Prévia do material em texto
<p>Teoria Sistêmica</p><p>Unidade I</p><p>Professora Ana Paula Carvalho Pereira</p><p>Passos</p><p>Teoria Geral dos Sistemas (TGS)</p><p>O Autor: Ludwig von Bertalanffy</p><p>O Biólogo austríaco</p><p>O Biologia organísmica (se preocupa com as conexões e o contexto)</p><p>O Fez parte do círculo de Viena (com outros cientistas e psicólogos)</p><p>O Iniciou carreira na década de 20 em Viena</p><p>O Em 30 – já tinha teoria construída – mas só a apresentou após a</p><p>2ª guerra</p><p>O Faleceu em 1972</p><p>O Foi o autor que fez a 1ª formulação de um arcaboço teórico</p><p>abrangente descrevendo os princípios da organização dos</p><p>sistemas à TGS</p><p>O Acreditava que os princípios poderiam ser</p><p>aplicados em campos diferentes, para</p><p>diferentes sistemas, fossem eles biológicos,</p><p>físicos, químicos ou sociais.</p><p>O Acreditava que os fenômenos biológicos</p><p>exigiam novas maneiras de pensar.</p><p>O Foi a TGS com o forte apoio da cibernética –</p><p>que estabeleceu o pensamento sistêmico</p><p>como movimento científico de 1ª grandeza.</p><p>Passaram, assim, a fazer parte da linguagem</p><p>cient í f ica estabelecida e levaram a</p><p>numerosas metodologias e aplicações</p><p>novas.</p><p>Principais conceitos TGS</p><p>O Organismos vivos são sistemas abertos – têm fluxo</p><p>contínuo de matéria, de energia/informação com o</p><p>exterior/com o meio – para permanecerem vivos.</p><p>O Ele fala de um equilíbrio – dinâmico/fluente – estariam</p><p>em um estado “quase” estacionário caracterizado por</p><p>fluxos e mudanças contínuas o que o levou a</p><p>considerar a auto-regulação como características dos</p><p>sistemas abertos.</p><p>Propriedades da TGS</p><p>1ª) Globalidade ou Totalidade</p><p>“Toda e qualquer parte de um sistema está relacionada de tal</p><p>modo com as demais partes que uma mudança numa delas provocaria</p><p>uma mudança em todas as partes e no sistema total”. (Watzlawick, 1981)</p><p>Os elementos não são independentes</p><p>É um todo coeso e insperável</p><p>Ex: A química – mudança no menor elemento produz substância</p><p>diferente. (Sistema político – universidade / sala de aula - família – o</p><p>comportamento de todo o indivíduo está relacionado ou depende do</p><p>comportamento do outro.</p><p>Decorrências da Totalidade</p><p>2ª) Na unilateralidade entre os elementos – A afeta B e B afeta A –</p><p>circularidade. A relação complementar pode fazer pensar que não é global,</p><p>parece unilateral (líder – adeptos / forte-fraco / pai – filho / bebê – mãe, etc.)</p><p>Ex: A mulher que grita com e o marido retraído – Pode ser pontuada</p><p>parecendo unilateralmente, mas é circular.</p><p>3ª) Não-somatividade – “Um sistema não pode ser considerado de soma</p><p>de suas partes” (Watzlawick, 1981). Existem características de um sistema</p><p>que transcendem as qualidades dos membros individuais (Padrões de</p><p>interação, o próprio sintoma). Não negligenciar as partes e cuidar da</p><p>complexidade e da organização.</p><p>Ex: A análise de uma família não é a soma das análise de seus membros.</p><p>Um mesmo nº de elementos. – produz várias e novas</p><p>substâncias Ex: A mulher que grita e o marido retraído Pode ser</p><p>pontuada parecendo unilateralmente, mas é circular</p><p>4ª) Equifinalidade – (contraste com os sistemas fechados)</p><p>“Num sistema circular e automodificável, os “resultados” não são</p><p>determinados pelas condições iniciais quanto pela natureza do processo</p><p>ou os parâmetros do sistema “(SWstzlawick, 1981)”</p><p>Mesmos resultados podem ser gerados de diferentes origens</p><p>Condições diferentes geram o mesmo resultado</p><p>Há uma independência das condições iniciais</p><p>Vai depender de como o sistema processa a informação.</p><p>5ª) Retroalimentação</p><p>Conceito vindo da cibernética – conseqüência da circularidade – que se</p><p>opõe à noção de causalidade linear – uma coisa causando a outra.</p><p>Circularidade é complexa, a conseqüência pode ser a causa – não tem</p><p>princípio nem fim. Cibernética – Ciência que estuda as comunicações e o</p><p>sistema de controle nos organismos e nas máquinas.</p><p>Definição Sistema/Alarcão</p><p>O Define-se sistema como “um conjunto de</p><p>elementos ligados por um conjunto de</p><p>elementos ligados por um conjunto de</p><p>relações, em contínua relação com o</p><p>exterior, que mantém o seu equilíbrio ao</p><p>longo de um processo de desenvolvimento</p><p>percorrido através de estádios de</p><p>evolução diversificados”.</p><p>Família pode ser considerada como sistema</p><p>porque:</p><p>1. Composta por objetos e respectivos</p><p>atributos e relações</p><p>2. Contém subsistemas e é contida por</p><p>diversos outros sistemas, ou supra-</p><p>s i s t e m a s , t o d o s e l e s d e f o r m a</p><p>hierarquicamente organizada</p><p>3. Possui limites ou fronteiras que a</p><p>distinguem do seu meio</p><p>Características:</p><p>Não nasce geração espontânea;</p><p>Não vive isolado;</p><p>Há uma trama relacional que lhe dá identidade interna</p><p>e externa;</p><p>O que define sistema e sub-sistema são os papéis e</p><p>funções, normas e os estatutos ocupados pelos</p><p>indivíduos;</p><p>Saber o que em cada momento e em cada espaço o</p><p>que pode esperar de si próprio e o que os outros</p><p>podem esperar dele e o que ele pode esperar dos</p><p>outros é a margem de variação que a complexidade</p><p>e a tolerância humanas permitam. Os elementos</p><p>participam e pertencem a diferentes sistemas.</p><p>As fronteiras são permeáveis e para entender</p><p>cada sistema e sub sistema é importante</p><p>conhecer o contexto, a análise relações</p><p>horizontais e verticais</p><p>Dentro sub-sistema entre sub-sistemas e</p><p>sistemas diferentes</p><p>Hierarquia sistêmica</p><p>Como sistema a família goza das propriedades</p><p>de sistemas abertos:</p><p>Totalidade (esquecer os indivíduos foi o</p><p>redirecionamento da primeira cibernética que</p><p>verificou a noção de família-sistema.Substitui</p><p>noção indivíduo por família.Redução de todo</p><p>o problema à família.Explica algo complexo,</p><p>através das teorias. (ratoeira linguística,</p><p>cultura judaico cristã)Auto regulação oposto</p><p>auto organ ização.D i f icu l ta acesso a</p><p>circularidade e à complexidade autonomia e</p><p>import. Sistema individual.)</p><p>Cibernética</p><p>Retroalimentação/circularidade</p><p>A Cibernética, estudo dos mecanismos de</p><p>f e e d b a c k e m s i s t e m a s q u e s e</p><p>autorregulam, foi o mais influente modelo</p><p>teórico sobre o estudo de famílias (Nichols</p><p>& Schwartz, 2006/2007). O circuito de</p><p>feedback representa o processo por meio</p><p>do qua l um s is tema obtém uma</p><p>informação necessária para seguir adiante</p><p>de forma estável. Essas definições</p><p>pontuam a perspectiva circular, ou</p><p>ci rcular idade , como a lente para</p><p>compreensão das influências mútuas</p><p>entre os membros da família.</p><p>1ª. cibernética</p><p>Natureza quantitativa, afeta relações entre</p><p>os elementos do sistema, mas que, dado</p><p>os mecanismos de feed-back negativo,</p><p>vai procurar reduzir o desvio, tendendo</p><p>para o equilíbrio e mantendo estáveis as</p><p>regras básicas e a estrutura do sistema.</p><p>(mudanças e adaptações do cotidiano)</p><p>2.a cibernética</p><p>Natureza qualitativa, e por isso mesmo,</p><p>implica em alterações nas regras básicas</p><p>e na estrutura do sistema. É uma</p><p>mudança descontínua, em que desvios</p><p>por ação de feed-back positivo, são</p><p>ampliados e originam nova estrutura.</p><p>(Mudanças inevitáveis na passagem de</p><p>diferentes etapas do ciclo vital da família)</p><p>Sistema familiar tem que tolerar e até favorecer certas</p><p>transformações (nascimento filho, separação). Nas famílias</p><p>sintomáticas a combinação complexa de retroações positivas e</p><p>negativas, que caracteriza a flexibilidade do funcionamento do</p><p>sistemas, parece dar lugar à rigidificação das retroações</p><p>negativas=sintoma garante a manutenção de um funcionamento</p><p>que já se mostrava impossível de manter=paradoxalidade d sintoma</p><p>visto como pedido de mudança para não mudança.</p><p>Terapeuta familiar procura então conhecer as retroações positivas</p><p>que o sistema tenta ignorar, isto é, mudanças estruturais que a</p><p>família tem que implementar mas se recusa a fazer, introduzindo</p><p>novo feed-back positivo no sistema familiar, para depois conduzir a</p><p>família a um novo nível de estabilidade.</p><p>Gregory Bateson</p><p>Mecanismos de funcionamento da família/</p><p>Evolução na compreensão dos</p><p>mecanismos de funcionamento do</p><p>sistema familiar</p><p>1.Primeira fase/ Influência da primeira cibernética Modelo</p><p>homeostático</p><p>Família encarada como sistema aberto, auto-regulado por</p><p>mecanismo de</p><p>retroação.</p><p>Retroação positiva ou negativa</p><p>Feed-back negativo = homeostase(homois-semelhante, satsis –</p><p>permanecer quieto), permite regulação e controle energia,</p><p>manutenção sistema num sistema estável.</p><p>Nesta concepção a mudança é considerada</p><p>como erro que era necessário corrigir.</p><p>A família, como qq sistema aberto, ativaria</p><p>mecanismos homeostáticos para reagir às</p><p>perturbações internas ou externas,</p><p>conduzindo ao estado inicial.</p><p>D. Jackson (Palo Alto, 1954) The Question of family homeostasis</p><p>Em famílias com doentes psiquiátricos acontecia com</p><p>freqüência, que quando o doente melhorava algum ou alguns</p><p>membros da família apresentava determinada sintomatologia</p><p>( depressão, perturbações psicossomáticas).</p><p>Doença do paciente=funciona como mecanismo homeostático que</p><p>visa manter equilíbrio familiar.</p><p>Homeostase permitia compreender a família como uma totalidade,</p><p>que preserva a idéia de causalidade circular.</p><p>Homeostase rígida = sistemas que intensificavam a permanência</p><p>do e seu funcionamento e impedem a ocorrência de qualquer</p><p>modificação, mesmo daquela que parecia necessária ao</p><p>alcance de novo equilíbrio. Sistemas familiares menos flexíveis.</p><p>O Sistema familiar tem que tolerar e até favorecer certas</p><p>transformações (nascimento filho, separação). Nas famílias</p><p>sintomáticas a combinação complexa de retroações positivas e</p><p>negativas, que caracteriza a flexibilidade do funcionamento do</p><p>sistemas, parece dar lugar à rigidificação das retroações</p><p>negativas=sintoma garante a manutenção de um</p><p>funcionamento que já se mostrava impossível de</p><p>manter=paradoxalidade d sintoma visto como pedido de</p><p>mudança para não mudança.</p><p>O Terapeuta familiar procura então conhecer as retroações</p><p>positivas que o sistema tenta ignorar, isto é, mudanças</p><p>estruturais que a família tem que implementar mas se recusa a</p><p>fazer, introduzindo novo feed-back positivo no sistema familiar,</p><p>para depois conduzir a família a um novo nível de estabilidade.</p><p>O 1967 Paul Watzlawick, Beavin, Jackson,</p><p>escrevem Pragmática da comunicação</p><p>humana.</p><p>Consideram conceito de homeostase,</p><p>assimilado à idéia de retroação negativa,</p><p>inadequado:</p><p>Por um lado não explica a aprendizagem e o</p><p>crescimento que ocorrem na família</p><p>E por outro, é utilizado simultaneamente em</p><p>dois sentidos distintos, ora como fim, ora</p><p>como meio.</p><p>A alternativa é o conceito de calibração,</p><p>para dar conta de uma certa estabilidade</p><p>fundamental da variação. Estabilidade e</p><p>mudança faces da mesma moeda.</p><p>Homeostase não se reduz a não</p><p>modif icação, mas, pelo contrár io,</p><p>representa uma flutuação constante entre</p><p>manutenções necessárias e perturbações</p><p>constantes. Tensão entre os equilíbrios.</p><p>Muda noção de sintoma, que passa a ser</p><p>quando há necessidade de uma mudança</p><p>de 2ª. Ordem(grandes) e a família faz uma</p><p>mudança de 1ª. Ordem(pequenas). O</p><p>sintoma deixa de ser entendido como uma</p><p>força a favor da estabilidade.</p><p>Teoria da comunicação</p><p>D. Jackson (Palo Alto, 1954) The Question of family homeostasis</p><p>Em famílias com doentes psiquiátricos acontecia com</p><p>freqüência, que quando o doente melhorava algum ou alguns</p><p>membros da família apresentava determinada sintomatologia</p><p>( depressão, perturbações psicossomáticas).</p><p>Doença do paciente=funciona como mecanismo homeostático</p><p>que visa manter equilíbrio familiar.</p><p>Homeostase permitia compreender a família como uma</p><p>totalidade, que preserva a idéia de causalidade circular.</p><p>Homeostase rígida = sistemas que intensificavam a permanência</p><p>do e seu funcionamento e impedem a ocorrência de qualquer</p><p>modificação, mesmo daquela que parecia necessária ao alcance</p><p>de novo equilíbrio. Sistemas familiares menos flexíveis.</p><p>Principais conceitos</p><p>E s t u d a o s e f e i t o s p r a g m á t i c o s d a</p><p>comunicação humana sobre o comportamento</p><p>Comunicação funcional (capacidade de unir,</p><p>de ligar, de pôr em relação os parceiros</p><p>comunicacionais)</p><p>Comunicação disfuncional (afasta os parceiros</p><p>ou cria entre eles um ecrã de incompreensão e</p><p>ressentimentos/ distorção dos axiomas)</p><p>Axiomas</p><p>O 1º Axioma</p><p>“É impossível não comunicar”</p><p>Todo comportamento tem valor de mensagem</p><p>(ex: cachorro)</p><p>Distorções</p><p>O Evitamento do compromisso comunicacional</p><p>O Como fazer?</p><p>O » Aceitação (passiva)</p><p>O » Rejeição</p><p>O » Formação do sintoma</p><p>O » Desqualificação</p><p>O 2º Axioma</p><p>“Toda a comunicação tem 2 níveis: conteúdo e</p><p>relação”</p><p>Conteúdo = transmite informação</p><p>sobre fatos, opiniões, sentimentos, experiências</p><p>Relação = exprime, direta ou indiretamente, algo</p><p>sobre os interlocutores.</p><p>O Distorções</p><p>Confusão</p><p>O – Não há distinção entre conteúdo e relação</p><p>O – Discute-se o conteúdo quando se pretende</p><p>O definir a relação</p><p>O Rejeição</p><p>O – “Estás errado.”</p><p>O – Necessário redefinir a relação</p><p>O – Pode ser construtiva</p><p>O Desconfirmação</p><p>O – “Não existes!”</p><p>O – Não há uma rejeição frontal da definição de</p><p>O eu do outro</p><p>O – O Conteúdo e a própria existência do eu do</p><p>O outro são negados</p><p>O 3º Axioma</p><p>O “Pontuação da sequência dos eventos”</p><p>Série de comunicações = sequência</p><p>ininterrupta de trocas.</p><p>As pessoas pontuam os acontecimentos</p><p>de acordo com o seu ponto de vista</p><p>O Distorções Comunicacionais</p><p>Quantidades de informação diferentes</p><p>Não aceitação da diversidade de</p><p>conclusões</p><p>Pontuação discordante ultrapassada pela</p><p>metacomunicação</p><p>4º. Axioma “Existem dois tipos de</p><p>comunicação: digital e analógico”</p><p>Na comunicação usam-se sinais</p><p>diferentes</p><p>A linguagem tem 2 tipos de código:</p><p>» Digital</p><p>» Analógico</p><p>O Código Digital</p><p>O • Objetivo</p><p>O • Mais preciso</p><p>O • Importância do código</p><p>O Código Analógico</p><p>O • Mais ambíguo</p><p>O • Mais subjetivo</p><p>O • Mais rico do ponto de vista afetivo</p><p>Distorções Comunicacionais</p><p>erros na tradução entre o nível digital e</p><p>analógico da comunicação</p><p>perda da capacidade de</p><p>metacomunicar de modo digital</p><p>5º axioma</p><p>“Todas as permutas comunicacionais ou</p><p>são simétricas ou complementares,</p><p>conforme se baseiam na igualdade ou na</p><p>diferença”</p><p>Interacção complementar</p><p>Maximização das diferenças</p><p>Minimização da semelhança</p><p>Relação complementar</p><p>- Posições:</p><p>superior /primária/de cima/ one-up</p><p>inferior/ secundária / de baixo/ onedown</p><p>Interacção simétrica</p><p>Minimização das diferenças</p><p>Maximização das semelhanças</p><p>- Padrão cultural de comportamento de</p><p>vanglória</p><p>- Pode desenvolver-se uma situação</p><p>competitiva</p><p>Distorções Comunicacionais</p><p>Comunicação complementar</p><p>- Complementaridade rígida</p><p>- Desconfirmação do “Eu” do outro</p><p>Distorções Comunicacionais</p><p>Comunicação Simétrica</p><p>- Escalada simétrica</p><p>- Rejeição do “Eu”</p><p>do outro</p><p>Duplo Vínculo</p><p>O Quatro condições:</p><p>1.Injunçao Paradoxal</p><p>2. Impossibilidade de abandonar o campo</p><p>comunicacional</p><p>3. Impossibilidade metacomunicar</p><p>4. Complementariedade rígida</p>