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<p>1</p><p>125</p><p>AULA 00: ANTIGUIDADE</p><p>ENEM</p><p>Exasiu</p><p>Exasiu</p><p>EXTENSIVO</p><p>HB: Brasil Republicano II</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>AULA 19</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>2</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Sumário</p><p>1. Era Vargas - Introdução ....................................................................................... 3</p><p>1.1 - O Governo Provisório de 1930 a 1934 ........................................................................................... 5</p><p>1.2 - O Governo Constitucional de 1934 a 1937 .................................................................................. 10</p><p>1.3 - O Estado Novo (1937-1945) ......................................................................................................... 14</p><p>1.4 - O Brasil na 2ª Guerra Mundial e o fim do Estado Novo .............................................................. 18</p><p>2. Pós Era Vargas ................................................................................................... 21</p><p>2.1 - O Contexto Internacional ............................................................................................................. 21</p><p>2.2 - O Contexto Nacional e as influências da Guerra Fria .................................................................. 24</p><p>2.3 – Governo Dutra (1946-1951) ........................................................................................................ 26</p><p>3. Os anos 1950: a grande luta pelo poder ............................................................ 28</p><p>3.1 - O governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954) ............................................................ 31</p><p>3.1.1 - Oposição ao Governo Vargas .......................................................................................................................... 33</p><p>3.2 - A primeira tentativa de Golpe Militar (1955) .............................................................................. 36</p><p>3.3 - A Presidência de Juscelino Kubitschek (1956-1961): entusiasta da modernidade ..................... 39</p><p>4. Os anos 1960: A crise e a tentativa de Golpe ..................................................... 42</p><p>4.1 - O Governo de Jânio Quadros (1961) ........................................................................................... 44</p><p>4.2 - Governo Jango (1961-1964): a tensão e radicalização ................................................................ 48</p><p>5. Lista de Questões .............................................................................................. 59</p><p>6. Gabarito ............................................................................................................ 80</p><p>7. Questões comentadas ....................................................................................... 81</p><p>8. Considerações Finais ....................................................................................... 125</p><p>Profe Ale Lopes</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>3</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar</p><p>com vocês nosso trabalho e participar dessa batalha dura e constante na luta pela conquista da</p><p>sua vaga na Universidade.</p><p>Esta é a segunda aula sobre Brasil Republicano. Falaremos sobre dois momentos muito</p><p>importantes para o Brasil: A Era Vargas (1930-1945) e os Governos democráticos (1945-1964)</p><p>Quero dizer que esse assunto despenca na prova, sobretudo a Era Vargas. No que se refere aos</p><p>governos democráticos, JK é o mais repertoriado e o Governo de João Goulart aparece</p><p>relacionado com a crise brasileira que antecedeu a ruptura democrática que originou o regime</p><p>militar de 1964-1985 (assunto da próxima aula).</p><p>Não me canso de afirmar: para você, toda questão de história é imperdível! Você precisa</p><p>estar preparado para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a constância no objetivo”.</p><p>Vamos seguir juntos!</p><p>Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah,</p><p>não tem pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!</p><p>1. ERA VARGAS - INTRODUÇÃO</p><p>O ano de 1930 é um grande marco na História do Brasil. Essa data representa o fim da</p><p>República Oligárquica e a ascensão de Getúlio Vargas, o que deu origem ao que os historiadores</p><p>chamam de Era Vargas, pois ele assume em 1930 e sai em 1945. Vimos, no final da aula passada,</p><p>o processo que colocou Vargas no poder.</p><p>Esse momento tem uma importância fundamental para a História do Brasil. Segundo alguns</p><p>historiadores, a Era Vargas dá início a um longo processo de formação do Estado Nacional</p><p>Brasileiro, sobretudo, porque foi um momento de quebra da velha forma patrimonialista de se</p><p>governar.</p><p>Patrimonialismo é o uso, pelos governantes de diversas esferas de poder) dos bens públicos para</p><p>uso e beneficiamento privado e familiar, ou seja, é como se o patrimônio público fosse da família.</p><p>É parte disso, nomear pessoas e amigos próximos para cargos públicos a fim de tirar vantagens</p><p>pessoais. Assim, os interesses pessoais estão acima de qualquer comportamento impessoal, moral,</p><p>republicano e nacionalista. No Brasil, tanto durante o Império quanto na 1ª. República, a forma de</p><p>governar no Brasil foi predominantemente patrimonialista.</p><p>1930</p><p>1945</p><p>1964</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>4</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Outras concepções políticas e econômicas foram desenhadas e, em certa medida,</p><p>implementadas. Na prática, isso significou a edificação das instituições propriamente republicanas</p><p>e estatais.</p><p>Além disso, a concepção de “nacionalização da economia”, ou o nacional-</p><p>desenvolvimentismo, também impulsionou a transformação das estruturas econômicas do país.</p><p>Assim, podemos afirmar que a Era Vargas abriu caminho para que o Brasil passasse de um país</p><p>agroexportador governado oligarquicamente por partidos regionais para um país urbano-</p><p>industrial com instituições político-administrativas de abrangência nacional.</p><p>Ainda nesse processo, e não menos importante, é possível identificar que o povo passou à</p><p>cena política. Quer seja como ator de lutas políticas características de sociedades urbano-</p><p>industriais, quer seja como beneficiário de leis que garantiram direitos sociais e políticos (como as</p><p>leis trabalhistas).</p><p>O trabalhismo, como ideologia e valor, conseguiu estabelecer uma ponte entre os trabalhadores</p><p>e seus patrões tendo o Estado como mediador desses conflitos. O Varguismo incorporou as</p><p>demandas, as falas e as simbologias da classe trabalhadora e alçou o povo à condição de sujeito</p><p>– nem sempre ativo, algumas vezes, submisso, mas sempre “recebidos” e “ouvidos”</p><p>paternalmente.</p><p>Depois de Vargas, nunca mais foi possível às elites políticas fazerem políticas sem se</p><p>dirigirem às massas populares, ainda que fosse para excluí-las no momento seguinte. Muitas</p><p>lideranças, inclusive, receberam a alcunha de populistas. Mas uma coisa é fato: Vargas tornou-se</p><p>o presidente mais popular do país. E junto com ele, suas concepções e programas: o nacional-</p><p>desenvolvimentismo, o trabalhismo e a ideia de uma Estado Nacional forte, investidor e</p><p>interventor.</p><p>O nacionalismo, a ideia de um Brasil grande e soberano e, sobretudo, que não dependesse de</p><p>capitais e grupos estrangeiros marcou diversas gerações.</p><p>Basta lembrar que até hoje a opinião pública é majoritariamente contraria à privatização da</p><p>Petrobrás1 – construída pela ação política de Vargas lá nos anos de 1953. Justamente por isso, os</p><p>governos que seguiram à Era Vargas, de uma forma ou de outra, dialogavam, apoiavam, criticavam</p><p>ou negavam a “arquitetura política econômica e social” desenvolvida durante a era Vargas.</p><p>1 A privatização da Petrobras, também considerada pelo governo, enfrenta maior oposição:</p><p>Por isso, passam a</p><p>defender uma intervenção militar na política, pois, via eleitoral, a UDN não emplacava.</p><p>A situação se agrava quando PTB e PSD se unem nas eleições Presidenciais de outubro de</p><p>1955 e lançam Juscelino Kubitschek (do PSD de Minas Gerais) para Presidente e João Goulart (do</p><p>PTB) para Vice.</p><p>Essa união dos herdeiros de Vargas representava uma coligação praticamente imbatível. O</p><p>candidato da UDN, o General Juarez Távora, e os demais concorrentes, como Ademar de Barros</p><p>e o integralista Plinio Salgado, não tinham chances.</p><p>De fato, JK e Jango vencem e, mais uma vez, a UDN amarga uma derrota nas urnas.</p><p>13 VARGAS. Getúlio. Carta-testamento. In: RIBEIRO, Darcy. Aos trancos e barrancos. Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara Dois, 1985.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>37</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Juscelino Juarez Ademar de Barros Plinio Salgado</p><p>36% dos votos 30% dos votos 26% dos votos 8% dos votos</p><p>✓ Diferentemente das regras eleitorais de hoje, naquela época não havia a exigência 50%</p><p>mais 1 (maioria absoluta) para se declarar o vencedor. Essa regra eleitoral fazia a tensão</p><p>política subir mais ainda.</p><p>✓ Outra diferença que deve ser frisada é quanto à eleição do Vice. Conforme a Constituição</p><p>de 1946, documento que estava vigente naquele momento histórico, o Vice era eleito</p><p>separadamente do candidato à Presidência. Dessa forma, havia uma votação para o</p><p>Presidente e outra, separada, para o Vice. O curioso desse pleito de 1955 é que Jango</p><p>obteve 3.591.409 votos e JK 3.077.41114.</p><p>Agora, se liga nas cenas da tentativa de Golpe:</p><p>I. Contra a vitória de JK e de João Goulart (Jango) o jornalista Carlos Lacerda iniciou a</p><p>campanha: “Não podem tomar posse, não devem tomar nem tomarão posse”.</p><p>II. Após difundir na opinião pública essa campanha, uma parcela dos militares começou a agir</p><p>para, de fato, impedir a posse dos eleitos. Uma parte dos militares, uma parte dos políticos</p><p>da UDN, sobretudo Carlos Lacerda e o presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz</p><p>organizaram um Golpe. Porém, nem todos os udenistas e militares estavam de acordo com</p><p>essa saída inconstitucional para a crise política.</p><p>III. Assim, na noite de 10 para 11 de novembro de 1955, quando o golpe estava para se</p><p>consumar, generais, comandantes e sargentos do Rio de Janeiro foram até a casa do</p><p>Marechal Teixeira Lott para explicar o que estava em curso. Na manhã de 11 de novembro</p><p>14 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras.</p><p>2018, p. 413.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>38</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>de 1955, sob a liderança de Lott, então, tanques ocuparam as ruas do Rio de Janeiro para</p><p>evitar a quebra da legalidade democrática, ou, em outras palavras, evitar a quebra das</p><p>regras do jogo democrático. Ou ainda, um Golpe. Nas palavras do próprio General Lott,</p><p>ele liderara um “movimento de retorno aos quadros constitucionais vigentes”15.</p><p>IV. Com o desmonte dessa tentativa de golpe, Carlos Lacerda, Carlos Luz (então Presidente</p><p>do Brasil, pois Café Filho estava ausente do cargo por motivos de saúde) e diversos militares</p><p>envolvidos na trama tentaram fugir no navio Tamandaré. Contudo, foram detidos. Mas os</p><p>golpistas não foram presos, pelo contrário, retornaram à cena política e muitos foram</p><p>anistiados (perdoados).</p><p>De toda forma, venceu a saída pela legalidade e, assim, JK e Jango tomaram posse em</p><p>1956. Lott foi empossado como Ministro da Guerra e consolidou as forças Progressistas no interior</p><p>das Forças Armadas.</p><p>Para você ter uma ideia do nível da instabilidade política, JK ainda sofreu outras tentativas</p><p>de golpes logo no início de seu mandato. Veja mais esse caso cinematográfico...</p><p>O levante de Jacareacanga</p><p>No Carnaval de 195616, dois oficiais da Aeronáutica, o major Haroldo Veloso</p><p>e o capitão José Chaves Lameirão, deslocaram de uma base do Rio de</p><p>Janeiro um avião carregado de armas e munições. Esse desvio teve como</p><p>destino a base de Jacareacanga, localizada no sul do estado do Pará. Os dois oficiais eram</p><p>partidários fanáticos da UDN e veneravam Carlos Lacerda, estavam inconformados com a vitória</p><p>“getulista” de JK e Jango.</p><p>O plano desses dois militares era iniciar uma guerra civil a partir da região central do Brasil. O</p><p>levante de Jacareacanga durou quase 20 dias. JK soube lidar com a situação e derrotou o foco</p><p>golpista.</p><p>E advinha o que aconteceu com os oficiais enolvidos no episódio de Jacareacanga? Foram</p><p>anistiados dos atos de insubordinação. Pois é....</p><p>15 Idem, p. 414.</p><p>16 Idem, p. 412.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>39</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>3.3 - A PRESIDÊNCIA DE JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-1961): ENTUSIASTA DA</p><p>MODERNIDADE</p><p>Uma das vantagens do governo de JK foi a aliança entre o PTB e o PSD, fato que favoreceu</p><p>a construção de uma maioria parlamentar e de relativa estabilidade para governar. Ou seja, essa</p><p>aliança tornou o governo possível!</p><p>Com isso, a UDN teve seu papel reduzido, pelo menos durante o governo JK. O Governo</p><p>de Juscelino também obteve apoio do Marechal Lott e, por conseguinte, de parte importante das</p><p>Forças Armadas brasileiras.</p><p>Além disso, JK, apesar de estar no campo Progressista, não manteve um programa</p><p>“nacional-desenvolvimentista” a risca, tal como nas origens do projeto varguista. Na verdade, JK</p><p>soube lidar com diversos interesses econômicos a ponto de conseguir simpatia até mesmo dos</p><p>Conservadores.</p><p>O programa de JK era mais desenvolvimentista e menos nacionalista, ou seja, ele mudou o sentido</p><p>do “nacional-desenvolvimentismo”.</p><p>Vamos ver como foi isso...</p><p>A imagem desenvolvimentista de JK ficou marcada no bordão “50 anos em 5”. Para atingir</p><p>seus objetivos do Plano de Metas, Juscelino precisou recorrer a empréstimos internacionais.</p><p>Uma das consequências desse desenvolvimentismo não tão nacionalista de JK foi o</p><p>endividamento do país, a relativa dependência da tecnologia externa e o apoio ao capital</p><p>estrangeiro. Uma parte das indústrias nacionais acabou sendo absorvida pelas estrangeiras.</p><p>Com a aplicação do programa desenvolvimentista e com trânsito em todas as forças</p><p>políticas, dificilmente a oposição atuaria para derrubar o Presidente.</p><p>Como já adiantei no final da aula passada, JK conseguiu fazer inúmeras obras de</p><p>infraestrutura, principalmente estradas.</p><p>O governo chegou a criar órgãos para fomentar a interiorização do país e o</p><p>desenvolvimento de regiões mais pobres, como o nordeste. Na verdade, parte da política para o</p><p>nordeste foi uma tentativa de conter o processo migratório para São Paulo, Minas Gerais e Rio de</p><p>Janeiro. Em 1959 foi criada a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).</p><p>Em certo sentido, o Plano de Metas respondia a diferentes problemas que precisavam ser</p><p>sanados no país.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>40</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>▪ O Plano estava agrupado em 5 setores:</p><p>A meta síntese foi a construção de Brasília, que foi inaugurada em 1960, ano em que a capital</p><p>federal saiu do Rio de Janeiro e foi para a cidade planejada no Planalto Central do país. Brasília</p><p>simbolizou a modernização e o desenvolvimento do Brasil.</p><p>Além de Brasília, veja as principais realizações de JK:</p><p>Transporte</p><p>Energia</p><p>Eduacação</p><p>Indústria</p><p>Alimentação</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>41</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>A política desenvolvimentista de JK favoreceu o investimento de empresas multinacionais</p><p>no país, principalmente as vinculadas aos setores de eletrodomésticos, cigarros, automóveis e</p><p>produtos farmacêuticos. Assim, a inovação de JK na economia brasileira foi a</p><p>ampliação do</p><p>processo de internacionalização da economia e o estímulo ao consumo.</p><p>A relativa prosperidade que o Governo JK refletiu nos hábitos e preferências</p><p>dos brasileiros da época, em particular, da elite e das classes médias. Lembre-</p><p>se da oferta de eletrodomésticos e de automóveis.</p><p>O mercado consumidor do país recebeu: máquina de lavar roupas; grill</p><p>automático; rádio de pilha; enceradeira de três escovas; TV com controle</p><p>remoto preso a um fio; sabão em flocos; Detefon com pulverizador; automóveis como DKW-</p><p>Vemag e Rural Willys; etc.</p><p>Esse aspecto consumista ajudou a caricaturar os anos 1950 como os “Anos Dourados”.</p><p>Nessa época dourada, os programas televisivos começavam a contagiar as pessoas, os teatros de</p><p>revistas passaram a ser acompanhados como série “Netflix” hoje em dia e as assim denominadas</p><p>“chanchadas” lotavam as salas de cinema. Houve um crescimento da indústria fonográfica e de</p><p>publicidade com foco nos meios de comunicação rádio, TV e revista.</p><p>As propagandas nos rádios, ainda o maior meio de comunicação da época, foram ressignificadas</p><p>para direcionar costumes e a moda.</p><p>A música também ganhou destaque no rádio a partir dos programas de auditório. A bossa-nova</p><p>surgiu nessa década de 1950 com o recém falecido João Gilberto. Ah, sim, Juscelino chegou a</p><p>receber o apelido de Presidente bossa-nova.</p><p>• Ampliação</p><p>da extração</p><p>de petróleo</p><p>• Construação</p><p>de rodovias</p><p>• Implantação da</p><p>Indústria</p><p>Automobilistica</p><p>• Usinas</p><p>Hidreléticas</p><p>Furnas (no Rio</p><p>Grande); Três</p><p>Marias (no Rio</p><p>São Francisco).</p><p>Ambas em MG.</p><p>Mais de 300</p><p>mil veículos</p><p>por ano.</p><p>crescimento de</p><p>150%.</p><p>Também, com</p><p>tanto carro</p><p>haja gasolina...</p><p>Foram</p><p>construídos</p><p>mais de 20 mil</p><p>Km de</p><p>rodovias</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>42</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Impactos Econômicos da Política Desenvolvimentista</p><p>Em função do crescimento acelerado proposto pelo programa “50 anos em 5”, o país</p><p>atingiu uma inflação alta, principalmente por conta do endividamento junto a credores</p><p>internacionais.</p><p>As dívidas e os ajustes fiscais necessários não foram feitos imediatamente por JK, mas por</p><p>seus sucessores. Primeiro, por Jânio Quadros, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), eleito nas</p><p>eleições seguintes, depois por Jango.</p><p>De toda forma,</p><p>O Plano de Metas viabilizou as condições para o ingresso do Brasil num estágio</p><p>avançado de industrialização, mas sem criar condições reais para isso. Na pressa de</p><p>mudar o patamar de desenvolvimento do país em apenas cinco anos, Kubitschek</p><p>improvisou: investiu na aceleração do crescimento sem avaliar o financiamento do</p><p>processo. E optou pelo atalho, facilitando a entrada de capitais externos no país por</p><p>meio da concessão de privilégios fiscais e econômicos, e aceitando depender e</p><p>financiamentos internacionais para acelerar o crescimento industrial17.</p><p>Muitos economistas afirmam que a crise econômica do início da década de 1960 se deu porque o</p><p>modelo de “substituição de importações”, que vinha sendo implementado desde os anos 1930,</p><p>atingiu seu limite e não correspondia mais às exigências da economia internacional no contexto</p><p>da Guerra Fria.</p><p>Assim, havia uma opinião, tanto por parte dos Progressistas, quanto dos Conservadores,</p><p>de que o modelo estrutural da economia brasileira deveria ser repensado. Como as elaborações</p><p>dos grupos políticos passaram a olhar mais para mudanças estruturais, é previsível que mudanças</p><p>mais profundas afetam mais interesses. Pois bem, em frente!!</p><p>4. OS ANOS 1960: A CRISE E A TENTATIVA DE GOLPE</p><p>O Governo de JK terminou com uma forte oposição que o acusava de corrupção nas</p><p>diversas obras que ele promoveu. Não por menos, a campanha da oposição nas eleições</p><p>Presidenciais usou o ritmo das “marchinhas” de carnaval para emplacar a letra “varre, varre</p><p>vassourinha” em referência a limpar a corrupção de Brasília. Olha que atual esse passado!!</p><p>Olha aí o candidato Jânio Quadros, da chapa liderada pela UDN e apoiado por Carlos</p><p>Lacerda, e os apoiadores no comício com o símbolo da campanha:</p><p>17 Idem, p. 422.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>43</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>18 19</p><p>Resultado: Jânio Quadros ganhou a disputa para a Presidência e Jango venceu para Vice.</p><p>Repare na tabela:</p><p>Jânio Quadros (UDN) Marechal Lott (PSD/PTB) Ademar de Barros (PSP)</p><p>5.636.623 votos, 48% 3. 846.825, 32% Cerca de 2.195.000, 20%</p><p>#João Goulart obteve 4.547.010 votos e foi eleito Vice-Presidente pela chapa PSD/PTB.</p><p>Então, repare:</p><p>Tínhamos o Presidente apoiado pela UDN, representando uma linha</p><p>Conservadora, e o Vice do PTB/PSD, representando o campo Progressista e</p><p>adversário do Presidente. Podia isso “Arnaldo”?</p><p>18 Disponível em Banco de Imagens da ALESP. https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/J-</p><p>AntesdacriseLacerdacumprimentaJanio.jpg</p><p>19 Disponível em Banco de Imagens da ALESP. https://www.al.sp.gov.br/alesp/banco-</p><p>imagens/detalhe/?id=165490. Acesso em 23-07-2019.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>44</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Lembre-se de que, nessa época, havia uma votação específica para eleger o Presidente e,</p><p>outra, para eleger o Vice, então, sim, poderia ocorrer essa contradição!!</p><p>Nessas mesmas eleições, também houve a escolha dos Governadores. Carlos Lacerda foi</p><p>eleito o primeiro Governador do Estado da Guanabara.</p><p>4.1 - O GOVERNO DE JÂNIO QUADROS (1961)</p><p>O início do Governo de Jânio não foi como se esperava, pois, ele adotou medidas que</p><p>acabou encarecendo o custo de vida, como:</p><p>➢ congelou salários</p><p>➢ restringiu créditos</p><p>Dessa forma, a classe média ficou descontente, os trabalhadores e os empresários também.</p><p>Se por um lado, então, Jânio tentou agradar os Conservadores com diversas restrições na</p><p>economia para conter a inflação e o endividamento, por outro, fez uma política externa para tentar</p><p>conquistar simpatia dos Progressistas.</p><p>E o que ele fez?</p><p>Jânio se aproximou dos países do Bloco Socialista e anunciou a retomada de relações com</p><p>a União das Repúblicas Soviéticas Socialistas.</p><p>Como assim, um Presidente apoiado pela UDN fez isso, profe? Eles não defendiam o alinhamento</p><p>com os EUA?</p><p>Vai entender... Mas, na verdade, a ideia de Jânio era se construir como um Presidente</p><p>independente, sem alinhar o país automaticamente com qualquer dos lados dos disputas da</p><p>Guerra Fria.</p><p>Assim, em tese, o Brasil se tornaria capaz de negociar com todo mundo. Por isso, podemos</p><p>falar que ele mantinha uma política externa independente!!</p><p>O Presidente também foi contra o embargo econômico (bloqueio) a Cuba, medida que</p><p>desagradou aos EUA. Lembre-se de que, em 1959, Cuba passou por uma Revolução que, apesar</p><p>das controvérsias sobre o tipo de Revolução feita</p><p>na ilha, ficou caracterizada como um movimento</p><p>comunista. No contexto da Guerra Fria, a</p><p>iniciativa de Jânio Quadros foi vista como uma</p><p>espécie de “infração grave”.</p><p>Para coroar, Jânio Quadros recebeu Che</p><p>Guevara no Brasil e o condecorou com a Ordem</p><p>do Cruzeiro do Sul.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>45</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Até proibir biquini nas praias ele determinou. Se esse tipo de medida fosse um pouco antes,</p><p>quase ficaríamos sem uma das músicas mais famosas da bossa-nova, Garota de Ipanema.</p><p>Resultado: desastrosamente, Jânio conseguiu perder apoio de todos os lados, seja do campo</p><p>Progressista, seja do campo Conservador.</p><p>No geral, Jânio Quadros</p><p>Sem planejamento de longo prazo, com uma visão estreita do país e moralista da vida</p><p>pública, um perfil autoritário e alma de burocrata, governava a República como quem</p><p>chefia uma repartição.20</p><p>Em 25 de agosto de 1961, 7 meses</p><p>após o início do mandato, o Presidente Jânio Quadros</p><p>renunciou.</p><p>Oh God! E agora?</p><p>Agora, querido e querida aluna, a termômetro dos conflitos políticos não parava de subir.</p><p>Isso porque João Goulart, o Vice, alinhado ao campo Progressista, defendia abertamente medidas</p><p>que retomavam o programa “nacional-desenvolvimentista” e a nacionalização da economia.</p><p>No contexto da Guerra Fria e das disputas políticas internas, para muitos conservadores ele era</p><p>chamado de comunista. Mas entendam que isso era discurso decorrente do momento histórico e</p><p>da polarização da época, porque, na verdade, Jango era declaradamente um capitalista que</p><p>defendia reformas sociais e a nacionalização da economia – tal como defendia Getúlio Vargas</p><p>desde 1930. Só para você ter certeza disso, Jango, assim como Vargas, tinha origem em famílias</p><p>fazendeiras do Rio Grande do Sul.</p><p>A briga seria, de novo, com os aliados do Bloco Conservador:</p><p>➢ Carlos Lacerda,</p><p>➢ UDN.,</p><p>➢ Elite industrial associada ao capital financeiro,</p><p>➢ Parcela dos militares com pensamento diferente do Marechal Lott.</p><p>Lembrando que esse Bloco defendia um programa liberal na economia, mas com restrições</p><p>às liberdades democráticas. Por isso, os historiadores caracterizam esse campo como “liberal-</p><p>conservador”.</p><p>Por que você disse “a briga seria, de novo” profe?</p><p>20 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras.</p><p>2018, p. 431.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>46</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Porque em 1955, caro e cara aluna, já vimos que a tensão entre Progressistas e Conservadores</p><p>quase levou a um Golpe Militar. Lembra?</p><p>Nesse contexto, esse Bloco Conservador foi contra que Jango, Vice-Presidente tomasse</p><p>posse como Presidente, tal como previa a Constituição Federal no caso de renúncia do Presidente</p><p>eleito.</p><p>Repare: antes da posse de Jango, três Ministros militares divulgaram um documento-</p><p>manifesto declarando-se contrários à posse do Vice como Presidente.</p><p>Mas o Congresso Nacional não comprou a ideia de impedir a posse de João Goulart. Diversos</p><p>Governadores, como Leonel Brizola (PTB) do Rio Grande do Sul, também se manifestaram</p><p>favoráveis à posse de Jango. Os militares legalistas, como o Marechal Lott, também se</p><p>manifestaram pelo direito de o Vice assumir a Presidência.</p><p>Um detalhe, logo depois de se manifestar, Lott chegou a ser preso pelos militares “liberais-</p><p>conservadores” para que sua influência não atingisse demais camadas das Forças Armadas.</p><p>O país quase foi a uma guerra civil, pois o General Machado Lopes do Rio Grande do Sul (da linha</p><p>legalista, favorável às regras do jogo), apoiado por Brizola, declarou que suas tropas iriam às ruas</p><p>para assegurar a posse de Jango.</p><p>Brizola chegou a utilizar a Rádio Guaíba para transmitir mensagens a todo o Brasil sobre os</p><p>acontecimentos: “com o microfone na mão, Brizola sublevou o estado e mobilizou o resto do país</p><p>a agir em defesa da Constituição”21.</p><p>Diante do impasse “Jango assume, Jango não assume”, reconheceu-se que havia muitos</p><p>interesses em conflito e que a disputa pelo poder poderia trazer consequências indesejáveis aos</p><p>brasileiros.</p><p>Publicamente, apenas o jornal O Estado de São Paulo e o então Governador da Guanabara,</p><p>Carlos Lacerda (UDN), mantiveram a posição de não permitir a subida de Jango ao cargo.</p><p>Foi então que os parlamentares do Congresso Nacional apresentaram uma solução: um</p><p>estudo para ao mesmo tempo garantir a posse de Jango e diminuir os poderes do Presidente da</p><p>República. Como assim uma solução?</p><p>Em 2 de setembro de 1961, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram o Ato</p><p>Adicional à Constituição da República em vigor, a Constituição de 1946.</p><p>Esse Ato instituiu o Parlamentarismo no Brasil.</p><p>No sistema parlamentarista os poderes do chefe do Poder Executivo, o Presidente, são menores</p><p>pois ele passa a depender de uma combinação de decisões “harmoniosas” entre Ministros e o</p><p>próprio Congresso.</p><p>21 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras.</p><p>2018, p. 435.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>47</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Houve, então, um redimensionamento do Poder Executivo, mas para enfraquecê-lo. Ainda, no</p><p>sistema parlamentarista, o Presidente fica mais com as funções de chefe de Estado (representar o</p><p>Brasil externamente, por exemplo).</p><p>Já as funções administrativas do Poder Executivo, as de comandar a máquina pública, ficam a</p><p>cargo de um Primeiro Ministro.</p><p>A principal consequência da SAÍDA PARLAMENTARISTA foi evitar que setores das Forças</p><p>Armadas e das elites econômica (representantes do capital estrangeiro) e política (UDN), que</p><p>defendiam uma intervenção militar, tivessem êxito. Entendeu?</p><p>De certa forma, a experiência democrática inaugurada em 1946 mostrou sua força, pois</p><p>muitos setores da sociedade defenderam que Jango assumisse. Ou seja, o Período Democrático</p><p>de 1946 a 1964 ainda não estava morto.</p><p>Ainda estávamos em 1961, o que mais poderia acontecer?</p><p>A voz dos camponeses</p><p>Antes de passarmos para os principais aspectos do Governo Jango, preciso reforçar com você o</p><p>surgimento de um novo “ator político” no cenário brasileiro. Quando digo “ator” não é das</p><p>novelas do rádio ou da TV, não. São personagens que contribuíram para influenciar os rumos da</p><p>política brasileira e, portanto, da História.</p><p>Na virada da década de 1950 para a de 1960, os trabalhadores rurais, ou camponeses, começaram</p><p>a evidenciar suas mobilizações por terras e direitos. Lembre-se de que, desde o primeiro Governo</p><p>Vargas, aos trabalhadores rurais não foram direcionadas políticas públicas. A CLT, por exemplo só</p><p>valeu para os trabalhadores urbanos.</p><p>Literalmente marginalizados da atenção do Estado, o pessoal do campo ainda passou a sofrer com</p><p>o empobrecimento das atividades agrícolas. Sem crédito e investimentos, a atividade rural foi</p><p>sucumbindo aos grandes latifúndios.</p><p>Grupos</p><p>contrários à</p><p>posse de</p><p>Jango</p><p>Grupos</p><p>favoráveis à</p><p>posse de</p><p>Jango</p><p>SOLUÇÃO</p><p>PARLAMENTARISTA</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>48</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Resultado: houve muita grilagem de terras e êxodo de trabalhadores rurais. Os centros urbanos</p><p>sentiram a consequência imediatamente: aumento populacional nas periferias.</p><p>Um dos primeiros levantes populares no campo foi em 1946 em Porecatu, no Paraná. Centenas</p><p>de camponeses armados exigiram a devolução de terras griladas. Em 1956, no sudoeste do</p><p>Paraná, os camponeses começaram a expulsar autoridades locais das cidades e a invadir cartórios</p><p>mobiliários. Também invadiam escritórios das empresas de colonização que negociavam terras.</p><p>Contratos, notas promissórias e títulos de propriedade foram destruídos.</p><p>Dessa forma, no início dos anos 1960 a reivindicação da Reforma Agrária tomou conta do meio</p><p>rural brasileiro. Houve ocupações de terras em Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Goiás, Rio</p><p>Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.</p><p>Diversas organizações de camponeses surgiram, sendo as mais influentes: União dos Lavradores</p><p>e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (Ultab), Liga Camponesa e Sociedade Agrícola de Plantadores</p><p>e Pecuaristas de Pernambuco.</p><p>Os confrontos dos trabalhadores do campo ajudaram a mostrar a importância desse setor para as</p><p>autoridades. No fundo, os camponeses também queriam direitos.</p><p>O conflito no campo chamou a atenção da Igreja Católica, de modo que uma parte do clero se</p><p>voltou para promover a doutrina cristã e para neutralizar os conflitos; outra parte se engajou na</p><p>luta dos trabalhadores rurais. Essa parte da Igreja mais engajada estimulou a sindicalização e a</p><p>alfabetização dos trabalhadores rurais como forma de inseri-los no campo dos direitos.</p><p>Desse processo surgiu o Movimento de Educação de Base (MEB),</p><p>cujo objetivo foi alfabetizar a</p><p>população camponesa. O método que inspirou o MEB era o utilizado pelo educador Paulo Freire.</p><p>Como Paulo Freire tem sido muito debatido na atualidade, vai que cobrem alguma coisa sobre</p><p>esse conteúdo na sua prova. Fique esperto!!!</p><p>4.2 - GOVERNO JANGO (1961-1964): A TENSÃO E RADICALIZAÇÃO</p><p>Após a solução parlamentarista, João Goulart assumiu a Presidência da República em 7 de</p><p>setembro de 1961. Ele retornou de uma missão comercial à República Popular da China</p><p>(comunista). A viagem foi a mando de Jânio, dentro de sua política de negociar com todo mundo.</p><p>Mas a chefia de governo, isto é, o exercício das atividades administrativas do Poder</p><p>Executivo, não ficou não mão de Jango. Tancredo Neves, do PSD mineiro, assumiu o papel de</p><p>Primeiro Ministro no então sistema parlamentarista brasileiro.</p><p>Contudo, havia mais uma etapa para o parlamentarismo ser concretizado: a população</p><p>precisaria referendar a concordância ou discordância com esse novo sistema em um plebiscito. Só</p><p>que esse plebiscito só se realizaria em janeiro de 1963. Affe, que novela!!! Ainda estamos em 1961.</p><p>➢ Antes de chegarmos no resultado do plebiscito, vamos passar por duas medidas</p><p>iniciais do Governo Jango: uma política; e, outra econômica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>49</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>A medida política foi uma tentativa de acalmar os ânimos e garantir estabilidade ao novo</p><p>sistema de governo. Para tanto, Jango articulou uma espécie de Gabinete de Conciliação</p><p>Nacional, formado pelos partidos PTB, PSD e UDN.</p><p> Com relação à economia, Jango pegou uma dívida e uma crise fiscal relativamente</p><p>grande em função dos gastos do Governo JK. Para buscar alternativas adotou não</p><p>apenas um plano econômico, mas uma saída socioeconômica. Isso porque, Jango</p><p>estava planejando atacar problemas estruturais que, segundo sua visão, impediam o</p><p>desenvolvimento do país.</p><p>Em 1962 Jango lançou o PLANO TRIENAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL</p><p>Esse plano foi organizado por um importante economista brasileiro, Celso Furtado. Dentre</p><p>os livros desse economista se destacam A economia brasileira e Formação Econômica do Brasil.</p><p>À época, Furtado era o Ministro do Planejamento.</p><p>Repare que esse plano de Jango destoava de uma das medidas mais usuais dos Governos</p><p>Conservadores, desde Dutra, qual seja, a do congelamento salarial.</p><p>Ademais, Jango já havia demonstrado, quando foi Ministro de Getúlio Vargas, que sua linha</p><p>era a de valorização do salário e não o seu congelamento.</p><p>Nesse sentido, ele estava se chocando diretamente com os empresários brasileiros, não</p><p>somente aqueles empresários associados ao capital estrangeiro, mas com o conjunto da elite</p><p>econômica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>50</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Por meio da influência das elaborações de Celso Furtado, a expressão “subdesenvolvimento”</p><p>passou a ser utilizada para caracterizar os dilemas estruturais da sociedade brasileira. Era preciso</p><p>reconhecer que o Brasil era, de fato, um país subdesenvolvido22.</p><p>Os “anos dourados” da década de 1950 tinham ficado para trás. Por isso, o foco de Jango</p><p>era o combate às desigualdades.</p><p>Ainda no início do Governo, Goulart criou a Superintendência de Política Agrária (SUPRA),</p><p>para tentar resolver a crise no campo.</p><p>Porém, as propostas de Jango não resolveram a situação:</p><p>✓ O ritmo do crescimento econômico diminuiu e os empresários diminuíram os investimentos</p><p>na produção, pois desconfiavam das intenções do Governo.</p><p>✓ Se, por um lado, o Plano Trienal não agradava industriais e banqueiros, por outro, os</p><p>trabalhadores urbanos e rurais, os sindicatos, setores da classe média, apoiavam-no.</p><p>Desde o início do mandato de Jango, diversas mobilizações sociais e políticas foram feitas</p><p>pelas classes mais populares. Isso porque o programa socioeconômico do Governo refletia anseios</p><p>de justiça e igualdade. Diante da mobilização popular pró-Jango, agora sim podemos entender o</p><p>resultado do plebiscito de 1963. Vamos abrir a urna e verificar o resultado? Então ...</p><p>Pronto, agora a temperatura política e social iria subir mesmo, galera! Jango saiu fortalecido</p><p>do plebiscito, pois o parlamentarismo foi derrotado e, agora, ele passou a Presidente de fato, com</p><p>todos os poderes que os Presidentes anteriores tiveram.</p><p>Sai Parlamentarismo, volta o Presidencialismo.</p><p>22 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras.</p><p>2018, p. 418.</p><p>Resultado do plebiscito: mais</p><p>de 11,5 milhões de pessoas</p><p>votaram, sendo que quase 10</p><p>milhões se manifestaram</p><p>contra o parlamentarismo e</p><p>pela volta do</p><p>presidencialismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>51</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Nesse ano de 1963, os campos político-programáticos que vinham se enfrentando desde</p><p>1946, isto é, “nacionalistas” e “liberais” ou Progressistas e Conservadores, assumiram novos</p><p>contornos.</p><p>No meio disso, quais medidas o Presidente poderia tomar?</p><p>Bem, os objetivos do Plano Trienal não foram para frente e ele lançou outro programa no</p><p>começo de 1964. Esse programa ficou conhecido como As Reformas de Base.</p><p>Diz-se reformas porque Jango percebeu que os problemas do Brasil eram muito</p><p>mais estruturais do que meros ajustes econômicos na inflação e no controle da</p><p>dívida externa. Por isso, seria preciso ir até as raízes do “subdesenvolvimento” do</p><p>Brasil.</p><p>A questão é que esse novo programa aprofundou ainda mais o descontentamento do Bloco</p><p>Conservador. Veja só o porquê:</p><p>✓ Primeiro: as Reformas de Base foram lançadas em um comício/manifestação para</p><p>mais de 300 mil pessoas na Central do Brasil (Rio de Janeiro), no dia 13 de março de</p><p>1964;</p><p>✓ Segundo: o conteúdo das Reformas foi considerado comunista.</p><p>• Vamos conferir as 5 propostas:</p><p>Reforma agrária: a proposta envolvia a desapropriação de terras improdutivas e a</p><p>manutenção das famílias rurais em seus locais de origem. O Governo pretendia</p><p>interromper o fluxo migratório para as cidades e conter o inchaço urbano. A reforma seria</p><p>feita à base de indenizações em dinheiro aos proprietários das terras improdutivas alvo</p><p>das desapropriações. Também seriam utilizadas as terras devolutas, isto é, de propriedade</p><p>do Estado, mas não utilizadas.</p><p>Reforma urbana: replanejar as principais cidades do país</p><p>para eliminar favelas e cortiços, bem como frear o crescimento</p><p>desordenado das periferias.</p><p>Reforma educacional: focada no aumento de número de</p><p>escolas e na redução do analfabetismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>52</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Para muitos historiadores, cientistas políticos, sociólogos e economistas, as Reformas de</p><p>Base de Jango não tinham um caráter comunista, principalmente, porque não alteravam o</p><p>princípio liberal da garantia da propriedade privada - pedra fundante do sistema capitalista.</p><p>✓ Porém, para a elite brasileira e para um setor dos militares que já vinha descontente</p><p>com o “nacional-desenvolvimentismo” de Vargas, as propostas do Governo</p><p>representavam uma ameaça comunista. Um discurso de natureza retórica no jogo</p><p>político vigente. A verdade é que havia uma desconfiança crescente sobre as intenções</p><p>do Presidente no poder, principalmente se ele caminharia, ou não, para uma</p><p>centralização do poder, tal como Vargas quando instaurou o Estado Novo.</p><p>Se Vargas e JK sofreram ameaças de golpes, o que dizer de João Goulart e suas reformas</p><p>estruturais? O lançamento das Reformas de Base foi o estopim da máxima polarização na</p><p>sociedade brasileira.</p><p>Anote alguns pontos essenciais do contexto que estamos estudando:</p><p>✓ De um lado, os setores populares começaram a fazer manifestações de rua pró-</p><p>reformas.</p><p>✓ Do outro, protestos organizados por parte da</p><p>classe média e do empresariado</p><p>começaram a combater abertamente o Governo.</p><p>Há dois eventos que são significativos desses embates:</p><p>Reforma eleitoral: permitir que os analfabetos tivessem o direito de votar,</p><p>pois cerca de 60% da população adulta da época era analfabeta. Permitir,</p><p>também, o direito de voto aos soldados. A reforma também previa a legalização</p><p>do Partido Comunista, cuja licença fora cassada na década de 1940.</p><p>Reforma tributária: a proposta era fazer com que os ricos</p><p>pagassem mais impostos. Aqui também podemos encaixar a</p><p>Lei que Jango conseguiu aprovar para limitar o envio de</p><p>lucros das empresas multinacionais para o exterior. Lembra-</p><p>se de que Getúlio tentou? Pois bem, Jango conseguiu aprovar</p><p>no Congresso a Lei de Remessa de Lucros.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>53</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>“Concentração realizada no Rio de Janeiro no dia 13</p><p>de março de 1964, em frente à estação ferroviária</p><p>Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o Comício das</p><p>Reformas, também conhecido por Comício da</p><p>Central, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo</p><p>membros de entidades sindicais e outras</p><p>organizações de trabalhadores, servidores públicos</p><p>civis e militares, estudantes etc. Tinha por meta</p><p>demonstrar a decisão do governo federal de</p><p>implementar as chamadas reformas de base e</p><p>defender as liberdades democráticas e sindicais.”23</p><p>1- Comício das Reformas de Base, em 13 de</p><p>março de 1964.</p><p>2- Marcha da Família</p><p>com Deus pela Liberdade,</p><p>em 19 de março de 1964.</p><p>A primeira dessas</p><p>grandes manifestações ocorreu</p><p>em São Paulo, no dia 19 de</p><p>março de 1964. Nesse protesto,</p><p>cerca de 500 mil pessoas</p><p>participaram. Essas Marchas</p><p>também afirmavam que o comunismo estava chegando e seria preciso combatê-lo por meio de</p><p>uma intervenção das Forças Armadas.</p><p>Cuidado com esse momento histórico. Hoje em dia, a historiografia já comprovou por meio de</p><p>centenas de documentos, inclusive documentos elaborados pela Agência de Inteligência</p><p>Americana e já tornado públicos pelos EUA, que não havia qualquer plano que ameaçasse a</p><p>estabilidade das instituições republicanas no Brasil.</p><p>23</p><p>https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/Comicio_das_reformas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>54</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Segundo o historiador Boris Fausto, naquele contexto, não havia “ameaça imediata de</p><p>implantação de um regime comunista”24. Veja, nem Partido Comunista legalizado existia.</p><p>Assim, no contexto da Guerra Fria, o discurso da ameaça comunista foi utilizado para justificar a</p><p>adoção de medidas autoritárias e determinados ajustes econômicos.</p><p>Isso ocorreu no Brasil e em toda a América Latina, nas décadas de 1960 e 1970.</p><p>Com a tensão política e social no limite, em 31 de março de 1964, as Forças Armadas deram</p><p>início ao Golpe Militar.</p><p>Diz-se Golpe porque tratou-se de uma ruptura institucional que depôs um Presidente eleito</p><p>democraticamente. E isso independe dos motivos que levaram à ruptura. O conceito de golpe é</p><p>consenso nas Ciências Humanas e utilizado para analisar ocorridas em diferentes momentos da</p><p>história.</p><p>Diz-se que foi um Golpe Militar porque, de fato, sem a logística militar o Presidente Jango não</p><p>seria pressionado a sair do cargo! Aqui se trata da principal força agente do processo de ruptura.</p><p>Contudo, há todo um debate entre os historiadores, como os historiadores Daniel Araão Reis ,</p><p>Ângela de Castro Gomes e Jorge Ferreira , dentre outros, que afirma que a deposição de Jango</p><p>foi um Golpe Civil-Miliar, pois contou com o apoio de setores civis da sociedade como líderes</p><p>políticos, governadores de Estado, Congresso Nacional e setores organizados da sociedade,</p><p>principalmente da imprensa.</p><p>(UVA 2020)</p><p>A Marcha da Família com Deus, pela Liberdade, que ocorreu em São Paulo, em 19 de março</p><p>de 1964, teve relação direta com o golpe de 1964, portanto ela pode ser traduzida como:</p><p>a) manifestação militar de apoio ao projeto político de João Goulart.</p><p>b) manifestação católica feminina de apoio ao governo João Goulart.</p><p>c) reação política dos movimentos sociais contra as Reformas de Base proposta pelo governo.</p><p>d) reação conservadora ao Comício das Reformas realizado no Rio de Janeiro pelo presidente</p><p>João Goulart.</p><p>Comentários:</p><p>A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi um protesto civil, que reuniu cerca de</p><p>500 mil pessoas em São Paulo. Essa manifestação foi a primeira de muitas que afirmavam</p><p>que o comunismo estava chegando e seria preciso combatê-lo por meio de uma intervenção</p><p>24 Boris Fausto sobre o golpe de 64: “É impossível negar os fatos”. Pública: agência de jornalismo</p><p>investigativo. 29/mar/2019. Disponível em: https://apublica.org/2019/03/boris-fausto-sobre-o-golpe-</p><p>de-64-e-impossivel-negar-os-fatos/. Acesso em: 26/07/2019.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>55</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>das Forças Armadas. Com forte base na classe média, no empresariado brasileiro e nas elites</p><p>econômicas, essa foi a carta branca para o exército promover o golpe de estado contra a</p><p>democracia brasileira.</p><p>Diante disso, vejamos a alternativa que melhor traduz esse protesto:</p><p>a) Incorreto. Foi uma manifestação civil, de caráter conservador em apoio a instauração de</p><p>um regime militar.</p><p>b) Incorreto. Nessa manifestação diversas lideranças religiosas estiveram presente, porém</p><p>elas estavam lá para pedir a interdição do governo João Goulart, não apoia-lo.</p><p>c) Incorreto. Os movimentos sociais eram a favor das Reformas de Base e do governo Jango.</p><p>d) Correto. No comício realizado no Rio de Janeiro, o presidente Jango defendeu suas</p><p>propostas pelas Reformas de Base, e isso desagradou boa parte da população conservadora</p><p>do país que reagiu com essa marcha na capital paulista.</p><p>Gabarito: D</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>56</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>No dia 09 de Abril, O Comando Supremo decretou o Ato</p><p>Institucional n. 1 - (AI.1)</p><p>No dia 2 de abril, foi organizado o autodenominado "Comando Supremo da Revolução", composto</p><p>por três membros: o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), o vice-almirante</p><p>Augusto Rademaker (Marinha) e o general Artur da Costa e Silva, representante do Exército. Essa junta</p><p>permaneceria no poder por duas semanas.</p><p>Sem condições de conter o levante militar, Jango decidiu deixar Brasília em 1º de abril de</p><p>1964. E, assim, foi consumado o Golpe Militar e iniciado o Regime Militar no Brasil. Findava-se</p><p>o Período Democrático, iniciado em 1946.</p><p>Antes mesmo de Jango deixar o país, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, já havia</p><p>declarado vaga a presidência da República. O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli,</p><p>assumiu interinamente a presidência</p><p>Em seguida, as unidades militares de São Paulo, Rio Grande do Sul e de parte do Rio de Janeiro</p><p>também aderiram. Carlos Lacerda também saiu na defesa da movimentação militar.</p><p>A movimentação dos militares começou em Minas Gerais e recebeu o apoio do Governador do</p><p>Estado, Magalhães Pinto.</p><p>Momentos decisivos da Arquitetura do</p><p>Golpe:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>57</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O AI-1 modificou a Constituição em vigor, a de 1946, e atribui ao Poder Executivo,</p><p>portanto, ao Comando Militar, os seguintes poderes:</p><p>Uma parte dos parlamentares do Congresso Nacional achava que os militares convocariam</p><p>novas eleições. Só que não. #SQN!</p><p>Entre abril de 1964 e março de 1967, cerca de 400 parlamentares eleitos tiveram os</p><p>mandatos cassados. Inclusive JK, que era parlamentar.</p><p>Sem oposições no Congresso, em 11 de abril de 1964, o Congresso Nacional</p><p>elegeu, via eleições</p><p>indiretas, o único candidato à Presidência, o General Alencar Castello Branco. A votação foi</p><p>nominal e pronunciada em microfone.</p><p>Cassar mandatos</p><p>parlamentares</p><p>Suspender</p><p>direitos políticos</p><p>de qualquer</p><p>cidadão</p><p>Decretar ESTADO</p><p>de SÍTIO sem</p><p>aprovação do</p><p>Congresso</p><p>Realizar novas</p><p>modificações na</p><p>Constituição</p><p>Primeiro</p><p>Presidente do</p><p>Regime Militar</p><p>Eleito pelo</p><p>Congresso</p><p>Nacional</p><p>Humberto de Alencar</p><p>Castelo Branco (1964-1966)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>58</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Em seu pronunciamento, o Presidente Castelo Branco prometeu completar o mandato de</p><p>Jango e entregar o cargo ao sucessor nas eleições que deveriam ocorrer em 1965, jurou defender</p><p>a Constituição de 1946 e prometeu não haver mais cassações políticas. De novo, #SQN!!</p><p>Apenas 25 anos depois o Brasil teria novas eleições diretas presidenciais, em 1989!</p><p>Desde o início havia uma nítida diferenciação entre, de um lado, militares que</p><p>clamavam por medidas mais radicais contra a "subversão" e apoiavam uma</p><p>permanência dos militares no poder por um longo período e, de outro lado, aqueles</p><p>que se filiavam à tradição de intervenções militares "moderadoras" na política, seguidas</p><p>de um rápido retorno do poder aos civis. Os mais radicais aglutinaram-se em torno do</p><p>general Costa e Silva; os outros, do general Humberto de Alencar Castelo Branco. 25</p><p>Bem, queridas e queridos alunos chegamos ao final da nossa aula sobre esses dois</p><p>importantes momento da história republicana: a Era Vargas e os Governos da República</p><p>democrática.</p><p>Faça seu controle de temporalidade. Vai montando sua linha do tempo pois ela será fundamental</p><p>na hora da revisão final</p><p>É isso, fico por aqui. Você segue até a última questão. Aproveita TODOS os comentários, pois foram</p><p>desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma questão, não</p><p>escorregar nos caprichos do examinador.</p><p>25 Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/Golpe1964. Acesso em:</p><p>30/07/2019.</p><p>Militares</p><p>radicais</p><p>Defendiam poder</p><p>de longo prazo</p><p>agiam mais por</p><p>fora das leis</p><p>Militares</p><p>moderados</p><p>Defendiam uma</p><p>intervenção</p><p>rápida</p><p>eram resistentes</p><p>às medidas de</p><p>exceção</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>59</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Gabaritar história não é privilégio, é obrigação. Será seu diferencial. E não basta saber o</p><p>conteúdo é preciso ser safo para adotar as melhores estratégias!</p><p>Espero por você no Fórum de Dúvidas, se elas aparecerem!</p><p>Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado de amor sem fim! Alê</p><p>5. LISTA DE QUESTÕES</p><p>(ENEM 2021)</p><p>“Numa sociedade em transição, a marcha da mudança, em diferentes graus, está impressa</p><p>em todos os aspectos da ordem social, especialmente no jogo político, que nessas sociedades</p><p>apresenta padrões característicos de ambivalência, cujas raízes sociais se encontram na</p><p>coexistência de dois padrões de estrutura social: o padrão tradicional, em declínio, e o novo,</p><p>emergente, em expansão. Em tais situações, é possível encontrar, simultaneamente, apoio para</p><p>uma orientação política ou para outra que seja exatamente o seu oposto. O padrão ambivalente</p><p>do processo político, nas sociedades em desenvolvimento, é o que explica um dos seus traços</p><p>mais salientes, e que consiste na tendência ao adiamento das grandes decisões. Resulta daí que a</p><p>inércia política ou a convulsão política podem se suceder uma à outra em períodos</p><p>surpreendentemente curtos.”.</p><p>PINTO, L. A. C. Sociologia e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975</p><p>(adaptado).</p><p>De acordo com a perspectiva apresentada, central no pensamento social brasileiro dos anos</p><p>1950 e 1960, o desenvolvimento do país foi marcado por</p><p>a) radicalidade nas agendas de reforma das elites dirigentes.</p><p>b) anomalias na execução dos planos econômicos ortodoxos.</p><p>c) descompassos na construção de quadros institucionais modernos.</p><p>d) ilegitimidade na atuação dos movimentos de representação classista.</p><p>e) vagarosidade na dinâmica de aperfeiçoamento dos programas partidários.</p><p>(ENEM 2021)</p><p>Manifestação dos Pioneiros da Educação Nova - 1932</p><p>A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes, assume,</p><p>com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar “a</p><p>hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os grupos</p><p>sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>60</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>desenvolver os meios de ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos natural e integral</p><p>do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento”, de acordo com uma certa</p><p>concepção do mundo.</p><p>Disponível em: www.historiabr.fe.unicamp.br. Acesso em 7 out. 2015.</p><p>Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter oligárquico da</p><p>sociedade brasileira. Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre</p><p>a) ensino técnico e mercado de trabalho.</p><p>b) acesso à escola e valorização do mérito.</p><p>c) ampliação de vagas e formação de gestores.</p><p>d) disponibilidade de financiamento e pesquisa avançada.</p><p>e) remuneração de professores e extinção do analfabetismo.</p><p>(ENEM 2021)</p><p>“O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu</p><p>construir um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha</p><p>no território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então instituições encarregadas de</p><p>fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o</p><p>Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de</p><p>Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938”.</p><p>LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em 7 nov. 2014</p><p>(adaptado).</p><p>A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia política de</p><p>a) levantar informações para a preservação da paisagem dos sertões.</p><p>b) controlar o crescimento exponencial da população brasileira.</p><p>c) obter conhecimento científico das diversidades regionais.</p><p>d) conter o fluxo migratório do campo para a cidade.</p><p>e) propor a criação de novas unidades da federação.</p><p>(ENEM 2021)</p><p>Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o país parecia à beira do caos.</p><p>Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à humilhação de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>61</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945. Entretanto, ao contrário do</p><p>que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio que cerca a derrota.</p><p>O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a</p><p>a) reação popular.</p><p>b) intervenção militar.</p><p>c) abertura democrática.</p><p>d) campanha anticomunista.</p><p>e) radicalização oposicionista.</p><p>(ENEM 2020) 4000203937</p><p>Há outras razões fortes para promover a participação da população em eleições. Grande</p><p>parte dela, particularmente os mais pobres, esteve sempre alijada do processo eleitoral no Brasil,</p><p>não somente nos períodos ditatoriais, mas também nos democráticos. Na eleição de 1933, por</p><p>exemplo, apenas 3,3% da população do país votaram. Em 1945, com a volta da democracia, foram</p><p>parcos 13,4%. Em 1962, só 20% dos brasileiros foram às urnas.</p><p>KERCHE, F.; FERES JR., J. Um nobre dever. Revista de História da Biblioteca Nacional, n.</p><p>109, out. 2014.</p><p>O baixo índice de participação popular em eleições nos períodos mencionados ocorria em</p><p>função da</p><p>a) adoção do voto facultativo.</p><p>b) exclusão do sufrágio</p><p>feminino.</p><p>c) interdição das pessoas analfabetas.</p><p>d) exigência da comprovação de renda.</p><p>e) influência dos interesses das oligarquias.</p><p>(ENEM 2020) 4000203942</p><p>No Brasil, após a eclosão da Bossa Nova, no fim dos anos 1950 — quando efetivamente a</p><p>canção popular começou a ser objeto de debate e análise por parte das elites culturais —</p><p>desenvolveram-se duas principais vertentes interpretativas da nossa música: a vertente da tradição</p><p>e a vertente da modernidade, dualismo que não surgiu nesta época e nem se restringe ao tema</p><p>da produção musical. Desde pelo menos 1922, a tensão entre “tradicional” e “moderno” ocupa</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>62</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>o centro do debate político-cultural no país, refletindo o dilema de uma elite em busca da</p><p>identidade brasileira.</p><p>ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não. Rio de Janeiro: Record, 2013.</p><p>A manifestação cultural que, a partir da década de 1960, pretendeu sintetizar o dualismo</p><p>apresentado no texto foi:</p><p>a) Jovem Guarda, releitura do rock anglófono com letras em português.</p><p>b) Samba-canção, combinação de ritmos africanos com tons de boleros.</p><p>c) Tropicália, junção da música pop internacional com ritmos nacionais.</p><p>d) Brega, amostra do dia a dia dos setores populares com temas românticos.</p><p>e) Cancioneiro caipira, retrato do cotidiano do homem do campo com melodias tristes.</p><p>(ENEM DIGITAL 2020) 4000091993</p><p>O jovem que nasceu e cresceu sob a ditadura perdeu muitos contatos com a realidade e com</p><p>a história como processo vivo. Mas conheceu em sua carne o que é a opressão e como a</p><p>repressão institucional (às vezes inconsciente e definitiva, dentro da família, da escola etc.) é</p><p>odiosa. Essa é uma riqueza ímpar. O potencial radical de um jovem — pobre, de pequena</p><p>burguesia ou “rico” — que sofre prolongadamente uma experiência dessas, constitui um</p><p>agente político valioso. Ele está “embalado” para rejeitar e combater a opressão sistemática</p><p>e a repressão dissimulada, o que o converte em um ser político inconformista promissor.</p><p>FERNANDES, F. O dilema político dos jovens. In: Florestan Fernandes na constituinte:</p><p>leituras para reforma política. São Paulo: Expressão Popular, 2014.</p><p>No contexto mencionado, Florestan Fernandes tematiza um efeito inesperado do exercício</p><p>do poder político decorrente da</p><p>a) evolução histórica do conflito de gerações.</p><p>b) fragilidade moral das instituições públicas.</p><p>c) impossibilidade de realização do controle total.</p><p>d) legitimação ideológica do nacionalismo estatal.</p><p>e) restrição da oferta de oportunidades de educação.</p><p>(UDESC 2015)</p><p>Analise as proposições a respeito do Estado Novo e do presidente Getúlio Vargas.</p><p>I. Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi criado para produzir material de</p><p>propaganda (cartazes, objetos, espetáculos, livros, artigos, etc. enaltecedores deste</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>63</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>governo), e seus organizadores se valeram de símbolos e imagens que representavam os</p><p>sentimentos de aprovação e adesão da sociedade ao governo Vargas.</p><p>II. O Estado Novo compreendeu o período de governo de Getúlio Vargas que se estendeu</p><p>entre os anos de 1937 a 1954, e neste último ano este presidente cometeu suicídio,</p><p>causando, no país, grande comoção.</p><p>III. A política trabalhista foi uma das questões chave na “Era Vargas”, o que ficou evidenciado</p><p>por meio de medidas como: criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e</p><p>promulgação de diversas leis (salário mínimo, férias, carteira de trabalho).</p><p>IV. A educação também foi alvo das políticas articuladas no governo Vargas, a exemplo, a</p><p>criação do Ministério da Educação e Saúde Pública em 1930, quando Gustavo Capanema foi</p><p>ministro.</p><p>V. Estado, Pátria, Nação e Povo – foram as palavras chave no Estado Novo, e Getúlio Vargas</p><p>foi o personagem principal deste período, sendo a imagem dele utilizada em cartazes,</p><p>documentários e livros didáticos publicados em diferentes estados brasileiros.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas I, III, IV e V são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras.</p><p>e) Todas afirmativas são verdadeiras.</p><p>(UECE 2017)</p><p>No começo do século XX, desenvolveu-se uma doutrina política que defendia a ideia de que</p><p>a sociedade só funcionaria se houvesse ordem e paz, respeito à hierarquia social e com</p><p>harmonia. Era inspirada na Doutrina Social da Igreja Católica. No Brasil, seus membros</p><p>usavam uniformes verdes, o que resultou em serem conhecidos como “camisas verdes” ou,</p><p>ainda, “galinhas verdes”, e cumprimentavam-se com a saudação indígena “Anauê”. Foi um</p><p>“[...] movimento político de inspiração fascista com forte ligação com os movimentos</p><p>conservadores e o pensamento autoritário brasileiro em decurso. Para compreender a</p><p>importância desse movimento e o nível de mobilização que atingiu, congregando grande</p><p>número de pessoas de todas as classes, é necessário evidenciar a sua estrutura, seu ideário</p><p>e as estratégias mobilizadoras, pensadas em torno de grandes temas.”.</p><p>REGIS, João Rameres. Galinhas-Verdes: Memórias e Histórias (...) em Limoeiro – Ceará (1934-</p><p>1937). Dissertação. UFC, 2002. p. 61.</p><p>O movimento político a que o excerto acima se refere é o</p><p>a) anarquismo, trazido pelos imigrantes, sobretudo italianos e espanhóis, que defendia o fim</p><p>do Estado e a sua substituição pela autogestão e cooperação social.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>64</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>b) integralismo, liderado por Plínio Salgado que, apoiado em preceitos conservadores,</p><p>fundou a AIB (Aliança Integralista Brasileira), partido que teve participação ativa em parte do</p><p>período Vargas.</p><p>c) socialismo cristão, que aplicando os ensinamentos bíblicos à realidade brasileira do</p><p>período Vargas, defendia, através da ANL (Aliança Nacional Libertadora), o estabelecimento</p><p>de uma república cristã socialista.</p><p>d) comunismo, estabelecido no Brasil com a fundação do PCB (Partido Comunista Brasileiro),</p><p>em 1922, e que contava com militantes como Luís Carlos Prestes, o escritor Jorge Amado e</p><p>o ator e poeta Mário Lago.</p><p>(UDESC 2016)</p><p>A Marcha da família com Deus pela liberdade:</p><p>“Movimento surgido em março de 1964 e que consistiu em uma série de manifestações, ou</p><p>"marchas", organizadas principalmente por setores do clero e por entidades femininas em</p><p>resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro, em 13 de março de 1964, durante o qual o</p><p>presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base.”</p><p>Adap. Disponível em:</p><p>http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/A_marcha_</p><p>da_familia_com_Deus acessado em: 12/08/2015.</p><p>Assinale a alternativa correta sobre a Marcha da família com Deus pela liberdade.</p><p>a) Mostrou o protagonismo do movimento feminista e da contracultura, em especial a</p><p>Campanha da Mulher pela Democracia (Camde), a União Cívica Feminina e a Fraterna</p><p>Amizade Urbana e Rural.</p><p>b) Congregou segmentos das classes populares, em especial sem tetos e operários da</p><p>indústria, em parceria com a Federação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo</p><p>(FIESP).</p><p>c) Tinha como meta propagar a ideia de liberdade religiosa e de liberdade sexual.</p><p>d) Contou com a aliança, de setores de esquerda da igreja católica e da juventude estudantil</p><p>de classe média, contra o conservadorismo da sociedade Brasileira.</p><p>e) Era favorável à deposição do presidente eleito João Goulart e teve papel importante no</p><p>Golpe Militar de 1964.</p><p>(UECE 2019)</p><p>Leia atentamente o seguinte excerto:</p><p>“O rádio cresceu no início dos anos 50, quando houve um aumento da publicidade. As</p><p>populares radionovelas,</p><p>por exemplo, tinham como complemento propagandas de produtos</p><p>de limpeza e toalete. Na televisão, a publicidade não se limitava a vender produtos, e as</p><p>próprias empresas eram produtoras dos programas que patrocinavam. Houve um aumento</p><p>da tiragem dos jornais e revistas, e popularizaram-se as fotonovelas, lançadas no início da</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>65</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>década. O cinema e o teatro também participaram desse processo, tanto do lado das</p><p>produções de caráter popular quanto das produções mais sofisticadas. (...) Se o otimismo e</p><p>a esperança implicaram profundas alterações na vida da população em todo o mundo,</p><p>permitindo, não a todos, mas a uma parcela – os setores médios dos centros urbanos –,</p><p>consumir novos e mais produtos, por outro lado, a vontade do novo trazia embutido, em</p><p>várias áreas da cultura, o desejo de transformar a realidade de um país subdesenvolvido, de</p><p>retirá-lo do atraso, de construir uma nação realmente independente”.</p><p>KORNIS, Mônica Almeida. Sociedade e cultura nos anos 1950. FGV CPDOC – O Governo</p><p>Juscelino Kubitschek. Disponível em:</p><p>https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Sociedade/Anos1950.</p><p>Partindo do trecho citado, é correto concluir que</p><p>a) no Brasil, os anos da década de 1950 foram marcados pelo otimismo, sobretudo na era</p><p>JK, e pelo avanço do socialismo de matriz soviética na vida cotidiana dos setores médios</p><p>urbanos.</p><p>b) o desenvolvimento de toda uma cultura de massa no Brasil dos anos de 1950 se deu</p><p>afastado da influência do capitalismo dos EUA que, naquele período, disputava a influência</p><p>econômica, política e ideológica com a URSS.</p><p>c) as alterações ocorridas no período, em toda a sociedade brasileira, levaram a um</p><p>sentimento de que o Brasil havia saído da condição de subdesenvolvimento e alcançado o</p><p>nível de nação desenvolvida.</p><p>d) as mudanças ocorridas na vida das classes médias urbanas, na década de 1950, também</p><p>proporcionaram, a partir de então, uma conscientização na área da cultura, sobre a realidade</p><p>do Brasil e a necessidade de mudá-la.</p><p>(UECE 2018)</p><p>Em 1º de maio de 1943, em cerimônia realizada no Rio de Janeiro, no estádio de São</p><p>Januário, que estava lotado para as comemorações do dia do Trabalho, o Presidente Getúlio</p><p>Vargas sancionou o Decreto-Lei nº 5.452 que criou a CLT.</p><p>Sobre esse fato, é correto afirmar que</p><p>a) permitiu ao Brasil se afastar das forças do eixo e se aproximar dos aliados com quem</p><p>combateria lado-a-lado na Itália durante a fase final da segunda Grande Guerra Mundial.</p><p>b) estabeleceu o Código de Leis de Transporte que proporcionou o predomínio do</p><p>transporte rodoviário sobre o ferroviário, tal como é hoje, e a grande dependência do país</p><p>em relação aos combustíveis fósseis.</p><p>c) garantiu a inserção dos direitos trabalhistas na legislação brasileira como forma de</p><p>controlar o operariado urbano e conter possíveis movimentos de esquerda que pleiteavam</p><p>o poder aos trabalhadores.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>66</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>d) possibilitou o estabelecimento de um regime ditatorial, também apoiado na Constituição</p><p>de 1937, conhecida como “a polaca”, que instituiu a Comissão de Luta ao Terrorismo, para</p><p>combater os trabalhadores grevistas no Brasil.</p><p>(UECE 2017)</p><p>Eleito para governar o Brasil, no período de janeiro de 1951 a janeiro 1956, Getúlio Vargas</p><p>não conseguiu terminar o seu mandato, que acabou em agosto de 1954, devido</p><p>a) ao seu suicídio, motivado pelas pressões da oposição, liderada pela UDN, que usou contra</p><p>ele a insatisfação popular por causa da inflação e do atentado a Carlos Lacerda.</p><p>b) a um golpe militar, planejado por Carlos Lacerda e apoiado pela UDN, que o tirou do</p><p>poder e colocou em seu lugar o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.</p><p>c) ao processo de impeachment instaurado pela oposição no Congresso Nacional por</p><p>acusações de corrupção no processo de criação da PETROBRAS.</p><p>d) a sua renúncia ao cargo, em uma manobra política fracassada, por meio da qual buscava</p><p>o apoio popular que deveria vir após a veiculação pela mídia de sua saída do governo.</p><p>(UECE 2018)</p><p>Como outros governantes brasileiros do século XX, Jânio Quadros também não concluiu seu</p><p>mandato presidencial. O fim precoce do governo de Jânio Quadros deveu-se</p><p>a) ao golpe civil-militar que, em março de 1964, derrubou o governo e estabeleceu 21 anos</p><p>de governo ditatorial conduzidos por militares.</p><p>b) ao seu suicídio, ocorrido ainda em agosto de 1961, em função da grave crise econômica</p><p>e política em seu governo.</p><p>c) à sua inesperada renúncia apresentada ao congresso em uma carta na qual dizia ter forças</p><p>terríveis agindo contra ele.</p><p>d) ao processo de impeachment aberto contra ele a partir das denúncias de corrupção feitas</p><p>pelo seu próprio irmão aos órgãos da mídia.</p><p>(UEL 2015)</p><p>Leia os textos a seguir.</p><p>Vai minha tristeza</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>67</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>E diz a ela que sem ela não pode ser</p><p>Diz-lhe numa prece</p><p>Que ela regresse</p><p>Porque não posso mais sofrer</p><p>Chega de saudade</p><p>A realidade é que sem ela</p><p>Não há paz</p><p>Não há beleza</p><p>É só tristeza e a melancolia</p><p>Que não sai de mim</p><p>Não sai de mim</p><p>Não sai</p><p>Chega de Saudade, Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, 1958.</p><p>Essas produções artísticas nacionais, criadas na década de 1950, estão articuladas em um</p><p>momento da vida republicana brasileira denominado Desenvolvimentismo. Em relação às</p><p>características desse período, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.</p><p>( ) A bossa nova e a poesia concreta foram referências culturais da época, transformando-</p><p>se, posteriormente, em produtos de exportação.</p><p>( ) O milagre econômico impulsionou a indústria sucroalcooleira, o que culminou com a</p><p>criação do PROALCOOL.</p><p>( ) O modernismo, representado pelas obras de Vilanova Artigas e Oscar Niemayer,</p><p>predominou na linguagem arquitetônica do período.</p><p>( ) Com o slogan “50 anos em 5”, o governo JK consolidou a industrialização na região</p><p>Norte do país.</p><p>( ) A criação do INCRA possibilitou uma política de distribuição de terras, culminando com</p><p>melhoria nas condições de vida dos camponeses.</p><p>Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.</p><p>a) V, V, F, V, F.</p><p>b) V, V, F, F, V.</p><p>c) V, F, V, F, F.</p><p>d) F, V, F, V, F.</p><p>e) F, F, V, F, V.</p><p>(UEL 2014)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>68</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>A construção da cidade de Brasília fez parte do processo desenvolvimentista dos anos 1950</p><p>liderado pelo presidente Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart. O projeto</p><p>modernizante de JK assentava-se na política do “50 anos em 5”, que preconizava, entre</p><p>outras coisas, dotar o país de uma infraestrutura suficiente para sustentar a industrialização.</p><p>Com base nos conhecimentos sobre a política econômica desse período histórico brasileiro,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) Disseminou o ensino técnico para todas as regiões do país, por meio dos institutos técnicos</p><p>federais.</p><p>b) Expandiu a construção de usinas hidrelétricas e abasteceu de energia o setor produtivo.</p><p>c) Implantou a SUDAM, que realizou a modernização e a transformação da região amazônica.</p><p>d) Priorizou a importação de veículos automotores para o país se inserir no mercado</p><p>internacional.</p><p>e) Privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional, com a abertura do seu capital para</p><p>investidores estrangeiros.</p><p>(UDESC 2016)</p><p>Atribui-se o nome de "Revolução de 30" ao movimento que depôs o presidente</p><p>Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e possibilitou a ascensão</p><p>de Getúlio Vargas</p><p>como presidente da República em um governo provisório.</p><p>Assinale a alternativa correta, em relação aos desdobramentos do processo iniciado a partir</p><p>de 1930.</p><p>a) Apesar de ser considerado um líder populista, Getúlio Vargas manteve-se distante de</p><p>quaisquer práticas nacionalistas durante os anos do Estado Novo, entre 1937 e 1945.</p><p>b) Durante o governo provisório, Getúlio Vargas foi o responsável pela Consolidação das Leis</p><p>do Trabalho (CLT), pela instauração do Ministério do Trabalho, do Ministério da Educação e</p><p>pela nomeação de interventores federais em cada Estado da União.</p><p>c) Após quatro anos de um governo provisório, Getúlio Vargas tornou-se presidente pelas</p><p>vias da legalidade – eleições indiretas realizadas em 1934. Nessas eleições apenas os</p><p>deputados participantes da Assembleia Nacional Constituinte tiveram direito ao voto.</p><p>d) O apoio militar de Luís Carlos Prestes, reconhecido na época por sua liderança na Coluna</p><p>Prestes, foi de importância fundamental para a ascensão de Getúlio Vargas à presidência.</p><p>e) O voto feminino foi uma conquista obtida durante o governo de Getúlio Vargas. No</p><p>entanto, sua duração foi restrita, e suspensa com o estabelecimento do Estado Novo, em</p><p>1937. Este direito foi reinstituído apenas em 1968, como resposta às reivindicações do</p><p>movimento feminista no Brasil.</p><p>(Unesp 2017)</p><p>Observe o cartaz, relativo ao plebiscito realizado em janeiro de 1963.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>69</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O cartaz alude à situação histórica brasileira marcada por</p><p>a) estabilidade política, crescimento da economia agroindustrial e baixas taxas de inflação.</p><p>b) renúncia presidencial, debates sobre sistema de governo e projetos de reforma social.</p><p>c) ascensão de governos conservadores, despolitização da sociedade e abolição de leis</p><p>trabalhistas.</p><p>d) deposição do presidente da República, privatizações de empresas estatais e adoção do</p><p>neoliberalismo.</p><p>e) autoritarismos governamentais, restrições à liberdade de expressão e cassações de</p><p>mandatos de parlamentares.</p><p>(Unesp 2017)</p><p>A industrialização contemporânea requer investimentos vultosos. No Brasil, esses</p><p>investimentos não podiam ser feitos pelo setor privado, devido à escassez de capital que</p><p>caracteriza as nações em desenvolvimento. Além disso, o crescimento econômico do Brasil,</p><p>um recém-chegado ao processo de modernização, processou-se em condições</p><p>socioeconômicas diferentes. Um efeito internacional de demonstração, na forma de imitação</p><p>de padrões devida, entre países ricos e pobres, e entre classes ricas e pobres dentro das</p><p>nações, resultou em pressões significativas sobre as taxas de crescimento para diminuir a</p><p>diferença entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Em vista das aspirações de</p><p>melhores padrões de vida, o governo desempenhou um papel importante no crescimento</p><p>econômico recente do Brasil.</p><p>(Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil, 1981. Adaptado.)</p><p>Os impasses do desenvolvimento industrial brasileiro, apontados pelo texto, foram</p><p>enfrentados no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) com o Plano de Metas, cujo</p><p>objetivo era promover a industrialização por meio</p><p>a) da associação de esforços econômicos entre o Estado, o capital estrangeiro e as empresas</p><p>nacionais.</p><p>b) da valorização da moeda nacional, da estatização de fábricas falidas e da contenção de</p><p>salários.</p><p>c) da criação de indústrias têxteis estatais e do aumento de impostos sobre o grande capital</p><p>nacional.</p><p>d) do emprego de empresas multinacionais submetidas à severa lei da remessa de lucros,</p><p>juros e dividendos para o exterior.</p><p>e) do combate à seca no Nordeste e do aumento do salário mínimo, com controle da inflação.</p><p>(Unesp 2010)</p><p>Sobre o movimento constitucionalista de 1932, é possível afirmar que</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>70</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>a) foi o resultado da política federal, que impedia a exportação do café de São Paulo para o</p><p>Ocidente europeu.</p><p>b) atrasou o processo de democratização brasileira empreendido por Getúlio Vargas a partir</p><p>de 1930.</p><p>c) tinha, como principal objetivo, a separação do estado de São Paulo do restante da</p><p>federação.</p><p>d) levou o governo federal a negociar com a oligarquia paulista e a fazer concessões a seus</p><p>interesses.</p><p>e) obteve sucesso, derrotando as tropas de Vargas e devolvendo a presidência aos</p><p>cafeicultores.</p><p>(Unesp 2004)</p><p>Entre fins de fevereiro de 1945, quando José Américo de Almeida rompeu o cerco da</p><p>censura, e 29 de outubro, com a deposição de Vargas, a sociedade brasileira, em pleno</p><p>processo de democratização política e mobilizada em dois campos antagônicos, assistiu e</p><p>participou de um movimento de massa, de proporções grandiosas.</p><p>(Jorge Ferreira, in O Brasil republicano: o tempo da experiência democrática.)</p><p>Esse movimento de massa de que fala o historiador, acontecido imediatamente após a</p><p>deposição de Getúlio Vargas, ficou conhecido como</p><p>a) queremismo</p><p>b) o dia do Fico de Vargas</p><p>c) crencionismo</p><p>d) getulismo</p><p>e) populismo</p><p>(Unesp 2003)</p><p>Em 1939 o Estado Novo constitui um verdadeiro ministério, diretamente subordinado ao</p><p>presidente da República (...). [Tal órgão] (...) exerceu funções bastante extensas, incluindo</p><p>cinema, rádio, teatro, imprensa, literatura e política, além de proibir a entrada no país de</p><p>"publicações nocivas aos interesses brasileiros"; agiu junto à imprensa estrangeira no sentido</p><p>de se evitar que fossem divulgadas "informações nocivas ao crédito e à cultura do país";</p><p>dirigiu a transmissão diária do programa radiofônico "Hora do Brasil" (...)." (B. Fausto, “História</p><p>do Brasil”).</p><p>Trata-se do</p><p>a) Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).</p><p>b) Instituto Nacional de Comunicação Social (INCS)</p><p>c) Conselho Nacional de Educação e Cultura (CNEC)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>71</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>d) Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp)</p><p>e) Conselho Federal de Administração e Cultura (CFAC)</p><p>(Unesp 1993)</p><p>O início da implantação da indústria de base liga-se à política nacionalista da era Vargas. As</p><p>dificuldades externas, devido ao envolvimento dos países industrializados nas guerras,</p><p>contribuíram para que se consolidasse a política das substituições das importações.</p><p>Dentre as realizações que marcaram o último governo de Getúlio Vargas (1951-1954), e que</p><p>se tornaram importantes para o desenvolvimento econômico do país, podemos citar</p><p>a) a transferência da Capital Federal para Brasília.</p><p>b) o programa de integração econômica da Amazônia, com a instalação do porto livre de</p><p>Manaus.</p><p>c) o estabelecimento do monopólio da extração e da refinação do petróleo.</p><p>d) a instalação da indústria automobilística no país.</p><p>e) a criação do Banco Nacional de Habitação.</p><p>(UECE 2016)</p><p>O presidente Jânio Quadros apresentou-se na vida política brasileira como um líder que varreria</p><p>a corrupção e solucionaria os problemas do País. Sua prática política provocou insatisfações, em</p><p>virtude da sua forma de governar. Dentre as opções abaixo, assinale a que NÃO condiz com o</p><p>perfil de Jânio Quadros quando Presidente da República.</p><p>A) Adoção de medidas esdrúxulas, como, por exemplo, proibição de corridas de cavalos em dias</p><p>úteis e uso de biquíni em desfiles.</p><p>B) Opção por medidas econômicas austeras, como restrição de créditos e congelamento de</p><p>salários.</p><p>C) Ampliação do número de parceiros comerciais para o Brasil, levando em conta a orientação</p><p>ideológica dos países com os quais estabeleceu relações comerciais.</p><p>D) Adoção de práticas demagógicas e populistas que acreditava aproximá-lo das grandes massas,</p><p>como, por exemplo, comer sanduíche de mortadela durante os comícios.</p><p>(UVA 2020)</p><p>A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial</p><p>65% são</p><p>contra a venda da empresa, e 27%, a favor. Há ainda 1% indiferente ao tema, e 7% que não opinaram.</p><p>Nenhum segmento endossa majoritariamente a venda da petrolífera, com exceção dos simpatizantes do</p><p>PSL - 55% são a favor da privatização. Entre empresários, por exemplo, 59% são contra. Na parcela dos</p><p>mais ricos, o índice de opositores à negociação também é de 59%. Entre eleitores de Bolsonaro, 56%</p><p>são contra, e entre aqueles que aprovam seu governo esse índice fica em 52% (e 40% a favor). Pesquisa</p><p>DataFolha de 10/09/2019. Disponível em 10/09/2019</p><p>http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2019/09/1988408-maioria-segue-contra-</p><p>privatizacoes.shtml.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>5</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Para fins didáticos e de prova, a Era Vargas pode ser dividida em 3 fases:</p><p>Tendo essa trajetória em mente, vejamos o desenrolar dos fatos. Muita atenção, corujas!</p><p>1.1 - O GOVERNO PROVISÓRIO DE 1930 A 1934</p><p> Chama-se de Governo Provisório porque, logo após a Revolução, conforme o próprio nome</p><p>diz, foi preciso criar um grupo que governaria provisoriamente até que fosse escolhido um</p><p>governo oficial e permanente.</p><p>Nesse começo, foi preciso fazer uma série de articulações entre as forças políticas que</p><p>fizeram a Revolução de 1930 para se acomodar todos os interesses e clamor por mudanças. Nesse</p><p>sentido, a chegada de Vargas ao poder provocou a primeira modificação no panorama político</p><p>brasileiro: o poder precisou ser dividido entre todos a forças sociais que apoiaram Vargas.</p><p>A oligarquia cafeeira, derrotada no processo revolucionário de 1930, deixou de dominar</p><p>sozinha as decisões políticas do país. Porém, o fato de ainda persistirem grandes disputas políticas,</p><p>pois eram muitos interesses em jogo, fez com que Vargas fortalecesse seu poder pessoal.</p><p>Getúlio era o líder que se sobressaia, se destacava, dos conflitos políticos, econômicos e</p><p>sociais e aparecia como a figura que colocaria “ordem na casa” porque estaria acima dessas</p><p>disputas entre grupos de interesses diferentes.</p><p> Que tipo de conflitos?</p><p>Já vimos que havia uma crise na elite política do país: oligarquia cafeeira versus oligarquia</p><p>dissidente. Além dessa crise, outros três conflitos existentes contribuíram para a situação tensa da</p><p>década de 1930:</p><p>• Luta de classes: o operariado urbano vinha protestando contra as péssimas</p><p>condições de trabalho, a falta de leis trabalhistas e os abusos dos patrões. Do outro</p><p>lado, os industriais faziam pouco para melhorar a qualidade de vida de seus</p><p>empregados. Eram comuns jornadas de trabalho de 15/16 horas, crianças</p><p>trabalharem nas fábricas, salários baixíssimos, entre outros.</p><p>• Governo</p><p>Provisório</p><p>1930 a 1934</p><p>• Governo</p><p>Constitucional</p><p>1934 a 1937</p><p>• Estado Novo -</p><p>fase ditatorial</p><p>de Getúlio</p><p>Vargas</p><p>1937 a 1945</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>6</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Essa situação levava os trabalhadores a fazerem inúmeras greves e paralisações. Como</p><p>muitos sindicatos apoiaram Getúlio e a Revolução de 1930, eles passaram a cobrar leis trabalhistas.</p><p>O movimento dos trabalhadores também estava influenciado por ideias anarquistas e socialistas,</p><p>as quais defendiam, em linhas gerais, mais justiça social.</p><p>• Luta entre os Militares: havia um “racha” nas forças armadas brasileiras. Um conflito</p><p>iniciado por oficiais de baixa patente, conhecido como tenentismo. Desde a década</p><p>de 1920, na figura de Luiz Carlos Prestes, os tenentes cobravam e lutavam por</p><p>mudanças no sistema político e econômico brasileiro. Eles combatiam a República</p><p>Oligárquica e os militares que a apoiavam.</p><p>Dessa forma, o tenentismo acabou se enfrentando com os militares de alta patente –</p><p>inclusive, muitos deles não apoiaram a revolução de 1930. Como os tenentes apoiaram Getúlio,</p><p>também cobraram soluções rápidas para suas reivindicações e para as diferenças no interior do</p><p>exército;</p><p>• Lutas partidárias: muitos partidos, como o Partido Democrático e o Partido</p><p>Republicano Paulista, apoiaram o início do governo de Getúlio e, por isso, cobram</p><p>mais espaços em cargos no Governo Provisório. Mas, repare que nesse período, os</p><p>partidos eram organizados tanto regionalmente, quanto nacionalmente. Então, havia</p><p>um determinado partido regional em São Paulo, outro na Bahia, outro no Paraná e</p><p>assim por diante. Ou seja, muitos interesses em jogo.</p><p>Diante desses conflitos, Vargas assume a postura de um conciliador. Nesse primeiro</p><p>momento de seu Governo, Getúlio objetiva conciliar os interesses. Dessa postura, surgiu uma das</p><p>formas com que Getúlio Vargas entrou para a História: o Pacificador Social. Essa característica de</p><p>governar de Vargas fazia parte de uma estratégia de permanência no poder. De acordo com duas</p><p>historiadoras do assunto,</p><p>“Ele tinha um plano de poder, pretendia continuar onde estava e, para isso, conduzia a</p><p>política quase como um negócio; seguia as próprias regras e realizava combinações</p><p>políticas aparentemente improváveis, mas que lhe serviam para manter o mando. Seus</p><p>expedientes mais comuns incluíam distribuir vantagens e compensações, procrastinar</p><p>soluções definitivas até que o tempo lhe oferecesse a ocasião propícia para decidir e</p><p>equilibrar-se como árbitro das disputas na coalizão de forças que sustentavam seu</p><p>governo.”2</p><p>Vejamos algumas atuações de Vargas:</p><p>Aos trabalhadores urbanos grevistas, chamados pela elite de “agitadores”, Vargas apelou</p><p>para que ajudassem na construção do Governo Provisório. Em troca, o novo Presidente acenou</p><p>com a possibilidade de criar leis favoráveis aos trabalhadores. Em 1932, por exemplo, foi feita a</p><p>2 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras. 2018,</p><p>p. 363.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>7</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>lei que limitou a jornada de trabalho diária dos trabalhadores urbanos em 8 horas diárias e 44</p><p>semanais. Repare, essa lei só valeu para os trabalhadores urbanos.</p><p>Já no que diz respeito aos conflitos na elite do país, Vargas chamou para o Governo</p><p>Provisório as antigas forças agroexportadoras do café, os paulistas. Isso porque, para ele, só seria</p><p>possível iniciar mudanças no país se o setor mais poderoso economicamente apoiasse o novo</p><p>Governo. Para conciliar os interesses dos cafeicultores com os do Governo Provisório, Vargas</p><p>lançou uma política de defesa do café. Lembro-lhe que a economia cafeeira estava em crise após</p><p>a Grande Depressão de 1929.</p><p>De fato, a valorização do café por Vargas atraiu a oligarquia paulista. Por meio do então</p><p>criado Conselho Nacional do Café (CNC), o Governo Provisório promoveu a compra e estocagem</p><p>do produto. Isso ajudou os cafeicultores e, ao mesmo, tempo ajudou a controlar a inflação. Mas</p><p>essa política durou pouco e o benefício para a economia passou rápido.</p><p>Além disso, uma das consequências da estocagem do café foi que o volume de grãos</p><p>acumulados em armazéns foi enorme. Em 1931 o Governo precisou queimar (colocar fogo mesmo)</p><p>muitos estoques de café. Até para ajudar a mover as locomotivas de trem o café foi utilizado.</p><p>Agora, veja a articulação de Vargas ao aproximar os fazendeiros paulistas. Vargas precisava</p><p>estimular a economia e, para isso, não podia abrir mão dos recursos financeiros que os</p><p>cafeicultores proporcionavam. No horizonte de médio prazo do Governo Provisório estava o</p><p>processo de industrialização do Brasil.</p><p>Como assim professora? Você poderia me perguntar.</p><p>Veja aluno e aluna: sem exportar café, em função da crise de 1929, o Brasil ficou sem</p><p>dinheiro para comprar produtos industrializados de fora. Aquele mesmo processo de que falei</p><p>mais acima sobre a construção das primeiras indústrias no contexto da 1ª Guerra Mundial, voltou</p><p>a ser estimulado.</p><p>Assim, o governo estimulou um processo de substituição de importações. Mas,</p><p>guarda, entre suas máculas, as memórias</p><p>dos “soldados da borracha”. Sobre esses sujeitos sociais não é correto afirmar:</p><p>a) foram trabalhadores mobilizados para a produção de borracha no norte do Brasil em vista de</p><p>esforços de guerra.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>72</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>b) foram mobilizados pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia no</p><p>governo Vargas.</p><p>c) foram dignamente assistidos, recompensados e devolvidos às suas regiões de origem, após a</p><p>Guerra.</p><p>d) a maioria dos migrantes era da região nordeste do Brasil.</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) foi criada pelo presidente</p><p>Juscelino Kubitschek. O seu governo procurava combater</p><p>(A) a oposição dos Estados Unidos aos projetos sociais, uma vez que se temia a eclosão de</p><p>revoltas rurais.</p><p>(B) o latifúndio e realizar uma distribuição de terras, que contemplasse as famílias de retirantes.</p><p>(C) a penúria, em uma das regiões que, na época, ostentava elevados índices de pobreza e de</p><p>desigualdade social.</p><p>(D) o crescimento da agricultura de subsistência, incapaz de garantir a sobrevivência das famílias</p><p>pobres.</p><p>(E) a passividade do camponês da zona da mata nordestina, controlado politicamente pelos</p><p>usineiros.</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>Na edição especial da revista Veja (2009), dedicada à Amazônia, informa-se que apenas 9,7%</p><p>dos domicílios na Região Norte são atendidos com rede de esgotos. No país, a média é de 51%</p><p>(...). Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia sobre a situação nutricional de</p><p>crianças em idade pré-escolar no Estado do Amazonas concluiu que 10% das crianças da capital</p><p>são desnutridas, no interior sobe para 23% e nas comunidades à margem do Rio Negro, onde</p><p>a quantidade de peixes é menor, chega a 35%.</p><p>(www.veja.abril.com.br.)</p><p>Os dados indicam</p><p>(A) que a condição nutricional das crianças é melhor nas cidades do interior.</p><p>(B) a ausência de conhecimentos estatísticos sobre os problemas específicos da região.</p><p>(C) que condições ambientais não afetam a situação alimentar da população.</p><p>(D) a falta de políticas para fazer frente às necessidades básicas da população.</p><p>(E) os resultados positivos da região, quando contrapostos ao conjunto do país.</p><p>(UEA - 2003)</p><p>“De acordo com a crença intelectual popularizada (...) por intelectuais nacionalistas,</p><p>principalmente os do ISEB, havia duas burguesias. Uma era entreguista, diretamente ligada</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>73</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>ao capital internacional, e a outra era nacionalista, oposta à ação de interesses estrangeiros”.</p><p>Assinale a alternativa correta a respeito da “aliança populista” na Era Vargas.</p><p>(A) A burguesia nacionalista sempre defendeu a nacionalização da economia brasileira,</p><p>embora aceitasse a participação do capital estrangeiro em setores estratégicos.</p><p>(B) A burguesia assumia a posição nacionalista apenas para poder construir os interesses</p><p>internacionais, numa época de intenso nacionalismo.</p><p>(C) Era chamada de entreguista aquele setor da burguesia brasileira que se preocupava com</p><p>o equilíbrio entre as economias regionais.</p><p>(D) A burguesia entreguista era assim chamada para caracterizar a sua adesão às políticas do</p><p>Estado apenas para beneficiar- -se das ações oficiais na economia.</p><p>(E) Os intelectuais do ISEB acreditavam numa burguesia interessada num desenvolvimento</p><p>nacional redistributivo, mas o interesse dela era, acima de tudo, o capital.</p><p>(UEA – 2010)</p><p>Observe a imagem.</p><p>O cartaz faz parte de uma intensa campanha publicitária desenvolvida pelo Serviço Especial de</p><p>Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), em 1943, com a finalidade de</p><p>aumentar a produção de látex no Brasil, para compensar a suspensão do fornecimento do</p><p>produto dos seringais do Oriente para os Estados Unidos da América.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>74</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O cartaz divulgado pelo SEMTA fornece uma imagem das condições de deslocamento e de</p><p>trabalho na Amazônia que foi</p><p>(A) usada pelo Congresso Nacional com o objetivo de propagar no exterior as condições de</p><p>vida do trabalhador rural brasileiro.</p><p>(B) desmentida pela vida difícil dos trabalhadores na floresta, sobretudo nordestinos, e pela alta</p><p>taxa de mortalidade de que foram vítimas.</p><p>(C) fundamental para a denúncia das péssimas condições de vida dos moradores das periferias</p><p>das grandes cidades.</p><p>(D) propagada pelos estados mais desenvolvidos do Brasil, que procuravam atrair trabalhadores</p><p>para as suas indústrias.</p><p>(E) desenhada com a finalidade de evitar o esvaziamento populacional das regiões litorâneas</p><p>do nordeste brasileiro.</p><p>(UFRR 2017)</p><p>Quanto ao golpe de 1964 no Brasil, o qual deu início a uma ditadura civil-militar que durou 21</p><p>anos e em consonância com a Guerra Fria, pode-se dizer:</p><p>A) O golpe derrubou o presidente João Goulart (Jango), a partir de uma coalizão conservadora</p><p>composta por setores da igreja católica, imprensa corporativa e empresários, instituindo, a partir</p><p>daí, um período de cerceamento das liberdades civis e de opinião, com práticas de tortura e</p><p>desaparecimento dos críticos e opositores do regime;</p><p>B) Jango era membro do Partido Comunista do Brasil, tendo sido Ministro do Trabalho do</p><p>segundo governo Vargas;</p><p>C) Jango preocupava os conservadores porque condecorou o revolucionário cubano Ernesto Che</p><p>Guevara e procurou estreitar laços com a URSS;</p><p>D) Leonel Brizola, cunhado de Jango e político em ascensão, defendia a tese de renúncia patriótica</p><p>para evitar uma guerra civil no Brasil;</p><p>E) Jarbas Passarinho, Ministro de Estado do Governo Costa e Silva, em relação ao Ato Institucional</p><p>Número Cinco, defendeu fortemente a democracia e se opôs àquela medida.</p><p>(UNITINS 2018)</p><p>O período conhecido como Era Vargas assinalou a história republicana e passou a representar</p><p>um contexto marcante na economia e na política brasileiras. Constitui-se como acontecimento</p><p>desse período:</p><p>a) realização da Semana de Arte Moderna, marca do movimento modernista, que buscava uma</p><p>nova identidade para a arte brasileira, principalmente nas artes plásticas e na literatura.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>75</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>b) constituição da Coluna Prestes, formada pelas forças tenentistas de São Paulo e do Rio Grande</p><p>do Sul, que percorreram o país em busca de apoio popular contra o governo.</p><p>c) surgimento na sociedade de movimentos contra a miséria e a opressão: Revolta de Canudos,</p><p>Guerra do Contestado, Revolta da Vacina.</p><p>d) intervenção na economia com a fundação da Companhia Vale do Rio Doce e Companhia</p><p>Siderúrgica Nacional, empresas estatais no ramo de siderurgia e mineração.</p><p>e) instituição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), que conferia ao presidente da república amplos</p><p>poderes para reprimir as oposições.</p><p>(UNITINS 2019)</p><p>“O Estado Novo foi implantado no estilo autoritário, sem grandes mobilizações. O movimento</p><p>popular e os comunistas tinham sido abatidos e não poderiam reagir; a classe dominante aceitava</p><p>o golpe como coisa inevitável e até benéfica. O Congresso dissolvido submeteu-se, a ponto de</p><p>oitenta de seus membros irem levar solidariedade a Getúlio, quando vários de seus colegas</p><p>estavam presos” (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Editora da Universidade de São</p><p>Paulo, 1995, p. 364-365).</p><p>Sobre o Estado Novo, é correto afirmar que</p><p>a) estimulou a participação da sociedade nas assembleias estaduais e câmaras municipais.</p><p>b) foi um golpe de estado que estabeleceu os governos militares no Brasil, entre as décadas de</p><p>1960 a 1980.</p><p>c) tornou o Congresso Nacional o espaço de maior vivência de</p><p>cidadania pela sociedade brasileira.</p><p>d) garantiu aos meios de comunicação ampla liberdade de expressão, com a criação do</p><p>Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).</p><p>e) representou uma aliança da burocracia civil e militar e da burguesia industrial, com o objetivo</p><p>imediato de promover a industrialização brasileira sem grandes abalos sociais.</p><p>(UESB 2019)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>76</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O quadro A Gare, de Tarsila do Amaral (1886-1973), retrata o contexto das grandes</p><p>transformações que se processavam na sociedade brasileira, marcadas pela</p><p>01) urbanização ocorrida na Primeira República, fruto da migração em massa da zona rural para os</p><p>grandes centros urbanos, provocando a escassez de mão de obra e a crise da economia cafeeira.</p><p>02) industrialização ocorrida durante a década de 30, do século passado, a partir da política estatal</p><p>desenvolvida pelo presidente Getúlio Vargas, que buscou, através das ações governamentais,</p><p>desenvolver a indústria de base no país.</p><p>03) imigração estrangeira, principalmente a europeia, fugindo da Segunda Guerra Mundial, que</p><p>se constituíram nos primeiros operários dos setores de infraestrutura, controlados pelo capital</p><p>estrangeiro, no governo JK.</p><p>04) descentralização industrial promovida pelas reformas de base implementadas pelo governo</p><p>João Goulart, que visou, com a reforma agrária e urbana, fixar o nordestino na sua região de</p><p>origem, evitando o desequilíbrio econômico regional.</p><p>05) ampliação da oferta de empregos, a partir do crescimento econômico promovido pelo</p><p>“milagre econômico” do regime militar, que aumentou o poder aquisitivo da classe trabalhadora.</p><p>(UESB 2020)</p><p>País de industrialização retardatária, a partir dos anos de 1930 e, sobretudo, depois da Segunda</p><p>Guerra Mundial, teve um fabuloso crescimento econômico, consolidando seu setor industrial como</p><p>o eixo dinâmico da economia. Este vigor marca da política econômica brasileira depois de 1945.</p><p>Ancorado na utilização de seletivos e limitados recursos externos, o Brasil (e outros países</p><p>primário-exportadores) empreendeu um progressivo e gradual processo de industrialização. (PAÍS</p><p>DE, 2020).</p><p>Sobre o processo de industrialização, pode-se afirmar:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>77</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>01) A industrialização no Brasil e na Europa foram historicamente tardias, complementando a</p><p>posição de dependência da colônia pela metrópole.</p><p>02) A monocultura de café trouxe imensos benefícios ao processo de industrialização, como</p><p>aberturas de estradas e rodovias, criação da Petrobrás e, principalmente, o desenvolvimento</p><p>industrial da Região Centro-Oeste.</p><p>03) A descentralização industrial é uma característica do processo de industrialização brasileira,</p><p>em que há grandes polos industriais em todas as regiões, principalmente no Norte e Nordeste.</p><p>04) Juscelino Kubitschek, na execução do Plano de Metas, marcou o início do processo de</p><p>industrialização inteiramente ajustado aos interesses do capital internacional.</p><p>05) O Brasil é pioneiro em tecnologias, possuindo diversos Tecnopolos em seus territórios,</p><p>abrangendo, principalmente, tecnologia voltada para a agroindústria.</p><p>(URCA 2020)</p><p>“Em 1938, Getúlio Vargas lançou a campanha “Marcha para o Oeste”, projeto de</p><p>colonização das terras do norte e do oeste do país, objetivando identificar as fronteiras territoriais</p><p>com as políticas, a fim de fortalecer a “unidade da nação”. Na verdade, o “discurso romântico”</p><p>construído em torno da “Marcha” pretendia legitimar o programa de desenvolvimento proposto</p><p>pelo Estado Novo”. (BARBOZA, Edson Holanda Lima. Entre narrativas, usos e abusos: Migrações</p><p>cearenses para a Amazônia (1877-1945). IN: Capítulos de História Social dos Sertões. CÂNDIDO,</p><p>Tyrone Apollo Pontes e NEVES, Frederico de Castro. (Orgs.) Fortaleza. Plebeu Gabinete de Leitura</p><p>Editatorial, 2017. p.147).</p><p>Sobre a Era Vargas é coerente:</p><p>A) Durante a primeira metade do século XX a Amazônia se apresentava como terra de</p><p>prosperidade e de fartura levando algumas pessoas de regiões pobres e secas do país a irem ao</p><p>seu encontro em busca de melhores condições de vida. Esse êxodo foi estimulado no governo</p><p>Vargas.</p><p>B) O governo Vargas se iniciou em 1930 através de eleição indireta garantindo a permanência da</p><p>Velha República ou República café-com-leite.</p><p>C) Após o fim do Estado Novo, Vargas retorna ao poder em 1946, promulgando uma nova</p><p>Constituição que tinha como característica alguns temas basilares como: democracia, direito de</p><p>voto, direito trabalhista, mandatos eletivos e direitos dos cidadãos.</p><p>D) Contrário à classe trabalhadora, Vargas se destacou por perseguir e aprisionar operários e se</p><p>negar a aumentar o salário-mínimo.</p><p>E) Em meio às denúncias de corrupção, crise política e falta de apoio na mídia brasileira, Vargas</p><p>foi assassinado em agosto de 1954.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>78</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>(URCA 2020)</p><p>“7 de outubro de 1934: nesse dia, a Ação Integralista Brasileira (AIB) decidiu comemorar na praça</p><p>da Sé, centro da cidade de São Paulo, seu segundo aniversário de fundação. O evento nem chegou</p><p>a acontecer, pois uma intensa troca de tiros entre integralistas, antifascistas e policiais da Força</p><p>Pública paulista dispersou rapidamente os militantes da AIB, vindos de várias cidades do interior</p><p>do estado e São Paulo e de estados vizinhos. O saldo do confronto foi de cerca de dez vítimas,</p><p>entre mortos e feridos.” (CASTRO, Ricardo Figueiredo de. “A Frente Única Antifascista (1933-34).</p><p>IN: REIS, Daniel Aarão e FERREIRA, Jorge. As esquerdas no Brasil (vol. 1) – A formação das</p><p>tradições (1989-1945). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 431).</p><p>O acontecimento acima refere-se a um importante movimento organizado no Brasil, durante o</p><p>governo de Getúlio Vargas. Sobre este período, assinale a alternativa correta:</p><p>A) A AIB fazia parte de um movimento mais amplo antifascista, conhecido como Frente Única</p><p>Antifascista (FUA), criada em 1933 pelas esquerdas brasileiras da época;</p><p>B) A AIB fazia parte de uma estratégia dos comunistas mais moderados de São Paulo e Rio de</p><p>Janeiro aliados à Internacional Comunista (Comintern), tendo como estratégia o refluxo</p><p>revolucionário e a luta contra o fascismo;</p><p>C) A AIB tinha como principal liderança Luís Carlos Prestes e foi a principal base de apoio ao</p><p>governo de Getúlio Vargas entre os anos de 1930 e 1935;</p><p>D) A AIB, embora tenha atuado por um período de apenas seis anos, foi a mais importante</p><p>organização fascista na história do Brasil até o presente momento, com expressão nacional e tendo</p><p>atuado no executivo e legislativo de diversas cidades, estado e distrito federal;</p><p>E) A AIB era inspirada nas frentes populares que surgiram na Europa, defendia proposta</p><p>antiimperialistas, a reforma agrária e as liberdades políticas, congregava socialistas e liberais</p><p>desiludidos com a “Revolução de 1930”.</p><p>(UNEB 2017)</p><p>A luta pela ampliação da participação política popular pode ser identificada na adoção, pela</p><p>Constituição de</p><p>01) 1824, da eleição em dois turnos, aumentando a disputa eleitoral entre os diversos partidos</p><p>políticos.</p><p>02) 1891, do sufrágio universal e secreto, coibindo a fraude nas eleições e no processo legislativo.</p><p>03) 1934, do voto feminino, possibilitando a participação política da mulher em determinadas</p><p>condições.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>79</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>04) 1937, da eleição direta para os poderes executivo e legislativo, nos três níveis, municipal,</p><p>estadual e federal.</p><p>05) 1945, do voto do analfabeto, como o objetivo da política populista em ampliar sua base de</p><p>apoio na sociedade</p><p>(UNEB 2017)</p><p>A concentração de renda, no Brasil, contribuiu para a eclosão de diversos movimentos</p><p>sociais e de lutas políticas, identificando-se a defesa pela implantação da reforma agrária</p><p>01) na Inconfidência Mineira.</p><p>02) na Revolução Farroupilha.</p><p>03) no Plano de Metas.</p><p>04) na Intentona Integralista.</p><p>05) nas Reformas de Base.</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>“A Revolução de 1930 inaugurou um novo período da história brasileira, marcado pela forte</p><p>centralização do poder político em torno do governo federal. A política de industrialização e de</p><p>integração do mercado interno, iniciada por Getúlio Vargas, derrubou as restrições impostas pelos</p><p>estados e municípios à circulação de mercadorias. Os estados perderam a autonomia legislativa</p><p>sobre seu comércio exterior. Nesse contexto, o conhecimento estatístico do território e da</p><p>população se transformou em prioridade nacional. Para traçar os rumos do desenvolvimento</p><p>brasileiro, o governo precisava conhecer o Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística</p><p>(IBGE) foi criado em 1937, com a finalidade de subsidiar a ação planejadora do Estado sobre o</p><p>território brasileiro. Desde o início, a realização dos censos demográficos e econômicos e o</p><p>mapeamento sistemático do país estiveram entre as suas principais atribuições. O IBGE</p><p>apresentou a primeira regionalização oficial do território nacional em 1942, com o intuito de</p><p>organizar a divulgação de dados estatísticos e sistematizar as propostas de divisão regional já</p><p>existentes antes de sua criação. Nessa primeira divisão do Brasil, foram delimitadas as regiões</p><p>Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro Oeste”. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2017.</p><p>Sobre o tema abordado no excerto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) As regiões naturais não serviram de base para a regionalização do Brasil, devido às grandes</p><p>disparidades sociais no território brasileiro.</p><p>(B) A região, conceito fundamental da geografia, é definida pelo poder, já que as regiões são</p><p>formadas fundamentalmente a partir de relações de poder de determinado agente.</p><p>(C) A atual regionalização do Brasil proposta pelo IBGE tem como critério principal o “meio</p><p>técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras</p><p>desiguais e distintas pelo território brasileiro.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>80</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>(D) Até 1967, a divisão do IBGE não se limitava às fronteiras entre os Estados, pois se baseava no</p><p>processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os</p><p>efeitos da industrialização.</p><p>(E) A atual divisão em macrorregiões do IBGE tem finalidades estatísticas e didáticas, mas é muito</p><p>genérica para as necessidades de planejamento, tanto de políticas públicas quanto de localização</p><p>de atividades econômicas.</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>Censura, liberdade de expressão, poder e influência da mídia. São várias as expressões usadas</p><p>quando o assunto é regulação da mídia. O tema, que já foi alvo de debates e criação de leis, ainda</p><p>é polêmico no Brasil.</p><p>Em relação à História da Imprensa no Brasil, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A liberdade de imprensa imperou em todos os períodos da história brasileira.</p><p>(B) O período de 1964 a 1985 é considerado um período de ouro da imprensa brasileira, tendo</p><p>ela total liberdade para estabelecer suas críticas e fazer suas análises sem nenhuma intervenção</p><p>estatal.</p><p>(C) A história da imprensa no Brasil se inicia com o nascimento do rádio, em 1922.</p><p>(D) A chegada da televisão no Brasil, na década de 1950, fez com que a imprensa impressa</p><p>perdesse significativo espaço.</p><p>(E) No governo de Getúlio Vargas no Brasil, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda</p><p>– DIP – em 1939, que, no decorrer do Estado Novo, tornou-se o órgão coercitivo máximo da</p><p>liberdade de pensamento e expressão.</p><p>6. GABARITO</p><p>1. C</p><p>2. B</p><p>3. C</p><p>4. A</p><p>5. C</p><p>6. C</p><p>7. C</p><p>8. B</p><p>9. B</p><p>10. E</p><p>11. D</p><p>12. C</p><p>13. A</p><p>14. C</p><p>15. C</p><p>16. B</p><p>17. C</p><p>18. B</p><p>19. A</p><p>20. D</p><p>21. A</p><p>22. A</p><p>23. C</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>81</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>24. C</p><p>25. C</p><p>26. C</p><p>27. D</p><p>28. E</p><p>29. B</p><p>30. A</p><p>31. D</p><p>32. E</p><p>33. 02</p><p>34. 04</p><p>35. A</p><p>36. D</p><p>37. 03</p><p>38. 05</p><p>39. E</p><p>40. E</p><p>7. QUESTÕES COMENTADAS</p><p>(ENEM 2021)</p><p>“Numa sociedade em transição, a marcha da mudança, em diferentes graus, está impressa</p><p>em todos os aspectos da ordem social, especialmente no jogo político, que nessas sociedades</p><p>apresenta padrões característicos de ambivalência, cujas raízes sociais se encontram na</p><p>coexistência de dois padrões de estrutura social: o padrão tradicional, em declínio, e o novo,</p><p>emergente, em expansão. Em tais situações, é possível encontrar, simultaneamente, apoio para</p><p>uma orientação política ou para outra que seja exatamente o seu oposto. O padrão ambivalente</p><p>do processo político, nas sociedades em desenvolvimento, é o que explica um dos seus traços</p><p>mais salientes, e que consiste na tendência ao adiamento das grandes decisões. Resulta daí que a</p><p>inércia política ou a convulsão política podem se suceder uma à outra em períodos</p><p>surpreendentemente curtos.”.</p><p>PINTO, L. A. C. Sociologia e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975</p><p>(adaptado).</p><p>De acordo com a perspectiva apresentada, central no pensamento social brasileiro dos anos</p><p>1950 e 1960, o desenvolvimento do país foi marcado por</p><p>a) radicalidade nas agendas de reforma das elites dirigentes.</p><p>b) anomalias na execução dos planos econômicos ortodoxos.</p><p>c) descompassos na construção de quadros institucionais modernos.</p><p>d) ilegitimidade na atuação dos movimentos de representação classista.</p><p>e) vagarosidade na dinâmica de aperfeiçoamento dos programas partidários.</p><p>Comentários</p><p>Durante as décadas de 1950 e 1960 se desenvolveu entre os estudiosos brasileiros e latino-</p><p>americanos a teoria da dependência. Basicamente, essa escola de pensamento argumentava que</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>82</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>os países na periferia do capitalismo mundial, tinham um desenvolvimento precário devido a sua</p><p>relação de dependência com a economia dos países centrais. Esse caráter dependente gerava</p><p>uma situação complexa mesmo em momentos que os países periféricos vivenciavam momentos</p><p>de modernização acelerada, como foi o caso do Brasil entre as décadas de 1950 e 1960. Neste</p><p>período, o Brasil foi governado por Getúlio Vargas (1951-1955), por Juscelino Kubitschek (1956-</p><p>1960), Jânio Quadros (1961), João Goulart (1961-1964), Castelo Branco (1964-1967) e Artur da</p><p>Costa e Silva (1967-1969). Repare, então, que se trata do Período Democrático (1946-1964) e do</p><p>início da Ditadura Militar (1964-1985). Apesar das peculiaridades de cada um desses governos, de</p><p>fato, todos eles estiveram preocupados em acelerar a industrialização do Brasil e torná-lo um país</p><p>mais desenvolvido, do ponto de vista capitalista. Entretanto, os estudiosos, principalmente</p><p>aqueles da teoria da dependência, argumentam que esse desenvolvimento se deu sob a forma de</p><p>uma modernização conservadora. Isso porque, apesar dos avanços industriais e urbanos, foi</p><p>necessário conciliar os anseios por mudanças com as imposições das elites tradicionais brasileiras,</p><p>cuja maioria tinham uma orientação conservadora. Não à toa, mesmo em governos nacionais-</p><p>desenvolvimentistas como o de Vargas, uma das principais estratégias para acelerar a</p><p>industrialização era convencer as oligarquias agrárias, sobretudo os cafeicultores, a diversificar</p><p>seus negócios e investir na indústria nacional. Por seu turno, os governos mais liberais-</p><p>conservadores, como os de Castelo Branco e Costa e Silva, envolviam uma maior aproximação</p><p>econômica e diplomática com os Estados Unidos da América, uma das grandes potências</p><p>capitalistas mundiais, aprofundando o caráter</p><p>dependente do capitalismo brasileiro. Com esse</p><p>contexto em mente, vejamos como o desenvolvimento do país foi marcado, diante da convivência</p><p>entre padrões tradicionais e novos na estrutura social:</p><p>a) Incorreta. Na verdade, na dinâmica descrita, as elites dirigentes não se destacavam pela</p><p>radicalidade de suas reformas, mas sim por seu caráter conservador.</p><p>b) Incorreta. Em nenhum momento o texto fala em anomalia, mas sim em ambivalência.</p><p>Entende-se por anomalia algo completamente fora da norma. Algo como um “ponto fora da</p><p>curva”, totalmente inesperado e até incompreensível. Enquanto isso, ambivalência diz respeito à</p><p>convivência entre dois eleitos à princípio antagônicos, opostos, mas não necessariamente</p><p>incompreensível.</p><p>c) Correta! Ao falar de “quadros institucionais modernos” a alternativa se refere àqueles</p><p>que ocupam os cargos nas instituições do Estado, as quais orientam não só o processo político,</p><p>mas também as políticas econômicas, sociais e culturais. Nesse sentido, diante de um processo de</p><p>modernização conservadora, a maioria dos governos do período destacado foram marcados pela</p><p>composição ambivalente dos quadros institucionais, na tentativa de costurar alianças políticas que</p><p>permitissem o desenvolvimento econômico do Brasil da forma como fosse possível. Essa</p><p>ambivalência quase sempre gerou um descompasso, isto é, contradições e rivalidades entre os</p><p>próprios quadros institucionais, o que muitas vezes propiciava uma inércia política que “empurrava</p><p>com a barriga” decisões que fossem muito arriscadas ao status quo, e outras vezes provocava</p><p>conflitos violentos entre as forças políticas em movimento.</p><p>d) Incorreta. Na verdade, os movimentos de representação classista podem ser</p><p>enquadrados nos “novos padrões” da estrutura social, no Brasil do século XX, que começaram a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>83</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>ganhar mais espaço dos quadros institucionais, sobretudo nos governos de orientação nacional-</p><p>desenvolvimentista e trabalhista, como de Getúlio Vargas e João Goulart. Logo, justamente a</p><p>legitimidade de sua atuação, mesmo que oscilante, era um dos fatores que contribuía para a</p><p>ambivalência no processo político brasileiro do período.</p><p>e) Incorreta. Isso variava de acordo com o partido. Havia partidos mais conservadores,</p><p>outros mais progressistas, com ritmos diversos de aperfeiçoamento de seus programas.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM 2021)</p><p>Manifestação dos Pioneiros da Educação Nova - 1932</p><p>A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes, assume,</p><p>com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar “a</p><p>hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os grupos</p><p>sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e</p><p>desenvolver os meios de ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos natural e integral</p><p>do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento”, de acordo com uma certa</p><p>concepção do mundo.</p><p>Disponível em: www.historiabr.fe.unicamp.br. Acesso em 7 out. 2015.</p><p>Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter oligárquico da</p><p>sociedade brasileira. Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre</p><p>a) ensino técnico e mercado de trabalho.</p><p>b) acesso à escola e valorização do mérito.</p><p>c) ampliação de vagas e formação de gestores.</p><p>d) disponibilidade de financiamento e pesquisa avançada.</p><p>e) remuneração de professores e extinção do analfabetismo.</p><p>Comentários</p><p>Repare na data de publicação do manifesto e a que local diz respeito: 1932, no Brasil. Seu</p><p>tema: a educação em nosso país. É importante lembrar que naquele ano o Brasil estava sob o</p><p>Governo Provisório, presidido por Getúlio Vargas. Este tinha liderado o movimento da Revolução</p><p>de 1930, que derrubou a Primeira República (1889-1930). Vargas e seus aliados eram nacionais-</p><p>desenvolvimentistas. Em outras palavras, defendiam o fortalecimento do capitalismo brasileiro,</p><p>por meio da industrialização nacional e da ampliação do Estado, que passaria a interferir não só</p><p>na economia, mas também nas relações de trabalho e na nacionalização da educação pública. Os</p><p>adeptos do movimento Educação Nova (ou Escola Nova) não necessariamente eram aliados de</p><p>Vargas, mas também estavam pensando na modernização da sociedade brasileira por meio da</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>84</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>educação. Não é de se espantar, haja vista que nas três primeiras décadas do século XX, o Brasil</p><p>passou por um processo de industrialização e urbanização, conjugado com o crescimento da classe</p><p>operária. No entanto, esse processo ocorreu de maneira desordenada e desigual no território</p><p>nacional. Dessa forma, tanto escolanovistas quanto os revolucionários de 1930 estavam</p><p>preocupados em dar uma direção a esse processo, ordená-lo em prol do desenvolvimento da</p><p>nação. E o Estado era o instrumento ideal para a tarefa. A Educação Nova era um movimento que</p><p>afirmava a primazia da administração escolar como fundamental para a solução dos problemas</p><p>educacionais existentes. Ou seja, os problemas eram tanto de gestão quanto pedagógicos. Era</p><p>necessário organizar um sistema educacional adequado à estrutura moderna que se construía no</p><p>período, capaz oferecer uma educação pública, uma escola única para todas as classes e regiões,</p><p>gratuita e obrigatória, onde predominaria a laicidade e o método científico. Sabendo disso,</p><p>vejamos entre o que o texto impõe uma relação necessária:</p><p>a) Incorreta. Ainda não existia a concepção de “ensino técnico” naquela época. No geral,</p><p>as escolas ensinavam as primeiras letras, história, literatura, matemática. Escolas dedicas às</p><p>mulheres podiam oferecer aulas de outras atividades voltadas para a sociabilidade ou para os</p><p>cuidados domésticos. Aqueles que desejavam aprender ofícios específicos tinham que buscar os</p><p>ensinamentos dos praticantes mais velhos e experientes ou aprender sozinho ao ser contratado</p><p>em tal e qual serviço.</p><p>b) Correta! O movimento Educação Nova estava preocupado e universalizar a educação no</p><p>Brasil, tanto no sentido territorial quanto social. Em outras palavras, que houve escolas em todas</p><p>as partes do território nacional, acessíveis a todas as classes sociais.</p><p>c) Incorreta. Essa alternativa não está errada, uma vez que realmente a Educação Nova</p><p>defendia uma reorganização completa do sistema educacional, tanto à nível organizacional quanto</p><p>pedagógico. No entanto, o trecho recortado e apresentado pelo enunciado não aborda esse</p><p>aspecto da filosofia do movimento. Note que nesse trecho é dado mais ênfase aos objetivos</p><p>ligados a democratização do acesso à educação, que deve primar pela direção dos</p><p>desenvolvimentos natural e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento.</p><p>d) Incorreta. Nada disso é citado no texto.</p><p>e) Incorreta, pela mesma razão que a letra “c”.</p><p>Gabarito: B</p><p>(ENEM 2021)</p><p>“O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu</p><p>construir um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha</p><p>no território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então instituições encarregadas de</p><p>fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o</p><p>Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de</p><p>Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>85</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em 7 nov. 2014</p><p>(adaptado).</p><p>A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia política de</p><p>a) levantar informações para a preservação da paisagem dos sertões.</p><p>b) controlar o crescimento exponencial da população brasileira.</p><p>c) obter conhecimento científico das diversidades regionais.</p><p>d) conter o fluxo migratório do campo para a cidade.</p><p>e) propor a criação de novas unidades da federação.</p><p>Comentários</p><p>Para responder essa questão, é importante lembrar que Getúlio Vargas esteve na</p><p>presidência do Brasil entre 1930 e 1945. Ele chegou ao poder por meio da Revolução de 1930,</p><p>movimento que derrubou a Primeira República (1889-1930) e a hegemonia das oligarquias</p><p>tradicionais na política nacional. Inicialmente foi instalado o Governo Provisório (1930-1934), até</p><p>que foi promulgada uma nova Constituição (1934) por uma Assembleia Nacional Constituinte, que</p><p>também elegeu Getúlio Vargas como presidente. Assim, tinha início o Governo Constitucional</p><p>(1934-1937). O novo texto constitucional tinha previsto novas eleições em 1938. Porém, Vargas</p><p>executou um golpe que instalou uma ditadura de tendência fascista, que durou até 1945 e ficou</p><p>conhecida como Estado Novo. De qualquer forma, podemos dizer que toda a Era Vargas (1930-</p><p>1945) foi marcada pela orientação nacional-desenvolvimentista e trabalhista nas políticas do</p><p>governo. Em outras palavras, foi promovido o fortalecimento do capitalismo brasileiro, a</p><p>industrialização nacional, a interferência estatal na economia, a nacionalização da educação e a</p><p>regulamentação das relações de trabalho, entre outras medidas. Sabendo disso, vejamos qual era</p><p>a estratégia política de Vargas ao criar as referidas instituições:</p><p>a) Incorreta. Não havia uma preocupação com as questões ambientais naquele contexto.</p><p>Afinal, o Brasil ainda se apresentava como um país majoritariamente rural, com muitas áreas</p><p>inexploradas e de mata fechada. A preocupação maior era como explorar todo esse potencial</p><p>para desenvolver o país e sua economia. No caso dos sertões, a grande dificuldade eram os</p><p>períodos de seca, sobretudo no Nordeste. Buscavam-se soluções para os obstáculos impostos</p><p>pela natureza.</p><p>b) Incorreta. O crescimento populacional não era um problema dependendo da localidade.</p><p>Somente nas capitais e grandes cidades esse fenômeno atingia níveis preocupantes. Entretanto,</p><p>Vargas procurou usá-lo a seu favor, procurando incentivar o excedente populacional a migrar e</p><p>colonizar as regiões ainda pouco povoadas e inexploradas do território brasileiro, como o Centro-</p><p>Oeste e Norte. Assim, buscava garantir não só exploraria o potencial econômico dessas regiões,</p><p>mas também as protegeria de invasores e exploradores estrangeiros.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>86</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>c) Correta! Note que todas as instituições citadas são de caráter científico, ligadas ao estudo</p><p>da geografia nacional. Evidentemente, os interesses aqui são econômicos. Mas seria impossível</p><p>explorar todo o potencial do território nacional sem conhecer corretamente suas propriedades.</p><p>Por isso, eram necessárias instituições estatais que dessem conta de fornecer os dados</p><p>indispensáveis para a elaboração de políticas públicas que colocariam em prática os planos do</p><p>governo varguista.</p><p>d) Incorreta. Assim como o crescimento populacional, o êxodo rural não era</p><p>necessariamente um problema em todas as regiões do Brasil. E em algumas partes era até bem-</p><p>vindo, uma vez que barateava o preço da mão-de-obra já que sua oferta aumentava.</p><p>e) Incorreta. Vargas não criou nenhuma unidade federativa (estado) durante o Estado Novo.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM 2021)</p><p>Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o país parecia à beira do caos.</p><p>Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à humilhação de</p><p>aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945. Entretanto, ao contrário do</p><p>que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio que cerca a derrota.</p><p>O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a</p><p>a) reação popular.</p><p>b) intervenção militar.</p><p>c) abertura democrática.</p><p>d) campanha anticomunista.</p><p>e) radicalização oposicionista.</p><p>Comentários</p><p>O evento analisado no texto se trata do suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Vargas havia</p><p>sido presidente entre 1930 e 1945, governando de forma ditatorial entre 1937 e 1945, quando foi</p><p>deposto. No entanto, em 1950 foi eleito novamente presidente, desta vez pelo voto popular. É</p><p>importante lembrar que durante seus primeiros governos ele se destacou por ampliar a ação do</p><p>Estado em todas as áreas, intervindo na economia, incentivando a industrialização nacional e</p><p>regulamentando as leis trabalhistas. Especialmente durante o Estado Novo, buscou vender a</p><p>imagem de um líder carismático, como um pai para o povo brasileiro, sobretudo para a classe</p><p>trabalhadora. Todavia, em seu governo democrático nos anos 1950, ele já não tinha mais o apoio</p><p>dos militares, enquanto o cenário político estava dividido entre Progressistas e Conservadores. Ele</p><p>se enquadrava mais no primeiro grupo, que apoiava a nacionalização da economia e a ampliação</p><p>dos direitos sociais e trabalhistas. Seus opositores, reunidos no segundo grupo, agregava aqueles</p><p>contrários aos avanços trabalhistas, à intenção estatal na economia e que defendiam a abertura</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>87</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>do mercado brasileiro ao capital estrangeiro, com ênfase no alinhamento aos Estados Unidos.</p><p>Nesse cenário, três acontecimentos deixaram a conjuntura política mais tensa: um atentado ao</p><p>líder da oposição ao governo, Carlos Lacerda, cuja autoria foi atribuída à aliados de Vargas; a</p><p>nacionalização do petróleo; e o aumento de 100% no salário mínimo. Com isso, a oposição aliada</p><p>aos militares mais conservadores pressionou pela renúncia de Vargas. Prevendo sua deposição e</p><p>temendo que as conquistas de seu governo fossem revogadas, o presidente se suicidou. Sabendo</p><p>disso, vejamos qual foi a repercussão imediata desse ato:</p><p>a) Correta! A morte de Vargas e a divulgação de sua Carta-testamento geraram uma</p><p>comoção nacional e levaram multidões às ruas. Rolou até apedrejamento dos jornais da oposição</p><p>e Carlos Lacerda teve que fugir escondido do Rio de Janeiro. Com isso, os Conservadores</p><p>recuaram.</p><p>b) Incorreta. Não houve intervenção militar nesse momento, apenas em 1964, durante o</p><p>governo do presidente João Goulart (1961-1964).</p><p>c) Incorreta. O regime vigente já era democrático. Aberturas democráticas ocorreram com</p><p>o fim de regimes ditatoriais no Brasil, como a queda do Estado Novo em 1945 e o fim o da Ditadura</p><p>Militar em 1985.</p><p>d) Incorreta. Entre os Conservadores havia grupos que realmente tentavam associar Vargas</p><p>ao avanço do comunismo no Brasil, por sua postura trabalhista. Eles até gostariam de ter usado a</p><p>morte do presidente para expandir o anticomunismo. No entanto, temos que considerar duas</p><p>coisas. Primeiro, Vargas estava bem longe de ser um comunista. Seu projeto era o fortalecimento</p><p>do capitalismo brasileiro, só pretendia manter certa autonomia em relação ao Estados Unidos e</p><p>angariar apoio popular com a regularização das relações de trabalho. Segundo, sua morte acabou</p><p>gerando a comoção da maior parte da sociedade brasileira, cuja maioria querendo ou não era</p><p>composta pela classe trabalhadora que fora beneficiada pelas medidas trabalhistas de Vargas. Isso</p><p>impediu que os Conservadores se apropriassem do acontecimento a seu favor.</p><p>e) Incorreta. Como já afirmei, a oposição acabou recuando diante da comoção nacional</p><p>gerada pela morte de Vargas.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM 2020) 4000203937</p><p>Há outras razões fortes para promover a participação da população em eleições. Grande</p><p>parte dela, particularmente os mais pobres, esteve sempre alijada do processo eleitoral no Brasil,</p><p>não somente nos períodos ditatoriais, mas também nos democráticos. Na eleição de 1933, por</p><p>exemplo, apenas 3,3% da população do país votaram. Em 1945, com a volta da democracia,</p><p>foram</p><p>parcos 13,4%. Em 1962, só 20% dos brasileiros foram às urnas.</p><p>KERCHE, F.; FERES JR., J. Um nobre dever. Revista de História da Biblioteca Nacional, n.</p><p>109, out. 2014.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>88</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O baixo índice de participação popular em eleições nos períodos mencionados ocorria em</p><p>função da</p><p>a) adoção do voto facultativo.</p><p>b) exclusão do sufrágio feminino.</p><p>c) interdição das pessoas analfabetas.</p><p>d) exigência da comprovação de renda.</p><p>e) influência dos interesses das oligarquias.</p><p>Comentários</p><p>A universalização do voto foi uma conquista tardia e penosa no Brasil. Por muito tempo o voto era</p><p>determinado por renda, por acesso à educação, e por interesses da elite econômica. Sobre o</p><p>direito ao voto, ele foi assegurado somente em 1988, com a composição da Constituição Cidadã.</p><p>Ela foi a única a garantir o voto aos analfabetos e o direito do voto facultativo a menores de 18</p><p>anos e maiores de 70 anos, demonstrando o compromisso em assegurar a cidadania a milhões de</p><p>brasileiros e brasileiras.</p><p>a) Incorreto. O voto se tornou obrigatório no Brasil com a Constituição de 1946. Contudo,</p><p>somente com a Constituição de 1988, é que ele se tornou obrigatório para todos os brasileiros e</p><p>brasileiras maiores de 18 anos e facultativo para os cidadãos analfabetos.</p><p>b) Incorreto. O voto feminino e a participação política de mulheres se tornaram constitucionais</p><p>somente a partir de uma mudança do Código Eleitoral, realizado por Getúlio Vargas, em 1932.</p><p>c) Correto! Até o ano de 1985, a maior parte da população brasileira, que era analfabeta, não</p><p>podia votar. Isso significa que a educação não era universal e acessível, e que essas pessoas não</p><p>tinham como assegurar seus direitos políticos, fato que mudou com Constituição de 1988.</p><p>d) Incorreto. Com a Constituição republicana de 1891, o voto deixou de ser por renda. Contudo,</p><p>ainda exigia que os votantes fossem alfabetizados, o que inviabilizava a participação política da</p><p>maior parte da população, analfabeta.</p><p>e) Incorreto. Para as oligarquias, o que importa não é que a população não vote, mas sim, como</p><p>esse voto pode ser controlado. Somente com a mudança do Código Eleitoral, em 1932, foi</p><p>instituído o voto secreto, forma de desmantelar o voto a partir dos interesses das oligarquias e do</p><p>sistema do coronelismo.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM 2020) 4000203942</p><p>No Brasil, após a eclosão da Bossa Nova, no fim dos anos 1950 — quando efetivamente a</p><p>canção popular começou a ser objeto de debate e análise por parte das elites culturais —</p><p>desenvolveram-se duas principais vertentes interpretativas da nossa música: a vertente da tradição</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>89</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>e a vertente da modernidade, dualismo que não surgiu nesta época e nem se restringe ao tema</p><p>da produção musical. Desde pelo menos 1922, a tensão entre “tradicional” e “moderno” ocupa</p><p>o centro do debate político-cultural no país, refletindo o dilema de uma elite em busca da</p><p>identidade brasileira.</p><p>ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não. Rio de Janeiro: Record, 2013.</p><p>A manifestação cultural que, a partir da década de 1960, pretendeu sintetizar o dualismo</p><p>apresentado no texto foi:</p><p>a) Jovem Guarda, releitura do rock anglófono com letras em português.</p><p>b) Samba-canção, combinação de ritmos africanos com tons de boleros.</p><p>c) Tropicália, junção da música pop internacional com ritmos nacionais.</p><p>d) Brega, amostra do dia a dia dos setores populares com temas românticos.</p><p>e) Cancioneiro caipira, retrato do cotidiano do homem do campo com melodias tristes.</p><p>Comentários</p><p>O Tropicalismo ou foi um movimento cultural brasileiro, ocorrido entre 1968 e 1969, que foi</p><p>representado por vários tipos de expressão artística. Foi bastante influenciado pela nascente</p><p>Indústria Cultural, pela Semana de Arte Moderna de 1922 e também pela Bossa Nova. Contudo,</p><p>mesmo com o enorme sucesso do Tropicalismo enquanto movimento, com o recrudescimento da</p><p>Ditadura Militar, muitos de seus artistas foram perseguidos e exilados, o que contribuiu para o fim</p><p>do movimento.</p><p>a) Incorreto. A Jovem Guarda, surgida na década de 1960, foi um movimento cultural de jovens,</p><p>responsável por uma mudança de comportamento, moda e música. Entretanto, não é a</p><p>manifestação ao qual o texto se refere.</p><p>b) Incorreto. O Samba-canção é um gênero musical nascido na década de 1920, portanto, não</p><p>corresponde ao período referido pelo texto.</p><p>c) Correto! Um dos principais objetivos do Tropicalismo era tornar a cultura brasileira em algo</p><p>universal e voltada para o público jovem. Além disso, o movimento tinha como propósitos a</p><p>reinterpretação nacional, através de símbolos que não foram privilegiados no passado. Também</p><p>desejavam se reinventar culturalmente, a partir de uma inspiração antropofágica, nos moldes dos</p><p>modernistas de 22, na busca por uma cultura genuinamente brasileira.</p><p>d) Incorreto. O brega, surgiu nos anos 1960, como um ritmo visto como cafona. Somente com o</p><p>passar do tempo, já nos anos 1980, é que o brega passou a ser considerado um estilo de música</p><p>popular. Porém, o texto não se refere a esse estilo, que não representava um movimento coeso</p><p>como a Tropicália, por exemplo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>90</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>e) Incorreto. A música caipira brasileira nasceu no começo do séc. XX, como resultados do esforço</p><p>dos modernistas, que almejavam a criação de cultura genuinamente brasileira, e da urbanização e</p><p>popularização a indústria fonográfica, que popularizou as canções do gênero. Pela data, não pode</p><p>ser a alternativa correta.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM DIGITAL 2020) 4000091993</p><p>O jovem que nasceu e cresceu sob a ditadura perdeu muitos contatos com a realidade e com</p><p>a história como processo vivo. Mas conheceu em sua carne o que é a opressão e como a</p><p>repressão institucional (às vezes inconsciente e definitiva, dentro da família, da escola etc.) é</p><p>odiosa. Essa é uma riqueza ímpar. O potencial radical de um jovem — pobre, de pequena</p><p>burguesia ou “rico” — que sofre prolongadamente uma experiência dessas, constitui um</p><p>agente político valioso. Ele está “embalado” para rejeitar e combater a opressão sistemática</p><p>e a repressão dissimulada, o que o converte em um ser político inconformista promissor.</p><p>FERNANDES, F. O dilema político dos jovens. In: Florestan Fernandes na constituinte:</p><p>leituras para reforma política. São Paulo: Expressão Popular, 2014.</p><p>No contexto mencionado, Florestan Fernandes tematiza um efeito inesperado do exercício</p><p>do poder político decorrente da</p><p>a) evolução histórica do conflito de gerações.</p><p>b) fragilidade moral das instituições públicas.</p><p>c) impossibilidade de realização do controle total.</p><p>d) legitimação ideológica do nacionalismo estatal.</p><p>e) restrição da oferta de oportunidades de educação.</p><p>Comentários</p><p>O texto fala sobre a Ditadura Militar (1964-1985), que foi responsável pela perda de direitos dos</p><p>cidadãos, quebra da democracia e recrudescimento da violência policial. Tal regime também se</p><p>pautou na censura e na perseguição aos opositores. Assim, o autor do texto reflete sobre como</p><p>a opressão teve efeito nos jovens que cresceram engessados politicamente e como a história se</p><p>constituiu sem sua participação efetiva.</p><p>a) Incorreto. A Ditadura Militar, período retratado no texto, não contribuiu para acirrar o conflito</p><p>de gerações, mas sim, para modificar a relação das gerações com a opressão.</p><p>b) Incorreto. O texto não se debruça sobre a fragilidade moral das instituições públicas e sim sobre</p><p>a compreensão da história, uma vez que ela é pautada pela opressão do regime ditatorial militar.</p><p>c) Correto! Sabe-se que a opressão foi confrontada pela resistência e pela luta por democracia,</p><p>assim, mesmo a ditadura não conseguiu controlar totalmente</p><p>o povo.</p><p>d) Incorreto. O autor do texto não discute o nacionalismo estatal nem sua legitimação ideológica,</p><p>mas sim, a questão da opressão e de que modo ela afeta a sociedade.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>91</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>e) Incorreto. A temática do texto não se refere à Educação e sim, a agência política de jovens sob</p><p>regimes opressores.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UDESC 2015)</p><p>Analise as proposições a respeito do Estado Novo e do presidente Getúlio Vargas.</p><p>I. Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi criado para produzir material de</p><p>propaganda (cartazes, objetos, espetáculos, livros, artigos, etc. enaltecedores deste</p><p>governo), e seus organizadores se valeram de símbolos e imagens que representavam os</p><p>sentimentos de aprovação e adesão da sociedade ao governo Vargas.</p><p>II. O Estado Novo compreendeu o período de governo de Getúlio Vargas que se estendeu</p><p>entre os anos de 1937 a 1954, e neste último ano este presidente cometeu suicídio,</p><p>causando, no país, grande comoção.</p><p>III. A política trabalhista foi uma das questões chave na “Era Vargas”, o que ficou evidenciado</p><p>por meio de medidas como: criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e</p><p>promulgação de diversas leis (salário mínimo, férias, carteira de trabalho).</p><p>IV. A educação também foi alvo das políticas articuladas no governo Vargas, a exemplo, a</p><p>criação do Ministério da Educação e Saúde Pública em 1930, quando Gustavo Capanema foi</p><p>ministro.</p><p>V. Estado, Pátria, Nação e Povo – foram as palavras chave no Estado Novo, e Getúlio Vargas</p><p>foi o personagem principal deste período, sendo a imagem dele utilizada em cartazes,</p><p>documentários e livros didáticos publicados em diferentes estados brasileiros.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas I, III, IV e V são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras.</p><p>e) Todas afirmativas são verdadeiras.</p><p>Comentários</p><p>I – Está certa a afirmação. O DIP foi criado por decreto presidencial em dezembro de 1939, com</p><p>o objetivo de difundir a ideologia do Estado Novo junto às camadas populares.</p><p>II – Erro fácil de ser percebido, pois é um erro de data histórica. O Estado Novo compreende o</p><p>período de 1937 a 1945. Repare que o item afirma que o Estado Novo foi até 1954. De fato,</p><p>Getúlio estava no poder neste ano, ano da morte do Presidente Vargas. Porém, entre 1951 e o</p><p>ano de seu suicídio, 1954, Vargas governava sob a República Democrática, já não era mais a</p><p>Ditadura do Estado Novo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>92</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>III – Certo, pois Vargas criou ministérios, como o do “Trabalho, Indústria e Comércio”</p><p>importante para a organização e implementação da CLT (1943). Reforço que a lei da jornada</p><p>de trabalho de 8 horas é de um momento anterior, 1932, válida para os trabalhadores urbanos.</p><p>IV – Correta também. A educação também foi a preocupação do governo, pois, por meio dela,</p><p>seria possível “doutrinar” a nação e reforçar aspectos ideológicos em torna figura de Vargas.</p><p>V – Certa a afirmação. O nacionalismo foi uma bandeira varguista explorada durante o exercício</p><p>de poder, daí o uso de palavras chaves como Nação, Pátria e Estado. A prática do culto ao líder</p><p>por exemplo, era algo em voga no mundo. Por sinal, esse foi um dos aspectos que aproximou</p><p>Getúlio de lideranças que começavam a surgir na década de 1930 na Europa, como Hitler e</p><p>Mussolini.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE 2017)</p><p>No começo do século XX, desenvolveu-se uma doutrina política que defendia a ideia de que</p><p>a sociedade só funcionaria se houvesse ordem e paz, respeito à hierarquia social e com</p><p>harmonia. Era inspirada na Doutrina Social da Igreja Católica. No Brasil, seus membros</p><p>usavam uniformes verdes, o que resultou em serem conhecidos como “camisas verdes” ou,</p><p>ainda, “galinhas verdes”, e cumprimentavam-se com a saudação indígena “Anauê”. Foi um</p><p>“[...] movimento político de inspiração fascista com forte ligação com os movimentos</p><p>conservadores e o pensamento autoritário brasileiro em decurso. Para compreender a</p><p>importância desse movimento e o nível de mobilização que atingiu, congregando grande</p><p>número de pessoas de todas as classes, é necessário evidenciar a sua estrutura, seu ideário</p><p>e as estratégias mobilizadoras, pensadas em torno de grandes temas.”.</p><p>REGIS, João Rameres. Galinhas-Verdes: Memórias e Histórias (...) em Limoeiro – Ceará (1934-</p><p>1937). Dissertação. UFC, 2002. p. 61.</p><p>O movimento político a que o excerto acima se refere é o</p><p>a) anarquismo, trazido pelos imigrantes, sobretudo italianos e espanhóis, que defendia o fim</p><p>do Estado e a sua substituição pela autogestão e cooperação social.</p><p>b) integralismo, liderado por Plínio Salgado que, apoiado em preceitos conservadores,</p><p>fundou a AIB (Aliança Integralista Brasileira), partido que teve participação ativa em parte do</p><p>período Vargas.</p><p>c) socialismo cristão, que aplicando os ensinamentos bíblicos à realidade brasileira do</p><p>período Vargas, defendia, através da ANL (Aliança Nacional Libertadora), o estabelecimento</p><p>de uma república cristã socialista.</p><p>d) comunismo, estabelecido no Brasil com a fundação do PCB (Partido Comunista Brasileiro),</p><p>em 1922, e que contava com militantes como Luís Carlos Prestes, o escritor Jorge Amado e</p><p>o ator e poeta Mário Lago.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>93</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O texto do enunciado faz uma descrição do Integralismo. O Integralismo foi um movimento de</p><p>ideologia fascista fundado em 1932. Esse movimento apoiava o respeito à autoridade do líder e</p><p>defendia o uso da força e a manutenção da hierarquia social. No Brasil, seu líder máximo foi Plínio</p><p>Salgado. Nesse sentido, a estrutura do integralismo, desde o chefe até os militantes de base,</p><p>formava uma organização burocrática e totalitária. A burocracia da organização manifestava-se</p><p>através de um complexo de órgãos, funções, papéis, comportamentos previstos minuciosamente</p><p>pelos estatutos, resoluções do chefe e rituais; o caráter totalitário, por sua vez, através das relações</p><p>rígidas entre os órgãos de enquadramento disciplinado dos militantes e da submissão autoritária</p><p>e fidelidade jurada aos superiores hierárquicos. Neste sentido, a centralização personalizada no</p><p>chefe e os elos burocráticos da estrutura vertical eram elementos indissociáveis na organização do</p><p>integralismo</p><p>Gabarito: B</p><p>(UDESC 2016)</p><p>A Marcha da família com Deus pela liberdade:</p><p>“Movimento surgido em março de 1964 e que consistiu em uma série de manifestações, ou</p><p>"marchas", organizadas principalmente por setores do clero e por entidades femininas em</p><p>resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro, em 13 de março de 1964, durante o qual o</p><p>presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base.”</p><p>Adap. Disponível em:</p><p>http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/A_marcha_</p><p>da_familia_com_Deus acessado em: 12/08/2015.</p><p>Assinale a alternativa correta sobre a Marcha da família com Deus pela liberdade.</p><p>a) Mostrou o protagonismo do movimento feminista e da contracultura, em especial a</p><p>Campanha da Mulher pela Democracia (Camde), a União Cívica Feminina e a Fraterna</p><p>Amizade Urbana e Rural.</p><p>b) Congregou segmentos das classes populares, em especial sem tetos e operários da</p><p>indústria, em parceria com a Federação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo</p><p>(FIESP).</p><p>c) Tinha como meta propagar a ideia de liberdade religiosa e de liberdade sexual.</p><p>d) Contou com a aliança, de setores de esquerda da igreja católica e da juventude estudantil</p><p>de classe média, contra o conservadorismo da sociedade Brasileira.</p><p>e) Era favorável à deposição</p><p>do presidente eleito João Goulart e teve papel importante no</p><p>Golpe Militar de 1964.</p><p>Comentários</p><p>A – falso, pois as mulheres participantes da Marcha da Família eram adeptas de um programa</p><p>religioso para as mulheres, mais próximo a uma visão conservadora de sociedade (conservadora</p><p>no sentido de manutenção de costumes). Dessa forma, essa mulheres não podem ser associadas</p><p>ao movimento feminista e ao movimento de contracultura, os quais, regra geral, levantam</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>94</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>bandeiras que “quebram” a lógica dos costumes por apresentar pautas de mudanças na</p><p>condição da mulher.</p><p>B – errado. A Marcha foi protagonizada por setores da classe média. Os trabalhadores,</p><p>operários da indústria, estavam com Jango.</p><p>C – não, há um contrassenso na afirmação, pois liberdade religiosa e liberdade sexual, em geral,</p><p>são elementos opostos. No contexto da década de 1960, certamente, eram movimentos</p><p>opostos. A pauta religiosa estava mais relacionada à manutenção dos costumes e da família</p><p>tradicional. Os movimentos de liberdade sexual daquele período (anos 1960 e 1970) invertiam</p><p>essa lógica.</p><p>D – não, a Marcha apresentou características conservadores. A esquerda católica e o movimento</p><p>estudantil estavam em campanha pró-Jango e contra uma intervenção militar.</p><p>E – É o nosso gabarito.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UECE 2019)</p><p>Leia atentamente o seguinte excerto:</p><p>“O rádio cresceu no início dos anos 50, quando houve um aumento da publicidade. As</p><p>populares radionovelas, por exemplo, tinham como complemento propagandas de produtos</p><p>de limpeza e toalete. Na televisão, a publicidade não se limitava a vender produtos, e as</p><p>próprias empresas eram produtoras dos programas que patrocinavam. Houve um aumento</p><p>da tiragem dos jornais e revistas, e popularizaram-se as fotonovelas, lançadas no início da</p><p>década. O cinema e o teatro também participaram desse processo, tanto do lado das</p><p>produções de caráter popular quanto das produções mais sofisticadas. (...) Se o otimismo e</p><p>a esperança implicaram profundas alterações na vida da população em todo o mundo,</p><p>permitindo, não a todos, mas a uma parcela – os setores médios dos centros urbanos –,</p><p>consumir novos e mais produtos, por outro lado, a vontade do novo trazia embutido, em</p><p>várias áreas da cultura, o desejo de transformar a realidade de um país subdesenvolvido, de</p><p>retirá-lo do atraso, de construir uma nação realmente independente”.</p><p>KORNIS, Mônica Almeida. Sociedade e cultura nos anos 1950. FGV CPDOC – O Governo</p><p>Juscelino Kubitschek. Disponível em:</p><p>https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Sociedade/Anos1950.</p><p>Partindo do trecho citado, é correto concluir que</p><p>a) no Brasil, os anos da década de 1950 foram marcados pelo otimismo, sobretudo na era</p><p>JK, e pelo avanço do socialismo de matriz soviética na vida cotidiana dos setores médios</p><p>urbanos.</p><p>b) o desenvolvimento de toda uma cultura de massa no Brasil dos anos de 1950 se deu</p><p>afastado da influência do capitalismo dos EUA que, naquele período, disputava a influência</p><p>econômica, política e ideológica com a URSS.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>95</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>c) as alterações ocorridas no período, em toda a sociedade brasileira, levaram a um</p><p>sentimento de que o Brasil havia saído da condição de subdesenvolvimento e alcançado o</p><p>nível de nação desenvolvida.</p><p>d) as mudanças ocorridas na vida das classes médias urbanas, na década de 1950, também</p><p>proporcionaram, a partir de então, uma conscientização na área da cultura, sobre a realidade</p><p>do Brasil e a necessidade de mudá-la.</p><p>Comentário:</p><p>A relativa prosperidade que o Governo JK refletiu nos hábitos e preferências dos brasileiros da época, em</p><p>particular, da elite e das classes médias. Lembre-se da oferta de eletrodomésticos e de automóveis.</p><p>O mercado consumidor do país recebeu: máquina de lavar roupas; grill automático; rádio de pilha;</p><p>enceradeira de três escovas; TV com controle remoto preso a um fio; sabão em flocos; Detefon com</p><p>pulverizador; automóveis como DKW-Vemag e Rural Willys; etc.</p><p>Esse aspecto consumista ajudou a caricaturar os anos 1950 como os “Anos Dourados”.</p><p>Nessa época dourada, os programas televisivos começavam a contagiar as pessoas, os teatros de revistas</p><p>passaram a ser acompanhados como série “Netflix” hoje em dia e as assim denominadas “chanchadas”</p><p>lotavam as salas de cinema. Houve um crescimento da indústria fonográfica e de publicidade com foco nos</p><p>meios de comunicação rádio, TV e revista.</p><p>As propagandas nos rádios, ainda o maior meio de comunicação da época, foram ressignificadas para</p><p>direcionar costumes e a moda.</p><p>A música também ganhou destaque no rádio a partir dos programas de auditório. A bossa-nova surgiu</p><p>nessa década de 1950 com o recém falecido João Gilberto. Ah, sim, Juscelino chegou a receber o apelido de</p><p>Presidente bossa-nova.</p><p>Tudo isso gerou um cenário de modernização e transformações culturais. Levando isso em consideração,</p><p>vejamos as alternativas:</p><p>a- O erro da alternativa está em afirmar que houve avanço do socialismo.</p><p>b- A modernização não ocorreu de forma apartada dos EUA, ao contrário, a modernização foi</p><p>fortemente influenciado pelo estilo de vida americano.</p><p>c- Não chegamos a tanto, né, gente. Havia um sentimento de que estamos no caminho da</p><p>modernização. Mas o Brasil ainda era considerado o Brasil do futuro.</p><p>d- Gabarito. O avanço na cultura acabou por promover muitas visões críticas sobre o país.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UECE 2018)</p><p>Em 1º de maio de 1943, em cerimônia realizada no Rio de Janeiro, no estádio de São</p><p>Januário, que estava lotado para as comemorações do dia do Trabalho, o Presidente Getúlio</p><p>Vargas sancionou o Decreto-Lei nº 5.452 que criou a CLT.</p><p>Sobre esse fato, é correto afirmar que</p><p>a) permitiu ao Brasil se afastar das forças do eixo e se aproximar dos aliados com quem</p><p>combateria lado-a-lado na Itália durante a fase final da segunda Grande Guerra Mundial.</p><p>b) estabeleceu o Código de Leis de Transporte que proporcionou o predomínio do</p><p>transporte rodoviário sobre o ferroviário, tal como é hoje, e a grande dependência do país</p><p>em relação aos combustíveis fósseis.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>96</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>c) garantiu a inserção dos direitos trabalhistas na legislação brasileira como forma de</p><p>controlar o operariado urbano e conter possíveis movimentos de esquerda que pleiteavam</p><p>o poder aos trabalhadores.</p><p>d) possibilitou o estabelecimento de um regime ditatorial, também apoiado na Constituição</p><p>de 1937, conhecida como “a polaca”, que instituiu a Comissão de Luta ao Terrorismo, para</p><p>combater os trabalhadores grevistas no Brasil.</p><p>Comentário:</p><p>A criação da CLT ajudou a consolidar o trabalhismo praticado por Vargas. Por meio de tal ideologia, Vargas</p><p>visava formar trabalhadores produtivos e ordeiros em troca de ganhos reais. Esses ganhos reais foram as leis</p><p>trabalhistas e os trabalhadores, satisfeitos, deram base de sustentação ao governo de Vargas. Nesse</p><p>processo, foram os sindicatos que assumiram a organização e disciplinamento dos trabalhadores.</p><p>Veja, portanto, que, ao mesmo tempo em que os direitos trabalhistas são uma conquista, o discurso</p><p>vinculado e a ação sindical garantiam adesão dos trabalhadores à política do governo. Portanto, o Gabarito</p><p>é letra C. Mas atenção, essa alternativa está muito purista sem captar a complexidade do assunto. Você que</p><p>é coruja, fique atento às contradições.</p><p>Vejamos os erros das demais:</p><p>a- Embora a assertiva esteja correta, nada tem a ver com o assunto da CLT.</p><p>b- Mais uma vez, nada a ver com a questão da CLT.</p><p>c- Gabarito</p><p>d- Olha tudo errado nessa alternativa. A CLT foi feita já durante o regime ditatorial, além disso foi criado</p><p>uma comissão para combater o comunismo</p><p>e não o terrorismo.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UECE 2017)</p><p>Eleito para governar o Brasil, no período de janeiro de 1951 a janeiro 1956, Getúlio Vargas</p><p>não conseguiu terminar o seu mandato, que acabou em agosto de 1954, devido</p><p>a) ao seu suicídio, motivado pelas pressões da oposição, liderada pela UDN, que usou contra</p><p>ele a insatisfação popular por causa da inflação e do atentado a Carlos Lacerda.</p><p>b) a um golpe militar, planejado por Carlos Lacerda e apoiado pela UDN, que o tirou do</p><p>poder e colocou em seu lugar o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.</p><p>c) ao processo de impeachment instaurado pela oposição no Congresso Nacional por</p><p>acusações de corrupção no processo de criação da PETROBRAS.</p><p>d) a sua renúncia ao cargo, em uma manobra política fracassada, por meio da qual buscava</p><p>o apoio popular que deveria vir após a veiculação pela mídia de sua saída do governo.</p><p>Comentário:</p><p>Questão que cobra causalidade, ou seja, o que determinou o fim do segundo governo de Vargas entra em</p><p>crise, em 1954, após o famoso “atentado da Rua Toneleiros”, no qual Carlos Lacerda é ferido e um Major da</p><p>Aeronáutica é morto.</p><p>Getúlio previu sua deposição e, na tentativa de evitar retrocessos em todos os seus feitos em nome do</p><p>programa “nacional-desenvolvimentista”, suicidou-se com um tiro no coração, em 24 de agosto de 1954.</p><p>Sua morte gerou uma comoção nacional!! Multidões foram às ruas apedrejar os jornais de oposição ao</p><p>governo. Lacerda precisou sair do rio de Janeiro escondido.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>97</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Repare, então, querido e querida aluna, que a situação política e econômica do país ficou realmente</p><p>MUITO TENSA.</p><p>Nesse sentido, o gabarito só pode ser a alternativa A.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE 2018)</p><p>Como outros governantes brasileiros do século XX, Jânio Quadros também não concluiu seu</p><p>mandato presidencial. O fim precoce do governo de Jânio Quadros deveu-se</p><p>a) ao golpe civil-militar que, em março de 1964, derrubou o governo e estabeleceu 21 anos</p><p>de governo ditatorial conduzidos por militares.</p><p>b) ao seu suicídio, ocorrido ainda em agosto de 1961, em função da grave crise econômica</p><p>e política em seu governo.</p><p>c) à sua inesperada renúncia apresentada ao congresso em uma carta na qual dizia ter forças</p><p>terríveis agindo contra ele.</p><p>d) ao processo de impeachment aberto contra ele a partir das denúncias de corrupção feitas</p><p>pelo seu próprio irmão aos órgãos da mídia.</p><p>Comentário:</p><p>Questão que cobra causalidade, ou seja, o que causou o fim do governo de Jânio Quadros? Eleito para</p><p>presidente do Brasil com uma boa margem de voto, Jânio Quadros não conseguiu resolver a crise econômica</p><p>herdada do governo anterior. Além isso, suas políticas eram contraditórias, desagradou diversos</p><p>seguimentos políticos, sobretudo, os conservadores da UDN que apoiaram sua candidatura; Assim, sem</p><p>apoio político e sem um projeto para recuperar a economia do país, renunciou sete meses após a posse, no</p><p>dia 25 de agosto de 1961, enviando uma carta ao legislativo cujo teor da mesma lembrava a carta testamento</p><p>do ex-presidente Vargas em 1954. “Forças externas aliadas a forças internas agem contra mim”.</p><p>Prontamente o Congresso aceitou. Contudo, isso abriu uma crise de sucessão, já que um setor das Forças</p><p>Armadas e um setor das elites políticas não queriam a ascensão de João Goulart. Levando tudo isso em</p><p>consideração, vamos às alternativas:</p><p>a- Erro de relação de causalidade. O golpe veio com a crise política do pós renúncia, então foi</p><p>consequência e não causa da atitude de Jânio.</p><p>b- Quem se suicidou na história foi Vargas, em 1954, e não Jânio Quadros.</p><p>c- Foi o que ocorreu mesmo! Gabarito da questão!</p><p>d- Nada disso. Foi um ato de livre espontânea vontade e não um processo de impeachment. Atente-se</p><p>para o fato de que o único presidente denunciado foi Vargas. Contudo a denúncia foi rejeitada na</p><p>Câmara dos Deputados, no dia 16 de junho de 1954, por 136 votos contra 35, e 40 abstenções.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEL 2015)</p><p>Leia os textos a seguir.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>98</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Vai minha tristeza</p><p>E diz a ela que sem ela não pode ser</p><p>Diz-lhe numa prece</p><p>Que ela regresse</p><p>Porque não posso mais sofrer</p><p>Chega de saudade</p><p>A realidade é que sem ela</p><p>Não há paz</p><p>Não há beleza</p><p>É só tristeza e a melancolia</p><p>Que não sai de mim</p><p>Não sai de mim</p><p>Não sai</p><p>Chega de Saudade, Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, 1958.</p><p>Essas produções artísticas nacionais, criadas na década de 1950, estão articuladas em um</p><p>momento da vida republicana brasileira denominado Desenvolvimentismo. Em relação às</p><p>características desse período, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.</p><p>( ) A bossa nova e a poesia concreta foram referências culturais da época, transformando-</p><p>se, posteriormente, em produtos de exportação.</p><p>( ) O milagre econômico impulsionou a indústria sucroalcooleira, o que culminou com a</p><p>criação do PROALCOOL.</p><p>( ) O modernismo, representado pelas obras de Vilanova Artigas e Oscar Niemayer,</p><p>predominou na linguagem arquitetônica do período.</p><p>( ) Com o slogan “50 anos em 5”, o governo JK consolidou a industrialização na região</p><p>Norte do país.</p><p>( ) A criação do INCRA possibilitou uma política de distribuição de terras, culminando com</p><p>melhoria nas condições de vida dos camponeses.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>99</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.</p><p>a) V, V, F, V, F.</p><p>b) V, V, F, F, V.</p><p>c) V, F, V, F, F.</p><p>d) F, V, F, V, F.</p><p>e) F, F, V, F, V.</p><p>Comentário:</p><p>A questão remete ao contexto das Repúblicas Democráticas entre 1946-1964. A década de 1950 foi</p><p>caracterizada pelo desenvolvimentismo e por uma ideia de modernização tanto nos hábitos de consumo,</p><p>como nos culturais em grande medida inspirados no American way of life.</p><p>❖ Nesse contexto, a Bossa Nova e a Poesia Concreta se destacaram na década de 1950. Item 1</p><p>VERDADEIRO.</p><p>❖ O “Milagre Brasileiro” ocorreu entre 1968 e 1973, durante a ditadura militar. O Programa Nacional</p><p>do Álcool ou Proálcool foi criado em 14 de novembro de 1975 com o objetivo de estimular a produção</p><p>do álcool, visando o atendimento das necessidades do mercado interno e externo e da política de</p><p>combustíveis automotivos. Assim, ele é resultado da busca por uma alternativa energética frente à</p><p>crise mundial do petróleo de 1973. Item 2 FALSO</p><p>❖ Na arquitetura modernista da década de 1950 ganhou destaque as obras de Vilanova Artigas e Oscar</p><p>Niemayer. Item VERDADEIRO.</p><p>❖ O governo de JK, 1956-1960, não industrializou a região norte do Brasil e sim consolidou a</p><p>industrialização da região Sudeste. Item FALSO.</p><p>❖ O INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária surgiu na década de 1970 com o</p><p>objetivo de implantar a Reforma Agrária. Item FALSO.</p><p>A sequência correta dos itens é: VFVFF.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEL 2014)</p><p>A construção da cidade de Brasília fez parte do processo desenvolvimentista dos anos 1950</p><p>liderado pelo presidente Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart. O projeto</p><p>modernizante de JK assentava-se na política do “50 anos em 5”, que preconizava, entre</p><p>outras coisas, dotar o país de uma infraestrutura suficiente para sustentar a industrialização.</p><p>Com base nos conhecimentos sobre a política econômica desse período histórico brasileiro,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) Disseminou o ensino técnico para todas as regiões do país, por meio dos institutos técnicos</p><p>federais.</p><p>b) Expandiu a construção de usinas hidrelétricas e abasteceu de energia o setor produtivo.</p><p>c) Implantou a SUDAM, que realizou a modernização e a transformação da região amazônica.</p><p>d) Priorizou a importação</p><p>de veículos automotores para o país se inserir no mercado</p><p>internacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>100</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>e) Privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional, com a abertura do seu capital para</p><p>investidores estrangeiros.</p><p>Comentário:</p><p>O mineiro JK pertencia ao grupo liberal do PSD e defendia o nacional desenvolvimentismo através</p><p>do “Plano de Metas”. Sua proposta era abrir a economia brasileira para o capital internacional, ou</p><p>seja, a internacionalização do mercado interno. Assim, o país teria 50 anos de progresso em 5</p><p>anos de governo. O “Plano de Metas” apresentava 31 metas que se vinculavam a indústria,</p><p>transporte, energia, alimentação e educação. Porém, alimentação e educação tiveram resultados</p><p>modestos. A meta síntese de JK era a construção de Brasília objetivando a modernização,</p><p>integração e desenvolvimento. Para tanto, houve muito empréstimo estrangeiro e, por isso, o</p><p>aumento da dívida externa e da inflação.</p><p>Levando isso em consideração, vejamos os erros da alternativa:</p><p>a- Porque a disseminação do ensino técnico ocorreu no período militar;</p><p>c- Porque a SUDAM foi criada no período militar durante o governo de Castelo Branco;</p><p>d- Porque a industrialização promovida pelo governo JK teve caráter de substituição de</p><p>importações com a entrada de transnacionais para a produção de bens de consumo duráveis,</p><p>dentre os quais, a indústria de automotores;</p><p>e- Porque as privatizações foram características do período neoliberal adotado no Brasil a partir</p><p>da década de 1990.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UDESC 2016)</p><p>Atribui-se o nome de "Revolução de 30" ao movimento que depôs o presidente</p><p>Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e possibilitou a ascensão</p><p>de Getúlio Vargas como presidente da República em um governo provisório.</p><p>Assinale a alternativa correta, em relação aos desdobramentos do processo iniciado a partir</p><p>de 1930.</p><p>a) Apesar de ser considerado um líder populista, Getúlio Vargas manteve-se distante de</p><p>quaisquer práticas nacionalistas durante os anos do Estado Novo, entre 1937 e 1945.</p><p>b) Durante o governo provisório, Getúlio Vargas foi o responsável pela Consolidação das Leis</p><p>do Trabalho (CLT), pela instauração do Ministério do Trabalho, do Ministério da Educação e</p><p>pela nomeação de interventores federais em cada Estado da União.</p><p>c) Após quatro anos de um governo provisório, Getúlio Vargas tornou-se presidente pelas</p><p>vias da legalidade – eleições indiretas realizadas em 1934. Nessas eleições apenas os</p><p>deputados participantes da Assembleia Nacional Constituinte tiveram direito ao voto.</p><p>d) O apoio militar de Luís Carlos Prestes, reconhecido na época por sua liderança na Coluna</p><p>Prestes, foi de importância fundamental para a ascensão de Getúlio Vargas à presidência.</p><p>e) O voto feminino foi uma conquista obtida durante o governo de Getúlio Vargas. No</p><p>entanto, sua duração foi restrita, e suspensa com o estabelecimento do Estado Novo, em</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>101</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>1937. Este direito foi reinstituído apenas em 1968, como resposta às reivindicações do</p><p>movimento feminista no Brasil.</p><p>Comentário:</p><p>Essa é uma questão tranquila, pede consequências do processo que levou Vargas o poder e deu</p><p>início ao que chamamos de Era Vargas. Vejamos as alternativas:</p><p>a- Vargas governou o Brasil ancorado em ideias nacionalistas.</p><p>b- a CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, não estava pronta durante o governo provisório de Vargas, 1930-</p><p>1934. Ela foi promulgada em 1943.</p><p>c- Gabarito. Foi exatamente o que ocorreu, depois de 4 anos sob o governo provisório, Vargas foi eleito</p><p>indiretamente pela Assembleia Nacional Constituinte – a mesma que escreveu e promulgou a Constituição</p><p>Liberal de 1934.</p><p>d- o líder tenentista Luís Carlos Prestes não apoiou Vargas em 1930, pois acreditava que este, por ser também</p><p>pertencente à elite agrária, não conseguiria mudar o Brasil.</p><p>e- o voto feminino foi estabelecido no Código eleitoral de 1932 e reafirmado na Constituição de 1934, além</p><p>disso, não foi suspenso com a implantação do Estado Novo em 1937. Além disso, não tem relação com o</p><p>desenvolvimento da história no período do regime militar.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Unesp 2017)</p><p>Observe o cartaz, relativo ao plebiscito realizado em janeiro de 1963.</p><p>O cartaz alude à situação histórica brasileira marcada por</p><p>a) estabilidade política, crescimento da economia agroindustrial e baixas taxas de inflação.</p><p>b) renúncia presidencial, debates sobre sistema de governo e projetos de reforma social.</p><p>c) ascensão de governos conservadores, despolitização da sociedade e abolição de leis</p><p>trabalhistas.</p><p>d) deposição do presidente da República, privatizações de empresas estatais e adoção do</p><p>neoliberalismo.</p><p>e) autoritarismos governamentais, restrições à liberdade de expressão e cassações de</p><p>mandatos de parlamentares.</p><p>Comentários</p><p>- Os primeiros anos da década de 1960 foram marcados por grande instabilidade política, iniciada a</p><p>partir da renúncia de Quadros da presidência da República. Seu breve mandato não foi marcado por</p><p>resultados satisfatórios na economia, ao contrário: os gastos vultosos da gestão anterior legam ao seu</p><p>governo o crescimento da dívida externa e da inflação. Assim sendo, a alternativa A está incorreta.</p><p>- A alternativa B é a correta. O vice-presidente João Goulart encontrava-se na China na ocasião da</p><p>renúncia de Jânio Quadros, e aceita tomar posse limitado pelo parlamentarismo para acalmar o pavor que</p><p>setores das Forças Armadas tinham por ele. Em janeiro de 1963, o governo faz realizar um plebiscito para</p><p>que fosse decidia a continuidade do parlamentarismo ou o retorno do sistema presidencial, e a maioria dos</p><p>eleitores opta pelo presidencialismo. Durante a campanha, para que fossem restaurados seus poderes, Jango</p><p>aposta na mobilização dos cidadãos em seu favor a partir da promessa de aplicação de reformas de base –</p><p>entre elas a agrária e educacional, como se vê no cartaz.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>102</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>- Goulart encarnava a continuidade do trabalhismo brasileiro ao defender a implantação de medidas</p><p>progressistas caso seus poderes presidenciais fossem restabelecidos. Desta forma, o eleitorado mobiliza-se</p><p>em seu favor: dos 11.531.030 votantes do plebiscito de 1963, 9.457.448 deles escolhe o presidencialismo</p><p>como sistema político. Assim sendo, a alternativa C está incorreta.</p><p>- Jânio Quadros não foi deposto, mas renunciou com a intenção de retornar devido ao clamor popular</p><p>e o temor dos militares de que seu vice, João Goulart, assumisse. Dito isso, a alternativa D está incorreta.</p><p>Ademais, a privatização de estatais é uma das marcas do projeto neoliberal no país, que somente ganharia</p><p>força nos anos 1990.</p><p>- O ano de 1963 se insere no chamado “período democrático”, quando se verifica um alargamento</p><p>dos direitos políticos para camadas sociais que até então não participavam dos processos decisórios. Por</p><p>quase duas décadas o país vivenciou um regime de amplas liberdades, e por isso a alternativa E está</p><p>incorreta.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Unesp 2017)</p><p>A industrialização contemporânea requer investimentos vultosos. No Brasil, esses</p><p>investimentos não podiam ser feitos pelo setor privado, devido à escassez de capital que</p><p>caracteriza as nações em desenvolvimento. Além disso, o crescimento econômico do Brasil,</p><p>um recém-chegado ao processo de modernização, processou-se em condições</p><p>socioeconômicas diferentes. Um efeito internacional de demonstração, na forma de imitação</p><p>de padrões devida, entre países ricos e pobres, e entre classes ricas e pobres dentro das</p><p>nações, resultou em pressões significativas sobre as taxas de crescimento para diminuir a</p><p>diferença entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.</p><p>com</p><p>Vargas, foi algo mais grandioso, pois, ou se construíam e ampliavam indústrias, ou o Brasil não iria</p><p>decolar. Não havia mais o que vender para o exterior em termos de produtos agrícolas. Entendeu?</p><p>Por isso, entre 1933 e 1939, a indústria brasileira passou por um crescimento expressivo. O</p><p>setor têxtil e de produção de alimentos cresceu. A participação do Estado foi decisiva para</p><p>estimular impulsionar esse processo.</p><p>A década de 1930 no Brasil, início da Era Vargas durante o Governo Provisório, inaugurou</p><p>o modelo de INDUSTRIALIZAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES. O Estado foi</p><p>decisivo para organizar e estimular o crescimento da indústria brasileira. O MODELO ERA</p><p>O NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO, ou seja, desenvolver a indústria brasileira com</p><p>recursos e matéria-prima brasileiras e com capital brasileiro. Ou seja, criar uma verdadeira</p><p>indústria genuinamente nacional.</p><p>Com isso, os nacionais-desenvolvimentista imaginavam que o Brasil transformar-se-ia em uma</p><p>potência autônoma e independente economicamente.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>8</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Apesar de Vargas ter apoiado os cafeicultores paulistas, havia um risco de eles serem</p><p>fortalecidos novamente e querem tomar o poder de volta das mãos dos revolucionários de 1930.</p><p>Afinal, a derrota era recente e os ânimos ainda estavam quentes.</p><p>Ocorreu que Vagas nomeou para governar o Estado de São Paulo o pernambucano e</p><p>tenentista João Alberto. A ação desagradou os fazendeiros paulistas, pois como seria possível a</p><p>elite do país ficar sob o comando de um pernambucano e ainda mais de baixa patente? Foi um</p><p>desaforo para a oligarquia paulista. Vargas também tirou dos paulistas o controle das exportações</p><p>do café. Vocês sentem um cheiro de conflito??</p><p>Para tentar amenizar a relação entre paulistas e Governo Provisório, Vargas fez outra</p><p>nomeação. Contudo, a elite paulista não queria nada de Provisório, os paulistas queriam mesmo</p><p>era reestabelecer um Governo com uma Constituição definitiva que garantisse liberdade política</p><p>e administrativa aos Estados. Isso porque, sob uma situação de estabilidade do país, tanto a elite</p><p>econômica cafeeira quanto os partidos de São Paulo poderiam voltar ao protagonismo das</p><p>decisões políticas e econômicas do Brasil. Ninguém queria a centralização do poder em apenas</p><p>uma pessoa.</p><p>Nesse cenário tenso, o Partido Democrático (PD) rompeu com Vargas e, juntamente com o</p><p>Partido Republicano Paulista (PRP), formou a Frente Única Paulista. Essa frente fez duas exigências</p><p>ao Governo Provisório:</p><p>Queria um interventor político paulista para comandar o Estado de São Paulo;</p><p>Queria uma nova Constituição para o Brasil.</p><p>Vargas até acenou que poderia convocar uma Assembleia Constituinte para resolver o</p><p>impasse. Mas não adiantou, pois a essa altura “a astúcia política de Vargas parecia esgotada”3.</p><p>A Frente Única Paulista começou a mobilizar a população do Estado e, em 1932, deu início à</p><p>Revolução Constitucionalista de 1932.</p><p>O conflito de 1932 foi uma luta armada. O principal setor a se mobilizar no Estado de São</p><p>Paulo foi a classe média. A “causa” paulista foi abraçada pela população do Estado: jovens se</p><p>alistavam voluntariamente para combater Vargas; mulheres ricas e pobres doavam alianças,</p><p>correntinhas, joias para financiar a luta armada, evento que ficou conhecido como a campanha do</p><p>“Ouro pelo Bem de São Paulo”.</p><p>3 Idem, ibidem.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>9</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Mas nem todos os cidadãos do Estado de São Paulo foram para o combate. Os</p><p>trabalhadores das fábricas, que enxergavam em Getúlio Vargas uma saída para direitos</p><p>trabalhistas, ficaram de fora da mobilização geral. Além disso, a própria elite paulista tinha medo</p><p>que os operários entrassem no conflito armado e, depois, se voltassem contra os patrões. Eram</p><p>as contradições e riscos de uma revolta mais massiva. Entende?</p><p>Após 3 meses de conflito e cerca de 900 mortos, os paulistas se renderam em 1º de outubro</p><p>de 1932. Alguns líderes paulistas foram presos, deportados e políticos perderam seus mandatos.</p><p>Porém, como era inviável ignorar a elite paulista na construção de um projeto de nação, em 1934,</p><p>Vargas concede anistia política aos líderes da Revolução de 1932.</p><p>Anistia é quando há um perdão do Governo a indivíduos ou grupos que, de alguma maneira,</p><p>desafiaram o poder vigente.</p><p>Por mais que os paulistas tenham perdido essa batalha por uma nova Constituição para o</p><p>Brasil, eles conseguiram despertar essa ideia em outros estados e forças políticas do Brasil. Por</p><p>isso, o movimento por uma nova Constituição, chamado de constitucionalismo, ganhou força em</p><p>1933.</p><p>Em 1933, Vargas, então, institui o Código Eleitoral o qual introduz no Brasil as seguintes</p><p>mudanças em eleições:</p><p>O voto passou a ser secreto;</p><p>O voto feminino passou a ser permitido, ou seja, as mulheres conquistaram o direito ao</p><p>voto;</p><p>Foi instituída a Justiça Eleitoral.</p><p>Surge a figura dos deputados classistas, representantes eleitos pelos Sindicatos.</p><p>Em muitos sentidos, esse Código Eleitoral de 1933 buscou apaziguar os conflitos sociais e</p><p>políticos. Ainda no ano de 1933, foram organizadas as eleições dos representantes que</p><p>participariam da Assembleia Constituinte, a qual seria responsável por aprovar uma nova</p><p>Constituição em 1934.</p><p>4</p><p>4 Câmara dos Deputados. 190 Anos do Parlamento. Disponível em:</p><p>https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/190-anos-do-</p><p>parlamento-brasileiro/jornal-da-camara-190-anos-do-parlamento. Acesso em: 22/06/2019.</p><p>Em 1934, das 22 cadeiras da</p><p>bancada paulista, a chapa de São Paulo,</p><p>formada pelos partidos PRP e PD, elegeu</p><p>17 nomes. Entre eles estava a primeira</p><p>mulher a assumir um cargo legislativo no</p><p>Brasil, Carlota Queiroz. Repare Carlota na</p><p>foto.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>10</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Dentre as principais inovações da Constituição de 1934, destaco o seguinte:</p><p>Criação do Tribunal do Trabalho, responsável por resolver os conflitos entre</p><p>empregados e empregadores;</p><p>Leis trabalhistas, como o direito dos trabalhadores de se organizarem em sindicatos;</p><p>A possibilidade de o Governo brasileiro nacionalizar empresas estrangeiras;</p><p>O estabelecimento do monopólio estatal sobre determinados ramos da indústria.</p><p>Voto direto e secreto para os cargos dos Poderes Executivo e Legislativo.</p><p>Além disso, a Constituição de 1934 também definiu que o próximo Presidente do país seria</p><p>eleito de forma indireta pelos representantes do povo reunidos na Assembleia Constituinte.</p><p>Sobre isso, explico: existe a eleição direta quando o povo vota diretamente</p><p>nos representantes e existe a eleição indireta quando os deputados</p><p>(representantes já eleitos) escolhem o Presidente. No caso de 1934, a</p><p>eleição para Presidente da República foi indireta.</p><p>E adivinhe quem foi eleito o Presidente? Isso mesmo, Getúlio Vargas!</p><p>Com a eleição de Vargas para um mandato de 4 anos, sem a possibilidade de reeleição,</p><p>temos início ao segundo período da Era Vargas, o Governo Constitucional.</p><p>1.2 - O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE 1934 A 1937</p><p> Chamamos de Governo Constitucional porque esse período ficou marcado pela tentativa</p><p>de colocar em prática a Constituição recém-promulgada. Apesar de essa Constituição</p><p>conter mecanismos de controle do chefe do Poder Executivo, como a crise de poder no</p><p>Brasil ainda persistia, Vargas começou a tomar atitudes autoritárias.</p><p>Em geral, os poderes de um Estado são divididos em Poder Executivo (Presidente</p><p>da República, Governadores e Prefeitos), Poder Legislativo (Senadores, Deputados</p><p>e Vereadores) e Poder Judiciário (Ministros de Tribunais Superiores e juízes).</p><p>A harmonia entre esses três poderes caracteriza governos democráticos estáveis.</p><p>Em vista das aspirações de</p><p>melhores padrões de vida, o governo desempenhou um papel importante no crescimento</p><p>econômico recente do Brasil.</p><p>(Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil, 1981. Adaptado.)</p><p>Os impasses do desenvolvimento industrial brasileiro, apontados pelo texto, foram</p><p>enfrentados no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) com o Plano de Metas, cujo</p><p>objetivo era promover a industrialização por meio</p><p>a) da associação de esforços econômicos entre o Estado, o capital estrangeiro e as empresas</p><p>nacionais.</p><p>b) da valorização da moeda nacional, da estatização de fábricas falidas e da contenção de</p><p>salários.</p><p>c) da criação de indústrias têxteis estatais e do aumento de impostos sobre o grande capital</p><p>nacional.</p><p>d) do emprego de empresas multinacionais submetidas à severa lei da remessa de lucros,</p><p>juros e dividendos para o exterior.</p><p>e) do combate à seca no Nordeste e do aumento do salário mínimo, com controle da inflação.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>103</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>- Para colocar em prática o seu Plano de Metas, JK fez com que o Estado intervisse nos empecilhos que</p><p>atravancavam o crescimento industrial ao direcionar recursos para obras de infraestrutura, como rodovias e</p><p>geração de energia elétrica. Com isso foi possível atrair investimentos privados nacionais e estrangeiros para</p><p>a ampliação do espaço industrial brasileiro, a principal meta de seu plano de governo. A alternativa A,</p><p>portanto é a correta.</p><p>- A alternativa B está incorreta, uma vez que o governo Kubitschek promoveu a larga emissão de moedas</p><p>para fazer cumprir seu Plano de Metas, o que consequentemente provocou a desvalorização do cruzeiro.</p><p>Ademais, sua política econômica não se pautou na estatização de indústrias.</p><p>- A política econômica do governo JK teve como mote investir em áreas estratégicas para fomentar o</p><p>crescimento industrial – os setores de energia e transportes. Nesta mesma gestão, como já mencionado na</p><p>alternativa “a”, buscou-se atrair recursos privados nacionais e internacionais, o que tornaria contraditório um</p><p>aumento de impostos. Assim sendo, a alternativa C está incorreta.</p><p>- A alternativa D está incorreta. A Lei de Remessa de Lucros, medida implementada pelo governo Vargas, não</p><p>alcançou os resultados esperados em sua tentativa de impulsionar a indústria nacional. JK, por sua vez,</p><p>apostou na abertura do país para o capital estrangeiro para promover o crescimento econômico.</p><p>- A Sudene foi criada pelo governo JK em 1959, em resposta à uma seca ocorrida no Nordeste no ano anterior.</p><p>Esta superintendência buscava diminuir as disparidades econômicas existentes entre a região e o Centro-sul</p><p>brasileiro, inserindo-a em seu projeto desenvolvimentista. O governo também autorizou um aumento de 30%</p><p>do salário mínimo neste mesmo ano, e ao contrário do que sugere a alternativa, a inflação dispara devido</p><p>aos gastos excessivos no período. Assim sendo, a alternativa E está incorreta.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Unesp 2010)</p><p>Sobre o movimento constitucionalista de 1932, é possível afirmar que</p><p>a) foi o resultado da política federal, que impedia a exportação do café de São Paulo para o</p><p>Ocidente europeu.</p><p>b) atrasou o processo de democratização brasileira empreendido por Getúlio Vargas a partir</p><p>de 1930.</p><p>c) tinha, como principal objetivo, a separação do estado de São Paulo do restante da</p><p>federação.</p><p>d) levou o governo federal a negociar com a oligarquia paulista e a fazer concessões a seus</p><p>interesses.</p><p>e) obteve sucesso, derrotando as tropas de Vargas e devolvendo a presidência aos</p><p>cafeicultores.</p><p>Comentários:</p><p>Após dois meses de guerra civil travada entre paulistas e tropas do governo federal em 1932,</p><p>Vargas conseguiu abafar o único movimento armado eclodido durante todo o período em que se</p><p>mantém no poder. Contudo, se compromete em seguida a acatar a principal reivindicação dos</p><p>rebeldes, a convocação da Assembleia Constituinte. A alternativa D, portanto, é a correta.</p><p>- Apesar da derrota imposta à classe política paulista pelos revolucionários de 1930, não há</p><p>restrições do governo Vargas quanto às suas atividades econômicas, e por isso a alternativa A está</p><p>incorreta.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>104</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>- O governo provisório de Vargas, como o próprio nome sugere, não era aparado por um</p><p>ordenamento constitucional, fato questionado pelo movimento de 1932. Na verdade, Vargas</p><p>apresenta tendências autoritárias durante o seu primeiro governo, e por isso a alternativa B está</p><p>incorreta.</p><p>- A alternativa C está incorreta, afinal o principal objetivo do movimento de 1932 era a convocação</p><p>da uma assembleia que promulgasse uma nova constituição para o país, o que acaba acontecendo</p><p>no ano seguinte, à despeito de sua derrota.</p><p>- A alternativa E está incorreta, uma vez que os revolucionários de 1932 foram derrotados pelas</p><p>tropas do governo central. Contudo, o principal objetivo do movimento foi atingido no ano</p><p>seguinte, com a convocação do pleito para eleger os deputados constituintes.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Unesp 2004)</p><p>Entre fins de fevereiro de 1945, quando José Américo de Almeida rompeu o cerco da</p><p>censura, e 29 de outubro, com a deposição de Vargas, a sociedade brasileira, em pleno</p><p>processo de democratização política e mobilizada em dois campos antagônicos, assistiu e</p><p>participou de um movimento de massa, de proporções grandiosas.</p><p>(Jorge Ferreira, in O Brasil republicano: o tempo da experiência democrática.)</p><p>Esse movimento de massa de que fala o historiador, acontecido imediatamente após a</p><p>deposição de Getúlio Vargas, ficou conhecido como</p><p>a) queremismo</p><p>b) o dia do Fico de Vargas</p><p>c) crencionismo</p><p>d) getulismo</p><p>e) populismo</p><p>Comentários</p><p>O queremismo foi um movimento político de caráter popular ocorrido no ano de 1945,</p><p>defensor da continuidade de Getúlio Vargas na presidência da República em reconhecimento às</p><p>transformações na vida dos setores subalternos da sociedade durante o seu governo. Adotando</p><p>o slogan “Queremos Vargas”, os queremistas defendiam a continuidade do trabalhismo como</p><p>projeto político preponderante no país mesmo após a transição para o regime democrático, tendo</p><p>o getulismo como a via mais segura para sua manutenção. Feitas essas considerações, a alternativa</p><p>A é a correta. Vejamos agora as demais opções:</p><p>- A alternativa B está incorreta. O personagem da história do Brasil cuja opção pela persistência</p><p>no poder está associada ao termo “dia do fico” é D. Pedro I, e não Getúlio Vargas.</p><p>- Não há nenhum movimento da história política brasileira que tenha recebido o nome</p><p>“crencionismo”, e por isso a alternativa C está incorreta.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>105</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>- O getulismo é o nome dado à valorização da figura de Getúlio Vargas, sendo um dos elementos</p><p>que integram o movimento queremista. Ademais, seus participantes também se mostram</p><p>defensores do trabalhismo enquanto ideologia, a fim de que pudessem ser mantidas as conquistas</p><p>sociais obtidas durante a Era Vargas. Assim sendo, a alternativa D está incorreta.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Unesp 2003)</p><p>Em 1939 o Estado Novo constitui um verdadeiro ministério, diretamente subordinado ao</p><p>presidente da República (...). [Tal órgão] (...) exerceu funções bastante extensas, incluindo</p><p>cinema, rádio, teatro, imprensa, literatura e política, além de proibir a entrada no país de</p><p>"publicações nocivas aos interesses brasileiros"; agiu junto à imprensa estrangeira no sentido</p><p>de se evitar que fossem divulgadas "informações nocivas ao crédito e à cultura do país";</p><p>dirigiu a transmissão diária do programa radiofônico "Hora do Brasil" (...)." (B. Fausto, “História</p><p>do Brasil”).</p><p>Trata-se do</p><p>a) Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).</p><p>b) Instituto</p><p>Nacional de Comunicação Social (INCS)</p><p>c) Conselho Nacional de Educação e Cultura (CNEC)</p><p>d) Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp)</p><p>e) Conselho Federal de Administração e Cultura (CFAC)</p><p>Comentários</p><p>Para manter sob vigilância os veículos de imprensa e difundir material propagandístico de seu</p><p>governo, Vargas cria durante o Estado Novo o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),</p><p>órgão comandado durante anos pelo jornalista Lourival Fontes. Assim sendo, a alternativa A é</p><p>a correta.</p><p>- As alternativas B, C e E contêm nomes de instituições inexistentes neste período, e por isso</p><p>estão incorretas.</p><p>- Já o Dasp, mencionado pela alternativa D, foi um órgão criado em 30 de julho de 1937, com</p><p>o objetivo de promover uma reforma que racionalizasse a administração pública no país, a partir</p><p>do aperfeiçoamento de seus quadros. Dessa maneira, embora também criado durante a Era</p><p>Vargas, o Dasp não incluía as prerrogativas mencionadas no enunciado, e por isso a alternativa</p><p>D está incorreta.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Unesp 1993)</p><p>O início da implantação da indústria de base liga-se à política nacionalista da era Vargas. As</p><p>dificuldades externas, devido ao envolvimento dos países industrializados nas guerras,</p><p>contribuíram para que se consolidasse a política das substituições das importações.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>106</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Dentre as realizações que marcaram o último governo de Getúlio Vargas (1951-1954), e que</p><p>se tornaram importantes para o desenvolvimento econômico do país, podemos citar</p><p>a) a transferência da Capital Federal para Brasília.</p><p>b) o programa de integração econômica da Amazônia, com a instalação do porto livre de</p><p>Manaus.</p><p>c) o estabelecimento do monopólio da extração e da refinação do petróleo.</p><p>d) a instalação da indústria automobilística no país.</p><p>e) a criação do Banco Nacional de Habitação.</p><p>Comentários</p><p>- A transferência da capital para Brasília ocorre durante a gestão de Juscelino Kubitschek, em</p><p>1960. Assim sendo, a alternativa A está incorreta.</p><p>- Embora a idealização da Zona Franca de Manaus remeta ao período do governo de JK, sua</p><p>concretização só se deu a partir do Decreto Lei nº 288∕1967, promulgado durante o regime militar.</p><p>Devido a isso, a alternativa B está incorreta.</p><p>- A alternativa C é a correta. Com a criação da Petrobrás, durante o segundo o governo Vargas, o</p><p>Estado passou a ter monopólio da extração e refino do “ouro negro” extraído de suas reservas</p><p>subterrâneas.</p><p>- A alternativa D está incorreta, afinal o desenvolvimento da indústria de automóveis no país se</p><p>deu durante o governo JK, com recursos públicos e capital estrangeiro.</p><p>- O Banco Nacional de Habitação é uma empresa pública criada em 1964, dez anos após o fim do</p><p>segundo governo Vargas. Dito isso, a alternativa E está incorreta.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UECE 2016)</p><p>O presidente Jânio Quadros apresentou-se na vida política brasileira como um líder que varreria</p><p>a corrupção e solucionaria os problemas do País. Sua prática política provocou insatisfações, em</p><p>virtude da sua forma de governar. Dentre as opções abaixo, assinale a que NÃO condiz com o</p><p>perfil de Jânio Quadros quando Presidente da República.</p><p>A) Adoção de medidas esdrúxulas, como, por exemplo, proibição de corridas de cavalos em dias</p><p>úteis e uso de biquíni em desfiles.</p><p>B) Opção por medidas econômicas austeras, como restrição de créditos e congelamento de</p><p>salários.</p><p>C) Ampliação do número de parceiros comerciais para o Brasil, levando em conta a orientação</p><p>ideológica dos países com os quais estabeleceu relações comerciais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>107</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>D) Adoção de práticas demagógicas e populistas que acreditava aproximá-lo das grandes massas,</p><p>como, por exemplo, comer sanduíche de mortadela durante os comícios.</p><p>Comentários:</p><p>Jânio da Silva Quadros foi um político brasileiro que fez carreira em São Paulo, sendo</p><p>vereador, deputado estadual, prefeito, governador, deputado federal e presidente do Brasil. Ele</p><p>faz parte do Partido Trabalhista Nacional (PTN), criado em 1946 após o final do Estado Novo.</p><p>Ele tem uma ideologia conservadora e seu espectro político é de direita.</p><p>Entre suas medidas enquanto presidente do Brasil, o que está INCORRETO é:</p><p>a) Correto. Jânio Quadros era um político conservador e com ideias contraditórios, que muitas</p><p>vezes foram de desencontro com a opinião pública.</p><p>b) Correto. Sua política economia foi baseada em um programa que combatia a inflação e o</p><p>endividamento que o país enfrentava.</p><p>c) Incorreto. A ampliação de parceiros comerciais para o Brasil, pelo contrário, não levou em</p><p>conta a orientação ideológica que o mundo passava naquele momento, o embate entre Estados</p><p>Unidos e União Soviética. A orientação do seu partido, o PTN, era alinhada com os interesses</p><p>americanos. No seu mandato, Jânio condecorou com a maior honraria do país, o Cruzeiro do Sul,</p><p>o socialista Che Guevara, aliado de Fidel Castro durante a Revolução Socialista em Cuba</p><p>causando revolta e espanto entre seus apoiadores.</p><p>d) Correto. O presidente era considerado um político populista, com atitudes e falas que</p><p>chegavam nas massas. Seu discurso anticorrupção foi um dos pontos fortes para que tenha sido</p><p>eleito chefe do Estado Brasileiro.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UVA 2020)</p><p>A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial guarda, entre suas máculas, as memórias</p><p>dos “soldados da borracha”. Sobre esses sujeitos sociais não é correto afirmar:</p><p>a) foram trabalhadores mobilizados para a produção de borracha no norte do Brasil em vista de</p><p>esforços de guerra.</p><p>b) foram mobilizados pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia no</p><p>governo Vargas.</p><p>c) foram dignamente assistidos, recompensados e devolvidos às suas regiões de origem, após a</p><p>Guerra.</p><p>d) a maioria dos migrantes era da região nordeste do Brasil.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>108</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Os soldados da borracha eram em sua maioria nordestinos pobres que saiam das suas terras</p><p>no sertão, em busca de melhores condições de vida e de dinheiro para voltarem para suas terras</p><p>com condições financeiras dignas. O Governo Federal por meio do Serviço Especial de</p><p>Mobilização dos Trabalhadores para Amazônia os enganava prometendo que voltariam</p><p>milionários, entretanto o que acontecia era o contrário, esses trabalhadores chegavam a trabalhar</p><p>em condições análogas ao escravismo.</p><p>Visto isso, sobre esses sujeitos sociais, vejamos o que não é correto sobre eles:</p><p>a) Correto. Durante a Segunda Guerra Mundial a utilização do látex da borracha foi fundamental</p><p>na produção de insumos para pneus e armas dos soldados americanos. Esse produto, essencial na</p><p>guerra, fez ressurgir no Norte do país o Ciclo da Borracha, porém, por um período menor do que</p><p>no primeiro ciclo.</p><p>b) Correto. Esse órgão impulsionou milhares de nordestinos retirantes e moradores do Centro-</p><p>Oeste do Brasil a se deslocarem para a Amazônia, atendendo a demanda do Governo Federal por</p><p>mais trabalhadores nas seringueiras.</p><p>c) Incorreto. Esses humildes “soldados da borracha” não tiveram nenhum tipo de reconhecimento</p><p>e passaram a viver de maneira quase que escrava.</p><p>d) Correto. A região nordestina passava por crises climáticas sem precedente e o descaso do</p><p>Governo Federal com a região fez com que muitos habitantes migraram do Nordeste para outras</p><p>regiões, incluindo a região Norte.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) foi criada pelo presidente</p><p>Juscelino Kubitschek. O seu governo procurava combater</p><p>(A) a oposição dos Estados Unidos aos projetos sociais, uma vez que se temia a eclosão de</p><p>revoltas rurais.</p><p>(B) o latifúndio e realizar uma distribuição</p><p>de terras, que contemplasse as famílias de retirantes.</p><p>(C) a penúria, em uma das regiões que, na época, ostentava elevados índices de pobreza e de</p><p>desigualdade social.</p><p>(D) o crescimento da agricultura de subsistência, incapaz de garantir a sobrevivência das famílias</p><p>pobres.</p><p>(E) a passividade do camponês da zona da mata nordestina, controlado politicamente pelos</p><p>usineiros.</p><p>Comentários:</p><p>O Governo JK soube conversar e negociar com diversos setores econômicos que</p><p>estavam aqui presentes, assim agradou de certa forma tanto liberais quanto nacionalistas e</p><p>conservadores. Aliando-se ao PTB (partido de Vargas), Juscelino (PSD) conseguiu governar</p><p>tendo a maioria no Congresso. A UDN, principal opositora política estava enfraquecida. Com o</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>109</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>aval legislativo, os 5 anos de sua gestão foram marcados por um ambicioso Plano de Metas,</p><p>que consistia em um projeto desenvolvimentista de 5 frentes: transporte, energia, educação,</p><p>indústria e alimentação.</p><p>Assim, os principais feitos de seu governo foram a criação de Usinas Hidrelétricas, a</p><p>implantação da Indústria Automobilística, a construção de rodovias, a ampliação da extração</p><p>de petróleo e a construção de uma nova capital para o país, Brasília. Aliás, também pode-se</p><p>citar a criação de órgãos para fomentar a interiorização do país e o desenvolvimento de regiões</p><p>mais pobres, como o Nordeste. Em 1959 foi criada a Superintendência do Desenvolvimento do</p><p>Nordeste (Sudene). Mediante a essa série de medidas, Kubitschek ficou famoso pelo slogan</p><p>“50 anos em 5.”</p><p>Assim, com base nos comentários, analisemos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. Os Estados Unidos foram um dos principais parceiros econômicos do Governo JK,</p><p>com a vinda de empresas automobilísticas americanas para o Brasil, e com o financiamento de</p><p>obras públicas eu torno desse tipo de transporte.</p><p>B) Incorreto. Juscelino nunca distribuição de terras. Ele criou estatais para combater a pobreza</p><p>e ajudar a desenvolver regiões mais pobres, como o Nordeste.</p><p>C) Correto. A região Nordeste sofria com altos índices de miséria, pobreza e desigualdades</p><p>sociais. Em vista isso, muitas famílias nordestinas migraram para São Paulo nessa época. Para</p><p>ajudar a região, então JK criou a SUDENE.</p><p>D) Incorreto. Não estava relacionado a nenhuma das metas do Plano de Governo do presidente.</p><p>E) Incorreto. Não ocorreu isso no governo Kubitschek.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>Na edição especial da revista Veja (2009), dedicada à Amazônia, informa-se que apenas 9,7%</p><p>dos domicílios na Região Norte são atendidos com rede de esgotos. No país, a média é de 51%</p><p>(...). Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia sobre a situação nutricional de</p><p>crianças em idade pré-escolar no Estado do Amazonas concluiu que 10% das crianças da capital</p><p>são desnutridas, no interior sobe para 23% e nas comunidades à margem do Rio Negro, onde</p><p>a quantidade de peixes é menor, chega a 35%.</p><p>(www.veja.abril.com.br.)</p><p>Os dados indicam</p><p>(A) que a condição nutricional das crianças é melhor nas cidades do interior.</p><p>(B) a ausência de conhecimentos estatísticos sobre os problemas específicos da região.</p><p>(C) que condições ambientais não afetam a situação alimentar da população.</p><p>(D) a falta de políticas para fazer frente às necessidades básicas da população.</p><p>(E) os resultados positivos da região, quando contrapostos ao conjunto do país.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>110</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Comentários:</p><p>A região Norte historicamente é marcada por um certo isolamento e descaso pelo</p><p>governo central brasileiro. Na época dos portugueses, essa foi uma das últimas regiões a serem</p><p>povoados (muito se deve ao espaço geográfico desfavorável, que era de mata fechada). No</p><p>tempo do Império, algumas revoltas se instauraram no território, chegando à Província do Grão-</p><p>Pará se declarar independente. E por último, no período republicano as crises causadas pelo</p><p>fim do Ciclo da Borracha causaram fome, miséria e pobreza das populações que se</p><p>estabeleceram lá. Os governos militares até tentaram desenvolver a região, porém a crise</p><p>econômica brasileira fez com que os investimentos fossem cortados.</p><p>Visto isso, nota-se que o problema evidenciado pelo texto tem muita influência política,</p><p>por causa dos baixos investimentos públicos as necessidades essenciais da população, como</p><p>tratamento de esgoto e combate à desnutrição infantil, como mencionado pelo autor. Então a</p><p>resposta correta é a letra (D), “Os dados indicam a falta de políticas para fazer frente às</p><p>necessidades básicas da população.”</p><p>Gabarito: D</p><p>(UEA - 2003)</p><p>“De acordo com a crença intelectual popularizada (...) por intelectuais nacionalistas,</p><p>principalmente os do ISEB, havia duas burguesias. Uma era entreguista, diretamente ligada</p><p>ao capital internacional, e a outra era nacionalista, oposta à ação de interesses estrangeiros”.</p><p>Assinale a alternativa correta a respeito da “aliança populista” na Era Vargas.</p><p>(A) A burguesia nacionalista sempre defendeu a nacionalização da economia brasileira,</p><p>embora aceitasse a participação do capital estrangeiro em setores estratégicos.</p><p>(B) A burguesia assumia a posição nacionalista apenas para poder construir os interesses</p><p>internacionais, numa época de intenso nacionalismo.</p><p>(C) Era chamada de entreguista aquele setor da burguesia brasileira que se preocupava com</p><p>o equilíbrio entre as economias regionais.</p><p>(D) A burguesia entreguista era assim chamada para caracterizar a sua adesão às políticas do</p><p>Estado apenas para beneficiar- -se das ações oficiais na economia.</p><p>(E) Os intelectuais do ISEB acreditavam numa burguesia interessada num desenvolvimento</p><p>nacional redistributivo, mas o interesse dela era, acima de tudo, o capital.</p><p>Comentários:</p><p>A Era Vargas ficou conhecida pelos historiadores como o período que se estendeu de</p><p>1930 a 1945. Esse foi um momento político de enormes efervescências políticas, reflexos das</p><p>agitações internas e externas que o país estava enfrentando. Nesse contexto, em 1930, uma</p><p>Revolução tirou do poder a elite cafeeira paulista, que dominou a política brasileiro ao longo</p><p>de toda a República Velha (1889-1930). Assim, Getúlio Vargas, um político militar em</p><p>ascensão, assumiu o cargo mais importante nessa tomada de poder, e ditou junto com seus</p><p>apoiadores do Movimento Tenentista e as oligarquias dissidentes, um governo provisório.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>111</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Esse governo durou pouco, e se caracterizou por uma série de negociações hábeis de</p><p>Getúlio com diversos setores da sociedade brasileira, o caracterizando como um pacificador</p><p>social. Ademais, ele iniciou um plano nacional de industrialização e substituição de</p><p>importação no Brasil. Além disso, pressionado pela elite paulista e pelas massas, criou uma</p><p>nova Constituição, que que tiveram como ganhos de direitos sociais e de liberdade política.</p><p>Porém influenciado pela época, Getúlio nesse tempo se tornou simpatizante de ideias</p><p>autoritários de cunho fascista, passando a perseguir grupos socialista, comunistas e</p><p>anarquistas, temendo uma nova Revolução. Nesse contexto, instaurou Ditadura, chamada de</p><p>“Estado Novo” (1937-1945).</p><p>Com isso, prosseguimos com as respostas:</p><p>A) Errada. Como exposto no texto, a burguesia nacional se caracterizava por dois polos</p><p>opostos. Um defendia o desenvolvimento nacional e o outro defendia o</p><p>desenvolvimento a partir de investimentos estrangeiros.</p><p>B) Errada. A burguesia nacionalista, justamente por haver dois grupos políticos,</p><p>defendia os interesses distintos e não somente de cunho internacionalista.</p><p>C) Errada. A burguesia entreguista estava preocupada com os interesses dos principais</p><p>polos econômicos do Brasil, não se</p><p>importando tanto com as economias regionais</p><p>espalhadas pelo país.</p><p>D) Errada. Os entreguistas eram assim chamados por defender políticas liberais, com o</p><p>intuito de fortalecer o capital e a diminuir a influência do Estado na participação</p><p>econômica, e não se apoiar nele.</p><p>E) Correta. A burguesia nacional desenvolvimentista se baseava no fortalecimento da</p><p>participação do Estado na economia, com fins de obter mais lucros para o país, mas</p><p>não necessariamente estavam preocupados com as liberdades civis e a democracia.</p><p>Então a resposta correta é a letra (E).</p><p>Gabarito: E</p><p>(UEA – 2010)</p><p>Observe a imagem.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>112</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O cartaz faz parte de uma intensa campanha publicitária desenvolvida pelo Serviço Especial de</p><p>Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), em 1943, com a finalidade de</p><p>aumentar a produção de látex no Brasil, para compensar a suspensão do fornecimento do</p><p>produto dos seringais do Oriente para os Estados Unidos da América.</p><p>O cartaz divulgado pelo SEMTA fornece uma imagem das condições de deslocamento e de</p><p>trabalho na Amazônia que foi</p><p>(A) usada pelo Congresso Nacional com o objetivo de propagar no exterior as condições de</p><p>vida do trabalhador rural brasileiro.</p><p>(B) desmentida pela vida difícil dos trabalhadores na floresta, sobretudo nordestinos, e pela alta</p><p>taxa de mortalidade de que foram vítimas.</p><p>(C) fundamental para a denúncia das péssimas condições de vida dos moradores das periferias</p><p>das grandes cidades.</p><p>(D) propagada pelos estados mais desenvolvidos do Brasil, que procuravam atrair trabalhadores</p><p>para as suas indústrias.</p><p>(E) desenhada com a finalidade de evitar o esvaziamento populacional das regiões litorâneas</p><p>do nordeste brasileiro.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>113</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O Governo brasileiro promoveu em 1943, por meio da SEMTA, uma enorme propaganda</p><p>publicitária para que brasileiros se deslocassem para o Norte, devido ao novo Ciclo da Borracha,</p><p>que se iniciou na região. Os motivos que levaram o Brasil a isso, foram o seu ingresso na</p><p>Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Visto essa decisão, as forças ocidentais</p><p>necessitavam do fornecimento da borracha, uma vez que a fonte norte-americana e inglesa,</p><p>que vinha da Ásia, não estava mais disponível no momento. Então o governo promoveu</p><p>Caravanas prometendo dinheiro e passagens de volta para suas terras quando o ciclo acabasse.</p><p>Assim, a maioria dos que foram, eram compostos por nordestinos. Porém, diferente do que foi</p><p>prometido, muitos desses trabalhadores não puderem voltar para suas casas, por dívidas com</p><p>os donos dos seringais, por trabalho em condições precárias ou mortes na floresta.</p><p>Evidenciando a farsa desse cartaz.</p><p>Portanto,</p><p>A) Incorreto. Não foi usado no exterior, e sim em território nacional.</p><p>B) Correto. A maioria dos que migraram para o Norte, não conseguiram voltar para suas casas</p><p>e morreram ou ficaram por lá.</p><p>C) Incorreto. Essa era uma propaganda feita pelo governo para recrutar novos aventureiros para</p><p>irem a Amazônia atrás de emprego e dinheiro.</p><p>D) Incorreto. Era uma propaganda feita pela União para atrair pessoas para a extração de látex</p><p>na Amazônia, e não para a indústria.</p><p>E) Incorreto. Não tem relação alguma como o intuito do cartaz.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UFRR 2017)</p><p>Quanto ao golpe de 1964 no Brasil, o qual deu início a uma ditadura civil-militar que durou 21</p><p>anos e em consonância com a Guerra Fria, pode-se dizer:</p><p>A) O golpe derrubou o presidente João Goulart (Jango), a partir de uma coalizão conservadora</p><p>composta por setores da igreja católica, imprensa corporativa e empresários, instituindo, a partir</p><p>daí, um período de cerceamento das liberdades civis e de opinião, com práticas de tortura e</p><p>desaparecimento dos críticos e opositores do regime;</p><p>B) Jango era membro do Partido Comunista do Brasil, tendo sido Ministro do Trabalho do</p><p>segundo governo Vargas;</p><p>C) Jango preocupava os conservadores porque condecorou o revolucionário cubano Ernesto Che</p><p>Guevara e procurou estreitar laços com a URSS;</p><p>D) Leonel Brizola, cunhado de Jango e político em ascensão, defendia a tese de renúncia patriótica</p><p>para evitar uma guerra civil no Brasil;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>114</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>E) Jarbas Passarinho, Ministro de Estado do Governo Costa e Silva, em relação ao Ato Institucional</p><p>Número Cinco, defendeu fortemente a democracia e se opôs àquela medida.</p><p>Comentários:</p><p>O Golpe de 1964 faz parte de um contexto internacional de polarização da Guerra Fria.</p><p>Nesse momento Estados Unidos e União Soviética disputavam a influência de seus regimes ao</p><p>redor do mundo. Nesse momento, o Brasil se alinhava mais politicamente com os americanos, e</p><p>visto as circunstâncias, a tomada de poder pelos militares era inevitável.</p><p>Sobre o golpe:</p><p>a) Correto. O Golpe dos militares é analisado por muitos estudiosos como o início de uma</p><p>Ditadura Civil-Militar, por causa da simpatia e apoio de parcela significativa da população</p><p>brasileira.</p><p>b) Incorreto. O presidente João Goulart fazia parte do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sendo</p><p>herdeiro político de Getúlio Vargas.</p><p>c) Incorreto. Quem condecorou Che Guevara foi o presidente Jânio Quadros, da PTN.</p><p>d) Incorreto. Brizola como um legítimo político constitucionalista defendeu Jango até a tomada</p><p>de poder pelos militares. Ele era favorável a uma guerra civil para garantir o que estava escrito</p><p>na Constituição.</p><p>e) Incorreto. Jarbas era um homem forte durante o Governo Costa e Silva e possuía ideias</p><p>totalmente contrárias a democracia. Os anos seguintes ao AI-5 foram considerados “Anos de</p><p>Chumbo”, em que mais se perseguiu e torturou pessoas no país.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UNITINS 2018)</p><p>O período conhecido como Era Vargas assinalou a história republicana e passou a representar</p><p>um contexto marcante na economia e na política brasileiras. Constitui-se como acontecimento</p><p>desse período:</p><p>a) realização da Semana de Arte Moderna, marca do movimento modernista, que buscava uma</p><p>nova identidade para a arte brasileira, principalmente nas artes plásticas e na literatura.</p><p>b) constituição da Coluna Prestes, formada pelas forças tenentistas de São Paulo e do Rio Grande</p><p>do Sul, que percorreram o país em busca de apoio popular contra o governo.</p><p>c) surgimento na sociedade de movimentos contra a miséria e a opressão: Revolta de Canudos,</p><p>Guerra do Contestado, Revolta da Vacina.</p><p>d) intervenção na economia com a fundação da Companhia Vale do Rio Doce e Companhia</p><p>Siderúrgica Nacional, empresas estatais no ramo de siderurgia e mineração.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>115</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>e) instituição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), que conferia ao presidente da república amplos</p><p>poderes para reprimir as oposições.</p><p>Comentários:</p><p>A “Era Vargas abrange um período de 15 anos de Getúlio Vargas na Presidência da</p><p>República. Ele ficou de 1930 a 1945 e muitas fatos históricos ocorreram nessa época, entre eles:</p><p>a) Incorreto. A Semana de Arte Moderna ocorreu 8 anos antes da “Era Vargas”.</p><p>b) Incorreto. Isso ocorreu ainda durante a República Velha, período em que as oligarquias paulista</p><p>e mineira mandavam no cenário político nacional.</p><p>c) Incorreto. Esses foram movimentos que surgiram no início da Primeira República, não no</p><p>Período Vargas.</p><p>d) Correto. Entre suas políticas econômicas, Vargas como um nacional-desenvolvimentista criou</p><p>estatais para alavancar a economia industrial que crescia no Brasil.</p><p>e) Incorreto. Os Atos Institucionais são características dos governos militares, durante a Ditadura</p><p>Militar (1964-1985).</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNITINS 2019)</p><p>“O Estado Novo foi implantado no estilo autoritário, sem grandes mobilizações. O movimento</p><p>popular e os comunistas tinham sido abatidos e não poderiam reagir; a classe dominante aceitava</p><p>o golpe como coisa inevitável e até benéfica. O Congresso dissolvido submeteu-se, a ponto de</p><p>oitenta de seus membros irem levar solidariedade a Getúlio, quando vários de seus colegas</p><p>estavam presos” (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Editora da Universidade de São</p><p>Paulo, 1995, p. 364-365).</p><p>Sobre o Estado Novo, é correto afirmar que</p><p>a) estimulou a participação da sociedade nas assembleias estaduais e câmaras municipais.</p><p>b) foi um golpe de estado que estabeleceu os governos militares no Brasil, entre as décadas de</p><p>1960 a 1980.</p><p>c) tornou o Congresso Nacional o espaço de maior vivência de cidadania pela sociedade brasileira.</p><p>d) garantiu aos meios de comunicação ampla liberdade de expressão, com a criação do</p><p>Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).</p><p>e) representou uma aliança da burocracia civil e militar e da burguesia industrial, com o objetivo</p><p>imediato de promover a industrialização brasileira sem grandes abalos sociais.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>116</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O Estado Novo foi um golpe orquestrado por Getúlio Vargas, em que uma falsa denuncia</p><p>de levante comunista, fez o presidente Vargas declarar estado de sítio e de guerra fechando o</p><p>Congresso Nacional e centralizando os poderes políticos em sua mão. Durante esse momento o</p><p>Brasil viveu uma ditadura que durou de 1937 até o final da Segunda Guerra Mundial em 1945.</p><p>Sobre esse período:</p><p>a) Incorreto. Durante essa época não houve a participação da sociedade civil.</p><p>b) Incorreto. Foi um golpe militar que colocou Getúlio Vargas no poder entre os anos de 1937 à</p><p>1945.</p><p>c) Incorreto. O Congresso Nacional durante esse período foi dissolvido e permaneceu fechado.</p><p>d) Incorreto. O DIP na realidade servia como um órgão regulador do Estado, em que tudo que</p><p>fosse contrário ao governo Vargas era censurado.</p><p>e) Correto. Aliados em torno do desenvolvimento nacional, burgueses, industriais e as elites</p><p>aceitaram o golpe imposto por Vargas em prol da “paz política” e do desenvolvimento do país.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UESB 2019)</p><p>O quadro A Gare, de Tarsila do Amaral (1886-1973), retrata o contexto das grandes</p><p>transformações que se processavam na sociedade brasileira, marcadas pela</p><p>01) urbanização ocorrida na Primeira República, fruto da migração em massa da zona rural para os</p><p>grandes centros urbanos, provocando a escassez de mão de obra e a crise da economia cafeeira.</p><p>02) industrialização ocorrida durante a década de 30, do século passado, a partir da política estatal</p><p>desenvolvida pelo presidente Getúlio Vargas, que buscou, através das ações governamentais,</p><p>desenvolver a indústria de base no país.</p><p>03) imigração estrangeira, principalmente a europeia, fugindo da Segunda Guerra Mundial, que</p><p>se constituíram nos primeiros operários dos setores de infraestrutura, controlados pelo capital</p><p>estrangeiro, no governo JK.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>117</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>04) descentralização industrial promovida pelas reformas de base implementadas pelo governo</p><p>João Goulart, que visou, com a reforma agrária e urbana, fixar o nordestino na sua região de</p><p>origem, evitando o desequilíbrio econômico regional.</p><p>05) ampliação da oferta de empregos, a partir do crescimento econômico promovido pelo</p><p>“milagre econômico” do regime militar, que aumentou o poder aquisitivo da classe trabalhadora.</p><p>Comentários:</p><p>A pintura da Modernista Tarsila do Amaral evidenciava o novo momento que chegava ao</p><p>país – o crescimento da indústria brasileira e do desenvolvimento urbano no país. Com base nisso,</p><p>a alternativa que melhor se encaixa nesse contexto é a:</p><p>01) Incorreto. O país durante a Primeira República ainda era considerado um país agrário e rural.</p><p>O cenário só foi se modificar a partir de 1930.</p><p>02) Correto. O país enfrentava uma enorme crise econômica proporcionada pela queda das</p><p>exportações de café do país e isso gerou como resposta, pelo governo Vargas um impulso para</p><p>as políticas de industrialização e desenvolvimento das empresas de base no país.</p><p>03) Incorreto. A imigração estrangeira não tem relação nenhuma com o quadro acima e ela ocorre</p><p>desde a segunda metade do século XIX. Além disso, os primeiros operários no Brasil surgem ainda</p><p>durante a Primeira República.</p><p>04) Incorreto. A imagem não representa a descentralização industrial nem a época do governo de</p><p>João Goulart.</p><p>05) Incorreto. O quadro não apresenta nenhuma relação com o regime militar e o aumento do</p><p>poder aquisitivo da classe trabalhadora.</p><p>Gabarito: 02</p><p>(UESB 2020)</p><p>País de industrialização retardatária, a partir dos anos de 1930 e, sobretudo, depois da Segunda</p><p>Guerra Mundial, teve um fabuloso crescimento econômico, consolidando seu setor industrial como</p><p>o eixo dinâmico da economia. Este vigor marca da política econômica brasileira depois de 1945.</p><p>Ancorado na utilização de seletivos e limitados recursos externos, o Brasil (e outros países</p><p>primário-exportadores) empreendeu um progressivo e gradual processo de industrialização. (PAÍS</p><p>DE, 2020).</p><p>Sobre o processo de industrialização, pode-se afirmar:</p><p>01) A industrialização no Brasil e na Europa foram historicamente tardias, complementando a</p><p>posição de dependência da colônia pela metrópole.</p><p>02) A monocultura de café trouxe imensos benefícios ao processo de industrialização, como</p><p>aberturas de estradas e rodovias, criação da Petrobrás e, principalmente, o desenvolvimento</p><p>industrial da Região Centro-Oeste.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>118</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>03) A descentralização industrial é uma característica do processo de industrialização brasileira,</p><p>em que há grandes polos industriais em todas as regiões, principalmente no Norte e Nordeste.</p><p>04) Juscelino Kubitschek, na execução do Plano de Metas, marcou o início do processo de</p><p>industrialização inteiramente ajustado aos interesses do capital internacional.</p><p>05) O Brasil é pioneiro em tecnologias, possuindo diversos Tecnopolos em seus territórios,</p><p>abrangendo, principalmente, tecnologia voltada para a agroindústria.</p><p>Comentários:</p><p>A década de 1930 no Brasil, início da Era Vargas durante o Governo Provisório, inaugurou</p><p>o modelo de Industrialização por substituição de importações. O Estado foi decisivo para</p><p>organizar e estimular o crescimento da indústria brasileira. O modelo era o nacional-</p><p>desenvolvimentismo, ou seja, desenvolver a indústria brasileira com recursos e matéria-prima</p><p>brasileiras e com capital brasileiro. Ou seja, criar uma verdadeira indústria genuinamente</p><p>nacional. Com isso, os nacionais-desenvolvimentista imaginavam que o Brasil transformar-se-ia</p><p>em uma potência autônoma e independente economicamente.</p><p>Diante do exposto, vejamos as alternativas:</p><p>01) Incorreto. A Industrialização na Europa se inicia na Inglaterra ainda no século XVIII, com a</p><p>Revolução Industrial. Essas características de industrialização tardia e dependente são</p><p>características das ex-colônias e não das nações europeias.</p><p>02) Incorreto. Essas características citadas acimas são do período posterior a Segunda Guerra</p><p>Mundial, em um momento que o café já não era o principal produto exportador brasileiro.</p><p>Durante o auge da monocultura cafeeira o país era agrário, com poucas rodovias e estradas, não</p><p>existia a Petrobras e a região Centro-Oeste era quase pouco habitada.</p><p>03) Incorreto. Pelo contrário, durante a expansão da Industria no Brasil o que ocorreu foi a</p><p>centralização industrial em torno da região Sudeste do país.</p><p>04) Correto. O processo de industrialização integrante ao Plano de Metas de JK atendia a uma</p><p>agenda</p><p>internacional de favorecimento as grandes multinacionais e desenvolvimento da indústria</p><p>automobilística.</p><p>05) Incorreto. O Brasil não é pioneiro em desenvolvimento tecnológico e não possuí tecnopolos</p><p>em todo o Território Nacional.</p><p>Gabarito: 04</p><p>(URCA 2020)</p><p>“Em 1938, Getúlio Vargas lançou a campanha “Marcha para o Oeste”, projeto de</p><p>colonização das terras do norte e do oeste do país, objetivando identificar as fronteiras territoriais</p><p>com as políticas, a fim de fortalecer a “unidade da nação”. Na verdade, o “discurso romântico”</p><p>construído em torno da “Marcha” pretendia legitimar o programa de desenvolvimento proposto</p><p>pelo Estado Novo”. (BARBOZA, Edson Holanda Lima. Entre narrativas, usos e abusos: Migrações</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>119</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>cearenses para a Amazônia (1877-1945). IN: Capítulos de História Social dos Sertões. CÂNDIDO,</p><p>Tyrone Apollo Pontes e NEVES, Frederico de Castro. (Orgs.) Fortaleza. Plebeu Gabinete de Leitura</p><p>Editatorial, 2017. p.147).</p><p>Sobre a Era Vargas é coerente:</p><p>A) Durante a primeira metade do século XX a Amazônia se apresentava como terra de</p><p>prosperidade e de fartura levando algumas pessoas de regiões pobres e secas do país a irem ao</p><p>seu encontro em busca de melhores condições de vida. Esse êxodo foi estimulado no governo</p><p>Vargas.</p><p>B) O governo Vargas se iniciou em 1930 através de eleição indireta garantindo a permanência da</p><p>Velha República ou República café-com-leite.</p><p>C) Após o fim do Estado Novo, Vargas retorna ao poder em 1946, promulgando uma nova</p><p>Constituição que tinha como característica alguns temas basilares como: democracia, direito de</p><p>voto, direito trabalhista, mandatos eletivos e direitos dos cidadãos.</p><p>D) Contrário à classe trabalhadora, Vargas se destacou por perseguir e aprisionar operários e se</p><p>negar a aumentar o salário-mínimo.</p><p>E) Em meio às denúncias de corrupção, crise política e falta de apoio na mídia brasileira, Vargas</p><p>foi assassinado em agosto de 1954.</p><p>Comentários:</p><p>A Era Vargas teve três fases e durou de 1930 até 1945. A primeira delas foi o Governo</p><p>Provisório que durou de 1930 à 1934. A segunda fase foi o Governo Constitucional que se</p><p>estendeu de 1934 à 1937. Por último, o Estado Novo que ficou de 1937 até 1945. Sobre o</p><p>período Vargas vejamos as alternativas:</p><p>a) Correto. Nessa época, o país vivia o auge da Segunda Guerra Mundial e o Brasil vendia</p><p>enormes quantidades de borracha para os seus parceiros políticos, os Aliados, fazendo a região</p><p>reviver os tempos do Ciclo da Borracha do final do século XIX e começo do século XX.</p><p>b) Incorreto. Vargas era opositor as elites oligárquicas da República do Café-com-Leite e foi um</p><p>dos principais líderes na Revolução de 30.</p><p>c) Incorreto. Após final do Estado Novo quem assume a presidência do Brasil por meio de</p><p>eleições diretas foi o ex-ministro da Guerra do Estado Novo, o militar Eurico Gaspar Dutra, aliás</p><p>apoiado por Vargas.</p><p>d) Incorreto. Durante seu governo, Vargas se aproximou da classe trabalhadora e tem como</p><p>marca do seu governo criar os direitos trabalhistas e o salário-mínimo. Seu período foi um</p><p>momento de um intenso crescimento da indústria brasileira.</p><p>e) Incorreto. As justificativas que levaram a sua morte estão corretas, porém a causa foi o suicídio</p><p>e não um assassinato.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>120</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Gabarito: A</p><p>(URCA 2020)</p><p>“7 de outubro de 1934: nesse dia, a Ação Integralista Brasileira (AIB) decidiu comemorar na praça</p><p>da Sé, centro da cidade de São Paulo, seu segundo aniversário de fundação. O evento nem chegou</p><p>a acontecer, pois uma intensa troca de tiros entre integralistas, antifascistas e policiais da Força</p><p>Pública paulista dispersou rapidamente os militantes da AIB, vindos de várias cidades do interior</p><p>do estado e São Paulo e de estados vizinhos. O saldo do confronto foi de cerca de dez vítimas,</p><p>entre mortos e feridos.” (CASTRO, Ricardo Figueiredo de. “A Frente Única Antifascista (1933-34).</p><p>IN: REIS, Daniel Aarão e FERREIRA, Jorge. As esquerdas no Brasil (vol. 1) – A formação das</p><p>tradições (1989-1945). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 431).</p><p>O acontecimento acima refere-se a um importante movimento organizado no Brasil, durante o</p><p>governo de Getúlio Vargas. Sobre este período, assinale a alternativa correta:</p><p>A) A AIB fazia parte de um movimento mais amplo antifascista, conhecido como Frente Única</p><p>Antifascista (FUA), criada em 1933 pelas esquerdas brasileiras da época;</p><p>B) A AIB fazia parte de uma estratégia dos comunistas mais moderados de São Paulo e Rio de</p><p>Janeiro aliados à Internacional Comunista (Comintern), tendo como estratégia o refluxo</p><p>revolucionário e a luta contra o fascismo;</p><p>C) A AIB tinha como principal liderança Luís Carlos Prestes e foi a principal base de apoio ao</p><p>governo de Getúlio Vargas entre os anos de 1930 e 1935;</p><p>D) A AIB, embora tenha atuado por um período de apenas seis anos, foi a mais importante</p><p>organização fascista na história do Brasil até o presente momento, com expressão nacional e tendo</p><p>atuado no executivo e legislativo de diversas cidades, estado e distrito federal;</p><p>E) A AIB era inspirada nas frentes populares que surgiram na Europa, defendia proposta</p><p>antiimperialistas, a reforma agrária e as liberdades políticas, congregava socialistas e liberais</p><p>desiludidos com a “Revolução de 1930”.</p><p>Comentários:</p><p>Nesse momento o Brasil passava por inúmeras manifestações políticas, inclusive de</p><p>espectros políticos diferentes, como os movimentos da Ação Integralista Brasileira (AIB) e da</p><p>Aliança Nacional Libertadora (ANL). A primeira reivindicava o caráter democrático da constituição</p><p>de 1934 e era de origem fascista e a segunda tinha um viés antifascista e era contrário as medidas</p><p>autoritárias promovidas pelo governo Vargas.</p><p>Sobre o segundo movimento, vejamos a afirmação correta</p><p>a) Incorreto. Ao contrário do que a alternativa afirma, a AIB era um movimento de cunho</p><p>conservador e com tendências fascistas ligado a partidos e políticos considerados de direita.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>121</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>b) Incorreto. A AIB não tinha qualquer simpatia ou ligação com o Partido Comunista Brasileiro</p><p>(PCB) e suas lideranças.</p><p>c) Incorreto. Luís Carlos Preste era um dos principais líderes do PCB e foi forte opositor ao governo</p><p>militarizado de Getúlio Vargas.</p><p>d) Correto. A Ação Integralista Brasileira tinha ligação com os movimentos Nazifascistas na Europa,</p><p>e por certo breve momento simpatizavam com a figura de Getúlio na presidência do Brasil.</p><p>e) Incorreto. A AIB não era a favor da reforma agrária, nem das liberdades políticas. Os liberais e</p><p>socialistas não compactuavam com esse movimento de extrema-direita.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNEB 2017)</p><p>A luta pela ampliação da participação política popular pode ser identificada na adoção, pela</p><p>Constituição de</p><p>01) 1824, da eleição em dois turnos, aumentando a disputa eleitoral entre os diversos partidos</p><p>políticos.</p><p>02) 1891, do sufrágio universal e secreto, coibindo a fraude nas eleições e no processo legislativo.</p><p>03) 1934, do voto feminino, possibilitando a participação política da mulher em determinadas</p><p>condições.</p><p>04) 1937, da eleição direta para os poderes executivo e legislativo, nos três níveis, municipal,</p><p>estadual e federal.</p><p>05) 1945, do voto do analfabeto, como o objetivo da política populista em ampliar sua base de</p><p>apoio na sociedade</p><p>Comentários:</p><p>A História da Constituição Brasileira é marcada por inúmeras fases, em que cada uma delas</p><p>ficou marcada por avanços graduais e lentos nas pautas progressistas. Sobre a participação política</p><p>popular nas eleições e a constituição:</p><p>01) Incorreto. A Constituição de 1824 instituía direitos restritos ao voto para</p><p>o Parlamento</p><p>brasileiro. Somente a elite acabava podendo se eleger e concorrer para cargos da Província. Só</p><p>poderiam votar homens acima de 25 anos de idade com renda de 100 mil réis e alfabetizados.</p><p>Para se candidatarem a cargos de deputado e senador era necessário uma renda de 400 mil réis.</p><p>02) Incorreto. O sufrágio universal só foi conquistado a partir da Constituição de 1988.</p><p>03) Correto. A Constituição proposta por Getúlio Vargas em 1934 foi a primeira a permitir o voto</p><p>feminino, mesmo que com restrições, como a mulher tendo que ter a permissão de seus maridos,</p><p>ou sendo viúva com uma renda própria.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>122</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>04) Incorreto. Não houve eleições para o executivo e o legislativo nos três níveis. Foram nomeados</p><p>interventores nos Estados e municípios. Já as Casas Legislativas foram fechadas.</p><p>05) Incorreto. O voto para analfabetos só foi concedido a partir da Constituição Cidadã, de 1988.</p><p>Gabarito: 03</p><p>(UNEB 2017)</p><p>A concentração de renda, no Brasil, contribuiu para a eclosão de diversos movimentos</p><p>sociais e de lutas políticas, identificando-se a defesa pela implantação da reforma agrária</p><p>01) na Inconfidência Mineira.</p><p>02) na Revolução Farroupilha.</p><p>03) no Plano de Metas.</p><p>04) na Intentona Integralista.</p><p>05) nas Reformas de Base.</p><p>Comentários:</p><p>A Reforma Agrária é uma das reinvindicações mais antigas do povo brasileiro. Desde a</p><p>época do período colonial, as grandes concentrações de terras nas mãos dos grandes</p><p>latifundiários despertava revolta entre as massas populares. Porém, o país nunca conseguiu</p><p>promover uma reforma agrária na sua História.</p><p>Visto isso, um dos momentos que chegamos mais próximos disso ocorrer foi:</p><p>01) Incorreto. A Inconfidência Mineira tinha como principal foco a independência do Brasil.</p><p>02) Incorreto. A Revolução Farroupilha possuía com objetivo a separação do Rio Grande do Sul</p><p>do Império brasileiro.</p><p>03) Incorreto. O Plano de Metas promovido por JK nada se relacionam com a proposta de uma</p><p>reforma agrária. O político mineiro tinha entre seus apoiadores muitos ruralistas e isso</p><p>descontentaria seu principal público.</p><p>04) Incorreto. A Intentona Integralista tinha como seus principais apoiadores grandes</p><p>latifundiários contrários à reforma agrária.</p><p>05) Correto. A proposta de uma reforma agrária no Brasil foi um tema defendido pelo presidente</p><p>João Goulart em meio a uma crise política e econômica que o Brasil vinha atravessando no</p><p>começo de 1964.</p><p>Gabarito: 05</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>“A Revolução de 1930 inaugurou um novo período da história brasileira, marcado pela forte</p><p>centralização do poder político em torno do governo federal. A política de industrialização e de</p><p>integração do mercado interno, iniciada por Getúlio Vargas, derrubou as restrições impostas pelos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>123</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>estados e municípios à circulação de mercadorias. Os estados perderam a autonomia legislativa</p><p>sobre seu comércio exterior. Nesse contexto, o conhecimento estatístico do território e da</p><p>população se transformou em prioridade nacional. Para traçar os rumos do desenvolvimento</p><p>brasileiro, o governo precisava conhecer o Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística</p><p>(IBGE) foi criado em 1937, com a finalidade de subsidiar a ação planejadora do Estado sobre o</p><p>território brasileiro. Desde o início, a realização dos censos demográficos e econômicos e o</p><p>mapeamento sistemático do país estiveram entre as suas principais atribuições. O IBGE</p><p>apresentou a primeira regionalização oficial do território nacional em 1942, com o intuito de</p><p>organizar a divulgação de dados estatísticos e sistematizar as propostas de divisão regional já</p><p>existentes antes de sua criação. Nessa primeira divisão do Brasil, foram delimitadas as regiões</p><p>Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro Oeste”. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2017.</p><p>Sobre o tema abordado no excerto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) As regiões naturais não serviram de base para a regionalização do Brasil, devido às grandes</p><p>disparidades sociais no território brasileiro.</p><p>(B) A região, conceito fundamental da geografia, é definida pelo poder, já que as regiões são</p><p>formadas fundamentalmente a partir de relações de poder de determinado agente.</p><p>(C) A atual regionalização do Brasil proposta pelo IBGE tem como critério principal o “meio</p><p>técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras</p><p>desiguais e distintas pelo território brasileiro.</p><p>(D) Até 1967, a divisão do IBGE não se limitava às fronteiras entre os Estados, pois se baseava no</p><p>processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os</p><p>efeitos da industrialização.</p><p>(E) A atual divisão em macrorregiões do IBGE tem finalidades estatísticas e didáticas, mas é muito</p><p>genérica para as necessidades de planejamento, tanto de políticas públicas quanto de localização</p><p>de atividades econômicas.</p><p>Comentários:</p><p>O texto aborda a Revolução de 30 e o Governo Vargas. Nesse momento, inúmeros avanços</p><p>foram promovidos em relação ao período anterior. Entre eles está a criação do Instituto Brasileiro</p><p>de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre esse órgão, ele foi fundamental para que Vargas pudesse</p><p>promover suas políticas públicas nacionais-desenvolvimentistas. Entre as suas principais</p><p>atribuições está a regionalização do território nacional, feito em 1942 como mostra o texto.</p><p>Sobre isso, olhemos as alternativas:</p><p>a) Incorreto. Essa divisão em um primeiro momento foi importante para entender os traços</p><p>culturais e regionais do povo brasileiro e suas demandas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>124</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>b) Incorreto. Existem vários tipos de região, desde a natural, política, econômica, entre muitos</p><p>outros. A sua concepção mais simples se caracteriza pelo que lhe é mais marcante daquele</p><p>espaço.</p><p>c) Incorreto. A atual regionalização do IBGE tem como principais critérios atender a diversidade</p><p>natural, cultural, econômica, social e política coexistentes no Território Nacional.</p><p>d) Incorreto. Pelo contrário, a divisão baseava-se principalmente nas fronteiros entre os Estados</p><p>brasileiros.</p><p>e) Correto. Essa atual divisão existe desde 1970, criada durante os Governos Militares e até hoje</p><p>não foi atualizada.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>Censura, liberdade de expressão, poder e influência da mídia. São várias as expressões usadas</p><p>quando o assunto é regulação da mídia. O tema, que já foi alvo de debates e criação de leis, ainda</p><p>é polêmico no Brasil.</p><p>Em relação à História da Imprensa no Brasil, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A liberdade de imprensa imperou em todos os períodos da história brasileira.</p><p>(B) O período de 1964 a 1985 é considerado um período de ouro da imprensa brasileira, tendo</p><p>ela total liberdade para estabelecer suas críticas e fazer suas análises sem nenhuma intervenção</p><p>estatal.</p><p>(C) A história da imprensa no Brasil se inicia com o nascimento do rádio, em 1922.</p><p>(D) A chegada da televisão no Brasil, na década de 1950, fez com que a imprensa impressa</p><p>perdesse significativo espaço.</p><p>(E) No governo de Getúlio Vargas no Brasil, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda</p><p>– DIP – em 1939, que, no decorrer do Estado Novo, tornou-se o órgão coercitivo máximo da</p><p>liberdade de pensamento e expressão.</p><p>Comentários:</p><p>a) Incorreto. A liberdade de impressa no Brasil só se tornou mais forte após a Proclamação da</p><p>República, principalmente ao fim da Ditadura Militar, com a instauração da Constituição de 1988</p><p>e o início da Nova República.</p><p>b) Incorreto. Esse momento foi atravessado com enorme censura dos meios de comunicação e</p><p>perseguições a opositores do Regime</p><p>Militar.</p><p>c) Incorreto. A história da imprensa no Brasil se inicia em 1808 quando a Coroa Portuguesa vem</p><p>ao país e cria a Imprensa Régia (atualmente chamada Imprensa Nacional).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>125</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>d) Incorreto. A imprensa impressa só perdeu espaço a partir do século XXI com a chegada da</p><p>internet e da Revolução Tecnológica.</p><p>e) Correto. Esse órgão funcionava como uma Instituição repressora, que censurava todo tipo de</p><p>informação que fosse desfavorável ao governo Vargas em jornais e rádios.</p><p>Gabarito: E</p><p>8. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. As vezes</p><p>compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar quem veio para vencer!!! Nem sei de onde ela</p><p>tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. Compartilho com vocês, pois tenho certeza</p><p>que nesse momento vocês estão dando seu melhor!</p><p>E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de</p><p>adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza</p><p>infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2</p><p>Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas</p><p>com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Nós estamos JUNTOS nesse caminho!!! Contem</p><p>comigo, meus querida e querido alunos.</p><p>Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas com esmero. E</p><p>não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais</p><p>conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!</p><p>Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar</p><p>na sua preparação.</p><p>Um grande abraço estratégico,</p><p>Alê Lopes</p><p>Quando um poder tende a se sobrepor ao outro, inicia-se um período autoritário.</p><p>E como estava a disputa política nesse período do Governo Constitucional?</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>11</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>De um lado, o Estado, controlado por Vargas, começou a intervir na vida econômica e na</p><p>vida política. Do outro, grupos políticos de diferentes orientações ideológicas começaram a tomar</p><p>atitudes mais radicais, uma luta entre os próprios grupos e dos grupos contra o Governo.</p><p>Dentre esses grupos radicais, destaco a Ação Integralista Brasileira (AIB). Esse grupo,</p><p>formando em 1932 e de orientação fascista, não concordava com a implementação de um sistema</p><p>democrático. Por isso, os membros da AIB foram contrários à Constituição de 1934 e organizaram</p><p>uma espécie de governo paralelo com milícias armadas. Seu principal líder foi Plínio Salgado.</p><p>Da mesma forma, os assim conhecidos integralistas combatiam as ideias anarquistas,</p><p>socialistas e comunistas do movimento dos trabalhadores, pois não concordavam com uma</p><p>sociedade mais igualitária.</p><p>Outra característica dos integralistas era o nacionalismo. Porém, não o nacionalismo de um</p><p>país para todos, mas para uma elite branca. A AIB defendia uma sociedade hierarquizada baseada</p><p>na estrutura social discriminatória na qual nem a população de imigrantes que vivia no Brasil</p><p>(italianos, portugueses e espanhóis), nem os negros, teriam espaço no topo da sociedade. A AIB</p><p>tinha um discurso forte contra os judeus. Esse tipo de pensamento tem origem nas ideias fascistas.</p><p>Apesar de a AIB fazer críticas ao Governo Vargas, este via o movimento com bons olhos,</p><p>pois a proposta dos integralistas de disciplinar a sociedade e estabelecer uma hierarquia social</p><p>agradava a Getúlio.</p><p>Em oposição ao movimento integralista e ao Governo Vargas, em 1935, foi organizada a</p><p>Aliança Nacional Libertadora (ANL). Essa aliança combatia as ideias fascistas e o crescente</p><p>autoritarismo de Vargas. Um de seus líderes era Luís Carlos Prestes. A ANL era formada por</p><p>pessoas de diversas camadas da sociedade brasileira. Essa frente defendia o seguinte programa</p><p>de mudanças para o país:</p><p>Suspensão do pagamento da dívida externa e cancelamento unilateral pelo Brasil</p><p>junto aos credores internacionais;</p><p>Nacionalização de empresas estrangeiras;</p><p>Combate ao fascino da AIB;</p><p>Defesa das liberdades individuais e da liberdade religiosa;</p><p>Reforma agrária com garantia de manutenção das pequenas e médias propriedades;</p><p>Combate ao racismo e ao fascismo.5</p><p>Como parte dos militares que participavam do movimento tenentista aderiu à Aliança</p><p>Nacional Libertadora, o movimento começou a ganhar ações armadas. Além disso, a ANL acusava</p><p>Vargas de se unir aos integralistas da AIB para inviabilizar a Constituição de 1934 e caminhar para</p><p>um governo autoritário.</p><p>Com bastante penetração nas forças armadas e com comícios em praças e ruas que</p><p>arrastavam multidões, o Governo Vargas começou a temer o crescimento da ANL. Um dos</p><p>5 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras. 2018,</p><p>p. 369.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>12</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>temores de Vargas era de que os comunistas presentes na ANL assumissem o controle dessa</p><p>aliança e começassem a organizar outra Revolução no país.</p><p>Diante desse contexto tenso nas ruas e nos quartéis, o Governo Vargas decretou a</p><p>ilegalidade da ANL e proibiu suas ações. Ou seja, promoveu a censura, algo contrário ao que a</p><p>Constituição de 1934 determinou.</p><p>Em 1935, alguns membros da ANL, sobretudo, os ligados ao Partido Comunista, por sua</p><p>vez, organizaram um levante armado com o objetivo de iniciar mais uma revolução no país. Porém,</p><p>diferente da Revolução de 1930, que contava com setores da elite, o movimento da ANL era mais</p><p>popular. Por isso, a imprensa e o Governo denominaram essa tentativa insurrecional de Intentona</p><p>Comunista.</p><p>A partir dessa ação da ANL, Vargas encontrou uma justificativa para iniciar uma perseguição</p><p>a líderes sindicais, organizações socialistas e comunistas, a quaisquer cidadãos mais críticos. Em</p><p>meio a essas perseguições até o escritor brasileiro Graciliano Ramos também foi preso.</p><p>Era tanta gente presa que as prisões ficaram lotadas e foi preciso colocar os presos políticos</p><p>em navios e em duas Ilhas: um presídio na Ilha Grande (RJ) e outro em Fernando de Noronha (PE).</p><p>Foi nesse momento que Olga Benário, judia e comunista, esposa de Luís Carlos Prestes, foi</p><p>deportada grávida para a Alemanha de Hitler, entregue ao Governo Nazista e morta em uma</p><p>câmara de gás nos campos de concentração.</p><p>Aliás, para quem quiser estudar se divertindo recomendo o filme brasileiro</p><p>Olga. É uma forma interessante de memorizar o cenário de conflitos da</p><p>época.</p><p>Vargas iniciou uma guinada autoritária para controlar o Poder Legislativo, os parlamentares.</p><p>Assim, em 1937, Vargas articulou para que o Congresso aprovasse a decretação do estado de sítio</p><p>(restrições a direitos, como liberdade de reunião e de protestos de rua) e, em seguida, a</p><p>decretação do estado de guerra (foi a ampliação do estado de sítio e a realização de operações</p><p>de guerra em diferentes partes do país).</p><p>O estado de guerra, segundo as leis da época, só poderia ter existido se o Brasil estivesse</p><p>em guerra contra outro país. Mas Vargas não se importou com esse “detalhe”, declarou estado</p><p>de guerra, mesmo sem haver guerra. Tudo isso para obter supremo controle das forças policiais</p><p>e, assim, se impor sobre os demais poderes da República.</p><p>Em decorrência das medidas de Vargas, o Poder Legislativo perdeu autonomia e as forças</p><p>policiais ampliaram seus poderes. Duas instituições foram criadas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>13</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>O Tribunal de Segurança Nacional;</p><p>A Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo.</p><p>Apesar do clima de repressão política instaurado pelo Governo Vargas, o ano de 1937</p><p>contou com eleições para Presidente da República. Mas, lembre-se: Vargas estava impedido de</p><p>se reeleger por conta da proibição determinada na Constituição de 1934.</p><p>Dois candidatos de maior destaque estavam na liderança: o paulista Armando de Salles</p><p>Oliveira, do Partido Democrático (contrário ao autoritarismo de Vargas), e o paraibano Jose</p><p>Américo de Almeida. Mas Vargas tinha pretensões de continuar no poder e a isso foi somado o</p><p>interesse da alta cúpula do Exército em manter um regime autoritário no Brasil ao invés de um</p><p>ambiente democrático.</p><p>Não se esqueça que, nesse momento, o mundo estava bastante influenciado por ideais</p><p>autoritários vindos da Europa conforme os regimes políticos ditatoriais de Adolf Hitler</p><p>na Alemanha e Mussolini na Itália. Esses líderes inspiraram muitos governantes na</p><p>América Latina. Grande parte desses ideais autoritários eram antidemocráticos,</p><p>antiliberais e anticomunistas. Isso porque, um ambiente democrático, sem censura e com</p><p>liberdade de expressão, permite que ideias liberais e socialistas possam ser propagadas.</p><p>Os militares, então, queriam um Governo de “mão forte” e ditatorial para acabar com as</p><p>tensões políticas da época. Mas não era só o ambiente democrático que os militares queriam</p><p>evitar, eles também queriam se preparar para uma possível 2ª Guerra Mundial que estava próxima</p><p>de ser deflagrada. Para tanto, a aposta dos militares era no desenvolvimento na industrial pesada</p><p>de mecânica, siderurgia e química. Essa possibilidade seria mais fácil de ser aplicada com Vargas</p><p>no poder.</p><p>Vargas, que precisava do apoio dos militares para se manter no poder, apoiou o programa</p><p>econômico proposto pelo exército e, com isso, surgiu o “modelo de desenvolvimento industrial”</p><p>patrocinado pelo Estado. Contudo, faltava uma justificativa para Vargas e os militares darem um</p><p>Golpe</p><p>e impedirem que as eleições para Presidente da República continuassem.</p><p>Isso aconteceu em setembro de 1937. O Governo Vargas divulgou a existência de um plano</p><p>comunista para tomar o poder no Brasil. Mas o plano era falso, foi uma invenção escrita por um</p><p>oficial do Exército que também era membro da organização integralista, a AIB. Esse plano ficou</p><p>conhecido como Plano Cohen.</p><p>Essa notícia – uma espécie de “fake news” da época- gerou um pânico nos meios de</p><p>comunicação e na sociedade. Com essa histeria social causada pela história do Plano Cohen, a</p><p>suposta ação comunista que iria tomar o Brasil, Vargas fez o seguinte em 10 de novembro de</p><p>1937:</p><p>✓ Fechou o Congresso;</p><p>✓ Extinguiu os Partidos;</p><p>✓ Suspendeu as eleições Presidenciais;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>14</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>✓ Suspendeu a Constituição de 1934 e, no lugar instituiu outra, conhecida como</p><p>Constituição Polaca (sem direitos democráticos e sem limites para o poder do Chefe</p><p>do Governo). Suspensão suspenção.</p><p>Com isso, inicia-se o período da Era Vargas conhecido como Estado Novo</p><p>1.3 - O ESTADO NOVO (1937-1945)</p><p>Diante dessas medidas, foi fácil para Getúlio Vargas substituir a Constituição Liberal e</p><p>Democrática de 1934 por outra mais autoritária de expressão claramente fascista, conhecida como</p><p>Constituição Polaca. Um exemplo disso foi a concentração dos poderes nas mãos do poder</p><p>executivo liderado por Vargas. Lembra que, mais acima, eu expliquei que os Poderes Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário, em geral, são independentes um do outro? Pois é, olha o que determinou</p><p>a tal Constituição Polaca:</p><p>• Extinção do Poder Legislativo;</p><p>• Subordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo;</p><p>• Indicação dos Governadores pelo Presidente</p><p>Até mesmo os integralistas, que apoiaram o Golpe de Vargas, se levantaram contra o</p><p>Estado Novo no que ficou conhecido com a Intentona Integralista. Mas foram derrotados e seu</p><p>líder, Plínio Salgado, foi expulso do país (exilado). Ou seja, Vargas havia conseguido derrotar,</p><p>praticamente, todos aqueles que, de alguma maneira, o criticavam – ainda que tivessem sido seus</p><p>aliados recentes.</p><p>Agora, com tantas medidas ditatoriais, Vargas precisava construir uma base de apoio</p><p>rapidamente, pois, do contrário, voltaria a ter oposição. Adivinha com qual setor da sociedade</p><p>essa base de apoio foi construída, querido aluno e querida aluna?</p><p>Os trabalhadores urbanos, sobretudo, os operários das fábricas!</p><p>Desde a década de 1920, os trabalhadores vinham fazendo greves e protestos para</p><p>reivindicar leis trabalhistas. Vargas, em suas campanhas, sempre acenou a possibilidade de</p><p>atender aos anseios dos trabalhadores.</p><p>Pois bem, caro e cara, de forma muito habilidosa Vargas começou a atender as</p><p>reivindicações dos trabalhadores urbanos e, com isso, iniciou a organização do que conhecemos</p><p>com “leis trabalhistas”. Algumas delas já existiam anteriormente, como a lei da jornada de trabalho</p><p>de 8 horas, a proibição do trabalho infantil, entre outras.</p><p>Como os trabalhadores urbanos eram uma força social em crescimento, afinal, a</p><p>industrialização estava crescendo, a ditadura varguista precisa controlá-los ao mesmo tempo em</p><p>que os encantava com concessões. Além das leis trabalhistas, o Estado Novo iniciou uma série de</p><p>ações para “valorizar” os operários:</p><p>• Negociações com os representantes sindicais;</p><p>• Financiamento dos sindicatos;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>15</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>• Campanha em rádios e com cartazes nas ruas para enaltecer os trabalhadores.</p><p>• Criação da festa do dia 1º. De Maio – Dia do Trabalhador!</p><p>Segundo a historiadora Angela de Castro Gomes, tratou-se de uma iniciativa de “controle”</p><p>dos trabalhadores6. Esse controle também podia ser conferido no fato de Vargas atrelar os</p><p>sindicatos ao Estado, isto é, para os sindicatos existirem eles precisavam de uma autorização</p><p>estatal.</p><p>Para consolidar seu poder, Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)</p><p>com o objetivo de iniciar uma verdadeira campanha de propaganda e marketing para enaltecer</p><p>seu Governo e, principalmente, sua própria pessoa transformando Vargas em um líder popular e</p><p>carismático. As atividades do DIP incluíam:</p><p>• Controlar os meios de comunicação de massa. Na época o principal veículo de</p><p>comunicação era o RADIO. Vargas criou o programa A Voz do Brasil;</p><p>• Censurar as matérias jornalísticas e livros que circulavam pelo país;</p><p>• Promover eventos culturais e comícios para fortalecer a figura de Vargas.</p><p>Além das atividades do DIP, Vargas iniciou uma série de medidas no campo da educação a</p><p>fim de criar um ensino nacionalista e baseado no culto ao líder. Veja como era feita propaganda</p><p>junto às crianças.</p><p>“Vargas seria veiculado junto aos</p><p>jovens e às crianças como um ser</p><p>superior – estratégia usada pelas</p><p>políticas de culto à personalidade.</p><p>Por isso mesmo, foi durante o Estado</p><p>Novo que se construiu</p><p>definitivamente o mito Vargas, fruto</p><p>do carisma do presidente, mas</p><p>também da eficiente máquina de</p><p>propaganda existente.”7</p><p>6 GOMES, Angela de Castro. Liberdade não é de graça. Entrevista à Revista História da Biblioteca</p><p>Nacional. 1º de mar/2007.</p><p>7 D'ARAUJO, Maria Celina. O Estado Novo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000, p. 36.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>16</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Todo esse fortalecimento do poder de Estado, da liderança</p><p>pessoal e carismática de Getúlio Vargas e, principalmente, a relação</p><p>direta que ele estabeleceu com os trabalhadores urbanos passou a</p><p>ser denominado de Populismo. Para visualizar a ideia do que foi o</p><p>populismo varguista, veja as imagens abaixo de Vargas no 1º de</p><p>Maio, dia do Trabalho.</p><p>Durante o Estado Novo, Vargas fazia discursos nos feriados do Dia do Trabalho anunciando</p><p>novas concessões (direitos) aos trabalhadores do Brasil.</p><p>Dentre as principais medidas da política trabalhista de Vargas, destaco:</p><p>Instituição do Salário Mínimo;</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).</p><p>Aproveito esse momento, em que fica evidente a exaltação da figura de Getúlio Vargas, para</p><p>explicar o seguinte: foi a partir da construção da liderança de Vargas que surgiu a figura do líder</p><p>nacional como “mito político”. Guarde isso pois essa noção é recorrente na história política do</p><p>Brasil.</p><p>No que diz respeito à intervenção do Estado na economia, Vargas iniciou um processo de</p><p>planejamento e coordenação da economia, fortalecendo o a industrialização por substituição de</p><p>importações somada a estatização do setor da indústria de base ou indústria pesada.</p><p>Assim, havia uma complementariedade entre o Estado e a iniciativa privada, com o estado</p><p>dirigindo, coordenando e determinando o desenrolar do desenvolvimento. Vargas criou diversas</p><p>empresas estatais, principalmente no setor da indústria pesada, como queriam os militares. Por</p><p>isso, podemos dizer que o Estado Novo fomentou o desenvolvimento da economia brasileira.</p><p>Alguns exemplos de empresas estatais criadas entre 1937 e 1945:</p><p>• Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), criada em 1940;</p><p>• Companhia Vale do Rio Doce, criada em 1942;</p><p>• Fábrica Nacional de Motores, criada em 1943;</p><p>• Fábrica Nacional de Álcalis, criada em 1943;</p><p>• Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco, criada em 1945.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>17</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>A economia nacional foi estimulada pela 2ª Guerra Mundial (início em 1939) porque o preço</p><p>dos produtos agrícolas de exportação aumentou, fato que levou o país a fazer caixa positivo. Com</p><p>dinheiro em caixa, a economia interna foi fortalecida e o Brasil conseguiu consolidar o</p><p>desenvolvimento industrial. Muitos historiadores fazem a seguinte síntese do período</p><p>do Estado Novo, dentro</p><p>da Era Vargas:</p><p>A industrialização brasileira ocorreu por meio de um regime autoritário de modo que</p><p>a Era Vargas pode ser caracterizada como uma modernização conservadora. Diz-se</p><p>conservadora porque o desenvolvimento econômico e os ganhos sociais ocorreram</p><p>sem liberdades e democracia.</p><p> Também quero que você fique com o seguinte resumo da política trabalhista de toda a Era</p><p>Vargas:</p><p>“Um dos aspectos mais coerentes do governo Vargas foi a política trabalhista. Entre</p><p>1930 e 1945, ela passa por várias fases, mas, desde logo se apresentou como inovadora</p><p>em relação ao período anterior. Desde novembro de 1930, quando foi criado o</p><p>Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, seguiram-se leis de proteção ao</p><p>trabalhador, de enquadramento dos sindicatos pelo Estado e criavam-se órgãos para</p><p>arbitrar conflitos entre patrões e operários: as Juntas de Conciliação e Julgamento”. 8</p><p>Ainda, lembre-se de que:</p><p>Em 1943 Vargas editou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), um conjunto de</p><p>normas criadas desde a década de 1930 para proteger o trabalhador e garantir</p><p>condições adequadas de trabalho.</p><p>São exemplos de leis trabalhistas criadas no governo Vargas:</p><p> jornada diária de 8 horas;</p><p> direito a férias anuais remunerada</p><p> regulamentação do trabalho do menor e da mulher</p><p> descanso semanal remunerado</p><p> direito à previdência social.</p><p>As leis trabalhistas não foram apenas uma concessão do Estado aos trabalhadores, pois desde a</p><p>República Velha os trabalhadores já lutavam para que o Estado resolvesse a questão social no</p><p>Brasil. Por isso, direitos trabalhistas também podem ser interpretados como tendo sido</p><p>conquistados. Era o poder de barganhar dos trabalhadores da época.</p><p>8 FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSPE, 2003, p.35-36.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>18</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>1.4 - O BRASIL NA 2ª GUERRA MUNDIAL E O FIM DO ESTADO NOVO</p><p>A crise da Era Vargas e o fim do estado Novo estão, em grande medida relacionados com a</p><p>participação do Brasil na 2ª. Guerra Mundial. Vejamos como isso se desenvolveu. Atenção agora,</p><p>Bixo!</p><p>O Brasil se tornou estratégico no conflito da 2ª GM. Por um lado, a posição geográfica do</p><p>país, com um litoral banhado pelo Oceano Atlântico e com a ponta do nordeste (Rio Grande do</p><p>Norte) voltada para a África, era almejada pelas potencias em conflito.</p><p>Por outro, diante da neutralidade do Brasil, conquistar o apoio brasileiro era importante,</p><p>seja para o lado do Eixo, seja para o lado dos Aliados. Afinal, como falamos antes, trata-se do</p><p>maior país da América do Sul e com uma quantidade imensa de riquezas.</p><p>No início da 2ª Guerra Mundial, o Brasil adotou uma posição “neutra”.</p><p>Neutra, neutra...mais ou menos, viu caro aluno. Na verdade, Getúlio Vargas tinha grande</p><p>simpatia pelos governos alemão e italiano, em particular, pelo modelo de desenvolvimento</p><p>econômico adotado pelos nazistas antes da guerra: estado forte, centralizado e impulsionador da</p><p>industrialização do país. Vargas também promovia um modelo de intervenção na econômica</p><p>combinado com regime político autoritário.</p><p>Além disso, antes da guerra, os alemães chegaram a sinalizar investimentos no Brasil,</p><p>principalmente no financiamento para a construção de indústrias pesadas (siderurgia). Mas Vargas</p><p>protelava qualquer ajuda estrangeira: lembra-se do nacionalismo varguista?</p><p>A ideia de culto ao líder, artifício político utilizado por Hitler e Mussolini, também agradava</p><p>a Getúlio Vargas. Lembra-se de que Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, o</p><p>DIP, para fazer propaganda de suas ações? Politicamente, portanto, também havia convergências:</p><p>o Estado Novo de Vargas era uma ditadura (como vimos na Aula 00); Hitler e Mussolini</p><p>governavam por meio de regimes ditatoriais.</p><p>No interior do governo Vargas, os principais auxiliares do Presidente estavam divididos</p><p>entre os que queriam o Brasil ao lado do Bloco do Eixo e outros que queriam uma aproximação</p><p>com o bloco dos Aliados. Olha como era:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>19</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Vale lembrar que, na década de 1930, a década do início da 2ª GM, a história brasileira</p><p>estava marcada por uma escalada militar e ditatorial, como nos explica a historiadora Angela de</p><p>Castro Comes. Leia o trecho com atenção. Tente conectá-lo com tudo o que temos aprendido:</p><p>Nas revoltas e guerras, um dos sons mais significativos, pela carga de dor que traz e</p><p>pelos desdobramentos político-sociais que produz, é o dos tiros. A década de 30 do</p><p>século XX começou com um dos eventos mais decisivos da história do Brasil, não</p><p>importando se sua designação consagrada — Revolução de 1930 — tenha suscitado</p><p>muitos debates na área acadêmica sobre seu real ou autêntico caráter revolucionário,</p><p>como movimento de transformação das estruturas socioeconômicas do país. Entre</p><p>esses dramáticos sons de abertura e desfecho, ainda houve uma guerra civil (a</p><p>Revolução Constitucionalista de 1932). Além disso, esse foi o momento em que eclodiu</p><p>a Segunda Guerra Mundial, cujos impactos na vida política e econômica brasileira foram</p><p>grandes9.</p><p>Nesse contexto, dentro de uma postura duvidosa no início da 2ª GM, Vargas chegou a</p><p>comemorar as primeiras vitórias dos nazistas, principalmente quando a França foi invadida.</p><p>Diante disso, começou uma movimentação diplomática dos EUA para afastar o Brasil dos</p><p>alemães. Não por menos, Osvaldo Aranha, o Ministro das Relações Exteriores, foi o grande nome</p><p>que ajudou a articular o apoio do Brasil aos Aliados e não ao Eixo. Guarde esse nome!</p><p>Os norte-americanos iniciaram um movimento de pressão junto os países da América Latina</p><p>para que nenhum deles apoiasse a Alemanha e os demais países do Eixo.</p><p>9 GOMES, Angela de Castro. As marcas do período. In: Lilia Moritz Schwarcz (Dir.). História do Brasil</p><p>nação: 1808-2010. Vol. 4 (Olhando para dentro: 1930-1964). Madri: Fundación Mapfre; Rio de Janeiro:</p><p>Objetiva, 2013, p. 24.</p><p>Favoráveis</p><p>ao Eixo</p><p>Filinto Müller, chefe de</p><p>polícia; Lourival Fontes,</p><p>chefe do Departamento</p><p>de Imprensa e</p><p>Propaganda</p><p>Francisco Campos,</p><p>Ministro da Justiça;</p><p>General Gaspar</p><p>Dutra, chefe do</p><p>Exército.</p><p>Favorável</p><p>aos Aliados</p><p>Osvaldo Aranha,</p><p>Ministro do Exterior.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>20</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Em 28 janeiro de 1942, ocorreu no Rio de Janeiro uma reunião dos Chanceleres da América.</p><p>Nesse dia o Brasil rompeu as relações diplomáticas e econômicas com os países do Eixo devido à</p><p>pressão e às promessas de apoio econômico feitas pelo governo americano.</p><p>Os alemães, por sua vez, para evitar que o Brasil ajudasse a sustentar os EUA e a Inglaterra,</p><p>começaram a atacar o Brasil. E como foi isso?</p><p>Submarinos alemães atacaram e afundaram navios mercantes brasileiros. Esses navios</p><p>estavam com mercadorias destinadas aos países Aliados. A população, cansada da “neutralidade”</p><p>do Governo Brasileiro saiu às ruas e exigiu a entrada imediata do Brasil na Guerra contra o Eixo</p><p>(veja imagem ao lado).</p><p>Assim, em agosto de 1942, o Brasil declarou oficialmente guerra aos países do Eixo.</p><p>Com isso, Vargas que, como vimos na Aula 00, era um habilidoso negociador de interesses</p><p>em conflito, começou a fazer bons acordos econômicos com os norte-americanos. O Brasil vendeu</p><p>muita mercadoria aos EUA. Parte dessas movimentações diplomáticas envolveu, também, um</p><p>empréstimo de 20 milhões de dólares dos EUA ao Brasil para o início da construção da Companhia</p><p>Siderúrgica de Volta Redonda (a CSN).</p><p>Em troca, o Brasil cedeu uma base aeronaval para os EUA em Natal, no Rio Grande do</p><p>Norte. Essa base serviu para contribuir com a linha de defesa do Norte da África.</p><p>Logo em seguida à declaração de guerra, o governo Vargas organizou um contingente</p><p>militar para ser enviado à Europa</p><p>e ajudar no combate às tropas do Eixo. Esse destacamento</p><p>brasileiro foi chamado de Força Expedicionária Brasileira (FEB).</p><p>A derrota dos alemães, italianos e japoneses na 2ª. Guerra Mundial representava uma esperança</p><p>de que o mundo fosse mais pacífico e democrático. As nações vencedoras, como estados Unidos,</p><p>Inglaterra e França começavam a desenhar acordos diplomáticos para colocar fim aos regimes</p><p>ditatoriais. Isso influenciou vários países. Muitos governos autoritários caíram na América Latina.</p><p>Vargas foi um deles!</p><p>Getúlio Vargas percebeu, então, que a redemocratização era uma tendência inevitável. Por isso,</p><p>o próprio Presidente Vargas começou a organização de Partidos Políticos e a programa as</p><p>eleições.</p><p>Foram criados:</p><p> o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), apoiador de Vargas,</p><p> o Partido Social Democrata (PSD), também aliado de Vargas, porém, com raízes mais na</p><p>política regional dos Estados.</p><p> Já a oposição ao Estado Novo organizou a União Democrática Nacional (UDN)</p><p> o Partido Comunista Brasileiro (PCB) voltou a ser legalizado.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>21</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>A fim de preparar o terreno para as futuras eleições, os apoiadores de Getúlio Vargas</p><p>começaram a organizar um movimento para a continuidade de Getúlio no poder. Esse movimento</p><p>ficou conhecido como “queremismo”, pois o lema era: “Queremos Getúlio”.</p><p>Muitos comícios foram organizados Brasil afora. Como Vargas havia atendido muitas</p><p>reivindicações dos trabalhadores, além do PTB e do PSD, até mesmo os comunistas – que haviam</p><p>sido perseguidos pela Ditadura varguista- acabaram o apoiando.</p><p>Em outubro de 1945, então, o Exército, liderado por Góis Monteiro e por Eurico Gaspar</p><p>Dutra, deu um “Golpe preventivo”. Os militares derrubaram Vargas e garantiram a realização das</p><p>eleições sem a participação de Vargas. Esse foi o fim do Estado Novo e do que ficou conhecido</p><p>na História como a “Era Vargas”.</p><p>2. PÓS ERA VARGAS</p><p>2.1 - O CONTEXTO INTERNACIONAL</p><p>Nas aulas anteriores, vimos como o Brasil adentrou na rota da modernização e da</p><p>industrialização. Foi a partir de 1930 que os impulsos mais significativos foram dados.</p><p>Vimos, também, que o projeto “nacional-desenvolvimentista” teve centralidade na</p><p>organização da economia brasileira e da máquina pública. O Estado brasileiro foi racionalizado,</p><p>ou seja, a administração pública ficou mais robusta, com órgãos públicos, departamentos,</p><p>empresas estatais, funcionários públicos, leis, entre outros.</p><p>Também vimos que, do ponto de vista político, após a ditadura do Estado Novo de Vargas</p><p>(1937-1945) e o fim da 2ª Guerra Mundial (2ª GM), houve uma transição para uma democracia</p><p>liberal, sendo o primeiro Presidente eleito o General Eurico Gaspar Dutra.</p><p>Também não podemos esquecer de que Vargas voltou ao poder por meio de eleições</p><p>democráticas e governou de 1951 a 1953</p><p>Abertura</p><p>Política</p><p>Pluripartidarismo</p><p>PTB PSD UDN</p><p>Eleições para 02</p><p>de Dezembro de</p><p>1945</p><p>Vencedor</p><p>Marechal</p><p>Dutra - PSD</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>22</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p> Em história, denominamos o período entre 1946 e 1964 como o Período Democrático. Um</p><p>momento em que a sociedade brasileira viveu efervescências políticas e culturais. Há</p><p>historiadores que também chamam esse momento de “Período das Repúblicas Populistas”.</p><p>Pois bem, querido e querida aluna, esse Período Democrático no Brasil correspondeu aos</p><p>ideais democráticos que tomaram conta de boa parte do mundo ocidental após a 2ª Guerra</p><p>Mundial. A outra parte do mundo ficou sob a influência da União das Repúblicas Socialistas</p><p>Soviéticas, a URSS.</p><p>Após a 2ª GM, as relações entre os países assumiram novos contornos, de modo que o</p><p>período seguinte a 1945 ficou conhecido como Guerra Fria. Isso porque, dois polos disputavam</p><p>influências políticas e econômicas no mundo:</p><p>Essa disputa não era feita</p><p>diretamente entre os dois</p><p>países com enfrentamentos</p><p>armados, tal como na 1ª e a</p><p>2ª GMs.</p><p>A Guerra Fria foi uma</p><p>disputa por posições e</p><p>influências no mundo. Uma</p><p>das características principais</p><p>foi a disputa para conferir</p><p>qual dos lados detinha mais</p><p>conhecimento tecnológico.</p><p>Pense na corrida aeroespacial. Veja a síntese no esquema:</p><p>1- Agosto de 1955: EUA anunciam que lançariam um satélite artifical</p><p>na óbita da Terra</p><p>2- 04 de Outubro de 1957: URSS lançam o 1o Satélite artificial, o</p><p>Sputinik</p><p>4- 12 de Abril de 1961: URSS enviam o 1o. HOMEM ao espaço. O</p><p>astronauta Yuri Gagari deu uma volta completa na órbita da Terra</p><p>3- 20 de Julho de 1969: A missão Apollo 11 da NASA pousa na Lua.</p><p>Neil Armstrong e Buzz Aldrin são os primeiros homens à pisarem na</p><p>Lua e fincarem a bandeira dos EUA.</p><p>Estados Unidos</p><p>(liderou os países do</p><p>bloco ocidental).</p><p>Também conhecido</p><p>como bloco capitalista</p><p>União das Repúblicas</p><p>Socialistas (URSS),</p><p>liderada pela Rússia</p><p>(bloco oriental). Também</p><p>conhecido como bloco</p><p>socialista</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>23</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>10</p><p>Atenção: em 2019, a NASA comemorou 50 anos da</p><p>chegada do homem à Lua. Fruto da corrida aeroespacial</p><p>e armamentista que marcou a Guerra Fria, representou,</p><p>simbolicamente, a superioridade americana. Contudo, é</p><p>importante dizer que os avanços tecnológicos dos “dois</p><p>lados” da Guerra Fria significaram avanços para toda a</p><p>humanidade, a despeito das disputas entre os dois</p><p>países.</p><p>Para efeito de aumentar nosso conhecimento sobre a atualidade, em 2019, em começarão aos</p><p>50 anos da Missão Apollo 11, a Nasa anunciou a Missão Artemis, que pretende voltar à Lua até</p><p>2024 e dessa vez levando uma astronauta, o que representará os novos tempos nos quais as</p><p>mulheres ocupam importantes posições de comando na Agência Aeroespacial dos Estados</p><p>Unidos. Fique ligado!!!</p><p>Tese Macartista: construindo o Anticomunismo nos EUA e no Mundo</p><p>No início da Guerra Fria, em 1950, nos EUA, um senador americano do Partido Republicano,</p><p>Joseph McCarthy, senador por Wisconsin (1947-1957), começou a delinear uma política que</p><p>ficou conhecida pelo seu próprio nome: MACARTISMO.</p><p>Tratava-se de uma política anticomunista. Estava baseada na ideia de combater o INIMIGO</p><p>INTERNO: os socialistas e comunistas que, no contexto da Guerra Fria, estariam alinhados à</p><p>URSS a fim de promover uma ditadura comunista por meio da infiltração de pessoas nas</p><p>instituições públicas daquele país.</p><p>É verdade que, nesse momento, foi um período de ação ampla dos serviços de espionagem de</p><p>inúmeros países. Sem tirar nenhum dos lados da história.</p><p>A questão é que o macartismo desenvolveu a ideia de que determinadas posições ideológicas</p><p>seriam crime. Assim, ser comunista, socialista ou simpatizante de visões de mundo mais</p><p>progressistas acabou tornando-se crime. No caso, crime de traição à pátria!</p><p>10Disponível em: Banco de imagens da NASA . https://images-assets.nasa.gov/image/KSC-20190716-</p><p>PH_KLS02_0022/KSC-20190716-PH_KLS02_0022~small.jpg</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>24</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Naquele país houve uma verdadeira “caça às bruxas” na mídia e nos comícios políticos (e ainda</p><p>não tinha redes sociais, heheh). O recurso discursivo fazia despertar o medo e a desconfiança</p><p>generalizada. Centenas de pessoas perderam seus empregos ou tiveram suas carreiras</p><p>destruídas. Houve muitas prisões. O próprio senador McCarthy foi perseguido pelas políticas</p><p>que ele mesmo propôs. A “caça aos comunistas, socialistas, esquerdistas, traidores da pátria”</p><p>virou um fenômeno social proque se espalhou pelos mais diversos setores da sociedade:</p><p>famílias, escolas, fábricas, escritórios, serviço público, clubes esportivos, entre outros.</p><p>Anos depois, a própria mídia americana, diante de flagrantes abusos e violações</p><p>de direitos civis</p><p>dos cidadãos americanos, recuperou os valores basilares que constituiram aquele país: as</p><p>liberdades amplas individuais e políticas.</p><p>Jornalistas e advogados foram fundamentais para desmascarar o grau de paranoia a que havia</p><p>chegado o comportamento social anticomunista. Ressalto que a maioria dos julgamentos</p><p>baseados nas leis macartistas foram anulados!</p><p>Por fim, esse fenômeno sociocultural que afetou toda a sociedade norte-americana e gerou</p><p>grande quantidade de conflitos internos naquele país, também refletiu nos acontecimentos</p><p>políticos dos países da América Latina. Isso ocorreu porque os EUA estabeleram inúmeros</p><p>planos de ajuda e cooperação com os latinoamericanos. A ajuda técnica e financeira, muitas</p><p>vezes, funcionava como uma pressão para que os governos se alinhassem aos EUA, afinal, era</p><p>Guerra Fria e cada peça no xadrez era importante para as disputas do cenário mundial.</p><p>Por isso, a ideia de caça aos comunistas chegou no Brasil a ponto de o Partido Comunista</p><p>Brasileiro (PCB), legalizado em 1945, logo ter o registro cassado em 1947.</p><p>Guarde essas informações porque a seguir veremos como isso se deu no Brasil.</p><p>2.2 - O CONTEXTO NACIONAL E AS INFLUÊNCIAS DA GUERRA FRIA</p><p>Como estamos nos referindo ao momento pós II Guerra Mundial, décadas de 1950 e 1960,</p><p>ou seja, de redemocratização no Brasil, logo após a ditadura do Estado Novo, temos que ter em</p><p>mente alguns aspectos do início desse Período Democrático.</p><p>A Constituição de 1946, elaborada por Deputados e Senadores eleitos para uma Assembleia</p><p>Constituinte, foi fruto dos trabalhos dos 4 principais partidos: PTB; PSD; UDN; e PCB. Essa</p><p>Constituição durou até 1967. Pode-se dizer que essa Constituição tinha uma “cara” liberal com</p><p>algumas concessões sociais. Vejamos pontos estabelecidos pela Constituição de 1946.</p><p>A Democracia como regime político da nação; a República como forma de governo; a</p><p>Federação como forma de Estado; e, o Presidencialismo como sistema de Governo.</p><p>Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário passaram a atuar de forma independentes e</p><p>harmônica entre si, de forma que um Poder não podia interferir no outro. Portanto, algo</p><p>diferente do Estado Novo de Vargas em que o Poder era centralizado no Executivo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>25</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Estabelecimento de mandato de 5 anos para Presidente da República com proibição de</p><p>reeleição. Deputados com 4 anos de mandato e Senadores com 8 anos. Aos parlamentares</p><p>foi permitida a reeleição.</p><p>Direito ao voto secreto e universal aos maiores de 18 anos. Aqui os analfabetos ainda não</p><p>tinham direito de votar (somente na Constituição de 1988).</p><p>Direitos às seguintes liberdades: de pensamento e de expressão (imprensa livre); de crença</p><p>religiosa; de locomoção; de associação.</p><p>Manutenção dos direitos trabalhistas estabelecidos desde o início da Era Vargas. O direito</p><p>de greve atingiu status constitucional, mas desde que apreciado pela Justiça do Trabalho.</p><p>Assim, os sindicatos continuaram sendo controlados pelo Estado.</p><p>Levando em consideração o cenário internacional, no Brasil, duas linhas de pensamento político-</p><p>programático e de interesses econômicos disputavam os rumos do país entre 1946 e 1964, cada</p><p>qual com maior ou menor identidade com o conflito internacional da Guerra Fria. Vejamos:</p><p>Além desses dois grupos, ambos favoráveis ao desenvolvimento do capitalismo no Brasil,</p><p>havia um grupo menor formado por comunistas, alinhados aos ideais da URSS. Os comunistas</p><p>chegaram a eleger 15 Deputados para o Congresso Nacional nas eleições de 1945 pelo Partido</p><p>Comunista Brasileiro (PCB), de um total de 320 parlamentares.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>26</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Em muitos sentidos, havia uma conexão entre o conflito mundial (capitalismo x</p><p>socialismo/comunismo) e as disputas internas que estavam se desenvolvendo no Período</p><p>Democrático brasileiro.</p><p>Agora, atenção aluno e aluna! Essa sistematização de um lado mais “nacionalista” e outro lado</p><p>mais “liberal” não deve ser levada a ferro e fogo. O mundo é muito mais complexo do que</p><p>aparenta ser. Vejamos um exemplo...</p><p>2.3 – GOVERNO DUTRA (1946-1951)</p><p>No caso do Governo Dutra (1946-1951), que já mencionei na aula anterior, ele ganhou as</p><p>eleições presidenciais de 1945 pelo PSD, com o apoio do PTB – partido fundado e liderado por</p><p>Getúlio Vargas. Contudo, Dutra logo demonstrou seu alinhamento ao Bloco Conservador,</p><p>distanciando-se da linha “nacional-desenvolvimentista”. Isso deu origem a uma crise política.</p><p>O Governo Dutra promoveu aproximações com os Estados Unidos. Dutra seguiu</p><p>orientações da chamada Comissão Abbink, uma Comissão Técnica Mista Brasil-Estados Unidos</p><p>para estudar a economia brasileira. Essa comissão concluiu que os altos salários eram a causa da</p><p>inflação. Uma compreensão oposta ao trabalhismo de Getúlio Vargas.</p><p>Ainda, para essa Comissão Brasil-Estados Unidos, a economia do país só se desenvolveria</p><p>com a participação do capital estrangeiro.</p><p>Percebem como essa ideia era oposta ao que se desenvolveu no Brasil no período</p><p>Varguista? Veja algumas medidas de Dutra que demonstram esse alinhamento do Brasil com os</p><p>EUA:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>27</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Do ponto de vista político-partidário, no geral, entre 1946 e 1964, é importante saber que:</p><p> PSD perdeu força eleitoral, precisando sempre do apoio do PTB para ter bons</p><p>resultados;</p><p> UDN seguiu como um partido estável. Capitalizou o apoio dos setores mais</p><p>conservadores e explorou o discurso anticomunista próprio da guerra fria;</p><p> PTB cresceu a ponto de, às vésperas da instauração do Regime Militar em 1964, ser</p><p>o maior partido do Brasil. Concentrava seu apoio nas camadas de trabalhadores e</p><p>nos setores nacionalistas;</p><p> PCB foi cassado em 1947, ou seja, após o Estado Novo e o início da democracia</p><p>liberal esse partido “viveu” apenas 2 anos, de 1945 a 1947.</p><p>Diante desse panorama das disputas pelo poder no Brasil e das regras do jogo democrático,</p><p>foi em meio aos conflitos internacionais e nacionais que os processos históricos desembocaram</p><p>no processo político de ruptura institucional do regime político vigente, ou seja, o Golpe que</p><p>originou o Regime Militar, a partir de 31 de março de 1964.</p><p>Nesse sentido, antes de chegarmos aos fatos do ano em que se instaurou o Regime Militar</p><p>e antes de estudarmos a fundo o período de 1964 a 1985, precisamos compreender as causas que</p><p>levaram a essa ruptura.</p><p>Vamos lá? Pega aí seu cafezinho porque a aula é longa, mas vale muito a pena!!!</p><p>Não-intervenção do Estado na economia;</p><p>Congelamento dos salários;</p><p>Abertura da economia ao capital estrangeiro;</p><p>Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR),</p><p>autorizava a interferência militar dos EUA – com tropas dos</p><p>países signatários do tratado - caso houvesse ameaças “à paz e à</p><p>segurança”.</p><p>Plano Salte: investimentos nas áreas de saúde, alimentos, transporte e</p><p>energia. Dentro desse plano, o que expressava a aproximação com o</p><p>capital estrangeiro foi a compra de velhas ferrovias inglesas, como a</p><p>Railway, fato que contribui para dilapidar as reservas cambiais do</p><p>Brasil.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>28</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>3. OS ANOS 1950: A GRANDE LUTA PELO PODER</p><p>Lembra-se de que adiantei na aula anterior e reafirmei acima que Vargas voltou ao poder?</p><p>Sim, isso ocorreu nas eleições de 1950, depois do Governo Dutra e das políticas de</p><p>alinhamento com os EUA e com os setores conservadores da política nacional. Vargas se</p><p>candidatou pelo PTB e derrotou os outros dois adversários, um do PSD e outro da UDN. Dessa</p><p>forma, em termos de programa econômico, a disputa para</p><p>a sucessão de Dutra foi a seguinte:</p><p>O resultado do pleito foi o seguinte:</p><p>Vargas Eduardo Gomes Cristiano Machado</p><p>48,7% dos votos 29,7% dos votos 21,5% dos votos</p><p>Com o Governo democrático nacional-desenvolvimentista de Vargas - cuja marca central</p><p>foi a nacionalização do petróleo brasileiro com a criação da Petrobrás – surgiram novos arranjos</p><p>dos partidos e grupos políticos. Assim, podemos reclassificar o esquema “A disputa pelo poder</p><p>no Brasil” para um quadro que sintetiza os programas político-econômicos de cada lado:</p><p>Nacional- desenvolvimentismo</p><p>PTB (candidato Vargas)</p><p>Liberalismo do PSD (candidato Cristiano</p><p>Machado) e da UDN (candidato</p><p>Brigadeiro Eduardo Machado)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>29</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Em geral, os Progressistas receberam apoio da classe média, dos líderes do movimento</p><p>operário e sindical, de parcela majoritária dos trabalhadores urbanos, estudantes e intelectuais.</p><p>Os conservadores, por sua vez, estavam apoiados nas oligarquias rurais, nas burguesias industrial</p><p>e financeira e na alta classe média.</p><p>A disputa pelo poder no BR</p><p>Progressistas</p><p># Nacionalismo econômico, com aberturas</p><p>controladas para o capital estrangeiros; apoio</p><p>à industria nacional; interveção do Estado na</p><p>economia; modernização da economia com</p><p>reforma agrária, sistema de transportes e de</p><p>comunicação.</p><p># reformas sociais com ampliação das leis</p><p>trabalhistas e participação dos trabalhadores nos</p><p>lucros das empresas</p><p># liberdade política aos diversos grupos políticos</p><p>Conservadores</p><p># rejeição a reformas que ampliassem a</p><p>nacionalização da estrutura econômica e</p><p>produtiva do país.</p><p># liberalismo econômico sem interveção do</p><p>Estado na economia e sem restrições ao capital</p><p>estrangeiro.</p><p># contrários às concessões sociais.</p><p># restrições politicas às organizações e grupos</p><p>políticos dos trabalhadores.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>30</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>Os militares estavam divididos: uma parte apoiava o programa Conservador e, outra, o</p><p>Progressista. O Marechal Teixeira Lott, por exemplo, simpatizava com o programa Progressista na</p><p>medida em que defendia todas as medidas legais, ou seja, sendo lei e a “regra sendo clara”, “tá</p><p>valendo”. Ele representava o Setor Legalista das Forças Armadas!</p><p>Sobre os militares quero que você já ligue seu radar para “sacar” o seguinte: os debates quentes</p><p>que aconteciam no Brasil e no mundo também atravessaram os oficiais das forças armadas. As</p><p>eleições para o Clube Militar, por exemplo, em diversas ocasiões, ficaram divididas entre a Chapa</p><p>Progressista e a Chapa Conservadora. Ou seja, os militares tinham uma intensa vida política. Para</p><p>você ter uma ideia, o último Marechal do Brasil morreu em 2009, com 108 anos – Marechal Levy</p><p>Cardoso. Ele participou da revolução liberal de 1924 em São Paulo; da revolução de 1930, da</p><p>Intentona Comunista de 1935, foi anistiado e comandou a FEB na Itália. Em 1966 foi aposentado</p><p>e, em 1967 passou a comandar a Petrobrás. A exemplo do Marechal Levy, podemos afirmar que</p><p>as posições dos militares não compuseram um bloco único e homogêneo. Muitas disputas</p><p>ocorreram dentro da Instituição.</p><p>Diante dessa sistematização de campos políticos, e da descrição sobre as disputas entre o</p><p>Programa Progressista e o Programa Conservador, vamos contar um pouco como foi isso na</p><p>prática durante o 2º. Governo do Vargas. Esses acontecimentos são importantes para você</p><p>compreender bem como essas disputas se deram na prática.</p><p>Querida e querido aluno, agora quero que você não tente decorar nada sobre o segundo governo</p><p>Vargas, apenas procure tentar perceber as forças políticas em operação. Projete-se para aquele</p><p>tempo histórico e imagine que você estava lá ao vivo presenciando “as tretas” daquele momento,</p><p>ok!</p><p>Apoio</p><p>Político</p><p>Progressistas</p><p>Parte da</p><p>classe média</p><p>- baixa e</p><p>média</p><p>movimento</p><p>operário/</p><p>sindical</p><p>Estudantes,</p><p>intelectuais e</p><p>trabalhadore</p><p>s urbanos</p><p>Parte da</p><p>burguesia</p><p>nacional</p><p>Conservadores</p><p>Parte da</p><p>classe</p><p>média - alta</p><p>Burguesia</p><p>financeira</p><p>Oligarquias</p><p>rurais</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>31</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>3.1 - O GOVERNO DEMOCRÁTICO DE GETÚLIO VARGAS (1951-1954)</p><p>O início de seu governo foi marcado pelo apoio popular e pela aplicação da pauta</p><p>nacionalista. Vargas queria apagar sua imagem de ditador e construir a de um democrata dedicado</p><p>ao nacionalismo econômico e à pauta trabalhista. Por essa razão, podemos afirmar que o governo</p><p>Vargas estava no campo Progressista.</p><p>Porém, seu governo possuía muitas (ssssss) contradições.</p><p>Por exemplo, para se eleger ele precisou fazer alianças regionais com grupos políticos mais</p><p>conservadores. De tal modo, Vargas precisou distribuir cargos públicos a pessoas que não estavam</p><p>comprometidas com a sua agenda de campanha. Ixi, isso não vai dar bom, concorda?</p><p>Olha só: de 7 Ministérios, 4 foram ocupados por políticos do PSD, 1 pela UDN, 1 pelo</p><p>Partido Social Progressista (do líder Ademar de Barros) e só 1 pelo PTB.</p><p>Além disso, o contexto da Guerra Fria impôs um dilema para Vargas: para receber qualquer tipo</p><p>de apoio dos EUA era preciso se alinhar aos norte-americanos.</p><p>De novo profe. Vargas teve que se posicionar em um conflito internacional?</p><p>Sim, de novo!!! Mas...</p><p>No contexto da 2ª GM o dilema foi entre Aliados (EUA, Inglaterra, França e URSS) e Eixo</p><p>(Alemanha, Itália e Japão); no contexto do Período Democrático, portanto, durante a Guerra Fria,</p><p>o dilema foi entre Bloco Capitalista (EUA) versus Bloco Comunista (URSS).</p><p>Como Vargas ainda estava obcecado pela industrialização do país, ele não podia abrir mão de</p><p>fazer articulações com os Estados Unidos. Mesmo assim, a postura nacionalista de Vargas era</p><p>combatida pelos representantes dos Estados Unidos, pelos executivos de empresas estrangeiras</p><p>e por empresários brasileiros associados aos negócios do capital internacional. Além disso, Vargas</p><p>buscava uma postura mais independente.</p><p>Outro problema para Vargas foi a perda do apoio dos militares. Aos poucos, o setor que</p><p>defendia um programa mais conservador foi assumindo os principais postos das Forças Armadas.</p><p>Dessa forma, os militares foram reduzindo sua simpatia pelo Governo de Getúlio. O ponto</p><p>essencial do desacordo era o incentivo do Governo aos movimentos de trabalhadores – uma vez</p><p>que esse era o principal ponto de apoio popular de Vargas. Devido a formação positivista, os</p><p>militares acreditavam que o controle era uma forma melhor de alcançar o progresso.</p><p>Uma forma de conferirmos como a divisão entre Progressistas e Conservadores estava bem</p><p>fiel aos acontecimentos da década de 1950 é lembrarmos da campanha “O Petróleo é</p><p>Nosso”. Essa campanha foi um dos maiores movimentos de massa e de opinião pública do</p><p>Brasil.</p><p>Com as descobertas dos poços de petróleo na Bahia e com a criação da Petrobras em 1953, a</p><p>questão da NACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA foi (re)colocada da seguinte maneira:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II</p><p>32</p><p>125</p><p>AULA 19: HB: Brasil Republicano II</p><p>11</p><p>Os Conservadores eram contra a nacionalização e estatização do petróleo e foram</p><p>abertamente apoiados pelas multinacionais petrolíferas. Por isso, esse setor era pejorativamente</p><p>chamado de “entreguistas”, isso queria dizer, no sentido popular, que esses setores contrários a</p><p>criação da Petrobrás preferiam entregar as riquezas nacionais brasileiras para serem exploradas</p><p>por estrangeiros, a mantê-las</p><p>Já a defesa da nacionalização e estatização do petróleo era feita pelos Progressistas, como</p><p>podemos imaginar, por tudo o que já falamos até aqui.</p><p>No embate em torno do petróleo brasileiro, os nacionalistas saíram vitoriosos, pois a lei que</p><p>aprovou a criação da Petrobrás ainda determinou:</p>Militar. 
c) Incorreto. A história da imprensa no Brasil se inicia em 1808 quando a Coroa Portuguesa vem 
ao país e cria a Imprensa Régia (atualmente chamada Imprensa Nacional). 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 19 – HB: Brasil Republicano II 
 
 
125 
125 
 
 AULA 19: HB: Brasil Republicano II 
d) Incorreto. A imprensa impressa só perdeu espaço a partir do século XXI com a chegada da 
internet e da Revolução Tecnológica. 
e) Correto. Esse órgão funcionava como uma Instituição repressora, que censurava todo tipo de 
informação que fosse desfavorável ao governo Vargas em jornais e rádios. 
Gabarito: E 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. As vezes 
compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar quem veio para vencer!!! Nem sei de onde ela 
tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. Compartilho com vocês, pois tenho certeza 
que nesse momento vocês estão dando seu melhor! 
E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de 
adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza 
infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2 
Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas 
com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Nós estamos JUNTOS nesse caminho!!! Contem 
comigo, meus querida e querido alunos. 
 
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas com esmero. E 
não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais 
conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo! 
Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar 
na sua preparação. 
Um grande abraço estratégico, 
 
Alê Lopes

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