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<p>CASO CLÍNICO SOBRE DIABETES</p><p>Estudo de Caso: Diabetes Tipo 2</p><p>Introdução sobre a Doença</p><p>O diabetes tipo 2 é uma doença metabólica crônica que resulta na hiperglicemia devido a dois mecanismos principais: resistência à insulina e deficiência na secreção de insulina. A resistência à insulina ocorre quando as células do corpo não conseguem utilizar a insulina de maneira eficaz, levando a uma elevação dos níveis de glicose no sangue. A deficiência de insulina ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para compensar a resistência.</p><p>Prevalência e Impacto: O diabetes tipo 2 é uma das doenças crônicas mais comuns em adultos e está associado a complicações graves, como doenças cardiovasculares, neuropatia diabética, retinopatia e doença renal crônica. A prevalência global está aumentando devido ao aumento dos fatores de risco, como obesidade e sedentarismo.</p><p>Caso Clínico</p><p>Paciente: Maria da Silva</p><p>Idade: 58 anos</p><p>Sexo: Feminino</p><p>Profissão: Professora</p><p>Histórico Médico: Hipertensão (diagnosticada há 5 anos), histórico familiar de diabetes tipo 2</p><p>Queixas Principais: Cansaço extremo, frequente vontade de urinar, perda de peso inexplicada</p><p>Medicações Atuais: Enalapril (para hipertensão), uso ocasional de analgésicos</p><p>Exames e Diagnóstico:</p><p>· Glicemia de Jejum: 180 mg/dL (valor normal: < 100 mg/dL)</p><p>· Hemoglobina Glicada (HbA1c): 8.2% (valor normal: < 5.7%)</p><p>· Perfil Lipídico:</p><p>· Colesterol Total: 220 mg/dL (valor desejado: < 200 mg/dL)</p><p>· LDL: 130 mg/dL (valor desejado: < 100 mg/dL)</p><p>· HDL: 40 mg/dL (valor desejado: > 50 mg/dL para mulheres)</p><p>· Triglicerídeos: 200 mg/dL (valor desejado: < 150 mg/dL)</p><p>Observações Clínicas:</p><p>· Exame Físico: O exame físico revela obesidade abdominal, pressão arterial elevada (140/90 mmHg) e sinais de lipodistrofia nos locais de aplicação de insulina (se usada anteriormente).</p><p>Discussão</p><p>Etiologia: O diabetes tipo 2 é uma condição multifatorial. Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença incluem:</p><p>· Genética: Predisposição genética desempenha um papel significativo. A presença de genes específicos pode aumentar a suscetibilidade à resistência à insulina.</p><p>· Resistência à Insulina: As células musculares, hepáticas e adiposas não respondem adequadamente à insulina, resultando em hiperglicemia crônica.</p><p>· Deficiência de Insulina: O pâncreas não consegue produzir quantidades adequadas de insulina para superar a resistência das células.</p><p>Fatores de Risco:</p><p>· Histórico Familiar: O risco de desenvolver diabetes tipo 2 é significativamente maior em indivíduos com parentes de primeiro grau com a doença.</p><p>· Idade: O risco aumenta com a idade, especialmente após os 45 anos, devido a alterações no metabolismo e na função das células beta do pâncreas.</p><p>· Obesidade Abdominal: O excesso de gordura visceral está fortemente associado à resistência à insulina.</p><p>· Sedentarismo: A falta de atividade física contribui para o desenvolvimento da resistência à insulina.</p><p>· Dieta: Consumo elevado de calorias, especialmente de açúcares e gorduras saturadas, está relacionado ao aumento do risco de diabetes.</p><p>Sinais e Sintomas:</p><p>· Poliúria: Frequente vontade de urinar devido à alta concentração de glicose no sangue que atrai água para os rins.</p><p>· Polidipsia: Aumento da sede como resultado da desidratação causada pela poliúria.</p><p>· Perda de Peso Inexplicada: A perda de peso ocorre apesar de um apetite normal ou aumentado, devido à quebra de gordura e músculos para energia.</p><p>· Fadiga: Cansaço extremo devido à incapacidade do corpo de utilizar a glicose de maneira eficaz.</p><p>· Visão Embaçada: Flutuações nos níveis de glicose podem afetar a visão, causando alterações temporárias ou permanentes.</p><p>Assistência de Enfermagem</p><p>Medidas Preventivas:</p><p>· Educação Nutricional: Aconselhar sobre uma dieta balanceada, rica em fibras e pobre em açúcares simples e gorduras saturadas. Encorajar a inclusão de frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras.</p><p>· Promoção da Atividade Física: Recomendar a prática de atividades físicas regulares, como caminhadas diárias ou exercícios aeróbicos, para melhorar a sensibilidade à insulina e auxiliar no controle de peso.</p><p>· Monitoramento Regular: Instruir sobre a importância da monitorização regular dos níveis de glicose no sangue e a realização de exames periódicos para detectar possíveis complicações precoces.</p><p>Tratamento:</p><p>· Tratamento Farmacológico: Iniciar com metformina como terapia de primeira linha. Em casos mais avançados, considerar a adição de outros medicamentos antidiabéticos orais ou insulina, conforme necessário.</p><p>· Controle da Pressão Arterial e Lipídios: Monitorar e tratar a hipertensão e dislipidemia associadas, utilizando medicamentos apropriados como inibidores da ECA e estatinas.</p><p>· Educação em Saúde: Fornecer orientações sobre a autoadministração de medicamentos, controle de glicemia, cuidados com os pés e sinais de alerta para complicações.</p><p>Intervenções Específicas:</p><p>· Autocontrole da Glicose: Ensinar técnicas de monitoramento glicêmico, interpretação dos resultados e ajuste de medicação conforme necessário.</p><p>· Cuidado com os Pés: Orientar sobre a inspeção diária dos pés para detectar lesões e prevenir úlceras diabéticas.</p><p>Conclusão</p><p>O estudo de caso de Maria da Silva destaca a importância da detecção precoce e manejo efetivo do diabetes tipo 2 para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida. O manejo da doença requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo mudanças no estilo de vida, tratamento farmacológico e monitoramento contínuo. A assistência de enfermagem desempenha um papel crucial na educação do paciente e no suporte ao tratamento, ajudando a promover a adesão ao plano terapêutico e a prevenção de complicações.</p><p>Referências</p><p>· BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Brasileiras de Diabetes. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.</p><p>· AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes – 2024. Diabetes Care, 2024.</p><p>· WHO. Global Report on Diabetes. World Health Organization, 2016.</p><p>· FERRANNINI, E., & GUPTA, S. Diabetes Mellitus: Diagnosis and Treatment. Springer, 2018.</p><p>· REAVEN, G. M. Syndrome X: The Silent Killer. HarperCollins, 2017.</p><p>· KAPLAN, N. M., & SHTEINBERG, H. Current Management of Type 2 Diabetes. Elsevier, 2020.</p><p>image1.png</p>