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<p>História da Palestina</p><p>nos Tempos de Jesus</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Dr. Edgar Silva Gomes</p><p>Prof. Ms. André Valva</p><p>Revisão Textual:</p><p>Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin</p><p>História da Palestina</p><p>• A Galileia do Primeiro Século</p><p>• Organização Social: Estrutura Familiar</p><p>• O Templo, os Sacerdotes e o Sinédrio</p><p>• Dinastia Herodiana</p><p>• Política e Economia</p><p>• Formação de um Pensamento Rebelde</p><p>• Jesus de Nazaré</p><p>• A Trajetória de Jesus nos Evangelhos</p><p>· Apresentar um panorama sintético da Palestina e da Galileia do</p><p>Primeiro Século da era comum.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>História da Palestina</p><p>Orientações de estudo</p><p>Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem</p><p>aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua</p><p>formação acadêmica e atuação profissional, siga</p><p>algumas recomendações básicas:</p><p>Assim:</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e</p><p>horário fixos como o seu “momento do estudo”.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma</p><p>alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.</p><p>No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e</p><p>sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também</p><p>encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua</p><p>interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,</p><p>pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato</p><p>com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Determine um</p><p>horário fixo</p><p>para estudar.</p><p>Aproveite as</p><p>indicações</p><p>de Material</p><p>Complementar.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma</p><p>Não se esqueça</p><p>de se alimentar</p><p>e se manter</p><p>hidratado.</p><p>Aproveite as</p><p>Conserve seu</p><p>material e local de</p><p>estudos sempre</p><p>organizados.</p><p>Procure manter</p><p>contato com seus</p><p>colegas e tutores</p><p>para trocar ideias!</p><p>Isso amplia a</p><p>aprendizagem.</p><p>Seja original!</p><p>Nunca plagie</p><p>trabalhos.</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>Contextualização</p><p>A Palestina e a região da Galileia são de fundamental importância no estudo</p><p>teológico. Foram os principais palcos onde a crença judaica e, posteriormente, a</p><p>cristã se desenvolveram.</p><p>A Unidade traz compreensão sucinta das duas regiões, Palestina e Galileia.</p><p>Destaco o termo sucinto, pois a região é complexa e sua influência para os assuntos</p><p>teológico são profundos, assim como a criação simbólica para judeus e cristãos.</p><p>Esses estudos introdutórios da região da Palestina e da Galileia servem de cenário</p><p>para a compreensão de quem foi Jesus e como ele se envolveu com os movimentos</p><p>sociais de sua época. É importante contextualizar Jesus dentro da região onde</p><p>viveu, cresceu e iniciou seu próprio movimento social/religioso.</p><p>Desfrutem dos conteúdos e não se esqueçam de acessar os materiais e conteúdos</p><p>complementares.</p><p>Vamos conhecer a Palestina?</p><p>Esta Disciplina está organizada em seis unidades e dará conta de levar você,</p><p>aluno(a), a conhecer, definir, classificar e conceituar a Teologia como campo</p><p>de pesquisas, estudos e formação acadêmica e profissional. Isso é o que você</p><p>encontrará nas próximas unidades.</p><p>Ademais, perceba que a Disciplina em Ensino a Distância pode ser realizada em</p><p>qualquer lugar que você tenha acesso à Internet e em qualquer horário. Dessa forma,</p><p>normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para</p><p>o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento do</p><p>material trabalhado, ou ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades</p><p>solicitadas.</p><p>Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,</p><p>você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário,</p><p>todos ou alguns dias, e determiná-lo como o “momento do estudo”.</p><p>No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como</p><p>sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua</p><p>interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados</p><p>em fóruns de discussão, assim como realize as atividades de sistematização, que</p><p>ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo: são questões objetivas que</p><p>pedirão resoluções coerentes ao apresentado no material da respectiva Unidade</p><p>para, então, prepará-lo(a) para a realização das respectivas avaliações. Tratando-</p><p>se de atividades avaliativas, se houver dúvidas sobre a correta resposta, volte a</p><p>consultar as videoaulas e as leituras indicadas para sanar tais incertezas.</p><p>Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Por isso, aproveite</p><p>o máximo essa vivência digital!</p><p>8</p><p>9</p><p>A Galileia do Primeiro Século</p><p>Entender o contexto da Galileia e da Palestina primitiva é fundamental para</p><p>compreendermos o movimento messiânico liderado por Jesus de Nazaré.</p><p>Assim, podemos iniciar nossos estudos refletindo sobre a região da Galileia e,</p><p>posteriormente, abordarmos a figura histórica de Jesus.</p><p>Segundo Richard Horsley, o nome Galileia é uma redução de galil ha-goyim,</p><p>que significa “círculo das nações”. Essa significação pode ser encontrada duas</p><p>vezes na Bíblia, uma delas no Livro de Isaías (Is) 9,1:</p><p>Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus,</p><p>nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de</p><p>Naftali; Mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do</p><p>Jordão, Galileia dos gentios.</p><p>Galileia, como essa forma contraída, aparece somente mais uma vez, agora</p><p>já no Novo Testamento (NT), no Evangelho de Mateus (Mt), no quarto capítulo,</p><p>décimo quinto versículo: “Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar,</p><p>além do Jordão, Galileia dos gentios”. Aqui, o autor do evangelho cita o profeta</p><p>Isaías para justificar os movimentos de Jesus.</p><p>A região galilaica recebe esse nome Círculo das Nações devido à sua posição</p><p>geográfica e à formação das comunidades que habitavam o local. Ela ficava</p><p>localizada no centro de importantes rotas comerciais: ao Norte, estavam a Síria e a</p><p>Fenícia; a Leste, a Ásia Menor, e ao Sul encontrávamos o Egito.</p><p>A topografia da Galileia colaborou com a formação de comunidades heterogêneas</p><p>e a construção de uma política diversificada ao longo dos tempos, pois o Sul da</p><p>região era mais plano e o Norte mais montanhoso, e menos acessível . Ao sul,</p><p>concentravam-se os judeus, e ao norte, a população era mais heterogênea.</p><p>A Galileia era um território perigoso para viajantes e comerciantes. As montanhas</p><p>eram refúgio para galileus e estrangeiros e as planícies eram extensas e perigosas.</p><p>Assim, percebemos que uma parcela significativa da população galilaica não era judia.</p><p>Dessa forma, fica fácil entender porque os hebreus chamavam aquele pedaço</p><p>de terra de “Círculo das nações” ou “Galileia dos gentios”, posteriormente. A</p><p>região se situava ao redor de várias civilizações e era habitada por diferentes grupos</p><p>étnicos, com predominância judaica.</p><p>9</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>Sociedade Galilaica</p><p>Os galileus eram predominantemente camponeses, pois haviam poucas cidades</p><p>construídas na região. A Galileia se caracterizava por diversas aldeias pequenas,</p><p>tribos familiares e poucas cidades-fortaleza espalhadas pelo território.</p><p>Na Galileia, a administração política, econômica e religiosa era distinta da</p><p>principal província da região: a Judeia.</p><p>A administração local era rígida, forte e violenta; a Economia era sugada pelos</p><p>impostos exigidos de todas as partes possíveis: os romanos, a aristocracia local</p><p>e os sacerdotes; a religião deixou de ser o alicerce da sociedade galilaica; o povo</p><p>passou a dar prioridade para o trabalho e para a formação de movimentos sociais</p><p>contra os romanos e a elite judaica. Essas modificações na dinâmica social galilaica</p><p>colocaram-na à margem das outras províncias; os galileus eram vistos como</p><p>submissos e inferiores.</p><p>A peculiaridade da Galileia residia na estrutura social. Na região, só existiam ricos</p><p>e pobres, camponeses e donos de terras; os pequenos proprietários e comerciantes</p><p>da região, não ganhavam o suficiente para configurarem outro grupo econômico.</p><p>A exploração romana e judaica fazia com que famílias inteiras perdessem suas</p><p>terras, suas colheitas e seus animais, indo trabalhar nas terras de conquistadores</p><p>romanos e da aristocracia judaica galilaica.</p><p>Organização Social: Estrutura Familiar</p><p>A primeira estrutura social que podemos identificar é o núcleo familiar e sua</p><p>forte relação com a terra:</p><p>Os costumes e tradições galilaicos expressavam e orientavam a vida das</p><p>comunidades aldeãs, com ênfase na reciprocidade local e na preservação</p><p>de todas as famílias em sua herança ancestral da terra que formava a base</p><p>de sua subsistência e lugar na comunidade da aldeia.</p><p>Os núcleos familiares geralmente se multiplicam devido à incorporação da</p><p>mulher na família do marido. A família da mulher mantém contato com a nova</p><p>família do marido por razões sociais e econômicas.</p><p>É esse relacionamento que permite que a cultura judaica resista a constantes</p><p>invasões e influências externas. O núcleo familiar concentra, e serve de abrigo, os</p><p>princípios fundamentais da religião e do sentimento nacionalista, enraizado nas</p><p>famílias galilaicas.</p><p>O homem tem papel de liderança no núcleo familiar. O pai é responsável</p><p>pelo sustento e pela proteção. Cabe a ele transmitir o ensino religioso e o ensino</p><p>profissional a seus filhos e filhas.</p><p>10</p><p>11</p><p>A mulher é responsável pela educação formal, pela manutenção da casa e das</p><p>tradições judaicas. Outro aspecto relevante é que ela deveria poder gerar filhos</p><p>saudáveis, como ordena a Torá: “sede fecundos e multiplicai-vos!” (Gn 1:28) .</p><p>Assim:</p><p>A família israelita antiga é de tipo patriarcal. Nela, tudo se compreende</p><p>desde o ponto de vista do pai. O pai goza de total autoridade sobre a</p><p>“casa” e sobre todas as pessoas ligadas à família. O marido é o senhor da</p><p>mulher. Porém, a solidariedade familiar é bastante forte.</p><p>Homens e mulheres eram, em sua maioria analfabetos; contudo o homem tinha</p><p>a oportunidade de aprender, se quisesse. O professor Pedro Lima Vasconcelos,</p><p>da PUC de São Paulo, afirma que quase 90% da população judaica do período</p><p>era analfabeta:</p><p>Ainda que os camponeses judeus não soubessem ler o hebraico (exceto</p><p>aqueles poucos que se tornaram escribas ou fariseus), evidentemente</p><p>conheciam as histórias e lembravam sua própria história em forma oral.</p><p>Os homens, de maneira geral, possuíam liberdade dentro e fora do núcleo</p><p>familiar; já as mulheres não participavam da vida pública; elas ficavam recolhidas</p><p>no espaço do lar ou da aldeia. As crianças deviam obediência tanto ao pai</p><p>quanto à mãe.</p><p>O Templo, os Sacerdotes e o Sinédrio</p><p>Em Jerusalém, havia o Templo e seus sacerdotes. O Sumo sacerdote era o</p><p>líder espiritual e, consequentemente, chefe de Estado. Ele e os demais sacerdotes</p><p>controlavam a vida religiosa dos judeus de todas as províncias da Palestina Primitiva.</p><p>Os galileus não aceitavam totalmente as ordens do Templo, vez que não eram,</p><p>em sua maioria, judeus e estavam mais perto do domínio romano.</p><p>O sumo sacerdote era o único que podia fazer orações para a purificação</p><p>do povo, bem como entrar para fazer expiação uma vez por ano no Santo</p><p>dos santos. Este tinha uma situação econômico-financeira privilegiada:</p><p>podiam separar primeiro as melhores oferendas doadas ao Templo e que</p><p>fossem para os sacerdotes; o Templo era a fonte de renda de todos eles</p><p>– sacrifícios de animais, os quais podiam ser adquiridos dentro do espaço</p><p>do Templo, bem como a comercialização de perfumes e especiarias,</p><p>estavam nas mãos da família do sumo sacerdote ou eram confiados aos</p><p>grandes comerciantes da época que, posteriormente, repassavam uma</p><p>parte para ele. Por isso e também porque era aliado dos romanos, o povo</p><p>não aceitava muito a atuação do sumo sacerdote. No entanto, quem não</p><p>concordava era substituído.</p><p>11</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>Na Galileia, a autoridade reconhecida era o Sinédrio, espécie de Senado com-</p><p>posto por aristocratas e sacerdotes que funcionava como tribunal e fórum de</p><p>discussões judaicas.</p><p>Os Sinédrios eram subordinados ao Templo e ao Sumo sacerdote; porém,</p><p>tinham determinada autonomia nas regiões que atuavam. Quando Jesus é preso</p><p>no Monte das Oliveiras, ele é levado ao Sinédrio de Jerusalém, onde ele recebe o</p><p>primeiro julgamento de Caifás e dos anciãos (Mt 26:47-68) .</p><p>O Templo, o Sinédrio, juntamente com as Sinagogas, eram os mais importantes</p><p>para os judeus. Eles demandavam a respeito de Política, Religião e Economia. Essa</p><p>combinação de funções gerava conflitos de entendimento na região da Galileia.</p><p>Dinastia Herodiana</p><p>Herodes, o Grande, foi o responsável por unificar todas as províncias (Idumeia,</p><p>Judeia, Pereia, Samaria, Galileia, Batanaeia e Traquionítida) sob o mesmo comando.</p><p>Ele governou essas regiões de 37 a 4 aEC; quando ele morreu, suas terras foram</p><p>deixadas em testamento para seus filhos.</p><p>Arquelau, um dos herdeiros, ficou com as terras da Judeia, Idumeia e Samaria;</p><p>governou de 4 aEC até 6 EC Ele encontrou fortes resistências em suas terras, pois</p><p>a população era (quase toda) judaica; diferentemente dos demais territórios.</p><p>Augusto, imperador romano, depôs Arquelau, anexando a região e a classificando</p><p>como Província Imperial; assim, a Judeia, Idumeia e Samaria ficariam sob a adminis-</p><p>tração de um Procurador romano.</p><p>A Galileia e a Pereia ficaram com Herodes Antipas, que governou de 4 aEC</p><p>até 39 EC; foi considerado um bom governante do ponto de vista romano. Com</p><p>controle rígido e severo, procurou não cometer o mesmo erro do irmão (Arquelau)</p><p>e sufocava severamente quaisquer reações contrárias ao seu governo.</p><p>Herodes Filipe – que na verdade era neto de Herodes, pois seu pai, Aristóbulo,</p><p>morreu antes de Herodes, o Grande – ficou com as terras consideradas não judaicas:</p><p>Batanaeia e Traquionítida, e governou de 4 aEC até 34 EC.</p><p>A Dinastia Herodiana é chamada de Reis-clientes, pois governava suas regiões</p><p>devendo subordinação à Roma. Por essa razão, foram governos com fortes</p><p>influências helênicas e com alta taxa de tributação do povo.</p><p>Contudo, a autoridade mais importante da Galileia era Herodes Antipas, rei</p><p>idumeu nomeado pelos romanos para administrar a região. Seu governo foi</p><p>extremamente rigoroso contra quaisquer tipos de manifestação, ele mantinha</p><p>espiões entre os camponeses galileus para encontrar subversivos e revoltosos a fim</p><p>de desestruturar sua administração :</p><p>12</p><p>13</p><p>Para se ter uma ideia do quanto Antipas não desejava qualquer ajuntamento</p><p>ao redor de um líder, basta ler nos Evangelhos os relatos da prisão de João</p><p>Batista e o modo cruel como mandou executá-lo (Mc 6:14-29).</p><p>Antipas ficou marcado na Galileia pelas reformas, principalmente, a cidade-</p><p>fortaleza de Séforis e a construção de Tiberíades. Expressando sua desconfiança e</p><p>tentando manter a ordem a qualquer custo, o rei obrigava os galileus mais influentes</p><p>e abastados a se mudarem para as cidades-fortaleza, para vigiá-los melhor.</p><p>Essas exigências não foram bem recebidas, especialmente, pelos camponeses,</p><p>que já não viam as cidades com bons olhos e não concordavam, em absoluto, com a</p><p>maneira de Antipas dirigir a região: “O camponês judeu certamente experimentava</p><p>a cidade como alheia, como se pode notar nas muitas referências na literatura</p><p>rabínica, que a vê como um lugar estabelecido para extorquir e oprimir” .</p><p>Séforis passou a funcionar como uma fortaleza que garantia o recolhimento dos</p><p>impostos e vigiava as aldeias galilaicas em suas cercanias , enquanto Tiberíades</p><p>funcionava como capital</p><p>da Galileia.</p><p>Antipas se utilizou dessas duas cidades para controlar a população, exercendo</p><p>função parasítica, transformando a cultura galilaica em comércio agrário típico do</p><p>império romano , no qual não basta pegar somente o excedente do povo, mas a</p><p>aristocracia tomava a terra dos camponeses .</p><p>Política e Economia</p><p>A Economia circulava em torno da pecuária e da agricultura, principalmente,</p><p>a produção de grãos: plantava-se trigo, cevada, figo, azeitonas, uvas, tâmaras,</p><p>romãs, maçãs, nozes, lentilhas, ervilhas, alface, chicória e agrião entre outros .</p><p>As atividades de pesca não podem ser esquecidas, pois eram economicamente</p><p>importantes para a Galileia.</p><p>Os aldeões eram pobres devido aos altos impostos judaicos e, principalmente,</p><p>romanos , que exigiam a entrega dos excedentes da produção e, muitas vezes, da</p><p>própria terra, para o abatimento de dívidas : “[...] à época romana, o pagamento</p><p>de impostos estava atrelado unicamente ao cálculo efetuado pelos censores, não ao</p><p>montante real da produção [...] ”.</p><p>A região do Norte era conhecida por sua alta capacidade de produção; o</p><p>comércio era pouco desenvolvido nessas terras e a pecuária era restrita à criação</p><p>de animais para fins religiosos e eventos grandiosos.</p><p>As rotas comerciais traziam produtos de fora e colaboraram com a circulação da</p><p>moeda. No primeiro século EC, era a moeda romana que vigorava:</p><p>13</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>A Baixa Galileia, por onde passavam as rotas comerciais, era dirigida por</p><p>centros administrativos romanos. As cidades estavam ligadas à planície</p><p>litorânea e tinham um excelente contato com as caravanas. Por essa</p><p>razão possuíam melhores informações e o contato com as culturas, que</p><p>transitam com o comércio [...] .</p><p>A distribuição de bens e serviços era mais bem realizada nas cidades-fortaleza</p><p>de Séforis e Tiberíades, onde residia a aristocracia romana galilaica e a judaica.</p><p>Nessas cidades, os habitantes tinham certos confortos, principalmente, devido às</p><p>características helênicas impostas pelo governante local: Herodes Antipas. Nos</p><p>demais lugares da Galileia, a população era predominantemente camponesa e não</p><p>desfrutava de luxos e regalias.</p><p>Grupos Político-Religiosos</p><p>Os camponeses eram maioria, mas existiam aqueles que não se enquadravam</p><p>dentro de um judaísmo tipicamente nacionalista galileu, que era relativamente</p><p>diferente do judaísmo pregado na Judeia.</p><p>Os judeus, camponeses ou não, distinguiam-se entre essênios, zelotes e fariseus.</p><p>Podemos começar pelos zelotes, que surgiram dos camponeses galileus:</p><p>Assim, um zelote era qualquer judeu (a) profundamente zeloso na prática</p><p>da Lei Mosaica, (b) que insistia com os outros judeus para observarem a Lei</p><p>estritamente como forma de separar Israel dos gentios imorais e idólatras</p><p>que os cercavam, e (c) que, em alguns casos, podiam usar hostilidade,</p><p>violência ou mesmo assassinato para forçar seus correligionários a adotar</p><p>o total afastamento dos gentios e de seu estilo de vida, Contudo, nem todo</p><p>judeu zeloso pela Lei usava a violência como meio de expressar tal zelo.</p><p>De fato, os zelotes lutavam pela restauração de um judaísmo que acreditavam</p><p>ser legítimo e, para isso, combatiam tanto os romanos quanto as elites judaicas</p><p>do Templo.</p><p>Muitos zelotes estavam ligados ao banditismo social e buscavam separação dos</p><p>romanos e regresso ao “judaísmo puro”, sem influências de outras culturas.</p><p>Os zelotes eram um grupo que negava se submeter ao imperador romano</p><p>e chamá-lo de Senhor. Determinados a mudar o curso da história com</p><p>suas próprias mãos, eram vistos pelo Império Romano como bandidos</p><p>ou ladrões [...] .</p><p>Acima de tudo, os zelotes promoviam um retorno às origens que, como veremos</p><p>mais adiante, é um dos discursos de Jesus em seu grupo.</p><p>14</p><p>15</p><p>Outro grupo bastante presente na Galileia eram os fariseus. Eram judeus mais</p><p>tradicionais que seguiam as Leis Mosaicas, as tradições orais e preservavam a</p><p>pureza do corpo; acreditavam na ressurreição e na vinda de um Messias libertador;</p><p>também criam na alma e no diabo. Eram os administradores das Sinagogas e se</p><p>dedicavam ao estudo e ao debate das Leis judaicas e às orientações talmúdicas.</p><p>Possuíam grande apelo junto ao povo, eram simpáticos e acessíveis; assim como</p><p>no Sinédrio, onde os fariseus eram a maioria e detinham uma rede de influências</p><p>muito grande: “Os fariseus são aqueles que tudo observam, tudo suspeitam, que</p><p>controlam o povo e o influenciam com a sua propaganda” .</p><p>Devido à influência helênica na região, os fariseus propunham uma renovação</p><p>moral, sem sair dos trilhos das leis mosaicas.</p><p>Os essênios se autodenominavam “os piedosos” e ainda existe discussão sobre</p><p>o contexto histórico do surgimento desse grupo. Eles desenvolveram sua própria</p><p>visão de messianismo: “Os essênios constituíam-se em um judaísmo paralelo, pois</p><p>tinham rompido formalmente com o judaísmo oficial e a si mesmos se designavam</p><p>de “comunidade da aliança” .</p><p>Formavam um grupo independente; muitas vezes recrutando outros judeus e</p><p>convertendo gentios para seus grupos.</p><p>Acreditavam que com eles um novo Israel surgiria, no qual as cerimônias religiosas</p><p>seriam realizadas num Templo completamente puro, vez que consideravam o</p><p>Templo de Jerusalém impuro.</p><p>Refugiavam-se isolados de qualquer comunidade e esperavam pela chegada do</p><p>Messias, que os guiaria e lideraria para o grande embate entre o bem e o mal. Viviam</p><p>em comunidades isoladas pregando a pobreza como caminho para a salvação.</p><p>Acreditavam na imortalidade da alma , na ressurreição, em anjos e em demônios;</p><p>eram semelhantes aos fariseus nessas crenças. O isolamento a que se propunham</p><p>era uma forma de fugir dos pecados e dos pecadores.</p><p>Religião e Profetas</p><p>Podemos dizer que os hebreus eram monoteístas desde o tempo de Abraão,</p><p>diferentemente da maioria dos povos antigos, que cultuavam diversos deuses;</p><p>porém, o que diferencia esse monoteísmo dos demais é o caráter ético dessa crença:</p><p>Uma concepção tão revolucionária de deus não acontece por acaso,</p><p>do nada: ela se desenvolve dentro de condições históricas específicas,</p><p>de uma realidade social única (...) uma concepção religiosa do judaísmo</p><p>afirmaria que esse deus se revelou para os hebreus pela simples razão</p><p>de estes constituírem o povo eleito (...) cronologicamente sabemos que</p><p>o monoteísmo ético encontraria sua expressão não no período tribal</p><p>(que vai até o final do século XI a.C.), nem durante o reinado de Saul,</p><p>o primeiro rei; de Davi, o verdadeiro criador da monarquia unificada; de</p><p>15</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>Salomão, o grande conquistador, aquele que definiu as fronteiras com</p><p>armas e sabedoria; mas já no período da decadência da monarquia, após</p><p>a separação que dividiu a monarquia nos reinos de Judá, ao sul, e de</p><p>Israel, ao norte.</p><p>De Abraão a Moisés, o monoteísmo hebreu teve um aspecto universalista, não</p><p>restringiu a religião a um determinado povo.</p><p>No Egito, o monoteísmo hebreu se tornou nacionalista com a ideia de “terra</p><p>prometida” e de “povo eleito”. Essas ideias moldam o monoteísmo que chegou até os</p><p>tempos de Jesus; porém, essa crença sofreu inúmeras influências, transformando-a</p><p>em algo ímpar no mundo antigo.</p><p>A concepção de “terra prometida” levou o monoteísmo hebreu a um novo pata-</p><p>mar, no qual seus praticantes formavam uma Unidade que, anacronicamente, pode-</p><p>mos considerar uma nação. Pela crença, essa unidade não teria governante máximo,</p><p>pois esse papel caberia a Deus. É nesse contexto que surge a figura do profeta.</p><p>O profeta não era um líder religioso ou de qualquer outra ordem; ele procurava</p><p>orientar as ações do povo dentro de uma ética divina, ou seja, tentava ensinar ao</p><p>povo como se comportar de maneira que agradasse a Deus: “O profeta era apenas</p><p>um mensageiro que anunciava a palavra de Javé” ; isso em relação ao pensamento</p><p>de “povo eleito:</p><p>Não é fácil definir o que distingue o profeta de outras figuras inspiradas</p><p>pela divindade, como juízes ou sacerdotes. Os profetas eram indivíduos</p><p>que nem sempre atuavam da mesma forma, e a Bíblia faz bastantes</p><p>referências</p><p>à hostilidade entre diferentes grupos proféticos.</p><p>A ideia era simples: Deus escolheu os hebreus para guardarem seus ensinamentos,</p><p>respeitá-los e os transmitirem a seus descendentes. Os hebreus não tinham a</p><p>incumbência de levar a palavra de Deus para outros povos, justamente por não</p><p>terem sido escolhidos por Deus.</p><p>Na terra prometida, os hebreus ganharam a alcunha de judeus, devido ao nome</p><p>que dão ao território: Judá, e lá, surgiu a ideia de um messias salvador que lideraria</p><p>o povo judeu; esse pensamento nasceu, simultaneamente, quando os profetas</p><p>passaram a predizer o futuro da nação.</p><p>É na Palestina que se constroem as tradições judaicas que vemos na sociedade</p><p>do primeiro século EC e que Jesus menciona e pratica nos Evangelhos: a unidade</p><p>judaica em torno da crença, construindo um nacionalismo religioso e à espera do</p><p>Messias libertador para o povo eleito.</p><p>Nesse período, o profetismo estava muito vivo entre o povo judeu e surgiam</p><p>novos movimentos proféticos – como o de Jesus de Nazaré.</p><p>16</p><p>17</p><p>Formação de um Pensamento Rebelde</p><p>A formação de um pensamento rebelde vai sendo construída ao longo dos</p><p>séculos pela população galilaica, sendo passada na família pelos mais velhos para</p><p>os mais novos, por meio das tradições orais.</p><p>Com o passar dos anos, o sofrimento e os abusos econômicos e políticos das</p><p>autoridades vigentes no território galilaico ficam mais evidentes; isso fez com que</p><p>esse pensamento rebelde ganhasse força na mentalidade dos galileus.</p><p>A população galilaica cresceu e se desenvolveu com um pensamento rebelde e</p><p>de libertação e foi com a dominação selêucida e, posteriormente, com a romana,</p><p>que esse pensamento ganhou força.</p><p>Uma característica importante da sociedade galilaica do primeiro século EC</p><p>era o sentimento de revolta que nutria pelos romanos e pelos judeus da Judeia,</p><p>principalmente.</p><p>A dominação romana da Palestina judaica começou com uma conquista</p><p>violenta, seguida de um prolongado período de devastadoras lutas pelo poder.</p><p>(...) para os camponeses judeus, a dominação herodiana e romana geralmente</p><p>significava pesada tributação e, mais do que isso, uma séria ameaça para a</p><p>sua existência, visto que muitos foram expulsos das suas terras.</p><p>Como podemos perceber, a Galileia era primordialmente camponesa, mas</p><p>sofria com abusos de poder e autoridade vinda de todas as partes. Isso sufocava</p><p>a população local e que culminou em diversas revoltas populares e movimentos</p><p>sociais. Uma delas foi o movimento messiânico liderado por Jesus; outro foi a</p><p>Revolta Judaica entre os anos 66 e 73 EC (esta última revolta não será abordada</p><p>neste trabalho).</p><p>Esse sentimento chegou ao ápice no governo de Herodes, o Grande, e com a</p><p>dominação romana da Palestina Antiga. Os projetos de construção de Herodes</p><p>e, mais tarde, de seu filho Antipas, nas províncias judaicas, acarretavam grandes</p><p>tributos a serem pagos, principalmente, pelos galileus.</p><p>A exploração econômica sobrecarregava os camponeses que eram obrigados a se</p><p>desfazerem dos seus bens para poder arcar com os impostos sem sofrerem represálias:</p><p>Os galileus foram assim os primeiros vassalos mais recentes de Herodes</p><p>a conhecer as táticas de violência típicas do seu futuro rei. Toda essa</p><p>devastação, escravização e tributação parecem ter provocado sentimentos</p><p>de oposição aos romanos e a Herodes entre os galileus.</p><p>O crescimento do banditismo social era um indicador das dificuldades econômicas</p><p>que a Galileia passava; é possível perceber como a situação estava tumultuada .</p><p>Como Freyne menciona “a pobreza era então um fato fundamental da vida”.</p><p>17</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>O banditismo social foi um componente importante do pensamento rebelde,</p><p>pois expunha a reação espontânea dos necessitados e marginalizados contra os</p><p>ricos e poderosos .</p><p>Sem dúvida houve exploração social e econômica dos camponeses galileus,</p><p>assim como de outras províncias também. As crises econômicas provavelmente</p><p>aumentaram a escalada do banditismo :</p><p>Os bandidos gozam do apoio dos aldeãos, já que eles tentam corrigir</p><p>a injustiça por meio de represálias violentas contra seus opressores; os</p><p>aldeãos e os bandidos compartilham um grupo comum de valores e</p><p>pressupostos religiosos, os quais justificam suas ações, apelando a uma</p><p>justiça divina que se espera.</p><p>A opressão econômica e social era tamanha que os galileus, mesmo sem</p><p>recursos, organizavam-se na tentativa de enfrentar e se libertarem da dominação</p><p>romana, herodiana e sacerdotal: “[...] quando mais de 90 por cento são camponeses</p><p>dominados por uma pequena minoria, [a região] está sujeita a tensões quase</p><p>inevitáveis que são um fator maior no seu desenvolvimento histórico ”.</p><p>O desejo de liberdade política, administrativa e religiosa era intenso dentro</p><p>das organizações e estruturas sociais galilaicas abordadas nesse capítulo, e nos</p><p>primeiros anos do século I EC. Essa foi uma importante característica da população</p><p>da Galileia.</p><p>Jesus de Nazaré</p><p>Jesus de Nazaré ainda é um mistério a ser solucionado e que intriga muitos</p><p>pesquisadores mundo afora. Sua vida e ensinamentos são estudados com finalidades</p><p>religiosas e também com finalidades acadêmicas.</p><p>Faz alguns anos que se começou a olhar a sociedade na qual Jesus vivia, assim</p><p>como já dizia Meier, como importante, ainda nas décadas de 1970 e 1980.</p><p>Assim, da mesma forma que foi importante explorar o contexto social no qual</p><p>Jesus vivia, agora abordaremos a pessoa de Jesus. Quem foi Yeshua? O que se</p><p>sabe dele sem considerar afirmações baseadas na fé? O que os Evangelhos nos</p><p>dizem de Jesus?</p><p>Quem foi Yeshua?</p><p>Yeshua (Jesus em Hebraico) , nasceu na Galileia, pouco antes do marco zero de</p><p>nosso calendário; viveu em torno de 35 anos, morreu jovem por ser considerado</p><p>agitador político e religioso e deixou um legado que posteriormente transformou a</p><p>história da Humanidade.</p><p>18</p><p>19</p><p>Basicamente, é isso de que se tem conhecimento histórico de quem pode ter</p><p>sido Jesus de Nazaré . Hoje, possuímos mais informações com base em descobertas</p><p>arqueológicas e estudos linguísticos e sociais da Palestina Primitiva. No entanto, a</p><p>maioria dos registros sobre Jesus está perdida para sempre; os estudos atuais são</p><p>baseados em inferências e analogias com pesquisas de campo: “O Jesus histórico</p><p>pode nos proporcionar fragmentos do indivíduo real” e, por essa razão, é tão</p><p>importante um estudo sério e minucioso, livre de crenças e influências religiosas.</p><p>Yeshua teria nascido entre os anos de 6 e 4 aEC na Galileia . Não existe razão para</p><p>acreditar que Yeshua tenha nascido em Belém, como mencionam os Evangelhos (Mt</p><p>2:1 / Lc 2:4-7) , que falam de Jesus de um ponto de visto mitológico, e não histórico.</p><p>Pelo fato de ser um galileu comum, os anos de infância e adolescência de Yeshua</p><p>estão irremediavelmente perdidos. Podemos inferir algumas informações com base</p><p>nos estudos realizados referentes à Sociedade galilaica.</p><p>Provavelmente, Jesus aprendeu a profissão com o pai, o que era comum na</p><p>época. Assim como os evangelhos também mencionam, Yeshua deve ter tido vários</p><p>irmãos e irmãs (Mt 13:55 / Lc 8:20) ; era importante ter quem ajudasse com os</p><p>serviços domésticos, com a lavoura ou o próprio negócio.</p><p>Nazaré, cidade onde Yeshua morou, ficava próxima a Séforis e é possível que ele</p><p>tenha aprendido um pouco de grego pelo contato com trabalhadores da cidade ou</p><p>até mesmo ter trabalho na construção da cidade-fortaleza, ou seja, além do aramaico,</p><p>idioma da região, é possível que Yeshua soubesse um pouco de grego também .</p><p>Após esse hiato, deparamo-nos com o início de seu movimento popular, no</p><p>qual ele aparece retratado nos Evangelhos. Sem levar em conta a fé e os dogmas</p><p>religiosos, podemos somente dizer que foi um movimento social que incomodou</p><p>as elites judaicas e também as romanas. Incomodou política e religiosamente o</p><p>suficiente para ser condenado à morte de forma bruta e típica de contraventores e</p><p>agitadores políticos .</p><p>Partindo dessas informações e utilizando as fontes certas (como os próprios</p><p>Evangelhos, fontes arqueológicas e pesquisas</p><p>M. (org.). Jesus de Nazaré: uma</p><p>outra história. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2006.</p><p>CROSSAN, John Dominic. O nascimento do Cristianismo: o que aconteceu nos</p><p>anos que se seguiram à execução de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2004.</p><p>FERREIRA, Valdivino José. A dimensão política da práxis de Jesus no Evangelho</p><p>de Lucas. 2009. 132f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Pontifícia</p><p>Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2009.</p><p>FRANQUILINO, Erica. A face histórica do mito. Revista BBC História, São</p><p>Paulo, ed. 5, n. 5, p. 8-15, ano 1.</p><p>FREYNE, Sean. A Galileia, Jesus e os Evangelhos: enfoques literários e</p><p>investigações históricas. São Paulo: Loyola, 1996.</p><p>HORSLEY, Richard A. Arqueologia, história e sociedade na Galileia: o contexto</p><p>social de Jesus e dos Rabis. São Paulo: Paulus, 2000.</p><p>HORSLEY, Richard; HANSON, John. Bandidos, profetas e messias: movimentos</p><p>populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995</p><p>LAKATOS, Eva Maria. Introdução à Sociologia. São Paulo: Atlas, 1997</p><p>LIMA, Anderson de Oliveira. Acumulai Tesouros no Céu: estudo da linguagem</p><p>econômica do Evangelho de Mateus. 2010. 145f. Dissertação (Mestrado em</p><p>Ciências da Religião) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do</p><p>Campo, 2010.</p><p>LOHSE, Eduard. Contexto e ambiente do novo testamento. Tradução de Hans</p><p>Jörg Witter. São Paulo: Paulinas, 2004, apud: FERREIRA, Valdivino José. A</p><p>dimensão política da práxis de Jesus no Evangelho de Lucas. 2009. 132f.</p><p>Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Pontifícia Universidade Católica</p><p>de Goiás, Goiânia, 2009.</p><p>MEIER, John P. Um Judeu Marginal. Rio de Janeiro: Imago, 2004, v. 3. L. 2.</p><p>MUSSNER, Franz. Tratado sobre os judeus. São Paulo: Paulinas, 1987, p. 192.</p><p>(Biblioteca de Estudos Bíblicos) apud: SCHACH, Vanderlei Alberto. Fariseus</p><p>e Jesus: teologia e espiritualidade em relação ao sábado a partir de Mc 3:1-6:</p><p>características e avaliação crítica. 2007. 203f. Dissertação (Mestrado em Teologia)</p><p>– Escola Superior de Teologia. Instituto Ecumênico de Pós-Graduação, São</p><p>Leopoldo, 2007.</p><p>23</p><p>UNIDADE História da Palestina</p><p>PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi, (org.). 2.ed. História da cidadania.</p><p>São Paulo: Contexto, 2003.</p><p>PORTER, J. R. A Bíblia: guia ilustrado das escrituras sagradas: história, literatura</p><p>e religião. São Paulo: Publifolha, 2009.</p><p>RAMINELLI, Roland. Lucien Febvre no caminho das mentalidades. In: Revista</p><p>História, São Paulo, n.122, p. 97-115, jan./jul. 1990.</p><p>SCHACH, Vanderlei Alberto. Fariseus e Jesus: teologia e espiritualidade em</p><p>relação ao sábado a partir de Mc 3:1-6: características e avaliação crítica. 2007.</p><p>203f Dissertação (Mestrado em Teologia) – Escola Superior de Teologia. Instituto</p><p>Ecumênico de Pós-Graduação, São Leopoldo, 2007.</p><p>SILVA, Sydney Farias da. Autoconsciência Messiânica de Jesus. 2006. 158f.</p><p>Dissertação (Mestrado em Teologia) – Escola Superior em Teologia. Instituto</p><p>Ecumênico de Pós-Graduação, São Leopoldo, 2006.</p><p>VEIGA, Daniel Soares. O messianismo de um Galileu e sua visão de um novo</p><p>tempo e um novo templo. In: CHEVITARESE, A.; CORNELLI, G.; SELVATICI,</p><p>M. (org.). Jesus de Nazaré: uma outra história. São Paulo: Annablume/FAPESP,</p><p>2006.</p><p>VIEIRA, Maria das Graças. Mulheres na Bíblia e na vida de Jesus: o caso</p><p>de Marta e de Maria. 2010. 68f. Dissertação (Mestrado em Teologia) – Escola</p><p>Superior de Teologia. Instituto Ecumênico de Pós-Graduação, São Leopoldo, 2010.</p><p>WEGNER, Uwe. Jesus, a dívida externa e os tributos romanos. In: RICHTER</p><p>REIMER, Ivoni (org.). Economia do mundo bíblico: enfoques sociais, históricos</p><p>e teológicos. São Leopoldo: CEBI; Sinodal, 2006, p. 122. apud: FERREIRA,</p><p>Valdivino José. A dimensão política da práxis de Jesus no Evangelho de Lucas. 2009.</p><p>132f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Pontifícia Universidade</p><p>Católica de Goiás, Goiânia, 2009.</p><p>24</p>M. (org.). Jesus de Nazaré: uma outra história. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2006. CROSSAN, John Dominic. O nascimento do Cristianismo: o que aconteceu nos anos que se seguiram à execução de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2004. FERREIRA, Valdivino José. 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