Prévia do material em texto
<p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO ................................................................................... 4</p><p>HISTÓRICO........................................................................................ 5</p><p>FARMACOLOGIA ............................................................................... 6</p><p>SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E JUNÇÃO</p><p>NEUROMUSCULAR……………………………………………………………………8</p><p>Sistema Nervoso Simpático .......................................................................... 9</p><p>Sistema Nervoso Parassimpático ................................................................ 10</p><p>SNA – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ................................................. 11</p><p>PARASSIMPÁTICO .......................................................................... 13</p><p>Receptores para Acetilcolina (ACh) ............................................................ 13</p><p>Agonistas e Antagonistas ............................................................................ 16</p><p>Fármacos em que os alvos são carreadores ............................................... 20</p><p>SIMPÁTICO ...................................................................................... 21</p><p>Neurotransmissão Noradrenégica: .............................................................. 21</p><p>Receptores Adrenérgicos ............................................................................ 24</p><p>Fármacos Simpáticomiméticos .................................................................... 26</p><p>Simpaticomiméticos diretos ......................................................................... 27</p><p>Simpaticomiméticos indiretos ...................................................................... 28</p><p>Simpaticomiméticos de ação mista ............................................................. 29</p><p>Fármacos Simpaticolíticos .......................................................................... 30</p><p>6.7.1 Antagonistas α-adrenérgicos ................................................................ 30</p><p>6.7.2 Antagonistas β-adrenérgicos ................................................................ 30</p><p>Substâncias que afetam a liberação ............................................................ 31</p><p>Substâncias utilizadas no Glaucoma ........................................................... 32</p><p>PROCESSOS INFLAMATÓRIOS ..................................................... 32</p><p>ANTI-INFLAMATÓRIOS HORMONAIS ............................................ 33</p><p>Introdução ................................................................................................... 33</p><p>Produção endógena e controle da secreção ............................................... 33</p><p>ANTINFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS E DROGAS SIMILARES</p><p>………………………………………………………………………………34</p><p>Aspectos gerais .......................................................................................... 34</p><p>9.1.1 Mecanismos de ação ............................................................................ 34</p><p>Atividades terapêuticas dos AINES ............................................................. 35</p><p>Classificação dos AINES: ............................................................................ 36</p><p>Parte 2: drogas ........................................................................................... 37</p><p>9.4.1 Ácido acetilsalicílico .............................................................................. 37</p><p>Acetaminofeno (= paracetamol): .................................................................. 39</p><p>Diclofenaco sódico ...................................................................................... 40</p><p>Carprofeno .................................................................................................. 40</p><p>Cetoprofeno ................................................................................................ 41</p><p>Meloxicam ................................................................................................... 41</p><p>Fenilbutazona .......................................................................................... 42</p><p>Flunixina meglumina ................................................................................ 43</p><p>Dimetilsulfóxido (DMSO) .......................................................................... 45</p><p>Glicosaminoglicanos polissulfatados ........................................................ 46</p><p>Dipirona ................................................................................................... 47</p><p>Escopolamina (= HIOSCINA): .................................................................. 48</p><p>Tripsina / Quimiotripsina .......................................................................... 49</p><p>Escina ..................................................................................................... 49</p><p>Sais de Ouro ............................................................................................ 50</p><p>REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................ 51</p><p>4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -</p><p>um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum</p><p>é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão</p><p>a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as</p><p>perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão</p><p>respondidas em tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da</p><p>nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à</p><p>execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da</p><p>semana e a hora que lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>5</p><p>HISTÓRICO</p><p>A Farmacologia, como várias outras áreas do conhecimento, tem suas</p><p>origens nos primórdios da humanidade. De fato, desde que o homem primitivo</p><p>começou a usar substâncias obtidas na natureza, tanto dos reinos mineral, vegetal e</p><p>animal, com finalidades medicinais ou visando obter efeitos nocivos (para a caça,</p><p>como armas de guerra etc.), pode-se dizer que teve início a Farmacologia.</p><p>(SPINOSA, 2017)</p><p>O papiro de Ébers, que é considerado um dos documentos escritos mais</p><p>antigo até hoje estudado, datado de aproximadamente 1550 a.C., faz menção à</p><p>utilização terapêutica de várias substâncias químicas, pela antiga civilização egípcia,</p><p>como, por exemplo, metais pesados (chumbo, cobre), extratos de plantas (genciana,</p><p>óleo de rícino, cila) e venenos de animais. Este é um documento que aponta as</p><p>origens não só da Farmacologia, como também da Toxicologia.</p><p>Provavelmente, Mitridates VI, Eupator ou O Grande, rei do Ponto (antiga</p><p>região asiática, situada a nordeste da Ásia Menor), que viveu entre 123 e 63 a.C., foi</p><p>o primeiro farmacólogo experimental. Temendo ser envenenado, Mitridates VI</p><p>propôs-se a estudar as substâncias nocivas, visando protegerse contra todos os</p><p>possíveis “venenos”. Mediante a ingestão de doses progressivamente maiores</p><p>destas substâncias, procurava criar no organismo imunidade contra seus efeitos</p><p>nocivos; estes experimentos foram, inicialmente, realizados em seus escravos. Daí a</p><p>origem do termo mitridatismo, referindo-se à imunidade contra “venenos” obtida</p><p>mediante a exposição de pequenas doses deles, que são gradativamente</p><p>aumentadas. As observações do rei do Ponto deram origem a uma receita com</p><p>dezenas de ingredientes, na tentativa de obter um poderoso antídoto contra todos os</p><p>venenos. Com o passar do tempo, estes ingredientes foram alterados, mas eram</p><p>ANDRADE, S.F. Manual de Terapêutica em Veterinária. 3 ed. São Paulo: Roca,</p><p>2008.</p><p>BARROS, Ciro Moraes; DI STASI, Luiz Claudio (Ed.). Farmacologia Veterinária.</p><p>Barueri, SP: Manole, 2012. 580p. ISBN 978-85-204-2260-1.</p><p>FUCHS, Flávio Danni et al. Farmacologia clínica e terapêutica .5. ed.- [Reimpr.] -</p><p>Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 966f. ISBN: 978-85-277-3131-7.</p><p>GOODMAN, L. S. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da</p><p>Terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro: MacGRAN, 2012.</p><p>LAURENCE L. Brunton [et al.]. Goodman & Gilman: Manual de Farmacologia e</p><p>Terapêutica. Porto Alegre: AMGH, 2010. 1219 p. ISBN 978-85-63308-12-2.</p><p>SPINOSA, Helenice de Souza et al. Farmacologia Aplicada à Medicina</p><p>Veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 742f. ISBN 978-85-</p><p>277-3133-1.</p><p>WEBSTER, Cynthia R. L. Farmacologia Clínica em Medicina Veterinária. São</p><p>Paulo: Roca, 2005. 155p. ISBN 8572415564.</p><p>quase todos desprovidos de efeitos terapêuticos. (SPINOSA, 2017)</p><p>De acordo com SPINOSA (2017) algumas das personalidades que</p><p>contribuíram também para o desenvolvimento da Farmacologia:</p><p> Dioscórides (séculos III a.C.): considerado o “pai da Farmácia”, foi um</p><p>médico grego dos exércitos de Nero; escreveu obra na qual estão descritas</p><p>6</p><p>cerca de 600 plantas medicinais</p><p> Galeno (131201): nascido em Pérgamo, capital da Mísia na Ásia</p><p>Menor, é considerado o “pai da Fisiologia Experimental”; escreveu cerca de</p><p>400 tratados sobre Medicina, preconizando o uso de extratos de plantas e</p><p>outros produtos naturais</p><p> Avicena (9801037): filósofo e médico árabe, introduziu o uso da</p><p>cânfora e da nozvômica</p><p> Paracelso (14931541): alquimista e médico suíço, foi o primeiro a</p><p>combater o galinismo; introduziu novos medicamentos e defendeu o uso de</p><p>poucos ingredientes nas suas formulações</p><p> Samuel Hahnemann (17551843): médico alemão criador da</p><p>homeopatia, sistema terapêutico que considera que “os semelhantes curam-</p><p>se com semelhantes”</p><p> François Magendie (17831855): francês que introduziu o conceito de</p><p>investigação sistemática da ação da droga, trabalhando com a estricnina.</p><p>Foi em meados do século 19 que a Farmacologia experimentou grande</p><p>avanço, seguramente, consequência da evolução de outras áreas afins de</p><p>conhecimento, como Fisiologia, Bioquímica, Patologia, Psicologia etc.</p><p>(SPINOSA, 2017)</p><p>FARMACOLOGIA</p><p>A farmacologia inclui o conhecimento da história, origem, propriedades físico-</p><p>químicas, composição, absorção, distribuição, mecanismo de ação.</p><p>A farmacologia é dividida em farmacodinâmica (grego dýnamis = força)</p><p>estudo o mecanismo dos medicamentos; a farmacocinética (grego kinetós = móvel)</p><p>é responsável pelo estudo do caminho percorrido pelo fármaco no organismo</p><p>animal. A farmacotécnica está relacionada ao preparo, purificação e conservação</p><p>dos medicamentos com a finalidade de promover um melhor aproveitamento no</p><p>organismo. A farmacognosia (grego gnôsis), que busca o conhecimento da obtenção</p><p>identificação e isolamento dos princípios ativos passiveis de uso terapêutico. A</p><p>7</p><p>farmacologia clinica está relacionada com a análise clínica do medicamento. A</p><p>farmacoterapêutica diz respeito ao uso do medicamento de enfermidades.</p><p>FONTE: SPINOSA, 2017.</p><p>É evidente que uso racional dos medicamentos, que é o objetivo da</p><p>Farmacologia Aplicada, só pode ser conseguido com o diagnóstico preciso da</p><p>enfermidade que acomete o animal. Neste contexto, os conhecimentos de</p><p>Farmacologia fundamentam o tratamento medicamentoso a ser instituído,</p><p>otimizando os efeitos do medicamento. (SPINOSA, 2017)</p><p>O conhecimento, tanto qualitativo como quantitativo da ação (sítio de ação –</p><p>receptor) do medicamento, como do efeito (consequência da atuação no sítio de</p><p>ação) no organismo animal fundamenta a indicação da posologia.</p><p>Para SPINOSA (2017) posologia (do grego pósos = quanto, mais lógos =</p><p>estudo) é o estudo das dosagens do medicamento com fins terapêuticos. A dose se</p><p>refere à quantidade do medicamento necessária para promover a resposta</p><p>terapêutica, enquanto dosagem inclui, além da dose, a frequência de administração</p><p>e a duração do tratamento.</p><p>8</p><p>SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E JUNÇÃO NEUROMUSCULAR</p><p>O sistema nervoso periférico se divide em sistema nervoso somático e</p><p>sistema nervoso autônomo (SNA).</p><p>O sistema nervoso somático é responsável pela inervação dos músculos</p><p>esqueléticos. Não contém gânglios periféricos e as sinapses ocorrem no interior da</p><p>medula espinal (sistema nervoso central), de onde partem neurônios mielinizados</p><p>até a junção neuromuscular (placa motora).</p><p>O sistema nervoso autônomo (SNA), também denominado visceral, vegetativo</p><p>ou involuntário, conduz todos os impulsos do sistema nervoso central (SNC) e</p><p>apresenta ação integradora sobre a homeostase corporal, regulando a atividade de</p><p>estruturas fisiológicas que não estão sob controle voluntário como o sistema</p><p>musculoesquelético. Assim, a respiração, a circulação, a digestão, a temperatura</p><p>corporal, o metabolismo, a sudorese e as secreções de determinadas glândulas</p><p>endócrinas são reguladas em parte ou totalmente pelo SNA. (SPINOSA, 2017)</p><p>O termo autônomo foi sugerido, pela primeira vez, por Langley, em 1918, em</p><p>substituição a vegetativo. Segundo ele, “vegetativo” atribui ao sistema uma</p><p>independência que não é real. (Apud, SPINOSA, 2017)</p><p>O SNA é composto por centros de controle localizados dentro do SNC e por</p><p>uma rede periférica de fibras aferentes e eferentes. O hipotálamo é o principal</p><p>núcleo de integração desse sistema, mas existem outros centros de controle</p><p>importantes, como, por exemplo, o bulbo.</p><p>Estrutural e funcionalmente, o SNA é dividido em dois sistemas: simpático ou</p><p>adrenérgico e parassimpático ou colinérgico. Os termos adrenérgico e colinérgico</p><p>foram propostos por Dale (1954) para descrever os neurônios que liberam</p><p>norepinefrina e acetilcolina. (Apud, SPINOSA, 2017)</p><p>9</p><p>FONTE: SPINOSA, 2017</p><p>Sistema Nervoso Simpático</p><p>-O efluxo simpático abandona o SNC nas raízes medulares torácicas e</p><p>lombares</p><p>-Os gânglios simpáticos formam duas cadeias para-vertebrais, além de alguns</p><p>gânglios na linha média</p><p>-Regra Geral: neurônio pré-ganglionar curto e colinérgico (acetilcolina);</p><p>neurônio pós-ganglionar longo e noradrenérgico (noradrenalina)</p><p>10</p><p>Fonte: i.ytimg.com</p><p>Exceção: Adrenal é inervada diretamente por nervo simpático pré-ganglionar,</p><p>libera ACh via receptor nicotínico, estimulando a liberação de Adrenalina. Não tem</p><p>fibra pós- ganglionar.</p><p>Sistema Nervoso Parassimpático</p><p>Padrão bineuronal: neurônio pré-ganglionar (longo) com corpo celular no SNC</p><p>e neurônio pós-ganglionar (curto) com corpo celular no gânglio autonômico.</p><p>Sistema parassimpático está conectado ao SNC através de:</p><p>-Efluxo dos pares cranianos: III (ocular), VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X</p><p>(vago).</p><p>-Efluxo sacral</p><p>-Neurotransmissores: pré e pós-ganglionares</p><p>colinérgica – Acetilcolina</p><p>Fonte: files.passeidireto.com</p><p>11</p><p>SNA – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO</p><p>Controla:</p><p>-Musculatura lisa (visceral e vascular)</p><p>-Secreções exócrinas e algumas endócrinas</p><p>-A frequência cardíaca</p><p>-Alguns processos metabólicos (utilização de glicose)</p><p>-As ações do simpático e parassimpático são opostas em algumas situações</p><p>como no controle da frequência cardíaca e no controle das musculatura lisa</p><p>gastrointestinal. E alguns controles não são opostos como no caso da inervação de</p><p>órgãos sexuais masculinos e na glândula salivar.</p><p>-A atividade simpática aumenta no estresse (comportamento de ‘luta ou</p><p>fuga’). A atividade parassimpática predomina durante a saciedade e repouso</p><p>-Ambos os sistemas exercem um controle fisiológico contínuo de órgãos</p><p>específicos em condições normais</p><p>Sistema Nervoso Parassimpático:</p><p>-Diminui frequência cardíaca</p><p>-Diminui a pressão arterial</p><p>-Aumenta as funções gastrointestinais</p><p>-Diminui a utilização de glicose e gordura</p><p>-Miose (constrição da pupila)</p><p>-Sistema Nervoso Simpático:</p><p>-Aumenta frequência cardíaca</p><p>-Aumenta a pressão arterial</p><p>-Diminui funções gastrointestinais</p><p>-Aumenta a utilização de glicose e gordura</p><p>-Midríase (dilatação da pupila)</p><p>12</p><p>Fonte: 4.bp.blogspot.com</p><p>*Veias não tem inervação direta, mas possuem receptores para ACh (receptor muscarínico</p><p>M3)</p><p>Fonte: Spinosa, 2006</p><p>13</p><p>PARASSIMPÁTICO</p><p>Fonte: www.geocities.ws</p><p>Receptores para Acetilcolina (ACh)</p><p>Receptores Nicotínicos:</p><p>-Aumentam a permeabilidade ao sódio</p><p>-Estimulação de todos os gânglios autônomos</p><p>-Estimulação de músculos voluntários</p><p>-Secreção de adrenalina pela medula da adrenal. A adrenalina é produzida</p><p>pela estimulação de receptores nicotínicos na adrenal.</p><p>-São bloqueados pela Curarina (curare)</p><p>-Mecanismo de ação: são canais iônicos controlados por ligante e sua</p><p>ativação causa rápido aumento da permeabilidade</p><p>celular ao Na+ e K+,</p><p>despolarização e excitação</p><p>-Estrutura: Os receptores nicotínicos são proteínas pentaméricas. Os</p><p>receptores nicotínicos estão presentes na periferia e na junção neuromuscular e na</p><p>sinapse ganglionar.</p><p>14</p><p>N1: são os presentes no músculo. Provocam despolarização da membrana</p><p>pós- sináptica. Bloqueados pela tubocurarina.</p><p>N2: são os presentes nos gânglios. Bloqueados pelo trimetafan.</p><p>Receptores Muscarínicos:</p><p>M1 (neural):</p><p>-Aumentam as concentrações de IP3 e DAG intracelular</p><p>-Estão envolvidos na excitação do SNC (memória)</p><p>-São bloqueados pela pirenzepina</p><p>-Mecanismo de ação: mediam os efeitos excitatórios da ACh. Esta excitação é</p><p>produzida por redução na condutância ao K+ que causa despolarização da</p><p>membrana. A ação é mediada por proteína G (Gq/11), levando um aumento do</p><p>turnover do fosfatidilinositol intracelular. Pela ativação da PLC, há a formação de</p><p>dois segundos mensageiros DAG e IP3 a partir do PIP2 da membrana. O DAG ativa</p><p>a proteína cinase C (juntamente com o Ca++), enquanto o IP3 promove a liberação</p><p>de Ca++ intracelular armazenado no retículo endoplasmático.</p><p>M2 (cardíaco):</p><p>-Diminuem as concentrações de AMPc / ativam canais de Potássio</p><p>-Diminuem a frequência e força de contração (efeitos cronotrópico e inotrópico</p><p>negativos)</p><p>-Bloqueados pela galamina</p><p>*A inervação parassimpática é mais intensa no átrio</p><p>-Mecanismo de ação: parecem exercer funções inibitórias, principalmente</p><p>através do aumento da condutância ao K+ pela inibição de canais de cálcio. Há a</p><p>interação com um grupo distinto de proteínas G (Gi e Go), com consequente inibição</p><p>da Adenilato Ciclase, ativação dos canais de K+ operados por receptor e inibição da</p><p>atividade dos canais de</p><p>Ca++ voltagem dependente. Assim há efeitos cronotrópicos e inotrópicos</p><p>negativos da ACh.</p><p>15</p><p>M3 (glandular/muscular liso):</p><p>-Aumentam as concentrações de IP3 e DAG intracelular</p><p>-Estimulação das secreções glandulares (salivares e brônquicas)</p><p>-Contração da musculatura lisa visceral</p><p>-Vasodilatação (via óxido nítrico):</p><p>-Bloqueados pelo Ipatrópio</p><p>*Todos receptores muscarínicos são bloqueados pela Atropina</p><p>Mecanismo de ação: Os receptores muscarínicos (M3) atuam como</p><p>mediadores do relaxamento vascular da musculatura lisa, que resulta da liberação</p><p>de óxido nítrico das células endoteliais adjacentes. Os receptores M3 estão</p><p>associados à proteína Gq/11 que, por sua vez, ativa a fosfolipase C, responsável</p><p>pela formação do segundo mensageiro, inositol trifosfato (IP3). O IP3 é um mediador</p><p>hidrossolúvel, liberado no citosol e que atua sobre um receptor específico (o receptor</p><p>de IP3 – um canal de cálcio regulador por ligante existente na membrana do retículo</p><p>endoplasmático) e tem como função controlar a liberação de Ca++ das reservas</p><p>intracelulares. O aumento de Ca++ inicia vários eventos, incluindo a contração,</p><p>secreção e ativação de enzimas.</p><p>Vasodilatação via Óxido Nítrico: Agora no citoplasma, com a elevada</p><p>concentração de Ca++ pela ação primária da acetilcolina, terá um consequente</p><p>aumento na Ca++- Calmodulina que ativa a enzima Oxido Nítrico Sintase que é</p><p>responsável pela transformação da L-Arginina em Óxido Nítrico (NO) e Citrulina. O</p><p>NO atua como um mensageiro neuronal e é um gás e não é armazenado como</p><p>outros neurotransmissores, a sua liberação ocorre lentamente por difusão e ativa a</p><p>guanilato ciclase que converte GMP em GMPc. Este, por sua vez afeta proteína</p><p>quinase G que fosforila proteínas ligadas a canais de Ca++, bloqueando-os, fazendo</p><p>o relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos. A via endotelial de</p><p>arginina/NO é tonicamente ativa nos vasos de resistência, diminuindo a resistência</p><p>vascular periférica e, portanto, a pressão arterial sistêmica.</p><p>16</p><p>Agonistas e Antagonistas</p><p>1. Fármacos de ação direta: agem como antagonista (muscarínico e</p><p>nicotínico) e como agonistas (muscarínico e nicotínico)</p><p>2. Fármacos de ação indireta: agem na enzima AChE</p><p>Agonistas Nicotínicos: Despolarizantes</p><p>1- Ganglionar: nicotina e lobelina</p><p>2- Muscular:</p><p>Suxametônio: causa bloqueio muscular, pois promove a despolarização</p><p>contínua. Primeiramente ocorre a fasciculação do músculo e depois o relaxamento.</p><p>Decametônio</p><p>Antagonistas Nicotínicos: Não despolarizantes</p><p>1- Ganglionar: hexametônio, trimetafan</p><p>2- Muscular:</p><p>Tubocurarina: bloqueio muscular Galamina, pancurônio, atracúrio, vecurônio</p><p>Anticolinesterásicos</p><p>Bloqueiam a ação da acetilcolinesterase (AChE)</p><p>1. Reversível (carbamatos): fisostigmina, neostigmina, edrofônio</p><p>Fonte: gl.wikipedia.org</p><p>17</p><p>Mecanismo de ação: se ligam tanto no sítio aniônico como no esterásico da</p><p>AChE. Se comportam como substrato, promovendo a carbamilação da serina. A</p><p>descarbamilação ocorre muito mais lentamente do que a desacetilação (por</p><p>acetilcolina).</p><p>2. Irreversível: DFP (diisopropil fluorofosfato) e paration (pesticida)</p><p>Mecanismo de ação: inibem a AChE através de ligação covalente</p><p>(fosforilação) com o grupo hidroxil da serina.</p><p>Tratamento da Intoxicação: podem ser controlados com doses adequadas de</p><p>agentes antimuscarínicos como a atropina. Nas intoxicações por organofosforados</p><p>podem-se utilizar reativadores da AChE como as Oximas (não são eficazes contra</p><p>intoxicações de carbamatos)</p><p>Efeitos:</p><p>Junção neuromuscular: aumentam a contração muscular, pois após a inibição</p><p>da AChE na sinapse, o tempo de permanência da ACh aumenta, permitindo a</p><p>religação do neurotransmissor aos múltiplos receptores colinérgicos nicotínicos.</p><p>Trato gastrointestinal: promovem o aumento das secreções gastrointestinais,</p><p>contração da musculatura lisa e relaxamento dos esfíncteres.</p><p>Sistema Respiratório: observa-se broncoconstrição e aumento das secreções,</p><p>conduzindo a dispneia e respiração ruidosa.</p><p>Sistema Cardiovascular: braquicardia e vasodilatação, porém, em</p><p>consequência de mecanismos compensatórios, podem ocorrer episódios de</p><p>taquicardia e vasoconstrição. Aliado a isto, a ACh liberada na adrenal promove a</p><p>liberação de noradrenalina/adrenalina, responsáveis pelo predomínio do tônus do</p><p>SNA simpático.</p><p>Olho: causam hiperemia da conjuntiva, contração do músculo esfíncter pupilar</p><p>(miose). A pressão intraocular quando elevada, costuma cair em decorrência da</p><p>facilitação da drenagem do humor aquoso.</p><p>Acetilcolinesterase: catalisa a hidrólise do neurotransmissor acetilcolina</p><p>restante que está presente no espaço sináptico em colina e ácido acético, reação</p><p>necessária para permitir que o neurônio colinérgico retorne a seu estado de repouso</p><p>após a ativação, evitando assim uma transmissão excessiva de acetilcolina, que</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Catalizador</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidr%C3%B3lise</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotransmissor</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Acetilcolina</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinapse_(neur%C3%B3nio)</p><p>http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Colina_(qu%C3%ADmica)&action=edit&redlink=1</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_ac%C3%A9tico</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B4nio</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Acetilcolina</p><p>18</p><p>produziria uma sobre estimulação do músculo e, como consequência, debilidade e</p><p>cansaço.</p><p>Anticolinesterásicos: é um inibidor da colinesterase. Devido à sua função</p><p>essencial, os elementos químicos que interferem com a ação da colinesterase são</p><p>potentes neurotoxinas, causando excessiva salivação e olhos lacrimejantes em</p><p>baixas doses, seguido por espasmos musculares e finalmente a morte. São</p><p>utilizados em anestesia ou no tratamento da miastenia gravis, glaucoma e doença</p><p>de Alzheimer.</p><p>*Miastenia Gravis: doença auto imune que age nos receptores nicotínicos da</p><p>junção neuromuscular.</p><p>Tratamento: imunossupressão (Ex.: azatioprina) + piridostigmina</p><p>Normalmente:</p><p>ACh + AChE = ácido acético e colina (transportada ativamente para a</p><p>terminação nervosa, onde será reutilizada)</p><p>Com Carbamatos ou Organofosforados:</p><p>ACh + AChE = AChE carbamilada</p><p>ACh + AChE = AChE fosforilada</p><p>Agonistas Muscarínicos: Colinomiméticos ou Parassimpaticomiméticos</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsculo</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Inibidor</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotoxina</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Espasmo</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Anestesia</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Miastenia_gravis</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Glaucoma</p><p>http://pt.wikipedia.org/wiki/Mal_de_Alzheimer</p><p>19</p><p>Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/397873/</p><p>-Ésteres de colina (acetilcolina, carbacol, betanecol)</p><p> Utilizados para hipotonia de bexiga e do trato gastrointestinal, pois aumentam</p><p>o tônus da bexiga e aumentam a motilidade e secreções do trato</p><p>gastrointestinal.</p><p>-Alcaloides (muscarina, pilocarpina, oxotremorina e arecolina)</p><p> Utilizados para Glaucoma, pois fazem a constrição da íris (miose) e isto</p><p>aumenta a passagem de humor vítreo para o canal de Shlem</p><p>-Ação no(a):</p><p>Músculo liso: promovem o aumento da contração da musculatura lisa e</p><p>relaxamento dos esfíncteres de todo o organismo do animal. Aumento do tônus, da</p><p>motilidade e das secreções gastrointestinais. No trato urinário observa-se contração</p><p>da vesícula urinária e ureteres. Causam broncoconstrição e aumento da secreção</p><p>das glândulas traqueobrônquicas.</p><p>*Pilocarpina: quando aplicada no olho, causa constrição pupilar e elevação da</p><p>pressão intraocular, seguida de redução mais persistente.</p><p>Canal de Shlem</p><p>Causa a abertura</p><p>dos poros e</p><p>aumento da</p><p>drenagem</p><p>Constrição da musculatura ciliar,</p><p>fazendo com que haja a constrição da íris</p><p>20</p><p>Glândula: produzem estímulo da secreção de glândulas sudoríparas,</p><p>lacrimais, brônquicas, salivares e de todo o TGI.</p><p>Sistema Cardiovascular: a ACh produz 4 efeitos principais: vasodilatação,</p><p>redução da frequência cardíaca, diminuição da taxa de condução nos tecidos</p><p>especializados dos nodos sinoatrial e atrioventricular e redução da força de</p><p>contração. Os ésteres de ACh produzem dilatação em quase todos os leitos</p><p>vasculares devido as suas ações em receptores muscarínicos, principalmente do</p><p>subtipo M3.</p><p>Antagonistas Muscarínicos: Parassimpaticolíticos</p><p>-Ipatrópio</p><p>-Tropicamida: causa midríase</p><p>-Pirenzepina: M1 seletivo inibe a secreção gástrica (anti-úlcera)</p><p>-Atropina</p><p>Diminui a contratilidade do trato gastrointestinal</p><p>-Hioscina</p><p>Diminui a contratilidade do trato gastrointestinal</p><p>Atropina: utilizada na bradicardia. Em baixas doses há a diminuição da</p><p>frequência cardíaca, pois o efluxo eferente vagal é ativado, bloqueado o M1 nos</p><p>neurônios inibitórios pré-juncionais, permitindo a liberação de acetilcolina. Já em</p><p>altas doses a atropina bloqueia os receptores M2 no nódulo sinoatrial e a frequência</p><p>cardíaca aumenta.</p><p>Fármacos em que os alvos são carreadores</p><p>Hemicolinium: impede que a colina entre na célula para servir de substrato</p><p>para a nova formação de ACh.</p><p>Vesamicol: impede ACh de retornar a vesícula.</p><p>Toxina Botulínica: bloqueia a exocitose de ACh. Impede a contração</p><p>muscular.</p><p>21</p><p>SIMPÁTICO</p><p>Fonte: www.vladman.net</p><p>Neurotransmissão Noradrenégica:</p><p>Biossíntese de Catecolaminas:</p><p>Precursor: aminoácido L-tirosina</p><p>Este aminoácido é transportado para dentro dos neurônios noradrenérgicos e</p><p>também para as células cromafins da medula adrenal.</p><p>Etapas:</p><p>1. L-tirosina é convertida em L-DOPA (diidroxifenilalanina) pela enzima</p><p>‘Tirosina-hidroxilase’. Esta enzima está sujeita a inibição por feedback pelo produto</p><p>final.</p><p>2. A L-DOPA é um substrato para outra enzima, a dopa-descarboxilase que</p><p>resulta na síntese de Dopamina</p><p>3. E então a Dopamina é convertida à L-noradrenalina no interior das</p><p>vesículas sob a ação da ‘dopamina-β-descarboxilase.</p><p>4. Na medula da adrenal, a noradrenalina é metilada no citoplasma da célula</p><p>22</p><p>para formar o hormônio adrenalina, esta reação é catalisada pela enzima</p><p>‘feniletanolamina-N-metil tranferase’. A velocidade da síntese de adrenalina, a partir</p><p>da noradrenalina nas células cromafins, é dependente dos níveis de glicocorticoides</p><p>secretados pelo córtex da adrenal.</p><p>Fonte: files.passeidireto.com</p><p>Degradação e Metabólitos:</p><p>As ações da noradrenalina e adrenalina são interrompidas por:</p><p>Recaptação pelas terminações nervosas (é o mecanismo mais importante na</p><p>cessação da ação da noradrenalina liberada)</p><p>Diluição por difusão para fora da fenda sináptica e captação em locais</p><p>extraneuronais</p><p>Transformação metabólica</p><p>23</p><p>Duas enzimas são responsáveis pela degradação das catecolaminas: a MAO</p><p>(monoamino-oxidase) localizada na membrana de mitocôndrias no terminal pré-</p><p>sináptico e a COMT (catecol-O-metiltransferase) localizada em tecidos neuronais e</p><p>não neuronais.</p><p>MAO: faz a desaminação da noradrenalina no citoplasma no neurônio,</p><p>formando o ácido Dihidroximandélico, que ainda pode formar o ácido</p><p>Vanililmandélico pela COMT.</p><p>COMT: faz a metilação da noradrenalina na fenda sináptica.</p><p>Fonte: s3.amazonaws.com</p><p>-As catecolaminas (noradrenalina, adrenalina, dopamina, isoproterenol)</p><p>compartilham o grupo Catecol:</p><p>24</p><p>Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com</p><p>Receptores Adrenérgicos</p><p>São estruturas macromoleculares localizadas sobre ou dentro da membrana</p><p>superficial das células inervadas por neurônios adrenérgicos (e determinadas células</p><p>não-inervadas). A função fisiológica básica do receptor adrenérgico é identificar e</p><p>interagir com os mediadores adrenérgicos endógenos noradrenalina e adrenalina.</p><p>Essa interação desencadeia uma série de eventos intracelulares complexos que</p><p>fornecem uma mudança característica na atividade da célula efetora. (ADAMS,</p><p>2013)</p><p>Efeitos:</p><p>-Vasoconstrição</p><p>-Aumento da resistência periférica</p><p>-Aumento da pressão arterial</p><p>-Midríase</p><p>Mecanismo de ação: Os receptores α1 leva à estimulação da enzima de</p><p>membrana Fosfolipase C via proteína Gq/11. A ativação da fosfolipase C resulta na</p><p>hidrólise do bifosfato de fosfotidilinositol (PIP2) que produz os segundos</p><p>mensageiros trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). O DAG ativa a proteína</p><p>quinase C (PKC), em parte por sensibilizá-la ao Ca2+, que leva a fosforilação de</p><p>25</p><p>uma série de proteínas intracelulares e canais iônicos. O IP3 atua liberando Ca2+</p><p>intracelular para o citoplasma, causando contração muscular.</p><p>α2:</p><p>-localização pós-sináptica e pré-sináptica (auto receptor)</p><p>-acoplados à Proteína Gi / Adenilato Ciclase</p><p>-promovem a retroalimentação inibitória Efeitos:</p><p>-Vasoconstrição</p><p>-Constrição de esfíncteres</p><p>-Reduz a liberação de NA</p><p>Mecanismo de ação: estes receptores atuam na regulação da atividade do</p><p>sistema nervoso simpático, tanto ao nível autonômico como central. Pois inibem a</p><p>adenilciclase através de interação com proteínas G denominadas Gi (inibitórias),</p><p>assim as concentrações de AMPc são reduzidas e o estado de ativação da proteína</p><p>cinase dependente de AMPc é reduzido. Os receptores α2 podem ativar também</p><p>canais de K+ controlados por proteínas G, resultando em hiperpolarização da</p><p>membrana e também são capazes de inibir canais de Ca++ voltagem-dependentes e</p><p>este efeito é mediado por proteína G0.</p><p>Ioimbina: antagonista específico para receptores α2. Estes receptores quando</p><p>ativados não promovem a formação de AMPc, mas ao ligar-se a um antagonista a</p><p>adenilatociclase não é inativada e dessa forma, ocorre síntese de AMPc, que por fim</p><p>ocorrerá a fosforilação da quinase de cadeia leve de miosina, inativando-a e não</p><p>ocorrendo a contração muscular, dessa forma a pressão arterial é reduzida.</p><p>β1:</p><p>-localização pós-sináptica</p><p>-acoplados à Proteína Gs / Adenilato Ciclase</p><p>-predominam no coração Efeitos:</p><p>-aumento da força e frequência contrátil (inotrópico e cronotrópico positivo)</p><p>Mecanismo de ação: O complexo agonista-receptor se liga a proteína Gs,</p><p>deslocando o GDP pelo GTP na subunidade α da proteína G. o complexo entre</p><p>a</p><p>26</p><p>proteína G e o GTP interage com a adenilciclase, promovendo a conversão de AMP</p><p>para AMPc. O AMPc ativa uma enzima intracelular dependente de AMPc, que ativa</p><p>uma sequência de fosforilações que amplifica o sinal, desencadeando uma resposta.</p><p>A estimulação dos receptores β produz aumento da concentração intracelular de</p><p>AMPc, resultando nos efeitos inotrópicos e cronotrópicos positivos (aumento da</p><p>força e frequência).</p><p>β2:</p><p>-localização pré-sináptico e pós-sináptico</p><p>-acoplados a Proteínas Gs / Adenilato Ciclase</p><p>-predomina nos vasos coronarianos e do músculo esquelético Efeitos:</p><p>-vasodilatação</p><p>-broncodilatação</p><p>-secreção de renina</p><p>-relaxamento do útero</p><p>Mecanismo de ação: no sistema vascular a vasodilatação mediada por β2,</p><p>que provoca aumento de AMPc que é responsável pela abertura de canais de Ca++,</p><p>a elevada concentração de Ca++ pela ação primária da acetilcolina, terá um</p><p>consequente aumento na Ca++-Calmodulina que ativa a enzima Oxido Nítrico</p><p>Sintase que é responsável pela transformação da L-Arginina em Óxido Nítrico (NO)</p><p>e Citrulina.</p><p>Fármacos Simpáticomiméticos</p><p>1. De ação direta: agonistas seletivos de adrenorreceptores α1, α2, β1 e</p><p>β2.</p><p>2. De ação indireta: promovem o aumento da concentração de</p><p>noradrenalina e adrenalina na fenda sináptica</p><p>3. De ação mista: agem dos dois modos Ex.: Efedrina</p><p>27</p><p>Simpaticomiméticos diretos</p><p>-Agonistas Seletivos de adrenorreceptores α1, α2:</p><p>-Noradrenalina e Adrenalina</p><p>Fonte: cienciacomozulu.blogspot.com.br</p><p> α1 e α2 não seletivos</p><p>-Fenilefrina e Metoxamina</p><p> α1 seletivos</p><p>Usos terapêuticos: agentes anti-hemorrágicos em cirurgias (vasoconstrição),</p><p>estados hipotensivos (são hipertensivos), descongestionantes nasais, midríacos</p><p>(dilatação da pupila), coadjuvantes de anestésicos locais (vasocontritor).</p><p>-Xilazina</p><p> α2 seletivos (é um agonista, mas é simpaticolítico). Relaxante e analgésico</p><p>Usos terapêuticos: analgésicos de ação central</p><p>-Agonistas seletivos de adrenorreceptores β1 e β2:</p><p>-Adrenalina e Isoprenalina: β1 e β2 não seletivos</p><p>-Dobutamina e Prenalterol: β1 seletivos</p><p>28</p><p>Usos terapêuticos: parada cardíaca, bloqueio cardíaco e choque</p><p>-Salbutamol, Terbutalina e Orciprenalina: β2 seletivos</p><p>Salbutamol provocou uma diminuição na pressão sanguínea, pois é um</p><p>agonista seletivo β2-adrenérgico. O complexo agonista-receptor se liga a proteína</p><p>Gs, deslocando o GDP pelo GTP na subunidade α da proteína G. o complexo entre</p><p>a proteína G e o GTP interage com a adenilciclase, promovendo a conversão de</p><p>AMP para AMPc. O AMPc ativa uma enzima intracelular dependente de AMPc, que</p><p>ativa uma seqüência de fosforilações que amplifica o sinal, desencadeando uma</p><p>resposta. Na musculatura lisa a ativação de receptores β2 leva a fosforilação da</p><p>miosina cinase de cadeia leve, resultando num relaxamento vascular.</p><p>Usos terapêuticos: asma brônquica e prevenção de parto prematuro</p><p>(promovem relaxamento).</p><p>Simpaticomiméticos indiretos</p><p>Fármacos que atuam principalmente facilitando a liberação de noradrenalina</p><p>ou bloqueando a captação desta.</p><p>Recaptação Neural:</p><p>Inibidores: cocaína, antidepressivos, anfetamina</p><p>– pressão arterial aumenta, relaxamento bronquiolar, produz supressão da</p><p>ingestão alimentar.</p><p>Recaptação Não-neural:</p><p>Inibidores: hormônios esteroides e progesterona</p><p>*Estes inibidores fazem com que a noradrenalina não seja recaptada, assim</p><p>promovendo maior contato agonista-receptores.</p><p>Indutores da liberação de catecolaminas:</p><p>29</p><p>Fonte: s3.amazonaws.com</p><p>Inibidores: anfetamina</p><p>- Penetra na terminação nervosa através do carreador de noradrenalina e</p><p>penetra nas vesículas sinápticas no citosol através do carreador de monoamina</p><p>vesicular em troca de noradrenalina, que se acumula no citossol. Parte é degradada</p><p>pela MAO na terminação nervosa, enquanto outra parte escapa (exocitose) em troca</p><p>de anfetamina pelo carreador de noradrenalina. A anfetamina também bloqueia a</p><p>recaptação de noradrenalina.</p><p>Inibidores da MAO (monoamina oxigenase):</p><p>Inibidores: iproniazida e anfetamina.</p><p>Inibidores da COMT (catecol-O-metiltransferase):</p><p>Inibidores: pirogalol</p><p>Simpaticomiméticos de ação mista</p><p>Ação direta nos receptores α e β e ação indireta induzindo a liberação de</p><p>noradrenalina e impedindo sua receptação.</p><p>Ex.: Efedrina, efeito parecido com os da anfetamina (indiretamente)</p><p>30</p><p>Fármacos Simpaticolíticos</p><p>Antagonistas dos receptores adrenérgicos</p><p>Substâncias que afetam a síntese, liberação ou transporte de noradrenalina</p><p>para a vesícula.</p><p>6.7.1 Antagonistas α-adrenérgicos</p><p>-Fentolamina (não seletivo)</p><p>Reversível</p><p>-Parazocina (α1-seletivo)</p><p>Utilizada para hipertensão</p><p>-Ioimbina (α2-seletivo)</p><p>Ioimbina provoca uma diminuição da pressão sanguínea, pois é um</p><p>antagonista seletivo de receptores α2-adrenérgicos e estes receptores atuam na</p><p>regulação da atividade do sistema nervoso simpático, tanto ao nível autonômico</p><p>como central. Pois inibem a adenilciclase através de interação com proteínas G</p><p>denominadas Gi (inibitórias), assim as concentrações de AMPc são reduzidas e o</p><p>estado de ativação da proteína cinase dependente de AMPc é reduzido.</p><p>-Fenoxibenzamina (não seletivo e irreversível)</p><p>Utilizada para feocromocitoma (neoplasia de adrenal)</p><p>Efeitos: diminuição do tônus vasomotor, hipotensão e taquicardia (reflexa)</p><p>6.7.2 Antagonistas β-adrenérgicos:</p><p>-Propranolol e alprenolol (não seletivos)</p><p>O Propranolol provoca uma diminuição na pressão sanguínea, pois é um</p><p>antagonista não seletivo para receptores β-adrenérgicos. Bloqueando tanto β1 que</p><p>está situado principalmente no miocárdio e β2 que estão presentes no coração</p><p>(onde participam da contração) e em músculos lisos dos vasos e outros tecidos</p><p>(onde promovem a dilatação). Neste caso, sua atuação principal é sobre os</p><p>31</p><p>receptores β1, reduzindo a frequência cardíaca, a condução cardíaca, débito</p><p>cardíaco assim chegando a um resultado final de diminuição da pressão sanguínea</p><p>-Metoprolol e atenolol (β1-seletivo)</p><p>Reduz efeitos inotrópicos e cronotrópicos do tônus simpático</p><p>-Butoxamina: (β2-seletivo)</p><p>Broncoconstrição e aumento da contração uterina e também inibição da</p><p>lipólise e glicogenólise (β3 também)</p><p>Usos terapêuticos: arritmias, angina, feocromocitoma e hipertensão (efeito</p><p>renal> efeito cardíaco)</p><p>Substâncias que afetam a liberação</p><p>Diminuem a liberação de noradrenalina na fenda sináptica.</p><p>-Guanitidina</p><p>-Bretílio</p><p>Fonte: s3.amazonaws.com</p><p>32</p><p>Substâncias utilizadas no Glaucoma</p><p>1- Parassimpaticomiméticos:</p><p>Pilocarpina (agonista muscarínico): causa constrição pupilar pelo músculo</p><p>esfincteriano da íris (miose)</p><p>Ectiofato (anticolinesterásico): disponibiliza mais ACh na fenda sináptica</p><p>2- Simpaticolíticos:</p><p>Antagonistas alfa-adrenérgicos: impedem a contração do músculo radial da</p><p>íris, impedindo a midríase.</p><p>Agonistas alfa2-adrenérgigos: diminui a liberação de adrenérgicos 3-</p><p>Diuréticos</p><p>Acetazolamida (inibidor da anidrase carbônica)</p><p>PROCESSOS INFLAMATÓRIOS</p><p>De acordo com ADAMS (2013) inflamação essencialmente consiste em</p><p>convocação, agregação e ativação de células especializadas no manejo de lesões</p><p>tissulares. Compreende não só a mais usual agressão por microrganismos, mas</p><p>também os danos causados por agentes físicos, químicos, tóxicos, isquêmicos, e até</p><p>mesmo aquele autoinflingido pelas doenças autoimunes.</p><p>O objetivo da inflamação é combater e, se possível, eliminar microrganismos,</p><p>reparar lesões físicas do dano asséptico e restabelecer a homeostase, entendida</p><p>como manutenção de condições estáveis e sustentáveis de um sistema, na</p><p>normalidade fisiológica ou sob situações externas adversas. Esse conceito, criado</p><p>inicialmente com foco nos líquidos intersticiais, hoje tem abrangência muito maior,</p><p>incluindo a viabilidade de células e tecidos, seus instrumentos de comunicação e</p><p>mecanismos de defesa e reparação.</p><p>Do ponto de vista farmacológico, deve haver cautela no tratamento da</p><p>inflamação. Processo inflamatório localizado e autolimitado merece apenas medidas</p><p>não medicamentosas ou medicamentos sintomáticos, como analgésicos. Inflamação</p><p>causada por microrganismos justifica uso racional de antimicrobianos. Processos</p><p>33</p><p>com maior repercussão sistêmica e caráter subagudo ou crônico exigem medidas</p><p>sintomáticas e outras mais efetivas, para limitar diretamente a inflamação – anti-</p><p>inflamatórios não esteroides (AINEs) ou corticosteroides, e medidas que modifiquem</p><p>mecanismos causais básicos, anteriores à inflamação, nesse caso</p><p>imunomoduladores ou fármacos modificadores do curso da doença (em inglês,</p><p>disease modifying anti-rheumatic drugs – DMARDs). (ADAMS, 2013)</p><p>ANTI-INFLAMATÓRIOS HORMONAIS</p><p>Introdução</p><p>O reconhecimento do papel essencial das adrenais (antigas suprarrenais)</p><p>data de 1855, quando Thomas Addison relatou a insuficiência de seu córtex,</p><p>enfermidade que recebeu seu nome (doença de Addison).</p><p>As adrenais são formadas por 2 porções:</p><p>Medula: Produz 2 hormônios não essenciais à vida, epinefrina e norepinefrina;</p><p>Córtex: Produz 2 grupos de hormônios essenciais à sobrevivência, os</p><p>mineralocorticoides e os glicocorticoides, chamados, em seu conjunto, de</p><p>CORTICOSTERÓIDES.</p><p>Produção endógena e controle da secreção</p><p>Os corticosteroides são produzidos pela zona fasciculada do córtex das</p><p>adrenais, a partir de moléculas de colesterol. A secreção é controlada, através de</p><p>feedback, pelo hormônio corticotrófico (ACTH) da hipófise, que por sua vez tem sua</p><p>liberação regulada pelo fator de liberação de corticotrofina (CRF) do hipotálamo. Em</p><p>última análise, é o hipotálamo que, respondendo a estímulos variados (temperatura,</p><p>estresse, exercícios, dor, distúrbios metabólicos e outros), controla a produção de</p><p>• Devido à pouca importância terapêutica dos mineralocorticoides, principalmente em</p><p>medicina veterinária, o termo corticosteroide ou simplesmente corticoide acabou se</p><p>transformando em sinônimo de glicocorticoide.</p><p>34</p><p>corticosteroides. Existe, portanto, um eixo hipotálamo-hipófise- adrenais (HHA) que</p><p>é regulado pelos níveis plasmáticos de cortisol e ACTH.</p><p>Os corticoides não são estocados, sendo secretados apenas para suprir a</p><p>demanda diária. Seus níveis variam ritmicamente ao longo do dia, num fenômeno</p><p>denominado ciclo circadiano. Neste processo, os animais diurnos têm seu pico de</p><p>produção nas primeiras horas da manhã, declinando no restante do dia; nos</p><p>noturnos, esta relação é inversa. Em termos de ciclo circadiano dos animais</p><p>domésticos, apenas os gatos são classificados como noturnos.</p><p>ANTINFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS E DROGAS SIMILARES</p><p>Aspectos gerais</p><p>9.1.1 Mecanismos de ação:</p><p>Inflamação: O processo inflamatório é um fenômeno complexo e capaz de ser</p><p>desencadeado como uma resposta do organismo aos mais diversos estímulos. Esta</p><p>resposta ocorre em 3 fases bem definidas: (a) fase transitória aguda, caracterizada</p><p>por vasodilatação localizada e aumento da permeabilidade vascular; (b) fase</p><p>subaguda ou tardia, marcada principalmente por infiltração de leucócitos e células</p><p>fagocitárias e (c) fase proliferativa crônica, na qual há regeneração tecidual ou</p><p>fibrose.</p><p>A inflamação é mediada por uma série de substâncias, dentre as quais se</p><p>destacam as prostaglandinas. Estas prostaglandinas são sintetizadas a partir do</p><p>ácido araquidônico, com a participação das ciclo-oxigenases. As ciclo-oxigenases</p><p>são divididas em 2 tipos, ciclo-oxigenase 1 (COX-1) e ciclo-oxigenase 2 (COX-2).</p><p>Enquanto a COX-1, também chamada de construtiva, é encontrada nos vasos</p><p>sanguíneos, estômago e rins, a COX-2 é uma das principais responsáveis pelo</p><p>processo inflamatório.</p><p>Os AINES atuam como anti-inflamatórios principalmente na inibição das ciclo-</p><p>oxigenases, geralmente de maneira não seletiva. Esta baixa seletividade é a</p><p>responsável por um de seus principais efeitos colaterais, a lesão da mucosa</p><p>35</p><p>gástrica. Atualmente, procura-se sintetizar novas drogas que inibam apenas a COX-</p><p>2, para se evitar estes efeitos ulcerogênicos.</p><p>Dor: Embora ainda não totalmente elucidado, o efeito analgésico dos AINES</p><p>parece estar também relacionado à inibição das prostaglandinas. Aparentemente, as</p><p>prostaglandinas seriam capazes de sensibilizar receptores locais da dor e neurônios</p><p>centrais da medula espinhal.</p><p>Febre: A temperatura corporal é regulada pelo hipotálamo, em resposta a</p><p>estímulos diversos. Na patogenia da febre, as prostaglandinas têm um papel bem</p><p>definido e, portanto, novamente são as responsáveis pelo processo quando são</p><p>liberadas em processos inflamatórios. Assim, os AINES atuam como antitérmicos no</p><p>combate da febre resultante de inflamações, não exercendo qualquer efeito quando a</p><p>hipertermia tem outras origens.</p><p>Atividades terapêuticas dos AINES</p><p>De maneira geral, todos os anti-inflamatórios não hormonais ou não</p><p>esteroides (AINES) possuem 3 efeitos básicos, atuando sobre a dor, inflamação e</p><p>febre. De maneira geral, cada droga em particular tem a predominância de</p><p>determinado (s) efeito (s), embora algumas delas possam atuar bem</p><p>simultaneamente como anti-inflamatório, analgésico e antitérmico. Os motivos</p><p>destas diferenças ainda não estão bem esclarecidos, mas parece que a</p><p>sensibilidade diferenciada das enzimas possa ser a responsável.</p><p>Na prática, os AINES atuam como analgésicos de maneira satisfatória nas</p><p>dores que acompanham as inflamações e pós-operatório; não havendo uma boa</p><p>resposta nas chamadas dores profundas, onde o uso de drogas mais potentes (p.</p><p>ex. opióides) se faz necessário. Alguns AINES possuem ainda certo efeito</p><p>antiespasmódico, ou seja, atuam nas dores viscerais, onde há espasmo da</p><p>musculatura lisa; a maioria, entretanto, é destituída de efeitos. O uso nas dores de</p><p>origem uterina é satisfatório, pois sempre há envolvimento de prostaglandinas.</p><p>Como anti-inflamatórios, os AINES são particularmente indicados nos</p><p>processos músculo-esqueléticos, proporcionando alívio da dor e da inflamação sem,</p><p>entretanto, atuar na patogenia dos mesmos.</p><p>36</p><p>Efeitos colaterais dos AINES: Além das atividades terapêuticas comuns, os</p><p>AINES compartilham de alguns efeitos colaterais, cuja severidade é variável em</p><p>função do composto empregado. Os principais efeitos colaterais são:</p><p>Lesão gastrointestinal, produzida por irritação direta de algumas drogas e,</p><p>sobretudo, pela inibição das prostaglandinas gástricas (PGI2 e PGE2), que</p><p>funcionam como substâncias protetoras da mucosa por inibir a secreção ácida,</p><p>aumentar o fluxo sanguíneo da mucosa gástrica e estimular a produção do muco</p><p>citoprotetor do intestino;</p><p>Bloqueio da agregação plaquetária por inibição do tromboxano A2, principal</p><p>responsável por este processo. A consequência é um nítido aumento no tempo de</p><p>coagulação, que contraindica o uso dos AINES em portadores de coagulopatias ou</p><p>imediatamente (pelo menos 7 dias) antes de cirurgias;</p><p>Inibição da motilidade uterina e prolongamento da gestação, por inibição das</p><p>prostaglandinas E e F;</p><p>Inibição da função renal mediada pelas prostaglandinas, que têm importante</p><p>função vasodilatadora nos rins. Não há efeitos significativos em pacientes com</p><p>função renal normal, mas ocorre redução do fluxo sanguíneo e da taxa de filtração</p><p>glomerular em portadores de doença cardíaca congestiva, cirrose, insuficiência renal</p><p>e hipovolemia;</p><p>Reações de hipersensibilidade de mecanismo desconhecido e ocorrência rara</p><p>em animais.</p><p>Classificação dos AINES:</p><p> Salicilatos: Ácido salicílico, ácido acetilsalicílico, salicilato de sódio e diflunisal;</p><p> Derivados do paraminofenol: Acetaminofeno;</p><p> Ácidos indol e indenacéticos: Indometacina, sulindaco e etodolaco;</p><p> Ácidos heteroarilacéticos: Tolmetina, diclofenaco e cetorolaco;</p><p> Ácidos arilpropiônicos: Ibuprofeno, naproxeno, flubiprofeno, carprofeno,</p><p>cetoprofeno, fenoprofeno e oxaprozina;</p><p> Ácidos antranílicos</p><p>(fenamatos): Ácido meclofenâmico, ácido mefenâmico,</p><p>ácido flufenâmico, ácido tolfenâmico, etofenamato e floctafenina;</p><p> Ácidos enólicos: Oxicans (piroxicam, tenoxicam, droxicam e meloxicam) e</p><p>37</p><p>pirazolidinodionas (fenilbutazona, oxifentatrazona, metamizol e isopirina);</p><p> Ácidos aminonicotínicos: Flunixina meglumina;</p><p> Alcanonas: Nabumetona;</p><p>Outras drogas de atividade similar: DMSO, nimesulide, glicosaminoglicanos,</p><p>superóxido dismutase, cloridrato de benzidamina, dipirona, escopolamina, tripsina /</p><p>quimiotripsina e escina.</p><p>Parte 2: drogas</p><p>9.4.1 Ácido acetilsalicílico</p><p>Fonte: brasilescola.uol.com.br</p><p>Indicações: A aspirina é uma droga predominantemente indicada como</p><p>antipirético, anti-inflamatório e inibidor da agregação plaquetária. Possui ainda um</p><p>efeito analgésico leve, que pode ser utilizado em dores de baixa intensidade.</p><p>Farmacocinética: A droga é rapidamente absorvida pelo estômago e porção</p><p>inicial do intestino delgado de monogástricos, embora esta absorção dependa de</p><p>fatores como conteúdo estomacal, tempo de esvaziamento gástrico, pH e velocidade</p><p>de desintegração do comprimido. A absorção é mais lenta nos ruminantes, mas</p><p>aproximadamente 70% da dose oral chega à corrente circulatória. Algumas</p><p>preparações possuem um revestimento que só permite a desintegração do</p><p>comprimido no intestino e outras são tamponadas, evitando a irritação gástrica</p><p>causada pelo seu pH muito baixo. O metabolismo é hepático, primariamente por</p><p>conjugação com a glicina e com o ácido glicurônico. A exemplo da espécie humana,</p><p>provavelmente nos animais domésticos a velocidade do metabolismo seja</p><p>proporcional à velocidade da eliminação da droga. Os gatos, por terem dificuldade</p><p>38</p><p>de metabolização por esta via, são mais susceptíveis a intoxicações, devendo ter</p><p>ajustes nos intervalos entre doses. A excreção é quase totalmente renal, embora</p><p>pequenos níveis da droga possam ser detectados no leite.</p><p>Particularidades: A aspirina é um dos AINES que mais interfere com a</p><p>integridade do TGI, principalmente quando há uso crônico e/ou em doses altas.</p><p>Ação direta sobre as prostaglandinas, pH muito baixo e interferência com a</p><p>coagulação podem determinar sangramentos digestivos sérios. O uso de</p><p>formulações com revestimento entérico ou tamponadas minimiza estes efeitos.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: Devido à sua alta taxa de</p><p>ligação à albumina plasmática, a aspirina deve ter sua dose reduzida em pacientes</p><p>portadores de hipoalbuminemia. Gatos e recém nascidos, devido à sua dificuldade</p><p>de metabolização, devem receber doses pequenas a intervalos grandes. Sinais de</p><p>superdosagem em carnívoros incluem depressão, vômitos (às vezes com sangue),</p><p>anorexia, hipertermia e taquipnéia. Inicialmente ocorre alcalose respiratória seguida</p><p>de profunda acidose metabólica. Se nenhuma medida for adotada, fraqueza</p><p>muscular, edema cerebral e pulmonar, hipernatremia, hipocalemia, ataxia e</p><p>convulsões ocorrem, podendo culminar em coma e morte do animal.</p><p>Interações medicamentosas: Os alcalinizantes urinários (p.ex. acetazolamida</p><p>e bicarbonato de sódio) aumentam a excreção, enquanto que os acidificantes têm</p><p>ação inversa. Os inibidores da anidrase carbônica podem agravar a acidose e</p><p>aumentar a possibilidade de toxicidade dos salicilatos ao SNC. A furosemida</p><p>compete com a excreção da aspirina, aumentando o risco de intoxicação. Os</p><p>corticosteroides reduzem os níveis séricos da aspirina e aumentam os riscos de</p><p>sangramento digestivo. Os antiácidos presentes nas formulações tamponadas</p><p>podem quelar as tetraciclinas. Existem suspeitas de que a aspirina possa aumentar</p><p>a nefrotoxicidade dos aminoglicosídeos.</p><p>Apresentações comerciais (humanas): AAS, Ácido Acetilsalicílico Aspirina,</p><p>Buferin (tamponada) e Ronnal (com revestimento entérico).</p><p>39</p><p>Acetaminofeno (= paracetamol):</p><p>Fonte: pt.wikipedia.org</p><p>Indicações: O acetaminofeno possui propriedades analgésicas e antipiréticas</p><p>similares às da aspirina, mas não atua de maneira satisfatória como antinflamatório.</p><p>Em medicina veterinária, é utilizado apenas em cães e equídeos.</p><p>Farmacocinética: O acetaminofeno é rapidamente absorvido após ingestão</p><p>oral e amplamente distribuído por todo o organismo. O metabolismo é hepático,</p><p>principalmente por conjugação com o ácido glicurônico, o que desaconselha seu uso</p><p>em felinos. A excreção é renal.</p><p>Particularidades: Ao contrário da aspirina, o acetaminofeno interfere pouco na</p><p>integridade da mucosa do TGI e na coagulação, constituindo uma opção terapêutica</p><p>para pacientes portadores de úlceras gástricas e coagulopatias. Seu metabolismo é</p><p>completamente diferente nos cães em relação aos humanos, motivo pelo qual nunca</p><p>se deve utilizar doses humanas para estes animais, pois fatalmente levam a</p><p>intoxicação aguda.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: O acetaminofeno é uma</p><p>droga pouco tóxica se empregada nas dosagens recomendadas e por períodos de</p><p>• OUTROS SALICILATOS: O próprio ácido salicílico e o salicilato de sódio</p><p>são drogas em desuso atualmente, porque não apresentam qualquer</p><p>vantagem em relação à aspirina e são muito mais tóxicos que esta.</p><p>Olsalazina e sulfasalazina (Azulfin e Salazoprin, H) são dois compostos</p><p>empregados como anti-inflamatórios intestinais,</p><p>• \especialmente indicados em casos de colites crônicas. São pouco utilizados</p><p>em medicina veterinária.</p><p>40</p><p>tempo curtos. Além dos efeitos colaterais comuns aos AINES, pode ser nefrotóxico,</p><p>hepatotóxico e causar reações alérgicas cutâneas. Esta hepatotoxicidade é dose-</p><p>dependente e pode ser fatal. Os felinos apresentam, com qualquer dosagem,</p><p>metemoglobinemia severa, hematúria, icterícia, depressão e morte.</p><p>Apresentações comerciais (humanas): Calpol e Tylenol.</p><p>Diclofenaco sódico</p><p>O diclofenaco sódico é uma droga com alta potência anti-inflamatória e</p><p>analgésica, amplamente utilizado na medicina humana para as mais variadas</p><p>condições. Em veterinária, tem sido empregado experimentalmente em bovinos no</p><p>tratamento de miosites e artrites não infecciosas, na dose de 1 mg/kg. O uso em</p><p>carnívoros é absolutamente contraindicado, pois ocorrem sangramentos gástricos</p><p>após poucas administrações. Apresentações comerciais humanas: Cataflam e</p><p>Voltarem.</p><p>Carprofeno</p><p>Indicações: O carprofeno é um potente anti-inflamatório, indicado no</p><p>tratamento de alterações músculo- esqueléticas de cães e equídeos, embora nestes</p><p>últimos o custo do tratamento o torne inviável. Possui também uma ação analgésica</p><p>fraca e citações de literatura indicam sua segurança para gatos em dose única.</p><p>Farmacocinética: O carprofeno é rapidamente absorvido após ingestão oral e</p><p>amplamente distribuído por todo o organismo. Como nos demais AINES, há</p><p>metabolismo hepático e excreção renal.</p><p>Particularidades: O carprofeno inibe mais significativamente a COX-2 que a</p><p>COX-1, o que o torna mais tolerado pelos cães. É um dos poucos AINES que pode</p><p>ser utilizado por períodos tão longos quanto 2 semanas sem que haja riscos sérios à</p><p>saúde do animal. A meia-vida plasmática relativamente longa permite que seja</p><p>administrado duas vezes ao dia, o que é um conforto para o proprietário.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: Em linhas gerais, o</p><p>carprofeno apresenta os mesmos riscos dos demais AINES, mas somente com altas</p><p>doses e tratamentos prolongados observam-se reações adversas.</p><p>41</p><p>Apresentação comercial veterinária: Rimadyl.</p><p>Cetoprofeno</p><p>Indicações / Particularidades: O cetoprofeno apresenta propriedades similares</p><p>aos demais AINES, possuindo atividade antipirética, analgésica e anti-inflamatória. A</p><p>droga é primariamente indicada para o tratamento de processos inflamatórios</p><p>músculo-esqueléticos, principalmente em equinos e cães. Atualmente, tem sido</p><p>empregada em inúmeras espécies, inclusive exóticas.</p><p>Farmacocinética: A absorção oral é boa, mas sofre interferência do conteúdo</p><p>gástrico. A via subcutânea deve</p><p>ser evitada, pois com frequência determina reações</p><p>locais. Os níveis plasmáticos determinados pelas diversas vias de administração</p><p>parecem ser semelhantes. Há um metabolismo hepático e eliminação renal.</p><p>Contraindicações / Precauções/ Efeitos colaterais: O cetoprofeno é</p><p>contraindicado em pacientes com histórico de ulcerações gástricas ou portadores de</p><p>alterações hematológicas e de medula óssea. O uso em animais gestantes é</p><p>controverso e deve, sempre que possível, ser evitado. A droga é considerada como</p><p>mais segura para equinos quando comparada a fenilbutazona e flunixina meglumina.</p><p>Lesões ulcerativas do trato gastrointestinal, necrose renal e hepatite são achados</p><p>raros, mas que podem ocorrer.</p><p>Apresentações comerciais: Ketofen (V) e Profenid (H).</p><p>Meloxicam</p><p>O meloxicam é um potente inibidor de tromboxanos e prostaglandinas e, ao</p><p>contrário dos demais componentes de seu grupo e outros AINES, tem ação mais</p><p>pronunciada sobre a COX-2; tornando maior a segurança da droga. Primariamente</p><p>tem sido utilizado em cães como anti-inflamatório, analgésico e, provavelmente,</p><p>condroprotetor, mas estudos estão sendo feitos para avaliar a possibilidade de seu</p><p>uso em equinos e felinos. Uma outra vantagem da droga para cães é a sua alta</p><p>meia-vida plasmática (12-36 horas), que permite uma única administração diária.</p><p>Apresentações comerciais humanas: Movatec e Movoxican.</p><p>42</p><p>Fenilbutazona</p><p>Indicações / Particularidades: A droga é primariamente indicada no tratamento</p><p>de processos inflamatórios músculo-esqueléticos, sobretudo de equinos e cães. A</p><p>fenilbutazona é um analgésico, anti-inflamatório e antipirético, possuindo ainda</p><p>discreta atividade antiespasmódica e uricosúrica. Após metabolizada, a droga dá</p><p>origem a dois metabólitos, oxifenbutazona e hidroxifenilbutazona, sendo que apenas</p><p>a primeira é farmacologicamente ativa. Outras ações farmacológicas da droga</p><p>incluem redução do fluxo sanguíneo renal (com consequente diminuição da filtração</p><p>glomerular) e da agregação plaquetária.</p><p>Farmacocinética: Após administração oral, a fenilbutazona é muito bem</p><p>absorvida pelo estômago e intestino delgado e amplamente distribuída pelo</p><p>organismo, aparecendo, inclusive, no leite. O metabolismo é hepático e a excreção</p><p>renal. A administração endovenosa pode causar flebites e necroses, se</p><p>erroneamente injetada no sítio perivascular. Injeções SC ou IM devem ser evitadas,</p><p>pois podem causar irritação local e até mesmo necrose muscular.</p><p>Contraindicações / Precauções/ Efeitos colaterais: A fenilbutazona é</p><p>contraindicada em pacientes com histórico de ulcerações gástricas, animais</p><p>produtores de leite ou carne e em portadores de alterações hematológicas e de</p><p>medula óssea. Deve ser usada com cautela em cabras com parasitismo intenso e</p><p>pôneis, pois estes animais são mais susceptíveis a desenvolverem reações</p><p>adversas. A droga pode mascarar manqueiras em equinos por longos períodos,</p><p>sendo detectável na urina por 7 dias após única aplicação. Seu uso em cavalos de</p><p>corrida é ilegal. Em ratas (e provavelmente em outros animais), a fenilbutazona</p><p>determina o nascimento de ninhadas pequenas e com elevada taxa de mortalidade</p><p>neonatal. Portanto, seu uso em animais gestantes deve ser evitado sempre que</p><p>possível. A droga parece ser relativamente segura para cavalos e cães. Nos</p><p>cavalos, podem aparecer ulcerações da mucosa oral e gástrica, diarreia, anorexia e</p><p>lesões renais. Nos cães, existem descrições de nefropatias e discrasias sanguíneas.</p><p>Manifestações de superdosagem incluem náuseas, vômitos, diarreia, convulsões,</p><p>depressão respiratória, cianose, coma e morte.</p><p>43</p><p>Apresentações comerciais: Algess Granulado (V), Butazolidina (H) e Butazolil</p><p>(H).</p><p>Flunixina meglumina</p><p>Fonte: byvet.blogspot.com.br</p><p>Indicações: A exemplo das demais drogas do grupo, a flunixina tem efeitos</p><p>analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos. Sua ação sobre a motilidade do trato</p><p>gastrointestinal é pouco significativa, mas ainda assim é indicada como</p><p>antiespasmódico. Pode também ser utilizada nos choques sépticos, onde melhora a</p><p>hemodinâmica do animal. Segundo o fabricante, as seguintes indicações podem ser</p><p>listadas:</p><p>Equinos: Diarreias de potros, choque, colite, doença respiratória, inflamações</p><p>e pré e pós-operatório oftalmológico;</p><p>Cães: Discopatias, artrites, colapso cardíaco, diarreia, choque, gastroenterites</p><p>hemorrágicas e alterações inflamatórias oculares;</p><p>Bovinos: Doença respiratória aguda, mastite por coliformes com choque</p><p>enterotoxêmico, febre, dor e diarreias de bezerros;</p><p>Suínos: Agalaxia / hipogalaxia, manqueiras e diarreias de leitões.</p><p>Farmacocinética: A farmacocinética da flunixina é pouco estudada. Sabe-se</p><p>que a droga é bem absorvida pela via oral e, provavelmente, tem metabolismo</p><p>hepático e excreção renal. Sua indicação em choques sépticos se deve à</p><p>44</p><p>capacidade da redução dos níveis de eicosanoides, substâncias importantes no</p><p>processo.</p><p>Particularidades: A flunixina é um potente analgésico e, por isto, pode</p><p>mascarar a sintomatologia de determinadas condições, fazendo com que haja uma</p><p>falsa impressão de recuperação do animal com posterior agravamento do quadro.</p><p>Assim, dose inicial deve ser reduzida em 50-75% no tratamento inicial de cólicas e</p><p>choques sépticos. É a droga de escolha para alterações inflamatórias do globo</p><p>ocular, pois é a que melhor nível determina naquele segmento.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: A flunixina meglumina é</p><p>uma droga de toxicidade intermediária quando comparada aos demais AINES. As</p><p>alterações gerais já citadas anteriormente podem ocorrer, mas geralmente apenas</p><p>com altas doses ou em tratamentos prolongados. Cães com baixa perfusão renal de</p><p>qualquer origem não devem receber a droga, pois pode haver o desenvolvimento de</p><p>insuficiência renal aguda. Injeções intramusculares em equinos podem causar</p><p>irritação e edemas locais. Se aplicada erroneamente via intra-arterial, pode haver</p><p>estimulação do SNC, ocorrendo histeria, ataxia, hiperventilação e fraqueza</p><p>muscular. Estes sintomas são transitórios e não requerem quaisquer medidas de</p><p>controle. Em cães, quando se usa tratamento prolongado e/ou com doses altas,</p><p>podem ocorrer vômitos, diarreias e ulcerações. Embora alguns trabalhos indiquem a</p><p>possibilidade da utilização da flunixina em gatos, os potenciais riscos devem ser</p><p>considerados. Quando utilizada para tratar de cólicas equinas, a droga pode</p><p>mascarar alterações circulatórias ou comportamentais, induzindo erros no</p><p>prognóstico.</p><p>Interações medicamentosas: Devido à sua alta taxa de ligação às proteínas</p><p>plasmáticas, a flunixina pode deslocar outras drogas, como anticonvulsivantes,</p><p>outros AINES e sulfonamidas, aumentando seus níveis plasmáticos e duração de</p><p>efeitos.</p><p>Apresentações comerciais veterinárias: Banamine, Desflan e Banoxine</p><p>(associado à oxitetraciclina).</p><p>45</p><p>Dimetilsulfóxido (DMSO)</p><p>Mecanismos de ação / Indicações: O DMSO é uma substância primariamente</p><p>indicada como veículo, principalmente para aplicação tópica, pois é muito bem</p><p>absorvido pela pele íntegra e carreia consigo outras drogas de pequeno peso</p><p>molecular. Tem sido testado nas soluções para limpeza do ouvido de animais</p><p>portadores de otites. Além disto, por uma série de mecanismos, tem propriedades</p><p>analgésicas, reduz a agregação plaquetária e inibe a quimiotaxia de células</p><p>inflamatórias, exercendo um efeito anti-inflamatório que é mais visível em condições</p><p>agudas.</p><p>Farmacocinética: Após a administração tópica ou endovenosa, o DMSO se</p><p>distribui virtualmente por todos os tecidos do corpo. A droga é metabolizada no</p><p>fígado em dimetilsufito, um metabólito farmacologicamente ativo, e eliminada</p><p>primariamente pelos rins, embora apareça também na bile, leite e secreções</p><p>respiratórias.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: A droga é relativamente</p><p>segura e os poucos efeitos colaterais normalmente se limitam a reações locais</p><p>transitórias de alergia tópica. A aplicação endovenosa em equinos pode determinar</p><p>hemólise e hemoglobinúria, que podem ser evitadas utilizando-se soluções a menos</p><p>de 20% e aplicação bem lenta. O uso por períodos prolongados em cães pode</p><p>determinar o desenvolvimento de cataratas. A aplicação tópica deve ser feita com a</p><p>proteção adequada da pele do aplicador, que pode absorver grandes quantidades</p><p>da droga. Evitar o uso do DMSO em portadores de desidratação e/ou choque, pois</p><p>pode haver exacerbação dos quadros por efeitos diuréticos e vasodilatadores</p><p>periféricos. Como há comprovada ocorrência de teratogênese em alguns animais de</p><p>laboratório, o uso da droga deve ser evitado em animais gestantes. A intoxicação</p><p>aguda (doses muito altas) determina convulsões, opstótono, edema pulmonar e</p><p>coma.</p><p>Interações medicamentosas: Há indícios de uma eventual ação inibitória de</p><p>colinesterases, o que poderia aumentar o risco de aplicação de organofosforados e</p><p>carbamatos.</p><p>Apresentação comercial veterinária: Dimesol.</p><p>46</p><p>Glicosaminoglicanos polissulfatados</p><p>Mecanismos de ação / Indicações: Os glicosaminoglicanos polissulfatados</p><p>são substâncias similares aos mucopolissacarídeos naturais das cartilagens</p><p>articulares. Na cartilagem articular, inibem as enzimas proteolíticas que podem</p><p>degradar os proteoglicanos naturais, estimulam a síntese destes proteoglicanos,</p><p>previnem a redução da flexibilidade do tecido conjuntivo, restauram a viscosidade do</p><p>líquido sinovial e, por inibição da prostaglandina E2, possuem ação anti-inflamatória.</p><p>Na prática, são drogas primariamente indicadas para o tratamento de doenças</p><p>articulares degenerativas, embora tenha bom efeito em outras alterações articulares.</p><p>Farmacocinética: Após aplicação intra-articular ou intramuscular, os</p><p>glicosaminoglicanos polissulfatados se depositam na cartilagem articular, sobretudo</p><p>quando há lesão. Os níveis mais altos são alcançados em 48 horas e persistem por</p><p>até 96 horas. O metabolismo e excreção da droga ainda não foram plenamente</p><p>elucidados.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: A droga é segura e os</p><p>poucos problemas descritos referem-se à aplicação intra-articular, que pode</p><p>determinar inflamação local e, se não tomados os devidos cuidados de antissepsia,</p><p>artrites infecciosas.</p><p>Interações medicamentosas: Embora sem se justificar, a literatura</p><p>contraindica o uso concomitante dos glicosaminoglicanos e de outros AINES.</p><p>Apresentações comerciais: Artroglycan (V).</p><p>• Com a denominação genérica de GLICOSAMINOGLICANOS estão incluídos os</p><p>glicosaminoglicanos mono e polissulfatados, o ácido hialurônico e o polissulfato de</p><p>pentosana, todos com propriedades terapêuticas similares.</p><p>47</p><p>Dipirona</p><p>Fonte: luanajessica.wordpress.com</p><p>Mecanismos de ação / Indicações: Apesar da inexistência de estudos</p><p>conclusivos, parece que a dipirona atua de maneira similar aos demais anti-</p><p>inflamatórios não esteroides, ou seja, inibindo a produção de prostaglandinas</p><p>mediadas pelas ciclo-oxigenases. É uma droga analgésica, antipirética e com</p><p>pequena ação anti-inflamatória, tendo também efeito antiespasmódico sobre a</p><p>musculatura lisa do trato intestinal e uterino.</p><p>A dipirona é indicada como antiespasmódico (cólicas em geral), antitérmico e</p><p>analgésico em certas condições dolorosas.</p><p>Farmacocinética: A farmacocinética da dipirona é pouco estudada nos</p><p>animais domésticos. Aparentemente, a droga é bem absorvida pelo trato</p><p>gastrointestinal, metabolizada no fígado e eliminada pelos rins.</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: A dipirona é contraindicada</p><p>em animais portadores de anormalidades hematológicas, sobretudo aquelas</p><p>relacionadas à medula óssea. Deve ser evitada em animais de produção, pois</p><p>aparece no leite e na carne. Cavalos de corrida não devem receber a droga até 5</p><p>dias antes de qualquer páreo, pois pode configurar-se dopping. Agranulocitose e</p><p>leucopenias podem se desenvolver nas altas doses ou tratamentos prolongados</p><p>(nos EUA, a droga é proibida para humanos devido a estes efeitos). Aumento do</p><p>48</p><p>tempo de coagulação, náuseas e/ou vômitos, anúria, dor no local da injeção,</p><p>erupções cutâneas, anemia hemolítica, edemas, tremores, hemorragia</p><p>gastrointestinal e reações alérgicas (incluindo edema angioneurótico e</p><p>broncoespasmo) são outras alterações que podem advir do uso da dipirona. Nas</p><p>intoxicações agudas, é comum a ocorrência de convulsões.</p><p>Interações medicamentosas: A dipirona não deve ser usada</p><p>concomitantemente com a fenilbutazona e barbituratos. Sua associação à</p><p>clorpromazina pode causar hipotermia grave.</p><p>Apresentações comerciais: D-500 (V), Dipirona (H), Novalgina (H, V) e</p><p>Buscopan Composto (H, V, associado à escopolamina).</p><p>Escopolamina (= HIOSCINA):</p><p>Fonte: pt.wikipedia.org</p><p>Mecanismos de ação / Indicações: A escopolamina, a exemplo da atropina, é</p><p>um derivado da beladona (Atropa belladona). Não é propriamente um AINES, mas</p><p>tem atividade analgésica nas dores produzidas por espasmos da musculatura lisa,</p><p>sendo, portanto, uma droga antiespasmódica. É um antimuscarínico que atua como</p><p>um antagonista competitivo da acetilcolina.</p><p>Farmacocinética: A escopolamina é rapidamente absorvida por via oral, mas</p><p>pode também ser administrada pelas vias EV, IM ou SC. A droga é excretada pela</p><p>urina, metade sob a forma de metabólito (metabolismo hepático) e o restante</p><p>inalterado.</p><p>49</p><p>Contraindicações, precauções e efeitos adversos: O índice terapêutico da</p><p>escopolamina é baixo e a intoxicação ocorre com facilidade, sendo os recém-</p><p>nascidos e animais jovens mais susceptíveis. Depressão, hipotensão, colapso</p><p>circulatório, dispneia, convulsões, boca seca e miose são alguns dos sinais</p><p>observados. Os carnívoros são mais sensíveis à droga e não são raros os casos</p><p>fatais de intoxicação.</p><p>Apresentações comerciais: Buscopan (H) e Buscopan Composto (H e V,</p><p>associado à dipirona).</p><p>Tripsina / Quimiotripsina</p><p>Tripsina e quimiotripsina são duas enzimas pancreáticas proteolíticas que</p><p>revertem a redução da permeabilidade capilar existente nos processos inflamatórios</p><p>e edematosos. Esta ação se dá por proteólise das macromoléculas protéicas</p><p>desnaturadas que depositam-se nos espaços intercelulares, facilitando a drenagem</p><p>de líquidos. Estas enzimas atuam exclusivamente em edemas de tecidos moles</p><p>como, por exemplo, aqueles resultantes de cirurgias. Além disto, também têm uma</p><p>ação mucolítica, por despolimerização da mucoproteína da árvore brônquica. São</p><p>substâncias muito seguras, que raramente podem determinar reações anafiláticas</p><p>cutâneas ou sistêmicas. Apresentações comerciais humanas: Parenzime e</p><p>Probenzima.</p><p>Escina</p><p>A escina é uma droga que reduz o número e o diâmetro dos poros da parede</p><p>capilar, normalizando a permeabilidade e inibindo a transudação; possui, portanto,</p><p>atividade anti-inflamatória e antiedematosa que, a exemplo das enzimas</p><p>pancreáticas, é mais efetiva em alterações que envolvem tecidos moles.</p><p>Apresentação comercial: Reparil (H).</p><p>50</p><p>Sais de Ouro</p><p>Fonte: www.iqb.es</p><p>Os sais de ouro (auranofina e aurotioglucose) têm sido introduzidos na</p><p>terapêutica veterinária para o tratamento de processos artríticos e doenças</p><p>autoimunes, constituindo uma opção quando não há o efeito desejável ou ocorre</p><p>intolerância aos demais AINES. O mecanismo de ação consiste em um bloqueio da</p><p>liberação de histamina e redução da resposta imune celular. Como estes sais têm</p><p>uma excreção muito lenta, podem intoxicar facilmente o paciente se aplicados a</p><p>intervalos menores que uma semana. Os sinais de intoxicação incluem reações de</p><p>hipersensibilidade cutânea e sistêmica, anemia aplástica, neurites e agranulocitose.</p><p>Apresentação comercial humana da auranofina: Ridaura.</p><p>51</p><p>REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS</p><p>ADAMS, H. Richard. Farmacologia e terapêutica em veterinária. 8. Ed. Rio de</p><p>Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 1034 p. ISBN 978-85-277-0853-1</p>