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<p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>POLICIA MILITAR DO PIAUI</p><p>DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA - DEIP</p><p>CENTRO DE EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL - CEFAP</p><p>CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – CHO - 2024</p><p>CARGA HORARIA: 40 H/A</p><p>INSTRUTOR E CONTEUDISTA: MAJ PM ALEXANDRE RODRIGUES PEREIRA</p><p>TERESINA - PI</p><p>AGOSTO-2024</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>UNIDADE CONTEÚDO</p><p>I</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>1 - Conceito de Direito Administrativo</p><p>2 - Objeto</p><p>3 - Ramo do Direito Público</p><p>4 - Relações com outros ramos do Direito</p><p>5 - Fontes:</p><p>5.1 – Lei</p><p>5.2 – Jurisprudência</p><p>5.3 – Doutrina</p><p>5.4 – Costume</p><p>6 - Regime Jurídico-administrativo</p><p>II</p><p>ESTADO, GOVERNO E ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>1 - Estado</p><p>2 - Governo</p><p>3 - Administração pública</p><p>III</p><p>ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA</p><p>1 - Administração pública Direta e Indireta</p><p>2 - Órgãos Público</p><p>3 - Cargo, Emprego e função pública</p><p>4 - Agente Público</p><p>IV</p><p>PRINCÍPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>1 - Princípios Expressos da Administração Pública</p><p>2 - Princípios Implícitos da Administração Pública</p><p>V</p><p>PODERES ADMINISTRATIVO</p><p>Poder discricionário x poder vinculado</p><p>1 - Poder de Hierárquico</p><p>2 - Poder Disciplinar</p><p>3 - Poder de Polícia</p><p>4 - Poder Normativo ou Regulamentar</p><p>VI</p><p>ATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>1 - Conceito</p><p>2 - Requisitos de validade</p><p>3 - Atributos do ato administrativo</p><p>4 - Classificação</p><p>VII</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO</p><p>1 - Conceito</p><p>2 - Histórico</p><p>3 - Responsabilidade objetiva</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>1 - DIREITO ADMISTRATIVO</p><p>1 - Conceito de Direito Administrativo</p><p>O conceito e o conteúdo do direito administrativo variam conforme o critério adotado</p><p>pelo doutrinador ao longo de seu desenvolvimento. Dos estudos doutrinários e dos sistemas</p><p>legais decorreu o surgimento de várias teorias, dentre elas: a legalista, a do Poder Executivo, a do</p><p>serviço público (Escola do Serviço Público), a teleológica e a negativista. Para alguns, o direito</p><p>administrativo pode ser conceituado como sendo tão somente um conjunto de leis administrativas</p><p>(legalista); a reunião de atos do Executivo (Poder Executivo); a disciplina, organização e</p><p>regência da prestação de serviços públicos (serviço público); o sistema de princípios que</p><p>norteiam o atendimento dos fins do Estado (teleológica ou finalística); ou, por fim, o ramo do</p><p>direito que regula toda a atividade que não seja legislativa e jurisdicional (negativista).</p><p>O direito administrativo brasileiro, pode ser entendido como o conjunto de princípios</p><p>jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos,</p><p>objetivando o perfeito atendimento das necessidades da coletividade e dos fins desejados pelo</p><p>Estado.</p><p>Em síntese o Direito Administrativo é conjunto de normas e princípios que regem a</p><p>atuação da Administração Pública.</p><p>2 - Objeto</p><p>Compete-lhe o estudo da atividade ou função administrativa exercida direta ou</p><p>indiretamente, de sua estrutura, de seus bens, de seu pessoal e de sua finalidade. Objetiva, em</p><p>especial, o estudo de atos editados pelo Poder Executivo, conquanto aplicável também a atos</p><p>oriundos dos Poderes Legislativo e Judiciário.</p><p>O estudo da Administração Pública, é substancialmente o objeto e a função precípua do</p><p>direito administrativo.</p><p>3 - Ramo do Direito Público</p><p>O direito administrativo é classificado tradicionalmente como o ramo do direito público</p><p>interno, no qual também se situam o direito constitucional, o tributário, o penal, o processual</p><p>civil e o processual penal, ao lado de outros conhecidos mais recentemente, como ambiental,</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>eleitoral e urbanístico, diferentemente, portanto, dos ramos do direito privado: civil, comercial e</p><p>do trabalho.</p><p>A divisão do direito em público (interno e externo) e privado advém do direito romano e</p><p>sempre suscitou discussões doutrinárias. É que o direito objetivo constitui uma unidade e não</p><p>pode ser separado de forma absoluta, ignorando-se a intensa intercomunicação entre todos os</p><p>seus ramos.</p><p>Assim, a divisão proposta de há muito atende à finalidade didática e consagra a doutrina</p><p>majoritária que resume o direito público naquele que regula as relações em que o Estado é parte</p><p>ou mantém interesse preponderante, regendo a sua organização, atuando com supremacia e</p><p>visando o interesse público, enquanto ao direito privado restam as normas reguladoras das</p><p>relações mantidas exclusivamente por particulares, caracterizadas pelo interesse privado.</p><p>4 - Relações com outros ramos do Direito</p><p>Com o direito constitucional há relacionamento porque a este se comete o modelo de</p><p>atuação da Administração Pública, fixando-lhe os princípios, a regência enfim. A Carta</p><p>Constitucional de 1988 tratou, em capítulo próprio (VII) e sob o título “Organização do Estado”,</p><p>da Administração Pública, conferindo, portanto, um regime próprio: regime jurídico</p><p>constitucional-administrativo. O direito constitucional e o direito administrativo mantêm</p><p>autêntica relação de dependência; enquanto o primeiro cuida da fixação da estrutura do Estado e</p><p>dos seus fins, sendo estático, o segundo trata de instrumentalizar o seu funcionamento e a</p><p>consecução desses fins, sendo dinâmico.</p><p>Com o direito tributário o direito administrativo também se relaciona intensamente, e,</p><p>para muitos, de forma sistêmica, ante a composição da receita pública regulada por normas do</p><p>primeiro e sua gestão deferida à Administração Pública.</p><p>A partir do direito penal o direito administrativo conhece o ilícito penal praticável apenas</p><p>por agentes públicos (CP, arts. 330 e 331), qualificando de forma diversa conduta penalmente</p><p>ilícita quando perpetrada por cidadão que ostente a qualificação funcional de agente público (a lei</p><p>penal refere-se a funcionário público).</p><p>Do direito processual o direito administrativo retira normas aplicáveis aos processos</p><p>administrativos, aplicando, v. g., as normas previstas no Código de Processo Penal</p><p>subsidiariamente aos seus processos disciplinares. A interação visa a garantir, fundamentalmente,</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>o contraditório e a ampla defesa ou o devido processo legal. A forma dos atos processuais, os</p><p>modos de publicização do processo e de seus atos podem ter fundamento nas regras gerais</p><p>concebidas pelo direito processual.</p><p>Mesmo com o direito do trabalho há relação, uma vez que o acesso a emprego público,</p><p>por vezes, se dá com a aplicação de normas próprias instituídas pela Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho, como ocorre na composição do quadro de pessoal das sociedades de economia mista e</p><p>das empresas públicas. A aplicação da CLT aos empregados públicos, espécie de agentes</p><p>públicos, permite o estabelecimento de relação de natureza contratual, empregatícia, entre a</p><p>Administração e seus agentes (no caso, empregados públicos), ainda que também em maior</p><p>número a relação estabelecida seja de matiz diverso, próprio de um regime específico</p><p>(estatutário).</p><p>O direito civil e o comercial também emprestam normas ao direito administrativo sempre</p><p>que aplicados seus institutos aos negócios jurídicos de interesse da Administração. Assim, por</p><p>exemplo, quando esta põe em circulação um título de crédito; constitui uma sociedade de</p><p>economia mista; realiza uma alienação de bem imóvel ou recebe um bem em doação, valendo-se</p><p>de institutos de direito comercial e de direito civil.</p><p>5 – Fontes:</p><p>5.1 – Lei</p><p>Regra escrita, geral, abstrata, impessoal, que tem por conteúdo um direito objetivo</p><p>no seu</p><p>sentido material e, no sentido formal, todo ato ou disposição emanada do Poder Legislativo.</p><p>A lei, como norma jurídica, deve ser entendida, em seu sentido material, como todo ato</p><p>normativo imposto coativamente pelo Estado aos particulares, regrando as relações entre ambos e</p><p>dos particulares entre si.</p><p>A lei em acepção ampla é fonte do direito administrativo, abrangendo todos os atos</p><p>normativos resultantes do poder legiferante e do poder normativo: lei constitucional (superior a</p><p>todas); lei complementar (superior em relação às demais); lei ordinária; lei delegada; medida</p><p>provisória (que, embora não seja lei, produz efeitos como se fosse); decreto legislativo; resolução</p><p>do Senado; decreto regulamentar; instrução ministerial; regulamento; regimento; circular;</p><p>portaria; ordem de serviço.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>5.2 - Jurisprudência</p><p>A jurisprudência, ou a reunião organizada de decisões proferidas num mesmo sentido,</p><p>inspira o direito administrativo. Diversos doutrinadores não a reconhecem como fonte do direito,</p><p>entendendo-a como mera fonte imediata ou de valor moral. Mas, parece-nos acertado indicá-la</p><p>como fonte, sendo marcante a sua influência em diversos institutos, tais como a responsabilidade</p><p>civil do Estado, a intervenção na propriedade privada, na apuração de ilícitos funcionais e, ainda,</p><p>na dosimetria da sanção disciplinar.</p><p>A jurisprudência é resultante do exercício da atividade jurisdicional que, ante a</p><p>reiteração de decisões em um mesmo sentido, passa a constituir norma aplicável a hipóteses</p><p>similares.</p><p>5.3 - Doutrina</p><p>Representando as construções e reflexões dos teóricos do Direito, a Doutrina constitui</p><p>fonte secundária ou subsidiária do Direito Administrativo. Os estudos são muitos importantes</p><p>pois são levados em consideração tanto na elaboração das normas, pelo Poder Legislativo, quanto</p><p>em sua interpretação, pelo Poder Judiciário no julgamento de litígios provindo da aplicação de</p><p>suas disposições.</p><p>A doutrina é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direitos, doutrinadores,</p><p>materializada em livros, artigos, pareceres, congressos etc. Assim, como a jurisprudência, a</p><p>doutrina também é fonte secundária e influencia no surgimento das novas leis na solução de</p><p>dúvidas no cotidiano administrativo, além de complementar a legislação existente, que muitas</p><p>vezes é falha e de difícil interpretação.</p><p>5.4 - Costume</p><p>O costume é o conjunto de regras informais observadas de forma uniforme e constante</p><p>pela consciência de sua obrigatoriedade. Apesar de ainda constar no rol das fontes do Direito</p><p>Administrativo, os costumes perderam consideravelmente a sua influência e no princípio da</p><p>legalidade. Assim, a aplicação dos princípios ocorre, normalmente, na ausência de lei sobre o</p><p>assunto.</p><p>O costume, desde que não contrário à lei e à moral, pode constituir fonte do direito</p><p>administrativo, em especial porque não há codificação de todas as normas e pela impossibilidade</p><p>de estas suprirem as lacunas conhecidas tão só do exercício da atividade administrativa. O</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>costume requisita a prática reiterada, sua uniformidade, continuidade e moralidade, para ser fonte</p><p>do direito, e não é diferente para o direito administrativo.</p><p>Não se confunde, porém, o costume com a praxe administrativa, que vem a ser a reiterada</p><p>forma de condução da máquina administrativa e o modo pelo qual atuam os agentes públicos.</p><p>6 - Regime Jurídico-administrativo</p><p>O direito administrativo, como dito, constitui uma disciplina jurídica vinculada ao</p><p>direito público, organizada a partir de princípios jurídicos harmonicamente reunidos. A</p><p>expressão “regime jurídico- -administrativo” consagra a união dos princípios peculiares a essa</p><p>disciplina, que conservam entre si não apenas união, mas relação de interdependência. Tais</p><p>princípios são: a) supremacia do interesse público sobre o privado; b) indisponibilidade dos</p><p>interesses públicos (Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de direito administrativo, 12. ed.,</p><p>São Paulo: Malheiros, 2000, p. 19).</p><p>Esse regime é, ainda, caracterizado pela coexistência de “prerrogativas” e “sujeições”</p><p>(Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, 11. ed., São Paulo: Atlas, 1999, p. 64).</p><p>As prerrogativas são detidas pela Administração Pública para satisfazer o interesse público,</p><p>condicionando ou limitando o exercício de direitos e liberdades do indivíduo, denotando a</p><p>“supremacia do interesse público sobre o particular”. As sujeições restringem a autonomia de</p><p>vontade da Administração Pública, que somente atua para atender ao interesse público e na forma</p><p>permitida por lei. Daí o binômio prerrogativas e sujeições típicas do regime jurídico aplicável</p><p>para todos os órgãos e entidades que compõem a Administração Pública brasileira.</p><p>UNIDADE II - ESTADO, GOVERNO E ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>1 - Estado</p><p>Estado, “nação politicamente organizada”, é dotado de personalidade jurídica própria,</p><p>sendo pessoa jurídica de direito público interno (CC, art. 41, I), e de três elementos básicos: povo,</p><p>território, poder soberano (poder de autodeterminação e auto-organização emanados do povo para</p><p>ser exercido em território determinado e por ele defendido). A vontade do Estado é manifestada</p><p>pelo exercício de seus Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). O Estado brasileiro, desde a</p><p>proclamação da República (Constituição de 1891), acolhe a Federação como forma de Estado,</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>conferindo a cada ente federado capacidade de auto-organização, autogoverno e</p><p>autoadministração. Todos têm suas normas constitutivas (Constituições Estaduais, leis orgânicas</p><p>municipais), elegem seus governantes (governadores, prefeitos) e organizam seus órgãos e</p><p>entidades da Administração. A União, o Distrito Federal, os Estados-Membros e os Municípios,</p><p>todos com personalidade jurídica de direito público interno, integram a Federação.</p><p>A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos denominados PODERES DE</p><p>ESTADO, que dividimos, conforme Aristóteles e Montesquieu, em Executivo, Legislativo e</p><p>Judiciário (tripartição do poder, desenvolvido por Aristóteles e aperfeiçoado por Montesquieu).</p><p>Estado é uma associação humana (povo), radicada em base espacial (território), que</p><p>vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra (soberania).</p><p>Estado é uma sociedade política e juridicamente organizada para atender ao bem comum.</p><p>1.1 organização do estado brasileiro</p><p>O estudo da organização política e da divisão espacial do poder pode ser realizado sob</p><p>três enfoques: a) da forma de governo; b) da forma de Estado; c) do sistema de governo.</p><p>A forma de governo adotada é a republicana. A República privilegia a isonomia entre</p><p>todos, governantes e governados, não admite a irresponsabilidade política e privilegia o interesse</p><p>público. A forma de Estado é a federativa, que pressupõe a descentralização política, a soberania</p><p>do Estado federal, o princípio da indissolubilidade do vínculo, além de outras características</p><p>adiante estudadas. Por fim, o sistema de governo é o presidencialista, confiando ao Chefe do</p><p>Executivo também a Chefia da Administração Pública, a representação do Estado e do governo.</p><p>2 - Governo</p><p>Governo corresponde à atividade que fixa objetivos do Estado ou conduz politicamente os</p><p>negócios públicos. Atos de Governo resultam da soberania ou autonomia política detidas pela</p><p>União (soberania), Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios (autonomia), todos</p><p>nominados por entidades estatais ou pessoas políticas.</p><p>O Governo atua por suas entidades (dotadas de personalidade jurídica), por seus órgãos</p><p>(entes despersonalizados e integrantes da estrutura da pessoa jurídica) e por seus</p><p>agentes (pessoas</p><p>físicas incumbidas do exercício da função pública).</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>Governo: É o conjunto de órgãos que realizam a administração pública, exercendo</p><p>poderes que lhe foram delegados pela soberania do povo. É o conjunto de funções necessárias à</p><p>manutenção da ordem jurídica e da administração pública.</p><p>3 - Administração Pública</p><p>A Administração Pública pode ser conceituada, em sentido amplo, como o conjunto de</p><p>entidades e de órgãos incumbidos de realizar a atividade administrativa visando à satisfação das</p><p>necessidades coletivas e segundo os fins desejados pelo Estado. Sob o enfoque material, objetivo,</p><p>o conceito de administração leva em conta a natureza da atividade exercida (função</p><p>administrativa), e, sob o subjetivo, formal ou orgânico, as pessoas físicas ou jurídicas incumbidas</p><p>da realização daquela função.</p><p>Em sentido formal, a Administração Pública é o conjunto de órgãos instituídos para a</p><p>consecução dos objetivos do Governo. Em sentido material, é o conjunto das funções necessárias</p><p>aos serviços públicos em geral.</p><p>Também podemos, em uma síntese, definir Administração Pública como o conjunto de</p><p>órgãos e agentes governamentais que executam as decisões do Governo. Não é sinônimo de</p><p>Governo.</p><p>UNIDADE III - ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA</p><p>1 - Administração Pública Direta e Indireta</p><p>Organização administrativa: conhecimento das pessoas que compõe a estrutura do Estado.</p><p>Administração Direta Administração Indireta</p><p>DESCENTRALIZAÇÃO</p><p>U, E, DF, M</p><p>Saúde, Seg.</p><p>Pública. etc</p><p>Desconcentração:</p><p>Distribuição</p><p>interna de</p><p>competência</p><p>Autarquias</p><p>Emp. Pública</p><p>Fund. Pública</p><p>Soc. Econ. Mista</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>Prestação centralizada dos serviços: os serviços são prestados diretamente pelos entes</p><p>federativos (U, E, DF, M). Esses entes são chamados de entes da administração direta ou entes da</p><p>administração centralizados. (ex.: serviços como saúde, segurança pública, etc.).</p><p>Desconcentração: mesmo que o Estado não delegue suas funções, a prestação dos</p><p>serviços deve sempre ser eficiente. Por isto, o Estado internamente organiza sua competência,</p><p>distribuindo-a internamente. A desconcentração ocorre tanto na administração direta como na</p><p>indireta.</p><p>Descentralizar: como forma de alcançar uma maior eficiência na prestação dos</p><p>serviços o Estado transfere a prestação daquele serviço a outro ente, visto que assim o serviço</p><p>será prestado de forma mais eficiente. A descentralização pode ser feita:</p><p>✓ À particulares: mediantes contratos;</p><p>✓ Às pessoas criadas pelo próprio Estado: são os entes da administração direta ou</p><p>indireta.</p><p>Estas pessoas criadas pela AP e possuem quatro regras que são aplicadas a todos os entes</p><p>da API:</p><p>I - Gozam de personalidade jurídica: possuem patrimônio, receita, autonomia</p><p>administrativa, pessoal próprio, responsabilidade por seus atos, etc. Não se confunde com</p><p>nenhum ente da APD que o criou. (ex.: Seu filho foi expulso de universidade. Em uma possível</p><p>ação, esta será proposta contra a universidade pela sua natureza autárquica).</p><p>II - São criados e extintos por lei específica, assim como a determinação de sua</p><p>finalidade: a lei específica (ordinária) cria as autarquias, e leia específica autoriza a criação</p><p>das fundações, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, art. 37, XIX, CF.</p><p>Quando a lei específica cria não precisa haver registro dos atos constitutivos, é desnecessária a</p><p>publicidade. Já quando a lei específica autoriza a criação deve haver o registro, que é quando se</p><p>efetiva a criação. No caso das Fundações públicas, além da lei específica autorizar a criação,</p><p>uma lei complementar genérica irá definir as áreas de atuações possíveis.</p><p>III - Fins públicos: são determinados pela lei específica da entidade, tanto a que cria</p><p>como a que autoriza.</p><p>IV - Sujeitos ao controle: controle finalístico/ tutela administrativa/ supervisão</p><p>ministerial/ vinculação realizado pela Administração Direta. É um controle limitado a</p><p>finalidade da lei. É diferente de hierarquia e subordinação, estes, não existe entre os entes da</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>administração direta e indireta, ou seja, hierarquia externa. A hierarquia e subordinação só</p><p>existirão entre agentes do mesmo ente.</p><p>ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA:</p><p>• Autarquias:</p><p>Pessoas jurídicas de direito público: significa dizer que ela segue o mesmo regime</p><p>aplicável ao Estado, ou seja, o regime de Fazenda Pública ou regime jurídico administrativo, com</p><p>todas as prerrogativas e limitações.</p><p>• Fundações públicas</p><p>Formadas pela destinação de um patrimônio público: o montante que deu origem a</p><p>Fundação Pública deve ser público. Ex.: FUNAI, FUNASA, etc.</p><p>✓ De direito público: Sendo uma FP de direito público ela será uma autarquia e seguirá o</p><p>regime jurídico destinado a ela, ou seja, será uma autarquia fundacional e será criada por lei, não</p><p>autorizada. Neste caso, tudo que foi aprendido para autarquias será aplicada para as fundações</p><p>públicas de direito público.</p><p>✓ De direito privado: segue um regime similar ao regime de empresa estatal, ou seja, será</p><p>um regime misto/híbrido, pois ela integra a API e deverá se submeter às limitações do Estado,</p><p>como licitações, concursos para empregados, etc.</p><p>• Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas:</p><p>são as chamadas empresas estatais, entretanto existem três diferenças entre elas:</p><p>✓ Capital: na EP o capital é 100% público (não sendo necessário ser do mesmo ente da</p><p>AP direta ou indireta), enquanto na SEM a maioria do capital é público, mas possui capital</p><p>privado.</p><p>✓ Forma societária: as SEM necessariamente serão sociedades anônimas, já as EP</p><p>admitem quaisquer formas societárias previstas em direito, inclusive SA.</p><p>✓ Quanto à falência e recuperação judicial: a lei de falência diz expressamente que não</p><p>se aplica a EP e SEM., No entanto, a CF em seu art. 173, diz que as empresas estatais que</p><p>exploram atividade econômica necessariamente serão aplicadas as regras de direito privado no</p><p>que diz respeito às obrigações civis e comerciais. Assim há uma interpretação conforme, a lei de</p><p>falência diz que não se aplica as EP e SEM quando estas forem exploradoras de atividade</p><p>econômica.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>2 - Órgãos Públicos</p><p>Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas como partes</p><p>desses corpos vivos, dotados de vontade e capazes de exercer direitos e contrair obrigações para a</p><p>consecução de seus fins institucionais. Por isso mesmo, os órgãos não tem personalidade jurídica</p><p>nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes, mas na área de suas atribuições</p><p>e nos limites de sua competência funcional expressam a vontade da entidade a que pertencem e a</p><p>vinculam por seus atos, manifestados através dos agentes (pessoas físicas); são meros</p><p>instrumentos de ação das entidades a que pertencem.</p><p>Classificam-se os Órgão Públicos:</p><p>QUANTO À ESCALA GOVERNAMENTAL OU ADMINISTRATIVA:</p><p>✓ Independentes – São os órgãos originários da Constituição, e representativo dos</p><p>poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ex.: Congresso Nacional, Câmara dos</p><p>Deputados, Presidência da República, etc.</p><p>✓ Autônomos – São os localizados na cúpula da administração, e tem autonomia</p><p>administrativa, financeira e técnica. Caracterizam-se como órgãos diretivos,</p><p>com funções</p><p>precípuas de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua</p><p>área de competência. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Advocacia Geral da União, etc.</p><p>✓ Superiores – São os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando de</p><p>assuntos de sua competência especifica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle</p><p>hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.</p><p>Ex.: Gabinetes, secretarias-gerais, coordenadorias, departamentos, etc.</p><p>✓ Subalternos – Detêm deduzido poder decisório, pois destinam-se basicamente à</p><p>realização de serviços de rotina e tem predominantemente atribuições de execução. Ex.: portarias</p><p>e seções de expediente.</p><p>QUANTO À ESTRUTURA</p><p>✓ Simples – Constituídos por um só centro de competência. Ex.: portaria.</p><p>✓ Compostos – Aqueles que reúnem, na sua estrutura, outros órgãos menores, com</p><p>função principal idêntica ou com funções auxiliares diversificadas. Ex.: secretaria de educação</p><p>(escolas – órgãos menores).</p><p>QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>✓ Singulares – Aqueles que atuam e decide através de um único agente que é seu</p><p>chefe e representante. Pode ter vários auxiliares, mas só um representante. Ex.: Presidência da</p><p>República (presidente), governadorias, prefeituras, etc.</p><p>✓ Colegiados – São todos aqueles que atuam e decidem pela manifestação conjunta e</p><p>majoritária da vontade de seus membros. Ex.: tribunal.</p><p>QUANTO À ESFERA DE AÇÃO</p><p>✓ Centrais – Chefia do Executivo Federal</p><p>✓ Locais – Comando de um exército.</p><p>3 - Cargo, Emprego e função pública</p><p>Segundo a teoria do órgão, presume-se que a pessoa jurídica ligada ao Estado manifesta</p><p>sua vontade por meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa</p><p>jurídica, de tal modo que, quando os agentes que atuam nestes órgãos manifestam sua vontade,</p><p>considera-se que esta foi manifestada pelo próprio Estado.</p><p>Pelo fato do Estado ser algo abstrato, necessita-se de pessoas que ajam em seu nome, ou</p><p>seja, é a própria materialização do Estado, que segundo a teoria do órgão atribui-se a conduta do</p><p>agente público à vontade da Administração.</p><p>Não se admite que qualquer pessoa exerça atividades em nome do Estado, devendo</p><p>exercê-las somente aquelas que mantenham vínculo laboral com a Administração Pública.</p><p>Existem três tipos de vínculo:</p><p>• Cargo- cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades que possui um agente</p><p>público, criado por lei (conjunto), em número determinado, com denominação própria e</p><p>remunerado pelos cofres públicos. É o vínculo de trabalho que liga a espécie de agente</p><p>público servidor público à Administração:</p><p>Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades</p><p>previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um</p><p>servidor. (lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990).</p><p>Cargos públicos são ocupados por servidores públicos perante a Administração Pública</p><p>direta (União, Estados, DF e Municípios) e à Administração Pública indireta autárquica e</p><p>fundacional (Autarquias e Fundações Públicas). Eles estão sujeitos ao regime estatutário e são</p><p>escolhidos através de concurso público. Além disso, possuem estabilidade, que é uma garantia</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>constitucional de permanência no serviço público após 3 (três) anos de estágio probatório e</p><p>aprovação em avaliação especial de desempenho.</p><p>Se dividem em cargos de provimento efetivo e os de provimento em comissão.</p><p>✓ Estabilidade</p><p>Estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao</p><p>servidor que, nomeado por concurso em caráter efetivo, tenha transposto o estágio probatório de</p><p>dois anos (CF, art. 41).</p><p>A estabilidade está prevista no Art. 41 da Constituição Federal. Observe o dispositivo:</p><p>Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados</p><p>para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.</p><p>No artigo referido acima, vemos que o servidor público adquire a estabilidade após três</p><p>anos de efetivo exercício de suas funções.</p><p>Observe que o servidor estável - melhor diríamos, estabilizado - satisfaz três condições</p><p>constitucionais para a aquisição dessa situação funcional:</p><p>- Concurso público,</p><p>- Nomeação efetiva e</p><p>- Estágio probatório</p><p>Não pode mais ser exonerado por conveniência da administração, nem demitido sem se</p><p>apurar a infração em processo administrativo ou judicial, que sirva de base a aplicação da pena</p><p>demissória (CF, art. 41, § 1º).</p><p>Observe que somente os servidores aprovados em um concurso público para determinado</p><p>cargo efetivo adquire estabilidade. Servidores nomeados para o exercício de cargo comissionado</p><p>não se tornam estáveis no serviço público, mesmo que exerçam funções no cargo por mais de</p><p>3 anos.</p><p>Ainda no mesmo artigo 41 (parágrafo 1º), a Constituição Federal nos informa 3</p><p>hipóteses em que o servidor estável poderá perder o cargo. Observe:</p><p>§1º O servidor público estável só perderá o cargo:</p><p>I – Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;</p><p>II – Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;</p><p>III – Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de</p><p>lei complementar, assegurada ampla defesa.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>Portanto, mesmo após adquirir estabilidade, o servidor perderá o cargo: por sentença</p><p>judicial, processo administrativo no caso de cometimento de infrações administrativas ou no caso</p><p>de insuficiência de desempenho através de um procedimento de avaliação periódica.</p><p>✓ Progressão na carreira</p><p>Outra característica dos cargos públicos é que existe a possibilidade de progressão para</p><p>outras classes, e consequente aumento de vencimentos e exercício de atividades mais complexas.</p><p>✓ Acumulação de cargos</p><p>Nos cargos públicos há a possibilidade de acumular dois cargos não pode haver choque</p><p>de horários, tampouco ultrapassar o teto constitucional. Além do mais, os cargos têm de ser</p><p>aqueles previstos na Constituição: dois cargos de professor; um de professor com um de técnico</p><p>ou científico; dois cargos de profissional vinculado à área de saúde.</p><p>✓ Estágio probatório</p><p>Os primeiros 3 anos de serviço correspondem ao estágio probatório, (como já vimos),</p><p>período em que o servidor deverá ser submetido a uma avaliação especial de desempenho. É o</p><p>período de exercício do funcionário durante o qual é observado e apurada pela Administração a</p><p>conveniência ou não de sua permanência no serviço público, mediante a verificação dos</p><p>requisitos estabelecidos em lei para a aquisição da estabilidade (idoneidade moral, aptidão,</p><p>disciplina, assiduidade, dedicação ao serviço, eficiência etc.).</p><p>Comprovado durante o estágio probatório que o funcionário não satisfaz as exigências</p><p>legais da Administração, pode ser exonerado justificadamente pelos dados colhidos no serviço,</p><p>na forma estatutária, independentemente de inquérito administrativo, isto é, de processo</p><p>administrativo disciplinar. Essa exoneração não é penalidade, não é demissão; é simples dispensa</p><p>do servidor, por não convir à Administração sua permanência, uma vez que se revelaram</p><p>insatisfatórias as condições de seu trabalho na fase experimental, sabiamente instituída pela</p><p>Constituição para os que almejam a estabilidade no serviço público.</p><p>Durante o estágio probatório, apesar da doutrina não ser pacífica e apesar da mudança do</p><p>prazo para 3 anos com a EC 19 a lei 8112/90, continua versando ser o prazo de 24 meses.</p><p>O STF e STJ, em 2010, começaram a dizer que o prazo para estágio probatório é o</p><p>mesmo para aquisição da estabilidade. Portanto, o prazo é de 3 anos.</p><p>Emprego Público é o vínculo estabelecido entre a pessoa natural e a Administração</p><p>Pública Indireta (empresas públicas e sociedades de economia mista), sendo que essas relações</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>empregatícias serão regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho.</p><p>Os empregados públicos são aqueles titulares de emprego público (e não de cargo) da</p><p>Administração direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT.</p><p>Por não ocuparem cargo público e serem celetistas, não têm condições de adquirir a</p><p>estabilidade prevista no artigo 41 da CF/88, nem podem ser submetidos ao regime de previdência</p><p>próprio dos servidores públicos, sendo enquadrados no regime geral de previdência (INSS), como</p><p>também os titulares de cargo em comissão ou temporários.</p><p>Ressalte-se que se aplica aos empregados públicos a regra do concurso ou do processo</p><p>seletivo público.</p><p>Pode-se considerar que a figura jurídica do emprego público se trata de um regime de</p><p>trabalho alternativo no âmbito do serviço público. E a mudança, criada pela EC n.º 19/98, acabou</p><p>por estabelecer a seguinte distinção conceitual:</p><p>a) os servidores estatutários ocupam cargos públicos, regidos pelos</p><p>respectivos regulamentos, da União, do Distrito Federal, de Estados e de</p><p>Municípios;</p><p>b) os empregados públicos ocupam empregos públicos, subordinados às</p><p>normas da CLT, e são contratados por prazo indeterminado para exercício</p><p>de funções na administração direta, autárquica e fundacional.</p><p>Os empregados públicos não têm estatuto próprio, sendo regulados por lei específica, a</p><p>depender da esfera de Governo de que estejamos tratando, ou seja, Federal, estadual ou</p><p>Municipal.</p><p>A Lei n.º 9.962/2000, por exemplo, disciplinou o emprego público no âmbito da</p><p>administração federal.</p><p>• Função pública é a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere</p><p>a cada categoria profissional ou individualmente a determinados servidores de serviços eventuais.</p><p>Função - o termo função aqui não se refere àquelas atividades que todo agente público</p><p>exerce, mas sim a um vínculo de trabalho entre uma pessoa física e a Adm. Pública.</p><p>São exercidas por contratados, podem ser vistos na Administração Pública direta ou</p><p>indireta, desde que atenda aos dois requisitos exigidos pela Carta Magna de 1988, em seu</p><p>artigo 37, inciso IX, quais sejam: necessidade de contratação temporária; e excepcional</p><p>interesse público. Ademais, estão sujeitos ao regime especial e são selecionados através de</p><p>processo seletivo simplificado.</p><p>http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988</p><p>http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988</p><p>http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712009/inciso-ix-do-artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>4 - Agentes Público</p><p>Agente Público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da</p><p>Administração Indireta.</p><p>Partindo da classificação de Celso Antônio Bandeira de Melo e, com as devidas alterações</p><p>advindas com EC nº 18/98, pode-se dizer que são quatro as categorias de Agentes Públicos, a</p><p>saber:</p><p>1. Agentes Políticos;</p><p>2. Servidores Públicos</p><p>3. Militares;</p><p>4. Particulares em colaboração com o Poder Público.</p><p>• Agentes Políticos - são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões,</p><p>investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição designação ou</p><p>delegação para o exercício de atribuições constitucionais.</p><p>• Servidores Públicos - em sentido amplo, são todas as pessoas físicas que prestam</p><p>serviços ao Estado e às Entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e</p><p>mediante remuneração paga pelos cofres públicos.</p><p>Nesse sentido, a Doutrina costuma classificar em três categorias distintas, mediante o</p><p>regime jurídico aos quais se vinculam e o local que ocupam na Administração Pública.</p><p>a). Servidores Estatutários, sujeitos ao regime estatutário, e ocupantes de cargos</p><p>públicos.</p><p>b). Empregados Públicos, contratados sob o regime da legislação trabalhista (CLT) e</p><p>ocupantes de emprego público.</p><p>c). Servidores Temporários, contratados por tempo determinado para atender à</p><p>necessidade temporária de excepcional interesse público (art.37, IX da CF/88); eles exercem</p><p>função, sem estarem vinculados a cargo ou emprego público.</p><p>• Militares são as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas – Marinha,</p><p>Exército e Aeronáutica e, as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados,</p><p>Distrito Federal. Possuem vínculo estatutário, sujeito á regime próprio, mediante remuneração</p><p>paga pelos cofres públicos.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>Até a EC nº18/98, eram considerados Servidores Públicos, conforme Art.42 da CF/88,</p><p>inseridos em Seção denominada “Servidores Públicos Militares”.</p><p>O artigo 42, caput, da Constituição da República, com a nova redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional n. 18, de 6 de fevereiro de 1998, que bem indicou ser o integrante da Polícia</p><p>Militar e do Corpo de Bombeiro Militar que integra não um simples órgão e sim uma “instituição</p><p>organizada com base na hierarquia e disciplina “, outorgando constitucionalmente natureza de</p><p>perenidade a essas instituições.</p><p>• Particulares em colaboração com o Poder Público - são todas as pessoas físicas que</p><p>prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com o sem remuneração.</p><p>Podem fazê-lo sob diversos títulos, tais como: Delegação de Poder Público, Requisição,</p><p>Nomeação ou Designação, Gestores de Negócios, etc.</p><p>UNIDADE IV - PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>1 - Princípios expressos da Administração Pública</p><p>Princípios: os princípios do DA decorrem da CF. Uns são constitucionais expressos,</p><p>outros implícitos, mas todos decorrentes da CF.</p><p>✓ Legalidade (art.37, CF/88):</p><p>Versa sobre a subordinação à lei. O administrador só poderá atuar conforme disposição</p><p>da lei. Diferente da legalidade do direito privado que permite que o cidadão atue como bem</p><p>quiser desde que, não contrarie a lei.</p><p>✓ Impessoalidade ou Finalidade (art.37, CF/88)</p><p>Significa não discriminação e também deve ser enxergada sobre a ótica do agente</p><p>público, pois este não atua em sua imagem e sim com a imagem do Poder Público. É também</p><p>chamada como Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação, a conduta do agente não se atribui a</p><p>sua pessoa e sim ao Estado (pensamento da Maria Sylvia Zanela de Pietro). Uma atuação</p><p>impessoal é aquela que não discrimina as pessoas que estão sendo atingidas pelo ato. Não é</p><p>relevante ao administrador saber a pessoa que será beneficiada ou prejudicada com o ato. É a</p><p>chamada atuação objetiva.</p><p>✓ Moralidade (art.37, CF/88):</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>Significa Honestidade, lealdade e não corrupção com as instituições de Estado. É a</p><p>chamada moralidade jurídica, ou seja, boa-fé de conduta diante do poder público, atrelada a</p><p>atividade do Estado.</p><p>✓ Publicidade (art.37, CF/88):</p><p>É transparência. Publicidade dos atos administrativos para controle pelo cidadão e</p><p>eficácia dos atos, por ser um requisito para produzir efeitos. Não se trata de uma publicidade</p><p>absoluta, há restrições à publicidade da intimidade, vida privada, honra e segurança nacional.</p><p>✓ Eficiência (EC 19/98):</p><p>É a busca por resultados positivos com o mínimo de gastos possíveis. A doutrina antiga</p><p>entendia que a norma da eficiência instituída pela EC tratava-se de uma norma de eficácia</p><p>limitada, se dizia que a eficiência era um princípio fluido e que não teria como ser aplicado</p><p>enquanto não houvesse uma lei que regulamentasse. Hoje, entende-se que se trata de uma</p><p>norma de aplicabilidade imediata, ou seja, uma norma de eficácia</p><p>plena sendo imposta a toda</p><p>AP.</p><p>2 - Princípios implícitos da Administração Pública</p><p>• Interesse Público ou Supremacia do Interesse Público</p><p>PRERROGATIVAS. Havendo necessidade o Estado pode restringir direitos e garantias</p><p>individuais na busca do interesse público, limitando direitos individuais. Ex.: intervenção do</p><p>Estado na propriedade, contratos administrativos, etc.</p><p>• Indisponibilidade do Interesse Público: LIMITAÇÕES. O interesse público é</p><p>indisponível e para evitar o desvio do interesse a AP sofre limitações.</p><p>• Razoabilidade e Proporcionalidade</p><p>Atua na interpretação legal dentro da razoabilidade na margem de escolha do Estado,</p><p>respeitando o padrão do homem médio. Para a doutrina a proporcionalidade é inerente à</p><p>razoabilidade, e nada mais é que a adequação entre fins e meios, sendo que o ato não pode ser</p><p>nem mais extenso nem mais intenso do que o motivo que deu ensejo à prática deste ato.</p><p>• Segurança Jurídica</p><p>Proíbe a retroação de normas que prejudique a coletividade.</p><p>• Motivação (art. 50 da lei 9784/99)</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>Estabelece que a AP deverá fundamentar/motivar seus atos. Carvalho Filho, como</p><p>doutrina isolada, entende que a Motivação não é princípio. O direito brasileiro admite a</p><p>motivação aliunde, art. 50, §1º da lei 9784/99, ou seja, a motivação de um ato administrativo</p><p>pode ser remetida a outro ato (ex.: suspensão de uma licitação diante de um parecer.).</p><p>• Ampla Defesa e Contraditório (Art.5º, LV, CF/88)</p><p>Trata-se do direito de se manter informado sobre o que acontece dentro do processo e</p><p>desta forma se manifestar. Um princípio não vive sem o outro. A própria CF permite que este</p><p>princípio seja aplicado no processo administrativo. Embora a ampla defesa normalmente abranja</p><p>a defesa prévia, defesa técnica (advogado) e o direito ao duplo grau de julgamento, no DA, em</p><p>virtude da supremacia do interesse público e de situações emergenciais, é possível que não haja</p><p>defesa prévia.</p><p>O Estado atende ao interesse público e depois abre vista para sua defesa. É o chamado</p><p>contraditório diferido, que é excepcional (ex.: seu carro está estacionado no caminho da</p><p>ambulância. O Estado vai lá reboca o seu carro, aplica o interesse público e depois te dá o direito</p><p>da ampla defesa). A defesa técnica é admitida no processo administrativo, no entanto, a ausência</p><p>de advogado não iria gerar nulidade do processo, não há violação à ampla defesa e é admitido o</p><p>jus postulandi, S.V. 5. Também é permitida à garantia ao duplo grau de julgamento, segundo</p><p>S.V.21, que diz ser inconstitucional lei que exija depósito prévio ou garantia para acesso ao</p><p>recurso, se fosse constitucional restringiria o acesso ao duplo grau.</p><p>• Continuidade, lei 8987/97: atuação ininterrupta do Estado. A atuação administrativa</p><p>não pode parar.</p><p>• Autotutela: garantia que o Estado possui para se controlar seus próprios atos</p><p>independentemente de provocação, seja revogando-os, por motivo de interesse público, ou</p><p>anulando-os, por motivo de ilegalidade. É direito expresso na S. 473 do STF, que prevê que a AP</p><p>pode rever seus atos para anula-los por motivo de ilegalidade e revogá-los por motivo de</p><p>interesse público. A autotutela não afasta o controle jurisdicional.</p><p>UNIDADE V - PODERES ADMINISTRATIVOS</p><p>Poderes administrativos: os poderes administrativos são ao mesmo tempo poderes e</p><p>deveres. O Estado só pode atuar quando deve atuar, buscando o interesse coletivo. É o poder-</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>dever, e gozam de instrumentalidade, pois são instrumentos para alcançar o interesse público e só</p><p>existem diante da busca pelo bem da coletividade. Pode haver abuso de poder referente ao:</p><p>Desvio de poder: prática do desvio da finalidade do ato. O agente pratica os atos</p><p>desviando a finalidade estabelecida em lei para o ato.</p><p>✓ Excesso de poder: quando há vício de competência. O agente público extrapola esses</p><p>limites dado pela lei.</p><p>✓ Omissão de poder: O abuso de poder, também pode ser caracterizado através da</p><p>omissão administrativa. Quando a administração tem o dever de agir e assim não o faz.</p><p>Poder discricionário x poder vinculado: são formas de exercício dos poderes e não</p><p>poderes propriamente ditos. Há a atuação discricionária e atuação vinculada. Os atos vinculados</p><p>são aqueles estabelecidos pela lei de forma objetiva sem dá ao agente público nenhuma</p><p>margem de escolha ou interpretação. O poder discricionário é a margem de escolha, nos</p><p>limites da lei, conferida ao agente para agir de determinada forma ou de outra, agindo dentro</p><p>dos limites de oportunidade e conveniência. É o chamado mérito administrativo, definido com</p><p>base na oportunidade e conveniência.</p><p>A doutrina entende que exige discricionariedade diante dos conceitos jurídicos</p><p>indeterminados, ou seja, naqueles conceitos que exigem uma valoração. Diante da</p><p>discricionariedade admitida ao agente, se há abuso ou excesso o Poder judiciário pode</p><p>interferir, controlando os limites do mérito do ato discricionário. Quando se tratar de</p><p>discricionariedade diante dos conceitos jurídicos indeterminados os limites são permeados pelo</p><p>princípio da razoabilidade. A análise da razoabilidade no mérito administrativo pelo judiciário</p><p>é possível.</p><p>Atenção!!! O Poder Judiciário não pode decidir/controlar sobre o mérito de</p><p>um poder discricionário, somente nos aspectos da legalidade, afinal todo ato</p><p>discricionário deve ter base legal. O juiz não pode substituir a oportunidade e</p><p>conveniência do administrador pela dele, se ele substituir ele está julgando e</p><p>não administrando, havendo então a violação a separação de poderes. Ex.: o</p><p>juiz pode julgar sobre um ato que viola o princípio da razoabilidade, não aqui</p><p>um controle de mérito e sim da legalidade.</p><p>1 - Poder Hierárquico: é antes de tudo um poder de distribuição de competência interna, para</p><p>organização e estruturação. Só existe hierarquia entre agentes das pessoas jurídicas, e não entre</p><p>pessoas jurídicas. A hierarquia pode se manifestar por atos de:</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>✓ Coordenação: hierarquia horizontal. Criação de órgão de mesmo nível entre eles para</p><p>que a competência seja dividida. É a coordenação de atividades.</p><p>✓ Subordinação: hierarquia vertical. Subordinação entre órgãos subordinadamente</p><p>inferiores.</p><p>Em virtude desta hierarquia admite-se a anulação de atos pelo próprio Estado feito por</p><p>órgãos inferiores. Da hierarquia também decorre a delegação (extensão da competência para</p><p>outro agente de mesma hierarquia ou de inferior) e a avocação (buscar para si a competência de</p><p>agente de hierarquia inferior).</p><p>Atenção!!! Não pode haver delegação de competência para: edição de atos</p><p>normativos, decisão de recursos hierárquicos e competência definida em lei</p><p>como exclusiva, segundo lei 9784/99.</p><p>2 - Poder disciplinar: é um poder sancionatório, punitivo, aplicados àquelas pessoas que estão</p><p>sujeitos a disciplina administrativa, ou seja, que te vínculo especial com o poder público. (ex.:</p><p>alunos de escola pública serem suspensos pela diretora é uso do poder disciplinar.) No entanto,</p><p>nem toda sanção configura um poder disciplinar. Pode decorrer, segundo a doutrina:</p><p>✓ Da hierarquia</p><p>✓ De contratos administrativos</p><p>Atenção!!! Qualquer sanção do poder disciplinar deve respeitar o devido</p><p>processo legal.</p><p>3 - Poder de Polícia: é um poder de restrição externa, ou seja, se aplica as pessoas externas à</p><p>AP. Decorre da supremacia geral que gera uma preponderância do poder público. Não pode ser</p><p>confundida com a Polícia Judiciária, esta diz respeito aos ilícitos penais. A polícia administrativa</p><p>está prevista no art. 78 do CTN, dizendo que o poder de polícia é o poder que a AP tem de</p><p>restrição ao exercício de liberdades individuais e o uso da propriedade</p><p>privada na busca do</p><p>interesse coletivo, ou seja, a supremacia do interesse público sobre o privado. A polícia</p><p>administrativa incide sobre bens e direitos. (Ex.: Você pinta o seu muro e a prefeitura coloca</p><p>duas placas nele. É permitido? É um poder de restrição de polícia. Ex.2: Semáforo é uma</p><p>imposição do poder de polícia. Há restrição momentânea do direito de ir e vir do cidadão na</p><p>busca do interesse público.) O poder de polícia pode ser ato:</p><p>✓ Preventivo</p><p>✓ Repressivo</p><p>✓ Vinculado</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>✓ Discricionário: é a regra, é uma característica do poder de polícia. No entanto, não é</p><p>sempre discricionário.</p><p>São atributos do poder de polícia:</p><p>✓ Discricionariedade;</p><p>✓ Imperatividade: ideia de que os atos de polícia impõem obrigações ao particular</p><p>unilateralmente. Não há um acordo e sim uma imposição unilateral do Estado. (Ex.: não</p><p>estacione. Se você estaciona é aplicado uma multa.).</p><p>✓ Coercibilidade / Exigibilidade: o não cumprimento das obrigações impostas faz com</p><p>que o Estado faça uso dos meios indiretos de coerção. O Estado consegue fazer com que o</p><p>particular cumpra as imposições. É decorrente da Imperatividade. (ex.: multa de trânsito)</p><p>✓ Auto-Executoriedade / Executividade: é a utilização dos meios diretos de execução, é</p><p>o poder conferido ao Estado de aplicar o meio imediatamente, antes de mesmo de ir ao</p><p>judiciário dando ao particular direito de contraditório e ampla-defesa (ex.: você estaciona o carro</p><p>no caminho da ambulância, o Estado vai lá e reboca o seu carro). O entendimento majoritário é</p><p>que a auto-executoriedade não está presente em todos os atos. Será determinado ou pela lei ou</p><p>pela situação emergencial.</p><p>Atenção!!!! O poder de polícia não pode ser delegado aos particulares, ou</p><p>seja, a particulares e pessoas de direito privado mesmo da Administração</p><p>Pública Indireta. O poder de polícia só poderá ser exercido pelas pessoas</p><p>jurídicas de direito público. (ex.: empresas contratadas para realizar</p><p>fiscalização eletrônica em Teresina não pode aplicar multa de trânsito, visto</p><p>que se trata de uma Sociedade de Economia mista e não pode receber por</p><p>delegação o exercício do poder de polícia). Porém, os atos de execução do</p><p>poder de polícia, ou seja, os aspectos materiais do poder de polícia podem ser</p><p>delegados a terceiros. (ex.: a própria empresa contratada para realizar</p><p>fiscalização eletrônica pode fiscalizar as avenidas de Teresina quanto à</p><p>velocidade, por exemplo, e repassar ao Estado para que ele aplique a multa, ou</p><p>seja, exerça o poder de polícia).</p><p>A doutrina tradicional diz que o poder de polícia é um poder negativo, ou seja,</p><p>imposições de abstenção do particular. Embora a regra seja o poder negativo, hoje se entende</p><p>que em situações previstas em lei o poder de polícia pode criar obrigações de fazer, ou seja,</p><p>admite-se que o poder de polícia seja positivo. (ex.: A Lei 10257/01- Estatuto das Cidades- prevê</p><p>que o Estado pode notificar o proprietário de um terreno para que para que o imóvel urbano</p><p>cumpra sua função social previsto no estatuto da cidade, loteando-o, parcelando-o ou construindo</p><p>algum imóvel. É o Estado impondo o particular uma obrigação de fazer.).</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>4 - Poder normativo/ Regulamentar: é o poder da AP para edição de normas gerais abstratas</p><p>inferiores a lei. Antes se dizia que o poder normativo era o mesmo que poder regulamentar, hoje</p><p>é pacificado que o poder regulamentar é aquele que cria regulamentos e pode também ser</p><p>privativo do poder executivo.</p><p>Regulamento / decreto: é uma espécie de poder normativo. Regulamento é feito por</p><p>meio de um decreto. É ato privativo somente do Chefe do Poder executivo, ou seja, Presidente,</p><p>Governador ou Prefeito.</p><p>A doutrina comparada divide os regulamentos em duas espécies:</p><p>• Executivos: é aquele editado para fiel execução da lei, para minudenciar o texto legal.</p><p>• Autônomos: o regulamento autônomo não depende de lei e é editado para substituir a</p><p>lei. No Brasil não é possível um regulamento autônomo, pois ninguém pode fazer ou deixar de</p><p>fazer alguma coisa senão em virtude de lei. No entanto, por uma EC foi inserida o art. 84, CF/88,</p><p>permitindo que o Presidente possa SUBORDINAÇÃO extinguir por meio de decretos extinguir</p><p>cargo público, deste que esteja vago, e tratar de matéria de organização administrativa, desde</p><p>que não haja custos e não crie ou extingue órgão. Se fossemos aplicar o Princípio da Simetria</p><p>tanto à extinção de cargos quando as matérias administrativas seriam substituídas por outra lei, já</p><p>que por lei específica foram criados. No entendimento majoritário a regra são os regulamentos</p><p>executivos, mas excepcionalmente pode haver os regulamentos autônomos para as espécies</p><p>discriminadas no art. 84 da CF/88</p><p>Atenção!!! Poder normativo não é poder legislativo. São normas dentro dos</p><p>limites da lei.</p><p>UNIDADE VI - ATO ADMINISTRATIVO</p><p>1 - Conceito:</p><p>É uma espécie de ato jurídico, é toda manifestação unilateral de vontade da</p><p>Administração, que agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,</p><p>transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações a ela mesma e aos</p><p>particulares.</p><p>2 - Requisitos de validade:</p><p>a) competência – prerrogativa para a edição de um ato, esfera de atuação;</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>b) forma – somente a prescrita em lei, maneira de exteriorização dos atos administrativos, em</p><p>regra são escritos (exceção: gestão do guarda de trânsito)</p><p>c) motivo – razões que justificam a edição do ato;</p><p>d) objeto – é ato em si mesmo considerado, é o que o ato decide, opina, certifica;</p><p>e) finalidade – única, o interesse público</p><p>• a soma do motivo e do objeto denomina-se mérito do ato administrativo.</p><p>• o Judiciário só pode rever os atos administrativos no tocante à legalidade dos mesmos,</p><p>não podendo reapreciar o mérito dos atos discricionários.</p><p>3 - Atributos do ato administrativo</p><p>a) presunção de legalidade (o ônus da prova cabe a quem alega a ilegalidade);</p><p>b) auto-executoriedade;</p><p>c) imperatividade (coercibilidade)</p><p>4 - Classificação:</p><p>I) Quanto aos destinatários:</p><p>a) Gerais – atingem a coletividade como um todo (ex. portaria)</p><p>b) Individuais – trabalham com uma situação concreta, tem destinatários certos (ex. decreto</p><p>expropriatório, licença para edificação, permissão de uso)</p><p>II) Quanto ao grau de liberdade:</p><p>a) vinculado – é aquele que estabelece um único comportamento possível de ser adotado pela</p><p>Administração diante de um caso concreto, não há margem de liberdade do administrador (ex.</p><p>aposentadoria por tempo de serviço)</p><p>b) discricionário – prevê mais de um comportamento possível a ser tomado pelo administrador</p><p>em um caso concreto, há margem de liberdade para que ele possa atuar com base em um juízo de</p><p>conveniência e oportunidade, porém sempre dentro dos limites da lei (ex. permissão de uso para</p><p>colocação de mesas e cadeiras nas calçadas públicas)</p><p>III) Quanto ao objeto:</p><p>a) Ato de império – aqueles que a Administração pratica usando da sua supremacia sobre o</p><p>administrado, impondo obrigações de ordem unilateral (ex. desapropriação)</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>b) Ato de gestão – aqueles praticados pela Administração sem valer-se da sua supremacia sobre</p><p>os destinatários. São fundamentalmente regidos pelo direito privado, a administração se afasta de</p><p>suas prerrogativas colocando-se em pé de igualdade com os particulares, ex. contrato de locação.</p><p>IV) Quanto à formação</p><p>I – Ato simples: atos que resultam da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou</p><p>colegiado.</p><p>II – Ato complexo: ato que se forma pela conjugação de vontades de mais</p><p>de um órgão</p><p>administrativo. No ato complexo integram-se as vontades de órgãos distintos para a formação de</p><p>um mesmo ato. O ato complexo só se aperfeiçoa com a integração das vontades e, a partir desse</p><p>momento, torna-se exequível e atacável por via administrativa ou judicial.</p><p>III – Ato composto: ato que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, mas depende</p><p>da verificação por parte de outro para se tornar exequível. É importante destacar que, nos atos</p><p>compostos, um ato é principal e o outro ato é meramente acessório. Exemplo: uma autorização</p><p>que dependa do visto de autoridade superior.</p><p>5 - Extinções dos atos administrativos</p><p>Após pontuarmos os principais conceitos dos atos administrativos, estudaremos um dos</p><p>temas mais relevantes que é a extinção do ato administrativo e convergimos à corrente</p><p>majoritária que fala das principais formas de extinção.</p><p>Doris Piccinini Garcia assinala:</p><p>“que a extinção do ato administrativo deveria ser aquela que resultasse do</p><p>cumprimento de seus efeitos. Aduz, entretanto, que não se pode deixar de</p><p>reconhecer que há outras formas anômalas pelas quais ocorre a extinção”.</p><p>(Carvalho Filho, José dos Santos, Manual de Direito Administrativo. 20.</p><p>ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2008, ob. Cit., p.</p><p>144).</p><p>5.1 Extinção natural</p><p>É aquele que cumprido os seus efeitos ele se extingue de forma natural. O ato termina</p><p>naturalmente quando o prazo do ato se extingue pelo cumprimento do seu efeito.</p><p>Ex. Concessão de férias a um servidor pela administração pública.</p><p>5.2 Extinção subjetiva</p><p>Dá-se pela perda do sujeito beneficiário do ato administrativo.</p><p>Ex: Morte de um servidor aprovado em concurso os efeitos do ato de sua investidura são</p><p>extintos.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>5.3 Extinção objetiva</p><p>É o desaparecimento do objeto da relação jurídica que depois de praticado, o ato</p><p>desaparece ocorrendo à extinção do ato administrativo.</p><p>Ex: Interdição de um estabelecimento e vindo este a fechar o objeto do ato se extingue e</p><p>consequentemente o seu ato.</p><p>5.4 Renuncia</p><p>Decorre da manifestação de vontade do destinatário do ato administrativo</p><p>Ex: Autorização para uso de um bem público, porém, o agente não tem mais interesse em</p><p>usá-lo.</p><p>5.5 Retirada</p><p>Ocorre quando o primeiro ato administrativo é extinto pelo segundo, está fundada no</p><p>advento de uma nova legislação impedindo a permanência do ato administrativo.</p><p>São formas de extinção por retirada a Anulação, Revogação, Caducidade, Cassação e</p><p>Contraposição.</p><p>5.5.1 Anulação</p><p>Existe a retirada na forma de anulação quando o ato for ilegal, a ilegalidade ela pode ser</p><p>detectada pela administração pública ou pelo poder judiciário, causando efeitos retroativos, ex</p><p>tunc, como defende a maioria da doutrina, porem o conceituado professor e doutrinador Celso</p><p>Antonio Bandeira de melo diz “se anulação produzir efeitos favoráveis ao sujeito esses efeitos</p><p>serão ex tunc, porem, se anulação prejudicar o sujeito e lhe causar efeitos restritivos deverá ser</p><p>ex nunc de hoje em diante”.</p><p>A administração tem o prazo de cinco anos para anular atos administrativos ilegais, que</p><p>produza efeito favoráveis.</p><p>A retirada na forma de anulação segue atos discricionários da administração pública bem</p><p>como atos vinculantes do poder judiciário, portanto, deve ser respeitado o devido processo legal,</p><p>o contraditório e a ampla defesa como orienta o STF.</p><p>Ementa: ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO. SÚMULA 473 DO STF.</p><p>NECESSIDADE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. ALEGADA</p><p>VIOLAÇÃO AO ART. 5º, LIV E LV DO STF. OFENSA REFLEXA.</p><p>AGRAVO IMPROVIDO.</p><p>I - O entendimento da Corte é no sentido de que, embora a Administração</p><p>esteja autorizada a anular seus próprios atos quando eivados de vícios que</p><p>os tornem ilegais (Súmula 473 do STF), não prescinde do processo</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>administrativo, com obediência aos princípios constitucionais da ampla</p><p>defesa e do contraditório. Precedentes. II - Como tem consignado o</p><p>Tribunal, por meio de remansosa jurisprudência, a alegada violação ao art.</p><p>5º, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de</p><p>ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de</p><p>legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do</p><p>recurso extraordinário. III - Agravo regimental improvido. (AI 710.085</p><p>AgR/SP, STF – Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandolwiski,</p><p>julgamento: 03.02.2009, DJe: 05.03.2009).</p><p>5.5.2 Revogação</p><p>É a retirada do ato administrativo do ordenamento jurídico, quando este ato administrativo</p><p>for inconveniente, inoportuno e que não atenda ao interesse público.</p><p>A administração pública tem a liberdade discricionária concedida pela lei para revogar o</p><p>ato administrativo não tendo o poder judiciário nenhum controle vinculante quanto essa forma de</p><p>retirada, a não ser quando ela atipicamente exerce função administrativa revogando os seus</p><p>próprios atos.</p><p>Os efeitos produzidos pela revogação não retroagem efeitos ex nunc, bem como não há</p><p>limite temporal para administração pública revogar os seus atos, podendo fazer a qualquer tempo.</p><p>Os atos que produzirem direitos adquiridos, os atos vinculados ou os atos que esgotarem</p><p>os seus efeitos não serão alcançados pela revogação.</p><p>Súmula 473 do STF</p><p>A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO</p><p>EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO</p><p>SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVO-GÁ-LOS, POR MOTIVO DE</p><p>CONVENIENCIA OU OPORTUNI-DADE, RESPEITADOS OS DIREITOS</p><p>ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A</p><p>APRECIAÇÃO JU-DICIAL.</p><p>5.5.3 Caducidade</p><p>É a retirada do ato administrativo por uma norma superveniente tornando a norma anterior</p><p>inadmissível.</p><p>Ex: Permissão para explorar parque de diversões em logradouro</p><p>público, porém, superveniente é editada uma lei que proíbe</p><p>particulares de usar logradouros públicos.</p><p>5.5.4 Cassação</p><p>Pressupõe descumprimento de requisitos legais por parte do beneficiário que descumpriu</p><p>condições que permitia a manutenção do ato e seus efeitos.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>A retirada por cassação do ato administrativo ela tem duas características que são o ato</p><p>vinculado e o ato sancionatório sendo este com poder punitivo para o beneficiário que deixou de</p><p>cumprir as condições do ato possibilitando a sua extinção.</p><p>Ex: Cassação de licença de funcionamento de um hotel por este</p><p>haver se transformado em casa de prostituição.</p><p>5.5.5 Contraposição ou derrubada</p><p>É a retirada do ato administrativo por existir dois atos diferentes fundados em</p><p>competências diversas com efeitos contrapostos.</p><p>Ex: Um ato administrativo exonerando um funcionário e outro</p><p>ato administrativo nomeando esse mesmo funcionário, tais atos</p><p>são contrapostos.</p><p>UNIDADE VII - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO:</p><p>1 - Conceito:</p><p>Diz respeito à responsabilidade extracontratual, ou seja, a responsabilidade do Estado</p><p>pelos danos causados a terceiros.</p><p>2 - Histórico:</p><p>1ª Fase: Irresponsabilidade: em primeiro momento o Estado não respondia pelos</p><p>praticados por ele.</p><p>Época do Estado absolutista. (ex.: menininha na França passou por uma fenda e foi</p><p>atropelada por um trem do Estado, é o chamado Caso Blanco.).</p><p>2ª fase: Decorrente de previsão legal: há responsabilidade estatal, mas só se uma lei</p><p>específica previsse aquela situação como um caso de responsabilidade. Foi revolucionário, pois</p><p>cria o Estado de Direito, onde o Estado também se regula por leis que ele mesmo criou.</p><p>3ª fase, responsabilidade subjetiva:</p><p>✓ Civilista: se baseia na demonstração do dolo e da culpa do agente.</p><p>✓ Culpa do serviço/ Culpa Anônima / Foute Du service: aqui basta a demonstração da má</p><p>eficiência, má prestação</p><p>ou omissão de um serviço estatal. Não precisa demonstrar a culpa do</p><p>agente e sim na culpa do serviço como um todo. Em alguns momentos é válida no Brasil (SERÁ</p><p>TRATADA POSTERIORMENTE).</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>4ª fase, Responsabilidade objetiva: se baseia na responsabilidade objetiva estatal que não</p><p>depende da demonstração de dolo do agente é preciso demonstrar a conduta, o dano e o nexo de</p><p>causalidade.</p><p>No Brasil, a responsabilidade estatal é objetiva desde a constituição de 1946. E aqui não</p><p>houve a 1º fase, ou seja, fase da irresponsabilidade. Art. 37, §6º, CF/88, estabelece todas as regras</p><p>aplicadas à responsabilidade civil do Estado, como na sua extensão do art. 43, CC.</p><p>“Art. 37,§ 6º, CF/88 - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito</p><p>privado prestadoras de serviços públicos responderão objetivamente pelos</p><p>danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o</p><p>direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”</p><p>Responsabilidade Subjetiva: COM CULPA</p><p>Responsabilidade Objetiva: SEM CULPA</p><p>Nota-se a responsabilidade objetiva do estado e a responsabilidade subjetiva do agente.</p><p>3 - Responsabilidade objetiva:</p><p>pertence ao Estado. É aquela que para se configurar depende da demonstração de três</p><p>elementos objetivos:</p><p>✓ Conduta do agente - deve ser a conduta de um agente público que esteja se valendo</p><p>da qualidade de agente, podendo ser fora do horário de trabalho.</p><p>✓ Dano causado a um particular - deve ser um dano jurídico, ou seja, a um bem</p><p>protegido pelo direito ainda que seja somente um dano moral</p><p>✓ Nexo de causalidade entre a conduta e o dano - Teoria da Causalidade Adequada</p><p>significa que a responsabilidade do Estado dependente somente da demonstração que a conduta</p><p>do agente foi suficiente por si só para ensejar o dano</p><p>As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços</p><p>públicos RESPONDERÃO PELOS DANOS QUE SEUS AGENTES, nessa qualidade, causarem</p><p>a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.</p><p>A responsabilidade civil, tem como pressuposto o dano e se exaure com a indenização.</p><p>Significa dizer que sem danos não existe responsabilidade civil.</p><p>Teorias Explicativas:</p><p>✓ Teoria da Culpa Administrativa: leva em conta a falta de serviço, que compreende a</p><p>inexistência do serviço, o mau funcionamento do serviço ou o seu retardamento, PARA QUE</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>HAJA responsabilização do Estado, exigindo da vítima a efetiva comprovação da falta do</p><p>serviço.</p><p>✓ Teoria do Risco Administrativo: é a adotada no direito brasileiro; por ela, exige-se</p><p>que a VÍTIMA COMPROVE, tão somente:</p><p>• a existência de um fato administrativo;</p><p>• a existência de dano;</p><p>• o nexo causal entre o fato administrativo e o dano;</p><p>Obs.:</p><p>1) Para responsabilização do Estado, não há arguição de culpa.</p><p>2). Para eximir ou minorar sua responsabilidade, o ESTADO DEVERÁ PROVAR,</p><p>respectivamente, que a culpa é exclusiva do lesado ou a culpa é concorrente.</p><p>✓ Teoria do Risco Integral: a teoria do risco integral é aquela que não admite as causas</p><p>excludentes da responsabilidade do Estado, ou seja, INDEPENDE DA EXISTÊNCIA DE</p><p>CULPA ou mesmo de dolo do lesado.</p><p>DIREITO DE REGRESSO: existindo dolo ou culpa do agente, a Administração Pública</p><p>pode “cobrar” do agente as suas responsabilidades; a responsabilidade é passada ao agente que</p><p>cometeu o ato infracional.</p><p>FUNDAMENTOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO/2024</p><p>BIBLIOGRAFIA:</p><p>ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. Rio de</p><p>Janeiro: Editora Método, 2012</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Promulgada em 05 de outubro</p><p>de 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constitui... Acesso em: 18 jan. 2017.</p><p>CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23. Ed. rev., amp. e</p><p>atualizada até 31.12.2009. – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, 24ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 6a ed. São Paulo:</p><p>Revista dos Tribunais, 2002.</p><p>MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2009.</p><p>MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo:</p><p>Malheiros, 2010.</p>

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