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<p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DE ...</p><p>José Alves, nacionalidade, estado civil, inscrito no CPF sob o nº, e RG n°, residente e domiciliado na Rua, bairro, cidade, através de seu advogado (documento incluso), vem perante Vossa Excelência requerer:</p><p>RELAXAMENTO DE PRISÃO, com fundamento no artigo 5°, LX V da Constituição Federal e artigo 310, I do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir expostas:</p><p>DOS FATOS</p><p>O querelante foi conduzido a unidade de polícia judiciaria, onde foi lavrado auto de prisão em flagrante pela prática de crime previsto no artigo 306 da lei 9503/1997, c/c artigo 2°, inciso II, do decreto 6488/2008, sendo-lhe negado no referido auto de prisão em flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. Permanecendo ainda por 2(dois) dias encarcerado na delegacia de polícia, não sendo comunicado o fato ao juízo competente, tampouco a Defensoria Pública</p><p>DO DIREITO</p><p>A prisão em flagrante possui requisitos que, quando não observados, podem caracterizá-la como ilegal. No caso concreto, o magistrado não havia sido comunicado sobre o auto de prisão em flagrante, remetendo-o ao Ministério Público, sem se ater ao que dispõe o artigo 310 do Código de Processo Penal:</p><p>Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:</p><p>I - Relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;</p><p>A não se manifestar sobre a liberdade do querelante, o magistrado tornou a prisão ilegal. Sendo assim, deve ocorrer o seu relaxamento, soltando o requerente, sem prejuízo da responsabilização funcional e criminal da autoridade responsável pelo ato, em caso de abuso.</p><p>O relaxamento de prisão ilegal é previsto na Constituição Federal em seu artigo 5º:</p><p>Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:</p><p>LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.</p><p>Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. O magistrado deveria ter decidido fundamentadamente a medida cabível à espécie, seja o relaxamento da prisão ilegal, a conversão da prisão em flagrante em preventiva ou a concessão de liberdade provisória com ou sem fiança. No presente caso, ficou evidente que não houve nenhuma decisão fundamentada nesse sentido, o que não está de acordo com o Código de Processo Penal:</p><p>Portanto, requeremos que seja decretado o relaxamento da prisão de [nome completo do indiciado], expedindo-se o competente alvará de soltura, por ser medida de JUSTIÇA</p>