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<p>1</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE GERAL</p><p>E TÍTULOS DE CRÉDITO - AULA N. 10_1</p><p>UNIDADE IV - Obrigações do Empresário</p><p>::ESCRITURAÇÃO EMPRESARIAL::</p><p>2.2.1. SISTEMAS DE ESCRITURAÇÃO:</p><p>O empresário tem a faculdade de manter sistema contábil</p><p>mecanizado ou eletrônico (Arts. 1.179 e 1.180, CC/02).</p><p>Aplica-se à escrituração a Instrução Normativa DREI/SGD/ME nº</p><p>82, de 19 de fevereiro de 2021 que revogou a Instrução Normativa</p><p>DREI nº 11 de 05 de dezembro de 2013.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Livros de Escrituração (A IN-DREI 11/2013 admitia a escrituração</p><p>feita mediante a utilização de um dos seguintes sistemas):</p><p>Art. 2º São instrumentos de escrituração dos empresários e das</p><p>sociedades empresárias:</p><p>I - livros, em papel;</p><p>II - conjunto de fichas avulsas (art.1.180 do Código Civil de 2002);</p><p>III - conjunto de fichas ou folhas contínuas (art.1.180 do Código</p><p>Civil de 2002);</p><p>IV - livros em microfichas geradas através de microfilmagem de</p><p>saída direta do computador - COM, para fatos ocorridos até</p><p>31.12.2014; e</p><p>V - livros digitais.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>A IN DREI/SGD/ME nº 82, de 19 de fevereiro de 2021 determina que</p><p>a escrituração utilize apenas:</p><p>Art. 3º Os livros de que trata o art. 1º deverão ser exclusivamente</p><p>digitais, podendo ser produzidos ou lançados em plataformas</p><p>eletrônicas, armazenadas ou não nos servidores das Juntas</p><p>Comerciais.</p><p>Parágrafo único. Os sistemas eletrônicos utilizados devem garantir,</p><p>no mínimo, a segurança, a confiabilidade e a inviolabilidade dos</p><p>dados.</p><p>Art. 4º As Juntas Comerciais adaptarão seus sistemas para</p><p>recepcionar os livros ou seus dados, inclusive os livros societários e</p><p>os livros dos agentes auxiliares, de modo que, após a entrada em</p><p>vigor desta Instrução Normativa, não deverão ser apresentados para</p><p>autenticação novos livros em papel, preenchidos ou em branco.</p><p>2</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>2.2.2. LIVROS EMPRESARIAIS:</p><p>Livros empresariais são aqueles cuja escrituração é obrigatória ou</p><p>facultativa ao empresário, em virtude da legislação comercial;</p><p>Além dos livros empresariais, o empresário é obrigado a escriturar</p><p>outros livros por força de legislação tributária, trabalhista e</p><p>previdenciária;</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>As legislações modernas instituem três sistemas: o francês, o suíço e</p><p>o germânico.</p><p>No sistema francês, a lei impõe o número, denominação e as regras</p><p>de escrituração dos livros, que se tornam assim obrigatórios; no</p><p>sistema suíço, a lei obriga o empresário a ter livros, deixando à sua</p><p>livre escolha a espécie destes e o método de sua escrituração; no</p><p>sistema germânico, a lei determina certos livros obrigatórios, mas</p><p>deixa livre o método de escriturá-los. (REQUIÃO, 2012)</p><p>O Brasil adotou o sistema francês, que prevê a determinação legal de</p><p>o empresário organizar sua contabilidade mediante a utilização de</p><p>livros determinados e conforme regras fixas de escrituração, vale</p><p>dizer, a lei determina quais são os livros que obrigatoriamente devem</p><p>ser utilizados, deixando a critério do empresário a adoção de outros</p><p>livros facultativos.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Classificação dos livros empresariais:</p><p>Obrigatórios são os que sua escrituração</p><p>é imposta ao empresário e que a sua au-</p><p>sência traz consequência sancionadora.</p><p> Os obrigatórios também se subdividem em duas categorias:</p><p>Comuns: Os livros cuja escrituração é imposta da todos os</p><p>empresários indistintamente, e</p><p>Especiais: Os livros cuja escrituração é imposta apenas a uma</p><p>determinada categoria de exerceste da atividade empresariais.</p><p>3</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p> Facultativos são os livros que tem para o empresário uma função</p><p>de controle de seus negócios e de que a sua falta não importa</p><p>nenhuma sanção.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os livros OBRIGATÓRIOS e FACULTATIVOS podem, ainda,</p><p>dividir em três grupos:</p><p>I. Livros Contábeis:</p><p>- Livro diário,</p><p>- Livro Razão,</p><p>II. Livros Fiscais/auxiliares,</p><p>III. Livros Sociais, e</p><p>IV. Livros Trabalhistas.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>>> LIVROS EMPRESARIAIS <<</p><p>Fonte: Santa Cruz, 2018</p><p>4</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>=> LIVROS OBRIGATÓRIOS COMUNS:</p><p>O livro Diário é de uso obrigatório cf determina o art. 1.180, CC/02.</p><p>Independentemente de sua atividade ou conformação jurídica.</p><p>Somente a escrituração deste livro é obrigatória a todos os</p><p>empresários.</p><p>É no livro Diário, encadernado com folhas numeradas seguidamente,</p><p>que serão lançados, dia a dia, com individuação, clareza e</p><p>caracterização do documento respectivo, os atos ou operações da</p><p>atividade empresarial, que modifiquem ou que possam modificar a</p><p>situação patrimonial do empresário (art. 1.184, CC/02).</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O Diário pode ser substituído por fichas ou microfichas de</p><p>lançamento.</p><p>Nesse caso, autoriza o art. 1.185, CC/02 sua substituição pelo livro de</p><p>Balancetes Diários e Balanços.</p><p>Para a hipótese, estes livros devem revestir as mesmas características</p><p>do Diário – art. 1.186, CC/02.</p><p>Elementos Essenciais do Livro Diário:</p><p> Número do Livro Diário;  Local e data;</p><p> HISTÓRICO da operação;  Valor da operação.</p><p> Conta ou contas debitadas;</p><p> Conta ou contas creditadas, precedida(s) da partícula “a”;</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>5</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>=> LIVROS OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS:</p><p>A obrigatoriedade desses livros se prende às particularidades da</p><p>atividade desenvolvida pelo empresário.</p><p>Vários são os exemplos de livros obrigatórios especiais:</p><p>Assim, se o empresário realizar venda de mercadorias com prazo de</p><p>pagamento superior a 30 dias e utilizar-se de duplicatas, deverá</p><p>utilizar o Livro Registro de Duplicatas [art. 19, Lei 5.474/1968 - Lei</p><p>de Duplicatas].</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O Livro Razão, que é utilizado para resumir e totalizar, por conta ou</p><p>subconta, os lançamentos efetuados no Diário.</p><p>No razão são escrituradas, separadamente, a movimentação de cada</p><p>conta (caixa, bancos, matéria-prima, contas a pagar, contas a</p><p>receber, salários, etc), é obrigatório para empresas tributadas pelo</p><p>lucro real (Lei 8.218/1991, artigo 14, e Lei 8.383/1991, artigo 62).</p><p>O Livro de Entrada e Saída de Mercadorias deve ser escriturado</p><p>pelo titular que explora Armazém-Geral (Dec. 1.102/1.903, art. 7º).</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>=> LIVROS SOCIAIS:</p><p>A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76, art. 100) prevê uma</p><p>relação de livros cuja escrituração é obrigatória para as S.A.:</p><p>• Registro de Ações Nominativas [art. 100, I, Lei S/A];</p><p>• Transferências de Ações Nominativas [art. 100, II, Lei S/A];</p><p>• Registro de Partes Beneficiárias Nominativas e de Transferência e</p><p>Partes Beneficiárias Nominativas [art. 100, III, Lei S/A];</p><p>• Atas de Assembleias Gerais [art. 100, IV, Lei S/A];</p><p>• Presença dos Acionistas [art. 100, V, Lei S/A];</p><p>• Atas das Reuniões do Conselho de Administração (se houver) e de</p><p>Atas das Reuniões da Diretoria [art. 100 e 149, Lei S/A];</p><p>• Atas e Pareceres do Conselho Fiscal [art. 100, VII, Lei S/A].</p><p>6</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>=> LIVROS FISCAIS:</p><p>A legislação fiscal determina a escrituração de outros livros,</p><p>conforme a atividade econômica do estabelecimento.</p><p>Para esse fim, os estabelecimentos industriais, os atacadistas, os</p><p>varejistas e os que mantêm atividade enquadrada no regime de</p><p>pagamento de imposto por estimativa deverão adotar os seguintes</p><p>livros:</p><p>a) Registro de Entradas (compras);</p><p>b) Registro de Saídas (vendas);</p><p>c) Registro de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrência;</p><p>d) Registro de Inventário;</p><p>e) Registro de Apuração de ICMS;</p><p>f) Registro de Apuração do Lucro Real – LALUR (IR); e</p><p>g) Livro de Movimentação de Combustíveis – LMC.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>No caso dos estabelecimentos industriais:</p><p>a) Controle de Produção e do Estoque;</p><p>b) Registro de Apuração do IPI.</p><p>Atenção:</p><p>Referidos livros serão apresentados para autenticação do</p><p>órgão fiscal, com os termos de abertura e encerramento</p><p>preenchidos e assinados, como condição de validade de</p><p>seu registro, comprovado pelo visto da respectiva</p><p>repartição.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>=> LIVROS TRABALHISTAS:</p><p>São livros obrigatórios para todas as pessoas jurídicas e equiparadas</p><p>pela legislação trabalhista, conforme segue:</p><p> Livro de Inspeção do Trabalho (Portaria MTb nº 3.158, de</p><p>18/05/71);</p><p> Livro Registro de Empregados (art. 41 e 628, CLT e Portaria</p><p>MTb nº 3.636/1991);</p><p>7</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>=> LIVROS FACULTATIVOS:</p><p>É permitida ao empresário a criação de tantos livros quantos se</p><p>fizerem necessários ao seu gerenciamento;</p><p>Esses livros poderão ser submetidos à autenticação, a critério do</p><p>empresário (art. 1.181, parágrafo único do CC e art. 7º, Dec.-lei</p><p>486/69);</p><p>Os mais usados:</p><p>a. Livro Caixa e</p><p>b. Livro de Conta Corrente.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Outros exemplos:</p><p>a. Livro de Fabricação;</p><p>b. Livro das Ordens de Fabricação;</p><p>c. Livro de Análises;</p><p>d. Livro de Bancos;</p><p>e. Livro de Cheques;</p><p>f. Livro de Despesas Extraordinárias;</p><p>g. Livro de Despesas Financeiras;</p><p>h. Livro de Ganhos ou Livro de Receita;</p><p>i. Livro de Matérias Primas;</p><p>j. Livro de Vendas.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>2.2.3. LIVROS DO MICROEMPRESÁRIO E EMPRESÁRIO DE</p><p>PEQUENO PORTE:</p><p>Esta categoria de empresários está dispensada de escriturar os livros</p><p>obrigatórios (art. 970 e 1.179, §2º, CC/02), desde que não optantes</p><p>pelo SIMPLES (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e</p><p>Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte –</p><p>trata-se de um regime tributário simplificado ao qual podem aderir</p><p>apenas pessoas jurídicas que pagam diversos tributos mediante um</p><p>único recolhimento mensal proporcional ao seu faturamento);</p><p>Os optantes pelo SIMPLES manterão a escrituração regular de dois</p><p>livros:</p><p>1. Livro Caixa e</p><p>2. Livro Registro de Inventário.</p><p>8</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Referências:</p><p>MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro. São Paulo: Atlas,</p><p>2019. v. 1</p><p>COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2018. v. 1</p><p>CAMPINHO, Sérgio. Curso de Direito Comercial. 16ª ed. São Paulo:</p><p>Saraiva. 2019 – v. 1 - Direito de Empresa.</p>

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