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<p>Introdução ao manejo e conservação</p><p>do solo</p><p>A formação, o manejo e a conservação dos solos, seus principais conceitos e definições, os principais</p><p>fatores de degradação do solo presentes nos modelos predatórios da produção agropecuária e a</p><p>sustentabilidade dos agroecossistemas no Brasil.</p><p>Profº Felipe da Costa Brasil</p><p>1. Itens iniciais</p><p>Propósito</p><p>Compreender os principais conceitos relativos à formação, à degradação, ao manejo e à conservação dos</p><p>solos, a fim de contribuir para a formação de profissionais com competências e habilidades para a atuação em</p><p>sistemas de produção conservacionistas e sustentáveis na agropecuária brasileira.</p><p>Objetivos</p><p>Reconhecer os principais conceitos e definições relativos à formação dos solos.</p><p>Identificar os principais fatores de degradação dos solos no Brasil.</p><p>Reconhecer a importância do manejo e da conservação do solo.</p><p>Introdução</p><p>Manejo e conservação do solo</p><p>Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre os desafios para o manejo conservacionista dos solos no Brasil.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1. Formação dos solos</p><p>Conceitos e definições do solo</p><p>A formação dos solos e suas principais relações com a degradação no Brasil</p><p>Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a formação dos solos no Brasil e suas principais relações com a</p><p>degradação.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Inicialmente, para definir o termo “solo”, apresentaremos uma das principais definições utilizadas no Brasil,</p><p>descrita no Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (EMBRAPA, 2018). Nesse Sistema de Classificação,</p><p>define-se o solo como uma coleção de corpos naturais, tridimensionais e dinâmicos, constituídos por partes</p><p>sólidas, líquidas e gasosas; contém matéria viva e pode ser vegetado na natureza, sendo sua parte sólida</p><p>constituída por material mineral e orgânico. De forma mais sintética, segundo o IBGE (2015), o solo pode ser</p><p>definido como o material mineral e/ou orgânico inconsolidado na superfície da terra, que serve como meio</p><p>natural para o crescimento e desenvolvimento de plantas terrestres.</p><p>Além dessas definições clássicas, o solo</p><p>também pode ser definido como a camada</p><p>superficial que recobre a superfície continental</p><p>do planeta, sendo resultado do intemperismo</p><p>de rochas (rocha mãe ou matriz) e sedimentos</p><p>minerais, além da decomposição da matéria</p><p>orgânica, e sua interação com os organismos e</p><p>o homem (ações antrópicas).</p><p>De outra forma, considerando as definições</p><p>utilizadas na área ambiental, também se pode</p><p>definir o solo como um dos principais meios de</p><p>integração da biosfera, entre a litosfera continental, a hidrosfera, a atmosfera e os seres vivos, sendo um meio</p><p>poroso e de troca, capaz de armazenar e disponibilizar água, oxigênio e nutrientes para os vegetais, bem</p><p>como de sustentar as demais formas de vida em seu meio.</p><p>Apesar da importância dos solos para a manutenção dos ecossistemas naturais no meio biótico terrestre,</p><p>historicamente eles se tornaram fundamentais para a sustentação da vida humana e sua economia (meio</p><p>socioeconômico), por meio dos seus diversos potenciais de usos e ocupações, mas, principalmente, pela sua</p><p>capacidade de fornecimento de matéria-prima e manutenção dos diversos processos e sistemas produtivos,</p><p>com destaque ao setor agropecuário e à cadeia do agronegócio, responsáveis pela nutrição e manutenção de</p><p>toda a humanidade, e que representam atualmente para o Brasil uma importante parcela de seu Produto</p><p>Interno Bruto (PIB).</p><p>Em relação aos sistemas de produção utilizados</p><p>pela agropecuária tradicional ou convencional,</p><p>é muito comum que se considere o solo apenas</p><p>como um meio de crescimento e</p><p>desenvolvimento para as plantas, servindo</p><p>como suporte para sua fixação e como</p><p>fornecedor finito de nutrientes, que geralmente</p><p>não é capaz de atender às necessidades das</p><p>culturas sem a interferência humana e de</p><p>insumos externos, sobretudo em sistemas de</p><p>produção de altas produtividades, associado a</p><p>monoculturas (FEIDEN, 2001).</p><p>Neste contexto, muitas práticas agrícolas e pacotes tecnológicos ainda são adotados e justificados nos</p><p>modelos convencionais de produção, principalmente a mecanização e o preparo do solo, a correção da acidez</p><p>e adubação, dentre outras, utilizadas para a alteração e adaptação das condições naturais do solo, para o</p><p>recebimento de sementes e mudas, e todas as demais etapas de produção. Para o manejo das culturas</p><p>tradicionais e para as práticas agronômicas, considera-se um solo ideal aquele que mantém uma proporção de</p><p>50% de sólidos (45% mineral e 5% orgânico) e 50% de volume de vazios (poros), estando estes preenchidos</p><p>com 25% de água e 25% de ar, conforme a imagem a seguir:</p><p>Entretanto, é importante destacar que esses modelos de produção convencional, baseados nas adaptações</p><p>antrópicas das condições naturais do solo, têm ocasionado alterações nessas proporções tidas como ideais e,</p><p>muitas vezes, têm levado ao esgotamento e à degradação dos solos, principalmente em função dos</p><p>constantes usos de práticas predatórias de produção, como intensa mecanização e compactação do solo,</p><p>reduzindo a porosidade e a drenagem, ou por meio do aumento da suscetibilidade à erosão e perda de solo,</p><p>com graves consequências às propriedades físicas, químicas e biológicas, chegando a alguns cenários de</p><p>desertificação de grandes áreas antes agricultáveis. Dessa forma, deve-se considerar que os profissionais</p><p>que atuam no processo produtivo dos diferentes sistemas de produção agropecuária no Brasil devem</p><p>compreender e monitorar os impactos ambientais negativos das atividades agrícolas sobre o solo, bem como</p><p>propor, quando possível, a substituição das práticas agrícolas degradadoras pela utilização das melhores</p><p>práticas conservacionistas de manejo do solo, melhorando as condições de desenvolvimento das culturas e a</p><p>sustentabilidade dos agroecossistemas.</p><p>Embora haja toda essa preocupação com o manejo dos solos no Brasil, deve-se destacar que, da mesma</p><p>forma, nosso país é pioneiro em práticas conservacionistas de manejo do solo, como o plantio direto, a</p><p>rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta e a agroecologia, que têm sido adotados cada vez</p><p>mais pelo agronegócio nacional e, com isso, os indicadores de sustentabilidade e da qualidade ambiental dos</p><p>solos têm apresentado melhora significativa.</p><p>Assim, ao longo deste conteúdo, serão apresentados os principais fatores de degradação do solo e as</p><p>principais práticas conservacionistas associadas aos modelos de produção sustentáveis que já são utilizados</p><p>em larga escala pelo agronegócio nacional.</p><p>A formação dos solos</p><p>Em relação à formação dos solos, de acordo com a Pedologia, os principais fatores de sua formação são: o</p><p>material de origem (rochas e sedimentos), o relevo (plano ou declivoso), os organismos (animais e vegetais) e</p><p>o tempo de formação (geocronologia). Além disso, estão associados a esses fatores os processos básicos de</p><p>formação do solo, tais como: a adição (deposição), as perdas (erosão), as transformações (alterações</p><p>geoquímicas) e as translocações (movimentações de massa nos horizontes do solo) dos materiais</p><p>fragmentados pelo intemperismo do material de origem.</p><p>Pedologia</p><p>Pedologia, do grego pedon (solo, terra), é a ciência da gênese, morfologia e classificação dos solos.</p><p>Curiosidade</p><p>É comum afirmar que a formação dos liquens (associações mutualísticas entre fungos e algas) na</p><p>superfície das rochas indica o estágio inicial de formação dos solos.</p><p>Como pode ser observado na imagem abaixo, os solos são formados a partir do intemperismo das rochas ou</p><p>dos sedimentos, resultando na diferenciação de horizontes que evoluem no tempo e que são o reflexo da</p><p>dinâmica dos processos de formação do solo, sobretudo das constantes ações dos agentes do clima e dos</p><p>organismos sobre o substrato mineral e orgânico.</p><p>De acordo com IBGE (2015), entende-se por horizonte do solo uma seção transversal à superfície do terreno,</p><p>de constituição mineral ou orgânica, parcialmente exposta no perfil do solo, dotada de propriedades</p><p>geradas</p><p>pelos processos formadores do solo, que irão lhe conferir as características em função da sua pedogênese.</p><p>De maneira geral, considera-se que quanto mais evoluído for um solo, mais profundo ele será, já que a sua</p><p>gênese foi capaz de intemperizar (fragmentar ou decompor) um maior volume ou uma maior profundidade do</p><p>material de origem. Com isso, um maior volume de poros e bioporos são formados, e as raízes dos vegetais ―</p><p>tanto de sustentação como de absorção de água e nutrientes ― passam a explorar um maior volume desse</p><p>solo.</p><p>Quase sempre, um importante indicador de evolução dos solos é a vegetação arbórea, uma vez que quanto</p><p>mais fragmentado ou profundo for o solo, maior será o seu potencial de sustentar coberturas vegetais de</p><p>maiores dimensões, por permitir uma melhor ancoragem do sistema radicular das plantas e a manutenção de</p><p>sua relação alométrica (parte aérea/raiz), como é o caso dos solos florestados. Por isso, quanto mais raso for</p><p>um solo e mais próximo estiver do material de origem, de forma geral esse pode ser um indicador de um solo</p><p>jovem (Neossolo), e, portanto, que está em processo de formação inicial pela exposição de uma rocha ou um</p><p>sedimento, ou é resultado de constantes perdas de material fragmentário por ação da erosão associada ao</p><p>clima e à declividade, ocasionando um afloramento constante de subsuperfície (Horizonte R – Rocha).</p><p>Outra questão importante a ser considerada em relação à pedogênese é a relação entre o material de origem</p><p>e a fertilidade natural do solo. Deve-se considerar que solos provenientes de rochas básicas, como o basalto,</p><p>apresentarão melhores índices de fertilidade, quando comparados com os solos originados em rochas ácidas,</p><p>como o granito e o gnaisse. Além disso, em relação ao tempo de formação, deve-se considerar que solos mais</p><p>velhos ou mais intemperizados tendem a apresentar menores índices de fertilidade por perdas de nutrientes</p><p>pela lixiviação, além de estarem associados, quase sempre, a elevados níveis de acidez nociva e acidez</p><p>potencial , como acontece na maioria dos solos do Cerrado e da Amazônia brasileira. Neste contexto, deve-se</p><p>considerar a importância dessas informações para a caracterização dos principais solos brasileiros, que se</p><p>agrupam em grande parte em solos muito intemperizados (velhos ou desenvolvidos) e ácidos, por influência</p><p>da estabilidade geológica da placa tectônica continental Sul-Americana, combinada às ações do clima tropical</p><p>quente e úmido sobre os agentes de intemperismo físico, químico e biológico.</p><p>Solos autóctones e alóctones</p><p>Em relação ao ambiente de formação no relevo e de localização dos solos na paisagem, podemos destacar</p><p>duas principais categorias:</p><p>Solos autóctones</p><p>São solos que têm a sua gênese no mesmo ambiente e através do</p><p>intemperismo da rocha matriz, com predominância dos processos de</p><p>perda, transformação e translocação (Elúvio). Na prática, esses solos</p><p>estão localizados no mesmo ambiente do afloramento do material de</p><p>origem, como os solos localizados nos relevos montanhosos ou de</p><p>morros.</p><p>Solos alóctones</p><p>São solos que têm a sua gênese em sedimentos provenientes de outros</p><p>locais distantes do seu ambiente de formação. Os mecanismos</p><p>predominantes são a adição e transformação. Nesse caso, os solos são</p><p>formados pelos sedimentos provenientes da erosão da paisagem</p><p>(colúvios e alúvios), que são transportados pela chuva e pelos rios e</p><p>depositados nos vales ou nas planícies.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>O solo é a ________ da crosta terrestre, resultado da ação conjunta de diversos fatores. Esse recurso natural é</p><p>formado, principalmente, pelo _______ da rocha mãe e pela ______ de matéria orgânica. As lacunas do texto são</p><p>preenchidas corretamente na ordem que aparecem por:</p><p>A Camada inorgânica, surgimento e variação.</p><p>B Camada superficial, intemperismo e decomposição.</p><p>C Camada orgânica, depósito e acumulação.</p><p>D Principal camada, complexo e variação.</p><p>E Variação, desgaste e camada interna.</p><p>A alternativa B está correta.</p><p>O solo pode ser definido como a camada superficial da crosta terrestre e é formado pelo intemperismo das</p><p>rochas e pela decomposição da matéria orgânica presente em sua superfície.</p><p>Questão 2</p><p>Os estudos de formação dos solos ou da pedogênese são fundamentais para o reconhecimento das principais</p><p>características pedológicas a serem utilizadas como referência técnica para o manejo e a conservação dos</p><p>solos. Em relação aos fatores de formação do solo, assinale a resposta correta:</p><p>A O material de origem é composto pelos principais agentes climáticos do intemperismo.</p><p>B O relevo influencia a formação dos solos em função das características geoquímicas das rochas e dos</p><p>sedimentos.</p><p>C Os organismos vegetais e animais são importantes fatores de formação dos solos.</p><p>D O tempo de exposição do material de origem aos agentes do intemperismo não influencia em nada a</p><p>dinâmica de formação dos solos.</p><p>E Solos muito evoluídos sempre são caracterizados por formarem horizontes muito rasos em relação à</p><p>sua superfície.</p><p>A alternativa C está correta.</p><p>Os principais fatores de sua formação são: material de origem (rochas e sedimentos), relevo (plano ou</p><p>declivoso), organismos (animais e vegetais) e tempo de formação (geocronologia).</p><p>Solo degradado.</p><p>2. Degradação dos solos no Brasil</p><p>Definição de degradação do solo</p><p>Principais causas e consequências da degradação dos solos no Brasil</p><p>Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre as principais causas e consequências da degradação dos solos</p><p>no Brasil.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Entende-se por degradação o resultado negativo ou adverso de ações humanas sobre a natureza ou o</p><p>ecossistema, considerando ainda a interferência sobre os meios físico, biótico e socioeconômico, que</p><p>compõem o meio ambiente. Além disso, pode ser utilizada uma definição de degradação para determinar a</p><p>perda da sustentabilidade ou resiliência de determinado ambiente, tornando-se este incapaz de sustentar a</p><p>vida sem uma nova intervenção humana.</p><p>Para a definição do termo “degradação do solo”, começaremos apresentando um conceito básico utilizado</p><p>pelos especialistas, que é o de “área degradada”. Muitas vezes serão utilizados esses termos como similares e</p><p>até mesmo para definir a mesma coisa, ou seja, solo degradado como área degradada, ou recuperação de</p><p>solo degradado como recuperação de área degradada. Entretanto, deve-se esclarecer que o conceito de área</p><p>degradada vai além do solo, podendo representar a degradação de uma área delimitada, considerando vários</p><p>componentes, como a degradação de um bioma, de um ecossistema, da vegetação, da fauna, da água, do</p><p>solo (pelas ações da erosão e perda do solo), e inclusive considerando contaminações, entre outras formas de</p><p>poluição/degradação em ambientes urbanos e industriais.</p><p>Nesse contexto, define-se como área degradada aquela que se torna impossibilitada de retornar, por uma</p><p>trajetória natural, ao seu ecossistema original. Existe uma grande diferença entre o termo degradada para</p><p>alterada, cultivada ou perturbada, pois, nos últimos casos, essas áreas podem ser consideradas capazes de</p><p>regenerar naturalmente, sem a interferência humana.</p><p>Levando em consideração essas informações iniciais, pode-se considerar um solo degradado como aquele</p><p>que perdeu, por ações antrópicas, a sua produtividade e/ou sustentabilidade, ou a sua capacidade de</p><p>naturalmente recuperar e manter as suas propriedades químicas, físicas e biológicas, dependendo, portanto,</p><p>das ações humanas e dos insumos externos para a sua recuperação/manutenção.</p><p>Os solos degradados são caracterizados por</p><p>apresentarem uma ou mais características de</p><p>alta irreversibilidade relacionadas à: baixa</p><p>fertilidade (solos empobrecidos), acidez</p><p>potencial e tóxica (pH e Al+3), salinização,</p><p>erosão, compactação, perda da matéria</p><p>orgânica, impermeabilização e instabilidade</p><p>hidrológica, perda de diversidade biológica,</p><p>entre outras. Cada uma dessas características</p><p>pode ser utilizada como indicador de qualidade</p><p>do solo para os estudos de sustentabilidade</p><p>dos agroecossistemas.</p><p>Em relação à</p><p>degradação dos solos, as primeiras camadas</p><p>de solos a serem antropizadas ou perdidas são</p><p>as que compõem o horizonte A dos solos, ou</p><p>como geralmente denominada, a “camada</p><p>fértil”, representada em média de forma</p><p>expedita como sendo os primeiros 20cm do solo desde a sua superfície, com maiores teores de matéria</p><p>orgânica e, portanto, de cor mais escura.</p><p>Solo erodido.</p><p>Para demonstrar a importância dessa temática para o manejo de solos no mundo, cabe citar um estudo da</p><p>Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2015), que afirmou que mais de 30%</p><p>dos solos do mundo já se encontram degradados ou em algum grau de degradação.</p><p>Saiba mais</p><p>Outro ponto importante a ser destacado são os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da</p><p>ONU, que apresentam importantes metas de sustentabilidade para serem atingidas em 2030. Dentre</p><p>esses ODS, podemos destacar os que têm relação direta com o combate à degradação dos solos em</p><p>todo o planeta, os ODS nº 2 - Fome Zero e Agricultura Sustentável e ODS nº 15 – Proteção à Vida</p><p>Terrestre.</p><p>Principais causas e consequências da degradação dos</p><p>solos</p><p>As principais atividades antrópicas causadoras da degradação dos solos são: a falta de planejamento de uso</p><p>das terras, as queimadas, o desmatamento, o superpastejo, a mecanização de solos com alta suscetibilidade</p><p>à erosão e demais práticas agrícolas inadequadas e predatórias. Esses fatores de degradação dos solos se</p><p>tornam ainda mais importantes no Brasil, uma vez que as práticas agrícolas convencionais e predatórias</p><p>sofrem influência das condições climáticas prevalecentes no clima tropical úmido e da diversidade</p><p>geomorfológica (classes de relevo), como a declividade dos terrenos e seus impactos no aumento da</p><p>suscetibilidade à erosão.</p><p>Complementarmente, deve ser considerada</p><p>ainda a sazonalidade climática de grande parte</p><p>do território brasileiro, com chuvas</p><p>concentradas no período de primavera-verão,</p><p>exatamente posterior aos meses em que</p><p>comumente se realizam as queimadas</p><p>(criminosas ou autorizadas) e as etapas de</p><p>mecanização e preparação do solo pelo manejo</p><p>convencional, o que aumenta significativamente</p><p>a suscetibilidade dos solos à erosão e,</p><p>consequentemente, à degradação.</p><p>Dessa forma, o Brasil, em função de sua</p><p>dimensão continental e do tamanho de sua área</p><p>cultivada, tem sido considerado, historicamente, um dos países que mantêm os maiores índices proporcionais</p><p>de perdas de solos no mundo por conta do manejo convencional dos solos. Dentre as principais causas da</p><p>degradação dos solos que pode ocorrer de forma isolada ou em conjunto, exemplificaremos as mais</p><p>importantes, descritas a seguir:</p><p>Desmatamento</p><p>O desmatamento ou a supressão da vegetação nativa é uma prática</p><p>muito comum ainda no Brasil, e tem como principal função a limpeza dos</p><p>terrenos para o plantio das espécies cultivadas. A retirada da cobertura</p><p>vegetal dá início à exposição dos solos, que passam a sofrer uma maior</p><p>influência dos agentes de erosão, como os efeitos das gotas de chuva ―</p><p>“efeito splash” ― na erosão dos horizontes superficiais dos solos.</p><p>Queimadas</p><p>Além do desmatamento, as queimadas que podem ocorrer associadas à</p><p>supressão da vegetação nativa, ou para os ciclos de renovação de</p><p>pastagens, também exercem um impacto muito negativo nas</p><p>propriedades do solo. As queimadas são responsáveis por impactos</p><p>diretos na biodiversidade, na fertilidade e também na exposição dos</p><p>solos aos agentes causadores de erosão.</p><p>Superpastejo</p><p>As pastagens ocupam grande parte do território cultivado brasileiro,</p><p>sendo responsável pelo maior rebanho comercial do mundo de bovinos.</p><p>As pastagens extensivas, quando recebem sobrecargas animais, passam</p><p>a ser manejadas em regime de superpastejo, o qual representa uma das</p><p>principais causas da degradação dos solos no Brasil e no mundo.</p><p>Entre os impactos negativos do superpastejo, podemos destacar as</p><p>alterações das propriedades físicas, como a compactação e consequente</p><p>redução da porosidade/permeabilidade pelo intenso pisoteio animal, com</p><p>o aumento da suscetibilidade à erosão. Além disso, o superpastejo pode</p><p>interferir de forma negativa pela redução da fertilidade natural do solo,</p><p>dentre outros desequilíbrios.</p><p>Mecanização</p><p>As práticas de mecanização dos solos na agropecuária convencional para</p><p>limpeza, preparo, plantio e colheita, entre outras, ainda são muito</p><p>frequentes no Brasil, sendo o seu uso contínuo considerado uma das</p><p>principais causas da degradação dos solos.</p><p>As sucessivas operações de aração e gradagem têm levado os solos a</p><p>uma maior suscetibilidade à erosão pela fragmentação e exposição dos</p><p>solos à chuva, mas também têm gerado compactações frequentes nas</p><p>camadas subsuperficiais do solo, como a formação dos chamados “pé de</p><p>grade”.</p><p>Outra questão de grande relevância para o histórico de degradação de</p><p>solos no Brasil é a influência da mecanização em solos de alta</p><p>suscetibilidade à erosão, como é o caso dos solos de morros do Sudeste.</p><p>Embora não sejam recomendadas as práticas de mecanização em relevos</p><p>declivosos, as práticas de aração e gradagem no sentido “morro abaixo”</p><p>ainda são muito comuns em todo o país.</p><p>Como pode ser observado, o manejo inadequado ou predatório dos solos, por meio das práticas descritas</p><p>anteriormente, promove a aceleração da degradação e consequente desertificação, altera as paisagens</p><p>naturais, contribui para as perdas de solo, altera a capacidade de infiltração da água, aumenta a</p><p>suscetibilidade ao assoreamento de rios e demais corpos hídricos, além de comprometer a sustentabilidade</p><p>da fauna e da flora local. Assim, torna-se essencial a adoção de práticas conservacionistas do solo para</p><p>restaurar e manter a sua fertilidade, visando ao aumento da produtividade das culturas e à sustentabilidade</p><p>dos agroecossistemas.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>Em relação ao processo de degradação do solo associado aos processos erosivos, qual horizonte do solo</p><p>tende a ser inicialmente perdido pela ação dos agentes de erosão?</p><p>A Horizonte R.</p><p>B Horizonte B.</p><p>C Horizonte C.</p><p>D Horizonte H.</p><p>E Horizonte A.</p><p>A alternativa E está correta.</p><p>O Horizonte A é o horizonte presente na camada mais superficial do solo e, portanto, a erosão tende</p><p>inicialmente a remover essa camada em seu estágio inicial.</p><p>Questão 2</p><p>Todos os anos são perdidos milhões de hectares de solo arável no mundo e no Brasil. As principais causas são</p><p>de origem antrópica, principalmente pelo manejo inadequado dos solos por meio de práticas de mecanização</p><p>e exposição dos solos aos agentes de erosão. Sobre a ação antrópica no solo, podemos afirmar que:</p><p>AA erosão provoca poucas perdas de solo e pode inviabilizar o seu uso em várias regiões, sendo quase</p><p>sempre resultado do uso inadequado do solo, favorecido pelo clima e pela geomorfologia local.</p><p>B</p><p>O desmatamento obriga a renovação do ambiente em razão da rápida transformação e degradação que</p><p>impõe à paisagem, pois força o aumento da produção de oxigênio e reduz a emissão de gases nocivos ao</p><p>efeito estufa.</p><p>C</p><p>A mecanização representa uma etapa da produção agropecuária que pode ser extremamente</p><p>degradadora, sobretudo quando realizada em áreas de relevos declivosos, devido aos pesos dos</p><p>maquinários, o que é extremamente nocivo ao solo.</p><p>D</p><p>O uso inadequado do solo, associado ao desmatamento, pode acarretar a desertificação. De acordo com</p><p>a FAO, no documento “Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo”, aproximadamente 30% dos solos do</p><p>planeta já se encontram em algum grau de degradação.</p><p>EEntre as principais causas de degradação do solo, pode-se considerar o excesso de plantio, que altera as</p><p>propriedades físicas do solo por meio do seu rompimento pelo nascimento de raízes.</p><p>A alternativa D está correta.</p><p>O documento emitido pela FAO chamado "Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo", com mais de 600</p><p>pesquisadores, em 60 países distintos ao redor do mundo, em todos os continentes do planeta, apontam</p><p>que aproximadamente 30% dos solos do planeta já se encontram em algum grau de degradação.</p><p>3. Manejo e conservação do solo</p><p>Introdução ao conceito de manejo e conservação</p><p>dos solos</p><p>O manejo conservacionista dos solos e seus impactos na sustentabilidade</p><p>dos agroecossistemas</p><p>Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o manejo conservacionista dos solos e seus impactos na</p><p>sustentabilidade dos agroecossistemas.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Como vimos, os solos exercem um importante papel para a sustentação da vida no planeta e, principalmente,</p><p>para as atividades socioeconômicas relacionadas à cadeia do agronegócio e todos os seus desdobramentos,</p><p>além da garantia à segurança e soberania alimentar de toda a humanidade. Apesar da importância desse</p><p>assunto, ainda são inúmeras as consequências negativas relacionadas às práticas agrícolas predatórias e</p><p>degradadoras dos solos em todo o mundo. Em especial no Brasil, que, quando colonizado, herdou as práticas</p><p>de preparo do solo convencionalmente utilizadas na Europa, com a promessa de melhorar as condições do</p><p>solo para a germinação das sementes, de fragmentar e aumentar a porosidade do solo, e de controlar plantas</p><p>espontâneas que passaram a ser consideradas daninhas para o processo produtivo baseado em</p><p>monoculturas. Na verdade, o que o ocorreu foi que, em grande parte, as técnicas europeias foram</p><p>extremamente prejudiciais aos ecossistemas e solos tropicais, já que os solos brasileiros não passam por</p><p>congelamento no inverno para terem a necessidade de serem arados e gradeados nas estações de primavera-</p><p>verão, com o objetivo de reaquecimento e reativação da vida no solo.</p><p>Ao contrário, os solos tropicais sofrem a influência dos climas tropicais úmidos e quentes por quase todo o</p><p>ano, e, portanto, as atividades físicas, químicas e biológicas permanecem ativas por todo o ano, favorecendo</p><p>a decomposição da matéria orgânica e redução da fertilidade natural dos solos. De outra forma, as práticas de</p><p>aração e gradagem dos solos nos trópicos, como já mencionado, aumentam significativamente a</p><p>compactação e desestruturação do solo, bem como a suscetibilidade à erosão, principalmente a hídrica, com</p><p>aumento significativo e acelerado da perda de solos e nutrientes e consequente degradação dos solos</p><p>brasileiros. Como resultado desse modelo convencional de produção, em função dos esgotamentos e das</p><p>degradações dos solos agrícolas, cada vez mais se tornou necessária a abertura de novas fronteiras agrícolas,</p><p>com desmatamento e ocupação de novas áreas, sendo este um ciclo comum e recorrente ao longo,</p><p>principalmente, do século XX, com uma explosão de crescimento a partir da década de 1950 e da revolução</p><p>verde nos anos 1970.</p><p>Em função de todos os prejuízos, apesar do aumento das fronteiras agrícolas brasileiras e dos recordes de</p><p>produção e produtividade do agronegócio brasileiro, ainda a partir da década de 1970, foram necessárias a</p><p>adaptação e substituição das técnicas convencionais predatórias por práticas agrícolas conservacionistas e</p><p>sustentáveis nos últimos cinco séculos. Desse modo, o manejo ecológico ou conservacionista passa a ser</p><p>utilizado no Brasil, diferindo do modelo convencional de monocultura e solo exposto para evitar competições,</p><p>por um manejo de solo com a utilização de técnicas de engenharia associadas à redução do preparo do solo e</p><p>do escoamento superficial da água, bem como à máxima cobertura possível do solo, utilizando plantas vivas</p><p>ou mortas (em inglês, mulch), com o objetivo de proteger a superfície do solo da intensa radiação solar dos</p><p>trópicos, conservando a água e a matéria orgânica do solo, evitando os processos erosivos e a redução da</p><p>fertilidade e biodiversidade do solo, entre outros atributos.</p><p>Em resumo, as técnicas conservacionistas de manejo do solo têm por objetivos a manutenção da fertilidade e</p><p>dos teores de matéria orgânica, visando à ciclagem de nutrientes e às associações com organismos</p><p>benéficos, e a fauna do solo, além da manutenção da estrutura, dos agregados, da porosidade e da infiltração</p><p>e conservação da água no solo.</p><p>Principais práticas de manejo conservacionistas dos solos</p><p>Dentre as principais práticas de manejo conservacionistas que passaram a ser utilizadas no Brasil, podemos</p><p>destacar: o cultivo mínimo do solo e o plantio direto, as técnicas de terraceamento, curvas de nível, plantios</p><p>em faixas, adubação verde, rotação de culturas, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), e diversas outras</p><p>técnicas agroecológicas.</p><p>Essas principais práticas estão descritas resumidamente a seguir:</p><p>Cultivo mínimo do solo</p><p>A técnica de cultivo mínimo se constitui em uma prática de preparo</p><p>mínimo do solo, alterando-se apenas as faixas que serão realmente</p><p>plantadas ou cultivadas, não sendo realizadas as mecanizações em área</p><p>total, como no modelo convencional. Assim, o cultivo mínimo torna-se</p><p>eficiente e indicado para solos que não estão compactados, ou que não</p><p>necessitem de grandes intervenções para correção do solo, adubações</p><p>ou recuperações do solo. O principal objetivo do cultivo mínimo é diminuir</p><p>a necessidade de operações agrícolas mecanizadas e a área de</p><p>intervenção do preparo do solo, anteriormente à etapa de plantio ou</p><p>semeadura. Essa técnica se ajusta muito bem para o cultivo em solos</p><p>declivosos, sujeitos à erosão hídrica por ação das chuvas intensas do</p><p>período pós-preparo do solo para plantio, geralmente nas estações de</p><p>primavera-verão.</p><p>As vantagens de se utilizar o cultivo mínimo são inúmeras, principalmente</p><p>em relação à redução dos impactos da mecanização de área total sobre a</p><p>suscetibilidade à erosão e a compactação do solo, além da redução dos</p><p>custos de operação com menores gastos com combustíveis, manutenção</p><p>de máquinas e equipamentos.</p><p>Quando comparamos esse modelo conservacionista com o preparo</p><p>convencional de aração e gradagem em área total, podemos observar</p><p>inúmeras vantagens do cultivo mínimo, tais como:</p><p>Realização de plantio em épocas chuvosas;</p><p>Melhor aproveitamento da área de plantio;</p><p>Menor suscetibilidade à erosão do solo;</p><p>Economia no uso de máquinas e equipamentos agrícolas;</p><p>Economia nos gastos com óleos e combustíveis;</p><p>Maior eficiência no controle de pragas, doenças e da</p><p>matocompetição.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Plantio direto</p><p>O Sistema de Plantio Direto (SPD) é um modelo de plantio também</p><p>chamado de plantio direto na palha da cultura anterior. Essa técnica</p><p>revolucionária no Brasil se iniciou com grande promessa a partir da</p><p>década de 1970, com maior expressão na região Sul do Brasil, e hoje já</p><p>representa a maior parte das lavouras cultivadas do país, sobretudo as</p><p>lavouras de soja e milho, campeãs de produção e produtividade. Suas</p><p>principais vantagens são parecidas com as do cultivo mínimo, entretanto</p><p>são ainda maiores, pois eliminam as etapas de aração e gradagem e</p><p>utilizam uma única operação de preparo, adubação e plantio em um único</p><p>implemento agrícola, garantindo grande economia ao produtor.</p><p>Além disso, a total redução do revolvimento do solo e a manutenção da</p><p>cobertura do solo com a palhada das culturas anteriores, podendo</p><p>inclusive ser combinada à rotação de culturas, representam uma das</p><p>principais práticas conservacionistas de proteção dos solos em plantios</p><p>de larga escala, o que tem grande importância para o agronegócio</p><p>brasileiro em função de sua grande extensão territorial.</p><p>Terraceamento</p><p>O terraceamento é uma técnica agrícola conservacionista, que deve ser</p><p>utilizada principalmente em terrenos declivosos, com o objetivo de</p><p>reduzir ou eliminar os processos erosivos superficiais, que ocorrem pelo</p><p>escoamento acelerado das águas das chuvas em função da declividade e</p><p>da inclinação das encostas. Essa técnica consiste na demarcação e</p><p>construção de terraços no solo, como se fossem “degraus” que irão</p><p>servir de zonas de amortecimento e de quebra de energia do movimento</p><p>de escoamento superficial das águas. Dessa maneira, além de reduzir o</p><p>escoamento e a erosão, essa técnica privilegia o aumento da infiltração</p><p>da água no solo, bem como dos teores de umidade e da recarga dos</p><p>aquíferos subterrâneos.</p><p>Curvas de nível</p><p>A técnica de demarcação e construção de curvas de nível nos terrenos</p><p>declivosos tem a mesma intenção do terraceamento, descrito</p><p>anteriormente, porém, além de ser mais econômica e mais simples de ser</p><p>realizada, a técnica consiste basicamente na abertura de sulcos (valas)</p><p>no solo em nível e perpendicular à declividade do terreno. Essa técnica</p><p>também pode ser aplicada por meio da marcação e indicação de</p><p>referência do nível do terreno, para que as demais operações de preparo</p><p>e plantio possam seguir o nível perpendicular à declividade do terreno e,</p><p>com isso, reduzir os impactos negativos sobre os solos de relevos</p><p>declivosos. O principal objetivo das curvas de nível, assim como do</p><p>terraceamento, é a redução dos efeitos da erosão no solo e o aumento</p><p>da retenção e infiltração da água no solo.</p><p>Plantios em faixas</p><p>A técnica de plantio das culturas em faixas, utilizando larguras fixas ou</p><p>variáveis, tem sido utilizada para a proteção dos solos, podendo estar</p><p>associada às técnicas de terraceamento ou de curvas de níveis.</p><p>Geralmente, são utilizadas espécies arbustivas ou arbóreas que podem</p><p>ser plantadas sempre em nível, sobretudo em terrenos declivosos, com o</p><p>objetivo de aumentar a cobertura vegetal do solo por meio das copas e,</p><p>com isso, reduzir os efeitos da chuva sobre solo. Além disso, as raízes</p><p>das espécies cultivadas em faixas também exercem um importante papel</p><p>de ancoragem e fixação dos solos, reduzindo ainda mais a</p><p>suscetibilidade dos solos à erosão, principalmente os grandes</p><p>movimentos de massa.</p><p>Adubação verde</p><p>A técnica denominada de “adubação verde” consiste no cultivo de</p><p>espécies vegetais que serão incorporadas no solo com o objetivo de</p><p>melhorar as suas propriedades físicas, químicas, biológicas e,</p><p>consequentemente, a sua capacidade produtiva.</p><p>A incorporação da matéria orgânica proveniente dos restos de galhos,</p><p>folhas, raízes e frutos pode ser utilizada como parte importante dos</p><p>sistemas produtivos que utilizam a rotação de culturas, ou os modelos de</p><p>consorciação de culturas, como é o caso dos sistemas agroflorestais.</p><p>Essa estratégia se tornou muito eficiente no país, principalmente pela</p><p>utilização de espécies fixadoras de nitrogênio (leguminosas e outras),</p><p>que passam a incorporar esse importante nutriente no solo para as</p><p>demais culturas.</p><p>Rotação de culturas</p><p>A rotação de culturas consiste na alternância planejada de culturas, que</p><p>se intercalam em uma mesma área de plantio. Essa técnica tem sido</p><p>muito utilizada combinada, inclusive, com as demais técnicas</p><p>conservacionistas, e tem grande eficiência na mitigação dos impactos</p><p>ambientais provocados pela monocultura.</p><p>A rotação de culturas está associada à melhoria das condições físicas,</p><p>químicas e biológicas do solo, reduzindo, pela quebra dos ciclos, a</p><p>incidência de doenças, pragas e a matocompetição.</p><p>Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)</p><p>O modelo de produção definido como integração lavoura-pecuária-</p><p>floresta, ou ILPF, é um dos modelos conservacionistas que mais</p><p>cresceram no Brasil nos últimos anos. Esse modelo de produção está</p><p>baseado nas combinações de cultivos e produção que também compõem</p><p>os sistemas agro (agricultura) silvo (árvores) pastoris (pastagens).</p><p>Basicamente, esse sistema produtivo utiliza diferentes modelos e</p><p>combinações das atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma</p><p>mesma área, podendo ser consorciado ou rotacionado, de maneira que</p><p>haja uma sinergia positiva entre as espécies cultivadas.</p><p>No sistema ILPF, procura-se aperfeiçoar ao máximo o uso do solo de</p><p>forma conservacionista, sempre buscando a melhoria e as melhores</p><p>práticas agroambientais, aumentando a agrobiodiversidade do sistema</p><p>de produção.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>São práticas que, se realizadas, favorecem a erosão do solo:</p><p>A Diminuir o custo de produção.</p><p>B Aumentar a vida útil de máquinas e equipamentos.</p><p>C Melhorar o equilíbrio biodinâmico do solo.</p><p>D Diminuir a infiltração e o armazenamento de água no solo.</p><p>E Aumentar a produtividade das culturas.</p><p>A alternativa D está correta.</p><p>Diminuir a infiltração e o armazenamento de água torna o solo arenoso, além de diminuir a probabilidade de</p><p>vida vegetal no solo, o que contribui muito para a erosão.</p><p>Questão 2</p><p>Para realizar o cultivo de sementes e criar plantações alimentícias em terrenos planos, é necessário fazer:</p><p>A Terraceamento.</p><p>B Curvas de nível.</p><p>C Cultivo em faixas.</p><p>D Rotação de culturas.</p><p>E Aração e gradagem.</p><p>A alternativa E está correta.</p><p>Primeiramente, é feita a aração para revolver a terra e descompactá-la. Todavia, para evitar que torrões de</p><p>terra existam, faz-se em seguida o processo de gradagem, que tem por finalidade, além de retirar os</p><p>torrões para melhor nascimento das sementes, planificar o terreno. Essa última é a razão pela qual tal</p><p>técnica não é recomendada para terrenos em declive.</p><p>4. Conclusão</p><p>Considerações finais</p><p>Como apresentado, a degradação dos solos de origem antrópica causa inúmeros prejuízos para a</p><p>sustentabilidade dos ecossistemas naturais e cultivados. Os solos degradados são aqueles que perderam a</p><p>resiliência ou a capacidade de se recuperar sem a intervenção das ações humanas.</p><p>Considerando que o Brasil é um país essencialmente agrícola e que mantém grandes áreas de produção, a</p><p>substituição das técnicas predatórias de manejo dos solos por técnicas conservacionistas passa a ser</p><p>fundamental para a manutenção da produtividade e sustentabilidade dos agroecossistemas.</p><p>As principais causas da degradação dos solos são o desmatamento, as queimadas, o superpastejo e a</p><p>mecanização intensiva dos solos utilizada nos modelos de produção convencionais. Essas práticas,</p><p>associadas ao clima tropical e à declividade dos solos, têm promovido altos índices de perdas de solos por</p><p>erosão, chegando, em algumas regiões, a níveis irreversíveis próximos à desertificação.</p><p>As principais técnicas de manejo conservacionistas dos solos utilizam uma maior cobertura vegetal de</p><p>proteção e preconizam a redução das etapas de preparo do solo, sempre visando a uma maior proteção dos</p><p>agentes erosivos. As principais técnicas utilizadas são o plantio direto, o terraceamento, o cultivo mínimo, a</p><p>rotação de culturas, a adubação verde, as curvas de nível e as integrações lavoura-pecuária-floresta.</p><p>Podcast</p><p>Agora, o especialista Felipe da Costa Brasil fará um resumo sobre o conteúdo abordado.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para ouvir o áudio.</p><p>Explore +</p><p>Para saber mais:</p><p>Sobre o uso e manejo do solo, além de seus impactos no ecossistema em geral, leia o artigo: Uso e</p><p>manejo do solo e seus impactos sobre a qualidade física, de Diane C. Stefanoski, Glenio G. Santos,</p><p>Robélio L. Marchão, Fabiano A. Petter e Leandro P. Pacheco, disponível na página do Scielo.</p><p>Sobre os ODS e sua relação com o manejo sustentável dos solos e da agricultura, veja as informações</p><p>disponibilizadas no site da Embrapa.</p><p>Sobre a importância deste conteúdo para o manejo de solos no mundo, cabe citar um estudo da</p><p>Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2015), que afirmou que mais</p><p>de 30% dos solos do mundo já se encontram degradados ou em algum grau de degradação.</p><p>Referências</p><p>ALCÂNTARA, F. A. de. Manejo agroecológico do solo. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2017. p.</p><p>28.</p><p>EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5. ed., rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2018. p. 356.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>FEIDEN, A. Conceitos e princípios para o manejo ecológico do solo. Seropédica: Embrapa Agrobiologia</p><p>(Documentos, 140), 2001. p. 28.</p><p>IBGE. Manual técnico de pedologia. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. 430 p.</p><p>PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São Paulo: Nobel, 1979. p. 579.</p><p>Introdução ao manejo e conservação do solo</p><p>1. Itens iniciais</p><p>Propósito</p><p>Objetivos</p><p>Introdução</p><p>Manejo e conservação do solo</p><p>Conteúdo interativo</p><p>1. Formação dos solos</p><p>Conceitos e definições do solo</p><p>A formação dos solos e suas principais relações com a degradação no Brasil</p><p>Conteúdo interativo</p><p>A formação dos solos</p><p>Curiosidade</p><p>Solos autóctones e alóctones</p><p>Solos autóctones</p><p>Solos alóctones</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>2. Degradação dos solos no Brasil</p><p>Definição de degradação do solo</p><p>Principais causas e consequências da degradação dos solos no Brasil</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Saiba mais</p><p>Principais causas e consequências da degradação dos solos</p><p>Desmatamento</p><p>Queimadas</p><p>Superpastejo</p><p>Mecanização</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>3. Manejo e conservação do solo</p><p>Introdução ao conceito de manejo e conservação dos solos</p><p>O manejo conservacionista dos solos e seus impactos na sustentabilidade dos agroecossistemas</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Principais práticas de manejo conservacionistas dos solos</p><p>Cultivo mínimo do solo</p><p>Plantio direto</p><p>Terraceamento</p><p>Curvas de nível</p><p>Plantios em faixas</p><p>Adubação verde</p><p>Rotação de culturas</p><p>Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>4. Conclusão</p><p>Considerações finais</p><p>Podcast</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Explore +</p><p>Referências</p>

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