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<p>TEMA: AS PRINCIPAIS LIMITACOES DA HISTORIOGRAFIA AFRICANA: UM OLHAR SOBRE A HISTORIOGRAFIA MOÇAMBICANA</p><p>Nome do estudante: Cristovao Francisco</p><p>Código: 91230449</p><p>Nome do tutor: Amarildo Taquidir Gussule</p><p>Introdução</p><p>É importante salientar que no cenário internacional, sabe-se que há 50 anos, investigar o passado da África, constituía-se em tarefa marcada pelo isolamento e descaso. Mesmo quando essa tarefa era reconhecida como inovadora por alguns, a maioria dos historiadores a julgavam como desnecessária ou inviável.</p><p>Entretanto, o foco principal deste trabalho visa apresentar de forma detalhada todos os aspectos relevantes do período no qual a historiografia esteve dominada pelos paradigmas da ciência histórica, devido as limitações impostas pela disponibilidade de bibliografia editadas. Destaforma, nosso objetivo será, por meio da leitura e reflexão dos textos sobre África, identificar ecaracterizar os principais momentos na construção da História africana como um campo do conhecimento histórico e das contribuições desta para a História Universal e por fim demoçambique.</p><p>Este trabalho tem como objectivos:</p><p>Objectivo geral:</p><p> Analisar o impacto da crença nas comunidades africanas num olhar sobre a vida pós- morte.</p><p>Objectivos específicos</p><p> Definir o conceito de crença;</p><p> Identificar as crença nas comunidades moçambicanas.</p><p>Metodologia</p><p>Para a realização e materializacao deste trabalho recorreu-se a consulta fontes bibliográficas que serão apresentados nas referências bibliográficas.</p><p>1. As principais limitacoes da historiografia africana: Um olhar sobre a historiografia moçambicana</p><p>1.1.Definição do conceito de Historiografia</p><p>Na óptica de RUSEN (1995), “ Historiografia é o produto do conhecimento historico obtido racionalmente, ou seja, obedecendo as regras metodologicas e de cognicao da historia com pretensoes de cientificidade”(p.37).</p><p>Por outro lado, as formas de apresentacao do conhecimento historico são fundamentos da ciencia historica, ou seja, a historiografia é “ parte integrante da pesquisa historica, cujos rewultados se enunciam, pois, na forma de saber redigido”(RUSEN, 2001,p.46).</p><p>Historiografia é o registro escrito da História. Podemos dizer que é a arte de escrever e registraros eventos do passado. O termo historiografia também é utilizado para definir os estudos críticos feitos sobre aquiloque foi escrito sobre a História. Um exemplo: se um historiador faz um estudo crítico sobre o trabalho feito por Heródoto (historiador que viveu na Grécia Antiga e escreveu sobre o período),então ele está produzindo um trabalho de historiografia.</p><p>2.1.Principais correntes da historiografia Africana</p><p>2.1.1. Corrente Eurocêntrica</p><p>É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre anegra. Sustenta que os africanos não tinham, história antes de estabelecerem contactos com os europeus. Afirma que África não é uma parte histórica do mundo.</p><p>Hegel citado em KI-Zerbo 2010, definiu explicitamente essa posição em sua Filosofia daHistória, que contém afirmações como as que seguem: “A África não é um continente histórico;ela não demonstra nem mudança bem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes dese desenvolver e de receber uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”.</p><p>As coisas ficaram ainda mais difíceis para o estudo da história da África após o aparecimento,nessa época e em particular na Alemaha, de uma nova concepção sobre o trabalho do historiador, que passava a ser encarado mais como uma actividade científica fundada sobre aanálise rigorosa de fontes originais do que como uma actividade à literatura ou à filosofia.</p><p>1.2.Crenças Tradicionais e Práticas Rituais</p><p>Nas comunidades moçambicanas, as crenças e práticas relacionadas à vida pós-morte são profundamente enraizadas na tradição e cultura local. As origens dessas crenças são variadas, muitas vezes derivadas das práticas ancestrais e influências de diferentes grupos étnicos e religiões introduzidas ao longo da história.</p><p>Origem e Significado: Acredita-se que os mortos continuam a influenciar a vida dos vivos, sendo reverenciados como ancestrais que protegem e guiam suas famílias. Essas crenças são frequentemente ligadas ao animismo, onde se reconhece a existência de espíritos em todos os elementos da natureza(Ki-zerbo,1982, p.97).</p><p>Manifestações Culturais: Entre as práticas mais comuns estão os rituais funerários, as cerimónias de lembrança e os sacrifícios de animais. Cada grupo étnico possui suas próprias variações dessas práticas, mas todas compartilham o objetivo de honrar e apaziguar os espíritos dos mortos.</p><p>1.3. Influência na Organização Social, Cultural e Espiritual</p><p>De acordo com Ministério de Educação (1982) As crenças sobre a vida pós-morte têm um impacto profundo na estrutura e organização das comunidades moçambicanas.</p><p>Práticas Rituais: Rituais como o "kuphahla" entre os Tsongas, que envolve comunicação com os espíritos dos antepassados, são fundamentais. Os rituais de luto e as cerimónias de purificação também desempenham um papel crucial.</p><p>Mitos e Lendas: Muitas comunidades possuem mitos e lendas que explicam a origem da morte e a vida após a morte, transmitidos oralmente de geração em geração.</p><p>Tabus e Valores: Há numerosos tabus associados ao comportamento durante e após os rituais funerários. Esses tabus são respeitados para evitar a ira dos espíritos e garantir a harmonia na comunidade.</p><p>1.4.Diferentes Perspectivas e Interpretações</p><p>Há uma diversidade de interpretações da vida pós-morte entre as diferentes tradições culturais e religiosas:</p><p>Tradições Locais e Religiões Importadas: Enquanto as tradições locais tendem a focar no culto aos ancestrais e nos espíritos da natureza, religiões como o Cristianismo e o Islã introduziram novas perspectivas sobre o paraíso, inferno e a ressurreição.</p><p>Sincretismo: Em muitas áreas, há um sincretismo religioso, onde elementos das religiões tradicionais e das religiões importadas se misturam. Por exemplo, alguns cristãos moçambicanos ainda realizam rituais tradicionais para honrar seus ancestrais.</p><p>1.5.Papel na Construção da Identidade Cultural</p><p>As crenças e práticas relacionadas à vida pós-morte são centrais para a identidade cultural e espiritual das comunidades moçambicanas.</p><p>Identidade Coletiva: A reverência pelos ancestrais e a participação em rituais comunitários reforçam os laços sociais e a identidade coletiva. Esses rituais são momentos de união e solidariedade.</p><p>Transmissão Cultural: As práticas e histórias relacionadas aos antepassados são transmitidas de geração em geração, garantindo a continuidade cultural e o respeito pelos valores tradicionais.</p><p>1.6.Reflexões e Debates Interdisciplinares</p><p>Para Menezes (2018), a intersecção entre crença, cultura e espiritualidade oferece um campo rico para reflexões e debates interdisciplinares:</p><p> Diálogo Intercultural: É crucial promover o diálogo entre as diferentes tradições culturais e religiosas para fomentar o respeito e a compreensão mútua;</p><p> Diversidade de Perspectivas: Reconhecer e valorizar a diversidade de crenças e práticas sobre a vida pós-morte pode enriquecer a visão sobre a espiritualidade e a cultura, além de contribuir para uma convivência mais harmoniosa.</p><p>Em suma, as crenças e práticas relacionadas à vida pós-morte nas comunidades moçambicanas são fundamentais para a compreensão de sua identidade cultural, social e espiritual. Estas crenças influenciam profundamente a vida quotidiana e a organização social, destacando a importância de um diálogo respeitoso e inclusivo sobre essas tradições.</p><p>1.7.Impacto na Organização Social e Cultural</p><p>Estrutura Social: As crenças na vida após a morte influenciam a estrutura social e os papéis dentro da comunidade. Os mais velhos, por exemplo, são reverenciados não apenas por sua sabedoria, mas também como futuros ancestrais.</p><p>Rituais Comunitários: A realização de rituais comunitários para os mortos reforça os laços sociais e a coesão da comunidade(Martinez, 2000, p.71).</p><p>Estes rituais são momentos de união, onde a comunidade se reúne para apoiar os enlutados e honrar os mortos.</p><p>Tabus e Normas: Existem muitos tabus e normas associadas ao comportamento durante os ritos funerários. Esses tabus são respeitados para garantir a paz dos espíritos e a harmonia na comunidade.</p><p>Conclusão</p><p>Em Moçambique, as crenças sobre a vida após a morte são profundamente enraizadas na cultura e nas tradições locais. Essas crenças variam significativamente entre as diversas comunidades e grupos étnicos do país, reflectindo uma rica tapeçaria de práticas espirituais e culturais.</p><p>Ancestralidade: Muitas comunidades moçambicanas acreditam que os mortos continuam a existir em uma forma espiritual e mantêm uma conexão com os vivos. Os ancestrais são vistos como protectores e guias que podem influenciar a vida dos descendentes. Essa crença é comum entre grupos como os Makonde, Tsonga, e Macua.</p><p>Referências bibliográficas</p><p>Ki-zerbo, J. (coord). (1982). História Geral de África. Vol.1. S. Paulo, Ática, París, Unesco. Martinez, P. F. L. (2000) Antropologia Cultural, (Guia de estudo). Matola.</p><p>Menezes, J. E. (2018). Crenças e Práticas sobre a Vida Pós-Morte: Um Estudo Antropológico. Editora Vozes.</p><p>MINISTERIO DE EDUCAÇÃO. (1982). África das Origens ao Século XV. Maputo.</p>

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