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<p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>IVAS</p><p>É uma causa significativa de consultas nos</p><p>ambulatórios de pediatria; muitas vezes vem</p><p>acompanhado de um quadro febril e nos</p><p>primeiros anos de vida, essas infecções se</p><p>repetem com alguma frequência, ao ponto de a</p><p>família procurar atendimento preocupada com a</p><p>imunidade da criança; mas sabe-se que na</p><p>maioria das vezes é um processo comum do</p><p>desenvolvimento.</p><p>Nos primeiros três anos de vida, não é raro as</p><p>crianças terem de 8 a 10 infecções por ano e na</p><p>maior parte das vezes são processos virais que</p><p>não estão relacionados com deficiência</p><p>imunológica.</p><p>Diante de uma criança que faz infecções de vias</p><p>aéreas superiores com alguma frequência, mas</p><p>mantém um bom estado geral, um bom</p><p>crescimento e desenvolvimento, não é para se</p><p>suspeitar de deficiência imunológica e indicar</p><p>investigação mais detalhada; a não ser em casos</p><p>mais específicos, por exemplo, se a criança teve:</p><p>● Mais de 2 pneumonias no último ano;</p><p>● 4 episódios de otite média no último ano;</p><p>● Se tem diarréia crônica ou de repetição.</p><p>Mas lembrar que a maioria são infecções virais</p><p>que fazem parte do processo de aprendizado do</p><p>sistema imunológico da criança.</p><p>As IVAS são uma causa importante de uso</p><p>abusivo e inadequado de antibioticoterapia, bem</p><p>como de outras medicações, como anti</p><p>inflamatórios e descongestionantes nasais, que</p><p>podem ter mais efeitos colaterais do que</p><p>vantagens.</p><p>As infecções de vias aéreas, de uma forma geral,</p><p>incluindo as de via superior e inferior</p><p>correspondem por até 40% das consultas</p><p>ambulatoriais e em torno de 12 a 13% das</p><p>internações.</p><p>A OMS diferencia:</p><p>● IVAS: aquelas que vão até a região da</p><p>laringe.</p><p>● Infecções do trato respiratório inferior:</p><p>ocorrem abaixo da laringe.</p><p>A maior parte dos agentes envolvidos são</p><p>quadros virais e sempre que estiver avaliando</p><p>clinicamente o paciente, tentar distinguir se é um</p><p>processo infeccioso viral ou bacteriano. Dentro</p><p>das infecções bacterianas, o Streptococcus é</p><p>uma causa importante de infecção na amigdalite.</p><p>Pneumococo, Haemophilus e Moraxella</p><p>catarrhalis são agentes importantes em otites e</p><p>sinusites. A anamnese e o exame físico que vão</p><p>ajudar a definir qual a melhor abordagem para o</p><p>paciente.</p><p>Diagrama mostrando a quantidade de vírus que</p><p>estão envolvidos nas várias doenças</p><p>respiratórias; desde o Rinovírus, como principal</p><p>agente etiológico do resfriado comum, também</p><p>chamado de rinofaringite aguda. Todos eles</p><p>podendo causar um maior ou com menor</p><p>importância um processo de faringite/amigdalite e</p><p>muitas vezes, a associação de febre alta com</p><p>infecção bacteriana não é sempre verdadeiro;</p><p>algumas viroses como Adenovírus podem causar</p><p>febre alta por 3 a 5 dias sem haver necessidade</p><p>de antimicrobiano.</p><p>→ Não é interessante fazer como hipótese</p><p>diagnóstica IVAS devido a quantidade de partes</p><p>do organismo que seriam afetadas, podendo ser:</p><p>rinite (com acometimento nasal), faringite,</p><p>sinusite, otite. Então ao invés de colocar IVAS, é</p><p>melhor descrever qual órgão está sendo afetado.</p><p>RINOFARINGITE AGUDA OU RESFRIADO</p><p>COMUM</p><p>● Frequência → é uma doença bastante</p><p>comum, sobretudo no inverno.</p><p>● Agente etiológico mais frequente: Rinovírus.</p><p>● Outros: Adenovírus, VSR, Influenza e</p><p>Parainfluenza.</p><p>● Sintomatologia leve: afebril, obstrução nasal,</p><p>sem acometimento do estado geral, rinorreia.</p><p>● Formas mais acentuadas: febre alta, cefaléia,</p><p>mialgia, mal estar, inapetência.</p><p>A característica da doença são manifestações</p><p>respiratórias com obstrução nasal, coriza, na</p><p>maioria das vezes o paciente não tem febre, mas</p><p>ela pode estar presente e ser mais baixa. A febre</p><p>mais alta pode estar presente em crianças mais</p><p>1</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>jovens. Podem ter algum grau de tosse e um</p><p>menor comprometimento sistêmico; em casos</p><p>mais acentuados podemos ter um acometimento</p><p>mais sistêmico, mas sobretudo em crianças</p><p>menores.</p><p>O termo gripe ou síndrome gripal é melhor</p><p>utilizado quando estamos falando de influenza,</p><p>que é um vírus que comumente causa sintomas</p><p>mais sistêmicos, como cefaléia, mialgia e algum</p><p>grau de comprometimento do estado geral.</p><p>Outro ponto de dúvida é se o aspecto da coriza</p><p>favorece a percepção de ser uma infecção viral</p><p>ou bacteriana e na verdade não.</p><p>● Aspecto da secreção e diagnóstico</p><p>diferencial: de uma forma geral, o resfriado</p><p>comum vai ter durante o curso de uma</p><p>semana da doença, uma mudança no</p><p>aspecto dessa secreção nasal.</p><p>→ De serosa, inicialmente, clarinha,</p><p>transparente; no meio do processo vai ficar</p><p>brancacenta com um aspecto mucoso e no final</p><p>pode até ter um aspecto muco purulento e aí</p><p>volta a ficar mais clara, gradativamente e</p><p>melhorando com a fluidificação com solução</p><p>fisiológica nasal.</p><p>Isso quer dizer que nem sempre que você ver</p><p>uma secreção amarela/esverdeada é uma</p><p>infecção bacteriana; tem que juntar outros dados</p><p>clínicos para fechar esse diagnóstico.</p><p>● Serosa: fase inicial das viroses, rinites</p><p>bacterianas primárias ou secundárias.</p><p>● Mucosa: fase intermediária e final das</p><p>viroses, alergias. Presença de ferimentos</p><p>superficiais na pele ao redor das narinas:</p><p>impetigo estreptocócico.</p><p>● Mucopurulenta: fase final das viroses,</p><p>rinites bacterianas e sinusite.</p><p>● Serossanguinolenta: traumatismo, corpo</p><p>estranho na narina (em geral, é unilateral</p><p>e com odor fétido), sífilis congênita</p><p>precoce, rinite bacteriana → no neonato</p><p>essa secreção serossanguinolenta</p><p>sugeriria sífilis congênita e lembrar que</p><p>nessa secreção há uma alta carga</p><p>microbiana.</p><p>● Imunidade.</p><p>● Conduta: hidratação e higiene nasal,</p><p>umidificação da secreção nasal com soro</p><p>fisiológico.</p><p>● Vasoconstritores tópicos (ou sistêmicos):</p><p>risco de efeitos colaterais e pouca vantagem</p><p>no tratamento → não se usa na</p><p>rotineiramente).</p><p>→ Não há nenhuma indicação de</p><p>antiinflamatórios ou de antibióticos. Uma</p><p>preocupação dessa rinofaringite é a complicação</p><p>com quadros infecciosos bacterianos, como otite</p><p>média aguda, sinusite e pneumonia.</p><p>OTITE MÉDIA AGUDA:</p><p>● Infecção do ouvido médio.</p><p>● Fatores associados: muitas vezes é uma</p><p>complicação do resfriado comum devido a</p><p>obstrução nasal, mas outras situações</p><p>podem causar, como:</p><p>● Rinite alérgica.</p><p>● Baixa idade.</p><p>● Técnicas inadequadas de amamentação.</p><p>● Respirador bucal com hipertrofia de</p><p>adenóides.</p><p>● Malformações congênitas (fenda palatina).</p><p>● Na maior parte das vezes é um quadro</p><p>bacteriano e os principais agentes são:</p><p>● Streptococcus pneumoniae</p><p>(pneumococo).</p><p>● Haemophilus influenzae não tipável.</p><p>● Moraxella catarrhalis.</p><p>→ Lembrar que na imunização, a vacina é contra</p><p>o Haemophilus do tipo B, então apesar da</p><p>inclusão desta vacina no calendário público, não</p><p>ocorreu uma diminuição nas taxas de otite média,</p><p>porque aqui o agente etiológico é o Haemophilus</p><p>não tipável.</p><p>→ Alguns artigos sugerem a ocorrência de um</p><p>aumento significativo desse agente etiológico,</p><p>podendo ser semelhante a taxa de ocorrência do</p><p>pneumococo. Aumenta-se a suspeita clínica de</p><p>infecção por Haemophilus em uma criança com</p><p>otite média que seja um frequentador de creche,</p><p>que utilizou antibiótico recente e se houver uma</p><p>conjuntivite associada no momento do</p><p>diagnóstico.</p><p>● Sinais/sintomas: febre, otalgia, irritabilidade,</p><p>vômitos.</p><p>● Diarréia, cefaléia, hipoacusia e vertigem.</p><p>● Otoscopia:</p><p>● Congestão da membrana timpânica.</p><p>● Hiperemia.</p><p>● Perda da transparência.</p><p>● Abaulamento da membrana timpânica.</p><p>● Visualização de secreção no ouvido</p><p>médio.</p><p>2</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>Febre e otalgia são os principais sintomas e o</p><p>diagnóstico é feito, fundamentalmente pela</p><p>otoscopia; deve identificar o abaulamento da</p><p>membrana timpânica e a presença de secreção</p><p>na orelha média, mas esse paciente deve ter</p><p>sintomas sistêmicos como febre ou otalgia</p><p>acompanhando o processo, para realmente</p><p>configurar uma infecção que precise de</p><p>tratamento com antimicrobiano.</p><p>1- Membrana timpânica abaulada.</p><p>2- Membrana timpânica com secreção na orelha média.</p><p>Se o paciente de algumas dessas fotos tem</p><p>clínica de processo inflamatório, deve tratar com</p><p>o antimicrobiano.</p><p>Somente a hiperemia sem abaulamento ou sem a</p><p>secreção no ouvido médio não indicam a</p><p>necessidade de tratamento com antimicrobiano;</p><p>infecções virais ou o próprio</p><p>choro da criança</p><p>podem ser a causa dessa vermelhidão na</p><p>membrana timpânica do paciente.</p><p>● Tratamento:</p><p>→ A academia americana de pediatria chama</p><p>atenção de que muitos dos pacientes que tem</p><p>uma otite média não chegam a precisar de usar</p><p>antimicrobiano; a presença de secreção na</p><p>orelha média, sem sinais inflamatórios</p><p>associados (febre, otalgia) pode ser só um</p><p>processo de reabsorção de líquido que está na</p><p>orelha média e esse paciente que tem otite média</p><p>com efusão (presença de secreção, mas sem</p><p>processo inflamatório), não há necessidade de</p><p>tratamento e espera que essa secreção se</p><p>resolva ao longo de 3 meses e se isso não</p><p>acontecer, é recomendado a avaliação de um</p><p>otorrino.</p><p>Para o tratamento, pensar nos pacientes com</p><p>sintomatologia clínica; a academia americana</p><p>chama atenção que muitos desses pacientes</p><p>podem resolver o processo sozinho, então nem</p><p>todos precisariam de tratar se tiverem uma</p><p>condição clínica favorecedora ao</p><p>acompanhamento do paciente.</p><p>Há um certo consenso de que:</p><p>- Crianças menores de 6 meses: precisariam</p><p>do tratamento antimicrobiano.</p><p>- De 6 meses a 2 anos: essa avaliação pode</p><p>ser de fazer antibiótico nos casos de otite</p><p>bilateral; e se ela é unilateral e não tem</p><p>otorreia, às vezes é uma observação clínica</p><p>e reavaliar o paciente em 48h.</p><p>- Maiores de 2 anos: na otite bilateral sem</p><p>otorréia, pode ser feita observação ou o</p><p>antibiótico; e se é unilateral sem otorréia,</p><p>apenas reavaliação em 48h para ver se o</p><p>processo se resolve.</p><p>→ Nesses casos, tomar alguns cuidados, como:</p><p>a garantia do entendimento da família sobre o</p><p>quadro e a possibilidade de reavaliação em um</p><p>curto espaço de tempo.</p><p>● Sintomático.</p><p>● Antibioticoterapia:</p><p>● Amoxicilina: 40 a 50 mg/kg/dia → que</p><p>pega bem pneumococo; lembrar que a</p><p>forma de resistência do Streptococcus</p><p>pneumoniae é alteração da PBP e</p><p>dobrar a dose do ATB, geralmente</p><p>resolve essa resistência.</p><p>● Alérgicos: Macrolídeos.</p><p>● Ceftriaxone: 50 mg/kg dose única (ou</p><p>uma dose por dia durante 3 dias) →</p><p>opção nos pacientes vomitadores que</p><p>não toleram ATB oral.</p><p>→ Se o paciente usou ATB a menos de 60-90</p><p>dias, se frequenta a creche ou existe uma</p><p>conjuntivite associada, a possibilidade de ser</p><p>Haemophilus aumenta e pode começar o</p><p>esquema de tratamento com</p><p>amoxicilina+clavulanato.</p><p>● Tempo:</p><p>● Maiores de 2 anos, sem perfuração ou</p><p>complicação: 5 a 7 dias.</p><p>● Menores de 2 anos, com perfuração</p><p>timpânica ou complicação, aqueles que</p><p>ficam em creche durante dia: 10 dias.</p><p>● Falha terapêutica:</p><p>● Amoxicilina: 90 mg/kg/dia → dobra a dose</p><p>de amoxicilina.</p><p>● Amoxicilina com Clavulanato de potássio</p><p>→ dobra a dose de amoxicilina e associa</p><p>com o clavulanato.</p><p>3</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>● Cefuroxima: 30 mg/kg/dose (cefalosporina</p><p>de 2ª geração).</p><p>● Ceftriaxone: 50 mg/kg/dia por 3 dias</p><p>(cefalosporina de 3ª geração).</p><p>OTITE EXTERNA:</p><p>● Inflamação do conduto auditivo externo.</p><p>● Condições predisponentes: nadadores, uso</p><p>de cotonete.</p><p>● Microrganismo envolvido:</p><p>● Pseudomonas.</p><p>● Staphylococcus aureus.</p><p>● Estreptococos.</p><p>● Fungos.</p><p>→ Diagnóstico é feito em um paciente com</p><p>otorreia, otalgia e no exame clínico vê uma</p><p>vermelhidão do conduto auditivo com</p><p>estreitamento (1) e até mesmo otorreia com a</p><p>percepção de redução do orifício do conduto</p><p>auditivo (2 e 3); nesses casos é necessário</p><p>limpeza e curativo do local. Já nos casos de</p><p>apenas vermelhidão, somente uma medicação</p><p>tópica que cubra os agentes microbianos já é</p><p>suficiente.</p><p>● Sinais/sintomas: otalgia, hipoacusia.</p><p>● Casos graves: febre, linfadenite → raro.</p><p>● Tratamento:</p><p>● Remoção de exsudatos.</p><p>● Soluções desidratantes.</p><p>● Antibióticos tópicos:</p><p>● Neomicina.</p><p>● Ciprofloxacino.</p><p>● Colistina ou Polimixina.</p><p>● Prevenção.</p><p>SINUSITE AGUDA:</p><p>É um processo infeccioso das vias aéreas</p><p>superiores que muitas vezes surge como</p><p>complicação dos resfriados comuns e nas</p><p>mesmas outras situações relacionadas a otite</p><p>média.</p><p>● 0,5 a 5% dos resfriados complicam com</p><p>sinusite.</p><p>● Pneumatização dos seios da face:</p><p>progressivo e começa ao nascimento.</p><p>● Maxilar e etmoidal: ao nascimento → isso</p><p>quer dizer que sinusite pode ocorrer já nos</p><p>primeiros anos de vida, acometendo os</p><p>seios que já estão aerados.</p><p>● Frontal: 6 anos.</p><p>● Esfenoidal: 8 anos.</p><p>● Agentes: três primeiros ganham destaque e</p><p>são semelhantes ao da otite.</p><p>● Pneumococo.</p><p>● Haemophilus influenzae → Haemophilus</p><p>não tipável.</p><p>● Moraxella catarrhalis.</p><p>● Estafilococo, anaeróbios e Gram</p><p>negativos.</p><p>● Clínica: persistência dos sintomas de</p><p>resfriado além de 10 dias (normalmente,</p><p>duram até 7 dias), tosse noturna (produtiva</p><p>ou não), obstrução nasal, coriza. Cefaleia,</p><p>dor facial, odor fétido a respiração com boca</p><p>fechada, febre.</p><p>→ Grupos para pensar em sinusite: paciente</p><p>com infecção persistente das vias aéreas</p><p>superiores, com duração superior a 10 dias;</p><p>criança com agravamento clínico, ou seja, tem</p><p>menos de 10 dias de evolução, mas houve piora</p><p>da tosse, piora da secreção nasal ou febre e</p><p>eventualmente uma criança com febre alta,</p><p>secreção nasal purulenta por pelo menos 3 dias</p><p>consecutivos também faz pensar que possa estar</p><p>evoluindo com uma sinusite.</p><p>● Prejuízo no controle da asma → às vezes</p><p>têm sintomas de quadro respiratório baixo</p><p>nesse paciente.</p><p>● Classificação: conforme o tempo de evolução</p><p>da doença.</p><p>● Aguda.</p><p>● Subaguda.</p><p>● Crônica.</p><p>1- Rinoscopia: secreção purulenta no ósteo nasal</p><p>ou presença de gotejamento na parte posterior</p><p>da faringe do paciente.</p><p>4</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>● Exame Físico:</p><p>● Radiografia dos Seios da Face: não</p><p>recomendado→ diagnóstico é clínico.</p><p>● Tomografia Computadorizada: na suspeita de</p><p>complicações (p. ex.: abscesso cerebral).</p><p>● Tratamento: 10 a 14 dias ou 7 dias além da</p><p>melhora dos sintomas.</p><p>● Amoxicilina.</p><p>● Amoxicilina-clavulanato de potássio →</p><p>quando pensar em Haemophilus não</p><p>tipável ou cefalosporina de segunda</p><p>geração. Nos pacientes alérgicos, pensar</p><p>em um macrolídeo.</p><p>● Sulfametoxazol-trimetoprim → tem caído</p><p>em desuso.</p><p>● Quadros recidivantes: pensar que o</p><p>pneumococo possa ter uma resistência</p><p>parcial e aumentar a dose da amoxicilina ou</p><p>amoxicilina com clavulanato ou macrolídeos</p><p>(azi e clarito).</p><p>● Amoxicilina 90 mg/kg/dia.</p><p>● Amoxicilina-clavulanato de potássio com</p><p>90 mg/kg/dia de Amoxicilina.</p><p>● Azitromicina.</p><p>● Claritromicina.</p><p>● Complicações: ficar atento aos pacientes</p><p>com manifestações neurológicas.</p><p>● Celulite peri-orbitária.</p><p>● Celulite orbitária.</p><p>● Trombose do seio cavernoso.</p><p>● Abscesso cerebral.</p><p>● Meningite.</p><p>1- Paciente com líquido no seio maxilar esquerdo (área</p><p>cinza).</p><p>2- Abscesso cerebral.</p><p>AMIGDALITE E FARINGITE:</p><p>→ São as infecções de garganta; pensa-se em</p><p>Streptococcus beta-hemolítico e na necessidade</p><p>de ATB, mas, a maior parte das amigdalites e</p><p>faringites são de origem viral.</p><p>Outro ponto é que nem sempre o exsudato</p><p>amigdaliano é de origem bacteriana; o</p><p>Adenovírus e o Epstein-Barr vírus podem causar</p><p>exsudato amigdaliano e são doenças virais; logo.</p><p>o fato de ter placas de pus na garganta não fecha</p><p>o diagnóstico do paciente.</p><p>● Etiologia:</p><p>● Viral: 90% → Adenovírus; VSR;</p><p>Parainfluenza; Influenza; Epstein-Barr;</p><p>Coxsackie A e B; Echovirus.</p><p>● Bacteriana → Streptococcus beta-hemolítico</p><p>do grupo A, C e G (principal causa de</p><p>infecção bacteriana); Pneumococo;</p><p>Estafilococo; Haemophilus; Bacilo diftérico.</p><p>● Distinção (entre viral e bacteriano):</p><p>● Surtos epidêmicos → infecções virais são</p><p>mais comuns no inverno.</p><p>● Padrão febril → não associar febre alta</p><p>com infecção bacteriana; é verdade que</p><p>as infecções estreptocócicas geralmente</p><p>causam febre alta e maior</p><p>comprometimento do estado geral e as</p><p>virais uma febre mais baixa e um menor</p><p>comprometimento do estado geral; mas o</p><p>Adenovírus e Herpangina (causada pelo</p><p>vírus Coxsackie) também podem cursar</p><p>com febre alta.</p><p>● Estado geral → de modo geral, é mais</p><p>acometido na amigdalite bacteriana do</p><p>que na viral; mas também deve ser</p><p>ponderado na avaliação de paciente para</p><p>paciente.</p><p>● Orofaringe → se o seu paciente tem dor</p><p>na orofaringe e, além disso, tosse, coriza</p><p>ou obstrução nasal, muito provavelmente</p><p>ele tem uma virose e não uma amigdalite</p><p>bacteriana. Ao examinar a orofaringe, vê:</p><p>● Hiperemia.</p><p>● Edema, hiperemia, petéquias</p><p>na úvula,</p><p>enantema no palato → estreptocócica;</p><p>também cursa com exsudato</p><p>amigdaliano.</p><p>● Rinite, conjuntivite, laringotraqueíte,</p><p>hiperemia timpânica → viral (sintomas</p><p>de vias aéreas superiores, além da</p><p>amígdala, pensar em origem viral).</p><p>5</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>● Exsudato: estreptococo, MI,</p><p>Adenovírus, Difteria.</p><p>1- Amigdalite estreptocócica.</p><p>2- Vermelhidão e petéquias no palato sugerem estreptococcia.</p><p>3- Exsudato amigdaliano bilateral com amígdalas hipertrofiadas:</p><p>mononucleose infecciosa.</p><p>4- Presença de exsudato amigdaliano unilateral: sugere uma angina</p><p>de Plaut-Vicent, que é uma associação fuso-espiralar.</p><p>Amigdalite estreptocócica: diante de um</p><p>paciente com edema e exsudato amigdaliano e</p><p>presença de petéquias → bastante sugestivo.</p><p>Esse paciente geralmente tem febre alta, dor em</p><p>orofaringe; não tem tosse, não tem obstrução</p><p>nasal e não tem coriza; a presença desses outros</p><p>sinais falariam contra a infecção estreptocócica</p><p>no paciente.</p><p>Escarlatina: no curso da doença, o paciente</p><p>apresenta exantema áspero, que poupa a região</p><p>perioral e apresenta pregas mais grosseiras na</p><p>região do cotovelo, sinais de pastia (exacerbação</p><p>do exantema em regiões de dobras) e filatov</p><p>(face avermelhada com palidez ao redor dos</p><p>lábios) mais a língua em framboesa reforça a</p><p>hipótese que a amigdalite dessa criança é</p><p>causada por Streptococcus e há necessidade de</p><p>tratar com ATB.</p><p>● Infecções estreptocócicas:</p><p>→ Diante de um paciente com dor em orofaringe,</p><p>febre e um processo inflamatório local, deva fazer</p><p>um teste rápido com pesquisa de antígenos ou</p><p>cultura de orofaringe para identificar o</p><p>Streptococcus; não haveria problema atrasar em</p><p>48-72 horas a antibioticoterapia, não haveria</p><p>aumento de risco de febre reumática para esse</p><p>paciente. Há uma dificuldade técnica para</p><p>realização desse exame e acaba-se guiando por</p><p>dados clínicos para optar ou não em usar ATB.</p><p>● Penicilina V oral por 10 dias.</p><p>● Amoxicilina por 10 dias.</p><p>● Penicilina Benzatina → IM dose única.</p><p>● Macrolídeo → se o paciente for alérgico</p><p>às penicilinas.</p><p>● Falha terapêutica: nesses casos,</p><p>provavelmente há mais de um germe</p><p>causando a inflamação na orofaringe desse</p><p>paciente e esse segundo germe pode ser um</p><p>produtor de beta lactamase.</p><p>● Amoxicilina-clavulanato por 10 dias.</p><p>● Cefalosporina por 5 dias.</p><p>Herpangina:</p><p>→ Algumas infecções virais podem causar</p><p>amigdalite/faringite e uma delas é a herpangina.</p><p>● Coxsackie A ou B.</p><p>● Principalmente, no verão.</p><p>● Lesões vesiculares ou ulcerativas pouco</p><p>numerosas em pilares anteriores das</p><p>amígdalas, palato mole e região posterior da</p><p>mucosa oral.</p><p>● Febre alta, disfagia, dor, cefaléia e dor</p><p>abdominal.</p><p>● Eventualmente pode surgir um exantema</p><p>maculopapular.</p><p>Exemplo das lesões; na faringe posterior, no pilar da amígdala e</p><p>nesse slide, na mucosa jugal do paciente.</p><p>6</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>Síndrome mão-pé-boca: outro tipo de infecção</p><p>pelo Coxsackie onde vê-se várias vesículas na</p><p>cavidade oral do paciente (foto 1); na região</p><p>palmo-plantar (fotos A e B) e é bastante comum</p><p>também na região glútea (foto C);.</p><p>MONONUCLEOSE INFECCIOSA:</p><p>Outra doença infecciosa que causa exsudato</p><p>amigdaliano. Além da febre, é comum a</p><p>adenopatia (além das cadeias cervicais, outras</p><p>cadeias ganglionares são acometidas). Não é</p><p>incomum obstrução nasal e a criança ficar com a</p><p>voz mais anasalada (devido ao aumento do</p><p>tamanho da adenóide). Tratamento sintomáticos.</p><p>● Vírus Epstein-Barr.</p><p>● Exsudato amigdaliano em placas.</p><p>● Febre, linfadenomegalia, esplenomegalia.</p><p>● Exantema com uso da Amoxicilina no curso</p><p>de mononucleose infecciosa → exantema</p><p>comum, de aspecto variável (maculopapular</p><p>até vesicular). Outros agentes microbianos</p><p>(além da amoxicilina também podem causar).</p><p>Exsudato cobrindo toda a amígdala do paciente</p><p>portador de mononucleose infecciosa.</p><p>DIFTERIA:</p><p>Não é vista com tanta frequência por estar no</p><p>calendário público de vacina; mas é uma doença</p><p>grave, do ponto de vista de manifestações →</p><p>ficar atento nas crianças não imunizadas.</p><p>Atentar-se para as crianças com febre baixa e</p><p>grande acometimento do estado geral e alteração</p><p>de amígdala com exsudato branco-acinzentado</p><p>bastante aderente e que pode se estender até a</p><p>úvula e palato mole. Essas membranas se</p><p>rompem e podem causar obstrução da via aérea</p><p>do paciente.</p><p>● Corynebacterium diphteriae.</p><p>● Exsudato branco-acinzentado aderente,</p><p>estendendo-se a úvula e palato mole após 24</p><p>horas dos sintomas iniciais.</p><p>● Mal-estar, anorexia, dor de garganta, febre</p><p>baixa a moderada.</p><p>● Maior comprometimento do estado geral.</p><p>● Adenomegalia cervical.</p><p>Devido a produção de neurotoxina, pode ocorrer</p><p>neurotoxicidade, comprometimento cardíaco</p><p>(miocardite) e comprometimento renal.</p><p>1- Aspecto de exsudato branco-acinzentado bilateral.</p><p>2- Aumento do gânglio na cadeia cervical.</p><p>● Suspeita:</p><p>● Exame bacteriológico.</p><p>● Internação.</p><p>● Penicilina Cristalina IV (para alérgicos:</p><p>macrolídeos, como a Eritromicina).</p><p>● Soro antidiftérico: 40.000 a 120.000 UI EV.</p><p>● Teste de Schick (testar a capacidade</p><p>imunológica do paciente ao longo do</p><p>curso do tratamento) após 60 dias. Caso</p><p>positivo, vacinar, pois mostra que o</p><p>paciente não tem capacidade imunológica</p><p>pronta.</p><p>● Contactantes:</p><p>● Exame clínico.</p><p>● Cultura de orofaringe.</p><p>7</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>● Teste de Schick → se positivo, fazer a</p><p>imunização, pois mostra que esse</p><p>paciente ainda não é imunizado.</p><p>● Penicilina Benzatina ou Eritromicina → de</p><p>forma profilática.</p><p>LARINGITE AGUDA:</p><p>Doença habitualmente viral; mas que pode</p><p>causar uma obstrução das vias aéreas</p><p>superiores.</p><p>● Estrutura anatômica.</p><p>● Doença frequente.</p><p>● Risco de obstrução das vias aéreas.</p><p>● Inflamação:</p><p>● Acima das pregas vocais: epiglotite ou</p><p>supraglotite.</p><p>● Pregas vocais e abaixo: laringite,</p><p>laringotraqueite ou</p><p>laringotraqueobronquite.</p><p>Pode causar um grande desconforto respiratório; importante</p><p>retração da fúrcula esternal.</p><p>Laringotraqueobronquite (= Laringotraqueíte):</p><p>● Agentes principais: vírus → Parainfluenza 1 e</p><p>3, Influenza A e B, VSR e Adenovírus.</p><p>● Todas idades, principalmente, menores de 3</p><p>anos (nessa idade, o edema causa quase</p><p>que uma obstrução total da via aérea do</p><p>paciente).</p><p>● Edema causa estreitamento da área</p><p>subglótica.</p><p>● Resfriado comum, evoluindo em 2 a 3 dias</p><p>com tosse rouca (metálica ou de cachorro),</p><p>estridor inspiratório e esforço respiratório.</p><p>● Maioria: autolimitada → casos de maior</p><p>gravidade precisam ir à emergência, mas um</p><p>número pequeno necessita de internação.</p><p>● Internação 5 a 10%.</p><p>● Intubação: 3 a 5 % dos hospitalizados.</p><p>● Diagnóstico clínico.</p><p>● Radiografia lateral da região cervical:</p><p>diminuição do calibre da laringe.</p><p>● Radiografia AP: “sinal da torre da igreja”.</p><p>● Doenças leves: hidratação, higienização</p><p>nasal.</p><p>● Doenças moderadas: Dexametasona 0,15 a</p><p>0,6 mg/kg dose única oral ou IM.</p><p>● Doenças graves: Dexametasona e NBZ com</p><p>Adrenalina.</p><p>● Diagnóstico diferencial: Crupe espasmódico</p><p>(= Laringite estridulosa) → reação alérgica de</p><p>início súbito, com as mesmas características</p><p>de tosse e desconforto respiratório em que o</p><p>tratamento vai ser nebulização com</p><p>adrenalina e também corticoide.</p><p>Supraglotite (= Epiglotite):</p><p>● Agente: Haemophilus influenzae tipo B →</p><p>90% dos casos; mas, como está no</p><p>calendário vacinal, diminuiu</p><p>significativamente o número de casos.</p><p>● Idade: 2 a 7 anos.</p><p>● Súbito: instala-se menos de 3 a 6 horas.</p><p>● Febre alta, disfagia, toxemia, dificuldade</p><p>respiratória, palidez, ansiedade extrema,</p><p>abafamento da voz, sialorréia. Sinais de</p><p>insuficiência respiratória por obstrução da via</p><p>aérea superior; é um caso grave com</p><p>extrema prostração; a criança fica toxemica</p><p>com sinais de insuficiência e desconforto</p><p>respiratório por obstrução de VA superior.</p><p>● Posição preferencial: assentada, queixo</p><p>projetado, hiperextensão do pescoço, boca</p><p>aberta → tentativa de abertura da via aérea.</p><p>● Suspeita: não use abaixador de língua → o</p><p>próprio abaixador ao encostar na epiglote</p><p>pode causar uma obstrução total.</p><p>● RX lateral da região cervical: não é</p><p>essencial, mas se for feito, demonstra</p><p>epiglote edemaciada e esse paciente deve</p><p>ser conduzido com antibioticoterapia;</p><p>maior</p><p>parte dos casos necessita intubação (tubo</p><p>mais fino devido ao grande edema local).</p><p>● Emergência médica: mínimo manuseio,</p><p>tranquilizá-lo, posição em decúbito dorsal</p><p>com cabeceira elevada ou decúbito lateral,</p><p>garantir permeabilidade das vias aéreas</p><p>(intubação – traqueostomia).</p><p>● Não fazer nebulização → nebulização não</p><p>faz diferença no processo evolutivo.</p><p>● Ceftriaxone: 100 mg/kg/dia → primeira</p><p>opção.</p><p>● Ampicilina: 200 a 400 mg/kg/dia +</p><p>Cloranfenicol: 100 mg/kg/dia → segunda</p><p>opção.</p><p>8</p><p>Mariane Santos Antonieto - 10º período</p><p>● Tempo: 10 dias.</p><p>● Profilaxia para crianças contactantes:</p><p>Rifampicina 20 mg/kg/dia (máximo 600 mg) 4</p><p>dias.</p><p>Paciente com tosse, febre, obstrução sem mais</p><p>nenhum sintoma → RESFRIADO COMUM.</p><p>Se tiver uma duração maior que 10 dias-13 dias</p><p>de resfriado → SINUSOPATIA.</p><p>Dor e hiperemia de orofaringe + placas e</p><p>petéquias e tiver mais que 3 anos →</p><p>AMIGDALITE. Isso é verdade, mas, se esse</p><p>paciente tiver uma amigdalite bacteriana, ele não</p><p>vai apresentar tosse e obstrução nasal; tosse e</p><p>obstrução nasal sugerem uma infecção viral.</p><p>Tosse, febre e otalgia com abaulamento e</p><p>secreção na orelha média → OTITE MÉDIA</p><p>AGUDA.</p><p>Se o paciente tiver uma dificuldade respiratória</p><p>com taquipneia e estertores → PNEUMONIA.</p><p>Se tem broncoespasmo → ASMA ou</p><p>BRONQUIOLITE.</p><p>Se tem estridor inspiratório sem toxemia →</p><p>LARINGITE e se tiver toxemia → EPIGLOTITE.</p><p>Sinais de alerta: para pensar em pesquisa de</p><p>imunodeficiência primária.</p><p>Sinais de alerta no primeiro ano de vida:</p><p>Pontos chaves:</p><p>● Exame cuidadoso.</p><p>● Etiologia viral é mais frequente.</p><p>● Acompanhamento clínico.</p><p>● Uso racional de antimicrobianos.</p><p>● Anti-inflamatórios não hormonais,</p><p>descongestionantes, xaropes expectorantes</p><p>e antitussígenos desnecessários.</p><p>● Corticóide tem indicações específicas → por</p><p>exemplo na laringite.</p><p>9</p>