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<p>Unidade 1 - Psiquiatria Infantil e o Neurodesenvolvimento</p><p>Transtornos</p><p>Psiquiátricos</p><p>na Infância e</p><p>Adolescência</p><p>Sumário</p><p>CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos</p><p>Determinantes da Saúde</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos</p><p>Fatores Psicológicos</p><p>Aspectos Biológicos</p><p>Fatores de Proteção</p><p>Anamnese Infantil</p><p>Tipos de Entrevistas</p><p>Conduzindo a Entrevista</p><p>Estrutura da Anamnese</p><p>Transtornos do Neurodesenvolvimento</p><p>Referências</p><p>5</p><p>12</p><p>22</p><p>32</p><p>37</p><p>Objetivos Definição</p><p>Explicando Melhor Você Sabia?</p><p>Acesse Resumindo</p><p>Nota Importante</p><p>Saiba Mais Reflita</p><p>Atividades Testando</p><p>Para o início do</p><p>desenvolvimento de uma</p><p>nova competência;</p><p>Se houver necessidade</p><p>de se apresentar um novo</p><p>conceito;</p><p>Algo precisa ser melhor</p><p>explicado ou detalhado;</p><p>Curiosidades indagações</p><p>lúdicas sobre o tema em</p><p>estudo, se form necessarias;</p><p>Se for preciso acesar um</p><p>ou mais sites para fazer</p><p>dowload, assistir videos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>Quando for preciso se fazer</p><p>um resumo acumulativo</p><p>das últimas abordagens;</p><p>quando forem necessárias</p><p>observações ou</p><p>complementações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>As observações escritas</p><p>tiveram que ser priorizadas</p><p>para você;</p><p>Textos, referências</p><p>bibliográficas e links para</p><p>aprofundamento do seu</p><p>conhecimento;</p><p>Se houver a necessidade</p><p>de chamar a atenção</p><p>sobre algo a ser refletido ou</p><p>discutido sobre;</p><p>Quando alguma atividade</p><p>de autoaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>Quando o desenvolvimento</p><p>de uma competência for</p><p>concluído e questões forem</p><p>explicadas.</p><p>@faculdadelibano_</p><p>1</p><p>Histórico da</p><p>Psiquiatria Infantil</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Capítulo 1</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil</p><p>Objetivos</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender e de realizar</p><p>uma análise crítica das bases históricas da psiquiatria infantil. Isso será</p><p>fundamental para compreender o desenvolvimento da psiquiatria atual.</p><p>E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá!</p><p>Para conhecermos sobre as bases históricas da psiquiatria infantil, precisamos</p><p>primeiro contextualizar o conceito de infância. A infância como conhecemos hoje nem</p><p>sempre existiu. Essa conceitualização de que criança é um ser em desenvolvimento é</p><p>muito recente. Na Idade Média, a criança era vista e tratada como um “miniadulto” e</p><p>por isso o mundo infantil era restrito ao mundo adulto. Isso significa que criança não</p><p>brincava, não havia escolarização (essa era restrita à nobreza) e a criança não era</p><p>motivo de preocupação da família. Não havia conhecimento sobre as especificidades e</p><p>peculiaridades da infância e da adolescência.</p><p>Esse quadro começou a mudar com a Revolução Industrial (séculos XVI e XVII), que trouxe</p><p>o trabalho nas indústrias como fator central para o sustento das famílias. Se na Idade</p><p>Média não havia o sentimento de família, pois vários núcleos familiares dividiam um</p><p>mesmo local de moradia. Na Idade Industrial, o núcleo familiar passou a ser relevante e,</p><p>mais ainda, todos precisavam trabalhar, incluindo as crianças. Nesse período, a criança</p><p>ainda era vista como um “miniadulto”, mas, com certa relevância, pois era necessária</p><p>para prover o sustento da casa.</p><p>Nota</p><p>Vale lembrar que, na Idade Média, a taxa de mortalidade infantil era</p><p>alta, muitas crianças morriam de doenças e não havia antibióticos. Esse</p><p>fato contribuía com a ausência do sentimento de pertencimento e de</p><p>afetividade com relação às crianças.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil Capítulo 1</p><p>Mas nem todas as crianças precisavam trabalhar nas fábricas, somente as advindas</p><p>de famílias proletariadas. Nas famílias burguesas, iniciava-se um outro processo, o de</p><p>escolarização e logo a percepção do sentimento de infância. A necessidade de preparar</p><p>os filhos para a idade adulta desencadeou a criação de colégios. A escolarização trouxe</p><p>a preocupação sobre como educar e ensinar as crianças, percebendo a diferenciação</p><p>entre elas e os adultos.</p><p>Você Sabia?</p><p>Na Idade Industrial, as crianças começavam a trabalhar aos seis anos</p><p>em uma jornada de 14 horas por dia nas fábricas. As condições de</p><p>trabalho eram precárias e, frequentemente, elas eram castigadas e</p><p>punidas agressivamente pela desatenção no trabalho.</p><p>FIGURA 1</p><p>Crianças trabalhando</p><p>no período da</p><p>Revolução Industrial</p><p>FONTE</p><p>Pixabay</p><p>Nota</p><p>No período Industrial, houve também a descoberta da penicilina, além</p><p>do desenvolvimento de vacinas. Esses fatores auxiliaram na redução da</p><p>taxa de mortalidade infantil.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil Capítulo 1</p><p>A partir do século XVIII, as primeiras percepções sobre as especificidades da infância</p><p>começaram a ser descritas na área educacional e na área de saúde. Até então, as</p><p>doenças e os diagnósticos eram iguais para as crianças e para os adultos.</p><p>Em 1937, ocorreu o primeiro Congresso de Psiquiatria Infantil (First International</p><p>Conference on Child Psychiatric) na Universidade de Paris. Nesse período, as questões</p><p>concernentes à infância começaram a ser levadas em consideração no campo teórico</p><p>com os estudos de Sigmund Freud sobre neurose infantil. A obra Os três ensaios sobre</p><p>a sexualidade, de Freud, introduziu fundamentos teóricos da clínica psiquiátrica infantil.</p><p>Também começaram os estudos em inteligência e cognição, por Alfred Binet, com a</p><p>criação de escalas de mensuração. Nessa época, teve início o conceito de psicologia</p><p>do desenvolvimento, e a criança começou a ser vista e estudada como um ser diferente</p><p>do adulto.</p><p>A partir do século XX, vários estudos relacionados à psiquiatria infantil começaram a ser</p><p>realizados. Jean Piaget revolucionou a psicologia do desenvolvimento ao demonstrar</p><p>experimentalmente que as crianças pensam diferente dos adultos. Lev Vygotsky</p><p>demonstrou que o ambiente social influencia na aprendizagem da criança por meio</p><p>do tipo de interação social que lhe é proporcionado. E o psiquiatra John Bowlby</p><p>estudou os efeitos da privação materna na criança, posteriormente conhecido como</p><p>Teoria do Apego. A partir da evolução dos estudos, começou a ser identificado o</p><p>que era normativo e o que não era normativo no desenvolvimento infantil. Chamamos</p><p>de desenvolvimento típico o que é normativo, e de desenvolvimento atípico o que não é</p><p>normativo e pode culminar em um transtorno.</p><p>Importante</p><p>O advento das guerras mundiais permitiu inúmeros avanços no</p><p>entendimento das psicopatologias e dos seus tratamentos. Inclusive na</p><p>psicopatologia infantil, pois muitas crianças foram separadas de seus</p><p>pais.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil Capítulo 1</p><p>É importante ressaltar que um desenvolvimento atípico não é necessariamente</p><p>um transtorno. Vamos exemplificar: uma criança com habilidades superiores ou</p><p>superdotada possui um desenvolvimento atípico, mas não possui um transtorno.v</p><p>A prática clínica da psiquiatria infantil avançou, consideravelmente, com a introdução</p><p>de psicofármacos no tratamento dos pacientes com transtornos. Os opioides foram</p><p>inicialmente utilizados para o tratamento de epilepsia e de agitação. Em 1937, Charles</p><p>Bradley descobriu em seu estudo que o comportamento de crianças agitadas melhorou</p><p>com a prescrição de dl-anfetamina, um fármaco psicoestimulante. Em 1955, a aprovação</p><p>Explicando Melhor</p><p>O desenvolvimento típico é considerado normativo, e desenvolvimento</p><p>atípico é considerado não normativo. O desenvolvimento atípico não</p><p>resulta necessariamente em um transtorno.</p><p>FIGURA 2</p><p>Exemplificação do</p><p>desenvolvimento de</p><p>um transtorno</p><p>FONTE</p><p>Adaptado de Rezende</p><p>(2016).</p><p>Você Sabia?</p><p>Jean Piaget foi o nome mais influente da educação no século</p><p>XX. Seus estudos mostraram que as crianças possuem estágios</p><p>maturacionais, ou seja, é impossível fazer uma criança aprender o que</p><p>ela ainda não tem condições de aprender.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância</p><p>e Adolescência</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil Capítulo 1</p><p>do uso de Ritalina® para quadros hipercinéticos introduziu o uso de estimulantes em</p><p>crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Inúmeros outros</p><p>psicotrópicos foram desenvolvidos para os transtornos mentais, especialmente em</p><p>adultos, e com isso os estudos se ampliaram para o uso em crianças. A prescrição de</p><p>psicofármacos para crianças coloca em xeque os efeitos do uso prolongado em um</p><p>cérebro em desenvolvimento até os dias de hoje.</p><p>Inúmeras clínicas e hospitais especializados em criança e adolescente foram criados</p><p>desde o século XIX. No Hospital Infantil Great Ormond Street, em Londres, o médico</p><p>Mildred Creak iniciou um método não medicamentoso para tratar as crianças por meio</p><p>de jogos, brincadeiras, conversas, terapia da linguagem e serviços sociais e educativos.</p><p>Então, iniciou-se uma série de pesquisas em tratamentos farmacológicos e não</p><p>farmacológicos na psicopatologia infantil, que culminaram em inúmeras técnicas que</p><p>diversos profissionais utilizam até hoje.</p><p>Em 1952, o Comitê de nomenclaturas e estatísticas da Associação Americana de</p><p>Psiquiatria desenvolveu a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos</p><p>Transtornos Mentais (DSM), que continha as principais descrições de sintomas e de</p><p>doenças mentais. O DSM-1 não continha uma descrição de Transtornos da Infância, que</p><p>foi contemplado somente no DSM-2 em 1968.</p><p>Além disso, no Brasil o evento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reconheceu</p><p>as crianças e os adolescentes como seres em desenvolvimento e sujeitos de direitos.</p><p>Dessa forma, o atendimento tornou-se integral com o advento da Reforma Psiquiátrica</p><p>e o número de internações psiquiátricas diminuiu. Embora tenhamos muitos avanços no</p><p>Brasil, o sistema de atenção à saúde mental infantil ainda está longe do ideal.</p><p>Importante</p><p>A medicalização na infância é um fenômeno presente mundialmente.</p><p>Entretanto, é preciso identificar a origem do comportamento da criança</p><p>antes de iniciar o uso de qualquer medicamento.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Histórico da Psiquiatria Infantil Capítulo 1</p><p>A saúde mental infantil possuiu e ainda possui uma grande dificuldade em ser inserida no</p><p>campo da saúde pública, embora tenha uma agenda extensa e considerada relevante</p><p>mundialmente. Quando tratamos de crianças e de adolescentes, envolvemos uma série</p><p>de serviços que precisam interagir entre si para que o tratamento seja eficaz. Isso inclui</p><p>órgãos da política de saúde, da assistência social, da educação, da justiça e dos direitos</p><p>humanos.</p><p>Partimos de uma concepção de infância que não tinha nenhuma atenção dos adultos,</p><p>para uma priorização dos atendimentos infantis dentro do escopo da saúde; de crianças</p><p>que eram consideradas “miniadultos” para crianças sujeitos de direitos. Além disso, a</p><p>clínica psiquiátrica possui hoje o guia do DSM (APA, 2014), que reúne informações sobre</p><p>as psicopatologias para orientar nos diagnósticos e tratamentos, inclusive infantis.</p><p>Resumindo</p><p>E então? Vamos revisar e ter certeza de que você realmente entendeu</p><p>o tema de estudo deste capítulo? Você deve ter aprendido que a</p><p>concepção de infância foi socialmente construída e, antigamente, a</p><p>criança era vista e tratada como um “miniadulto”. Dessa forma, não</p><p>existia uma clínica específica para a infância. Esse conceito começou</p><p>a mudar com o advento da Revolução Industrial, quando a família teve</p><p>a definição que nos influencia até hoje e as crianças começaram a ser</p><p>vistas como seres diferentes dos adultos. A partir daí os estudos de saúde</p><p>e educação começaram a dar ênfase à compreensão da infância e a</p><p>verificar as peculiaridades psíquicas infantis. Os estudos evoluíram até</p><p>o desenvolvimento de medicações, de tratamentos e de criações de</p><p>políticas públicas voltadas para as psicopatologias infantis.</p><p>@faculdadelibano_</p><p>2</p><p>Fatores Sociais,</p><p>Ambientais e</p><p>Econômicos</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Capítulo 2</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e</p><p>Econômicos</p><p>Objetivos</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de reconhecer as influências</p><p>genéticas, ambientais e individuais nos transtornos psiquiátricos na</p><p>infância e na adolescência. E então? Motivado para desenvolver esta</p><p>competência? Então vamos lá!</p><p>Determinantes da Saúde</p><p>A Organização Mundial de Saúde (OMS) concebe a saúde como um “um estado de</p><p>completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções</p><p>e enfermidades” (BRASIL, 2021, on-line). Essa nova concepção traz ao indivíduo</p><p>determinantes que podem influenciar na sua saúde, inclusive na sua saúde mental.</p><p>Definição</p><p>Determinantes Sociais da Saúde são fatores sociais, econômicos,</p><p>culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que</p><p>influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco</p><p>na população (BUSS; FILHO, 2007).</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>A concepção de determinantes sociais advém da transição do modelo biomédico para</p><p>o modelo biopsicossocial na saúde. Vamos contextualizar!</p><p>O modelo biomédico surgiu no período Renascentista, em que o homem voltou o</p><p>conhecimento para si. A influência de pensadores como Galileu, Newton e Descartes e</p><p>das teorias mecanicistas interferiu no conceito de saúde e de doença da época. Ou seja,</p><p>o homem era visto como uma máquina. Quando o homem adoecia, ele era comparado</p><p>a uma máquina quebrada que precisava ser consertada, e o médico era o mecânico. A</p><p>partir dessa concepção surgiu o modelo biomédico de saúde. Esse modelo preconiza a</p><p>fragmentação do corpo e a divisão entre mente e corpo. O conceito de saúde é definido</p><p>como ausência de doença, e o indivíduo não era protagonista de seu tratamento e cura.</p><p>FIGURA 3</p><p>Determinantes de</p><p>saúde</p><p>FONTE</p><p>Adaptado de Pereira</p><p>Jr. et al. (2012).</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>Definição</p><p>“Fator de risco é definido como um elemento que, quando presente,</p><p>determina um aumento da probabilidade de surgimento de problemas.</p><p>Pode também ser definido como um fator que aumenta a vulnerabilidade</p><p>de uma pessoa ou grupo desenvolver determinada doença ou agravo à</p><p>saúde” (HALPERN; FIGUEIRA, 2004)..</p><p>Reflita</p><p>Reflita sobre o conceito de saúde que as pessoas possuem. Você acha</p><p>que a maioria das pessoas considera e cuida da saúde mental como</p><p>cuida da saúde do corpo?</p><p>Reflita</p><p>Se o conceito de saúde engloba o completo bem- estar físico, mental</p><p>e social, então isso coloca os fatores socioeconômicos em relevância</p><p>no conceito de saúde. Você considera que a maioria da população</p><p>brasileira está saudável?</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos</p><p>Os determinantes sociais e econômicos incluem fatores como: condições de emprego</p><p>e desemprego, educação, pobreza, habitação, violência, interação familiar, cultura</p><p>e eventos estressores da vida diária. Precisamos compreender que esses aspectos</p><p>impactam diretamente a saúde mental da criança e do adolescente.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>Vamos conhecer um estudo que investigou os determinantes sociais e ambientais na</p><p>saúde mental da criança. Nesse estudo, os pesquisadores acompanharam crianças</p><p>desde o período pré-natal até a adolescência e encontraram os seguintes fatores de</p><p>risco socioambientais para o desenvolvimento da saúde mental:</p><p>• Histórico de doença mental materna.</p><p>• Níveis elevados de ansiedade materna.</p><p>• Perspectivas parentais limitadas.</p><p>• Interação limitada entre mãe e criança.</p><p>• Chefe da família sem ocupação qualificada.</p><p>• Baixa escolaridade materna.</p><p>• Famílias de grupos étnicos minoritários.</p><p>• Famílias monoparentais.</p><p>• Presença de eventos estressores.</p><p>• Famílias muito numerosas.</p><p>Esse estudo mostrou que crianças que nascem e crescem em ambientes com</p><p>essas características possuem maior chance de desenvolver</p><p>distúrbios mentais e do</p><p>neurodesenvolvimento.</p><p>Importante</p><p>Os determinantes sociais podem sofrer alterações de acordo com a</p><p>cultura e a população, por isso é importante que cada país tenha a sua</p><p>própria base de dados e de pesquisas para subsidiar o desenvolvimento</p><p>de políticas públicas de saúde.</p><p>Você Sabia?</p><p>Os fatores socioeconômicos influenciam o desenvolvimento neural</p><p>e, consequentemente, o nível de inteligência. O desenvolvimento da</p><p>inteligência humana apresenta fatores genéticos e ambientais; este</p><p>último sob influência da condição socioeconômica.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>Outro fator muito estudado é o determinante socioeconômico. Pesquisas mostram que</p><p>o baixo nível socioeconômico também está relacionado ao surgimento de problemas</p><p>mentais em crianças. Crianças com nível de renda baixo possuem três vezes mais</p><p>chances de apresentar dificuldade escolar do que crianças que foram criadas em</p><p>ambientes com renda.</p><p>A criança que possui dificuldades no manejo emocional apresenta facilmente</p><p>características de irritabilidade, comportamento explosivo, insegurança e baixa</p><p>tolerância.</p><p>Fatores Psicológicos</p><p>Os fatores psicológicos incluem aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais do</p><p>indivíduo. As crianças desenvolvem esses fatores na interação social, ou seja, o aspecto</p><p>psicológico é subjacente aos aspectos socioeconômicos e ambientais.</p><p>Os principais fatores de risco no aspecto psicológico são: dificuldades de aprendizagem,</p><p>temperamento mal adaptativo, dificuldades cognitivas, falta de habilidades emocionais</p><p>e negligência/ superproteção. O cuidado voltado à criança possibilita o desenvolvimento</p><p>de aspetos potencializadores no comportamento e na maneira de viver.</p><p>Saiba Mais</p><p>Caso queira se aprofundar no assunto, acesse este estudo sobre</p><p>Desigualdades socioeconômicas e saúde mental infantil no link:</p><p>https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2009.v43suppl1/92-100/pt</p><p>Importante</p><p>Proporcionar um ambiente saudável para o desenvolvimento psicológico</p><p>da criança é um indicador de saúde mental.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>Os fatores de risco psicológicos geralmente advêm da ausência de um adulto na</p><p>educação da criança, ou da ausência do estabelecimento de regras e rotina.</p><p>Crianças envolvidas em fatores de risco psicológico são facilmente influenciadas e</p><p>aliciadas ao uso e ao tráfico de substâncias psicoativas. Também são mais suscetíveis</p><p>ao comportamento sexual promíscuo e a reproduzir comportamentos violentos.</p><p>Aspectos Biológicos</p><p>Os fatores biológicos advêm de condições orgânicas ou fisiológicas que, por sua</p><p>presença, já proporcionam risco para o desenvolvimento saudável. Por exemplo:</p><p>tendência genética, exposição a substâncias tóxicas, desnutrição, infecções, hipoxia</p><p>neonatal, doenças metabólicas, entre outras condições.</p><p>Crianças com fatores biológicos de risco geralmente apresentam maior demanda</p><p>por exames, inclusive de alta complexidade. Além disso, apresentam necessidade de</p><p>estimulação cognitiva e sensorial precoce.</p><p>Saiba Mais</p><p>Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o artigo Risco, proteção e</p><p>resiliência no desenvolvimento da criança e do adolescente acessando</p><p>esse link:</p><p>https://www.scielo.br/j/pe/a/stYqQ6cvpzPJRdqFwRr8NtH/?lang=pt&format=</p><p>pdf</p><p>Reflita</p><p>Todos os fatores biológicos podem ser evitados? Quais você considera</p><p>que podem ser evitados e quais não?</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>TABELA 1</p><p>Fatores de risco</p><p>e fatores de</p><p>proteção na</p><p>saúde</p><p>FONTE</p><p>Adaptado de</p><p>World Health</p><p>Organization</p><p>(2005).</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>Não somente fatores de risco influenciam nos quadros de saúde, mas também os</p><p>fatores protetivos nos dão um parâmetro de medidas que podem existir para proteger</p><p>o desenvolvimento de um indivíduo.</p><p>Fatores de Proteção</p><p>Os fatores de proteção referem-se a influências que modificam a resposta do indivíduo</p><p>diante de um evento estressor ou uma reação adversa. Os fatores protetivos dizem</p><p>respeito a uma série de eventos, experiências ou processos fundamentais para o</p><p>desenvolvimento do indivíduo. Fatores de risco e fatores de proteção interagem</p><p>entre si e alteram a trajetória de uma pessoa.</p><p>De acordo com Poletto e Koller (2008), existem alguns fatores protetivos que são</p><p>essenciais para o desenvolvimento do indivíduo. No aspecto psicológico são: autonomia,</p><p>autoestima, habilidades emocionais, inteligência e afetividade. No aspecto social são:</p><p>redes de apoio comunitário, coesão familiar, ausência de negligência, suporte cultural,</p><p>presença de um adulto com interesse pela criança e laços afetivos familiares.</p><p>Importante</p><p>Nem sempre as crianças e adolescentes apresentam somente um</p><p>fator de risco. Geralmente, existem vários fatores de risco conectados</p><p>(chamamos de efeito cumulativo de risco), o que torna o diagnóstico e</p><p>tratamento mais complexos!</p><p>Nota</p><p>Fatores de proteção reduzem a probabilidade de transtornos e</p><p>aumentam a probabilidade do curso típico do desenvolvimento.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Fatores Sociais, Ambientais e Econômicos Capítulo 2</p><p>O professor possui um papel importante como fator protetivo na vida de uma criança.</p><p>A referência da figura do professor pode auxiliar a criança a estabelecer exemplos</p><p>necessários de relações e interações.</p><p>Você Sabia?</p><p>A Organização Mundial de Saúde orienta uma abordagem a partir da</p><p>perspectiva da compreensão, intervenção e elaboração de políticas</p><p>públicas para a saúde mental na infância. Por isso, é necessário</p><p>compreender os fatores de risco e de proteção para planejar intervenções</p><p>nas esferas individual, familiar, escolar, social e comunitária visando à</p><p>saúde mental da criança e do adolescente e à construção de políticas</p><p>públicas de prevenção.</p><p>Resumindo</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho?</p><p>Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema</p><p>de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve</p><p>ter aprendido que os fatores de risco são determinantes no processo</p><p>saúde-doença. E que esses fatores podem ser biológicos, psicológicos,</p><p>sociais, econômicos e ambientais. Os fatores sociais, ambientais e</p><p>econômicos dizem respeito à sociedade, à comunidade e à cultura em</p><p>que a criança está inserida. Os fatores psicológicos envolvem questões</p><p>como vínculos afetivos, dificuldades de aprendizado, violência ou</p><p>negligência, personalidade do indivíduo, ou seja, questões individuais</p><p>ou de cuidados. Já os fatores biológicos se referenciam aos aspectos</p><p>genéticos, fisiológicos, metabólicos, ou traumas físicos. Você viu que</p><p>nem sempre um caso advém de um único fator de risco, mas que os</p><p>fatores de risco podem se conectar formando um efeito cumulativo de</p><p>risco. Todo transtorno psiquiátrico possui fatores de risco, mas também é</p><p>preciso identificar os fatores protetivos de cada caso para potencializar</p><p>o tratamento.</p><p>@faculdadelibano_</p><p>3</p><p>Anamnese Infantil</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Capítulo 3</p><p>Anamnese Infantil</p><p>Objetivos</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender questões</p><p>concernentes à anamnese infantil. Você deverá identificar o que é</p><p>realmente importante para ser investigado na anamnese. Isso será</p><p>fundamental para o correto diagnóstico dos transtornos psiquiátricos. E</p><p>então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá!.</p><p>Tipos de Entrevistas</p><p>Anamnese é a entrevista inicial que o profissional faz para compreender melhor o</p><p>histórico de vida, os fatores pessoais, familiares e ambientais, os fatos relevantes e os</p><p>sintomas do paciente. Essa entrevista pode ser de três tipos: aberta, focada ou fechada.</p><p>Na entrevista aberta, o paciente ou o responsável fica à vontade para se expressar</p><p>e falar</p><p>o que sente. Em geral, o entrevistador faz perguntas do tipo: o que você está sentindo?</p><p>Na entrevista focada, o entrevistador faz perguntas específicas sobre um determinado</p><p>sintoma. Por exemplo: qual perna dói mais?</p><p>Na entrevista fechada, o entrevistador limita a resposta do paciente e completa questões</p><p>que o paciente ainda não falou. Por exemplo: a coluna dói quando anda ou quando está</p><p>parado?</p><p>Definição</p><p>Entrevista é uma conversa entre duas ou mais pessoas na qual o</p><p>entrevistador faz perguntas para obter informações do entrevistado.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>A escolha do tipo de entrevista vai de acordo com cada profissional e também com</p><p>cada caso, paciente ou informante. O profissional pode fazer uso dos três tipos de</p><p>entrevista no mesmo caso, já que todo transtorno psiquiátrico envolve complexos fatos</p><p>que precisam ser esclarecidos.</p><p>Conduzindo a Entrevista</p><p>Além de obter e coletar informações necessárias, a anamnese objetiva estabelecer</p><p>vínculo entre o entrevistador e o paciente ou responsável, e contribui para o rapport.</p><p>Algumas habilidades são necessárias para uma boa condução da entrevista. É</p><p>preciso que o entrevistador consiga estabelecer uma relação de respeito. Isso implica</p><p>se apresentar com clareza, inclusive relatando como é o seu trabalho, por que você</p><p>precisa dessas informações. O entrevistador deve responder às perguntas do paciente</p><p>de acordo com o seu nível de compreensão, ouvir atentamente e solicitar feedback da</p><p>compreensão do paciente.</p><p>FIGURA 4</p><p>Entrevista</p><p>FONTE</p><p>Freepik</p><p>Definição</p><p>Rapport é o estabelecimento de vínculo entre duas pessoas por meio da</p><p>empatia e confiança.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>A entrevista inicial com o paciente ou responsável envolve a compreensão da queixa</p><p>pela qual o levou até o atendimento. A anamnese visa investigar a fundo a respeito da</p><p>queixa trazida e também dos fatores ou sintomas que podem ou não estar relacionados</p><p>à esta.</p><p>O tempo de duração da queixa é importante para investigar se é um quadro orgânico</p><p>ou emocional, por exemplo, saber se uma criança com queixa de aprendizagem sempre</p><p>teve dificuldades para aprender ou se começou repentinamente nos dá um parâmetro</p><p>para indagar sobre eventos emocionais, ou bullying, ou problemas na relação professor-</p><p>aluno.</p><p>Podemos verificar qual é a queixa inicial questionando o paciente ou responsável: “o</p><p>que o traz aqui?”, “o que está acontecendo?”, “qual seu problema?”. É importante que</p><p>o paciente ou responsável tenha tempo para contar a história e que o foco ou eixo</p><p>principal da entrevista seja a queixa inicial.</p><p>O entrevistador precisa ser claro e preciso durante a entrevista, porque, por vezes, o</p><p>paciente ou o responsável pode se perder na explicação das respostas. Isso significa</p><p>que é habilidade necessária do entrevistador conseguir focar em obter as informações</p><p>necessárias para o real entendimento do caso.</p><p>A compreensão do caso e da queixa inicial, por vezes, depende da investigação de</p><p>fatos e eventos muito pessoais da história de vida do paciente, por isso todo paciente</p><p>ou responsável deve ser abordado de uma forma respeitosa e cuidadosa. Empregar</p><p>falas como: “Sr. Fulano, podemos falar sobre o nascimento do Ciclano?” pode introduzir</p><p>o pedido de permissão em falar sobre algo. Se o paciente ou responsável se negar a</p><p>responder, não devemos insistir.</p><p>Importante</p><p>Nem sempre o paciente ou responsável compreende o que é perguntado</p><p>ou orientado. Portanto, sempre verifique como a orientação foi entendida</p><p>pelo receptor. Você pode perguntar: me explique como o senhor irá</p><p>fazer? O senhor pode me contar o que acabei de explicar?</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>Além de habilidades do entrevistador, o local da entrevista é relevante para o</p><p>estabelecimento da confidencialidade e de empatia. Pacientes ou responsáveis</p><p>mal acomodados ou sem conforto não revelam detalhes e emoções profundas. A</p><p>privacidade é garantida em locais como consultórios ou salas fechadas, mas, em locais</p><p>como hospitais ou escolas, torna-se difícil garantir a privacidade do paciente. Para tanto,</p><p>é necessário flexibilizar e adaptar o setting (ambiente) com biombos, cortinas ou até</p><p>mesmo um tom de voz mais baixo.</p><p>Estrutura da Anamnese</p><p>A anamnese deve coletar dados essenciais do paciente e pode haver vários subtítulos,</p><p>por exemplo: identificação, história da queixa, desenvolvimento gestacional/parto,</p><p>desenvolvimento neuropsicomotor, relações familiares, habilidades acadêmicas,</p><p>socialização, comportamento, atividades de vida diária, histórico médico, entre outros.</p><p>A estrutura da anamnese pode ser construída pelo próprio profissional, que levará em</p><p>conta os aspectos relevantes a serem investigados na sua clientela.</p><p>Num geral a anamnese inicia com uma sessão de identificação com os dados básicos</p><p>do paciente como: nome completo, data de nascimento, sexo, nome dos pais ou</p><p>responsável, escolaridade, nome da escola, endereço, telefone. É necessário um subtítulo</p><p>de investigação da queixa inicial, que pode haver: início da queixa, súbita ou progressiva,</p><p>quais mudanças ocorreram e sintomas atuais.</p><p>Importante</p><p>A anamnese é de fundamental importância para a compreensão dos</p><p>quadros de saúde mental. É uma etapa diagnóstica que não deve ser</p><p>esquecida ou pulada!</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>Considerando que o período do desenvolvimento é essencial para a aquisição de</p><p>inúmeras habilidades na vida do paciente, é muito relevante averiguar em detalhes</p><p>sobre essa questão. Por isso, a anamnese dos casos de transtornos psiquiátricos infantil</p><p>precisa necessariamente conter essas informações: desenvolvimento gestacional/parto</p><p>e desenvolvimento neuropsicomotor.</p><p>Vamos falar sobre a investigação do desenvolvimento gestacional? Em geral, a entrevista</p><p>inicial é realizada com a mãe, mas pode ocorrer do pai, ou avós, ou outros responsáveis</p><p>substituírem a mãe. Não há problema algum nessa substituição, desde que o informante</p><p>consiga passar o máximo de informações possíveis sobre o desenvolvimento gestacional.</p><p>É preciso investigar se a criança foi planejada, se houve tentativa de aborto durante a</p><p>gestação, se a mãe fez acompanhamento pré-natal, se teve alguma indisposição física</p><p>ou emocional, se o parto foi a termo, prematuro ou atrasado, o tipo de parto (normal</p><p>ou cesariana), quais as condições de saúde do bebê na hora do parto (teve hipoxia ou</p><p>intubação?), “o bebê foi amamentado por quanto tempo?”, “fez uso de leite materno ou</p><p>artificial?”.</p><p>Nota</p><p>Como vimos na história da psiquiatria infantil, o desenvolvimento pode</p><p>ser típico ou atípico. Nem sempre ao final da anamnese estaremos</p><p>com um diagnóstico. Podemos ter somente um desvio comportamental</p><p>ou alteração emocional que desencadeia os sintomas.</p><p>Você Sabia?</p><p>Hipoxia é a baixa concentração de oxigênio, e anoxia é a ausência de</p><p>oxigênio, que pode ser devido ao agravamento de uma hipoxia</p><p>Essas informações nos permitem compreender se houve alguma condição adversa</p><p>na gestação e no nascimento que possa estar relacionada ao transtorno psiquiátrico.</p><p>Estudos noruegueses apontaram que uma gestação pré-termo (prematura) aumenta</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>as chances de paralisia cerebral, retardo mental e distúrbios autísticos.</p><p>O desenvolvimento neuropsicomotor nos permite verificar como a criança se desenvolveu</p><p>desde o nascimento. Existem marcos neurológicos e motores que se desenvolvem</p><p>sistematicamente e são necessários para a aquisição de outras habilidades posteriores.</p><p>Por exemplo, antes de aprender a andar, o bebê precisa aprender a controlar os</p><p>movimentos dos braços e das pernas, separadamente, para então coordená-los no</p><p>movimento de andar.</p><p>Nesse subtítulo da anamnese você deve investigar questões importantes como</p><p>linguagem, habilidade</p><p>motora e psicológica. Você pode criar suas próprias perguntas no</p><p>roteiro de anamnese ou realizar uma avaliação estruturada do desenvolvimento com a</p><p>própria criança, como o Teste de Denver. O teste de Denver avalia o desenvolvimento nos</p><p>domínios de habilidades motoras gerais e finas, a linguagem e a habilidade psicossocial</p><p>de crianças com 1 mês a 6 anos. Nesse caso, você deve avaliar a criança e não somente</p><p>adquirir relatos da mãe ou do responsável, como em um roteiro de anamnese. Importante</p><p>enfatizar que a avaliação depende da idade da criança e do instrumento utilizado.</p><p>As questões essenciais na investigação do desenvolvimento são: o bebê seguia</p><p>objetos no seu campo visual? Sentou? Engatinhou? Andou? Controle esfincteriano? Com</p><p>quantos meses o bebê conseguiu essas habilidades? O bebê prestava atenção em sons,</p><p>na voz da mãe? Falou as primeiras palavras com quantos anos? E formação de frases?</p><p>Existe troca de letras ou fonemas? Quando foi o início da leitura e da escrita? Olhava para</p><p>a mãe durante a amamentação? A criança imitava? Expressava emoções? A criança</p><p>realiza brincadeiras simbólicas? Segue regras? Socializa com pares?</p><p>Importante</p><p>O desenvolvimento neuropsicomotor ocorre sempre no sentido</p><p>craniocaudal e póstero-anterior, isso significa que o processo</p><p>maturacional será do sentido interior para o exterior (ex.: crânio -> braços)</p><p>e do sentido posterior para o anterior.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>A falha ou o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor pode predizer inúmeros</p><p>transtornos psiquiátricos. Por exemplo: em geral, crianças com Transtorno do Espectro</p><p>Autista apresentam atraso na aquisição da linguagem.</p><p>A investigação das habilidades acadêmicas ou escolares assume um papel importante,</p><p>principalmente nas crianças com queixa de transtornos de aprendizagem. Nesse aspecto,</p><p>é necessário verificar quando a criança iniciou a vida escolar, como foi a adaptação da</p><p>criança? A criança apresenta dificuldades em aprender? Essa dificuldade é geral ou em</p><p>matérias específicas? A criança já repetiu de ano? Faz reforço escolar? Utiliza sala de</p><p>recursos? Como a criança se comporta em sala de aula? E fora dela?</p><p>Na anamnese, também averiguamos as atividades de vida diária da criança, que</p><p>podem nos auxiliar na compreensão não só da funcionalidade da criança, mas também</p><p>da relação familiar ou parental.</p><p>Podemos verificar se a criança não consegue fazer alguma atividade (por inabilidade</p><p>ou incapacidade), ou se não teve oportunidade de fazer, ou se os pais realizam tudo</p><p>por ela. Portanto, investigamos as atividades de vida diária básicas e instrumentais.</p><p>As básicas dizem respeito às tarefas de autocuidado, como tomar banho, trocar-se,</p><p>Importante</p><p>O bebê evolui em seu aspecto motor e físico visivelmente, mas também</p><p>em aspectos cognitivos e sociais. Por isso, é necessário investigar as</p><p>habilidades emocionais, como manter o olhar, brincar, imitar, entre</p><p>outros.</p><p>Nota</p><p>Ao investigar crianças com dificuldades de aprendizagem, faz-se</p><p>necessário compreender a relação aluno-professor, a adaptação da</p><p>criança na escola, alguma alteração dentro da sala de aula, eventos</p><p>estressores que possam estar prejudicando a criança.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>escovar os dentes, usar o banheiro sozinho, amarrar os sapatos. E as instrumentais dão</p><p>suporte às atividades básicas e exigem interações complexas, como usar o telefone,</p><p>manipular dinheiro, preparar uma refeição simples (copo de leite com achocolatado),</p><p>guardar as roupas, pedir uma refeição no restaurante.</p><p>O profissional pode questionar sobre o histórico e o estado de saúde do paciente. Perguntas</p><p>como: tomou todas as vacinas? Fez alguma cirurgia? como foi a dentição? Tem tiques?</p><p>Alergia? Problemas respiratórios? desmaios? Convulsões? Faz algum acompanhamento</p><p>médico? Faz uso de alguma medicação? Dorme bem? Dorme sozinho? Tem pesadelos?</p><p>compõem uma gama de conhecimento a respeito do desenvolvimento físico e biológico</p><p>da criança, que pode acarretar o melhor entendimento do caso.</p><p>As condições socioemocionais da criança também são parte fundamental de seu</p><p>desenvolvimento. O profissional pode investigar sobre o comportamento e a expressão</p><p>emocional da criança, como: a criança chora facilmente? É ansiosa? Agressiva/irritada?</p><p>Recusa auxílio? Tem resistência ao toque? Isola-se? Demonstra afeto? As questões de</p><p>socialização nos dizem sobre a capacidade de interação de pares da criança. Para</p><p>tanto, é importante investigar se a criança brinca, quais brincadeiras? Joga videogame?</p><p>Assiste à TV? Pratica esportes? Agride os colegas ou briga com frequência com eles?</p><p>Importante</p><p>Toda investigação de funcionalidade depende da idade da criança.</p><p>Uma criança de dois anos não sabe tomar banho sozinha, mas uma</p><p>criança de seis anos sabe.</p><p>Você Sabia?</p><p>As brincadeiras são importantes marcadores do desenvolvimento</p><p>infantil? Isso porque é esperado que cada faixa etária desempenhe um</p><p>tipo de brincadeira. Crianças com alguns tipos de transtornos, como o</p><p>autismo, não conseguem desempenhar brincadeiras de faz de conta.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Anamnese Infantil Capítulo 3</p><p>O profissional pode inserir quantos tópicos forem necessários no seu roteiro de</p><p>anamnese. Aqui pretendemos mostrar alguns tópicos que consideramos básicos para</p><p>a compreensão do desenvolvimento infantil.</p><p>Passo-a-passo: Vamos enumerar os passos importantes de uma anamnese:</p><p>1. Verificar o local adequado para a realização da entrevista.</p><p>2. Informar o paciente/responsável sobre seu objetivo naquela conversa.</p><p>3. Solicitar a permissão para realizar as perguntas.</p><p>4. Iniciar o questionário de anamnese.</p><p>5. Finalizar orientando o paciente/responsável e agradecendo a disponibilidade.</p><p>Resumindo</p><p>Agora que você aprendeu sobre a importância da anamnese infantil,</p><p>vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a</p><p>anamnese compreende a entrevista inicial, que pretende obter mais</p><p>informações sobre o paciente e sua queixa. A entrevista pode ser de</p><p>três tipos: aberta, focada e fechada. A escolha do tipo de entrevista</p><p>depende de cada profissional e do caso apresentado. A anamnese</p><p>pode ter um roteiro que engloba os dados de identificação do paciente</p><p>e dos responsáveis, o desenvolvimento neuropsicomotor, as habilidades</p><p>acadêmicas, as condições de saúde, as condições socioemocionais e</p><p>de humor e a funcionalidade (atividades de vida diária). Um bom rapport</p><p>facilita a vinculação e desenvolvimento da entrevista.</p><p>@faculdadelibano_</p><p>4</p><p>Transtornos do</p><p>Neurodesenvolvimento</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Capítulo 4</p><p>Transtornos do</p><p>Neurodesenvolvimento</p><p>Objetivos</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender as bases</p><p>gerais dos Transtornos do Neurodesenvolvimento. Isso será fundamental</p><p>para o entendimento das especificidades dos transtornos que veremos</p><p>adiante. Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá!</p><p>Vamos iniciar definindo o que é um Transtorno:</p><p>Esse prejuízo acarreta sofrimento ou incapacidade, que afeta as atividades de vida</p><p>diária, a vida social, acadêmica e profissional do indivíduo. Transtornos são resultados</p><p>do processo de desenvolvimento da criança (APA, 2014). Nesta unidade, veremos os</p><p>Transtornos do Neurodesenvolvimento, porém estes não são os únicos transtornos que</p><p>acometem as crianças. Nesta disciplina, também veremos os transtornos de humor e os</p><p>transtornos externalizantes ou comportamentais.</p><p>Definição</p><p>De acordo com o DSM-5, um transtorno mental é caracterizado pelo</p><p>prejuízo na cognição, na regulação emocional ou no comportamento</p><p>do indivíduo.</p><p>Nota</p><p>Você sabe a diferença entre o desenvolvimento atípico e o transtorno?</p><p>Todo transtorno advém de um desenvolvimento atípico, mas nem todo</p><p>desenvolvimento atípico resultará em um transtorno.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Transtornos do Neurodesenvolvimento</p><p>Capítulo 4</p><p>O diagnóstico de um transtorno mental deve realizado a fim de auxiliar o tratamento</p><p>do paciente. Entretanto, nem todo indivíduo apresenta os critérios de seleção para</p><p>diagnóstico, e o fato de crianças não se enquadrarem no diagnóstico não significa que</p><p>não necessitem de cuidados adequados.</p><p>Ainda dentro da caracterização de transtorno, é importante ressaltar que as crianças</p><p>com um mesmo diagnóstico podem apresentar variabilidade comportamental, isso</p><p>porque os critérios diagnósticos não identificam somente um grupo homogêneo.</p><p>Então vamos compreender o que são os Transtornos do Neurodesenvolvimento!</p><p>Os transtornos do neurodesenvolvimento são caracterizados por um conjunto de</p><p>transtornos que se manifestam no início do desenvolvimento humano. Isso significa que</p><p>o aparecimento dos sintomas desses transtornos precisa necessariamente ocorrer na</p><p>infância. Geralmente, os sintomas se apresentam antes da criança ingressar na escola.</p><p>São caracterizados por atraso ou prejuízo no desenvolvimento cerebral.</p><p>A presença dos transtornos acarreta prejuízo na funcionalidade social, acadêmica e</p><p>pessoal. Além de apresentar déficits específicos no comportamento, na cognição, na</p><p>aprendizagem ou nas habilidades sociais.</p><p>Você Sabia?</p><p>Os Transtornos do Neurodesenvolvimento foram reclassificados na última</p><p>atualização do DSM-5. Anteriormente, eram chamados de Transtornos</p><p>Globais do Desenvolvimento.</p><p>FIGURA 5</p><p>Transtorno infantil</p><p>FONTE</p><p>Freepik</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Transtornos do Neurodesenvolvimento Capítulo 4</p><p>Os transtornos do neurodesenvolvimento podem apresentar comorbidades entre</p><p>si. Por exemplo: uma criança com Transtorno do Espectro Autista pode ter também o</p><p>diagnóstico de deficiência intelectual; uma criança com transtorno de aprendizagem</p><p>pode ter Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade também.</p><p>Os transtornos considerados do neurodesenvolvimento são: deficiência intelectual,</p><p>transtornos da comunicação, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Déficit</p><p>de Atenção e Hiperatividade, transtornos motores, transtornos de tique e transtorno</p><p>específico da aprendizagem.</p><p>A deficiência intelectual é caracterizada por déficits na capacidade mental, que</p><p>resultam em prejuízo funcional. Pode ocorrer por consequência de uma lesão ou no</p><p>período do desenvolvimento. Os transtornos da comunicação englobam uma série de</p><p>transtornos caracterizados pela falha ou prejuízo na comunicação, são eles: transtorno</p><p>da linguagem, transtorno da fala, transtorno da comunicação social (pragmática) e</p><p>transtorno da fluência.</p><p>O transtorno do espectro autista apresenta um déficit na comunicação e interação</p><p>social e padrões repetitivos e restritos de comportamentos ou interesses. O Transtorno</p><p>de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é definido por prejuízos na atenção,</p><p>organização e hiperatividade/impulsividade.</p><p>Saiba Mais</p><p>Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o livro Neuropsicologia</p><p>do desenvolvimento: transtornos do neurodesenvolvimento, dos autores</p><p>Claudia Berlim de Mello, Mauro Muszkat e Mônica Carolina Miranda,</p><p>Editora Rubio.</p><p>Atividades</p><p>O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade possui subclassificação</p><p>em: subtipo desatento e subtipo hiperativo. Veremos essa diferenciação</p><p>nas unidades adiante.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Transtornos do Neurodesenvolvimento Capítulo 4</p><p>Os transtornos motores incluem o transtorno da coordenação, transtorno do movimento</p><p>estereotipado e os transtornos de tique. O transtorno da coordenação é caracterizado por</p><p>um prejuízo na habilidade motora coordenada. O transtorno do movimento estereotipado</p><p>apresenta comportamentos motores repetitivos sem propósito. Os transtornos de tique</p><p>são definidos pela presença de tiques motores ou vocais repentinos, rápidos, recorrentes,</p><p>não ritmados e estereotipados.</p><p>O transtorno específico da aprendizagem apresenta déficits específicos nas habilidades</p><p>acadêmicas de leitura, escrita ou matemática. Geralmente, esses déficits só são</p><p>identificados no início da vida escolar.</p><p>O diagnóstico dos transtornos do neurodesenvolvimento deve seguir as especificações</p><p>do DSM-5 e pode ser auxiliado com o uso de escalas e de testes que oportunizam o</p><p>diagnóstico diferencial.</p><p>Resumindo</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho?</p><p>Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema</p><p>de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter</p><p>aprendido que um transtorno é caracterizado por prejuízos que acarretam</p><p>sofrimento ou incapacidades. Os transtornos do neurodesenvolvimento</p><p>apresentam seu início no período do desenvolvimento e englobam uma</p><p>série de transtornos específicos. Você também viu que os transtornos</p><p>do neurodesenvolvimento são: deficiência intelectual, transtornos da</p><p>comunicação, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Déficit de</p><p>Atenção e Hiperatividade, transtornos motores, transtornos de tique e</p><p>transtorno específico da aprendizagem. O diagnóstico dos transtornos</p><p>deve ser guiado pelo DSM-5, que descreve as características de cada</p><p>patologia.</p><p>Transtornos Psiquiátricos</p><p>na Infância e Adolescência</p><p>Referências</p><p>APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. O que significa ter saúde? 2021. Disponível em: https://</p><p>saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/o-que-significa-ter-saude.</p><p>Acesso em: 18 ago. 2021.</p><p>BUSS, P.M.; FILHO, A.P. A saúde e seus determinantes sociais. In: PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva,</p><p>Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007.</p><p>HALPERN, R.; FIGUEIRAS, A. C. M. Influências ambientais na saúde mental da criança. In:</p><p>Jornal de Pediatria - Vol. 80, nº 2(Supl.), 2004.</p><p>MIRANDA, M.C. et al. Neuropsicologia do desenvolvimento: transtornos do</p><p>neurodesenvolvimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2013.</p><p>PEREIRA JR. et al. Uma introdução à filosofia das ciências da vida e da saúde, 2012. Disponível</p><p>em: https://www.researchgate.net/figure/ Figura-6-Modelo-de-determinacao-social-</p><p>da-saude-proposto-por- Dahlgren-e-Whitehead-1991_fig1_256246669. Acesso em: 18</p><p>ago. 2021.</p><p>POLETTO, M.; KOLLER, S. H. Contextos ecológicos: promotores de resiliência, fatores de risco</p><p>e de proteção. In: Estudos de Psicologia, Campinas, 25(3), 405-416, julho – setembro, 2008.</p><p>REZENDE, E. Psicopatologia infantil: o que você precisa saber sobre Transtornos do</p><p>Comportamento e do Desenvolvimento, 2016. Disponível em: https://www.psicoedu.com.</p><p>br/2016/10/psicopatologia-e-transtornos-de-comportamento.html. Acesso em: 18 ago.</p><p>2021.</p>

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