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<p>MBA GERENCIAMENTO DE OBRAS, QUALIDADE &</p><p>DESEMPENHO DA CONSTRUÇÃO</p><p>GESTÃO DO PROCESSO</p><p>DE DESENVOLVIMENTO</p><p>DE PROJETOS E</p><p>INSTALAÇÕES</p><p>HIDROSANITÁRIAS</p><p>PARA A CONSTRUÇÃO</p><p>CIVIL</p><p>Prof.:Wil Lavor Lucena Camboim</p><p>WILCAMBOIM@HOTMAIL.COM</p><p>1. Introdução</p><p>O setor de desenvolvimento de projetos de engenharia, assim como as demais áreas de projetos,</p><p>vive uma imposição determinante da tecnologia, sendo impossível dissociar sua elaboração das</p><p>ferramentas e meios virtuais. Novos softwares são desenvolvidos e grandes máquinas, com</p><p>elevado poder de processamento computacional, fazem parte da promessa de</p><p>autodesenvolvimento de soluções.</p><p>Porém, nenhuma tecnologia será bem aproveitada sem pessoas e processos para sua perfeita</p><p>implementação e posteriormente um eficaz usufruto. Segundo Brandão e Guimarães (2001:9),</p><p>o homem é visto como elemento principal de mudança de todo e qualquer processo de mudança</p><p>e modernização nas organizações. O sucesso organizacional depende das pessoas e as empresas</p><p>tem buscados profissionais cada vez mais capacitados em detrimento a soluções</p><p>computacionais pura e simples. Tais profissionais utilizarão dos recursos computacionais</p><p>apenas como ferramentas, pois seus fundamentos baseiam-se em procedimentos e técnicas de</p><p>gestão para desenvolver seus setores.</p><p>Na construção civil e mais precisamente no setor de desenvolvimento de projetos de engenharia,</p><p>a gestão envolve lidar com pessoas a todo momento – a equipe de projetos, o cliente, os</p><p>fornecedores, quem financia o projeto, profissionais de outras áreas envolvidas, entre outros -,</p><p>essa realidade exige aplicação de conhecimento, habilidade e atitudes que extrapolam o simples</p><p>uso de ferramentas de informática</p><p>Nesse sentido o setor vem buscado meios de cultivar essa cultura nas suas organizações</p><p>procurando se enquadrar em programas de gestão da qualidade com atenção voltada para a</p><p>gestão do processo do projeto, buscando evidentemente contribuir para a qualidade do seu</p><p>produto final e do seu processo de produção.</p><p>Dessa forma fica evidenciado que metodologias e processos são fundamentais para o</p><p>desenvolvimento das atividades com sucesso e, a aplicação de técnicas de gestão de projetos,</p><p>pode não garantir o sucesso do produto , mas a sua falta é um convite ao fracasso (CAMPOS,</p><p>2011:3).</p><p>Assim, esse trabalho vai descrever uma metodologia para o desenvolvimento e elaboração do</p><p>projeto hidráulico de uma edificação. Descreverá as etapas e os envolvidos, bem como as</p><p>atividades realizadas, destacando os produtos finais de cada uma. Não é objetivo desse texto</p><p>descrever métodos de dimensionamento ou cálculos, mas propor um formato para coordenar os</p><p>trabalhos entre os profissionais e as inúmeras informações necessárias e fruto da elaboração do</p><p>projeto.</p><p>2. Projetos na Construção Civil</p><p>“Projeto é um empreendimento temporário com objetivo de criar um produto ou serviço único”</p><p>(PMI, 2013).</p><p>Embora esse conceito se aplique a diversos campos de atividades em cada um deles o projeto</p><p>se materializa de uma forma diferente. Segundo Silva e Souza (2003 apud TAKARA, 2008),</p><p>para a construção civil, o termo projeto também pode se compreender como a representação</p><p>gráfica de uma parte do processo da construção.</p><p>Na Construção Civil, projeto é o instrumento utilizado para registrar e traduzir as necessidades</p><p>do cliente. E, nesse caso, entenda cliente como o usuário ou mesmo a construção em si. Portanto</p><p>a necessidade também pode ser de ordem técnica, transcrevendo características necessárias para</p><p>que a construção alcance seu estágio final, seja físico ou de desempenho. Além disso o Projeto</p><p>tem uma alta influência de controle de custos podendo balancear com as exigências do</p><p>empreendimento, ditadas pelas suas necessidades, tendo a responsabilidade técnica de otimizar</p><p>as características físicas dos materiais empregados aliado ao nível de desempenho mínimo do</p><p>empreendimento. Assim o Projeto vai descrever e realizar o equilíbrio entre os requisitos do</p><p>empreendimento, requisitos técnicos mínimos exigidos por normas e leis e o custo desprendido</p><p>para sua realização (TAKARA, 2008).</p><p>O mercado da construção civil cresceu em grandes proporções assim como o investimento em</p><p>planejamento. As empresas têm aumentado os investimentos em projetos e dedicado um</p><p>período cada vez maior para o seu desenvolvimento. Essa prática tem reduzido os problemas</p><p>nas obras e a incidência em patologias.</p><p>O planejamento na construção civil brasileira está consolidado e é notável seus frutos em</p><p>qualidade, produtividade e redução de custos. A etapa de projetos colabora com esse</p><p>planejamento que resulta em uma execução mais otimizada e com a interação projeto x</p><p>planejamento x execução mas saudável.</p><p>3. Etapas de Projeto</p><p>O desenvolvimento dos projetos de instalações prediais e mais precisamente de instalações</p><p>hidráulicas, objetivo desse trabalho, está inserido em um contexto maior e supõe-se que para o</p><p>seu desenvolvimento já foram vencidas outras etapas de projeto e planejamento. A necessidade</p><p>da definição dos projetos de viabilidade e arquitetura para o desenvolvimento dos demais</p><p>projetos da edificação é certa, apesar da concordância de que para um bom projeto executivo</p><p>todas as disciplinas devem fornecer subsídios e informações umas as outras e interagir entre si,</p><p>compatibilizando suas soluções.</p><p>Nesse caso, o trabalho restringe-se ao desenvolvimento dos projetos de instalações hidráulicas,</p><p>partindo do pré suposto que atividades de estudo preliminar relativos a concepção e</p><p>representação do conjunto de informações técnicas e iniciais necessários para o desenvlvimento</p><p>dos demais projetos que servem de base para o desenvolvimento do projeto de instalações</p><p>hidraulicas, bem como o seu próprio desenvolvimento, já foram superadas e concluídas.</p><p>Segundo a NBR 15531 – Elaboração de Projetos de Edificações, o processo de</p><p>desenvolvimento das atividades técnicas do projeto de instalações pode ser dividido nas</p><p>seguintes partes sucessivas: Levantamento, Programa de Necessidades, Estudo de Viabilidade,</p><p>Estudo Preliminar, Anteprojeto, Projeto Legal e Projeto de Execução.</p><p>O Levantamento é a etapa destinada a coleta de informações de referência que representa as</p><p>condições preexistentes, de interesse para instruir a elaboração do projeto, podendo incluir</p><p>dados físicos, técnicos, legais, jurídicos, sociais, econômicos e financeiros. O programa de</p><p>necessidades destina-se a determinação das exigências, necessidades e expectativas do usuário</p><p>a ser atendida pela edificação a ser concebida. O estudo de viabilidade destina-se a análise e</p><p>avaliação para seleção e recomendação das alternativas para a concepção da edificação. O</p><p>estudo preliminar destina-se à concepção e representação do conjunto de informações técnicas</p><p>iniciais e aproximadas. Anteprojeto é a etapa destinada a representação das informações</p><p>técnicas provisórias de detalhamento das instalações, suficientes a elaboração de estimativas de</p><p>custo e prazo dos serviços. Projeto legal é a representação das informações técnicas necessárias</p><p>à análise e aprovação, pelas autoridades competentes. Projeto de execução é a representação</p><p>final das informações técnicas das instalações.</p><p>Segundo a NBR 15575-6 – Edifícios Habitacionais de até 5 Pavimentos – Desempenho, Parte</p><p>6: Sistema Hidrossanitário, o desenvlvimento do projeto dos sistemas hidrssanitaros estão</p><p>subdivididos nas seguintes fases:</p><p>Fase A – Concepção do Produto. Esta fase compreende a análise das condicionantes locais e a</p><p>consulta as concessionárias de serviço público, caracterizando o partido hidráulico e as</p><p>possíveis soluções de implantação dentro das condicionantes levantadas.</p><p>Fase B – Definição do Produto. Esta fase compreende a definição de ambientes e espaços</p><p>técnicos e a assessoria para a adoção de novas tecnologias. Nessa etapa desenvolve-se</p><p>o partido</p><p>hidráulico e de demais elementos do empreendimento, definindo e consolidando todas as</p><p>informações necessárias, a fim de verificar as viabilidades física, legal e econômica, bem como</p><p>possibilitar a elaboração dos projetos legais.</p><p>Fase C – Identificação e solução de interfaces. Esta fase compreende o posicionamento de</p><p>dispositivos e componentes hidráulicos, a definição e leiaute de salas técnicas, o traçado de</p><p>tubulações hidráulicas principais e a definição e leiaute de shafts verticais.</p><p>Fase D – Projeto de Detalhamento. Os conteúdos desta fase de execução do projeto</p><p>compreendem o detalhamento de todos os elementos do empreendimento e incorporação dos</p><p>detalhes necessários de produção, de modo a gerar um conjunto de informações suficientes para</p><p>a perfeita caracterização das obras/serviços a serem executados, bem como a avaliação dos</p><p>custos, métodos construtivos e prazos de execução. Sendo necessário conter: o</p><p>dimensionamentos hidráulicos gerais, o projeto e detalhamento de instalações localizadas, as</p><p>plantas de distribuição hidráulica, a preparação de esquemas verticais da instalação, o</p><p>detalhamento de ambientes e centrais técnicas, a elaboração de memoriais e especificações, a</p><p>elaboração de plantas de marcação de lajes, a verificação da adequação e conformidade de</p><p>elementos, sistemas e/ou componentes, o detalhamento de montagem de instalação em shafts,</p><p>a marcação e especificação de suportes e a elaboração de planilha de quantidades de materiais.</p><p>A NBR ainda específica duas etapas ligadas a Pós entrega dos projetos e ao Pós entrega das</p><p>obras.</p><p>Segundo o Manual de Escopo de Projetos de Serviços de Hidráulica, o trabalho do projetista de</p><p>instalações hidráulicas inicia-se na concepção dos ambientes com as melhores soluções para a</p><p>acomodação de equipamentos e também com a assessoria para a incorporação de novas</p><p>tecnologias nas edificações. Posteriormente o trabalho segue com o traçado e as definições de</p><p>posicionamento dos componentes do sistema hidráulico, que levam ao dimensionamento e o</p><p>detalhamento de cada sistema.</p><p>O Manual segue a mesma sequência de atividades utilizada pela NBR 15575-6, inclusive</p><p>utilizando os mesmos nomes para cada uma delas. Para cada etapa de projetos o Manual</p><p>apresenta claramente a Descrição das atividades classificando conforme suas necessidades</p><p>(essenciais, específicos e opcionais), além de relacionar os dados necessários a cada etapa,</p><p>descrevendo os produtos gerados pelos serviços e deixando claro as responsabilidades de cada</p><p>atividade.</p><p>Segundo suas orientações, o desenvolvimento do projeto de instalações hidráulicas inicia-se</p><p>nas definições conceituais do empreendimento e vai até o acompanhamento da obra e sua</p><p>entrega final, incluindo “as built”, passando pela compatibilização e consolidação das interfaces</p><p>dos vários sistemas em todas as interfaces.</p><p>Segundo Carvalho Junior (2014), a elaboração de um projeto de instalações hidráulicas é um</p><p>processo complexo que envolve, além dos vários subsistemas das instalações, diversas</p><p>interfaces com outros projetos e outras especialidades técnicas. Portanto a coordenação do</p><p>projeto deve considerar a necessidade de integração das equipes, bom como o conhecimento e</p><p>experiências dos profissionais envolvidos. Além disso, a dinâmica atual da indústria imobiliária</p><p>tem exigido uma otimização dos projstos para garantir um melhor planejamento, controle e</p><p>qualidade da obra.</p><p>Assim Carvalho Junior (2014) divide a elaboração dos projetos em algumas etapas:</p><p>Coleta de dados: nessa fase faz-se o levantamento de informações iniciais para a fundamentação</p><p>do desenvolvimento do projeto. Essas informações são oriundas das concessionárias e órgão</p><p>fiscalizadores, do cliente e das condições físicas da obra.</p><p>Estudo preliminar: nessa fase faz-se o pré-dimensionamento de alguns equipamentos e espaços</p><p>técnicos necessários. Nesse período demarca-se os ambientes molhados, dimensiona-se os</p><p>reservatórios, os espaços para prumadas, caixas de inspeção, equipamentos e indicação de</p><p>grandes furos (shaft´s)</p><p>Anteprojeto: para o seu desenvolvimento é necessário o projeto de estrutura e o projeto de</p><p>arquitetura executivo. Segundo o autor, essa etapa é dividida na concepção do projeto,</p><p>determinação das vazões e dimensionamento.</p><p>Projeto: o projeto completo de instalações hidráulicas compreende o memorial descritivo e</p><p>justificativo, memorial de cálculo, especificações de materiais e equipamentos, desenhos,</p><p>relações de materiais e equipamentos, enfim, todos os detalhes necessários ao perfeito</p><p>entendimento do projeto.</p><p>4. Método Proposto</p><p>Para o desenvolvimento do projeto de instalações hidráulicas prediais o trabalho propõe um</p><p>método de desenvolvimento particular desenvolvido através da experiência adquirida ao longo</p><p>dos anos trabalhado nesse setor. Evidentemente que cada projeto tem sua particularidade e pode</p><p>variar a partir de vários fatores: tamanho, complexidade, tipo, finalidade, concepção</p><p>arquitetônica e construtiva, acabamento e etc.. Porém algumas atividades são comuns e as que</p><p>não são, devem ao menos ser avaliadas para serem descartadas com justificativa e propriedade.</p><p>Assim, o roteiro desenvolvido deve ser adaptado para cada projeto, ordenado para as diversas</p><p>situações, dificuldades de gerenciamento, recebimento de informações e restrições impostas</p><p>pelos envolvidos no processo.</p><p>Vale salientar que não é objetivo do trabalho explanar sobre métodos de dimensionamento ou</p><p>soluções para ser aplicada nos projetos. Supõem-se que esse tipo de conhecimento já foi</p><p>adquirido para aplicação do método proposto.</p><p>O método divide-se em 4 partes: estudo inicial, processo de dimensionamento, processo gráfico,</p><p>processo de revisão. A seguir descreve-se cada uma das partes com suas etapas. Posteriormente</p><p>relacionar-se-á cada uma dessas etapas criando um organograma para facilitar o</p><p>acompanhamento além de definir as atividades que estão vinculadas entre si.</p><p>4.1 Estudo Inicial:</p><p>Esta etapa consiste na preparação de informações e plataformas para o desenvolvimento do</p><p>projeto hidráulico. Aqui são tomadas decisões que definirão toda concepção do projeto além da</p><p>preocupação em buscar e atender informações e exigências relativas ao projeto. Todos os</p><p>envolvidos no processo das instalações hidráulicas são responsáveis e estão envolvidos nessa</p><p>etapa: proprietário, demais projetistas, concessionárias, executores e órgão fiscalizadores. É</p><p>função da equipe que desenvolverá as instalações hidráulicas buscar essas informações e</p><p>responsabilizar-se em atendê-las.</p><p>4.1 Documentos a Receber</p><p>Esta etapa consiste em buscar todos documentos necessários para o desenvolvimento do</p><p>projeto. Evidentemente que tais documentos não são desenvolvidos pela equipe de projetistas</p><p>de instalações hidráulicas. São desenvolvidos pelos demais projetistas da edificação e vão servir</p><p>de base para o desenvolvimento do projeto hidráulicos. São eles:</p><p>Projeto de Arquitetura: desenvolvido pelo arquiteto será a base de todo o</p><p>desenvolvimento do projeto.</p><p>Projeto de Estrutura: desenvolvido pelo engenheiro de estrutura (calculista). São</p><p>necessárias apenas as formas da estrutura, a fim de compatibilizar com a arquitetura e evitar ou</p><p>minimizar as interferências das instalações nos elementos estruturais. Parte-se do princípio que</p><p>os elementos estruturais não devem sofrer avarias ou, se acontecer, que seja com anuência</p><p>prévia do engenheiro responsável pelo projeto de estrutura.</p><p>Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio: desenvolvido por especialistas do setor,</p><p>deve ser aprovado pelo corpo de bombeiro. Vai fornecer algumas informações necessárias para</p><p>os projetos de instalações como: volume e localização da reserva de incêndio, existência e</p><p>especificação de bomba de reforço, localização de luminárias de emergência (para o projeto</p><p>elétrico).</p><p>ENTRADAS</p><p>-Solicitação projeto de</p><p>arquitetura</p><p>-Solicitação projeto de</p><p>estrutura</p><p>-Solicitação projeto</p><p>combate a incêdio</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Telefone</p><p>-Email</p><p>-Contato Pessoal</p><p>SAÍDAS</p><p>-Projeto de arquitetura</p><p>-Projeto de estrutura</p><p>-Projeto de combate a</p><p>incêndio.</p><p>4.2 Validação do Projeto de Arquitetura</p><p>Nesta etapa far-se-á uma verificação no projeto de arquitetura das necessidades e exigências</p><p>para o bom funcionamento do projeto hidráulico. É uma verificação previa, e para alguns itens</p><p>já são conferidos pré-dimensionamentos desenvolvidos pela equipe de arquitetura. Sua</p><p>finalidade de reduzir retrabalho posterior, além de corrigir algumas informações do projeto de</p><p>arquitetura que podem ter implicação nos demais projetos que ele serve de base. Serão</p><p>verificados itens como: volume e localização de reservatórios, localização e dimensões de shaft,</p><p>centrais de medição, layou, tipos de equipamentos, disposição de áreas molhadas, etc. O anexo</p><p>1 contém uma relação com todos os itens que devem ser verificados nessa etapa.</p><p>4.3 Desenvolvimento da Planta Base</p><p>Essa etapa consiste em fazer uma “limpeza” no projeto de arquitetura e no projeto de estrutura</p><p>retirando todos os elementos que não serão importantes para o projeto de instalações</p><p>hidráulicas. Considera-se elementos desnecessários: cotas, identificação de elementos</p><p>(esquadrias, degraus, etc), área de ambientes, cota de nível, veículos e etc.</p><p>Posteriormente coloca-se todo o projeto em uma única cor, fazendo a compatibilização do</p><p>projeto de arquitetura com o projeto de estrutura, sobrepondo os dois. O objetivo da utilização</p><p>de uma única cor é deixar as “cores mais fortes e chamativas” para serem utilizadas nas</p><p>informações do projeto hidráulico, uma vez que para o caso proposto, elas são as mais</p><p>importantes.</p><p>ENTRADAS</p><p>-Projeto de arquitetura</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Computador</p><p>-Opiniões especializadas</p><p>-Check List de itens a ser</p><p>analizados</p><p>SAÍDAS</p><p>-Relatório de</p><p>modificações de projeto</p><p>arquitetônico</p><p>-Projeto de arquittura</p><p>ajustado</p><p>Figura 2 – Resumo do Processo de Validação do Projeto de Arquitetura</p><p>Figura 3 - Projeto Arquitetônico Original e Planta Base Compatibilizada Arquitetura x Estrutura</p><p>4.4 Reunião de Breefing de Projetos</p><p>Nesta estapa serão definidas as premissas de projetos. Serão tratados o sistema construtivo da</p><p>edificação, além de questões gerenciais e administrativas como o tipo da medição</p><p>(individualizada ou coletiva) e o material do reservatório. Deve ser tratado também sobre as</p><p>diretrizes que devem ser seguidas, além das prescritas pelas normas técnicas. Em alguns casos</p><p>existe a necessidade de seguir normativos de instituições financiadora (Bancos), certificadoras</p><p>(Selo Azul, GreenBuild, LeanConstruictiun, etc), ou mesmo prescrições e diretrizes culturais</p><p>da empresa contratante ou executora.</p><p>Os proprietários do projeto devem estar presentes pois algumas decisões estão diretamente</p><p>ligadas a cultura ou os modos de como vivem os futuros residentes da edificação, como por</p><p>exemplos: a necessidade de alguns equipamentos hidráulicos (ducha higiênica nos banheiros,</p><p>filtro na bancada, lavadora de pratos, etc).</p><p>Também é discutido algumas questões técnicas e, caso o proprietário não tenha tais</p><p>conhecimentos, é importante que o responsável pela execução também participe. Nesse</p><p>momento também serão definidos tipo de aquecimento da água, tipos de registros, tipo do</p><p>material empregado, etc.</p><p>No anexo 2 contém um questionário com pontos de indagação e com algumas informações</p><p>necessárias que devem ser pesquisadas ao longo dessa etapa.</p><p>Figura 4 - Resumo processo Planta Base</p><p>ENTRADAS</p><p>-Projeto de arquitetura</p><p>-Projeto de estrutura</p><p>-Projeto de combate a</p><p>incêndio.</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Computador</p><p>-Opiniões especializadas</p><p>-Cultura organizacional</p><p>SAÍDAS</p><p>-Planta base</p><p>ENTRADAS</p><p>-Projeto de arquitetura</p><p>-Projeto de estrutura</p><p>-Projeto de combate a</p><p>incêndio.</p><p>-Questionario com pontos</p><p>de indagação</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Reunião com interessados</p><p>(brainstorming)</p><p>-Opiniões especializadas</p><p>-Cultura organizacional</p><p>SAÍDAS</p><p>-Definições e padrões a ser</p><p>seguido pelo projeto</p><p>Figura 5 - Resumo processo Reunião Breefing de Projetos</p><p>5. Dimensionamento</p><p>O dimensionamento das instalações hidráulicas consiste em calcular volumes, bitolas,</p><p>diâmetros, comprimentos, além de especificar equipamentos e espaçõs técnicos necessário para</p><p>sua construção. Não é objetivo deste trabalho detalhar a forma como esses elementos serão</p><p>calculados. Atualmente existem várias possibilidades e programas computacionais bastante</p><p>completos que podem facilitar esse processo. Métodos como planilhas de cálculo e até mesmo</p><p>cálculos manuais, também podem ser utilizados uma vez que o nível de complexidade dos</p><p>dimensionamentos dos projetos hidráulicos é relativamente simples, principalmente se</p><p>comparados a outros tipos de projetos como os de estrutura. Por sua vez os projetos hidráulicos,</p><p>e de instalações de uma forma geral, exigem uma alta preocupação em soluções espaciais e de</p><p>interferências nos demais projetos, representando assim um dos principais complicadores dessa</p><p>disciplina.</p><p>Esta etapa fica sob a exclusiva responsabilidade da equipe desenvolvedora dos projetos de</p><p>instalações. Os demais profissionais e proprietário auxiliam na escolha de modelos de</p><p>equipamentos e fornecedores.</p><p>Devem ser dimensionados e especificado os seguintes itens:</p><p>-Reservatórios (inferior e superior)</p><p>-Sistema de Recalque</p><p>-Conjunto Motor Bomba</p><p>-Ramais Aéreos e Subramais</p><p>-Colunas e Barriletes</p><p>-Válvulas Redutoras de pressão e Central de Medição</p><p>-Verificação de Pressão</p><p>-Piscina (filtros, motor bomba e dispositivos)</p><p>-Sistema de Água Quente</p><p>Alguns desses sistemas podem não estar presentes em alguns projetos, dependendo do tipo da</p><p>edificação e das suas características (altura, porte, padrão, etc).</p><p>Durante o processo de dimensionamento deve ser verificado e registrado todas as interferências</p><p>que o Projeto Hidráulico ocasionou nos demais projetos. Situações como enchimentos,</p><p>relocação de equipamentos definidos no layout de arquitetura e perfurações estruturais devem</p><p>ser registradas e informadas aos demais projetistas a fim de que todos os projetos estejam</p><p>compatibilizados.</p><p>A forma de apresentação dessas interferências pode ser em relatório explicativo ou desenhos</p><p>apresentando a mdificação.</p><p>ENTRADAS</p><p>-Planta Base</p><p>-Definições e padrões a ser</p><p>seguido pelo projeto</p><p>(produto reunião Brefing)</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Softawares de</p><p>dimensionamento</p><p>-Planilhas de cálculo</p><p>-Cálculos manuais</p><p>-Lições aprendidas em</p><p>projetos anteriors</p><p>-Opiniões Especializadas</p><p>SAÍDAS</p><p>-Especificação e localiza-</p><p>ção de equipamentos e</p><p>pontos</p><p>-Definição de diâmentros,</p><p>comprimento, quantidades</p><p>de mateirais.</p><p>Figura 6 - Resumo processo Dimensionamento</p><p>5. Processo Gráfico</p><p>O processo gráfico consiste em representar todos os elementos definidos no processo de</p><p>dimensionamento de forma visual. Esse é o principal produto do projetos de instalações</p><p>hidráulicas. É o elemento que vai a obra e será manuseado pelos profissionais responsáveis pela</p><p>execução e gerenciamento do serviço.</p><p>Assim como no processo de dimensionamento, podem ser utilizadas várias ferramentas e</p><p>também não é objetivo do trabalhos determinar a mais adequada, tendo cada uma delas suas</p><p>vantagens e desvantagens. Existe no mercado vários softwares específicos de instalações</p><p>incorporados ao sistema de dimensionamento. Também há a possibilidades da utilização de</p><p>softwares de desenhos que por sua vez possuem “plug-in´s” específicos com elementos das</p><p>instalações hidráulicas. Ainda existe a possibilidade, cada vez menos utilizada, evidentemente</p><p>pela dificuldade de trabalho, da utilização de desenhos manuais.</p><p>As representações gráficas nos Projetos de Instalações Hidráulicas são fundamentais uma vez</p><p>que, como já foi mencionado anteriormente, as soluções espaciais de interferências nos demais</p><p>projetos é uma das principais dificuldades dessa disciplina,</p><p>e esse problema pode ser</p><p>solucionado através de representações clara e bem definidas.</p><p>Esta etapa também é de responsabilidade exclusiva da equipe responsável pelo projeto de</p><p>instalações prediais, os demais profissionais e proprietário não possuem nenhuma influência.</p><p>Devem ser dimensionados e especificados as instalações presentes nos seguintes locais e/ou</p><p>detalhamentos:</p><p>-Pavimentos Tipo</p><p>-Pavimento de Coberta</p><p>-Reservatório Superior e Inferior</p><p>-Barriletes</p><p>-Pavimento de Cobertura</p><p>-Ramal de Entrada</p><p>-Shafts e Centrais de Medição</p><p>-Esquema Vertical</p><p>-Ramal de Entrada</p><p>-Isométricos dos Pavimentos</p><p>-Piscinas</p><p>Evidente que existe a possibilidade de algumas edificações não apresentar alguns dos locais ou</p><p>elementos listados acima, em função do seu padrão, tipologia ou tamanho.</p><p>Esse processo gráfico pode ser desenvolvido em paralelo ao dimensionamento e essa ação pode</p><p>inclusive ajudar ou até mesmo ser necessário para o bom andamento das duas etapas.</p><p>ENTRADAS</p><p>-Planta Base</p><p>-Dimensionamento</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Softawares de desenho</p><p>e/ou especializados.</p><p>-Material de desenho</p><p>SAÍDAS</p><p>-Projeto de Instalações</p><p>Hidráulicas (versão</p><p>preliminar)</p><p>Figura 7 - Resumo Processo Gráfico</p><p>6. Processo de Revisão</p><p>O processo de revisão, como o próprio nome já sugere, consiste de rever todas as etapas, ou</p><p>pelo menos as críticas e principais para caracterizar o projeto como executivo e liberá-lo para a</p><p>obra.</p><p>Pode existir mais de uma revisão e a mesma também pode ser dividida por etapas para evitar</p><p>que os erros se prolonguem ao longo do projeto repercutindo em outros elementos. Existe</p><p>também a possibilidade de mais de um responsável pela revisão. É comum em grandes</p><p>empreendimentos existir um processo de revisão interno, desenvolvido pelo contratante, além</p><p>do que será realizado pelo escritório de projetos de instalações.</p><p>Além das questões técnicas definidas no processo de dimensionamento itens relacionado a</p><p>compatibilização de informações do próprio projeto, elemento de organização (numeração de</p><p>prancha, informação de selo e versão, etc) também são importantes estar presente no processo</p><p>de revisão.</p><p>Outro item que também deve estar presente nesse processo são as “Lições Aprendidas” em</p><p>projetos anteriores. Deve-se relacionar itens e soluções que não funcionaram ou de alguma</p><p>forma apresentou algum tipo de problema ou rejeição e evitar nos projetos atuais.</p><p>O sistema de revisão é altamente dinâmico e deve estar em constante reciclagem e atualização.</p><p>O registro das falhas em projetos anteriores é uma grande ferramenta para melhorar e aprimorar</p><p>os projetos atuais e deve ser utilizado como elemento da revisão.</p><p>O anexo 3 apresenta um “check list” (arquivo de validação) de alguns elementos que devem ser</p><p>verificados ao longo do processo de revisão do projeto.</p><p>Como forma de sistematizar o processo desenvolveu-se a EAP (Estrutura Analítica de Projeto)</p><p>do processo descrito anteriormente:</p><p>ENTRADAS</p><p>-Projeto de Instalações</p><p>(versão preliminar)</p><p>-Dimensionamento</p><p>- Definições e padrões a</p><p>ser seguido pelo projeto</p><p>(produto reunião Brefing)</p><p>FERRAMENTAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>-Opiniões especializadas</p><p>-Arquivo de validação</p><p>SAÍDAS</p><p>-Projeto de Instalações</p><p>Hidráulicas (versão</p><p>executiva)</p><p>Figura 8 - Resumo Processo de Revisão</p><p>Figura 9 - EAP Desenvolvimento de Projetos de Instalações Hidráulicas</p><p>A seguir apresenta-se o fluxograma de atividades do processo descrito anteriormente. Através dele pode-se desenvolver um cronograma e um</p><p>planejamento com entregas programadas.</p><p>Figura 10 -Fluxograma de Atividades</p><p>1</p><p>6. Conclusão</p><p>O trabalho apresentou um procedimento prático para o desenvolvimento de um projeto</p><p>de instalações prediais. A sua elaboração mostrou-se em uma sequência de etapas lógicas</p><p>e que algumas vezes independe do projetista de instalações hidráulicas, mas que, de</p><p>alguma forma, pode e deve ser gerenciado por ele. Assim, o trabalho cumpri seu objetivo</p><p>de ordenar essas etapas e facilitar o seu controle, tornando o processo de desenvolvimento</p><p>do projeto de instalação claro e objetivo. As etapas foram descritas preocupando-se em</p><p>elencar questões administrativas e gerenciais de cada processo, ressaltando que as</p><p>questões técnicas são de conhecimento dos envolvidos. Algumas dificuldades foram</p><p>encontradas principalmente referente as referências bibliográficas, uma vez que, muito</p><p>do material pesquisado faz alusão ao desenvolvimento do projeto de arquitetura. Baseado</p><p>no seu desenvolvimento, adaptou-se para a realidade dos projetos hidráulicos, o que</p><p>evidentemente não reduz sua relevância, já que o processo de desenvolvimento de</p><p>projetos pode ter linhas de elaboração semelhantes, por se tratarem de elementos técnicos</p><p>com o mesmo objetivo final (construção da edificação). Ainda existe muitas</p><p>possibilidades de estudos nessa área. Pode-se aprimorar esse processo, elencando as</p><p>atividades por função dentro da equipe de projetos, ou ainda extrapolando esse modelo</p><p>para os demais projetos de instalações prediais (sanitário, pluvial, telefone, elétrico, etc).</p><p>2</p><p>Referências</p><p>ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13531:</p><p>Elaboração de Projetos de Edificações – Atividades Técnicas. Rio de Janeiro, 1995.</p><p>ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-6:</p><p>Edificações Habitacionais – Desempenho Parte 6: Sistemas Hidrossanitários. Rio de</p><p>Janeiro, 2013.</p><p>BRANDÃO, Hugo Pena; GUIMARÃES, Tomás de Aquino. Gestão de Desempenho:</p><p>Tecnologias Distintas ou Instrumento de um mesmo Construto? RAE – Revista de</p><p>Administração de Empresas. v.41, n.1, p 8-15. São Paulo, 2001.</p><p>CAMPOS, Sérgio Emídio de Azevedo. Gestão do Processo de Projeto de Edificações</p><p>em Instituição Federal de Ensino Superior: Estudo de Caso no CEPLAN/UnB.</p><p>Brásilia, 2011.</p><p>CARVALHO JUNIOR, Roberto de. Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias.</p><p>Principios Básicos para Elaboração de Projetos. Editora Blucher, São Paulo, 2014.</p><p>MANUAL DE ESCOPO DE PROJETOS E SERVIÇOS DE HIDRAULICA. Industria</p><p>Imobiliaria. ABRASIP. São Paulo, 2012.</p><p>PMI, Project Management Institute, Inc. Um Guia do Conhecimento em</p><p>Gerênciamento de Projetos (Guia PMBOK®). 5ª Edição. 2013.</p><p>SILVA, Maria Angélica Covelo; SOUZA Roberto. Gestão do Processo de Projeto de</p><p>Edificação. 1ª Edição. O Nome da Rosa, São Paulo, 2003.</p><p>TAKARA, Elisete Lumi. Elaboração de projetos na Engenharia Civil: Investimento</p><p>que Reduz Custos na Fase de Execução de Obras. São Paulo, 2008.</p>