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<p>Índice</p><p>I: INTRODUÇÃO 3</p><p>1.1. Objectivo geral 3</p><p>1.2. Objectivos específicos 3</p><p>II: METODOLOGIA 3</p><p>III: DESENVOLVIMENTO 4</p><p>3.1. Avaliação da personalidade 4</p><p>3.2. Instrumentos da avaliação da personalidade 5</p><p>3.2.1. Testes Objectivos 5</p><p>3.2.1.1. O MMP-I 6</p><p>3.2.1.2. Escalas dos Resultados do MMPI 7</p><p>3.2.1.2. O 16 P-F 9</p><p>3.2.1.2.1. Administração 9</p><p>3.2.1.2.2. Características principais 10</p><p>IV: CONCLUSÃO 11</p><p>V: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12</p><p>I: INTRODUÇÃO</p><p>A personalidade humana, um constructo psicológico complexo e multifacetado, tem sido objeto de estudo por séculos. Embora seja desafiador definir com precisão, a personalidade é geralmente compreendida como o conjunto de características psicológicas que distinguem um indivíduo e influenciam sua forma de pensar, sentir e agir. A avaliação da personalidade, portanto, busca medir esses traços e fornecer insights sobre a estrutura psicológica individual.</p><p>Neste trabalho, exploraremos os instrumentos mais utilizados para essa avaliação, o MMPI e o 16 P-F, analisando suas características, aplicações e contribuições para o campo da psicologia.</p><p>1.1. Objectivo geral</p><p>· Apresentar uma visão geral sobre os instrumentos de avaliação da personalidade.</p><p>1.2. Objectivos específicos</p><p>· Descrever as bases teóricas e o desenvolvimento histórico do MMPI e do 16PF.</p><p>· Comparar e contrastar a estrutura, administração e interpretação dos resultados desses dois instrumentos.</p><p>· Avaliar os pontos fortes e limitações do MMPI e do 16PF na avaliação da personalidade.</p><p>II: METODOLOGIA</p><p>Este trabalho adoptará uma abordagem qualitativa, utilizando revisão bibliográfica e análise documental como principais métodos de colecta de dados. A revisão bibliográfica foi realizada em fontes académicas, livros e artigos científicos relacionados ao tema Avaliação de Personalidade.</p><p>III: DESENVOLVIMENTO</p><p>3.1. Avaliação da personalidade</p><p>A personalidade humana é uma das construções psicológicas mais difíceis de descrever. Algumas teorias definem como aquelas características estáveis e distintivas de uma pessoa que se manifestam através do comportamento.</p><p>Apesar da complexidade de sua definição, existem alguns testes de avaliação que permitem que um perfil psicológico da personalidade seja ajustado à realidade do sujeito.</p><p>Segundo Albert & Charles (2004), testar a personalidade é como testar a inteligência. Em ambos os casos, estamos tentando medir algo intangível, impalpável, inconcebível, algo intocável e invisível. E, também em ambos os caso, um bom teste é aquele e tanto preciso como valido; da resultados consistente e confiáveis, e mede o que se propõe a medir. Porem, a mensuração da personalidade é especialmente difícil.</p><p>É claro que testar a personalidade não é o mesmo que testar algo que possamos apalpar, tactear ou tocar, testar a personalidade significa testar algo que esta alem dos nos olhos, e testes devem ser mais precisos, uma que alem de a personalidade variar de pessoa para pessoa, ela é dinâmica na mesma pessoa, isto é, a personalidade se manifesta de amaneira deferente de acordo com o meio em que o individuo esta inserido. Por isso que testar a personalidade é uma tarefa complexa.</p><p>Os testes de personalidade são instrumentos da área da Psicologia. A princípio, eles buscam perceber traços inatos e adquiridos de uma pessoa. Ao dizer de traços da personalidade, isso diz das formas de ser, pensar e agir no mundo, de acordo com diversas situações.</p><p>Numa avaliação da personalidade procura-se medir; traços cognitivos, habilidades podendo variar:</p><p>Aptidão geral =inteligência (ex. prontidão para beneficiar-se do estudo universitário), aptidão específica (ex. sensório-motor para a realização de uma operação manual simples), medidas de varáveis afetivas, ou de personalidade, como traços emocionais ou motivacionais, comportamento interpessoal, interesses, atitudes e valores.</p><p>De acordo com Albert & Charles (2004), “para essa complexa tarefa de avaliação da personalidade, os psicólogos utilizam quatro instrumentos básicos para mensuração da personalidade; a entrevista pessoal, a observação directa do comportamento, os testes objectivos, o MMP”.</p><p>Para uma avaliação detalhada, os psicólogos usam métodos que lhe permite ter informações pretendidas nos pacientes. Abaixo apresentaremos os métodos da avaliação da personalidade depois a sua descrição para uma melhor compreensão.</p><p>3.2. Instrumentos da avaliação da personalidade</p><p>Os instrumentos da avaliação da personalidade podem ser descritas como testes objectivos ou projectivos. Os termos "teste objectivo" e “teste projectivo” têm sido alvo de críticas recentemente no Journal of Personality Assessment. São sugeridos os termos mais descritivos “Escala de avaliação de medidas autorrelato” e “medidas de resposta livre” em vez dos termos “testes objectivos” e “testes projectivos”, respectivamente.</p><p>3.2.1. Testes Objectivos</p><p>De acordo com Schultz & Schultz (2002), “é uma técnica de avaliação da personalidade na qual os sujeitos dos estudos respondem a pergunta sobre os seus comportamentos e sensações”.</p><p>Este tipo de teste envolve pedir as pessoas que falem sobre si mesmas respondendo as perguntas sobre o seu comportamento e sensações em várias situações.</p><p>Os inventários da personalidade ou testes projectivos são testes escritos, administrados e avaliados conforme um procedimento padrão. Estes tipos de teste normalmente são elaborados para que a pessoa responda “sim” ou “não”, ou selecione uma resposta dentre várias alternativas.</p><p>Estes embora sejam mais, trazem consigo algumas desvantagens, com:</p><p>· Estes baseiam-se usados exclusivamente em auto-relatos.</p><p>· Se as pessoas testadas já participaram ou já foram submetidas aos mesmos teste ou semelhantes aos testes da personalidade, sua familiaridade com o formato do teste pode influenciar suas respostas ao questionário que estão respondendo.</p><p>Os psicólogos sentiram a necessidade de adotarem outros instrumentos de avaliação da personalidade com mais precisão, mais outros teóricos consideraram os testes objectivos como seguros. Mas Cattell desenvolveu um outro instrumento de avaliação da personalidade designado “teste dos 16 factores da personalidade” (sixteen PersonalityFactory Questionaire). Mais tarde desenvolveu-se o MMPI que segundo os autores Albert & Charles (2004), são mais usados.</p><p>3.2.1.1. O MMP-I</p><p>Segundo os autores Albert & Charles (2004), acredita-se que os testes da personalidade mais usados e abrangentes pesquisados é o inventário multifásico de personalidade Minnesota (Minnesota multiphasic personality inventory-MMP-I). Este teste foi desenvolvido com objectivo auxiliar diagnósticos de desordem psiquiátrica. Pessoas submetidas a este tipo de teste devem responder “verdadeiro” ou “falso”.</p><p>Uma das razoes deste tipo de teste que faz com que seja mais usado é facto de facilitar aos participantes submetidos, respondemdo simplesmente “sim” ou “não” a questões apresentadas. Este teste é usado na seleção de candidatos para varias posições-chave.</p><p>De acordo com Schultz & Schultz (2002), o MMI-I é um teste do tipo “verdadeiro” ou “falso” composto de 567 afirmações. Esses elementos abrangem; saúde física e psicológica, atitudes sociais e políticas, profissionais, e conjugais, tendências a comportamento neuróticas e psicóticos.</p><p>Como abordamos anteriormente, este tipo de teste permite o sujeito submetido responda sim ou não. Mas, o questionário é constituído por 567 perguntas de natureza “verdadeiro” ou “falso”, o que em algum momento pode constituir ou trazer uma extenuação durante o processo. As questões são itens com conteúdos considerados amplos e abrangem áreas como saúde, sintomas psicossomáticos, perturbações neurológicas e motoras; atitudes sexuais, religiosas, políticas e sociais; questões educacionais, profissionais, familiares e matrimoniais; como também amostras de comportamentos observados em neuróticos ou em psicóticos, como exemplos, comportamentos obsessivos e compulsivos, ilusões, alucinações, ideias de “perseguição”, fobias, dentre outros (ANASTASI, 1977).</p><p>O cansaço desencadeado devido</p><p>ao elevado número de questões pode afetar os resultados, levando assim a imprecisão da avaliação ou dos resultados finais.</p><p>Um ponto positivo e que diferencia o MMPI de outros testes de personalidade é o fato de utilizar quatro escalas de validade, que “representam verificações de falta de cuidado, incompreensões, simulação e atuação de predisposições especiais de resposta e atitudes diante do teste” (ANASTASI, 1977, p. 529). Essas escalas foram denominadas como: Dúvida, Mentira, Erro e Correção.</p><p>3.2.1.2. Escalas dos Resultados do MMPI</p><p>O MMPI apresenta seus resultados em dez escalas clínicas - Hipocondria, Depressão, Histeria, Desvio Psicopático, Masculinidade-Feminilidade, Paranóia, Psicastenia, Esquizofrenia, Hipomania, Introversão-Extroversão -, as quais proporcionam elementos para categorias diagnósticas. As escalas serão descritas de acordo com o manual do teste de Hathaway e McKinley - adaptado por Benkö e Simões (1970), e a partir de dados complementares, referendados por Cunha (2000).</p><p>· Escala 1, (Hs) Hipocondria – Trata-se de uma escala de sintomas, que visa mensurar preocupações relacionadas à função corporal. Indivíduos hipocondríacos caracterizam-se por apresentar queixas consistentes ditas orgânicas, para as quais os médicos não detectam nenhuma causa aparente (Cunha, 2000).</p><p>· Escala 2, (D) Depressão – Também trata-se de uma escala de sintomas, que mede sintomas da depressão. Um escore alto nessa escala indica “caracteriza-se por falta de confiança em si mesmo, tendência à preocupação, estreiteza de interesse e introversão” (Hathaway & Mckinley, 1970, p. 21).</p><p>· Escala 3, (Hy) Histeria – Avalia a presença de sintomas com base psicogénica – histeria de conversão. O indivíduo histérico pretende, através das queixas e exteriorização de sintomas somáticos, esquivar-se de maiores responsabilidades, conduzir conflitos, agir com vistas à manipulação da situação e ao convencimento das pessoas envolvidas (Cunha, 2000).</p><p>· Escala 4, (Pd) Desvio Psicopático – Avalia características de psicopatia, que segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (2002), retratam um transtorno de personalidade, apresentando um padrão anti-social invasivo, desrespeitoso e de violação quanto aos direitos das outras pessoas. Indivíduos ditos psicopatas desconsideram as normas sociais e pouco se importam com os direitos dos outros.</p><p>· Escala 5, (Mf) Masculinidade-Feminilidade – Propõe identificar características que retratam a inversão sexual masculina. Escores para o sexo feminino não podem ser interpretados assim como para o masculino (Hathaway & Mckinley, 1970). Essa escala apresenta dois crivos de correção, um destinado para indivíduos do sexo masculino e outro para indivíduos do sexo feminino. Especialmente nessa escala, segundo Cunha (2000), é válido ressaltar que na época em que o MMPI foi construído, a homossexualidade era considerada um transtorno mental. Como ainda existem papéis e características sociais “determinadas” para cada sexo, essa escala ainda é considerada importante para avaliar a identificação de tais aspectos, como exemplo, a maneira com que os indivíduos lidam com o processo de internalização desses papéis sexuais.</p><p>· Escala 6, (Pa) Paranóia – Considera o diagnóstico do quadro clínico da paranóia. Cunha (2000) aponta a limitação dessa escala, em função da capacidade de indivíduos paranóicos, com diagnóstico, de dissimularem as respostas dadas às afirmações, resultando em um escore baixo. São indivíduos que têm como características a rigidez, dificuldade para lidar com aspectos referentes à afetividade e que tendem a culpabilizar os outros por suas dificuldades.</p><p>· Escala 7, (Pt) Psicastenia – Considerada também uma escala de sintomas, ela é estruturada para avaliação do padrão neurótico, com excitações por fobias ou comportamentos obsessivo-compulsivos. De acordo com Cunha (2000), os itens que compõem tal escala são claros àquilo que está sendo avaliado, o que torna ainda mais propício os esforços defensivos do indivíduo que está respondendo ao teste.</p><p>· Escala 8, (Sc) Esquizofrenia – Considerada também uma escala de sintomas, contribui para diferenciar sujeitos esquizofrênicos de normais. De acordo com Cunha (2000, p. 474), “é necessária uma análise atenta para os resultados produzidos por essa escala, pois apesar dos investimentos em estudos, ela ainda é considerada uma escala fraca, percebendo que a sintomatologia é muito heterogênea e complexa para ser avaliada por uma medida escalar”</p><p>· Escala 9, (Ma) Hipomania – Cunha (2000, p. 476) pontua que “os itens que compõem a presente escala compreendem sentimentos de grandiosidade, grau de excitação e nível de atividade, abrangendo sintomas do estado hipomaníaco e, também, questões morais, interações sociais e familiares, bem como temas somáticos”. A avaliação destes itens fornece hipóteses diagnósticas de estado hipomaníaco e casos leves de mania, tais como, hiperatividade, excitação emocional e fuga de ideias.</p><p>· Escala 0, (Si) Introversão-Extroversão – A escala Si objetiva avaliar a disposição do indivíduo para o sentimento de desconforto nos contatos pessoais e se afastar deles. Cunha (2000, p.478) destaca que “a escala 0, como a escala 5, em sentido estrito, não é uma escala clínica”</p><p>3.2.1.2. O 16 P-F</p><p>O Questionário de Dezasseis Factores de Personalidade (16PF) é um teste de personalidade de autorrelato desenvolvido ao longo de várias décadas de pesquisa empírica por Raymond B. Cattell. O 16 P-F fornece uma medida de personalidade normal e também pode ser usado por psicólogos e outros profissionais de saúde mental, como um instrumento clínico para ajudar a diagnosticar transtornos psiquiátricos e ajudar no prognóstico (previsão sobre o que poderá vir a acontecer) e terapia planejamento.</p><p>O 16 P-F também pode fornecer informações relevantes para o processo clínico e de aconselhamento, como a capacidade de um indivíduo de “insight, autoestima, estilo cognitivo, internalização de padrões, abertura para mudanças, capacidade de empatia, nível de confiança interpessoal, qualidade de apegos, necessidades interpessoais, atitude em relação à autoridade, reação em relação à dinâmica de poder, tolerância à frustração e estilo de enfrentamento”.[footnoteRef:1] [1: https://stringfixer.com/pt/16PF_Questionnaire ]</p><p>Assim, o instrumento 16 P-F fornece aos médicos uma medida normal de ansiedade, adaptação, estabilidade emocional e problemas comportamentais. Os médicos podem usar os resultados do 16 P-F para identificar estratégias eficazes para estabelecer uma aliança de trabalho, para desenvolver um plano terapêutico e para selecionar intervenções terapêuticas eficazes ou modos de tratamento. Também pode ser usado em outras áreas da psicologia, como carreira e seleção ocupacional.</p><p>3.2.1.2.1. Administração</p><p>A aplicação do teste leva cerca de 35 – 50 minutos para a versão em papel e lápis e cerca de 30 minutos pelo computador. As instruções do teste são simples e diretas e o teste não é cronometrado; portanto, o teste é geralmente autoadministrável e pode ser usado em um ambiente individual ou em grupo. O teste 16PF foi projetado para adultos com pelo menos 16 anos de idade, mas também existem testes paralelos para várias faixas etárias mais jovens (por exemplo, o Questionário de Personalidade do Adolescente 16PF1</p><p>3.2.1.2.2. Características principais</p><p>· A avaliação 16 P-F é fácil de administrar, levando apenas 35 a 50 minutos para ser concluída.</p><p>· Cinco opções de relatório distintas fornecem o utilitário de teste 16 P-F em uma ampla variedade de configurações.</p><p>· Como a relação entre os itens do teste e os traços medidos pelo instrumento 16 P-F não é óbvia, é difícil para o candidato ajustar deliberadamente as respostas para atingir o resultado desejado.</p><p>IV: CONCLUSÃO</p><p>A avaliação da personalidade é uma ferramenta indispensável em diversas áreas da psicologia, auxiliando no diagnóstico de transtornos mentais, na seleção de pessoal, no aconselhamento e em outras aplicações. O MMPI e o 16PF são dois dos instrumentos mais utilizados</p><p>e estudados nessa área, cada um com suas próprias características e contribuições. Embora ambos tenham se mostrado úteis na avaliação da personalidade, é importante reconhecer suas limitações e considerar outros fatores, como o contexto cultural e as características individuais do avaliado, ao interpretar os resultados.</p><p>Este trabalho demonstrou a importância de uma avaliação cuidadosa e criteriosa da personalidade, ressaltando a necessidade de utilizar instrumentos adequados e de considerar as implicações éticas envolvidas nesse processo. Além disso, foram apresentadas diversas perspectivas sobre o tema, abrindo espaço para futuras pesquisas e discussões sobre a avaliação da personalidade.</p><p>V: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>· ANASTASI, Anne. Testes psicológicos. Tradução de Dante Moreira Leite. 2. ed. São Paulo: EPU, 1977. p. 523-558.</p><p>· CHARLES, G. M.; ALBERT, A. M. Introdução a Psicologia, 6ª Ed., São Paulo: Printice Hall, 2004.</p><p>· CUNHA, Jurema Alcides. MMPI: Escalas de validade e escalas clínicas. In: CUNHA, Jurema Alcides e cols. Psicodiagnóstico-V. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.</p><p>· HATHAWAY, Starke R., MCKINLEY, J. Charnley. Inventário Multifásico Minnesota de Personalidade (MMPI). (Manual Técnico). Tradução e adaptação de BENKÖ, Antonius; SIMÕES, Roberto J.P., Rio de Janeiro: CEPA, 1970.</p><p>· https://stringfixer.com/pt/16PFQuestionnaire Consultado em 7/09/2024</p><p>· SCHULTZ, S.E, SCHULTZ, D. Teorias da personalidade, 10 edição, São Paulo, Cengage Learning, 2005.</p><p>12</p>