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<p>FORMAÇÃO CIDADÃ</p><p>CONTEMPORÂNEA</p><p>AULA 1</p><p>Prof. Mauro Seigi Hashimoto</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Seja bem-vindo(a)! Os conteúdos aprofundados neste estudo trazem uma</p><p>série de informações importantes, pois os desafios para alcançarmos uma</p><p>formação completa com conhecimentos gerais e técnicos são inúmeros.</p><p>Nesta etapa, veremos o que são competências e os principais conceitos.</p><p>Vamos entender o que é CHAVE e sua importância para o desenvolvimento</p><p>profissional. Também veremos o que são hard skills e soft skills. E, por fim,</p><p>veremos que emoções e valores são essenciais para o desenvolvimento de</p><p>competências e para a formação humana e profissional do estudante.</p><p>Então, confira o material, acesse as videoaulas e não deixe de</p><p>acompanhar as indicações para aprofundar seu conhecimento.</p><p>Bons estudos!</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>Você deve estar se perguntando: por que iremos estudar o tema</p><p>competências?</p><p>Primeiramente você deve saber que a educação superior deve ter em seu</p><p>escopo a formação cidadã, desenvolvendo o compromisso ético, político e social</p><p>de seus estudantes. Espera-se que o indivíduo/estudante se desenvolva à</p><p>medida que estuda e aprende. Nesse processo, ele deve conscientizar-se</p><p>enquanto percorre o trajeto de sua formação acadêmica e profissional.</p><p>A maioria dos cursos de graduação no Brasil incluíram em seus currículos</p><p>o desenvolvimento de competências, ou seja, além de transmitir conhecimento,</p><p>saberes e práticas próprias da área profissional, a formação acadêmica também</p><p>tem como meta o desenvolvimento de competências dos estudantes.</p><p>Nesse cenário, o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos</p><p>Estudantes) confirma essa tendência ao avaliar os estudantes em diversos</p><p>aspectos de sua formação acadêmica, privilegiando o desenvolvimento de</p><p>competências. É importante saber que o Enade avalia o nível de formação do</p><p>estudante de acordo com o perfil profissional desejado para o curso e a trajetória</p><p>acadêmica que ele deve percorrer. A avaliação não se limita ao domínio de</p><p>conteúdos, conhecimentos e habilidades, mas também considera o</p><p>desenvolvimento de competências essencial para a atuação profissional e a</p><p>compreensão crítica e contextualizada de diversos temas.</p><p>3</p><p>Com isso é importante que você como estudante tenha uma formação</p><p>completa, para enfrentar com segurança todos os desafios do universo</p><p>acadêmico e profissional.</p><p>TEMA 1 – CONCEITO DE COMPETÊNCIAS</p><p>Iniciando nossos estudos, vamos entender o que é competência, ver</p><p>alguns conceitos e como esse termo é utilizado na prática. Então, vamos</p><p>começar?</p><p>O termo competência surgiu na Idade Média, aproximadamente no final</p><p>do século XV, na linguagem jurídica. Foi utilizado para expressar a legitimidade</p><p>e a autoridade que as instituições detinham para tratar certos assuntos. Era o</p><p>poder conferido ao tribunal para julgar determinados problemas.</p><p>No século XX, o termo passou a ser utilizado em outros contextos, como</p><p>a educação e a gestão de recursos humanos. Na educação, a competência</p><p>passou a ser entendida como a capacidade de um indivíduo de realizar uma</p><p>tarefa ou atividade de forma eficaz. Já na gestão de recursos humanos, a</p><p>competência passou a ser concebida como o conjunto de conhecimentos,</p><p>habilidades e atitudes que um indivíduo precisa ter para desempenhar uma</p><p>determinada atividade profissional.</p><p>Atualmente, o termo competência é utilizado em diversos contextos, além</p><p>da educação e da gestão de recursos humanos, como a psicologia, a filosofia, a</p><p>sociologia, a administração etc. É um termo que se tornou essencial para a</p><p>compreensão do desempenho humano em diferentes esferas da vida.</p><p>Especificamente no âmbito empresarial, o termo competência começou a</p><p>ser utilizado na década de 1970 para designar a capacidade de uma pessoa de</p><p>realizar uma tarefa de trabalho de forma eficiente. Desde então, esse termo</p><p>tornou-se cada vez mais popular e, atualmente, praticamente toda proposta de</p><p>desenvolvimento ou formação profissional está baseada em competências.</p><p>Desse modo, é muito comum no mundo empresarial a chamada gestão por</p><p>competências (Zabala; Arnau, 2014).</p><p>Por muito tempo a formação profissional nas universidades era focada na</p><p>aprendizagem de determinados conhecimentos específicos e, de certa forma,</p><p>acabava ignorando as habilidades para o desenvolvimento da profissão.</p><p>Esperava-se que as habilidades práticas fossem desenvolvidas no próprio</p><p>ambiente de trabalho. Ficava a cargo dos estágios supervisionados. Para você</p><p>4</p><p>entender, o ensino tradicional é organizado em blocos de conhecimentos e uma</p><p>forma de visualizar isso é como as provas de diversos concursos são</p><p>organizadas, geralmente em torno de conhecimentos específicos de cada</p><p>profissão. Isso faz com que os conteúdos das disciplinas sejam muito conceituais</p><p>e geralmente distantes da prática profissional.</p><p>As práticas de ensino e aprendizagem estão sempre se atualizando e,</p><p>segundo Zabala e Arnau (2014), a introdução das competências no ensino</p><p>superior é motivada principalmente por três fatores.</p><p>1. As mudanças na própria universidade. Nesse processo de mudanças</p><p>existem diversos pontos de vista sobre a extensão e as características</p><p>das diferentes áreas universitárias, mas o fato é que os conteúdos dos</p><p>diversos cursos universitários estão sendo configurados em torno das</p><p>competências e essa tendência é inevitável.</p><p>2. A pressão social para que as aprendizagens sejam funcionais. Isso</p><p>força a introdução das competências. É cada vez mais evidente que</p><p>muitos indivíduos formados não sabem utilizar, em problemas reais, os</p><p>conhecimentos que adquiriram na graduação, sejam esses problemas do</p><p>dia a dia, sejam profissionais.</p><p>3. A função social do ensino. O ensino tem a função de preparar os</p><p>cidadãos para o exercício da cidadania e para o mundo do trabalho. As</p><p>competências são essenciais para o desempenho dessas funções.</p><p>O objetivo é formar cidadãos capazes de enfrentar os desafios da vida,</p><p>proporcionando-lhes uma educação integral, orientando-os e facilitando o</p><p>desenvolvimento de todos os estudantes, em todas as etapas da vida. Por isso,</p><p>a tendência atual é que a universidade forme os indivíduos em todas as</p><p>competências imprescindíveis para o desenvolvimento pessoal, interpessoal,</p><p>social e profissional.</p><p>Ok, entendemos que o ensino com base nas competências é importante,</p><p>mas qual é o conceito de competência? Então, agora vamos entender o que é</p><p>competência!</p><p>A necessidade de conceituar o termo competência levou ao surgimento</p><p>de diversas definições. Para uma melhor compreensão vamos ver alguns</p><p>entendimentos sobre o que é competência.</p><p>Segundo McClelland (1973), competência pode ser entendida como uma</p><p>característica subjacente a uma pessoa que a capacita a desempenhar uma</p><p>5</p><p>tarefa ou atividade com base em sua inteligência, experiência, treinamento ou</p><p>outros fatores situacionais. McClelland também distinguiu competências de</p><p>aptidões, habilidades e conhecimentos. As aptidões seriam os talentos naturais</p><p>que podem ser desenvolvidos por meio de treinamento. Habilidade seria a</p><p>capacidade de realizar uma tarefa específica. Conhecimentos são informações</p><p>adquiridas e que são necessárias para realizar uma tarefa. McClelland</p><p>argumenta que as competências são mais importantes para o desempenho do</p><p>que a inteligência. Ele ainda propôs uma abordagem de seleção de pessoas por</p><p>competências, em vez de testes de inteligência.</p><p>Para Mello, Petrillo e Almeida Neto (2022, p. 36) o conceito de</p><p>competência pode ser compreendido como: “o entrelaçamento multifacetado de</p><p>conhecimentos, habilidades e atitudes (decisões) para agir de modo adequado</p><p>e apropriado em uma determinada situação-problema do mundo vivido. É nesse</p><p>sentido que tais combinações podem ser nominadas de saber, saber-fazer e</p><p>saber-ser”.</p><p>Segundo Perrenoud et al. (2007), é importante entender que competência</p><p>é a capacidade</p><p>de compreender uma situação e agir de forma adequada em</p><p>relação a ela. Isso significa avaliar a situação de forma justa e agir de modo a</p><p>atender as suas necessidades da melhor maneira possível. Envolve a</p><p>capacidade de saber fazer algo que, por sua vez, envolve uma série de</p><p>habilidades, como aptidão, destreza e disposição para alguma coisa. Em outras</p><p>palavras, competência envolve a capacidade intelectual geral, aptidão</p><p>específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento</p><p>especial para artes e capacidade psicomotora.</p><p>No entanto, mesmo com diversas definições e conceitos sobre o termo</p><p>competência, podemos identificar uma coisa em comum: ser capaz de fazer</p><p>algo. Assim, podemos entender que as competências são ações eficazes que</p><p>permitem às pessoas enfrentar diversas situações e problemas, exigindo a</p><p>utilização dos recursos disponíveis. Para esse enfrentamento é essencial estar</p><p>disposto a resolvê-los com uma intenção específica, ou seja, ter a atitude de</p><p>querer resolver o problema. Após demonstrar disposição para solucionar os</p><p>problemas, é essencial ter as habilidades necessárias para realizar as ações</p><p>exigidas e o conhecimento necessário para resolvê-los.</p><p>O desenvolvimento de competências é um processo contínuo, que ocorre</p><p>ao longo da vida. Ele pode ser promovido por meio da educação, da formação</p><p>6</p><p>profissional e da experiência pessoal. Além disso, a reflexão permite que a</p><p>pessoa se conheça melhor, desenvolvendo sua autonomia e capacidade de</p><p>tomar decisões conscientes. Isso contribui para que o indivíduo exerça sua</p><p>profissão de forma responsável, colaborando com os outros, agindo com ética,</p><p>moral e respeito às diferenças e individualidades.</p><p>TEMA 2 – CHAVE (CONHECIMENTO + HABILIDADES + ATITUDES + VALORES</p><p>+ EMOÇÕES)</p><p>Vimos que os estudos acerca das competências tiveram início nos anos</p><p>1970, impulsionados pelos trabalhos de McClelland, Boyatziz e Spencer</p><p>(corrente americana), inaugurando assim o debate sobre competência entre</p><p>psicólogos e administradores nos Estados Unidos, numa época em que a</p><p>discussão predominante ainda era em relação à inteligência das pessoas. Nesse</p><p>cenário, o conceito de competência no contexto organizacional começou a ser</p><p>moldado, inicialmente sob a perspectiva do indivíduo, ganhando posteriormente</p><p>destaque com contribuições de outros autores.</p><p>Nos anos 1980 e 1990 autores como Le Boterf, Zarifian e Jacques</p><p>(corrente europeia) trouxeram uma nova perspectiva sobre a competência, com</p><p>a premissa de que “a competência só existe quando há competência em ação e</p><p>em um determinado contexto, refletindo em saber ser e saber mobilizar</p><p>conhecimentos em diversos contextos” (Knapik, 2012, p. 171).</p><p>No Brasil, a competência está baseada no conceito CHA, que se refere a</p><p>Conhecimento, Habilidade e Atitude.</p><p>Para Rabaglio (2005, p. 3), competência é “um conjunto de</p><p>conhecimentos, habilidades e atitudes específicas que permite ao indivíduo</p><p>desempenhar, com eficácia, determinadas tarefas, em qualquer situação, de</p><p>forma peculiar”.</p><p>A gestão desses atributos favorece o desenvolvimento humano e</p><p>profissional do indivíduo. O conhecimento está relacionado à formação escolar</p><p>e acadêmica, a habilidade está relacionada à experiência prática e a atitude, à</p><p>ação e à tomada de decisão. Todos esses atributos somados formam as</p><p>competências e estão relacionados ao comportamento do dia a dia das pessoas.</p><p>7</p><p>Figura 1 – Competência está na intersecção entre atitude (attitude), habilidades</p><p>(skills) e conhecimento (knowledge)</p><p>Crédito: ogichobanov/Shutterstock.</p><p>Atualmente a compreensão de CHA foi ampliada para o conceito de</p><p>CHAVE (Conhecimento, Habilidade, Atitude, Valores e Emoções).</p><p>A CHAVE reflete a mudança no contexto das organizações e do mundo</p><p>do trabalho. Sabemos que CHA é baseado na ideia de que as competências são</p><p>a combinação de conhecimento, habilidade e atitude que permite a uma pessoa</p><p>ter sucesso em uma determinado situação.</p><p>No entanto, o contexto das organizações e do mundo do trabalho mudou</p><p>significativamente nas últimas décadas. As organizações tornaram-se mais</p><p>complexas e dinâmicas e o mundo do trabalho tornou-se mais globalizado e</p><p>competitivo. Essas mudanças exigem novas competências dos profissionais.</p><p>Além do conhecimento, da habilidade e da atitude, os profissionais precisam</p><p>também de valores e emoções alinhados com a cultura organizacional e com</p><p>os objetivos da empresa.</p><p>Com base nesse entendimento podemos nos aprofundar no significado</p><p>de CHAVE.</p><p>8</p><p>• Conhecimento (saber): é o conhecimento adquirido, o domínio</p><p>intelectual na área de atuação e compreensão das informações por meio</p><p>de estudos, livros, videoaulas, rotas de aprendizagem. O conhecimento</p><p>inclui escolaridade, formação acadêmica, especialização e cursos</p><p>realizados pelo indivíduo.</p><p>• Habilidade (saber fazer): é a capacidade de colocar o conhecimento em</p><p>prática, de resolver problemas, criar e inovar.</p><p>• Atitude (querer fazer): é a capacidade de agir; é iniciar a ação após a</p><p>tomada de decisão. Nesse processo ocorre a superação, assumir riscos,</p><p>agregar valor, ter força e paixão.</p><p>• Valores (crenças do indivíduo): os valores são as crenças e os</p><p>princípios do indivíduo e orientam o comportamento das pessoas. A</p><p>sociedade espera que as pessoas tomem ações com ética, honestidade,</p><p>seriedade e responsabilidade. Os valores influenciam as decisões que as</p><p>pessoas tomam, as ações que elas realizam e as relações que</p><p>estabelecem.</p><p>• Emoções (saber ser): são estados subjetivos que influenciam o</p><p>pensamento, o comportamento e o desempenho das pessoas. Podem ser</p><p>positivas ou negativas e ter um impacto significativo na capacidade de se</p><p>relacionar com os outros, de resolver problemas e de tomar decisões. A</p><p>sociedade espera que os indivíduos sejam resilientes, críticos, autônomos</p><p>e conscientes de suas decisões.</p><p>9</p><p>Figura 2 – O conceito CHAVE</p><p>A inclusão dos valores e das emoções no conceito de competência reflete</p><p>a importância desses fatores para o sucesso pessoal e profissional dos</p><p>indivíduos. Os profissionais que têm valores e emoções alinhados com a cultura</p><p>organizacional e com os objetivos da empresa são mais propensos a ter um</p><p>melhor desempenho. Além disso, os valores e as emoções podem ajudar as</p><p>pessoas a lidar com o estresse, a frustração e outras adversidades que podem</p><p>surgir no ambiente de trabalho.</p><p>Como a competência (CHAVE) pode estar inserida no dia a dia das</p><p>pessoas no ambiente de trabalho?</p><p>Por exemplo, na prática poderia ocorrer a seguinte situação: um</p><p>funcionário de uma empresa da área de TI (tecnologia da informação) é</p><p>responsável pelo acompanhamento e manutenção de um determinado software</p><p>utilizado em diversos setores. O software deve atender a uma série de requisitos</p><p>técnicos e funcionais, e quando ocorrem problemas como “erros” e</p><p>inconsistências no sistema, esse profissional deve apresentar as competências</p><p>a seguir.</p><p>• Conhecimento: o funcionário deve usar o conhecimento que tem na área</p><p>de atuação para entender as necessidades e resolver problemas que</p><p>possam surgir.</p><p>• Habilidade: o funcionário deve usar as técnicas e ferramentas de</p><p>depuração de software para identificar a causa do problema. Deve</p><p>10</p><p>também usar seu conhecimento técnico para entender o problema e</p><p>propor uma solução.</p><p>• Atitude: o funcionário deve ser proativo e comunicar aos usuários que</p><p>está ciente do problema e que está trabalhando para resolvê-lo. Deve</p><p>também demonstrar paciência e compreensão, pois os usuários podem</p><p>estar frustrados com o problema.</p><p>• Valores: o funcionário deve sentir-se responsável pelo bom</p><p>funcionamento do software e pelo atendimento às necessidades dos</p><p>usuários. Deve estar aberto a novas ideias e soluções para resolver</p><p>problemas, agindo com ética e responsabilidade.</p><p>• Emoções: o funcionário deve estar motivado para resolver problemas e</p><p>melhorar</p><p>o desempenho do software, além de ser capaz de lidar com o</p><p>estresse e as frustrações que podem surgir no trabalho e de controlar suas</p><p>emoções, para evitar conflitos e prejuízo ao relacionamento com os</p><p>colegas e usuários.</p><p>Quadro 1 – Competência (CHAVE)</p><p>COMPETÊNCIA (CHAVE)</p><p>Conhecimento Habilidade Atitude</p><p>Saber Saber fazer Querer fazer</p><p>É o conhecimento</p><p>adquirido, o domínio</p><p>intelectual e a</p><p>compreensão das</p><p>informações. Livros,</p><p>videoaulas, rotas de</p><p>aprendizagem.</p><p>É a capacidade de colocar o</p><p>conhecimento em prática, de</p><p>aplicá-lo, de resolver</p><p>problemas, criar e inovar.</p><p>É a capacidade de agir, de</p><p>iniciar a ação após a tomada de</p><p>decisão. Superar-se, assumir</p><p>riscos, agregar valor, ter força e</p><p>paixão.</p><p>+</p><p>Valores Emoções</p><p>Crenças do indivíduo Saber ser</p><p>11</p><p>Os valores orientam o</p><p>comportamento das</p><p>pessoas. Ética,</p><p>honestidade, seriedade,</p><p>responsabilidade</p><p>influenciam as decisões</p><p>que as pessoas tomam, as</p><p>ações que elas realizam e</p><p>as relações que</p><p>estabelecem.</p><p>Ser resiliente, crítico, autônomo, consciente. As emoções</p><p>influenciam o pensamento, o comportamento e o desempenho</p><p>das pessoas.</p><p>TEMA 3 – HARD SKILLS E SOFT SKILLS</p><p>O panorama profissional contemporâneo é dinâmico, e a avaliação das</p><p>habilidades dos indivíduos vai além da mera análise de competências técnicas</p><p>específicas. Com isso, dois termos ganharam destaque ao se descreverem</p><p>aspectos das aptidões necessárias para o sucesso no ambiente de trabalho:</p><p>hard skills e soft skills.</p><p>Você já conhecia esses termos?</p><p>Basicamente, as hard skills referem-se às habilidades técnicas</p><p>mensuráveis e relacionadas a conhecimentos específicos e as soft skills</p><p>destacam competências comportamentais, interpessoais e emocionais que</p><p>contribuem significativamente para o desempenho eficaz do indivíduo em</p><p>equipes e ambientes profissionais. Neste contexto, exploraremos mais a</p><p>natureza e a importância dessas habilidades, reconhecendo sua</p><p>interdependência e influência na trajetória pessoal e profissional dos indivíduos.</p><p>Segundo Pedrosa e Silva (2019), as hard skills são as habilidades</p><p>técnicas necessárias para a execução de uma tarefa específica. Essas</p><p>habilidades técnicas estão vinculadas a um domínio particular de conhecimento</p><p>e podem ser aprendidas e adquiridas por meio da educação, formação</p><p>acadêmica, treinamentos e experiências práticas.</p><p>As hard skills são essenciais para o desempenho individual, para o</p><p>trabalho em equipe e para o sucesso da organização como um todo, permitindo</p><p>que os profissionais executem suas tarefas de forma eficaz e eficiente. As hard</p><p>skills podem ser divididas em duas categorias.</p><p>12</p><p>1. Conhecimento técnico: são habilidades que envolvem o conhecimento</p><p>de conceitos, teorias e princípios específicos. Por exemplo, um advogado</p><p>precisa ter o conhecimento da doutrina do direito, de leis, jurisprudência e</p><p>ética para poder elaborar a defesa dos diretos de seus clientes. Já um</p><p>médico precisa ter conhecimento sobre anatomia, fisiologia, patologia e</p><p>doenças para realizar um diagnóstico e tratar seus pacientes.</p><p>2. Habilidades técnicas: são habilidades que envolvem o conhecimento</p><p>técnico. Por exemplo, um programador precisa ter habilidades técnicas,</p><p>como conhecimento de linguagens de programação, estruturas de dados</p><p>e algoritmos para que possa criar a estrutura de um novo software ou</p><p>aplicativo.</p><p>Figura 3 – Hard skills – Programador desenvolvendo um novo software ou</p><p>aplicativo</p><p>Crédito: chayanuphol/Shutterstock.</p><p>As hard skills são necessárias para o desempenho de tarefas específicas,</p><p>sendo então indispensáveis para o sucesso no trabalho. Porém não basta ter</p><p>conhecimento ou habilidades técnicas. E isso não é uma novidade. Peter</p><p>Drucker já dizia que as pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas,</p><p>mas são demitidas por seus comportamentos.</p><p>13</p><p>A afirmação de Drucker é frequentemente citada para enfatizar a</p><p>importância das habilidades comportamentais para o sucesso no mercado de</p><p>trabalho. Ela é um lembrete de que não é suficiente que você tenha as</p><p>habilidades técnicas necessárias para um determinado emprego, pois você</p><p>também precisa ter as habilidades comportamentais necessárias para ser bem-</p><p>sucedido. É aí que entram as soft skills.</p><p>As soft skills são as competências não técnicas, que abrangem as</p><p>capacidades humanas e as competências comportamentais, relacionando-se a</p><p>traços de personalidade e comportamento. Elas referem-se a empatia,</p><p>resiliência, comunicação e habilidade de se relacionar e colaborar com os outros.</p><p>No passado, as empresas concentravam sua atenção nas hard skills, pois</p><p>acreditava-se que apenas o conhecimento e as habilidade técnicas eram</p><p>suficientes para o sucesso profissional. Contudo, essa perspectiva evoluiu e, no</p><p>cenário atual, as soft skills tornaram-se uma condição essencial para se</p><p>alcançarem resultados (Pedrosa; Silva, 2019).</p><p>Já que as soft skills são habilidades comportamentais que envolvem a</p><p>interação com outras pessoas, elas não são avaliadas da mesma forma que as</p><p>hard skills. Pelo fato de as hard skills serem habilidades técnicas, elas podem</p><p>ser aprendidas e comprovadas por meio de testes, certificados e diplomas. Já</p><p>as soft skills são mais difíceis de medir e desenvolver, pois envolvem aspectos</p><p>subjetivos como comportamento, princípios, crenças e hábitos.</p><p>O cenário atual do mercado de trabalho requer profissionais que sejam</p><p>adaptáveis, tenham pensamento crítico e analítico e tomem decisões</p><p>rapidamente. Isso se deve ao fato de que “o contexto do desenvolvimento</p><p>tecnológico evidencia situações de imprevisibilidade e instabilidade demandando</p><p>decisões e ações imediatas e assertivas de profissionais com competências</p><p>específicas e adequadas à nova realidade” (Assunção; Goulart, 2016, p. 177).</p><p>Nesse contexto, as competências socioemocionais e comportamentais</p><p>desempenham um papel fundamental, aprimorando as competências técnicas</p><p>ao promover relações interpessoais mais eficazes, facilitar a comunicação,</p><p>contribuir para uma liderança eficiente e impactar positivamente o desempenho</p><p>e a entrega tanto individual quanto em equipe.</p><p>14</p><p>Figura 4 – Soft skills: habilidades comportamentais que envolvem a interação</p><p>com outras pessoas</p><p>Crédito: George Rudy/Shutterstock.</p><p>Como podemos desenvolver as soft skills?</p><p>O desenvolvimento das soft skills, habilidades interpessoais e</p><p>comportamentais, é um processo contínuo que demanda o autoconhecimento.</p><p>É importante fazer uma reflexão sobre as próprias atitudes e comportamentos</p><p>para identificar as áreas de seu comportamento que precisam ser trabalhadas.</p><p>E para isso é necessário estar aberto a feedbacks e críticas construtivas, seja de</p><p>colegas, seja de gestores, pois uma forma de ganhar insights valiosos sobre</p><p>pontos de melhoria é por meio da escuta atenta e receptiva.</p><p>Sair da zona de conforto é um componente-chave no desenvolvimento</p><p>das soft skills. Isso implica assumir desafios que exigem habilidades sociais,</p><p>como liderar uma equipe, realizar apresentações em público ou participar</p><p>ativamente de discussões em grupo. Ao enfrentar situações que geram</p><p>desconforto, a pessoa pode aprender a lidar com diferentes contextos e</p><p>aprimorar suas habilidades de adaptação.</p><p>Além disso, a leitura e a pesquisa sobre o tema podem fornecer insights</p><p>importantes e estratégias práticas para o desenvolvimento das soft skills. O</p><p>aprendizado contínuo sobre inteligência emocional, comunicação eficaz e</p><p>15</p><p>liderança pode enriquecer sua compreensão dessas competências e inspirar a</p><p>aplicação de novas abordagens no dia a dia. Ao investir tempo e esforço nesse</p><p>processo, as pessoas podem melhorar significativamente suas habilidades</p><p>interpessoais, contribuindo para um desempenho mais eficaz e bem-sucedido</p><p>no ambiente profissional e na vida pessoal.</p><p>TEMA 4 – SOFT SKILLS: EMOÇÕES</p><p>As emoções são uma parte essencial da experiência humana.</p><p>Elas nos</p><p>ajudam a entender o mundo ao nosso redor e a nos relacionar com os outros.</p><p>No contexto do trabalho, as emoções podem ser um grande diferencial, pois</p><p>podem nos ajudar a ser mais eficazes em nossas interações com colegas,</p><p>clientes e outros stakeholders.</p><p>Emoções são experiências subjetivas que envolvem mudanças</p><p>fisiológicas, comportamentais e cognitivas. São causadas por um estímulo</p><p>interno ou externo e podem ser positivas ou negativas. Elas também nos</p><p>motivam a agir e nos ajudam a tomar decisões.</p><p>Figura 5 – Menina expressando diferentes emoções</p><p>Crédito: Twin Design/Shutterstock.</p><p>Existem emoções diferentes que podemos experimentar, e cada uma</p><p>delas tem o próprio impacto sobre nosso comportamento. Por exemplo, a raiva</p><p>pode nos levar a tomar decisões precipitadas, enquanto a felicidade pode nos</p><p>tornar mais criativos e produtivos. É importante ser capaz de reconhecer e</p><p>entender as próprias emoções, bem como as emoções dos outros. Essas</p><p>experiências emocionais são complexas e moldam não apenas nosso</p><p>16</p><p>comportamento individual, mas também as interações sociais e os ambientes</p><p>nos quais estamos inseridos.</p><p>Uma soft skill muito importante e estudada é a inteligência emocional, a</p><p>capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções. Ela</p><p>também inclui a capacidade de entender as emoções dos outros e responder a</p><p>elas de forma eficaz. Pessoas com alta inteligência emocional são mais</p><p>propensas a ser bem-sucedidas no trabalho. Elas são capazes de construir</p><p>relacionamentos fortes, resolver conflitos de forma construtiva e lidar com o</p><p>estresse de forma eficaz.</p><p>A definição básica de inteligência emocional foi descrita por Mayer e</p><p>Salovey (1997, p. 15): “A inteligência emocional envolve a capacidade de</p><p>perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de</p><p>perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a</p><p>capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a</p><p>capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e</p><p>intelectual.”</p><p>A compreensão de que existe um conjunto de aptidões cognitivas</p><p>relacionadas ao processamento de informações carregadas de emoção levou</p><p>John Mayer e Peter Salovey a propor “uma definição elaborada de inteligência</p><p>emocional expandindo essas aptidões em cinco domínios principais” (Goleman,</p><p>2012, p. 66). Vamos ver quais são eles?</p><p>• Autoconsciência (conhecer as próprias emoções): essa capacidade</p><p>permite reconhecer um sentimento quando ele ocorre. Extremamente</p><p>importante, é a origem e o ponto de partida para o desenvolvimento da</p><p>inteligência emocional.</p><p>• Autocontrole (lidar com emoções): refere-se à capacidade de</p><p>desenvolver competências pessoais e lidar com as emoções; essa é uma</p><p>aptidão que se desenvolve na autoconsciência. É a capacidade de</p><p>confortar-se, de lidar com a ansiedade, a tristeza ou a irritabilidade que</p><p>incapacitam o indivíduo.</p><p>• Automotivação (motivar-se): trata-se da competência de estabelecer</p><p>metas pessoais e manter um entusiasmo constante em relação a esses</p><p>objetivos. Essa aptidão é responsável por possibilitar que os objetivos</p><p>sejam alcançados com confiança, otimismo e esperança, mesmo diante</p><p>de desafios adversos.</p><p>17</p><p>• Empatia (reconhecer emoções nos outros): ao compreender</p><p>expressões não verbais, como postura corporal, tom de voz e expressões</p><p>faciais, uma pessoa empática percebe os sentimentos, o que os outros</p><p>precisam ou o que querem. Essa aptidão possibilita a interpretação das</p><p>intenções e desejos das pessoas ao seu redor.</p><p>• Sociabilidade (lidar com relacionamentos): refere-se à capacidade de</p><p>iniciar, manter e aprofundar relações sociais. Essa aptidão envolve</p><p>substituir sentimentos negativos por outros mais positivos em relação às</p><p>pessoas próximas, promovendo relacionamentos mais autênticos,</p><p>profundos e duradouros.</p><p>Goleman (2012) ainda argumenta que essas aptidões são essenciais para</p><p>o sucesso na vida pessoal e profissional. Pessoas com alta inteligência</p><p>emocional são mais propensas a ser bem-sucedidas em seus relacionamentos,</p><p>na vida pessoal e no ambiente de trabalho. Por isso, é importante desenvolver</p><p>as soft skills, incluindo a inteligência emocional.</p><p>Ok, mas como desenvolver nossas emoções? Veja algumas dicas.</p><p>• Preste atenção as suas emoções. Quando você sentir uma emoção,</p><p>tente identificar o que a causou.</p><p>• Aprenda a gerenciar suas emoções. Se você tiver dificuldade em lidar</p><p>com emoções negativas, existem muitas técnicas que podem ajudá-lo.</p><p>• Seja empático. Tente entender o ponto de vista dos outros, mesmo que</p><p>você não concorde com ele.</p><p>• Seja assertivo. Saiba expressar suas necessidades e opiniões de forma</p><p>clara e respeitosa.</p><p>Com essas informações, podemos afirmar que, ao desenvolver as</p><p>emoções e as soft skills, você se tornará uma pessoa mais completa e capaz.</p><p>Você será capaz de construir relacionamentos mais fortes, lidar com conflitos de</p><p>forma construtiva e alcançar seus objetivos. As emoções são uma parte</p><p>importante da vida humana. Ao desenvolvê-las, podemos, além de alcançar</p><p>nossos objetivos, ter vidas mais tranquilas e positivas para nós mesmos e para</p><p>os outros.</p><p>18</p><p>TEMA 5 – SOFT SKILLS: VALORES</p><p>Os valores são princípios ou crenças fundamentais que orientam o</p><p>comportamento de um indivíduo ou de uma sociedade. Eles servem como</p><p>referência para tomar decisões, avaliar situações e orientar a conduta. Os</p><p>valores podem variar entre as diversas culturas, comunidades e até mesmo entre</p><p>os indivíduos, refletindo a diversidade e a complexidade das perspectivas</p><p>humanas.</p><p>Segundo Daher Júnior (2012), os valores determinam o que podemos</p><p>fazer, o certo e o errado. Então, em uma discussão, para que alguém mude a</p><p>atitude é necessário atingir seus valores pessoais.</p><p>E como os valores são formados? Por meio de uma combinação de</p><p>fatores. Temos as experiências pessoais, que ao longo da vida podem nos</p><p>influenciar a desenvolver certos valores. Quando refletimos sobre nossas</p><p>experiências, podemos começar a identificar os valores que são importantes</p><p>para nós. Por exemplo, se tivermos uma experiência positiva com a ajuda de um</p><p>estranho, podemos desenvolver o valor da compaixão.</p><p>A educação também pode influenciar a formação de valores. Por meio</p><p>dela, aprendemos sobre diferentes culturas e perspectivas, o que pode nos</p><p>ajudar a desenvolver valores mais amplos e inclusivos.</p><p>A cultura também desempenha um papel importante na formação de</p><p>valores. Cada cultura tem os próprios valores, que são transmitidos de geração</p><p>em geração por meio de práticas culturais, como rituais, histórias e normas</p><p>sociais.</p><p>A família é um dos principais influenciadores da formação de valores. Os</p><p>pais, irmãos e outros familiares nos ensinam sobre o que é importante na vida,</p><p>e esse aprendizado pode nos influenciar a desenvolver certos valores.</p><p>A religião pode ser uma fonte importante de valores. Muitas religiões têm</p><p>um conjunto de valores que são considerados importantes para a vida moral.</p><p>A formação de valores é um processo complexo e contínuo. Os valores</p><p>podem mudar ao longo da vida, à medida que aprendemos e crescemos. E como</p><p>ocorre a formação de valores individuais? É um processo que começa na</p><p>infância. As experiências que temos com nossos pais, irmãos, familiares e</p><p>amigos nos ajudam a desenvolver um senso do que é importante na vida.</p><p>19</p><p>Na adolescência, começamos a questionar os valores que nos foram</p><p>ensinados. É um período de descoberta e de busca por nossa própria identidade.</p><p>Nessa fase, somos influenciados por nossos amigos, pela mídia e pela cultura</p><p>em geral.</p><p>Na idade adulta, começamos a desenvolver nossos próprios valores. Isso</p><p>ocorre à medida que nos tornamos mais independentes e temos mais</p><p>experiências de vida.</p><p>A formação de valores individuais é um processo contínuo. À medida que</p><p>aprendemos e crescemos, nossos valores podem mudar.</p><p>Quadro</p><p>2 – Valores individuais</p><p>Formação de valores individuais</p><p>0 aos 7 anos Fase da vida em que a crianças absorvem valores de forma inconsciente.</p><p>Geralmente, todas as sugestões são aceitas.</p><p>8 aos 14 anos Fase da vida em que ocorre a modelagem de valores, quando a criança</p><p>começa a ter critérios de absorção de valores de quem ela admira.</p><p>15 aos 21 anos Fase da vida em que o jovem reordena sua vida e assume novos valores</p><p>segundo o meio em que vive.</p><p>22 aos 35 anos Fase da vida em que valores profissionais são incorporados aos valores</p><p>já existentes.</p><p>Fonte: Elaborado por Hashimoto, 2024, com base em Daher Júnior, 2012, p. 22.</p><p>Você sabia que os valores vão além da dimensão individual? Sim, temos</p><p>também a formação de valores sociais, aqueles que são compartilhados por um</p><p>grupo de pessoas, como uma comunidade, um país ou uma religião. Eles são</p><p>transmitidos de geração em geração por meio de práticas culturais, como rituais,</p><p>histórias e normas sociais.</p><p>A formação de valores sociais é um processo que ocorre ao longo do</p><p>tempo. Ela é influenciada por fatores como a história, a geografia e a religião.</p><p>Por exemplo, a importância da família é um valor social que é compartilhado por</p><p>muitas culturas. Esse valor é influenciado pela história, que sempre valorizou a</p><p>família como uma instituição importante para a sobrevivência e o bem-estar das</p><p>pessoas.</p><p>A formação de valores sociais é importante para a coesão social. Os</p><p>valores sociais ajudam a criar um senso de identidade e pertencimento entre os</p><p>indivíduos que os compartilham.</p><p>20</p><p>E existe relação entre os valores individuais e os valores sociais? Sim, os</p><p>valores individuais e os valores sociais estão interligados. Os valores individuais</p><p>são influenciados pelos valores sociais da sociedade em que o indivíduo vive.</p><p>Por outro lado, os valores sociais são influenciados pelos valores individuais das</p><p>pessoas que compõem a sociedade. Por exemplo, a importância da educação é</p><p>um valor social que é compartilhado por diversas sociedades. Esse valor é</p><p>influenciado pelos valores individuais das pessoas que acreditam que a</p><p>educação é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional.</p><p>Da mesma forma, a importância da família é um valor social que é</p><p>compartilhado por muitas religiões. Esse valor é influenciado pelos valores</p><p>individuais das pessoas que acreditam que a família é importante para o amor,</p><p>o apoio e a segurança. A relação entre valores individuais e sociais é complexa</p><p>e dinâmica. Os valores individuais e sociais estão em constante interação e</p><p>mudança.</p><p>Os valores, no contexto das habilidades interpessoais e comportamentais,</p><p>referem-se a princípios pessoais e éticos que influenciam a maneira como as</p><p>pessoas interagem, relacionam-se e comportam-se no ambiente de trabalho e</p><p>na vida em geral. Esses valores estão relacionados às soft skills (habilidades</p><p>interpessoais ou habilidades sociais).</p><p>Os valores são importantes para as soft skills porque fornecem um</p><p>conjunto de princípios que orientam o comportamento. Desenvolver valores</p><p>fortes é importante para o sucesso pessoal e profissional. Os valores nos ajudam</p><p>a tomar decisões, a resolver problemas e a viver nossas vidas de forma ética e</p><p>responsável.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Diante do cenário atual, o mercado de trabalho contemporâneo está em</p><p>constante mudança, e a era digital provocou grandes transformações no</p><p>mercado de trabalho. Com isso, as habilidades interpessoais tornaram-se cada</p><p>vez mais valorizadas pelas organizações. Para que você possa colocar em</p><p>prática, discuta como as soft skills relacionam-se com o seu curso? Quais</p><p>competências você precisa desenvolver?</p><p>Para aprofundar-se mais no assunto, leia a notícia Soft skills: era digital</p><p>mudou o mercado de trabalho. Disponível em:</p><p><https://www.terra.com.br/economia/soft-skills-era-digital-mudou-o-mercado-de-</p><p>21</p><p>trabalho,a1ce14e7ea64b7d5876b8c3cdabb362al8zirr0x.html> Acesso em: 24</p><p>jan. 2024.</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Alice é uma desenvolvedora de software altamente talentosa que</p><p>recentemente ingressou na ConnectTech, uma empresa de tecnologia. Alice é</p><p>reconhecida por suas habilidades técnicas excepcionais, mas a equipe percebeu</p><p>que sua comunicação e colaboração não estão atendendo o esperado e que</p><p>essas competências poderiam ser desenvolvidas para melhor integração no</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>Veja os desafios que foram identificados.</p><p>• Comunicação efetiva. Embora altamente competente tecnicamente,</p><p>Alice tem dificuldades em se expressar de forma clara e eficaz em</p><p>reuniões e interações diárias.</p><p>• Colaboração em equipe. Alice tende a trabalhar de maneira</p><p>independente, e a equipe percebe que a colaboração interdisciplinar é</p><p>essencial para atingir metas mais amplas.</p><p>• Receptividade ao feedback. Alice, por vezes, mostra resistência ao</p><p>feedback construtivo, o que limita seu crescimento profissional.</p><p>Com os conhecimentos adquiridos nesta etapa, sugira pelo menos cinco</p><p>atividades para que Alice possa desenvolver as soft skills.</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nesta etapa, pudemos compreender a importância das competências no</p><p>processo do desenvolvimento humano dos indivíduos. Exploramos os conceitos</p><p>de competência, assim como entendemos o que é CHAVE (Conhecimento,</p><p>Habilidade, Atitude, Valores e Emoções), a importância das soft skills</p><p>(competências comportamentais), bem como das hard skills (competências</p><p>técnicas). Vimos também como é importante para o nosso desenvolvimento</p><p>humano e profissional saber trabalhar com as emoções e ter valores fortes e</p><p>corretos.</p><p>A ideia desta etapa é que além de conhecer os conceitos e definições</p><p>sobre o tema competências para sua vida acadêmica e profissional, você possa</p><p>fazer uma autoanálise das próprias competências e desenvolvê-las! Por isso,</p><p>22</p><p>não deixe de refletir sobre suas competências já adquiridas e as que você</p><p>precisa desenvolver.</p><p>23</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ASSUNÇÃO, Y. B.; GOULART, I. B. Professional training or competencies for</p><p>the future? Future Studies Research Journal: Trends and Strategies, [S.l.], v.</p><p>8, n. 1, p. 175-207, 2016.</p><p>DAHER JÚNIOR, E. DiGestão de competências: uma dieta saudável para sua</p><p>carreira. São Paulo: Vetor, 2012.</p><p>GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que</p><p>é ser inteligente. 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.</p><p>KNAPIK, J. Gestão de pessoas e talentos. Curitiba: InterSaberes, 2012.</p><p>MAYER, J. D.; SALOVEY, P. O que é inteligência emocional? In: SALOVEY P.;</p><p>SLUYTER, D. (Eds.). Desenvolvimento emocional e inteligência emocional:</p><p>implicações para educadores. Nova York: Livros Básicos, 1997.</p><p>MCCLELLAND, D. C. Testing for Competence Rather Than for “Intelligence”.</p><p>American Psychologist, v. 28, n. 1, p. 1-14, 1973.</p><p>MELLO, C. M.; PETRILLO, R. P.; ALMEIDA NETO, J. R. M. de. Ensino por</p><p>competências. 2. ed. Rio de Janeiro: Processo, 2022.</p><p>PEDROSA, N.; SILVA, L. F. A importância dos soft skills nas descrições das</p><p>vagas de gerente de projetos de TI. Revista Alcance, Biguaçu, v. 26, n. 1, p. 45-</p><p>60, 2019.</p><p>PERRENOUD, P. et al. As competências para ensinar do século XXI: a</p><p>formação dos professores e o desafio da avaliação. Tradução de Cláudia Shilling</p><p>e Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2007.</p><p>RABAGLIO, M. O. Seleção por competências. 5. ed. São Paulo: Educator,</p><p>2005.</p><p>ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Tradução</p><p>de Carlos Henrique Lucas Lima. Porto Alegre: Penso, 2014.</p>