Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>Aluna: Polyanna Pimentel Muniz // RA: 231574</p><p>Disciplina: União estável e casamento</p><p>1. Quais são os tipos de casamento e o que caracteriza cada um?</p><p>O casamento civil está disciplinado no art. 1.512 do CC e o art. 226, § 1º da CF - é</p><p>celebrado diante do oficial do cartório do Registro Civil. É um ato solene levado a</p><p>efeito por um(a) celebrante na presença de testemunhas, nas dependências do</p><p>cartório ou não.</p><p>Casamento religioso com efeitos civis a Constituição Federal aduz que o</p><p>casamento religioso tem efeito civil, desde que atendidos os requisitos legais dos</p><p>artigos 1.515 e 1.516 do CC. A validade civil do casamento religioso está</p><p>condicionada à habilitação e à inscrição no Registro Civil de Pessoas Naturais (LRP</p><p>art. 71 e 74).</p><p>É admitido buscar os efeitos civis para o casamento religioso a qualquer tempo.</p><p>Nesse caso, ainda que tardio, procedidos a habilitação e o registro, os efeitos civis</p><p>retroagem à data da solenidade religiosa (art. 1.515, CC) basta que se proceda a</p><p>devida habilitação (art. 1.516, CC).</p><p>Insta salientar que a anulação do casamento religioso não afeta a validade do</p><p>casamento civil, se ocorreu o respectivo registro, visto que essas ações obedecem</p><p>aos preceitos da lei civil.</p><p>Casamento por procuração o casamento pode celebrar-se mediante procuração,</p><p>por instrumento público, com poderes especiais (art. 1.542, CC) e possui validade de</p><p>90 dias. Para revogação do mandato também é necessário instrumento público (art.</p><p>1.542, §§ 3 e 4º, CC) se a revogação não chegar a tempo ao conhecimento do</p><p>mandatário e o casamento for celebrado, o mandante responde por perdas e danos</p><p>(art. 1.542, § 1º) o casamento. O casamento realizado pelo mandatário, sem que ele</p><p>ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo</p><p>coabitação entre os cônjuges é anulável (art. 1.550, V do CC).</p><p>Casamento nuncupativo trata-se do casamento realizado quando um dos nubentes</p><p>está em iminente risco de morrer (art. 1.540 e 1.541 do CC) diante de sua urgência,</p><p>é possível sua celebração sem juiz de paz e sem previa habilitação, nesse caso, se</p><p>faz necessária a presença de seis testemunhas sem relação de parentesco com os</p><p>nubentes – em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau, no prazo de 10 dias as</p><p>testemunhas devem confirmar o casamento perante autoridade judicial. Dispensa-se</p><p>esse procedimento se o enfermo convalescer e ratificar o casamento na presença da</p><p>autoridade competente e do oficial do registro. Destaca-se que, nos termos do art.</p><p>1.542, § 2º, o nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se</p><p>representar no casamento nuncupativo.</p><p>Casamento putativo trata-se do casamento nulo ou anulável que fora contraído de</p><p>boa-fé por um ou por ambos os cônjuges (art. 1.561, CC). Ainda que desconstituído,</p><p>o casamento produz efeitos para o cônjuge que estava de boa-fé - da data da</p><p>celebração até o trânsito em julgado da sentença que o desconstituiu - art. 1.563, CC,</p><p>porém, se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus</p><p>efeitos civis só aos filhos aproveitarão (art. 1.561, § 1º, CC). Quanto ao cônjuge que</p><p>estava de má-fé o efeito da anulação retroage à data da sua celebração.</p><p>Casamento consular trata-se do casamento de brasileiro realizado no exterior diante</p><p>de autoridade consular brasileira, ou seja, o cidadão brasileiro que mora em país</p><p>estrangeiro tem o direito de casar conforme a lei brasileira no consulado. Destaca-se</p><p>que o art. 1.544 do CC determina que o casamento de brasileiro, celebrado no</p><p>estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser</p><p>registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges</p><p>ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital</p><p>do Estado em que passarem a residir.</p><p>2. O que é união estável?</p><p>Trata-se da união de duas pessoas, independentemente do sexo ou identidade de</p><p>gênero, de forma pública, contínua e duradoura estabelecida com a finalidade de</p><p>constituir família, nos termos do art. 1.723, CC.</p><p>3. É possível casamento ou união estável entre pessoas do mesmo sexo?</p><p>No ano de 2011 o STF (ADI 4.277) reconheceu as uniões homoafetivas como</p><p>entidades familiares com os mesmos direitos e deveres das uniões estáveis</p><p>heteroafetivas. No mesmo ano, o STJ (REsp 1.183.378-RS) deferiu a habilitação</p><p>direta de casais homoafetivos para o casamento e, no mesmo sentido, a Resolução</p><p>175/13 do CNJ proibiu às autoridades competentes a recusarem a habilitação e a</p><p>celebração do casamento civil ou a conversão da união estável em casamento,</p><p>portanto, é possível a união estável e o casamento homoafetivo.</p><p>4. O que é importante definir no momento de formalizar o casamento ou a</p><p>união estável?</p><p>É de suma importância definir o regime de bens que será adotado, afinal, tanto no</p><p>casamento quanto na união estável não há apenas a troca afetiva, mas também o</p><p>enlace – ou não, patrimonial. Diante disso, por meio da escolha do regime de bens</p><p>as partes escolherão as regras relacionadas aos bens e responsabilidades de cada</p><p>um(a).</p><p>5. Quais são os regimes de bens?</p><p>Comunhão parcial de bens trata-se do regime legal (art.1.640, CC) esse regime</p><p>determina basicamente que é preservada a titularidade exclusiva dos bens</p><p>particulares e que é garantida a comunhão do que foi adquirido na constância do</p><p>casamento/união estável, visto que a presunção legal, no caso, é de que tais bens</p><p>foram adquiridos pelo esforço comum das partes.</p><p>Comunhão universal de bens trata-se da união/fusão de todos os bens das partes,</p><p>ou seja, tudo que foi adquirido antes e durante o casamento/união estável por</p><p>qualquer uma das partes, a título oneroso, por doação ou por herança. Todos os bens</p><p>se comunicamos presentes e os futuros assim como as dívidas contraídas durante o</p><p>casamento/união estável (art. 1.667 a art. 1.671, CC) – há necessidade de pacto</p><p>antenupcial.</p><p>Separação de bens está regido nos artigos 1.687 e 1.688 do CC, nesse regime, tanto</p><p>os bens adquiridos antes do casamento/união estável quanto aqueles adquiridos por</p><p>cada cônjuge/companheiro durante a convivência, permanecem na propriedade</p><p>individual de cada um (incomunicabilidade de bens), não havendo divisão do</p><p>patrimônio em caso de divórcio, há necessidade de pacto antenupcial.</p><p>Separação obrigatória de bens nesse regime as partes não têm a possibilidade de</p><p>escolha do regime de bens, ou seja, ela é imposta por lei (art. 1.641, CC), por</p><p>exemplo, o casamento/união estável com maiores de 70 anos (art. 1.641, II, CC) e</p><p>daqueles que para casar-se dependem de suprimento judicial (art. 1.641, III, CC).</p><p>Participação final nos aquestos nesse regime cada cônjuge/companheiro possui</p><p>patrimônio próprio e lhe cabe, durante o casamento/união estável, administrá-lo</p><p>livremente podendo, inclusive, alienar, se forem móveis, contudo, em caso de divórcio</p><p>ou dissolução da união estável serão apurados os aquestos (bens adquiridos na</p><p>constância da união) que serão partilhados entre os ex-cônjuges/companheiros</p><p>(art.1.672 ao art. 1.686 do CC).</p><p>6. A alteração do nome é possível tanto no casamento quanto na união</p><p>estável?</p><p>Sim, a alteração do nome é possível no casamento por força do que dispõe o art.</p><p>1.565, § 1º, CC, contudo, o STJ (REsp 1306196/MG) reconheceu que os</p><p>companheiros também têm esse direito – qualquer um dos companheiros pode adotar</p><p>o nome do outro, para tanto, se faz necessária a prova documental da união por meio</p><p>da escritura pública, com a expressa concordância das partes.</p><p>7. A união estável precisa ser registrada em cartório? Em que casos isso é</p><p>aconselhável?</p><p>A constituição da união se dá em atendimento aos requisitos legais (art. 1.723, CC),</p><p>contudo, a legislação não obriga a formalização do contrato de convivência, trata-se</p><p>de uma possibilidade e um forte indício da existência da relação. Entende-se</p><p>aconselhável</p><p>o registro da união estável para fins de documentar a união (data de</p><p>início, por exemplo) sua formalização e registro pode ser importante, por exemplo,</p><p>para fins previdenciários (concessão de pensão por morte), inscrição do</p><p>companheiro(a) como dependente em plano de saúde etc.</p><p>8. Quais são os direitos de quem vive em união estável?</p><p>Os que vivem em união estável possuem os mesmos direitos e deveres que aqueles</p><p>previstos para o casamento a grande desigualdade que existia entre a união estável</p><p>e o casamento era quando se tratava de direito sucessório, contudo, o STF, no</p><p>julgamento do RE 878694 e RE 646721, equiparou a união estável ao casamento</p><p>para fins sucessórios sustentando que não há hierarquia entre essas duas formas de</p><p>se constituir família.</p><p>No mais, como vimos acima, os companheiros têm direito, primeiramente, a decidir</p><p>se desejam ou não registrar a união estável em cartório e, nesse caso, as partes têm</p><p>direto à escolha do regime de bens, além disso, o companheiro(a) sobrevivente</p><p>possui direito à pensão por morte 74, na Lei nº 8.213/1991, dentre outros.</p>

Mais conteúdos dessa disciplina