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<p>Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de</p><p>responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono</p><p>pretérito dos pais</p><p>GUILHERME AUGUSTO MARTINS SANTOS[1]</p><p>(Orientador)</p><p>RESUMO: O presente artigo científico busca analisar o abandono afetivo inverso, mais especificamente no cabimento da responsabilidade dos</p><p>filhos em relação aos pais no contexto de abandono passado, em seu aspecto jurídico e constitucional, pois sabe-se que tal tema é de suma</p><p>importância pois está diretamente ligado aos princípios constitucionais e aos direitos fundamentais do homem. O abandono afetivo inverso</p><p>caracteriza-se pela negligencia do dever de cuidado dos filhos em relação aos pais idosos. Deste modo, este estudo irá analisar a os conceitos</p><p>dos princípios da dignidade da pessoa humana e da fraternidade, bem como será apontado a respeito da proteção ao idoso no ordenamento</p><p>jurídico brasileiro. Além disto, será apresentado sobre a reponsabilidade civil, a fim de verificar se há a responsabilidade dos filhos em relação</p><p>aos pais, quando estes filhos anteriormente foram abandonados por seus pais na infância. Para isso, foi realizado uma ampla pesquisa</p><p>doutrinária, bem como em artigos científicos, monografias e legislações pertinentes ao tema.</p><p>Palavras-chave: Abandono afetivo inverso; Idoso; Responsabilidade civil.</p><p>ABSTRACT: The present scientific article seeks to analyze the reverse affective abandonment, more specifically in the sense of the responsibility</p><p>of the children in relation to the parents in the context of past abandonment, in its legal and constitutional aspect, since it is known that this theme</p><p>is of paramount importance because it is directly Linked to constitutional principles and fundamental human rights. The reverse affective</p><p>abandonment is highlighted by the neglect of the duty of care of children in relation to elderly parents. In this way, this study will analyze the</p><p>concepts of the principles of human dignity and fraternity, as well as it will be pointed out regarding the protection of the elderly in the Brazilian</p><p>legal system. In addition, it will be presented on the civil liability, in order to verify if there is the responsibility of the children in relation to the</p><p>parents, when these children were previously abandoned by their parents in childhood. For this, extensive doctrinal research was carried out, as</p><p>well as scientific articles, monographs and legislation relevant to the theme.</p><p>Keywords: Reverse affective abandonment; Old man; Civil responsability.</p><p>SUMÁRIO: 1. INTRODUÇÃO. 2. DOS IDOSOS E SEUS DIREITOS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. 2.1 PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS</p><p>DIREITOS DOS IDOSOS. 2.2 PROTEÇÃO AO IDOSO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. 3. A RELAÇÃO FAMILIAR E A</p><p>RESPONSABILIDADE DOS FILHOS EM RELAÇÃO AOS PAIS IDOSOS. 3.1 O AFETO. 3.2 RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DO</p><p>ABANDONO AFETIVO DOS PAIS IDOSOS. 3.3 EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE PELO ABANDONO AFETIVO INVERSO. 4. O</p><p>IMPACTO DO ABANDONO AFETIVO INVERSO NA RELAÇÃO DOS FILHOS ABANDONADOS NA INFÂNCIA. 4.1 OS REFLEXOS DO</p><p>ABANDONO AFETIVO PATERNO FILIAL. 4.2 A POSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 6. REFERÊNCIAS</p><p>BIBLIOGRÁFICAS</p><p>1.INTRODUÇÃO</p><p>O abandono o afetivo inverso caracteriza-se pela negligencia do dever de cuidado dos filhos em relação aos pais idosos. A população idosa tem</p><p>crescido bastante no mundo inteiro, e diante desse cenário, muitos idoso tem deixado de receber o afeto e cuidado por parte de seus filhos.</p><p>Ao analisarmos o momento em que a sociedade está vivendo, é notório que a velhice é um tema que deve ser discutido, tendo em vista a</p><p>vulnerabilidade dos idosos. Uma grande parcela de idosos tem sido desamparados por suas famílias e até mesmo deixados em asilos, sem</p><p>receber o mínimo de afeto. Considerando tal contexto, idosos tem se tornado vítimas de descaso social. Assim, analisando do ponto de vista</p><p>jurídico, ainda que os pais tenham abandonado seus filhos na infância, é possível a responsabilização destes filhos perante os seus pais na</p><p>velhice?</p><p>O estudo da responsabilidade dos filhos em relação aos pais diante de um abandono no passado é um tema pouco discutido na atualidade,</p><p>assim, se faz indispensável um estudo sobre o tema, tendo em vista a quantidade de ações que chegam ao judiciário em decorrência do</p><p>abandono afetivo inverso.</p><p>O objetivo central do presente artigo é analisar o ordenamento jurídico brasileiro, em especial no âmbito da reponsabilidade civil, a fim de verificar</p><p>se há a responsabilidade dos filhos em relação aos pais, quando estes filhos anteriormente foram abandonados por seus pais na infância. E terá</p><p>como objetivos específicos, analisar a proteção ao idoso no ordenamento jurídico brasileiro, os princípios constitucionais da família e a</p><p>responsabilidade dos filhos em relação aos pais.</p><p>O método de abordagem utilizado será o dedutivo, ao passo que a temática será desenvolvida utilizando a técnica da documentação indireta,</p><p>realizada a partir de pesquisa bibliográfica, através da utilização de leis, doutrinas, julgados, entre outros materiais pertinentes.</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>POR: VANESSA SILVA DE MOURA</p><p>R$206,20 R$674,49 R$124,99 R$249,90 R$199,90 R$499Produtos sujeitos a disponibilidade de estoque</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 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Acesso em: 13 ago 2024.</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 10/10</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=Z8eep3UW3klHiIsYquhkh97hl5s_RtEIl-0TntQLXJa2SIdelNn4-SopzyaoEr6-K2OUamOzULpfSKzBP2bsPgDt2I1GFbnkRBLx6oVHOU4uT_Z12ELIfLCy0hPrw9xyz_BA2fWV_JsURscL3cHI8_AJsx64_ILzIrq7lYCY4YsY6XN6ODQ8uwW-ka8TBfe7f1wrTWnObH_wQIObjNupzcCplTPR1EaVsklbdZxM4QFb-i_u_g7jy1x6jwzSHnKyU-PFXh2ome7OEyHUAY0c6p3JOYXc4l1eV3p2T1dCxW8B4kjjgGNMINpb3Qvtgj17CBA379vUj10v83pqke5eSKoT87BE17rbRVbLlguX_Xsfit9-jnRQvMPG8slmsrvVjZQ5Hh2ju1zs2-Osz3tH1pUk2IiLJ-tY47sHd4S3TRSUwU_yYuLuc3QO3MF136plEmfR0qY_0ubTpCDDo1F9sObttG80eBQ5U-pSdM5LJzybGTybpKOlM6KdVj8J3LTAy_x3XTjREcCQ7hZNG0B3A9hiyyw7i9yrIAvYoLtiE4CQvNvKEX6r9lyjxowT7-ssabrs7QBAV01amUx2m2z2d2gnxXU&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fescova-secadora-britania-bes33sd-1300w-2-velocidades-3-niveis-de-temperatura-tourmaline-ion%2Fp%2F238150300%2Fpf%2Fesse%2F%3Fseller_id%3Dmagazineluiza%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3DTx3c0zsZAADWw5cbMO9_Kg</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=gHQSDnUW3klHiIsYquhkh97hl5s_RtEIl-0TntQLXJa2SIdelNn4-SopzyaoEr6-K2OUamOzULpfSKzBP2bsPgDt2I1GFbnkRBLx6oVHOU4uT_Z12ELIfLCy0hPrw9xyz_BA2fWV_JsURscL3cHI8_AJsx64_ILzIrq7lYCY4YsY6XN6HIhP00W37Vjw1r-jJWz_XVzTTsT6sRK0aLjfv8JM7pZmgsZLlCkf7kH3WYCtjQNn3Tap6ii4l4X3vZk28GyLgr4anALBp0F8TkZw3x934xPw_hPXkS6b9C0FEwM3owedXZBY4qO_SCjAx0b-2j0ZupMLd7UZruXD3FTnA3jG61Xhc2fP5GMPJxoD7XX78jsf715acgL2bgO8YyMGX-IOdOL0nKQSfnuXjdve2UFpJTYzs0-gnu4fkCupDScVb6Tp3QYvjbM4Xvgw081FRq2AsRRuPUrY8baBBk6CYb8-I-eNAyG3fEJw1C_r3rsedXnnvs65dzstiqg6JtvVzhUInXwc1Mqo2slIFh9hYv-J7m7PENoeRkunFAD3vAhtBvRSmK4heC9eoifMZaHqMLyFmkvIVb2FCV1HhHeUpB5lSNg&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fescova-secadora-gama-stylish-keration-brush-3d-bivolt%2Fp%2Fbjjc3f5315%2Fpf%2Fesse%2F%3Fseller_id%3Damandassantiagocomvarejltda%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3D9zhTrzsZAAAuX1q7W6DUag</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=IKCNoXUW3klHiIsYquhkh97hl5s_RtEIl-0TntQLXJa2SIdelNn4-SopzyaoEr6-K2OUamOzULpfSKzBP2bsPgDt2I1GFbnkRBLx6oVHOU4uT_Z12ELIfLCy0hPrw9xyz_BA2fWV_JsURscL3cHI8_AJsx64_ILzIrq7lYCY4YsY6XN6P8xSFwqyopdDrtyHk7IeoWKgXvu7ijH_Abe_-rzXCRrXKfayS_YyVIUaZU2XTCOnh8UvDp2FEttxMuF9RG4X1cAC1kQoqRs6LsJD1ivZdBZKvO2oApa8kapK45GsCcAmo0YiMX1wq8xT0ITNCRP-69oHPJ6ehjVR1i-BZt9-Rs86trqerdrTthnGFIPZHrlzG-XKKexNQ-CpOtWe94EEGthQM_Nrgm0Jgna0p9qhS9j-cicBIJZB1ijDR7pZ5Nt4-zxbqd-7563q3RsaUfP7iMyR5OleLFdrPqsFBHlYRSyE3fGgJEUer7BHTsPnhM3qJvQHaKKZnXzzb71d3INMMq9ZrTr1hCMyPdsErTyQC5deTt7u-M4kz3LiasyfM3WzU1wpUjQrR8umn13LGjJ1Qyh_kv9HKguTJtPQ-hidaHY&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fescova-rotativa-philco-beauty-shine-pec07r-1100w%2Fp%2Fhbf401f83c%2Fpf%2Fesro%2F%3Fseller_id%3Dbritania%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3DSGCl_TsZAABLE1T-FpQreQ</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=ltLHXXUW3klHiIsYquhkh97hl5s_RtEIl-0TntQLXJa2SIdelNn4-SopzyaoEr6-K2OUamOzULpfSKzBP2bsPgDt2I1GFbnkRBLx6oVHOU4uT_Z12ELIfLCy0hPrw9xyz_BA2fWV_JsURscL3cHI8_AJsx64_ILzIrq7lYCY4YsY6XN6_4tN3ZStxRxGPpiT9hsbZxDtVIMjXvotGTBfvUzUK2DicMP-zSiY7X20PRwGqdKIJK2m6qWj5t2X9-NNtjsutKqhr1_7D5c8l-2wH26esdTB4k4pgcRcJCy0PDdlO0UYHlqdmTkt2xkbwxmHjOxXknyVoe7aZaC5XTGz5Hp87zbNEUBfhtsGOv8q05rsnkajX1TEj4zeCB_WTKQa4Mg5SOkvt_-GEldCtdhw2mOsJMloq64SrkAcUTC5_qJdqtMy--PnVW-JkcYycec9CINh7BuOtHHgJgr9XkpukcIXZSfvSF7__IG8Ufgh1aZSniFmZeYVKaSOPO_yUrKp8z8NkZBw4jGAfiP8AVQ-zzCOhLkjD_3-4zDOfOjPO_7VVxS5rtbD2CEXSOshCSMC9EsVCYOHfwEvSxXvuBDEEy1NbGA&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fescova-secadora-alisadora-revlon-volumizer-plus-127v%2Fp%2Fde7a3gg3d4%2Fpf%2Fesse%2F%3Fseller_id%3Dlojadogamboa%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3DDS00ozsZAABEWOWiYF8C2Q</p><p>https://privacy.us.criteo.com/adchoices?cppv=3&cpp=sVibAKBBwmpXzElXJh3vhQZA0mrYkj5S12L9S5lTm6ZI8Gtuu-27NOwpMCth8RgzcvSBPLdTAkBLY6ssvh1j0KzMfAVAn17V6CafOXpP03apouqTCcRm8UHYbOKmEwi2HPybAwLqMY9c8s8EF8p82Wv82u9o9S0zzWxCgtlIaC9z-vPt</p><p>O presente artigo é composto por três capítulos, sendo que no primeiro deles será abordado a proteção ao idoso no ordenamento jurídico, com</p><p>os direitos constitucionais e o Estatuto do Idoso. No segundo momento, será analisado à base do ordenamento jurídico, a responsabilidade dos</p><p>filhos em relação aos pais. E por fim, será abordado o impacto na relação dos filhos abandonados na infância e a necessidade de cuidado dos</p><p>idosos.</p><p>2. DOS IDOSOS E SEUS DIREITOS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA</p><p>Neste primeiro capítulo, será abordado dos princípios norteadores dos direitos dos idosos, sendo eles os princípios da dignidade da</p><p>pessoa humana e da solidariedade familiar, demonstrando seus conceitos e principais características, para então adentrar em um dos objetivos</p><p>do presente estudo, apresentando como os direitos dos idosos são assegurados na legislação brasileira.</p><p>2.1 Princípios norteadores dos direitos dos idosos</p><p>O princípio da dignidade da pessoa humana é um assunto que possui grande generalidade e dinâmica própria, decorrente da complexidade do</p><p>constitucionalismo. Neste sentido, Cármen Lúcia Antunes Rocha explica que;</p><p>“O princípio da dignidade da pessoa humana entranhou-se no constitucionalismo contemporâneo, daí partindo e</p><p>fazendo-se valer em todos os ramos do direito. A partir de sua adoção se estabeleceu uma nova forma de pensar e</p><p>experimentar a relação sociopolítica baseada no sistema jurídico; passou a ser princípio e fim do Direito</p><p>contemporaneamente produzido e dado à observância no plano nacional e internacional (ROCHA, 1999, p. 24).”</p><p>A dignidade é um atributo humano sentido e criado pelo próprio homem e por ele desenvolvido e estudado, embora, mesmo existindo desde os</p><p>proêmios da humanidade, apenas tenha sido notados plenamente nos últimos dois séculos. Possui um valor – resultante do traço distintivo do ser</p><p>humano, dotado de razão e consciência, embora tenha suas raízes no pensamento clássico, vincula-se à tradição bimilenar do pensamento</p><p>cristão, ao enfatizar cada Homem relacionado com um Deus que também é pessoa (SILVA, 2008). Por isso, a dignidade da pessoa humana traz</p><p>o ser humano no centro da imputação jurídica como o valor supremo da ordem jurídica.</p><p>A legislação brasileira concebe-a como um valor supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais, desde o direito à vida, até os</p><p>direitos sociais, que exigem uma atividade positiva do Estado (SILVA, 2008). Com isso, pode-se dizer que o conceito de dignidade da pessoa</p><p>encontra-se no direito de autonomia e autodeterminação e é uma qualidade inerente ao ser humano, dando a ele um valor próprio, que é</p><p>irrenunciável.</p><p>Na nossa Carta Magna, o principal direito fundamental constitucionalmente garantido é o da dignidade da pessoa humana, pois é o primeiro</p><p>fundamento de todo o sistema constitucional posto e o último arcabouço da guarida dos direitos individuais. Aparece no nosso texto constitucional</p><p>como fundamento da República Brasileira.</p><p>Além disso, referido princípio também encontra expressa previsão no artigo 170, em seu caput, da Carta Magna, que define como finalidade da</p><p>ordem econômica assegurar a todos uma existência digna. Já o artigo 226, § 7°, do mesmo diploma legal, assevera que o planejamento familiar</p><p>será fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável. Posteriormente, o artigo 277, caput, assegura às</p><p>crianças e aos adolescentes o direito à dignidade, assim como é amparado aos idosos, nos termos do artigo 230, caput, todos da Constituição</p><p>Federal (BRASIL, 1988, online).</p><p>Quando se fala na valoração</p><p>dos Direitos humanos como necessidade essencial para proteção dos seres humanos conta os abusos e as</p><p>violações de condições mínimas de sobrevivência digna é apenas a cobrança de um direito basilar na construção histórica humana. Eles</p><p>preexistem ao Estado, devendo ser garantidos e efetivados por ele, sem ressalvas (BOBBIO, 2004).</p><p>Por sua vez, o Princípio da Solidariedade é concebido como corolário da dignidade da pessoa humana, na medida em que este prioriza o</p><p>indivíduo por si só e aquele valoriza a vida do indivíduo em sociedade. Apesar de não possuir um conceito uníssono, pode ser definida no direito</p><p>como sento “compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas pelas outras e cada uma delas por todas” (ANTICO, 2011, p. 142).</p><p>Este princípio apresenta-se sob várias perspectivas no plano das famílias, no âmbito interno, externo, no plano fático e jurídico. Em relação ao</p><p>âmbito interno das relações familiares, o Princípio da Solidariedade se consubstancia em razão dos deveres de cooperação entre seus membros</p><p>e do respeito recíproco, já no âmbito externo refere-se a relações do grupo familiar com a sociedade. Por outro lado, no plano fático, é a</p><p>convivência em família tão somente em razão do compartilhamento de afetos e deveres, já no plano jurídico caracteriza-se nos deveres de cada</p><p>um para com os outros (TARTUCE, 2012).</p><p>A solidariedade instiga a compreensão da família brasileira contemporânea, a qual rompeu com o autoritarismo do poder marital e do poder</p><p>paterno, especialmente, e se vê em estado de perplexidade para lidar com a liberdade conquistada. Saliente-se que tal liberdade não pode ser</p><p>lida como a destruição dos vínculos e laços familiares, mas, sim, como a reconstrução sob novas bases, sendo a solidariedade o laço que une os</p><p>membros da família de modo democrático e não autoritário (LOBO, 2013).</p><p>Portanto, percebe-se que a base principiológica é fundamental para tornar a sociedade mais harmoniosa e justa. Os princípios expostos no</p><p>presente capítulo asseguram a entidade familiar como um todo, bem como estabelecem a tutela jurídica específica ao idoso no nosso</p><p>ordenamento jurídico. Em síntese, deverá existir a reciprocidade entre os membros de uma família, de forma a estabelecer o amparo necessário</p><p>entre os indivíduos, buscando-se o devido respeito à última fase da vida humana.</p><p>2.2 Proteção ao idoso no ordenamento jurídico brasileiro</p><p>O idoso, assim como a criança e o adolescente, necessita de maior amparo legal, buscando, desta forma, maior defesa de seus direitos,</p><p>assegurados de forma efetiva pela Constituição Brasileira e Estatuto do Idoso, através da Lei 10.74,1de 1º de outubro de 2003, visando maior</p><p>dignidade e qualidade de vida, sendo um dos fundamentos da Constituição da República a dignidade da pessoa humana, em seu artigo 1º, inciso</p><p>III. (BRASIL, 2003, online)</p><p>O reconhecimento dos direitos dos cidadãos quando envelhecem é recente e a urgência desses direitos é decorrente de três fatores primordiais,</p><p>quais sejam: as transformações sociais, a expansão demográfica e a consciência de que a saúde é fortemente afetada com o passar dos anos</p><p>(FERNANDES, 1997).</p><p>Esses direitos devem representar uma compensação pelas perdas e limitações a que passam a ter aqueles que atingem a terceira idade, tanto</p><p>no aspecto físico quanto no psicológico. Em decorrência destas fragilidades, este grupo se torna menos produtivo, econômica e sócio</p><p>culturalmente, e demanda maiores cuidados por parte da família (FERNANDES, 1997).</p><p>Nossa Carta Magna reconheceu genericamente tais fragilidades e a necessidade dos idosos serem amparados, pela família, pela sociedade,</p><p>pelo Estado e pelo próprio Direito. Especificamente no art. 229 do mencionado diploma legal é determinado que a família é a célula da</p><p>sociedade, trazendo em seu bojo o princípio da solidariedade nas relações familiares, de forma que cabe aos pais o dever de amparar os filhos</p><p>menores, enquanto os filhos maiores são incumbidos de prestar auxílio aos pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 1988, online).</p><p>Já em seu art. 230, o texto constitucional estabelece que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,</p><p>assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. Saliente-se que, ainda no</p><p>mesmo artigo, a Constituição esclarece que os programas de amparo aos idosos deverão ser executados preferencialmente em seus lares, bem</p><p>como assegura que aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988, online).</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 2/10</p><p>Contudo, o reconhecimento dos direitos do idoso, por parte da Carta Magna, bem como o de benefício de prestação continuada estabelecido</p><p>pela Lei nº 8.742 de 1993, foram insuficientes para efetivar e atender aos anseios da sociedade, assim, surge a Lei 8.842 de 4 de janeiro de</p><p>1994, a qual implantou a Política Nacional dos Idosos, que visa assegurar os direitos sociais do idoso promovendo condições para a manutenção</p><p>de sua autonomia, integração e partição na sociedade. Considera-se idosos todos aqueles maiores de sessenta anos de idade. (BRASIL, 1994,</p><p>online).</p><p>A Política Nacional do Idoso trata-se de uma lei oportuna, revestida de modernidade, que se preocupa com a qualidade de vida, longevidade,</p><p>com respeito pelos idosos e a compreensão de suas fragilidades, bem como salienta que a responsabilidade pelos maiores de sessenta anos</p><p>deve ser compartilhada entre a família, sociedade, Estado (FERNANDES, 1997).</p><p>Além desses ordenamentos jurídicos mencionados, com o envelhecimento da população em nossa sociedade, foi criado o Estatuto do Idoso, que</p><p>representa um exercício de cidadania no resgate da dignidade da pessoa humana em relação às pessoas de terceira idade, o qual ampliou o</p><p>sistema protetivo desta parte da população, caracterizando-se como uma ação afirmativa em prol da efetivação dos direitos dos idosos</p><p>(FRANGE, 2014).</p><p>A Lei 10.741/2003 prevê garantias, com absoluta prioridade, da efetivação dos direitos à vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte,</p><p>lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito e convivência familiar e comunitária aos idosos. Além disso, o mesmo diploma legal</p><p>dispõe que a competência para lhes dar efetividade aos direitos mencionados é da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público, em</p><p>consonância com o art. 230 da Constituição Federal e art. 3º, inciso I, da Política Nacional do Idoso (BRASIL, 2003, online).</p><p>Ademais, o Estatuto do Idoso estabelece que a obrigação alimentar é solidária e que a pessoa da terceira idade pode optar entre os prestadores,</p><p>conflitando com o Código Civil, uma vez que nesse a responsabilidade é subsidiária. Ainda que haja esse conflito, o Estado deve garantir ao</p><p>idoso segurança, especialmente em relação à obrigação alimentar.</p><p>Referida Lei proporcionou inúmeros direitos e prerrogativas aos idosos, constituindo um verdadeiro microssistema, detendo em si o mérito de</p><p>reconhecer as necessidades especiais das pessoas com mais de sessenta anos e imputar responsabilidades à família, a sociedade e ao Estado.</p><p>3. A RELAÇÃO FAMILIAR E A RESPONSABILIDADE DOS FILHOS EM RELAÇÃO AOS PAIS IDOSOS</p><p>Importante ressaltar, conforme mencionado no primeiro capítulo do presente trabalho, que a atual vigência de uma família são norteadas pelos</p><p>princípios da dignidade humana, da afetividade e da solidariedade. No entanto, em que pese não haja nenhuma norma que explicite o afeto, este</p><p>foi elevado a condição de princípio constitucional implícito por especializar e decorrer os princípios da dignidade da pessoa humana, da</p><p>solidariedade e da convivência familiar.</p><p>O afeto passou a nortear as relações familiares e a ser visto</p><p>como elemento nuclear da família, ao passo que este tema, bem como a</p><p>possibilidade do afeto ser reconhecido como um dever jurídico, sobre a caracterização do abandono afetivo na sua ausência, e sobre o abandono</p><p>afetivo inverso, serão abordados nos capítulos subsequentes.</p><p>3.1 O Afeto</p><p>O afeto está pontualmente relacionado ao dever de cuidado, e por nortear as relações familiares é fundamental uma reflexão sobre ele.</p><p>Na contemporaneidade, o afeto além de ser o elemento caracterizador da entidade familiar enquanto um núcleo permeado de</p><p>solidariedade, é também constituído com a finalidade do desenvolvimento e auto realização de seus integrantes, bem como a efetivação da</p><p>dignidade da pessoa humana, sendo deste modo um princípio constitucional implícito (CABRAL, 2009).</p><p>O afeto nada mais é do que fundamento e princípio norteador das relações familiares, integrando numa esfera de valores e interesses</p><p>indispensáveis à integridade física e moral do indivíduo. Neste mesmo sentido, Sérgio Resende de Barros explica que:</p><p>“Um afeto que enlaça e comunica as pessoas, mesmo quando estejam distantes no tempo e no espaço, por uma</p><p>solidariedade íntima e fundamental de suas vidas – de vivência, convivência e sobrevivência – quanto aos fins e meios</p><p>de existência, subsistência e persistência de cada um e do todo que formam. (BARROS, 2002, p.09)”</p><p>É importante considerar a existência de duas espécies de afeto: o afeto objetivo e o afeto subjetivo. O primeiro refere-se a tutela do</p><p>Direito e manifestamente carece de respaldo jurídico, consistindo no afeto enquanto dever jurídico aquele que depende “mais do braço, do ombro</p><p>e da razão do que do coração”. Diferentemente do segundo, que ultrapassa seus limites, na medida em que pode ser traduzido como o afeto</p><p>enquanto sentimento (LOBO, 2013, p. 51).</p><p>O afeto em que nos referimos neste capítulo é reconhecido pelo ordenamento jurídico como uma conduta solidária que</p><p>necessariamente deve estar presente no âmbito familiar, especialmente, nas relações paterno-filial em que há vulnerabilidade, seja dos filhos</p><p>menores ou seja dos pais idoso, podendo ou não, estar acompanhada do afeto como sentimento (VIEGAS, 2013).</p><p>Neste sentido, João Baptista Villela defende que existe uma desbiologização da paternidade nos dias atuais, que é uma evolução do</p><p>parentesco. Para o autor, a relação parental não deriva apenas do vínculo sanguíneo, mas também pelo afeto. Em suas palavras:</p><p>“A desbiologização da paternidade, que é, ao mesmo tempo, um fato e uma vocação, rasga importantíssimas aberturas</p><p>sociais. Em momento particularmente difícil, quando o mundo atravessa aguda crise de afetividade, e dentro dele o País</p><p>sofre com seus milhões de crianças em abandono de deferentes graus e espécies, a consciência de que a paternidade é</p><p>opção e exercício, e não mercê ou fatalidade, pode levar a uma feliz aproximação entre os que têm e precisam dar e os</p><p>que não têm e carecem receber.” (VILLELA, 1980, p. 415-416)</p><p>O afeto é muito importante na medida em que é responsável por “materializar a sensação de bem estar, promover o equilíbrio da pessoa</p><p>e construir a autoestima” (CABRAL, 2009, p. 79), tornando este indivíduo apto a superar os infortúnios da vida. Além disso, o afeto também é</p><p>uma necessidade biológica, é o alimento moral que dá consciência para que a pessoa continue a viver. Neste sentido:</p><p>“No que tange a relações familiares, a valorização do afeto remonta ao brilhante trabalho de João Batista Vilella, escrito</p><p>no início da década de 1980, tratando da desbiologização da paternidade. Na essência, o trabalho procurava dizer que o</p><p>vínculo familiar seria mais um vínculo de afeto do que um vínculo biológico. Assim, surgiria uma nova forma de</p><p>parentesco civil – a parentalidade socioafetiva – baseada na posse de estado de filho” (apud TEIXEIRA; RIBEIRO, 2008,</p><p>p. 48).</p><p>Em relação ao tema do presente artigo, importante destacar o posicionamento do Instituto Brasileiro de Direito de Família, que explica e</p><p>apresenta o entendimento de João Baptista, importantíssimo doutrinador que aborda sobre o tema:</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 3/10</p><p>“Desde quando o afeto juridicamente passou a ter a sua valoração, no efeito de ser reconhecido como vinculo familiar</p><p>(João Baptista Vilela, 1980), em significado amplo de proteção e cuidado, no melhor interesse da família, a sua falta</p><p>constitui, em contraponto, gravame odioso e determinante de responsabilidade por omissão ou negligência.</p><p>A autonomia da pessoa idosa, enquanto patriarca, chefe de família e pai, exige a assistência filial, moral e afetiva, como</p><p>imprescindível instrumento de respeito aos seus direitos existenciais de consolidação de vida.” (IBDFAM, 2013, online)</p><p>O Superior Tribunal de Justiça foi um dos precursores na edificação do sentido de socioafetividade para o Direito de Família brasileiro,</p><p>visto que acolhe essa categoria há quase mais de duas décadas, mesmo quando inexistia qualquer lei expressa a respeito dessa temática, que</p><p>foi consolidada em um debate entre a literatura jurídica de direito de família entre os doutrinadores João Baptista Vilella, Luiz Edson Fachin, Zeno</p><p>Veloso e Paulo Luiz Netto Lobo (LOBO, 2013).</p><p>A manutenção da filiação socioafetiva mesmo com a comprovação da ausência do vínculo biológico está de acordo com o sentido civil-</p><p>constitucional de filiação apurado pelo direito de família contemporâneo, que é uníssono em afirmar que a paternidade não decorre apenas da</p><p>descendência genética.</p><p>Tendo em vista a importância do afeto para um indivíduo, claramente é imprescindível o reconhecimento do dever jurídico de afetividade</p><p>oponível a pais e filhos, em caráter permanente, independentemente dos sentimentos que nutram entre si.</p><p>Deste modo, ao se confundir as espécies de afeto poderá afastar da proteção do judiciário situações em que, de um lado, haja o</p><p>descumprimento de um dever jurídico preexistente e, de outro, haja uma notória vulnerabilidade, ou seja, poderá se afastar do judiciário situações</p><p>que manifestamente carecem de uma tutela jurídica, tornando, assim, saliente a inobservância dos direitos fundamentais constantes em nossa</p><p>Constituição, o que não se pode admitir.</p><p>3.2 Responsabilidade civil decorrente do abandono afetivo dos pais idosos</p><p>O abandono afetivo inverso é oriundo da negligência, da inobservância ou mesmo da omissão dos filhos em relação a gama de deveres que</p><p>possuem para com seus pais idosos.</p><p>Portanto, saliente-se que o abandono afetivo inverso é responsável por gerar uma violência moral e sentimental, ferindo as garantias do idoso,</p><p>gerando aos mesmos um sentimento de tristeza e solidão, que se reflete em deficiências funcionais, agravamento de doenças, isolamento social</p><p>e até mesmo a perda do interesse pela vida (OLIVEIRA, 2011).</p><p>O conceito de abandono afetivo é a “missão dos pais, ou de um deles, pelo menos relativamente ao dever de educação, entendido este na sua</p><p>acepção mais ampla, permeado de afeto, carinho, atenção, desvelo” (HIRONAKA, 2007, online). Em outras palavras, a negação do amparo</p><p>afetivo, traduzido como a omissão quanto ao dever de cuidado, ocasiona severos danos à personalidade do idoso, afetando diretamente sua</p><p>dignidade, sua honra, sua moral e sua reputação social.</p><p>Já o abandono afetivo inverso pode ser conceituado da seguinte maneira:</p><p>Temos assim que o ‘abandono afetivo’ ou ‘abandono afetivo direto’ é configurado pela culposa não convivência e</p><p>ausência de cuidado (independente do custeio referente às questões materiais) dos pais em relação aos filhos. Já o</p><p>‘abandono afetivo inverso’ é verificado quando ocorrer culposa ausência dos filhos (não convivência familiar) em relação</p><p>aos pais idosos. [...] ainda que se utilize o termo afetivo, não se quer referir à obrigação de afeto ou amor. Trata-se</p><p>de</p><p>adimplir os deveres de cuidado para com a prole em desenvolvimento ou com os genitores idosos. [...] abandono</p><p>praticado por quem se limita a efetivar os custeio de questões materiais (alimentos, escola, cuidadores, etc.), e é</p><p>completamente ausente, sem nenhuma participação ou demais cuidados com o filho ou com o pai. [...] tem-se que o</p><p>abandono afetivo (ou imaterial) inverso é usado para se referir ao ato de filhos não conviverem e ignorarem os pais</p><p>idosos, ainda que haja, pelos filhos, custeio pecuniário (ou material) dos pais (CANDIA, 2017, p. 125).</p><p>Portanto, é saliente que o abando afetivo inverso obrigada os filhos a proteção dos indivíduos acobertados por maior vulnerabilidade, como os</p><p>menores e os próprios idosos. Saliente que tal instituto encontra respaldo no princípio de que a ninguém é dado o direito de ocasionar prejuízos a</p><p>outrem, materializado pelo art. 186 do Código Civil e base fundadora da Responsabilidade Civil, e se assim o fizer deverá compensar o dano</p><p>causado.</p><p>Observe-se que os danos causados pelos próprios membros da entidade familiar ensejam a reparabilidade civil, afinal, a proteção à dignidade e</p><p>ao respeito humano deverão prevalecer (CARDIN, 2012). Prepondera desta forma, a dignidade da pessoa humana e o dever de solidariedade</p><p>(CARDIN, 2012). Logo, a indenização civil não possui o condão de 68 restabelecer o afeto, mas por meio dela, os prejuízos podem ser</p><p>amenizados através de tratamentos psicológicos (CARDIN, 2012).</p><p>Em relação a matéria, houve grande evolução admitindo-se a indenização civil por abandono afetivo (TARTUCE, 2017). Oportuno citar a ementa</p><p>do Recurso Especial nº 1.159.242 – SP, de Relatoria da Ministra Nancy Andrigui, julgado pela 3º Turma do Superior Tribunal de Justiça, no dia 24</p><p>de abril de 2012, a saber:</p><p>“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. ABANDONO AFETIVO. COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL.</p><p>POSSIBILIDADE. 1. Inexistem restrições legais à aplicação das regras concernentes à responsabilidade civil e o</p><p>consequente dever de indenizar/compensar no Direito de Família. 2. O cuidado como valor jurídico objetivo está</p><p>incorporado no ordenamento jurídico brasileiro não com essa expressão, mas com locuções e termos que manifestam</p><p>suas diversas desinências, como se observa do art. 227 da CF/88. 3. Comprovar que a imposição legal de cuidar da</p><p>prole foi descumprida implica em se reconhecer a ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de omissão. Isso porque o non</p><p>facere, que atinge um bem juridicamente tutelado, leia-se, o necessário dever de criação, educação e companhia - de</p><p>cuidado - importa em vulneração da imposição legal, exsurgindo, daí, a possibilidade de se pleitear compensação por</p><p>danos morais por abandono psicológico. 4. Apesar das inúmeras hipóteses que minimizam a possibilidade de pleno</p><p>cuidado de um dos genitores em relação à sua prole, existe um núcleo mínimo de cuidados parentais que, para além do</p><p>mero cumprimento da lei, garantam aos filhos, ao menos quanto à afetividade, condições para uma adequada formação</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 4/10</p><p>psicológica e inserção social. 5. A caracterização do abandono afetivo, a existência de excludentes ou, ainda, fatores</p><p>atenuantes - por demandarem revolvimento de matéria fática - não podem ser objeto de reavaliação na estreita via do</p><p>recurso especial. 6. A alteração do valor fixado a título de compensação por danos morais é possível, em recurso</p><p>especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de origem revela-se irrisória ou exagerada. 7. Recurso</p><p>especial parcialmente provido” (STJ. Recurso Especial: REsp nº 1.159.242 – SP – 2009/0193701-9. 3º Turma. Relator</p><p>(a): Ministra Nancy Andrigui. DJ: 24 abr. 2012)</p><p>Apesar de existir uma lacuna legislativa e jurisprudencial quanto a reparação civil por abandono afetivo inverso, observa-se a inclinação para o</p><p>reconhecimento da matéria, em virtude da caracterização do abandono afetivo como ato ilícito e indenizável, pela violação de dever de cuidado e</p><p>solidariedade estabelecidos no ordenamento jurídico (SANTOS; BARBOSA, 2017). Conclui-se que a reparação civil decorrente de abandono</p><p>afetivo é possível (SANTOS; BARBOSA, 2017).</p><p>Neste sentido:</p><p>“A conduta omissiva do agente, ao faltar com o dever de cuidado e afeto com o idoso, acaba por ocasionar o dano, lesão</p><p>essa que gera sofrimento, angústia, abalo, fere a sua dignidade e os seus direitos da personalidade. No entanto, exige-</p><p>se cautela na análise de cada caso em concreto, pois, apesar de se poder afirmar que aquele que causa dano a outrem</p><p>fica obrigado a repará-lo, há de restarem configurados e provados todos os pressupostos da responsabilidade civil</p><p>(ação/omissão, dano, culpa 78 e nexo causal), provas cabais do abandono, bem como não deve haver excludente de</p><p>responsabilidade ou ilicitude” (SANTOS; BARBOSA, 2017, online)</p><p>Portanto, “é de se ressaltar que os idosos são pessoas em condições especiais, que merecem a proteção da família, da sociedade e do Estado”</p><p>(SANTOS; BARBOSA, 2017, online). Diante disso, mesmo que não seja possível exigir o amor de outrem, o dever de assistência moral pelos</p><p>familiares do idoso, reflete o cuidado necessário para a garantia da dignidade e envelhecimento saudável, o qual busca-se assegurar por meio da</p><p>reparação civil (SANTOS; BARBOSA, 2017).</p><p>Desse modo, pode-se observar que a não permanência do cuidado dos filhos perante seus pais idosos, poderá servir para justificar uma possível</p><p>indenização.</p><p>3.3 Excludentes da responsabilidade pelo abandono afetivo inverso</p><p>No tópico anterior consideramos acerca da responsabilidade civil decorrente do abandono afetivo dos pais idosos, no entanto, o nosso</p><p>ordenamento jurídico abarca previsões de excludentes de responsabilidade civil, as quais são denominadas de causas de irresponsabilidades,</p><p>tais como: caso fortuito ou força maior, culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, estado de necessidade, dentre outras (STOCO, 2011). Tais</p><p>excludentes devem ser analisadas de acordo com o caso concreto.</p><p>Para melhor compreender tais excludentes, necessário explicar e exemplificar as mesmas. A culpa exclusiva da vítima, nos termos do art. 186 do</p><p>Código Civil, eliminará o nexo causal, assim, “para fins de interrupção do nexo causal basta que o comportamento da vítima represente o fato</p><p>decisivo do evento” (CAVALIEIR FILHO, 2008, p. 64).</p><p>Já de acordo com o art. 945 do mesmo diploma legal, há previsão de concorrência de culpas entre o agente e a vítima, ainda que este não seja</p><p>uma excludente de reponsabilidade, tal artigo prevê que em tais casos a indenização será fixada com base na gravidade da culpa de cada um.</p><p>Relacionando com o tema em questão, é possível vislumbrar essa hipótese de concorrência de culpas nas situações em que o ascendente</p><p>oferece empecilhos para que o filho exerça seus deveres, como quando se recusa a receber os cuidados médicos necessários, inviabilizando</p><p>assim o cumprimento do dever de cuidado.</p><p>O fato de terceiro é caracterizado quando uma outra pessoa, que não seja o agente ou a vítima, seja a causa exclusiva do evento danoso,</p><p>eliminando a causalidade entre a conduta do agente e o dano suportando pela vítima. No abandono do genitor, quando o sofrimento enfrentando</p><p>pelo genitor advir da conduta de uma terceira pessoa, o filho não poderá ser responsabilizado.</p><p>Conforme dispõe o artigo 393, parágrafo único do Código Civil “o caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não</p><p>eram possíveis evitar ou impedir”. O caput deste artigo isenta a responsabilidade quando o dano resulta de tais possibilidades (BRASIL, 2002,</p><p>online).</p><p>Dessa maneira, o filho que comprovar que o descumprimento de seus deveres filiais em razão de caso fortuito ou força maior estará isento de</p><p>responsabilidade</p><p>quanto ao abandono praticado. No entanto, é necessário que essas causas tenham o impedido de adimplir seus deveres</p><p>durante todo ou grande parte do tempo em que o ascendente se encontrava em situação de velhice, carência ou enfermidade. A</p><p>responsabilidade civil não será excluída se o caso fortuito ou a força maior tenha o impedido de cumprir um dever pontual em um momento</p><p>específico.</p><p>Em relação ao estado de necessidade não constitui ato ilícito “a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de</p><p>remover perigo iminente” (CAVALIEIR FILHO, 2008, p. 72). Na execução dos deveres filiais, há algumas possibilidades em que o afastamento do</p><p>filho se funda na intenção de remover perigo iminente, senão vejamos:</p><p>“Pode acontecer, ainda, que o afastamento do outro genitor se dê em decorrência de uma situação de risco ou perigo</p><p>que ele, não-guardião, poderia impingir a sua prole, preferindo, neste caso, afastar-se para não colocar a saúde ou a vida</p><p>de seus filhos em risco (como é o caso, por exemplo, de o genitor ser portador de uma grave doença infecto-contagiosa,</p><p>alcoolismo mórbido, drogadição, doença mental etc.)” (HIRONAKA, 2007, online).</p><p>O afastamento do filho também poderá se dar em razão destas hipóteses, então, o abandono não se revestirá de ilicitude. Por conseguinte, a</p><p>responsabilidade civil do filho estará excluída, quando seu intento, ao se afastar, for proteger o ascendente de risco ou perigo iminente.</p><p>Há também a exclusão da imputabilidade, que é um pressuposto da responsabilização, e não da culpabilidade, posto que, no plano civil, há</p><p>responsabilidade sem culpa (objetiva). Para melhor compreensão do tema, necessário a explicação do doutrinador:</p><p>“A imputabilidade exige dois elementos: a maturidade (desenvolvimento mental completo) e sanidade mental (capacidade</p><p>de entender o caráter ilícito do seu comportamento e de determinar-se de acordo com esse entendimento), sem os quais</p><p>não há como responsabilizar o autor pelo dano” (STOCO, 2011, p. 98).</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 5/10</p><p>Portanto, a imputabilidade é considerada como condição pessoal de maturidade e sanidade, elementos que fazem com que o agente tenha</p><p>capacidade de compreender a ilicitude da conduta, ou de determinar-se de acordo com tal percepção. Para que o filho seja responsabilizado pelo</p><p>abandono do pai deve ser maior e capaz. Quanto à maioridade, o próprio artigo 229 da Constituição Federal estabeleceu que o dever de ajuda e</p><p>amparo cabe aos filhos maiores (BRASIL, 1988, online).</p><p>Desta forma, fora apresentado algumas excludentes do abandono afetivo inverso, o que exclui a responsabilidade civil dos filhos em de amparar</p><p>(indenizar) os pais idosos.</p><p>4. O IMPACTO DO ABANDONO AFETIVO INVERSO NA RELAÇÃO DOS FILHOS ABANDONADOS NA INFÂNCIA</p><p>Depois de esclarecidos todos os aspectos a respeito do abandono afetivo inverso, seus princípios e os conceitos de afetividade, indaga-se: um</p><p>filho que foi abandonado em sua infância pelo pai, posteriormente terá o dever de prestar auxílio para seu pai caso necessário?</p><p>4.1. Os reflexos do abandono afetivo paterno filial</p><p>Conforme demonstrado, o abandono afetivo inverso caracteriza-se pelo comportamento omisso dos filhos para com os genitores idosos e essa</p><p>omissão consiste na falta de cuidado, amparo e assistência, fundamentados no princípio da dignidade da pessoa humana e da solidariedade</p><p>familiar. Deste modo, quando há omissão por parte dos filhos em relação aos seus pais, torna-se possível a reparação civil por danos morais,</p><p>uma vez que gera ao idoso sentimento de rejeição.</p><p>A responsabilidade civil dentro do direito das famílias está intrinsecamente relacionada ao novo papel da família, decorrente do que determina</p><p>nossa Carta Magna, conforma leciona Paulo Lôbo:</p><p>“A responsabilidade na família é pluridimensional e não se esgota nas consequências dos atos do passado, de natureza</p><p>negativa, que é o campo da responsabilidade civil. Mais importante e desafiadora é a responsabilidade pela promoção</p><p>dos outros integrantes das relações familiares e pela realização de atos que assegurem as condições de vida digna nas</p><p>atuais e futuras gerações, de natureza positiva. A família, mais que qualquer outro organismo social, carrega consigo o</p><p>compromisso com o futuro, por ser o mais importante espaço dinâmico de realização existencial da pessoa humana e de</p><p>integração de gerações” (LÔBO, 2015, p. 124).</p><p>Em outras palavras, cada integrante da família tem o dever de garantir a dignidade humana de todos os demais membros familiares e na relação</p><p>paterno-filial, a função do filho é ainda mais latente e deve ser impreterivelmente cumprida, para que não seja configurada a responsabilidade</p><p>civil, que de acordo com Cavalieri Filho, que é delineado como o “dever jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente da</p><p>violação de um dever jurídico originário” (CAVALIERI FILHO, 2008, p. 02).</p><p>De acordo com Fátima Nancy Andrighi, “não existem restrições legais à aplicação das regras relativas à responsabilidade civil e o consequente</p><p>dever de indenizar/compensar, no Direito de Família” (STJ). A Ministra do STJ afirma que diante da comprovação de que uma imposição legal foi</p><p>descumprida, haverá um ilícito civil.</p><p>Deste modo, considerando que o descumprimento do dever de cuidado dos pais em relação aos filhos se configura como um ato ilícito, o</p><p>descumprimento do correspondente dever dos filhos em relação aos pais também é. Portanto, as regras de responsabilidade civil devem ser</p><p>igualmente aplicadas.</p><p>Importante ressaltar que a ordem jurídica, como sentimento social, não consente com o fato de que uma pessoa possa causar mal a outrem e,</p><p>enquanto sentimento humano, além de social, à mesma ordem jurídica repugna que o agente reste incólume em face do prejuízo individual. É a</p><p>partir desta lógica que surge a ideia de reparação “como estrutura de princípios de favorecimento à vítima e de instrumentos montados para</p><p>ressarcir o mal sofrido”. (PEREIRA, 2015, p. 24). Neste viés, de acordo com Rui Stoco, é que a responsabilidade civil surge como o dever moral</p><p>de não causar prejuízo a outrem (STOCO, 2011).</p><p>O artigo 186 do Código Civil dispõe que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a</p><p>outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Por sua vez, o artigo 927 do mesmo diploma legal define que aquele que comete tal</p><p>ato, causando danos à outra pessoa, fica obrigado a repará-lo (BRASIL, 2002, online).</p><p>O dano moral, na visão contemporânea, é aquele que, independentemente de prejuízo material, fere direitos personalíssimos, que podem ser</p><p>traduzidos, segundo Maria Celina Bodin Morais, como “todo e qualquer atributo que individualiza cada pessoa, tal como a liberdade, a honra, a</p><p>atividade profissional, a reputação, as manifestações culturais e intelectuais entre outros” (MORAES, 2003, p. 158).</p><p>Destaque-se que a indenização por dano moral foi elevada ao caráter de direito fundamental pela Constituição Federal, uma vez que está</p><p>prevista no artigo 5°, inciso V, o qual dispõe que “é assegurado o direito (...) da indenização por dano moral, e, inciso X, o qual dispõe que “são</p><p>invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral</p><p>decorrente da violação” (WITZEL, 2013, online).</p><p>Em que pese o Direito de Família não contemple regra específica para reparação dos danos ocasionados na esfera familiar, cumpre esclarecer</p><p>que os textos legais que regulam os danos morais, como o já mencionado art. 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, e os arts. 186 e 927 do</p><p>Código Civil, versam de maneira ampla e irrestrita, de maneira que é possível se estender a aplicação destes dispositivos</p><p>as relações nascidas</p><p>dentro de um núcleo familiar, em virtude da necessidade saliente de promover a dignidade da pessoa humana e à igualdade.</p><p>Nesse sentido, cumpre esclarecer que segundo Branco, os danos morais apresentam caráter dúplice ao disponibilizar à vítima do dano moral</p><p>uma forma de tutelar seu interesse violado, apresentando uma função pedagógica e preventiva. Pedagógica na medida que na relação jurídico-</p><p>obrigacional constituída surge uma resposta estatal como escopo de promover a compensação do mal sofrido e preventiva por não se limitar aos</p><p>indivíduos diretamente ligados à obrigação de reparação, fazendo-se refletir a decisão por todo o tecido social, “pois, a exemplo do que ocorre</p><p>com as normas penais, atua na consciência coletiva, fazendo com que os indivíduos naturalmente possam se abster de comportamentos que</p><p>porventura lhes imponham responsabilização (BRANCO, 2006, p. 48).</p><p>Desta forma, verifica-se que nos casos de abandono afetivo inverso há responsabilidade subjetiva do filho em relação ao pai, o que gera</p><p>indenizações a título de danos morais. Ainda que o filho tenha sido abandonado pelo pai na infância, tal fato não desconfigura o ato ilícito de não</p><p>prestar auxílio ao pai vulnerável. No entanto, percebe-se que não há um posicionamento fixo sobre o tema nos tribunais, conforme será abordado</p><p>no tópico subsequente.</p><p>4.2. A posição do Poder Judiciário</p><p>Conforme já mencionado, a responsabilidade civil e os danos morais aplicados no âmbito familiar possuem um objetivo pedagógico, não</p><p>econômicos. O que se busca com a legislação atual é viabilizar mecanismos que vedem os abusos praticados por aqueles que descumprem os</p><p>direitos fundamentais de pessoas a quem deveriam proteger e amparar (BRANCO, 2006).</p><p>Neste sentido, os tribunais brasileiros vêm alterando seu posicionamento no que se refere ao reconhecimento do afeto e à responsabilidade civil</p><p>pelo abandono afetivo inverso, em casos específicos.</p><p>Para melhor ilustrar tais modificações, segue o voto proferido pela Ministra Nancy Andrighi:</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 6/10</p><p>RECURSO ESPECIAL Nº 1.159.242 - SP (2009/0193701-9)</p><p>Voto proferido pela Ministra relatora NANCY ANDRIGHI:</p><p>A ideia subjacente é a de que o ser humano precisa, além do básico para a sua manutenção – alimento, abrigo e saúde</p><p>–, também de outros elementos, normalmente imateriais, igualmente necessários para uma adequada formação –</p><p>educação, lazer, regras de conduta, etc. (...) Aqui não se fala ou se discute o amar e, sim, a imposição biológica e legal de</p><p>cuidar, que é dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerarem ou adotarem filhos. O amor diz respeito à</p><p>motivação, questão que refoge os lindes legais, situando-se, pela sua subjetividade e impossibilidade de precisa</p><p>materialização, no universo meta-jurídico da filosofia, da psicologia ou da religião. O cuidado, distintamente, é tisnado por</p><p>elementos objetivos, distinguindo-se do amar pela possibilidade de verificação e comprovação de seu cumprimento, que</p><p>surge da avaliação de ações concretas: presença; contatos, mesmo que não presenciais; ações voluntárias em favor da</p><p>prole; comparações entre o tratamento dado aos demais filhos – quando existirem –, entre outras fórmulas possíveis que</p><p>serão trazidas à apreciação do julgador, pelas partes. Em suma, amar é faculdade, cuidar é dever (REsp 1159242/SP,</p><p>Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 10/05/2012)</p><p>Com este julgado, pode-se concluir que há reparação de dano, caracterizando a responsabilidade civil a título de danos morais, quando há o</p><p>abandono afetivo inverso, uma vez que gera o sentimento de rejeição no idoso, afetando sua saúde. Não há a imposição do sentimento, mas sim</p><p>o dever de cuidado material e imaterial.</p><p>No entanto, há entendimento contrário ao anteriormente transcrito, o qual reconhece uma exceção a esta regra, senão vejamos:</p><p>“A 2ª Turma Cível do TJDFT confirmou a sentença da 1ª Vara de Família e de Órfãos e Sucessões de Sobradinho que</p><p>julgou improcedente o pedido de alimentos ajuizado por uma mãe em desfavor de seus três filhos. O Recurso trata-se de</p><p>uma Apelação Cível contra a sentença proferida em ação de alimentos, que julgou improcedente o pedido da genitora,</p><p>consistente em condenar os filhos a lhe pagar alimentos. Inicialmente, os desembargadores explicaram que o dever</p><p>alimentar de sustento, fundado na relação de parentesco, baseia-se no princípio da solidariedade familiar (art. 229 da</p><p>CF), que atribui aos pais o dever de assistir aos filhos menores; e aos filhos maiores, a obrigação de amparar os pais</p><p>idosos. Ao examinar o caso dos autos, os julgadores verificaram que a autora abandonou os seus filhos, material e</p><p>afetivamente, desde a tenra idade. Desse modo, como ela, há mais de quatro décadas, deixou de cumprir com os</p><p>deveres inerentes ao poder familiar, abstendo-se de assegurar aos seus filhos o sustento, a guarda, a educação e de</p><p>lhes prestar atenção e afeto, o colegiado entendeu que a mãe não pode, na velhice, pretender atribuir aos seus</p><p>descendentes as obrigações fundadas no princípio da solidariedade familiar, que ela nunca observou. Para os</p><p>desembargadores, é descabida a fixação de alimentos em benefício de genitor que nunca cumpriu com os deveres</p><p>inerentes ao poder familiar. Não pode, agora, valer-se apenas da relação de parentesco para postular algo que nunca</p><p>ofereceu nem mesmo moralmente aos filhos. Além do mais, no caso, para os julgadores, não restou devidamente</p><p>comprovada a necessidade da genitora em pleitear alimentos, não merecendo, portanto, provimento o seu pedido.”</p><p>No julgado acima citado, o Tribunal aplica uma exceção dentro do princípio de solidariedade disposto no art. 229 da Constituição Federal, bem</p><p>como da obrigação recíproca do art. 1.696 do Código Civil, uma vez que restou devidamente comprovado nos autos que a idosa que requer</p><p>alimentos aos seus filhos abandonou os mesmos na infância, tornando possível que a norma de prestar auxílio ao vulnerável não seja imposta.</p><p>Vejamos também entendimento semelhante do Tribunal de Justiça de Santa Catarina:</p><p>Apelação cível. ação de alimentos ajuizada pelo ascendente em desfavor de seus filhos. Pedido amparado no</p><p>compromisso de solidariedade familiar. Exegese do art. 1.696 do código civil. Improcedência na origem. Ausência de</p><p>demonstração do binômio necessidade/possibilidade. ônus que competia ao autor da demanda, por força do art. 373, inc.</p><p>i, do código de processo civil. inexistência de vínculo afetivo entre os litigantes. sentença mantida. recurso conhecido e</p><p>desprovido. O pedido alimentar formulado pelo ascendente ao descendente com fundamento no art. 1.696 do cc exige</p><p>demonstração inconcussa da necessidade alimentar e da capacidade financeira do alimentante de prestar auxílio ao</p><p>genitor. Em face do caráter solidário da obrigação alimentar, inacolhe-se pleito formulado por genitor contra filho maior de</p><p>idade se este não recebeu por ocasião de sua menoridade os cuidados paternos inerentes ao pátrio poder a que tinha</p><p>direito (apelação cível n. 2013.035033-8, de Camboriú, rel. des. monteiro rocha, j. 10-10-2013). (TJ-SC - AC:</p><p>20150612454 CRICIÚMA 2015.061245-4, RELATOR: STANLEY BRAGA, DATA DE JULGAMENTO: 14/04/2016,</p><p>QUARTA CÂMARA DE DIREITO CIVIL)</p><p>Nesse sentido, expressou-se o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por meio de notícia divulgado em seu site oficial:</p><p>O juiz Cléber de Castro Cruz, titular da 16ª Vara de Família de Fortaleza, negou o pedido de um idoso que ingressou na</p><p>Justiça para receber pensão alimentícia dos três filhos. De acordo com o magistrado, as provas apresentadas pelos</p><p>filhos ao longo da tramitação do processo e o depoimento do próprio idoso comprovam que houve abandono material</p><p>e</p><p>também afetivo por parte do pai. “Não tendo o autor da causa sido pai de seus filhos para dar-lhes amor e afeição, e nem</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 7/10</p><p>mesmo para auxiliar lhes materialmente, quando da sua assistência os promovidos [filhos] ainda necessitavam, não se</p><p>mostra justo, nem jurídico, que agora busque se valer da condição paterna apenas para impor-lhes obrigações”, explicou</p><p>o juiz (TJCE, 2016, online).</p><p>Deste modo, é saliente que o entendimento quanto ao abandono afetivo ainda é questão controvertida nos tribunais brasileiros. Contudo, espera-</p><p>se que o entendimento passe a ser no sentido de que o direito, ainda que não possa impor o amor nas relações humanas, possui um papel</p><p>importante no que concerne à proteção de direitos e na reparação de danos.</p><p>5. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>O presente artigo científico analisou a temática do abandono afetivo inverso, seus princípios e legislações que versam sobre o tema, bem como</p><p>alguns de seus desdobramentos no ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>Ao abordar o tema verificou-se que há duas espécies de afeto, o “objetivo” e o “subjetivo”. O primeiro refere-se ao afeto como dever jurídico e o</p><p>segundo é compreendido como um afeto enquanto sentimento. No entanto, o afeto que se refere no ordenamento jurídico deve ser entendido</p><p>como um conjunto de deveres legais inerente aos pais em relação aos filhos e vice e versa.</p><p>Neste sentido, foi demonstrado que o reconhecimento no direito do afeto não deve ser confundido com a imposição de amor nas relações</p><p>familiares, é apenas uma conduta solidária, que deve estar presente no âmbito familiar, especialmente naqueles em que houver uma pessoa</p><p>vulnerável, sejam eles filhos menores ou idosos.</p><p>Desta forma, a inobservância de cuidado dos filhos para com os pais e a ausência de uma conduta solidária caracterizam o abandono afetivo</p><p>inverso, uma vez que viola direitos da personalidade e gera uma violência moral e sentimental para o idoso, prejudicando sua saúde.</p><p>Por estas razões e por todo o exposto, entende-se que é cabível a responsabilização do filho em virtude do abandono afetivo inverso, pois há</p><p>uma conduta omissa ilícita pelos filhos, ou seja, há inobservância do dever de cuidado, provocando danos e consequências que devem ser</p><p>reparadas.</p><p>Este é o entendimento majoritário da doutrina dos tribunais superiores brasileiros sobre o tema, os quais reconhecem a caracterização de</p><p>responsabilidade civil, gerando indenização a título de danos morais. No entanto, ainda que seja este o entendimento majoritário, há tribunais que</p><p>possuem entendimentos um pouco diferentes, os quais aplicam determinadas exceções ao princípio da solidariedade, em casos específicos.</p><p>Conclui-se, portanto, que não há um posicionamento fixo jurisprudencial sobre o tema, porém, é evidente que o direito não pode impor o amor</p><p>nas relações familiares, mas possui um papel fundamental de reparar danos e asseguras os mais vulneráveis que possuírem seus direitos</p><p>fundamentais violados, contribuindo assim para uma sociedade mais justa, decente e solidária.</p><p>6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ANTICO, Andrea. Reflexões acerca da fraternidade e da solidariedade na compreensão do assédio moral no trabalho. In: POZZOLLI, Lafayette;</p><p>SPLICIDO, Cristiane. Teoria geral do direito: ensaios sobre dignidade e fraternidade. Barigui, SP: Boreal Editora, 2011.</p><p>BARROS, Sérgio Resende de. A ideologia do afeto. 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Lei nº 10.571, de 01 de Outubro de 2003. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm#:~:text=LEI%20No%2010.741%2C%20DE%201%C2%BA%20DE%20OUTUBRO%20DE%</p><p>Acesso em 15 out. 2020.</p><p>CABRAL. Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat. Afetividade Como Fundamento Na Parentalidade Responsável. 16/11/2009. Disponível em:</p><p>https://www.ibdfam.org.br/artigos/566/AFETIVIDADE+COMO+FUNDAMENTO+NA+PARENTALIDADE+RESPONS%C3%81VEL. Acesso em: 06</p><p>set. 2020.</p><p>CANDIA, A. C. N. B. Responsabilidade Civil por Abandono Imaterial (ou Afetivo) Direto e Inverso. 2017. 200p. Dissertação (Mestrado em</p><p>Direito Civil) – Programa de PósGraduação da Faculdade de Direito (Mestrado), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.</p><p>Disponível em: https://tede.pucsp.br/handle/handle/20846.</p><p>Acesso em: 06 set. 2020.</p><p>CARDIN, Valeria Silva Galdino. Dano Moral no Direito de Família. 1. ed. Saraiva, 2012.</p><p>CAVALIERI FILHO, Sérgio. 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Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9057. Acesso em: 06</p><p>set. 2020.</p><p>PEREIRA, Caio Mário da silva. Instituições de direito civil: responsabilidade civil. 3ª ed. 2015.</p><p>ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. O princípio da Dignidade da Pessoa Humana e a Exclusão Social. In: Revista Interesse Público, n° 4, 1999.</p><p>SANTOS, Thamiris Carolina dos; BARBOSA, Valéria Koch. Abandono afetivo inverso: a (im) possibilidade da responsabilização civil dos</p><p>filhos. In: HUPFFER, Haide Maria; WEYERMULLER, André Rafael; CUNHA, Daniel Sica da (Orgs.). Direito 10: desafios à efetivação do direito –</p><p>Novo Hamburgo: Feevale,</p><p>2017. Disponível em: http://www.feevale.br/Comum/midias/604a5f39-ae55-45a8-b8a0-</p><p>fd400f33eb46/DIREITO%2010%20-%20Desafios%20%C3%A0%20efetiva%C3%A7%C3%A3o%20do%20Direito.pdf. Acesso em: 06 set. 2020.</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 30ª ed. 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Manual de Direito Civil: volume único. – 7º ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017.</p><p>TARTUCE. Flávio. O princípio da solidariedade e algumas de suas aplicações no direito de família – abandono afetivo e alimentos.</p><p>Revista Brasileira de Direito de Família, n. 65, 2012.</p><p>TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado; RIBEIRO, Gustavo Pereira Leite (Coords.). Manual de Direito das Famílias e das Sucessões. Belo</p><p>Horizonte: Mandamentos, 2008.</p><p>CEARÁ. Tribunal de Justiça do Ceará. Sentença Pai que abandonou os filhos não terá direito a receber pensão alimentícia. Magistrado:</p><p>Cléber de castro Cruz. 12 de setembro de 2016. Disponível em: https://www.tjce.jus.br/noticias/pai-que-abandonou-os-filhos-nao-tera-direito-a-</p><p>receber-pensao-alimenticia/. Acesso em: 14 out. 2020.</p><p>DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Acórdão de decisão que nega alimentos à genitora que abandonou os filhos.</p><p>Apelação n° 20160610054187. C.A.M e R.M.L. Relator: Desembargador Cesar Laboissiere Loyora. 20 de fevereiro de 2017. Disponível em:</p><p>https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2017/marco/turma-mantem-decisao-e-nega-alimentos-a-genitora-que-abandonou-os-filhos.</p><p>Acesso em: 06 set. 2020</p><p>VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo; POLI, Leonardo Macedo. Os efeitos do abandono afetivo e a mediação como forma de solução</p><p>de conflitos paterno-filiais. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 110, mar 2013. Disponível em: http://www.ambitoJuridico.com.br/site/?</p><p>n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12913. Acesso em: 06 set. 2020.</p><p>VILLELA, João Baptista. Desbiologização da paternidade. Revista da Faculdade de Direito. 400-401. Belo Horizonte: UFMG, 1980</p><p>WITZEL, Ana Claudia Paes. Aspectos gerais da responsabilidade civil no direito de família. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 110, mar</p><p>2013. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12958. Acesso em 29 set. 2020.</p><p>NOTAS:</p><p>[1] Mestre em Direito pelo Centro Universitário de Brasília. Professor de Direito da Faculdade Serra do Carmo. Advogado.</p><p>Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da</p><p>seguinte forma: MOURA, Vanessa Silva De. Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos</p><p>pais Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 19 nov 2020, 04:20. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-</p><p>-16% -53% -32% -65% -47%</p><p>Produtos sujeitos a disponibilidade de estoque</p><p>Vanessa Silva De Moura, o autor</p><p>Acadêmica do Curso de Direito pela Faculdade serra do Carmo.</p><p>13/08/2024, 09:54 Conteúdo Jurídico | Abandono afetivo inverso: (im)possibilidade de responsabilização dos filhos atingidos pelo abandono pretérito dos pais</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais 9/10</p><p>https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2017/marco/turma-mantem-decisao-e-nega-alimentos-a-genitora-que-abandonou-os-filhos</p><p>file:///C:/Users/Adm/Dropbox/Pasta%20da%20equipe%20Editorial%20CJUR/5quinta/Artigo%20vers%C3%A3o%20final%20(2).docx#_ftnref1</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/55578/abandono-afetivo-inverso-im-possibilidade-de-responsabilizao-dos-filhos-atingidos-pelo-abandono-pretrito-dos-pais</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=88k7EfUWxyDUIAn-7jZV8kweRiX8TPJZRULcKUFL0NVb6qV82nxvkIL-4o-RuvnbIvS0ppXMrDK4zE4fidypWsX3Ji6oYzBR2VRT5yZk2kp_Q9LEqDzygq9-ZvH-29aKAAXBhRlGdFRrNTaM_zk-OfsHhWdNYUynjRwyjiE5tzmOZXcX88g18H4oTICc5rfJW-MxpJMLhCDG2ueHCuBb4KHY3OUn7vosisZozshIIHVl6W0OMq34Yodond9lDH6BugW6zXtJzMI8KHHVAPYkEXfOi8xfTpuaXaYHYo7ofqwmPsbpb4eLT7if2cC_9eBopwiLuO4gK5UgY47RLGREfexUSx8ze1oBzslhJk-uB8Wd0JwFgimVLuaECpmgReQmiwtC1cup4DFKC-7HbN-ogrhYu9yQYvQi0jGcwUiNBz0Ia_GsbM9qX0csxH5WSjBEqx4qBGC2psqjIRDOGHxIfsdGNY_V3rmneoVz7-IVTHBZYBhz2nEgkgSncwfw57Uek3hPlZ_eR3apyjDteq2_qZsGTR2xeJrMMFl0FrVNvgZLWZemJd_hhQahXcjChM_FRUMEMw&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2F%3Fpartner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3DUyAwBTsZAABAN2BphEYdzA</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=81yKUfUWxyDUIAn-7jZV8kweRiX8TPJZRULcKUFL0NVb6qV82nxvkIL-4o-RuvnbIvS0ppXMrDK4zE4fidypWsX3Ji6oYzBR2VRT5yZk2kp_Q9LEqDzygq9-ZvH-29aKAAXBhRlGdFRrNTaM_zk-OfsHhWdNYUynjRwyjiE5tzmOZXcXV-CxKRweVCuiECOG_20TL_Gk9ln7TVKNc9S0EL79fJwej6l03DWMn1fg4gQe4IPBhVPav56Muh11KMN7B8jQS6p6qV2HV1alMosOcG58vVaccU7aQe8EF-6AtTbNdsY6fAc-a0eTKEV8yht3yW4jaEmeM5uLIM8FYWz-7CA9jqFmIjav1dUmiqY3r6J2YGOd8L6d72woX7iiRAh3OE22aEnK4jkmadO2Riz9sk5szsvbA2rmjfSSecDJWaNkoKB1BB5E3gtV_wlKxF4jg_lbtXtQSDUOBG7tJzVaiUGNsKPKApOhz7jys8TrQtOa6s9JBn7M0nzAN1lXNYXohO2Um8Z6W1iKWt6KeWDa5V-nsXp_SspXMKf5aRD_zNR_d2zz6Hwjrhu_5mOZ4MD5WCJfnxSnv4DeiiFlAqMy-UGGDw0&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fescova-secadora-philco-multifuncoes-1300w-pes19sg-bivolt%2Fp%2Feh2403ddde%2Fpf%2Fesse%2F%3Fseller_id%3Dluxgolden1%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3Dst0ryzsZAADDBoAY5LLzdA</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=W213dPUWxyDUIAn-7jZV8kweRiX8TPJZRULcKUFL0NVb6qV82nxvkIL-4o-RuvnbIvS0ppXMrDK4zE4fidypWsX3Ji6oYzBR2VRT5yZk2kp_Q9LEqDzygq9-ZvH-29aKAAXBhRlGdFRrNTaM_zk-OfsHhWdNYUynjRwyjiE5tzmOZXcXsngqsGSUpvjAyon_91ChCPdPXT70_uMqMTsLGDVkIHQUw4J8oCO2pQZNc-LwvmFi5XgGYT-kg5f1Xbw2fIRjw6PXfGI3yMsoKCfGx7cP9J1Fs4Ihyj3eGwXqUbgrLGDHYTP2z8fZ30eeyQiwP4VCdzakh-RS4KZNlLEBOyhFtwJTozhgiIlxJ1fdiF4Eko6wy_wKlL2T_vcZQuTielxUKsphPJY44whU1TQT_K4dIGv0WcLQDQxA2oPS8r8bejmms0z6qOl1Cl8zMX0oeJyXd0TW7baKXE1DLCEvtEzvRkkHqYPilGZiI_yWyn9FZ91CJSe6y36OSDCwIqui1UzWdQrvaX9x8csQ_HGlspH1GFAnS77LT_TOPpmxsct0M68HiCcrIeT0_3Iv7VS5O0BwsDWpQ2pIc2tN4WgAdPnqT9U&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fescova-secadora-mondial-grey-rose-keratin-ceramica-1200w%2Fp%2F236572700%2Fpf%2Fesse%2F%3Fseller_id%3Dmagazineluiza%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3DjtDd0TsZAABqI5Z_GsQHyw</p><p>https://cat.us5.us.criteo.com/delivery/ck.php?cppv=3&cpp=wdqTsfUWxyDUIAn-7jZV8kweRiX8TPJZRULcKUFL0NVb6qV82nxvkIL-4o-RuvnbIvS0ppXMrDK4zE4fidypWsX3Ji6oYzBR2VRT5yZk2kp_Q9LEqDzygq9-ZvH-29aKAAXBhRlGdFRrNTaM_zk-OfsHhWdNYUynjRwyjiE5tzmOZXcXpmfrOavlPuRmjSrrmxCA8CA2k-I1PVb7E1P7gf7uCZaIZvbkYVukvCORWOMwmb1ECbYlW5YPtqwpmRZkdmEbzRWxOHUMT_rGf9u7cJK_aS5sXUp0Oxb3nxUDHlx7IzVIMfLPTXgntknoocdsVNLSIl4nebhjGyCaFOHrkYW9f0tKSP-Qa2eNmfB_FyMAf1PnF2RJ0FT4GPM9_MKziw2QQ1FKNrCs7TtROc3dMbSfzzxUraxWwzNDnPsh7hsCKCi5e217PCcob7j3NnC0ULkxMDzNHfosvKrd7OroDHdl_r1TKZt_weI2fYu7y1WdQAjmRDKTVApa3htri7KPbYWTSCtf_UV1MJ38ocJLnaTmpXLs_xWFr8LxOY-bTTVtQLk-qSibGxyu5GqzB3N0P9kfGQp3ds70c__XJXKdj2B5_M0&maxdest=https%3A%2F%2Fwww.magazineluiza.com.br%2Fmodelador-de-cachos-philips-autocurler-prestige-automatico-com-ions-85cm-210c%2Fp%2F225543300%2Fpf%2Fmoos%2F%3Fseller_id%3Dmagazineluiza%26partner_id%3D5029%26utm_source%3Dcriteo%26utm_medium%3Dcpc%26utm_campaign%3Dcriteo_eco_per_ven_ret_none_none_4p_desktop%26utm_term%3D5029%26utm_content%3Dnone_roa_amp_4p_desktop_car_des_none%26cto_pld%3DQ2DYlDsZAAAxE1q_PgqO1A</p>