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<p>1</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS</p><p>BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS</p><p>NATASHA SILVA MARTINS</p><p>PABLO HENRIQUE ALVES LESSA</p><p>JEAN CARLOS DO CARMO MATOS</p><p>ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO</p><p>MACEIÓ-AL</p><p>2023</p><p>2</p><p>SUMÁRIO:</p><p>3</p><p>1.INTRODUÇÃO</p><p>1.1. CONCEITOS E OBSERVAÇÕES INICIAIS</p><p>A acessibilidade e a inclusão são fundamentais para uma sociedade equitativa,</p><p>permitindo a participação plena de todas as pessoas, independentemente de suas</p><p>limitações. A acessibilidade refere-se à criação de ambientes e condições que</p><p>permitam o uso autônomo e seguro por indivíduos com diferentes limitações físicas,</p><p>sensoriais, intelectuais ou necessidades especiais. Já a inclusão busca a igualdade</p><p>de oportunidades em todos os aspectos da vida social, cultural, econômica e política,</p><p>sem discriminação.</p><p>No âmbito do direito do trabalho, garantir a acessibilidade e inclusão é</p><p>essencial. A legislação, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a</p><p>Constituição Federal de 1988, prevê ambientes adaptados, tecnologias assistivas e</p><p>práticas inclusivas para proporcionar igualdade de oportunidades de emprego e</p><p>crescimento profissional para todos os trabalhadores.</p><p>A inclusão no mercado de trabalho é muitas vezes prejudicada por preconceitos</p><p>relacionados a limitações físicas e neurológicas. No entanto, leis garantem que</p><p>pessoas com deficiência possam demonstrar sua capacidade produtiva,</p><p>independentemente de suas limitações.</p><p>Estratégias de inclusão adotadas pelo setor de Recursos Humanos (RH), como</p><p>políticas de contratação inclusiva e diálogo aberto com os colaboradores, não só</p><p>tornam a empresa socialmente inclusiva, mas também refletem um compromisso com</p><p>a sociedade e seus funcionários.</p><p>1.2. PRINCÍPIOS RELACIONADOS</p><p>1.2.1. PRINCÍPIO DA EQUIDADE: a Equidade, como princípio, está relacionado ao</p><p>direito administrativo, refere-se à ideia de tratar de maneira diferenciada as pessoas</p><p>que possuem características ou necessidades distintas. A frase "tratar os desiguais</p><p>de forma desigual, à medida das suas desigualdades" resume essa abordagem. Isso</p><p>implica em oferecer oportunidades e recursos personalizados, adaptados de acordo</p><p>com as necessidades específicas de cada indivíduo. No contexto da acessibilidade e</p><p>inclusão, a equidade se manifesta ao assegurar que todos, independentemente de</p><p>suas diferenças, tenham acesso igualitário a condições e oportunidades adequadas,</p><p>4</p><p>respeitando suas particularidades e contribuindo para uma sociedade mais justa e</p><p>inclusiva.</p><p>1.2.2. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO: esse os demais a seguir, estão relacionados ao</p><p>Direito do Trabalho, ele busca proteger o trabalhador em situações de desigualdade</p><p>ou vulnerabilidade, garantindo condições justas no ambiente laboral. Em relação à</p><p>acessibilidade e inclusão, esse princípio está associado à proteção dos direitos dos</p><p>trabalhadores com deficiências ou condições especiais, assegurando que tenham</p><p>acesso a oportunidades de trabalho sem discriminação e em ambientes adaptados às</p><p>suas necessidades.</p><p>1.2.3. CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA: certifica que, quando há diferentes condições</p><p>estabelecidas ao longo do tempo, prevaleça a mais vantajosa para o trabalhador.</p><p>Relacionando-o ao contexto em questão, ele visa garantir que os trabalhadores com</p><p>necessidades especiais tenham acesso a condições laborais que os favoreçam,</p><p>permitindo a participação ativa e igualitária no ambiente de trabalho.</p><p>1.2.4. INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA: assegura a proteção dos</p><p>trabalhadores, evitando que os contratos de trabalho incluam disposições que possam</p><p>prejudicar seus direitos laborais. No âmbito da igualdade de oportunidades e</p><p>integração social, esse conceito busca garantir que os trabalhadores com deficiência</p><p>não sejam prejudicados por cláusulas que restrinjam seu acesso a condições laborais</p><p>justas e adaptadas às suas necessidades individuais</p><p>1.2.5. INTANGIBILIDADE SALARIAL: garante a proteção do salário do trabalhador,</p><p>impedindo reduções injustificadas. No que diz respeito à inclusão social, assegurar</p><p>que os trabalhadores com deficiências recebam salários justos e iguais aos dos</p><p>demais, sem discriminação por conta de suas condições.</p><p>1.2.6. PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA: considera a realidade fática</p><p>da relação de trabalho, prevalecendo sobre o que está formalmente estipulado. No</p><p>contexto da acessibilidade e inclusão, isso implica reconhecer e adaptar as condições</p><p>de trabalho para atender às necessidades reais dos trabalhadores com deficiências,</p><p>independentemente do que esteja formalmente estabelecido.</p><p>1.2.7. CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: visa assegurar a estabilidade</p><p>e continuidade no vínculo empregatício. Relacionado essa ideia ao assunto em</p><p>questão, ele busca garantir que os trabalhadores com deficiências tenham</p><p>5</p><p>oportunidades de emprego contínuo e acesso a condições que permitam sua plena</p><p>participação no mercado de trabalho a longo prazo.</p><p>1.2.8. PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADO: estabelece</p><p>que, quando houver diferentes normas aplicáveis a uma situação laboral, deve-se</p><p>escolher aquela mais benéfica ao trabalhador. Essa ideia se associa à acessibilidade</p><p>e inclusão ao buscar garantir condições laborais que considerem as necessidades e</p><p>particularidades de todos os trabalhadores, especialmente aqueles com deficiências</p><p>ou limitações, assegurando que tenham acesso a oportunidades de trabalho justas e</p><p>igualitárias.</p><p>1.2.9. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS:</p><p>refere-se à impossibilidade de renúncia ou disposição dos direitos trabalhistas,</p><p>protegendo os trabalhadores de tentativas de privação de direitos, especialmente os</p><p>mais vulneráveis, garantindo condições dignas de trabalho para todos.</p><p>2. DESENVOLVIMENTO:</p><p>2.1. TIPOS DE DEFICIÊNCIA: O Artigo 2º da Lei Brasileira de Inclusão estabelece</p><p>que: “Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo</p><p>prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com</p><p>uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade</p><p>em igualdade de condições com as demais pessoas”. Existem diferentes origens para</p><p>as deficiências, podendo ser resultado de fatores genéticos, doenças crônicas ou</p><p>transmissíveis, bem como decorrentes de acidentes ou situações de violência urbana,</p><p>como vítimas de balas perdidas ou incidentes no trânsito. É importante destacar que</p><p>a imprudência no trânsito é uma das principais causas de mutilações e lesões graves</p><p>em um grande número de pessoas. Segundo dados do Departamento Nacional de</p><p>Trânsito (Denatran), mais de 501 mil indivíduos no Brasil são vítimas de acidentes que</p><p>resultam em lesões permanentes, gerando um impacto significativo em suas vidas e</p><p>na sociedade como um todo. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística (IBGE), 45.606.048 brasileiros, o que corresponde a 23,9% da população</p><p>total, apresentam algum tipo de deficiência – seja ela física, auditiva, visual ou</p><p>intelectual. A legislação brasileira conta com a Lei da Inclusão da Pessoa com</p><p>Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que abrange o Estatuto da Pessoa com Deficiência.</p><p>Esse aparato não apenas reconhece os direitos das pessoas com deficiência, mas</p><p>6</p><p>também assegura que tenham garantidos seus direitos fundamentais, inclusive nas</p><p>atividades cotidianas mais básicas. A seguir, serão observados os 4 principais tipos</p><p>de deficiência: física ou motora, auditiva, visual e intelectual.</p><p>2.1.1. DEFICIÊNCIA FÍSICA: A deficiência física afeta a mobilidade e a função motora</p><p>do corpo, podendo ser desde o nascimento ou adquirida por lesões ou doenças. Isso</p><p>pode limitar os movimentos, afetar a coordenação e causar desafios na realização de</p><p>atividades diárias.</p><p>As causas podem variar, incluindo condições congênitas ou lesões</p><p>traumáticas. Pessoas com essa deficiência têm habilidades diversas e podem usar</p><p>dispositivos como cadeiras de rodas ou próteses para ajudar na independência. A</p><p>inclusão e a acessibilidade são cruciais para que tenham igualdade de oportunidades</p><p>em educação, emprego e participação na sociedade, respeitando sua dignidade e</p><p>capacidades individuais.</p><p>2.1.2. DEFICIÊNCIA AUDITIVA: A deficiência auditiva refere-se à redução total ou</p><p>parcial da habilidade de ouvir sons. Esta diminuição na capacidade auditiva pode</p><p>variar de leve a severa, afetando a capacidade da pessoa de perceber e entender os</p><p>sons ao seu redor. As causas da deficiência auditiva são diversas e podem incluir</p><p>fatores genéticos, lesões no ouvido, infecções, exposição prolongada a ruídos altos,</p><p>envelhecimento e certas condições de saúde. Ela pode estar presente desde o</p><p>nascimento ou surgir ao longo da vida devido a esses fatores. Indivíduos com</p><p>deficiência auditiva podem enfrentar desafios na comunicação, interação social,</p><p>aprendizado, acesso a informações e no ambiente de trabalho. No entanto, muitos</p><p>deles utilizam recursos como aparelhos auditivos, implantes cocleares, leitura labial</p><p>ou linguagem de sinais para auxiliar na comunicação e na integração à sociedade de</p><p>maneira mais efetiva.</p><p>2.1.3. DEFICIÊNCIA VISUAL:A deficiência visual é quando há dificuldade total ou</p><p>parcial para enxergar, podendo variar de pequenos problemas de visão até a ausência</p><p>completa de visão. As razões para essa condição são diversas, podendo ser desde</p><p>problemas de nascimento, doenças dos olhos, lesões até questões relacionadas ao</p><p>envelhecimento. Entre as principais causas estão condições como catarata,</p><p>glaucoma, retinopatia diabética, degeneração macular e retinose pigmentar. Pessoas</p><p>com deficiência visual podem enfrentar desafios significativos em tarefas do dia a dia,</p><p>como se locomover, ler, reconhecer rostos, ter acesso a informações visuais e ser</p><p>7</p><p>independentes. No entanto, muitas delas utilizam recursos especiais para superar</p><p>esses desafios, como bengalas ou cães-guia para se deslocarem, sistemas de leitura</p><p>em Braille, softwares de leitura de tela em dispositivos eletrônicos, lentes de aumento</p><p>eletrônicas e outros dispositivos de assistência.</p><p>2.1.4. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: é uma condição em que a pessoa enfrenta</p><p>desafios significativos em sua capacidade de aprendizado, interação social e</p><p>habilidades práticas. Geralmente, isso se torna evidente durante o desenvolvimento,</p><p>antes dos 18 anos, afetando suas habilidades cognitivas, sociais e práticas do dia a</p><p>dia. As causas dessa condição podem ser diversas, incluindo fatores genéticos,</p><p>complicações durante a gestação ou parto, infecções, lesões no cérebro, exposição a</p><p>substâncias tóxicas ou condições ambientais adversas. Esses fatores podem interferir</p><p>no desenvolvimento cerebral, resultando em dificuldades de aprendizado,</p><p>comunicação, resolução de problemas e interação social. Indivíduos com deficiência</p><p>intelectual têm uma variedade de habilidades e capacidades. Alguns podem precisar</p><p>de apoio considerável em áreas como educação, emprego, interação social e tarefas</p><p>do cotidiano. No entanto, muitos deles podem viver de maneira independente com o</p><p>suporte adequado e ao adotar estratégias específicas de adaptação. Além disso, é</p><p>interessante salientar que no passado, tanto "deficiência intelectual" quanto</p><p>"deficiência mental" eram usados para descrever desafios no funcionamento</p><p>intelectual. Entretanto, houve uma evolução na preferência de terminologia.</p><p>Atualmente, "deficiência intelectual" é o termo mais aceito e utilizado para descrever</p><p>limitações no funcionamento cognitivo, enquanto "deficiência mental" caiu em desuso</p><p>devido à sua associação com estigmas sociais e por ser menos preciso ao descrever</p><p>essa condição específica.</p><p>2.2. A POLÍTICA DE COTAS: As oportunidades de acesso à educação, qualificação</p><p>profissional e ao mercado de trabalho são mais restritas para as pessoas com</p><p>deficiência, tendo em vista as barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e de</p><p>atitudes de outras pessoas. Para reduzir essa desigualdade, foi criada a Lei de</p><p>Cotas(N°8.213/91). De acordo com o art.93 dessa lei, a empresa que possuir cem ou</p><p>mais funcionários, está obrigada a destinar de 2% a 5% de suas vagas a pessoas com</p><p>deficiência ou reabilitadas pelo INSS. As cotas têm como objetivo principal assegurar</p><p>que todos os membros da sociedade tenham chances justas e iguais, especialmente</p><p>8</p><p>aqueles que, historicamente, foram marginalizados ou discriminados, pois, essa</p><p>parcela da sociedade, enfrenta obstáculos persistentes e sistemáticos. Nesse sentido,</p><p>esse instrumento jurídico serve para eliminar disparidades e garantir sua presença e</p><p>participação em áreas-chave da vida social, criando um ambiente mais inclusivo, no</p><p>qual os grupos que foram, uma vez, sub-representados na sociedade, tenham voz,</p><p>visibilidade e participação em setores-chave da vida pública e privada.</p><p>2.3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: é um modelo educacional que busca garantir a</p><p>participação de todos os alunos, independente de suas diferenças e necessidades. O</p><p>seu principal objetivo é criar um ambiente escolar que seja acolhedor, adaptável e que</p><p>proporcione oportunidades de aprendizado para cada estudante, reconhecendo e</p><p>valorizando a diversidade.</p><p>2.3.1. PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA</p><p>2.3.1.1. AMPLA ACESSIBILIDADE: A Educação Inclusiva prioriza a remoção de</p><p>barreiras físicas, tecnológicas e atitudinais que possam impedir a plena participação</p><p>dos alunos. Isso inclui a adaptação de materiais didáticos, instalações físicas</p><p>acessíveis e o uso de tecnologias assistivas.</p><p>2.3.1.2. ACEITAÇÃO DA DIVERSIDADE: Reconhecer e valorizar a diversidade é</p><p>crucial. Cada aluno traz consigo experiências, habilidades e desafios únicos. A</p><p>educação inclusiva busca celebrar essas diferenças, promovendo um ambiente</p><p>enriquecedor e respeitoso.</p><p>2.3.1.3. ADAPTAÇÃO CURRICULAR: A flexibilidade no currículo é essencial para</p><p>atender às necessidades variadas dos alunos. Isso pode envolver estratégias de</p><p>ensino diferenciadas, avaliações adaptadas e suporte personalizado.</p><p>2.3.2. DESAFIOS PARA PROMOVER UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA EFICAZ</p><p>2.3.2.1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: garantir que os professores estejam</p><p>preparados para lidar com a diversidade de necessidades dos alunos. Treinamentos</p><p>e desenvolvimento profissional são cruciais nesse contexto.</p><p>2.3.2.2. INFRAESTRUTURA ESCOLAR: Muitas escolas ainda enfrentam desafios</p><p>em termos de infraestrutura para tornar os espaços físicos totalmente acessíveis.</p><p>Investimentos e adaptações são necessários para garantir que todos os alunos</p><p>possam circular e utilizar as instalações de forma independente.</p><p>9</p><p>2.4. INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO: A inclusão no mercado de trabalho</p><p>refere-se à criação de ambientes profissionais que acolhem e valorizam a diversidade</p><p>de habilidades, experiências e características dos trabalhadores. Esse conceito vai</p><p>além de oferecer oportunidades de emprego a grupos historicamente marginalizados;</p><p>envolve também criar condições para que esses profissionais possam contribuir</p><p>plenamente e desenvolver suas carreiras de maneira significativa.</p><p>2.4.1. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS PARA OCORRER INCLUSÃO NO MERCADO</p><p>DE TRABALHO:</p><p>2.4.1.1. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES: A inclusão no mercado de trabalho</p><p>começa com a garantia de que todos os candidatos tenham igualdade de</p><p>oportunidades durante os processos seletivos, sem discriminação com base em</p><p>gênero, raça, orientação sexual, idade, deficiência ou outras características.</p><p>2.4.1.2. ADAPTAÇÕES NO AMBIENTE DE TRABALHO: Um ambiente inclusivo</p><p>deve ser fisicamente acessível e adaptável para atender às necessidades de todos os</p><p>colaboradores. Isso pode envolver ajustes ergonômicos, tecnologias assistivas e</p><p>outros recursos que facilitem a participação plena.</p><p>2.4.1.3. CULTURA ORGANIZACIONAL INCLUSIVA: Empresas que promovem a</p><p>inclusão no mercado de trabalho cultivam uma cultura organizacional que valoriza a</p><p>diversidade. Isso implica em combater preconceitos, promover a educação sobre</p><p>diversidade e criar políticas internas que incentivem a inclusão.</p><p>2.4.2. DESAFIOS E SOLUÇÕES:</p><p>2.4.2.1. PRECONCEITOS E ESTEREÓTIPOS: Muitas vezes, pessoas com</p><p>deficiência, LGBTQIA+ e outros grupos minoritários enfrentam estereótipos e</p><p>preconceitos. Sensibilização, treinamentos e programas educativos podem ajudar a</p><p>superar essas barreiras.</p><p>2.4.2.2. FALTA DE CONSCIENTIZAÇÃO: Algumas empresas podem não</p><p>compreender completamente os benefícios da diversidade e inclusão. Estudos</p><p>mostram que ambientes mais diversos são mais inovadores e produtivos. Portanto,</p><p>conscientização sobre esses benefícios é crucial.</p><p>2.4.3. OS AUTISTAS E O MERCADO DE TRABALHO: a inclusão de autistas no</p><p>mercado de trabalho é garantida pela mesma lei nº 12.764, a Lei de Cotas. A</p><p>10</p><p>estimativa é de que existam 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, sendo</p><p>que 2 milhões delas estão no Brasil e 85% dos adultos com autismo estão</p><p>desempregados. Mesmo que eles desenvolvam seus potenciais desde cedo, ainda há</p><p>muita falta de informação e preconceito que podem barrar as chances de um autista</p><p>conseguir um emprego e se manter no mercado de trabalho. A produtividade de uma</p><p>pessoa com Transtorno do Espectro Autista, pode ser incentivada de acordo com a</p><p>disposição da empresa deixar apto a ele. É preciso estudar as possíveis situações de</p><p>isolamento e dificuldade de expressão desse profissional.</p><p>2.5. ESPORTE INCLUSIVO: O esporte inclusivo refere-se à prática esportiva que é</p><p>acessível e adaptada para a participação de indivíduos com diferentes habilidades,</p><p>proporcionando oportunidades iguais para todos. Essa abordagem visa eliminar</p><p>barreiras e criar ambientes que incentivem a inclusão de pessoas com deficiência,</p><p>promovendo a igualdade e a participação ativa.</p><p>2.5.1. PRINCÍPIOS-CHAVE:</p><p>2.5.1.1. ACESSIBILIDADE: O esporte inclusivo busca garantir que todas as</p><p>instalações esportivas sejam acessíveis, permitindo que pessoas com deficiência</p><p>participem plenamente. Isso envolve adaptações nas estruturas físicas, como rampas</p><p>e instalações sanitárias acessíveis.</p><p>2.5.1.2. ADAPTAÇÃO DE REGRAS E EQUIPAMENTOS: Para acomodar diferentes</p><p>habilidades, muitos esportes inclusivos adaptam regras e equipamentos. Isso permite</p><p>que pessoas com variadas capacidades participem da mesma atividade esportiva.</p><p>2.5.1.3. CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO: A promoção da conscientização sobre</p><p>a importância do esporte inclusivo é fundamental. Isso inclui educar atletas,</p><p>treinadores, espectadores e a sociedade em geral sobre as barreiras enfrentadas por</p><p>pessoas com deficiência e as formas de superá-las.</p><p>2.5.2. DESAFIOS E POSSÍVEIS MEDIDAS:</p><p>2.6.2.1. FALTA DE INFRAESTRUTURA ADEQUADA: Muitas vezes, a falta de</p><p>instalações adaptadas pode ser um desafio. Investir em infraestrutura inclusiva é</p><p>essencial para proporcionar oportunidades iguais a todos os participantes.</p><p>11</p><p>2.6.2.2. ESTIGMA E PERCEPÇÕES NEGATIVAS: Superar estigmas e percepções</p><p>negativas associadas à deficiência é crucial. A educação pública e campanhas de</p><p>sensibilização podem contribuir para mudar atitudes e promover a inclusão.</p><p>2.6.3. INICIATIVAS NOTÁVEIS:</p><p>2.6.3.1 JOGOS PARAOLÍMPICOS: Os Jogos Paraolímpicos são um exemplo</p><p>emblemático de esporte inclusivo, proporcionando uma plataforma global para atletas</p><p>com deficiência demonstrarem suas habilidades e competirem em níveis elevados.</p><p>2.6.3.2. PROGRMAS ESCOLARES INCLUSIVOS: Introduzir programas esportivos</p><p>inclusivos nas escolas desde a infância é uma maneira eficaz de promover a aceitação</p><p>da diversidade e ensinar valores de respeito e cooperação.</p><p>2.7. JURISPRUDÊNCIA</p><p>2.7.1. DADOS GERAIS SOBRE A JURISPRUDÊNCIA EM QUESTÃO:</p><p>Apelações Cíveis/Reexame Necessário nº 0092454-03.2014.8.19.0002</p><p>Apelante 1: Barcas S/A - Transportes Marítimos</p><p>Apelante 2: Município de Niterói</p><p>Apelado: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Juízo prolator do decisum recorrido: Maria Aparecida da Costa Bastos</p><p>Relator: Des. SÉRGIO NOGUEIRA DE AZEREDO</p><p>Data do julgamento: 31/05/2023</p><p>2.7.2. INFORMAÇÕES IMPORTANTES RELACIONADAS A ESSA</p><p>JURISPRUDÊNCIA: trata-se de um caso envolvendo uma Ação Civil Pública movida</p><p>pelo Ministério Público contra a empresa Barcas S/A - Transportes Marítimos e o</p><p>Município de Niterói. O objetivo era garantir a acessibilidade para pessoas idosas,</p><p>com deficiência e/ou mobilidade reduzida nas embarcações e locais de embarque de</p><p>passageiros em Niterói. A sentença foi favorável ao Ministério Público, condenando</p><p>ambos os réus a realizarem obras de adaptação para acessibilidade, especificando</p><p>as obras necessárias e estabelecendo prazos, sob pena de multa. Os réus apelaram</p><p>da decisão e a empresa de transporte marítimo solicitou uma nova vistoria nas</p><p>estações e embarcações, mas essa solicitação foi rejeitada. A empresa não conseguiu</p><p>12</p><p>demonstrar a necessidade dessa nova vistoria. Além disso, foi alegado que a</p><p>coordenadoria municipal realizou uma avaliação técnica durante o processo, mas não</p><p>como um perito judicial. O Município de Niterói também apelou, argumentando sua</p><p>ilegitimidade passiva no caso. Alegaram que a obrigação de garantir a acessibilidade</p><p>não cabia diretamente ao Município, mas sim à empresa de transporte, de acordo com</p><p>o contrato de concessão e a agência reguladora. No mérito, foi decidido que a</p><p>empresa de transporte marítimo era responsável pelas obras de adaptação para</p><p>acessibilidade, pois seu contrato com o Estado previa a fiscalização e regulamentação</p><p>pela agência reguladora. O Município de Niterói foi considerado ilegítimo para</p><p>responder pela ação. Foi reconhecido o dano moral coletivo devido à não realização</p><p>das adaptações para acessibilidade, e a multa foi mantida para garantir a execução</p><p>das obras necessárias.</p><p>3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:</p><p>Portanto, a busca por uma sociedade inclusiva e acessível é um pilar crucial</p><p>para assegurar que todos tenham os mesmos direitos e chances de participação ativa</p><p>na vida social. A acessibilidade, ao adaptar espaços físicos e serviços para permitir o</p><p>uso por qualquer indivíduo, e a inclusão, ao fomentar a participação sem exclusão,</p><p>são fundamentais para a construção de um mundo mais equitativo e justo.</p><p>A socialização é um processo que une os indivíduos na construção de uma</p><p>sociedade. Entretanto, a eficácia desse processo depende intrinsecamente da</p><p>acessibilidade e da inclusão. Quando criamos ambientes e oportunidades que</p><p>eliminam barreiras, tanto físicas quanto sociais, promovemos a interação plena e</p><p>igualitária entre todos os membros da comunidade.</p><p>A acessibilidade, ao remover obstáculos físicos, comunicacionais e atitudinais,</p><p>abre portas para a participação de todos em diferentes esferas da vida. Por sua vez,</p><p>a inclusão assegura que cada indivíduo seja reconhecido e valorizado por suas</p><p>contribuições únicas, independentemente de suas diferenças.</p><p>Esses princípios criam um contexto propício para uma socialização</p><p>verdadeiramente enriquecedora. Ao reunir pessoas de diversas origens, habilidades</p><p>e perspectivas em ambientes inclusivos e acessíveis, estimulamos uma interação</p><p>genuína, aprendizado mútuo e crescimento coletivo.</p><p>13</p><p>É crucial investir em adaptações físicas nos ambientes, incluindo a construção</p><p>de rampas, elevadores, banheiros adaptados e estacionamentos reservados. Essas</p><p>medidas facilitam a mobilidade e o acesso para pessoas com deficiência física,</p><p>tornando os espaços mais funcionais e inclusivos.</p><p>O uso de tecnologias assistivas desempenha um papel fundamental. Softwares</p><p>de leitura de tela, dispositivos de navegação, cadeiras motorizadas e sistemas de</p><p>amplificação do som são exemplos que podem auxiliar na comunicação e na</p><p>mobilidade, tornando a interação</p><p>mais acessível.</p><p>Além disso, ambientes adaptados com texturas táteis, sinalizações em braile,</p><p>pisos táteis e materiais didáticos em formatos acessíveis são essenciais para garantir</p><p>a orientação e o acesso a informações para pessoas com deficiência visual, tornando</p><p>o ambiente mais inclusivo e informacional.</p><p>No contexto educacional, métodos de ensino inclusivos, materiais didáticos</p><p>adaptados e suporte de profissionais especializados são vitais para pessoas com</p><p>deficiência intelectual. Isso permite oferecer um ensino mais personalizado e</p><p>acessível, promovendo uma aprendizagem eficaz para todos os estudantes.</p><p>Para a comunidade com deficiência auditiva, a utilização de intérpretes de</p><p>língua de sinais, legendas em vídeos, sistemas de alerta visual e ambientes</p><p>acusticamente adequados são medidas importantes. Essas práticas facilitam a</p><p>comunicação, garantindo que todas as informações sejam acessíveis para todos.</p><p>No contexto do ambiente laboral, estabelecer políticas e práticas que garantam</p><p>a acessibilidade e inclusão vai além do dever moral. Essa abordagem não apenas</p><p>valoriza a diversidade humana, mas também impulsiona a produtividade, fomenta a</p><p>inovação e promove o bem-estar entre os colaboradores.</p><p>A Educação Inclusiva não apenas visa à igualdade de oportunidades</p><p>educacionais, mas também desempenha um papel crucial no desenvolvimento social</p><p>e emocional dos alunos. Ao criar um ambiente onde a diversidade é valorizada, ela</p><p>enriquece a experiência educacional, permitindo a interação entre diferentes</p><p>habilidades e perspectivas. Isso contribui para a preparação dos alunos para viverem</p><p>em uma sociedade diversa, promovendo uma cultura mais inclusiva e justa.</p><p>A inclusão no ambiente de trabalho não é apenas uma questão ética, mas</p><p>também uma estratégia inteligente. Empresas que promovem a diversidade e a</p><p>14</p><p>inclusão colhem benefícios significativos. Equipes diversificadas tendem a gerar ideias</p><p>inovadoras, pois trazem perspectivas variadas para enfrentar desafios. Além disso,</p><p>funcionários que se sentem valorizados e incluídos têm maior engajamento e</p><p>comprometimento com os objetivos da empresa. Isso não apenas fortalece a equipe,</p><p>mas também contribui para a reputação da empresa, atraindo talentos e clientes.</p><p>O esporte inclusivo é mais do que apenas uma atividade física; é uma</p><p>ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento físico, mental e social.</p><p>Participar de atividades esportivas não apenas melhora o bem-estar físico, mas</p><p>também fortalece a autoestima e a confiança. Além disso, o esporte proporciona um</p><p>terreno fértil para a inclusão social, permitindo que pessoas de diferentes habilidades</p><p>interajam, formem laços e construam amizades. Por fim, o esporte inclusivo atua como</p><p>um modelo de comportamento positivo, desafiando estereótipos e promovendo a</p><p>igualdade na sociedade.</p><p>Investir em ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos não se restringe à</p><p>conformidade legal, mas representa uma oportunidade para criar locais mais</p><p>acolhedores, nos quais cada indivíduo pode contribuir com suas habilidades únicas,</p><p>independentemente de suas características pessoais. Ao aceitar e valorizar a</p><p>diversidade, abrindo caminho para igualdade de oportunidades, estamos construindo</p><p>um futuro mais dinâmico e justo para toda a sociedade. Essa abordagem não apenas</p><p>enriquece a força de trabalho, mas também eleva a qualidade do ambiente de trabalho</p><p>e promove uma cultura organizacional positiva e inclusiva.</p><p>15</p><p>4. REFERÊNCIAS:</p><p>Autistas no mercado de trabalho: Importância e inclusão. Disponível em:</p><p>https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/autistas-mercado-de-trabalho/. Acesso</p><p>em 16 dez. 23</p><p>GOMES, Joaquim. Direito, Sociedade Civil e Minorias no Brasil da Virada do Milênio.</p><p>In: DORA, Denise Dourado (Org.). Direito e Mudança Social. Rio de Janeiro: Renovar,</p><p>2003.</p><p>BOWEN, G. W. e BOK, D. O Curso do Rio: um estudo sobre a ação afirmativa no</p><p>acesso à universidade. Rio de Janeiro: Garamound Universitária, 2004.</p><p>CANDAU, Vera. Educação em direitos humanos e formação de professores/as.</p><p>Colóquio Interamericano de Educação e Direitos Humanos. Buenos Aires, 2011.</p><p>TRT-12ª Região. Acessibilidade e Inclusão. Disponível em</p><p>https://portal.trt12.jus.br/sites/default/files/2021-03/Cartilha.pdf. Acesso em: 11 dez.</p><p>23</p><p>MONDELLI, M. F. C. G. , BEVILACQU, M. C.; Estudo da deficiência auditiva das</p><p>crianças do HRAC-USP, Bauru-SP: subsídios para uma política de</p><p>intervenção. Sinopse de Pediatria; V.8, N.3 Ed. Moreira Jr; Outubro de 2002</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Síntese dos</p><p>Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio</p><p>de Janeiro: IBGE, 2010.</p><p>NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: história e teoria geral</p><p>do direito: relações individuais e coletivas do trabalho. São Paulo: Saraiva, 2003.</p><p>Desenvolvimento Social. Deficiência Física. O que é? Disponível em:</p><p>https://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/Pagina/Deficiencia-Fisica. Acesso em: 9</p><p>dez. 23.</p><p>LÜDKE, M.& ANDRÉ, M. E. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São</p><p>Paulo: Editora EPU. 1988.</p><p>https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/autistas-mercado-de-trabalho/</p><p>https://portal.trt12.jus.br/sites/default/files/2021-03/Cartilha.pdf</p><p>https://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/Pagina/Deficiencia-Fisica</p><p>SUMÁRIO:</p><p>1.INTRODUÇÃO</p><p>1.1. CONCEITOS E OBSERVAÇÕES INICIAIS</p><p>1.2. PRINCÍPIOS RELACIONADOS</p><p>2. DESENVOLVIMENTO:</p><p>2.3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: é um modelo educacional que busca garantir a participação de todos os alunos, independente de suas diferenças e necessidades. O seu principal objetivo é criar um ambiente escolar que seja acolhedor, adaptável e que proporcione...</p><p>2.3.2. DESAFIOS PARA PROMOVER UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA EFICAZ</p><p>2.4. INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO: A inclusão no mercado de trabalho refere-se à criação de ambientes profissionais que acolhem e valorizam a diversidade de habilidades, experiências e características dos trabalhadores. Esse conceito vai além de of...</p><p>2.4.1. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS PARA OCORRER INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO:</p><p>2.4.2. DESAFIOS E SOLUÇÕES:</p><p>2.5. ESPORTE INCLUSIVO: O esporte inclusivo refere-se à prática esportiva que é acessível e adaptada para a participação de indivíduos com diferentes habilidades, proporcionando oportunidades iguais para todos. Essa abordagem visa eliminar barreiras e...</p><p>2.5.1. PRINCÍPIOS-CHAVE:</p><p>2.5.2. DESAFIOS E POSSÍVEIS MEDIDAS:</p><p>2.7. JURISPRUDÊNCIA</p><p>2.7.1. DADOS GERAIS SOBRE A JURISPRUDÊNCIA EM QUESTÃO:</p><p>3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:</p><p>4. REFERÊNCIAS:</p>