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<p>SOCIOLOGIA</p><p>Como visto até o momento as grandes transformações mundiais foram</p><p>muitas e o século XIX contempla boa parte delas. Seja nos acontecimentos</p><p>históricos ou nas ciências, este período é rico em múltiplos aspectos.</p><p>Além das teorias sociológicas estudadas nos capítulos anteriores, uma</p><p>se destaca pelo olhar dado aos processos históricos, por dar voz aos</p><p>trabalhadores e por sua atualidade.</p><p>A teoria marxista alcançou espaço entre os defensores da luta operária</p><p>e nesta unidade será apresentada por meio dos principais pontos que</p><p>permitiram outro olhar sobre os acontecimentos trazidos pela sociedade</p><p>moderna.</p><p>AULA 4</p><p>A SOCIOLOGIA</p><p>MARXISTA</p><p>Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá</p><p>como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade</p><p>de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e</p><p>Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo.</p><p>▪ Compreender o conceito de psicologia</p><p>▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia</p><p>▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo.</p><p>Nesta aula você vai conhecer as proposições feitas por Karl Marx e</p><p>Friedrich Engels que se conceituou chamar de marxismo. Ao mesmo tempo,</p><p>serão apresentados aspectos da teoria weberiana.</p><p>A partir disto, dentre os objetivos propostos estão:</p><p>• Descrever a teoria marxista para a Sociologia.</p><p>• Identificar os principais pontos para caracterização da luta do</p><p>proletariado.</p><p>• Analisar a sociologia a partir da burocracia em Max Weber.</p><p>• Identificar aspectos atuais da interpretação sociológica marxista e</p><p>weberiana.</p><p>4 A SOCIOLOGIA DE KARL MARX</p><p>No transcorrer do desenvolvimento do século XIX uma gama de interpretações</p><p>foram surgindo e se somando aos primeiros estudos sobre a Sociologia. Cada uma</p><p>delas contribuiu para que olhares singulares estivessem presentes sobre os</p><p>resultados do modelo capitalista de sociedade.</p><p>Dois autores alemães se inserem no escopo de pensadores que propuseram</p><p>análises sobre tal modelo. Karl Marx produziu uma das principais teorias</p><p>revolucionárias de alcance mundial. Ao lado de Engels ele formulou reflexões sobre a</p><p>luta dos trabalhadores, a possibilidade de ruptura com a ordem estabelecida e a</p><p>criação de um novo padrão de Estado centrado no proletariado.</p><p>Para a teoria marxista os trabalhadores seriam capazes de se organizar num</p><p>partido que lhes representassem exclusivamente. Este partido seria o responsável por</p><p>encampar as demandas da luta de classes e propor as mudanças necessárias para a</p><p>tomada do poder pelo povo trabalhador. Os desdobramentos desta teoria chegaram</p><p>ao século XX com a Revolução Russa e a formação de partidos socialistas e</p><p>comunistas.</p><p>Nas páginas a seguir você será convidado a conhecer um pouco mais sobre a</p><p>Sociologia e como ela está presente nas nossas vidas cotidianamente. A maneira</p><p>como o estudo sobre as desigualdades e a organização dos trabalhadores se deu a</p><p>partir do advento da sociedade burguesa é um dos pontos centrais da teoria marxista.</p><p>Além disso, os desdobramentos sociais e políticos a partir da industrialização e da</p><p>modernização urbana para o presente e para as sociedades futuras complementam</p><p>os estudos da teoria marxista. Mas é o olhar sobre aqueles outros setores à margem</p><p>na sociedade, principalmente os mais pobres e excluídos das benfeitorias da</p><p>modernidade, que serviram de inspiração marxista para que esta teoria ganhasse</p><p>contornos não só teóricos, mas também práticos como alimento para a organização</p><p>dos movimentos sociais.</p><p>4.1 Karl Marx e a ruptura com a sociedade burguesa</p><p>De todas as teorias da Ciência Política, nenhuma ganhou tanto alcance quanto</p><p>aquela elaborada por Karl Marx e Frederich Engels. Ambos alemães e vivenciando os</p><p>desdobramentos da Revolução Francesa no século XIX, fizeram um longo estudo</p><p>histórico sobre as transformações da sociedade, que colocou em evidência uma força</p><p>revolucionária, o papel do trabalhador. Seria ela o motor da história responsável por</p><p>levar os homens da pré-história até as sociedades futuras (MARX; ENGELS, 2017).</p><p>A teoria marxista inaugurou um papel inovador por dar espaço para que</p><p>conceitos e métodos até então inéditos pudessem ser inseridos na</p><p>Ciência Política. Os dois autores, trabalhando em conjunto, realizaram uma série de</p><p>estudos acerca da História, da Economia e da Filosofia. O homem, livre do espectro</p><p>religioso como guia para a vida cotidiana, passaria a ser substituída pela autonomia</p><p>de ação e pensamento do sujeito.</p><p>Além disto, a observação sobre como os processos históricos foram sendo</p><p>constituídos deu abertura para perceber um movimento cíclico e passível de rupturas</p><p>estruturais no status quo. Por tal perspectiva, cada um dos períodos históricos deixou</p><p>sua marca, mas foi sendo substituído por outros que respondiam melhor ao contexto</p><p>social e político (QUADROS, 2016).</p><p>Com base nesta metodologia, Marx e Engels identificaram que a história</p><p>universal tem uma característica única, a dialética. Ela é a capacidade de renovação</p><p>ser deixar de perder a elementos básicos daquilo que havia antes (LOBO, 2017). Por</p><p>este caminho a história produzida pelos homens é sempre nova, mas carrega em si</p><p>pontos daquilo que existia antes.</p><p>Outro ponto que distingue a teoria marxista é que enquanto a maioria dos</p><p>pensadores estão trabalhando com uma visão burguesa de Estado, Marx e Engels</p><p>apontam para a necessidade de ruptura com este modelo e a elaboração de um novo</p><p>Estado que realmente atendesse às demandas da maioria da população, os</p><p>trabalhadores.</p><p>Marx identificava que os processos industrializados vividos pela Inglaterra e</p><p>pelo qual passava a França colocava o operário numa condição de dependência e</p><p>extrema exploração da sua força de trabalho (MARX; ENGELS, 2017). O trabalhador</p><p>estava preso a este sistema e, ao mesmo tempo, era o motor que girava a sociedade</p><p>capitalista.</p><p>Sua crítica ao liberalismo capitalista segue na medida em que a concorrência e</p><p>o lucro são os norteadores para o modelo vigente. Tanto Marx como Engels</p><p>imaginavam a possibilidade de uma outra sociedade na qual os trabalhadores fossem</p><p>os reais responsáveis pelo Estado e as tomadas de decisões. Assim como</p><p>apresentam no livro “Manifesto Comunista”</p><p>Os comunistas distinguem-se de outros partidos de classes</p><p>trabalhadoras somente pelo seguinte: 1) nas lutas nacionais de proletários de</p><p>países diferentes, eles ressaltam e apresentam os interesses comuns de todo</p><p>o proletariado, independente de nacionalidade; 2) nos vários estágios de</p><p>desenvolvimento que a classe trabalhadora atravessa em sua luta contra a</p><p>burguesia, eles representam sempre o interesse do movimento como um todo</p><p>(MARX; ENGELS, 2017, s/p, documento online).</p><p>Portanto, o movimento comunista seria, ao mesmo tempo, o único capaz de</p><p>romper os processos de opressão e construtor de uma sociedade mais igualitária na</p><p>qual as diferenças sociais fossem minimizadas. Historicamente tais ideias</p><p>alimentaram e ainda servem de inspirações para partidos e movimentos sociais que</p><p>resistem aos avanços do capitalismo sobre a vida cotidiana. Hoje estes movimentos</p><p>já não pensam na revolução socialista, mas usam de inspiração as ideias dos dois</p><p>autores para que possam organizar a luta de defesa dos trabalhadores nos mais</p><p>diversos campos produtivos.</p><p>4.2 Karl Marx e a luta dos trabalhadores</p><p>Já vimos anteriormente alguns aspectos acerca da teoria política marxista. O</p><p>olhar sociológico nos permite aprofundar as análises sobre a sociedade capitalista.</p><p>Isto é importante porque os olhares predominantes sobre os problemas sociais</p><p>decorrentes do mundo moderno partiam de olhares conservadores que pregavam a</p><p>manutenção do status</p><p>quo.</p><p>Karl Marx viveu entre 1818 e 1883 e foi um grande estudioso da história, da</p><p>economia e da filosofia. Assim como Weber era erudito e atento às mudanças de sua</p><p>época. Desde jovem identificou que a sociedade em que vivia era excludente e</p><p>estratificada. Cada um era na sociedade aquilo que ocupado no modo de produç��o</p><p>capitalista. Ou seja, o lugar no mundo de cada um era definido pela posição ocupada</p><p>na divisão do trabalho social.</p><p>A burguesia nascente e revolucionária até meados do século XIX trouxe</p><p>consigo uma outra classe social que passou a ser a responsável pela produção da</p><p>riqueza. Na leitura de Marx e Engels eram classes opostas, mas complementares</p><p>dentro da reprodução do capitalismo (DIAS, 2010). Uma não existiria sem a outra.</p><p>Mas esta relação dependente e contraditória gerava uma desigualdade social,</p><p>econômica, cultural e educacional entre as duas classes.</p><p>Os estudos feitos pelo autor apontavam que o processo da História era dialético</p><p>e dinâmico. Na Figura 1 a representação demonstra o olhar de Marx para as</p><p>transformações pelas quais as sociedades passaram e para onde poderiam caminhar.</p><p>Vê-se que os ciclos históricos deram origem a novos movimentos e apontavam</p><p>sempre para a revolução como instrumento de ruptura:</p><p>Figura 1 – Processo Histórico Dialético</p><p>Fonte: Marx e Engels, 2019.</p><p>Em todos estes períodos apresentados, inovações tecnológicas e personagens</p><p>sociais foram os expoentes das transformações vivenciadas. No entanto, Marx e</p><p>Engels identificavam que a total dinamização da sociedade e dos modos de produção</p><p>só ocorreriam a partir do momento em que as classes trabalhadores fizessem seu</p><p>processo revolucionário.</p><p>De acordo com os autores "a coincidência na modificação das circunstâncias e</p><p>da atividade humana só pode ser concebida e racionalmente entendida como uma</p><p>prática revolucionária" (MARX; ENGELS, 2019, online). Portanto, a sociologia de Marx</p><p>é baseada na práxis, no agir e na organização das classes trabalhadores em torno de</p><p>suas demandas.</p><p>Ainda pensando sobre a Figura 1 compreende-se que esse agir organizado das</p><p>classes trabalhadores levaria a outros dois momentos importantes na História</p><p>mundial. Haveria um aperfeiçoamento da sociedade saindo do capitalismo</p><p>direcionando ao socialismo. Nesta fase já no poder, os trabalhadores fariam as</p><p>mudanças para que o Estado atendesse as necessidades da maioria, dos</p><p>trabalhadores.</p><p>Por mais que tenha sido apenas uma projeção do que poderia vir a acontecer</p><p>na história da sociedade, o pensamento de Marx e Engels influenciou o movimento</p><p>operário mundial. Partidos políticos foram criados, revoluções foram tentadas e</p><p>realizadas. É o caso da Revolução Russa de 1917 e da Revolução Cubana de 1959.</p><p>Muitos países seguiram a orientação marxista e o mundo pós-Guerra Fria ficou</p><p>Sociedades</p><p>Primitivas</p><p>Sociedade</p><p>Feudal</p><p>Sociedade</p><p>Capitalista</p><p>Sociedade</p><p>Socialista</p><p>Sociedade</p><p>Comunista</p><p>dividido entre socialistas e capitalistas até 1989 com a queda do Muro de Berlim,</p><p>símbolo deste mundo dividido.</p><p>4.3 Olhando nas entrelinhas das relações sociais</p><p>A contribuição da sociologia marxista permitiu que os pormenores das relações</p><p>de produção do modo capitalista ficassem em evidência. Não é possível entender a</p><p>vida cotidiana apenas a partir de aspectos gerais como, por exemplo, falar da</p><p>necessidade de educação para todos. O olhar marxista permite compreender que a</p><p>educação é sim para todos, mas que o poder aquisitivo em muitos momentos garante</p><p>uma melhor qualidade educacional para poucas pessoas. A grande maioria fica</p><p>condicionada a escolas com pouca infraestrutura e não alcança os resultados</p><p>pedagógicos esperados.</p><p>Marx, portanto, identificou que o aspecto fundamental da sociedade capitalista</p><p>girava em torno da luta de classes:</p><p>(..) a separação entre capital, propriedade fundiária e trabalho é uma</p><p>separação necessária, essencial e nociva apenas para o trabalhador. Capital</p><p>e propriedade fundiária não precisam permanecer nessa abstração, mas</p><p>decerto o precisa o trabalho do trabalhador (MARX, 2022, online).</p><p>Os proprietários dos meios de produção exploravam o trabalhador e criava uma</p><p>falsa ideia de que todos estavam incluídos. O salário recebido pelo produto produzido</p><p>não representava o todo, mas sim apenas uma parte do que foi feito. O sobretrabalho,</p><p>ou o que o autor passou a chamar de mais-valia, ficava com o patrão que acumulava</p><p>e reinvestia. Por outro lado, o trabalhador ficava apenas com uma parte do que era</p><p>produzido.</p><p>É neste contexto que categorias sociológicas na leitura marxista aparecem,</p><p>ideologia, instituições, luta de classes, desigualdade. De acordo com Dias, “tanto as</p><p>instituições como a ideologia estão de acordo com o modo de produção que servem,</p><p>portanto, para sua reprodução” (DIAS, 2010, p. 72). Olhar para as entrelinhas</p><p>existentes no todo da sociedade capitalista permite perceber que as instituições estão</p><p>imbuídas de significados e diferenças sociais.</p><p>4.4 Educação e emancipação pela Sociologia Marxista</p><p>Percebe-se pelas ideias anteriormente apresentadas que a perspectiva de</p><p>análise sociológica em Marx e Engels concede ao homem um lugar de realizações e</p><p>possibilidades de mudanças da ordem estabelecida (PRAXEDES; PILETTI, 2021). Os</p><p>autores ampliam esse campo na medida em que veem na educação progressista um</p><p>elemento a mais para que a massa trabalhadora tenha condições objetivas e</p><p>subjetivas de ampliar sua capacidade de intervenção na sociedade.</p><p>A visão marxista já no século XIX debatia com a construção funcionalista de</p><p>que a função da escola era a de inserir nos alunos os conhecimentos e valores já</p><p>apreendidos pela sociedade. Por meio desta corrente de pensamento não cabia aos</p><p>educandos questionar, levar o conhecimento pessoal para a sala de aula ou mesmo</p><p>pensar autonomamente frente ao que era imposto pela escola. Desta forma, o que se</p><p>construía enquanto educação era a reprodução do saber já construído.</p><p>Mas a sociologia marxista baseada em todo fundamento histórico na qual o</p><p>processo pode sofrer rupturas coloca a escola e a educação num patamar distinto.</p><p>Como estudado anteriormente, é cotidiano é um lugar de aprendizado constante. Não</p><p>há conhecimento pronto e o homem, enquanto sujeito histórico, está inserido numa</p><p>dinâmica de transformação dialética (PRAXEDES; PILETTI, 2021).</p><p>Portanto, há duas possibilidades de educação. De um lado uma escola que</p><p>condiciona, reproduz e limita o conhecimento, uma vez que ela compõe a sociedade</p><p>burguesa. A escola burguesa elabora um conjunto de conhecimentos sistematizados</p><p>e uma ideologia dominante que norteia a educação para um caminho pré-</p><p>determinado.</p><p>Sabe-se que a divisão de classes reflete também numa educação desigual</p><p>entre a população. A burguesia concede à classe trabalhadora um saber raso e</p><p>generalizante. A intencionalidade deste modelo de educação é manter o status quo e</p><p>toda estrutura social vigente. Como exceção, poucas pessoas alcançam patamares</p><p>maiores educacionais como educação superior de qualidade no âmbito de mestrado</p><p>ou doutorado.</p><p>Na organização educacional burguesa o objeto básico é a alienação. Por ser</p><p>apenas um elemento de reprodução e não valorizar o saber do sujeito, a escola</p><p>burguesa trabalha no sentido de não mostrar a realidade das coisas para quem nela</p><p>está inserida. Assim, esconder o sentido real das relações sociais é um dos papéis da</p><p>escola. O sujeito que nela está permanece alienado em relação ao seu papel e ação</p><p>na sociedade. Trata-se de uma escola que reafirma a divisão social do trabalho e sua</p><p>consequente desigualdade social.</p><p>Já a outra visão de educação está vinculada a um espaço emancipatório no</p><p>qual os sujeitos estão em posição constante de aprendizado e mudanças</p><p>(PRAXEDES; PILETTI, 2021). Sejam professores, alunos e a comunidade na qual a</p><p>escola se localiza, todos podem fazer uso e proveito de uma educação inovadora e</p><p>propositiva. Isto porque essa educação parte do próprio sujeito enquanto produtor de</p><p>conhecimento e construindo sua emancipação do pensamento.</p><p>Modelo que serve como exemplo prático é a educação pensada por Paulo</p><p>Freire que elaborou um método educacional a partir da vivência prática do educando.</p><p>Em sua pedagogia não havia saberes pré-concebidos. Havia alfabetização com base</p><p>no cotidiano do aluno. Assim, por exemplo, a palavra ROÇA, além de ter a formação</p><p>de consoantes, vogal, sílabas, tinha embutido um significado para o aprendiz. A</p><p>palavra traz em si o cotidiano de trabalho braçal, da labuta, da relação de trabalho</p><p>com o patrão (VASCONCELOS; BRITO, 2014).</p><p>Para Marx é preciso “um processo social de aprendizado da cultura que envolve</p><p>as técnicas de produção, de relacionamento interpessoal e também de representação</p><p>simbólica da vida social e participação na vida política da sociedade” (PRAXEDE</p><p>PILETTI, 2021, p. 56). Desta maneira a socialização se dá de forma ampla num</p><p>processo contínuo de aprendizado para que se tenha a educação enquanto caminho</p><p>de “formação de um ser que é, ao mesmo tempo, produto da história e de seu agente</p><p>transformador, tornando-a crítica à realidade existente imprescindível para os</p><p>processos educacionais” (PRAXEDES; PILETTI, 2021, p. 56).</p><p>A escola ideal para a classe trabalhadora é aquela que lhe dá condições de</p><p>romper com a alienação criada pela burguesia e permite que o sujeito histórico se</p><p>forme de acordo com o seu tempo e as demandas da sociedade. Na prática, é uma</p><p>escola que pode ser formulada com o envolvimento de todos os envolvidos num</p><p>sentido coletivo e crítico da realidade.</p><p>4.5 A contribuição da Sociologia Marxista para o século XX</p><p>O século XIX, sem dúvida foi um período muito frutífero para a Sociologia e</p><p>demais ciências sociais. Autores de correntes ideológicas diversas dedicaram tempo</p><p>e estudo para pensar a sociedade e o homem nela estava. Desde correntes à direita</p><p>e à esquerda contribuíram para ver os diversos ângulos da multiplicidade da vida</p><p>burguesa. O marxismo enquanto teoria teve alcances também na realidade concreta.</p><p>Isto foi observado já no século XIX com a organização de partidos de</p><p>trabalhadores na Alemanha, na França, na Inglaterra e na Rússia (DIAS, 2010). Além</p><p>disto, a Comuna de Paris, movimento ocorrido em 1871, foi o primeiro momento em</p><p>que a classe trabalhadora tomou o poder e realizou mudanças estruturais. Mesmo</p><p>derrotada pelo exército francês entrou para a história como exemplo de organização</p><p>dos trabalhadores.</p><p>Mas o século XX reservava o maior acontecimento para o movimento marxista.</p><p>Na Rússia, a organização de um movimento operário levou às mudanças que</p><p>culminaram na derrocada do poder absoluto e na formação de um governo de</p><p>trabalhadores (DIAS, 2010). A Revolução Russa de 1917, comandada por Vladmir</p><p>Lenin foi outro grande marco para a história mundial.</p><p>A partir de então, outros países buscaram formas distintas de organização</p><p>social e política. Partidos de trabalhadores, partidos socialistas e comunistas</p><p>enfrentaram a dominação burguesa capitalista, apresentando pontos como</p><p>distribuição da riqueza, educação pública de qualidade, organização de movimentos</p><p>sociais, visibilidade a minorias, dentre tantos outros pontos. Assim, a marca da teoria</p><p>revolucionária de Karl Marx e Engels se faz viva até os dias atuais.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>DIAS, R. Introdução à Sociologia. SP: Pearson, 2010.</p><p>PRAXEDES, W. e PILETTI, N. Principais correntes da sociologia da educação.</p><p>SP: Contexto, 2021.</p><p>MARX, K e ENGELS, F. O manifesto comunista. RJ: Nova fronteira, 2017.</p><p>________________. A Ideologia alemã. RJ: Vozes, 2019.</p><p>MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos. RJ; Vozes, 2022.</p><p>SILVA, S. Introdução ao pensamento social clássico. Curitiba: Intersaberes,</p><p>2019.</p><p>VASCONCELOS, M. L. M.C. e BRITO, R. H. P. Conceitos de educação em Paulo</p><p>Freire. 2014</p>

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