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<p>CURSO DE MEDICINA</p><p>ROTEIRO DO LABORATÓRIO</p><p>MORFOFUNCIONAL</p><p>MÓDULO</p><p>II</p><p>SUPERVISORA DO LMF</p><p>Profa. Dra. Renata Dellalibera-Joviliano</p><p>COLABORADORES NESTE MÓDULO:</p><p>Profª. Drª. Camila T. V. da Silva</p><p>Profª. Drª. Rita de Cassia Viu Carrara</p><p>Profº. Drº. Caio Tales A. da Costa</p><p>TÉCNICOS DO LMF:</p><p>Ugo Pocai e Reinaldo Costa</p><p>MICROSCOPIA</p><p>RIBEIRÃO PRETO</p><p>2017/1(1)</p><p>ARMAZENAMENTO</p><p>ENERGÉTICO</p><p>P</p><p>B</p><p>L</p><p>1</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 2</p><p>CRONOGRAMA DE ATIVIDADES</p><p>Data</p><p>Módulo I:</p><p>Gasto Energético</p><p>Módulo II:</p><p>Armazenamento</p><p>Energético</p><p>Módulo III:</p><p>Excreção</p><p>30/01 1.Introdução à Microscopia 1.Introdução à Microscopia 1.Introdução à Microscopia</p><p>30/01</p><p>2. Tecido Epitelial.</p><p>3. Tecido conjuntivo</p><p>propriamente dito.</p><p>2. Tecido Epitelial.</p><p>3. Tecido conjuntivo</p><p>propriamente dito.</p><p>2. Tecido Epitelial.</p><p>3. Tecido conjuntivo</p><p>propriamente dito.</p><p>06/02</p><p>4. Tecidos de sustentação:</p><p>cartilagem e osso.</p><p>4. Cavidade oral: lábio,</p><p>dente, língua e glândulas</p><p>salivares</p><p>4. Pele e anexos</p><p>13/02</p><p>5. Tecidos musculares:</p><p>estriado esquelético,</p><p>estriado cardíaco e liso.</p><p>5. Trato gastro-intestinal:</p><p>esôfago, estômago e</p><p>intestino delgado.</p><p>5. Sistema urinário: rim,</p><p>ureter, bexiga urinária e</p><p>uretra.</p><p>20/02</p><p>6. Vasos sanguíneos:</p><p>artérias, capilares e veias.</p><p>6. Glândulas digestivas</p><p>anexas: fígado, vesícula</p><p>biliar e pâncreas.</p><p>6. Trato gastro-intestinal:</p><p>intestino grosso</p><p>06/03 PROVA PRÁTICA – LAB. MORFOFUNCIONAL</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>GARTNER, L. P. ; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2007.</p><p>JUNQUEIRA, L. C. U. ; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2013.</p><p>OVALLE, W.K. ; NAHIRNEY P.C. NETTER. Bases da Histologia. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2008.</p><p>ROSS, M. H. ; WOJCIECH, P. Histologia. Texto e Atlas. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan . 2012.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 3</p><p>1. INTRODUÇÃO À MICROSCOPIA</p><p>INDICAÇÃO DE LEITURA</p><p>GARTNER e HIATT, Capítulo 01, páginas 1-10.</p><p>JUNQUEIRA e CARNEIRO, Capítulo 01, páginas 1-20.</p><p>ROSS e WOJCIECH, Capítulo 01, páginas 1-23.</p><p>OBJETIVOS</p><p>1. Identificar as partes de um microscópio óptico.</p><p>2. Descrever o trajeto da luz no microscópio, nomeando, pela ordem, os objetos que se encontram nesse trajeto, durante a</p><p>observação microscópica.</p><p>3. Colocar uma lâmina corretamente na mesa do microscópio e realizar todas as operações subsequentes para a adequada</p><p>observação microscópica do material, com cada uma das objetivas secas.</p><p>4. Definir, operacionalmente, a expressão “objetivas parafocais”.</p><p>5. Definir que parte do microscópio é responsável pelo embaçado ou falta de nitidez da imagem observada na ocular do</p><p>microscópio de luz.</p><p>6. Explicar o significado do que está escrito na armadura das objetivas.</p><p>7. Explicar a relação entre abertura numérica e poder de resolução (limite de resolução) de uma objetiva e definir a expressão</p><p>“poder de resolução”.</p><p>8. Citar os elementos que regulam o poder de resolução do microscópio óptico.</p><p>9. Enumerar as etapas para a obtenção de um corte histológico permanente.</p><p>10. Justificar a necessidade da coloração dos cortes histológicos para observação ao microscópio óptico.</p><p> MICROSCÓPIO ÓPTICO</p><p>As estruturas de um microscópio óptico são divididas nas partes mecânica e óptica, como mostra a tabela</p><p>abaixo.</p><p>Parte Mecânica Parte Óptica</p><p>- Pé ou base - Oculares</p><p>- Tubo (encaixe das oculares) - Objetivas</p><p>- Mesa com charriot - Condensador</p><p>- Revólver (encaixe das objetivas)</p><p>- Macrométrico e micrométrico</p><p> OCULARES</p><p>O microscópio que será utilizado é um microscópio binocular, ou seja, ele possui duas oculares que são a</p><p>parte do microscópio por onde se observa a imagem. Por isso, a maneira correta de se observar a imagem neste</p><p>tipo de microscópio é com os dois olhos abertos.</p><p>As oculares possuem a capacidade de ampliar a imagem em 10 vezes e elas estão encaixadas numa estrutura</p><p>denominada tubo ou canhão.</p><p>As oculares podem se aproximar ou se distanciar e essa regulagem permite que você as posicione</p><p>corretamente de acordo com a distância entre seus olhos.</p><p>Em microscópios binoculares há, na base de uma ou de ambas oculares, um anel de ajuste denominado anel</p><p>de dioptria, usado para equalizar possíveis diferenças no ponto de foco entre os olhos.</p><p> MESA</p><p>A mesa do microscópio (ou platina) possui um dispositivo usado para prender a lâmina que contém o material</p><p>histológico a ser observado.</p><p>Esta mesa possui uma abertura por onde atravessa a luz que sai do condensador para que o material</p><p>histológico seja iluminado. O dispositivo que prende a lâmina é movimentado por dois reguladores que se</p><p>encontram abaixo da mesa à direita que recebem o nome de charriot. Um destes reguladores movimenta a</p><p>lâmina para frente e para trás e o outro para a esquerda e direita. Desta forma o charriot serve para posicionar</p><p>corretamente a lâmina de modo que o material a ser observado seja iluminado pela luz que sai do condensador</p><p>e atravessa a abertura da mesa.</p><p> CONDENSADOR</p><p>O condensador é a parte do microscópio que converge a luz em direção à lâmina e se encontra abaixo da</p><p>mesa alinhado com a abertura da mesma. Abaixo da mesa e à esquerda existe um regulador para abaixar ou</p><p>levantar o condensador. Esta regulagem modifica o contraste da imagem. Você deverá deixar o condensador</p><p>levantado ao máximo principalmente nos casos de cortes histológicos bem corados e abaixá-lo quando os cortes</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 4</p><p>estiverem pouco corados ou não corados. Como veremos mais a frente, existe outra regulagem para controla o</p><p>contraste da imagem.</p><p> OBJETIVAS</p><p>O revólver é a parte do microscópio onde estão encaixadas as quatro objetivas: 4 (de pequeno aumento ou</p><p>panorâmica), 10 (de médio aumento), 40 (de grande aumento) e 100 (de imersão). Esses números que estão</p><p>inscritos nas objetivas indicam a capacidade de ampliação de cada uma delas. As objetivas 4, 10 e 40 são</p><p>denominadas objetivas secas e são parafocais, isto é, se o objeto está focalizado com uma, estará muito perto</p><p>de sê-lo com as outras. A objetiva 100 é usada com óleo de imersão, cujo índice de refração é maior que o do</p><p>ar, permitindo um melhor aproveitamento dos raios luminosos que incidem sobre o corte produzindo,</p><p>consequentemente, uma imagem de melhor qualidade.</p><p>O revólver pode girar em sentido horário ou anti-horário e essa característica permite o engate correto</p><p>de cada uma das objetivas.</p><p>Ampliação Total</p><p>A ampliação total é obtida multiplicando-se o aumento da objetiva pelo aumento da ocular. Assim, as</p><p>objetivas 04, 10, 40 e 100 produzem, respectivamente, ampliações de 40, 100, 400 e 1000 vezes.</p><p>Limite de Resolução</p><p>Além de ampliar, as objetivas possuem a função de aumentar a definição da imagem. Esta função se torna</p><p>importante já que conforme se amplia uma imagem, ocorre uma perda de sua definição.</p><p>Limite de resolução corresponde à menor distância existente entre dois pontos, que permite que eles</p><p>sejam observados individualmente. Por exemplo, em um sistema óptico com limite de resolução de 0,2 µm, dois</p><p>pontos separados por 0,1 µm são vistos como um ponto único. Porém, se esses pontos estiverem separados por</p><p>0,3 µm aparecem individualizados. O limite de resolução de uma objetiva é inversamente proporcional a sua</p><p>abertura numérica, ou seja, quanto maior a abertura numérica, menor o limite de resolução e, consequentemente,</p><p>maior será a definição (riqueza em detalhes) da imagem observada. Observe a fórmula a seguir.</p><p>LR: limite de resolução.</p><p>K: constante cujo valor é de 0,61.</p><p>L: comprimento de onda da luz empregada, aproximadamente 0,55 µm.</p><p>AN: abertura numérica.</p><p>O limite de resolução da objetiva 100 é de 0,2 µm, o que permite a obtenção de imagens nítidas aumentadas</p><p>entre 1000 e 1500 vezes. Objetos menores</p><p>os septos de tecido conjuntivo que divide a glândula em lobos e identificar</p><p>ácinos serosos, ducto intercalar, ducto estriado e ductos excretores; (b) observar a figura da glândula salivar</p><p>parótida e comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>2) Na lâmina 59: (a) observar os septos de tecido conjuntivo que divide a glândula em lobos e identificar</p><p>ácinos serosos, ácinos mucosos, meia lua serosa, ducto intercalar, ducto estriado e ductos excretores.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 33</p><p>Parótida</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 34</p><p> LÂMINA 49 H: GLÂNDULA SALIVAR PARÓTIDA (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40</p><p> LÂMINA 59: GLÂNDULA SALIVAR SUBLINGUAL (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 35</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Lâminas Descrição Coloração</p><p>45 U Glândula sudorípara - Lábios Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>30 H Dente Tricrômico de Gomori (TG)</p><p>10 H Língua - Papila caliciforme Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>11 H Língua - Papilas Filiforme e Fungiforme Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>49 H Glândula Parótida Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>59 Glândula salivar Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 36</p><p>PROBLEMA 02</p><p>ESTUDO MICROSCÓPICO DO TRATO GASTRO-INTESTINAL:</p><p>ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO</p><p>INDICAÇÃO DE LEITURA</p><p>GARTNER e HIATT, Capítulo 17, páginas 387-413.</p><p>JUNQUEIRA e CARNEIRO, Capítulo 15, páginas 287-307.</p><p>ROSS e WOJCIECH, Capítulo 17, páginas 578-609.</p><p>OBJETIVOS</p><p>1) Caracterizar e identificar as túnicas do esôfago: mucosa, submucosa, muscular e adventícia.</p><p>2) Caracterizar e identificar as túnicas do estômago: mucosa, submucosa, muscular e adventícia.</p><p>3) Identificar o plexo mioentério ou de Auerbach.</p><p>4) Caracterizar e identificar os tipos celulares das glândulas gástricas: células mucosas da superfície, células mucosas do</p><p>colo, células principais e células parietais.</p><p>5) Caracterizar e identificar as túnicas do duodeno: mucosa com as vilosidades, os enterócitos, as células caliciformes e as</p><p>criptas de Lieberkhün, submucosa com as glândulas de Bruner, muscular com as camadas circular interna e longitudinal</p><p>externa e a adventícia.</p><p>6) Caracterizar e identificar as túnicas do íleo: mucosa com as vilosidades, os enterócitos, as células caliciformes e as criptas</p><p>de Lieberkhün, a submucosa com as placas de Peyer,, a muscular com as camadas circular interna e longitudinal externa e</p><p>a túnica serosa.</p><p> HISTOLOGIA DO TRATO GASTRO-INTESTINAL</p><p>A parede do trato gastro-intestinal (GI) é constituída por quatro camadas ou túnicas: (1) túnica mucosa,</p><p>(2) túnica submucosa, (3) túnica muscular e (4) túnica serosa (ou adventícia). Essas camadas são inervadas pelo</p><p>sistema nervoso entérico (SNE) e reguladas pela divisão simpática e parassimpática do sistema nervoso</p><p>autônomo (SNA). Algumas dessas camadas recebem também fibras sensoriais. Essas camadas são</p><p>semelhantes ao longo de todo o comprimento do trato GI, mas apresentam modificações e especializações em</p><p>regiões específicas, como veremos mais adiante. Acompanhe a descrição abaixo observando a figura a seguir.</p><p> TÚNICA MUCOSA</p><p>O lúmen do trato GI é revestido por um epitélio e um tecido conjuntivo frouxo subjacente conhecido como</p><p>lâmina própria. Esse tecido conjuntivo altamente vascularizado contém glândulas, assim como vasos linfáticos e</p><p>alguns nódulos linfoides, também conhecidos como tecido linfoide associado a mucosas (MALT). Circundando</p><p>essa camada de tecido conjuntivo está a muscular da mucosa, constituída por uma camada circular interna e</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 37</p><p>uma camada longitudinal externa de músculo liso. O epitélio, a lâmina própria e a muscular da mucosa pertencem</p><p>à túnica mucosa.</p><p> TÚNICA SUBMUCOSA</p><p>A túnica submucosa é formada por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, com mais fibras colágenas</p><p>do que o tecido conjuntivo frouxo da lâmina própria. Essa camada não contém glândulas, exceto no esôfago e</p><p>no duodeno. A submucosa possui vasos sanguíneos e linfáticos, assim como o plexo nervoso submucoso (ou</p><p>de Meissner) que controla a movimentação da mucosa através da muscular da mucosa e as atividades secretoras</p><p>das glândulas da túnica mucosa de todo o trato GI e das glândulas da túnica submucosa do esôfago e duodeno.</p><p> TÚNICA MUSCULAR</p><p>A túnica muscular é responsável pela atividade peristáltica, a qual move o alimento localizado no lúmen</p><p>ao longo do trato GI. A túnica muscular é constituída de músculo liso (exceto na porção superior do esôfago e no</p><p>final do trato GI) e está geralmente organizada em uma camada circular interna e uma camada longitudinal</p><p>externa. Um segundo plexo nervoso denominado mioentérico (ou de Auerbach), está situado na túnica muscular</p><p>entre a camada circular interna e longitudinal externa e regula a contração da túnica muscular.</p><p> TÚNICA SEROSA OU ADVENTÍCIA</p><p>A túnica muscular externa é envolvida por uma fina camada de tecido conjuntivo frouxo que pode ou não</p><p>ser recoberta pelo mesotélio (epitélio simples pavimentoso) do peritônio visceral. Se a região do trato GI é</p><p>recoberta pelo peritônio, a túnica externa é denominada serosa e o mesotélio recobre a região externamente. Se</p><p>a região do trato GI não é revestida pelo peritônio, a túnica é denominada adventícia e a região não é recoberta</p><p>pelo mesotélio externamente.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 38</p><p> PRÁTICA 07: ESÔFAGO</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>O esôfago é um tubo muscular, medindo aproximadamente 25 cm de comprimento, que transporta o bolo</p><p>alimentar da orofaringe para o estômago. Ao longo de toda a sua extensão, sua mucosa apresenta numerosas</p><p>pregas longitudinais que dão a impressão de seu lúmen estar obstruído. Entretanto, quando o esôfago é</p><p>distendido, as pregas desaparecem e o lúmen torna-se evidente.</p><p>Túnica Mucosa</p><p>A mucosa do esôfago é constituída de três camadas: epitélio, lâmina própria e camada muscular da</p><p>mucosa e geralmente encontra-se colabada, abrindo-se somente durante o processo de deglutição. O epitélio</p><p>do esôfago é o pavimentoso estratificado não queratinizado. As células recém-formadas na camada basal</p><p>alcançam a superfície do epitélio em torno de 3 semanas após sua formação.</p><p>A lâmina própria, formada por tecido conjuntivo frouxo, contém as glândulas esofágicas que produzem</p><p>muco que cobre o revestimento do esôfago, lubrificando-o para proteger o epitélio à medida que o bolo alimentar</p><p>passa para o estômago. A lâmina própria também possui alguns nódulos linfoides (MALT). A muscular da mucosa</p><p>é constituída por apenas uma única camada de fibras musculares lisas orientadas longitudinalmente que vai se</p><p>tornando mais espessa nas proximidades do estômago.</p><p>Túnica Submucosa</p><p>A submucosa do esôfago é constituída por tecido conjuntivo frouxo, mais fibroso que o tecido conjuntivo</p><p>frouxo da lâmina própria, e também contém as glândulas mucosas. O esôfago e o duodeno são as duas únicas</p><p>regiões do trato GI com glândulas na submucosa.</p><p>O plexo submucoso está na sua posição de costume dentro da submucosa, nas proximidades da camada</p><p>circular interna da túnica muscular.</p><p>Túnica Muscular e Adventícia</p><p>A túnica muscular do esôfago está disposta em duas camadas: (1) a circular interna e (2) a longitudinal</p><p>externa. Entretanto, essas camadas musculares são compostas tanto por músculo liso quanto por músculo</p><p>esquelético. A túnica muscular do terço superior do esôfago possui essencialmente músculo esquelético. O terço</p><p>médio possui músculo esquelético e liso. E o terço inferior possui somente músculo liso. O plexo de Auerbach</p><p>ocupa sua posição de costume entre as camadas musculares circular interna e longitudinal externa da túnica</p><p>muscular.</p><p>A túnica muscular do esôfago é revestida por túnica adventícia já que, sendo o esôfago um órgão torácico,</p><p>não poder ser revestido pelo peritônio.</p><p>Esfíncteres Esofágicos</p><p>O esôfago possui dois esfíncteres constituídos de músculo liso, o esfíncter faringoesofágico (esfíncter</p><p>esofágico superior) que previne o refluxo do esôfago para a faringe e o esfíncter gastroesofágico (esfíncter</p><p>esofágico inferior) que previne o refluxo do estômago para o esôfago.</p><p>À medida que o esôfago passa pelo diafragma, ele é reforçado por fibras desse músculo. Em algumas</p><p>pessoas, o desenvolvimento anormal causa uma brecha no diafragma em torno da parede do esôfago, permitindo</p><p>a herniação do estômago para a caixa torácica. Essa condição, conhecida como hérnia de hiato, enfraquece o</p><p>esfíncter gastroesofágico, permitindo o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.</p><p> MATERIAIS</p><p>1) Lâmina 20 H: TRAQUEIA E ESÔFAGO (HE)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar a objetivas 04, 10 e 40.</p><p>1) Na lâmina 20 H: (a) indicar o epitélio estratificado pavimentoso, a lâmina própria com vasos sanguíneos</p><p>e ductos excretores, a túnica submucosa com porções secretoras de glândulas mucosas, a túnica muscular</p><p>dividida em circular interna e longitudinal externa e a túnica adventícia; (b) observar a figura do esôfago e</p><p>comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 39</p><p>Esôfago</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 40</p><p> LÂMINA 20 H: TRAQUEIA E ESÔFAGO (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 41</p><p> PRÁTICA 08: ESTÔMAGO</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>O bolo alimentar passa do esôfago para o estômago através do esfíncter gastroesofágico (esfíncter</p><p>esofágico inferior), onde se transforma em um fluido viscoso conhecido como quimo. De forma intermitente, o</p><p>estômago esvazia-se enviando pequenas quantidades do seu conteúdo para o duodeno através do esfíncter do</p><p>piloro. No estômago a digestão dos alimentos continua através da produção de ácido clorídrico, das enzimas</p><p>proteolíticas pepsina e renina, da lipase gástrica e da produção de hormônios parácrinos.</p><p>O estômago possui quatro regiões: (1) cárdica, estreita região logo após o esfíncter gastroesofágico, (2)</p><p>fúndica, região em forma de cúpula à esquerda do esôfago, frequentemente cheia de ar, (3) corpo, a maior região,</p><p>responsável pela formação de quimo e (4) pilórica, região afunilada que contém o esfíncter do piloro que controla</p><p>a liberação intermitente do quimo para o duodeno.</p><p>Todas as regiões do estômago apresentam rugas que são dobras da mucosa e da submucosa que</p><p>desaparecem quando o estômago está distendido pelo alimento. Além disso, o revestimento epitelial do</p><p>estômago invagina-se na mucosa formando as criptas gástricas (ou fovéolas). Cerca de cinco glândulas gástricas</p><p>situadas na lâmina própria desembocam no fundo de cada fosseta gástrica.</p><p>Túnica Mucosa e Glândulas Gástricas</p><p>A mucosa do estômago é constituída de três componentes: (1) epitélio de revestimento, (2) tecido</p><p>conjuntivo denominado lâmina própria e (3) muscular da mucosa.</p><p>O lúmen do estômago é revestido por um epitélio simples cilíndrico composto por células mucosas da</p><p>superfície, as quais produzem uma espessa camada de muco, que adere na superfície do estômago protegendo-</p><p>o da autodigestão. Além do mais, íons bicarbonato aprisionados nessa camada de muco são capazes de manter</p><p>um pH relativamente neutro nas proximidades das células mucosas da superfície. Essas células epiteliais, que</p><p>continuam para o interior das criptas gástricas, possuem na sua superfície apical microvilosidades curtas e seu</p><p>citoplasma contém grânulos de secreção contendo o precursor do muco. As membranas plasmáticas laterais</p><p>dessas células de revestimento superficial formam zônulas de oclusão e de adesão com as membranas das</p><p>células vizinhas.</p><p>A lâmina própria formada por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado possui uma rica população</p><p>de plasmócitos, linfócitos, mastócitos e fibroblastos. Além disso, nódulos linfoides (MALT) são também</p><p>encontrados. Existem aproximadamente 15 milhões de glândulas gástricas estreitamente unidas na lâmina</p><p>própria do estômago.</p><p>As glândulas gástricas produzem entre 2 a 3 L de suco gástrico por dia. Essa secreção é composta de (1)</p><p>ácido clorídrico e fator intrínseco gástrico produzido pelas células parietais, (2) as enzimas pepsinogênio e Iipase</p><p>gástrica produzidas pelas células principais, (3) o muco insolúvel produzido pelas células mucosas da superfície</p><p>que forma uma camada de muco que recobre e protege o epitélio do estômago (4) o muco solúvel, que se torna</p><p>parte do suco gástrico produzido pelas células mucosas do colo.</p><p>Cada glândula gástrica é subdividida em três regiões: o istmo, o colo e o fundo. O epitélio glandular da</p><p>glândula gástrica é formado por cinco tipos celulares: (1) células mucosas da superfície, (2) células mucosas do</p><p>colo, (3) células parietais (ou células oxínticas), (4) células principais (ou células zimogênicas) e (5) células</p><p>enteroendócrinas.</p><p>As células mucosas do colo são cilíndricas e semelhantes às células mucosas da superfície possuindo</p><p>também microvilosidades curtas. O citoplasma apical é preenchido por grânulos de secreção contendo um muco</p><p>que difere do muco sintetizado pelas células mucosas da superfície. Esse muco é solúvel e se mistura com o</p><p>quimo, lubrificando-o e reduzindo seu atrito. As membranas laterais das células mucosas do colo também formam</p><p>zônulas de oclusão e de adesão com as células vizinhas.</p><p>As células parietais (ou células oxínticas) são grandes, possuem núcleos arredondados e basais, seu</p><p>citoplasma é acidófilo e, portanto, ganha um tom avermelhado da eosina. Essas células produzem o ácido</p><p>clorídrico (HCI) e o fator intrínseco, ambos liberados no lúmen do estômago. O fator intrínseco, uma glicoproteína,</p><p>é necessário para absorção da vitamina B12 no íleo. A ausência deste fator resulta em deficiência de vitamina</p><p>B12 com consequente desenvolvimento da anemia perniciosa já que essa vitamina possui participação importante</p><p>na produção de glóbulos vermelhos.</p><p>A maioria das células do fundo das glândulas gástricas são células principais. Essas células são cilíndricas</p><p>e apresentam um citoplasma basófico e, portanto, ganha um tom azulado da hematoxilina. Essas células</p><p>possuem núcleos basais e grânulos de secreção apicais contendo a proenzima proteolítica pepsinogênio e a</p><p>lipase gástrica.</p><p>As células enteroendócrinas secretam o hormônio gastrina na superfície basal, em direção à lâmina</p><p>própria. Esse hormônio promove o aumento da secreção do suco gástrico e estimula o esvaziamento gástrico.</p><p>Imagens da microscopia eletrônica revelaram que essas células enteroendócrinas estão apoiadas sobre a lâmina</p><p>basal mas alcançam o lúmen através de suas microvilosidades que podem monitorar o conteúdo estomacal.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 42</p><p>As células musculares lisas que compõem a muscular da mucosa estão organizadas em duas camadas,</p><p>a circular interna e a longitudinal externa.</p><p>A figura a seguir mostra uma glândula gástrica e a localização das células das glândulas descritas.</p><p>Túnica Submucosa</p><p>O</p><p>tecido conjuntivo fibroelástico da submucosa gástrica, geralmente mais fibroso que o tecido conjuntivo</p><p>frouxo da lâmina própria, possui uma rica rede vascular e linfática. Além disso, o plexo submucoso está localizado</p><p>dentro da submucosa, próximo à túnica muscular.</p><p>Túnica Muscular</p><p>As células musculares lisas da túnica muscular do estômago estão organizadas na maior parte do estômago,</p><p>em duas camadas de músculo liso: (1) a camada circular interna e (2) a camada longitudinal externa. O plexo</p><p>mioentérico está localizado entre as camadas circular média e longitudinal externa.</p><p>Túnica Serosa</p><p>O estômago é inteiramente revestido por uma serosa, constituída de uma fina camada de tecido conjuntivo</p><p>frouxo coberto por epitélio simples pavimentoso denominado mesotélio.</p><p> MATERIAIS</p><p>1) Lâmina 49 U: TRANSIÇÃO ESÔFAGO-ESTÔMAGO CORTE LONGITUDINAL (HE)</p><p>2) Lâmina 49 U: ESTÔMAGO CORTE TRANSVERSAL (HE)</p><p>3) Lâmina 04 H: ESTÔMAGO CORTE LONGITUDINAL (HE)</p><p>4) Lâmina 04 H: ESTÔMAGO CORTE TRANSVERSAL (HE)</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 43</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar a objetivas 04, 10 e 40.</p><p>1) Na lâmina 49 U L: (a) indicar a região de transição entre o epitélio estratificado pavimento do esôfago e o</p><p>epitélio cúbico simples do estômago, as glândulas mucosas do esôfago localizadas tanto na túnica mucosa como</p><p>na túnica submucosa e as glândulas gástricas do estômago localizadas na túnica mucosa; (b) observar a figura</p><p>da transição esôfago-estômago e comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no</p><p>microscópio óptico.</p><p>2) Na lâmina 49 U T: (a) indicar túnica mucosa com as glândulas gástricas e a muscular da mucosa, túnica</p><p>submucosa com vasos sanguíneos, túnica muscular dividida em camada circular interna e longitudinal externa e</p><p>o plexo mioentérico entre essas duas camadas musculares e a túnica serosa; (b) nas glândulas gástricas indicar</p><p>e diferenciar células mucosas da superfície, células mucosas do colo, células principais e células parietais; (b)</p><p>observar as figuras do estômago e comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no</p><p>microscópio óptico.</p><p>3) Na lâmina 04 H L: (a) indicar túnica mucosa com as glândulas gástricas e a muscular da mucosa, túnica</p><p>submucosa com vasos sanguíneos e túnica muscular dividida em camada circular interna e longitudinal externa</p><p>e o plexo mioentérico entre essas duas camadas musculares; (b) nas glândulas gástricas indicar e diferenciar</p><p>células mucosas da superfície, células mucosas do colo, células principais e células parietais.</p><p>4) Na lâmina 04 H T: (a) indicar túnica mucosa com as glândulas gástricas e a muscular da mucosa e túnica</p><p>submucosa com vasos sanguíneos; (b) nas glândulas gástricas indicar e diferenciar células mucosas da</p><p>superfície, células mucosas do colo, células principais e células parietais; (c) observar as figuras do estômago e</p><p>comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>Transição Esôfago-Estômago</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 44</p><p> LÂMINA 49 U L – TRANSIÇÃO ESÔFAGO-ESTÔMAGO CORTE LONGITUDINAL (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 45</p><p>Estômago</p><p>Estômago</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 46</p><p> LÂMINA 49 U T - ESTÔMAGO CORTE TRANSVERSAL (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 47</p><p> LÂMINA 04 H L - ESTÔMAGO CORTE LONGITUDINAL (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 48</p><p> LÂMINA 04 H T - ESTÔMAGO CORTE TRANSVERSAL (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 49</p><p> PRÁTICA 09: INTESTINO DELGADO</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>A digestão começa na cavidade oral e continua no estômago e no intestino delgado, esse com 7 metros</p><p>de comprimento, é a região mais longa do trato GI. O intestino delgado é dividido em três regiões: (1) duodeno,</p><p>(2) jejuno e (3) íleo. Embora essas regiões sejam histologicamente semelhantes, suas pequenas diferenças</p><p>permitem a sua identificação.</p><p>O intestino delgado digere o alimento e absorve os produtos finais. Para exercer suas funções digestivas,</p><p>a primeira região do intestino delgado, o duodeno, recebe enzimas do pâncreas e secreções alcalinas do</p><p>pâncreas e do fígado. Além disso, as células das glândulas intestinais também contribuem com enzimas e</p><p>secreções alcalinas.</p><p>Modificações da Superfície Intestinal</p><p>A superfície do intestino delgado é modificada para ampliar sua área de absorção. Quatro tipos de</p><p>modificações são encontradas: (1) pregas circulares, (2) vilosidades, (3) microvilosidades e (4) glândulas</p><p>intestinais (criptas de Lieberkühn).</p><p>As pregas circulares, também denominadas válvulas coniventes, são dobras da submucosa que formam</p><p>elevações semicirculares da parede do intestino delgado. Ao contrário das rugas do estômago, estas pregas são</p><p>estruturas permanentes do duodeno e do jejuno e terminam na metade do íleo. Elas aumentam cerca de 3 vezes</p><p>a área de absorção do intestino delgado e ainda diminuem a velocidade do quimo ao longo do trato GI</p><p>melhorando o processo de digestão e absorção.</p><p>As vilosidades são pregas digitiformes da mucosa. A lâmina própria de cada vilosidade contém alças de</p><p>capilares e um vaso linfático de fundo cego denominado quilífero central. As vilosidades também são estruturas</p><p>permanentes e são mais numerosas e mais altas no duodeno e aumentam cerca de 10 vezes a superfície de</p><p>absorção do intestino delgado.</p><p>As microvilosidades são especializações da membrana plasmática apical das células epiteliais que</p><p>revestem as vilosidades intestinais e aumentam cerca de 20 vezes a área de absorção do intestino delgado.</p><p>Assim, estes três tipos de modificações da superfície intestinal aumentam cerca de 600 vezes a área de</p><p>superfície total disponível para a absorção dos nutrientes.</p><p>Túnica Mucosa e as Criptas de Lieberkühn</p><p>A mucosa do intestino delgado é composta por três camadas: (1) epitélio simples cilíndrico, (2) lâmina</p><p>própria e (3) muscular da mucosa.</p><p>O epitélio simples cilíndrico recobre as vilosidades. Abaixo desse epitélio está a lâmina própria constituída</p><p>por tecido conjuntivo frouxo formando o eixo das vilosidades. A lâmina própria contém nódulos linfoides que</p><p>ajudam a proteger o corpo contra a invasão de microrganismos. Além disso, a lâmina própria próxima da</p><p>muscular da mucosa é comprimida pelas numerosas glândulas intestinais, as criptas de Lieberkühn, que se</p><p>abrem nos espaços entre as vilosidades e são constituídas por, no mínimo, cinco tipos celulares: (1) enterócitos</p><p>(células absortivas superficiais), (2) células caliciformes, (3) células regenerativas, (4) células enteroendócrinas</p><p>e (5) células de Paneth.</p><p>As células mais numerosas são os enterócitos, células altas, com núcleos ovais localizados no citoplasma</p><p>basal. As principais funções dessas células são a digestão final</p><p>e a absorção de água e nutrientes. Além disso,</p><p>essas células formam os quilomícrons e transportam a maior parte dos nutrientes absorvidos para a lâmina</p><p>própria. Cada célula absortiva possui cerca de 3.000 microvilosidades e as membranas laterais dessas células</p><p>formam zônulas de oclusão, zônulas de adesão, desmossomas e junções comunicantes com as células</p><p>adjacentes.</p><p>As células caliciformes são glândulas unicelulares. O duodeno possui um número menor de células</p><p>caliciformes e seu número aumenta em direção ao íleo. Estas células secretam mucinogênio, cuja forma</p><p>hidratada é a mucina, um componente do muco.</p><p>As células regenerativas do intestino delgado são células-tronco que sofrem uma extensa proliferação</p><p>para repovoar o epitélio das criptas e das vilosidades. São células estreitas com alta taxa de divisão celular.</p><p>O intestino delgado possui vários tipos de células enteroendócrinas que produzem hormônios parácrinos</p><p>e endócrinos, mas os principais são a colecistocinina (CCK) e a secretina.</p><p>As células de Paneth são facilmente distinguíveis por causa da presença de grandes grânulos de secreção</p><p>que se coram de vermelho (eosinofílicos) no citoplasma apical. Estas células piramidais ocupam o fundo das</p><p>criptas de Lieberkühn e produzem o agente antibacteriano lisozima.</p><p>A camada muscular da mucosa do intestino delgado é constituída por uma camada circular interna e uma</p><p>camada longitudinal externa de células musculares lisas. Observe a figura a seguir que mostra uma parte da</p><p>parede do intestino delgado. As criptas de Lieberkhün se abrem nos espaços entre as vilosidades.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 50</p><p>Túnica Submucosa</p><p>A submucosa do intestino delgado é constituída de tecido conjuntivo mais fibroso que o tecido conjuntivo</p><p>da lâmina própria, com um rico suprimento sanguíneo e linfático. A inervação da submucosa provém do plexo</p><p>submucoso (de Meissner). A submucosa do duodeno é diferente, pois contém glândulas conhecidas como</p><p>glândulas de Brunner (glândulas duodenais).</p><p>As glândulas de Brunner são glândulas cujas porções secretoras se assemelham a ácinos mucosos. Os</p><p>ductos dessas glândulas atravessam a muscular da mucosa e geralmente perfuram a base das criptas de</p><p>Lieberkühn onde lançam seu produto de secreção.</p><p>As glândulas de Brunner secretam um fluido mucoso alcalino que ajuda a neutralizar a acidez do quimo</p><p>que entra no duodeno vindo do estômago.</p><p>Túnica Muscular</p><p>A túnica muscular do intestino delgado é constituída por uma camada circular interna e uma camada</p><p>longitudinal externa de músculo liso. O plexo mioentérico (de Auerbach), localizado entre as duas camadas</p><p>musculares, é o suprimento nervoso da túnica muscular. A túnica muscular é responsável pela atividade</p><p>peristáltica do intestino delgado.</p><p>Túnica Serosa</p><p>Excetuando a maior parte do duodeno, que possui uma adventícia, todo o intestino delgado está envolvido</p><p>por uma túnica serosa.</p><p>Aspectos Funcionais do Intestino Delgado</p><p>O duodeno difere do jejuno e do íleo pelo fato de suas vilosidades serem mais altas e mais numerosas. O</p><p>duodeno também possui menos células caliciformes, além de possuir glândulas de Brunner na submucosa,</p><p>ausentes no jejuno e no íleo. As vilosidades do íleo são mais espaçadas, mais curtas e mais estreitas.</p><p>As túnicas mucosa e submucosa do íleo contêm grupos permanentes de nódulos linfoides, conhecidos</p><p>como placas de Peyer. Quando esses nódulos linfoides entram em contato com o epitélio, surgem as células M</p><p>por entre as células epiteliais. As células M fagocitam antígenos do lúmen intestinal e os transferem para a lâmina</p><p>própria. Células apresentadoras de antígenos (APC) localizadas nos nódulos linfoides fagocitam os antígenos</p><p>transferidos, os processam e apresentam os epítopos aos linfócitos para o início de uma resposta imunológica.</p><p>As glândulas do intestino delgado secretam muco e um fluido aquoso em resposta a estímulos nervosos</p><p>e hormonais. Impulsos nervosos que partem do plexo submucoso (de Meissner) e os hormônios CCK e secretina</p><p>produzidos pelas células enteroendócrinas também estimulam a atividade secretora das criptas de Lieberkühn e</p><p>das glândulas de Brunner. Essas glândulas produzem quase 2 L de fluido levemente alcalino por dia.</p><p>Vale a pena lembrar e ressaltar que o hormônio CCK produzido pelas células enteroendócrinas do intestino</p><p>delgado também atua no estômago inibindo o esvaziamento gástrico além de estimular a secreção das enzimas</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 51</p><p>pancreáticas e a contração da vesícula biliar. Já a secretina estimula a liberação íons bicarbonato (HCO3</p><p>-) pelo</p><p>suco pancreático e pela bile.</p><p>O intestino delgado participa de dois tipos de movimentação: (1) mistura e (2) propulsão. As contrações</p><p>de mistura são usadas para permitir maior exposição do quimo aos sucos digestivos. Já as contrações de</p><p>propulsão ocorrem sob a forma de ondas peristálticas que empurram o quimo em direção ao ânus. A velocidade</p><p>do movimento peristáltico é controlada por impulsos nervosos que partem do plexo mioentérico.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 99 H: INTESTINO DELGADO - DUODENO (HE).</p><p>2) Lâmina 73 H: INTESTINO DELGADO - ÍLEO (HE).</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04 e 10.</p><p>1) Na lâmina 99 H: (a) identificar a túnica mucosa com as vilosidades, os enterócitos, as células</p><p>caliciformes e as criptas de Lieberkhün, a túnica submucosa com as glândulas de Brunner, a túnica muscular</p><p>com as camadas circular interna e longitudinal externa e a túnica adventícia; (b) observar a figura do duodeno e</p><p>comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>2) Na lâmina 73 H: (a) identificar a túnica mucosa com as vilosidades, os enterócitos, as células</p><p>caliciformes e as criptas de Lieberkhün, a túnica submucosa com as placas de Peyer, a túnica muscular com as</p><p>camadas circular interna e longitudinal externa e a túnica serosa; (b) observar a figura do íleo e comparar com</p><p>as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>Duodeno</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 52</p><p> LÂMINA 99 H: INTESTINO DELGADO - DUODENO (HE).</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 10</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 53</p><p>Íleo</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 54</p><p> LÂMINA 73 H: INTESTINO DELGADO - ÍLEO (HE).</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 10</p><p>Lâmina Descrição Coloração</p><p>20 H Traquéia/Esôfago Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>49 U L. Estômago região cárdica / Fúndica / Pilórica (Longitudinal) Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>49 U T. Estômago região cárdica / Fúndica / Pilórica (Transversal) Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>04 H L. Estômago - Região fúndica; (Longitudinal) Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>04 H T. Estômago - Região fúndica; (Transversal) Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>99 H Intestino delgado duodeno Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>73 H Intestino delgado – íleo Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 55</p><p>PROBLEMA 03</p><p>ESTUDO MICROSCÓPICO DAS GLÂNDULAS DIGESTIVAS ANEXAS:</p><p>FÍGADO, VESÍCULAR BILIAR E PÂNCREAS</p><p>INDICAÇÃO DE LEITURA</p><p>GARTNER e HIATT, Capítulo 18, páginas 424-442.</p><p>JUNQUEIRA e CARNEIRO, Capítulo 16, páginas 315-332.</p><p>ROSS e WOJCIECH, Capítulo 18, páginas 638-675.</p><p>OBJETIVOS</p><p>1) Identificar os lóbulos hepáticos, as placas de hepatócitos, os sinusoides hepáticos com as células de Kupffer, a veia</p><p>central e os constituintes do espaço porta: ramificação da veia porta, ramificação da artéria hepática, ductos biliares e vasos</p><p>linfáticos.</p><p>2) Identificar na parede da vesícula biliar a túnica mucosa com o epitélio</p><p>cilíndrico simples e lâmina própria vascularizada, a</p><p>túnica muscular e a túnica serosa.</p><p>3) Comparar a parede da vesícula biliar com a parede das outras regiões do trato gastro-intestinal verificando a ausência da</p><p>túnica submucosa na vesícula biliar.</p><p>4) Diferenciar a parte exócrina do pâncreas formada pelos ácinos serosos da parte endócrina formada pelas ilhotas de</p><p>Langerhans.</p><p>5) Indicar no pâncreas uma célula acinar e uma célula centro-acinar e descrever suas diferenças funcionais.</p><p>6) Indicar no pâncreas um ducto intercalar e um ducto excretor.</p><p>Externamente à parede do trato gastro-intestinal, estão localizadas suas principais glândulas, conectadas</p><p>ao lúmen por meio de ductos. Tais glândulas incluem as glândulas salivares principais (já estudadas nesse</p><p>módulo) o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas, que serão estudados agora.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 56</p><p> PRÁTICA 10: FIGADO E VESÍCULA BILIAR</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>Fígado</p><p>O fígado é quase que completamente recoberto pelo peritônio e é a maior glândula do corpo podendo</p><p>executar inúmeras outras funções além da função glandular. As células parenquimatosas do fígado são</p><p>denominadas hepatócitos.</p><p>Como os hepatócitos são envolvidos por capilares sinusoides, eles entram em contato direto com</p><p>substâncias tóxicas e produtos que são absorvidos no intestino delgado visando eliminação da toxicidade ou</p><p>armazenamento para uso futuro.</p><p>O fígado recebe sangue de duas fontes: (1) da artéria hepática de onde obtém sangue oxigenado e (2) da</p><p>veia porta hepática de onde recebe sangue desoxigenado mas contém nutrientes, fármacos e possivelmente</p><p>micróbios e toxinas recém-absorvidos no trato GI. Ramos da artéria hepática e da veia porta transportam sangue</p><p>para os sinusoides, levando oxigênio e nutrientes para os hepatócitos.</p><p>O endotélio de revestimento dos sinusoides contêm grandes fenestras, mas não permitem a passagem de</p><p>células do sangue ou de plaquetas. Macrófagos, chamados células de Kupffer, participam do revestimento dos</p><p>sinusoides. As células de Kupffer removem eritrócitos envelhecidos, bactérias e outras substâncias estranhas</p><p>presentes no sangue venoso vindo do trato GI pela veia porta.</p><p>O fígado é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, a cápsula de Glisson, a partir da qual partem</p><p>septos de tecido conjuntivo que divide o fígado em lóbulos, denominados lóbulos clássicos, com formato</p><p>semelhante a hexágonos medindo em torno de 0,7 mm de diâmetro. No local em que os ápices de três lóbulos</p><p>clássicos adjacentes se encontram, seus componentes de tecido conjuntivo se fundem para formar estruturas</p><p>denominadas espaços porta. Cada espaço porta abriga ramos da artéria hepática, ramos da veia porta, ramos</p><p>do ducto biliar e vasos linfáticos. O ramo do ducto biliar pode ser identificado pelo seu epitélio cúbico simples. O</p><p>centro de cada lóbulo clássico abriga uma veia chamada veia central, que recebe sangue de numerosos</p><p>sinusoides hepáticos daquele mesmo lóbulo. Por sua vez, os sinusoides recebem sangue tanto dos ramos da</p><p>artéria hepática como dos ramos da veia porta, vasos localizados no espaço porta. Por entre os sinusoides,</p><p>placas de hepatócitos, geralmente formada por camada dupla de células, partem, em sentido radial, da veia</p><p>central em direção à periferia do lóbulo. Algumas substâncias produzidas pelos hepatócitos são secretadas no</p><p>sangue dos sinusoides e enviadas para a veia central. As veias centrais conduzem o sangue para as veias</p><p>sublobulares, as quais se fundem com outras dessas mesmas veias, formando veias maiores que depois drenam</p><p>o sangue para as veias hepáticas direita e esquerda, transferindo o sangue para a veia cava inferior. Observe na</p><p>figura a seguir o sentido do sangue no fígado.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 57</p><p>Por outro lado, a bile também produzida pelos hepatócitos é lançada em pequenos espaços entre os</p><p>hepatócitos, denominados canalículos biliares, pelos quais a bile fui para a periferia do lóbulo, alcançando o</p><p>ducto biliar do espaço porta.</p><p>Portanto, a bile flui da região central do lóbulo para o espaço porta, e o sangue flui da periferia do lóbulo</p><p>para a veia central. No interior de cada lóbulo, as placas de hepatócitos e os sinusoides se colocam lado a lado</p><p>e o sangue flui pelos sinusoides antes de chegar na veia central situada no centro de cada lóbulo.</p><p>Os sinusoides são revestidos por células endoteliais e por macrófagos denominados células de Kupffer.</p><p>Dessa maneira, os hepatócitos não entram, em contato direto com as células sanguíneas. Um pequeno espaço,</p><p>denominado espaço de Disse, se colocada entre os hepatócitos e as células de revestimento dos sinusoides.</p><p>Esse espaço abriga as microvilosidades dos hepatócitos. O espaço de Disse é de difícil observação na</p><p>microscopia óptica.</p><p>As células de Kupffer são maiores que as células endoteliais e podem ser identificadas pelo material</p><p>fagocitado que se encontra no interior dessas células. Uma maneira de demonstrar as células de Kupffer é</p><p>através de injeção intravenosa de tinta nanquim em um animal. Algumas células de Kupffer são vistas como</p><p>grandes manchas pretas, pois fagocitaram grande quantidade de partículas da tinta administrada.</p><p>A figura a seguir mostra a organização do fígado em lóbulos clássicos.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 58</p><p>O fígado produz diariamente cerca de 1 L de bile, que é a sua secreção exócrina. A bile é liberada pelos</p><p>hepatócitos no interior de um sistema de ductos. A bile inicialmente entra nos canalículos biliares que</p><p>desembocam nos dúctulos bilíferos. Esses dúctulos levam a bile para os ductos biliares que se fundem formando</p><p>os ductos hepáticos direito e esquerdo, que se unem e saem do fígado como o ducto hepático comum. Mais</p><p>adiante, o ducto hepático comum se une ao ducto cístico proveniente da vesícula biliar para formar o ducto</p><p>colédoco. A bile entra no ducto cístico e é, temporariamente, armazenada na vesícula biliar.</p><p>A liberação de bile no duodeno ocorre por meio dos ductos cístico e colédoco e é estimulada pelo hormônio</p><p>CCK produzidos pelas células enteroendócrinas do intestino delgado que provoca a contração da túnica muscular</p><p>da vesícula biliar. A bile é um fluido levemente viscoso, de cor verde, constituído de água, íons, colesterol,</p><p>fosfolipídios, bilirrubina e ácidos biliares. Os ácidos biliares exercem um papel na emulsificação das gorduras e</p><p>na absorção de lipídios. As minúsculas gotículas de lipídios formadas pela ação dos ácidos biliares possuem</p><p>uma área de superfície muito maior, permitindo que a lipase pancreática realize mais rapidamente a digestão</p><p>dos triglicerídeos. O principal pigmento biliar é a bilirrubina formada a partir do radical heme da hemoglobina</p><p>após a degradação das hemácias pelos macrófagos do baço e do próprio fígado. A bilirrubina pode ser tóxica</p><p>em concentrações excessivas e, por isso, deve ser excretada na bile. No intestino delgado, a bile é decomposta</p><p>em estercobilina que é eliminada juntamente com as fezes.</p><p>Vesícula Biliar</p><p>A vesícula biliar é um órgão oco, com forma de pera, preso à superfície inferior do fígado e que desemboca</p><p>no ducto cístico. Esse órgão atua com um reservatório de bile, com uma capacidade de cerca de 50ml. Além</p><p>disso realiza a concentração da bile de 5 a 10 vezes, através de absorção seletiva de água e sais inorgânicos</p><p>pela mucosa.</p><p>A parede da vesícula biliar apresenta-se constituída pelas seguintes camadas: (1) túnica mucosa, (2)</p><p>túnica muscular e (3) e túnica adventícia ou serosa.</p><p>A túnica mucosa é formada por epitélio cilíndrico simples com microvilosidades. Essas células reabsorvem</p><p>sódio (Na+) e cloreto (Cl-) por transporte ativo e, consequentemente, água. Dessa forma, esse epitélio retira cerca</p><p>de 5% da água da bile. Abaixo desse epitélio está a lâmina própria formada por tecido conjuntivo frouxo.</p><p>A túnica muscular é</p><p>formada por fibras musculares lisas dispostas em várias direções. Os espaços entre</p><p>os grupos de fibras musculares lisas são preenchidos com tecido conjuntivo frouxo.</p><p>A superfície externa da vesícula biliar, voltada para a cavidade abdominal, é recoberta pelo folheto visceral</p><p>do peritônio e, portanto, denominado túnica serosa. O outro lado, em contato com a superfície inferior do fígado,</p><p>não apresenta revestimento peritoneal, sendo a túnica dessa região denominada adventícia.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 20: FÍGADO DE SUÍNO (Tricômico de Mallory).</p><p>2) Lâmina 95 H: FÍGADO – CÉLULA DE KUPFFER (HE).</p><p>3) Lâmina 23 H: FÍGADO E VESÍCULA BILIAR (HE)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04, 10 e 40.</p><p>1) Na lâmina 20: (a) identificar os lóbulos hepáticos, as placas de hepatócitos, os sinusoides hepáticos, a</p><p>veia central e os constituintes do espaço porta: ramificação da veia porta, ramificação da artéria hepática, ductos</p><p>biliares e vasos linfáticos; (b) observar a figura do fígado e comparar com as fotomicrografias e com as imagens</p><p>observadas no microscópio óptico.</p><p>2) Na lâmina 95: (a) a veia central e os constituintes do espaço porta: ramificação da veia porta, ramificação</p><p>da artéria hepática, ductos biliares e vasos linfáticos; (b) observar a figura do fígado e comparar com as</p><p>fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>3) Na lâmina 23 H: (a) identificar a túnica mucosa com o epitélio e lâmina própria, túnica muscular e túnica</p><p>serosa; (b) observar a ausência da túnica submucosa; (c) observar a figura da vesícula biliar e comparar com as</p><p>fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 59</p><p>Fígado</p><p>Vesícula biliar</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 60</p><p> LÂMINA 20: FÍGADO DE SUÍNO (TRICÔMICO DE MALLORY).</p><p>Objetiva 04</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 61</p><p> LÂMINA 95 H: FÍGADO – CÉLULA DE KUPFFER (HE).</p><p>Objetiva 04</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 62</p><p> LÂMINA 23 H: FÍGADO E VESÍCULA BILIAR (HE)</p><p>Objetiva 04</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 63</p><p> PRÁTICA 11: PÂNCREAS</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>O pâncreas é considerado uma glândula mista, pois é constituído tanto por uma parte endócrina como por</p><p>uma parte exócrina.</p><p>A parte endócrina, estudada no sistema endócrino, corresponde a 1% do pâncreas e é representada por</p><p>agregados aproximadamente esféricos dispersos no meio do tecido exócrino e por esse motivo, denominados</p><p>ilhotas pancreáticas (de Langerhans). A maior parte desses agregados é formada pelas células α (20%) e pelas</p><p>células β (70%) que secretam, na corrente sanguínea, os hormônios glucagon e insulina, respectivamente. O</p><p>glucagon promove o aumento da taxa de glicose no sangue estimulando a glicogenólise e a gliconeogênese. Já</p><p>o hormônio insulina reduz o nível de glicose no sangue estimulando a captação de glicose pelas células do corpo.</p><p>A parte exócrina, que corresponde a 99% do pâncreas, é formada principalmente por pequenos</p><p>aglomerados de células epiteliais glandulares chamados ácinos. Diariamente, o pâncreas exócrino produz</p><p>aproximadamente 1 L de secreção serosa alcalina, rica em enzimas digestivas que é liberada no duodeno pelo</p><p>ducto pancreático. O pâncreas também é subdividido em lobos e lóbulos por septos de tecido conjuntivo. Cada</p><p>ácino seroso é constituído por várias células com formato piramidal e núcleos esféricos denominadas células</p><p>acinosas, responsáveis pela produção das enzimas pancreáticas. O citoplasma dessas células é preenchido com</p><p>grânulos de zimogênio que são as vesículas que contém as enzimas pancreáticas. Na região central de cada</p><p>ácino estão as células centroacinosas que, além de formarem os menores ductos dessa glândula, são</p><p>responsáveis pela produção da parte alcalina do suco pancreático. As células centroacinosas podem ser</p><p>identificadas pela sua localização e pela aparência mais pálida quando comparada com as células acinosas.</p><p>Observe a figura a seguir.</p><p>A liberação das enzimas e do fluido alcalino não é constante e estimulada pelos hormônios colecistoquinina</p><p>(CCK) e secretina, respectivamente. Por isso, esses dois tipos de secreção podem ser liberados</p><p>independentemente. Como já estudado no capítulo anterior, esses hormônios são produzidos pelas células</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 64</p><p>enteroendócrinas do intestino delgado, que são células localizadas nas criptas de Lieberkhün. A liberação das</p><p>secreções é controlada também pela acetilcolina, liberada por terminações nervosas da divisão parassimpática</p><p>do sistema nervoso autônomo. A tabela a seguir relaciona as enzimas produzidas pelas células acinosas do</p><p>pâncreas e suas respectivas ações.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 105 H: PÂNCREAS (HE).</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04, 10 e 40.</p><p>1) Na lâmina 105 H: (a) indicar a parte exócrina formada pelos ácinos serosos da parte endócrina formada</p><p>pelas ilhotas de Langerhans, uma célula acinar, uma célula centro-acinar, um ducto intercalar e um ducto</p><p>excretor; (b) observar a figura do pâncreas e comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas</p><p>no microscópio óptico.</p><p>Pâncreas</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 65</p><p> LÂMINA 105 H: PÂNCREAS (HE).</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40</p><p>Lâmina Descrição Coloração</p><p>20 Fígado de suíno Tricômico de Mallory (TM)</p><p>95 H Fígado - células de Kupffer Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>23 H Fígado e Vesícula Biliar Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>105 H Pâncreas Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>que 0,2 µm não são vistos com nitidez no microscópio óptico, como</p><p>é o caso dos grânulos citoplasmáticos do neutrófilo humano. Objetos de dimensão igual ou maior que 0,2 µm</p><p>são nitidamente observados como os grânulos do eosinófilo humano. O que determina a definição da imagem é</p><p>o limite de resolução do sistema óptico e não o seu poder de aumento. Portanto, a resolução de uma imagem</p><p>depende essencialmente da objetiva, pois as oculares apenas ampliam a imagem nela projetada pela objetiva.</p><p>Observe na tabela abaixo que a objetiva 100 é a que possui a maior abertura numérica e consequentemente</p><p>o menor limite de resolução. Sendo assim, a objetiva 100 é a que proporciona uma maior riqueza em detalhes.</p><p>Ainda na tabela abaixo, a working distance significa a distância entre a objetiva e a lâmina na posição de foco.</p><p>Observe que a objetiva 4, na posição de foco, fica 2,5 cm da lâmina e a objetiva 100 menos de 1,5 milímetro.</p><p>Objetiva</p><p>Abertura</p><p>Numérica (AN)</p><p>Working</p><p>Distance</p><p>4 0,10 25 mm</p><p>10 0,25 5,6 mm</p><p>40 0,65 0,6 mm</p><p>100 1,25 0,14 mm</p><p> MACROMÉTRICO E MICROMÉTRICO</p><p>O macrométrico (regulador maior e externo) e o micrométrico (regulador menor e interno) são os focalizadores</p><p>da imagem. Quando eles são girados, a mesa sobe ou desce.</p><p>O macrométrico é um focalizador grosseiro, ou seja, ele não permite uma focalização precisa da imagem,</p><p>pois quando ele é girado, a mesa se movimenta rapidamente.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 5</p><p>Já o micrométrico permite um ajuste e uma focalização muito mais precisa, pois quando ele é girado, a mesa</p><p>se movimenta lentamente.</p><p>Nunca você poderá utilizar o macrométrico quando as objetivas 40 ou 100 estiverem posicionadas. Em outras</p><p>palavras, somente utilize o macrométrico na objetiva 4 ou 10. Isto é necessário, pois as objetivas 40 e 100 são</p><p>objetivas que, na posição de foco, ficam muito próximas da mesa do microscópio. Um movimento rápido da</p><p>mesa, neste momento, poderia facilmente danificar a objetiva ou provocar a quebra da lâmina. As objetivas 4,</p><p>10, 40 e 100 são parafocais, isto é, o foco de uma fica próximo do foco da outra, usando-se, após a focalização</p><p>na objetiva 4, somente o micrométrico para um pequeno ajuste.</p><p> OBSERVAÇÕES IMPORTANTES</p><p>1. Na passagem da objetiva 4 para a objetiva 10 e depois para a objetiva 40 ou na passagem da objetiva 4 para</p><p>a objetiva 100 é necessário aumentar a intensidade luminosa do microscópio. Esta necessidade existe, pois, a</p><p>ampliação provoca a diminuição da área observada e consequentemente da quantidade de luz que chega aos</p><p>olhos. O inverso também é verdadeiro, ou seja, na passagem da objetiva 40 para a objetiva 10 e depois para a</p><p>objetiva 4 ou na passagem da objetiva 100 para a objetiva 4 será necessário diminuir a intensidade luminosa.</p><p>2. Como observado no item anterior, a quantidade de luz que chega aos nossos olhos diminui conforme a imagem</p><p>é ampliada. Portanto, na objetiva 100 a quantidade de luz que chega aos nossos olhos é mínima. Por isso,</p><p>somente na objetiva 100 é necessário utilizar o óleo de imersão. Este óleo tem a função de recuperar a</p><p>quantidade de luz perdida com a ampliação.</p><p>3. Abaixo da mesa do microscópio existe um dispositivo metálico que regula a luz que atravessa o condensador.</p><p>Quando este dispositivo é colocado na extrema direita, o diafragma se fecha, a luz que sai do condensador</p><p>diminui e a imagem aparece com contraste máximo, ou seja, a imagem ganha em contorno, mas perde sua cor</p><p>interna. Em contrapartida, quando tal dispositivo é colocado na extrema esquerda, o diafragma se abre, a luz</p><p>que sai do condensador aumenta e a imagem perde em contorno, mas ganha na sua coloração interna. Faça</p><p>esse teste!</p><p>4. Toda a vez que se quiser ampliar uma determinada estrutura será necessário centralizar esta estrutura antes</p><p>de posicionar a próxima objetiva. Por exemplo, se você encontrar uma célula na objetiva 4 e quiser ampliá-la,</p><p>você terá primeiro que colocá-la (movimentando o charriot) no centro do campo visual da objetiva 4 e assim</p><p>posicionar a objetiva 10. O mesmo procedimento terá que ser feito da objetiva 10 para a 40.</p><p>5. Observando a imagem pelas oculares é possível ver, em qualquer uma das objetivas, uma seta. Esta seta, na</p><p>verdade, se encontra somente na ocular direita e serve para indicar as estruturas observadas. Por exemplo, se</p><p>o professor pediu para você encontrar uma determinada estrutura e se você não tem ainda certeza se a estrutura</p><p>encontrada é realmente a estrutura pedida pelo professor, você poderá (movimentando o charriot) indicar com a</p><p>seta a estrutura encontrada e chamar o professor ou o monitor para confirmar a sua indicação.</p><p> FOCALIZAÇÃO</p><p> POSIÇÃO FUNDAMENTAL DO MICROSCÓPIO</p><p>Para se iniciar o processo de focalização, sempre será necessário que o microscópio esteja na chamada</p><p>posição fundamental. A posição fundamental, descrita a seguir, inclui a verificação e o posicionamento correto</p><p>de 5 itens do microscópio.</p><p>1. Objetiva 4 posicionada.</p><p>2. Mesa abaixada ao máximo.</p><p>3. Condensador levantado ao máximo.</p><p>4. Dispositivo que regula contraste posicionado na extrema esquerda (diafragma aberto).</p><p>5. Luz ligada na intensidade mínima.</p><p> FOCALIZAÇÃO CORRETA DE UM CORTE HISTOLÓGICO</p><p>Da Objetiva 4 Até a Objetiva 40</p><p>1. Acender a lâmpada do sistema de iluminação.</p><p>2. Abrir totalmente o diafragma e colocar o condensador na posição mais elevada.</p><p>3. Se a objetiva 4 não estiver posicionada, movimentar o revólver, colocando- a na posição.</p><p>4. Coloque a lâmina com a preparação sobre a mesa do microscópio, prendendo-a pelo dispositivo apropriado.</p><p>5. Movimentando a lâmina pelo charriot posicione-a de modo que o material a ser observado fique iluminado.</p><p>Observar por fora da ocular.</p><p>6. Levante a mesa ao máximo utilizando o macrométrico. Observar por fora da ocular ainda.</p><p>7. Observando pela ocular, desça a mesa utilizando o macrométrico até que a imagem apareça no campo visual.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 6</p><p>8. Em seguida utilize a focalização micrométrica.</p><p>9. Desejando uma ampliação maior, gire o revólver em sentido horário e engate a objetiva 10.</p><p>10. Ajuste novamente o foco utilizando somente o micrométrico.</p><p>11. Desejando ampliação maior, gire o revólver em sentido horário e posicione a objetiva 40.</p><p>12. Antes de retirar a lâmina do microscópio, gire o revólver em sentido anti-horário até alinhar novamente a</p><p>objetiva 4 e abaixe a mesa do microscópio ao máximo, deixando o microscópio na posição fundamental.</p><p>Como Utilizar a Objetiva 100 (de Imersão)</p><p>1. Focalizar a estrutura a ser observada na objetiva 4 (panorâmica), 10 ou 40, como feito anteriormente.</p><p>2. Colocar uma gota de óleo de imersão sobre o centro iluminado da lâmina.</p><p>3. Virar em seguida o revólver em sentido anti-horário engatando diretamente a objetiva 100 (imersão).</p><p>4. Observar pela ocular controlando cuidadosamente somente o micrométrico (nunca o macrométrico) e</p><p>ajustando o foco.</p><p>5. Não é permitido em hipótese alguma, após a colocação da gota de óleo, posicionar a objetiva 40, pois esta</p><p>jamais poderá entrar em contato com o óleo.</p><p>6. Antes de retirar a lâmina do microscópio, gire o revólver em sentido horário e alinhe novamente a objetiva 4.</p><p>Levante a mesa do microscópio ao máximo, deixando o microscópio na posição fundamental.</p><p> PREPARAÇÃO DE UMA LÂMINA HISTOLÓGICA PERMANENTE</p><p>As etapas envolvidas na preparação de tecidos e órgãos para que sejam observados no microscópio óptico</p><p>estão descritas a seguir.</p><p> 1. COLETA DA AMOSTRA</p><p>A primeira etapa do processo de preparação de uma lâmina histológica permanente consiste em coletar uma</p><p>amostra de tamanho pequeno, ou seja, remover o tecido ou o órgão do animal experimental.</p><p> 2. FIXAÇÃO</p><p>O fixador mais comumente usado na microscopia óptica é o formol. Em caso de material calcificado como</p><p>ossos e dentes, é necessário, após a fixação, a descalcificação para que seja possível a microtomia. A fixação</p><p>é o tratamento do tecido e do órgão com agentes químicos e possui as seguintes finalidades:</p><p>- Evitar a autólise das células, que é a destruição das mesmas por suas próprias enzimas.</p><p>- Impedir a atividade e a proliferação de bactérias.</p><p>- Endurecer as células para que elas resistam melhor às etapas seguintes da técnica histológica.</p><p>- Aumentar a afinidade das estruturas celulares pelos corantes histológicos, tornando-as, assim, mais facilmente</p><p>coráveis.</p><p> 3. DESIDRATAÇÃO E DIAFANIZAÇÃO</p><p>Como os órgãos e tecidos são naturalmente hidratados, utiliza-se uma série de banhos de álcool em</p><p>concentrações crescentes, começando com álcool 50%, aumentando gradualmente até chegar no álcool 100%,</p><p>afim de desidratar a amostra. Em seguida, o material é colocado em contato com substâncias diafanizadoras</p><p>como, por exemplo, o xilol e o benzol. A desidratação e a diafanização preparam o material para receber a</p><p>parafina na próxima etapa, já que a parafina possui bastante afinidade pelo xilol e pelo benzol.</p><p> 4. INCLUSÃO</p><p>A inclusão envolve mergulhar o material em um meio apropriado para que seja possível seccioná-lo em cortes</p><p>muito finos. O meio de inclusão mais comum é a parafina. O material é colocado em um recipiente adequado</p><p>contendo parafina fundida a 56oC e, por isso, líquida. É deixado assim até o endurecimento da parafina para</p><p>formar um bloco de parafina contendo, no seu interior, o material a ser observado no microscópio óptico sob a</p><p>forma de cortes histológicos.</p><p> 5. MICROTOMIA</p><p>A microtomia é realizada utilizando-se um micrótomo, uma máquina que contém uma lâmina de aço que</p><p>atravessa o bloco de parafina realizando cortes uniformes com espessura entre 5 e 10 µm. Nas coleções</p><p>didáticas de lâminas, os cortes apresentam uma espessura variável entre 5 e 7 µm. Quanto mais fino for um</p><p>corte histológico, maior será o número de detalhes celulares e teciduais que nele poderão ser observados. Os</p><p>cortes se aderem nas lâminas de vidro utilizando uma solução diluída de albumina de ovo.</p><p> 6. DESPARAFINIZAÇÃO E HIDRATAÇÃO</p><p>É necessário que a parafina seja retirada, pois ela barra a penetração do corante. Os cortes</p><p>desparafinizados ficam completamente desidratados e como serão utilizados corantes em solução aquosa, é</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 7</p><p>necessário hidratar o material. A desparafinização é realizada com Xilol. Já a hidratação utiliza-se uma série de</p><p>banhos de álcool em concentrações decrescentes, começando com álcool absoluto e diminuindo a concentração</p><p>gradativamente de maneira inversa à hidratação realizada no item 3.</p><p> 7. COLORAÇÃO</p><p>Os cortes nas lâminas de vidro são corados com corantes específicos que possibilitam a diferenciação de</p><p>vários componentes celulares e teciduais. Antes da coloração, a parafina deve ser removida do corte histológico.</p><p>Para isso, são utilizadas soluções de xilol. Depois, as lâminas devem ser colocadas em soluções de álcool com</p><p>concentrações decrescentes (100, 90, 80 e 70) para a reidratação do material. A remoção da parafina e a</p><p>reidratação são importantes para a coloração já que a grande maioria dos corantes é solúvel em água. Uma vez</p><p>corados, os cortes devem ser novamente desidratados para que seja possível a confecção de uma lâmina</p><p>permanente que termina com a montagem da lamínula.</p><p>A coloração Hematoxilina-Eosina (HE) é a principal técnica de coloração de tecidos em histologia. Por</p><p>meio desta técnica, podemos diferenciar partes basófilas (coradas pela hematoxilina) e acidófilas (coradas pela</p><p>eosina). A hematoxilina tem atração por substâncias ácidas (e, portanto, basófilas) dos tecidos como, por</p><p>exemplo, os núcleos e o retículo endoplasmático rugoso ricos em ácidos nucleicos. Já a eosina, sendo ácida,</p><p>tem atração por substâncias básicas (e, portanto, acidófilas) corando predominantemente o citoplasma, as fibras</p><p>de colágeno e outras estruturas compostas por substâncias de caráter básico. Nas células coradas com HE os</p><p>ácidos nucléicos presentes no núcleo são corados pela hematoxilina, dando ao núcleo um tom azul-púrpura. A</p><p>eosina é atraída pelos elementos básicos da proteína do citoplasma da célula, corando-o de róseo a vermelho.</p><p>Os componentes dos tecidos que se coram prontamente com os corantes básicos são chamados basófilos e os</p><p>que têm afinidade pelos corantes ácidos são chamados acidófilos. A hematoxilina comporta-se como um corante</p><p>básico e, portanto, cora o núcleo. A eosina é um corante ácido e cora os elementos básicos da proteína do</p><p>citoplasma.</p><p>Outros corantes utilizados que serão conhecidos estão descritos a principal finalidade e o resultado da</p><p>coloração.</p><p>Ácido Periódico-Schiff ou PAS</p><p>Finalidade: identificação de glicogênio em tecidos.</p><p>Resultado: glicogênio, mucina, membrana basal e fungos se coram em púrpura-magenta e o núcleo se cora em</p><p>azul.</p><p>Verhoeff</p><p>Finalidade: identificação de fibras elásticas no tecido.</p><p>Resultado: fibra elástica se cora em preto, fibra colágena se cora em vermelho e outros elementos se coram em</p><p>amarelo.</p><p>Tricrômio de Masson</p><p>Finalidade: identificação de fibras colágenas.</p><p>Resultado: fibra colágena se cora em azul, núcleo se cora em preto, músculo, citoplasma e queratina se coram</p><p>em vermelho.</p><p>Tricrômio de Mallory</p><p>Finalidade: identificação de fibras colágenas.</p><p>Resultados: fibra colágena se cora em azul, fibra muscular se cora em vermelho, hemácia e mielina se coram</p><p>em amarelo e núcleo se cora em azul.</p><p>Tricrômio de Gomori</p><p>Finalidade: identificação de fibras musculares e fibras colágenas.</p><p>Resultados: fibra muscular se cora em vermelho, fibra colágena se cora em verde e núcleo se cora em azul a</p><p>preto.</p><p>Azul de Toluidina</p><p>Finalidade: identificação dos mastócitos.</p><p>Resultado: mastócitos se cora em violeta.</p><p> 8. MONTAGEM DA LAMÍNULA</p><p>Uma gota de Entellan é colocada sobre o corte e uma lamínula é posicionada sobre essa gota, de uma forma</p><p>tal que cubra completamente o corte. Depois a lamínula é comprimida sobre o corte para a remoção de bolhas</p><p>de ar. Finalmente, a lâmina deve ser colocada numa platina a 40oC onde o corte será estirado e seco.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 8</p><p> REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO MICROSCÓPIO ÓPTICO</p><p>I I</p><p>1- Haste ou braço</p><p>2- Oculares</p><p>3- Tubo ou canhão</p><p>4- Objetivas</p><p>5- Condensador</p><p>6- Unidade de Lente de Campo</p><p>7- Lâmpada</p><p>8- Fusível</p><p>9- Cabo de energia</p><p>1- Anel de dioptria</p><p>2- Revolver das objetivas</p><p>3- Charriot</p><p>4- Indicador de aumento</p><p>5- Abertura do diafragma do</p><p>condensador</p><p>6- Filtro do condensador</p><p>7- Mesa ou platina</p><p>8- Interruptor de energia</p><p>9- Controle de luz</p><p>10- Movimento vertical</p><p>11- Movimento horizontal</p><p>12- Parafuso micrométrico</p><p>13- Parafuso de fixação do</p><p>condensador</p><p>14- Parafuso macrométrico</p><p>14</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 9</p><p> PRÁTICA 01: INTERPRETAÇÃO DE CORTE HISTOLÓGICO</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>Conforme o ângulo que uma determinada estrutura é cortada pelo micrótomo, a imagem dessa estrutura</p><p>poderá ser observada de maneiras diferentes no microscópio. Assim, uma mesma estrutura poderá ser vista com</p><p>formatos diferentes quando for cortada transversalmente, obliquamente e longitudinalmente (observe a figura a</p><p>seguir). É o que acontece, por exemplo, quando observamos um testículo no microscópio. Como os túbulos</p><p>seminíferos são túbulos extremamente contorcidos, eles são cortados sob diferentes ângulos pelo micrótomo</p><p>durante a preparação da lâmina. Os túbulos seminíferos cortados transversalmente produzem imagem esférica,</p><p>túbulos seminíferos cortados obliquamente produzem imagem elíptica e túbulos seminíferos cortados</p><p>longitudinalmente produzem imagem extremamente alongada.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 03 H: TESTÍCULO (HE).</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar a objetiva 10.</p><p>1) Na lâmina 03H identificar: (a) um túbulo</p><p>seminífero em corte transversal, um túbulo seminífero em corte oblíquo</p><p>e um túbulo seminífero em corte longitudinal.</p><p> LÂMINA 03 H: TESTÍCULO (HE).</p><p>Objetiva 10</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 10</p><p> PRÁTICA 02: OBSERVAÇÃO DOS ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>O sangue consiste em células e seus derivados (denominados elementos figurados) e em um líquido rico</p><p>em proteínas chamado plasma. Os elementos figurados incluem as hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos),</p><p>leucócitos (glóbulos brancos e plaquetas (trombócitos).</p><p>As hemácias são células anucleadas desprovidas de organelas típicas com a função principal de transportar</p><p>oxigênio até os tecidos.</p><p>Os leucócitos são subclassificados em dois grupos considerando a presença ou ausência de grânulos</p><p>citoplasmáticos específicos. Os leucócitos que contém grânulos específicos são denominados granulócitos e</p><p>incluem os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos. Já os leucócitos que não contém grânulos citoplasmáticos</p><p>específicos são denominados agranulócitos incluindo os linfócitos e os monócitos. As ações e funções dos</p><p>diferentes tipos de leucócitos serão estudadas em momento oportuno.</p><p>As plaquetas são pequenos fragmentos de células que possuem ações relacionadas à formação de coágulo</p><p>sanguíneo e ao reparo do tecido lesionado.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 13: ESFREGAÇO DE SANGUE HUMANO (Leishman)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar a objetiva 100.</p><p>1) Na lâmina 13: (a) indicar um neutrófilo, um eosinófilo, um linfócito, um monócito, hemácias e plaquetas; (b)</p><p>observar a figura do esfregaço sanguíneo e comparar com as fotomicrografias e com as imagens do microscópio</p><p>óptico.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 11</p><p>Objetiva 100 Objetiva 100</p><p>Objetiva 100 Objetiva 100</p><p>Objetiva 100</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 12</p><p>2. EPITÉLIOS E GLÂNDULAS</p><p>INDICAÇÃO DE LEITURA</p><p>GARTNER e HIATT, Capítulo 05, páginas 87-111.</p><p>JUNQUEIRA e CARNEIRO, Capítulo 04, páginas 65-87.</p><p>ROSS e WOJCIECH, Capítulo 05, páginas 111-163.</p><p>OBJETIVOS</p><p>1. Explicar os critérios de classificação dos epitélios de revestimento.</p><p>2. Caracterizar e exemplificar os tipos mais comuns de epitélios de revestimento.</p><p>3. Explicar a origem das glândulas exócrina e endócrinas e descrever as suas diferenças.</p><p>O tecido epitelial ou epitélio consiste em células dispostas em lâminas contínuas, em camadas únicas ou</p><p>múltiplas. As células são densamente agrupadas, mantidas fortemente unidas por numerosas junções celulares,</p><p>existindo apenas pouquíssimo espaço extracelular entre as membranas plasmáticas adjacentes. A superfície</p><p>apical das células epiteliais pode estar voltada para uma cavidade corporal ou para exterior do corpo. A superfície</p><p>basal destas células adere a um tecido conjuntivo subjacente.</p><p>A maioria das células epiteliais se apoia sobre uma camada extracelular denominada membrana basal</p><p>localizada entre o epitélio e o tecido conjuntivo abaixo. Normalmente ela é mal visualizada com o corante HE. A</p><p>membrana basal suporta os epitélios, funciona como uma peneira semipermeável ou barreira de filtração seletiva</p><p>como acontece nos vasos sanguíneos e nos alvéolos pulmonares além de controlar a diferenciação das células</p><p>epiteliais durante o crescimento e o reparo tecidual. A membrana basal é formada por proteínas e glicoproteínas</p><p>filamentosas como as glicosaminoglicanas, proteoglicanas, fibronectina e colágenos. Com o advento da</p><p>microscopia eletrônica, a membrana basal passou a ser chamada também de lâmina basal. Os dois termos são</p><p>usados como sinônimos e isso tem causado alguma confusão. Na microscopia eletrônica, a membrana basal é</p><p>diferenciada em três camadas, a lâmina lúcida em contato com células epiteliais, a lâmina densa intermediária e</p><p>a lâmina reticular em contato com o tecido conjuntivo. Observe a figura abaixo que mostra um epitélio de</p><p>revestimento, sua membrana basal e o tecido conjuntivo abaixo. Repare que os vasos sanguíneos não</p><p>atravessam a membrana basal, porém os nervos atravessam e chegam nas células epiteliais. Portanto, o tecido</p><p>epitelial é avascular, isto é, não tem seu próprio suprimento sanguíneo. Os vasos sanguíneos que levam os</p><p>nutrientes e removem as escórias ficam situados no tecido conjuntivo abaixo. As trocas entre o tecido conjuntivo</p><p>e o epitélio ocorrem por difusão. Embora seja avascular, o tecido epitelial tem um suprimento nervoso abundante.</p><p>Observe a figura a seguir.</p><p>O tecido epitelial está repetidamente sujeito a ruptura física e a lesões. Mas, por ter grande velocidade de</p><p>divisão celular ele se renova constantemente descamando as células mortas ou lesionadas na superfície e</p><p>substituindo-as por novas células por mitoses na região do epitélio próxima à membrana basal. O intervalo de</p><p>tempo para a renovação completa das células epiteliais varia entre os diferentes órgãos. As células do tecido</p><p>epitelial da pele (epiderme), por exemplo, estão sendo constantemente renovadas no espaço de 28 dias. Outras</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 13</p><p>células epiteliais são renovadas num espaço mais curto de tempo. As células do intestino delgado, por exemplo,</p><p>são renovadas completamente entre 4 e 6 dias.</p><p>O tecido epitelial tem muitas funções no corpo, as mais importantes incluem: (1) revestimento e proteção,</p><p>funções realizadas pelos epitélios de revestimento em geral; (2) absorção, função realizada, por exemplo, pelo</p><p>epitélio de revestimento do intestino delgado; (3) filtração, função realizada pelo epitélio de revestimento dos</p><p>capilares sanguíneos como acontece, por exemplo, nos capilares glomerulares dos rins; (4) reabsorção, função</p><p>realizada pelo epitélio de revestimento dos túbulos renais e (5) secreção, função realizada pelos epitélios</p><p>glandulares em geral.</p><p>O tecido epitelial pode ser dividido em dois tipos: epitélio de revestimento e epitélio glandular. O epitélio</p><p>de revestimento reveste o nosso corpo externamente e praticamente todas as nossas cavidades internas como,</p><p>por exemplo, as cavidades dos sistemas digestório, respiratório, urinário e reprodutor e o revestimento interno</p><p>dos vasos sanguíneos. O epitélio glandular, originado do epitélio de revestimento, é responsável pela formação</p><p>de todas as nossas glândulas, sejam elas exócrinas ou endócrinas.</p><p> EPITÉLIO DE REVESTIMENTO</p><p>Os epitélios de revestimento são classificados de acordo com duas características: a forma das células</p><p>epiteliais e o número de camadas do epitélio.</p><p> CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS FORMAS DAS CÉLULAS:</p><p>a) As células cúbicas têm forma de cubos e núcleo redondos.</p><p>b) As células cilíndricas (colunares ou prismáticas) são compridas com os núcleos elípticos.</p><p>c) As células pavimentosas (ou escamosas) são achatadas e dispostas como ladrilhos com os núcleos também</p><p>achatados.</p><p>d) As células de transição são células que mudam de forma, de cúbica para pavimentosa conforme o órgão</p><p>esteja relaxado ou distendido.</p><p>Na visão da microscopia óptica normalmente os limites das células não são observados e a forma da célula pode</p><p>ser inferida pela observação da forma do núcleo, normalmente bem visível quando o tecido é corado com</p><p>hematoxilina-eosina (HE). Assim quando os núcleos são redondos as células são consideradas cúbicas, quando</p><p>os núcleos são elípticos as células são consideradas cilíndricas e quando os núcleos são achatados as células</p><p>são consideradas pavimentosas.</p><p> CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À DISPOSIÇÃO EM CAMADAS:</p><p>a) O epitélio simples é formado por camada única de células, com os núcleos normalmente posicionados numa</p><p>única altura e com todas as células tocando a membrana basal.</p><p>b) O epitélio estratificado consiste em duas ou mais camadas de células</p><p>com os núcleos posicionados em</p><p>diferentes alturas e com apenas algumas células tocando a membrana basal.</p><p>c) O epitélio pseudo-estratificado possui os núcleos em diferentes alturas o que parece ser um epitélio</p><p>estratificado, porém, todas as células tocam a membrana basal, o que faz desse epitélio um epitélio simples.</p><p>Unindo a classificação baseada na forma das células com a classificação baseada na disposição em</p><p>camadas, obtém-se os seguintes tipos de epitélios de revestimento (observe a figura a seguir):</p><p>1. Epitélio cúbico simples: túbulos renais e folículos tireoidianos.</p><p>2. Epitélio cilíndrico simples: estômago e intestinos.</p><p>3. Epitélio pavimentoso simples: casula renal, vaso sanguíneo e alvéolos pulmonares.</p><p>4. Epitélio cúbico estratificado: ducto da glândula sudorípara e salivar.</p><p>5. Epitélio cilíndrico estratificado: parte da uretra feminina.</p><p>6. Epitélio pavimentoso estratificado: pele, boca, esôfago e ânus.</p><p>7. Epitélio (estratificado) de transição: bexiga urinária.</p><p>8. Epitélio cilíndrico pseudo-estratificado: cavidade nasal, laringe e traqueia.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 14</p><p> EPITÉLIO GLANDULAR</p><p>Os epitélios glandulares são constituídos por células que apresentam como atividade característica a</p><p>produção de secreções. Quase sempre os produtos elaborados pelas células glandulares são acumulados</p><p>temporariamente no citoplasma, sob a forma de pequenas partículas envolvidas por membrana, as vesículas ou</p><p>grânulos de secreção. O produto secretor pode ser um hormônio produzido, por exemplo, pela hipófise, uma cera</p><p>produzida pelas glândulas ceruminosas do canal auditivo, um muco produzido pelas células caliciformes ou uma</p><p>combinação de proteínas, lipídeos e carboidratos como produzida pelas glândulas mamárias.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 15</p><p>As glândulas originam-se pela proliferação das células de epitélios de revestimento que invadem o tecido</p><p>conjuntivo subjacente e se diferenciam. Nas glândulas exócrinas, a região do epitélio de revestimento que se</p><p>aprofundou no tecido conjuntivo não perde contato com o epitélio que lhe deu origem. Já as glândulas endócrinas</p><p>perdem o contato com o epitélio que lhe deu origem podendo se agrupar em cordões ou em folículos formando</p><p>glândulas endócrinas do tipo cordonal e vesicular, respectivamente. Nas glândulas endócrinas tipo cordonal, o</p><p>produto de secreção é acumulado em pequena quantidade no interior das células. Nas glândulas endócrinas tipo</p><p>vesicular, o produto de secreção é acumulado no interior de vesículas formadas quando células se agrupam</p><p>limitando um espaço interno onde o hormônio pode ser armazenado. Observe a figura anterior.</p><p> MEMBRANAS EPITELIAIS</p><p>Membranas epiteliais são membranas formadas por epitélio de revestimento mais o tecido conjuntivo</p><p>abaixo que revestem o nosso corpo externamente e as nossas cavidades internas. As principais membranas</p><p>epiteliais do corpo são as membranas mucosas, as membranas serosas e a membrana cutânea ou pele. Outro</p><p>tipo de membrana é a membrana sinovial que reveste internamente as cavidades articulares. No entanto, a</p><p>membrana sinovial não é considerada membrana epitelial, pois é formada apenas por tecido conjuntivo.</p><p> MEMBRANAS MUCOSAS</p><p>Uma membrana mucosa é uma membrana úmida que reveste uma superfície que está diretamente ou</p><p>indiretamente em contato com o exterior. Membranas mucosas revestem os sistemas digestório, respiratório e</p><p>urinário e reprodutivo.</p><p>A camada epitelial de uma membrana mucosa é característica importante dos mecanismos de defesa do</p><p>corpo, porque é uma barreira contra a penetração de micróbios e outros patógenos. As células caliciformes e</p><p>outras células da camada epitelial da membrana mucosa secretam muco que impede que as cavidades se</p><p>ressequem. Também capta partículas nas vias respiratórias e lubrifica o alimento conforme ele se desloca pelo</p><p>trato gastrintestinal. Além disso, a camada epitelial secreta parte das enzimas necessárias à digestão e é o local</p><p>de absorção dos nutrientes no trato gastrintestinal.</p><p> MEMBRANAS SEROSAS</p><p>Uma membrana serosa reveste uma cavidade corporal que não se comunica com o exterior, recobrindo</p><p>os órgãos situados nessa cavidade. As membranas serosas consistem em tecido conjuntivo recoberto por epitélio</p><p>pavimentoso simples denominado mesotélio. A parte da membrana serosa fixada na parede da cavidade é</p><p>chamada camada parietal. A parte que recobre e se fixa aos órgãos, no interior da cavidade, é a camada visceral.</p><p>O mesotélio da membrana serosa secreta líquido seroso, fluido, aquoso e lubrificante permitindo o fácil</p><p>deslizamento dos órgãos. A membrana serosa que reveste a cavidade torácica e os pulmões é a pleura. A</p><p>membrana serosa que reveste a cavidade cardíaca e o próprio coração é o pericárdio. A membrana serosa que</p><p>reveste a cavidade abdominal e os órgãos abdominais é o peritônio.</p><p> ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA NOS EPITÉLIOS</p><p>As superfícies laterais das células epiteliais estão ligadas por junções celulares, de maneira que o epitélio</p><p>possa formar uma camada coesa e contínua. As junções celulares também operam como canais de comunicação</p><p>entre as células epiteliais. Os vários tipos de junções celulares são formados por proteínas transmembranas que</p><p>interagem com proteínas similares de células adjacentes ligadas a estruturas intracelulares no lado</p><p>citoplasmático. Existem quatro tipos básicos de junções localizadas na membrana lateral das células epiteliais</p><p>(observe a figura a seguir): junções fechadas (junções de oclusão, junções íntimas ou tight junctions), junções</p><p>aderentes (junções de adesão), desmossomas (máculas de adesão) e junções abertas (junções comunicantes</p><p>ou gap junctions). Embora essas junções sejam bastante encontradas nas células dos epitélios, também são</p><p>encontradas em células de outros tecidos como, por exemplo, os tecidos musculares e o tecido ósseo.</p><p>Na superfície basal das células epiteliais estão presentes os hemidesmossomos, uma especialização</p><p>semelhante ao desmossomo que liga a célula epitelial na membrana basal.</p><p>As superfícies apicais das células epiteliais podem conter três tipos de especialização, os cílios,</p><p>microvilosidades e os estereocílios. Os cílios são estruturas ativamente móveis, fáceis de identificar à</p><p>microscopia óptica e encontrados em grande parte do trato respiratório. Já as microvilosidades são projeções da</p><p>membrana plasmática que são mais difíceis de ser identificadas à microscopia óptica e encontradas em no</p><p>intestino delgado e grosso. Os estereocílios são microvilosidades mais longas e em menor número e encontrado</p><p>no epidídimo e no canal deferente. Diferentemente dos cílios, os esterocílios não são móveis.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 16</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 17</p><p>3. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO</p><p>INDICAÇÃO DE LEITURA</p><p>GARTNER e HIATT, Capítulo 06, páginas 113-132.</p><p>JUNQUEIRA e CARNEIRO, Capítulo 05, páginas 89-118.</p><p>ROSS e WOJCIECH, Capítulo 06, páginas 164-203.</p><p>OBJETIVOS</p><p>1. Classificar os tecidos conjuntivos embrionário, de propriedades especiais e o propriamente dito.</p><p>2. Descrever a constituição do tecido conjuntivo propriamente dito em relação à substância fundamental, às fibras e às</p><p>células.</p><p>3. Descrever as funções e propriedades dos componentes da substância fundamental.</p><p>4. Descrever as funções e propriedades das fibras colágenas, elásticas e reticulares.</p><p>5. Descrever as funções das células encontradas no tecido conjuntivo propriamente dito.</p><p>6. Explicar a importância do mesênquima para o tecido conjuntivo.</p><p>7. Citar os locais de ocorrência dos diferentes tipos de tecido conjuntivo embrionário e propriamente dito.</p><p>Devido a sua grande diversidade, o tecido conjuntivo é um tecido de difícil classificação e assim diferentes</p><p>autores</p><p>sugerem formas distintas de classificação. Nós utilizaremos a classificação mostrada no quadro abaixo.</p><p>Tecidos Conjuntivos</p><p>Embrionários</p><p>Tecidos Conjuntivos de</p><p>Propriedades Especiais</p><p>Tecidos Conjuntivos Propriamente Ditos</p><p>- Mesênquima - Tecido adiposo - Tecido conjuntivo frouxo</p><p>- Tecido mucoso - Tecido cartilaginoso - Tecido conjuntivo denso não modelado</p><p>- Tecido ósseo - Tecido conjuntivo denso modelado</p><p>- Tecido sanguíneo - Tecido conjuntivo elástico</p><p>- Tecido conjuntivo reticular (hematopoiético ou</p><p>linfoide)</p><p>O tecido conjuntivo é o mais abundante e o de distribuição mais ampla do corpo humano. Diferentemente</p><p>dos epitélios, os tecidos conjuntivos são geralmente muito vascularizados. Uma exceção é o tecido cartilaginoso</p><p>que é avascular. Igualmente aos epitélios, os tecidos conjuntivos são bastante inervados e, nesse caso, a</p><p>exceção também inclui o tecido cartilaginoso. Portanto, o tecido cartilaginoso é um tecido conjuntivo que não é</p><p>vascularizado e nem inervado.</p><p>O tecido conjuntivo propriamente dito consiste em dois elementos básicos: a matriz extracelular e as</p><p>células. A matriz é constituída pela substância fundamental e pelas fibras. A substância fundamental contém</p><p>moléculas que são associações de polissacarídeos e proteínas. Os três tipos principais de fibras são as fibras</p><p>colágenas, elásticas e reticulares. As principais células são os fibroblastos, no entanto, em alguns tipos de tecido</p><p>conjuntivo são encontradas células de defesa como macrófagos, plasmócitos e mastócitos.</p><p> SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL</p><p>A substância fundamental é um gel hidratado e transparente que preenche o espaço por entre as células</p><p>e as fibras, formada por glicosaminoglicanas (GAGs), proteoglicanas e glicoproteínas adesivas.</p><p>As GAGs são polissacarídeos formados por várias unidades de dissacarídeos ligados em sequência sendo</p><p>muito eficientes para resistir às forças de compressão. Uma GAG importante é o ácido hialurônico, uma</p><p>substância viscosa e escorregadia que lubrifica as articulações sendo encontrada no líquido sinovial e em quase</p><p>todos os tipos de tecido conjuntivo.</p><p>Outras GAGs estabelecem ligações covalentes com um eixo central proteico formando uma molécula</p><p>conhecida como proteoglicana. Uma molécula de proteoglicana parece uma escova de lavar frascos, com uma</p><p>parte central proteica e as GAGs como se fossem as cerdas da escova. A figura a seguir representa</p><p>esquematicamente uma molécula de proteoglicana com o eixo central proteico e as cerdas em azul</p><p>representando as moléculas de GAGs. As proteoglicanas são responsáveis pelo estado gel da matriz extracelular</p><p>e, igualmente às GAGs, oferecem ao tecido conjunto resistência às forças de compressão. Outra função</p><p>importante das proteoglicanas é a de limitar o movimento de microrganismos no tecido conjuntivo. Essa função</p><p>é possível devido à forma da molécula de proteoglicana ser semelhante a uma escova que faz com bactérias</p><p>que penetrem no tecido conjuntivo se aprisionem por entre suas cerdas, facilitando, depois disso, o ataque de</p><p>células de defesa presentes no tecido conjuntivo.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 18</p><p>As moléculas de glicoproteínas adesivas também contêm uma parte proteica que se associa aos</p><p>carboidratos. Porém, ao contrário das proteoglicanas, há uma predominância da parte proteica. As glicoproteínas</p><p>adesivas possuem regiões que aderem às células e regiões que aderem a todos os componentes da matriz</p><p>incluindo as moléculas da substância fundamental e as fibras, promovendo a ligação entre estes componentes</p><p>e oferecendo maior consistência ao tecido conjuntivo.</p><p> AS FIBRAS</p><p>Os três tipos principais de fibras encontradas nos diferentes tipos de tecido conjuntivo propriamente dito</p><p>são as fibras colágenas, elásticas e reticulares. As·fibras são responsáveis por certas propriedades do tecido</p><p>conjuntivo como, por exemplo, o tecido elástico, variedade de conjuntivo dotada de grande elasticidade por ser</p><p>rico em fibras elásticas.</p><p> FIBRAS COLÁGENAS</p><p>Sabemos que a capacidade do tecido conjuntivo de resistir às forças de compressão é devida à presença</p><p>de GAGs e de proteoglicanas na substância fundamental. No entanto, a capacidade do tecido conjuntivo de</p><p>resistir às forças de tração ocorre graças às fibras colágenas. A fibra colágena é uma fibra flexível e inelástica</p><p>cuja resistência é maior do que a do aço de mesmo diâmetro.</p><p>As fibras colágenas são formadas por proteínas conhecidas genericamente por colágeno. Esta família de</p><p>proteínas é muito abundante, constituindo cerca de 30% de todas as proteínas do corpo. Embora existam pelo</p><p>menos quinze tipos diferentes de colágeno, somente três tipos serão destacados aqui: o colágeno tipo I, o tipo II</p><p>e o tipo III. O colágeno tipo I é o mais comum e forma fibras grossas sendo encontrado no tecido conjuntivo</p><p>propriamente dito, ossos e dentes. No estado fresco são brancas, conferindo essa cor aos tecidos nos quais</p><p>predominam. A cor branca dos tendões deve-se à riqueza em fibras colágenas formadas por colágeno tipo I. O</p><p>colágeno tipo II forma fibras bem mais finas e é encontrado quase exclusivamente na matriz da cartilagem hialina</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 19</p><p>e elástica. O colágeno tipo III, conhecido, também como fibra reticular, forma fibras muito finas, sendo encontrado</p><p>na membrana basal e em órgãos moles como, por exemplo, na medula óssea.</p><p>Cada fibra colágena é formada por um conjunto de fibrilas. Cada fibrila, por sua vez, é formada por um</p><p>conjunto de moléculas de tropocolágeno que se agregam espontaneamente na matriz extracelular formando</p><p>longos filamentos. O tendão, por exemplo, é constituído por vários feixes sendo que cada feixe é formado por</p><p>um conjunto de fibras colágenas. Observe a figura anterior.</p><p> FIBRAS ELÁSTICAS</p><p>As fibras elásticas distinguem-se facilmente das colágenas por serem mais finas e por se apresentarem</p><p>ramificadas, ligando umas às outras, formando uma trama irregular. Estas fibras são formadas por moléculas da</p><p>proteína chamada elastina, circundadas por moléculas da glicoproteína chamada fibrilina, essencial para a</p><p>estabilidade da fibra elástica.</p><p>Devido à estrutura molecular das fibras elásticas, elas podem ser distendidas em até 150% do seu</p><p>comprimento relaxado, sem serem rompidas. Igualmente importante, as fibras elásticas têm a capacidade de</p><p>retornar à sua forma original, após serem estiradas, propriedade chamada elasticidade. As fibras elásticas são</p><p>abundantes na pele, nas paredes das grandes artérias e no tecido pulmonar.</p><p> FIBRAS RETICULARES</p><p>As fibras reticulares são muito delicadas e formam uma rede extensa em certos órgãos, geralmente</p><p>apoiando suas células. As fibras reticulares são formadas por colágeno tipo III e constituem o arcabouço de</p><p>sustentação dos órgãos formadores de células como o baço, linfonodos, medula óssea e fígado. O pequeno</p><p>diâmetro destas fibras e sua disposição em rede criam um suporte para as células que são formadas no interior</p><p>desses órgãos. Estas fibras também participam da formação da membrana basal.</p><p> AS CÉLULAS</p><p>As células típicas do tecido conjuntivo propriamente dito são os fibroblastos originados de células</p><p>mesenquimais. Macrófagos, plasmócitos, mastócitos, neutrófilos e eosinófilos são células que se originam na</p><p>medula óssea, caem na corrente sanguínea e atravessam a parede dos vasos sanguíneos penetrando no tecido</p><p>conjuntivo, processo denominado diapedese ou emigração. As células adiposas, igualmente aos fibroblastos são</p><p>originadas de células mesenquimais.</p><p> FIBROBLASTOS</p><p>São células achatadas presentes em todos os tecidos conjuntivos e, geralmente, são as células mais</p><p>abundantes. Os fibroblastos sintetizam todos os tipos de fibras e todas as moléculas da substância fundamental.</p><p> MACRÓFAGOS</p><p>Os macrófagos são células com capacidade de realizar fagocitose e se desenvolvem a partir de um glóbulo</p><p>branco do sangue denominado monócito.</p><p> PLASMÓCITOS</p><p>Os plasmócitos, que são células que secretam anticorpos, se desenvolvem a partir de um tipo de glóbulo</p><p>branco do sangue chamado linfócito B.</p><p> MASTÓCITOS</p><p>Os mastócitos são células grandes, com núcleo esférico e central e com citoplasma carregado de grânulos</p><p>que contêm mediadores químicos responsáveis pela reação inflamatória e alérgica. O mastócito tem função</p><p>semelhante à do basófilo, um outro tipo de glóbulo branco do sangue, e por isso, se acreditou durante muito</p><p>tempo, serem células de origem comum. No entanto, evidências experimentais mostraram que os precursores</p><p>dessas células na medula óssea são diferentes. Os basófilos já saem maduros da medula óssea enquanto que</p><p>os mastócitos circulam no sangue na forma imatura e só amadurecem após penetrarem no tecido conjuntivo.</p><p> NEUTRÓFILOS E EOSINÓFILOS</p><p>Os glóbulos brancos neutrófilos e eosinófilos são constituintes normais do tecido conjuntivo, vindos do</p><p>sangue por diapedese que aumenta muito nos locais de invasões de microrganismos.</p><p> CÉLULAS ADIPOSAS</p><p>Também chamados células de gordura, são as células do tecido conjuntivo que armazenam energia sob</p><p>a forma de triglicerídeos (gordura), no entanto, se encontram isoladas e não juntas como ocorrem no tecido</p><p>adiposo.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 20</p><p> FUNÇÕES DO TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO</p><p>Uma das funções importantes do tecido conjuntivo é proporcionar sustentação estrutural. Os ossos, as</p><p>cartilagens e os ligamentos bem como os tendões que ligam os músculos ao osso, atuam nesta função. Da</p><p>mesma forma, os tecidos conjuntivos que formam as cápsulas que envolvem os órgãos internos, têm também</p><p>função de sustentação.</p><p>O tecido conjuntivo serve como local de atuação de muitas células de defesa do organismo como as</p><p>células fagocitárias, as células que produzem anticorpos e as células que iniciam as respostas inflamatórias e</p><p>alérgicas. Assim, o tecido conjuntivo contribui também para a proteção do organismo formando uma barreira</p><p>física contra a invasão e a disseminação de microrganismos.</p><p>O tecido conjuntivo atua também como um meio de troca entre o sangue e as células do corpo. Os</p><p>nutrientes que abandonam os vasos sanguíneos para penetrarem nas células do corpo, antes devem se difundir</p><p>pelo líquido intersticial, o líquido que banha as células do tecido conjuntivo. Isso acontece também com as</p><p>escórias que tomam sentido inverso. O tecido conjuntivo, que geralmente é muito vascularizado e inervado, não</p><p>apenas envolve nossos órgãos externamente como também penetra neles, dividindo os órgãos em</p><p>compartimentos denominados lóbulos e consequentemente levando vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos</p><p>para as células mais profundas. É comum em textos de histologia aparecerem os termos parênquima e estroma.</p><p>Parênquima se refere às células responsáveis pela função típica do órgão formando a sua parte funcional</p><p>específica do órgão. Já o estroma se refere ao tecido de sustentação geralmente formado por tecido conjuntivo.</p><p>Os únicos órgãos que não tem tecido conjuntivo como estroma são o cérebro e a medula espinhal que, nesse</p><p>caso, é formado elas células da neuroglia.</p><p> OS DIFERENTES TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO</p><p>Descreveremos agora as principais características e os principais locais de ocorrência dos diferentes tipos</p><p>de tecido conjuntivo, incluindo os tecidos conjuntivos embrionários e os tecidos conjuntivos propriamente ditos.</p><p>Os tecidos conjuntivos de propriedades especiais serão abordados separadamente em momento adequado.</p><p> MESÊNQUIMA</p><p>O mesênquima é encontrado no embrião e é altamente vascularizado contendo algumas fibras reticulares</p><p>esparsas. É um tecido conjuntivo que possui a capacidade de originar todos os diferentes tipos de tecido</p><p>conjuntivo. Durante o desenvolvimento embrionário, as células mesenquimais, dão origem às células dos</p><p>diferentes tipos de tecido conjuntivo como os condroblastos (células da cartilagem), adipócitos (células do tecido</p><p>adiposo), fibroblastos (células do tecido conjuntivo propriamente dito) e os osteoblastos (células do osso).</p><p>Observe a figura a seguir.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 21</p><p> TECIDO MUCOSO</p><p>O tecido mucoso é de consistência gelatinosa e apresenta predomínio da substância fundamental. Contém</p><p>poucas fibras colágenas e raras fibras elásticas e reticulares. As células encontradas são os fibroblastos. O tecido</p><p>mucoso é o principal componente do cordão umbilical, onde é chamado de gelatina de Wharton, sendo</p><p>encontrado também na polpa dental jovem.</p><p> TECIDO CONJUNTIVO FROUXO</p><p>O tecido conjuntivo frouxo contém todos os elementos estruturais típicos do conjuntivo propriamente dito.</p><p>As células mais comuns são os fibroblastos, macrófagos e mastócitos, mas todos os outros tipos descritos estão</p><p>presentes. Não há predomínio acentuado de nenhum tipo de fibra, ou seja, fibras colágenas, elásticas e</p><p>reticulares estão presentes em quantidades equivalentes. Esse tecido preenche espaços entre as fibras</p><p>musculares, serve de apoio para os epitélios das membranas mucosas e serosas, forma uma camada em torno</p><p>dos vasos sanguíneos e linfáticos e é encontrado na derme superficial.</p><p> TECIDO CONJUNTIVO DENSO NÃO MODELADO</p><p>O tecido conjuntivo denso não modelado possui grande quantidade de fibras colágenas dispostas sem</p><p>orientação fixa, o que confere certa resistência às trações exercidas em qualquer direção. O conjuntivo denso</p><p>não modelado é encontrado, por exemplo, na derme profunda da pele, nas cápsulas articulares, nas cápsulas</p><p>que envolvem vários órgãos internos como o coração, os rins, o fígado, os testículos e os linfonodos, nas válvulas</p><p>cardíacas e revestindo ossos e cartilagens.</p><p> TECIDO CONJUNTIVO DENSO MODELADO</p><p>O tecido conjuntivo denso modelado possui predominância acentuada de fibras colágenas dispostas</p><p>paralelamente e por isso trata-se de um tecido muito resistente às forças de tração. Os tendões, ligamentos e</p><p>aponeuroses representam exemplos típicos de tecido denso modelado.</p><p> TECIDO CONJUNTIVO ELÁSTICO</p><p>O tecido elástico é formado por feixes paralelos de fibras elásticas. O espaço entre estas fibras é ocupado</p><p>por fibras colágenas e fibroblasto. A riqueza em fibras elásticas confere ao tecido elástico sua cor amarela típica</p><p>e uma grande elasticidade. O tecido elástico é pouco frequente, sendo encontrado, por exemplo, nos pulmões e</p><p>nas grandes artérias.</p><p> TECIDO CONJUNTIVO RETICULAR</p><p>O tecido reticular, também denominado tecido hematopoiético ou linfoide, é constituído por fibras</p><p>reticulares e é encontrado nos órgãos formadores de células como a medula óssea e os órgãos e tecidos</p><p>linfoides, constituindo um arcabouço que sustenta as células.</p><p>Lâminas Descrição Coloração</p><p>03 H Testículo Hematoxilina-Eosina (HE)</p><p>13 Esfregaço de sangue humano Leishman</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 22</p><p>PROBLEMA 01</p><p>ESTUDO MICROSCÓPICO DA CAVIDADE ORAL:</p><p>LÁBIO, DENTE, LÍNGUA E GLÂNDULAS SALIVARES</p><p>INDICAÇÃO DE LEITURA</p><p>GARTNER e HIATT, Capítulo 16, páginas 373-386.</p><p>JUNQUEIRA e CARNEIRO, Capítulo 15, páginas 281-287.</p><p>ROSS e WOJCIECH, Capítulo 16, páginas 536-577.</p><p>OBJETIVOS</p><p>1. Diferenciar mucosa mastigatória, mucosa de revestimento e mucosa especializada e citar os seus respectivos locais da</p><p>ocorrência na cavidade oral.</p><p>2. Diferenciar os dois tipos de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da cavidade oral, paraqueratinizado e</p><p>ortoqueratinizado.</p><p>3. Descrever a estrutura histológica das seguintes regiões labiais: face interna, zona vermelha e face externa.</p><p>4. Caracterizar os tecidos do dente (esmalte, dentina, cemento e polpa) e o ligamento periodontal.</p><p>5. Diferenciar a mucosa especializada da superfície dorsal da língua da mucosa de revestimento da superfície ventral.</p><p>6. Identificar na superfície dorsal da língua</p><p>as papilas fungiformes, filiformes e circunvaladas.</p><p>7. Identificar os botões gustatórios nas papilas fungiforme e circunvaladas.</p><p>8. Identificar as glândulas de Von Ebner e seus ductos.</p><p>9. Reconhecer na superfície ventral a mucosa especializada recobrindo o tecido muscular esquelético.</p><p>10. Diferenciar histologicamente a glândula parótida da glândula sublingual.</p><p>11. Identificar ácino mucoso, ácino seroso, meia lua serosa, ducto intercalar, ducto estriado e ductos excretores.</p><p>Observe a figura a seguir que mostra as principais estruturas da cavidade oral. A maior parte dessas</p><p>estruturas é formada por músculos esqueléticos revestidos por mucosa de revestimento. Os lábios formam o</p><p>limite anterior e os arcos palatoglossos formam o limite posterior da cavidade oral.</p><p>A cavidade oral é recoberta pela mucosa oral que é dividida em: (1) mucosa mastigatória, (2) mucosa de</p><p>revestimento e (3) mucosa especializada.</p><p>A mucosa mastigatória recobre áreas da cavidade oral que estão sujeitas à atrito constante durante os</p><p>movimentos mastigatórios como o palato duro e a gengiva. Essa mucosa é formada por epitélio estratificado</p><p>pavimentoso que pode ser parcialmente queratinizado (paraqueratinizado) ou totalmente queratinizado</p><p>(ortoqueratinizado) e tecido conjuntivo denso não modelado abaixo.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 23</p><p>Já a mucosa de revestimento recobre a maior parte da cavidade oral, mais precisamente as áreas que</p><p>não estão expostas à atrito intenso como ocorre, por exemplo, com o ventre da língua, com a porção interna dos</p><p>lábios, com a bochecha, com o assoalho da boca e com o palato mole. A mucosa de revestimento é formada por</p><p>epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado e um tecido conjuntivo frouxo como menos fibras colágenas</p><p>do que o tecido conjuntivo da mucosa mastigatória.</p><p>A mucosa especializada (neste caso, especializada para a distinção do sentido do paladar) recobre a</p><p>superfície dorsal da língua e algumas áreas do palato mole e da faringe. Essa mucosa é diferente de qualquer</p><p>outra da cavidade oral, pois, apesar de ser recoberta pela mucosa mastigatória apresenta diferentes tipos de</p><p>estruturas denominadas papilas.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 24</p><p> PRÁTICA 03: LÁBIO</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>Os lábios superior e inferior formam o limite anterior da cavidade oral e são constituídos por músculo</p><p>estriado esquelético responsável pela movimentação dos lábios recoberto por mucosa. Cada lábio é dividido em</p><p>três regiões: (1) a face externa, (2) a zona de transição também denominada zona vermelha do lábio e (3) a face</p><p>interna, uma típica área de mucosa de revestimento.</p><p>A face externa do lábio é coberta por pele fina constituída por epiderme e derme com glândulas</p><p>sudoríparas, glândulas sebáceas e folículos pilosos.</p><p>A zona vermelha, contínua com a face externa, também recoberta por pele fina, no entanto, é desprovida</p><p>de glândulas sudoríparas e folículos pilosos, apesar de possuir algumas glândulas sebáceas inativas. As</p><p>interdigitações entre as cristas epidérmicas e as papilas dérmicas da zona vermelha do lábio são extremamentes</p><p>altas, de forma os capilares presentes nas papilas dérmicas ficam muito próximos à superfície da pele, conferindo</p><p>a cor rosada à essa região do lábio. A ausência de glândulas na zona vermelha do lábio necessita de constante</p><p>umedecimento pela língua.</p><p>A face interna do lábio é naturalmente úmida e é recoberta por mucosa de revestimento. O tecido</p><p>conjuntivo subepitelial é do tipo frouxo e abriga numerosas glândulas salivares menores que produzem</p><p>principalmente uma secreção mucosa. Essas glândulas salivares menores estão distribuídas por quase toda a</p><p>extensão da lâmina própria da mucosa oral com exceção das mucosas da gengiva e da porção anterior do palato</p><p>duro.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 45 U: LÁBIO (HE)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04, 10 e 40.</p><p>1) Na lâmina 45 U: (a) diferenciar histologicamente a face externa da face interna do lábio; (b) indicar na</p><p>face externa o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da epiderme, glândula sudorípara, glândula</p><p>sebácea e folículo piloso; (c) indicar na face interna do lábio o epitélio estratificado pavimento não queratinizado</p><p>e observar a ausência de glândulas e de folículo piloso; (d) observar a figura do lábio e comparar com as</p><p>fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>Lábio</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 25</p><p> LÂMINA 45 U: LÁBIO (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 26</p><p> PRÁTICA 04: DENTES</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>Os dentes são órgãos digestórios acessórios localizados nos alvéolos da mandíbula e da maxila. O dente</p><p>típico consiste em três regiões principais: a coroa, as raízes e o colo. A coroa é a parte visível, acima do nível</p><p>das gengivas. Engastadas no alvéolo estão as raízes. O colo é a junção entre a coroa e a raiz, próximo da linha</p><p>da gengiva.</p><p>Os dentes são compostos principalmente por dentina, tecido conjuntivo calcificado que dá ao dente sua</p><p>forma e rigidez. A dentina é mais dura do que o osso devido ao seu maior conteúdo de fosfato de cálcio (70% do</p><p>peso seco). A dentina envolve internamente a cavidade pulpar da coroa e da raiz. A cavidade pulpar é preenchida</p><p>por tecido conjuntivo mucoso que contém vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. Cada canal da raiz tem</p><p>uma abertura na sua base, o forâmen apical, por onde penetram os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos e os</p><p>nervos.</p><p>A dentina da coroa é recoberta externamente pelo esmalte, que consiste principalmente em fosfato de</p><p>cálcio. O esmalte, a substância mais dura no corpo e a mais rica em fosfato de cálcio (95% do peso seco),</p><p>protege o dente do desgaste da mastigação. A dentina da raiz é recoberta externamente pelo cemento,</p><p>substância semelhante ao osso.</p><p>O ligamento periodontal consiste em tecido conjuntivo denso. Suas fibras colágenas (fibras de Sharpey),</p><p>ligam o cemento às paredes do osso alveolar, ancorando os dentes na posição e atuando como amortecedor de</p><p>choques durante a mastigação. A figura abaixo ilustra as estruturas dentais descritas acima.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 30 H: DENTE (Tricrômico de Gomori)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04 e 10.</p><p>1) Na lâmina 30 H: (1) identificar epitélio gengival, tecido conjuntivo gengival, dentina, cemento ligamento</p><p>periodontal e osso alveolar.</p><p>Observação: o esmalte não aparece em decorrência da preparação histológica que, neste caso, envolve</p><p>a descalcificação do dente.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 27</p><p> LÂMINA 30 H: DENTE (TRICRÔMICO DE GOMORI)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 04</p><p>Objetiva 10</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 28</p><p> PRÁTICA 05: LÍNGUA</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>A língua é o maior órgão da cavidade oral. Sua extrema mobilidade deve-se à grande massa de fibras</p><p>musculares esqueléticas entrelaçadas que compõem a maior parte de sua estrutura. As fibras musculares podem</p><p>ser classificadas em dois grupos: aquelas que se originam fora da língua formando os músculos extrínsecos, e</p><p>aquelas que se originam dentro da língua e se inserem no tecido conjuntivo da própria língua, constituindo os</p><p>músculos intrínsecos. Os músculos extrínsecos são responsáveis pelo movimento da língua para dentro e para</p><p>fora da boca, assim como de lado a lado, enquanto os músculos intrínsecos alteram o formato da língua.</p><p>A língua possui uma superfície dorsal, uma superfície ventral e duas superfícies laterais. Observa-se</p><p>que</p><p>a superfície dorsal possui duas regiões desiguais: o terço posterior e os dois terços anteriores. As duas regiões</p><p>são separadas uma da outra por um sulco raso em forma de V, o sulco terminal (também conhecido por V lingual),</p><p>cujo ápice aponta posteriormente.</p><p>A superfície dorsal do terço posterior da língua é caracterizada pela presença da tonsila lingual, estrutura</p><p>constituída por tecido linfoide. Já os dois terços anteriores são caracterizados por conter várias estruturas</p><p>denominadas papilas linguais, a maioria das quais se projeta acima da superfície da língua.</p><p>Papilas Linguais</p><p>Com base em sua estrutura e função, as papilas linguais são divididas em quatro tipos diferentes: (1)</p><p>papilas filiformes, (2) papilas fungiformes, (3) papilas foliadas (ou foliáceas) e (4) papilas circunvaladas (ou</p><p>valadas). Essas papilas estão todas localizadas anteriormente ao sulco terminal na superfície dorsal ou lateral</p><p>da língua.</p><p>As numerosas papilas filiformes são delicadas estruturas que proporcionam uma aparência aveludada à</p><p>superfície dorsal da língua. Essas papilas são cobertas por epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado</p><p>(ou ortoqueratinizado) e auxiliam a movimentação do alimento pela língua durante a mastigação. O alto grau de</p><p>queratinização dessas papilas se torna especialmente aparente no aspecto de lixa encontrado na língua dos</p><p>gatos. As papilas filiformes não possuem botões gustatórios.</p><p>A papila fungiforme se assemelha a um cogumelo e é revestida por epitélio estratificado pavimentoso não-</p><p>queratinizado. Devido à ausência de queratina, o sangue que passa pelos capilares sanguíneos localizados no</p><p>tecido conjuntivo abaixo do epitélio se torna evidente na forma de pontos vermelhos distribuídos aleatoriamente</p><p>no dorso da língua. As papilas fungiformes possuem botões gustatórios na sua face dorsal.</p><p>As papilas foliáceas estão localizadas ao longo da porção lateral da língua. Elas aparecem como sulcos</p><p>verticais, semelhantes às páginas de um livro. Essas papilas possuem botões gustatórios após o nascimento,</p><p>porém, estes botões gustatórios degeneram por volta do segundo ou terceiro ano de vida. Ductos de glândulas</p><p>salivares menores denominadas glândulas serosas de von Ebner, localizadas no interior da língua, desembocam</p><p>na base dos sulcos verticais das papilas foliáceas.</p><p>As papilas valadas, em número de oito a doze, são grandes papilas distribuídas em forma de V</p><p>imediatamente anterior ao sulco terminal. Essas papilas estão localizadas na superfície da língua e estão</p><p>envolvidas por um sulco revestido por epitélio, cuja base também é perfurada por ductos das glândulas de von</p><p>Ebner. O revestimento epitelial lateral (mas não o revestimento dorsal) dessas papilas possuem botões</p><p>gustatórios.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 10 H: LÍNGUA - PAPILA CIRCUNVALADA (HE)</p><p>2) Lâmina 11 H: LÍNGUA – PAPILA FILIFORME E FUNGIFORME (HE)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04, 10 e 40.</p><p>1) Na lâmina 10 H: (a) identificar a mucosa especializada da superfície dorsal da língua, o tecido muscular</p><p>esquelético abaixo, uma papila circunvalada, a mucosa da superfície dorsal da papila circunvalada, os botões</p><p>gustatórios na superfície lateral da papila circunvalada, as glândulas de Von Ebner e seus ductos; (b) observar</p><p>a figura da papila circunvalada e comparar com as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio</p><p>óptico.</p><p>2) Na lâmina 11 H: (a) diferenciar a mucosa especializada da superfície dorsal da língua da mucosa de</p><p>revestimento da superfície ventral; (b) identificar uma papila filiforme, uma papila fungiforme com botão gustatório</p><p>na sua superfície dorsal e o tecido muscular esquelético da língua; (c) observar a figura da língua e comparar</p><p>com as fotomicrografias e com as imagens observadas no microscópio óptico.</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 29</p><p>Papila Circunvalada</p><p>Língua</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 30</p><p> LÂMINA 10 H: LÍNGUA - PAPILA CIRCUNVALADA (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Objetiva 10 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 31</p><p> LÂMINA 11 H: LÍNGUA – PAPILA FILIFORME E FUNGIFORME (HE)</p><p>Objetiva 04 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40 Objetiva 10</p><p>Objetiva 40 Objetiva 40</p><p>Laboratório Morfofuncional PBL 1 II – Armazenamento Energético(1)</p><p>MEDICINA 32</p><p> PRÁTICA 06: GLÂNDULAS SALIVARES</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>A cavidade oral contém muitas glândulas salivares pequenas localizadas nos lábios, bochechas, palato e</p><p>língua que contribuem com uma pequena parte da saliva. No entanto, a maior parte da saliva, cerca de 95%, é</p><p>secretada pelos três pares de glândulas salivares principais (ou maiores): as parótidas, as submandibulares e as</p><p>sublinguais. Essas glândulas produzem em torno de 1 L de saliva por dia, liberada na cavidade oral.</p><p>As glândulas parótidas estão localizadas abaixo e à frente das orelhas, entre a pele e o músculo masseter</p><p>e secretam saliva na cavidade oral através dos ductos parotídeos ao nível do segundo molar superior. As</p><p>glândulas submandibulares são encontradas abaixo da base da língua, na parte posterior do assoalho da boca.</p><p>Seus ductos, os ductos submandibulares, desembocam lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas</p><p>sublinguais estão acima das glândulas submandibulares e seus vários ductos, os ductos sublinguais, abrem-se</p><p>no assoalho da boca. Os ductos parotídeos, os ductos submandibulares e os ductos sublinguais são</p><p>denominados ductos principais. Observe a localização dessas glândulas salivares na figura a seguir.</p><p>Esses três pares de glândulas salivares contêm porções secretoras, denominadas ácinos, responsáveis</p><p>pela formação da saliva primária. A saliva primária é modificada em um tipo de ducto denominado ducto estriado,</p><p>para formar a saliva secundária, rica em íons bicarbonato.</p><p>A saliva promove lubrificação e limpeza da cavidade oral e reduz o crescimento de bactérias devido a</p><p>presença de enzimas bacteriolíticas e de anticorpos. Além disso, é responsável pela digestão inicial dos</p><p>carboidratos através da amilase salivar liberada junto com a secreção serosa e auxilia na percepção do paladar,</p><p>ao dissolver os alimentos. A saliva também atua como solução tampão graças ao seu conteúdo de bicarbonato</p><p>secretado pelas células do ducto estriado. Essa capacidade da saliva de manter constante o pH da cavidade oral</p><p>também reduz o crescimento de bactérias prevenindo a formação de cáries. Cada glândula salivar libera sua</p><p>secreção que contém proporções diferentes em relação à parte mucosa e serosa.</p><p>Todas as três glândulas salivares são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo que envia septos</p><p>para o interior da glândula, subdividindo-a em lobos. Lâminas mais finas de tecido conjuntivo saem desses septos</p><p>penetrando nos lobos e os dividindo em lóbulos, transportando vasos sanguíneos, nervos e ductos.</p><p>Os ácinos estão diretamente ligados aos ductos intercalares. Alguns ductos intercalares desembocam a</p><p>secreção salivar em um ducto estriado. Ductos estriados desembocam a secreção em ductos excretores que se</p><p>unem formam ductos excretores cada vez maiores até desembocarem no ducto principal. O ducto principal leva</p><p>a saliva para a cavidade oral.</p><p> MATERIAL</p><p>1) Lâmina 49 H: GLÂNDULA SALIVAR PARÓTIDA (HE)</p><p>2) Lâmina 59: GLÂNDULA SALIVAR SUBLINGUAL (HE)</p><p> PROCEDIMENTO</p><p>Utilizar as objetivas 04, 10 e 40:</p><p>1) Na lâmina 49 H: (a) observar</p>