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<p>1</p><p>AVALIAÇÃO NUTRICIONAL</p><p>1</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,</p><p>em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-</p><p>Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo</p><p>serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação</p><p>no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.</p><p>Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que</p><p>constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de</p><p>publicação ou outras normas de comunicação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma</p><p>confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições</p><p>modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,</p><p>excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>2</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 1</p><p>Sumário .................................................................................................................... 2</p><p>Avaliação Nutricional ................................................................................................ 3</p><p>Compartimentos dos Líquidos Corporais ............................................................... 5</p><p>Termorregulação ....................................................................................................... 6</p><p>Composição do suor ............................................................................................... 16</p><p>Desidratação ............................................................................................................ 17</p><p>Reposição Hidroeletrolítica .................................................................................... 19</p><p>Recomendações Nutricionais ................................................................................ 22</p><p>Estratégia global sobre alimentação saudável, atividade física e saúde ........... 26</p><p>Avaliação da composição corporal ....................................................................... 28</p><p>REFERENCIAS ......................................................................................................... 34</p><p>3</p><p>Avaliação Nutricional</p><p>A saúde é produto de uma série de fatores relacionados com a qualidade de</p><p>vida, os quais incluem um padrão adequado de alimentação e nutrição, de habitação</p><p>e saneamento, de renda e de oportunidades de educação ao longo de toda a vida dos</p><p>indivíduos e das comunidades.</p><p>O acompanhamento da situação nutricional das crianças de um país constitui</p><p>um instrumento essencial para a aferição das condições de saúde da população</p><p>infantil, sendo uma forma objetiva de avaliar a evolução das condições de vida da</p><p>população em geral.</p><p>A avaliação nutricional é fundamental devido à influência decisiva que o estado</p><p>nutricional exerce sobre os riscos de mortalidade e sobre o crescimento e o</p><p>desenvolvimento infantil.</p><p>O perfil epidemiológico, realizado através de estudos sobre fatores</p><p>comportamentais de risco, representa um dos componentes mais importantes para o</p><p>estabelecimento de programas eficazes e efetivos de educação e comunicação em</p><p>saúde.</p><p>A identificação dos padrões de comportamento e estilos de vida da população</p><p>em geral, ou de segmentos específicos, e o significado que adquirem na vida social</p><p>podem contribuir para o desenho de estratégias mais eficazes no campo da promoção</p><p>da saúde. (KRAUSE; MAHAN; ESCOTT--STUMP, 2005) O conhecimento sobre o</p><p>contexto social e econômico, gerador de tais comportamentos ou estilos de vida,</p><p>certamente contribuirá para a escolha de intervenções mais eficazes e efetivas, no</p><p>que tange à promoção da saúde de crianças e adolescentes.</p><p>As alterações biológicas e fisiológicas ocorridas no organismo da criança e do</p><p>adolescente demandam uma dieta balanceada para um adequado crescimento e</p><p>4</p><p>desenvolvimento orgânico. Cabe aos profissionais de saúde, em especial aos</p><p>nutricionistas, a identificação do estado nutricional desse segmento para que haja uma</p><p>intervenção apropriada com referência à qualidade e à quantidade da alimentação.</p><p>Existem distúrbios decorrentes de falhas nos esquemas de alimentação e</p><p>reposição hídrica, eletrolítica e de substrato energético, que prejudicam sobremaneira</p><p>a tolerância ao esforço e colocam em risco a saúde dos praticantes de exercícios</p><p>físicos, podendo até mesmo causar a morte. Esses distúrbios, mais frequentemente</p><p>observados em atividades de longa duração, são bastante influenciados pelas</p><p>condições ambientais. Aos profissionais que militam no esporte e atuam em</p><p>programas de exercícios físicos destinados à população em geral, apresenta</p><p>informações, embasadas em evidências científicas, visando a uma prática de</p><p>exercícios desenvolvida com segurança e preservação da saúde. São informações</p><p>que devem ser consideradas por todos os praticantes de exercícios físicos, sejam os</p><p>atletas competitivos, sejam os anônimos frequentadores de academias e outros</p><p>espaços destinados à prática de exercícios. Será abordado alguns dos aspectos</p><p>essenciais da hidratação e da nutrição do esporte, por razões didáticas distribuídos</p><p>em seis sessões: compartimento dos líquidos corporais; termorregulação no exercício</p><p>físico; composição do suor; desidratação; reposição hidroglicoeletrolítica; e</p><p>recomendações nutricionais.</p><p>5</p><p>Compartimentos dos Líquidos Corporais</p><p>Os líquidos corporais estão distribuídos nos compartimentos intra e extracelular,</p><p>sendo esse último formado pelo interstício celular e plasma sanguíneo. Os dois</p><p>compartimentos, intra e extracelular, devido à permeabilidade seletiva da membrana</p><p>endotelial, possuem constituição semelhante, mas concentrações distintas de solutos.</p><p>Cerca de 20% do peso corporal são formados pelos líquidos intersticial e</p><p>plasmático, respectivamente, ¾ e ¼ dos 14 litros do compartimento extracelular</p><p>existentes no homem médio de 70kg. Na sua composição predominam os cátions de</p><p>sódio (142mEql/l), secundados pelos ânions de cloro e pequenas quantidades de</p><p>proteínas e potássio (4,2mEq/l). A composição do líquido extracelular é rigorosamente</p><p>regulada por diversos mecanismos, com destaque para a função renal, o que mantém</p><p>as células banhadas por um líquido com concentração de eletrólitos e nutrientes</p><p>apropriada ao seu perfeito funcionamento. No compartimento intracelular existem 28</p><p>litros dos 42 litros existentes no corpo, representando cerca de 40% do peso corporal</p><p>do indivíduo médio. O líquido intracelular contém pequenas quantidades de cloreto e</p><p>de íon sódio (14mEql/l), grandes quantidades de íon potássio (140mEql/l), fosfato e</p><p>praticamente o quádruplo da concentração plasmática de proteínas,</p><p>A manutenção de um volume relativamente constante e de uma composição</p><p>estável dos solutos dos líquidos corporais é essencial para a homeostasia do</p><p>organismo. A necessidade diária de água varia individualmente, sendo influenciada</p><p>por uma série de fatores, como as condições ambientais e as características da</p><p>atividade física, como duração da sessão, intensidade do exercício e necessidade de</p><p>vestimentas que interferem na termorregulação, por exemplo. A água do organismo</p><p>provém de várias fontes, sendo ingerida sob a forma de água pura e de água que</p><p>6</p><p>compõe os alimentos, inclusive os sólidos, que são as fontes exógenas. Existe, ainda,</p><p>a produção endógena de água, decorrente da oxidação dos macronutrientes. A soma</p><p>das fontes exógena e endógena</p><p>precisa oferecer ao organismo humano a quantidade</p><p>de água correspondente às perdas diárias. Além do débito urinário, cerca de 100ml</p><p>de urina/hora, ocorrem perdas pela pele e pelo trato respiratório, somando cerca de</p><p>700ml/dia de perda insensível de água, perda pelo suor, que é bastante variável,</p><p>podendo atingir até dois litros por hora durante a prática de exercícios físicos, além</p><p>das perdas pelas fezes, cerca de 100ml/dia. Portanto, para que exista equilíbrio entre</p><p>ingestão e excreção, cabe aos rins a tarefa de regular a perda de líquidos e eletrólitos,</p><p>por meio de múltiplos mecanismos. Com efeito, o mecanismo essencial pelo qual o</p><p>organismo mantém o equilíbrio hidroeletrolítico depende do bom funcionamento renal.</p><p>Termorregulação</p><p>A eficiência mecânica do organismo humano é baixa. Na caminhada rápida e</p><p>na corrida, no máximo 25% da energia química advinda da oxidação dos nutrientes</p><p>costumam se transformar em energia mecânica, responsável pelo movimento. O</p><p>restante é transformado imediatamente em energia térmica. Posteriormente, inclusive</p><p>a energia mecânica, que proporcionou o movimento, também é transformada em</p><p>energia térmica. Portanto, 100% da energia são transformados em calor. Essa energia</p><p>térmica, que se acumula durante a prática de exercícios, elevando a temperatura</p><p>corporal, deve ser dissipada, o que ocorre através de mecanismos termorregulatórios,</p><p>sem os quais o organismo entraria em colapso devido ao superaquecimento em</p><p>questão de poucos minutos de atividade contínua.</p><p>7</p><p>Dentre os mecanismos termorregulatórios, o mais eficaz durante a prática de</p><p>exercícios é a evaporação do suor. Portanto, não basta suar, sendo necessária a</p><p>evaporação do suor para que o calor seja liberado pelo organismo, algo influenciado</p><p>pela umidade relativa do ar ambiente. Ou seja, o aumento da umidade relativa do ar</p><p>diminui a taxa de evaporação do suor, possibilitando, consequentemente, menor</p><p>liberação do calor corporal. Os demais mecanismos, que são a condução, a irradiação</p><p>e a convecção, têm importância menor durante a prática de exercícios, principalmente</p><p>os mais intensos e prolongados. Na medida em que ocorre a elevação da temperatura</p><p>externa, esses três mecanismos se tornam ainda menos efetivos.</p><p>O fluxo sanguíneo que banha as células do hipotálamo anterior permite ao</p><p>organismo humano a constatação da temperatura sanguínea ou central do organismo.</p><p>Diante do aumento de temperatura central, desencadeia-se uma resposta eferente</p><p>mediada por receptores adrenérgicos nos vasos sanguíneos, ocorrendo vasodilatação</p><p>periférica e, consequentemente, desvio de sangue para a pele. Concomitantemente,</p><p>ocorre estímulo dos receptores colinérgicos nas glândulas sudoríparas, as quais</p><p>aumentam a taxa de produção do suor. Portanto, o aumento da temperatura central</p><p>desencadeia o mecanismo de termorregulação, que culmina com a formação e</p><p>evaporação do suor. Os mecanismos da termorregulação e da manutenção da</p><p>homeostasia cardiocirculatória podem se tornar conflitantes, principalmente se houver</p><p>desidratação com diminuição do volume plasmático circulante, quando o organismo</p><p>privilegia a manutenção do volume plasmático, em detrimento da termorregulação,</p><p>ocorrendo, então, diminuição da vasodilatação periférica e da produção de suor. Com</p><p>o aumento da temperatura central, a consequência é a gradativa diminuição do</p><p>desempenho físico, que pode culminar com colapso, exaustão e insolação,</p><p>ocasionando até mesmo o óbito.</p><p>8</p><p>O comitê em Medicina de Esporte da Academia Americana de Pediatria</p><p>recomenda que para a prática esportiva sejam levados em consideração os níveis de</p><p>estresse térmico medido pelo Índice de Temperatura do Globo e Bulbo Úmido. Esse</p><p>índice combina as temperaturas de medida do ar (Tdb), umidade (Twb) e radiação</p><p>solar (Tg), sendo determinado por meio da equação WBGT= 0,7wb + 0,2Tg + 0,1Tdb.</p><p>Vale ressaltar que essa recomendação é mais relevante para as atividades intensas</p><p>e de longa duração.</p><p>Todos os processos que ocorrem em um organismo para manter seu</p><p>funcionamento necessitam de uma temperatura adequada. Isso se deve ao fato de</p><p>tais processos envolverem proteínas, enzimas, reações químicas e físicas que</p><p>ocorrem mais rapidamente ou de forma muito lenta de acordo com a temperatura do</p><p>meio em que se encontram. Por exemplo, se a temperatura baixar muito as reações</p><p>ficam lentas e podem ate cessar parando a função corporal. Por outro lado,</p><p>temperaturas elevadas podem desnaturar proteínas comprometendo a integridade do</p><p>organismo. Assim, é fundamental que os seres vivos disponham de estratégias para</p><p>regular a temperatura do corpo e de acordo com elas os animais são classificados</p><p>como homeotérmicos ou pecilotérmicos.</p><p>Os pecilotérmicos variam sua temperatura corporal de acordo com a</p><p>temperatura do ambiente, mas controlam essa variação por métodos</p><p>comportamentais. Por exemplo, o lagarto fica exposto ao sol pela manha e se esconde</p><p>do sol durante o resto do dia para evitar o hiperaquecimento. Às vezes veterinários</p><p>são solicitados a opinar sobre o manejo de pecilotérmicos de cativeiro, é importante</p><p>aconselhar os proprietários a providenciar fonte de aquecimento para que os animais</p><p>fiquem ativos nas épocas frias do ano. Os homeotérmicos conseguem manter sua</p><p>9</p><p>temperatura corporal constante na presença de variações significativas de</p><p>temperatura ambiente Essa característica traz vantagens e desvantagens. Os</p><p>homeotérmicos podem sobreviver em uma ampla variedade de ambientes e podem</p><p>ficar ativos no inverno. Porém, eles precisam ingerir mais alimento que outros animais,</p><p>pois para manter sua temperatura necessitam de processos metabólicos que</p><p>demandam grande quantidade de energia. Já os pecilotérmicos são capazes de</p><p>sobreviver a longos períodos sem alimento porque precisam de muito menos energia.</p><p>Mas, de onde vem o calor do corpo, o calor que os homeotérmicos mantém</p><p>dentro de uma faixa estreita, graças a estratégias típicas desses animais, e que os</p><p>pecilotérmicos controlam por comportamento? O calor é um subproduto de todos os</p><p>processos metabólicos, do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Pode</p><p>entrar também a partir do exterior através de radiação, condução e convecção. Um</p><p>organismo esta sempre “queimando” as substâncias citadas, mesmo em jejum e em</p><p>repouso. Esse metabolismo mínimo que mantém o organismo vivo pode ser medido</p><p>pela taxa metabólica basal. O metabolismo basal é maior nos homeotérmicos devido</p><p>ao custo energético extra que estes animais tem para gerar calor e manter a</p><p>temperatura. Também é maior nos pequenos mamíferos que nos grandes porque a</p><p>superfície de perda de calor dos pequenos animais é relativamente maior que nos</p><p>grandes animais. Assim precisam gerar mais calor, pois trocam mais facilmente com</p><p>o meio. Durante um exercício, a taxa metabólica se eleva, pois a necessidade</p><p>energética para atender o corpo é maior. Então, parte das transformações bioquímicas</p><p>dos nutrientes geram o trabalho da musculatura e parte gera calor, elevando a</p><p>temperatura corporal final. A partir desse principio o organismo pode aumentar a</p><p>produção de calor quando a temperatura ambiente estiver baixa. São os tremores!</p><p>Músculos antagônicos se contraindo sem produzir trabalho útil, elevando a</p><p>10</p><p>temperatura do corpo pela transformação de energia química de carboidratos,</p><p>gorduras e proteínas em calor.</p><p>Para reagir a situações de frio o organismo também eleva sua produção</p><p>metabólica de calor, sendo uma forma de elevar a temperatura sem ocorrer tremores.</p><p>É um método mais eficiente uma vez que a energia metabolizada é mais concentrada</p><p>para produção de energia térmica e não para trabalho (contrações da musculatura).</p><p>O aumento do metabolismo é medido pela secreção de tiroxina e pelos efeitos</p><p>calorigênicos das catecolaminas sobre os lipídeos. Os lipídeos são extremamente</p><p>calóricos. A metabolização de gorduras produz</p><p>mais calorias do que carboidratos e</p><p>proteínas. Em geral em alguns órgãos como o fígado e o coração, a produção de calor</p><p>é relativamente constante. O músculo esquelético dá uma contribuição variável para</p><p>a produção de calor: durante o trabalho muscular, mais de 80% do calor do corpo são</p><p>produzidos no músculo esquelético; durante o repouso o percentual é muito menor. A</p><p>temperatura do fígado pode estar 1 a 2 graus acima da retal e a do cérebro em geral</p><p>é um pouco mais alta que a do sangue carotídeo. Essas regiões são, portanto, mais</p><p>resfriadas que aquecidas pelo sangue arterial. Em ruminantes a temperatura intra</p><p>ruminal é mais alta do que a retal devido ao calor extra produzido pelos</p><p>microorganismos ruminais. A temperatura das partes mais periféricas do corpo, assim</p><p>como os membros, pode ser, em um ambiente frio, 10 graus ou mais baixa que a</p><p>temperatura profunda (é mais fácil obter um índice da temperatura pelo reto. Embora</p><p>ela não represente sempre uma média da temperatura corporal profunda o equilíbrio</p><p>ocorre mais lentamente do que em outras partes profundas do corpo. Assim torna-se</p><p>um bom índice de equilíbrio dinâmico verdadeiro).</p><p>11</p><p>Mas e quanto a perda de calor para manter o equilíbrio? Como ocorre? O corpo</p><p>perde calor por meio de radiação, condução, evaporação da água das vias aéreas e</p><p>pele, excreção de fezes e urina. Respostas fisiológicas do organismo que ocorrem</p><p>sempre procurando manter a temperatura dentro de uma faixa desejada. Ajustes</p><p>circulatórios promovem a vasodilatação cutânea elevando a temperatura da pele e</p><p>assim favorecendo a troca de calor com o meio ambiente. Essa resposta é mediada</p><p>principalmente por nervos vasoconstritores simpáticos. A vasodilatação periférica é,</p><p>portanto resultado da inibição do tônus simpático. O calor pode diminuir esse tônus</p><p>por meio de um aumento da temperatura do SNC ou de forma reflexa, pela mediação</p><p>de termorreceptores na pele A evaporação de água é outro meio eficiente de perder</p><p>calor. Enquanto apenas um caloria é necessária para elevar a temperatura de 1 grama</p><p>de água em 1 grau ceulsius , quase 600 calorias são necessárias para a evaporação</p><p>de água no corpo. A água evaporada a partir da vias aéreas e pele contribui com cerca</p><p>de 25% da perda do calor produzido em mamíferos. No cão a piloteia trata-se da forma</p><p>mais importante de regular o calor, já em humanos a sudorese tem esse papel</p><p>principal. Avaliando todas as vias de produção de calor podemos imaginar que a</p><p>concentração dos processos está na musculatura e no fígado.</p><p>Então, como toda essa energia térmica é distribuída para as outras partes do</p><p>organismo? Afinal, todo o corpo precisa do calor produzido e precisa também perder</p><p>esse calor para manter a temperatura em estreitas variações. Os tecidos tem uma</p><p>condutividade semelhante a da cortiça, portanto, a condução não e um meio eficiente</p><p>de redistribuir o calor. É o sangue que perfunde um órgão que então capta o calor e</p><p>redistribui para as partes mais frias do corpo.</p><p>12</p><p>Febre</p><p>Febre é uma elevação da temperatura corpórea, resultante de modificações</p><p>provocadas por pirogenicos que são substancias extremamente potentes que atuam</p><p>sobre o hipotalamo, aumentando o ponto fixo para a temperatura corpórea. Incluem</p><p>produtos bacterianos como endotoxinas de bactérias Gram negativas e proteínas</p><p>produzidas pelos próprios tecidos do corpo, em particular por leucócitos. Os</p><p>pirogenicos exógenos, como a endotoxina, podem estimular os leucócitos a</p><p>produzirem pirogenio endógeno. Quando o hipotalamo é exposto ao pirogenio, o ponto</p><p>fixo se eleva e o animal inicia respostas para conservar e produzir o calor ate que a</p><p>temperatura corpórea alcance o novo ponto fixo, o animal mantém seu corpo à nova</p><p>temperatura ate que o pirogenio seja metabolizado e sua produção cesse. Quando</p><p>isso ocorre, o ponto fixo abaixa novamente para o normal, e o animal inicia</p><p>mecanismos de perda de calor para diminuir a temperatura corpórea. Acredita-se que</p><p>a produção de prostaglandina E1 no hipotalmo esteja envolvida na elevação de ponto</p><p>fixo. Por essa razão os bloqueadores da ciclooxigenase como aspirina e fenilbutazona</p><p>são usados para tratar a febre. Ocorre choque pelo calor quando a produção do</p><p>mesmo ou seu ganho excede o debito, resultando em aumento da temperatura</p><p>corpórea para níveis perigosos Em climas quentes e úmidos, é difícil os animais</p><p>conseguirem trocar calor, porque não pode ocorrer resfriamento eficaz por</p><p>evaporação. Cães que ficam fechados dentro de carros ao sol, seu ofego satura o ar</p><p>com vapor de água, impossibilitando qualquer perda adicional de calor. À medida que</p><p>a temperatura corporal aumenta, a taxa metabólica também aumenta, produzindo</p><p>mais calor. Além disso, o ofego ou a sudorese, ou ambos, acarretam desidratação e</p><p>colapso circulatório, dificultando ainda mais a transferência de calor para a pele.</p><p>Quando a temperatura corpórea ultrapassa 41,5 a 42,5 a função celular fica</p><p>13</p><p>seriamente prejudicada e o animal perde a consciência. Ocorre hipotermia quando o</p><p>debito de calor ultrapassa sua produção, de forma que a temperatura corpórea cai a</p><p>níveis perigosos.</p><p>Na natureza, a hipotermia em geral ocorre devido a exaustão dos mecanismos</p><p>metabólicos de defesa contra o frio. O tremor pode persistir por longos períodos,</p><p>causando depleção de reservas de glicogênio do músculo esquelético e do fígado,</p><p>bem como queda do glicogênio do músculo cardíaco. Animais pequenos o doentes</p><p>expostos a um ambiente frio podem perder mais calor que são capazes de gerar e a</p><p>temperatura corpórea pode cair a um ponto em que o animal não consiga invocar os</p><p>mecanismos termorreguladores.</p><p>A capacidade hipotalâmica de regular a temperatura do corpo fica bastante</p><p>prejudicada a um temperatura abaixo de 29 graus. Ocorre parada cardíaca em torno</p><p>de 20 graus. Os recém-nascidos parecem ser mais capazes de sobreviver a baixas</p><p>temperaturas corpóreas que animais adultos e, aparentemente , cordeiros leitões e</p><p>filhotes de cães em coma podem ser reaquecidos e reviver. Hibernação Alguns</p><p>mamíferos mantém uma alta temperatura corporal, principalmente sob condições de</p><p>temperatura ambiental favorável, mas abandonam a homeotermia no frio. Entre esses</p><p>hibernadores estão a marmota européia e americana, o hamster e o ouriço caixeiro.</p><p>O urso, por outro lado não e um verdadeiro hibernador, visto que permanece de</p><p>sangue quente durante seu sono de invento. A temperatura dos hibernadores</p><p>apresenta grandes variações, mesmo no estado de sangue quente e depende muito</p><p>da atividade do animal. Durante o sono de inverno, ela cai e permanece em nível</p><p>apenas ligeiramente acima da temperatura ambiental. Mas está presente mesmo nos</p><p>hibernadores que dormem durante o inverno um mecanismo protetor contra o</p><p>14</p><p>resfriamento profundo. Se a temperatura corporal cai a níveis próximos ao</p><p>congelamento, o animal acorda e se reaquece rapidamente. A maioria dos</p><p>hibernadores acorda periodicamente de modo rítmico e cada breve despertar envolve</p><p>considerável dispêndio de energia. A capacidade de acordar usando calor apenas de</p><p>suas próprias fontes parece dever-se à preponderância de gordura parda e suas</p><p>características metabólicas nesses animais. As células do tecido gordurosos pardo</p><p>são ricas em mitocondrias e inervados por fibras do simpático. Quando estimuladas,</p><p>essas células consomem oxigênio e produzem calor rapidamente. Durante o despertar</p><p>da hibernaçao a temperatura desse tecido, localizado entre os omoplatas, é a mais</p><p>elevada do corpo.</p><p>Nos ruminantes: A formação de calor nos diversos tecidos corporais é variável.</p><p>Nos pré-estomagos os ruminantes a formação de calo aumenta no decorrer dos</p><p>processos microbianos da digestão da forragem, de maneira que a temperatura do</p><p>rumem se situar 1 a 2 graus acima da temperatura retal. Com aumento da produção</p><p>de leite aumenta nos bovinos a formação de calor no fígado e nas</p><p>glândulas mamarias</p><p>de forma acentuada. No fígado aumenta neoglicogenese e síntese de lipoproteínas.</p><p>Com aumento de produção de leite, os bovinos ficam mais sensíveis a um aumento</p><p>da temperatura ambiente acima da zona térmica neutra, reduzindo a secreção de</p><p>tirocina; assim conseguem reduzir formação de calor, mas também ocorre redução na</p><p>síntese do leite uma vez que a tiroxina é via comum para ambos eventos. Quando os</p><p>animais permanecem por períodos prolongados no frio, aumenta a assimilação de</p><p>alimentos, a secreção de tiroxina e a extensão dos processos de combustão também</p><p>aumentam.</p><p>15</p><p>Os ruminantes possuem uma boa adaptação a baixas temperaturas caso as</p><p>necessidades energéticas sejam supridas por meio de uma administração suficiente</p><p>de alimentos. Mesmo com queda de temperatura a 0 graus havendo alimentos, não</p><p>ocorre redução na capacidade de produção d leite. Nos ruminantes são formadas</p><p>quantidades convidareis de calor no rumem através de transformações dos ácidos</p><p>graxos voláteis. A extensão do calor obtido depende do volume de alimentos e da</p><p>digestibilidade da ração. Com aumento temperatura ambiente acima de 30 graus,</p><p>diminui a ingestão de alimentos e a produção de leite cai. Animais mantidos no pasto</p><p>procuram locais com sombra, reduzindo o pastejo e aumentando também a</p><p>necessidade de água. Ao falarmos sobre tolerância o calor, lembramos-nos das raças</p><p>dos países tropicais que se adaptam a determinado aumento de temperatura</p><p>ambiente sem a perda acentuada de sua capacidade produtiva. Os fatores que dão</p><p>tais característica a essas raças são: -o pequeno grau de transformação energética</p><p>sob condições de manutenção , causado por uma redução da secreção de tiroxina por</p><p>Kg de massa corporal; -o elevado numero de glândulas sudoríparas na pele, que</p><p>promovem maior evaporação de agua e consequente perda de calor; -uma redução</p><p>na capacidade aumentar a mas corporal ou leite e com isso reduzir a formação de</p><p>calor.</p><p>16</p><p>Composição do suor</p><p>Como já foi dito, a sudorese é estimulada em resposta ao aquecimento central</p><p>do organismo como forma de controlar a temperatura. Dependendo da intensidade do</p><p>exercício, condições ambientais, nível de treinamento físico e estado de aclimatação,</p><p>a sudorese pode exceder dois litros/hora. Ressalte-se que a perda do suor significa a</p><p>perda de água e eletrólitos que devem ser repostos no intuito de que sejam evitados</p><p>sérios transtornos orgânicos agudos, como a hipovolemia e o superaquecimento</p><p>corporal, e crônicos, como a hiponatremia.</p><p>Sendo hipotônico o suor em relação ao plasma, inicialmente a perda de água é</p><p>proporcionalmente maior do que a de eletrólitos, em especial do sódio, ocorrendo</p><p>desidratação com hipernatremia. Posteriormente, como se costuma oferecer mais</p><p>água do que sódio, pela ingestão de água pura ou de bebidas 'desportivas' com menor</p><p>concentração de sódio do que a do plasma sanguíneo, como decorrência da</p><p>hidratação, por hemodiluição, ocorre hiponatremia. A quantidade de perda do sódio</p><p>vai depender da aclimatação ao calor e da taxa de sudorese. Indivíduos aclimatados</p><p>apresentam menor perda de sal em relação aos não aclimatados, mas têm taxa maior</p><p>de sudorese, podendo apresentar hiponatremia em atividades com mais de três horas</p><p>de duração ao considerarmos o montante final de sudorese e a qualidade da reposição.</p><p>O suor contém cerca de 30 a 60mEq/litros de sódio e 8 a 15mEq/litros de potássio.</p><p>Portanto, quando se faz uma avaliação relativa, considerando-se as concentrações</p><p>plasmáticas de ambos, verifica-se que a perda relativa de potássio é bem superior à</p><p>de sódio. Entretanto, tendo em vista a grande concentração de potássio no meio</p><p>intracelular, existe facilidade na sua reposição, o que não ocorre com o sódio, que</p><p>depende essencialmente da fonte exógena.</p><p>17</p><p>Desidratação</p><p>Em atletas de provas de longa duração, o mecanismo de desidratação se dá</p><p>principalmente pela perda de suor, que pode chegar a ser de até dois litros/hora,</p><p>sendo que fatores como as condições ambientais, condicionamento físico,</p><p>aclimatação, grau de intensidade de esforço e tempo de exposição influenciam o</p><p>volume da perda. Principalmente, mas não somente, as atividades de longa duração</p><p>em climas quentes expõem o indivíduo às doenças relacionadas com o calor, sendo</p><p>importante o diagnóstico do estado de hidratação nesse contexto. O uso de solução</p><p>de reposição oral, recomendação que obrigatoriamente deve ser seguida pelos</p><p>participantes de atividades de longa duração, inclusive os que percorrem trilhas,</p><p>atividade que vem crescendo nos últimos anos, permite a adequada reposição de</p><p>água, energia (carboidrato simples) e eletrólitos (principalmente o sódio). Portanto, a</p><p>reposição ideal se faz por meio das soluções hidroglicoeletrolíticas, conhecidas</p><p>popularmente como 'bebidas desportivas'.</p><p>O grau de desidratação pode ser determinado pela massa corporal verificada</p><p>imediatamente antes e após a atividade física, sendo a perda de cada 0,5kg</p><p>correspondente a aproximadamente 480-500ml de líquido. A partir de certo ponto, a</p><p>desidratação, que espolia os compartimentos intracelular e extracelular, acarreta</p><p>diminuição do fluxo sanguíneo periférico e do ritmo da transpiração, podendo mesmo</p><p>interromper a dissipação do calor. Verifica-se que a desidratação que reduz a massa</p><p>corporal em 1% causa aumento significativo na temperatura retal, na comparação com</p><p>a situação de exercício realizado sem desidratação. Quando a desidratação reduz</p><p>entre 4 e 5% a massa corporal, torna-se evidente o prejuízo da capacidade de realizar</p><p>atividade física. Foi demonstrado que a redução da massa corporal de 1,9% diminuio</p><p>desempenho da marcha e o consumo máximo de oxigênio, respectivamente, em 22%</p><p>18</p><p>e 10%, enquanto redução de 4,3% da massa corporal diminui os mesmos parâmetros,</p><p>respectivamente, em 48% e 22%. A desidratação que reduz em1% a massa corporal</p><p>compromete a termorregulação entre 3 e 5%, causando aumento da FC e da</p><p>temperatura retal e diminuindo o débito cardíaco, enquanto a desidratação que reduz</p><p>a massa corporal em 7% em geral causa o colapso durante o exercício. Contudo, a</p><p>condição ambiental deve ser sempre considerada, pois atletas que apresentam o</p><p>mesmo nível de perda percentual de massa corpórea mantêm melhor desempenho</p><p>em ambientes frios ou amenos (20-21ºC) em relação ao clima quente (31-32ºC).</p><p>Desidratação leve e moderada causa sinais e sintomas como fadiga, perda de</p><p>apetite, sede, pele vermelha, intolerância ao calor, tontura, oligúria e aumento da</p><p>concentração da urina. A desidratação grave causa pele seca e murcha, olhos</p><p>afundados, visão fosca, delírio, espasmos musculares, choque térmico e coma,</p><p>podendo evoluir para óbito.</p><p>No entanto, nem sempre nas atividades de longa duração a perda de peso total</p><p>reflete o verdadeiro grau de desidratação, pois as alterações de massa corporal do</p><p>atleta representam um somatório de perdas hídricas e de fontes não hídricas. Dentre</p><p>as fontes não hídricas, deve ser considerada, principalmente, a perda de peso</p><p>decorrente da glicogenólise, ou seja, da perda do glicogênio muscular e hepático, em</p><p>prol da preservação de níveis satisfatórios de glicemia. Portanto, tem sido</p><p>demonstrado que nas atividades de longa duração a perda absoluta de peso pode</p><p>causar superestimação da desidratação, pois entre 1 e 2kg costuma advir de fontes</p><p>sem relação com o plasma. Na avaliação de atletas de atividade de longa duração,</p><p>como maratonistas e triatletas, é necessária a aplicação de um fator de correção,</p><p>evitando-se a superestimação da desidratação, para o que se faz indispensável o</p><p>19</p><p>descarte da perda decorrente do substrato energético, em especial o glicogênio</p><p>'superarmazenado' como consequência do treinamento e das manipulações dietéticas,</p><p>que costumam ser adotadas antes das provas.</p><p>Em relação às atividades prolongadas, deve ser adotada uma estratégia</p><p>que</p><p>reduza não somente os riscos da desidratação, mas, também, os decorrentes da</p><p>super-hidratação ou hiper-hidratação. Uma e outra situação podem ocasionar graves</p><p>transtornos, como, por exemplo, a injúria térmica na desidratação e a hiponatremia na</p><p>hiper-hidratação.</p><p>Reposição Hidroeletrolítica</p><p>A partir da desidratação que causa entre 1 e 2% da perda de peso corporal</p><p>ocorre aumento da temperatura do organismo em 0,4ºC para cada percentual</p><p>subsequente de desidratação. A reposição em volumes equivalentes às perdas</p><p>previne o declínio no volume de ejeção ventricular, beneficiando a termorregulação,</p><p>favorecendo o fluxo sanguíneo periférico, facilitando a transferência de calor.</p><p>Especialmente no exercício de longa duração, água, eletrólitos e estoques de</p><p>glicogênio são constantemente depletados e, a menos que esses elementos sejam</p><p>repostos, podem ocorrer hipovolemia, hipoglicemia, hiponatremia, hipertermia e</p><p>desidratação. A inadequada reposição eletrolítica e a super-hidratação podem</p><p>contribuir para a hiponatremia, cujos sinais e sintomas, muitas vezes semelhantes aos</p><p>da desidratação, exigem a dosagem de sódio sérico capilar( e a pesagem de massa</p><p>corporal antes e após a atividade física, para que se estabeleça o diagnóstico</p><p>diferencial.</p><p>20</p><p>A perda de sódio é dependente do estado de aclimatação e da taxa de sudorese</p><p>do atleta, sendo uma preocupação maior nas atividades de longa duração. Em adição</p><p>às perdas de água e eletrólitos, o exercício prolongado pode ocasionar hipoglicemia</p><p>e depleção de glicogênio, fatores que contribuem para o aparecimento da fadiga. A</p><p>característica da bebida de reposição hidroglicoeletrolítica deve respeitar fatores</p><p>individuais, como também aqueles relacionados ao clima e à atividade desportiva. O</p><p>Colégio Americano de Medicina Esportiva publicou um guia de orientação para a</p><p>reposição hidroglicoeletrolítica fundamentado na duração e intensidade do evento</p><p>desportivo, de modo que seja devidamente estimada a necessidade de reposição de</p><p>água, eletrólitos e substrato energético. Tal reposição deve ocorrer antes, durante e</p><p>após a sessão de exercício. Conforme a duração, os eventos são classificados em</p><p>atividades de menos de uma hora, entre uma e três horas e acima de três horas. Em</p><p>atividades com menos de uma hora de duração, a reposição de água visa a evitar o</p><p>aumento da temperatura central, não sendo necessária a reposição de sódio. Nessa</p><p>situação, também, a reposição de carboidrato não é recomendada, principalmente</p><p>porque em geral são atividades de alta intensidade, nas quais o esvaziamento gástrico</p><p>é prejudicado. Eventos com duração entre uma e três horas são realizados geralmente</p><p>entre 60 e 90% do consumo máximo de oxigênio, devendo ocorrer reposição hídrica</p><p>e do substrato energético. Nesses casos, a reposição de sódio é indicada para</p><p>melhorar a palatabilidade e aumentar a absorção de glicose, mas não com a</p><p>preocupação de evitar a hiponatremia. Em eventos de mais de três horas de duração,</p><p>como ultramaratonas e triatlo Ironman, a intensidade de esforço situa-se entre 30 e</p><p>70% do consumo máximo de oxigênio e, além da reposição hídrica e do substrato</p><p>energético, há necessidade do fornecimento de eletrólitos ao atleta, principalmente o</p><p>sódio. Por exemplo, no final de uma prova de três horas de duração, com a taxa de</p><p>21</p><p>sudorese de dois litros por hora, a ingestão de metade das perdas na forma de água</p><p>pode resultar em hiponatremia, com níveis de sódio abaixo de 132mEql/l no plasma.</p><p>Em eventos de longa duração, ou com duração maior que três horas,</p><p>recomenda-se a ingestão de 300 a 500ml de água antes da prova e de 500 a 1.000ml</p><p>por hora de atividade. A bebida a ser consumida durante a atividade deve ter</p><p>temperatura entre 5 e 15ºC, e conter entre 6 e 8% de carboidrato e entre 20 e 30mEq/l</p><p>de sódio. A reposição de potássio pode ser benéfica, na concentração entre 3 e</p><p>5mEq/l.</p><p>As diretrizes da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva, a respeito de</p><p>modificações dietéticas e reposição hidroeletrolítica, recomendam de forma geral que</p><p>o indivíduo inicie a hidratação com 250 a 500ml de água duas horas antes do exercício</p><p>e mantenha a ingestão de líquido a cada 15 a 20 minutos durante o exercício. O</p><p>volume a ser ingerido varia conforme a taxa de sudorese, que pode variar de 500 a</p><p>2.000ml/h. A reposição de carboidrato, entre 30 e 60g de glicose por hora de atividade,</p><p>deve ser considerada apenas para as atividades intensas e contínuas com mais de</p><p>uma hora de duração. Após o exercício, deve continuar a ingestão de líquido, para</p><p>que sejam supridas as perdas adicionais pela urina e sudorese. Recomenda-se a</p><p>reposição de 50g de glicose nas primeiras duas horas após a atividade, para que se</p><p>promova a ressíntese de glicogênio muscular e hepático.</p><p>22</p><p>Recomendações Nutricionais</p><p>Para indivíduos que praticam exercícios de natureza não competitiva, uma dieta</p><p>balanceada conforme o que é recomendado para a população em geral é suficiente</p><p>para manutenção da saúde e possibilitar bom desempenho físico.</p><p>No caso do atleta, a necessidade energética é calculada por meio da soma da</p><p>necessidade energética basal e o gasto energético médio em treino. Os</p><p>macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas) devem ser consumidos visando à</p><p>recuperação muscular, manutenção do sistema imunológico, equilíbrio do sistema</p><p>endócrino e melhora do desempenho desportivo. As necessidades nutricionais, em</p><p>termos calóricos, correspondem a um consumo que se situa entre 37 e 41kcal/kg de</p><p>peso/dia. Contudo, a depender dos objetivos, a necessidade calórica pode apresentar</p><p>variações mais amplas entre 30 e 50kcal/kg de peso/dia.</p><p>Na atividade leve, abaixo de 70% da FC máxima, portanto, abaixo do limiar</p><p>anaeróbio, a energia advém quase que exclusivamente das reservas de gordura</p><p>(quociente respiratório igual ou pouco acima de 0,70). Durante uma atividade contínua</p><p>e moderada, com intensidade entre 70 e 85% da FC máxima, algo em torno ou pouco</p><p>acima do limiar anaeróbio, a obtenção de energia advém de fonte mista, ou seja, da</p><p>mobilização de carboidratos e gorduras (quociente em torno de 0,83). Quando a</p><p>intensidade se acentua, igual ou acima do ponto de compensação respiratória, a</p><p>obtenção de energia depende exclusivamente dos carboidratos (quociente</p><p>respiratório igual ou acima de 1,0). A energia decorrente dos carboidratos depende</p><p>principalmente do glicogênio armazenado no músculo esquelético, ou seja, da</p><p>glicogenólise e subsequente glicólise, enquanto a energia vinda da gordura decorre</p><p>da oxidação de ácidos graxos, provenientes principalmente da lise de triglicérides</p><p>23</p><p>(lipólise). Portanto, a determinação do substrato a ser utilizado como fonte de energia</p><p>depende da duração e intensidade do exercício.</p><p>O glicogênio exige muito espaço para pouca energia, pois 3/4 do seu volume</p><p>correspondem à água. A energia advinda dos carboidratos é de grande explosão,</p><p>sendo facilmente depletável. Consequentemente, após cerca de 90' de uma atividade</p><p>contínua, moderada e intensa, costuma ocorrer depleção quase total das reservas de</p><p>carboidrato, com suas consequências, como a fadiga e indisposição, causadas</p><p>principalmente pela hipoglicemia e acúmulo de corpos cetônicos (cetose). Para que</p><p>isso não ocorra há necessidade de consumo de carboidrato simples durante a</p><p>atividade, mesmo quando existe boa reserva inicialmente. Reposição das reservas de</p><p>carboidrato é importante no período de recuperação, evitando a fadiga crônica,</p><p>preservando o desempenho desportivo e a saúde. Quanto à gordura, não há a</p><p>preocupação de estoque depletado e sua repleção, tendo em vista se tratar de energia</p><p>que é armazenada ocupando pouco espaço. Ou seja, por ser armazenada desidratada,</p><p>permite que haja grande quantidade de energia em pouco espaço, sendo o principal</p><p>combustível utilizado em atividades leves e moderadas, de modo que o</p><p>carboidrato</p><p>seja poupado para as atividades intensas.</p><p>A ingestão de carboidratos correspondente a algo situado entre 60 e 70% do</p><p>aporte calórico diário atende perfeitamente à demanda de um treinamento desportivo.</p><p>Para aperfeiçoar o processo de recuperação muscular recomenda-se o consumo de</p><p>carboidratos entre 5 e 8g/kg de peso/dia Em atividades de longa duração</p><p>recomendam-se até 10g/kg de peso/dia para que ocorra adequada recuperação do</p><p>glicogênio muscular. Para atletas de provas longas recomenda-se consumo entre 7 e</p><p>10g/kg de peso/dia e entre 30 e 60g de glicose para cada hora de exercício contínuo,</p><p>24</p><p>para prevenção da hipoglicemia, da depleção de glicogênio e da consequente fadiga.</p><p>Imediatamente após o exercício, recomenda-se a ingestão de carboidratos simples,</p><p>de alto índice glicêmico, correspondente a algo entre 0,7 e 1,5g/kg de peso. A ingestão</p><p>de carboidrato simples imediatamente após o exercício favorece a ressíntese de</p><p>glicogêniomuscular de forma mais rápida, tendo sido demonstrado que altas taxas de</p><p>ressíntese de glicogênio muscular podem ser obtidas com o consumo de cerca de</p><p>1,2g de glicose/kg a cada 30 minutos nas primeiras cinco horas de recuperação.</p><p>Visando à maior estocagem ou 'supercompensação' de glicogênio muscular,</p><p>Sherman et al propuseram para um grupo de atletas de atividades de longa duração</p><p>a diminuição do volume e intensidade de treino e o aumento do consumo de</p><p>carboidrato, para cerca de 9 a 10g/kg/dia durante os quatro dias imediatamente antes</p><p>da prova, em abordagem considerada mais efetiva do que a anteriormente proposta</p><p>por Bergstrom et al, que haviam demonstrado que a sobrecarga de carboidratos</p><p>produzia altas concentrações de glicogênio muscular após a corrida. Foi também</p><p>demonstrado que a ingestão de bebida contendo carboidrato simples melhora o</p><p>desempenho dos atletas durante a atividade de longa duração, na comparação com</p><p>a ingestão de água ou placebo, sendo que a resposta metabólica não ocasionou</p><p>elevação da temperatura corporal central, mesmo em temperaturas ambientes de</p><p>30ºC.</p><p>Keizer et al. verificaram que quando se permitia o consumo alimentar livre, sem</p><p>que fosse dada orientação especial aos atletas, estes não conseguiam repor os</p><p>estoques de glicogênio de forma adequada. Portanto, é importante monitorar e</p><p>orientar consumo de carboidrato no período de recuperação dos atletas conforme a</p><p>prescrição necessária. Deste modo, para atletas de provas longas recomenda-se</p><p>25</p><p>consumo entre 7 e 10g/kg de peso/dia e entre 30 e 60g de carboidrato simples a cada</p><p>hora de exercício contínuo, visando à prevenção da hipoglicemia, depleção acentuada</p><p>de glicogênio e fadiga. Após o exercício, recomenda-se a ingestão de carboidrato de</p><p>alto índice glicêmico, correspondente a algo entre 0,7 e 1,5g/kg de peso, no período</p><p>entre quatro e cinco horas. Mas, para a população em geral, o consumo de dieta com</p><p>quantidade normal de carboidratos, nas 24 horas após atividades longas, é suficiente</p><p>para repor os estoques de glicogênio, não havendo necessidade de recomendação</p><p>especial.</p><p>Em relação às proteínas, é suficiente para indivíduos sedentários o consumo</p><p>entre 0,8 e 1,2g/kg/peso/dia. Para atletas, a recomendação pode ser entre 1,2 e</p><p>1,6g/kg/peso/dia. Mesmo no caso de atletas de força (fisiculturistas, halterofilistas, etc.)</p><p>a recomendação é de no máximo 1,8g/kg/peso/dia, algo facilmente possível de ser</p><p>obtido por meio de uma dieta balanceada, que, portanto, é suficiente para fornecer a</p><p>proteína que permita a necessária síntese proteica, necessária para o ganho de</p><p>massa muscular, não havendo necessidade de qualquer suplementação.</p><p>Quanto às necessidades diárias de lipídios, os atletas necessitam das mesmas</p><p>recomendações destinadas à população em geral, ou seja, 1g de lipídio/kg de peso</p><p>corporal, correspondendo a 30% do valor calórico total da dieta, devendo ser mantidas</p><p>as proporções normais de ácidos graxos, ou seja, 10% de lipídios saturados, 10% de</p><p>monoinsaturados e 10% de poli-insaturados.</p><p>Finalmente, vale ressaltar que não existe evidência científica que sustente a</p><p>suplementação de proteínas e lipídios. Para os atletas, assim como para a população</p><p>em geral, o recomendável é que seja adotada uma alimentação equilibrada,</p><p>balanceada, rica em fibra vegetal e pobre em gordura saturada.</p><p>26</p><p>Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de</p><p>interesses referente a este artigo.</p><p>Estratégia global sobre alimentação saudável, atividade física e saúde</p><p>Estratégia global da Organização Mundial de Saúde sobre Alimentação</p><p>Saudável, Atividade Física e Saúde foi aprovada pela 57ª Assembleia Mundial de</p><p>Saúde, em maio de 2004, pelo reconhecimento da importância das doenças crônico-</p><p>degenerativas e do seu crescimento mundial. A meta dessa estratégia é proteger a</p><p>saúde, orientando a criação de um ambiente favorável à adoção de medidas</p><p>sustentáveis em nível individual, comunitário, nacional e mundial, que, em conjunto,</p><p>promovam a redução da mortalidade e morbidade, através de quatro objetivos</p><p>principais:</p><p>1. Reduzir os fatores de risco para enfermidades não transmissíveis, associadas à</p><p>alimentação desbalanceada e ao sedentarismo, mediante uma ação de saúde pública</p><p>essencial e medidas de promoção da saúde e prevenção da morbidade;</p><p>2. Promover a consciência e o conhecimento gerais acerca da influência do padrão</p><p>alimentar e da atividade física na saúde, assim como do potencial das intervenções</p><p>de prevenção;</p><p>3. Fomentar o estabelecimento, o fortalecimento e a aplicação de políticas e planos</p><p>de ação mundiais, regionais, nacionais e comunitários, com o objetivo de melhorar a</p><p>alimentação e aumentar a atividade física, de forma sustentável, com a integração de</p><p>todos os setores, inclusive a sociedade civil, o setor privado e os meios de</p><p>comunicação;</p><p>4. Monitorar dados científicos e fatores que influenciam a dieta e a atividade física;</p><p>apoiar pesquisas nas várias áreas pertinentes, inclusive na avaliação de intervenções</p><p>27</p><p>e no fortalecimento de recursos humanos necessários para promover e manter a</p><p>saúde.</p><p>As recomendações para uma boa alimentação de indivíduos e populações</p><p>incluem, dentre outras:</p><p>• Buscar o equilíbrio energético para o controle de peso saudável;</p><p>• Equilibrar o consumo energético e manter um peso saudável;</p><p>• Limitar o consumo de gorduras totais, substituir as gorduras saturadas por gorduras</p><p>insaturadas e eliminar as gorduras trans;</p><p>• Aumentar o consumo de frutas e hortaliças, assim como de legumes, cereais</p><p>integrais, nozes e similares;</p><p>• Limitar a ingestão de açúcar simples;</p><p>• Limitar o consumo de sal.</p><p>28</p><p>Avaliação da composição corporal</p><p>Medidas de Circunferências / Perímetros</p><p>As medidas antropométricas de circunferências correspondem aos chamados</p><p>perímetros que podem ser definidos como o perímetro máximo de um seguimento</p><p>corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo dificuldade de</p><p>se medir recomendada para acompanhamento individual - Obesos tecido</p><p>adiposo - Preferencialmente não devem ser utilizadas isoladamente androide e</p><p>ginoide- Permite avaliar a distribuição de gordura corporal Medidas de Pregas ou</p><p>Dobras Cutâneas Técnica simples, pouco onerosa e de fácil manuseio. Apresenta</p><p>alta fidedignidade, correlacionando-se com técnicas sofisticadas.</p><p>1) Perímetro Braquial ou Circunferência do Braço (CB) - Reflete tanto as reservas de</p><p>energias como a massa proteica auxiliando no estudo das dimensões corporais</p><p>crianças até 5 anos- Permite avaliar desnutrição energético-proteica rápido, fácil</p><p>aferição e de baixo- Recomendado em avaliações do estado nutricional custo -</p><p>Rastreamento ou triagem de crianças de 12 a 60 meses de idade, quando não é</p><p>possível a utilização das medidas de peso e altura Medida da Circunferência do Braço</p><p>(CB)</p><p>Método de mensuração</p><p>O braço do avaliado deve estar flexionado em direção ao</p><p>tórax, formando um ângulo de 90º Localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio</p><p>e o olecrano Solicitar ao avaliado que fique com os braços estendidos ao longo do</p><p>corpo com a palma da mão voltada para a coxa Contornar a fita flexível no ponto</p><p>marcado em plano horizontal ao eixo longitudinal do braço</p><p>29</p><p>Pontos de Corte de CB para crianças: Adaptação para população brasileira da “Fita</p><p>de Shakir” (Moçambique, 1974) > 17,5 cm – obesidade 13,5 – 17,5 – eutrofia 13,5 –</p><p>12,5 – desnutrição moderada < 12,5 – desnutrição grave Pontos de Corte de CB para</p><p>adultos Através da adequação da CB Faixa de normalidade simplificada Sexo CB(cm)</p><p>CMB (cm) AMB(cm 2 ) ♂ 29,5 25,5 28,1 ♀ 28,5 23,2 22,2. Pontos de Corte de CB para</p><p>crianças Idade em anos Nível crítico de CB (cm) 2 15,7 3 16,2 4 16,5 5 16,7 6 17,1.</p><p>Diagnóstico Adequação (%) CB PCT CMB Depleção grave 120 > 120 --- % CB = CB</p><p>obtida x 100 CB percentil 50</p><p>2) Circunferência Muscular do Braço (CMB) e Área Muscular do Braço(AMB)</p><p>Circunferência Muscular do Braço (CMB) - Avalia a reserva musculoesquelética - Para</p><p>alguns autores a CMB avalia satisfatoriamente a massa magra ou proteína muscular</p><p>superestima em 20 a 25% a massa muscular por incluir-) alguma gordura</p><p>subcutânea, bainha neuromuscular e ossos AMB = CMBc- Correção da CMB</p><p>Cálculo da Circunferência Muscular do Braço (CMB) corrigida para 0,314 para</p><p>multiplicar PCT em mm (constante pi) = 3,1416  Cálculo da Área Muscular do</p><p>Braço (AMB) no numerador = corrigida para 0,314 para multiplicar PCT em mm</p><p>no denominador = recebe o valor original = 3,1416</p><p>3) Circunferência da Cintura (CC) - Utilizada para determinação da razão</p><p>cintura/quadril (C/Q) - Utilizada erroneamente como medida preditora da distribuição</p><p>de gordura corporal - Duarte “O termo circunferência da cintura é usado de forma</p><p>inadequada, por alguns autores, para expressar a circunferência abdominal” - Usada</p><p>em conjunto com o IMC para monitoramento na intervenção para perda de peso (Lau</p><p>30</p><p>et al., 2007) x PCTmm)CMB = CB – ( x PCT)2♂ AMB = CB – ( – 10 4 x</p><p>PCT)2♀ AMB = CB – ( – 6,5 4</p><p>Circunferência da Cintura (CC) Método de mensuração O avaliado de estar em</p><p>posição ortostática, com o peso distribuído em ambos os pés afastados 25 a 30 cm.</p><p>Circundar a fita no plano horizontal, na linha natural da cintura (ponto de menor</p><p>circunferência), no ponto médio entra a última costela e a crista ilíaca. A leitura deverá</p><p>ser realizada no momento da expiração.</p><p>4) Circunferência do Abdominal (CA) - Utilizada para determinação da distribuição de</p><p>gordura corporal custo- Avaliação por ressonância magnética ou tomografia</p><p>computadorizada elevado para prática clínica - Revela concentração de gordura</p><p>visceral (central ou abdominal), que independente da gordura corporal total, é um fator</p><p>de risco para doença arterial coronariana (DAC) e diabetes mellitus (DM) - Obesidade</p><p>intra-abdominal, mensurada pela CA, é a melhor preditora para DAC e DM</p><p>Avaliação Nutricional conforme Circunferência Abdominal, OMS, 2000. Homens</p><p>Mulheres Risco de Doença Cardiovascular ≥ 94,0 cm ≥ 102,0 cm ≥ 80,0 cm ≥ 88,0 cm</p><p>Aumentado Substancialmente aumentado.</p><p>Circunferência Abdominal (CA) Método de mensuração</p><p>O avaliado de estar em posição ortostática, com o peso distribuído em ambos os</p><p>pés afastados 25 a 30 cm Circundar o abdome despido com a fita no plano horizontal,</p><p>passando sobre a cicatriz umbilical 5) Circunferência do Quadril (CQ) - Utilizada em</p><p>conjunto com circunferência da cintura (CC), fornece CC/CQ - A relação CC/CQ é</p><p>31</p><p>utilizada por refletir a proporção de gordura intra-abdominal como determinação de</p><p>risco DAC, HA e MD</p><p>Limitações na utilização da relação CC/CQ - A CC/CQ é um marcador menos precisa</p><p>que CC, principalmente quando se deseja observar alterações ao longo do tempo</p><p>alguns autores- Determinação dos valores de ponto de corte para obesidade central</p><p>consideram 0,8 para mulheres e 1,0 para homens, outros utilizam pontos de corte a</p><p>partir de 0,85 para mulheres e 0,95 para homens</p><p>Circunferência do Quadril (CQ) Método de mensuração O avaliado deve estar em</p><p>posição ortostática Braços levemente afastados, pés juntos e glúteos contraídos</p><p>Colocar a fita em plano horizontal, no ponto de maior massa muscular das nádegas</p><p>A medida é tomada lateralmente</p><p>Medidas de Pregas Cutâneas (PC) / Dobras Cutâneas (DC) - Método preferido na</p><p>área de exercício físico e esportes - Medidas realizadas do lado direito do avaliado -</p><p>Realiza-se uma série de três medidas sucessivas, no mesmo local, considerando a</p><p>média dos três. Se ocorrer discrepância > 5% entre uma das medidas, no mesmo local,</p><p>realiza-se uma nova série de três medidas - A pele do avaliado deve estar seca e o</p><p>avaliador com as unhas aparadas e lixadas Dobra Cutânea Biciptal É medida no</p><p>sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto mesoumeral, de</p><p>maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. Dobra Cutânea Tricipital</p><p>É medida na face posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que</p><p>compreende a metade da distância entre a borda súperolateral do acrômio e o</p><p>olecrano. Dobra Cutânea Subescapular A medida é executada obliquamente em</p><p>relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada</p><p>a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.</p><p>32</p><p>Dobra Cutânea Axilar Média É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar</p><p>média e uma linha imaginária horizontal na altura do apêndice xifoide do esterno. A</p><p>medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, acompanhando os arcos</p><p>intercostais. Com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção</p><p>da medida. Dobra Cutânea Supra ilíaca É obtida obliquamente em relação ao eixo</p><p>longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca (2 cm</p><p>acima), sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para</p><p>trás ou sobre a nuca, para permitir a execução da medida. Dobra Cutânea Abdominal</p><p>É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da borda lateral da cicatriz</p><p>umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal do corpo. Dobra Cutânea da Coxa É</p><p>medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femoral a um terço</p><p>da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela Guedes (1985), e na</p><p>metade desta distância segundo Pollock & Wilmore (1993). Para facilitar o pinçamento</p><p>desta dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma</p><p>semi-flexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo.</p><p>Dobra Cutânea Panturrilha Medial Para a execução desta medida, o avaliado deve</p><p>estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em</p><p>posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no sentido paralelo ao eixo</p><p>longitudinal do corpo, no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão</p><p>esquerda apoiado na borda medial da tíbia. Aplicação dos resultados obtidos a partir</p><p>das medidas das pregas cutâneas 1) Medida isolada comparada a um padrão de</p><p>referência (FRISANCHO, 1990) Exemplo: PC Tricipital e PC subescapular. (apêndice</p><p>5.5, Cuppari, 2002) A) Somatória de pregas cutâneas PCT + PCSE: comparadas a</p><p>um padrão 2) Medidas Derivadas A) Circunferência Muscular do Braço (CMB) e Área</p><p>Muscular do Braço (AMB) (apêndices 5.2 e 5.3, Cuppari, 2002) B) % de Gordura B.1)</p><p>33</p><p>Soma das 4 pregas cutâneas ( PCT + PCB + PCSE + PCSI) (apêndice 5.8, Cuppari,</p><p>2002) B.2) Densidade corpórea (DC) ♀ (18 a 55 anos) (∑ 3 PC = PCT + PC Coxa +</p><p>PCSI) DC = 1,0994921 – 0,0009929 x (∑ 3 PC) + 0,0000023 x (∑ 3 PC)2 – (0,0001392</p><p>x idade) % Gordura = [(5,01/DC) – 4,57] x ♂ (18 a 61 anos) (∑ 3 PC = PC torácica +</p><p>PC Coxa + PC Abdominal) DC = 1,10938</p><p>– ((0,0008267 (∑ 3 PC)) + (0,0000016 x (∑</p><p>3 PC)2 ) – (0,0002574 x idade) % Gordura = [(4,95/DC) – 4,50] x 100 ♀ (18 a 55 anos)</p><p>(∑ 7 PC = PCT + PC Coxa + PCSI + PC Peitoral + PC Abdominal + PCSE + PC Axilar</p><p>média) DC = 1,0970 – (0,00046971 x (∑ 7 PC)) + (0,00000056 x (∑ 7 PC)2 ) –</p><p>(0,00012828 x idade) % Gordura = [(14,85/DC) – 4,39] x 100 ♂ (18 a 61 anos) DC =</p><p>1,11200000 - (0,00043499 x (∑ 7 PC))+(0,00000055 x (∑ 7 PC)2 ) – (0,00028826 x</p><p>idade) % Gordura = [(14,37/DC) – 3,93] x 100 Padrões de Gordura Corporal</p><p>Classificação Homens Mulheres Risco de doenças associada à desnutrição ≤ 5% ≤ 8%</p><p>Abaixo da média 6 – 14 % 9 – 22 % Média 15 % 23 % Acima da média 16 – 24 % 24</p><p>– 31 % Riscos de doenças associadas à obesidade ≥ 25 % ≥ 32 % .</p><p>34</p><p>REFERENCIAS</p><p>Cuppari, L. 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