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<p>Universidade Católica de Moçambique</p><p>Instituto de Educação à Distância</p><p>Evolução do sistema digestivo dos invertebrados</p><p>Betinha Brás João</p><p>Código da Estudante: 708223395</p><p>Curso: Ensino de Biologia</p><p>Disciplina: Anatomia Humana e Animal</p><p>Ano de Frequência: 3º Ano</p><p>Docente: Msc.</p><p>Quelimane, Maio, 2024</p><p>Categorias</p><p>Indicadores</p><p>Padrões</p><p>Classificação</p><p>Pontuação máxima</p><p>Nota do Tutor</p><p>Sub total</p><p>Estrutura</p><p>Aspectos Organizacionais</p><p>Índice</p><p>0.5</p><p>Introdução</p><p>0.5</p><p>Discussão</p><p>0.5</p><p>Conclusão</p><p>0.5</p><p>Bibliografia</p><p>0.5</p><p>Conteúdo</p><p>Introdução</p><p>Contextualização (Indicação clara do problema)</p><p>2.0</p><p>Descrição dos objectivos</p><p>1.0</p><p>Metodologia adequada ao objecto do trabalho</p><p>2.0</p><p>Análise e discussão</p><p>Articulação e domínio do discurso académico (expressão, escrita cuidada, coerência, coesão textual)</p><p>3.0</p><p>Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo</p><p>2.0</p><p>Exploração dos dados</p><p>2.5</p><p>Conclusão</p><p>Contributos teóricos práticos</p><p>2.0</p><p>Aspectos gerais</p><p>Formatação</p><p>Paginação, tipo e tamanho de letra, parágrafo, espaçamento entre linhas</p><p>1.0</p><p>Referências bibliográficas</p><p>Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia</p><p>Rigor e coerência das citações ou referências bibliográficas</p><p>2.0</p><p>Recomendações de melhoria:</p><p>________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Índice</p><p>1. Introdução 3</p><p>1.1 Objectivos 4</p><p>1.1.1 Objectivo Geral 4</p><p>1.1.2 Objectivos Específicos 4</p><p>2. Definição de zoologia 4</p><p>2.1 Definição de animal 5</p><p>2.1.1 Definição de invertebrado 5</p><p>2.2 Ausência ou presença do sistema digestivo 6</p><p>2.2.1 Nutrição e Digestão 6</p><p>2.3 Filo Mollusca 7</p><p>2.3.1 Posição no Reino Animal 7</p><p>2.3.2 Contribuições Biológicas 7</p><p>2.3.3 Importância 7</p><p>2.4 Filo Echinodermata 8</p><p>2.4.1 Sistema ambulacrário 9</p><p>2.4.2 Sistema Digestivo 9</p><p>2.4.3 Reprodução e Desenvolvimento 9</p><p>2.4.4 Digestão Extracelular 10</p><p>2.5 Tubo digestivo incompleto 11</p><p>2.6 Filo Annelida 12</p><p>3. Conclusão 12</p><p>4. Referências Bibliográficas 13</p><p>1. Introdução</p><p>Provavelmente, os primeiros organismos vivos surgiram no planeta antes de 3,5 bilhões de anos, após uma evolução orgânica. Viveram como heterotróficos fermentadores de matéria orgânica sintetizada pré-biologicamente. À radiação dos procariontes seguiu-se uma diversificação destes organismos na exploração de diferentes tipos de nutrição. Pelo menos três linhas primárias devem ter evoluído, levando às Archaebacteria, às Eubacteria e ao estoque ancestral dos eucariontes. O presente trabalho discorre sobre a Evolução do sistema digestivo dos invertebrados. Certas bactérias desenvolveram compostos capazes de absorver energia da luz solar e utilizá-la na fotossíntese. Esta novidade evolutiva (apomorfia) causou um grande impacto na biosfera, modificando a composição de gases da hidrosfera e da atmosfera, pela liberação do oxigénio residual da fotossíntese. Isto pode ser verificado no registo fossilífero, pela aparição de cianobactérias e rochas oxidadas a partir de 2 bilhões de anos.</p><p>1.1 Objectivos</p><p>1.1.1 Objectivo Geral</p><p>Analisar a Evolução do sistema digestivo dos invertebrados</p><p>1.1.2 Objectivos Específicos</p><p>Identificar os invertebrados com ausência e com sistema digestivo incompleto</p><p>Caracterizar os diferentes tipos animais invertebrados</p><p>Descrever as adaptações dos animais invertebrados</p><p>2. Definição de zoologia</p><p>Do grego, zoon significa animal e logos significa estudo. Assim, zoologia pode ser definida como a ciência que estuda os animais.</p><p>2.1 Definição de animal</p><p>Não parece uma tarefa fácil definir com exactidão o que seja um animal. Quando Linné em 1735 editou sua obra intitulada “Systema Naturae”, definiu o Reino Animalia como “objectos naturais vivos caracterizados pela capacidade de crescimento e sensibilidade”. Já as plantas foram definidas como “seres vivos que crescem, mas não sentem”. Os minerais foram definidos como objectos naturais sem vida (Nielsen, 1995).</p><p>A grande maioria dos seres vivos pertence ao Reino Animalia. São conhecidos mais de 1 milhão de tipos diferentes de animais. Estima-se que 20 a 50 milhões de espécies animais ainda permaneçam desconhecidas e não foram nomeadas (Brusca; Brusca, 2003).</p><p>A partir do século 19, alguns sistemas de classificação passaram a incorporar as ideias evolucionistas de Darwin e Wallace. O precursor dos sistemas evolutivos foi Haeckel, que em 1874 propôs uma árvore evolutiva com três reinos de seres vivos: o Reino Protista composto por seres unicelulares, o Reino Plantae e Reino Animalia compostos por seres pluricelulares. No sistema de Haeckel, os animais foram separados das plantas pela presença de tecidos e órgãos que podiam atingir um alto grau de desenvolvimento.</p><p>Alguns acréscimos foram feitos no século vinte, destacando-se dois factores:</p><p>- A distinção entre a organização procariótica e eucariótica, e;</p><p>- A forma como os seres obtêm alimento (fotossíntese, absorção e ingestão).</p><p>Assim, podemos definir os animais como eucariontes, pluricelulares, que se alimentam por ingestão. As plantas são distinguidas por serem eucariontes, pluricelulares que se alimentam por fotossíntese. Já o Reino Protista é definido como eucariontes unicelulares (Whittaker, 1959).</p><p>2.1.1 Definição de invertebrado</p><p>O termo Invertebrado é resultante da união do prefixo “in” (indicando ausência) com a raiz “vertebrado”. Para entender o que são invertebrados, necessitamos então definir vertebrados. Entre os animais, existem aqueles que possuem coluna vertebral. A coluna vertebral é uma pilha de vértebras alinhadas no eixo antero posterior. Animais com esta característica são agrupados no Filo Chordata: Subfilo Vertebrata, isto é‚ “animais vertebrados”. São conhecidas e nomeadas aproximadamente 47.000 espécies de vertebrados, menos de 5% de todos os animais conhecidos e descritos. Os animais remanescentes, aqueles que não possuem coluna vertebral, são genericamente denominados de invertebrados. Os invertebrados constituem aproximadamente 95% dos animais.</p><p>2.2 Ausência ou presença do sistema digestivo</p><p>O Filo Cnidaria é uma agregação de organismos que são comummente chamados de águas-vivas, anémonas, corais e hidras. Existem aproximadamente 10.000 espécies descritas. São organismos que colonizaram básicamente o ambiente marinho, sendo que apenas 20 espécies se adaptaram ao ambiente de água-doce. Os cnidários possuem a simetria radial, rede sensorial nervosa difusa, presença de células urticantes (cnidócitos) para ataque e defesa, camada gelatinosa acelular formada a partir da ectoderme (mesogléia).</p><p>Outras características que diferenciam os cnidários são a cavidade gastro-vascular sendo o único espaço corporal; São diblásticos ou diplobásticos (ecto e endoderme): tecido ectodérmico forma a epiderme e a mesogléia; endoderme forma a cavidade gástrica ou celêntero. Diferenças entre os cnidários e outros metazoários são a ausência de cefalização (formação de uma cabeça com órgãos do sentido), de sistema nervoso centralizado e ausência de um sistema de trocas gasosas, excretor e circulatório. Os cnidários podem apresentar duas formas durante seu ciclo de vida: a forma medusóide e a forma polipóide. No entanto, todas as classes apresentam uma única forma larval: a larva plânula.</p><p>Figura 1. Esquema básico de um cnidário mostrando sua estrutura interna</p><p>2.2.1 Nutrição e Digestão</p><p>- São carnívoros com hidras e corais consumindo plâncton e algumas anémonas consumindo pequenos peixes;</p><p>- Usam seus tentáculos para capturar presa e levá-la à boca que é então digerida na cavidade gastrovascular via secreções de células glandulares; parte do alimento é fagocitado por células especiais e a digestão ocorre intracelularmente;</p><p>- A cavidade gastrovascular funciona como abertura para entrada de alimento e a eliminação de resíduos.</p><p>2.3 Filo Mollusca</p><p>2.3.1 Posição no Reino Animal</p><p>Um dos maiores grupos de animais celomados (celoma esquizocélico);</p><p>Pertencem ao ramo dos animais Protostómios;</p><p>Apresentam todos os sistemas orgânicos bem desenvolvidos;</p><p>Muitos moluscos têm larva trocófora similar à trocofora de anelídeos marinhos e outros protostomados marinhos; (Hickman et al. 2004).</p><p>2.3.2 Contribuições Biológicas</p><p>Desenvolvimento de órgãos respiratórios (brânquias ou pulmões);</p><p>Sistema circulatório aberto, com coração pulsante e vasos. Em alguns cefalópodes o sistema circulatório é fechado;</p><p>Presença dos sistemas respiratório e circulatório aumento do tamanho corporal;</p><p>Presença de um manto que secreta concha (muito modificada para diferentes funções);</p><p>Características únicas do filo: rádula e pé muscular;</p><p>Olhos bem desenvolvidos. (Hickman et al. 2004).</p><p>2.3.3 Importância</p><p>Muitos são benéficos: alimento, produzem substâncias preciosas (pérola, madrepérola), tintas (nanquim), enfeites (conchas) e atuam na reciclagem de nutrientes;</p><p>Outros são destrutivos: perfuram cascos de navios de madeira, comprometem plantações (hortaliças) e alguns servem como hospedeiro intermediário em doenças parasitárias ( p. ex. esquistossomose) (Hickman et al. 2004).</p><p>2.4 Filo Echinodermata</p><p>O filo Echinodermata é constituído por cerca de 7.000 espécies distribuídas em seis classes: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea, Holothuroidea e Concentricycloidea (+ duas classes extintas Carpoidea e Cystoidea). O nome do grupo é derivado de duas palavras gregas: echinos, que significa ouriço, e derma, que significa pele, e se refere às projecções em forma de espinhos ou tubérculos presentes na superfície do corpo. Todos os representantes do filo equinodermos são de vida livre, sendo raras as espécies comensais. Algumas espécies passam por um estádio larval planctónico, enquanto outras são vivíparas. Apesar de raro entre os Echinodermata, o hermafroditismo tem sido relatado em algumas espécies.</p><p>Constituem o grupo mais abundante de animais dos fundos marinhos, chegando a compor 90% da biomassa total nas regiões abissais. Muitos são adaptados para se fixar a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose.</p><p>O sistema digestivo é completo. Os ouriços-do-mar possuem, na boca, uma estrutura raspadora chamada lanterna-de-Aristóteles. As estrelas-domar são capazes de everter o seu estómato, introduzindo-o no interior de conchas de moluscos, digeridos ainda vivos. O sistema circulatório é ausente ou rudimentar, e a distribuição de materiais faz-se através da cavidade celomática.</p><p>A excreção é feita directamente através da água que ocupa o sistema ambulacrário, não havendo nenhuma outra estrutura excretora especializada. As trocas gasosas ocorrem por difusão, entre a água do mar e a que ocupa o sistema ambulacrário.</p><p>São animais muito usados para estudos do desenvolvimento embrionário e partenogénese. A regeneração é muito intensa no táxon. Na estrela-do-mar, além de regenerar os braços, se dividida em várias partes, cada parte dará um novo indivíduo e podemos então falar em reprodução assexuada. Os pepinosdo-mar, quando perseguidos, podem eliminar parte de suas vísceras e depois regenerá-las.</p><p>São animais que se aproximam muito dos cordados por possuírem celoma verdadeiro (de origem enterocélica) e por serem deuterostômios, ou seja, o orifício embrionário conhecido como blastóporo origina o ânus dos indivíduos. Na fase larval os equinodermos possuem simetria bilateral, vindo desenvolver a simetrial radial somente no adulto. As larvas são livres natantes e semelhantes a embriões de cordados.</p><p>2.4.1 Sistema ambulacrário</p><p>Os equinodermos tipicamente possuem um sistema hidrovascular ou sistema aquífero (também denominado sistema ambulacral), que funciona na locomoção destes animais. O sistema hidrovascular funciona através de um sistema de canais hidráulicos, nos quais a diferença de pressão produz movimentos físicos. Também existem ventosas nas extremidades dos canais que permitem ao animal fixar-se ao substrato, excepto os representantes da classe Ophiuroidea.</p><p>O filo Echinodermata é constituído por seis classes: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea, Holothuroidea e Concentricycloidea. Todos os representantes do filo equinodermos são de vida livre, sendo raras as espécies comensais. Algumas espécies passam por um estádio larval planctônico, enquanto outras são vivíparas. Apesar de raro entre os Echinodermata, o hermafroditismo tem sido relatado em algumas espécies. São predominantemente bentônicos, ocupando diversos tipos de substrato. Constituem o grupo mais abundante de animais dos fundos marinhos, chegando a compor 90% da biomassa total nas regiões abissais.</p><p>2.4.2 Sistema Digestivo</p><p>Os anelídeos apresentam tubo digestivo mais ou menos estreito, completo e apresenta forma tubular se estendendo da boca ao ânus. O tubo passa através dos septos e é sustentado acima e abaixo pelos mesentérios. A boca pode ser simples (oligoquetos) ou complexa (poliquetos) e apresentam uma faringe muscular eversível e esôfago ciliado. A região anterior tem origem ectodérmica, a região média tem origem endodérmica e a região posterior possui origem ectodérmica. Os poliquetos são carnívoros e possuem mandíbulas para a captura de alimentos, que muitas vezes são outros poliquetos. As minhocas nutrem-se de vegetais em decomposição no solo. Apresentam tiflossole (prega 7 intestinal) que tem como função, aumentar a área de absorção do intestino. As sanguessugas possuem ventosas por onde sugam o sangue de vertebrados, sendo ainda necrófagas e predadoras de minhocas.</p><p>2.4.3 Reprodução e Desenvolvimento</p><p>- Assexuada ou clonal Comum em muitas espécies de oligoquetas aquáticos: fragmentação, fissão binária e paratomia (diferenciação precede a separação dos indivíduos formação de zoóides); brotamento e fissão em poliquetos.</p><p>- Sexuada Gonocóricos que liberam gametas pelos metanefrídeos; Gametas se desenvolvem na cavidade celômica; Oligoquetas hermafroditas com segmentos femininos posteriores aos masculinos.</p><p>Os anelídeos possuem celoma extremamente desenvolvido que permitiu o movimento de escavação e o domínio do subsolo. As musculaturas circulares e longitudinais são características dos anelídeos, embora os poliquetos tenham musculatura parapodial e os hirudíneos apresentem musculatura diagonal e dorso-ventral desenvolvidas.</p><p>O Filo Annelida possui sistema digestivo completo, sistema nervoso bastante desenvolvido e um sistema excretor que segue o padrão seriado do corpo. Os poliquetos são basicamente marinhos e apresentam parapódios e um processo de cefalização bastante desenvolvido. A Classe Clitellata são os únicos que apresentam o clitelo, que é um órgão relacionado à formação do casulo contendo os ovos fertilizados. Esta classe contém a subclasse Oligochaeta, representado pelas minhocas, e a subclasse Hirudinea representado pelas sanguessugas.</p><p>2.4.4 Digestão Extracelular</p><p>Digestão é o conjunto de processos através do qual moléculas complexas alimentares são transformadas em moléculas mais simples, que podem ser absorvidas. A digestão extracelular pode ser extracorporal, como nos fungos, que ocorre fora do organismo ou intracorporal, como acontece nos animais, dentro do organismo. A digestão extracelular intracorporal ocorre, em animais, fora das células em cavidades digestivas na cavidade gastrovascular ou no tubo digestivo, onde são lançados sucos digestivos que contêm enzimas, que atuam sobre as partículas alimentares transformando-as em partículas mais simples. A evolução dos sistemas digestivos foi no sentido do aumentar da complexidade do sistema digestivo e com órgãos anexos,</p><p>o que permite um maior consumo e maior aproveitamento dos alimentos.</p><p>Nos animais o tubo digestivo pode apresentar diferentes graus de complexidade, e podem ser agrupados em dois grandes grupos: tubo digestivo incompleto e completo.</p><p>• tubo digestivo incompleto: possui apenas uma abertura, que funciona como boca e ânus, mas a cavidade digestiva apresenta alguma diferenciação.</p><p>• tubo digestivo completo: possui duas aberturas independentes, a boca e o ânus.</p><p>2.5 Tubo digestivo incompleto</p><p>Os sistemas digestivos quer dos Cnidaria quer dos Plathelminte apresentam apenas uma abertura, que estabelece a comunicação entre o exterior e a cavidade grastrovascular. No caso da Hidra (Cnidaria), as partículas alimentares são capturadas com o auxílio de tentáculos que rodeiam a boca e que possuem células urticantes cnidócitos que libertam substâncias que imobilizam as presas. A digestão tem início na cavidade gastrovascular revestida por uma camada interna gastroderme que possui dois tipos de células: as glandulares, que produzem enzimas digestivas que são lançadas para a cavidade gastrovascular (digestão extracelular) e as digestivas, que captam as partículas semidigeridas por fagocitose originando vacúolos digestivos, nos quais continua a digestão (digestão intracelular). As partículas não absorvidas e as que são libertadas por exocitose (do interior das células para a cavidade gastrovascular) são expulsas da cavidade gastrovascular pela abertura (que serve de boca e ânus). Na planaria (Plathelminte) embora também só com uma abertura o tubo digestivo já possui alguma diferenciação, com uma faringe musculosa e retráctil.</p><p>A cavidade gastrovascular é muito ramificada, aumentando a área de digestão e de absorção, e a gastroderme apresenta células com diferentes funções: secretoras de enzimas, fagocitárias e ciliadas. Como na hidra a digestão é extra e intracelular. Tubo digestivo completo O sistema digestivo completo que muitos animais apresentam confere grandes vantagens aos organismos que o possuem:</p><p>• os alimentos deslocam-se num só sentido, permitindo uma digestão e absorção sequenciais ao longo do tubo digestivo;</p><p>• a digestão pode ocorrer em diferentes órgãos especializados do tubo digestivo, por processos mecânicos e enzimáticos distintos;</p><p>• a absorção torna-se mais eficiente por ocorrer em diferentes áreas</p><p>• os resíduos não digeridos podem ser mais facilmente eliminados pelo ânus e não se misturam com os alimentos ingeridos.</p><p>A minhoca (Annelida) possui um tubo digestivo completo com regiões bem diferenciadas.</p><p>As células epiteliais das vilosidades por sua vez possuem microvilosidades que aumentam ainda mais a superfície de absorção. Por difusão ou por transporte activo, os nutrientes atravessam o epitélio intestinal, e são absorvidos diferencialmente para a corrente sanguínea (aminoácidos, água, glicose, sais minerais e vitaminas hidrossolúveis) e para a corrente linfática (ácidos gordos, glicerol e vitaminas lipossolúveis). Os resíduos alimentares não absorvidos passam para o intestino grosso, para serem eliminados via ânus. No intestino grosso também se dá a reabsorção de parte da água libertada para o tubo digestivo.</p><p>2.6 Filo Annelida</p><p>Annelida significa corpo com pequenos anéis e está representado por animais como as minhocas, vermes anelados marinhos e sanguessugas. Seus representantes atingem de poucos milímetros a três metros de comprimento. Actualmente aproximadamente 12.000 espécies foram descritas. Apresentam todos os hábitos alimentares: filtração de suspensões, ingestão de depósitos de material orgânico, detritívoria, herbívora e carnívora. Importantes na reciclagem de matéria orgânica (minhocas). São utilizadas na medicina (sanguessugas) para diminuição da pressão sanguínea, regeneração em enxertos e reimplantes de dedos e outros apêndices. Os poliquetos são extremamente importantes na cadeia alimentar marinha. As características morfológicas básicas que distinguem os anelídeos: animais protostomados, eucelomados e metamerizados (= segmentação não-especializada). Duas sinapoformia dentro das classes: presença de parapódios (poliquetos) e clitelo (Clitellata). Os anelídeos compartilham uma origem comum com os moluscos. As evidências são a forma larval trocófora, protostomados com uma cavidade verdadeira (celoma) e a simetria bilateral com a formação de boca e ânus.</p><p>Os anelídeos têm um corpo cilíndrico que é dividido em uma série de segmentos separados por um septo. O corpo de um anelídeo pode ser dividido em três regiões: prostômio, tronco e pigídio; 1. Prostômio: cérebro e órgãos dos sentidos;</p><p>2. Tronco: maioria dos sistemas, gónadas e apêndices;</p><p>3. Pigídio: extremidade posterior do corpo que inclui o ânus.</p><p>3. Conclusão</p><p>Zoologia é a ciência que estuda os animais. Os animais são eucariontes pluricelulares que se alimentam por ingestão. A grande maioria dos animais são invertebrados (95%). Somente uma pequena parcela (menos de 5%) dos animais são vertebrados. Para estudar a grande biodiversidade, os sistematas criaram sistemas de classificação para os seres vivos. O sistema lineano é um marco de referência na botânica e na zoologia. Este sistema dividia os seres vivos em Reino Plantae e Reino Animalia. O advento da teoria da evolução modificou os sistemas de classificação. Entre os muitos sistemas atuais destacamos o sistema modificado a partir de Whittaker que divide os seres vivos nos Reinos: Archaea, Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.</p><p>Estima-se que os primeiros seres vivos tenham surgido na terra a aproximadamente 3,5 bilhões de anos, na forma de procariontes fermentadores. Três linhas filéticas divergiram, levando às Archaebacteria, às Eubacteria e ao estoque ancestral dos eucariontes. Na evolução dos eucariontes destacam-se alguns passos evolutivos como:</p><p>1) perda da parede celular formando um ancestral ameboide fermentador que desenvolve a fagocitose;</p><p>2) formação dos sistemas de membranas e especialmente a carioteca;</p><p>3) desenvolvimento da meiose e da reprodução sexuada; e</p><p>4) a simbiogénese que explica o surgimento das organelas de membranas duplas, como a mitocôndria e o cloroplasto, através do mutualismo endosimbiótico com bactérias aeróbicas e cianobactérias respectivamente.</p><p>No século vinte as moneras são separados dos protistas. Os quase vinte filos de protistas podem ser estudados, didaticamente, em quatro grupos artificiais: os ameboides, os flagelados, os ciliados e os parasitas formadores de esporos.</p><p>Os cnidários possuem a simetria radial, rede sensorial nervosa difusa, presença de células urticantes (cnidócitos) para ataque e defesa, camada gelatinosa acelular formada a partir da ectoderme (mesogléia). Os cnidários podem apresentar duas formas durante seu ciclo de vida: a forma medusóide e a forma polipóide. Nos cnidários a captura de presas é realizada por meio de especializadas células sensoriais e efetoras chamadas cnidócitos.</p><p>4. Referências Bibliográficas</p><p>Amorim, D. S. (2002). Fundamentos de Sistemática Filogenética. Holos Editora. Ribeirão Preto. SP. Brasil.</p><p>Barnes, R.S.K; Calow,P. & Live, P.J.W. (1995). Invertebrados: uma nova síntese. Atheneu Editora São Paulo.</p><p>Brusca, R. C.; Brusca, G. J. (2003). Invertebrates. (2ª edição). Massachusetts: Sinauer Associates.</p><p>Hickman, C. P., Roberts, L. S., Larson, A. (2004). Princípios integrados de Zoologia. 11 Kudo, R. R. Protozoologia. México: Continental.</p><p>Melo, A. (2009). Mais antigo Homo sapiens encontrado na Etiópia. Ciência Hoje Eletrônica. Edição. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.</p><p>Ribeiro Costa C. S. & Rocha, R. M. (2002). Invertebrados: manual de Aulas Práticas. Série Manuais Práticos em Biologia 3. Holos Editora. Ribeirão Preto.</p><p>Ruppert E. E., Barnes, R.D. & Fox, R. S. (2005). Zoologia dos Invertebrados: Uma Abordagem Funcional-Evolutiva. (7ª edição). Editora Roca. Rio de Janeiro</p><p>image1.png</p>