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<p>APG S3P2: “Uma luz no fim do Túnel””</p><p>Síndrome do TÚNEL DO CARPO</p><p>José Antonio de S. Neto</p><p>Medicina</p><p>Objetivos:</p><p>1- Revisar a anatomofisiologia do punho e mãos;</p><p>2- Estudar a etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo;</p><p>3- Compreender os principais fatores de risco da Síndrome do Túnel do Carpo.</p><p>ANATOMOFISIOLOGIA DO PUNHO E MÃOS</p><p>→ O carpo (punho) é a região proximal da mão que consiste em 8 ossos pequenos, os ossos carpais, unidos uns aos outros por ligamentos.</p><p>→ As articulações entre os ossos carpais são chamadas articulações intercarpais.</p><p>→ Os ossos carpais estão dispostos em duas fileiras transversas de quatro ossos cada uma. Seus nomes refletem seus formatos.</p><p>→ Os ossos carpais na fileira proximal, de lateral para medial são: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme.</p><p>→ A fileira proximal dos ossos carpais se articula com as extremidades distais da ulna e do rádio para formar a articulação radiocarpal.</p><p>→ Os ossos carpais na fileira distal, de lateral para medial, são: trapézio, trapezoide, capitato e hamato.</p><p>→ O espaço côncavo anterior formado pelo pisiforme e hamato (no lado ulnar) e escafoide e trapézio (no lado radial), com a cobertura superior do retináculo dos músculos flexores (fortes feixes fibrosos de tecido conjuntivo), consiste no túnel do carpo.</p><p>→ Os longos tendões dos flexores dos dedos e do polegar, além do nervo mediano, passam pelo túnel do carpo.</p><p>→ O estreitamento desse túnel, em decorrência de fatores como inflamação, pode dar origem a uma condição chamada de síndrome do túnel do carpo.</p><p>→ A inervação sensitiva da mão é composta por três nervos diferentes.</p><p>→ A inervação sensitiva de toda a região ulnar – hipotenar, tanto palmar, quanto dorsal, quinto dedo e metade ulnar do quarto – é de responsabilidade do nervo ulnar (território verde).</p><p>→ O nervo mediano, por sua vez, cuida da face palmar e do dorso da falange distal dos dedos restantes (território em vermelho).</p><p>→ O radial faz a inervação da região dorsal dos dedos radiais, sem, contudo, a região da falange distal (território azul).</p><p>→ De forma curiosa, isso faz com que o dedo anelar seja</p><p>inervado por três nervos diferentes ao mesmo tempo.</p><p>→ Existem anastomoses de nervos periféricos, que levam à contribuição de um ou outro nervo para além dos seus territórios usuais.</p><p>SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO</p><p>→ A síndrome do túnel do carpo é um conjunto de sinais e sintomas ocasionados pela compressão do nervo mediano no punho. É a síndrome compressiva mais frequente no organismo e foi descrita, em 1854, por Sir James Paget.</p><p>→ O túnel do carpo é um espaço anatômico na face anterior do punho, constituído no seu assoalho côncavo pelos ossos do carpo, como uma canaleta, e fechado acima pelo forte e inextensível “ligamento carpal transverso”.</p><p>→ Ele é limitado radialmente pelo tubérculo do escafoide e pela crista do trapézio e ulnarmente pelos pisiforme e hâmulo do hamato. Pelo interior do túnel, passam nove tendões e suas bainhas sinoviais (quatro flexores superficiais, quatro flexores profundos dos dedos e o flexor longo do polegar) e o nervo mediano.</p><p>→ A pressão no interior do túnel aumenta com a flexão ou com a extensão do punho.</p><p>→ Ainda que possam existir diversas causas para a síndrome do túnel do carpo, a maioria é de natureza idiopática e afeta com mais frequência as mulheres entre 40 e 60 anos.</p><p>→ É bilateral em mais da metade dos pacientes.</p><p>→ É a síndrome compressiva periférica mais comum, afetando entre 0,1% e 10% da população.</p><p>FATORES DE RISCO</p><p>→ Os fatores de risco para a Síndrome do Túnel do Carpo estão apresentados na tabela abaixo:</p><p>→ A fisiopatologia é, relativamente, simples: qualquer processo que leve à compressão do nervo mediano.</p><p>MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS</p><p>→ A queixa principal do paciente é parestesia dos dedos radiais da mão ou, às vezes, apenas da ponta dos dedos, principalmente, à noite (isso ocorre pela compressão natural do túnel devido à posição em que o paciente dorme, respondendo bem ao uso de órteses). Cronicamente, pode levar a perda de força de preensão</p><p>da mão e atrofia do compartimento tenar.</p><p>→ Com a progressão da compressão, a dormência passa a ocorrer também durante o dia, em atividades que requeiram segurar objetos a certa altura, como volante de automóvel, revistas, telefone e secador de cabelo.</p><p>→ É frequente a queixa de coceira na palma da mão.</p><p>→ Em etapas mais tardias, podem ocorrer:</p><p>· Alterações motoras, como fraqueza de oponência do polegar e hipotrofia tenar por comprometimento do ramo motor do mediano para o músculo abdutor curto do polegar.</p><p>→ a queixa principal, no aspecto motor, é perda de força.</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>→ O diagnóstico é feito por meio dos testes clínicos: Durkam (mais sensível e específico), Phalen e Tinel.</p><p>· Teste de Tinel: este teste foi descrito originalmente para representar qualquer processo de reinervação após lesão neurológica. É feito por meio da percussão do nervo examinado – deve-se reproduzir uma sensação de choque ao longo do seu trajeto. Popularmente usado para síndrome do túnel do carpo (STC), pode ser usado para qualquer síndrome compressiva de nervo periférico.</p><p>· Teste de Phalen: é utilizado para o diagnóstico de STC. Consiste na oposição do dorso das mãos, o que leva à compressão do túnel do carpo. A posição deve ser sustentada por um minuto; se houver reprodução dos sintomas (formigamento, em especial da ponta dos dedos e palma), o teste é considerado positivo.</p><p>Obs.: Teste de Phalen invertido: é igual ao Phalen tradicional, mas feito com a oposição das palmas (posição de prece). O tempo para os sintomas, porém, é de dois minutos.</p><p>· Teste de Durkam: consiste na compressão direta do túnel do carpo, que deve levar aos sintomas em 30 segundos.</p><p>→ É o teste mais sensível e específico para STC.</p><p>→ A eletroneuromiografia não é necessária, podendo ser um exame normal, de aspecto mais interessante, apenas quando se consideram aspectos trabalhistas e legais ou para consideração de intervenção cirúrgica.</p><p>→ É importante, sempre, pesquisar doenças que podem associar-se à doença – em especial, hipotireoidismo.</p><p>→ A eletroneuromiografia é um excelente exame para ajudar a confirmar a compressão nervosa.</p><p>→ Um exame importante nesse diagnóstico diferencial é o da sensibilidade na região tenar. O ramo nervoso sensitivo para essa área emerge do mediano proximalmente ao túnel do carpo. Portanto, na síndrome do túnel do carpo, a sensibilidade na região tenar está normal, ao passo que, nas compressões mais altas, ela está alterada.</p><p>TRATAMENTO</p><p>→ O diagnóstico clínico já permite iniciar o tratamento da síndrome.</p><p>→ O tratamento clínico é feito por meio de: órtese rígida para uso noturno (quando a parestesia é noturna) e fisioterapia.</p><p>→ Analgésicos não auxiliam nos sintomas, mas anti-inflamatórios podem ajudar, assim como a vitamina B, indicada em qualquer compressão ou lesão neurológica periférica.</p><p>→ Doenças associadas devem ser tratadas e atividades causais (como costura ou atividades de escritório), evitadas.</p><p>→ A injeção de corticoides é uma opção, tendo um efeito transeunte, sendo mais interessante para diagnósticos diferenciais, quando o exame clínico e a eletroneuromiografia são duvidosos.</p><p>→ O tratamento cirúrgico é indicado apenas para casos refratários após três meses de tratamento conservador. É feito pela liberação cirúrgica do túnel do carpo, o que pode ser realizado por via aberta ou artroscopia.</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image1.png</p>