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<p>Características das Mídias de Massa</p><p>Unidade II</p><p>Prof. Carlos Roberto Velota</p><p>Introdução</p><p>Nesta unidade vamos ver como se deu o desenvolvimento de vários</p><p>meios de comunicação, a revolução ocorrida nas formas de se comunicar e a</p><p>comunicação de massa.</p><p>A comunicação em seus diferentes meios e formatos vai exercer uma</p><p>influência cada vez maior na humanidade.</p><p>Também estudaremos a interação de vários meios diferentes e algumas</p><p>convergências e suas possibilidades de uso.</p><p>Caminhos para a chegada dos meios de comunicação eletrônicos</p><p>Durante o século XVIII, vários cientistas e estudiosos pesquisavam a</p><p>eletricidade, incluindo as tentativas de transmissão de informações a distância</p><p>por pulsos elétricos; A partir da sua descoberta e de seu controle podemos</p><p>dizer que iniciou-se o embrião para o desenvolvimento dos meios de</p><p>comunicação de massa eletrônicos que conhecemos hoje. Algumas artes como</p><p>o teatro, a pintura e a fotografia serviram como base para o desenvolvimento</p><p>de linguagens e formatos de meios como o cinema, o rádio e a televisão.</p><p>No início do século XIX, mais precisamente em 1826, o francês Joseph</p><p>Niépce, apresenta a primeira fotografia registrada. Assim como em outras</p><p>descobertas, não podemos dizer que ele foi o descobridor da fotografia.</p><p>Sabemos que outros já vinham somando suas descobertas para a chegada da</p><p>fotografia. Ciências como a química, a física e seus estudiosos foram</p><p>fundamentais para o desenvolvimento dessa arte, afinal ela é o resultado de</p><p>um processo físico-químico.</p><p>A fotografia ganha espaço e passa a ser uma maneira mais fiel de</p><p>retratar pessoas e registrar acontecimentos. Sua chegada não destruiu a</p><p>pintura ou a escultura, que eram as formas de registrar pessoas e situações.</p><p>O processo para chegar até a fotografia colorida foi lento e somente se</p><p>tornou confiável no início do século XX. Vários são os desenvolvedores da</p><p>fotografia, valendo lembrar alguns deles: Joseph Nicéphore Niépce, Louis</p><p>Jacques Mandé Daguerre, William Fox Talbot, Hércules Florence, Boris Kossoy</p><p>e George Eastman.</p><p>No decorrer da história da humanidade foram desenvolvidos vários</p><p>sistemas de transmissão de informações a distância1:</p><p>• Na África, temos o sistema de tambores construídos com pele de</p><p>animais e troncos de árvores ocos, que seguiam um determinado código de</p><p>sons.</p><p>• Sistemas luminosos como faróis/lanternas; no século XIX, passou-se</p><p>a empregar o código Morse.</p><p>• O telégrafo elétrico de Samuel Morse, apresentado em 1835, usava</p><p>a pilha de Volta como fonte de energia.</p><p>1 Informações obtidas em edições diversas da Revista de História da Biblioteca Nacional</p><p>(<http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=anteriores>).</p><p>• O telefone – de Alexander Graham Bell, que manteve com seu</p><p>assistente a primeira conversa telefônica – era 10 de março de 1876.</p><p>• A lâmpada inventada por Thomas Alva Edison, em 1879, serviu para</p><p>o desenvolvimento da válvula, que mais tarde foi um dos principais</p><p>componentes eletrônicos encontrados nos equipamentos de cinema, rádio e</p><p>televisão.</p><p>• Além destes, podem ser citadas as experiências de Guglielmo</p><p>Marconi e do padre Roberto Landell de Moura nos anos finais do século XIX.</p><p>Todas essas descobertas e inventos formaram a base dos atuais meios</p><p>de comunicação.</p><p>Cinema</p><p>Os irmãos Auguste e Louis Lumière, filhos de um fotógrafo e proprietário</p><p>de uma fábrica de filmes e papéis fotográficos, eram desconhecidos no campo</p><p>das pesquisas fotográficas até 1890. Realizam uma série de estudos sobre os</p><p>processos fotográficos, na fábrica do pai, até chegarem ao cinematógrafo,</p><p>apresentando, em 1895, os primeiros filmes de que se tem notícia.</p><p>Os primeiros filmes dos irmãos Lumière eram curtos registros do</p><p>cotidiano. Alguns comentam que eram nada mais do que fotos em movimento.</p><p>Antes dos Lumiére, vários experimentos já reproduziam imagens em</p><p>movimento. Vale ressaltar algumas delas2:</p><p>Lanterna mágica: criada pelo alemão Athanasius Kirchner, na metade</p><p>do século XVII, é composta por uma caixa cilíndrica iluminada à vela,</p><p>que projetava imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.</p><p>Fenacistoscópio: o físico belga Joseph-Antoine Plateau é o primeiro a</p><p>medir o tempo da persistência retiniana. Para que uma série de imagens</p><p>fixas deem a ilusão de movimento, é necessário que sejam projetadas</p><p>numa frequência mínima de dez imagens por segundo. Conhecendo o</p><p>princípio da persistência retiniana, Plateau, em 1832, inventa um</p><p>aparelho composto por um disco com várias figuras desenhadas em</p><p>posições diferentes. Ao girar o disco, elas nos dão a sensação de</p><p>movimento.</p><p>Praxinoscópio: apresentado em 1877 pelo francês Émile Reynaud, este</p><p>aparelho projeta em uma tela imagens desenhadas sobre fitas plásticas</p><p>transparentes O praxinoscópio é um sistema complexo de espelhos que</p><p>permite efeitos de relevo. A multiplicação das figuras desenhadas e a</p><p>adaptação de uma lanterna de projeção possibilitavam a realização de</p><p>truques que dão a ilusão de movimento.</p><p>Fuzil fotográfico: em 1878 o fisiologista francês Étienne-Jules Marey</p><p>desenvolve um tambor forrado por dentro com uma chapa fotográfica</p><p>circular. Seus estudos se baseiam na experiência desenvolvida, em</p><p>1872, pelo inglês Edward Muybridge, que decompõe o movimento do</p><p>2 Informações obtidas em apostila para o curso de Oficina de Vídeo (SENAC, 2005).</p><p>galope de um cavalo. Muybridge instala 24 máquinas fotográficas em</p><p>intervalos regulares ao longo de uma pista de corrida e liga a cada</p><p>máquina fios que a atravessam. Com a passagem do cavalo, os fios são</p><p>rompidos, desencadeando o disparo sucessivo dos obturadores, que</p><p>produzem 24 poses consecutivas.</p><p>Cronofotografia: pesquisas posteriores sobre o andar do homem ou o</p><p>voo dos pássaros levam Étienne-Jules Marey, em 1887, ao</p><p>desenvolvimento da cronofotografia, a fixação fotográfica de várias fases</p><p>de um corpo em movimento, que é a própria base do cinema.</p><p>Cinetoscópio: o norte-americano Thomas Alva Edison inventa o filme</p><p>perfurado. Em 1890, roda uma série de pequenos filmes em seu estúdio.</p><p>Esses filmes não eram projetados em uma tela, tal como hoje, e sim no</p><p>interior do cinetoscópio, uma máquina que permitia apenas um</p><p>espectador por vez, inventada em 1891 também por Thomas Edison.</p><p>Bastava colocar uma moeda, girar a manivela para dar corda e pronto,</p><p>você tinha a sua sessão particular de cinema.</p><p>Todos esses inventos antecederam ao cinematógrafo dos Lumière. No</p><p>início de suas realizações, os Lumière apenas registravam o que acontecia nas</p><p>redondezas de suas instalações, como a saída dos funcionários de sua fábrica,</p><p>a chegada do trem à estação, dentre uma série de curtíssimos filmes. É neste</p><p>momento que eles financiam vários fotógrafos com seus cinematógrafos a</p><p>buscarem imagens pelo mundo, aumentando a quantidade de opções para o</p><p>público e levando ao conhecimento de outras culturas esta novidade.</p><p>Não demora e em várias localidades já estão sendo produzidos e</p><p>exibidos muitos filmes. Surgem outras possibilidades, como a de filmar uma</p><p>peça de teatro, dando origem às narrativas cinematográficas. O cinema traz do</p><p>teatro todos os seus gêneros e acrescenta a novela, o policial, o terror e outros,</p><p>trazidos da literatura.</p><p>No início do século XX, Georges Melies, francês, que assitiu às</p><p>primeiras exibições dos Lumière no Grand Café em Paris, inova nas produções</p><p>de cinema, usando recursos de maquiagem, figurino, cenários e efeitos</p><p>especiais em suas ficções, com no filme Viagem à Lua. Também constrói seus</p><p>filmes com uma duração maior.</p><p>David Griffith, norte-americano, revoluciona novamente o cinema</p><p>desenvolvendo a linguagem cinematográfica, empregando enquadramentos</p><p>para aumentar o suspense e a dramaticidade de cenas, com o close,</p><p>movimentos de câmera e realiza o primeiro longa metragem americano,</p><p>Nascimento de uma Nação, rodado em 1915.</p><p>O cinema não</p><p>parou de inovar, criou meios de ser realizado</p><p>diferentemente em vários países, formando algumas escolas que são</p><p>revolucionárias até hoje, como: a francesa, a russa, a alemã, a italiana, a</p><p>americana.</p><p>Até a segunda metade da década de 1920, o cinema ainda era mudo, os</p><p>analfabetos não viam os filmes com tanta felicidade pois não conseguiam ler as</p><p>cartelas de texto que ajudavam a contar a história nos filmes.</p><p>Tudo isso chega ao fim com a exibição de filmes que apresentam o som</p><p>sincronizado com a imagem, permitindo ouvir a voz dos atores juntamente com</p><p>o movimento de seus lábios. Este salto deu uma grande dose de energia ao</p><p>cinema, revitalizando-o e deixando a “ameaça”, dita por alguns, com a</p><p>disseminação do rádio pelo mundo.</p><p>Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, o cinema torna-se um</p><p>instrumento de propagação de ideias, comportamentos, e exibe em seus</p><p>cinejornais todas as imagens da guerra. Também foi usado para registrar as</p><p>mais diversas ações da guerra para o estudo e desenvolvimento de tecnologias</p><p>militares. Alguns filmes estão até hoje proibidos de chegarem ao conhecimento</p><p>do público.</p><p>Com o final da Segunda Guerra, uma nova ameaça é sugerida ao</p><p>cinema: começam a ser instaladas e inauguradas as emissoras de televisão</p><p>em vários países. Novamente o cinema dá um salto tecnológico, apresentando</p><p>suas produções coloridas, causando um grande impacto nos espectadores,</p><p>uma vez que os receptores de televisão eram ainda caros e não havia uma boa</p><p>quantidade de programas sendo oferecida pelas emissoras.</p><p>Contradizendo a muitos, o cinema vem, cada vez mais, oferecer uma</p><p>série de inovações tecnológicas, desenvolvendo formatos diferenciados e</p><p>criando uma maior proximidade com outros meios de comunicação para a sua</p><p>transmissão.</p><p>Rádio</p><p>A história do rádio está diretamente ligada à da eletricidade,</p><p>relacionando-se principalmente ao telégrafo. Pesquisadores como Maxwell,</p><p>Ohms, Ampere, Faraday e Hertz, que estudavam o eletromagnetismo,</p><p>contribuíram para o seu desenvolvimento. A condução e transformação de</p><p>energia elétrica em ondas eletromagnéticas, sua captação, comportamento de</p><p>transmissão e distância coberta, deram início ao processo de desenvolvimento</p><p>do rádio e da radiodifusão.</p><p>O princípio do rádio está ligado à necessidade de aumentar a distância</p><p>do funcionamento do telégrafo, anteriormente operado a partir da transmissão</p><p>e da recepção por meio de fios. Esse sistema demandava uma</p><p>conservação/manutenção extensiva, ligava pontos geograficamente próximos,</p><p>tornando-se muitas vezes extremamente complexo e custoso (imagine um</p><p>sistema cabeado pela floresta amazônica, ou no deserto).</p><p>Em 1895, o italiano Guglielmo Marconi, apresenta um sistema de</p><p>telégrafo sem fios, transmitindo, a algumas centenas de metros, informações</p><p>por código morse, e construindo no ano seguinte os primeiros equipamentos</p><p>para a sua operação a longas distâncias.</p><p>Existe uma grande discussão entre pesquisadores e estudiosos sobre o</p><p>real inventor do sistema de rádio. Vamos aos fatos que são apresentados por</p><p>alguns:</p><p>Contradizendo o que todos sabemos, a primeira experiência com a</p><p>transmissão e recepção de voz por radiodifusão foi realizada pelo brasileiro</p><p>padre Roberto Landell de Moura, pouco antes de Marconi.</p><p>Confesso a você que as datas e dados publicados são conflitantes e a</p><p>certeza continua sendo uma só, muitos foram os pesquisadores responsáveis</p><p>para o desenvolvimento do rádio e podemos destacar o papel desses dois</p><p>pioneiros, Landell de Moura e Marconi.</p><p>Roberto Landell de Moura, gaúcho, nascido em Porto Alegre, em 21 de</p><p>janeiro de 1861, ordenou-se padre em Roma, onde descobriu na universidade</p><p>gregoriana de Roma a paixão pelas ciências químicas e físicas.</p><p>Retornou ao Brasil em 1886, sendo nomeado pároco em uma diocese</p><p>no Rio de Janeiro. Em 1898, retornando de uma viagem a Santos, aparece</p><p>com uma grande quantidade de aparatos. No período compreendido entre</p><p>1898 e 1900, realiza com sucesso a primeira transmissão de voz sem o auxílio</p><p>de fios, em São Paulo. Em 9 de março de 1901, consegue a patente número</p><p>3.279, do governo brasileiro sobre “um aparelho destinado à transmissão</p><p>fonética a distância, com e sem fios, através do espaço, da terra e do elemento</p><p>aquoso”, como está descrito no pedido da patente. Em 1904, patenteia nos</p><p>Estados Unidos o transmissor de ondas, o telefone sem fio e o telégrafo sem</p><p>fio.</p><p>Seis meses depois, em 28 de setembro, o canadense Reginald,</p><p>Fessenden, registrou a sua patente para “aperfeiçoamento nos aparelhos de</p><p>transmissão sem fio de ondas eletromagnéticas, ditos aperfeiçoamentos</p><p>especialmente a transmissões e reproduções de palavras e sons audíveis”, nos</p><p>Estados Unidos. Marconi só alardeará seu invento anos mais tarde.</p><p>No início do século XX, começam a ser experimentados em vários locais</p><p>do mundo, usos diferentes para o novo invento como, por exemplo: emprego</p><p>na comunicação marítima, substituindo o telégrafo, irradiar notícias em uma</p><p>determinada localidade, substituir o telefone com fio, dentre outras.</p><p>O período de 1914 a 1918 (duração da Primeira Guerra Mundial), serviu</p><p>para que fossem feitos experimentos e ajustes na nova forma de se falar a</p><p>distância, agora sem fios. Durante a guerra, o rádio foi usado em pequena</p><p>escala para a comunicação entre o front e a retaguarda dos exércitos.</p><p>Na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá começam a surgir</p><p>empresas fabricantes de equipamentos de transmissão e de recepção. Em</p><p>1920, a Westinghouse apresenta o microfone e inicia as transmissões da</p><p>primeira emissora de rádio de que temos notícia, a KDKA. Foi instalada uma</p><p>antena e seu transmissor no pátio da empresa. Havia muitos equipamentos</p><p>receptores encalhados no depósito da Westinghouse que, transmitindo para os</p><p>arredores da fábrica, conseguiu rapidamente vender os aparelhos.</p><p>Começam a migrar por todos os cantos emissoras e em um processo</p><p>muito mais rápido do que a velocidade dos meios de comunicação impressos,</p><p>o rádio se espalha pelo mundo.</p><p>No Brasil, o rádio chega em 1922 e em 7 de setembro faz sua primeira</p><p>transmissão na Praia Vermelha. O entusiasta pelo novo sistema de</p><p>comunicação foi o médico Edgard Roquette-Pinto. Tudo aconteceu durante a</p><p>inauguração da Exposição do Centenário da Independência, dentre várias</p><p>atrações, sendo a primeira transmissão de telefonia sem fio feita oficialmente.</p><p>A cobertura dada pelos jornais foi quase inexpressiva, as revistas</p><p>simplesmente não tomaram sequer conhecimento do novo sistema de</p><p>comunicação. Os presentes à primeira apresentação relataram mais tarde que</p><p>a qualidade do som era péssima e foi ofuscada pelos inúmeros outros eventos</p><p>da feira, não causando o impacto esperado. Mesmo assim, em 1923, Roquette-</p><p>Pinto instala a primeira emissora brasileira, a Sociedade Rádio do Rio de</p><p>Janeiro (hoje Rádio MEC do Rio de Janerio). Inaugurada em 23 de abril, só</p><p>começou suas transmissões regulares em maio daquele ano.</p><p>O rádio na Europa passou por um processo de estatização. O medo e a</p><p>possibilidade de uma nova guerra deram a tônica de propagar ideais e</p><p>comportamentos em prol da nação. Isso ficou mais claro quando do uso dos</p><p>meios de comunicação na Alemanha pelo ministro da propaganda de Hitler,</p><p>Joseph Goebbels.</p><p>Dois outros fatos são importantes para o rádio no mundo: a possibilidade</p><p>de desenvolvimento do novo meio de comunicação a partir da comercialização</p><p>de espaços publicitários (isso auxiliou no desenvolvimento de formatos e da</p><p>programação em rádio) e o interesse pela integração de localidades distantes,</p><p>com um meio de comunicação muito mais veloz e eclético.</p><p>Os formatos de programas foram os mais diferentes possíveis, desde os</p><p>noticiários, programas de auditório, calouros, humorísticos, musicais, rádio</p><p>teatro e as novelas de rádio. Vale destacar que o primeiro anúncio publicitário</p><p>foi ao ar em 1926, sendo um spot dos relógios Bulova.</p><p>Marco histórico</p><p>Em 20 de outubro de 1938, o cineasta Orson Welles conseguiu</p><p>convencer os proprietários da Columbia</p><p>Broadcasting System a transmitir a</p><p>obra Guerra dos Mundos, do escritor inglês H. G. Wells. O programa foi</p><p>gravado de forma diferente, não havia espaços para as tradicionais</p><p>interrupções e as locuções foram adaptadas de forma a torná-lo uma simulação</p><p>de transmissões ao vivo. Tratava da transmissão da invasão da Terra pelos</p><p>marcianos e muitos ouvintes se desesperaram, comunicando às autoridades de</p><p>várias localidades a combater seres de outros planetas que nem sequer</p><p>existiam. A confusão e a repercussão foram enormes nos dias seguintes,</p><p>causando uma febre por conhecer o programa, que é repetido até hoje (existe</p><p>uma versão em português do referido programa).</p><p>O rádio torna-se o narrador da Segunda Guerra Mundial em todo o</p><p>mundo. Na década de 1950, o uso do rádio transcende as Ondas Médias e</p><p>surgem as emissoras de Frequência Modulada (FM). Em todo o mundo o rádio</p><p>se populariza, atingindo os lugares mais remotos do planeta e democratizando</p><p>definitivamente a comunicação de massa. Bastava possuir um aparelho</p><p>receptor informações e ter entretenimento, até mesmo para os analfabetos, e</p><p>de graça.</p><p>Outras grandes características do rádio até hoje são:</p><p>• Portabilidade: a partir do transistor e da miniaturização dos receptores,</p><p>ouvir rádio poderia acontecer em qualquer lugar. Lembre-se das</p><p>possibilidades e lugares onde você pode ouvi-lo.</p><p>• Imaginação: o som estimula nossa imaginação, criamos fantasias sobre</p><p>a aparência do dono de uma determinada voz, ao ouvirmos um ritmo,</p><p>imaginamos em que tipo de situação está acontecendo aquela música,</p><p>existe uma gama de possibilidades a partir dos estímulos sonoros.</p><p>O rádio no Brasil</p><p>Os ideais de Edgard Roquette-Pinto para o uso do rádio eram marcados</p><p>pelo princípio de encurtar as distâncias do país, levando educação e cultura de</p><p>forma democrática para todas as populações, melhorando assim as condições</p><p>dos brasileiros. A programação inicial da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro</p><p>era composta por apresentações de óperas, poesia, concursos de ciências e</p><p>literatura. Tudo isso já é considerado o início da educação pela radiodifusão no</p><p>Brasil. Seus ideais não foram perdidos mesmo após a sua morte, em 1954.</p><p>Vale lembrar do projeto Minerva, iniciado em setembro de 1970, auge da</p><p>ditadura militar no brasil, que visava a alfabetizar pelas ondas do rádio.</p><p>Durante a era Vargas, o rádio brasileiro passou a ser obrigado a</p><p>transmitir programas oficiais, por meio do Departamento de Imprensa e</p><p>Propaganda (DIP), que iniciou em 1935 as transmissões da Hora do Brasil,</p><p>hoje intitulado A Voz do Brasil, levado ao ar por todas as emissoras de rádio no</p><p>país, em diversos horários.</p><p>A legislação específica existente no Brasil define duas vertentes para as</p><p>emissoras de rádio: a emissora comercial e a emissora educativa. A outorga da</p><p>concessão para a exploração de uma frequência de transmissão dos sinais de</p><p>rádio é votada pelo Congresso Nacional e outorgada pelo Ministério das</p><p>Comunicações. Por isso um grande número de emissoras em poder de</p><p>políticos? Pergunta que não deixo de fazer diariamente.</p><p>Os sistemas de transmissão homologados no Brasil são quatro:</p><p>Frequência Modulada (FM): opera os sinais de rádio nas frequências</p><p>compreendidas entre 88 e 108 MHz;</p><p>Amplitude Modulada (AM) ou Ondas Médias (OM): opera na faixa de</p><p>frequências compreendidas entre 550 e 1600 KHz;</p><p>Ondas Curtas (OC): opera os sinais de rádio nas frequências</p><p>compreendidas de 6 a 26 MHz;</p><p>Ondas Tropicais (OT): operando entre as freqüências de AM na faixa de</p><p>2,3 até 5,06 Khz.</p><p>O rádio brasileiro surge sem a possibilidade de venda de espaços</p><p>comerciais para a publicidade. Este fato transforma as emissoras de rádio em</p><p>verdadeiros clubes, onde os associados pagavam regularmente taxas,</p><p>contribuindo para o pagamento de artistas e técnicos, bem como a renovação e</p><p>melhorias do parque tecnológico das emissoras. Outra forma de arrecadação</p><p>das primeiras emissoras era a venda de ingressos para que se pudesse assistir</p><p>aos programas de rádio em teatros ou nos amplos estúdios das emissoras. Por</p><p>estes fatos, ainda hoje é bastante comum que você ouça no prefixo de várias</p><p>rádios a denominação de “Rádio Clube”.</p><p>Na década de 1930, contando com a devida autorização do governo de</p><p>Getúlio Vargas e com a chegada de um grande número de agências de</p><p>propaganda e de seus anunciantes, as emissoras de rádio finalmente puderam</p><p>obter faturamento através dos anúncios publicitários.</p><p>Uma nova fase tem início no rádio brasileiro: a troca de experiências</p><p>com os profissionais de rádio das agências de publicidade, novas propostas de</p><p>programas e um maior número de opções criam um número muito maior de</p><p>programações. O famoso Repórter Esso foi criado pela Standard Propaganda</p><p>para o seu cliente Esso (o programa de notícias ficou no ar de 1941 até 1968,</p><p>tendo migrado também para a televisão).</p><p>Após a Segunda Guerra, o rádio brasileiro começa a viver seus</p><p>melhores dias. Esse período é tido como a Era de Ouro do Rádio no Brasil.</p><p>Seu apogeu se deu na década de 1950. Programas de calouros, noticiários</p><p>diários, as recém-lançadas radionovelas (trazidas do modelo de rádio</p><p>argentino), as primeiras transmissões esportivas, dentre inúmeras, marcaram</p><p>essa década de 50.</p><p>A televisão é inaugurada em 1950. Muitos decretaram o fim do rádio e</p><p>do cinema, mas continuamos assistindo aos filmes nas salas de exibição e</p><p>sempre ouvimos rádio quando necessitamos de informações imediatas sobre</p><p>algum acontecimento.</p><p>No Brasil, o rádio em outra frequência que não o AM só ganhou espaço</p><p>a partir da segunda metade dos anos 1970, Já se podia transmitir em FM, só</p><p>não havia receptores à venda para o público. Por isso, o incentivo à indústria</p><p>foi de suma importância para o desenvolvimento das emissoras de FM, que</p><p>cada vez mais ocupam o espaço do rádio.</p><p>Na década de 1990 houve uma migração dos ouvintes de rádio das grandes</p><p>cidades brasileiras para o FM, permitindo o aumento do número de emissoras.</p><p>Além disso, a programação foi segmentada nas emissoras, saindo da</p><p>tradicional divisão apenas pelo critério de idade para outras como, por</p><p>exemplo, orientação religiosa, gênero musical, informação, dentre outros.</p><p>Finalmente, com o surgimento e o desenvolvimento da internet, o rádio também</p><p>pode ser transmitido, ouvido e até mesmo assistido pela www.</p><p>Radiodifusão</p><p>Segundo Rabaça (2002), radiodifusão é:</p><p>1. Serviço de radiocomunicação cujas transmissões se destinam</p><p>diretamente ao público em geral, podendo compreender rádio,</p><p>televisão, telefac-símile, telex ou outros tipos de transmissão. 2.</p><p>Difusão sistemática de informações, mediante sinais</p><p>eletromagnéticos, para recepção simultânea pelo público</p><p>(individualmente ou em grupos) numa determinada área geográfica,</p><p>com aparelhos receptores especiais.</p><p>Segundo Pizzotti (2003), é um sistema que envia informação a vários</p><p>receptores simultaneamente, como as emissoras de rádio e televisão.</p><p>O princípio é um só, a transmissão de programação de som ou de som e</p><p>de imagem é feita por um sistema que transmite e recebe ondas</p><p>eletromagnéticas e que usa a eletricidade para sustentar o funcionamento de</p><p>toda a operação. Os sistemas de transmissão terrestres estão limitados à</p><p>potência dos transmissores, o que garante a sua cobertura geográfica. No</p><p>Brasil, isso é regulamentado pela Agência Nacional de telecomunicações</p><p>(Anatel).</p><p>Televisão</p><p>Mais uma vez deve-se o surgimento desse meio de comunicação à</p><p>pesquisa e ao empenho de diversos cientistas e estudiosos. O princípio da</p><p>transmissão de imagens deve-se ao descobrimento das propriedades de</p><p>transformação de energia luminosa em energia elétrica do selênio, descoberta</p><p>pelo inglês Willoughby Smith, no século XIX. Em 1842, Alexander Bain</p><p>transmitiu uma imagem telegráfica sem movimento. No final do século XIX,</p><p>vários experimentos em diversos países como Inglaterra, Estados Unidos,</p><p>Irlanda e Alemanha, entre outros, criaram a base para que, em 1923, Vladimir</p><p>Kosma Zworykin pudesse apresentar</p><p>o iconoscópio, permitindo a transmissão</p><p>de imagens a grandes distâncias. As imagens com e sem movimento</p><p>conseguidas eram instáveis e sem definição.</p><p>Na década de 1930 começaram as transmissões de emissoras, sem</p><p>ainda possuírem regulamentação. Em 1932, a NBC começa as suas</p><p>transmissões nos Estados Unidos; em 1935, na Alemanha e na França; em</p><p>1936, iniciam as operações da BBC em Londres e em 1938, na Rússia.</p><p>Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ocorreram</p><p>transmissões regulares de emissoras nos Estados Unidos, Inglaterra e</p><p>Alemanha, sendo que, pelos esforços focados na guerra, outras nações deram</p><p>pouca importância ao novo meio de comunicação.</p><p>Terminada a guerra, em vários países a novidade chegou sem grande</p><p>importância. A novidade real era o cinema colorido, deixando a televisão a um</p><p>terceiro plano (o rádio era a fonte de informações e o cinema colorido o</p><p>entretenimento e os jornais com imagens em movimento).</p><p>A evolução tecnológica da televisão segue em um ritmo muito maior que</p><p>o de dos outros meios de comunicação existentes até aquele momento. As</p><p>emissoras se instalam em diversas localidades simultaneamente e, segundo</p><p>alguns, em 1950 nos Estados Unidos havia mais gente assistindo televisão que</p><p>ouvindo rádio.</p><p>Alguns momentos importantes3</p><p>• Devido ao relevo montanhoso, os sinais de TV não chegavam em várias</p><p>localidades do estado norte-americano do Oregon. A solução foi, a partir</p><p>de um ponto de recepção, distribuir os sinais das emissoras via cabo,</p><p>surgindo assim a TV a cabo (CATV– Community Antenna Television).</p><p>• Em 1949, são transmitidas, em caráter experimental, imagens coloridas</p><p>nos Estados Unidos, sendo a primeira transmissão oficial feita em 12 de</p><p>junho de 1951 pela CBS;</p><p>• Em 1954, foi padronizado nos Estados Unidos o National Television</p><p>Standards Commitee (NTSC), padrão americano de televisão em cores,</p><p>usado em diversos países, inclusive no Brasil, com suas formas</p><p>alternativas. Em 1967 surge o sistema Phase Alternate Line (PAL), na</p><p>Alemanha, solucionando problemas existentes no NTSC. Na França</p><p>surge o Séquentielle Couleur à Mémoire (SECAM).</p><p>• Em 1956 é usado pela primeira vez o vídeoteipe, nos Estados Unidos;</p><p>• A primeira transmissão via satélite foi realizada em 1962, nos Estados</p><p>Unidos.</p><p>• Em 1972, é lançada pelo grupo Time-Life a Home Box Office (HBO),</p><p>primeira emissora de TV a cabo sem intervalos comerciais;</p><p>• A CNN, emissora via satélite, com programação de notícias 24 horas,</p><p>inicia suas transmissões;</p><p>• No final de 1995, acontecem as primeiras transmissões Digital Video</p><p>Broadcasting(DVB) em vários países da Europa; em 1996, nos Estados</p><p>Unidos, o Advanced Television Systems Commitee (ATSC), em 1999; no</p><p>Japão o Integrated Services of Digital Broadcasting (ISDB), padrão</p><p>adotado para a TV digital no Brasil.</p><p>As emissoras e sinais de televisão se espalharam pelo mundo, surgiram</p><p>grandes grupos de comunicação. A televisão passa a ser, na década de 1970,</p><p>o maior meio de comunicação de massa no mundo, levando à casa das</p><p>3 Informações obtidas em apostila para o curso de Oficina de Vídeo (SENAC, 2005).</p><p>pessoas muito mais que só informação. No início, a TV segue um modelo de</p><p>programação semelhante ao do rádio. Informação e diversão são seus maiores</p><p>formatos de programas. Logo após alguns anos, a transmissão de filmes</p><p>produzidos para o cinema também ocupou uma boa parcela da programação.</p><p>A segmentação de emissoras por diferentes características já é uma realidade</p><p>na década de 1980.</p><p>A TV no Brasil</p><p>A história da televisão brasileira começa em 1939, com a transmissão</p><p>experimental em circuito fechado na Feira de Amostras, no Rio de Janeiro, a</p><p>qual não foi amplamente divulgada e nem repercutiu, ficando no anonimato até</p><p>a inauguração da TV Tupi, em São Paulo.</p><p>Em 1950, o empresário Assis Chateaubriand, proprietário dos Diários e</p><p>Emissoras Associados, importa da RCA, nos Estados Unidos todo o</p><p>equipamento para a instalação e operação de uma emissora de TV.</p><p>O primeiro programa foi transmitido em 18 de setembro de 1950, com a</p><p>solenidade de inauguração da primeira emissora de TV da América Latina,</p><p>como anunciou Walter Foster.</p><p>Os jornais do dia seguinte anunciavam: “CHEGOU O RÁDIO COM</p><p>IMAGENS”, sem grandes manifestações populares e contando com poucos</p><p>aparelhos espalhados pela cidade. A PRF-3 TV, canal 3, de São Paulo,</p><p>transmitiu regularmente seus sinais até 1980.</p><p>A primeira transmissão da TV Tupi foi marcada pelo improviso, segundo</p><p>vários de seus pioneiros. Todos os ensaios e marcações foram feitos nos</p><p>estúdios com três câmeras, mas, na tarde do dia 18 de setembro, durante os</p><p>últimos ajustes e ensaios, uma das câmeras sofreu uma pane e não havia</p><p>peças para o seu conserto. Os técnicos americanos que vieram montar os</p><p>equipamentos e treinar os técnicos brasileiros não acreditavam que fosse</p><p>possível fazer a transmissão. Cassiano Gabus Mendes, primeiro diretor de TV,</p><p>reorganizou tudo para duas câmeras e o engenheiro chefe da equipe da RCA</p><p>assistiu a primeira transmissão oficial no hotel em que estava hospedado.</p><p>Todo o pessoal técnico e artistas vieram de emissoras de rádio, do</p><p>teatro e do cinema. Não houve qualquer preparo específico para os</p><p>profissionais da televisão na sua primeira geração .</p><p>A instalação de emissoras de televisão em outras cidades se deu em</p><p>ritmo mais moroso. No Rio de Janeiro, em 1951, instala-se a TV Tupi do Rio de</p><p>Janeiro e neste ano também é produzida a primeira novela da TV brasileira,</p><p>Sua Vida me Pertence. Em primeiro de abril de 1952, vai ao ar na televisão o</p><p>Repórter Esso, adaptado do rádio. Vários programas marcaram a história da</p><p>televisão brasileira. Podemos destacar alguns deles e seus maiores nomes, a</p><p>seguir:</p><p>PROGRAMA DIRETOR/ARTISTA EMISSORA ANO</p><p>Sítio do Picapau Amarelo Vários Tupi 1952</p><p>TV de Vanguarda Cassiano Gabus Mendes/</p><p>Walter George Durst</p><p>Tupi 1952</p><p>Capitão 7 Ayres de Campos/ Idalina</p><p>de Oliveira</p><p>Record 1954</p><p>Mundo das Mulheres Hebe Camargo TV Paulista 1954</p><p>Clube dos Artistas Airton e Lolita Rodrigues Tupi 1954</p><p>Discoteca do Chacrinha Abelardo Barbosa Tupi 1957</p><p>Vale destacar ainda</p><p>O primeiro evento esportivo transmitido ao vivo entre municípios foi o</p><p>jogo entre Santos e Palmeiras, direto da Vila Belmiro para São Paulo, em 1955,</p><p>pela TV Record. A primeira transmissão interestadual foi no ano seguinte, o</p><p>jogo entre Brasil e Itália, do Maracanã para São Paulo. Como ainda não se</p><p>usava o satélite, foram improvisadas até antenas feitas de tela de galinheiro</p><p>para que o sinal chegasse até São Paulo.</p><p>O videoteipe foi usado pela primeira vez no Brasil em 1958, passando a</p><p>ser utilizado com frequência a partir de 1960. O processo mais usado para a</p><p>captação e posterior transmissão de imagens externas era o de filmagens em</p><p>películas de 16 mm, que posteriormente eram reveladas e telecinadas pelas</p><p>emissoras. Esse processo durou até o início da década de 1980, quando os</p><p>vídeoteipes portáteis permitiram um maior e melhor deslocamento das equipes</p><p>de jornalismo sem a necessidade de grandes unidades de externa.</p><p>A década de 1960 é marcada pela interiorização da televisão por todo o</p><p>território brasileiro e o aparecimento de uma programação mais elaborada e</p><p>requintada. Os programas de todos os gêneros passam a ser produzidos com</p><p>maior preocupação de forma e conteúdo, os Festivais da TV Record, são um</p><p>bom exemplo.</p><p>Em 1972 é feita a primeira transmissão em cores da TV brasileira, a</p><p>transmissão da abertura da Festa da Uva, direto de Caxias do Sul (RS) para o</p><p>território nacional, em 31 de março. No ano seguinte, a programação vai</p><p>paulatinamente sendo transmitida em cores e o sistema de cores adotado pelo</p><p>governo é o PAL-M (variação do sistema alemão, que usa como base o</p><p>sistema NTSC), sendo a novela O Bem Amado da Rede Globo a primeira</p><p>novela em cores.</p><p>A primeira emissora a usar satélite para a transmissão de sua</p><p>programação para a rede de</p><p>retransmissoras é a TV Bandeirantes, que em</p><p>1982 vai abolir o sistema de micro-ondas como forma de transmissão</p><p>interestadual e nacional.</p><p>O sistema de TV por assinatura é implantado no Brasil em 1991, com o</p><p>surgimento da TVA e da NET-Multicanal. As duas empresas foram</p><p>responsáveis pela distribuição dos sinais de TV paga em várias localidades.</p><p>Hoje, o sistema permite assinatura também por meio sinais recebidos</p><p>diretamente de satélites, sem a necessidade da distribuição do sinal por meio</p><p>de um cabo até a residência dos assinantes.</p><p>Os primeiros testes com a transmissão digital são realizados pela Rede</p><p>Globo e pela Rede Record em 1998. O padrão de transmissão e de produção</p><p>para a TV digital é o ISDB, japonês.</p><p>Essa nova forma de “fazer” televisão vem sendo implantada no Brasil e</p><p>deverá, até 2016, estar funcionando em todo o país. As possibilidades que o</p><p>sistema digital poderá apresentar ainda são objeto de estudos e de testes em</p><p>todo o mundo, existindo uma série de hipóteses de seu emprego.</p><p>Internet</p><p>Com o desenvolvimento de vários instrumentos de processamento de</p><p>informações (dados), e a possibilidade de ligá-los à distância, surge nos anos</p><p>1980 um novo sistema de comunicação: a internet.</p><p>A base para o desenvolvimento da internet se deu pelo sistema</p><p>descentralizado de preservação de informações do governo dos Estados</p><p>Unidos usado durante a Guerra Fria. Em caso de ataque nuclear, todos os</p><p>centros de contra-ataque e de preservação das informações deveriam estar</p><p>prontos para agir de forma programada. Para isso, foi criada uma rede de</p><p>comunicação entre todos esses pontos, que permitia a troca de informações de</p><p>forma ininterrupta e com alta velocidade.</p><p>No início, o sistema permitia que um usuário pudesse, através de seu</p><p>computador, desde que estivesse conectado a outro por meio de uma linha</p><p>telefônica, trocar informações. Esse processo era lento e o tamanho dos</p><p>arquivos trocados era muito reduzido. Hoje você consegue enviar ou receber</p><p>uma imagem em apenas poucos segundos, enquanto que nos anos 1980 isso</p><p>poderia levar várias horas.</p><p>O sistema popularizou-se e os computadores tornaram-se mais</p><p>acessíveis e baratos, dando nova vida ao seu uso. A capacidade de conectar</p><p>um usuário com outro em qualquer localidade do planeta é fato que só a</p><p>internet consegue realizar com tamanha velocidade. A limitação anterior no</p><p>envio e recebimento de mensagens e dados hoje já não existe mais. Com o</p><p>desenvolvimento de canais exclusivos para a internet, chamados de banda</p><p>larga, as limitações foram rapidamente ultrapassadas.</p><p>A internet é usada como um canal de comunicação que permite o</p><p>acesso de forma democrática e independente. Até hoje não se consegue</p><p>censurar um conteúdo sem o auxílio de quem disponibiliza o acesso ao</p><p>usuário, os provedores. Os provedores são os grandes canais por onde todo</p><p>usuário deve passar para poder acessar a rede toda.</p><p>Com a evolução dos computadores, cada vez menores e portáteis, com</p><p>grande capacidade de armazenamento de dados, qualidade de imagem e som,</p><p>a utilização da internet para a transmissão de conteúdo de outras mídias não é</p><p>mais uma ficção. A possibilidade de se ler um jornal ou revista sem ter o</p><p>exemplar impresso, buscar informações em diferentes formatos de</p><p>apresentação (texto, imagem, som, vídeo) e acessar outros meios é o grande</p><p>desafio enfrentado pelo usuário. Alguns mais céticos quanto ao uso dessa nova</p><p>mídia acreditam que, pela excessiva oferta de possibilidades, o usuário pode</p><p>perder-se no processo e obter apenas informações superficiais. Outros que</p><p>atingir o objetivo é apenas uma questão de tempo e de extrema atenção por</p><p>parte do usuário. O que podemos afirmar é que a internet, está num processo</p><p>cujo final não se pode tentar planejar ou definir. A rede não possui um dono,</p><p>não está atrelada à ideologia de um governo ou a uma filosofia, possui vida</p><p>própria e se desenvolve sozinha. Cabe às experiências e necessidades dos</p><p>usuários transformar esse novo cenário da comunicação.</p><p>Alguns conceitos rápidos</p><p>A seguir, apresento algumas definições para refletir e usar sobre a</p><p>comunicação:</p><p>Veículo: empresa que explora comercialmente um meio/mídia ou</p><p>sistema de comunicação. Cuidado, no Brasil grupos possuem várias empresas</p><p>diferentes que atuam em mídias específicas, uma editora tem seu próprio</p><p>contrato social, apesar de pertencer aos proprietários de uma emissora de</p><p>rádio, por exemplo.</p><p>Mídia: segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em</p><p>seu Dicionário da Língua Portuguesa “Designação genérica dos meios, canais</p><p>e veículos de comunicação”. Isso é verdade e sá pelo uso comum, você deve</p><p>lembrar que o meio ou sistema de comunicação é que formam uma mídia</p><p>específica. O sistema não tem dono, possui várias formas de ser usado, suas</p><p>fontes (veículos) são variados e de diferentes orientações ideológicas.</p><p>Sugiro que você tenha sempre acesso a um dicionário, principalmente</p><p>os focados em comunicação, independentemente de sua segmentação</p><p>(dicionário de cinema, jornalismo, publicidade etc.).</p><p>Considerações finais</p><p>Você é parte de todo esse processo e pode ajudar a orientar os novos</p><p>caminhos de todas as formas de comunicação.</p><p>O seu papel pode ser diferente, você poderá criar novos formatos nos</p><p>sistemas já empregados. Produtos comunicacionais são sempre inovadores e</p><p>basta ousar com pertinência. Observe os conteúdos oferecidos em todos os</p><p>meios de comunicação que vimos juntos.</p><p>É possível, a partir de sua experiência e vivência e até mesmo de suas</p><p>aspirações pessoais, provocar uma mudança nos meios de comunicação.</p><p>Cabe a você decidir e empenhar-se para atingir o seu objetivo. A comunicação</p><p>pode te ajudar e muito. Seja um agente realizador da comunicação, seja</p><p>inovador, responsável, busque melhorar a humanidade usando a comunicação</p><p>e seja mais feliz.</p><p>Até breve.</p><p>Referências bibliográficas</p><p>BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. 2. ed. São Paulo:</p><p>Fundamento Educacional, 2009.</p><p>CARVALHO, Renata Bittencourt de. Universidade midiatizada: o uso da</p><p>televisão e do cinema na educação superior. Brasília: Senac, 2007.</p><p>FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Dicionário da Língua Portuguesa.</p><p>7. ed. Curitiba: Positivo, 2008.</p><p>HERSCHMANN, Micael M.; Goulart, Ana Paula. Comunicação e História:</p><p>interfaces e novas abordagens. Rio de Janeiro: Mauad, 2008.</p><p>PIZZOTTI, Ricardo. Enciclopédia básica da mídia eletrônica. São Paulo:</p><p>Senac, 2003.</p><p>RABAÇA, Carlos Alberto e BARBOSA, Gustavo. Dicionário de Comunicação.</p><p>2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002.</p><p>TAVARES, Reynaldo C. Histórias que o rádio não contou. 2. ed. São Paulo:</p><p>Harbra, 1999.</p><p>Sites consultados</p><p>Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT). Disponível em:</p><p><www.abert.org.br>. Acesso em: 04 fev. 2011.</p><p>Capitão 7. Disponível em: <http://soctumpow.com/arquivo-de-curiosidades-capitao-7>.</p><p>Acesso em: 04 fev. 2011.</p><p>Discoteca do Chacrinha. Disponível em:</p><p><http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYN0-5273-241582,00.html>.</p><p>Acesso em: 04 fev. 2011.</p><p>História das Emissoras. Disponível em:</p><p><http://www.museudatv.com.br/historiadasemissoras/tvtupi.htm>. Acesso em: 04 fev.</p><p>2011.</p><p>Memória do Rádio e TV. Disponível em:</p><p><http://grandesnomesradioetv.multiply.com/photos/album/26>. Acesso em: 04 fev.</p><p>2011.</p><p>Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em:</p><p><http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/>. Acesso em: 04 fev. 2011.</p><p>Senac. Disponível em: <http://www.senac.br/>. Acesso em: 04 fev. 2011.</p><p>Sítio do Picapau Amarelo. Disponível em:</p><p><http://www.infantv.com.br/sitioamarelo.htm>. Acesso em: 04 fev. 2011.</p><p>TV de Vanguarda. Disponível em: <http://www.tudosobretv.com.br/histortv/tv50.htm>.</p><p>Acesso em: 04 fev. 2011.</p>