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<p>Antônio Assunção foi contratado em 04 de maio de 2020 pela Rede de Postos de Abastecimento?"Sol Crescente S.A", com sede em Volta Redonda - Estado do Rio de Janeiro onde foi firmado o contrato de trabalho para laborar na função de atendente de loja de conveniências distante 300 metros das unidades de abastecimento. Foi contratado?com horário de trabalho das 22h?às 7h, com uma hora de intervalo para refeição e remuneração de R$1.000,00 (mil reais), sendo que lhe foi designado para local de trabalho o posto de abastecimento da rede localizado no município de Belford Roxo.</p><p>Passado um mês do início da prestação de serviço, o gerente do posto de Belford Roxo alterou a função de Antônio, designando como novo posto de trabalho a área de abastecimento de combustíveis.Antônio, além de ter passado a ter a atribuição do abastecimento de veículos, também fazia a troca de óleo. Apesar disso, sua jornada de trabalho enremuneração não sofreram qualquer alteração, bem como não foi anotada em CTPS a nova função.</p><p>Em fevereiro de 2023, Antônio foi informado de que seria transferido provisoriamente para um posto de abastecimento da rede localizado na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, em razão de situação emergencial. Mesmo residindo em Belford Roxo, Antônio aceitou a transferência provis��ria permanecendo no novo local por exatos três meses, sem qualquer alteração financeira na sua remuneração.</p><p>Em maio de 2023, Antônio retornou para o local originário da prestação de serviços, sendo que no primeiro dia de trabalho foi vítima de ferimento à bala durante assalto, necessário esclarecer que o local não contava com segurança de qualquer espécie. Em razão do ferimento sofrido, Antônio ficou afastado com a devida comunicação de acidente do trabalho por 30 dias, recebendo o benefício previdenciária cabível.</p><p>Ao retornar ao trabalho após alta médica, Antônio foi comunicado da rescisão de seu contrato de trabalho, sem justa causa, com aviso prévio indenizado, recebendo tempestivamente as verbas rescisórias decorrentes da modalidade de extinção do pacto laboral.</p><p>Com base nas informações expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível para a defesa dos interesses de Antônio, que no dia da consulta informou que continua desempregado.Sustente todas as teses jurídicas pertinentes fundamentando-as.</p><p>EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA …ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ……………………DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>Processo nº --------</p><p>Antônio Assunção, CPF, RG, residente na rua..... de CEP....vem por meio de seu advogado...., com escritório situado(endereço completo com CEP), perante à Vossa Excelência de acordo com o Art. 840 da CLT e Art. 319 CPC, propõe ou ajuíza com fulcro no Rito Ordinário em face de Rede de Postos de Abastecimentos “Sol Crescente S.A”, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ...</p><p>1 – DOS FATOS</p><p>Antônio Assunção, contratado na Rede de Postos de Abastecimento “Sol Crescente” como Atendente de Loja de Conveniências, com sede na cidade de Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, contratado em 04/05/2020 para o munícipio de Belford Roxo, com horário de trabalho entre 22:00 e 07:00 horas, com uma hora de intervalo e R$ 1.000 de remuneração, após um mês de serviços, teve alteração de cargo para abastecedor de veículos e trocador de óleo, sem sofrer alteração na carga horária e remuneração nem mesmo a anotação na CTPS. Em Fevereiro de 2023, foi informado que seria transferido provisoriamente para posto de combustível em Campinas, São Paulo, aonde permaneceu por três meses sem qualquer alteração em sua remuneração, mesmo residindo em Belford Roxo, RJ. Logo após o período provisório, retornando ao Rio de Janeiro, foi vítima de ferimento à bala durante assalto em seu primeiro dia de trabalho, sendo afastado por acidente de trabalho por 30 dias. Ao retornar, teve seu contrato rescindido sem justa causa, com aviso prévio indenizado. Vale lembrar que o local não propiciava qualquer tipo de segurança durante o período de trabalho.</p><p>A reclamante pleiteia direitos previstos em normas coletivas.</p><p>2 – DO DIREITO</p><p>2.1 – Da Insalubridade</p><p>O Reclamante faz jus ao adicional de Insalubridade, eis que o trabalho realizado é insalubre.</p><p>A atividade laboral desenvolvida pela Reclamante passou a ser de Frentista e Trocador de Óleo, tendo contato direto com tipos de agentes e produtos químicos que possam ensejar adicional de insalubridade.</p><p>Segundo a CLT, é considerada atividade insalubre aquela em que o trabalhador é exposto a agentes nocivos à saúde acima dos limites tolerados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assim a pretensão do Reclamante é legítima, eis que utilizava produto e era exposta, em suas atividades laborais.</p><p>Ainda, segundo a CLT nos termos do art. 195, a aferição de condições insalubres ou perigosas se dá por meio de perícia técnica.</p><p>2.2 – Do Acúmulo De Função</p><p>O reclamante foi contratado para função de atendente de loja de conveniência, e exercia outras funções, caracterizando assim, acúmulo de função.</p><p>Junta o entendimento da CLT em seu Art. 456, para demonstrar que a pretensão da Reclamante é fundamentada:</p><p>Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito.</p><p>Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com sua condição pessoal.</p><p>Desta forma ônus que incumbe à Reclamada, o de provar que de fato ocorreu acumulo de função, visto que não houve anotação em CTPS.</p><p>2.3 – Das Horas Extras E Intervalos Intrajornadas</p><p>CLÁUSULA VIGÉSIMA SEXTA - COMPENSAÇÃO DE JORNADA A duração normal da jornada diária de trabalho poderá, para fins de adoção do regime de compensação horária de que trata o art. 59 da CLT, ser acrescida de horas suplementares em número não excedente de 02 (duas) horas, respeitada a seguinte sistemática: a) o regime de compensação horária poderá ser estabelecido por períodos máximos de 60 (sessenta) dias; b) fica limitado em 30 (trinta) o número máximo de horas suplementares que poderão ser realizadas por mês para efeitos da compensação horária prevista no “caput” da presente cláusula; c) as horas suplementares prestadas aos domingos e feriados não poderão ser objeto de compensação horária, exceto na própria semana em que forem realizadas, desde que não ultrapassado o limite máximo de 44 (quarenta e quatro) horas;</p><p>A despeito da reiterada extrapolação da jornada, não houve correta compensação, tampouco pagamento de horas extras, fazendo jus à indenização das horas excedentes a 44ª hora semanal, numa média de 6 horas por semana, com adicional de 50% e 100%, bem como a indenização do percentual referente a 2 domingos ao mês e feriados trabalhados, nos termos da convenção coletiva. Por serem habituais, todas as horas extras acima requeridas, devem repercutir no pagamento das férias anuais e proporcionais com 1/3 de adicional, 13º, RSR, no aviso prévio, FGTS e multa.</p><p>Por fim, o artigo 73, § 2º da Consolidação das Leis Trabalhistas, estabelece que é considerado noturno o trabalho executado entre as 22h de um dia e às 5h do dia seguinte, devendo ser pago ao trabalhador um adicional de 20%. Assim, tendo a Reclamante trabalhado no horário acima descrito, faz jus à percepção do adicional, bem como a consideração da hora noturna reduzida para o cômputo das horas extras.</p><p>2.4 – Da Transferência</p><p>Durante a vigência do contrato de trabalho, notadamente a Reclamada designou a transferência do Reclamante para a cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, onde deveria prestar seus serviços em filial da empresa. O Reclamante, pois, necessariamente mudou-se de domicílio, vindo a se instalar naquela cidade, conforme demonstra a documentação anexa.</p><p>Apesar de anuir com a transferência, haja vista o receio da perda do emprego, o Reclamante nunca auferiu o devido adicional de transferência, o que lhe ensejou</p><p>sérias dificuldades financeiras, pois sequer conhecia a referida cidade, onerando demasiadamente seu orçamento familiar.</p><p>Dispõe o artigo 469 da CLT, in verbis:</p><p>Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.</p><p>§1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.</p><p>§2º É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.</p><p>§3º Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.</p><p>2 – DO PEDIDO</p><p>Diante do exposto, requer que a reclamada seja condenada em:</p><p>• Deferimento da competência territorial;</p><p>• O deferimento da subsidiariedade da como segunda reclamada da presente ação;</p><p>• A condenação da reclamada em 56 horas extras com acréscimo de 60% sobre a hora normal de trabalho conforme determinado na CCT 2016 cláusula quarta inciso I... a apurar;</p><p>• A condenação das reclamadas nas diferenças salariais que recebia a menos que o determinado pela CCT 2016 em sua cláusula segunda no salário base em todo o período contratual e ainda todos os seus reflexos tais como 13º salário, férias, horas extras, depósitos no FGTS, aviso prévio e verbas rescisórias...a apurar;</p><p>• A condenação das reclamadas no pagamento de 1.120 horas extras “IN ITINERE” de 60% sobre a hora comum, de todo o período contratual com as reclamadas...a apurar;</p><p>• A condenação das reclamadas nas multas convencionais em favor do reclamante que serão apuradas em fase de liquidação...a apurar;</p><p>• Juntada dos recibos de pagamento mensal, ficha de registro de empregado, contrato social e suas alterações, recolhimento do FGTS em GR’s, RE’s e GFIP’s;</p><p>• O pagamento de indenização por perdas e danos no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o valor da condenação correspondente ao ressarcimento de custeio do causídico constituído nesta ação, os quais deverão serem apuradas em regular liquidação de sentença...a apurar;</p><p>• Determinação, após o trânsito em julgado, o cumprimento espontâneo da obrigação, nos termos do art. 523, do CPC, por ser esta a medida de direito que se impõe;</p><p>• Que sejam exibidos na contestação pela Reclamada, garantindo a Reclamante a inversão do ônus prova, todos os documentos referentes ao vínculo do obreiro, tais como; demonstrativos de salário, folhas de ponto, contrato social, sob pena de aplicação do disposto nos artigos 398, 399 e 400 do CPC;</p><p>• Compensação e dedução de valores comprovadamente pagos;</p><p>• Ofícios à DRT, CEF, INSS, Receita Federal, Ministério Público do Trabalho para apurar as irregularidades mencionadas.</p><p>Requer também, que seja julgada procedente a presente Reclamação Trabalhista, condenando a Reclamada ao pagamento do adicional de transferência (25%) a ser incidido sobre o salário auferido durante o período supra citado, bem como seus reflexos no FGTS, Férias Proporcionais, Aviso Prévio, 13º Salário proporcional, DSR`s, devidamente atualizados com juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.</p><p>Se necessário, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente por documental, depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, testemunhal e pericial.</p><p>Dá-se à causa o valor de R$ (xxx) (valor expresso).</p><p>Nesses Termos.</p><p>Pede e Espera Deferimento.</p><p>(Local, data e ano).</p><p>(Nome e assinatura do advogado).</p>