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<p>Resumo - TGP</p><p>Aspectos Iniciais</p><p>A estrutura do Direito Processual é:</p><p>Jurisdição</p><p>O poder que o poder judiciário tem de</p><p>solucionar conflitos.</p><p>Ação</p><p>O direito de exigir e acessar à atividade</p><p>judicial.</p><p>O Direito de Ação é um princípio</p><p>constitucional, que consiste em apelar ao</p><p>Estado para resolver um litígio (conflito).</p><p>O direito de ação é exercido pelo processo.</p><p>Processo</p><p>O processo pode ser compreendido como</p><p>método de criação de normas jurídicas, ato</p><p>jurídico complexo (procedimento) e</p><p>relação jurídica.</p><p>O processo é o instrumento pelo qual a</p><p>Democracia é exercida.</p><p>O Direito Processual Civil é o ramo da</p><p>ciência jurídica que trata do complexo de</p><p>normas reguladoras do exercício da</p><p>jurisdição civil.</p><p>Direito Processual X Direito Material</p><p>O Direito Material vai regular o nosso</p><p>comportamento perante a sociedade,</p><p>disciplina as regras de conduta (civil,</p><p>penal, trabalhista, eleitoral…).</p><p>O Direito Processual só atua quando a</p><p>norma material é violada (visto que surge</p><p>um conflito pela violação da norma),</p><p>quando o conflito não é solucionado por</p><p>via extrajudicial.</p><p>A função do CPC é regular a maneira que</p><p>o problema será levado ao Judiciário.</p><p>* Procedimento é a sequência ordenada</p><p>de atos logicamente encadeados e</p><p>destinados a produção de um resultado</p><p>final.</p><p>**Conflito (litígio) = pretensão +</p><p>resistência</p><p>Solução dos Conflitos</p><p>O objetivo sempre foi a pacificação social,</p><p>mas nem sempre esta é atingida, pois em</p><p>um conflito, sempre existirão vencedores e</p><p>perdedores.</p><p>A solução dos conflitos pode advir do</p><p>Estado ou de indivíduos investidos de</p><p>autoridade jurisdicional.</p><p>Tipos de métodos de solução de conflitos:</p><p>Autotutela</p><p>É o emprego da força (física, psíquica,</p><p>afetiva, etc.) para resolver o conflito. Uma</p><p>das partes sacrifica integralmente o seu</p><p>interesse. Atualmente, o exercício da</p><p>autotutela é criminalizado.</p><p>Ainda é presente na legítima defesa (Art.</p><p>188 do CC), apreensão do bem com</p><p>penhor legal (Art. 1.467, I do CC) e</p><p>desforço imediato no esbulho (Art. 1.210,</p><p>§1º do CC).</p><p>Autocomposição</p><p>É a melhor forma de composição de</p><p>conflitos. Valoriza-se a autonomia da</p><p>vontade das partes na solução dos</p><p>conflitos. Existem três formas:</p><p>- Transação</p><p>Sacrifício recíproco de interesses.</p><p>Exercício de vontade bilateral das partes.</p><p>- Renúncia</p><p>O titular do direito (quem pretende)</p><p>simplesmente abdica de tal direito,</p><p>fazendo-o desaparecer juntamente com o</p><p>conflito.</p><p>- Submissão</p><p>O sujeito (quem resiste) se submete a</p><p>pretensão contrária, ainda que fosse</p><p>legítima sua resistência.</p><p>Métodos Alternativos de Solução de Conflitos</p><p>O novo Código de Processo Civil trouxe o</p><p>“sistema multiportas”, que apresenta</p><p>mecanismos de resolução de litígios fora</p><p>do âmbito judiciário, proporcionando</p><p>celeridade e pacificação social entre as</p><p>partes.</p><p>A mediação e conciliação são mais</p><p>presentes, pois há designação de audiência</p><p>logo no início do processo, em que o réu é</p><p>citado para comparecer, nos termos do Art.</p><p>334 CPC.</p><p>Mediação (Art. 165, § 3º do CPC)</p><p>Não é centrada no conflito em si, mas sim</p><p>em sua causa.</p><p>É utilizada quando as partes tinham uma</p><p>relação jurídica, mas, por conta da</p><p>situação, não conseguem dialogar.</p><p>Não há sacrifício dos interesses das partes,</p><p>mas benefícios múltiplos.</p><p>O mediador não propõe solução do</p><p>conflito às partes (tem um papel passivo),</p><p>mas as conduz a descobrirem as suas</p><p>causas de forma a possibilitar sua remoção</p><p>e assim chegarem a uma solução.</p><p>É mais utilizado em conflitos de Direito de</p><p>Família, como divórcio e ações</p><p>alimentícias (concessão, revisão ou</p><p>exoneração de pensão).</p><p>Conciliação (Art. 334 CPC)</p><p>O conciliador atua nos casos em que não</p><p>tenha havido vínculo anterior entre as</p><p>partes.</p><p>O papel do conciliador é fazer com que as</p><p>partes dialoguem com papel ativo, ou seja,</p><p>propondo acordo;</p><p>Tratamento Procedimental da</p><p>Conciliação e Mediação</p><p>- Centros Judiciários de Solução</p><p>Consensual de Conflitos (Art. 165)</p><p>Retira a tarefa do juiz. Também gera uma</p><p>mudança no processo e de mentalidade</p><p>litigiosa das partes e dos seus patronos.</p><p>- Conciliador e Mediador</p><p>Capacitação e aprovação em curso a ser</p><p>realizado por entidade credenciada (Art.</p><p>167,§1º).</p><p>Não há a necessidade de ser advogado.</p><p>Porém, sendo advogado, fica impedido de</p><p>exercer sua atividade no juízo onde exerce</p><p>as funções, no prazo de um ano após a</p><p>realização da última audiência.</p><p>O tribunal pode criar um quadro próprio de</p><p>conciliadores/ mediadores.</p><p>Há a possibilidade das partes escolherem o</p><p>mediador/ conciliador (Art. 168).</p><p>O cadastro de conciliadores/ mediadores é</p><p>nacional e regional. A distribuição deles é</p><p>de forma alternada e aleatória, a não ser</p><p>que as partes escolham um específico.</p><p>Arbitragem (Lei nº 9.307/96)</p><p>Está fora do âmbito judiciário, é de</p><p>competência exclusiva da jurisdição</p><p>privada.</p><p>Determinados casos não comportam</p><p>arbitragem, como na existência de</p><p>incapazes, na necessidade de o direito em</p><p>debate ser disponível e impossibilidade de</p><p>haver defeitos do negócio jurídico;</p><p>As partes, de comum acordo, escolhem um</p><p>terceiro de sua confiança, que será</p><p>responsável pela solução do conflito de</p><p>interesses e, a decisão desse terceiro é</p><p>impositiva, o que significa que resolve o</p><p>conflito independentemente da vontade</p><p>das partes. Deve estar previsto no contrato</p><p>que, em caso de litígio, um árbitro</p><p>resolverá o conflito. O árbitro não tem</p><p>poder coercitivo visto que esse é exclusivo</p><p>do Estado.</p><p>Normas Fundamentais do CPC</p><p>Artigo 1º</p><p>O CPC se regulará de acordo com o</p><p>estabelecido na CF.</p><p>Impulso Oficial - Artigo 2º</p><p>Até a apresentação do litígio ao Judiciário,</p><p>este permanecerá inerte; A partir da</p><p>provocação, impulso oficial, é que o</p><p>processo se desenvolve.</p><p>Inafastabilidade da Jurisdição - Artigo</p><p>3º</p><p>Ninguém pode ser afastado do direito de</p><p>buscar a solução de um conflito pelo poder</p><p>judiciário. É nula a cláusula contratual que</p><p>impeça a ida ao Judiciário.</p><p>Duração Razoável do Processo - Artigo</p><p>4º</p><p>O processo deve demorar o tempo</p><p>necessário e adequado à solução do caso</p><p>submetido ao órgão jurisdicional.</p><p>Os critérios para a aferição são:</p><p>1. A complexidade do assunto;</p><p>2. O comportamento dos litigantes;</p><p>3. A atuação do órgão jurisdicional;</p><p>4. A estrutura do órgão judiciário.</p><p>Princípio da Boa-Fé Objetiva - Artigo 5º</p><p>É cláusula geral processual; Dá origem a</p><p>litigância de má-fé (Art. 80 do CC).</p><p>1. Proibição de alterar a veracidade dos</p><p>fatos ou ir contra a lei;</p><p>2. Proibição do venire contra factum</p><p>proprium, utilizar o processo para</p><p>conseguir um objetivo ilícito;</p><p>3. Proibição de abuso de direitos</p><p>processuais (ex.: recurso de caráter</p><p>meramente protelatório);</p><p>4. Supressio (art. 10º CPC): Expor</p><p>concordância aparente e depois discordar,</p><p>como na proposta de acordo; Ex:</p><p>Concessão da tutela de urgência em</p><p>processo consumerista com fixação de</p><p>multa diária, em que eu não notifico a</p><p>execução do feito para ganhar a multa;</p><p>Princípio da Cooperação - Artigo 6º</p><p>As partes, juntamente com o órgão</p><p>jurisdicional, trabalham para a resolução</p><p>do mérito (comunhão de esforços);</p><p>É um redirecionamento do princípio do</p><p>contraditório, com a inclusão do órgão no</p><p>rol dos sujeitos do diálogo processual;</p><p>Deveres decorrentes:</p><p>1. Dever de esclarecimento, lealdade e</p><p>proteção;</p><p>2. Dever de consulta (art. 10º CPC)</p><p>Juiz não pode decidir com base em matéria</p><p>que não foi dada às partes a oportunidade</p><p>de se manifestar;</p><p>3. Dever de prevenção (art. 76, caput, art.</p><p>321, art. 932, parágrafo único, art. 1017, §</p><p>3º e art. 1029, § 3º, todos do CPC).</p><p>Princípio da Igualdade Processual -</p><p>Artigo 7º</p><p>Imparcialidade do juiz (que passível de</p><p>suspeição), igualdade no acesso à justiça</p><p>(sexo, idade, classe, nacionalidade),</p><p>redução das desigualdades que dificultam</p><p>o acesso à justiça e igualdade no acesso às</p><p>informações necessárias ao exercício do</p><p>contraditório.</p><p>Eficiência e Economia Processual -</p><p>Artigo 8º</p><p>O Poder Judiciário se organiza em várias</p><p>“Justiças”; É obrigação do gestor</p><p>(presidente do TJ local) administrar a</p><p>máquina judiciária de maneira eficiente,</p><p>no que diz respeito à logística,</p><p>infraestrutura, servidores, recursos;</p><p>Praticar com o menor número de atos</p><p>possíveis a resolução do litígio.</p><p>Contraditório - Artigo 9º</p><p>Garantia da não surpresa; É o direito de</p><p>participação</p><p>na construção do provimento,</p><p>isto é, o poder de influência das partes na</p><p>decisão; É a garantia de que a decisão não</p><p>será tomada sem a oitiva de ambas as</p><p>partes do processo;</p><p>↳ "Exceções": Não é uma vedação</p><p>ao contraditório, mas um pedido</p><p>que esta seja feita em momento</p><p>posterior, como na antecipação de</p><p>tutelas provisórias; Decisão</p><p>inaudita altera parte;</p><p>Vedação à Decisão Surpresa - Artigo 10º</p><p>O juiz deve tomar as decisões sempre com</p><p>oitiva das partes, sobretudo se as decisões</p><p>trouxerem prejuízo; Vale também para as</p><p>decisões de ofício.</p><p>Publicidade - Artigo 11º</p><p>De maneira geral, o processo brasileiro é</p><p>público, com possibilidade de acesso aos</p><p>autos, uso de sentenças e acórdãos e</p><p>transmissão de julgamentos;</p><p>↳ Se por um lado veda o “processo</p><p>secreto”, também possibilita um</p><p>controle social da atividade</p><p>jurisdicional;</p><p>Regra de Ordem Cronológica - Artigo</p><p>12º</p><p>Regra de ordem cronológica;</p><p>Surge para banir a influência de lobbies no</p><p>Judiciário; CPC estabelece que a</p><p>tramitação deve seguir a ordem de chegada</p><p>dos processos, além da tramitação</p><p>prioritária para algumas pessoas (idosas,</p><p>pcd, portadora de doença específica).</p><p>Princípios</p><p>Princípio do Devido Processo Legal</p><p>É um direito fundamental a um processo</p><p>adequado e justo.</p><p>Garantia contra as arbitrariedades do</p><p>Estado.</p><p>Princípio da Dignidade da Pessoa</p><p>Humana</p><p>O juiz pode tomar medidas de ofício para</p><p>efetivar a dignidade da pessoa humana</p><p>(ex.: prioridade na tramitação processual</p><p>de idosos, portadores de doença grave e</p><p>etc).</p><p>Garantia que o Estado não viole esta</p><p>garantia e que a promova.</p><p>Princípio do Contraditório</p><p>Vulgarmente conhecido como o direito do</p><p>réu de ser ouvido.</p><p>O processo é um procedimento estruturado</p><p>em contraditório.</p><p>Exigência para exercício democrático de</p><p>um Poder.</p><p>O contraditório não se efetiva apenas com</p><p>a ouvida das partes; exige-se a</p><p>participação com a possibilidade,</p><p>conferida à parte, de influenciar o</p><p>conteúdo da decisão.</p><p>Não se pode agir sem ouvir as partes, a</p><p>decisão surpresa é nula por violar o</p><p>contraditório.</p><p>Princípio da Ampla Defesa</p><p>É direito de ambas as partes, consistindo</p><p>num conjunto de meios adequados para o</p><p>exercício adequado do contraditório.</p><p>No modelo processual brasileiro a ampla</p><p>defesa corresponde ao aspecto substancial</p><p>do princípio do contraditório.</p><p>Princípio da Publicidade</p><p>Processo devido é processo público. Tem</p><p>como função proteger as partes contra</p><p>juízos arbitrários e secretos e permitir o</p><p>controle da opinião pública sobre os</p><p>serviços da justiça.</p><p>As exceções são a defesa da intimidade ou</p><p>do interesse social (ex.: art 189 do CPC).</p><p>O processo arbitral pode ser sigiloso,</p><p>todavia, se envolve entes públicos a</p><p>arbitragem não pode ser sigilosa.</p><p>Princípio da Duração Razoável do</p><p>Processo</p><p>Existem alguns critérios para a aferição:</p><p>- A complexidade da causa;</p><p>- O comportamento dos litigantes e</p><p>procuradores;</p><p>- A atuação e estrutura do órgão</p><p>judiciário.</p><p>Os instrumentos para a concretização do</p><p>direito são:</p><p>- Representação por excesso de</p><p>prazo, com a perda da competência</p><p>do juízo. (art. 235 do CPC)</p><p>- Mandado de segurança contra</p><p>omissão judicial.</p><p>- Ação de responsabilização contra o</p><p>Estado e regresso contra o juiz;</p><p>- Punição do magistrado</p><p>(impossibilidade de promoção) que</p><p>injustificadamente retiver autos em</p><p>seu poder além do prazo legal, não</p><p>podendo devolvê-lo no cartório</p><p>sem o devido despacho ou decisão.</p><p>Princípio da Igualdade Processual</p><p>Aspectos:</p><p>- A imparcialidade do juiz</p><p>(equidistância em relação às</p><p>partes);</p><p>- Igualdade no acesso à justiça, sem</p><p>qualquer tipo de discriminação;</p><p>- Redução das desigualdades que</p><p>dificultem o acesso à justiça (ex.:</p><p>concessão do benefício da</p><p>gratuidade da justiça);</p><p>- Igualdade no acesso às</p><p>informações necessárias ao</p><p>exercício do contraditório</p><p>Princípio da Eficiência</p><p>Repercute na atuação do Poder Judiciário</p><p>sobre:</p><p>- A administração judiciária;</p><p>- Gestão de um determinado</p><p>processo.</p><p>Deveres:</p><p>- Obter o máximo de um fim com o</p><p>mínimo de recursos.</p><p>- Com um meio, atingir fim ao</p><p>máximo.</p><p>Há também o dever de adaptar regras</p><p>processuais com o propósito de atingir a</p><p>eficiência.</p><p>Princípio da Boa-Fé Processual</p><p>Boa-fé objetiva: norma de conduta. Impõe</p><p>e proíbe condutas.</p><p>Os destinatários da norma não são apenas</p><p>as partes, mas todos que participam do</p><p>processo.</p><p>A concretização do princípio da boa-fé</p><p>objetiva:</p><p>- Proibição de agir de má-fé</p><p>O dolo processual é conduta ilícita. Ex.:</p><p>Litigância de má-fé (Art. 80)</p><p>- Proibição do venire contra factum</p><p>proprio</p><p>Trata-se da proibição de exercício de uma</p><p>situação jurídica em desconformidade com</p><p>um comportamento anterior que gerou no</p><p>outro uma expectativa legítima de</p><p>manutenção da coerência. Ex: alegar</p><p>nulidade de citação pq não entregue ao</p><p>sócio gerente.</p><p>- A proibição de abuso de direitos</p><p>processuais</p><p>Abuso do direito de defesa (tutela de</p><p>evidência).</p><p>- Supressio</p><p>É a perda de poderes processuais em razão</p><p>do seu não-exercício por tempo suficiente</p><p>para incutir no outro sujeito a confiança</p><p>legítima de que esse poder não mais seria</p><p>exercido. Ex. Demora na exigência das</p><p>astreintes.</p><p>Princípio da Efetividade</p><p>Direto a uma tutela jurisdicional capaz de</p><p>proporcionar pronta e integralmente</p><p>satisfação a qualquer direito merecedor de</p><p>tutela executiva.</p><p>- A interpretação das normas que</p><p>regulamentam a tutela executiva</p><p>tem de ser feita no sentido de</p><p>extrair a maior efetividade</p><p>possível.</p><p>- O juiz tem o poder-dever de deixar</p><p>de aplicar uma norma que imponha</p><p>uma restrição a um meio executivo,</p><p>sempre que essa restrição não se</p><p>justificar como forma de proteção a</p><p>outro direito fundamental.</p><p>- O juiz tem o poder-dever de adotar</p><p>os meios executivos que se revelem</p><p>necessários à prestação integral de</p><p>tutela executiva.</p><p>Princípio da Adequação</p><p>Dimensões:</p><p>- Legislativa</p><p>Informador da produção legislativa de</p><p>regras processuais.</p><p>- Jurisdicional</p><p>Permite ao juiz, no caso concreto, adaptar</p><p>o procedimento às peculiaridades da causa</p><p>que lhe é submetida.</p><p>- Negocial</p><p>O procedimento é adequado pelas próprias</p><p>partes, negocialmente.</p><p>● A adequação legislativa é prévia e</p><p>abstrata</p><p>Criação de regras para procedimentos</p><p>especiais para tutelas diferenciadas (Ex.</p><p>possessórias, alimentos etc.)</p><p>● A adequação jurisdicional é</p><p>concreta</p><p>Confere ao juiz poderes para conformar o</p><p>procedimento às peculiaridades do caso.</p><p>Ex: dilatação dos prazos processuais (art.</p><p>139, VI); redistribuição do ônus da prova</p><p>(art. 373, §1º)</p><p>Princípio da Cooperação</p><p>● Modelo adversarial.</p><p>Competição entre dois adversários diante</p><p>de um órgão jurisdicional relativamente</p><p>passivo cuja principal função é decidir o</p><p>caso. (princípio do dispositivo).</p><p>● Modelo inquisitorial.</p><p>Órgão jurisdicional é o grande</p><p>protagonista do processo. (princípio</p><p>inquisitivo).</p><p>● Modelo cooperativo (Art. 6º)</p><p>“Todos os Sujeitos do Processo devem</p><p>cooperar entre si para que se obtenha, em</p><p>tempo razoável, decisão de mérito justa e</p><p>efetiva”.</p><p>- Decorrência do redimensionamento</p><p>do princípio do contraditório; O</p><p>contraditório é valorizado como</p><p>instrumento indispensável ao</p><p>aprimoramento da decisão judicial,</p><p>e não apenas como uma regra</p><p>formal que deve ser observada para</p><p>que a decisão seja válida.</p><p>Deveres processuais que decorrem do</p><p>princípio da cooperação:</p><p>- Dever de Esclarecimento</p><p>Os demandantes devem redigir a sua</p><p>demanda com clareza e coerência, sob</p><p>pena de inépcia.</p><p>- Dever de Lealdade</p><p>As partes não podem litigar de má-fé;</p><p>- Dever de Proteção</p><p>A parte não pode causar danos à parte</p><p>adversária.</p><p>- Dever de Prevenção</p><p>Dever do magistrado de apontar as</p><p>deficiências das postulações das partes,</p><p>para que possam ser suprimidas (Ex.</p><p>emenda da inicial (art. 321 do CPC)).</p><p>Princípio do Autorregramento da</p><p>Vontade do Processo</p><p>Visa à obtenção de um ambiente</p><p>processual em que o direito fundamental</p><p>de autorregular-se possa ser exercido pelas</p><p>partes sem restrições irrazoáveis ou</p><p>injustificadas.</p><p>Este princípio torna o processo judicial</p><p>espaço propício para o exercício da</p><p>liberdade.</p><p>- Negócios Processuais Típicos</p><p>Ex.: Escolha do mediador/conciliador;</p><p>eleição de foro; prorrogação de</p><p>competência; Calendário processual ;</p><p>acordo para suspensão do processo;</p><p>escolha consensual do perito etc.</p><p>- Negócios Processuais Atípicos</p><p>Artigo 190</p><p>Princípio da Primazia da Decisão do</p><p>Mérito</p><p>Segundo este princípio, é dever do órgão</p><p>jurisdicional priorizar a decisão do mérito</p><p>(mérito é a entrega do direito material).</p><p>Princípio da Proteção da Confiança</p><p>O princípio da proteção da confiança é a</p><p>dimensão subjetiva do conteúdo do</p><p>princípio da segurança jurídica.</p><p>Impõe que se tutele a confiança de um</p><p>determinado sujeito que exerce a liberdade</p><p>por confiar na validade (ou aparência de</p><p>validade) de um conhecido ato normativo</p><p>e depois vê frustradas suas expectativas</p><p>pela descontinuidade da vigência ou dos</p><p>efeitos deste ato normativo.</p><p>Ex: dever do tribunal modular a eficácia da</p><p>decisão que altera jurisprudência</p><p>consolidada.</p><p>Jurisdição</p><p>Função atribuída a terceiro imparcial,</p><p>investido de autoridade de realizar o</p><p>direito de maneira imperativa, inevitável e</p><p>criadora de lei, em decisão insuscetível de</p><p>controle externo, mas discutível (cabe</p><p>recurso para reforma de sentença) até o</p><p>trânsito em julgado.</p><p>A atividade jurisdicional é</p><p>heterocomposição (substitutividade), o</p><p>procedimento mediante o qual as partes</p><p>contam com a presença de um Terceiro</p><p>para decidir a lide, pelo princípio da</p><p>inafastabilidade da jurisdição para litígios</p><p>não passíveis de resolução pessoal ou da</p><p>justiça privada ou de questões que não</p><p>foram solucionadas nestas instâncias,</p><p>apesar das tentativas. A decisão do juiz</p><p>substitui a decisão das partes.</p><p>Obs.: Em decisão arbitral com</p><p>descumprimento da parte perdedora, vai-se</p><p>à justiça para a execução, não mais</p><p>discussão da matéria.</p><p>São escopos da jurisdição:</p><p>- Social</p><p>A resolução do conflito, proporcionando</p><p>às partes envolvidas a pacificação social,</p><p>visto que a vontade do Estado será</p><p>submetida, caso não haja a resolução</p><p>particular.</p><p>- Educacional</p><p>Ensinar aos jurisdicionados, e não somente</p><p>as partes envolvidas, seus direitos e</p><p>deveres.</p><p>- Político</p><p>Se presta a fortalecer o Estado; é o último</p><p>recurso em termos de proteção às</p><p>liberdades públicas e aos direitos</p><p>fundamentais; incentiva a participação</p><p>democrática por meio do processo.</p><p>*Precedentes obrigatórios (art. 927</p><p>CPC): São aqueles que têm eficácia</p><p>vinculante, incluídos no processo</p><p>brasileiro com o NCPC, que trouxe a</p><p>cultura de precedentes ao nosso sistema</p><p>jurídico, quase que exclusivamente</p><p>baseado em civil law.</p><p>Princípios da Jurisdição</p><p>Territorialidade</p><p>A jurisdição, como manifestação da</p><p>soberania, exerce-se sempre em dado</p><p>território; Todo juiz é investido de</p><p>jurisdição, mas nem todo juiz tem</p><p>competência para determinada ação;</p><p>Existe a cooperação entre juízes, realizada</p><p>mediante cartas; Cartas precatórias entre</p><p>juízos de comarcas diferentes e cartas</p><p>rogatórias entre juízos situados em países</p><p>diferentes; Cartas de ordem para</p><p>magistrados de hierarquias diferentes;</p><p>Regras da competência estabelecidas nos</p><p>arts. 42 a 66 CPC.</p><p>Princípio do Juiz Natural</p><p>Art. 5º, incs. XXXVII e LIII, CF e art. 44</p><p>do CPC.</p><p>Quem define o Juiz competente para o</p><p>litígio são as regras de competência, e não</p><p>as partes; É uma consequência do</p><p>princípio da proibição a juízo ou tribunal</p><p>de exceção; Num processo, os documentos</p><p>são recebidos no sistema eletrônico e</p><p>distribuídos mediante sorteio para a vara</p><p>competente;</p><p>↳ Jurisdição voluntária:</p><p>Procedimentos de natureza</p><p>administrativa sem litigiosidade, ou</p><p>seja, as partes estão em comum</p><p>acordo acerca da situação. Nesse</p><p>sentido, o Estado apenas exercerá</p><p>atos de pura administração,</p><p>somente orientando e concluindo o</p><p>“acordo” entre as partes;</p><p>Indelegabilidade</p><p>O juiz é investido de poder decisório, e</p><p>ninguém senão esta autoridade pode</p><p>proferir sentença condenatória, a menos</p><p>que expressamente designado para praticar</p><p>ato cuja ação seja de competência</p><p>privativa (ex: atos de mero expediente -</p><p>art. 203, § 4º, CPC).</p><p>Inafastabilidade</p><p>Não se pode negar a ninguém o direito de</p><p>recorrer ao Judiciário para solucionar os</p><p>litígios, mas devem ser esgotadas todas as</p><p>vias administrativas ou privadas antes de</p><p>acionar a máquina judiciária, sob pena de</p><p>inexistência do “direito de agir”</p><p>↳ Precedentes: Tema 350 STF e</p><p>Súmula 552 STF;</p><p>↳ Vias administrativas: Em</p><p>algumas situações, a simples</p><p>existência do direito não constitui</p><p>direito de agir ou pretensão; Por</p><p>exemplo, não se pode pleitear</p><p>concessão judicial de benefício</p><p>previdenciário sem antes obter</p><p>negativa administrativa do INSS.</p>