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<p>Letícia Baptista</p><p>Secreções</p><p>A digestão química é realizada por enzimas, atuam quebrando os macronutrientes</p><p>(proteínas, carboidratos e lipídios) especificamente para o seu sítio de ligação. As</p><p>amilases quebram os carboidratos, as proteases quebram as proteínas e as</p><p>lipases quebram os lipídios.</p><p>Observação: Intolerância x Alergia à lactose</p><p>A intolerância é ao carboidrato, a alergia é à proteína! A intolerância não ativa o</p><p>sistema imune pois não há absorção de lactose. A reação alérgica envolve a</p><p>caseína bovina, o indivíduo hipersensível identifica essa proteína como nociva e</p><p>o sistema imune ataca. No caso da intolerância, não tem como absorver a</p><p>lactose sem quebrá-la, logo pode se configurar como uma deficiência na</p><p>enzima que faz essa digestão, não produz lactase de maneira adequada. E não</p><p>há digestão, não há absorção e o soluto permanece na luz no TGI. Se o soluto</p><p>permanece na luz, a água também permanece e ocorre a diarreia.</p><p>Parar de ingerir lactose pode piorar o quadro de intolerância, pois ao parar de</p><p>ingerir o organismo para de produzir lactase ao inativar seu gene (isso ocorre</p><p>quando a pessoa adquire a intolerância ao longo do dia, mas também existem</p><p>indivíduos que já nascem com essa deficiência).</p><p>Secreções:</p><p>Salivar – contém amilase salivar, começa a digestão de carboidratos.</p><p>Gástrica – contém suco gástrico que é composto por ácido clorídrico, fator</p><p>intrínseco e pepsina, que participa do começo da digestão de proteínas.</p><p>Pancreática – contém enzimas que finalizam a digestão das macromoléculas.</p><p>Produz amilase pancreática, proteases (como tripsina) e lipases.</p><p>Biliar – a bile é produzida pelo fígado e é armazenada na vesícula biliar. É a única</p><p>secreção que não tem nenhuma enzima, seu principal componente é o sal biliar,</p><p>que facilita a digestão de lipídios ao emulsifica-lo.</p><p>➢ Secreção Salivar</p><p>Glândulas salivares maiores – Parótida, Submandibular e Sublingual: produzem</p><p>quase toda a porção salivar, os sistemas nervoso simpático e parassimpático</p><p>promovem a estimulação, já que é importante produzir saliva constantemente,</p><p>não só para a digestão.</p><p>Observação: O Sistema Nervoso Parassimpático estimula a produção de saliva</p><p>majoritariamente, assim como o Sistema Nervoso Simpático, mas que possui uma</p><p>estimulação muito menor. Logo, apesar de estimular a produção de saliva, ao</p><p>Letícia Baptista</p><p>ativar o Sistema Nervoso Simpático a produção de saliva é diminuída. Essa</p><p>diminuição ocorre não porque há inibição, e sim por produzir em menor</p><p>quantidade do que quando há ativação do parassimpático.</p><p>A parótida é estimulada pela presença de conteúdo, a fome, entre outros. É</p><p>responsável por produzir uma saliva com presença de enzima, a amilase salivar.</p><p>Funções da saliva: gustação, regulação da temperatura de alimentos,</p><p>higienização, fonação, ação tamponante, bactericida, bacteriostática,</p><p>cicatrizante, antimicrobiana e incorpora flúor e fosfatos para a saúde bucal.</p><p>Amilase Salivar:</p><p>O amido é uma cadeia polissacarídica de glicose. A amilase salivar tem como</p><p>função a quebra desse amido em dissacarídeos, tem pH ótimo de atuação igual a</p><p>7.</p><p>Amido Maltose (dissacarídeo)</p><p>➢ Secreção Esofágica</p><p>A secreção esofágica tem como função a diminuição do atrito, lubrifica para a</p><p>deglutição e</p><p>evita a lesão na parede. As células caliciformes liberam mucina para deixar essa</p><p>passagem mais fluida e levar o conteúdo até o estômago.</p><p>➢ Secreções Gástricas</p><p>No estômago há secreção de ácido clorídrico, pepsina, fator intrínseco (absorção</p><p>de vitamina B12), muco e bicarbonato.</p><p>Letícia Baptista</p><p>Em toda a superfície interna da mucosa gástrica há células mucosas que formam</p><p>a barreira mucosa, liberam uma secreção riquíssima em bicarbonato formando</p><p>uma espécie de película, com a intenção de proteger a parede do estômago do</p><p>ambiente altamente ácido.</p><p>Células Parietais: produção de ácido clorídrico e fator intrínseco. São inativadas</p><p>por substâncias como a somatostatina (produzida pelas células D) e</p><p>prostaglandinas, enquanto são ativadas pela acetilcolina (sistema nervoso</p><p>parassimpático), gastrina e histamina. Essa ativação é feita por meio de</p><p>receptores que induzem a ativação da bomba de prótons que joga hidrogênio para</p><p>fora da célula, ao mesmo tempo em que o íon cloreto flui por difusão facilitada. O</p><p>hidrogênio e o cloreto se juntam na luz do estômago e formam o ácido clorídrico.</p><p>Células Principais: produção de pepsinogênio (forma inativa da pepsina, quando</p><p>entra no estômago se transforma na forma ativa).</p><p>Quando o pepsinogênio chega na luz do estômago encontra um ambiente ácido</p><p>que o transforma em pepsina. A pepsina é a sua forma ativa e tem a capacidade</p><p>de iniciar o processo de quebra das proteínas.</p><p>Células G: produção de gastrina, é liberada na circulação sanguínea com a</p><p>função de estimular as células parietais para produzir suco gástrico.</p><p>Células Mucosas: produção de muco e pepsinogênio. A barreira mucosa protege</p><p>o epitélio do contato direto com a secreção gástrica extremamente ácida.</p><p>A secreção gástrica é controlada em três fases:</p><p>• Fase Cefálica – ativação parassimpática via nervo vago, induz a uma leve</p><p>secreção gástrica (produção de pepsina e ácido clorídrico).</p><p>• Fase Gástrica – estimulada quando há conteúdo no estômago (distensão),</p><p>além da ativação parassimpática e dos produtos de deglutição, que ativam</p><p>o plexo submucoso. Fase em que há maior secreção!</p><p>• Fase Intestinal – quando o conteúdo chega ao duodeno, há diminuição da</p><p>secreção.</p><p>➢ Secreções Pancreáticas</p><p>O pâncreas é dividido em porção endócrina e exócrina. O pâncreas endócrino</p><p>apresenta as Ilhotas de Langerhans, responsáveis pela produção de insulina que</p><p>promovem a retirada de glicose da circulação sanguínea, mas não tem relação</p><p>com o processo de digestão. O pâncreas exócrino é formado pelos ácinos</p><p>pancreáticos que são divididos em 2 tipos de células que compõem o suco</p><p>pancreático:</p><p>Letícia Baptista</p><p>Células Acinares – produção de componente enzimático, que é a secreção rica</p><p>em enzimas digestivas, como as proteases, lipases e amilases.</p><p>Proteases: principalmente o tripsinogênio, que será transformado em tripsina a</p><p>partir de uma enzima da mucosa duodenal, a enteropeptidase. Quando ativado é</p><p>convertido em tripsina e é capaz de ativar outras proteases, além de conseguir</p><p>converter até mais tripsinogênio em tripsina.</p><p>Lipases: a lipase pancreática tem uma ação similar a da saliva, quebra ligações</p><p>alfa liberando dissacarídeos. Esses dissacarídeos finalizam sua digestão no final</p><p>do duodeno, nas células da borda em escova, os transformando em</p><p>monossacarídeos.</p><p>Alguns dissacarídeos são consumidos diretos da dieta, como a lactose e a</p><p>sacarose. Esses dissacarídeos não sofrem a ação da lipase, são digeridos por</p><p>enzimas específicas da borda em escova, como por exemplo a lactase e a</p><p>sacarase.</p><p>Células Ductais – produção do componente aquoso, que contém uma alta</p><p>quantidade de bicarbonato com a função de substância tampão. O suco</p><p>pancreático é liberado no duodeno, que recebe o conteúdo que vem do estômago.</p><p>Esse conteúdo é extremamente ácido, portanto, o componente aquoso com</p><p>bicarbonato é fundamental para neutralizar a acidez desse conteúdo estomacal,</p><p>evitando a manifestação de uma lesão na parede do duodeno.</p><p>Quando o conteúdo chega ao duodeno a mucosa duodenal promove a liberação</p><p>de secretina e colecistocinina. As macromoléculas ao entrarem em contato com a</p><p>mucosa ativam as células I, que produzem colecistocinina e fecham o piloro,</p><p>além de estimularem a secreção de células acinares para a liberação de enzimas</p><p>digestivas. As macromoléculas não chegam sozinhas, vem misturadas com o</p><p>suco gástrico, que é extremamente ácido! O hidrogênio que compõe a acidez do</p><p>suco gástrico é responsável por ativar as células S na mucosa duodenal,</p><p>estimulando a produção de secretina. A secretina apresenta como função a</p><p>ativação das células ductais, que liberam o bicarbonato para neutralizar a acidez.</p><p>Além de todo o seu papel, a colecistocinina tem a função de estimular a secreção</p><p>da bile para facilitar o processo de digestão de lipídios, promove a contração da</p><p>parede da vesícula biliar liberando esse conteúdo no duodeno.</p>

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