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<p>FILOSOFIA</p><p>1</p><p>A FILOSOFIA NA IDADE MODERNA</p><p>2</p><p>➢Renascimento: entre os séculos XIV e XVI (transição</p><p>da Idade Média para a Moderna).</p><p>➢Idade Moderna:</p><p>1453 – Conquista de Constantinopla pelos otomanos</p><p>1789 – Tomada da Bastilha (Paris-França-crise</p><p>socioeconômica)</p><p>➢O paradigma de racionalidade que então se delineava</p><p>era de uma razão que buscava se libertar de crenças e</p><p>de superstições, fundando-se na própria subjetividade</p><p>e não mais na autoridade, fosse ela política ou</p><p>religiosa.</p><p>RENASCIMENTO – IDADE MODERNA</p><p>MUDANÇAS</p><p>3</p><p>➢As Grandes Navegações: séculos XV e XVI</p><p>➢“Descobrimento” do Novo Mundo (Américas): 12 de</p><p>outubro de 1492</p><p>➢Revolução Comercial cada vez mais poderosa</p><p>➢Implantação Capitalismo Comercial: sistema</p><p>econômico que visa ao lucro, acumulação de riquezas.</p><p>Séculos XV até XVIII.</p><p>RENASCIMENTO – IDADE MODERNA</p><p>MUDANÇAS</p><p>4</p><p>➢Ascensão da Burguesia: comerciantes na sociedade</p><p>feudal.</p><p>➢Formação das monarquias nacionais: centralização do</p><p>poder na figura do rei/rainha.</p><p>➢Reforma Protestante: Martinho Lutero, 1517, Proposta</p><p>de Reforma da Doutrina Católica (95 teses).</p><p>➢Novas Ciências da Física e da Astronomia:</p><p>RACIONALISMO</p><p>5</p><p>➢Todo conhecimento verdadeiro vem da racionalidade,</p><p>defende a natureza inata das ideias.</p><p>➢Galileu Galilei (1564-1642): teoria heliocêntrica,</p><p>diferente do pensamento de que a terra era o centro do</p><p>universo.</p><p>➢Receio de novos enganos provocou revisão da</p><p>metafísica aristotélico-tomista.</p><p>➢Crescente interesse pelo método.</p><p>EPISTEMOLOGIA</p><p>DUAS CORRENTES FILOSÓFICA</p><p>6</p><p>➢Racionalismo: razão no processo do conhecimento.</p><p>René Descartes, Espinosa e Leibniz.</p><p>➢Empirismo: experiência sensível no processo do</p><p>conhecimento. Francis Bacon, John Locke, David</p><p>Hume e George Berkeley.</p><p>Racionalismo Cartesiano</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>7</p><p>➢Filósofo, físico, matemático francês.</p><p>➢Pai da Filosofia Moderna</p><p>➢Obra: Discurso do Método</p><p>➢Plano Cartesiano – grande contribuição</p><p>➢Consciência como ponto de partida</p><p>➢Discussão sobre ciência e ética</p><p>➢enfatizou a capacidade humana de construir o próprio</p><p>conhecimento</p><p>Racionalismo Cartesiano</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>8</p><p>Começa duvidando de tudo: do testemunho dos</p><p>sentidos, das afirmações do senso comum, dos</p><p>argumentos da autoridade, das informações da</p><p>consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da</p><p>realidade do mundo exterior e da realidade de seu</p><p>próprio corpo.</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>9</p><p>Busca por um método seguro à verdade no ideal</p><p>matemático. Quatro regras:</p><p>➢da evidência: acolher apenas o que aparece ao espírito</p><p>como ideia clara e distinta;</p><p>➢da análise: dividir cada dificuldade em parcelas</p><p>menores para resolvê-las por partes;</p><p>➢da ordem: conduzir por ordem os pensamentos,</p><p>começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de</p><p>conhecer para só depois lançar-se aos mais compostos;</p><p>➢da enumeração: fazer revisões gerais para ter certeza</p><p>de que nada foi omitido.</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>10</p><p>➢Distingue três tipos de ideias:</p><p>❖as que “parecem ter nascido comigo”</p><p>(inatas);</p><p>❖as que “vieram de fora” (adventícias);</p><p>❖as que foram “feitas e inventadas por mim mesmo”</p><p>(factícias)</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>11</p><p>➢Inatas</p><p>❖Penso, logo existo. Considerou o primeiro princípio</p><p>da filosofia que procurava.</p><p>❖“Pelo nome de Deus entendo uma substância infinita,</p><p>eterna, imutável, independente, onisciente,</p><p>onipotente e pela qual eu próprio e todas as coisas que</p><p>são (se é verdade que há coisas que existem) foram</p><p>criadas e produzidas”.</p><p>❖Deus – é a ideia de um ser perfeito; se um ser é</p><p>perfeito, deve ter a perfeição da existência, caso</p><p>contrário lhe faltaria algo para ser perfeito; portanto,</p><p>ele existe.</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>12</p><p>➢O filósofo encontra assim a ideia de extensão, uma</p><p>propriedade essencial do mundo material.</p><p>➢Desse modo, são secundárias as propriedades como</p><p>cor, sabor, peso, som, por serem subjetivas e por não</p><p>podermos ter delas ideias claras e distintas.</p><p>➢Ao intuir o cogito, Descartes identifica a res cogitans</p><p>(coisa pensante) e a ela une a res extensa (coisa</p><p>extensa), o corpo, também atributo das coisas do</p><p>mundo. À extensão, acrescenta a ideia de movimento,</p><p>que Deus injetou no mundo quando o criou.</p><p>René Descartes (1596-1650)</p><p>13</p><p>➢Uma consequência do cogito é o dualismo corpo-</p><p>consciência</p><p>➢o corpo, objeto de estudo da ciência, e a mente, objeto</p><p>apenas de reflexão filosófica que por intermédio da</p><p>razão e só com suas próprias forças, descobre todas as</p><p>verdades possíveis.</p><p>John Locke (1632-1704)</p><p>14</p><p>➢Inglês, principal representante do empirismo</p><p>britânico.</p><p>➢Obra: Ensaio sobre o entendimento humano</p><p>➢a alma é como uma tabula rasa – tábua sem inscrições</p><p>–, como um papel em branco.</p><p>➢o conhecimento começa apenas com a experiência</p><p>sensível.</p><p>John Locke (1632-1704)</p><p>15</p><p>➢Se houvesse ideias inatas, as crianças já as teriam.</p><p>➢Locke preferiu o caminho psicológico ao indagar como</p><p>se processa o conhecimento.</p><p>➢Distingue, então, duas fontes possíveis para nossas</p><p>ideias: a sensação e a reflexão.</p><p>John Locke – origem das ideias</p><p>16</p><p>❖A sensação: modificação provocada na mente por</p><p>meio dos sentidos, capazes de produzir ideias em</p><p>nós. Essas qualidades são de dois tipos</p><p>✓As qualidades primárias são objetivas, por</p><p>existirem realmente nas coisas: a solidez, a</p><p>extensão, a configuração, o movimento, o repouso</p><p>e o número.</p><p>✓Ao passo que as qualidades secundárias são em</p><p>parte relativas e subjetivas, variando de um sujeito</p><p>para o outro: calor, cor, som, odor, sabor etc.</p><p>John Locke – origem das ideias</p><p>17</p><p>❖A reflexão: se processa internamente, é a percepção</p><p>que a alma tem daquilo que nela ocorre. Portanto, a</p><p>reflexão fica reduzida à experiência interna do</p><p>resultado da experiência externa, produzida pela</p><p>sensação.</p><p>➢A razão reúne as ideias, coordena-as, compara,</p><p>distingue, compõe, ou seja, as ideias entram em</p><p>conexão entre si por meio da racionalidade. Assim, as</p><p>ideias simples que vêm da sensação se combinam entre</p><p>si, formando as ideias complexas, por exemplo, as</p><p>ideias de identidade, existência, substância,</p><p>causalidade etc</p><p>John Locke</p><p>18</p><p>➢O puro nada não produz um ser real, logo, conclui que</p><p>deve existir um ser eterno, que pode ser denominado</p><p>Deus.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>19</p><p>➢ou Emanuel Kant, alemão, um dos</p><p>principais pensadores do iluminismo.</p><p>➢Obras: Crítica da razão pura (sobre a natureza de</p><p>nossos conhecimentos), Crítica da razão prática</p><p>(analisou o mundo ético), Fundamentação da</p><p>metafísica dos costumes...</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>20</p><p>➢Sua filosofia é chamada criticismo porque, diante da</p><p>pergunta “Qual é o verdadeiro valor dos nossos</p><p>conhecimentos e o que é conhecimento?”, Kant coloca</p><p>a razão em um tribunal para julgar o que pode ser</p><p>conhecido legitimamente e que tipo de conhecimento</p><p>é infundado.</p><p>➢Na tentativa de superar a dicotomia racionalismo-</p><p>empirismo, Kant criticou os empiristas (tudo que</p><p>conhecemos vem dos sentidos) e não concordou com</p><p>os racionalistas (tudo quanto pensamos vem de nós).</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>21</p><p>➢Concordâncias:</p><p>✓O que vem de fora é a matéria do conhecimento: nisso</p><p>concorda com os empiristas.</p><p>✓O que vem de nós é a forma do conhecimento: como os</p><p>racionalistas, admite que a razão não é uma “folha em</p><p>branco”.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>22</p><p>➢Qual é então a diferença entre Kant e os</p><p>filósofos que o antecedem?</p><p>✓O fato de que matéria e forma atuam ao mesmo</p><p>tempo. Para conhecer as coisas, precisamos da</p><p>experiência sensível (matéria).</p><p>✓Mas essa experiência não será nada se não for</p><p>organizada por formas da sensibilidade e do</p><p>entendimento, que, por sua vez, são a priori e condição</p><p>da própria experiência.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>23</p><p>➢A sensibilidade é a faculdade receptiva, pela qual</p><p>obtemos as representações exteriores.</p><p>➢O entendimento é a faculdade de pensar ou produzir</p><p>conceitos.</p><p>➢Em cada uma dessas faculdades, Kant identifica</p><p>formas a priori.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>24</p><p>➢As formas a priori da sensibilidade ou intuições</p><p>puras são o espaço e o tempo.</p><p>Ou seja, o espaço e o</p><p>tempo não existem como realidade externa, mas são</p><p>formas a priori que já existem no sujeito e servem para</p><p>organizar as coisas.</p><p>Explicando de outra maneira, fora de nós estão as</p><p>coisas, mas quando as percebemos “em cima”, “embaixo”,</p><p>“do lado” ou então “antes”, “depois”, “durante” é porque</p><p>temos a intuição apriorística do espaço e do tempo. Caso</p><p>contrário, não poderíamos percebê-las.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>25</p><p>➢As formas a priori do entendimento são as</p><p>categorias.</p><p>Como o entendimento é a faculdade de julgar, de</p><p>unificar as múltiplas impressões dos sentidos, as</p><p>categorias funcionam como conceitos puros, sem</p><p>conteúdo, porque, antes de tudo, constituem a condição</p><p>do conhecimento.</p><p>Identificou doze categorias, entre as quais destacaremos</p><p>três: a substância, a causalidade e a existência.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>26</p><p>➢Quando observamos a natureza e afirmamos que</p><p>“Uma coisa é isto”, “Tal coisa é causa de outra” ou “Isto</p><p>existe”, temos, de um lado, coisas que percebemos</p><p>pelos sentidos, mas, de outro, algo lhes escapa, como</p><p>as categorias de substância, de causalidade e de</p><p>existência.</p><p>➢Essas categorias não vêm da experiência, mas são</p><p>colocadas pelo próprio sujeito cognoscente (pensante).</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>27</p><p>➢Para Kant:</p><p>“nenhum conhecimento em nós precede a experiência, e</p><p>todo o conhecimento começa com ela. Mas, embora todo</p><p>o nosso conhecimento comece com a experiência, nem</p><p>por isso todo ele se origina justamente da experiência.</p><p>Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso</p><p>conhecimento de experiência seja um composto</p><p>daquilo que recebemos por impressões e daquilo</p><p>que nossa própria faculdade de conhecimento [...]</p><p>fornece de si mesma. [...] Tais conhecimentos</p><p>denominam-se a priori e distinguem-se dos empíricos,</p><p>que possuem suas fontes a posteriori, ou seja, na</p><p>experiência.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>28</p><p>➢O pensamento kantiano é conhecido como idealismo</p><p>transcendental. Para Kant, a expressão</p><p>“transcendental” designa o que fornece a condição de</p><p>possibilidade da experiência, ou seja, o conhecimento</p><p>transcendental é o que trata dos conceitos a priori</p><p>dos objetos, e não dos objetos como tal.</p><p>➢Exemplo: deficiente visual que percebe/ “enxerga/vê”</p><p>uma estátua com suas mãos. Para Kant a apreensão do</p><p>real não se dá apenas por meio dos sentidos, pois se</p><p>completa com as formas a priori do conhecimento.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>29</p><p>➢Até o momento se restringira ao conhecimento dos</p><p>fenômenos, percebidos inicialmente pelos sentidos e</p><p>pelo entendimento.</p><p>➢Poderíamos, porém, conhecer a “coisa em si” (o</p><p>noumenon)?</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>30</p><p>O que seria a coisa em si? São as ideias da razão para as</p><p>quais a experiência não nos fornece o conteúdo</p><p>necessário, por exemplo, as ideias de alma, liberdade,</p><p>mundo e Deus. Pode ser pensado, mas não pode ser</p><p>conhecido efetivamente, porque o conhecimento</p><p>humano limita-se ao campo da experiência. Como o ser</p><p>humano deseja ir além da experiência, examinou</p><p>racionalmente cada uma das ideias metafísicas,</p><p>chegando sempre a um impasse, que denominou de</p><p>antinomia.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>31</p><p>➢Antinomias da razão pura, isto é, com argumentos</p><p>contraditórios que se opõem em tese e antítese.</p><p>Veja alguns exemplos:</p><p>✓Há argumentos tanto a favor comocontra liberdade</p><p>humana.</p><p>✓Pode-se argumentar que o mundo tem um início e é</p><p>limitado ou que ele é eterno e ilimitado.</p><p>✓Tanto se argumenta que o mundo existe</p><p>fundamentado em uma causa necessária, que é Deus,</p><p>como não se pode provar sua existência.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>32</p><p>➢Ao concluir não ser possível conhecer as coisas tais</p><p>como são em si, Kant constata a impossibilidade do</p><p>conhecimento metafísico.</p><p>➢Por isso, devemos nos abster de afirmar ou negar</p><p>qualquer coisa a respeito dessas realidades.</p><p>➢A crítica à metafísica levou, portanto, ao</p><p>agnosticismo, teoria pela qual a razão é incapaz de</p><p>afirmar ou negar a existência do mundo, da alma e de</p><p>Deus.</p><p>Immanuel Kant (1724-1804)</p><p>33</p><p>➢Após concluir ser impossível conhecer as realidades</p><p>metafísicas, Kant se volta para a razão prática, cujo</p><p>conhecimento é possível porque os seres</p><p>humanos podem agir mediante ato de vontade e</p><p>autodeterminação.</p><p>➢Assim Kant justificou-se: “Tive de suprimir o saber</p><p>para encontrar lugar para a fé”.</p><p>➢A fé dá suporte à vida moral.</p><p>Herança Kantiana</p><p>34</p><p>➢Kant contestou a metafísica anterior segundo a qual os</p><p>objetos regulavam o conhecimento; para ele, ao</p><p>contrário, os objetos é que devem ser regulados por</p><p>nosso conhecimento.</p><p>➢Apesar de ter realizado a crítica do racionalismo e do</p><p>empirismo, o procedimento kantiano redundou em</p><p>idealismo.</p><p>➢Ainda que reconhecesse a experiência como</p><p>fornecedora da matéria do conhecimento, não há</p><p>como negar que é o nosso espírito, graças às</p><p>estruturas a priori, que constrói a ordem do</p><p>Universo.</p><p>Hegel (1770-1831)</p><p>35</p><p>➢O século XIX foi marcado pelo movimento romântico,</p><p>que influenciou as artes e a literatura.</p><p>➢Na Alemanha, caracterizou-se pelo nacionalismo e</p><p>pela exaltação da natureza, do gênio, do sentimento e</p><p>da fantasia.</p><p>➢Tratava-se de uma reação ao excessivo racionalismo do</p><p>período anterior.</p><p>➢Mesmo assim, em sua fase final, o romantismo</p><p>recuperou a cultura clássica e o gosto pela arte e pela</p><p>filosofia gregas, cujo equilíbrio se contrapôs à</p><p>impetuosidade de seus primeiros momentos.</p><p>Georg Hegel (1770-1831)</p><p>36</p><p>➢Filósofo germânico.</p><p>➢Idealismo filosófico.</p><p>➢sentidos radicalmente novos a conceitos tradicionais</p><p>do pensamento ocidental como o ser que designa uma</p><p>realidade em processo, uma estrutura dinâmica.</p><p>➢ nenhum conceito é examinado por si mesmo, mas</p><p>sempre em relação ao seu contrário: ser-nada,</p><p>corpo-mente, liberdade-determinismo, universal-</p><p>particular, Estado-indivíduo.</p><p>➢o ser está em constante mudança: essa é a dialética</p><p>hegeliana.</p><p>Georg Hegel (1770-1831)</p><p>37</p><p>➢Obras, entre as quais A fenomenologia do espírito,</p><p>Ciência da lógica, Enciclopédia das ciências filosóficas,</p><p>Introdução à história da filosofia e Princípios da</p><p>filosofia do direito.</p><p>➢Talvez represente o último exemplo de teoria</p><p>sistemática</p><p>Georg Hegel e a Dialética</p><p>38</p><p>➢Hegel introduziu a nova noção de que a razão é</p><p>histórica, ou seja, a verdade é construída no tempo.</p><p>➢Trata-se de uma filosofia do devir, do ser como</p><p>processo, como movimento, como vir a ser.</p><p>➢Desse ponto de vista, para dar conta da dinâmica do</p><p>real, surgiu a necessidade de criar uma nova lógica que</p><p>não se fundasse no princípio de identidade – que é</p><p>estático –, mas no princípio de contradição.</p><p>➢A nova lógica é a dialética (alusão a dialética de</p><p>Platão).</p><p>Georg Hegel e a Dialética</p><p>39</p><p>➢O conceito de história é igualmente dialético: a</p><p>história não é a simples acumulação e justaposição de</p><p>fatos ocorridos no tempo, mas resulta de um processo</p><p>cujo motor interno é a contradição dialética, que</p><p>conduz ao autoconhecimento do espírito no tempo.</p><p>Georg Hegel e a Dialética</p><p>40</p><p>➢Hegel exemplifica as três etapas da dialética com o</p><p>desenvolvimento da planta, que passa por botão, flor e</p><p>fruto:</p><p>✓o botão é a afirmação;</p><p>✓a flor é a contradição ou a negação do botão;</p><p>✓o fruto é uma categoria superior, isto é, a superação da</p><p>contradição entre botão e flor.</p><p>➢Contudo, se a flor “nega” o botão, de certa maneira o</p><p>“conserva”, porque essa flor deve seu ser ao botão; isso</p><p>também ocorre com o fruto, que nega a flor, mas não a</p><p>exclui.</p><p>Georg Hegel e a Dialética</p><p>41</p><p>➢Ou seja, na superação dialética, o que é negado é, ao</p><p>mesmo tempo, mantido.</p><p>➢O processo não termina com a síntese do fruto, porque</p><p>também este deixa de ser o que é quando apodrece.</p><p>➢Conhecer a gênese, o processo de constituição pelas</p><p>mediações contraditórias, é conhecer o real.</p><p>➢Por esse movimento, a razão passa por todos os graus,</p><p>desde o da natureza inorgânica, da natureza viva, da</p><p>vida humana individual até a vida social</p><p>Georg Hegel e a Dialética</p><p>42</p><p>➢Vejamos esse processo.</p><p>➢Para explicar o devir, Hegel não parte da natureza, da</p><p>matéria, mas da ideia pura:</p><p>➢ a ideia,</p><p>para se desenvolver, cria um objeto oposto a</p><p>si, a natureza;</p><p>➢ a natureza é a ideia alienada, o mundo privado de</p><p>consciência; da luta desses dois princípios opostos</p><p>surge o espírito;</p><p>➢ o espírito é, ao mesmo tempo, pensamento e</p><p>matéria, isto é, a ideia que toma consciência de si por</p><p>meio da natureza.</p><p>Georg Hegel - Idealismo</p><p>43</p><p>➢O que Hegel entende por espírito? Em sentido geral,</p><p>espírito (Geist, em alemão) é uma atividade da</p><p>consciência que se manifesta no tempo e se expressa</p><p>em três momentos distintos:</p><p>✓O espírito subjetivo é o espírito individual, ainda</p><p>encerrado na sua subjetividade (como ser de emoção,</p><p>desejo, imaginação)</p><p>✓O espírito objetivo opõe-se ao espírito subjetivo: trata-</p><p>se do espírito exterior como expressão da vontade</p><p>coletiva por meio da moral, do direito, da política. O</p><p>espírito objetivo realiza-se naquilo que se chama</p><p>mundo da cultura</p><p>Georg Hegel - Idealismo</p><p>44</p><p>✓O espírito absoluto, ao superar o espírito objetivo,</p><p>realiza a síntese final em que o espírito, terminando</p><p>seu trabalho, compreende-o como sua realização. A</p><p>mais alta manifestação do espírito absoluto é a</p><p>filosofia, saber de todos os saberes, quando o espírito,</p><p>depois de ter passado pela arte e pela religião, atinge a</p><p>absoluta autoconsciência.</p><p>Georg Hegel - Idealismo</p><p>45</p><p>➢Ao explicar o movimento gerador da realidade, Hegel</p><p>desenvolveu uma dialética idealista: a racionalidade</p><p>não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio</p><p>tecido do real e do pensamento.</p><p>➢Em Princípios da filosofia do direito, Hegel diz que o</p><p>mundo é a manifestação da ideia: “O real é racional e o</p><p>racional é real”. A verdade, nesse caso, deixa de ser um</p><p>fato para ser resultado do desenvolvimento do espírito.</p><p>Georg Hegel - Idealismo</p><p>46</p><p>➢Essa maneira de pensar é um idealismo porque os seres</p><p>humanos pensam sobre si mesmos, mas também sobre</p><p>a natureza, que inicialmente surge como um “outro”,</p><p>diferente de mim, o que é superado quando ela é</p><p>“idealizada” pela razão.</p><p>➢Movimento do pensamento filosófico</p><p>Tese - Antítese - Síntese</p><p>Referências</p><p>• ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando:</p><p>Introdução à Filosofia. 6. ed. São Paulo: Moderna,</p><p>2016.</p><p>• CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.</p><p>• Imagens extraídas aleatoriamente da internet.</p><p>• MARCONDES, D. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-</p><p>socráticos a Wittgenstein. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge</p><p>Zahar Editor, 2000.</p><p>47</p>