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<p>RESENHA: “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO” – PAULO FREIRE</p><p>"Pedagogia do Oprimido" é uma obra de fundamental importância para a literatura brasileira escrita pelo educador brasileiro Paulo Freire. Até os dias atuais é considerada uma das mais importantes contribuições para a teoria da educação do século XX, visto que o livro apresenta uma nova perspectiva sobre o papel da educação na transformação social e na emancipação dos oprimidos. Ao longo do livro, Freire desenvolve uma análise crítica do sistema educacional tradicional e propõe uma nova visão pedagógica na qual o indivíduo, a partir do pensamento crítico, possa tomar consciência de classe e entender a sua realidade dentro da sociedade para que assim possa contribuir para a sua transformação em sujeito consciente de si mesmo.</p><p>A obra de Paulo Freire foi escrita em meados da década de 1960, período no qual o autor esteve exilado no Chile, enquanto o Brasil vivia um período de ditadura militar com regime autoritário. Diante o cenário político marcado pela repressão e pela censura, Freire desvela as injustiças e as desigualdades sustentadas pelas relações de violência dos opressores e pelo medo que os oprimidos sentem pela liberdade.</p><p>Para Freire, manter a relação opressor-oprimido garante o status quo de uma classe dominante. O oprimido aceita essa condição, pois tem medo de uma liberdade na qual não está apto. Sendo assim, prefere manter uma estabilidade, mesmo que violenta. Paulo Freire explicita que essa liberdade é alcançada através da educação, pois é a partir dela que o indivíduo toma consciência de si e provoca uma transformação nas estruturas de poder. Contudo, a educação pode ser uma ferramenta de poder tanto para manter a hegemonia de uma classe, quanto pode libertar o indivíduo para ser um sujeito autônomo.</p><p>Outro ponto que Paulo Freire traz em seu livro é a contradição da relação opressor-oprimido. Ao impor suas ideologias ao oprimido, o opressor também se desumaniza ao desumanizar o outro. E o oprimido, que não se vê como sujeito de sua própria história, também deseja ser opressor deslumbrado com o status de poder.</p><p>A Educação Bancária, de acordo com Freire, é uma concepção de instrumento para manutenção da opressão da classe opressora. O educador nela está em uma posição de superioridade, na qual é detentor de todo o conhecimento. Ao aluno, cabe a posição de inferioridade, são tratados como recipientes passivos a serem preenchidos. Este deve memorizar todo o conhecimento transferido pelo educador sem questioná-lo. Freire argumenta que esse tipo de educação contribui para a alienação e a desumanização dos educandos, que são privados da oportunidade de desenvolver seu pensamento crítico e sua criatividade.</p><p>A educação “bancária” cuja prática se dá a inconciliação educador-educandos, rechaça este companheirismo. E é lógico que seja assim. No momento em que o educador “bancário” vivesse a superação da contradição já não seria “bancário”. Já não faria depósitos. Já não tentaria domesticar. Já não prescreveria. Saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas a serviço da libertação. (FREIRE, 2017, p.86-87)</p><p>Contudo, é possível superar essa contradição através de uma prática educativa libertadora fundamentada em uma relação horizontal entre educador e educando, baseada na problematização, na dialética e no diálogo. Nessa abordagem, os educadores e educandos são parceiros no processo de ensino-aprendizagem, colaborando mutuamente para a construção do conhecimento. A educação libertadora busca promover a autonomia, a consciência crítica e a participação ativa dos educandos na transformação de sua realidade.</p><p>Ao longo do livro, Freire, discuti sobre a importância do diálogo, da problematização, da ação e da reflexão na pedagogia da libertação. Além disso, ele expõe questões como a relação entre educação e política, a importância de uma educação que fomente a autonomia do sujeito e promova uma revolução social para que haja uma transformação na sociedade.</p><p>O trabalho de Paulo Freire teve uma influência significativa que perpetua na educação do Brasil e em todo o mundo. Movimentos de educação popular, programas de alfabetização para adultos e abordagens pedagógicas inovadoras foram inspirados pela obra em uma variedade de contextos sociais e culturais. Os teóricos, educadores e ativistas que lutam pela justiça social e emancipação humana continuam a ser influenciados pelo trabalho de Freire.</p><p>Sua obra é mais do que um livro sobre educação; é uma declaração de luta pela liberdade, igualdade e dignidade humana. Freire nos convida a repensar o papel da educação na construção de um mundo mais justo e solidário, ao desafiar as estruturas de poder e as formas de opressão que estão presentes na sociedade e na educação.</p>

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