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E-book Lei do Marco Civil da Internet LGPD e Direitos Autorais - Prof. Douglas Azevedo

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Julia Ortiga

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<p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>1</p><p>Olá! Boas-Vindas!</p><p>Cada material foi preparado com muito carinho para que</p><p>você possa absorver da melhor forma possível, conteúdos</p><p>de qualidade!</p><p>Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!</p><p>Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!</p><p>Com carinho,</p><p>Equipe Ceisc. ♥</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>2</p><p>2ª FASE OAB | CIVIL | 39º EXAME</p><p>Marco Civil da Internet</p><p>Direitos Autorais</p><p>LGPD</p><p>Prof. Douglas Azevedo</p><p>Sumário</p><p>1. Marco Civil da Internet - Lei nº 12.965/2014......................................................3</p><p>2. Lei Geral de Proteção de Dados nº 13.709/2018.............................................7</p><p>3. Direito Autoral - Lei nº 9610/98.......................................................................10</p><p>Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório</p><p>para a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,</p><p>recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.</p><p>Bons estudos, Equipe Ceisc.</p><p>Atualizado em maio de 2024</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>3</p><p>1. Marco Civil da Internet - Lei nº 12.965/2014</p><p>O marco civil surge como importante legislação para estabelecer diretrizes e princípios</p><p>no uso da internet no Brasil. Muito embora especialistas apontem que a legislação deixou de</p><p>abordar ou aprofundar diversos temas, é um importante marco que possivelmente será</p><p>complementado futuramente.</p><p>O marco vai apresentar diversos artigos gerais, estabelecendo os fundamentos,</p><p>objetivos e princípios do uso da internet no país. Aspecto que recebe bastante ênfase na lei é</p><p>o respeito à liberdade de expressão.</p><p>O art. 3 apresenta o rol exemplificativo (conforme o parágrafo único do mesmo artigo)</p><p>dos princípios que regem o uso da internet no Brasil:</p><p>Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios:</p><p>I - garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento,</p><p>nos termos da Constituição Federal;</p><p>II - proteção da privacidade;</p><p>III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei;</p><p>IV - preservação e garantia da neutralidade de rede;</p><p>V - preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio de</p><p>medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo ao uso</p><p>de boas práticas;</p><p>VI - responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos termos da lei;</p><p>VII - preservação da natureza participativa da rede;</p><p>VIII - liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não</p><p>conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta Lei.</p><p>Chama atenção a ênfase à liberdade de expressão, a proteção da privacidade e dos</p><p>dados pessoais (temas que são aprofundados na Lei Geral de Proteção de Dados). Já a</p><p>neutralidade da rede refere-se à proibição de operadoras de internet ofertarem banda</p><p>diferenciada para usuários (por exemplo, determinada pessoa possui o mesmo plano que</p><p>outra, mas recebe mais velocidade de conexão) ou de criarem planos diferenciados que</p><p>possam comprometer o acesso de usuários. Outro importante princípio refere-se à</p><p>responsabilização dos agentes.</p><p>Por sua vez, o art. 4 aborda os objetivos da lei, que são, modo sucinto:</p><p>Art. 4º A disciplina do uso da internet no Brasil tem por objetivo a promoção:</p><p>I - do direito de acesso à internet a todos;</p><p>II - do acesso à informação, ao conhecimento e à participação na vida cultural e na</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>4</p><p>condução dos assuntos públicos;</p><p>III - da inovação e do fomento à ampla difusão de novas tecnologias e modelos de</p><p>uso e acesso; e</p><p>IV - da adesão a padrões tecnológicos abertos que permitam a comunicação, a</p><p>acessibilidade e a interoperabilidade entre aplicações e bases de dados.</p><p>O art. 5 serve como espécie de glossário, explicando o que significam certas</p><p>expressões. Vale destacar aqui as conceituações mais complexas:</p><p>Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:</p><p>VI - registro de conexão: o conjunto de informações referentes à data e hora de início</p><p>e término de uma conexão à internet, sua duração e o endereço IP utilizado pelo</p><p>terminal para o envio e recebimento de pacotes de dados;</p><p>VII - aplicações de internet: o conjunto de funcionalidades que podem ser acessadas</p><p>por meio de um terminal conectado à internet; e</p><p>VIII - registros de acesso a aplicações de internet: o conjunto de informações referentes</p><p>à data e hora de uso de uma determinada aplicação de internet a partir de um</p><p>determinado endereço IP.</p><p>Nesse sentido, registro de conexão refere-se as informações de acesso à internet pelo</p><p>usuário. Aplicações de internet, por sua vez, são os próprios sites e afins que são acessados</p><p>no ambiente da rede. Já os registros de acesso a aplicações de internet são os dados acerca</p><p>de quem/quando acessou determinada aplicação de internet (para tanto, verificam o IP do</p><p>usuário, que seria espécie de número que identifica sua “identidade” na rede).</p><p>O art. 7 apresenta aspecto de grande importância social: o acesso à rede é fundamental</p><p>para o desenvolvimento dos indivíduos e para o exercício da cidadania nas sociedades em</p><p>rede.</p><p>No tocante às obrigações:</p><p>Art. 8º A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas</p><p>comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à internet.</p><p>Parágrafo único. São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que violem o</p><p>disposto no caput, tais como aquelas que:</p><p>I - impliquem ofensa à inviolabilidade e ao sigilo das comunicações privadas, pela</p><p>internet; ou</p><p>II - em contrato de adesão, não ofereçam como alternativa ao contratante a adoção</p><p>do foro brasileiro para solução de controvérsias decorrentes de serviços prestados no</p><p>Brasil.</p><p>Sobre a discriminação ou degradação de tráfego:</p><p>Art. 9º O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar</p><p>de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem</p><p>e destino, serviço, terminal ou aplicação.</p><p>§ 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada nos termos das</p><p>atribuições privativas do Presidente da República previstas no inciso IV do art. 84 da</p><p>Constituição Federal, para a fiel execução desta Lei, ouvidos o Comitê Gestor da</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>5</p><p>Internet e a Agência Nacional de Telecomunicações, e somente poderá decorrer de:</p><p>I - requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e</p><p>aplicações; e</p><p>II - priorização de serviços de emergência.</p><p>§ 2º Na hipótese de discriminação ou degradação do tráfego prevista no § 1º, o</p><p>responsável mencionado no caput deve:</p><p>I - abster-se de causar dano aos usuários, na forma do art. 927 da Lei nº 10.406, de</p><p>10 de janeiro de 2002 - Código Civil;</p><p>II - agir com proporcionalidade, transparência e isonomia;</p><p>III - informar previamente de modo transparente, claro e suficientemente descritivo</p><p>aos seus usuários sobre as práticas de gerenciamento e mitigação de tráfego</p><p>adotadas, inclusive as relacionadas à segurança da rede; e</p><p>IV - oferecer serviços em condições comerciais não discriminatórias e abster-se de</p><p>praticar condutas anticoncorrenciais.</p><p>Sobre a Proteção aos Registros, aos Dados Pessoais e às Comunicações Privadas:</p><p>Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a</p><p>aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do</p><p>conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da</p><p>vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas.</p><p>Art. 11. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de</p><p>registros, de dados pessoais ou de comunicações por</p><p>provedores de conexão e de</p><p>aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra em território nacional,</p><p>deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à</p><p>privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e</p><p>dos registros.</p><p>No art. 12 temos sanções aplicadas ao descumprimento dos art. 10 e 11.Já no art. 14</p><p>temos a responsabilidade daquele que provê conexão de internet, lhe sendo vedado guardar</p><p>registros de acesso à aplicações de internet. O art. 15 regula a guarda destes dados por parte</p><p>do provedor de aplicações de internet.</p><p>Por fim, temos a Responsabilidade por Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por</p><p>Terceiros:</p><p>Art. 18. O provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por</p><p>danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.</p><p>Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o</p><p>provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por</p><p>danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica,</p><p>não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e</p><p>dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente,</p><p>ressalvadas as disposições legais em contrário.</p><p>§ 1º A ordem judicial de que trata o caput deverá conter, sob pena de nulidade,</p><p>identificação clara e específica do conteúdo apontado como infringente, que permita a</p><p>localização inequívoca do material.</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>6</p><p>§ 2º A aplicação do disposto neste artigo para infrações a direitos de autor ou a direitos</p><p>conexos depende de previsão legal específica, que deverá respeitar a liberdade de</p><p>expressão e demais garantias previstas no art. 5º da Constituição Federal.</p><p>Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por</p><p>terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade</p><p>decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de</p><p>vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter</p><p>privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu</p><p>representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites</p><p>técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo.</p><p>OBSERVAÇÕES:</p><p>PARA FACILITAR → é muito provável que a questão seja elaborada versando sobre</p><p>alguma das responsabilidades dos provedores de conexão ou de aplicações de internet, então</p><p>essencial se atentar a esses detalhes!</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>7</p><p>2. Lei Geral de Proteção de Dados nº 13.709/2018</p><p>Embora o marco civil da internet tenha feito várias menções ao tratamento de dados</p><p>pessoais, é na LGPD que o assunto vai ser efetivamente regulamentado. A diretriz central da</p><p>lei é o respeito a privacidade dos titulares de dados, os quais devem ter sua intimidade, honra</p><p>e imagem sempre observados.</p><p>No artigo 5 temos um glossário apresentando a conceituação de termos essenciais para</p><p>a compreensão da legislação. Vale destacar os conceitos de: dado pessoal e dado pessoal</p><p>sensível; titular de dados pessoais; e controlador, operador e encarregado, bem como o</p><p>conceito basilar de tratamento de dados.</p><p>Os princípios são aspecto de grande importância na legislação, cumprindo aqui</p><p>transcrevê-los:</p><p>Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os</p><p>seguintes princípios:</p><p>I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos,</p><p>explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma</p><p>incompatível com essas finalidades;</p><p>II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao</p><p>titular, de acordo com o contexto do tratamento;</p><p>III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de</p><p>suas finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não</p><p>excessivos em relação às finalidades do tratamento de dados;</p><p>IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma</p><p>e a duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;</p><p>V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e</p><p>atualização dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da</p><p>finalidade de seu tratamento;</p><p>VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e</p><p>facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de</p><p>tratamento, observados os segredos comercial e industrial;</p><p>VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os</p><p>dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de</p><p>destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;</p><p>VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude</p><p>do tratamento de dados pessoais;</p><p>IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins</p><p>discriminatórios ilícitos ou abusivos;</p><p>X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção</p><p>de medidas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das</p><p>normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.</p><p>O art. 7º também apresenta importantes informações: quando o tratamento de dados</p><p>poderá ser realizado. Vale transcrever aqui algumas das hipóteses mais comuns:</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>8</p><p>I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;</p><p>II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;</p><p>V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares</p><p>relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;</p><p>IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de</p><p>terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que</p><p>exijam a proteção dos dados pessoais; ou</p><p>Os direitos do titular de dados estão no art. 9º, que estabelece que o mesmo deve ter</p><p>acesso às informações referentes à finalidade do tratamento, sua forma e duração, a</p><p>identificação do controlador, etc. Por sua vez, o art. 11 aborda o tratamento de dados pessoais</p><p>sensíveis e o art. 14 o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes.</p><p>Sobre as responsabilidades, temos o art. 42 e subsequentes:</p><p>Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de</p><p>tratamento de dados pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou</p><p>coletivo, em violação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a</p><p>repará-lo.</p><p>§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos dados:</p><p>I - o operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento</p><p>quando descumprir as obrigações da legislação de proteção de dados ou quando não</p><p>tiver seguido as instruções lícitas do controlador, hipótese em que o operador</p><p>equipara-se ao controlador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta</p><p>Lei;</p><p>II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no tratamento do qual</p><p>decorreram danos ao titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de</p><p>exclusão previstos no art. 43 desta Lei.</p><p>§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova a favor do titular dos</p><p>dados quando, a seu juízo, for verossímil a alegação, houver hipossuficiência para</p><p>fins de produção de prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe</p><p>excessivamente onerosa.</p><p>Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabilizados quando provarem:</p><p>I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído;</p><p>II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é</p><p>atribuído,</p><p>não houve violação à legislação de proteção de dados; ou</p><p>III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiro.</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>9</p><p>CUIDADO!</p><p>Sobre a responsabilidade do operador/controlador ser objetiva ou subjetiva: temos</p><p>entendimento em todos os sentidos - pessoal defendendo uma linha de responsabilidade</p><p>subjetiva, outras, seguindo uma linha de resp. objetiva (se aproximando inclusive de</p><p>argumentos utilizados no CDC), e, ainda, especialistas sustentando uma terceira via que iria</p><p>além da discussão binária acerca da responsabilidade, apontando a questão de uma</p><p>responsabilidade ativa das empresas em se adequarem etc. Temos de aguardar o judiciário</p><p>consolidar um destes entendimentos na prática.</p><p>Opinião do professor: Eu pessoalmente pendo mais para uma responsabilidade subjetiva,</p><p>na qual se verifica, primeiro, se controlador/operador de fato adotou as medidas elencadas</p><p>como necessárias, e segundo, se durante o tratamento a violação decorreu de culpa/dolo do</p><p>controlador/operador - pois em diversas situações temos a possibilidade de o próprio titular</p><p>fazer bobagem e dar causa.</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>10</p><p>3. Direito Autoral - Lei nº 9610/98</p><p>O direito autoral é o ramo da ciência jurídica que protege o autor e suas obras</p><p>intelectuais – obras produzidas pelo intelecto e engenhosidade humana e exteriorizadas por</p><p>qualquer meio e fixados em qualquer suporte – tangível ou intangível – idealmente idealizados.</p><p>Difere dos bens da propriedade industrial que possuem caráter utilitário! Aqui, no meio</p><p>autoral, a natureza é estética! Diferente também porque ao passo que o registro dos bens de</p><p>propriedade industrial é constitutivo do direito de titularidade e exclusividade, no direito autoral</p><p>o registro é facultativo, ou seja, serve como uma prova judicial adicional, mas não é</p><p>necessário, bastando o autor ser capaz de provar a data da autoria.</p><p>A obra autoral precisa ser exteriorizada, ou seja, não é possível considerar autoral uma</p><p>ideia, e quando falamos exteriorizada, significa que precisa ser fixada em uma plataforma -</p><p>seja ela física ou digital (livro, arquivo do word., papel, etc.).</p><p>Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei:</p><p>I - as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos</p><p>matemáticos como tais;</p><p>II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios;</p><p>III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de</p><p>informação, científica ou não, e suas instruções;</p><p>IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões</p><p>judiciais e demais atos oficiais;</p><p>V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou</p><p>legendas;</p><p>VI - os nomes e títulos isolados;</p><p>VII - o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras.</p><p>Muita atenção ao artigo 24, o qual estabelece os direitos morais do autor, como por</p><p>exemplo o de paternidade (reivindicar a autoria da obra a qualquer momento) e de ter o seu</p><p>nome ou pseudônimo atrelado a obra. Diferente é o caso dos direitos patrimoniais - que dizem</p><p>respeito a exploração econômica dos bens autorais.</p><p>Os direitos patrimoniais do autor perduram por 70 anos contados de 1º de janeiro do</p><p>ano subsequente ao de seu falecimento (art. 41); se obra audiovisual ou fotográfica, no 1º de</p><p>janeiro subsequente à divulgação. O mesmo prazo vale para obras pseudônimas ou</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>11</p><p>anônimas, contando de 1º de janeiro do ano imediatamente posterior à publicação (art. 43).</p><p>→ Qual o motivo para isso? Alguns autores simplesmente não gostam do sucesso.</p><p>Sobre a duração dos direitos em caso de co-autoria: se a obra for indivisível, o prazo</p><p>de 70 anos passa a contar da morte do último dos autores sobreviventes. Se um dos falecidos</p><p>não possuir herdeiros, os direitos serão acrescidos aos sucessores do outro.</p><p>Também cai em domínio público as obras de autores falecidos sem sucessores e de</p><p>autores desconhecidos – com ressalvas aos conhecimentos étnicos e tradicionais.</p><p>Por fim, algumas exceções:</p><p>Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:</p><p>I - a reprodução:</p><p>a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em</p><p>diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação</p><p>de onde foram transcritos; (notícia é descrição de fatos somente)</p><p>b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de</p><p>qualquer natureza;</p><p>c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda,</p><p>quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição</p><p>da pessoa neles representada ou de seus herdeiros;</p><p>d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais,</p><p>sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou</p><p>outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;</p><p>II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do</p><p>copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro; (o que seriam pequenos trechos?</p><p>Não há consenso...)</p><p>III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de</p><p>passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida</p><p>justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;</p><p>Ceisc OAB</p><p>Ebook Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>12</p>

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