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Política nacional

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Tainá Silva

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<p>CUIDADOS</p><p>PALIATIVOS EM</p><p>ONCOLOGIA</p><p>Admilson Soares de Paula</p><p>Política nacional</p><p>para a prevenção e</p><p>controle do câncer</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>� Definir os objetivos da Política Nacional para a Prevenção e Controle</p><p>do Câncer.</p><p>� Identificar os benefícios da Política Nacional para a Prevenção e Con-</p><p>trole do Câncer.</p><p>� Descrever a importância e os benefícios da rede de atenção oncológica.</p><p>Introdução</p><p>O câncer é uma das doenças que mais causa impacto quando diag-</p><p>nosticada, sendo considerada crônica, por isso, deve-se dar a devida</p><p>importância para as políticas públicas, com foco em ações integradas,</p><p>ensino e pesquisa. As políticas do Sistema Único de Saúde (SUS) já abor-</p><p>dam a doença, com priorização das ações articuladas nas três esferas de</p><p>governo — federal, estadual e municipal.</p><p>Neste capítulo, você estudará essa doença, bem como a Política</p><p>Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer, seus objetivos, seu</p><p>benefício e sua importância na qualidade de vida do paciente, visando</p><p>redução de incapacidades e menos pesar durante o tratamento.</p><p>Objetivos da Política Nacional para a Prevenção</p><p>e Controle do Câncer</p><p>O estatuto atual do câncer se relaciona diretamente à sua incidência e pre-</p><p>valência no país, bem como às inovações tecnológicas, iniciativas médicas e</p><p>políticas públicas surgidas para seu controle. Araújo Neto e Teixeira (2017)</p><p>relatam que os estudos se voltaram para esses aspectos, mostrando que, de</p><p>forma parecida ao ocorrido em outras formações sociais, o envelhecimento</p><p>da sociedade e a transformação nos hábitos de vida, referentes ao processo de</p><p>urbanização, fizeram a doença se tornar mais presente e visível.</p><p>A Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer foi instituída</p><p>pela Portaria nº. 874, de 2013, tendo como objetivo:</p><p>� reduzir a mortalidade e as incapacidades causadas pela doença;</p><p>� diminuir a incidência de alguns tipos de câncer;</p><p>� contribuir para a melhoria da qualidade de vida;</p><p>� instituir ações de promoção, prevenção e detecção precoce;</p><p>� garantir tratamento oportuno e cuidados paliativos.</p><p>A proposta determina que essa política deve ser organizada, de forma</p><p>articulada, com o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de Saúde dos</p><p>estados e municípios, para possibilitar o fornecimento contínuo das ações de</p><p>atenção à saúde, estabelecendo algumas diretrizes.</p><p>� Princípios gerais:</p><p>■ reconhecimento do câncer como doença crônica prevenível e com</p><p>necessidade de cuidado integral;</p><p>■ articulação intersetorial, garantia de participação e controle so-</p><p>cial, bem como organização de redes de atenção regionalizadas e</p><p>descentralizadas;</p><p>■ promoção de educação permanente para a qualificação do cuidado</p><p>nos diferentes níveis de atenção à saúde;</p><p>■ uso de tecnologias com recomendações elaboradas por órgãos go-</p><p>vernamentais a partir do processo de Avaliação de Tecnologias em</p><p>Saúde (ATS);</p><p>■ fortalecimento de políticas públicas que visem desenvolver, ao</p><p>máximo, a saúde potencial de cada cidadão, incluindo habilidades</p><p>individuais e sociais para o autocuidado.</p><p>Política nacional para a prevenção e controle do câncer2</p><p>� Promoção:</p><p>■ realização de ações intersetoriais, buscando-se parcerias que propi-</p><p>ciem o desenvolvimento das ações de promoção da saúde;</p><p>■ promoção de hábitos alimentares saudáveis, com ações educativas</p><p>e intervenções ambientais e organizacionais, de práticas corporais</p><p>e atividades físicas;</p><p>■ enfrentamento dos impactos dos agrotóxicos na saúde humana e no</p><p>ambiente, por meio de práticas com caráter preventivo e sustentável;</p><p>■ desenvolvimento de ações e políticas públicas para combate ao ta-</p><p>bagismo, ao consumo de álcool, ao sobrepeso, à obesidade e ao</p><p>consumo alimentar inadequado;</p><p>■ elaboração de documentos normativos voltados à regulamentação</p><p>de produção e consumo de produtos e alimentos que contenham</p><p>agentes cancerígenos.</p><p>� Prevenção:</p><p>■ eliminação ou redução da exposição aos agentes cancerígenos re-</p><p>lacionados ao trabalho e ao ambiente, como benzeno, agrotóxicos,</p><p>sílica, amianto, formaldeído e radiação;</p><p>■ prevenção da iniciação de tabagismo, uso do álcool e consumo de</p><p>alimentos não saudáveis;</p><p>■ implementação de ações de detecção precoce do câncer, por meio</p><p>de rastreamento e diagnóstico precoce.</p><p>� Vigilância, monitoramento e avaliação:</p><p>■ monitoramento dos fatores de risco para câncer, a fim de planejar</p><p>ações para prevenir, reduzir danos e proteger a vida, bem como utili-</p><p>zar, de forma integrada, os dados e as informações epidemiológicas</p><p>e assistenciais disponíveis, produzidos:</p><p>– pelos sistemas de informação do SUS, entre os quais, de morta-</p><p>lidade, morbidade, procedimentos ambulatoriais e hospitalares;</p><p>– pelos registros do câncer de base populacional e hospitalar, in-</p><p>quéritos e pesquisas populacionais;</p><p>– pelas estatísticas vitais, demográficas e socioeconômicas</p><p>brasileiras.</p><p>Na Figura 1, você pode ver como ocorre a detecção precoce do câncer.</p><p>3Política nacional para a prevenção e controle do câncer</p><p>Figura 1. Detecção precoce.</p><p>Fonte: Brasil (2017, p. 29).</p><p>Deve-se ficar atento aos sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes, pois</p><p>12.500 novos casos são diagnosticados no Brasil todos os anos, conforme relata Luiz</p><p>Fernando Lopes, o diretor médico da unidade infantojuvenil do Hospital de Câncer</p><p>de Barretos. A expectativa é que esse número aumente pelo menos em 30% até 2020,</p><p>segundo as informações do portal de notícias do hospital.</p><p>Benefícios da Política Nacional para a Prevenção</p><p>e Controle do Câncer</p><p>Entre os benefícios da Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer,</p><p>destacam-se:</p><p>� fortalecimento e ampliação ao acesso às informações relativas à pro-</p><p>moção, prevenção e detecção precoce;</p><p>� aumento da expectativa de vida;</p><p>� cessação do tabagismo;</p><p>Política nacional para a prevenção e controle do câncer4</p><p>� adoção de dietas saudáveis;</p><p>� estímulo à prática de atividades físicas;</p><p>� rastreamento das mulheres na faixa etária prioritária (câncer de mama</p><p>e colo do útero);</p><p>� diagnóstico precoce e tratamento com qualidade e equidade;</p><p>� garantia de cuidados paliativos.</p><p>No Quadro 1, você pode visualizar as metas estabelecidas para a vigilância</p><p>das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo o câncer uma delas.</p><p>Fonte: Brasil (2018, documento on-line).</p><p>Metas do plano de</p><p>DCNT — Brasil</p><p>Valor da linha</p><p>de base (2010)</p><p>Resultado</p><p>mais recente</p><p>Abrangência</p><p>geográfica</p><p>Redução da mortalidade</p><p>prematura (30-69 anos) por</p><p>DCNT em 2% ao ano*a</p><p>315,5 290,4 (2015) Brasil</p><p>Redução da prevalência</p><p>de tabagismo em 30% a</p><p>14,1%</p><p>-</p><p>10,2% (2016)</p><p>14,5% (2013)</p><p>Capitais</p><p>Brasil</p><p>Aumento de mamografia em</p><p>mulheres de 50-69 anos nos</p><p>últimos dois anos para 70% a</p><p>73,4%</p><p>54%</p><p>78,2% (2016)</p><p>60% (2013)</p><p>Capitais</p><p>Brasil</p><p>Aumento do Papanicolau em</p><p>mulheres de 25-64 anos nos</p><p>últimos três anos para 85% b</p><p>82,2%</p><p>78%</p><p>82% (2016)</p><p>79,4% (2013)</p><p>Capitais</p><p>Brasil</p><p>Aumento da prevalência da</p><p>prática de atividade física</p><p>no tempo livre em 10% a</p><p>30,1%</p><p>-</p><p>37,6% (2016)</p><p>22,5% (2013)</p><p>Capitais</p><p>Brasil</p><p>Contenção do crescimento</p><p>da obesidade em adultosc</p><p>15,1%</p><p>-</p><p>18,9% (2016)</p><p>20,8% (2013)</p><p>Capitais</p><p>Brasil</p><p>Aumento do consumo</p><p>recomendado de frutas</p><p>e hortaliças em 10% a</p><p>19,5%</p><p>-</p><p>24,4% (2016) Capitais</p><p>Brasil</p><p>Redução do consumo abusivo</p><p>de bebidas alcoólicas em 10%b</p><p>18,1% 19,1% (2016)</p><p>13,7% (2013)</p><p>Capitais</p><p>Brasil</p><p>Taxa de mortalidade padronizada, com base na população brasileira (Censo 2010);</p><p>meta alcançada.</p><p>aMeta alcançada.</p><p>bMeta estável.</p><p>cMeta não alcançada.</p><p>Quadro 1. Metas de vigilância das DCNT no Brasil</p><p>5Política nacional para a prevenção e controle do câncer</p><p>Das oito metas citadas, cinco são atingidas: redução da mortalidade prema-</p><p>tura (30–69 anos) por DCNT; redução da prevalência de tabagismo; aumento</p><p>de mamografia em mulheres de 50 a 69 anos nos últimos dois anos; elevação</p><p>da prevalência da prática de atividade física no tempo livre; e aumento do</p><p>consumo recomendado de frutas e hortaliças.</p><p>Deve-se,</p><p>ainda, mencionar o Instituto Nacional de Câncer (INCA), porque,</p><p>em relação à vigilância e ao monitoramento da doença, ciência e tecnologia,</p><p>ele tem papel fundamental e desenvolve ações, campanhas e programas em</p><p>âmbito nacional, atendendo à Política Nacional para a Prevenção e Controle</p><p>do Câncer do MS.</p><p>Instituto Nacional de Câncer</p><p>O INCA atua como um órgão auxiliar do MS no desenvolvimento e na coor-</p><p>denação das ações integradas para prevenção e controle do câncer no Brasil,</p><p>compõe-se como uma unidade integrante da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS)</p><p>e se constitui no Centro de Referência de Alta Complexidade em Oncologia.</p><p>Essas ações envolvem a assistência médico-hospitalar, prestada direta e</p><p>gratuitamente aos pacientes com câncer pelos serviços oferecidos no SUS, bem</p><p>como a atuação em áreas estratégicas, por exemplo, prevenção e detecção pre-</p><p>coce, formação de profissionais especializados, desenvolvimento de pesquisa</p><p>e geração de informação epidemiológica. O INCA coordena vários programas</p><p>nacionais para o controle do câncer com equipamentos para diagnósticos por</p><p>imagem de última geração.</p><p>O INCA estrutura uma rede de atenção oncológica para congregar parceiros</p><p>governamentais ou não, coordena e desenvolve ações de controle do câncer</p><p>nas áreas de ensino, pesquisa, prevenção, detecção e vigilância, bem como</p><p>informação e assistência oncológica.</p><p>Para efetivar os objetivos da Política Nacional para a Prevenção e Controle</p><p>do Câncer, desenvolve-se, na atenção básica, as seguintes ações:</p><p>� promoção da saúde, alimentação saudável e atividade física;</p><p>� redução do tabagismo e dos danos relacionados ao tabaco no seu</p><p>território;</p><p>� promoção do autocuidado das pessoas com câncer, ampliando sua</p><p>autonomia;</p><p>� identificação de sinais e sintomas suspeitos e acompanhamento dos</p><p>resultados alterados, encaminhando os casos suspeitos para confirmação</p><p>diagnóstica;</p><p>Política nacional para a prevenção e controle do câncer6</p><p>� coordenação e manutenção do cuidado aos usuários com câncer, quando</p><p>referenciados para outros pontos da rede de atenção à saúde;</p><p>� registro das informações referentes às ações de controle de câncer nos</p><p>sistemas de informação vigentes, quando couber;</p><p>� realização do atendimento domiciliar e participação no cuidado paliativo</p><p>às pessoas com câncer, integrada às equipes de atenção domiciliar, à Uni-</p><p>dade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) e ao</p><p>Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON),</p><p>bem como articulada com hospitais locais e demais pontos de atenção,</p><p>conforme a proposta definida para a região de saúde;</p><p>� desenvolvimento de ações de saúde do trabalhador por meio da capaci-</p><p>tação de equipes para registro das atividades exercidas e da exposição</p><p>aos agentes cancerígenos inerentes ao processo de trabalho, otimizando</p><p>as ações de vigilância do câncer relacionadas a esse ambiente.</p><p>A UNACON se trata de um hospital que possua condições técnicas, ins-</p><p>talações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de</p><p>assistência especializada de alta complexidade para o diagnóstico definitivo</p><p>e o tratamento dos cânceres mais prevalentes no Brasil. Já o CACON é um</p><p>hospital com condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos</p><p>humanos adequados à prestação de assistência especializada de alta complexi-</p><p>dade para o diagnóstico definitivo e o tratamento de todos os tipos de câncer.</p><p>Veja, a seguir, as campanhas e programas desenvolvidos pelo INCA em</p><p>âmbito nacional para atender à Política Nacional para a Prevenção e Controle</p><p>do Câncer do MS:</p><p>� controle do câncer do colo do útero — ações desenvolvidas para reduzir</p><p>sua incidência e mortalidade e melhorar a qualidade de vida da mulher</p><p>com essa doença;</p><p>� controle do câncer de mama — ações desenvolvidas para reduzir a</p><p>exposição aos fatores de risco, diminuir a mortalidade e melhorar a</p><p>qualidade de vida da mulher com essa doença;</p><p>� Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) — capacitação</p><p>de profissionais das Secretarias de Saúde para orientar a população</p><p>sobre os malefícios do tabagismo em escolas, empresas, hospitais e</p><p>comunidades. As ações são desenvolvidas em parceria nas três instâncias</p><p>governamentais;</p><p>� Projeto de Expansão da Assistência Oncológica (EXPANDE) — es-</p><p>truturação da integração da assistência oncológica com qualidade no</p><p>7Política nacional para a prevenção e controle do câncer</p><p>Brasil, ampliando o acesso ao tratamento e reduzindo as desigualdades</p><p>regionais na oferta de assistência oncológica à população;</p><p>� programas de qualidade em radiações ionizantes — Programa de</p><p>Qualidade em Radioterapia (PQRT) e Programa de Qualidade em</p><p>Mamografia (PQM);</p><p>� Programa de Transplante de Medula Óssea — desenvolvimento e manu-</p><p>tenção do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME),</p><p>do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (REREME) e da</p><p>Rede BrasilCord, os quais reúnem informações de voluntários que se</p><p>dispõem a doar medula para o transplante de pacientes com doenças</p><p>do sangue, como leucemia e anemia aplástica, entre outras.</p><p>Para saber mais sobre o regimento interno do INCA, acesse o link a seguir.</p><p>https://goo.gl/WRPf52</p><p>Importância e benefícios da rede de atenção</p><p>oncológica</p><p>As diversas leis e os programas em atenção ao paciente oncológico, conforme</p><p>explicados, trazem muitos benefícios a eles, devido à importância da atenção</p><p>à doença nas esferas de governo. A seguir, você pode ver os direitos dos</p><p>pacientes com câncer, garantidos pela legislação brasileira e descritos no site</p><p>Fundação do Câncer.</p><p>Direitos sociais</p><p>Realização do saque de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e</p><p>Programa de Integração Social (PIS)/Programa de Formação do Patrimônio</p><p>do Servidor Público (PASEP) pelo paciente com diagnóstico de neoplasia</p><p>maligna (câncer), na sua fase sintomática, ou por aquele que possuir um</p><p>dependente portador de câncer. O valor recebido será o saldo de todas as</p><p>Política nacional para a prevenção e controle do câncer8</p><p>contas pertencentes ao trabalhador, inclusive a conta do contrato de trabalho</p><p>em vigor, se houver.</p><p>O auxílio doença é um benefício mensal a que o segurado tem direito,</p><p>quando ele fica temporariamente incapaz para o trabalho devido à doença</p><p>por mais de 15 dias consecutivos. Não há carências para recebê-lo, porém,</p><p>o paciente deverá, obrigatoriamente, ter condição de segurado no Instituto</p><p>Nacional do Seguro Social (INSS).</p><p>Já a aposentadoria por invalidez é concedida desde que a incapacidade para</p><p>o trabalho seja considerada definitiva pela perícia médica do INSS. Tem direito</p><p>a esse benefício a pessoa que não esteja em processo de reabilitação para o</p><p>exercício da atividade que lhe garante a subsistência, independentemente de</p><p>estar recebendo ou não o auxílio-doença.</p><p>A quitação de financiamento de casa própria está incluída nas suas parcelas,</p><p>financiada pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), um seguro que a</p><p>garante em caso de invalidez ou morte. Ela é garantida pelo seguro contratado</p><p>no momento do financiamento e assegurada, em geral, apenas para doenças</p><p>graves diagnosticadas após a assinatura do contrato com esse seguro.</p><p>Direitos no tratamento/saúde</p><p>A Lei Federal nº. 12.732, publicada em 22 de novembro de 2012, estabelece</p><p>a obrigatoriedade do SUS iniciar o tratamento de câncer em até 60 dias após</p><p>o diagnóstico, recebido gratuitamente. Ainda no SUS, há o Tratamento Fora</p><p>de Domicílio (TFD), uma normatização que objetiva garantir o acesso de pa-</p><p>cientes de um município aos serviços assistenciais em outro local ou, em caso</p><p>especiais, de um estado para outro, incluindo a hospedagem, quando indicado.</p><p>Nos casos em que houver indicação médica, será autorizado o pagamento de</p><p>despesas para acompanhante.</p><p>Em relação à reconstrução mamária, as mulheres que sofreram a mutilação</p><p>total ou parcial de mama, decorrente da utilização de técnica de tratamento de</p><p>câncer têm direito a cirurgia plástica. A lei determina que, quando existirem</p><p>condições técnicas,</p><p>ela deve ser efetuada no mesmo tempo cirúrgico e, no caso</p><p>de impossibilidade de reconstrução imediata, encaminha-se a paciente para</p><p>acompanhamento e garante-se a realização da cirurgia logo após alcançar as</p><p>condições clínicas requeridas.</p><p>Há, ainda, o Andamento Processual Prioritário no Judiciário, com adian-</p><p>tamento prioritário de qualquer processo (civil, criminal ou trabalhista), aos</p><p>pacientes com câncer e mais de 65 anos.</p><p>9Política nacional para a prevenção e controle do câncer</p><p>Direitos tributários — isenções</p><p>Para ter direito à isenção, por exemplo, de Imposto de Renda, de Imposto</p><p>Predial e Territorial Urbano (IPTU) e impostos na compra de carro adaptado</p><p>(Imposto sobre Produtos Industrializados [IPI], Imposto sobre Circulação de</p><p>Mercadorias e Serviços [ICMS], Imposto sobre Operações Financeiras [IOF]</p><p>e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores [IPVA]), a pessoa</p><p>com câncer precisa apresentar alteração completa ou parcial de um ou mais</p><p>segmentos do corpo humano, que causa o comprometimento da função física,</p><p>comprovando sua limitação por meio de laudo médico e alterando a Carteira</p><p>Nacional de Habilitação (CNH) para a CNH Especial.</p><p>Gratuidade nas tarifas de transporte interestadual e</p><p>urbano</p><p>O transporte coletivo Vale Social, ou RioCard Interestadual, é um benefício que</p><p>dá direito à gratuidade no transporte rodoviário intermunicipal, metroviário,</p><p>ferroviário ou aquaviário, sob administração estadual.</p><p>Você pode ver na Figura 2 as principais estratégias da rede de atenção às</p><p>pessoas com doença crônica.</p><p>Figura 2. Principais estratégias da rede de atenção às pessoas com doenças crônicas.</p><p>Fonte: Gadelha (2018, p. 4).</p><p>Política nacional para a prevenção e controle do câncer10</p><p>A Organização Mundial da Saúde (OMS) define os cuidados paliativos como uma forma</p><p>de assistência que objetiva melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares</p><p>que lidam com doenças potencialmente ameaçadoras da vida. O dia mundial dos</p><p>cuidados paliativos é comemorado todos os anos no segundo sábado de outubro.</p><p>Gomes e Othero (2016) resumem os tópicos que compõem o fundamento de toda</p><p>e qualquer assistência voltada aos cuidados paliativos, criados pelo hospital Premier:</p><p>� controle impecável de dor e outros sintomas;</p><p>� conforto;</p><p>� prevenção de agravos e incapacidades;</p><p>� promoção da independência e autonomia;</p><p>� manutenção de atividades e pessoas significativas para o doente;</p><p>� ativação de recursos emocionais e sociais de enfrentamento do processo de ado-</p><p>ecimento e terminalidade;</p><p>� ativação de redes sociais de suporte;</p><p>� apoio e orientação à família e aos cuidadores.</p><p>O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e os cuidados paliativos são preco-</p><p>nizados na Portaria nº. 874, considerada um ganho muito importante para o portador</p><p>de câncer.</p><p>Veja as informações sobre o VII Congresso Internacional de Cuidados Paliativos que</p><p>ocorreu em Belo Horizonte (MG), entre 21 e 24 de novembro de 2018, no link a seguir.</p><p>https://goo.gl/hj3JWV</p><p>ARAÚJO NETO, L. A.; TEIXEIRA, L. A. De doença da civilização a problema de saúde pública:</p><p>câncer, sociedade e medicina brasileira no século XX. Boletim do Museu Paraense Emílio</p><p>Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 12, n. 1, p. 173-188, jan. 2017. Disponível em: <http://</p><p>www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1981-81222017000100173&lng=p</p><p>t&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>11Política nacional para a prevenção e controle do câncer</p><p>BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 12.732, de 22 de novembro de 2012. Dispõe sobre</p><p>o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece</p><p>prazo para seu início. Casa Civil – Presidência da República. Disponível em: <http://</p><p>www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12732.htm>. Acesso em:</p><p>25 nov. 2018.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das</p><p>Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Ministério da Saúde, Brasília, 5 mar. 2018.</p><p>Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-de-</p><p>-doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/plano-de-acoes-estrategicas-para-o-en-</p><p>frentamento-das-doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 874, de 16 de maio de 2013. Institui a Política</p><p>Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das</p><p>Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ministé-</p><p>rio da Saúde, Brasília, 16 maio 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten-</p><p>ção Especializada e Temática. Coordenação-Geral de Atenção Especializada. Atenção</p><p>Oncológica no SUS. Maceió, 6 abr. 2017. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.</p><p>gov.br/images/pdf/2017/maio/16/13.Politicas-de-Atencao-Oncologica.pdf>. Acesso</p><p>em: 25 nov. 2018.</p><p>GADELHA, M. I. P. Audiência Pública: A Política Nacional de Prevenção e Controle do</p><p>Câncer: 5 Anos da Lei dos 60 Dias. Ministério da Saúde, Brasília, 23 maio 2018. Disponível</p><p>em: <http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr1/atuacao/eventos/audiencias-pu-</p><p>blicas/audiencia-publica-politica-nacional-para-prevencao-e-o-controle-do-cancer-1/</p><p>MSMariaInezPordeusGadelha.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>GOMES, A. L. Z.; OTHERO, M. B. Cuidados paliativos. Estudos Avançados, São Paulo, v. 30,</p><p>n. 88, p. 155-166, dez. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_</p><p>abstract&pid=S0103-40142016000300155&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em:</p><p>25 nov. 2018.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da</p><p>Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2018: incidência de câncer</p><p>no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2017. 128 p. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/</p><p>estimativa/2018/estimativa-2018.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>DIREITOS do Paciente com Câncer. Fundação do Câncer, Rio de Janeiro, 2018. Disponível</p><p>em: <https://www.cancer.org.br/sobre-o-cancer/direitos-do-paciente-com-cancer/>.</p><p>Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>Política nacional para a prevenção e controle do câncer12</p><p>SOBRE o Instituto. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva, Rio de Janeiro,</p><p>2018. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/sobreinca/site/</p><p>oinstituto>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>TEIXEIRA, L. A.; FONSECA, C. M. O. De doença desconhecida a problema de saúde pública:</p><p>o INCA e o controle do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2007. 172</p><p>p. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_desconhe-</p><p>cida_saude_publica.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018.</p><p>13Política nacional para a prevenção e controle do câncer</p><p>Conteúdo:</p>

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