Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>Semiótica</p><p>Lemos textos constituídos de diversas linguagens, entendemos como texto aquele constituído da língua: palavra escrita ou oral.</p><p>Um texto pode ser formado por mais de uma linguagem e nos causa um imenso prazer em sua leitura.</p><p>O campo de estudo de nossa área, que trata dessa diversidade de linguagem e de textos, é a semiótica.</p><p>O conteúdo programático consiste em estudar:</p><p>· O conceito de semiótica e seus domínios (o signo e a semiose)</p><p>· As perspectivas teóricas da semiótica</p><p>- Semiótica peirceana e sua noção da incompletude do signo;</p><p>- Semiótica discursiva de linha francesa, com seu percurso narrativo do sentido;</p><p>- Semiótica da cultura;</p><p>- Semiótica social, que adota a noção de multimodalidade e nos oferece a gramática da sintaxe visual e a modalização.</p><p>A semiótica é a ciência da linguagem.</p><p>Lucia Santaella é a maior semioticista do Brasil pois é uma das principais divulgadoras da semiótica e do pensamento de Charles Peirce no Brasil.</p><p>O termo língua refere-se ao sistema verbal, palavras orais e escritas.</p><p>O termo linguagem é termo generalizado para qualquer sistema de comunicação entre os seres humanos.</p><p>A semiótica é definida como uma ciência dos signos, signos musicais, signos teatrais e signos verbais.</p><p>Signo está no lugar de algo, ou seja, remete a um referente.</p><p>Como o signo está no lugar de algo, podemos falar do que está distante, ausente de nossos olhos. Somos capazes de inventar uma história com base na nossa imaginação. A história resultante é igualmente um signo.</p><p>As concepções de semiótica, de linguagem e de signo são complexas, e a semiótica tem mais de uma vertente teórica para dar conta delas.</p><p>As quatro grandes vertentes desenvolveram-se a partir do século 19:</p><p>· Semiótica peirceana: fundou a semiótica. O americano Charles Sanders Peirce formalizou os estudos da semiótica, sua linha de pesquisa se tornou uma grande base para muitas outras áreas até hoje. Em uma busca superficial na nossa biblioteca virtual, encontramos muitas obras que seguem essa linha. Em resumo, é a vertente da semiótica mais conhecida e usada fora do nosso curso. No Brasil, Lucia Santaella é com certeza a maior representante dessa vertente.</p><p>· Semiótica discursiva: ou semiótica da linha francesa. O precursor foi o linguista Algirdas Julien Greimas. No Brasil, essa linha tornou-se extremamente produtiva com pesquisas de linguistas como José Luiz Fiorin, Antonio Vicente Pietroforte e Norma Discini.</p><p>· Semiótica da cultura: ou semiótica russa, seu precursor foi Yuri Lotman. Contudo, a caráter de curiosidade, as pesquisas ocorreram e ocorrem ainda na Estônia. No Brasil, a linguista Irene Machado é a maior colaboradora dessa vertente.</p><p>· Semiótica social: vertente mais atual, desenvolvida a partir do fim do século passado. Dois grandes nomes destacam-se: Gunther Kress e Theo Van Leeuwen. Temos diversas pesquisas dessa vertente no Brasil, mas damos destaque aos estudos de Joana Ormundo, que trouxe a semiótica social para nosso curso.</p><p>SEMIÓTICA PEIRCEANA: CATEGORIAS DO SIGNO</p><p>Categorias do signo</p><p>Charles Sanders Peirce (1839-1914) procurou a resposta sobre o processo do conhecimento e dedicou-se a estudar matemática, física, astronomia, química, linguística, psicologia, história e a filosofia. O conjunto de sua obra é considerado a maior realização da filosofia americana.</p><p>Nossas faculdades e inteligência seguem um princípio básico para nossa aprendizagem: experiência, empirismo.</p><p>Enquanto a experiência possibilita o conhecimento, a atividade mental trabalha a transformação dessa experiência em objetos de conhecimento.</p><p>O conhecimento é processo e ocorre por meio de signos. Desse modo, o conhecimento implica na significação, interpretação e crença.</p><p>Na perspectiva peirceana, crença não é um modo momentâneo da consciência, é um hábito mental que permanece algum tempo e que é, pelo menos em grande parte, inconsciente.</p><p>As nossas experiências, para serem conhecimento, não podem ser o puro sentir. Elas precisam ter significado, levando-nos a compartilhar entre nós e também a agir.</p><p>A teoria semiótica peirceana pode ser considerada a teoria do conhecimento, e o conhecimento se dá por meio dos signos, pela linguagem.</p><p>Peirce (2010) desenvolveu uma teoria semiótica que é ao mesmo tempo:</p><p>· Geral: leva em conta os aspectos emocionais, práticos e intelectuais do conceito de signo.</p><p>· Triádica: se baseia em três categorias filosóficas: primeiridade, secundidade e terceiridade. Relacionadas a três termos: o signo, o objeto e o interpretante. A inter-relação desses três componentes, signo, objeto e interpretante, tem o nome de semiose.</p><p>· Pragmática: leva em conta o contexto em que os signos são produzidos e interpretados.</p><p>Signo, em conceito geral, é tudo aquilo que representa outra coisa.</p><p>O signo peirceano é definido por uma relação irregular devido àquilo que, sob certo modo, representa algo para alguém, dando ao referente um papel essencial.</p><p>Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa algo para alguém. Dirige-se a alguém, isto é, cria, na mente dessa pessoa, um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido.</p><p>As categorias fundamentais da semiótica são necessárias e suficientes para explicar toda experiência humana.</p><p>· A primariedade: lógica única, é não relacional. É uma concepção do ser em sua totalidade ou integridade.</p><p>· A secundidade: lógica dupla, expressa a relação entre dois termos. É o modo de ser que está em relação com outra coisa. Inclui o indivíduo, a experiência, o fato, a existência e a ação-reação. Trata-se da reação que o eu tem ao experienciar o outro ser.</p><p>· A terceiridade: lógica de três, domínio das regras e leis. Implica generalizações e lei, se evidencia como representação. A terceiridade aproxima o primeiro e o segundo numa síntese explicativa e interpreta as relações estabelecidas entre os signos.</p><p>A semiótica se inscreve entre as ciências normativas da filosofia, concebida como uma ciência formal.</p><p>SEMIOSE</p><p>O signo define a existência das coisas, assim, não temos acesso direto a elas, mas por meio dos signos, conseguimos imaginar.</p><p>Peirce define como percepto tudo o que aparece diante de nós, tudo o que percebemos, é produto do processo mental, mas não temos consciência disso. Nessa experiência é que algo, uma cadeira, digamos, aparece. Está diante de nós. Ele não faz profissão de espécie alguma, não tem intenção, não está no lugar de nada. Simplesmente é.</p><p>O representamen é por definição uma parte constitutiva do signo, enquanto o percebido é algo que ainda não foi racionalizado ou pensado. Se você preferir, o percepto é algo puro que ainda não foi concebido como um representamen, e não como outra coisa.</p><p>As sensações referem-se a certas experiências imediatas, fundamentais e diretas, relacionam-se à consciência de qualidades ou atributos vinculados ao ambiente físico, tais como duro, quente, ruidoso e vermelho, geralmente produzidos por estímulos simples, fisicamente isolados.</p><p>A percepção, refere-se ao produto dos processos psicológicos nos quais significado, relações, contexto, julgamento, experiência passada e memória desempenham um papel.</p><p>Um objeto pode ser uma única coisa que se acredita ter existido, ou se espera que exista, ou uma relação de tais coisas...</p><p>Por serem triádicos, os ícones têm três faces que correspondem à imagem, diagrama e metáfora.</p><p>O interpretante é a instância final da construção do signo.</p><p>Não produzimos sentido apenas com as palavras que falamos ou escrevemos, mas também com as imagens, os gestos, as roupas que vestimos, os carros que dirigimos, as roupas que comemos, as bebidas que bebemos e etc.</p><p>Na relação do signo com o objeto, temos ícone, índice e símbolo.</p><p>Semiótica Peirceana Aplicada</p><p>Santaella destaca o crescimento dos signos desde a chegada da fotografia, cinema, imprensa, rádio, televisão, gravação sonoras, revolução digital com o hipertexto e a hipermídia.</p><p>Por isso, há estratégias metodológicas com base na semiótica peirceana para a análise desses</p><p>signos constituintes de: imagens, música, publicidade, arquitetura, literatura, arte em geral, sonhos, hipermídia, filmes, vídeos e tantos outros.</p><p>A análise concentra-se na mensagem em três níveis do signo: a mensagem em si mesma, a referencialidade e a interpretação.</p><p>A mensagem constitui-se de signos qualissignos por meio da linguagem visual: cores, formas, linhas, volumes, dinâmica, movimento etc.</p><p>A mensagem, também é considerada como sinsigno devido justamente por existir, aqui e agora, em um contexto e à nossa percepção.</p><p>A mensagem, em seu caráter geral, se constitui de signos legissignos, ou seja, pertence a uma classe de coisas.</p><p>Semiótica Discursiva</p><p>Essa semiótica desenvolveu-se com base nas propostas de Algirdas Julien Greimas.</p><p>A primeira fase dessa vertente propõe a constituição do percurso gerativo de sentido. A preocupação de Greimas era com a significação.</p><p>A semiótica greimasiana difere-se das outras vertentes da semiótica por não considerar o signo como objeto mínimo dessa ciência, mas sim a significação.</p><p>A linguagem é constituída de oposições, e o significado se dá pela diferença entre as formas pelas quais o mundo se organiza.</p><p>O método para analisar a significação, na linha greimasiana, segue o modelo do estruturalismo de Ferdinand de Saussure, que estabeleceu o estudo do signo por uma oposição ou diferença.</p><p>image5.gif</p><p>image6.png</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.jpeg</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p>

Mais conteúdos dessa disciplina