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<p>FILOSOFIA DO DIREITO</p><p>AULA 5</p><p>CONCEITO E VERDADE : SÓCRATES</p><p>A TRÍADE SOCRÁTICA</p><p>PERÍODO HELENÍSTICO</p><p>CRISTIANISMO – PATRÍSTICA – TOMISTA – OS GLOSADORES</p><p>Prof. MS. Maurício Machado Fernandes</p><p>2015</p><p>SÓCRATES</p><p>O mais conhecido divisor de águas da filosofia ocidental é, sem dúvida, Sócrates.</p><p>Não há comprovação histórica de sua existência, mas a filosofia se vale do arcabouço “Sócrates” para demarcar uma etapa inicial e decisiva do pensamento ocidental. A partir de Sócrates deu-se a clivagem racionalista que nos marca a todos até hoje. (Origens do Jusnaturalismo).</p><p>A chamada “reconstrução socrática” recolocou o tema da verdade (como aletheia) no centro de todas as discussões. Trata-se da opção que faz Sócrates pela Razão como fundamento primeiro de tudo que é verdadeiro, certo e justo. A partir desse filósofo, a razão deixa de ser uma prática de comunicabilidade entre os indivíduos (ante a negação da racionalidade sofista que levava ao ceticismo) para se tornar inteligibilidade do real. Esta guinada representará um dos mais profundos cortes no pensamento de toda a tradição, marcando todos os aspectos da vida humana.</p><p>Para Sócrates, o homem é dotado de razão e sentido, sendo este último o que nos dá acesso ao mundo empírico, que, porém, é superficial por modificar-se constantemente. Já a razão nos possibilita conhecer o mundo inteligível, aquele onde a verdade e a justiça se apresentam de forma definitiva. Verdade e justiça tornam-se sinônimos dentro de uma racionalidade universal, necessariamente válida para todos os homens, que reduz os princípios à unidades conceituais. (jusnaturalismo).</p><p>A verdade não reside na linguagem ou na opinião – dóxa (palavra grega que significa crença comum ou opinião popular) – de cada indivíduo. Da mesma forma, o real fundamento das relações não está nas convenções e normas – nómos (é a materialização da lei humana na Grécia antiga) – específicas que produzem justiças singulares. O realmente verdadeiro e realmente justo é o que se eleva acima das múltiplas individualidades e somente é alcançado pelo sujeito virtuoso que abandona todos os seus preconceitos. O ponto central do pensamento socrático é que a prática da justiça como virtude apenas será alcançada pelo conhecimento da justiça. Assim, a questão epistemológica será a chave de leitura para a compreensão do posicionamento que Sócrates assume ante a physis (natureza) e a pólis (cidades gregas). É desta maneira que podemos entender seu lema “conhece-te a si mesmo”: a busca da verdade universal inscrita em conceitos racionais. Para Sócrates, a justiça é este conceito racional que deve ser compreendido por todos os homens.</p><p>Sócrates fora questionado sobre sua concepção de justiça e respondeu que julgava desnecessário dizer com palavras o que demonstrava com o seu comportamento.</p><p>Para tanto, propõe um método que é constituído de dois momentos: o primeiro é a ironia, onde através de perguntas leva seu interlocutor a reconhecer seus preconceitos e sua ignorância sobre o tema em debate; o segundo é a maiêutica, onde, também através de perguntas, leva seu interlocutor a descobrir uma verdade conceitual dentro de si mesmo com a utilização da razão.</p><p>Logo, temos em Sócrates a superação do empirismo com o racionalismo.</p><p>- O justo é alcançado pelo virtuoso, e isto apenas será alcançado pelo conhecimento de Justiça.</p><p>- Desenvolve-se num método com 2 momentos:</p><p>1 – IRONIA – perguntas que induzem ao reconhecimento de preconceitos e ignorância sobre o tema em debate:</p><p>2 – MAIÊUTICA – multiplicação de perguntas que conduz o interlocutor a descobrir a verdade conceitual dentro de si mesmo (objeto) com a utilização da razão.</p><p>Acreditar no conceito como verdade implica admitir que o direito é formado por conceitos unívocos que podem ser depreendidos pela razão. Assim, mais importante que as experiências jurídicas concretas são os centros de referência conceitual do direito. Tais centros, no sistema romano-germânico, são comumente compreendidos como a norma escrita. Daí que é comum o recurso ao texto da lei (ainda que mediado pela doutrina) para se explicar e entender as categorias jurídicas, mesmo que, muitas vezes, desligado do mundo da vida. Ganha-se em segurança, mas perde-se em adaptatividade que é essencial à realização da justiça.</p><p>E o direito?:</p><p>Integram a tríade Socrática, os filósofos Platão (discípulo de Sócrates) e Aristóteles (discípulo de Platão).</p><p>Ler texto complementar: (inserido no sistema Matheus).</p><p>A CONCEPÇÃO DE DIREITO E JUSTIÇA DOS FILÓSOFOS CLÁSSICOS AOS DA IDADE MÉDIA</p><p>De: AMARO, Talma Carolina. Disponível em:<http://amigonerd.net/trabalho/2947-a-concepcao-de-direito-e>. A CONCEPÇÃO DE DIREITO E JUSTIÇA DOS FILÓSOFOS CLÁSSICOS AOS DA IDADE MÉDIA. Universidade Católica de Brasília: UnB. Tema: Filosofia do Direito. Data de inclusão: 22/04/2003.</p><p>A TRÍADE</p><p>O DIREITO NA FILOSOFIA</p><p>PÓS-SOCRÁTICA</p><p>HELENISMO</p><p>O momento mais brilhante do pensamento pós-socrático é sem dúvida representado pelo epicurismo e estoicismo. Do ponto de vista da Filosofia do Direito, o pensamento pós-socrático fundamenta uma concepção mais cosmopolita do homem, adaptada à nova realidade do Estado-Império, e cristaliza a ideia do direito natural que irá impregnar a jurisprudência romana.</p><p>A realidade é um conjunto de coisas materiais organizadas ao acaso (superação do atomismo) – MOVIMENTO EMPIRISTA, com vértice UTILITARISTA – felicidade ao maior número de pessoas.</p><p>Uma das máximas de Epicuro, transmitida por Diógenes Laércio, afirma o caráter relativo da justiça, dependente das convenções sociais e, por isso mesmo, essencialmente mutável. O caráter convencional que o epicurismo atribui à justiça e às leis positivas, muito mais que um ceticismo relativista, revela o germe da teoria do contrato social.</p><p>Este é o ponto principal que traduz o caráter jurídico do epicurismo que o situa assim entre os primeiros voluntaristas, os primeiros contratualistas e, talvez, os positivistas fenomenólogos do direito.</p><p>EPICURISMO:</p><p>O único bem é a virtude, e o vício o mal (base de pensamento da busca da felicidade). Alicerçado no jusnaturalismo, a razão é uma e igual em todos os homens (movimento racionalista). De certa forma, foi o prelúdio, juntamente com as demais bases filosóficas, para a criação da teoria do contrato social de Hobbes e Rousseau.</p><p>Ao materialismo atomístico epicúreo, opuseram o racionalismo espiritualista, e, à ética do prazer, o culto da virtude e o desprendimento pessoal.</p><p>ESTOICISMO:</p><p>O homem estóico é cosmopolita, cidadão universal, o que representou profundas transformações nas ideias políticas e sociais; esse cosmopolitismo presidiu a abertura para o sentimento da caridade, da compreensão para com os escravos e infelizes e até do perdão para os inimigos. A base ética de tão revolucionária moral social do mundo antigo radica justamente na afirmação da identidade da natureza humana, independentemente da pólis e como cidadão do mundo.</p><p>Égide da doutrina do Direito Natural. É baseado na razão, traduzida em princípios de valor universal. 1ª Mundialização (globalização).</p><p>Assim a sua contribuição neste campo é realmente singela, quando confrontada as demais construções sistemáticas do pensamento grego.</p><p>Salvo as obras de Lucrécio Caro, os tratados de Cícero e as obras de Sêneca, a filosofia propriamente quase não está representada em Roma. Os princípios da ciência jurídica romana no período clássico derivam da filosofia grega, particularmente de três doutrinas: o platonismo, o peripatetismo (caracterização geral da jurisprudência romana como sistema científico) e o estoicismo.</p><p>ROMA</p><p>A moderna jurisprudência ocidental manteve a mentalidade analítica, traduzida na redução do direito ao sistema jurídico-positivo, concebendo a lei como fonte primária do direito em nome da segurança das relações jurídicas, e a ciência do direito como dogmática-jurídica.</p><p>Ao longo do século V d.C o Império Romano do Ocidente sofreu ataques constantes dos povos bárbaros. Do confronto desses povos</p><p>invasores com os romanos desenvolveu-se uma nova estruturação da vida social européia, que corresponde ao período medieval.</p><p>Em meio ao esfacelamento do Império Romano, decorrente, em grande parte, das invasões germânicas, a Igreja Católica conseguiu manter-se como instituição social. Consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando, também, muitos elementos da cultura greco-romana.</p><p>Influente religiosamente, exerceu importante papel político na sociedade medieval.</p><p>A fé cristã tornou-se pressuposto intelectual de toda a vida espiritual, consistente na crença irrestrita e incondicional às verdades reveladas por Deus aos homens.</p><p>CRISTIANISMO</p><p>1 – PADRES APOSTÓLICOS – (século I e II d.C) entre os quais se incluem os apóstolos que disseminam a palavra de Cristo. (Ex. São Paulo e suas epístolas).</p><p>2 – PADRES APOLOGISTAS – (século III e IV d.C) que faziam apologia ao cristianismo contra a filosofia pagã. Destacam-se Orígenes, Justino e Tertuliano (intransigência na defesa da fé contra a filosofia grega).</p><p>Quatro momentos</p><p>3 – PATRÍSTICA (de meados do século IV ao século VIII ), no qual se busca uma conciliação entre a razão e a fé e se destacam a figura de Santo Agostinho e a influência da filosofia platônica.</p><p>4 – ESCOLÁSTICA – (do século IX a XVI), no qual se buscou uma sistematização da filosofia cristã, sobretudo a partir da interpretação da filosofia de Aristóteles, e se destaca a figura de Santo Tomás de Aquino.</p><p>É a ênfase nas questões teológicas, destacando-se temas como:</p><p>A) dogma da Trindade;</p><p>B) encarnação de Deus-filho;</p><p>C) liberdade;</p><p>D) salvação;</p><p>E) relação entre fé e razão.</p><p>Característica Fundamental:</p><p>Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" —- e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias.</p><p>Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do Cristianismo. É a Patrística, basicamente, a filosofia responsável pela elucidação progressiva dos dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de Tradição Católica.</p><p>PATRÍSTICA</p><p>Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), dito de Hipona, conhecido como Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um Padre latino e Doutor da Igreja Católica.</p><p>SANTO AGOSTINHO</p><p>Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros anos, Agostinho foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo (doutrina persa que afirma ser o universo dominado por dois grandes princípios opostos, o bem e o mal, mantendo uma interessante luta entre si) e pelo neoplatonismo de Plotino, mas depois de tornar-se cristão (387), ele desenvolveu a sua própria abordagem sobre filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspectivas diferentes. Ele aprofundou o conceito de pecado original dos padres anteriores e, quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do homem.</p><p>Seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja se identificou com o conceito de "Cidade de Deus" de Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.</p><p>A verdadeira liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus. Ser livre é servir a Deus, diz Agostinho, pois o prazer de pecar é a escravidão.</p><p>Desta forma, a liberdade humana é própria da vontade e não da razão, e nisso reside a fonte do pecado.</p><p>O livre-arbítrio;</p><p>Confissões;</p><p>A cidade de Deus.</p><p>Em resumo: A racionalidade é a capacidade de avaliar as escolhas por meio do processo de raciocínio. O processo só é possível onde há liberdade de escolha, incluindo a liberdade de se escolher o errado.</p><p>Principais obras:</p><p>A Escola dos Glosadores, iniciada por Irnério, constitui um marco de suma importância na história do Direito, tanto na parte condizente ao conhecimento do pensamento jurídico como teoria e prática. O Direito assume, definitivamente, uma posição autônoma no conhecimento, pois volta-se ao estudo específico.</p><p>ESCOLA DOS GLOSADORES</p><p>Devido à influência pioneira dos glosadores surgem as primeiras Universidades Ocidentais, a primeira nascida em Bolonha, a alma mater, com os referidos glosadores, que serviu como modelo de ensino para as demais instituições. O que estimulou o desenvolvimento de outros métodos, como ocorreu na Universidade de Orleães, os Ultramontani, que se serviam da dialética escolástica e fizeram críticas às glosas de Acúrsio.</p><p>O método empregado da glosa não era uma autêntica novidade. No estudo da gramática, a breve explicação ou a modificação de uma palavra por seu sinônimo dava-se por meio da glosa. O fenômeno da utilização da glosa, na recepção desses textos romanos, advém da experiência de Irnério como professor das disciplinas do Trivium (linguagem). A partir de então aconteceu o aperfeiçoamento da análise dos textos por meio da glosa, numa atividade exegética, pois ela tem objetivo de esclarecer o significado, a substituição de uma palavra ou do texto em breves palavras (a littera) – observando uma lógica de conceito, princípio ou instituto. De logo evidencia-se, no nome da escola que expressa o método científico empregado na análise dos textos, principalmente o Digesto e as Institutiones, que circulavam com aparato de glosas do Magister. As glosas consistiam, materialmente, em interlineares e marginalis de acordo com a localização nos textos; as primeiras encontram-se escritas entre as linhas e as marginalis estão situadas à margem</p><p>Ver: http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e-teoria-do-direito-/102-a-escola-dos-glosadores-o-inicio-da-ciencia-do-direito</p><p>Testo de Guilherme Camargo Massaú</p><p>Escola dos Glosadores se constitui na percursora, ao analisar os textos romanos com o conhecimento das artes liberais juntamente com a crença na divindade do Corpus Iuris Civilis. Impos técnicas de entendimento interpretativo, na tentativa de desvendar a verdade para captar, então, a mensagem sagrada ali contida. Logo, a fama do Corpus Iuris e dessa escola se espalhou pelos diversos cantões da Europa difundindo o método e o respeito ao documento romano. Inúmeros juristas, formados no método glosador, carregaram consigo a influência metodológica, mas também dos preceitos dos ius civilis romano. Diversos centros de estudos nasceram e contribuíram na discussão e desenvolvimento da análise jurídica; logo depois o método dos glosadores se viu superado pela dialética-escolástica da Escola dos Comentadores. Em suma, o início da ciência do Direito partiu da glosa com a fé cristã divinizante de um texto recepcionado depois de séculos na penumbra, além das implicações sociopolíticas na recuperação do regime jurídico romano e na aplicação conjunta do direito laico e do eclesiástico.</p><p>GRUPO 1 - A MODERNA FILOSOFIA DO DIREITO NA FRANÇA - Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu, o movimento codicista e a escola da exegese.</p><p>GRUPO 2 - A FILOSOFIA MODERNA NA INGLATERRA – Thomas Hobbes, John Locke, Austin.</p><p>GRUPO 3 - A Filosofia Moderna na Alemanha – KANT, HEGEL, SAVIGNY, IHERING, HANS KELSEN</p><p>GRUPO 4 - Os Precursores da Filosofia Pós-Moderna do Direito – ARTHUR SCHOPENHAUER, FRIEDRICH NIETZSCHE, MARTIN HEIDEGGER.</p><p>GRUPO 5 - Os Precursores da Filosofia Pós-Moderna do Direito - HANS-GEORG GADAMER, FOUCAULT, DERRIDA, LYOTARD.</p><p>GRUPO 6 - Filosofia Pós-Moderna do Direito – HABERMAS, RONALD DWORKIN, ROBERT ALEXY, THEODOR WIEHWEG, KONRAD HESSE.</p><p>SEMINÁRIO E PAPER</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p>