras três instâncias nacionais.</p><p>Quem pode solicitar</p><p>o tombamento?</p><p>A solicitação do pedido de tombamento pode vir do proprietário, da sociedade, do conselho</p><p>de defesa do patrimônio, de entidades, de toda e qualquer pessoa de direito público ou</p><p>dos órgãos municipais/estaduais/federais. O pedido deve ser devidamente descrito</p><p>mediante justificativas.</p><p>Fonte: Crea-SP, 2008, p. 16-20</p><p>O Iphan, mantém quatro Livros do Tombo onde são inscritos bens culturais ma-</p><p>teriais passíveis de proteção. Vamos conferir, no quadro 2, a descrição desses livros.</p><p>Quadro 2 – Livros do Tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan</p><p>Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico</p><p>São inscritos os bens culturais em função do seu valor arqueológico, relacionado a vestígios da ocupação humana</p><p>pré-histórica ou histórica; de valor etnográfico ou de referência para determinados grupos sociais; e de valor paisagístico,</p><p>englobando tanto áreas naturais, quanto lugares criados pelo homem aos quais é atribuído valor à sua configuração</p><p>paisagística, a exemplo</p><p>de jardins, mas também cidades ou conjuntos arquitetônicos que se destaquem por sua relação com</p><p>o território onde estão implantados.</p><p>Livro do Tombo Histórico</p><p>Neste livro são inscritos os bens culturais em função do seu valor histórico. É formado pelo conjunto dos bens móveis e</p><p>imóveis existentes no Brasil e cuja conservação seja de interesse público por sua vinculação a fatos memoráveis da história do</p><p>Brasil. Esse Livro, para melhor condução das ações do Iphan, reúne, especificamente, os bens culturais em função do seu valor</p><p>histórico que se dividem em bens imóveis (edificações, fazendas, marcos, chafarizes, pontes, centros históricos, por exemplo)</p><p>e móveis (imagens, mobiliário, quadros e xilogravuras, entre outras peças).</p><p>Livro do Tombo das Belas Artes</p><p>Reúne as inscrições dos bens culturais em função do valor artístico. O termo belas-artes é aplicado às artes de caráter não</p><p>utilitário, opostas às artes aplicadas e às artes decorativas. Para a História da Arte, imitam a beleza natural e são consideradas</p><p>diferentes daquelas que combinam beleza e utilidade. O surgimento das academias de arte, na Europa, a partir do século XVI,</p><p>foi decisivo na alteração do status do artista, personificado por Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Nesse período, o termo</p><p>belas-artes entrou na ordem do dia como sinônimo de arte acadêmica, separando arte e artesanato, artistas e mestres</p><p>de ofícios.</p><p>Livro do Tombo das Artes Aplicadas</p><p>Onde são inscritos os bens culturais em função do valor artístico, associado à função utilitária. Essa denominação</p><p>(em oposição às belas artes) se refere à produção artística que se orienta para a criação de objetos, peças e construções</p><p>utilitárias: alguns setores da arquitetura, das artes decorativas, design, artes gráficas e mobiliário, por exemplo. Desde o</p><p>século XVI, as artes aplicadas estão presentes em bens de diferentes estilos arquitetônicos. No Brasil, as artes aplicadas se</p><p>manifestam fortemente no Movimento Modernista de 1922, com pinturas, tapeçarias e objetos de vários artistas.</p><p>Fonte: Brasil, 2018c</p><p>Em 2018, o Iphan contabilizava 1.262 bens tombados (patrimônio de natureza</p><p>material), sendo 46% no Sudeste, 33% no Nordeste, 12% no Sul, 5% no Centro-</p><p>-Oeste e 4% no Norte. O Rio de Janeiro é a unidade da Federação com o maior</p><p>número desses bens: 243, seguido por Minas Gerais, com 208; São Paulo, com</p><p>115 e, pela Bahia, com 93.</p><p>Patrimônio Imaterial Brasileiro</p><p>O que o modo de fazer cuias do Baixo Amazonas, o ofício das baianas de acara-</p><p>jé, dos mestres de capoeira; e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré ou o Complexo</p><p>Cultural do Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins têm em comum? São bens</p><p>16</p><p>17</p><p>registrados1 como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Os bens culturais de na-</p><p>tureza imaterial dizem respeito às práticas e aos domínios da vida social que se</p><p>manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão</p><p>cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e san-</p><p>tuários que abrigam práticas culturais coletivas). A Constituição Federal de 1988,</p><p>em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer</p><p>a existência de bens culturais de natureza material e imaterial.</p><p>Figura 5 – O modo de fazer o acarajé recebeu o título de patrimônio imaterial,</p><p>em 2005, por ser uma prática cultural de longa continuidade, reiterada</p><p>no cotidiano dos ritos do candomblé na Bahia</p><p>Fonte: iphan.gov.br</p><p>A Unesco define, assim, patrimônio imaterial:</p><p>Práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com</p><p>os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são as-</p><p>sociados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indi-</p><p>víduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.</p><p>(BRASIL, 2018d)</p><p>Para atender às determinações legais e criar instrumentos adequados ao reco-</p><p>nhecimento e à preservação desses bens imateriais, o Iphan coordenou os estudos</p><p>que resultaram na edição do Decreto nº. 3.551, de 4 de agosto de 2000, que</p><p>instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa</p><p>Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), além de consolidar o Inventário Nacional</p><p>de Referências Culturais (INCR). Além disso, em 2010, foi instituído o Inventário</p><p>Nacional da Diversidade Linguística (INDL), utilizado para reconhecimento e va-</p><p>lorização das línguas portadoras de referência à identidade, ação e memória dos</p><p>diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.</p><p>1 Uma questão importante: bens culturais materiais são tombados e bens culturais imateriais são registrados.</p><p>17</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>O patrimônio imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pe-</p><p>las comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e</p><p>de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para</p><p>promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. Confira na publicação</p><p>do Iphan Patrimônio cultural imaterial – para saber mais, com diretrizes e instrumentos</p><p>que norteiam e tornam possíveis as atividades de identificação, registro e salvaguarda do</p><p>patrimônio imaterial. Acesse em: https://bit.ly/2K6TK8N.</p><p>Programa Nacional do Patrimônio Imaterial – PNPI</p><p>Entre as atribuições do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) está</p><p>a elaboração de indicadores para acompanhamento e avaliação de ações de valori-</p><p>zação e salvaguarda do patrimônio cultural imaterial brasileiro. E, entre os objetivos</p><p>estão a captação de recursos e a promoção da formação de uma rede de parceiros</p><p>para preservação, valorização e ampliação dos bens que compõem o Patrimônio</p><p>Cultural Brasileiro, além do incentivo e apoio às iniciativas e práticas de preserva-</p><p>ção desenvolvidas pela sociedade. É um programa de apoio e de fomento que busca</p><p>estabelecer parcerias com instituições dos governos federal, estaduais e municipais,</p><p>universidades, organizações não-governamentais, agências de desenvolvimento e</p><p>organizações privadas ligadas à cultura e à pesquisa (BRASIL, 2018d).</p><p>Nas diretrizes da política de apoio e de fomento do PNPI estão previstas a pro-</p><p>moção da inclusão social e a melhoria das condições de vida de produtores e deten-</p><p>tores do patrimônio cultural imaterial, e medidas que ampliem a participação dos</p><p>grupos que produzem, transmitem e atualizam manifestações culturais de natureza</p><p>imaterial nos projetos de preservação e valorização desse patrimônio.</p><p>Figura 6 – Artesanato produzido por herdeiros de</p><p>Mestre Vitalino. Feira de Caruaru, Caruaru/PE</p><p>Fonte: iphan.gov.br</p><p>18</p><p>19</p><p>Inventário Nacional de Referências Culturais – INRC</p><p>Para falarmos sobre o INRC será preciso, antes, vermos, afinal, o que é um in-</p><p>ventário. Fazer um inventário é realizar um levantamento, uma listagem descritiva</p><p>dos bens de uma pessoa. Quando se fala em inventariar bens culturais de um lugar</p><p>ou de um grupo social, estamos falando sobre identificar bens culturais que reme-</p><p>tem às referências culturais desse lugar ou grupo.</p><p>Para que se possa preservar um bem cultural, é importante saber não</p><p>apenas que ele existe, mas também se a manifestação cultural é praticada</p><p>pela população local, se as pessoas têm dificuldade ou não em realizá-la,</p><p>que tipos de problema a afetam, como essa tradição vem sendo transmitida</p><p>de uma geração para outra, que transformações têm ocorrido, quem são</p><p>as pessoas que hoje atuam diretamente na manutenção dessa tradição,</p><p>entre vários outros aspectos relativos à existência daquele bem cultural. [...]</p><p>Ou seja, o primeiro passo para se preservar alguma coisa é conhecê-la.</p><p>O Inventário Nacional de Referências Culturais é um instrumento para co-</p><p>nhecer e documentar bens culturais, como também para conhecer o valor</p><p>atribuído pelos grupos sociais a esses bens. (BRASIL, 2012, p. 20)</p><p>Assim, ter uma manifestação cultural documentada (por meio de descrições tex-</p><p>tuais, fotos, vídeos, desenhos, entre outros) pode servir a diversos fins como, por</p><p>exemplo,</p><p>ser fonte de pesquisa, atuar como referências do passado para que possa-</p><p>mos entender quem somos hoje, como memória de uma manifestação cultural que</p><p>não mais ocorre, mas que permanece viva na memória das pessoas e que pode vir</p><p>a ser reorganizada.</p><p>Ao inventariarmos um bem cultural, descrevemos e documentamos uma mani-</p><p>festação cultural por meio da realização de entrevistas, da produção de textos, de</p><p>fotografias, de desenhos, de gravações sonoras, de filmagens, entre outros recursos</p><p>de documentação. Trata-se também de levantar todas as fontes de informação pos-</p><p>síveis já produzidas sobre aquele bem, produzindo-se assim um conhecimento atual</p><p>de como é aquele bem cultural e também uma memória das coisas que foram vistas</p><p>e estudadas durante a realização do inventário.</p><p>Inventário Nacional da Diversidade Linguística – INDL</p><p>No Brasil, atualmente, são faladas cerca de 210 línguas. Os grupos indígenas</p><p>falam cerca de 180 línguas e as comunidades de descendentes de imigrantes, cerca</p><p>de 30 línguas. Além disso, usam-se, pelo menos, duas línguas de sinais de comu-</p><p>nidades surdas, línguas crioulas e práticas linguísticas diferenciadas nas comunida-</p><p>des remanescentes de quilombos, muitas já reconhecidas pelo Estado brasileiro, e</p><p>também em outras comunidades afro-brasileiras. Há uma ampla riqueza de usos,</p><p>práticas e variedades no âmbito da própria língua portuguesa falada no Brasil</p><p>(BRASIL, 2012).</p><p>19</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>Assim, o Inventário Nacional da Diversidade Linguística – INDL, é um instru-</p><p>mento de identificação, de documentação, de reconhecimento e de valorização das</p><p>línguas portadoras de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes</p><p>grupos formadores da sociedade brasileira. Seu objetivo é mapear, caracterizar,</p><p>diagnosticar e dar visibilidade às diferentes situações relacionadas à pluralidade lin-</p><p>guística brasileira, de modo a permitir que as línguas sejam objeto de políticas pa-</p><p>trimoniais que colaborem para sua continuidade e valorização.</p><p>Benhamou (2016, p. 21) salienta o alerta da Unesco sobre a diversidade lin-</p><p>guística no mundo: “a metade das 6 a 7 mil línguas faladas no início dos anos</p><p>2000 poderá desaparecer antes do fim do século se nada for feito para salvá-las</p><p>ou preservar sua memória”. Conforme a autora, a língua é o elemento central do</p><p>patrimônio imaterial.</p><p>O Registro do Patrimônio Imaterial Brasileiro</p><p>Outro instrumento para a preservação do patrimônio cultural é o Registro de</p><p>Bens Culturais de Natureza Imaterial. Por meio dele é reconhecido que um bem faz</p><p>parte do patrimônio cultural brasileiro. O registro se efetiva a partir da inscrição do</p><p>bem em um ou mais de um dos seguintes livros do Instituto do Patrimônio Histórico</p><p>e Artístico Nacional – Iphan:</p><p>Quadro 3 – Livros de registros do patrimônio cultural imaterial brasileiro – Iphan</p><p>Livro de Registro dos Saberes</p><p>Criado para receber os registros de bens imateriais que reúnem conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das</p><p>comunidades. Os Saberes são conhecimentos tradicionais associados a atividades desenvolvidas por atores sociais reconhecidos</p><p>como grandes conhecedores de técnicas, de ofícios e de matérias-primas que identifiquem um grupo social ou uma localidade.</p><p>Geralmente estão associados à produção de objetos e/ou prestação de serviços que podem ter sentidos práticos ou rituais.</p><p>Trata-se da apreensão dos saberes e dos modos de fazer relacionados à cultura, à memória e à identidade de grupos sociais.</p><p>Livro de Registro das Celebrações</p><p>Reúne os rituais e as festas que marcam vivência coletiva, religiosidade, entretenimento e outras práticas da vida social.</p><p>Celebrações são ritos e festividades que marcam a vivência coletiva de um grupo social, sendo considerados importantes</p><p>para a sua cultura, memória e identidade, e acontecem em lugares ou em territórios específicos e podem estar relacionadas</p><p>à religião, à civilidade, aos ciclos do calendário, etc. São ocasiões diferenciadas de sociabilidade, que envolvem práticas</p><p>complexas e regras próprias para a distribuição de papéis, preparação e consumo de comidas e bebidas, produção de</p><p>vestuário e indumentárias, entre outras.</p><p>Livro de Registro das Formas de Expressão</p><p>Criado para registrar as manifestações artísticas em geral. Formas de Expressão são formas de comunicação associadas a</p><p>determinado grupo social ou região, desenvolvidas por atores sociais reconhecidos pela comunidade e em relação às quais o</p><p>costume define normas, expectativas e padrões de qualidade. Trata-se da apreensão das performances culturais de grupos</p><p>sociais, como manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas, que são por eles consideradas importantes para a</p><p>sua cultura, memória e identidade.</p><p>Livro de Registro dos Lugares</p><p>Nele são inscritos os mercados, as feiras, os santuários e as praças onde se concentram e/ou se reproduzem práticas culturais</p><p>coletivas. Os lugares são aqueles que possuem sentido cultural diferenciado para a população local, onde são realizadas práticas e</p><p>atividades de naturezas variadas, tanto cotidianas quanto excepcionais, tanto vernáculas quanto oficiais. Podem ser conceituados</p><p>como lugares focais da vida social de uma localidade, cujos atributos são reconhecidos e tematizados em representações simbólicas</p><p>e narrativas, participando da construção dos sentidos de pertencimento, memória e identidade dos grupos sociais.</p><p>Fonte: Brasil, 2018e</p><p>20</p><p>21</p><p>Os bens inscritos em um ou mais de um desses livros recebem o título de Patri-</p><p>mônio Cultural do Brasil. Esse reconhecimento de bens e de expressões represen-</p><p>tativos da diversidade cultural brasileira, significa mais do que a mera atribuição de</p><p>um título:</p><p>Tem como efeito a obrigação, por parte do poder público, de documentar</p><p>e dar ampla divulgação a esse bem, de modo que toda a sociedade possa</p><p>ter acesso a informações sobre sua origem, sua trajetória e as transforma-</p><p>ções por que passou ao longo do tempo; seus modos de produção; seus</p><p>produtores; o modo como é consumido e como circula entre os diferentes</p><p>grupos da sociedade, entre outros aspectos relevantes. Ou seja, consiste</p><p>na identificação dos significados atribuídos ao bem e na produção de</p><p>vídeos ou material sonoro sobre suas características e contexto cultural</p><p>(BRASIL, 2012, p. 23).</p><p>História de Sucesso</p><p>O Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, no Espírito Santo, foi o primeiro bem cul-</p><p>tural do país registrado, pelo Iphan, como patrimônio imaterial no Livro de Registro</p><p>dos Saberes, em 2002. O saber envolvido na fabricação artesanal de panelas de bar-</p><p>ro, processo de produção no bairro de Goiabeiras Velha, na capital Vitória, emprega</p><p>técnicas tradicionais e matérias-primas provenientes do meio natural. A atividade,</p><p>eminentemente feminina, é tradicionalmente repassada pelas artesãs paneleiras, às</p><p>suas filhas, netas, sobrinhas e vizinhas, no convívio doméstico e comunitário.</p><p>Figura 7 – Raiz da cultura popular do estado, a legítima panela de barro capixaba</p><p>é identifi cada por um selo de qualidade da Associação das Paneleiras de Goiabeiras</p><p>Fonte: Iphan/Márcio Vianna</p><p>Em 1815, as panelas de barro de Goiabeiras já figuravam na lista de atrativos</p><p>turísticos do Espírito Santo. O botânico naturalista francês Saint-Hilaire as descre-</p><p>veu, segundo o Dossiê das Paneleiras de Goiabeiras do Iphan, como: “caldeira de</p><p>21</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>terracota, de orla muito baixa e fundo muito raso”, “… num lugar chamado Goia-</p><p>beiras, próximo da capital do Espírito Santo” (BRASIL, 2006, p. 15). Atualmente,</p><p>confeccionam, em barro, panelas, potes, travessas, bules, caldeirões, frigideiras</p><p>etc., de diversas formas e tamanhos.</p><p>Apesar da urbanização e do adensamento populacional que envolveu o bairro de</p><p>Goiabeiras, fazer panelas de barro continua sendo um ofício familiar, doméstico e</p><p>profundamente enraizado no cotidiano e no modo de ser da comunidade de Goia-</p><p>beiras Velha. É o meio de vida de mais de 120 famílias, muitas das quais aparenta-</p><p>das entre si. Envolve</p><p>um número crescente de executantes, atraídos pela demanda</p><p>do produto, promovido pela indústria turística como elemento essencial do “prato</p><p>típico capixaba” (BRASIL, 2018f).</p><p>A produção está associada à genuína culinária do Espírito Santo, principalmente</p><p>no preparo da moqueca e da torta capixaba. Raiz da cultura popular do estado, a</p><p>legítima panela de barro capixaba é identificada por um selo de qualidade da Asso-</p><p>ciação das Paneleiras de Goiabeiras. No grande galpão da associação, são produ-</p><p>zidas, em média, cerca de três mil panelas por mês. Apesar de ser uma atividade</p><p>tradicionalmente feminina, alguns homens já trabalham no ofício.</p><p>Figura 8 – As panelas de barro são o recipiente característico para as moquecas</p><p>capixabas (de peixes e mariscos), além da Torta da Semana Santa</p><p>Fonte: Iphan/Márcio Vianna</p><p>As panelas continuam sendo modeladas manualmente, com argila sempre da</p><p>mesma procedência e com o auxílio de ferramentas rudimentares. Depois de se-</p><p>cas ao sol, são polidas, queimadas a céu aberto e impermeabilizadas com tintura</p><p>de tanino, quando ainda quentes (figuras 9 e 10). Sua simetria, a qualidade de seu</p><p>acabamento e sua eficiência como artefato devem-se às peculiaridades do barro</p><p>utilizado e ao conhecimento técnico e habilidade das paneleiras, praticantes desse</p><p>saber há várias gerações. A técnica cerâmica utilizada é reconhecida por estudos</p><p>arqueológicos como legado cultural indígena. O saber foi apropriado por colonos</p><p>e descendentes de escravos africanos que vieram a ocupar a margem do man-</p><p>guezal, território historicamente identificado como um local onde se produziam</p><p>panelas de barro.</p><p>22</p><p>23</p><p>Figuras 9 e 10 – Depois de secas ao sol, as panelas são polidas, queimadas</p><p>à céu aberto e impermeabilizadas com tintura de tanino</p><p>Fonte: Iphan/Márcio Vianna</p><p>Cuidar do nosso patrimônio imaterial é tarefa que cabe não apenas a ór-</p><p>gãos governamentais. No nosso cotidiano também podemos promover a</p><p>preservação desse patrimônio: ensinar aos nossos filhos o valor dos bens</p><p>culturais; procurar conhecer e valorizar nossos mestres e artistas locais;</p><p>envolver-se, direta ou indiretamente, na luta pela preservação dos patri-</p><p>mônios ameaçados de desaparecimento; acompanhar as ações dos ór-</p><p>gãos governamentais em prol da preservação das manifestações culturais</p><p>locais; entrar em contato com os agentes governamentais, propor, suge-</p><p>rir; conhecer as associações civis que existem no lugar onde moramos</p><p>e procurar saber se estas associações se preocupam com o patrimônio.</p><p>Ir além: formar uma associação, reunir um grupo de amigos, falar, dis-</p><p>cutir, se informar, ajudar a divulgar informações. (BRASIL, 2012, p. 33)</p><p>23</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Livros</p><p>E-book Património Cultural: conceitos e critérios fundamentais</p><p>Esta obra, em formato digital, é uma coedição da IST Press e do Icomos Portugal, e</p><p>pretende reunir um conjunto de definições essenciais para qualquer abordagem teórica</p><p>ou prática ao património cultural, dando particular atenção às questões relacionadas</p><p>com o patrimônio arquitetônico. Adicionalmente, introduziram-se hiperlinks, com</p><p>o intuito de facilitar a navegação entre conceitos relacionados; na lista final de</p><p>referências bibliográficas, este sistema possibilita também o acesso direto, online, à</p><p>maioria das fontes consultadas. O Icomos – Conselho Internacional dos Monumentos</p><p>e Sítios –, é uma organização não-governamental mundial associada à Unesco. É a</p><p>única organização deste gênero, que se dedica a promover a teoria, a metodologia e</p><p>a tecnologia aplicada à conservação, à proteção e à valorização dos monumentos, dos</p><p>conjuntos e dos sítios.</p><p>https://bit.ly/2PD5pMJ</p><p>Vídeos</p><p>Saberes do Barro – Ofício das Paneleiras De Goiabeiras</p><p>Primeiro bem cultural imaterial registrado no Brasil pelo Iphan. Inscrito no Livro de</p><p>Registro dos Saberes em 2002. O ofício das paneleiras, em Vitória (ES), constitui</p><p>um saber repassado de mãe para filha por sucessivas gerações, no âmbito familiar e</p><p>comunitário, em uma tradição de mais de 400 anos. A técnica cerâmica utilizada é</p><p>de origem indígena, caracterizada por modelagem manual, queima a céu aberto e a</p><p>aplicação de tintura de tanino.</p><p>https://bit.ly/2WgOjHa</p><p>Leitura</p><p>Dicionário Iphan de Patrimônio Cultural</p><p>A obra, de caráter coletivo e referência dinâmica e crítica, busca contribuir no campo da</p><p>preservação do patrimônio cultural, a partir da experiência institucional, com a definição</p><p>básica das práticas, dos discursos e dos conceitos fundamentais que caracterizam a</p><p>história desse campo no Brasil. A obra foi concebida em duas partes: uma enciclopédica,</p><p>composta pelos artigos; e outra, dicionarizada, composta pelos verbetes.</p><p>https://bit.ly/2La7scF</p><p>Perguntas Frequentes Sobre Tombamento</p><p>A Prefeitura de São Paulo, em sua página na internet, no espaço Serviços para o</p><p>Cidadão, coloca à disposição 19 perguntas e respostas sobre o tema tombamento.</p><p>Vale a pena conferir.</p><p>https://bit.ly/2ZB9w0u</p><p>24</p><p>25</p><p>Referências</p><p>BENHAMOU, F. Economia do patrimônio cultural. São Paulo: Edições Sesc São</p><p>Paulo, 2016.</p><p>BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Instrução</p><p>técnica do processo de Registro do Ofício das Paneleiras de Goiabeiras. Brasília:</p><p>Iphan, 2006. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/</p><p>9_1%20Iphan%20lan%C3%A7a%20livro%20sobre%20Of%C3%ADcio%20</p><p>das%20Paneleiras%20de%20Goiabeiras%20em%20Vit%C3%B3ria%20(ES).pdf>.</p><p>Acesso em: 11 dez. 2018.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Dossiê I</p><p>phan 3 – Ofício das Paneleiras de Goiabeiras. Brasília: Iphan, 2006. Disponível</p><p>em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossie_oficio_paneleiras_</p><p>goiabeiras.pdf>. Acesso em: 04 jan. 2018.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Patrimô-</p><p>nio cultural imaterial – para saber mais. Brasília, 2012. Disponível em: <http://</p><p>portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/cartilha_1__parasabermais_web.pdf>.</p><p>Acesso em: 03 jan. 2019.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Desafios</p><p>da preservação do Patrimônio Cultural nas cidades históricas. Brasília: Iphan,</p><p>2018a. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Fol-</p><p>der_pac_2018.pdf>. Acesso em 11 dez. 2018.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Política</p><p>do Patrimônio Cultural Material. Brasília: Iphan, 2018b. Disponível em: <http://</p><p>portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/publicacao_politica_do_patrimonio.</p><p>pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Livros do</p><p>Tombo. Brasília, 2018c. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/deta-</p><p>lhes/608>. Acesso em: 02 jan. 2019.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Patrimô-</p><p>nio imaterial. Brasília, 2018d. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/</p><p>detalhes/234>. Acesso em: 03 jan. 2019.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Livros</p><p>de Registro. Brasília, 2018e. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/</p><p>detalhes/122>. Acesso em: 03 jan. 2018.</p><p>________. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan. Ofício das</p><p>Paneleiras de Goiabeiras. Brasília, 2018f. Disponível em: <http://portal.iphan.</p><p>gov.br/pagina/detalhes/51/>. Acesso em 04 jan. 2018.</p><p>________. Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010. Institui o Plano Nacional de</p><p>Cultura – PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais –</p><p>25</p><p>UNIDADE Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial</p><p>SNIIC e dá outras providências. Disponível em: <http://www2.cultura.gov.br/site/wp-</p><p>content/uploads/2011/05/Lei12.343-PNC-Publica.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2018.</p><p>CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS. Carta de Manaus. 5º Encontro</p><p>Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial, Manaus/AM,</p><p>22 a 24 nov. 2018. 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