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<p>BIOFÍSICA</p><p>AULA 5</p><p>Prof. Eduardo Moraes Araujo</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>A radioatividade é amplamente utilizada pela humanidade de várias</p><p>formas, na produção de energia a armamento bélico, o que marcou a história</p><p>pelo lançamento de duas bombas nucleares no Japão na Segunda Guerra</p><p>Mundial, em 1945.</p><p>Mais atualmente, também no Japão, houve o acidente em Fukushima, em</p><p>2011, onde ocorreu o derretimento de três de seis reatores nucleares da usina</p><p>nuclear dessa região. O desastre ocorreu após a usina ter sido acometida de um</p><p>tsunami provocado por um terremoto de alta magnitude – para ser mais preciso,</p><p>seria de 8,7 graus da escala Richter, que é uma escala logarítmica de base 10.</p><p>Para calcular a energia liberada por um terremoto, usamos a seguinte</p><p>fórmula:</p><p>𝑰𝑰 = �</p><p>𝟐𝟐</p><p>𝟑𝟑�</p><p>𝐥𝐥𝐥𝐥𝐥𝐥 (</p><p>𝑬𝑬</p><p>𝑬𝑬𝑬𝑬</p><p>)</p><p>Na qual I = intensidade do terremoto (que varia de 0 a 9); E = energia</p><p>liberada (kW/h); e E0 = 7.10-3 kW/h.</p><p>Não há como falar de radiação sem citar o desastre de Chernobyl,</p><p>ocorrido em 1986, em que um reator da usina explodiu, liberando uma nuvem</p><p>radioativa por boa parte da Europa. A cidade de Pripyat, Figura 1, é uma cidade-</p><p>fantasma até os dias de hoje, devido à alta radiação encontrada na região.</p><p>Figura 1 – Cidade de Pripyat</p><p>Créditos: DimaSid/Shutterstock.</p><p>3</p><p>No Brasil, ocorreu o problema do césio-137, com grandes proporções, no</p><p>ano de 1987. Na ocasião, ocorreu o vazamento e o espalhamento da substância</p><p>radioativa em Goiás, o maior ocorrido em nosso país com relação a radiação.</p><p>Nesse momento, você deve estar pensando que a radiação é maléfica,</p><p>pois foi utilizada para produção de armamento bélico de alta letalidade e</p><p>ocasionou diversos desastres com grandes proporções, mas esse pensamento</p><p>é generalista, pois a radiação tem o seu lado benéfico também, como no</p><p>tratamento do câncer, inicialmente estudado por Marie Curie, que descobriu o</p><p>elemento rádio, em 1898, entre outros elementos radioativos.</p><p>TEMA 1 – TERREMOTOS E ENERGIA LIBERADA</p><p>Os terremotos, simplificadamente explicados, são o resultado de choques</p><p>de placas tectônicas, que podem ocorrer de três formas, conforme pode ser</p><p>visualizado na Figura 2.</p><p>Figura 2 – Formas de interação entre placas tectônicas</p><p>Créditos: Designua/Shutterstock.</p><p>Os terremotos ocorrem por essa interação entre as placas tectônicas, e o</p><p>último exemplo da imagem mostra a ação responsável pela formação de cadeias</p><p>de montanhas, conforme pode ser visualizado na Figura 3.</p><p>4</p><p>Figura 3 – Formação de cadeias de montanhas pela interação de placas</p><p>tectônicas</p><p>Créditos: stihii/Shutterstock.</p><p>1.1 Energia liberada no terremoto de Fukushima</p><p>O terremoto que ocasionou o tsunami na região de Fukushima, no Japão,</p><p>teve magnitude de 8,7 na escala Richter.</p><p>Com esse dado, é possível calcular a energia liberada pela fórmula:</p><p>𝑰𝑰 = �</p><p>𝟐𝟐</p><p>𝟑𝟑�</p><p>𝐥𝐥𝐥𝐥𝐥𝐥 (</p><p>𝑬𝑬</p><p>𝑬𝑬𝑬𝑬</p><p>)</p><p>Então, utilizando a fórmula, teríamos:</p><p>𝟖𝟖,𝟕𝟕 = �</p><p>𝟐𝟐</p><p>𝟑𝟑�</p><p>𝐥𝐥𝐥𝐥𝐥𝐥 (</p><p>𝑬𝑬</p><p>𝟕𝟕.𝟏𝟏𝑬𝑬 − 𝟑𝟑</p><p>)</p><p>13,05 = log(E/7.10-3)</p><p>1013 = E/7.10-3</p><p>E = 7.10-3. 1013</p><p>E = 7.1010 kW/h</p><p>Só para nível de comparação, se fosse um terremoto de 6 graus da escala</p><p>Richter, teria liberado 7 x 106 kW/h de energia, ou seja, aproximadamente 3</p><p>graus de diferença, geraria 104 (10 mil) de diferença na energia liberada.</p><p>TEMA 2 – RADIOATIVIDADE</p><p>O termo radioatividade teve sua utilização a partir dos estudos de Marie e</p><p>Pierre Curie, por conta da descoberta do elemento rádio. A essa descoberta foi</p><p>5</p><p>designado o termo radioatividade, que seria simplesmente a atividade do</p><p>elemento rádio.</p><p>2.1 Definição de radioatividade</p><p>A radiação tem várias definições – físicas, químicas e até biológicas.</p><p>• Definição química: elemento instável que emite partículas ou ondas</p><p>eletromagnéticas de seu núcleo com o objetivo de adquirir estabilidade.</p><p>• Definição física: emissão de energia por átomos provocada pela</p><p>instabilidade desse elemento.</p><p>• Definição biológica: emissão de partículas e ondas eletromagnéticas que</p><p>podem causar mutação em diferentes genes, podendo ocasionar a</p><p>formação de câncer ou outros problemas no nosso organismo de uma</p><p>forma geral, principalmente quando essa emissão ocorre de forma</p><p>descontrolada.</p><p>A Figura 4 mostra a emissão de partículas ou ondas eletromagnéticas do</p><p>núcleo de um elemento radioativo.</p><p>Figura 4 – Emissão oriunda do núcleo de átomos</p><p>Créditos: OSweetNature/Shutterstock.</p><p>6</p><p>2.2 Explicação do motivo de um elemento ser radioativo</p><p>De uma forma geral, os átomos são constituídos basicamente de prótons,</p><p>elétrons e neutros, embora atualmente se saiba que possui ainda outros, mas</p><p>vamos considerar somente esses três.</p><p>No núcleo do átomo estão os prótons e neutros, que seriam praticamente</p><p>a massa de todo átomo (massa do átomo = número de prótons + número de</p><p>nêutrons).</p><p>Lembrando alguns conceitos químicos, os prótons têm carga positiva, os</p><p>elétrons têm carga negativa, e os nêutrons têm carga nula (neutra). É importante</p><p>lembrar que o número de prótons é equivalente ao número atômico do elemento.</p><p>Quanto maior for o número atômico, maior é a quantidade prótons no</p><p>núcleo, e, com isso, maior é a repulsão entre os prótons, pois teríamos uma</p><p>grande quantidade de cargas positivas em uma pequena região, que seria o</p><p>núcleo. A repulsão dessa grande quantidade de prótons gera instabilidade do</p><p>átomo, tornando-o radioativo.</p><p>Na Figura 5, que demonstra uma tabela periódica, é possível identificar</p><p>que os elementos radioativos são os que estão nos últimos períodos (linhas),</p><p>justamente devido a esses elementos possuírem maior quantidade de prótons.</p><p>Figura 5 – Tabela periódica</p><p>Créditos: Mister_X/Shutterstock.</p><p>7</p><p>2.3 Leis de decaimento</p><p>As leis de decaimento nada mais são do que as consequências das</p><p>emissões das partículas alfa e beta do núcleo instável de um elemento radioativo</p><p>com o objetivo de adquirir a estabilidade.</p><p>Existe a lei de decaimento para cada uma dessas partículas, que seriam</p><p>as leis de decaimento alfa e beta.</p><p>2.3.1 Decaimento alfa</p><p>Esta lei se refere à emissão da partícula alfa do núcleo do átomo. Deve-</p><p>se lembrar que a partícula alfa é semelhante ao elemento hélio, ou seja, tem a</p><p>mesma massa, e a sua carga seria equivalente ao número atômico desse gás</p><p>nobre. Sua representação ficaria assim: +2α4.</p><p>A representação dessa lei seria a seguinte:</p><p>zXA +2α4 + Z-2YA-4 (escrita geral da lei de decaimento alfa)</p><p>A = massa atômica do elemento</p><p>Z = número atômico do elemento</p><p>X = um elemento radioativo qualquer</p><p>Y = um elemento qualquer, produto do decaimento alfa</p><p>α = representação da partícula alfa</p><p>Vejamos um exemplo de sua utilização.</p><p>Imagine que um determinado elemento radioativo (X), com massa igual a</p><p>30 e número atômico igual a 10, emita 1 partícula alfa. Quais seriam a massa e</p><p>o número atômico desse novo elemento (Y)?</p><p>• Calculando a massa – use os valores superiores.</p><p>10X30 +2α4 + ZYA</p><p>30 = 4 + A</p><p>A = 26 unidades de massa atômica</p><p>• Calculando o número atômico – use os valores inferiores.</p><p>10 = + 2 + Z</p><p>Z = 8 unidades de número atômico</p><p>8</p><p>Essa lei mostra que, a cada uma partícula alfa emitida, a massa do novo</p><p>elemento será 4 unidades menor, e seu número atômico será 2 unidades menor.</p><p>2.3.2 Decaimento beta</p><p>Essa lei se refere à emissão da partícula beta do núcleo do átomo.</p><p>Lembre-se que a partícula beta é semelhante ao elétron, ou seja, tem a mesma</p><p>massa (aproximadamente zero), e a sua carga seria equivalente à carga relativa</p><p>do elétron, que seria -1, ficando a sua representação da seguinte forma: -1β0.</p><p>A representação dessa lei seria a seguinte:</p><p>zXA -1β0+ Z+1YA (escrita geral da lei de decaimento beta)</p><p>A = massa atômica do elemento</p><p>Z = número atômico do elemento</p><p>X = um elemento radioativo qualquer</p><p>Y = um elemento qualquer, produto do decaimento beta</p><p>β = representação</p><p>da partícula beta</p><p>Vejamos um exemplo de sua utilização.</p><p>Imagine que determinado elemento radioativo (X), com massa igual a 30</p><p>e número atômico igual a 10, emita 1 partícula beta. Quais seriam a massa e o</p><p>número atômico desse novo elemento (Y)?</p><p>• 1º – calculando a massa – use os valores superiores.</p><p>10X30 -1β0+ ZYA</p><p>30=0+A</p><p>A= 30 unidades de massa atômica</p><p>• 2º – calculando o número atômico – use os valores inferiores.</p><p>10=-1+Z</p><p>Z=9 unidades de número atômico</p><p>Essa lei mostra que, a cada uma partícula beta emitida, a massa do novo</p><p>elemento não será alterada, e seu número atômico será uma unidade maior.</p><p>TEMA 3 – RADIAÇÃO E O CORPO HUMANO</p><p>A radiação possui uma infinidade de utilizações, e uma delas é no</p><p>tratamento do câncer, com a quimioterapia ou a radioterapia.</p><p>9</p><p>O câncer, de forma simplificada, seria a proliferação de forma</p><p>descontrolada de células em determinada região do organismo, o que pode ser</p><p>visualizado na Figura 6.</p><p>Figura 6 – Célula de câncer no momento em que se divide</p><p>Créditos: Giovanni Cancemi/Shutterstock.</p><p>Tanto a radioterapia quanto a quimioterapia têm o objetivo de “matar”</p><p>essas células de câncer para que não se propaguem pelo organismo.</p><p>3.1 Radioterapia</p><p>Como o próprio nome já sugere, é a utilização de radiação ionizante, para</p><p>eliminar as células cancerosas.</p><p>Esse tratamento ocorre quando o diagnóstico é precoce, ou seja, ainda</p><p>não foi identificada metástase, que seria a migração por corrente sanguínea ou</p><p>linfática de produtos patogênicos; em outras palavras, trata-se do</p><p>“espalhamento” do câncer pelo corpo. A Figura 7 representa um equipamento de</p><p>radiação utilizada nesse tipo de tratamento.</p><p>10</p><p>Figura 7 – Representação de equipamento de radioterapia</p><p>Créditos: Ververidis Vasilis/Shutterstock.</p><p>3.2 Quimioterapia</p><p>Esse tratamento é baseado na utilização de medicamentos quando as</p><p>células cancerosas se espalharam pelo organismo, ou seja, criaram metástases.</p><p>O medicamento vai a todo o organismo, geralmente pelo sangue, com a</p><p>introdução diretamente nas veias, como se fosse a aplicação de soro, conforme</p><p>demonstra a Figura 8.</p><p>11</p><p>Figura 8 – Representação do tratamento quimioterápico</p><p>Créditos: Inspiring/Shutterstock.</p><p>As células de câncer podem ter a capacidade de modificação do código</p><p>genético do paciente, conforme Figura 9, ocasionando uma possibilidade até de</p><p>passagem para os seus filhos.</p><p>Figura 9 – Demonstração de célula de câncer e a relação com o DNA</p><p>Créditos: CI Photos/Shutterstock.</p><p>12</p><p>TEMA 4 – PERÍODO DE SEMIDESINTEGRAÇÃO OU MEIA-VIDA</p><p>O período de semidesintegração é também denominado de meia-vida.</p><p>Corresponde ao tempo necessário para que o elemento radioativo diminua em</p><p>50% (ou seja, a metade) de sua atividade radiativa ou o tempo necessário para</p><p>que a massa da amostra radioativa diminua pela metade.</p><p>Em outros termos, podemos afirmar que é um conceito cronológico, o qual</p><p>mostra o tempo em que metade de um determinado valor é eliminado. Esse</p><p>conceito não é só utilizado na radioatividade, mas também na indústria</p><p>farmacêutica, por exemplo.</p><p>Imagine que você está com dor de cabeça, então ingere às 10h um</p><p>determinado medicamento com 500 mg do efeito ativo. Se o tempo de meia-vida</p><p>desse medicamento for de 4 horas, então às 14h, em seu organismo, teria</p><p>apenas 250 mg do efeito ativo, às 18h teria 125 mg, e assim por diante.</p><p>O Quadro 1 demonstra os dados apresentados de forma mais clara,</p><p>considerando apenas a massa do fármaco, e não a absorção e a eliminação</p><p>deste pelo nosso organismo.</p><p>Quadro 1 – Demonstração do tempo de meia vida de determinado fármaco com</p><p>500 mg de agente ativo com 4 horas de período de semidesintegração</p><p>Tempo após a ingestão Massa do fármaco</p><p>Inicial (momento da ingestão) 500 mg</p><p>Após 4 horas da ingestão 250 mg</p><p>Após 8 horas da ingestão 125 mg</p><p>Após 12 horas da ingestão 62,5 mg</p><p>Com o dado do medicamento, é possível analisar que, a cada tempo de</p><p>meia-vida passado, a massa do medicamento cai pela metade, o que seria</p><p>justamente a definição mostrada anteriormente.</p><p>Em uma análise gráfica, ficaria sempre uma curva descendente. Caso</p><p>escolhêssemos um valor no eixo y, anotando o tempo, depois deveríamos pegar</p><p>a metade do valor escolhido no eixo y, sendo o segundo ponto, e em seguida</p><p>verificar o tempo (eixo x).</p><p>A subtração desses pontos no eixo x seria o tempo de meia-vida,</p><p>conforme mostra a Figura 10.</p><p>13</p><p>Figura 10 – Gráfico característico de tempo meia-vida</p><p>4.1 Meia-vida biológica</p><p>Como visto, os fármacos possuem uma meia-vida, mas é importante,</p><p>nesse caso, também pensar no conceito de meia-vida biológica, pois não adianta</p><p>em nada a indicação de um fármaco com meia-vida longa, mas que facilmente</p><p>seria excretado pelo organismo, ou seja, uma meia-vida biologia curta.</p><p>Com esse exemplo, podemos conceituar meia vida biológica como o</p><p>tempo necessário para que metade da quantidade inicial de uma substância</p><p>ingerida seja excretada do organismo.</p><p>Então, para fármacos, o ideal seria possuir um possuir um tempo de meia-</p><p>vida alto, ou seja, demorar para a concentração no organismo diminuir, em</p><p>valores absolutos, e ter um tempo de meia-vida biológico também alto.</p><p>É claro que poderíamos pensar também que poderia ser o ideal um</p><p>fármaco possuir baixa concentração, o que diminuiria os efeitos adversos, mas</p><p>com tempo de meia-vida alto e também meia-vida biológica alta, ou seja, ir</p><p>acumulando no organismo baixas doses para fazer efeito ao logo do tempo.</p><p>O Quadro 2 mostra alguns fármacos e metais pesados e suas respectivas</p><p>meias-vidas biológicas.</p><p>14</p><p>Quadro 2 – Fármacos e metais pesados e suas meias-vidas biológicas</p><p>Substância Meia-vida biológica</p><p>Fá</p><p>rm</p><p>ac</p><p>os</p><p>Amiodarona 25 dias</p><p>Digoxina 24 a 36h</p><p>Clorambucil 1,53h</p><p>Cisplatina 20 a 30 min</p><p>Fluoxetina 1 a 6 dias</p><p>M</p><p>et</p><p>ai</p><p>s</p><p>pe</p><p>sa</p><p>do</p><p>s Polônio 30 a 50 dias</p><p>Césio 1 a 4 meses</p><p>Chumbo (nos ossos) 10 anos</p><p>Plutônio</p><p>100 anos (ossos)</p><p>40 anos (fígado)</p><p>4.2 Meia-vida e matemática</p><p>Matematicamente, temos a meia-vida representada pela fórmula:</p><p>𝒎𝒎 = 𝒎𝒎𝑬𝑬/𝟐𝟐𝒙𝒙</p><p>Sendo que:</p><p>m = massa restante após certo período</p><p>x = número de meias-vidas transcorridas.</p><p>Utilizando o exemplo do Quadro 1, teríamos:</p><p>m0 = 500 mg</p><p>x = tempos de meia-vida (a quantidade de vezes que foi dividida por 2 a</p><p>massa inicial) = 3</p><p>Aplicando na fórmula:</p><p>𝒎𝒎 = 𝟓𝟓𝑬𝑬𝑬𝑬/𝟐𝟐𝟑𝟑</p><p>𝒎𝒎 = 𝟓𝟓𝑬𝑬𝑬𝑬/𝟖𝟖</p><p>𝒎𝒎 = 𝟔𝟔𝟐𝟐,𝟖𝟖 𝒎𝒎𝒎𝒎</p><p>Então, é fácil perceber que os dois métodos dão o mesmo resultado, ou</p><p>seja, o de ir dividindo por 2 a massa inicial quantas vezes indicar a quantidade</p><p>de tempos de meia-vida passados ou pela utilização da fórmula.</p><p>Em Chernobyl, foram liberados em uma nuvem radioativa os elementos</p><p>césio-137 e iodo-131.</p><p>15</p><p>Sabendo que o Cs-137 (césio-137) tem o tempo de meia-vida de</p><p>aproximadamente 30 anos, e o acidente ocorreu no ano de 1986, no ano de</p><p>2016, ou seja, 30 anos após o ocorrido, ainda na região estaria 50% da radiação</p><p>emitida no momento do trágico acidente.</p><p>Devido a esse fato, a cidade de Prypiat ainda é uma cidade-fantasma, ou</p><p>seja, não há a possibilidade de viver na região.</p><p>Se em 30 anos a radiação do cesio-137 cai pela metade, ou seja, fica em</p><p>50%, se fosse em 60 anos, teríamos 25%, em 90 anos, ficaria em 12,5, e assim</p><p>sucessivamente. E em 40 anos, quanto de radiação teria?</p><p>Quando temos valores diferentes de 50%, podemos atribuir a matemática</p><p>para nos ajudar em relação à porcentagem de radiação, utilizando a seguinte</p><p>fórmula: 𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓𝒙𝒙.</p><p>O x pode ser calculado como: 𝒙𝒙 = (𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂 𝒑𝒑𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒑𝒑𝒂𝒂𝒂𝒂/</p><p>𝒕𝒕𝒕𝒕𝒎𝒎𝒑𝒑𝒂𝒂 𝒑𝒑𝒕𝒕 𝒎𝒎𝒕𝒕𝒎𝒎𝒂𝒂 𝒗𝒗𝒎𝒎𝒑𝒑𝒂𝒂), em que x seria o tempo passado após a emissão da</p><p>radiação e y seria a porcentagem de radiação.</p><p>Vejamos o exemplo:</p><p>Sabendo que o tempo de meia-vida do cesio-137 é de 30 anos, após 40</p><p>anos do</p><p>acidente em Chernobyl, quanto de radiação ainda será encontrada na</p><p>região?</p><p>Resolução:</p><p>Tempo de meia vida = 30 anos</p><p>Anos passados = 40 anos</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟒𝟒𝑬𝑬/𝟑𝟑𝑬𝑬)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟏𝟏,𝟑𝟑𝟑𝟑)</p><p>𝒚𝒚 ≈ 𝑬𝑬,𝟑𝟑𝟑𝟑</p><p>Então, em 40 anos, teria na região aproximadamente 39% de radiação.</p><p>Veja as contas para 30, 60 e 90 anos passados após o desastre, que já</p><p>sabemos que devem dar os resultados de 50%, 25% e 12,5%.</p><p>Para 30 anos:</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟑𝟑𝑬𝑬/𝟑𝟑𝑬𝑬)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟏𝟏)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓 (𝒂𝒂𝒐𝒐 𝟓𝟓𝑬𝑬%)</p><p>16</p><p>Para 60 anos:</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟔𝟔𝑬𝑬/𝟑𝟑𝑬𝑬)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟐𝟐)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟐𝟐𝟓𝟓 (𝒂𝒂𝒐𝒐 𝟐𝟐𝟓𝟓%)</p><p>Para 90 anos:</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟑𝟑𝑬𝑬/𝟑𝟑𝑬𝑬)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟓𝟓(𝟑𝟑)</p><p>𝒚𝒚 = 𝑬𝑬,𝟏𝟏𝟐𝟐𝟓𝟓 (𝒂𝒂𝒐𝒐 𝟏𝟏𝟐𝟐,𝟓𝟓%)</p><p>TEMA 5 – EFEITOS DAS EMISSÕES RADIOATIVAS</p><p>Um conceito bem importante para entender os efeitos da radiação no</p><p>nosso organismo seria o poder de penetração.</p><p>Esse conceito define a possibilidade de penetração em nosso organismo</p><p>de uma determinada partícula ou onda eletromagnética radioativa, que seriam a</p><p>alfa, a beta e a gama (Figura 11).</p><p>Figura 11 – Poder de penetração de algumas emissões radiativas</p><p>Quanto mais penetrante, maior a probabilidade de causar danos ao nosso</p><p>organismo.</p><p>A partícula alfa não chega a penetrar em nosso organismo, pois a nossa</p><p>pele já seria o suficiente para parar essa emissão, mas causaria queimaduras.</p><p>A forma de se contaminar com essa emissão seria se ingeríssemos algo que</p><p>17</p><p>possua essa partícula sendo emitida ou fossemos diretamente contaminados, ou</p><p>seja, se manipulássemos algo.</p><p>Já a partícula beta penetraria em nosso organismo, ou seja, teria um efeito</p><p>maior, enquanto a onda eletromagnética gama atravessaria nosso organismo e</p><p>seria a mais catastróficas, com a maior probabilidade de causar, por exemplo, o</p><p>câncer.</p><p>5.1 Radiações ionizantes e não ionizantes</p><p>As radiações ionizantes são as dotadas de carga, ou seja, as partículas</p><p>alfa, com carga positiva, e as beta, com carga negativa.</p><p>São ionizantes pois, caso possuam energia suficiente, podem retirar</p><p>elétrons de nosso organismo, formando íons, o que poderia gerar problemas em</p><p>nosso organismo.</p><p>As radiações não ionizantes são desprovidas de cargas, por exemplo, a</p><p>onda eletromagnética gama, sem energia suficiente para retirar elétrons, mas</p><p>podendo quebrar moléculas e romper ligações químicas presentes em nosso</p><p>organismo, como as interações intermoleculares que formam as cadeias de</p><p>DNA.</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Agora é sua vez. Resolva os exercícios a seguir:</p><p>1. Considerando que o tempo de meia-vida de um elemento radioativo é</p><p>igual a 10 anos, calcule a quantidade de radiação que ainda restará após</p><p>25 anos da emissão.</p><p>2. Um objeto foi encontrado com 25% de carbono-14 em sua estrutura.</p><p>Sabendo que o tempo de meia vida do C-14 é de aproximadamente 5.700</p><p>anos, calcule a idade de objeto.</p><p>3. Considerando um terremoto de 6 graus na escala Richter, calcule a</p><p>energia liberada nesse terremoto.</p><p>4. Sabendo que um elemento de representação (30X45) emita 3 partículas</p><p>alfa e 2 betas, calcule a massa (A) e o número atômico (Z) no novo</p><p>elemento gerado após essas emissões.</p><p>18</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nesta aula, foram vistos vários assuntos pertinentes ao nosso cotidiano,</p><p>como o tema radioatividade, que foi um nome definido pela célebre cientista</p><p>Marie Curie em pesquisas que descobriram um novo elemento, denominado</p><p>rádio, daí a explicação do termo.</p><p>A radiação não deve ser vista como ruim ou algo a ser evitado, pois</p><p>dependemos de sua utilização. O Sol emite radiação, o tratamento de câncer</p><p>utiliza a radiação, e ela ainda pode ser usada na área de história com a utilização</p><p>do carbono-14 para datação de fósseis. Essas utilizações não são ruins.</p><p>19</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>MINISTÉRIO DA SAÚDE; INCA – Instituto Nacional do Câncer. Cartilha –</p><p>radioterapia. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/tratamento/radioterapia>.</p><p>acesso em 23 de março de 2020.</p><p>DURAN, J. E. R. Biofísica: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Pearson</p><p>Prentice Hall, 2011.</p><p>_____. Biofísica: Conceitos e aplicações, São Paulo: Pearson Prentice Hall,</p><p>2003.</p><p>OLIVEIRA, J. R. et al. Biofísica para ciências biomédicas. 4. ed. Porto Alegre:</p><p>EdipucRS, 2016.</p><p>SGUAZZARDI, M. M. M. U. Biofísica. São Paulo: Pearson Education do Brasil,</p><p>2016.</p>

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