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<p>matriz de Atividade INDIVIDUAL</p><p>Estudante:</p><p>Disciplina: Direito Societário – Sociedade Anônima</p><p>Turma: ONL024NZ-PODEM0103 - 504347/2024</p><p>Em que pese a legislação brasileira não traga, de forma específica, a definição de “insider trading”, a sua tradução literal nos remete a “informações privilegiadas”. Desta forma, podemos entendê-lo como sendo o uso indevido de informações privilegiadas, não públicas, obtidas por pessoas que têm acesso a elas em razão da sua função em determinada companhia, tais como administradores, acionistas, diretores, controladores, presidentes, membros do conselho e/ou funcionários com acesso a dados relevantes. Assim, a pessoa que possui a informação privilegiada, a utiliza para negociar valores mobiliários, com intenção de obter para si ou para terceiro uma vantagem indevida.</p><p>Se alguém possui conhecimento prévio sobre ato ou fato relevante[footnoteRef:1] acerca de determinado valor mobiliário, que possa, de alguma maneira, influenciar ou impactar a decisão dos investidores do mercado, de vender ou comprar valores mobiliários, estamos diante da prática de “insider trading”. É um ílicito praticado contra o mercado financeiro e que deve ser combatido, pois abala a confiança dos investidores, que se sentem prejudicados, afeta a igualdade de informações entre aqueles que operam no mercado de capitais, além de gerar desequilíbrio no mercado, pois a prática afeta o preço das ações. [1: RESOLUÇÃO CVM Nº 44, DE 23 DE AGOSTO DE 2021 - Art. 2º Considera-se relevante, para os efeitos desta Resolução, qualquer decisão de acionista controlador, deliberação da assembleia geral ou dos órgãos de administração da companhia aberta, ou qualquer outro ato ou fato de caráter político-administrativo, técnico, negocial ou econômico-financeiro ocorrido ou relacionado aos seus negócios que possa influir de modo ponderável:</p><p>I – na cotação dos valores mobiliários de emissão da companhia aberta ou a eles referenciados;</p><p>II – na decisão dos investidores de comprar, vender ou manter aqueles valores mobiliários; ou</p><p>III – na decisão dos investidores de exercer quaisquer direitos inerentes à condição de titular de valores mobiliários emitidos pela companhia ou a eles referenciados.</p><p>]</p><p>Conforme mencionado anteriormente, geralmente quem detém a informação privilegiada é alguém diretamente ligado à Companhia por meio de sua função. Contudo, o vazamento também pode vir por meio de terceiros ligados à companhia, através de profissionais ou empresas terceirizadas com acesso a conteúdos sensíveis dessa companhia, que figura, neste caso, como seu cliente. O parágrafo único do artigo 2º da Resolução CVM nº 44/2021 nos traz alguns exemplos do que é Fato ou Ato Relevante ocorrido dentro da estrututa da companhia, tais como alteração de controle acionário, transformação ou dissolução da companhia; lucro ou prejuízo da companhia; mudança na composição do patrimônio ou de critérios contábeis, dentre outros.</p><p>De modo geral, pois essa situação comporta algumas exceções, as companhias abertas têm a obrigação tornar público todo e qualquer Ato ou Fato Relevante que possa resultar em algum impacto no mercado. Essa divulgação deve ocorrer por meio de um jornal de grande circulação ou pelo menos um portal de notícias com página na rede mundial de computadores, que disponibilize, em seção disponível para acesso gratuito, a informação em sua integralidade[footnoteRef:2] (artigo 3º, § 4º da Resolução CVM nº 44/2021). É justamente no período anterior a essa divulgação, após a ocorrência dos fatos, que ocorrem os casos “insider tradings”. [2: ]</p><p>Atualmente, o tema é regulamentado, principalmente, pela Lei nº 6.385/1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e pela Lei nº 6.404/1976, conhecida como Lei das Sociedades por Ações.</p><p>De acordo com o artigo 155 da Lei das S.A, o administrador da companhia possui o dever de lealdade sobre os seus negócios, devendo guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários. O descumprimento desse dever pode gerar a obrigação de reparação de perdas e danos à pessoa que sofreu prejuízo.</p><p>Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado:</p><p>I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo;</p><p>II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da companhia;</p><p>III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à companhia, ou que esta tencione adquirir.</p><p>§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários.</p><p>§ 2º O administrador deve zelar para que a violação do disposto no § 1º não possa ocorrer através de subordinados ou terceiros de sua confiança.</p><p>§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de valores mobiliários, contratada com infração do disposto nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do infrator indenização por perdas e danos, a menos que ao contratar já conhecesse a informação.</p><p>§ 4o É vedada a utilização de informação relevante ainda não divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso, com a finalidade de auferir vantagem, para si ou para outrem, no mercado de valores mobiliários.</p><p>Já a Lei nº 6.385/1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários, determina algumas penalidades para quem pratica crimes contra o mercado de capitais, sendo o onsider trading classificado como um crime desse tipo penal, conforme se verifica dos artigos abaixo relacionados:</p><p>Art. 27-D. Utilizar informação relevante de que tenha conhecimento, ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores mobiliários:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime.</p><p>§ 1ºIncorre na mesma pena quem repassa informação sigilosa relativa a fato relevante a que tenha tido acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança com o emissor.</p><p>§ 2º A pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o agente comete o crime previsto no caput deste artigo valendo-se de informação relevante de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo.</p><p>O STJ vem julgando casos envolvendo insider tradings, consolidando entendimento relevantes sobre o assunto. Conforme se verifica das jurisprudências abaixo, é possível verificar a análise dos casos sob as eferas administrativa, penal e civil:</p><p>E M E N T A APELAÇÃO EM AÇÃO ANULATÓRIA. ADMINISTRATIVO. MULTA E VENDA DE VALORES MOBILIÁRIOS, ESTANDO O VENDEDOR MUNIDO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA (INSIDER TRADING). PRESCRIÇÃO TRIENAL AFASTADA. INFRAÇÃO TIPIFICADA. PROPORCIONALIDADE DAS MULTAS. RECURSO PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO, COM INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. (...) 4.A questão de fundo tem base no art. 155, § 4º, da Lei 6.404/76 e no art. 13 da IN CVM 358/02 (insider trading), dada a alienação em bolsa de BDR's patrocinadas por Laep Investments Ltd. de posse de informação privilegiada ainda não divulgada por meio de fato relevante (ocorrida a divulgação somente em 15.01.2010) -, qual seja, a</p><p>capitalização da empresa Laep, controladora indireta da Parmalat Brasil S/A em Recuperação Judicial, por fundo estrangeiro (fundo GEM) e posterior conversão em ações -, o que impactaria negativamente aqueles valores mobiliários no mercado, pois a nova subscrição dar-se-ia em preço inferior ao praticado. 5.Em procedimento de fiscalização, a empresa Laep informou que o autor, na qualidade de diretor presidente da Parmalat e membro do Conselho de Administração, sabia das tratativas mantidas com o fundo antes de 14.01.10, data da reunião feita com demais acusados. Ou seja, ocupava cargo estatutário na empresa onde se realizaria a operação e, de acordo com a própria empresa, sabia das tratativas quando operou substancial venda de BDR's daquela empresa no período entre 13.01 e 15.01, ciente de sua depreciação em face da iminente diluição de seu capital social com a entrada do fundo GEM e o acordo de investimento. Apurou-se ainda que o autor participou das tratativas com o fundo. 6.Não amparada na necessidade de prover recursos à companhia ou outra motivação econômica relevante que não pessoal, como bem explicado em voto prolatado no colegiado da CVM, e considerado seu conhecimento de fato relevante ainda não divulgado, a operação realizada em 13.01 com 400.000 BDR's foi considerada irregular, ficando configurada a infração por insider trading. Acertadamente, ressaltou-se que a existência de plano individual de negociação e permissão para o negócio não pode ultrapassar os termos legais, vedando-se ao administrador da companhia aberta atuar no mercado dotado de informação privilegiada em razão de seu ofício junto àquela companhia, pendente de divulgação ao mercado em geral. A existência do plano em nada desnatura a configuração do ilícito, determinado pelo conjunto indiciário identificado em sede administrativa – como é próprio neste tipo de ilícito. 7.O autor sofreu sancionamento também referente a fato relevante posterior, divulgado em 28.01.2010, por operações realizadas a partir da ciência de informação privilegiada, ocorridas em 18.01 (400.000) e 20.01 (350.000). A Laep informou a conversão de parte de sua dívida em ações classe A, importando também em diluição de seu capital. Ciente da decisão por compor o Conselho da Administração e participar da reunião que a deliberou, em 14.01, inexistindo outro intuito para a alienação que não a obtenção de vantagem pessoal, e ressaltado que a autorização prevista em plano individual não afasta a tipificação, decidiu o colegiado da CVM, após voto do relator, pela aplicação da penalidade também para essas operações. 8.Dada a gravidade das infrações, com base no art. 11, I, § 1º, e II, da Lei 6.386/76, aplicou-se multa de R$ 200.000,00 por operação, totalizando R$ 600.000,00. O resultado do Colegiado da CVM (269969532) foi confirmado pelo CRSFN após recurso (269969536). 9.A medida sancionatória se mostra adequada para o panorama analisado. A alta posição estatutária assumida pelo autor o fez ter acesso com antecedência de informações relevantes que impactaram, positiva ou negativamente, o preço das ações e valores mobiliários emitidos pelas companhias sob sua administração. Sob esta circunstância e em atenção à lei regente das companhias abertas e do mercado de valores mobiliários, assume a responsabilidade fiduciária de não atuar naquele mercado, na qualidade de investidor, desproporcionalmente aos demais justamente por ter acesso àquelas informações. 10.As vendas de suas BDR's em grande volume foram realizadas logo após fatos que importariam em diluição do capital quando implementados e ainda não divulgados ao público em geral, demonstrando atipicidade negocial. Instado a se manifestar sobre aquela atipicidade e sendo inequívoca a ciência de fato relevante não divulgado ao tempo das negociações, o autor não apontou qualquer justificativa a afastar a presunção, trazida pelos fatos narrados, de que a negociação se deu por força da informação privilegiada detida (insider trading). 11.A tipicidade da infração permite que sua configuração se dê a partir de um conjunto de indícios em um mesmo sentido – como o tempo da negociação e sua atipicidade, e o grau de acesso da pessoa à informação privilegiada -, presumindo-se sua ocorrência. No caso, dada a sua posição administrativa e a plena ciência da informação, a presunção ganha força, autorizando a autoridade fiscalizadora a reclamar justificativa apta para a atipicidade das operações, dado o alto grau de probabilidade de terem se dado sob informação privilegiada. 12.O autor apenas ressaltou que estava respaldado por plano individual de investimento e que as operações foram autorizadas pela companhia. Porém, efetivamente a previsão contratual e a autorização não ilidem a ocorrência do insider trading, muito menos eximem o administrador de uma companhia aberta, sobretudo o de maior escalão, de zelar pelo atendimento da regra legal e pela preservação da confiança no mercado de valores mobiliários – o que não foi feito pelo autor em suas operações. 13.Destaque-se não haver aplicação retroativa de normativa da CVM. Não se discute os termos do plano individual e sua legalidade em nenhum momento. A condenação administrativa se deu pelo disposto no art. 155, § 4º, da Lei 6.404/76 e da proibição do insider trading, norma que se coaduna com as melhores práticas adotadas internacionalmente e que não se abala com qualquer norma administrativa. 14.Dado o volume negociado e vulnerados o mercado de valores mobiliários e os investidores em geral com a prática do insider trading, infração de alta gravidade justamente por provocar a quebra de confiança de um mercado essencialmente fiduciário, correta e proporcional a penalidade fixada para cada operação (R$ 200.000,00), lembrando que a gravidade deriva do comportamento em si, e não do resultado patrimonial alcançado. Ou seja, mesmo que o preço do valor mobiliário com a publicação do fato relevante não seja o esperado, até porque o mercado é especulativo, não se reduz o grau da ilegalidade da venda daquele valor em momento anterior, estando dotado o vendedor do conhecimento sobre fato relevante.</p><p>(TRF-3 - ApCiv: 50346705520214036100 SP, Relator: LUIS ANTONIO JOHONSOM DI SALVO, Data de Julgamento: 16/06/2023, 6ª Turma, Data de Publicação: Intimação via sistema DATA: 22/06/2023)</p><p>RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL. BANCO REAL. CONTROLE ACIONÁRIO. ALIENAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PÚBLICO INVESTIDOR. DEVER DE INFORMAÇÃO. PREJUÍZO. DEMONSTRAÇÃO. NECESSIDADE. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Ação visando à reparação de possíveis prejuízos decorrentes da aquisição, pelo réu, de ações por um preço supostamente abaixo do valor de mercado, valendo-se, segundo afirmado pelos autores, de informações privilegiadas e irregularmente ocultadas do público investidor. 3. Para a reparação civil de danos resultantes da prática de insider trading, a legislação exige, além da presença dos elementos genéricos (conduta ilícita, dano e nexo de causalidade), o desconhecimento, por parte dos possíveis prejudicados, das informações supostamente omitidas ao tempo da negociação envolvendo valores mobiliários (art. 155, § 3º, da LSA). 4. Se os investidores têm ciência da informação por outros meios oficiais diversos da publicação de fato relevante, não se pode afirmar que tenham eles negociado seus títulos sem o conhecimento de fato capaz de influir na cotação das ações e na decisão de vendê-las ou comprá-las. 5. Operações realizadas entre autores e réu no período de vigência da Lei nº 9.457/1997, que optou por afastar a obrigatoriedade de simultânea oferta pública de aquisição de ações dos sócios minoritários pelo mesmo preço pago aos controladores na hipótese de alienação do controle de companhia aberta. 6. Afastada a obrigação de tratamento equitativo, incumbe aos autores o ônus de comprovar a existência de efetivo prejuízo na venda de seus títulos, tendo como parâmetro a comparação entre o preço</p><p>recebido e a cotação desses papéis a partir do momento em que a informação supostamente omitida veio a público. 7. Hipótese em que os autores não se desincumbiram da obrigação de demonstrar o prejuízo alegado, sendo impossível presumi-lo na espécie, o que resulta na improcedência da demanda. 8. Recurso especial provido.</p><p>(STJ - REsp: 1540428 SP 2015/0153779-2, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 06/02/2018, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 16/03/2018)</p><p>HABEAS CORPUS. INSIDER TRADING. IMPETRAÇÃO CONTRA DECISÃO DE DESEMBARGADOR QUE INDEFERIU PEDIDO LIMINAR. FLAGRANTE ILEGALIDADE NÃO EVIDENCIADA. ÓBICE DA SÚMULA N. 691 DO STF. HABEAS CORPUS INDEFERIDO LIMINARMENTE. 1. Nos termos do enunciado da Súmula n. 691 do Supremo Tribunal Federal, "não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de 'habeas corpus' impetrado contra decisão do relator que, em 'habeas corpus' requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar". 2. O referido óbice é ultrapassado somente em casos excepcionais, nos quais a evidência da ilegalidade é tamanha que não escapa à pronta percepção deste Superior Tribunal, o que, todavia, não ocorre na hipótese, em que foram apontados elementos concretos que, ao menos à primeira vista, evidenciam a gravidade concreta do delito em tese cometido, a ensejar, por conseguinte, a necessidade de manutenção da custódia preventiva para a garantia da ordem pública. 3. A magnitude da infração, relevante o bastante para impactar o mercado financeiro, e a notícia de nova investida criminosa, depois da prática de inúmeros crimes assumidos nas tratativas de colaboração premiada, sugerem audácia e certeza de impunidade, expressões que, ante as peculiaridades do caso, não traduzem mera retórica. 4. Habeas corpus indeferido liminarmente.</p><p>(STJ - HC: 416795 SP 2017/0239271-0, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 21/09/2017, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/10/2017)</p><p>Conforme pôde se verificar pelas informações acima, o insider trading é um abuso que se caracteriza pelo uso privilegiado de informações detidas em razão de uma posição pessoal dentro da companhia, e pode trazer inúmeros prejuízos ao mercado financeiro, pois é um ilícito com um potencial danoso elevado, que pode impactar em todo o mercado.</p><p>O mercado deve ser pautado nas premissas da confiança e lealdade entre os investidores e as negociações. Por isso, é importante que as companhias sempre prezem pela transparência nas operações e criem mecanismos necessários para impedir e combater qualquer prática nesse sentido. Como vimos, a violação dessas obrigações pode resultar em severas penalidades, tanto administrativa, civis, quanto criminais.</p><p>Por fim, no caso trazido em tela, da Petrobras, há que se indagar a estranheza da situação, que pode ter sido apenas uma mera sorte do investidor, uma aposta certeira, mas também sido fruto de um conhecimento prévio da informação privilegiada que só fora divulgada ao público horas depois, a decisão de não readmissão do presidente da estatal.</p><p>Se restar comprovado que o investidor obteve acesso a informações privilegiadas, de forma antecipada, e que as operações que ele realizou, somente foram realizadas em razão dessa informação, com o intuito de obter lucro significativo, a prática claramente poderá ser tipificada como insider trading, cabendo responsabilidade criminal pelo crime praticado contra o mercado financeiro, além da possibilidade de aplicação de multa e indenização por perdas e danos na esfera civil, caso essa operação tenha lesado qualquer outro investidor.</p><p>*Referências bibliográficas</p><p>MUSSNICH, Francisco Antunes M. O insider trading no direito brasileiro - DIG. São Paulo: SRV Editora LTDA, 2017. E-book. ISBN 9788547218225. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547218225/. Acesso em: 21 jul. 2024.</p><p>LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976 - Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm> Acesso em 20.07.2024.</p><p>LEI No 6.385, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976 - Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Disponível em < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6385.htm. Acesso em 20.01.2024.</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>image1.emf</p><p>image2.wmf</p>

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