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SUMÁRIO
Direito Administrativo .................................................................................................. 3
Direito Ambiental ....................................................................................................... 32
Direito Civil e Empresarial ........................................................................................... 68
Constitucional ........................................................................................................... 105
Criminologia ............................................................................................................. 127
Direito Eleitoral ......................................................................................................... 148
Legislação Estadual .................................................................................................... 162
Legislação Penal e Processual Penal Extravagante ..................................................... 172
Medicina Legal .......................................................................................................... 206
Direito Penal ............................................................................................................. 233
Processo Penal .......................................................................................................... 266
Tributário .................................................................................................................. 294
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DIREITO ADMINISTRATIVO1
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO, REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO, PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Colacionamos os princípios mais relevantes para uma rememoração rápida #SELIGANATABELA:
PRINCIPAIS PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Legalidade
A atuação da Administração Pública deve ser autorizada por lei.
#ATENÇÃO: Hoje em dia, a doutrina mais moderna entende que o princípio da legalidade
foi substituído pelo PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, segundo o qual a Administração se
vincula não apenas à lei, mas também a todo o ordenamento jurídico, especialmente à
Constituição Federal (#NEOCONSTITCIONALISMO #FORÇA NORMATIVA DA
CONSTITUIÇÃO #HESSE). #SELIGANOSTERMOS
Impessoalidade
Pode ser analisado sob duas perspectivas:
Isonomia: a Administração deve tratar todos os administrados da mesma forma.
Proibição de promoção pessoal: o administrador não pode se valer das
realizações públicas para se promover.
Moralidade
O administrador deve se pautar de acordo com padrões éticos no exercício de suas
funções.
#SELIGANASÚMULA
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
#ATENÇÃO
A vedação ao nepotismo não pode alcançar os servidores admitidos mediante
prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de provimento
efetivo, haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos,
violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88, que garante o livre acesso aos
cargos, funções e empregos públicos aos aprovados em concurso público. (Info
786).
Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas
sem influência hierárquica sobre a nomeação (Info 815).
Os atos da Administração devem ser públicos, o que permite maior controle pelos
1 Por Ana Luiza Novelli Silveira
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Publicidade
administrados.
#ATENÇÃO
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração
Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias (Info 782).
Eficiência
Introduzido pela EC 19/00, impõe a busca por melhores resultados, com o menor custo
possível (substitui a Administração burocrática pela Administração gerencial)
Razoabilidade
Proporcionalidade
A atuação administrativa deve respeitar os subprincípios da
adequação;
necessidade
proporcionalidade em sentido estrito.
#Previsão legal: artigo 2º da Lei 9.784/99
Autotutela
A Administração possui o poder-dever de anular seus atos ilegais e revogar os
inconvenientes.
#Previsão legal: artigo 54 da Lei 9.784/99, Súmulas 346 e 473 do STF
#ATENÇÃO
É possível aplicar, por analogia, o art. 54 da Lei nº 9.784/99 para o processo
administrativo nos Estados e Municípios (STJ. 1ª Seção. MS 18.338/DF, Rel. Min.
Benedito Gonçalves, julgado em 14/06/2017.)
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem
ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo
de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento
administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa. Assim, a
prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não
dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito
administrativo. STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 10/12/2013 (Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 15/10/2014 (Info 763).
Consensualidade
Verificamos o aumento de instrumentos que permitem a participação direta do cidadão
na formação da vontade do Estado (ex.: audiências e consultas públicas). É o
fortalecimento da democracia DELIBERATIVA.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
#PEDRADETOQUEDODIREITOADMINISTRATIVO
Indisponibilidade do interesse público Supremacia do interesse público sobre o privado
À medida que o administrador exerce função pública
(múnus público – atividade em nome do interesse do
povo), ele não pode abrir mão desse interesse
(direito), justamente porque tal direito não o
pertence.
Quando em confronto, o interesse público se
sobrepõe ao interesse particular. É esse o princípio
que justifica, por exemplo, a intervenção do Estado na
propriedade privada.
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5ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
Transferência da atividade administrativa para outra
pessoa, física ou jurídica, integrante ou não do
aparelho estatal.
Distribuição interna de atividade dentro de uma
mesma pessoa jurídica, resultando na criação de
centros de competências, denominados órgãos
públicos, dentro de uma mesma estrutura hierárquica.
Nova pessoa jurídica. Mesma pessoa jurídica.
Não há hierarquia, apenas controle e fiscalização
(#TUTELA)
Há hierarquia.
Relação de vinculação Relação de subordinação
Descentralização por outorga/serviço Descentralização por delegação/colaboração
Transfere-se a execução e a titularidade, Transfere-se apenas a execução.
#ATENÇÃO #INFORMATIVOS #COLANARETINA
É constitucional o art. 7º, III e XV, da Lei nº 9.782/99, que preveem que compete à ANVISA: III -
estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância
sanitária; XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de
produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;
Entendeu-se que tais normas consagram o poder normativo desta agência reguladora, sendo
importante instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios
expressos na Constituição e na legislação setorial. Além disso, o STF, após empate na votação, manteve a
validade da Resolução RDC 14/2012-ANVISA, que proíbe a comercialização no Brasil de cigarros com
sabor e aroma. Esta parte do dispositivo não possui eficácia erga omnes e efeito vinculante. Significa dizer
que, provavelmente, as empresas continuarão ingressando com ações judiciais, em 1ª instância, alegando
que a Resolução é inconstitucional e pedindo a liberação da comercialização dos cigarros com aroma. Os
juízes e Tribunais estarão livres para, se assim entenderem, declararem inconstitucional a Resolução e
autorizar a venda. Existem, inclusive, algumas decisões nesse sentido e que continuam valendo. STF.
Plenário. ADI 4874/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 1º/2/2018 (Info 889).
Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos de sua
propriedade como oficiais. STJ. 1ª Turma. AREsp 1029385-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
05/12/2017 (Info 619).
Desconcentração
e
Descentralização
DESCENTRALIZAÇÃO
Outorga
(Por serviço)
Por meio de LEI Apenas para Administração
Indireta
Delegação
(Por
colaboração)
Por meio de ato
ou contrato
Delegação (Concessão
ou Permissão)
DESCONCENTRAÇÃO Criação de órgãos
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Associação de Municípios e Prefeitos não possui legitimidade ativa para tutelar em juízo direitos e
interesses das pessoas jurídicas de direito público. STJ. 1ª Seção. REsp 1503007-CE, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 14/6/2017 (Info 610).
Segundo o art. 8º da Lei nº 12.514/2011, para que os Conselhos Profissionais ajuízem execução fiscal
cobrando anuidades em atraso, é necessário que o total da quantia executada seja de, no mínimo,
quatro vezes o valor da anuidade. Mesmo sem poder executar a dívida, o Conselho Profissional poderá
adotar uma outra sanção contra o inadimplente: poderá suspender ou cancelar seu registro profissional.
Assim, o fato de os conselhos não poderem executar dívidas inferiores a quatro vezes o valor cobrado
anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente, não impede que seja feita a suspensão ou o
cancelamento do registro do profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está
previsto no art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 12.514/2011. No caso específico dos Engenheiros e
Arquitetos, o cancelamento do registro somente pode acontecer desde que o atraso seja de, no mínimo,
duas anuidades consecutivas (art. 64 da Lei nº 5.194/66). STJ. 2ª Turma. REsp 1659989-MG, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 25/4/2017 (Info 603).
Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs:
CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE 938837/SP, rel.
orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017 (repercussão geral) (Info
861).
É constitucional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES
à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Por outro lado, é inconstitucional exigir essa prévia
aprovação da ALE se os dirigentes forem de EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.
É inconstitucional a exigência de que os dirigentes de entidades da administração indireta forneçam à ALE
a declaração atualizada de seus bens e de suas ocupações para serem fiscalizados pelo Parlamento. Tal
situação viola a separação de poderes. (Info 755).
É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
próprio do Estado e de natureza não concorrencial. (Info 858).
LEI DAS ESTATAIS (Lei 13.303/2016)
Conceito
Empresa pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios.
Sociedade de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam em sua maioria à União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou
a entidade da administração indireta.
Abrangência
(art. 1º.)
A Lei tem caráter NACIONAL
Toda e qualquer Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista que explore
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da
União ou seja de prestação de serviços públicos.
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista que participe de consórcio (§5º)
Sociedade, inclusive Sociedade de Propósito Específico, que seja controlada por
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista (§6º)
Poder Executivo pode criar regras de governança para suas estatais no prazo de 180
dias a partir da publicação da lei (§3º)
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Regras de licitações e contratos aplicam-se inclusive à empresa pública
dependente que explore atividade econômica, ainda que a atividade econômica
esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços
públicos (§2º).
Regime
Societário
Lei das S/A e normas CVM sobre demonstrações financeiras se aplicam a todas
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista de capital fechado (art. 7º).
Empresa Pública não poderá lançar debêntures ou outros títulos conversíveis em
ações ou emitir partes beneficiárias (art. 11).
Sociedade de Economia Mista poderá solucionar divergências envolvendo acionistas
por meio de arbitragem (art. 12).
Administradores
Cidadãos de reputação ilibada e notório conhecimento
Tempo mínimo de experiência profissional
Formação acadêmica compatível
Não ser inelegível
Vedado a
indicação
De representante do órgão regulador ao qual a estatal está sujeita, de Ministro de
Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem
vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de DAS na
Administração, ainda que licenciados do cargo;
De dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder
Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados;
De pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura
decisóriade partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e
realização de campanha eleitoral;
De pessoa que exerça cargo em organização sindical;
De pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador,
demandante ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa
político-administrativa controladora da estatal ou com a própria empresa ou
sociedade em período inferior a 3 anos antes da data de nomeação;
De pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a
pessoa político-administrativa controladora da estatal ou com a própria empresa ou
sociedade.
Órgãos
estatutários
Conselho de Administração
Diretoria
Comitê de Auditoria
Conselho Fiscal
Órgãos de
controle interno
e externo
Competência fiscalizatória inclusive sobre estatais domiciliadas no exterior e
empresas transnacionais
Acesso irrestrito a documentos e informações, inclusive sigilosos
As ações e deliberações do órgão de controle não podem implicar interferência na
gestão das estatais nem ingerência no exercício de suas competências ou na
definição de políticas públicas.
Divulgação de
informações
Banco de dados de licitações e contratos com acesso em tempo real aos órgãos de
controle.
Informações mensais sobre execução dos contratos e orçamento disponíveis ao
público, sendo admitidos até 2 meses de retardo.
Demonstrações contábeis auditadas devem estar disponíveis na internet, inclusive
em formato eletrônico auditável.
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Atas de reuniões, inclusive gravações e filmagens, devem ser disponibilizadas aos
órgãos de controle sempre que solicitadas.
Controle das
despesas
contratuais
Qualquer cidadão pode impugnar edital de licitação, no prazo de até 5 dias úteis
antes da data fixada para a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e
responder à impugnação em até 3 dias úteis.
Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao
tribunal de contas ou aos órgãos de controle interno contra irregularidades relativas
a licitações e contratos.
Tribunal de Contas e órgãos de controle interno podem solicitar para exame, a
qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária,
patrimonial e operacional, assim como determinar medidas corretivas.
Licitações e
contratos
A Lei das Estatais passou a disciplinar a realização de licitações e contratos no
âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mista,
independentemente da natureza da atividade desempenhada (prestadora de
serviço ou exploradora de atividade econômica).
Consequentemente, a Lei 8.666/93 deixou de ser aplicada a essas entidades, salvo
nos casos expressamente descritos na própria Lei 13.303 (normas penais e parte
dos critérios de desempate).
Por outro lado, o pregão, conforme disciplinado na Lei 10.520/2002, será adotado
preferencialmente, nas empresas públicas e sociedades de economia mista, para
aquisição de bens e serviços comuns.
Duração dos
contratos
REGRA: máximo cinco anos
EXCEÇÕES:
Projetos contemplados no plano de negócios e investimentos;
Prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere
excessivamente o negócio.
Sanções
Normas de direito penal da Lei 8.666/93 (art. 41);
Cadastro de empresas inidôneas (art. 37);
Lei ordinária
específica (art. 37,
XIX, CF).
Cria (basta a lei e a
pessoa jurídica já está
pronta para o mundo
jurídico).
Autarquias
Segundo maioria, devem
ser incluídas nessa
hipótese as fundações
públicas de direito público
(autarquias fundacionais).
Autoriza a criação (além da
lei autorizadora, é preciso o
registro dos atos
constitutivos no órgão
competente, conforme a
natureza da pessoa)
Empresas
públicas
Sociedades de
Economia
mista
Fundações
Lei complementar irá
definir suas possíveis
finalidades;
Segundo maioria, essa é
uma fundação pública
de direito privado,
denominada fundação
governamental
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#DEOLHONATABELA
Organização social OSCIP
Natureza jurídica
Pessoa jurídica de direito privado,
sem finalidade lucrativa, não
integrante da administração
pública.
Pessoa jurídica de direito privado,
sem finalidade lucrativa, não
integrante da administração pública.
Área de atuação
Ensino, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico,
proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.
É mais ampla do que a das
organizações sociais, porque abrange,
além de todo o campo de atuação
destas últimas, diversas outras áreas
previstas no art. 3.º da Lei
9.790/1999.
Vínculo jurídico Contrato de gestão Termo de parceria
Natureza do ato de
qualificação Ato discricionário
Ato vinculado
Ato de qualificação
A qualificação depende de
aprovação do Ministro ou titular de
órgão supervisor ou regulador da
área de atividade correspondente
ao seu objeto social e do Ministro
do Planejamento, Orçamento e
Gestão.
Concedida pelo Ministério da Justiça.
Impossibilidade de
dupla qualificação – OS
e OSCIP
Não admite ser qualificada ao
mesmo tempo como OSCIP
Não admite ser qualificada ao mesmo
tempo como OS.
Estrutura interna
Exigência legal:
– Conselho de administração com
participação obrigatória de
representantes do Poder Público e
membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade
moral;
– Diretoria.
Obs.: não se exige Conselho Fiscal.
Exigência legal:
– Conselho Fiscal.
Obs.: não se exige Conselho de
administração ou participação de
representantes do Poder Público em
qualquer órgão da entidade.
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Licitação
Dispensável para a contratação de
prestação de serviços no âmbito do
contrato de gestão (Lei 8.666/1993,
art. 24, XXIV).
Não há previsão expressa na
legislação de dispensa de licitação
para contratação de OSCIP. Inclusive,
o Decreto 3.100/1999 prevê que a
escolha da OSCIP para firmar termo
de parceria deverá ser feita por meio
de concursos de projetos.
Desqualificação
Perde-se a qualificação de OS a
pedido ou se descumprido o
contrato de gestão, mediante
processo administrativo, em que
seja assegurado o direito ao
contraditório e à ampla defesa.
Perde-se a qualificação de OSCIP, a
pedido ou mediante decisão
proferida em processo administrativo
ou judicial, de iniciativa popular ou
do Ministério Público, em que sejam
assegurados o contraditório e a
ampla defesa.
ATOS ADMINISTRATIVOS
Elementos Ato Vinculado Ato Discricionário
Competência Vinculado Vinculado
Finalidade Vinculado Vinculado
Forma Vinculado Vinculado
Motivo Vinculado Discricionário
Objeto Vinculado Discricionário
O mérito administrativo o siste, o fo e Hel Lopes a valoração dos motivos e na escolha do
objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a
o ve i ia, opo tu idade e justiça do ato a ealiza .
AGENTES PÚBLICOS E PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas
reservadas aos deficientes.
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de
disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
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Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público.
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido.
Súmula vinculante 4-STF: Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial.
Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou
municipais a índices federais de correção monetária.
Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob fundamento de isonomia (#autocontenção).
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal,
até a edição de lei complementar específica.
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
#OLHAOGANCHO: há uma mitigação dessa súmula se passados 5 anos e o TCU ainda não tiver analisado o ato
de concessão, reforma ou pensão, vai ter o direito ao contraditório e à ampla defesa novamente, pois o tempo
passado compromete a segurança jurídica.
#DESPENCA #INFORMATIVOS #COLANARETINA
- Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art.
37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a
observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. Ex: se determinado
Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral como Ministro e mais a
remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado especificamente para cada cargo,
sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos
globais. (Info 862).
- O Auditor Fiscal do Trabalho, com especialidade em medicina do trabalho, não pode cumular o exercício do seu
cargo com outro da área de saúde. STJ. 1ª Turma. REsp 1.460.331-CE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/04/2018 (Info 625). #SAINDODOFORNO
- Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a soma da carga horária referente aos dois cargos
ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. Assim, é vedada a acumulação de um cargo de professor com
outro técnico ou científico quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de 60 horas
semanais. (Info 576).
- São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para contratação
temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. Plenário. ADI
3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
- O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder
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Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art.
165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. (Info 860).
- A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída
eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse
ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
8/6/2017 (repercussão geral) (Info 868).
- Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria
compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo,
inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados
impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado
compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo
de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a
Administração. (Info 851).
- O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a", da Lei nº
8.112/90, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de ofício, para
atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo legal).STJ. 1ª Seção. EREsp
1.247.360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/11/2017 (Info 617). #SAINDODOFORNO
#PODERESADMINISTRATIVOS #DEOLHONAJURISPRUDENCIA
-O Banco Central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade das instituições financeiras.
O Serasa não é uma instituição financeira, considerando que não exerce coleta, intermediação nem aplicação de
recursos financeiros, nem a custódia de valor de propriedade de terceiros, seja como atividade principal ou
acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do Serasa. (Info 595).
- O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto n. 3.179/1999 (redação original), quando permite a liberação de veículos e
embarcações mediante pagamento de multa, não é compatível com o que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n.
9.605/1998; entretanto, não há ilegalidade quando o referido dispositivo regulamentar admite a instituição do
depositário fiel na figura do proprietário do bem apreendido por ocasião de infração nos casos em que é
apresentada defesa administrativa - anote-se que não se está defendendo a simplória liberação do veículo, mas a
devolução com a instituição de depósito (e os consectários legais que daí advêm), observado, entretanto, que a
liberação só poderá ocorrer caso o veículo ou a embarcação estejam regulares na forma das legislações de
regência (Código de Trânsito Brasileiro, p. ex.).
STJ. 1ª Seção. REsp 1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/04/2018 (Info 625).
- A sanção do art. 277, § 3º, do CTB dispensa demonstração da embriaguez por outros meios de prova, uma vez
que a infração reprimida não é a de embriaguez ao volante, prevista no art. 165, mas a de recusa em se submeter
aos procedimentos do caput do art. 277, de natureza instrumental e formal, consumada com o comportamento
contrário ao comando legal.
STJ. 2ª Turma.REsp 1677380-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/10/2017 (Info 612).
- Um dos atributos do poder de polícia é a autoxecutoriedade. Isso significa que a Administração Pública pode,
com os seus próprios meios, executar seus atos e decisões, sem precisar de prévia autorização judicial. A
Administração, contudo, pode, em vez de executar o próprio ato, ingressar com ação judicial pedindo que o Poder
Judiciário determine essa providência ao particular
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SERVIÇOS PÚBLICOS
Há váriasconcepções sobre serviço público:
Amplíssima Ampla Restrita Restritíssima
Toda e qualquer atividade
exercida pelo Estado
toda atividade
prestacional voltada ao
cidadão, não importando
se é de titularidade
exclusiva do Estado e
qual a forma de
remuneração
Atividade prestada pelo
Estado, de forma
individualizada e com
fruição qualificada.
Atividade de titularidade
do Estado remunerada
por taxa ou tarifa
Prevalece a concepção ampla, de modo que é o conceito de serviço público: atividade p esta io al,
titularizada, com ou sem exclusividade, pelo Estado, criada por lei, com o objetivo de atender as necessidades
oletivas, su etida ao egi e p edo i a te e te pú li o .
(a) Elemento subjetivo: prestado pelo Estado ou por delegatários.
(b) Elemento material: atividade que satisfaz os interesses da coletividade.
(c) Elemento formal: submetida ao regime de direito público.
Tanto a Lei nº 8987/95, como o Código Consumerista, dizem que o CDC é aplicado no âmbito do serviço
público. No entanto, o próprio CDC diz que só há relação de consumo quando a prestação do serviço é
remunerada. Porém, há serviços públicos que não são remunerados. E agora, como resolver?
Poder normativo /
regulamentar
É a prerrogativa
reconhecida à Adm. P.
para editar atos
administrativos gerais
para fiel execução das
leis.
Decreto
Regulamentar (não
confundir com o
Decreto Autônomo)
Poder de polícia
Compreende a
prerrogativa
reconhecida à Adm. P.
para restringir e
condicionar, com
fundamento na lei, o
exercício de direitos,
com o objetivo de
atender ao interesse
público.
4 fases (CICLO DE POLÍCIA"):
1. ordem (legislar);
2. consentimento
(delegável);
a. licença
b. autorização
3. fiscalização (delegável);
4. sanção
Atributos:
Discricionariedade;
Coercibilidade;
Autoexecutoriedade;
Poder hierárquico
Existência de
subordinação dentro
de uma mesma PJ -
resultado da
desconcentração
Prerrogativas:
ordens;
controle ou
fiscalização; alteração
de competências
(delegação ou
avocação); revisional;
resolução de conflitos;
disciplinar.
Poder disciplinar
Prerrogativa
reconhecida à Adm. P.
para investigar e punir,
após o contraditório e
ampla defesa, os
agentes públicos e
particulares.
Exercido por meio
do PAD
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Corrente 1 (Juruena): aplica-se o CDC a todos os serviços, pois todos são remunerados, nem que seja
indiretamente por meio de impostos.
Corrente 2 (Cláudia Lima Marques): aplica-se o CDC apenas aos serviços UTI SINGULI, que são especificamente
remunerados por taxa ou tarifa.
Corrente 3 (Rafael Oliveira): CDC incide apenas sobre os serviços remunerados por TARIFA, e não naqueles
remunerados por taxa.
Princípios dos serviços públicos
Continuidade
Impõe a prestação ininterrupta do serviço público, tendo em vista o dever
do Estado de satisfazer e promover direitos fundamentais.
Igualdade / uniformidade Dever de prestar o serviço de maneira igualitária a todos os particulares.
Mutabilidade /atualidade Os serviços públicos devem se adaptar a evolução social e tecnológica.
Generalidade /
universalidade
Exige que a prestação do serviço público beneficie o maior número possível
de beneficiários.
Modicidade
O valor cobrado do usuário deve ser proporcional ao custo do respectivo
serviço.
CONCESSÃO PERMISSÃO AUTORIZAÇÃO
Delegação (transferência apenas
da execução)
Delegação (transferência apenas da
execução)
Delegação
Apenas PJ ou consórcio de
empresas
PF ou PJ PF ou PJ
Formalizada por contrato
administrativo
Formalizada por contrato
administrativo
Ato unilateral, discricionário,
precário (sem necessidade de
indenização).
Mediante licitação na
modalidade CONCORRÊNCIA
Qualquer modalidade licitatória Não precisa licitar
Prestação de
serviços públicos
Diretamente
Administração direta -
DESCONCENTRAÇÃO
Administração indireta -
DESCENTRALIZAÇÃO
Indiretamente -
DELEGAÇÃO
Concessões
Concessão comum
Concessão especial -
PPP
Administrativa
Patrocinada
Permissões
Autorização
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EXTINÇÃO DA
CONCESSÃO
Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do
titular, no caso de empresa individual.
#NÃOCONFUNDA:
Encampação Caducidade
Fundamento Interesse público Inadimplemento da concessionária
Formalização Lei autorizativa e decreto Processo administrativo e decreto
Indenização Indenização prévia do concessionário Indenização eventual e posterior
Concessão comum (Lei 8.987/95) Concessão especial – PPP (Lei 11.079/04)
Contraprestação
do parceiro
público
Facultativa Obrigatória
Risco ordinário
do negócio
Risco do concessionário Repartição objetiva dos riscos
Valor mínimo Inexistente R$ 10.000.000,002
Prazo
Determinado, contudo, não há prazo mínimo
ou máximo.
Mínimo: 5 anos
Máximo: 35 anos
Objeto Serviços públicos Serviços públicos e/ou administrativos
Remuneração Tarifas (possíveis receitas alternativas)
PPP patrocinada = Tarifa + orçamento
PPP administrativa = orçamento ou outras
modalidades de contraprestação estatal
Licitação Concorrência Concorrência
Responsabilidade
civil
Objetiva
Estado responde subsidiariamente
PPPs que envolvem serviços públicos =
OBJETIVA
PPPs de serviços administrativos =
2 *#NOVIDADEDELEGISLATIVA: Lei nº 13.529/20172
A Lei 13.529/2017 alterou a Lei 11.079/2004 (Lei das Parcerias Público-Privadas)
Antes Agora
Era vedada a celebração de contrato de parceria público-
privada se o valor do contrato fosse inferior a 20 milhões de
reais.
É vedada a celebração de contrato de parceria público-
privada se o valor do contrato for inferior a 10 milhões de
reais.
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SUBJETIVA
Estado responde SOLIDARIAMENTE
PPP patrocinada PPP administrativa
Remuneração
Tarifa + orçamento Remunerada integralmente pelo Estado
(orçamento)
Objeto
Apenas serviços públicos Serviços públicos ou administrativos
(prestados ao Estado)
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
Conceito
DI PIETRO: medidas de caráter geral, previstas em lei, com fundamento no PODER DE
POLÍCIA do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas e negativas, com o
fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social.
Pode ser exigência de obrigação positiva, negativa ou permissiva.
Objeto Atinge bens móveis, imóveis e serviços.
Instituição
Por ser unilateral, DEVE DECORRER DE LEI (Ex.: plano diretor urbano). José dos Santos
Carvalho Filho fala também em atos administrativos normativos.
Indenização Será devida se houver comprovação do dano pelo particular.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
Conceito
Caracteriza-se pela utilização TRANSITÓRIA, gratuita ou remunerada, de IMÓVEL de
propriedade particular, para fins de interesse público. Ex.: uso de escola para eleição;
uso de imóveis para o Poder Público colocar máquinas e operários. O Pressuposto é a
necessidade de realização de OBRAS ou SERVIÇOS públicos normais (ao contrário da
requisição, em que há situação de perigo).
Objeto
Recai sobre o bem imóvel, embora haja discussão sobre a possibilidade de atingir bens
móveis e serviços.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVAConceito
Direito real público que permite a
utilização da propriedade alheia pelo
Estado ou por seus delegatários com
o objetivo de atender o interesse
público.
É a intervenção autoexecutória na qual o
Estado utiliza-se de bens imóveis, móveis e
de serviços particulares no caso de
iminente perigo público.
Objeto
Incidem apenas sobre bens imóveis,
os quais devem ser vizinhos, mas não
precisam ser contíguos (prédio
dominante e prédio serviente). NÃO
há servidão sobre bens móveis ou
Incidem sobre bens imóveis, móveis e
serviços particulares.
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direitos.
Instituição
Podem ser instituídas por meio das
seguintes formas:
Acordo;
Sentença judicial;
Usucapião.
Obs.: há discussão sobre a possibilidade
de instituição por lei.
A emergência da situação justifica a
autoexecutoriedade da medida.
Extinção
Em regra, é perpétua.
Porém, é possível apontar algumas
hipóteses de extinção:
Desaparecimento do bem
gravado;
Incorporação do bem serviente
ao patrimônio público;
Desafetação do bem dominante
(ex.: desafetação do imóvel que
era utilizado como hospital
público).
Enquanto perdurar o perigo iminente, a
requisição permanecerá válida. Considera-
se, portanto, extinta a requisição quando
desaparecer a situação de perigo.
Indenização
Será devida se houver comprovação
do dano pelo particular.
É assegurada ao proprietário do bem
requisitado indenização ulterior, se houver
dano.
TOMBAMENTO
CONCEITO
É um procedimento ou ato administrativo pelo qual o Poder Público sujeita à restrições
parciais os bens de qualquer natureza cuja conservação seja de interesse público, por sua
vinculação a fatos memoráveis da história ou por seu excepcional valor arqueológico ou
etnológico, bibliográfico ou artístico. É SEMPRE UMA RESTRIÇÃO PARCIAL.
Quanto à
constituição ou
procedimento
DE OFÍCIO
Recai sobre bem público. Processa-se mediante simples notificação à
entidade a quem pertencer ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada.
VOLUNTÁRIO
Não há resistência por parte do proprietário. Há anuência ou pedido do
proprietário.
COMPULSÓRIO
Há resistência por parte do proprietário, que se opõe à pretensão de
tombar do poder público. A oposição ocorrerá no prazo de 15 dias da
notificação de interesse de tombamento do bem. A notificação gera
efeitos de um tombamento provisório.
Quanto à eficácia
PROVISÓRIO
É gerado pela simples notificação. Quando ainda está em curso o
processo administrativo instaurado pela notificação. Produz os mesmos
efeitos do definitivo, apenas dispensando a transcrição no registro de
imóveis.
DEFINITIVO Ocorre com o efetivo registro no livro do tombo.
Quanto aos
destinatários
GERAL Que atinge todos os bens situados em um bairro ou em uma cidade.
INDIVIDUAL Que atinge um bem determinado.
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OBRIGAÇÕES DECORRENTES DO TOMBAMENTO
OBRIGAÇÕES
POSITIVAS
Conservação do patrimônio, que deve ser acompanhada pelo poder público. Assim,
qualquer conserto deve ser comunicado ao poder público, para obtenção de uma
autorização (artigo 17, DL 25/37). Infelizmente, o particular comunica ao poder público
por várias vezes e as providências não são adotadas pelo ente político. EXEMPLO: padre
da Bahia que comunicou que o teto da igreja estava caindo e mandou consertar sem
autorização, porque o teto poderia despencar sobre alguém. Poderia ser imputada ao
pároco, no caso do exemplo, multa de 50% do valor do dano que viesse a causar.
Danificar o patrimônio sem autorização é crime previsto no artigo 165, CP.
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente
em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Bem público tombado é inalienável, ressalvada a possibilidade de transferência entre os
entes federados.
Bem particular tombado pode ser alienado. O Novo CPC revogou expressamente o art.
22 do DL 25/37 que dava preferência geral com relação às alienações, mas ressalvou, em
seus arts. 889 e 892, o direito de preferência em caso de alienação judicial dos bens
tombados. Assim, podemos fazer a seguinte distinção: a) Existe o direito de preferência
geral para alienação dos bens tombados, da forma como prevista no DL 25/37? Não. B)
Existe algum direito de preferência na alienação de bens tombados? SIM. Na forma dos
arts. 889 e 892 do CPC, em situações de alienação judicial do bem.
OBRIGAÇÕES
NEGATIVAS
Decorre do dever positivo de conservar, é a obrigação de não danificar e não mutilar ou
destruir a coisa (artigo 17, DL 25).
Não retirar a coisa do país, EXCETO por curto espaço de tempo, sem transferência de
domínio ou propriedade (artigo 14). Em caso de roubo ou furto, o proprietário deve
comunicar ao poder público em 05 dias, sob pena de multa.
OBRIGAÇÃO DE
SUPORTAR
O proprietário tem que suportar a fiscalização do poder público (artigo 20, DL 25/37).
DESAPROPRIAÇÃO
Manifestação do
orgão técnico
Notificação do
proprietário para
anuir em 15 dias
Anuiu ou não impugnou =
TOMBAMENTO VOLUNTÁRIO
(registro no livro de tombo)
Impugnação inicia
o procedimento
COMPULSÓRIO
Órgão que iniciou o
procedimento tem 15
dias para se
manifestar
IPHAN decide em 60
dias
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CONCEITO
É a intervenção através da qual Estado se apropria da propriedade alheia, após o
devido processo legal, transferindo-a compulsoriamente e de maneira originária
para o seu patrimônio, com fundamento no interesse público e, normalmente,
mediante indenização.
CARACTERÍSTICAS
Procedimento
Aquisição originária (livre, portanto, de todos os ônus)
Todo e qualquer bem ou direito que possua valor econômico pode ser desapropriado
Competência LEGISLATIVA é PRIVATIVA da União
COMPETÊNCIA
A competência DECLARATÓRIA (1ª fase do procedimento) é apenas dos entes
políticos (atribui-se competência, igualmente, ao DNIT e à ANEEL). Para fins de
reforma agrária, a competência é EXCLUSIVA DA UNIÃO.
Por outro lado, a competência EXECUTIVA (para ajuizar a ação de desapropriação,
pagar o preço...) pode ser repassada, por meio de lei ou contrato, à administração
indireta e aos concessionários/permissionários.
ESPÉCIES
(a) Comum/ordinária/regular: justificada por utilidade/necessidade pública ou por
interesse social.
(b) Florística: proteção ambiental.
(c) Sancionatória: divide-se em: (i) Urbana (prevista no estatuto da cidade); (ii) Rural para
fins de reforma agrária (previsão no art. 184/CF, LC 76 e lei nº 8.629/93); (iii)
Confiscatória (art. 243, CF):
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo
na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
PROCEDIMENTO
DA
DESAPROPRIAÇÃO
COMUM
1ª FASE (DECLARATÓRIA) = Publicação de ato de declaração da expropriação (decreto ou
lei de efeito concreto), declarando o bem de utilidade pública ou de interesse social.
Manifesta a vontade de possuir o bem.
EFEITOS IMEDIATOS DO ATO DECLARATÓRIO: (a) Fixa o estado do bem: só serão
indenizadas benfeitorias posteriores se necessárias ou úteis, caso autorizadas essasúltimas; (b) Submete o bem ao poder expropriatório estatal: o Estado ainda não é
proprietário, mas pode exercer alguns poderes sobre o bem. Ex.: entrar para realizar
medições... (c) Confere ao Poder Público o poder de penetrar no bem, desde que não
haja excesso e (d) Inicia o prazo de CADUCIDADE (deve a Administração tentar efetivar
administrativamente a desapropriação ou, ao menos, ajuizar a ação de desapropriação).
Veja os prazos: UTILIDADE ou NECESSIDADE PÚBLICA a prazo de 05 anos (renova +5);
INTERESSE SOCIAL o prazo é de 02 anos.
2ª FASE (EXECUTIVA): Adoção dos atos materiais (concretos) pelo Poder Público ou seus
delegatários, devidamente autorizados por lei ou contrato, com o intuito de consumar a
retirada da propriedade do proprietário originário. Pode ser: (a) ADMINISTRATIVA:
depois da declaração, a Administração propõe valor, que é ACEITO (nesse caso, há
verdadeiro contrato de compra e venda) ou (b) JUDICIAL: o valor NÃO É ACEITO (ou não
se conhece o PROPRIETÁRIO DO BEM). Nesse caso, deve ser ajuizada AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO.
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AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO
(i) POLO ATIVO: Poder Público (Adm. direta ou indireta) ou delegatários.
Obs.: a) Desapropriação Sancionatória Urbanística: legitimidade ativa EXCLUSIVA DO
MUNICÍPIO; b) Desapropriação para fins de reforma agrária: legitimidade ativa EXCLUSIVA
DA UNIÃO.
(ii) POLO PASSIVO: proprietário do imóvel.
(iii) Requisitos da PETIÇÃO INICIAL: (a) Oferta do preço; (b) Cópia do contrato ou do
diário oficial em que houver sido publicado o decreto expropriatório; (c) Planta ou
descrição do bem a ser desapropriado e suas confrontações.
(iv) CONTESTAÇÃO: Só pode versar sobre: vício no processo (preliminares) ou preço.
(v) IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE:
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de
conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo
provisoriamente na posse dos bens;
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante
o depósito:
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o
imóvel esteja sujeito ao imposto predial;
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel
sujeito ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido.
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano
ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente
anterior;
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente
de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido
fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do
imóvel.
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a
requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte)
dias.
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão
provisória.
§ 4o A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente.
(vi) PROVA PERICIAL: É plenamente cabível na ação de desapropriação. É importante
para a fixação do valor. Apresentação do laudo em até 05 dias antes da audiência.
(vii) SENTENÇA E TRANSFERÊNCIA DO BEM: (a) Fixa o valor da indenização (após o
pagamento, consuma-se a desapropriação); (b) Autoriza a imissão definitiva na posse; (c)
Constitui título hábil para registro. (d) É o pagamento do valor, ou sua consignação
judicial, que promove a transferência do bem.
DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA
É fato administrativo pelo qual o Estado se apropria de bem particular, sem
observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia. De acordo com o
artigo 35 do Decreto 3365/41, uma vez incorporado ao patrimônio público, não será
possível a sua reivindicação pelo particular. Diante disso, o particular deve ajuizar
uma ação de desapropriação indireta, que, a rigor, é uma ação de indenização. Hoje,
prevalece o entendimento de que o prazo prescricional para que o particular
prejudicado ajuíze a ação de desapropriação indireta é de 10 anos.
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DIREITO DE
EXTENSÃO
É aquele pelo qual o expropriado requer que a desapropriação e a respectiva
indenização incidam sobre a totalidade do bem, pois a parte então não abarcada
ficou inservível ou esvaziada de interesse patrimonial. São para os casos de
desapropriação parcial.
TREDESTINAÇÃO
É a mudança da destinação do bem expropriado – Poder Público diz que faria uma
coisa no decreto, mas depois faz outra. Será ilícita quando houver DESVIO DE
FINALIDADE (o bem não foi usado para atender o interesse público), caso em que o
particular deve ser reintegrado (retrocessão). Será lícita quando, embora divergente
do planejamento inicial, permanece atendendo o INTERESSE PÚBLICO. Ex.: iria
construir escola, mas constrói hospital. Nesse caso, o particular não poderá reaver o
bem.
RETROCESSÃO
O direito de o expropriado exigir a devolução do bem desapropriado que não foi
utilizado pelo Poder Público para atender o interesse público. Há controvérsia sobre
qual seria o prazo para o particular ajuizar a ação.
Desapropriação
por utilidade,
necessidade
pública ou
interesse social
Desapropriação ordinária.
Indenização PRÉVIA, JUSTA e
em dinheiro.
Todos os entes federados
(regra do melhor interesse).
Desapropriação
urbanística
Refere-se ao imóvel
localizado na área urbana
que não atende a
respectiva função social.
Possui caráter subsidiário.
Indenização em títulos da
dívida pública, resgatáveis
em até 10 anos –
autorização do Senado.
Municípios e DF.
Desapropriação
rural
Imóvel rural que não
atende a função social.
Indenização em títulos da
dívida agrária, resgatáveis
em até 20 anos.
União (objetivo único de
implementar a reforma
agrária).
Expropriação
confiscatória
As propriedades rurais e
urbanas de qualquer região
do País onde forem
localizadas culturas ilegais
de plantas psicotrópicas ou
a exploração de trabalho
escravo na forma da lei
serão expropriadas e
destinadas à reforma
agrária e a programas de
habitação popular, sem
qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas
em lei, observado, no que
couber, o disposto no art.
NÃO há indenização. União
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22
5º da CF.
#INFORMATIVOS #AJUDAMARCINHO
- É possível que o expropriante desista da ação de desapropriação? SIM, é possível a desistência da
desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, desde que: a) ainda não tenha havido o
pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a transferência da propriedade do
expropriado para o expropriante); e b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma
substancial (que impeça sua utilização como antes era possível). É ônus do expropriado provar a existência de
fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação (Info 596).
- A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário
comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. (Info 851).
- O prazo prescricional no caso de ação de desapropriação indireta é de 10 anos. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1536890/SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/11/2015).
- O que ocorre com a edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a limitação
administrativa, cujos prejuízoscausados devem ser indenizados por meio de ação de direito pessoal, e não de
direito real, como é o caso da ação em face de desapropriação indireta. Assim, ainda que tenha havido danos ao
agravante, diante de eventual esvaziamento econômico de propriedade, deve ser indenizado pelo Estado, por
meio de ação de direito pessoal, cujo prazo prescricional é de 5 anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do
Decreto-Lei n. 3.365/41. STJ. 2ª Turma. EDcl no REsp 1454919/MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
07/04/2015.
- O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em
que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade.
LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
- De a o do o Juste Filho, a li itaç o u p o edi e to ad i ist ativo dis ipli ado po lei e po u ato
administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de proposta da contratação mais vantajosa,
com observância do princípio da Isonomia, o duzido po u g o dotado de o pet ia espe ífi a .
Obs.: Não confundir tipos de licitação com modalidades de licitação.
Tipos de Licitação
Menor Preço Proposta mais barata ou com melhores condições de pagamento;
Melhor Técnica Apresentação de índice técnico comparativamente mais elevado do que os
demais;
Técnica e Preço Proposta que resulta da média ponderada das notas atribuídas aos fatores
técnica e preço, valorados na conformidade dos critérios editalícios;
Maior lance ou oferta Proposta ofertada em alienação de bens ou concessão de direito real de uso,
sendo vencedora a mais volumosa.
Modalidades de Licitação
Concorrência
Tomada de Preços
Convite
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Concurso
Leilão
Pregão
Convite Tomada de Preços Concorrência
Obras e serviços
de engenharia
Antes: até 150 mil
Agora: até 330 mil
(Decreto 9.412/18)
Antes: até 1 milhão e 500 mil
Agora: até 3 milhões e 300
mil (Decreto 9.412/18)
Antes: acima de 1 milhão e
500 mil
Agora: acima de 3 milhões e
300 mil (Decreto 9.412/18)
Outros bens e
serviços
Antes: até 80 mil
Agora: até 176 mil
(Decreto 9.412/18)
Antes: até 650 mil
Agora: até 1 milhão e 430
mil (Decreto 9.412/18)
Antes: acima de 650 mil
Agora: acima de 1 milhão e
430 mil (Decreto 9.412/18)
Dispensa da Licitação
Dispensável (art.
24, I e II)
10% do convite (antes: 15 mil reais e 08 mil reais / agora: R$ 33 mil e R$ 17.600,00,
segundo Decreto 9.412/18) (art. 24, I e II).
Limite dobrado se o consórcio público tiver três entes.
Limite triplicado se o consórcio público tiver mais de três entes.
Dispensável (art.
24, §1º -
empresas
públicas,
sociedades de
economia mista,
agências
executivas e
consórcios
públicos)
20% do convite (antes: 30 mil reais e 16 mil reais / agora: 66 mil e R$35.200,00, segundo
Decreto 9.412/18)
Apontamentos importantes:
DISPENSA
Ocorre quando a competição é viável, mas o legislador entendeu por dispensá-la
em algumas hipóteses. O rol é taxativo, diante da liberalidade da lei. A lei prevê a
possibilidade de licitação dispensada e dispensável.
Dispensada: o administrador não tem liberdade para licitar, caso queira. Rol
específico do art. 17 da Lei nº 8.666.
Dispensável: o administrador pode licitar, caso queira. Rol do art. 24 da Lei nº
8.666.
INEXIGIBILIDADE
A inexigibilidade trata da inviabilidade da competição, trazendo a lei um rol
exemplificativo em seu art. 25.
Para que a competição seja viável, necessita-se de três requisitos: Pressuposto lógico:
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pluralidade de bens e de fornecedores do bem ou do serviço.
Pressuposto jurídico: a licitação deve proteger o interesse público; não é um fim em si
mesmo.
Pressuposto fático: deve existir interesse de mercado, isto é, da desnecessidade de
contratação específica.
A ausência de um desses pressupostos tornaria a competição inviável e, por
conseguinte, ensejando a inexigibilidade da licitação.
Obs.: é vedada a inexigibilidade para serviços de divulgação e publicidade.
CONTRATO ADMINISTRATIVO
Conceito
A Lei n.º 8.666/93 os definiu como sendo todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
qual for a denominação utilizada.
Características
Além da presença da Administração Pública como uma das partes, os contratos
administrativos apresentam como característica marcante a presença das
chamadas cláusulas exorbitantes, que conferem prerrogativas ao Poder Público,
colocando-o em posição de supremacia perante o contratado.
#ATENÇÃO: Não confundir contrato administrativo com contrato da Administração.
Esse último representa também os ajustes firmados pelo Poder Público em que ele se
coloca em pé de igualdade com o particular.
Classificação
São consensuais, formais (excepcionalmente, admite-se contrato verbal na forma
do art. 60, parágrafo único da Lei nº. 8.666), onerosos, comutativos, de adesão,
personalíssimos e com a presença de cláusulas exorbitantes.
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA #AJUDAMARCINHO
- O fato de o servidor estar licenciado não afasta o entendimento segundo o qual não pode participar de
procedimento licitatório a empresa que possuir em seu quadro de pessoal servidor ou dirigente do órgão
contratante ou responsável pela licitação
- É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor dos
interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei é
inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos (art.
22, XXVII, da CF/88).
- O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao
Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos
termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 #POLÊMICA
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BENS PÚBLICOS E RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
BENS PÚBLICOS
CRITÉRIO DA
AFETAÇÃO
PÚBLICA
Uso comum
do povo
Bens destinados ao uso da
coletividade em geral (rios, praças...)
Não podem ser alienados.
De uso
especial
Bens especialmente afetados aos
serviços administrativos e aos serviços
públicos (aeroportos, escolas e
hospitais públicos...)
Não podem ser alienados.
Dominicais
Bens públicos desafetados, ou seja,
que NÃO são utilizados pela
coletividade ou para prestação de
serviços administrativos e públicos.
Podem ser alienados na forma da
lei (= bens públicos
disponíveis/domínio privado do
Estado)
REGIME
JURÍDICO
Alienabilidade relativa
Impenhorabilidade
Imprescritibilidade
Não onerabilidade
AFETAÇÃO E
DESAFETAÇÃO
Afetação é o fato administrativo pelo qual se atribui ao bem público uma destinação pública
especial de interesse direto ou indireto da Administração. A afetação pode decorrer de: (i) lei;
(ii) ato administrativo; (iii) fato administrativo.
Desafetação é o inverso.
USO
PRIVATIVO DE
BEM PÚBLICO
AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO
É ato administrativo,
discricionário, precário,
editado pelo Poder Público
para consentir que
determinada pessoa utilize
privativamente um bem
público. Há preponderância
do interesse particular e, por
se tratar de ATO, NÃO
precisa de licitação.
É ato administrativo,
discricionário,precário,
editado pelo Poder Público
para consentir que
determinada pessoa utilize
privativamente um bem
público. Há preponderância do
interesse PÚBLICO e, por se
tratar de ATO, NÃO precisa de
licitação.
É contrato administrativo
através do qual a
Administração Pública
confere a pessoa
determinada o uso privativo
de determinado bem
público. Por ser contrato,
PRECISA DE LICITAÇÃO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
FUNDAMENTO
CF. Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
HISTÓRICO
(i) TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE: Estado não responde civilmente, pois é representante
de DEUS, que não erra.
(ii) TEORIAS CIVILISTAS: são três:
a. Atos de império X atos de gestão: o Estado não responde por atos de império, mas
responde por atos de gestão, caso em que sua responsabilidade será SUBJETIVA.
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b. Culpa do servidor: o Estado responde SUBJETIVAMENTE, desde que comprovada a
culpa do agente público.
c. Culpa do serviço (FAUT DU SERVICE ou culpa anônima): não precisa provar a culpa do
agente, mas apenas que (i) o serviço não foi prestado; (ii) foi prestado com falha ou (iii)
foi prestado com atraso.
(iii) TEORIAS PUBLICISTAS: A responsabilidade do Estado passa a ser objetiva. São duas:
a. Teoria do risco administrativo: embora a responsabilidade seja objetiva, admite-se a
exclusão do nexo causal em alguns casos (é a teoria adotada no Brasil, em regra). No
entanto, o STJ e a doutrina tradicional entendem que, em caso de omissão, a
responsabilidade será SUBJETIVA. O STF, no entanto, em alguns julgados, já disse que a
responsabilidade será sempre objetiva, pois a CF (art. 37, §6º) não distingue ação de
omissão.
b. Teoria do risco integral: não admite a exclusão do nexo causal (ex. dano ambiental)
EXCLUDENTES
Aplicam-se normalmente todas as excludentes do nexo de causalidade (caso fortuito, força
maior e culpa exclusiva da vítima). Na hipótese de culpa concorrente, deve ser diminuído o
valor da indenização.
QUEM
RESPONDE
Hoje, de acordo com o STJ, há o entendimento de que a vítima pode escolher se vai processar
o Estado, o servidor ou os dois, solidariamente. No entanto, há precedente do STF aplicando a
teoria da DUPLA GARANTIA, que diz que a vítima só pode ajuizar a ação contra o Poder
Público, uma vez que o servidor tem, a seu favor, a garantia de só ser processado via ação de
regresso proposta pelo Estado. ATENÇÃO: se a vítima decidir processar o servidor, ela deverá
provar a sua culpa/dolo, pois a responsabilidade do agente público é SUBJETIVA.
DIREITO DE
REGRESSO
O STJ entende que, processado apenas o Poder Público, NÃO É OBRIGATÓRIA a denunciação
da lide em face do servidor.
PRAZO STJ pacificou o entendimento de que o prazo é de 05 anos (analogia ao D. 20.910/32).
- Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões
mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, §
6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos
em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento (Info 854).
- O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 (CINCO) anos, conforme
previsto no Decreto 20.910/32, e não de três anos (regra do Código Civil), por se tratar de norma especial, que
prevalece sobre a geral (Info 512).
- A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais no caso de
morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional mantido pelo Estado. Nessas
hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração Pública. Na verdade, a responsabilidade
civil estatal pela integridade dos presidiários é OBJETIVA. (Info 520).
- A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em razão de dano
decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88.
#SAINDODOFORNO
PROCESSO ADMINISTRATIVO
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De acordo com a doutrina, processo administrativo se configura como uma série concatenada de atos
administrativos, de acordo com a ordem posta por lei e com uma finalidade específica, gerando a prática de um
ato final.
#NÃOCONFUNDIR – Processo x Procedimento: o procedimento administrativo se traduz
na forma pela qual os atos do processo se desenvolvem. O procedimento é o rito
respeitado pela Administração para se alcançar a finalidade do processo.
Coisa julgada administrativa: tem sentido restrito, definindo somente uma situação que não pode mais
ser arguida e analisada em sede administrativa. Isto é, não se confere a esta decisão o caráter de definitividade
plena, haja vista a possibilidade de a situação ser levantada na esfera judicial. Isso ocorre porque o Brasil adotou o
sistema inglês, de jurisdição única (também designado de sistema da unicidade de jurisdição), que é aquele no
qual todos os litígios, sejam eles administrativos ou privados, podem ser levados à justiça comum, ou seja, ao
Poder Judiciário, que formalizará direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força de coisa
julgada material.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Impulso oficial
(oficialidade)
A Administração Pública pode atuar, de ofício, na condução de todas as fases do
processo, inclusive com iniciativa de investigação dos fatos e da produção de provas.
Devido processo
legal
Garantia de transparência na condução do processo, com a finalidade de se evitar o
cometimento de abusos e arbitrariedades.
Contraditório e
Ampla Defesa
Direito conferido ao administrado de influenciar na decisão administrativa de seu
interesse, manifestando-se na relação processual, requerendo a produção de provas e
provocando sua tramitação. Aqui, temos algumas súmulas vinculantes de destaque:
Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-
se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
A ressalva quanto à apreciação do ato de concessão da aposentadoria
se dá porque não se trata de anulação ou revogação, mas sim
formação de um ato complexo, em que a defesa se deu nos momentos
iniciais. Ademais, não haveria anulação ou revogação por que o ato
ainda não se aperfeiçoou.
Instrumentalidade
das formas
O vício de forma é sanável quando não ensejar em prejuízo, desde que mantido o
interesse público diante da aplicação do princípio.
Informalismo ou
formalismo
São obrigatórias as formalidades indispensáveis à segurança jurídica do cidadão que
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necessário ou
formalismo
moderado
devem ser observadas pela Administração Pública na condução do feito, mas, em
contrapartida, não se exigem tantas formalidadesao particular interessado no
procedimento.
#JACAIU #CESPE: Em 2017, a banca considerou correta a seguinte assertiva: No processo
administrativo, vige o princípio do formalismo moderado, rechaçando-se o excessivo rigor
na tramitação dos procedimentos, para que se evite que a forma seja tomada como um
fim em si mesma, ou seja, desligada da verdadeira finalidade do processo.
Verdade real
Em virtude desse princípio, é admissível, em sede de recursos administrativos, a
chamada reformatio in pejus.
#CUIDADO, não se admite reformatio in pejus em processo de revisão, posto que se
trataria de processo distinto, mas no âmbito do mesmo processo, admite-se a reformatio
in pejus.
A de is o ad i ist ativa ue p e fi ao p o esso ad i ist ativo, se elha ça do ue
ocorre no âmbito jurisdicional, possui a característica de ser definitiva.
Logo, o servidor público já punido administrativamente não pode ser julgado novamente
para que sua pena seja agravada mesmo que fique constatado que houve vícios no
processo e que ele deveria receber uma punição mais severa.
Assim, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a
penalidade aplicada ao servidor, consoante pareceres do órgão correspondente,
ensejando aplicação de sanção mais grave ofende o devido processo legal e a proibição da
reformatio in pejus.
STJ. 3ª Seção. MS 10.950-DF, Rei. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012.
STJ. 1ª Seção. MS 11.749/DF, Rei. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/06/2014.
Gratuidade
Os processos administrativos são gratuitos, de modo que não há cobrança de custas,
emolumentos ou ônus sucumbenciais aos particulares envolvidos.
Legalidade
A Administração deve atuar de acordo com as balizas da lei, tanto para se resguardar
quanto para resguardar o administrado.
Motivação
Dever do administrador .de indicar os pressupostos de fato e de direito que
determinaram a prática dos atos administrativos.
#JURISPRUDÊNCIA #SÚMULAS
Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se
houver demonstração de prejuízo à defesa. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.
Súmula 591-STJ: É pe itida a p ova e p estada no processo administrativo disciplinar, desde que
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.
Servidor já punido não pode ser novamente julgado para agravar sua pena - Depois do servidor já ter sido
punido, é possível que a Administração, com base na autotutela, anule a sanção anteriormente cominada e
aplique uma nova penalidade mais gravosa? NÃO. A decisão administrativa que põe fim ao processo
administrativo, à semelhança do que ocorre no âmbito jurisdicional, possui a característica de ser definitiva.
Logo, o servidor público já punido administrativamente não pode ser julgado novamente para que sua pena seja
agravada mesmo que fique constatado que houve vícios no processo e que ele deveria receber uma punição mais
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severa. Assim, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a penalidade aplicada ao
servidor, consoante pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação de sanção mais grave ofende o
devido processo legal e a proibição da reformatio in pejus. Obs: o posicionamento acima tem por base a Súmula
19 do STF, que dispõe: É i ad issível segu da pu iç o de se vido pú li o, aseada o es o p o esso e ue
se fu dou a p i ei a. STJ. ª Seç o. MS -DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012. STJ. 1ª Seção.
MS 11749/DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/06/2014.
DENÚNCIA ANÔNIMA - É possível a i stau aç o de p o esso ad i ist ativo o ase e de ú ia a i a ?
SIM. Segundo o STJ, não há ilegalidade na instauração de processo administrativo com fundamento em denúncia
anônima, por conta do poder-dever de autotutela imposto à Administração e, por via de consequência, ao
administrador público. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1307503/RR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
06/08/2013.
#JACAIU #CESPE – Na última prova da DPU, em 2017, a banca considerou correta a seguinte assertiva: É possível
a instauração de procedimento administrativo disciplinar com base em denúncia anônima.
INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS - Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar
apenas em função de ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os mesmos fatos investigados
administrativamente. As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em suspensão do
processo administrativo durante o trâmite do processo penal. STJ. 1ª Seção. MS 18090-DF, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 8/5/2013 (Info 523).
Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a
instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de
autotutela imposto à Administração
O indiciado se defende dos fatos que lhe são imputados e não de sua classificação legal. Assim, a posterior
alteração da capitulação legal da conduta, não tem o condão de gerar nulidade o Processo Administrativo
Disciplinar. A descrição dos fatos ocorridos, desde que feita de modo a viabilizar a defesa do acusado, afasta a
alegação de ofensa ao princípio da ampla defesa.
INDEPENDÊNCIA / COMUNICAÇÃO ENTRE AS INSTÂNCIAS (EXEMPLOS)
Independência Comunicação
Absolvição penal por falta de provas – não repercute
na esfera administrativa, pois pode ser que na esfera
administrativa existam provas suficientes para
condenação naquela esfera.
Negativa da existência do fato – comunica-se com a
esfera administrativa, posto que se evidencia que o
fato em questão sequer existiu.
Prescrição penal – não repercute na esfera
administrativa, pois apenas reconhece a perda do
direito de punir do Estado.
Negativa de autoria – comunica-se com a esfera
administrativa. O fato existe, mas ficou comprovado
que a parte não o realizou.
INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CASO DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR QUE GERE
DEMISSÃO - Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver proveito
econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido (no caso, eram apenas R$ 40,00).
Isso porque não incide, na esfera administrativa, o princípio da insignificância quando constatada falta disciplinar
prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. STJ. 1ª Seção. MS 18090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
8/5/2013 (Info 523).
PAD É INDEPENDENTE EM RELAÇÃO À AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - As punições aplicáveis no
PAD são independentes em relação às sanções determinadas na ação judicial de improbidade administrativa, não
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havendo bis in idem caso o servidor seja punido nas duas esferas. STJ. 1ª Seção. MS 15848/DF, Rel. Min. Castro
Meira, julgado em 24/04/2013.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Espécies de Atos de improbidade e demais detalhes
Espécies
Atos que ensejam
enriquecimento ilícito
(artigo 9º)
Atos que causam dano ao
erário público (artigo 10º)
Atos que atentam contra os
princípios da administração
pública (artigo 11º)
Principais
exemplos
Utilizar em obra ou
serviço particular
veículos, maquinas ou
equipamentos de
propriedade dos entes
estabelecidos no art. 1º
(inciso IV)
Receber vantagem para
tolerar jogos de azar
(inciso V)
Fazer declaração falsa
sobre medição (inciso
VI)
Omitir atos de ofício
Permitir ou concorrer
para que pessoa física ou
jurídica privada utilizebens, rendas, etc (inciso
II)
Doar bens, rendas,
verbas ou valores dos
entes do artigo 1º (inciso
III)
Realizar operação
financeira sem
observância das normas
legais (inciso VI)
Frustrar a licitude de
processo licitatório
(inciso VIII)
Retardar ou deixar de
praticar atos de oficio
(inciso II)
Negar publicidade aos
autos oficiais (inciso IV)
Frustrar a licitude de
concurso público (inciso V)
Torturar preso (Info 577 do
STJ)
Professor que assedia
sexualmente aluno (REsp
1255120/SC, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em
21/05/2013, DJe 28/05/2013)
Elemento
subjetivo
Dolo Dolo /culpa Dolo
Penalidades
Perda de bens e valores
acrescidos ilicitamente
Ressarcimento integral
do dano, quando houver
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos
políticos de 08 a 10 anos
Multa civil de até 03
vezes o valor do
acréscimo patrimonial
Proibição de contratar
com o Poder Público ou
Perda de bens e valores
acrescidos ilicitamente
Ressarcimento integral
do dano
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos
políticos de 05 a 08 anos
Multa civil de até 02
vezes o valor do
acréscimo patrimonial
Proibição de contratar
com o Poder Público ou
Perda de bens e valores
acrescidos ilicitamente
Ressarcimento integral do
dano, quando houver
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos
políticos de 03 a 05 anos
Multa civil de até 100 vezes
o valor da remuneração
percebida pelo agente;
Proibição de contratar com
o Poder Público ou receber
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receber incentivos fiscais
pelo prazo de 10 anos
(artigo 12, I)
receber incentivos fiscais
pelo prazo de 05 anos
(artigo 12, II)
incentivos fiscais pelo prazo
de 03 anos (artigo 12, III)
Informação
importante
Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano
causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. (artigo 12, § único)
ATENÇÃO EXTRA AQUI PESSOAL !!!!!
NOVA MODALIDADE DE ATO DE IMPROBIDADE
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção
de efeito)
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está
o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8
(oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído
pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Sequestro de bens (artigo 16)
Pode ser decretada em qualquer
hipótese de ato de improbidade?
Redação dos arts. 7º e 16 da LIA: NÃO.
STJ e doutrina: SIM.
Pode ser decretada antes do
recebimento da petição inicial da
ação de improbidade?
Sim (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 07/03/2013, DJe 13/03/2013).
Pode ser decretada sem ouvir o réu?
Sim, visando assegurar o resultado útil da tutela jurisdicional, qual
seja, o ressarcimento ao Erário. (art. 17, § 7º da LIA)
Exige-se a demonstração do fumu
boni iuris e periculum in mora para
seu deferimento?
Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora
presumido (implícito).
Precisa demonstrar que o réu está
dilapidando o patrimônio?
Não.
O requisito do periculum in mora está implícito no referido art. 7º,
pa g afo ú i o, da Lei º . / , ue visa assegu a o i tegral
essa i e to de eve tual p ejuízo ao e io, o ue, i lusive,
atende à determinação contida no art. 37, § 4º, da CF/88. STJ. 1ª
Seção. REsp 1.366.721-BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
para acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/2/2014 (recurso
repetitivo) (Info 547).
Pode ser decretada a
indisponibilidade sobre bens que o
acusado possuía antes da suposta
prática do ato de improbidade?
Indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes
quanto depois da prática do ato de improbidade. #STJ
A indisponibilidade pode recair sobre Segundo o STJ, as verbas absolutamente impenhoráveis não podem
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verbas absolutamente
impenhoráveis?
ser objeto de indisponibilidade.
A indisponibilidade é decretada para
assegurar apenas o ressarcimento
dos valores ao Erário ou também
para custear o pagamento da multa
civil?
Para custear os dois
É possível que se determine a
indisponibilidade de bens em valor
superior ao indicado na inicial?
Sim, isso porque a indisponibilidade acautelatória prevista na Lei de
Improbidade Administrativa tem como finalidade a reparação integral
dos danos que porventura tenham sido causados ao erário.
DIREITO AMBIENTAL 3
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
PRINCÍPIOS
Princípio do
desenvolvimento
sustentável
Desenvolvido inicialmente na Conferência de Estocolmo de 1972. segundo o qual se
baseia a noção da necessidade da coexistência harmônica do desenvolvimento
econômico com os limites ambientais, para que estes não se esgotem, mas que fiquem
preservados para as futuras gerações.
Princípio da
reparação
integral
Ta o he ido o o princípio da responsabilidade , ou princípio do poluidor-
pagador pollute pa p i iple , usca imputar ao poluidor o custo social da poluição
por ele gerada, engendrando um mecanismo de responsabilidade por dano ecológico.
Não pode ser confundido com uma permissão à degradação, mas evitar a degradação
ambiental (Lei 6.938/81, artigo 4º, inciso VII)
Princípio da
prevenção
A prevenção trata de riscos ou impactos já conhecidos da ciência, ao passo que a
precaução se destina a gerir riscos ou impactos desconhecidos. O princípio da
prevenção relaciona-se com o perigo concreto de um dano, ou seja, sabe-se que não se
deve esperar que ele aconteça, fazendo-se necessário, portanto, a adoção de medidas
capazes de evitá-lo.
Princípio da
precaução:
A precaução tende a não autorização de determinado empreendimento, se não houver
certeza científica de que ele não causará no futuro um dano irreversível. Foi proposto
a o fe ia Rio o a segui te defi iç o: O P i ípio da p e auç o a ga a tia
contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não
3 Por Ana Luiza Novelli Silveira
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podem ser ainda identificados.
Princípio da
cooperação
Tanto diz respeito à cooperação internacional entre as nações, como internamente, à
cooperação entre os entes federativos e, ainda, a sociedade civil organizada, conforme
contemplado genericamente no art. 225 da Constituição Federal, quando ali se
prescreve que se impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender o meio
ambiente e preservá-lo.
Princípio da
Proibição do
Retrocesso
Significa dizer que, uma vez obtido um determinado direito, este passa a constituir
uma garantia institucional e um direito subjetivo
Princípio da
informação
Cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de
que disponham as autoridades públicas, inclusiveinformações acerca de materiais e
atividades perigosas e suas o u idades, e o o a opo tu idade de pa ti ipa
dos p o essos de is ios. Os Estados i o fa ilita e esti ula a o s ie tizaç o e a
pa ti ipaç o popula , olo a do as i fo aç es disposiç o de todos. (DECLARAÇÃO
DO RIO, p. 2)
Princípio da
participação
comunitária
A resolução dos problemas ambientais deve-se dar por intermédio da cooperação
entre o Estado e a sociedade, através da participação dos diferentes grupos sociais na
formulação e na execução da política ambiental.
Princípio da
função
socioambiental
da propriedade
Estabelece o condicionamento do uso da propriedade à preservação do meio ambiente
e ao bem estar social, conforme também foi reconhecido pelo legislador ordinário,
limitando o direito fundamental da propriedade, tanto rural como urbana, à sua
finalidade social.
Princípio da
ubiquidade
A proteção ambiental deve ser levada em conta em toda vez que uma política,
atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade, obra, etc. tiver que ser criada e
desenvolvida.
Princípio da
solidariedade
intergeracional
Por meio do qual se busca assegurar a solidariedade da presente geração em relação
às futuras, para que também estas possam usufruir de forma sustentável dos recursos
naturais.
Princípio da
subsidiariedade
O ente político centralizador, no caso a União, somente deve agir quando o regional,
no caso estadual, ou local – municipal, não for capaz de realizar determinada ação.
Princípio usuário
pagador
Complementar ao princípio anterior. Busca-se evita ue o usto ze o dos se viços e
recursos naturais acabe por conduzir o sistema de marcado a uma exploração
desenfreada do meio ambiente.
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Princípio da
Responsabilidade
comum, mas
diferenciada
Tem feição ambiental internacional, decorrendo do Princípio da Isonomia,
pontificando que todas as nações são responsáveis pelo controle da poluição e a busca
da sustentabilidade, mas os países mais poluidores deverão adotar as medidas mais
drásticas, pois são os principais responsáveis pela degradação ambiental na Biosfera.
#DEOLHONAJURIS
Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. STJ. 1ª
Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info 624).
- É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso
das unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. Assim, a
redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal. A medida
provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. A proteção ao meio
ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressamente do
elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 5/4/2018 (Info 896).
- As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que
autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a inconstitucionalidade
superveniente (sob a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao
dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança (art.
7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). Com isso, é proibida a utilização de
qualquer forma de amianto. STF. Plenário.ADI 3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias
Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info 874). STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 29/11/2017 (Info 886).
- STJ: O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a quem supostamente
promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância lançada ao meio ambiente não lhe
é potencialmente lesiva. (Jurisprudência em teses)
- Princípio da precaução, campo eletromagnético e legitimidade dos limites fixados pela Lei 11.934/2009 - No
atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a existência de efeitos nocivos da exposição
ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por sistemas de
energia elétrica, não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme estabelece a Lei nº 11.934/2009. STF. Plenário. RE 627189/SP,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/6/2016 (repercussão geral) (Info 829).
- STJ: inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo é incapaz de curar ilegalidades
ambientais de natureza permanente, pois parte dos sujeitos tutelados – as gerações futuras – carece de voz e de
representantes que falem ou se omitam em seu o e . Passage do Resp . , de . .
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;
#ATENÇÃO: OBS: Lei 9985/00 – Institui o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento)
#ATENÇÃO: OBS: Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança) estabelece normas de segurança e mecanismos de
fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
#IMPORTANTE: O Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre a inconstitucionalidade de norma que
dispensava a realização do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) em situações de relevante impacto ambiental.
A Constituição não apenas exige a elaboração do EIA nos casos de licenciamento de atividades de relevante
impacto ambiental como também a sua publicidade, em respeito ao princípio da informação em matéria
ambiental.
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividadesconsideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
#SELIGA O te o pat i io a io al utilizado o se tido de valo e i po t ia de tais io as pa a a
p oteç o a ie tal e o o o e pe te e te U i o. RE , STF: N o a Mata Atl ti a, ue i teg a o
patrimônio nacional a que alude o artigo 225, §4º, da Constituição Federal, e da U i o .
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§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.
#ATENÇÃO: Em geral as terras devolutas são classificadas como bens dominicais. Mas as terras devolutas
indispensáveis à preservação ambiental são bens da União (art. 20, II da CRFB/ 1988) e podem ser classificadas
como bens públicos de uso especial, por possuírem destinação pública específica, qual seja, a proteção dos
ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 96, de 2017)
#ATENÇÃO #VAICAIR Houve a chamada reação legislativa / ativismo legislativo com a promulgação da EC
96/2017! No Informativo 842, o STF entendeu que a prática de Vaquejada era inconstitucional. Como bem
sa e os, o STF o gua di o da Co stituiç o, da do a últi a palav a p ovis ia a e a e seu e e í io da
jurisdição constitucional. A ADI 4983/CE teve efeito erga omnes e vinculante, contudo, não vinculando o Poder
Legislativo em sua função típica de legislar! Logo, após forte pressão social e da bancada do agronegócio, editou-
se a Emenda Constitucional 96/17 (tal mecanismo só não seria possível se, eventualmente, referida emenda
viesse a suprimir ou afetar as cláusulas pétreas constitucionais).
Agora vamos conversar um pouco acerca das competências constitucionais acerca do meio ambiente?!
COMPETÊNCIAS
Administrativa
União
Exclusiva Art. 21, IX, XVIII, XIX, XX e XXIII
Comum Art. 23, III, IV, VI, VII e XI
Estados
e DF
Exclusiva Art. 25, §§1º, 2º e 3º
Comum Art. 23, III, IV, VI, VII e XI
Municípios
Exclusiva Art. 30, VIII e IX
Comum Art. 23, III, IV, VI, VII e XI
Legislativa União
Privativa Art. 22, IV, XII e XXVI
Concorrente Art. 24, VI, VII e VIII
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Estados
Exclusiva Art. 25, §§1º e 3º
Concorrente Art. 24, VI, VII e VIII.
Plena Art. 24, §3º
Municípios
Exclusiva Art. 30, I
Suplementar Art. 30, II
#DEOLHONAJURIS
- Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos de embarcações,
oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela ao meio ambiente, sendo essa matéria
de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e VIII, da CF/88. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872).
- É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os
proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. O
Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de
interesse local. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
julgado em 29/6/2017 (Info 870).
- O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o Estado-
membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, da CF/88). O STF julgou
inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de limpeza e preparo
do solo no referido município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de cana-de-açúcar e de outras
culturas. Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a proteção do meio ambiente obtida com a
proibição imediata da queima da cana e, de outro, a preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem
neste setor. No caso, o STF entendeu que deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores
canavieiros, que merecem proteção diante do chamado progresso tecnológico e da respectiva mecanização,
ambos trazidos pela pretensão de proibição imediata da colheita da cana mediante uso de fogo. Além disso, as
normas federais que tratam sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um planejamento com o
intuito de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador para o corte da
cana. Nesse sentido: Lei 12.651/2012 (art. 40) e Decreto 2.661/98. STF. Plenário. RE 586224/SP, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 5/3/2015 (repercussão geral) (Info 776).
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA FLORESTAL
O Código Florestal estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação
Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o
controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê
instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
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É bom lembrar que o Código Florestal foi alvo recente de apreciação em conjunto de diversas ações em
controle concentrado. Portanto, é tema muito interessante para ser cobrado já nesta prova!
Amazônia
Legal
Os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as
regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste
do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão;
Área de
Preservação
Permanente -
APP
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas
Reserva Legal
Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do
art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos
e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa;
Área rural
consolidada
Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a
adoção do regime de pousio
Pequena
propriedade
ou posse rural
familiar
Aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedorfamiliar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao
disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006;
Uso
alternativo do
solo
Substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo,
como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de
mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação
humana
Manejo
sustentável
Administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e
ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do
manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas
espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a
utilização de outros bens e serviços
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
VIII - utilidade pública:
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
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b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário,
inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão
de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições
esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de
areia, argila, saibro e cascalho;
(Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
STF! Art. 3º, inciso VIII, alínea b – em que foram julgadas inconstitucionais as expressões "gestão de resíduos" e
"instalações necess ias ealizaç o de o petiç es espo tivas estaduais, a io ais ou i te a io ais .
c) atividades e obras de defesa civil;
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais referidas no
inciso II deste artigo;
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio,
quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do
Poder Executivo federal;
IX - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e
controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos
e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a
função ambiental da área;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar
livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa
renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de
2009;
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos
cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade;
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade
competente;
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio,
quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder
Executivo federal;
(Vide ADIN Nº 4.903)
Art. 3º, incisos VIII e IX – Interpretação conforme a CF para condicionar a intervenção excepcional em APP por
interesse social ou utilidade pública à inexistência de alternativa técnica ou locacional à atividade proposta.
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Com relação à intervenção excepcional em Áreas de Preservação Permanente. Nesse caso, foram reduzidas as
hipóteses de intervenção previstas na lei. Ficou determinado que a intervenção por interesse social ou utilidade
pública fica condicionado à inexistência de alternativa técnica ou locacional à atividade proposta. Foi reduzindo
também o rol de casos de utilidade pública previstos, de forma a excluir a hipótese de obras voltadas à gestão de
resíduos e vinculadas à realização de competições esportivas.
XVII - nascente: aflo a e to atu al do le çol f e ti o ue ap ese ta pe e idade e d i í io a u u so d’ gua;
XVIII - olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente;
(Vide ADIN Nº 4.903) Optou-se pela interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII, do Código Florestal,
para fixar a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram área de
preservação permanente;
XIX - leito regular: a alha po o de o e egula e te as guas do u so d’ gua du a te o a o;
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) Reconhecer a constitucionalidade do art. 3º, XIX, do Código Florestal
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos imóveis a que se refere o inciso
V deste artigo às propriedades e posses rurais com até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades
agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas demarcadas e às demais áreas tituladas de povos e comunidades
tradicionais que façam uso coletivo do seu território.
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) De la a a i o stitu io alidade das e p ess es de a adas e
tituladas , o tidas o a t. º, pa g afo ú i o, do Código Florestal.
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as fai as a gi ais de ual ue u so d’água atu al perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a
borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN Nº
4.903)
a t i ta et os, pa a os u sos d’ gua de e os de dez et os de la gu a;
i ue ta et os, pa a os u sos d’ gua ue te ha de dez a 50 (cinquenta) metros de largura;
e et os, pa a os u sos d’ gua ue te ha de i ue ta a duze tos et os de la gu a;
d duze tos et os, pa a os u sos d’ gua ue te ha de duze tos a seis e tos et os de
largura;
e ui he tos et os, pa a os u sos d’ gua ue te ha la gu a supe io a seis e tos et os;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a e et os, e zo as u ais, e eto pa a o o po d’ gua com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja
faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as á eas o e to o dos ese vató ios d’água a tifi iais, decorrentes de barramento ou represamento de
u sos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
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(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) Reconhecer a constitucionalidade do art. 4º, III, do Código Florestal
IV - as á eas o e to o das as e tes e dos olhos d’água pe e es, qualquer que seja sua situação topográfica,
no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
(Vide ADIN Nº 4.903) Optou-se por dar interpretação conforme ao art. 4º, IV, do Código Florestal, para fixar a
interpretação de que os e to os das as e tes e dos olhos d’ gua i te ite tes o figu a ea de
preservação ambiental.
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento)na linha de
maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem)
metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’ gua adja e te ou, os elevos o dulados, pela ota do po to de sela ais p i o da elevaç o;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir
do espaço permanentemente brejoso e encharcado. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
#ATENÇÃO!
§ 1o Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não
de o a de a a e to ou ep esa e to de u sos d’ gua atu ais. Redaç o dada pela Lei º . , de
2012).
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) Reconhecer a constitucionalidade do art. 4º, §1º, do Código Florestal
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a
reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação
nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
(Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) Reconhecer a constitucionalidade do art. 4º, § 4º, do Código Florestal
§ 5o É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3o desta Lei,
o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no
período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja
conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre.
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) reconhecer a constitucionalidade do art. 4º, § 5º, do Código Florestal
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§ 6o Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os incisos I e II
do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que:
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) reconhecer a constitucionalidade do art. 4º, § 6º, e incisos, do Código
Florestal
I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua
qualidade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos;
III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente;
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR.
Art. 5o Na implantação de ese vat io d’ gua a tifi ial destinado a geração de energia ou abastecimento
público, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor
das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme estabelecido no licenciamento
ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a
faixa mínima de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana. (Redação dada pela Lei nº
12.727, de 2012).
(Vide ADC Nº 42) o Tribunal reconheceu a constitucionalidade do art. 5º do Código Florestal.
#IMPORTANTE!
Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente
Art. 7o A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área,
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
§ 1o Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área,
possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os
usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2o A obrigação prevista no § 1o tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de
domínio ou posse do imóvel rural.
§ 3o No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão
de novas autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas as obrigações previstas no § 1o.
(Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.902) (Vide ADIN Nº 4.903)
Outro ponto intensamente discutido foi a uest o da a istia o fe ida aos p op iet ios ue ade i e ao
Programa de Regularização Ambiental (PRA). Segundo o Código, quem adere a programa não fica sujeito a
sanções referentes a infrações cometidas antes do marco temporal de 22 de junho de 2008. O entendimento da
Corte foi de que o caso não configura anistia, uma vez que os proprietários continuam sujeitos a punição na
hipótese de descumprimento dos ajustes firmados nos termos de compromisso. A regra prevista na norma teria,
na verdade, a finalidade de estimular a recuperação de áreas degradadas. O ponto recebeu interpretação
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conforme do STF a fim de afastar o risco de prescrição ou decadência da punibilidade no decurso do termo de
compromisso assumido pelo proprietário.
Art. 8o A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente
ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta
Lei.
ÁREA DE RESERVA LEGAL #MUITOIMPORTANTE
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem
prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes
percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP RESERVA LEGAL
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa,
com a função ambiental de preservar os recursos
Área localizada no interior de uma propriedade ou
posse rural, delimitada nos termos do art. 124, com a
4 Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da
aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação
à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: #LEITURAATENTA
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
§ 1o Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para assentamentos pelo Programa de Reforma
Agrária, será considerada, para fins do disposto do caput, a área do imóvel antes do fracionamento.
§ 2o O percentual de Reserva Legal em imóvel situado em área de formações florestais, de cerrado ou de campos gerais na
Amazônia Legal será definido considerando separadamente os índices contidos nas alíneas a, b e c do inciso I do caput.
§ 3o Após a implantaçãodo CAR, a supressão de novas áreas de floresta ou outras formas de vegetação nativa apenas será
autorizada pelo órgão ambiental estadual integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no mencionado cadastro,
ressalvado o previsto no art. 30.
§ 4o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento),
para fins de recomposição, quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área ocupada por unidades de
conservação da natureza de domínio público e por terras indígenas homologadas.
§ 5o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, poderá
reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico
aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu território ocupado por unidades de conservação da natureza de
domínio público, devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas.
§ 6o Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de
Reserva Legal.
§ 7o Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou
autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de
energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.
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hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas.
função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de
fauna silvestre e da flora nativa.
Previstas nos artigos ⁰ e ⁰ do Novo C digo Flo estal,
em área urbana ou rural.
Prevista no artigo 12 do Novo Código Florestal, em
área rural.
Exploração excepcional, apenas mas hipóteses de
utilidade pública, interesse social ou intervenção
eventual de baixo impacto ambiental.
Exploração apenas sob a forma de manejo florestal
sustentável, que não permite o corte raso da
vegetação.
Incidência ex lege a tigo ⁰ ou po eio de ato do
Chefe do Pode E e utivo a tigo ⁰ .
Incidência ex lege, mas depende de delimitação a ser
definida pelo órgão ambiental estadual, que deverá
ser registrada no CAR.
Não há percentual de área de propriedade definido na
lei, pois a delimitação ocorrerá em cada caso concreto
segu do o a tigo ⁰.
A lei define os percentuais mínimos de área da
propriedade (80%, 35% ou 20%), a depender da
vegetação e da localização.
PODER DE POLICIA AMBIENTAL
Poder de polícia é a faculdade de que a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo
de bens, atividades e direitos individuais em benefício do próprio Estado (MEIRELLES, 2001).
Todos os entes federativos devem promover a proteção do meio ambiente, em especial, da fauna e flora,
bem como controlar a poluição, isso envolve atividades administrativas com fulcro no poder de polícia, com
fundamento no art. 225 da Constituição Federal:
Todos t di eito ao eio a ie te e ologi a e te e uili ado, e de uso o u do povo e esse ial
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as p ese tes e futu as ge aç es .
O poder de polícia ambiental permite o controle de atividades e empreendimentos de que possam
decorrer poluição ou agressão à natureza, de forma a garantir a máxima efetividade à proteção ao meio
ambiente.
As sanções aplicáveis por infração às normas ambientais devem ser previamente fixadas em lei e podem
ser pecuniárias, restritivas ou destrutivas.
#DEOLHONAJURIS
§ 8o Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e
ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
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STJ: É vedado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA impor
sanções administrativas sem expressa previsão legal.
STJ: É defeso ao IBAMA impor penalidade decorrente de ato tipificado como crime ou contravenção, cabendo ao
Poder Judiciário referida medida.
STJ: O emprego de fogo em práticas agropastoris ou florestais depende necessariamente de autorização do Poder
Público.
STJ: Em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento
adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado.
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DE INFRAÇÕES AMBIENTAIS
Conforme Art. 2o do Decreto 6514/08, considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
Principais apontados ao Decreto 6514/08
Sanções
Art. 3o As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e
subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
X - restritiva de direitos.
O agente
Art. 4o O agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará as sanções estabelecidas neste
Decreto, observando: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
I - gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a
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autuante
deverá levar
em conta:
saúde pública e para o meio ambiente;
II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III - situação econômica do infrator.
Prescrição
Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da administração objetivando apurar a prática de
infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.
Causas que
Interrompem
a prescrição
Art. 22. Interrompe-se a prescrição:
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por qualquer outro
meio, inclusive por edital;
II - por qualquer ato inequívoco da administração que importe apuração do fato; e
III - pela decisão condenatória recorrível.
#DEOLHONAJURIS
STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração
Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula n. 467/STJ)(Tese julgada sob o rito do
art. 543-C/1973)
#VAICAIR #DEPOISMEFALA #DUPLAIMPUTAÇÃO
É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Conforme orientação da Primeira
Turma do STF,"O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa
jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da
empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação" (RE 548.181, Primeira Turma, DJe
29/10/2014). Diante dessa interpretação, o STJ modificou sua anterior orientação, de modo a entender que é
possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes citados: RHC 53.208-SP,
Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe
29/10/2013. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015.
Posse irregular de animais silvestres por longo período de tempo. O particular que, por mais de vinte anos,
manteve adequadamente, sem indício de maus-tratos, duas aves silvestres em ambiente doméstico, pode
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permanecer na posse dos animais. STJ. 2ª Turma. REsp 1.425.943-RN, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
2/9/2014 (Info 550).
Infração ambiental grave e aplicação de multa independentemente de prévia advertência Configurada infração
ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa sem a necessidade de prévia imposição da pena de
advertência (art. 72 da Lei 9.605/98). STJ. 1ª Turma. REsp 1.318.051-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
17/3/2015 (Info 561).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
CONCEITO OBJETIVO
O procedimento administrativo destinado a licenciar
atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental.
O Art. 10, da Lei 6.938/81 prevê que: A construção,
instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento
ambiental.
Controle das atividades efetiva e potencialmente
poluidoras, através de um conjunto de procedimentos
a serem determinados pelo órgão ambiental
competente, com o intuito de defender o equilíbrio do
meio ambiente equilibrado e a qualidade de vida da
coletividade.
O procedimento administrativo de licenciamento ambiental almeja a concessão da licença ambiental, a
qual pode ser definida como:
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar,
ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que,
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
Dispõe o artigo 8º da Resolução 237/97: O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
Licença Prévia (LP) Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
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aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implementação;
Licença de Instalação
(LI)
Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem
motivo determinante;
– Licença de
Operação (LO)
Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação
Parágrafo único – As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a
natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
Licença Prévia – LP
É concedida na fase preliminar do projeto, estabelecendo a sua viabilidade
ambiental e os requisitos a serem atendidos nas próximas fases.
Possui prazo de validade de até 05 (cinco) anos.
Licença de Instalação – LI
Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade.
Possui prazo de validade de até 06 (seis) anos.
Licença de Operação – LO
Autoriza que o empreendimento ou atividade seja finalmente colocado em
prática.
Possui prazo de validade que varia entre 04 (quatro) e 10 (dez) anos.
Licença Simplificada
Autoriza o funcionamento de atividades e empreendimentos de pequeno
potencial de impacto ambiental em uma única etapa.
Dispõe o art. 19, inciso III, da Resolução 237 do CONAMA: O órgão ambiental competente, mediante
decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
I – Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
II – Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença.
III – Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
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Deve-se relembrar, mais uma vez, a inexistência do direito adquirido a poluir, razão pela qual a licença é
considerada rebus sic stantibus. Vejamos as principais hipóteses de revisibilidade da licença ambiental:
Suspensão
Estabelece uma espécie de sustação ou de sobrestamento de atividade até
que ocorra a adequação à legislação ambiental ou às condicionantes
ambientais impostas pelo órgão ambiental.
A Suspensão é hipótese de retirada temporária.
A Anulação, Cassação e Revogação são hipóteses de retirada definitiva.
Anulação
Ocorre nos casos de omissão ou falsa descrição de informações relevantes que
servirem para fundamentar a expedição da licença. Assim, pode-se dizer que
se trata de irregularidade na concessão da licença, que desconsiderou os
preceitos legais.
Cassação
Trata-se de irregularidade posterior à concessão da licença ambiental, em
razão do pelo descumprimento das condicionantes ou da legislação ambiental
Revogação Superveniência de graves riscos para o meio ambiente e para a saúde pública.
Competência para Licenciamento
É vedado o licenciamento ambiental múltiplo. O licenciamento ambiental múltiplo é aquele licenciamento
realizado por mais de uma esfera de governo. Vejamos o art. 13 da Lei Complementar 140/11:
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente
federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou
autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.
§2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo
licenciador.
§3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de
proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo.
Regras de competência para promover o licenciamento ambiental:
No inciso XIV do art. 7º da LC 140/2011 foram listadas as competências federais, que são desenvolvidas
atravésdo IBAMA.
No art. 9º, também em seu inciso XIV, foram listadas as competências para o licenciamento municipal.
Quanto aos estados, temos uma competência residual: o que não for de competência federal ou municipal será
licenciado pelos estados.
O Distrito Federal, como lhe é comum, acumula as competências estaduais e municipais.
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Competências
do IBAMA –
Federal:
Art. 7o São ações administrativas da União:
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do
Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme
disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor
material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de
suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;
Vale ficar atento. Pela "RESOLUÇÃO CONAMA nº 237/97, que regulamenta aspectos de
licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente:
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se
refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional.
Competência
Art. 8o São ações administrativas dos Estados:
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para
licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados;
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
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dos Estados
forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o;
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
Competência
dos Municípios
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios:
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para
licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município;
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
#ATENÇÃO #APA
Conforme o Art. 12 da LC 140/11, o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação não será
aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
No caso, a definição inicial do ente/órgão competente para licenciamento de atividades dentro de uma APA
depende de análise da abrangência da atividade e o seu decorrente impacto ambiental. Ou seja, deverá analisar
se o impacto tem repercussão nacional, regional ou local, em conformidade com os critérios previstos nas alíneas
a, b, e, f e h do inciso XIV do art. 7o, no inciso XIV do art. 8o e na alínea a do inciso XIV do art. 9o. da LCp 140/11.
Renovação da Licença Ambiental (LC 140/11)
Art. 14, § 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente
prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS CONTRA O MEIO AMBIENTE
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A Leitura da Lei 9.605/98 é muito importante. Tentaremos aqui sintetizar seus principais pontos:
Quem responde?
Quem pratica, na medida de sua culpabilidade, bem como aquele,
sabendo da prática, podia e devia impedir (art. 2º).
Responsabilidade da pessoa
jurídica
Serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão
de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade. (art. 3º)
OBS.: a responsabilidade da pessoa jurídica não exclui a da pessoa
física
É possível a desconsideração
da personalidade jurídica?
Sim, com adoção expressa da teoria menor (art. 4º)
DETALHES ACERCA DA PENA
O que a autoridade levará em
conta para graduar a
aplicação da pena?
A gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;
Os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de
interesse ambiental;
A situação econômica do infrator, no caso de multa. (Art. 6º)
É possível a substituição da
pena privativa de liberdade
pela restritiva de direitos?
Sim, desde que sejam observados os seguintes requisitos:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade
inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que
a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do
crime.
OBS.: As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída (artigo 7º)
Mas quais são as penas
restritivas de direitos?
I - prestação de serviços à comunidade: consiste na atribuição ao condenado
de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de
conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na
restauração desta, se possível.
II - interdição temporária de direitos: são a proibição de o condenado
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer
outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco
anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos
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III - suspensão parcial ou total de atividades: será aplicada quando estas não
estiverem obedecendoàs prescrições legais.
IV - prestação pecuniária: consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à
entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz,
não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil
a que for condenado o infrator.
V - recolhimento domiciliar: baseia-se na autodisciplina e senso de
responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido
nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a
sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.
Perfeito. Mas existem
circunstâncias atenuantes na
dosimetria da pena?
Sim! Veja só:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle
ambiental. (Artigo 14)
E agravantes?
Também existem, olha só o artigo 15:
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o
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meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do
Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas
públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
Só falta dizer que tem
suspensão condicional da
pena ?!
E não é que tem, contudo, atenção!
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode
ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não
superior a três anos.
DETALHES ACERCA DAS PENALIDADES IMPOSTAS À PESSOA JURIDICA
Quais são as penas aplicadas
às pessoas jurídicas?
I - multa;
II - restritivas de direitos;
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III - prestação de serviços à comunidade.
E quais são as modalidades de
penas restritivas de direitos?
I - suspensão parcial ou total de atividades: será aplicada quando estas não
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à
proteção do meio ambiente.
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade: será
aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando
sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com
violação de disposição legal ou regulamentar.
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações: não poderá exceder o prazo de dez anos.
E quais as modalidades de
prestação de serviços à
comunidade?
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas
#ATENÇÃO Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir,
facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio
será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
DETALHES ACERCA DA AÇÃO E DO PROCESSO
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá
ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da
mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. Transação.
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor
potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de
laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1°
do mesmo artigo;
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão
do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um
ano, com suspensão do prazo da prescrição;
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III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo
mencionado no caput;
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação do
dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o
máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de
constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE / SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA
Criado pela Lei 6.938/1981, regulamentada pelo Decreto 99274/1990, o Sistema Nacional de Meio
Ambiente (Sisnama) é a estrutura adotada para a gestão ambiental no Brasil, e é formado pelos órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios responsáveis pela proteção, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental no Brasil, e tem a seguinte estrutura:
SISNAMA
Órgão Superior Conselho de Governo
Órgão Consultivo/Deliberativo CONAMA
Órgão Central MMA
Órgãos Executores Ibama e ICMBio
Órgãos Seccionais Estados
Órgãos Locais Municípios
Já, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das
unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.
Dentre os objetivos do SNUC, pode-se destacar:
contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e
nas águas jurisdicionais
contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais
promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais
recuperar ou restaurar ecossistemas degradados
Proteger os recursos naturais necessários à subsistênciade populações tradicionais, respeitando e
valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
ORGANIZAÇÃO DO SNUC
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Órgão consultivo e
deliberativo
Conselho Nacional do Meio
Ambiente - Conama
atribuições de acompanhar a
implementação do Sistema
Órgão central Ministério do Meio Ambiente finalidade de coordenar o Sistema
Órgãos Executores
Instituto Chico Mendes e o Ibama
(Federal)
os órgãos estaduais e municipais
função de implementar o SNUC,
subsidiar as propostas de criação e
administrar as unidades de
conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de
atuação.
Lei 9.985/00
Objetivos do SNUC (artigo 4º) Diretrizes do SNUC (artigo 5º)
I - contribuir para a manutenção da diversidade
biológica e dos recursos genéticos no território
nacional e nas águas jurisdicionais;
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no
âmbito regional e nacional;
III - contribuir para a preservação e a restauração da
diversidade de ecossistemas naturais;
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir
dos recursos naturais;
V - promover a utilização dos princípios e práticas de
conservação da natureza no processo de
desenvolvimento;
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de
notável beleza cênica;
VII - proteger as características relevantes de natureza
geológica, geomorfológica, espeleológica,
arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e
edáficos;
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X - proporcionar meios e incentivos para atividades de
I - assegurem que no conjunto das unidades de
conservação estejam representadas amostras
significativas e ecologicamente viáveis das diferentes
populações, habitats e ecossistemas do território
nacional e das águas jurisdicionais, salva guardando o
patrimônio biológico existente;
II - assegurem os mecanismos e procedimentos
necessários ao envolvimento da sociedade no
estabelecimento e na revisão da política nacional de
unidades de conservação;
III - assegurem a participação efetiva das populações
locais na criação, implantação e gestão das unidades
de conservação;
IV - busquem o apoio e a cooperação de organizações
não-governamentais, de organizações privadas e
pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos,
pesquisas científicas, práticas de educação ambiental,
atividades de lazer e de turismo ecológico,
monitoramento, manutenção e outras atividades de
gestão das unidades de conservação;
V - incentivem as populações locais e as organizações
privadas a estabelecerem e administrarem unidades
de conservação dentro do sistema nacional;
VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade
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pesquisa científica, estudos e monitoramento
ambiental;
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade
biológica;
XII - favorecer condições e promover a educação e
interpretação ambiental, a recreação em contato com
a natureza e o turismo ecológico;
XIII - proteger os recursos naturais necessários à
subsistência de populações tradicionais, respeitando e
valorizando seu conhecimento e sua cultura e
promovendo-as social e economicamente.
econômica das unidades de conservação;
VII - permitam o uso das unidades de conservação
para a conservação in situ de populações das variantes
genéticas selvagens dos animais e plantas
domesticados e recursos genéticos silvestres;
VIII - assegurem que o processo de criação e a gestão
das unidades de conservação sejam feitos de forma
integrada com as políticas de administração das terras
e águas circundantes, considerando as condições e
necessidades sociais e econômicas locais;
IX - considerem as condições e necessidades das
populações locais no desenvolvimento e adaptação de
métodos e técnicas de uso sustentável dos recursos
naturais;
X - garantam às populações tradicionais cuja
subsistência dependa da utilização de recursos
naturais existentes no interior das unidades de
conservação meios de subsistência alternativos ou a
justa indenização pelos recursos perdidos;
XI - garantam uma alocação adequada dos recursos
financeiros necessários para que, uma vez criadas, as
unidades de conservação possam ser geridas de forma
eficaz e atender aos seus objetivos;
XII - busquem conferir às unidades de conservação,
nos casos possíveis e respeitadas as conveniências da
administração, autonomia administrativa e financeira;
e
XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de um
conjunto integrado de unidades de conservação de
diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas
respectivas zonas de amortecimento e corredores
ecológicos, integrando as diferentes atividades de
preservação da natureza, uso sustentável dos recursos
naturais e restauração e recuperação dos
ecossistemas.
#ATENÇÃO! O Ibama, atuará em caráter supletivo!
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#ATENÇÃO2! Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação
estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de
manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas
características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Lei 6.938/81)
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Importante conhecer as seguintes definições:
Meio ambiente
O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
Degradação da
qualidade
ambiental
A alteração adversa das características do meio ambiente;
Poluição
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
Poluidor
A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
Recursos
ambientais
A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
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Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para
a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambientale as de relevante interesse
ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal,
tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de
1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a
produzí-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
LEGISLAÇÃO E TRATADOS PARA A PROTEÇÃO DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS
Convenção de Washington,
de 1973
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e
Fauna Selvagem (CITES) – institui a regulamentação do comércio de
dete i adas esp ies, dispostas e t s a e os: a) todas espécies em perigo
de extinção que são ou podem ser afetadas pelo comércio (Anexo I), o qual
somente será autorizado em circunstâncias excepcionais (dispostas no art. 3); b)
as espécies que não se encontram em perigo de extinção, mas que podem chegar
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a esta situação (Anexo II) e c) as espécies que as Partes na Convenção declararem
submetidas à regulamentação interna com o objetivo de prevenir ou restringir
sua exploração e que necessitam a cooperação de outras Partes no controle do
o io A exo III .”
Convenção de Ramsar de
1971 (Convenção sobre as
Zonas Húmidas de
Importância Internacional)
É considerada o primeiro tratado intergovernamental a fornecer uma base
estrutural para a cooperação internacional e ação nacional no sentido da
conservação e uso sustentável dos recursos naturais, em concreto, das zonas
húmidas e seus recursos. #JÁCAIUEMPROVA
Convenção de Bonn de
1979 (Convenção sobre a
conservação de espécies
migratórias de animais
selvagens)
Possui como finalidade a conservação, mediante a restrição à captura e a
o se vaç o de ha itats: a dos ha itats de ep oduç o e as espécies
(terrestres, marinhas e aéreas) migratórias selvagens nos Estados considerados
da área de distribuição; b) as espécies em perigo (enumeradas no anexo I) e c) as
espécies cujo estado de conservação seja desfavorável (enumeradas no anexo
II .
Conferência de Estocolmo
de 1978
Primeiro instrumento de Direito Internacional Ambiental que aborda as
principais questões que prejudicavam o planeta e a recomendação de critérios
para minimizá-los. Serviu para inserir no plano internacional a dimensão
ambiental como condicionadora e limitadora do modelo tradicional econômico e
dos recursos naturais do planeta.
Relatório Brundtland 1987
Foram apontados os principais problemas ambientais em três grandes grupos:
a) poluição ambiental, emissões de carbono e mudanças climáticas, poluição da
atmosfera, poluição da água, dos efeitos nocivos dos produtos químicos e dos
rejeitos nocivos, dos rejeitos radioativos e a poluição das águas interiores e
costeiras.
b) diminuição dos recursos naturais, como a diminuição de florestas, perdas de
recursos genéticos, perda de pasto, erosão do solo e desertificação, mau uso de
energia, uso deficiente das águas de superfície, diminuição e degradação das
águas freáticas, diminuição dos recursos vivos do mar.
c) problemas de natureza social tais como: uso da terra e sua ocupação, abrigo,
suprimento de água, serviços sanitários, sociais e educativos e a administração
do crescimento urbano acelerado
Convenção de Viena para a
Proteção da Camada de
Ozônio -
A Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio é um acordo
ambiental multilateral. Foi firmado na Conferência de Viena de 1985 e entrou em
ação no ano de 1988. Atua como estrutura para os esforços internacionais para
proteger a camada do ozônio. No entanto, não incluiu objetivos de redução
legalmente atuantes para o uso de CFC, o principal agente químico que causa a
degradação do ozônio.
Protocolo de Montreal de
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de
ozônio é um tratado internacional em que os países signatários se
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1987 comprometem a substituir as substâncias que se demonstrou estarem reagindo
com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera (conhecida como
ozonosfera).
Conferência da
Biodiversidade (Rio 92)
Produziu documentos que definiram o contorno das políticas essenciais para
alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável que atendesse às
necessidades dos pobres, reconhecendo os limites de desenvolvimento, de
modo a satisfazer às necessidades globais. As relações entre países pobres e
ricos foram conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores, como o
do poluido pagado e de pad es suste t veis de p oduç o e o su o.
Foram estabelecidos objetivos concretos de sustentabilidade em diversas áreas,
explicitando a necessidade de se buscarem recursos financeiros novos e
adicionais para a complementação em nível global do desenvolvimento
sustentável.
Agenda 21
Centraliza-se na idéia do desenvolvimento sustentável, essas devem ser
colocadas em prática durante esse século, o objetivo da Agenda 21 é implantar
medidas sociais, principalmente para os excluídos (índios, ribeirinhos), além de
questões como a mulher no contexto social, os jovens, e uma preocupação com
a preservação da atmosfera e oceanos.
Protocolo de Kyoto, de
1997
Pela primeira vez na história pôs limites às emissões de gases pelos Estados.
Conferência de
Johanesburgo, na África do
Sul, de 2002
Procurou a adoção de medidas concretas e identificações de metas
quantificáveis para pôr em ação de forma concreta a Agenda 21 (produzida na
Rio92). Dentre outros temas, foram avaliados os avanços obtidos e ampliadas as
fi alidades pa a as ha adas etas do il io ue visava , al de ga a tia
da sustentabilidade ambiental, a erradicação da fome e a miséria, o alcance de
educação primária com iguais oportunidades para homens e mulheres
A Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do
Mar (CNUDM)
Pretende constituir um marco jurídico geral, aglutinador do direito do mar
consuetudinário e os convênios universais e regionais existentes, que fixe as
bases para o desenvolvimento ulterior da regulação internacional e nacional,
prevenindo, reduzindo e controlando as distintas fontes de contaminação
causadas pelas atividades humanas em espaços marítimos, os quais
compreendem suas águas e recursos naturais.
Convenção de OSPAR
A Convenção OSPAR, ou Convenção para a Proteção do Meio Marinho do
Atlântico Nordeste, é uma evento internacional adotado em Paris, no âmbito da
reunião ministerial das Comissões de Oslo e Paris, em 22 de Setembro de 1992,
resultante da fusão e ctualização da Convenção para a Prevenção da Poluição
Marítima Causada por Operações de Imersão Efectuadas por Navios eAeronaves, assinada em Oslo a 15 de Fevereiro de 1972 (Convenção de Oslo), e
da Convenção para a Prevenção da Poluição Marítima de Origem Telúrica,
assinada em Paris a 4 de Junho de 1974 (Convenção de Paris).
Protocolo de Proteção Ambiental do Tratado da Antártica (também conhecido
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Protocolo de Proteção
Ambiental do Tratado da
Antártica
como Protocolo de Madri) é um documento assinado pelos países assinantes do
Tratado da Antártica, fazendo parte do Sistema de Tratados Antárticos. O
protocolo assegura a proteção do meio ambiente na Antártica, em todas as
atividades humanas desenvolvidas no continente
BIOSEGURANÇA
A Constituição Federal, no seu artigo 225, § 1º, II, determina que o Poder Público e a coletividade têm que
preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético.
O Brasil ratificou a Convenção da Biodiversidade, que ingressou em nosso ordenamento jurídico por meio
do Decreto de promulgação 2.519/1998, pois o Decreto Legislativo, por si só, não tem esse condão (DL 2/1994).
Portanto, a proteção ao patrimônio genético foi disciplinada pela Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança).
Além disso, conforme o art. 7o, inciso XXIII da LC 140/11, são ações administrativas da União, dentre
outras: gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições
setoriais.
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
Biossegurança
Co ju to de o as legais e egula e ta es ue esta ele e it ios e t i as pa a
a manipulação genética, no sentido de evitar danos ao meio ambiente e à saúde
hu a a SIRVINSKAS, Luís Paulo. Ma ual de Di eito A ie tal. S o Paulo, Sa aiva, ed.
2003).
Patrimônio
genético
A informação de origem genética, contida em amostras do todo ou de parte de espécime
vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e substâncias
provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos de organismos
vivos ou mortos, encontrados em condições in situ, inclusive domesticados, ou mantidos
em coleções ex situ, desde que coletados em condições in situ no território nacional, na
plataforma continental ou na zona econômica exclusiva.
Atividade de
pesquisa
Aquela realizada em laboratório, regime de contenção ou campo, como parte do
processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança de
OGM e seus derivados, o que engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o
armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados.
Atividade de uso
comercial de OGM
e seus derivados
Aquela que não se enquadra como atividade de pesquisa, e que trata do cultivo, da
produção, da manipulação, do transporte, da transferência, da comercialização, da
importação, da exportação, do armazenamento, do consumo, da liberação e do descarte
de OGM e seus derivados para fins comerciais.
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Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive vírus e outras
classes que venham a ser conhecidas;
II – ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico - ARN: material genético que contém informações
determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência;
III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante a
modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou
ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; consideram-se também os segmentos de
ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural;
IV – engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante;
V – organismo geneticamente modificado - OGM: organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha sido
modificado por qualquer técnica de engenharia genética;
VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que
não contenha forma viável de OGM;
VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável pela formação de gametas presentes nas glândulas sexuais
femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia;
VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único patrimônio
genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética;
IX – clonagem para fins reprodutivos: clonagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo;
X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização
terapêutica;
XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de se transformar em células
de qualquer tecido de um organismo.
#ATENÇÃO
§ 1o Não se inclui na categoria de OGM o resultante de técnicas que impliquem a introdução direta, num
organismo, de material hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN
recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação, indução poliplóide
e qualquer outro processo natural.
§ 2o Não se inclui na categoria de derivado de OGM a substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de
processos biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante.
#APOSTACICLOS Art. 4o Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes
técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador:
I – mutagênese;
II – formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;
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III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos
tradicionais de cultivo;
IV – autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural.
#OLHONAJURIS
Pesquisa com Células Tronco Embrionárias e a ADI 3510
Entendeu o STF, que a pesquisa científica com células-tronco embrionárias, autorizada pela Lei n° 11.105/2005,
objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam,
infelicitam, desesperam e não raras vezes degradam a vida de expressivo contingente populacional
(ilustrativamente, atrofias espinhais progressivas, distrofias musculares, a esclerose múltipla e a lateral
amiotrófica, as neuropatias e as doenças do neurônio motor). A escolha feita pela Lei de Biossegurança não
significou um desprezo ou desapreço pelo embrião "in vitro", porém u'a mais firme disposição para encurtar
caminhos que possam levar à superação do infortúnio alheio. Isto no âmbito de um ordenamento
constitucional que desde o seu preâmbulo qualifica "a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento,
a igualdade e a justiça" como valores supremos de uma sociedade mais que tudo "fraterna". O que já significa
incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira comunhão de
vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefício da saúde e contra eventuais tramas do
acaso e até dos golpes da própria natureza. Contexto de solidária, compassiva ou fraternal legalidade que, longe
de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embriões "in vitro", significa apreço e reverência a criaturas
humanas que sofrem e se desesperam. Inexistência deofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa
humana, pois a pesquisa com células-tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os fins a que se
destinam) significa a celebração solidária da vida e alento aos que se acham à margem do exercício concreto e
inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade (Ministro Celso de Mello).
III - A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO DIREITO À VIDA E OS DIREITOS INFRACONSTITUCIONAIS DO EMBRIÃO
PRÉ-IMPLANTO. O embrião referido na Lei de Biossegurança ("in vitro" apenas) não é uma vida a caminho de
outra vida virginalmente nova, porquanto lhe faltam possibilidades de ganhar as primeiras terminações nervosas,
sem as quais o ser humano não tem factibilidade como projeto de vida autônoma e irrepetível. O Direito
infraconstitucional protege por modo variado cada etapa do desenvolvimento biológico do ser humano. Os
momentos da vida humana anteriores ao nascimento devem ser objeto de proteção pelo direito comum. O
embrião pré-implanto é um bem a ser protegido, mas não uma pessoa no sentido biográfico a que se refere a
Constituição.
IV - AS PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO NÃO CARACTERIZAM ABORTO. A Lei de Biossegurança não veicula
autorização para extirpar do corpo feminino esse ou aquele embrião. Eliminar ou desentranhar esse ou aquele
zigoto a caminho do endométrio, ou nele já fixado. Não se cuida de interromper gravidez humana, pois dela aqui
não se pode cogitar. A "controvérsia constitucional em exame não guarda qualquer vinculação com o problema
do aborto." (Ministro Celso de Mello).
V - OS DIREITOS FUNDAMENTAIS À AUTONOMIA DA VONTADE, AO PLANEJAMENTO FAMILIAR E À
MATERNIDADE. Para que ao embrião "in vitro" fosse reconhecido o pleno direito à vida, necessário seria
reconhecer a ele o direito a um útero. Proposição não autorizada pela Constituição.
VI - DIREITO À SAÚDE COMO COROLÁRIO DO DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA DIGNA. A Lei de Biossegurança
como instrumento de encontro do direito à saúde com a própria Ciência. No caso, ciências médicas, biológicas e
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correlatas, diretamente postas pela Constituição a serviço desse bem inestimável do indivíduo que é a sua própria
higidez físico-mental.
VII - O DIREITO CONSTITUCIONAL À LIBERDADE DE EXPRESSÃO CIENTÍFICA E A LEI DE BIOSSEGURANÇA COMO
DENSIFICAÇÃO DESSA LIBERDADE. Compatibilização da liberdade de expressão científica com os deveres estatais
de propulsão das ciências que sirvam à melhoria das condições de vida para todos os indivíduos. Assegurada,
sempre, a dignidade da pessoa humana, a Constituição Federal dota o bloco normativo posto no art. 5º da Lei
11.105/2005 do necessário fundamento para dele afastar qualquer invalidade jurídica (Ministra Cármen Lúcia).
VIII - SUFICIÊNCIA DAS CAUTELAS E RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELA LEI DE BIOSSEGURANÇA NA CONDUÇÃO DAS
PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS. Trata-se de um conjunto normativo que parte do
pressuposto da intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto.
IX - IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO. Afasta-se o uso da técnica de "interpretação conforme" para a feitura de
sentença de caráter aditivo que tencione conferir à Lei de Biossegurança exuberância regratória, ou restrições
tendentes a inviabilizar as pesquisas com células-tronco embrionárias. Inexistência dos pressupostos para a
aplicação da técnica da "interpretação conforme a Constituição", porquanto a norma impugnada não padece de
polissemia ou de plurissignificatidade. Ação direta de inconstitucionalidade julgada totalmente improcedente.
(ADI 3510, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2008, DJe-096 DIVULG 27-05-2010
PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-01 PP-00134 RTJ VOL-00214-01 PP-00043)
Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de
inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral da República contra o artigo 5º da Lei federal 11.105/2005
(Lei da Biossegurança), que permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não usados no respectivo procedimento, e
estabelece condições para essa utilização – v. Informativo 497.
DIREITO RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Responsabilidade Objetiva e Teoria do Risco Integral
A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo
de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a
invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar
sua obrigação de indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973)
Lei 6938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente)
Art. 14, § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor
ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Desconsideração da Personalidade Jurídica – Teoria Menor
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Não custa lembrar que o Direito Ambiental adota, amplamente, a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica (in casu, v.g., os arts. 4º da Lei 9.605/1998 e 81 e 82 da Lei 11.101/2005). Sua incidência,
assim, na Ação Civil Pública, vem a se impor, em certas situações, com absoluto rigor. O intuito é viabilizar a plena
satisfação de obrigações derivadas de responsabilidade ambiental, notadamente em casos de insolvência da
empresa degradadora. #TEORIAMENOR
Anote aí!
Conceitos Art. 3º da Lei 6.938/81;
Tríplice responsabilidade da pessoa física ou jurídica (responsabilidade penal,
administrativa e civil)
Ar. 225, §3º da CF
Responsabilidade penal Arts. 2º e 3º da Lei 9.605/98
Responsabilidade civil objetiva Art. 14, §1º da Lei 6.938/81
Responsabilidade Administrativa Art. 70 da Lei 9.605/98
#DEOLHONAJURIS
Admite-se a condenação simultânea e cumulativa das obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar na
reparação integral do meio ambiente. (Jurisprudência em teses - STJ)
Em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento
adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado.
(AgRg no REsp 1001780/PR,Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 27/09/2011,DJE
04/10/2011)
A obrigação de recuperar a degradação ambiental é do titular da propriedade do imóvel, mesmo que não tenha
contribuído para a deflagração do dano, tendo em conta sua natureza propter rem. (REsp 1240122/PR,Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 28/06/2011,DJE 11/09/2012)
#AJUDAMARCINHO
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL
A responsabilidade administrativa ambiental, como regra, apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo ou culpa
para sua configuração. STJ. 2ª Turma. REsp 1640243/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 07/03/2017.
As empresas adquirentes da carga transportada pelo navio Vicuña no momento de sua explosão, no Porto de
Paranaguá/PR, em 15/11/2004, não respondem pela reparação dos danos alegadamente suportados por
pescadores da região atingida, haja vista a ausência de nexo causal a ligar tais prejuízos (proibição temporária da
pesca) à conduta por elas perpetrada (mera aquisição pretérita do metanol transportado). Situação concreta: três
i dúst ias uí i as ad ui ia u a g a de ua tidade de eta ol , su st ia utilizada oo at ia-prima
para a produção de alguns medicamentos. Elas adquiriram o metanol da METHANEX CHILE LIMITED, empresa
chilena que ficou responsável tanto pela contratação quanto pelo pagamento do frete marítimo. O navio
o t atado pela e p esa hile a pa a o t a spo te foi o BTG Vi uña , de a dei a do Chile. O o e ue ua do
já estava atracado no porto de Paranaguá/PR, o navio explodiu. Isso provocou uma tragédia ambiental porque
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houve o vazamento de milhões de litros de óleo e de metanol. Em razão do derramamento, a pesca na região
ficou temporariamente proibida. STJ. 2ª Seção. REsp 1602106-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
25/10/2017 (Info 615).
Empresa que deixou vazar amônia em rio e danos aos pescadores profissionais
A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela teoria do RISCO INTEGRAL. Não são admitidas
excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito, a força maior, fato de terceiro ou culpa exclusiva da
vítima. O registro de pescador profissional e o comprovante do recebimento do seguro-defeso são documentos
idôneos para demonstrar que a pessoa exerce a atividade de pescador. Logo, com tais documentos é possível
ajuizar a ação de indenização por danos ambientais que impossibilitaram a pesca na região. Se uma empresa
causou dano ambiental e, em decorrência de tal fato, fez com que determinada pessoa ficasse privada de pescar
durante um tempo, isso configura dano moral. O valor a ser arbitrado como dano moral não deverá incluir um
caráter punitivo. É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo. Assim, não há que se falar em
danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais. STJ. 2ª Seção. REsp 1.354.536-SE, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, j. 26/3/2014 (recurso repetitivo) (Info 538).
Particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno
O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde, apesar da
existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material orgânico, o acesso de outros
particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que,
por conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato
com os resíduos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014
(Info 544).
Dano moral coletivo no direito ambiental
Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a sentença condenatória
imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar
quantia em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo. STJ. 2ª Turma. REsp 1.328.753-MG, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 28/5/2013 (Info 526).
DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL 5
PESSOA NATURAL
- Em que momento a pessoa física (pessoa natural ou ente de existência visível) adquire personalidade jurídica?
#SELIGANATABELA!
Teoria Natalista
Teoria Da Personalidade
Condicional
Teoria Concepcionista
A personalidade jurídica só se
inicia com o nascimento. O
A personalidade civil começa com
o nascimento com vida, mas o
A personalidade jurídica se inicia
com a concepção, muito embora
5 Por Ana Luiza Novelli Silveira
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nascituro não pode ser
considerado pessoa. Só será
pessoa quando nascer com vida.
nascituro titulariza direitos
submetidos à condição suspensiva
(ou direitos eventuais).
alguns direitos só possam ser
plenamente exercitáveis com o
nascimento. O nascituro é pessoa
desde o momento em que ele é
concebido (o nascituro é um sujeito
de direitos).
O nascituro tem apenas
expectativas de direitos.
O nascituro possui direitos sob
condição suspensiva
O nascituro possui direitos.
Sílvio Rodrigues, Caio Mário, Sílvio
Venosa.
Washington de Barros Monteiro,
Arnaldo Rizzardo
Silmara Chinellato e a grande
maioria da doutrina
Artigos importantes do Código Civil:
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os direitos do nascituro.
Enunciados de Jornadas sobre o tema:
Enunciado n. 1 da I Jornada de Direito Civil
Art. 2º. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da
personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.
Decisões importantes sobre o tema: #DEOLHONAJURISPRUDENCIA #AJUDAMARCINHO
- Se uma gestante envolve-se em acidente de carro e, em virtude disso, sofre um aborto, ela terá direito de
receber a indenização por morte do DPVAT, nos termos do art. 3º, I, da Lei 6.194/74. REsp 1415727-SC
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Os direitos da personalidade são direitos subjetivos, de índole existencial, estabelecendo uma proteção
fundamental para toda e qualquer pessoa, em face de sua essência de ser pessoa. O rol é apenas
exemplificativo (não é taxativo).
Artigos importantes do CC:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
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Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Decisões importantes sobre o tema: #DEOLHONAJURISPRUDENCIA #AJUDAMARCINHO
- São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), que
determinam que as escolas privadas ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com
deficiência sem que possam cobrar valores adicionais de qualquer natureza. ADI 5357.
- É possível alterar o registro de nascimento para nele fazer constar o nome de solteira da genitora, excluindo o
patronímico do ex-padrasto. REsp 1072402-MG.
- Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização
de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo)
diretamente no registro civil. STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892) / STJ. 4ª Turma.REsp 1626739-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 9/5/2017 (Info 608). #SAINDODOFORNO #VAICAIR
- Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária a autorização prévia do indivíduo biografado, das
demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura. ADI
4815.
- A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra
biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. STJ. 3ª Turma.REsp 1454016-SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/12/2017 (Info 621).
- Súmula 403 - STJ: Independe de provado prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de
pessoa com fins econômicos ou empresariais.
- O STJ admite, a depender do caso concreto, o chamado direito ao esquecimento. REsp 1335153-RJ.
- É desnecessária realização de cirurgia de transgenitalização para que se retifique registro de nascimento de
transexual. REsp 1.626.739/RS.
CAPACIDADE E INCAPACIDADE
A capacidade6 jurídica se desdobra em:
Capacidade de direito (capacidade de gozo): Capacidade de fato (capacidade de exercício):
A capacidade de direito confunde-se com o próprio Significa a capacidade de, pessoalmente, exercer os
6 Não confundir capacidade com legitimidade. A falta de legitimidade significa que, mesmo sendo capaz, a pessoa está
impedida por lei de praticar determinado ato (ou seja, trata-se de um impedimento específico para a prática de determinado
ato). Já a falta da capacidade de fato gera a incapacidade civil, que pode ser absoluta ou relativa.
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conceito de personalidade, é a capacidade jurídica
genericamente reconhecida a qualquer pessoa;
atos da vida civil. Nem todas as pessoas a possuem.
Capacidade civil plena: é a soma dessas duas capacidades
Com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146/2015), passaram a ser considerados
absolutamente incapazes apenas os menores de dezesseis anos.
#SELIGANATABELA
Antes da Lei 13.146/2015 Depois da Lei 13.146/2015
Art. 3º: São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental,
não tiverem o necessário discernimento para a
prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
Art. 3º: São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos,
ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será
regulada por legislação especial.
Art.4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à
maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.
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PESSOA JURÍDICA
- Desconsideração da personalidade jurídica: A figura da desconsideração da personalidade jurídica teve sua
primeira aparição no ordenamento jurídico pátrio na seara do Direito Comercial, tendo como um de seus maiores
defensores Rubens Requião. Foi ganhando espaço nas decisões dos Tribunais, até ser devidamente tratada como
forma de intervenção de terceiros pelo Novo Código de Processo Civil. Em que pese não ser um tema muito
cobrado em certames Delta, tem sido exigido em muitas provas, razão pela qual trouxemos uma tabelinha
esperta.
#SELIGANATABELA!
DISPOSITIVO
TEORIA
ADOTADA
HIPÓTESE DE CABIMENTO
ART. 50, CC TEORIA MAIOR - abuso da personalidade.
ART.28, CAPUT, CDC TEORIA MAIOR
- abuso de direito;
- excesso de poder;
- infração da lei;
- fato ou ato ilícito;
- violação dos estatutos ou contrato social;
- falência;
- estado de insolvência;
- encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
ART.28, § 5º, CDC TEORIA MENOR
- sempre que personalidade for, de alguma forma, obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
ART. 4°, LEI 9.605/98 (LEI
AMBIENTAL)
TEORIA MENOR
- quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
ART. 34, LEI 10.2.529/2011
(LEI ANTI-TRUST)
TEORIA MAIOR
- abuso de direito;
- excesso de poder;
- infração da lei;
- fato ou ato ilícito;
- violação dos estatutos ou contrato social;
- falência;
- estado de insolvência;
- encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
ART. 135, CTN TEORIA MAIOR
- excesso de poderes;
- infração de lei, contrato social ou estatutos.
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- A sócia da empresa, cuja personalidade jurídica se pretende desconsiderar, que teria sido beneficiada por
suposta transferência fraudulenta de cotas sociais por um dos cônjuges, tem legitimidade passiva para integrar a
ação de divórcio cumulada com partilha de bens, no bojo da qual se requereu a declaração de ineficácia do
negócio jurídico que teve por propósito transferir a participação do sócio/ex-marido à sócia remanescente, dias
antes da consecução da separação de fato. STJ. 3ª Turma. REsp 1522142-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 13/6/2017 (Info 606).
- De acordo com o Código Civil, o encerramento das atividades ou dissolução da sociedade, ainda que irregulares,
não é causa, por si só, para a desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código Civil. STJ. 2ª Seção.
EREsp 1306553-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 10/12/2014 (Info 554).
- Se o sócio controlador de sociedade empresária transferir parte de seus bens à pessoa jurídica controlada com o
intuito de fraudar partilha em dissolução de união estável, a companheira prejudicada, ainda que integre a
sociedade empresária na condição de sócia minoritária, terá legitimidade para requerer a desconsideração
inversa da personalidade jurídica, de modo a resguardar sua meação. É possível a desconsideração inversa da
personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica por ele
controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro direitos oriundos
da sociedade afetiva. A legitimidade para requerer essa desconsideração é daquele que foi lesado por essas
manobras, ou seja, do outro cônjuge ou companheiro, sendo irrelevante o fato deste ser sócio da empresa. STJ.
3ª Turma. REsp 1236916-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/10/2013 (Info 533).
NEGÓCIOS JURÍDICOS
Planos de análise do negócio jurídico (Existência + Validade + Eficácia = Escada Ponteana).
Plano de Existência
(pressupostos de existência):
Trata-se do plano substantivo do negócio jurídico.
São analisados os elementos que compõem a sua existência e sem os quais o
negócio é um nada jurídico (inexistente).
Apesar de não haver sido regulado na parte geral do CC, é amplamente aceito
pela doutrina e pela jurisprudência.
(a) Manifestação de Vontade: É a soma da vontade interna + externa. Em
geral pode ser expressa ou tácita. O silêncio pode traduzir aceitação para
evitar comportamento contraditório.7
(b) Agente Emissor da Vontade: Todo negócio deve ter um declarante, sob
pena de não existir.
(c) Objeto do Negócio: É o bem jurídico visado.
(d) Forma: A fo a o veí ulo/ eio pelo ual a vo tade se a ifesta E .:
escrita, oral). Por isso, não se confunde com a própria vontade, apesar de
estar intimamente ligada a ela.
Verifica se o negócio possui aptidão para produzir efeitos.(a) Manifestação de Vontade LIVRE e DE BOA-FÉ: Percebam que os vícios de
vontade (Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo) são ualifi ado as
que atacam diretamente a vontade do agente, incidindo exatamente sobre o
7 A proibição do comportamento contraditório encontra base na teoria do Nemo potest venire contra factum proprium.
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Plano de Validade
(pressupostos de validade)8
planoa de validade do negócio jurídico.
(b) Agente Emissor da Vontade CAPAZ e LEGITIMADO.
(c) Objeto LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINADO/DETERMINÁVEL: No Brasil, a
doutrina tradicional enxerga a licitude do objeto não apenas com base na
legalidade estrita, mas também como aquele que não atentar contra o padrão
médio de moralidade e dos bons costumes.
(d) Forma LIVRE (NÃO DEFESA) OU PRESCRITA EM LEI: O CC consagra o
princípio da liberdade da forma para os negócios jurídicos. Vale dizer: os
negócios jurídicos no Brasil, em geral, têm forma livre (art. 107 do CC – A
validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
ua do a lei e p essa e te a e igi .
- O CC, porém, excepcionalmente, exige a forma do negócio para efeito de
prova (negócio ad probationem – art. 2279) ou como pressuposto de validade
do negócio jurídico (negócio ad solemnitatem – art. 10810).
Plano de Eficácia:
No plano da eficácia estudam-se os elementos que interferem na eficácia
jurídica do negócio jurídico. Esses elementos também são chamados de
elementos acidentais do negócio jurídico (acidentais porque podem ou não
ocorrer). São eles: Condição, Termo e Meio (ou Encargo).
Defeitos do negócio jurídico.
Vício de consentimento Vício social
O defeito está na formação da vontade (vontade
interna) e o prejudicado é um dos contratantes.
O defeito está na manifestação da vontade (vontade
externa) e o prejudicado é sempre um terceiro.
Ex: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. Ex: fraude contra credores e simulação.
Nulidade absoluta x nulidade relativa.
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE)
Atinge interesse público Atinge interesse particular
Pode ser suscitada por qualquer interessado, e deve
ser reconhecia de ofício pelo juiz (art. 168)11.
Só pode ser suscitada pelos interessados (art. 177).
8 Os pressupostos de validade nada mais são que os pressupostos de existência qualificados.
9 Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da
prova por escrito.
10 Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 Vezes o maior salário mínimo
vigente no País.
11 Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir.
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É irratificável (art. 169, 1ª parte)12, ou seja, é
insuscetível de confirmação.
É ratificável (art. 172). Pode ser suprida, sanada,
inclusive pelas partes.
Sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra geral, o
ato nulo não produz efeitos.
O tema se tornou controvertido.
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169,
parte final). Isso significa que a nulidade é
imprescritível.
Ação anulatória possui prazos decadenciais (4 ou 2
anos – art. 178 e 179, CC);
Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu
objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as
partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe
a prática, sem cominar sanção.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados
na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado
de perigo, lesão ou fraude contra credores.
- Decisões importantes sobre o tema:
- Em uma ação pauliana, se ficar comprovado que o bem foi sucessivamente alienado fraudulentamente para
diversas pessoas, mas que, ao final, o atual adquirente estava de boa-fé, neste caso deverá o juiz reconhecer que
é eficaz o negócio jurídico por meio do qual o último proprietário adquiriu o bem, devendo-se condenar os réus
que agiram de má-fé a indenizar o autor da pauliana, pagando o valor do bem que foi adquirido
fraudulentamente. STJ. 4ª Turma. REsp 1100525-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/4/2013 (Info
521).
- Não é suficiente para afastar a anterioridade do crédito que se busca garantir (requisito exigido para a
caracterização de fraude contra credores) a assinatura de contrato particular de promessa de compra e venda de
imóvel não registrado e desacompanhado de qualquer outro elemento que possa evidenciar, perante terceiros, a
realização prévia desse negócio jurídico. Em outras palavras, para que haja a fraude contra credores, a dívida
deve ser anterior à alienação realizada pelo devedor. Caso esta alienação tenha sido feita por meio de
instrumento particular, a data que será considerada como sendo a da alienação não é aquela constante do
contrato (porque seria muito fácil de falsificar), mas sim a data na qual este negócio jurídico foi registrado no
Cartório. Isso porque é com o registro da promessa de compra e venda no Cartório de Registro de Imóveis que o
direito do promissário comprador alcança terceiros estranhos à relação contratual originária. STJ. 3ª Turma. REsp
1217593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/3/2013 (Info 518)
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus
efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
12 Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
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- Não são convalidáveis os negócios jurídicos celebrados por meio da falsificação de assinatura de sócio, ainda
que o próprio sócio prejudicado tenha, por escritura pública, concedido ampla, geral e irrevogável quitação, a fim
de ratificar os negócios jurídicos. REsp 1368960-RJ.
- É nulo o compromisso de compra e venda que, em realidade, traduz-se como instrumento para o credor ficar
com o bem dado em garantia em relação a obrigações decorrentes de contrato de mútuo usurário. Trata-se de
simulação, que poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar
de nulidade absoluta. REsp 1076571-SP.
PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA
Prazos prescricionais:
PRAZO HIPÓTESES
01 ANO Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
02 ANOS Prestações alimentares.
03 ANOS Alugueis de prédios; enriquecimento sem causa; reparação civil.
04 ANOS Pretensão relativa à tutela.
05 ANOS
Cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
pretensão de profissionais liberais.
Prescriçãovs. decadência:
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Põe fim à pretensão. Põe fim ao direito.
Relacionada aos direitos subjetivos (cunho
prestacional. Aqueles que se opõem a um dever
jurídico).
Relacionada aos direitos potestativos (aqueles que se
opõem a um estado de sujeição).
Somente pode ser prevista em lei.
Pode ser prevista em lei (decadência legal) ou através
de contrato (decadência convencional).
Prazo da prescrição pode ser impedido, suspenso ou
interrompido.
Prazo de decadência não pode ser impedido,
suspenso ou interrompido (em regra – art. 207 do CC:
Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam
à decadência as normas que impedem, suspendem
ou interrompem a prescrição . Exceção (disposição
legal em contrário): art. 26, § 2º, do CDC.
Decisões importantes sobre o tema:
- Qual é o prazo prescricional da ação de repetição de indébito envolvendo o t ato de dula de dito u al? •
Se o fato ocorreu sob a vigência do CC/1916: 20 anos. • Se o fato o o eu so a vig ia do CC/2002: 3 anos. O
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termo inicial do prazo prescricional é a data do pagamento (efetiva lesão). STJ. 2ª Seção. REsp 1361730-RS, Rel.
Min. Raul Araújo, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 592).
- É de 3 anos o prazo prescricional de ação proposta por entidade de previdência privada complementar contra
terceiro que se apropriou indevidamente de verbas relativas a benefício previdenciário. Não há previsão
específica para este caso na LC 109/2001, razão pela qual se aplica o art. 206, § 3º, IV, do Código Civil (pretensão
de ressarcimento de enriquecimento sem causa). STJ. 4ª Turma. REsp 1334442-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
Rel. para acórdão Min. Raul Araújo, julgado em 7/6/2016 (Info 588).
- Prescreve em 10 anos (art. 205 do CC) a pretensão de cobrar dívida decorrente de conserto de automóvel por
mecânico que não tenha conhecimento técnico e formação intelectual suficiente para ser qualificado como
profissional liberal. Considera-se profissional liberal aquela pessoa que exerce atividade especializada de
prestação de serviços de natureza predominantemente intelectual e técnica, normalmente com formação
universitária, em caráter permanente e autônomo, sem qualquer vínculo de subordinação. Na categoria dos
profissionais liberais, incluem-se médicos, dentistas, advogados, engenheiros, arquitetos, psicólogos, veterinários,
agrônomo, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, economistas, contabilistas, administradores,
enfermeiros, professores etc. O mecânico não apresenta a necessária formação técnica especializada para que
incida o prazo prescricional quinquenal. STJ. 3ª Turma. REsp 1546114-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 17/11/2015 (Info 574).
#Atenção: prazo prescricional para cobrança de alugueres: 03 anos / prazo prescricional para cobrança de
condomínio: 05 anos
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil deriva da transgressão de uma norma jurídica preexistente, contratual ou
extracontratual, impondo-se consequentemente ao causador do dano o dever de indenizar. A depender da
natureza da norma jurídica preexistente violada, a responsabilidade jurídica poderá ser:
Contratual (art. 389 e 395): Extracontratual ou Aquiliana (art. 186, 187 e 927):
É aquela que surge quando descumprida uma
obrigação prevista em contrato.
Não há necessidade de prova da culpa do devedor
pelo descumprimento, basta a prova do
inadimplemento.
Há inversão do ônus da prova com relação à culpa,
haja vista que caberá ao devedor provar que não foi
culpado.
É aquela que surge quando descumprida uma
obrigação prevista na LEI.
A responsabilidade civil extracontratual pressupõe
que tenha ocorrido o descumprimento direto da lei.
Por meio do comportamento danoso viola-se a lei
diretamente.
A partir do momento em que o art. 186 do CC prevê a
regra geral da responsabilidade civil, passa a
consagrar uma ilicitude subjetiva, ao fazer nítida
referência aos elementos dolo e culpa.
Diferentemente, logo em seguida, o art. 187 do CC, ao
definir o abuso de direito, consagrou uma ilicitude
objetiva, dispensando o dolo e a culpa.
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Elementos da responsabilidade civil:
Conduta Humana
Toda forma de responsabilidade pressupõe um comportamento humano, positivo ou
negativo, marcado pela voluntariedade e consciência (elementos volitivo e
intelectivo). Não se pode responsabilizar animais ou atuações humanas involuntárias.
#CUIDADO Excepcionalmente, poderá haver responsabilidade civil decorrente de ato
lícito. Ex: direito de passagem forçada e desapropriação.
Nexo de
Causalidade
Trata-se do vínculo jurídico que une o comportamento do agente ao dano ou
prejuízo causado. O direito brasileiro adota, majoritariamente, a teoria da
causalidade adequada. Não obstante, há forte embate doutrinário. Pablo Stolze se
filia aos professores Gustavo Tepedino e Carlos Roberto Gonçalves, defendendo que
o Código Civil teria adotado a teoria da causalidade direta ou imediata, em razão da
redação do art. 403 do CC.
Dano ou Prejuízo
É a lesão a um interesse jurídico tutelado, seja ele material ou moral. Não é todo dano
que é indenizável, pois para ser indenizável pressupõe 3 requisitos:
Violação a Interesse Jurídico Tutelado;
Subsistência do Dano (se o dano foi reparado não subsiste);
Certeza do Dano (para que o dano possa ser indenizável ele não pode ser
hipotético, tem que ser um dano certo).
Responsabilidade civil pela perda de uma chance. De origem francesa e muito comum nos EUA e na Itália, a
teoria da perda de uma chance (Perte D´Une Chance), também adotada no Brasil, flexibiliza o requisito da
certeza do dano ao admitir a indenização à vítima quando esta sofre a perda de uma probabilidade plausível
que lhe seja favorável para a melhoria da sua situação atual.
Da o in re ipsa . Frequentemente consagrado em julgados do STJ, caracteriza uma situação de dano que,
por sua natureza, dispensa prova em juízo. Ou seja, é aquele que importa em prejuízo presumido, a exemplo
da situação de inscrição indevida no SPC ou no SERASA.
Decisões importantes sobre o tema:
- Não se admite que o dano moral de pessoa jurídica seja considerado como in re ipsa, sendo necessária a
comprovação nos autos do prejuízo sofrido. Apesar disso, é possível a utilização de presunções e regras de
experiência para a configuração do dano, mesmo sem prova expressa do prejuízo, o que sempre comportará a
possibilidade de contraprova pela parte ou de reavaliação pelo julgador. Ex: caso a pessoa jurídica tenha sido
vítima de um protesto indevido de cambial, há uma presunção de que ela sofreu danos morais. STJ. 3ª Turma.
REsp 1564955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619). Cuidado: existem julgados em
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sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode sofrer dano moral in re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª
Turma. REsp 1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619).
- A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de
repercussão social. Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não
autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Caso concreto: a TV Record exibiu
reportagem sobre o assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive, uma entrevista com Guilherme
de Pádua, condenado pelo homicídio. Foram exibidas, sem préviaautorização da família, fotos da vítima Daniela.
O STJ entendeu que, como havia relevância nacional na reportagem, não se aplica a Súmula 403 do STJ, não
havendo direito à indenização. STJ. 3ª Turma.REsp 1631329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 24/10/2017 (Info 614).
- A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na conduta
caracteriza dano moral in re ipsa. Durante uma discussão no condomínio, um morador, que é policial, algemou e
prendeu seu vizinho, após ser por ele ofendido verbalmente. STJ. 3ª Turma.REsp 1675015-DF, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 612).
- A demora da pessoa em buscar a indenização por dano moral é um fator que, em conjunto com as demais
circunstâncias, pode influenciar na fixação do quantum indenizatório. Esse entendimento, contudo, não se aplica
quando os autores eram menores de idade no momento do ato ilícito e somente ajuizaram a ação quando
completaram a maioridade. Assim, a demora na busca da compensação por dano moral, quando justificada pela
interrupção prescricional da pretensão dos autores – menores à época do evento danoso – não configura desídia
apta a influenciar a fixação do valor indenizatório. Ex: João foi atropelado por um ônibus e faleceu, deixando dois
filhos: Beatriz (4meses) e Pedro (1 ano).17 anos após o acidente, Pedro e Beatriz ajuizaram ação de indenização
por danos morais contra a empresa de ônibus pela perda de seu pai. O fato de terem esperado completar a
maioridade para proporem a ação não é motivo para que a indenização seja reduzida. STJ. 3ª Turma. REsp
1529971-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).
- As ofensas generalizadas proferidas por cantora contra policias militares que realizavam a segurança do show
atingem, de forma individualizada, cada um dos integrantes da corporação que estavam de serviço no evento e
caracterizam dano moral in re ipsa, devendo a artista indenizar cada um dos policiais que trabalhavam no local.
STJ. 3ª Turma. REsp 1677524-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/8/2017 (Info 609).
- A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente configura elemento
caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. REsp 1642318-MS.
- Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de que ele não estava
fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta REsp 1436401-MG.
- Pai, ou responsável, que não exerce autoridade de fato sobre o filho, embora ainda detenha o poder familiar,
não responde por ele. Mãe que, à época de acidente provocado por seu filho, residia permanentemente em local
distinto e apenas o pai exercia autoridade de fato, não pode ser responsabilizada pela reparação civil advinda do
ato ilícito. REsp 1232011-SC.
- A vítima de um ato ilícito praticado por adolescente pode propor a ação somente contra seu genitor, não sendo
necessário incluir o adolescente no polo passivo. REsp 1436401-MG.
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- Não há dano moral quando site de busca exibe, como resultado de uma busca, a indicação do link de um site
que não mais contém aquela palavra ou frase porque já foi removida. REsp 1582981-RJ.
- O dano social é uma nova espécie de dano reparável, que não se confunde com os danos materiais, morais e
estéticos, e que decorre de comportamentos socialmente reprováveis, que diminuem o nível social de
tranquilidade. A condenação por danos sociais somente pode ocorrer em demandas coletivas e, portanto, apenas
os legitimados para a propositura de ações coletivas poderiam pleitear danos sociais. Em suma, não é possível
discutir danos sociais em ação individual. Rcl 12062-GO.
- Tem direito a ser indenizada, com base na teoria da perda de uma chance, a criança que, em razão da ausência
do preposto da empresa contratada por seus pais para coletar o material no momento do parto, não teve
recolhidas as células-tronco embrionárias. REsp 1291247-RJ.
POSSE
Teorias justificadoras da posse:
Teoria Subjetivista ou Subjetiva
(Savigny).
Teoria Objetivista ou Objetiva
(Ihering).
Teoria da Função Social da Posse
(Saleilles, Perozzi e Gil).
Posse = Corpus + Animus
Domini. Não foi a adotada.
Posse = Corpus. Teoria adotada na
visão clássica.
Posse é função social (posse-trabalho).
Tendência contemporânea.
Exemplos de função social da posse:
A) redução dos prazos de usucapião extraordinário e ordinário: art. 1.238, § Único, do CC; e art. 1.242, parágrafo
único, do CC.
- O CC diz que se o Usucapiente estiver morando ou tiver tornado a terra produtiva, o Juiz pode reduzir em 5 anos
o prazo de usucapião (o extraordinário cai de 15 para 10; o ordinário cai de 10 para 5). Isso significa que o Juiz
pode reduzir em 5 anos o prazo de usucapião, quando o usucapiente estiver cumprindo a função social da posse.
B) Impossibilidade de discutir propriedade em sede de ação possessória: Art. 1.210, § 2º, do CC que assim
dispõe:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e
segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
(...)
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a
coisa.
- Na ação possessória não se deve discutir propriedade. Com efeito, a ação possessória vai ser julgada em favor
do melhor possuidor, pouco importando quem seja o proprietário.
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- A antiga Súmula 48713 do STF perdeu o objeto, porque autorizava o Juiz a julgar a ação possessória em favor do
melhor proprietário quando ambas as posses se fundassem na propriedade. Atualmente, prevalece o
entendimento (no próprio STF) de que não poderá o Juiz, nem neste caso, julgar a ação possessória em favor do
melhor proprietário, tendo em vista que a ação possessória SEMPRE será julgada em favor do melhor possuidor.
C) Desapropriação Judicial Indireta: Sempre ter o cuidado e a técnica de chamar de Desapropriação Judicial
I di eta, po ue a si ples o e latu a Desap op iaç o I di eta te out o sig ifi ado o Di eito
Administrativo.
- A desapropriação judicial indireta está nos §§ 4º e 5º do Art. 1.228 do CC. O proprietário pode perder a sua
propriedade na seguinte hipótese:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de
quem quer que injustamente a possua ou detenha.
…
§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na
posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela
houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e
econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço,
valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
Ações possessórias:
Reintegração de posse Manutenção de posse Interdito proibitório
No caso de esbulho; No caso de turbação No caso de ameaça.
Decisões importantes sobre o tema:
- Pode o particular manejar interdito proibitório em face de outro particular, para assegurar a pose de bem
público dominical. Contudo, não o poderia contra o Estado. REsp 1.296.964-DF.
- Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via municipal (bem
público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem. REsp 1582176-MG.
- Ao propor uma ação de usucapião, oautor deverá requerer a citação dos confinantes, ou seja, dos vizinhos que
fazem fronteira com o imóvel que ele almeja. E o que acontece caso não haja a citação dos confinantes? Haverá
nulidade absoluta do processo? Não. Apesar de amplamente recomendável, a falta de citação dos confinantes
não acarretará, por si, ou seja, obrigatoriamente, a nulidade da sentença que declara a usucapião. Não há que se
falar em nulidade absoluta, no caso. A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de
usucapião é considerada hipótese de nulidade relativa, somente gerando a nulidade do processo caso se constate
13 Súmula 487/STF: Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada -
SUPERADA.
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o efetivo prejuízo. STJ. 4ª Turma.REsp 1432579-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info
616).
- O curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é interrompido com a
decretação da falência. Ex: João é possuidor, há 4 anos e 6 meses, de uma área urbana de 200m2, que utiliza para
a sua própria moradia. Ele não tem o título de propriedade dessa área, mas lá mora há todos esses anos sem
oposição de ninguém. Imagine que foi decretada a falência da empresa que é proprietária desse imóvel. Isso
significa que, neste instante, o prazo para João adquirir o bem por usucapião vai ser interrompido, ou seja, vai
recomeçar do zero. STJ. 3ª Turma.REsp 1680357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017 (Info 613).
- Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo criminal decreta a
perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos de crime. João praticou um crime.
Com o dinheiro obtido com o delito, ele comprou uma casa. No processo criminal, o juiz decretou, em
março/2012, o sequestro da casa comprada. João fugiu e abandonou o imóvel.Em abril/2012, Pedro invadiu a
casa e passou a morar lá. Em maio/2017, após mais de 5 anos morando no imóvel, Pedro ajuizou ação de
usucapião (art. 1.240 do CC). A ação de usucapião estava tramitando até que, em outubro/2017, transitou em
julgado a sentença do juiz condenando João pela prática do crime. Como efeito da condenação, o magistrado
dete i ou o o fis o da asa a t. , II, , do CP .A aç o de usu api o pe de o o jeto, o side a do ue este
tema foi definido no juízo criminal. STJ. 3ª Turma.REsp 1471563-AL, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 26/09/2017 (Info 613).
- O indivíduo que tem a propriedade de um veículo que, no entanto, está registrado em nome de um terceiro no
DETRAN, possui interesse de agir para propor ação de usucapião extraordinária (art. 1.261 do CC) já que, com a
sentença favorável, poderá regularizar o bem no órgão de trânsito. STJ. 3ª Turma. REsp 1582177-RJ, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016 (Info 593)
DIREITOS REAIS DE USO E FRUIÇÃO
INSTITUTO CONCEITO
Servidão
É a relação jurídica real por meio da qual o proprietário vincula o seu imóvel, dito
serviente, a prestar certa utilidade a outro prédio, dito dominante, pertencente a
dono distinto.
Obriga-se, em consequência, a não praticar determinados atos dominiais no prédio
serviente ou a não impedir que neste o proprietário do imóvel dominante pratique
atos de extração da utilidade que lhe foi concedida.
Usufruto
Trata-se de direito real temporário concedido a uma pessoa para desfrutar um objeto
alheio como se fosse próprio, retirando as suas utilidades e frutos, contudo sem lhe
alterar a substância. Assim, o conteúdo do domínio é fracionado, pois, enquanto o
usufrutuário percebe os frutos naturais, industriais e civis e retira proveito econômico
da coisa, remanesce em poder do nu-proprietário a substância do direito, vale dizer, a
faculdade de disposição da coisa e o seu próprio valor, podendo alienar, instituir ônus
real ou dar qualquer outra forma de disposição ao objeto, apesar de despido de
importantes atributos.
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Uso
O direito real de uso é próximo ao de usufruto, mas com ele não se confunde. Ambos
são temporários por essência, mas o direito de uso possui abrangência reduzida, pois
o seu titular não tem autorização para gozar da coisa. Ou seja, o usuário pode usar o
bem móvel ou imóvel, desde que não sejam consumíveis ou fungíveis, sendo-lhe,
todavia, impedida a sua fruição.
Habitação
Circunscreve-se este direito real à faculdade de seu titular residir gratuita e
temporariamente em um prédio, com sua família. O imóvel só se destina à ocupação
direta do beneficiário, sendo insuscetível de locação ou comodato, sob pena de
resolução contratual.
Decisões importantes sobre o tema:
- A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil – de não construir janelas a menos de 1,5m do terreno
vizinho – possui caráter objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento ("invasão"). REsp 1531094-SP.
- Como o usufruto é um direito real e como o usufrutuário detém poder de sequela, a doutrina e a jurisprudência
também admitem que ele ajuíze ação reivindicatória — de caráter petitório —, seja contra o nu-proprietário, seja
contra terceiros. REsp 1202843-PR.
- A nua propriedade é suscetível de constrição judicial, salvo se o imóvel do executado for considerado bem de
família. REsp 950663-SC.
DIREITO REAL DE SOBRELEVAÇÃO
O direito real de laje/direito de sobrelevação14 consiste na possibilidade de que mais de uma unidade
habitacional seja construída numa mesma área e que, caso o proprietário ceda o terreno, cada morador de
unidade terá uma escritura individual.
- Principais artigos do CC sobre o tema:
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua
construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o
solo.
§1º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em
projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não
pertencentes ao proprietário da construção-base.
§4º A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a
participação proporcional em áreas já edificadas (#DIFERENTEDOCONDOMÍNIO)
14 Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017, oriunda da MP 759/2016.
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§6º O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a instituição de um sucessivo direito real de
laje, desde que haja autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as
posturas edilícias e urbanísticas vigentes.
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo:
I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo;
II - se a construção-base não for reconstruída no prazo de cinco anos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual reparação civil contra o culpado pela
ruína.
DIREITO DE EMPRESA. EMPRESÁRIO. CAPACIDADE.
O CC/02 adotou a TEORIA DA EMPRESA, de modo que todo aquele que exerce empresa (atividade) será
considerado empresário. Veja a síntese do art. 966, e de seu parágrafo único15:
TEORIA DA
EMPRESA
Regra: Adoção de
critério material para
enquadramento dos
agenteseconômicos
Art. 966 do CC
• P ofissio al e te
• Atividade e o i a
• O ga izada
• P oduç o ou i ulação de bens ou serviços
Exceção: Adoção de
outros critérios para
determinados agentes
econômicos específicos
Profissionais intelectuais
Regra
Exceção: quando o exercício da
profissão constitui elemento de
empresa
Exercente de atividade rural
Regra
Exceção: quando optar por registro na
Junta Comercial (natureza
constitutiva)
Cooperativas
Sociedade por ações
15Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
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Sociedades de advogados
Legenda
#ATENÇÃONODETALHE
Empresário é gênero. Empresário é todo aquele que exerce a atividade empresa
Se o exercente for uma pessoa física Se o exercente for uma pessoa jurídica
Chamamos essa pessoa de EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Chamamos de SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou de EIRELI
#CUIDADO Como funciona a responsabilidade do empresário individual? Sua responsabilidade é ilimitada,
justamente em virtude do fato de que não há a constituição de outra pessoa (outro centro de imputação). Sendo
assim, os bens individuais do empresário individual respondem pelas dívidas contraídas no exercício da empresa.
VEDAÇÕES AO EXERCÍCIO DE EMPRESA
Os que não estão no pleno gozo da capacidade civil
(exceção: exercício de atividade empresarial por
incapaz, mediante autorização judicial – art. 974 do
CPC).
Os legalmente impedidos16
• A t. , § º do CC: condenados a certos crimes
relacionados na norma;
• A t. , X da Lei / : servidores públicos
federais;
• A t. , I da LC / – LOMAN: magistrados;
• A t. , III da Lei / : membros do Ministério
Público; #ATENÇÃO
• A t. da Lei / : militares.
EMPRESÁRIO INCAPAZ
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. #GRIFONOSSO
16 #CUIDADO! A proibição é para o exercício de empresa, podendo ser sócios ou cotistas de responsabilidade limitada, desde
que não exerçam funções de gerência ou administração.
Sujeição ao regime jurídico empresarial
Não sujeição ao regime jurídico empresarial
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Os bens que o incapaz possuía antes da declaração
de incapacidade ou sucessão não podem ser
penhorados para pagar dívidas da sociedade.
#PROTEÇÃODOINCAPAZ
O incapaz pode ser sócio, mediante autorização judicial.
Nesse caso, basta que:
Não seja o administrador
Que o capital esteja integralizado e
Que ele esteja assistido/representado.
DIREITO INSCRIÇÃO E REGISTRO
INSCRIÇÃO
DO
EMPRESÁRIO
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Empresário individual ou Sociedade empresária precisam se registrar na Junta
Comercial antes de iniciar suas atividades, sob pena de exercer sua empresa
irregularmente.
Consequência pelo não registro: será considerado empresário e se submeterá às regras do
regime jurídico empresarial, embora esteja irregular, do que sofrerá algumas consequências
jurídicas (ex. impossibilidade de requerer recuperação judicial – art. 48, Lei 11. 101/200517).
INSCRIÇÃO
DO
EMPRESÁRIO
RURAL
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário
rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
O empresário rural não precisa promover sua inscrição na Junta Comercial, sendo, portanto,
facultativa. Caso deseje, poderá requerer sua inscrição na Junta Comercial, do que ficará
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro (art. 971, CC).
EFEITO
DECLARATÓRIO
EFEITO
CONSTITUTIVO
17 Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente (...). #GRIFONOSSO
EMPRESÁRIO
INDIVIDUAL
REGISTRO: para dar
regularidade à atividade
empresarial.
EMPRESÁRIO
RURAL
REGISTRO: para
equiparação à condição de
empresário.
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TIPO EMPRESARIAL ÓRGÃO REGISTRAL
EIRELI Junta Comercial
Sociedade Comum e em Conta de Participação Não tem
Sociedade Simples Cartório de registro das pessoas jurídicas
Sociedade Cooperativa Junta Estadual
Sociedade em nome coletivo Junta Estadual
Sociedade em comandita simples Junta Estadual
Sociedade Limitada Junta Estadual
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
CONCEITO: Trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no exercício
da sua atividade.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária18.
ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL
BENS CORPÓREOS
Mercadorias
Instalações
Equipamentos
Veículos e etc.
BENS INCORPÓREOS
Marcas
Patentes
Direitos
Ponto
NATUREZA JURÍDICA: a doutrina considerada o estabelecimento empresarial uma universalidade de fato, uma
vez que os elementos que o compõem formam uma coisa unitária exclusivamente em razão da destinação que
o empresário lhes dá, e não em virtude de disposição legal
CONTRATO DE TRESPASSE: é um contrato oneroso de transferência do estabelecimento empresarial.
#ATENÇÃO: Há de ser devidamente registrado para preservar os interesses dos credores (art. 1.144, CC).
18 #SELIGA: O estabelecimento não compreende apenas o local onde a atividade é exercida. Não se esqueça do patrimônio
imaterial também. Ex. marca.
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#OLHAOGANCHO – ATENÇÃO PARA A SUCESSÃO EMPRESARIAL
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo
de UM ANO, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.
#GANCHO2 #VAICAIR – CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao
adquirente, nos CINCO ANOS subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo
persistirá durante o prazo do contrato.
Súmula 451, STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial e
temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos decorrentes de
potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos constitucionalmente. Assim, quando a
relação estabelecidaentre as partes for eminentemente comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção
de contratação com sociedade empresária concorrente pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato,
desde que por um prazo certo e em determinado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). Ex: João
resolveu montar um quiosque no shopping para vender celulares, cartões pré-pagos etc. Para isso, ele fez um
o t ato o a ope ado a de elula XXX po eio da ual ele so e te i ia ve de os p odutos e se viços dessa
operadora e, em troca, ela ofereceria a ele preços diferenciados, consultoria e treinamento para abrir a loja. No
contrato assinado com a operadora, havia uma cláusula dizendo que João estava proibido, por 6 meses após a
extinção do contrato de contratar com qualquer empresa concorrente naquela cidade. Essa cláusula de não
concorrência é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/5/2015
(Info 561).
#DEOLHONOJULGADO: De acordo com o STJ, o fundo de comércio hoje de o i ado de esta ele i e to
e p esa ial deve se levado e o ta a afe iç o dos valo es eventualmente devidos a sócio excluído da
sociedade (REsp 907014/MS).
AVIAMENTO
O estabelecimento empresarial não deve ser visto apenas sob o ponto de visto estático, mas também dinâmico.
Isso quer dizer que devemos levar em consideração também o ponto comercial, as estratégias de marketing,
etc.
Em outras palavras, aviamento é a aptidão da empresa para produzir lucros, decorrente da qualidade e da
melhor perfeição e sua organização.
#SELIGANOEXEMPLO. Veja bem. Se imaginarmos 2 (duas) lanchonetes que sirvam produtos parecidos, usando
dos mesmos materiais (freezers, balcões, mesas), localizadas numa mesma região. Sob o ponto de vista
estático, essas duas lanchonetes têm semelhança. Contudo, sob o ponto de vista dinâmico, a lucratividade de
uma e de outra será diferente. Isso porque cada empresário usará uma estratégia de captação de cliente
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distinta. Isso é aviamento19.
AVIAMENTO SUBJETIVO AVIAMENTO OBJETIVO
Quando ligado às qualidades pessoais do
empresário;
Quando ligado aos bens componentes do
estabelecimento na sua organização.
NOME EMPRESARIAL
NOME
EMPRESARIAL
FIRMA
Deve conter o nome
civil do empresário ou
dos sócios da sociedade
empresária e pode
conter ramos de
atividade
Serve de assinatura do
empresário
Contrata assinando o
nome empresarial
DENOMINAÇÃO
Deve designar o objeto
da empresa e pode
adotar nome civil ou
qualquer outra
expressão
Não serve de
assinatura do
empresário
Contrata assinando
com o nome civil do
representante
NOME
EMPRESARIAL
FIRMA
Empresário individual
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
DENOMINAÇÃO Sociedade anônima
FIRMA OU
DENOMINAÇÃO
Sociedade limitada
Sociedade em comandita por ações
19 #DEOLHONOJULGADO: o STJ tem usado o aviamento como parâmetro para aferição na apuração de haveres dos sócios
(REsp 908173/PE).
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SOCIEDADE EMPRESÁRIA
O rol de sociedades é trazido pelo art. 44, CC, abrangendo pessoas jurídicas de direito privado dotadas de
personalidade jurídica e não dotadas de personalidade jurídica.
#SELIGANALEI
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
#REMEMBER: o conceito de sociedade em nosso país leva em consideração a união de duas ou mais pessoas, ou
seja, não inclui a EIRELI, que é formada por uma única pessoa. Existem exceções a essa pluralidade de sócios:
situações transitórias em que a sociedade funciona com um único sócio, empresas públicas, sociedades
subsidiárias integral e sociedade unipessoal de advocacia.
Ter personalidade jurídica significa poder adquirir direitos e obrigações em nome da própria sociedade e criar
uma responsabilidade subsidiária dos sócios.
SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA SOCIEDADE PERSONIFICADA
SOCIEDADE COMUM
SOCIEDADE EM CONTA DE
PARTICIPAÇÃO
SOCIEDADE SIMPLES
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
SOCIEDADE LIMITADA
SOCIEDADE ANÔNIMA
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
SOCIEDADE COOPERATIVA
SOCIEDADE COLIGADA
SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO
SOCIEDADE ESTRANGEIRA
#NÃOCONFUNDA:
Temos uma sociedade sem haver a
formação de uma pessoa jurídica. SOCIEDADES NÃO
PERSONIFICADAS
São aquelas que podem formar
pessoa jurídica, tornando-se
detentora de direitos e obrigações.
SOCIEDADES
PERSONIFICADAS
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- Sociedade comum: sem registro
- Sociedade de fato: não tem ato constitutivo
- Sociedade irregular: tem ato constitutivo, mas não registrou.
- Sociedade simples: sem finalidade empresária
- Sociedade civil: não existe mais. Se não for empresarial = sociedade simples
SOCIEDADE PERSONFICADA
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
TEM POR OBJETO UMA ATIVIDADE EMPRESARIAL PRÓPRIA DE EMPRESÁRIO
SUJEITO A REGISTRO
SOCIEDADE SIMPLES
TEM POR OBJETO UMA ATIVIDADE NÃO CONSIDERADA COMO
EMPRESARIAL (por exclusão)
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de
atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais:
Visto isso, precisamos entender como funciona a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais da
sociedade que compõem.
#COLANARETINA
RELAÇÃO TIPO DE RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE DO
SÓCIO NA SOCIEDADE
COMUM
Sócio x sociedade
Subsidiária e ilimitada (será
solidária, se contratou pela
sociedade20) – art. 990, CC.
Sócio x sócio Solidária21
20 Caso o sócio seja demandado por uma dívida que pertence à sociedade, terá direito ao benefício de ordem, ou seja, que
primeiro se penhore os bens do patrimônio especial para somente depois penhorar os bens particulares. Exceção: não se
aplica para aquele que emprestou seu nome para a sociedade (art. 989 e 990, CC).
21 Se o credor provar que a dívida era da sociedade, poderá demandar todos os sócios e não apenas em cujo nome a
obrigação estiver formalizada.
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RESPONSABILIDADE DO
SÓCIO NA SOCIEDADE EM
CONTA DE PARTICIPAÇÃO
A responsabilidade é ilimitada (art. 994, CC).
Somente o sócio ostensivo é quem responde perante terceiro (art. 993,
parágrafo único, CC).
O sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo
com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas
obrigações em que intervier. O participante só tem responsabilidade perante o
ostensivo e nos limites do contrato.
SOCIEDADE SIMPLES
Sócio x sociedade
Subsidiária: os bens particulares dos
sócios não podem ser executados
por dívidas da sociedade, senão
depois de executados os bens sociais
(art. 1024, CC) – benefício de ordem.
Sócio x sócio Solidária.
SOCIEDADE EM NOME
COLETIVO
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.
SOCIEDADE EM COMANDITA
SIMPLES (ART. 1.045, CC)
Comanditado
(Somente pessoafísica)
Responsabilidade ilimitada.
OBS: só ele pode ser administrador e
só em seu nome pode constar a
firma.
Comanditário
(Pessoa física ou jurídica)
Responsabilidade limitada
SOCIEDADE LIMITADA
Limitada: na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao
valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização
do capital social (art. 1052, CC).
SOCIEDADE EM COMANDITA
POR AÇÕES
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e,
como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da
sociedade.
SOCIEDADE COOPERATIVA
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser
limitada ou ilimitada (responsabilidade mista).
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Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de
ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Art. 993, Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante
não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com
este pelas obrigações em que intervier.
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção
em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária.
#JÁCAIU A resposta da banca, considerada correta, foi a de que a responsabilidade dos sócios pelas obrigações
sociais, em razão da personalização das sociedades empresárias, seria a responsabilidade SUBSIDIÁRIA (art. 1024,
CC).
Entre os sócios e a sociedade a responsabilidade é SUBSIDIÁRIA e não solidária
(1º a Pessoa Jurídica e depois os sócios).
Sociedade
Sócios
Entre os sócios a responsabilidade é SOLIDÁRIA.
RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA
RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA
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#ATENÇÃO
Sociedade entre cônjuges Sociedade unipessoal? Sociedade nacional
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges
contratar sociedade, entre si ou
com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou
no da separação obrigatória.
O Brasil admite a constituição de
sociedade unipessoal? A resposta é
NEGATIVA. Em nosso ordenamento
jurídico, a pluralidade de sócios é
pressuposto de existência de uma
sociedade (art. 981 do Código Civil).
Há apenas um caso excepcional de
sociedade unipessoal admitido em
nosso ordenamento jurídico. Trata-
se da chamada sociedade subsidiária
integral, espécie de sociedade
anônima que tem como único sócio
uma sociedade brasileira (art. 251, §
2.º, da LSA).
Art. 1.126. É nacional a sociedade
organizada de conformidade com a
lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração
#ANOTEAÍ #CONCEITOSIMPORTANTES #DESPENCAEMOBJETIVAS
Subscrição Integralização
Ato pelo qual o sócio se compromete a transferir
determinado montante para compor o capital social
da sociedade.
É o efetivo ato de transferência patrimonial do sócio
para a sociedade
#OLHAOGANCHO – SÓCIO REMISSO
Sócio remisso é aquele que está em mora com a sociedade. Ou seja, é o sócio que ainda não integralizou sua
parte no capital social. MUITA ATENÇÃO para o art. 1004, que cai demais:
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social,
e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante
esta pelo dano emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do
sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no
§1º do art. 1.031.
#SEGUEOGANCHO - É possível a integralização por meio da prestação de serviços? Em regra, não. Apenas a
sociedade simples pura é que admite esse tipo de operação.
Vamos revisar as operações societárias:
TRANSFORMAÇÃO
Ocorre quando há mudança de tipo societário, ou seja, de uma S/A para LTDA ou vice-
versa, independentemente, de dissolução e liquidação de um tipo para outro;
INCORPORAÇÃO Uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em todos os
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direitos e obrigações. As sociedades absorvidas extinguem-se;
FUSÃO:
Ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se extinguem, para formar
uma NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações
CISÃO:
É a operação pela qual a companhia transfere parcela do seu patrimônio para uma ou
mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver a transferência de todo o seu patrimônio (total), ou
dividindo-se o seu capital (parcial).
#DEOLHONASÚMULA - Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora
abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes
a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
#DEOLHONOSJULGADOS:
- Excepcionalmente, admite-se a dissolução de S.A (sociedade de capital) na hipótese em que houver quebra da
confiança entre os sócios. Ex. Sociedade composta por membros da mesma família - STJ (595).
- Admite-se a dissolução parcial de S.A. STJ (595).
- Não configura o fechamento em branco ou indireto de capital a hipótese de incorporação de ações de sociedade
controlada para fins de transformação em subsidiária integral (art. 252 da Lei das S/A), realizada entre sociedades
de capital aberto, desde que se mantenha a liquidez e a possibilidade de os acionistas alienarem as suas ações.
Assim, é desnecessária a oferta pública de ações em favor dos acionistas preferenciais da companhia que teve
suas ações incorporadas, mas que continuam com plena liquidez no mercado de capitais. (Info 612).
SOCIEDADE LIMITADA
Trata-se do tipo societário mais utilizado no Brasil. Isso se deve, basicamente, a dois fenômenos:
A responsabilidade dos sócios é LIMITADA;
A sociedade é CONTRATUAL, o que permite maior flexibilidade aos sócios.
CAPITAL SOCIAL: Corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a sociedade, a fim de que ela possa
cumprir seu objeto social. O capital social deve ser sempre expresso em moeda corrente nacional.
#SÓCIO REMISSO – OPÇÕES:
OPÇÕES PARA O
SÓCIO REMISSO
Purgar a mora e indenizar a sociedade pelos danos emergentes da mora
Sujeitar-se à cobrança judicial
Exclusão da sociedade
Com diminuição do capital social
OU
Com a aquisição das ações pelos sócios,
terceiros ou pela própria sociedade
EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO:
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EXCLUSÃO
EXTRAJUDICIAL DE
SÓCIO MINORITÁRIO
MINORITÁRIO
Simples alteração contratual desde que o
contrato social permita e que haja deliberação
em assembleia OU Decisão judicial caso o
contrato social não permita a exclusão do
sócio
MAJORITÁRIO Apenas judicialmente
#AJUDAMARCINHO A exclusão judicial do sócio majoritário nas sociedades limitadas é disciplinada pelo art. 1.030
do Código Civil: Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócioser excluído
judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas
o igaç es, ou, ai da, po i apa idade supe ve ie te. O ue sig ifi a essa e p ess o edia te i i iativa da
aio ia dos de ais s ios p evista o a t. . do CC? No l ulo dessa aio ia deve-se incluir as quotas do
s io a usado ? N o. A lei e plí ita ao fala e aio ia dos de ais s ios. Co side a -se apenas as quotas
dos demais sócios, excluídas aquelas pertencentes ao sócio que se pretende excluir. Isso porque o art. 1.030 é a
oportunidade que a legislação confere aos sócios minoritários de excluírem o sócio majoritário. Assim, o quórum
deliberativo para exclusão judicial do sócio majoritário por falta grave no cumprimento de suas obrigações deve
levar em conta a maioria do capital social de sociedade limitada, excluindo-se do cálculo o sócio que se pretende
jubilar. STJ. 3ª Turma. REsp 1653421-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/10/2017 (Info 616).
- O herdeiro necessário não possui legitimidade ativa para propositura de ação de dissolução parcial de sociedade
em que se busca o pagamento de quotas sociais integrantes do acervo hereditário quando não for em defesa de
interesse do espólio. (Info 611)
- A dissolução parcial de sociedade limitada por perda da affectio societatis pode ser requerida pelo sócio
retirante, limitada a apuração de haveres às suas quotas livres de ônus reais. (Info 608).
- Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada, de prazo limitado, exerce o direito de retirada por meio de
inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios, a data-base para a apuração de haveres é o termo final
do prazo de 60 dias, previsto no art. 1.029 do CC/02 - STJ (595).
TÍTULOS DE CRÉDITO – CARACTERÍSTICAS GERAIS
CONCEITO LEGAL: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei (art. 887, CC).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
DOCUMENTOS FORMAIS
Por precisarem observar os requisitos essenciais previstos na legislação
cambiária;
BENS MÓVEIS
(Nesse sentido, aliás, dispõem os arts. 82 a 84 do Código Civil), sujeitando-se
aos princípios que norteiam a circulação desses bens, como o que prescreve
que a posse de boa-fé vale como propriedade;
TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO Por serem documentos necessários ao exercício dos direitos neles contidos;
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TÍTULOS DE
CRÉDITO
PRINCÍPIOS
INFORMADORES
Cartularidade
Literalidade
Autonomia
Abstração
Inoponibilidade das exceções pessoais aos
terceiros de boa-fé
PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS
• Natu eza essencialmente comercial;
• Do u e tos fo ais;
• Natu eza de e s veis;
• S o títulos de ap ese taç o;
• Co stitue títulos e e utivos e t ajudi iais;
• Rep ese ta o igaç es uesíveis;
• É título de esgate;
• É título de i ulaç o
PRINCÍPIOS INFORMARDORES
CARTULARIDADE
O exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua posse legítima.
#ATENÇÃO: O princípio da cartularidade ou incorporação, atualmente, vem sendo posto
em xeque, em virtude do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente
criação de títulos de crédito magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula. É
o que se chama de DESMATERIALIZAÇÃO (OU LIQUEFAÇÃO) DOS TÍTULOS DE CRÉDITO.
LITERALIDADE
O título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em outros
termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no
próprio título produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador.
Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
AUTONOMIA
O título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo,
originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. Melhor
dizendo: o legítimo portador do título pode exercer seu direito de crédito sem
depender das demais relações que o antecederam, estando completamente imune aos
vícios ou defeitos que eventualmente as acometeram.
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#FIQUEDEOLHO: Há dois subprincípios que decorrem do princípio da autonomia. São eles:
a) Abstração: Segundo o subprincípio da abstração, entende-se que quando o título circula,
ele se desvincula da relação que lhe deu origem;
b) Inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé: os vícios relativos à
relação que originou o título não são oponíveis contra terceiro de boa-fé, que recebeu o
título legitimamente.
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À FORMA DE
TRANSFERÊNCIA
(a) Título ao portador: é aquele que circula pela mera tradição (art. 904 do Código
Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita de forma expressa;
(b) Título nominal: é aquele que identifica expressamente o seu titular, ou seja, o
credor. A transferência da titularidade do crédito, pois, não depende apenas da
mera entrega do documento (cártula) a outra pessoa: é preciso, além disso,
praticar um ato formal que opere a transferência da titularidade do crédito;
(c) Títulos nominativos: segundo o art. 921 do Código Civil, são aqueles emitidos
em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro específico mantido
pelo emitente do título.
QUANTO AO MODELO
(a) Título de modelo livre: é aquele para o qual a lei não estabelece uma
padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma forma
específica preestabelecida;
(b) Título de modelo vinculado: ao contrário, se submete a uma rígida
padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo feitos
legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas.
QUANTO À ESTRUTURA
(a) Ordem de pagamento (ex. letra de câmbio, cheque e duplicata) = se
caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas, a partir da sua
emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite o título, ou seja,
ordena o pagamento; em segundo lugar, tem-se a situação do sacado, contra quem
o título é emitido, ou seja, trata-se da pessoa que recebe a ordem de pagamento;
por fim, tem-se a figura do tomador (ou beneficiário), em favor de quem o título é
emitido, isto é, pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência à ordem que
lhe foi endereçada pelo sacador;
(b) Promessa de pagamento (ex. Nota promissória) = existem apenas duas
situações jurídicas distintas: de um lado tem-se a figura do sacador ou promitente,
que promete pagar determinada quantia; de outro, tem-se a situação do tomador,
beneficiário da promessa que receberá o valor prometido.
QUANTO ÀS HIPÓTESES
DE EMISSÃO
(a) Título causal: é aquele que somente pode ser emitido nas restritas hipóteses
em que a lei autoriza a sua emissão. É o caso, por exemplo, da duplicata.
(b) Título abstrato: é aquele cuja emissão não está condicionada a nenhuma causa
preestabelecida em lei. Em síntese: podem ser emitidos em qualquer hipótese. É o
caso, por exemplo, do cheque, que pode ser emitido para documentar qualquer
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relação negocial.
#DEOLHONOSJULGADOS:
- #IMPORTANTE O art. 1.647, III, do CC que previu que uma pessoa casada só pode prestar aval se tiver
autorização do cônjuge (exceto no regime de separação absoluta) somente é aplicado aos títulos de créditos
inominados, considerando que eles não são regidos pelo Código Civil. Ou seja, o aval dado aos títulos de crédito
nominados prescinde de outorgauxória ou marital.
- #IMPORTANTE O protesto irregular de cheque prescrito não caracteriza abalo de crédito apto a ensejar danos
morais ao devedor, se ainda remanescer ao credor vias alternativas para a cobrança da dívida consubstanciada no
título. STJ. 3ª Turma. REsp 1677772-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/11/2017 (Info 616).
- O prazo para a ação de locupletamento para a cobrança de nota promissória prescrita é de 03 ANOS. STJ (580).
- O aceite lançado em separado da duplicata não possui eficácia cambiária, por força do princípio da literalidade.
STJ (580).
- A pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão) amplia o prazo de apresentação do
cheque, mas a irregular não. STJ (584).
- Será sempre possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com a indicação do
emitente como devedor. STJ (584).
- Em ação de cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data da emissão da cártula, ao passo
que os juros de mora são contados da primeira apresentação do título à instituição financeira sacada. STJ (587).
TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE
LETRA DE CÂMBIO
ESTRUTURA DO
TÍTULO
É um título de crédito que se estrutura como ORDEM DE PAGAMENTO, razão
pela qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas:
a) a do sacador, que emite a ordem;
b) a do sacado, a quem a ordem é destinada;
c) a do tomador, que é o beneficiário da ordem.
ACEITE
Aceite é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor
principal da letra (aceitante). O aceite, na letra de câmbio, é FACULTATIVO,
porém irretratável.
VENCIMENTO
(a) Dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente
posterior à data do saque.
(b) À vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao
sacado. Não há a prefixação de uma data específica, portanto.
(c) A certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado pelo
sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir da vista (aceite) do
título.
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(d) A certo termo da data: também vence após um determinado prazo estipulado
pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir da própria
emissão (saque) do título.
DATA PARA O
PAGAMENTO
PAGAMENTO DE UMA
LETRA DE CÂMBIO
Pagável no exterior
Deve ser apresentada
no dia do vencimento
ou nos dois dias úteis
seguintes
Pagável no Brasil
Deve ser apresentada
no dia do vencimento
ou, recaindo em dia
não útil, no primeiro
dia útil seguinte.
NOTA PROMISSÓRIA
ESTRUTURA DO TÍTULO
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão dá origem a
duas situações jurídicas distintas:
a) a do sacador ou promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor), que emite
a nota e promete pagar determinada quantia a alguém;
b) e a do tomador, em favor de quem a nota é emitida e que receberá a
importância prometida.
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE!
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letra de câmbio em
relação ao endosso, aval e vencimento.
CHEQUE
ESTRUTURA DO TÍTULO
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em razão de
fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição financeira. É, como visto,
um título de modelo vinculado, uma vez que só é cheque aquele documento
emitido pelo banco, em talonário específico, com uma numeração própria.
CURIOSIDADES
(a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação legal de
verificar a regularidade da cadeia de endossos;
(b) Quando possuírem valor não superior a R$ 100,00 (cem reais), podem ser
emitidos ao portador. Cheques acima desse valor, todavia, deverão ser emitidos
nominalmente;
(c) Embora seja uma ordem de pagamento à vista, popularizou-se bastante no
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Brasil a emissão de cheque para ser pago em data futura (cheque pré ou pós-
datado). Por ser o cheque uma ordem de pagamento à vista, se apresentado o
título, o banco é obrigado a pagar. No entanto, aquele que apresentou o cheque,
nessas condições, será civilmente responsabilizado (veremos algumas súmulas logo
abaixo).
MODALIDADES DE
CHEQUES
(a) Cheque cruzado: ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser pago a um
banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que evita,
consequentemente, o seu desconto na boca do caixa;
(b) Cheque visado: aquele em que o banco confirma, mediante assinatura no verso
do título, a existência de fundos suficientes para pagamento do valor mencionado.
Ao visar o cheque, o banco garante que ele tem fundos e assegura o seu
pagamento durante o prazo de apresentação. Com o visto, o banco se obriga a
reservar a quantia constante do cheque durante o período de apresentação;
(c) Cheque administrativo: é aquele emitido por um banco contra ele mesmo, para
ser liquidado em uma de suas agências. O banco, portanto, é ao mesmo tempo
emitente e sacado.
SUSTAÇÃO DO CHEQUE
Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de
contraordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as
razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contraordem só
produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo
promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição,
nos termos do art. 59 desta Lei.
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador
legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito,
oposição fundada em relevante razão de direito.
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contraordem se excluem
reciprocamente.
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.
PRAZO DE
APRESENTAÇÃO
Trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para
pagamento junto à instituição financeira sacada.
Da es a p aça O prazo de apresentação é de 30
dias.
De p aças dife e tes O prazo de apresentação será de
60 dias.
PRESCRIÇÃO
Art. 59 Prescrevem em 6 (SEIS) MESES, contados da expiração do prazo de
apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque
contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado
pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
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AÇÃO DE
LOCUPLETAMENTO
É uma forma de cobrança do cheque prescrito.
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se
locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, PRESCREVE EM 2
(DOIS) ANOS, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59
e seu parágrafo desta Lei.
DUPLICATA
ESTRUTURA DO TÍTULO
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar
determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de regência, quais
sejam:
(i) uma compra e venda mercantil, ou
(ii) um contrato de prestação de serviço.
CARACTERÍSTICAS
(a) A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista;
(b) É título estruturado como ordem de pagamento;
(c) O ACEITE É OBRIGATÓRIO;
(d) a duplicata é título de crédito emitido pelo próprio credor (vendedor).
PROCEDIMENTO
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor (comprador),
para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o aceite, terá que
justificartal ato. O devedor (comprador) se obriga ao pagamento desse título
independentemente de aceitá-lo expressamente. Daí porque se diz que o aceite, na
duplicata, pode ser expresso (ordinário) ou presumido (por presunção). A grande
diferença entre o aceite expresso e o aceite presumido se manifesta na execução
da duplicata. Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é título de
crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a exigência de maiores
formalidades. Basta a apresentação do título. No entanto, a execução da
duplicata aceita por presunção segue regra diferente. Além da apresentação do
título, são necessários o protesto (mesmo que a execução se dirija contra o
devedor principal) e o comprovante de entrega das mercadorias. Há algumas
súmulas interessantes sobre o caso, que serão apresentadas logo ali abaixo.
#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente cheque sem força executiva
é quinquenal, a contar do dia seguinte à data da emissão estampada na cártula.
- Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
- Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a
menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
- Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
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- Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de
boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
- Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no
exclusivo interesse deste.
- Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque
ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação cambiária.
- Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu
direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
- Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
- Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
- Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
- Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
LEI 11.101/05
Detalhes importantes
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente
como devedor.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência
à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades
legalmente equiparadas às anteriores.
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
Recuperação judicial
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à
atividade econômica.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido,
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos
seguintes requisitos, cumulativamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
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III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial
com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada
pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
§ 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente,
herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
Procedimento Penal
Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência,
concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação
extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei.
Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1o, sem que o
representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou
o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública,
observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.
Art. 185. Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-á o rito previsto nos arts. 531
a 540 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
Art. 186. No relatório previsto na alínea e do inciso III do caput do art. 22 desta Lei, o
administrador judicial apresentará ao juiz da falência exposição circunstanciada,
considerando as causas da falência, o procedimento do devedor, antes e depois da
sentença, e outras informações detalhadas a respeito da conduta do devedor e de
outros responsáveis, se houver, por atos que possam constituir crime relacionado
com a recuperação judicial ou com a falência, ou outro delito conexo a estes.
Parágrafo único. A exposição circunstanciada será instruída com laudo do contador
encarregado do exame da escrituração do devedor.
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação
judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto
nesta Lei, promoverá imediatamente a competente ação penal ou, se entender
necessário, requisitará a abertura de inquérito policial.
§ 1o O prazo para oferecimento da denúncia regula-se pelo art. 46 do Decreto-Lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, salvo se o Ministério
Público, estando o réu solto ou afiançado, decidir aguardar a apresentação da
exposição circunstanciada de que trata o art. 186 desta Lei, devendo, em seguida,
oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias.
§ 2o Em qualquer fase processual, surgindo indícios da prática dos crimes previstos
nesta Lei, o juiz da falência ou da recuperação judicial ou da recuperação extrajudicial
cientificará o Ministério Público.
Art. 188. Aplicam-se subsidiariamente as disposições do Código de Processo Penal, no
que não forem incompatíveis com esta Lei.
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#AJUDAMARCINHO
-O crédito derivado de fato ocorrido em momento anterior àquele em que requerida a recuperação judicial deve
sujeitar-se ao plano de soerguimentoda sociedade devedora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.727.771-RS, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626).
- A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em
litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de
conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de
organização judiciária. STJ. 1ª Seção.REsp 1643856-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/12/2017 (recurso
repetitivo) (Info 617).
- É desnecessária a apresentação de Certidão de Dívida Ativa (CDA) para habilitação, em processo de falência, de
crédito previdenciário resultante de decisão judicial trabalhista. STJ. 3ª Turma. REsp 1591141-SP, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 05/12/2017 (Info 618). STJ. 4ª Turma. REsp 1170750-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 27/08/2013 (Info 530)
CONSTITUCIONAL2223
PODER CONSTITUINTE
Poder Constituinte Originário é o poder responsável pela elaboração da Constituição, norma jurídica superior
que inicia a ordem jurídica e lhe confere fundamento de validade.
Para os jusnaturalista este poder é de direito, pois eles admitem a existência de um direito natural prévio
ao direito positivo.
Para os juspositivistas, os quais preconizam não haver direito antes de se aferir a existência de um
Estado, o poder constituinte é anterior ao próprio direito, logo é um poder de fato, metajurídico, não integrando
o mundo jurídico nem possuindo natureza jurídica.
A titularidade do Poder Constituinte Originário pertence ao povo.
22 Caroline Roveri.
23 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA PARA ESSE TRABALHO: Nathalia Masson, Manual de Direito Constitucional; Marcelo Novelino,
Curso de Direito Constitucional; jurisprudência do STJ e STF, súmulas do STJ e STF e comentários de jurisprudência do dizer o
direito (#MARCINHO).
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O poder constituinte originário pode ser dividido em: (i) fundacional – é aquele que produz a primeira
Constituição de um Estado; (ii) pós fundacional – parte de uma ruptura institucional de ordem vigente para
elaborar a nova Constituição que sucederá a anterior, revogando integralmente a precedente.
Características do Poder Constituinte Originário:
#SELIGANATABELA:
INICIAL
A Constituição é a base do ordenamento jurídico.
#DEOLHONOGANCHO: o possível a alegaç o da e ist ia de di eito ad ui ido
perante a nova Constituição.
ILIMITADO
Não se submete ao regramento posto pelo direito precedente, sendo possuidor
de ampla liberdade de conformação da nova ordem jurídica.
#DEOLHONOGANCHO: a ausência de limites deve ser tratada com certas reservas,
pois é indiscutível a existência de alguns limites, tais como os geográficos e
territoriais. Também é possível considerar como limite as circunstâncias sociais e
políticas que lhe dão causa, pois o poder constituinte é a expressão da vontade
política soberana do povo, não pode ser entendido sem observância dos valores
éticos, religiosos e culturais pelo povo partilhados e motivadores de suas ações.
INCONDICIONADO
Não se submete a qualquer regra ou procedimento formal pré-fixado pelo
ordenamento jurídico que o precede.
AUTÔNOMO
É capaz de definir o conteúdo que será implantado na nova Constituição, bem
como sua estrutura e os termos de seu estabelecimento.
PERMANENTE
Não se esgota quando da conclusão da constituição; ele permanece em situação
de lat ia, se do ativado o o e to o stitui te de e essária ruptura com a
ondem estabelecida se apresentar novamente.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE: é a capacidade conferido pelo poder originário aos Estados-
membros para elaborarem suas próprias Constituições.
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O poder constituinte derivado decorrente é perceptível no Distrito Federal, mas não nos Municípios, pois
a lei orgânica do DF, assim como ocorre com as Constituições estaduais, é um documento que só está submetido
à Constituição da República. Os municípios são formatados por documentos condicionados simultaneamente à
Constituição Estadual e à Constituição Federal, isto é, se sujeitam à uma dupla subordinação, o que tornaria
eventual poder decorrente do município em um poder de terceiro grau.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR: tem a função de alterar formalmente a Constituição Federal,
exercendo a importante tarefa de ajustar o texto constitucional aos novos ambientes formatados pela dinâmica
social.
Tanto o poder constituinte derivado decorrente como o reformador possuem as seguintes características:
Poder de Direito (possui natureza jurídica):
Limitado (suas ações são pautadas pelos limites inseridos na Constituição);
Condicionado (suas atribuições estão diretamente vinculadas ao que determina previamente a
Constituição);
Secundário.
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
A CONSTITUIÇÃO
Constituição é o objeto de estudo do Direito Constitucional. Trata-se da lei fundamental e suprema de um
Estado, criada pela vontade soberana do povo. Determina a organização político-jurídica do Estado, limita o poder
estatal e estabelece direitos fundamentais.
São componentes da Constituição:
1. Preâmbulo: quanto à natureza jurídica do preâmbulo, são três teses existentes:
TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA: o preâmbulo está no ÂMBITO DA POLÍTICA, portanto, não
possui relevância jurídica;
TESE DA PLENA EFICÁCIA: o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas
constitucionais;
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TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA: o preâmbulo faz parte das características jurídicas
da Co stituiç o Fede al, e t eta to, o deve se o fu dido o as de ais o as ju ídi as
desta.
#ATENÇÃO O STF, no julgamento da ADI 2.076, julgada em 2002, adotou a tese da irrelevância jurídica e decidiu
que o preâmbulo não tem força normativa, sendo, portanto, mero vetor interpretativo. Por tal motivo, o
preâmbulo não serve de parâmetro para controle de constitucionalidade.
2. Corpo: é composto pelos artigos 1º a 250.
3. ADCT: são os atos das disposições constitucionais transitórias, composto por normas de eficácia
exaurível. Destina-se a realizar a transição do regime constitucional anterior para o atual. Trata-se de
norma que se enquadra como elemento formal de aplicabilidade.
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES.
Trata-se de classificação de José Afonso da Silva. São elementos da Constituição:
a. ELEMENTOS ORGÂNICOS: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Exemplo: Título III –
Da Organização do Estado.
b. ELEMENTOS LIMITATIVOS: normas que estabelecem direitos e garantias fundamentais, limitando a
atuação do Poder Estatal. Exemplo: Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
c. ELEMENTOS SOCIO-IDEOLÓGICOS: normas relativas a direitos sociais; compromisso estatal com o
bem estar social. Exemplo: Capítulo II do Título II – Dos Direitos Sociais.
d. ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: normas que se destinam a prover solução de
conflitos constitucionais. Buscam a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.
Exemplo: Intervenção (arts. 34 a 36).
e. ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE: são normas que contêm regras de aplicação da
Constituição, como as constantes no ADCT e a norma que estabelece a aplicabilidade imediata dosdireitos e garantias fundamentais.
DIREITO DE NACIONALIDADE
CONCEITO: Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo a um determinado Estado, tornando-o
um componente do povo.
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Não confundir os seguintes termos:
#SELIGANATABELA #COLANARETINA:
NAÇÃO
Agrupamento humano homogêneo cujos membros são possuidores das mesmas
tradições, costumes e ideias coletivos, partilhando, também, laços invisíveis,
como a consciência coletiva e o sentimento de comunidade.
NACIONALIDADE
Conjunto de nacionais que compõem o elemento humano de um determinado
Estado.
POPULAÇÃO
Representa a totalidade de indivíduos que habitam determinado território,
ainda que ali se achem temporariamente, independentemente da
nacionalidade.
APÁTRIDA
Deriva de um conflito negativo de nacionalidade, no qual não há nenhum Estado
interessado em proclamar o indivíduo como seu nacional.
POLIPÁTRIDA
São aqueles que, quando do nascimento, se enquadram nos critérios
concessivos de nacionalidade originária de mais de um Estado.
ESTRANGEIRO
Indivíduo que possui vínculo jurídico-político com Estado Nacional diverso da
República Federativa do Brasil.
CIDADÃO
É o nacional (nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos e participante
da vida do Estado.
A nacionalidade pode ser primária ou secundária.
Nacionalidade primária, também conhecida como originária é aquela resultante de um fato
natural, qual seja, o nascimento, podendo ser estabelecida por meio de critérios sanguíneos,
territoriais ou misto.
Nacionalidade secundária é aquela resultante de um ato voluntário, manifestado após o
nascimento.
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NACIONALIDADE
PRIMÁRIA
Será considerado brasileiro nato o indivíduo nascido em território nacional,
independentemente da nacionalidade de seus antecedentes.
Foi adotado o critério territorial.
#OLHONOGANCHO: não será considerado brasileiro nato, embora tenha nascido em
território nacional, filho de ambos pais estrangeiros e qualquer um deles, ou ambos,
estava no Brasil a serviço do país de origem.
Será considerada brasileira a criança nascida no estrangeiro, filho de pai ou mãe
brasileiros, sendo que qualquer deles ou ambos, estava no exterior a serviço da
República Federativa do Brasil.
Foi adotado o critério sanguíneo + territorial.
Será considerada brasileira, a criança, filha de pai ou mãe brasileiro, que é registrado
em repartição brasileira competente.
Foi adotado o critério sanguíneo + o registro em repartição competente.
Será considerada brasileira a criança, filha de pai ou mãe brasileira, que nascer o
estrangeiro, mas depois vem a residir na República Federativa do Brasil e opta, após a
tingir a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Foi adotado o critério sanguíneo + o residencial + opção confirmativa.
#OLHONOGANCHO: a opção confirmativa configura-se ato personalíssimo e somente
pode ser praticada após a maioridade, devendo ser feita em juízo, em processo de
jurisdição voluntária, perante a justiça federal.
ATENÇÃO: a Lei de Migração revogou, por completo, o Estatuto do Estrangeiro.
Naturalização Ordinária depende do preenchimento dos seguintes requisitos:
Capacidade civil, segundo a lei brasileira;
Ser registrado como permanente no Brasil;
Residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
Ler e escrever a língua portuguesa, considerando as condições do
naturalizado;
Exercício de profissão ou posse de bens suficientes para a manutenção
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NACIONALIDADE
SECUNDÁRIA
própria e à da família;
Bom procedimento;
Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou exterior por
crime doloso, a que seja condenada pena de prisão, abstratamente
considerada, superior a um ano;
Boa saúde (requisito dispensado ao estrangeiro que reside no Brasil há mais
de dois anos).
#OLHONOGANCHO: para ocorrer a naturalização ordinária, é necessário que o
estrangeiro tenha residência no Brasil pelo prazo mínimo de 4 anos. A Lei prevê,
contudo, que esse prazo mínimo poderá ser reduzido para 1 ano, se o naturalizando:
II - tiver filho brasileiro; III - tiver cônjuge ou companheiro brasileiro e não estiver dele
separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização; IV - tiver
prestado ou puder prestar serviço relevante ao Brasil; ou V - tiver destacada
capacidade profissional, científica ou artística que recomende a redução.
Naturalização Extraordinária - A naturalização extraordinária será concedida a pessoa
de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e
sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.
Os requisitos para a naturalização extraordinária não sofreram alterações com
a Lei de Migração, e nem poderiam, tendo em vista que decorrem de mandamento
constitucional, conforme o art. 12, inciso II, b, da CF/88.
Vale lembrar a doutrina majoritária entende que a concessão da naturalização
extraordinária é ato vinculado. Nesse mesmo sentido, o STF entende que quando a CF
diz desde ue e uei a , sig ifi a ue se a pessoa u p i os e uisitos, asta
requerer para ter o direito.
Naturalização Especial - A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro
que se encontre em pelo menos uma das situações elencadas no art. 68. Observem:
a) Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do
Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no
exterior; ou
b) Seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição
consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
QUASE NACIONALIDADE – se houver reciprocidade em favor de brasileiros residentes em Portugal, os
portugueses que aqui residam terão tratamento jurídico similar ao dispensado ao brasileiro naturalizado, sem
precisarem, para isso, de se submeterem a qualquer procedimento de naturalização.
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A perda da nacionalidade somente poderá ocorrer em duas hipóteses previstas na Constituição Federal:
(1) perda-punição, sendo declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização,
por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; (2) perda-mudança, ocorre quando o
indivíduo, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade.
Não haverá a perda acaso haja o recebimento de nacionalidade primeira por Estado estrangeiro ou seja
fruto de imposição do Estado estrangeiro no qual o brasileiro reside, como condição para que ele possa
permanecer no território ou para exercer os direitos civis.
DIREITOS POLÍTICOS
Quanto aos direitos políticos, vale relembrar que a CF VEDA a cassação de direitos políticos e prevê
apenas duas formas de privação dos direitos políticos (PERDA e SUSPENSÃO):
A perda e a suspensão dos direitos políticos somente se dará nos casos de:
I. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (PERDA).
Em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.OBS.: Também há previsão, na CF, de perda da nacionalidade do brasileiro nato, o que, por óbvio, também
acarreta a perda dos direitos políticos.
II. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa; (PERDA).
Serão privados dos direitos políticos até que cumpram a obrigação (Ex.: função de jurados, serviço militar).
Obs. Há quem defenda se tratar de uma hipótese de suspensão.
III. Incapacidade civil absoluta; (SUSPENSÃO).
Lembre-se das mudanças recentes realizadas no CC pela Convenção e Estatuto da Pessoa com Deficiência. Agora,
somente são absolutamente incapazes aqueles menores de 16 anos.
IV. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (SUSPENSÃO).
Efeito automático da sentença, ou seja, NÃO precisa vir expresso no dispositivo.
Não importa a natureza ou montante da pena e abarca também condenações relativas a CONTRAVENÇÕES.
NÃO são atingidos em caso de transação penal ou sursis p o essual fala e o de aç o ! .
Cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, INDEPENDENDO de reabilitação ou prova de reparação de
danos (Súmula 9 do TSE).
V. Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (SUSPENSÃO)
Diferentemente do que ocorre na condenação criminal, deve vir EXPRESSO na sentença.
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Necessário o trânsito em julgado.
A perda ou a suspensão de direitos políticos acarreta várias consequências jurídicas, como:
O cancelamento do alistamento e a exclusão do corpo de eleitores;
O cancelamento da filiação partidária (LOPP, art. 22, II);
A perda de mandato eletivo;
A perda de cargo ou função pública;
A impossibilidade de se ajuizar ação popular;
O impedimento para votar ou ser votado;
O impedimento para exercer a iniciativa popular.
Ademais, vale a pena reler o seguinte julgado sobre direitos políticos:
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Info 802 do STF: As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da CF, inclusive quanto ao prazo de seis
meses, são aplicáveis às eleições suplementares. STF. Plenário. RE 843455/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado
em 7/10/2015 (repercussão geral).
Art. 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS
DEFINIÇÃO
Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçada de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder.
Legitimidade ativa é universal, sendo que qualquer indivíduo, nacional ou
estrangeiro, independentemente da capacidade civil, política ou profissional, de
idade ou estado mental, tem legitimidade para ingressar com HC, em benefício
próprio ou alheio.
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LEGITIMIDADE
Sujeito passivo é aquele que pratica a coação ou ilegalidade ao direito de locomoção
do paciente.
Paciente será a pessoa física beneficiada pela ordem. Não cabe HC em favor de
pessoa jurídica, cujos interesses poderão ser tutelados na esfera criminal por
mandado de segurança.
ESPÉCIES
Repressivo – a liberdade de locomoção já está limitada, almejando-se a expedição
de alvará de soltura.
Preventivo – o risco à liberdade é iminente, objetivando-se a obtenção de salvo
conduto.
Suspensivo – na hipótese de a prisão ter sido decretada, porém o mandado ainda
estar pendente de cumprimento.
PRESSUPOSTOS
LÓGICOS E
ESPECIFICIDADES
Súmula 693 STF – não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa ou
relativa a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada.
Súmula 694 STF – não cabe HC contra a imposição da pena de exclusão de militar ou
de perda de patente ou de função pública.
Súmula 695 STF – não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.
Súmula 606 STF – não cabe HC originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma,
ou do plenário, proferida em HC ou no respectivo recurso.
Súmula 691 STF – não compete ao STF conhecer de HC impetrado contra decisão do
relator que, em HC requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
Súmula 692 STF – não se conhece de HC contra omissão de relator de extradição, se
fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi
ele provado a respeito.
PROCEDIMENTO
HC segue rito especial, mas é extremamente informal e célere, devido à importância
do direito que pretende defender.
Concedida a ordem de HC com base em motivos que não sejam de ordem
exclusivamente pessoal, deve ser estendida aos demais corréus, já que o HC, assim
como ocorre com os recursos de ordem criminal, desfruta do efeito extensivo.
Em regra, o HC não permite dilação probatória, exigindo, assim como ocorre no
mandado de segurança, prova pré-constituída.
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REPERCUSSÃO
PROCESSUAL E EFEITOS
No HC interposto perante órgão jurisdicional colegiado, em caso de empate na
votação, considera-se a decisão favorável ao paciente, como consectário lógico do in
dúbio pro reo.
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:
É a ível Ha eas Co pus pa a i pug a edidas autela es dive sas da p is o, vez ue, se des u p idas, pode
se o ve tidas e p is o p o essual.
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:
Possi ilidade de i pet aç o de ha eas o pus oletivo. Pa a o STF, apesa de o have u a p evis o e p essa o
o de a e to ju ídi o, e iste dois dispositivos legais ue, i di eta e te, evela a possi ilidade de ha eas
o pus oletivo. T ata-se do a t. , § º e do a t. , a os do CPP. O HC oletivo foi ve ifi ado e u aso
o eto, e ue advogados de u ovi e to ha ado Coletivo de Advogados e Di eitos Hu a os CADHu
i pet a a ha eas o pus oletivo o STF pedi do ue a Co te e o he esse, de fo a a pla e ge al, ue as
p esas g vidas ou o filhos e o es de a os possue di eito p is o do i ilia .
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
DEFINIÇÃO
Mandado de Segurança possui por escopo a proteção de direito líquido e certo,
contra ato de autoridade ou de quem exerça função pública.
O MS é um remédio constitucional de caráter residual, uma vez que somente poderá
ser impetrado para amparar direito líquido e certo que não disser respeito ao direito
de locomoção (habeas corpus) e ao direito e ou retificação de informações pessoais
(habeas data).
Não caberá MS quando se tratar de:
Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
Decisão judicial transitada em julgado;
Lei em tese;
Ato interna corporis;
Substituição por ação popular ou de cobrança.
COMPETÊNCIA
A competência para o julgamento do MS é fixada em conformidade com a
autoridade impetrada.
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LEGITIMIDADE
Legitimidade Ativa – detentor do direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, podendo este ser qualquer pessoa física, jurídica, alguns
órgãos públicos com capacidade processual, agentes políticos, além de outros entes
despersonalizados comcapacidade processual.
Legitimidade Passiva – autoridade coatora.
PRAZO
Cento e vinte dias, contados do conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser
impugnado. Trata-se de prazo decadencial. Após iniciado, não se interrompe,
tampouco se suspende.
Na hipótese de MS ser interposto contra omissão de certa autoridade, não haverá
prazo decadencial a ser observado caso a administração não esteja sujeita a prazo
para praticar o ato.
#COLANARETINA:
SÚMULA 625 STF. Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de segurança.
SÚMULA 429 STF. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado
de segurança contra omissão da autoridade.
SÚMULA 268 STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.
SÚMULA 510 STF. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o
mandado de segurança ou a medida judicial.
SÚMULA 430 STF. Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe prazo para o mandado de
segurança.
SÚMULA 333 STJ. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de
economia mista ou empresa pública. #ATENÇÃO, cuida de ato administrativo e não de gestão!!!
SÚMULA 629 STF. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe de autorização destes. #IMPORTANTE.
SÚMULA 630 STF. A entidade de classe tem legitimidade para o mandado de segurança ainda quando a
pretensão veiculada interessa apenas a uma parte da respectiva categoria.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
DEFINIÇÃO
É uma ação que visa tutelar o direito líquido e certo de direitos coletivos (transindividuais,
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas legadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica) ou direitos individuais
homogêneos (decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante).
Poderá ser utilizado nas mesmas hipóteses de cabimento do mandado de segurança
individual.
COMPETÊNCIA
A competência será a mesma do mandado de segurança individual.
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LEGITIMIDADE
MS coletivo poderá ser impetrado por partido político com representação do
Congresso Nacional ou organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
EFEITOS DA
DECISÃO
Abrangem todos os associados que se encontram descritos na petição incial do writ,
independentemente se o ingresso na associação tenha ocorrido antes ou após a
impetração.
A impetração do mandado de segurança coletivo não gera litispendência entre a esfera
individual e a coletiva, o que possibilita a posterior utilização do mandado de segurança
individual.
HABEAS DATA
DEFINIÇÃO
HD será concedido para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou
de caráter público, e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
COMPETÊNCIA
A competência para o julgamento de HD
É definida com base na hierarquia funcional do agente público, isto é, tendo por
parâmetro a autoridade ou entidade impetrada.
LEGITIMIDADE
ATIVA - Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja
nacional ou estrangeira, para ter acesso às informações a seu respeito.
O caráter personalíssimo da ação, que culmina na conclusão de que o HD será sempre
impetrado para o acesso, retificação ou anotação de informação relativa à pessoa do
próprio impetrante e não de terceiros.
PASSIVA – entidades governamentais ou particulares que tenham caráter público.
AÇÃO POPULAR
DEFINIÇÃO
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
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É uma ação que viabiliza ao cidadão o controle da legalidade dos atos administrativos e
impede a lesividade. Consiste, portanto, na possibilidade de qualquer membro da
coletividade, com maior ou menor amplitude, invocar a tutela jurisdicional no intuito de
preservar os interesses coletivos.
COMPETÊNCIA
Juiz de primeiro grau (Justiça Estadual ou Federal) de acordo com as regras ordinárias de
definição de competência.
LEGITIMIDADE
ATIVA – pertence ao cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja
em dia com suas obrigações eleitorais.
PASSIVA – será proposta em face das pessoas jurídicas de direito público, cujo patrimônio
se procura proteger, bem como suas entidades autárquicas e qualquer outras pessoas
jurídicas que sejam subvencionadas pelos cofres; dos responsáveis pelo ato lesivo, vale
dizer, autoridades diretamente responsáveis pelo ato que está sendo impugnado,
administradores e demais funcionários; beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.
DECISÃO
A natureza da decisão, quando for declarada a procedência do pedido, é dúplice: será
desconstitutiva ou constitutiva negativa.
Os efeitos da sentença são:
Invalidação do ato lesivo ao patrimônio público;
Condenação das autoridades, dos administradores, dos funcionários e dos
beneficiários, que arcarão com o ressarcimento dos danos e das perdas;
Condenação das autoridades, dos administradores, dos funcionários e dos
beneficiários em custas e ônus de sucumbência;
Efeito erga omnes.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
A constatação da inequívoca hierarquia normativa entre as normas constitucionais e as demais, justifica a
realização do controle de constitucionalidade.
Inconstitucionalidade Formal ou Nomodinâmica – vício afeta o ato inconstitucional decorre da inobservância de
algum rito do processo legislativo constitucionalmente fixado ou da incompetência do órgão que o editou.
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Inconstitucionalidade Material ou Nomoestática – o conteúdo da norma é contrário ao conteúdo constitucional.
Deriva daquelas situações em que há incongruência entre o previsto na lei e aquilo que dispõe o texto
constitucional.
Parâmetro – o preâmbulo não é considerado parâmetro, porque não é norma jurídica. Quanto à parte
permanente, todas as normas que a integram, independentemente de seu conteúdo, serão consideradas
parâmetro, não importa se são originárias, derivadas ou mesmo decorrentes de tratados e convenções
internacionais de direitos humanos pelo rito especial do art. 5 º, § 3º, CF.
No que tange à parte transitória, expressa no ADCT, pode-se dizer que suas normas também são
consideradas parâmetro para o controle, enquanto ainda tiveram eficácia. Se a eficácia já se exauriu não servem
mais como normas de referência.
No controle difuso de constitucionalidade permite-se também a fiscalização dos atos emanados do
poder Público perante norma constitucional que já tenha sido revogada, sendo unicamente necessário verificar se
essa norma constitucional estava em vigor no momento da criaçãodo ato.
Momento do Controle – poderá ser preventivo atinge a norma ainda em fase de elaboração, no curso do trâmite
legislativo, recaindo sobre projetos de lei e propostas de emenda constitucional) ou repressivo (o processo
legislativo já está finalizado. Alcança as espécies normativas já prontas e acabadas, que estejam produzindo seus
efeitos).
Quanto ao número de órgãos competentes para a realização do controle – poderá ser difuso ou concentrado.
#SELIGANATABELA:
CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE
CONCEITO
Também conhecido como controle incidental ou concreto. É exercido diante de
ocorrências fáticas a serem solucionadas pelo Poder Judiciário no desempenho comum
de sua típica função jurisdicional, na qual se controla a constitucionalidade de modo
incidental.
O juízo de verificação da compatibilidade da norma com o texto constitucional não é a
questão principal, mas tão somente uma questão prejudicial.
A finalidade é proteger o direito subjetivo afetado pela norma que se pretende
impugnar.
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COMPETÊNCIA
Qualquer juiz ou tribunal do poder judiciário possui competência para verificar a
legitimidade constitucional dos atos estatais, não havendo nenhuma restrição quanto ao
tipo de processo.
LEGITIMIDADE
É ampla e abrange as partes, em qualquer demanda; eventuais terceiros intervenientes,
o Ministério Público; órgão jurisdicional, de ofício.
Nos Tribunais, o processo de controle de constitucionalidade difuso deverá observar a
l usula de ese va de ju isdiç o , ue dete i a ue so e te pelo voto da aio ia
absoluta de seus membros ou dos membros do órgão especial é que a
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo poderá ser declarada.
OBJETO E
PARÂMETRO
Objeto – é válido manejar essa via de controle para verificar a compatibilidade com a
Constituição de qualquer ato emanado dos Poderes Públicos, não importando a esfera
federativa que produziu, tampouco se sua natureza é de ato normativo ou não, primário
ou secundário. Igualmente não é relevante se o ato anterior ou posterior à norma
constitucional parâmetro, isto é, pré ou pós-constitucional. Também não é obstáculo a
realização do controle difuso ter sido o ato revogado ou estar com seus efeitos
exauridos.
Parâmetro – o controle difuso permite a fiscalização dos atos emanados do Poder Público
perante qualquer norma constitucional, ainda que ela já tenha sido revogada, sendo
unicamente necessário verificar se essa norma constitucional estava em vigor no
momento da criação do ato.
EFEITOS DA
DECISÃO
A sentença que profere a inconstitucionalidade tem efeito declaratório e retroage à data
da edição da norma, ou seja, é ex tunc.
No entanto, é possível que haja a modulação dos efeitos temporais, excepcionalmente,
se o STF, concluir que deva prevalecer a segurança jurídica ou algum interesse social
marcante. No caso, poderá a Corte manipular os efeitos temporais da decisão de modo
que a declaração de inconstitucionalidade não retroaja, mas sim valha do trânsito em
julgado da decisão em diante ou a partir de outro momento que a Corte venha a fixar.
A decisão prolatada no controle difuso opera efeitos inter partes, não atingindo terceiros
que não participaram daquela específica relação processual.
ATUAÇÃO DO
SENADO
Até o presente ano, o papel do Senado era suspender a norma declarada inconstitucional
no controle difuso, produzindo, portanto, efeito erga omnes.
ATENÇÃO: alteração jurisprudencial – houve uma mutação constitucional do art. 52, X,
CF. Agora, quando o STF declara uma norma inconstitucional no controle difuso, a
decisão já tem efeito vinculante e erga omnes.
O STF comunica o Senado com o objetivo que referida casa legislativa dê publicidade
daquilo que foi decidido.
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É possível afirmar a adoção da teoria da Abstrativização do Controle Difuso.
#SELIGANATBAELA:
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
CONCEITO
É realizada em abstrato, pela via principal, ou seja, a questão de constitucionalidade
configura o pedido principal da ação, sendo que a Corte analisa, em tese, se há ou não
contrariedade à Constituição.
Poderá ocorrer mediante uma das seguintes ações: ADI, ADC, ADO ou ADPF.
COMPETÊNCIA
STF
LEGITIMIDADE
Será legitimado ativo: Mesa da Câmara, mesa do Senado, Mesa da Assembleia Legislativa
ou Câmara Legislativa do DF; Governador do Estado ou do DF; Procurador Geral da
República; Presidente da República; Conselho Federal da OAB; partido político com
representação no Congresso Nacional; confederação sindical; entidade de classe de
âmbito nacional.
OBJETO E
PARÂMETRO
OBJETO:
EM ADI – leis e atos normativos federais ou estaduais, editadas após a constituição. As
leis do DF editadas no exercício da competência legislativa estadual podem ser objeto de
ADI.
EM ADC – leis e demais atos normativos federais.
EM ADO – normas constitucionais de eficácia limitada não regulamentada.
EM ADPF – direito pré-constitucional, direito municipal, controvérsia sobre direito pós
constitucional já revogado ou cujos efeitos já se exauriram e de decisões judiciais
construídas a partir de interpretações violadoras de preceitos fundamentais.
PARÂMETRO:
EM ADI, ADC, ADO– normas constitucionais de referência para a realização da análise de
compatibilidade são todas aquelas que constam do documento constitucional. Tratando-
se de norma do ADCT, desde que não exaurida sua eficácia.
EM ADPF - o parâmetro é mais restrito, pois tutela os preceitos fundamentais, ou seja,
para a defesa de somente alguns dispositivos constitucionais.
DEFINITIVA:
EM ADI e ADC - Produzirá eficácia contra todos e efeito ex tunc (retroativo). O STF poderá
optar pela modulação temporal dos efeitos, em virtude de razão de segurança jurídica ou
excepcional interesse social.
EM ADO – notificar o legislador ou órgão administrativo que incorre em mora, para que o
responsável adote as medidas necessárias à concretização do texto constitucional.
MEDIDA CAUTELAR:
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EFEITO DA
DECISÃO
EM ADI e ADPF - Produzirá eficácia contra todos e efeito ex nunc (não retroativo).
EM ADC - Produzirá eficácia contra todos e efeito ex nunc (não retroativo). Também
produzirá a suspensão do julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou
do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo, que deverá ocorrer em
180 dias, sob pena de perda de sua eficácia.
EM ADO – poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo
questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judicias
ou de procedimento administrativos ou ainda em outra providência a ser fixada pelo
Tribunal.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
O ue a o te e se a lei i pug ada po eio de ADI alte ada a tes do julga e to da aç o? Neste aso, o auto
da ADI deve adita a petiç o i i ial de o st a do ue a ova edaç o do dispositivo i pug ado ap ese ta o
es o ví io de i o stitu io alidade ue e istia a edaç o o igi al. A evogaç o, ou su sta ial alte aç o, do
o ple o o ativo i p e ao auto o us de ap ese ta eve tual pedido de adita e to, aso o side e
su sisti a i o stitu io alidade a o a ue p o oveu a alte aç o ou evogaç o. Se o auto o fize isso, o STF
o i o he e da ADI, julga do p ejudi ado o pedido e az o da pe da supe ve ie te do o jeto.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
É possível ueseja ele ado u a o do o ojo de u a a guiç o de des u p i e to de p e eito fu da e tal
ADPF ? SIM. É possível a ele aç o de a o do u p o esso de í dole o jetiva, o o a ADPF, desde ue fi ue
de o st ado ue h o feito u o flito i te su jetivo su ja e te i plí ito , ue o po ta soluç o po eio de
auto o posiç o. Vale essalta ue, a ho ologaç o deste a o do, o STF o i ha ela ou legiti a e hu a
das teses ju ídi as defe didas pelas pa tes o p o esso. O STF i ape as ho ologa as disposiç es pat i o iais
ue fo e o i adas e ue estive e de t o do ito da dispo i ilidade das pa tes. A ho ologaç o esta
ape as esolve do u i ide te p o essual, o vistas a o fe i aio efetividade p estaç o ju isdi io al.
DEFESA DO ESTADO
Na atual Constituição, para a defesa do Estado, cuidou de institucionalizar as Forças Armadas e a
Segurança Pública. Para a defesa das instituições democráticas, estabeleceu instrumentos que possuem a
finalidade de manter ou restabelecer a ordem em momentos de anormalidade constitucionais, configurando o
de o i ado siste a o stitu io al de ises , o posto pelo estado de defesa e pelo estado de sítio.
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O sistema constitucional de crises baseia-se nos princípios da necessidade (pois o acionamento só pode se
dar em casos de extrema gravidade, sob pena de configuração de arbítrio e golpe do estado) e temporariedade
(pois o lapso temporal de vigilância das medidas excepcionais é limitado, o que evita a instauração de uma
ditadura).
A excepcionalidade é fato de observância compulsória, já que as medidas somente serão legitimadas até
que o equilíbrio constitucional seja alcançado novamente.
Caso ocorra o afloramento da situação de crise, dois mecanismos constitucionais poderão ser acionados
para recuperar a normalidade, quais sejam: o estado de defesa e o estado de sítio.
ESTADO DE DEFESA
INTRODUÇÃO
O estado de defesa apresenta-se como uma modalidade de restauração da habitualidade
menos gravosa, já que sua operacionalização é menos áspera aos direitos fundamentais
quando comparado ao estado de sítio.
HIPÓTESE DE
DECRETAÇÃO
As hipóteses que legitimam a decretação do estado de defesa estão previstas, de modo
taxativo. São alternativos os dois pressupostos legitimadores:
A grave e iminente instabilidade institucional;
A calamidade de grandes proporções na natureza.
TITULARIDADE
O Presidente da República é o único titular apto a decretar a medida.
REQUISITOS
Enquanto medida excepcional, sua decretação subordina-se à observância estrita dos
seguintes requisitos:
Manifestação prévia dos Conselhos da República e da Defesa Nacional;
Expedição do decreto instituidor da medida pelo Presidente da República;
Referido decreto presidencial deverá determinar: (i) tempo de duração da
medida, que não poderá ultrapassar o limite temporal máximo de 30 dias,
prorrogável, uma única vez, por mais trinta dias; (ii) área a ser abrangida, sendo
que os locais compreendidos devem ser restritos e determinados; (iii) medidas
coercitivas que vigorarão durante a sua vigência.
Aprovação do decreto editado pelo Presidente da República pela maioria
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absoluta dos membros do Congresso Nacional.
PROCEDIMENTO
O estado de defesa será instaurado por inciativa exclusiva do Presidente da República,
após a oitiva do Conselho da República e da Defesa Nacional.
O decreto presidencial será submetido ao Congresso Nacional em até 24 horas, que o
aprovará ou não.
Caso a decretação se dê em período de recesso parlamentar, o Congresso será
convocado pelo Presidente do Senado Federal, extraordinariamente, em até cinco dias.
O prazo que o Congresso possui para apreciar o decreto é de dez dias, devendo a
decisão ser tomada pela maioria absoluta dos membros.
Se o decreto for rejeitado, cessa imediatamente o estado de defesa, e todas as medidas
empregadas serão de imediato suspensas. Caso a rejeição do congresso nacional não seja
acatada pelo Presidente, ele poderá ser responsabilizado por crime de responsabilidade.
Por outro lado, se o Congresso nacional validar o decreto, segue vigorando o estado de
defesa, lembrando que durante todo o período de funcionamento da medida do
Congresso manter-se-á em funcionamento.
Deve haver respeito estrito ao prazo constitucional de trinta dias, que pode ser
prorrogado, uma única vez, por mais trinta dias.
Por último, se a decretação do estado de defesa (e a eventual prorrogação) não forem
suficientes para corrigir as circunstâncias deflagradoras da medida, a solução será
recorrer a um instrumento mais rigoroso: o estado de sítio.
MEDIDAS
COERCITIVAS
As medidas coercitivas cabíveis no estado de defesa consistem em restrições a alguns
direitos fundamentais:
Reunião, ainda que exercida no seio das associações;
Sigilo da correspondência;
Sigilo da comunicação telegráfica e telefônica.
Na hipótese de a decretação ser consequência de uma calamidade pública, poderá haver
a ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, respondendo a União pelos
danos eventualmente causados e custos decorrentes da utilização.
Também é admissível a prisão por crime contra o Estado que será comunicada
imediatamente ao juiz competente, acompanhada de declaração, pela autoridade, do
estado físico e mental do detido no momento de sua atuação, que a relaxará, se não for
legal, facultando ao preso requerer o exame de corpo de delito à autoridade policial. A
prisão não poderá ser superior a dez dias, salvo quando houver autorização do Poder
Judiciário. Ressalta-se, finalmente, que em nenhuma circunstância será aceitável a
incomunicabilidade do preso.
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CONTROLE
Por se tratar de providência extraordinária, a CF estabeleceu um sistema de controle,
acompanhamento e fiscalização dos atos praticados no curso do estado de defesa.
Referido sistema se perfaz por meio de (i) controle político – exercido pelo Congresso
Nacional; (ii) controle judicial – realizado pelo poder judiciário.
O controle político se realiza de imediato, concomitante e sucessivo. O judicial, por sua
vez, pode ser concomitante ou sucessivo.
ESTADO DE SÍTIO
INTRODUÇÃO
Estado de sítio visa superar uma indesejável situação excepcional, tencionando retornar
ao status quo ante. Apresenta-se, no entanto, como uma medida significativamente mais
onerosa e severa que o estado de defesa. É, portanto, reservado para situações críticas,
que resultem em grave comoção nacional, conflito armado envolvendo um Estado
estrangeiro, ou até mesmo quando o estado de defesa, outrora decretado, revela-se
insuficiente.
Sua decretação pelo Presidente da República sujeita-se à aprovação da maioria absoluta
do Congresso Nacional, excetuando-se a situação de agressão estrangeira que ocorra no
intervalo das sessões legislativas, hipótese em que o Presidente poderá decretar a ordem
sem a prévia autorização do Congresso, que será convocado para referendá-la.
HIPÓTESE DE
DECRETAÇÃO
São pressupostos materiais legitimadores da decretação, não necessariamente
cumulativos:
A comoção grave de repercussão nacional;
Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia do estado de defesa;
Declaração de guerra ou resposta e agressão armada estrangeira.
TITULARIDADE
Assim como no estado de defesa, quem decreta a medida, de forma exclusiva, é o
Presidente da República.
REQUISITOS
A decretação do estado de sítio subordina-se aos seguintespressupostos formais:
Audiência prévia dos Conselhos da República e de Defesa Nacional;
Prévia autorização do Congresso Nacional, formalizada na edição de um decreto
legislativo;
Decreto instituidor de medida indicará a sua duração, as normas necessárias e
sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas. Se o estado de
sítio foi acionado para fazer frente à situação de guerra, não se pode prever o
lapso temporal da medida, tampouco estipular quais serão todas as garantias e
direitos que ficarão afastados;
Designação pelo Presidente da República do executor das medidas específicas,
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assim como as áreas abrangidas.
PROCEDIMENTO E
PRAZO
O Presidente da República ouvirá o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, que emitirão parecer consultivo, não vinculante.
A decretação só pode ser feita após o Congresso Nacional autorizar a mediada, pela
maioria absoluta de seus membros.
Caso o Congresso esteja em recesso, este será extraordinariamente convocado pelo
Presidente do Senado para se reunir no prazo de cinco dias.
Se a decretação se sustentar na hipótese de comoção grave de repercussão nacional ou
na ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia do estado de defesa, a medida
deverá ter a duração estipulada no decreto que a instituiu. Na hipótese de guerra,
contudo, a medida perdurará enquanto durar a guerra.
Os procedimentos necessários á execução da medida e as garantias constitucionais que
deverão ser suspensas também devem ser previstas no decreto.
Depois de publicado o decreto, o Presidente da República designará o executor das
medidas específicas, assim como as áreas abrangidas.
RESTRIÇÕES DE
DIREITOS
Quando houver decretação do estado de sítio tendo por base a comoção grave de
repercussão nacional ou ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa, as
seguintes medidas poderão ser empregadas:
Obrigação de permanência em localidade determinada;
Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
Restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiofusão
e televisão, na forma da lei;
Suspensão da liberdade de reunião;
Busca e apreensão em domicílio;
Intervenção nas empresas de serviços públicos;
Requisição de bens.
Se a medida houver sido decretada com fundamento no estado de guerra ou resposta a
agressão armada estrangeira qualquer garantia constitucional poderá ser suspensa, ao
menos em tese.
CONTROLE
Para afastar o arbítrio e eventuais abusos, o estado de sítio se sujeita a controle político,
feito pelo Congresso Nacional, e judicial, realizado pelo judiciário.
O controle político no estado de sítio se apresenta de maneira prévia, concomitante e
sucessiva. O controle judicial é concomitante e sucessivo.
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CRIMINOLOGIA
Olá Delegados e Delegadas!!!
Vamos ao NFPSS – Não Faça a Prova Sem Saber de Criminologia. Abordaremos os principais pontos do
nosso edital, procurando, de forma didática, sanar eventuais dúvidas e fixar os pontos que merecem atenção,
para que na hora da prova possamos marcar todas as questões com confiança e certeza de que vamos fechar a
matéria, garantindo pontos rumo à aprovação.
Vem comigo!24
CONCEITO – MÉTODOS: EMPIRISMO E INTERDISCIPLINARIDADE
A palav a C i i ologia, te sua eti ologi a e te do lati i i o, ue sig ifi a i e, e do g ego
logos, ue o siste e estudo, sig ifi a do, po ta to, o estudo do i e. O te o C i i ologia foi utilizado pela
p i ei a vez e po Paul Topi a d, se do ue foi Raffaele Ga falo, e seu liv o C i i ologia, la çado e
, ue deu oto iedade ao te o.
Pa a A to io Ga ía-Pa los de Moli a, a C i i ologia a i ia e pí i a e i te dis ipli a ue te po
o jeto o i e, o deli ue te, a víti a e o o t ole so ial do o po ta e to delitivo; e ue apo ta u a
i fo aç o v lida, o t astada e o fi vel, so e a g ese, di i a e va i veis do i e – o te pla do este
o o fe ô e o i dividual e o o p o le a so ial, o u it io - assi o o sua p eve ç o efi az, as fo as de
est at gias de eaç o ao es o e as t i as de i te ve ç o positiva o i f ato .
CONCEITO TRADICIONAL CONCEITO MODERNO
OBJETO Estudo do crime e do delinquente
Incorpora o estudo da vítima e do
controle social
ORIENTAÇÃO Orientação repressiva O ie taç o p eve io ista
INTERVENÇÃO Tratamento do criminoso
- Intervenção no cenário do crime
- Delito nasce na comunidade e deve ser
enfrentado no âmbito da comunidade
24 Por Tiago Pozza – Instagram @tiagopozza.
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PARADIGMA
Análise etiológica: estuda as
causas/raízes da criminalidade
Análise dos modelos de reação ao delito
(processos de criminalização), sem
renunciar à análise etiológica do crime
A C i i ologia u a i ia do se , e pí i a, a edida e ue seu o jeto i e, i i oso, víti a e
o t ole so ial visível o u do eal e o o u do dos valo es, o o o o e o o di eito, ue u a
i ia do deve -se , po ta to, o ativa e valo ativa.
CRIMINOLOGIA
CIÊNCIA DO SER
(Empírica)
DIREITO
CIÊNCIA DO DEVER SER
(Caráter normativo e valorativo)
Com o advento da fase científica da Criminologia, esta passou a utilizar o método empírico ou
experimental e indutivo, cunhado pela Escola Positiva, para estudar seu objeto (crime, criminoso, vítima e
controle social), partindo da análise de fatos, do mundo do ser, para a regra, com base no método biológico e
sociológico.
A i te dis ipli a idade da C i i ologia de o e de sua p p ia o solidaç o hist i a o o i ia
dotada de auto o ia, vista da i flu ia p ofu da de dive sas out as i ias, tais o o a so iologia, a
psi ologia, o di eito, a edi i a legal et .
OBJETOS DA CRIMINOLOGIA
Durante sua evolução histórica, a Criminologia passou por importantes mudanças em seu objeto de
estudo. A Escola Clássica, através dos pensamentos de Beccaria, se preocupava apenas com o estudo do crime,
Método formal,
abstrato e dedutivo
Escola
Clássica
Método empírico e
indutivo
Escola
Positivista
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enquanto a Escola Positiva, capitaneada por Lombroso, se valia do estudo do delinquente. Em meados do século
XX, a vítima passou a ter maior destaque, assim como os mecanismos de controle social, assumindo um caráter
interacionista e pluridimensional.
Hodiernamente, o objeto da Criminologia se divide no estudo do delito, do delinquente, da vítima e do
controle social, sendo que tais pontos merecem atenção, pois são rotineiramente cobrados em questões de
concursos públicos.
Delito Em relação ao delito, a Criminologia tem toda uma atividade de análise, que verifica a conduta
antissocial, suas causas, o tratamento dado ao delinquente, visando sua reinserção na sociedade e coibindo sua
reincidência, bem como as falhas dos processos preventivos.
A Criminologia moderna deixou de aceitar o dogma de que nossa sociedade é consensual, afirmando ser
uma sociedade conflitiva. Não se limita ao conceito jurídico-penal de delito, sob pena de perder sua autonomia e
funcionar como instrumento de auxílio do direito penal. Da mesma forma, rompe com o conceito sociológico de
que o crime seria uma mera conduta desviada que foge aos padrões. Portanto,o delito é um fenômeno social e
comunitário, que exige o estudo de suas múltiplas formas e enfoques para a análise do fenômeno criminal.
#OLHAOGANCHO: Justiça Restaurativa – É uma nova perspectiva, oposta à ideia de Justiça Retributiva (retribuir o
mal com outro mal), fundada basicamente na restauração do mal provocado pela infração penal. Busca o
restabelecimento do status quo ante dos protagonistas do conflito criminal, com a composição de interesses
entre as partes envolvidos e reparação do dano sofrido pela vítima, por meio de acordo, consenso, transação,
conciliação, mediação ou negociação, propiciando a restauração do controle social abalado pela prática do delito,
a assistência ao ofendido e a recuperação do delinquente.
Delinquente Passou a ter destaque com o surgimento da Escola Positiva e o desenvolvimento das ciências
sociais, como a Antropologia e a Sociologia, que entendiam que o criminoso era um ser atávico, preso a sua
deformação patológica.
Os clássicos entendiam o autor do fato, dotado de livre arbítrio, era visto como um pecador que teria
optado pelo mal quando poderia ter direcionado sua conduta para o bem.
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Segundo os correcionalistas, o criminoso era um ser inferior e incapaz de governar a si próprio,
merecendo atitude pedagógica e de piedade por parte do Estado. De acordo com os marxistas, o criminoso é
uma vítima inocente das estruturas econômicas impostas pelo capitalismo.
A Criminologia moderna trata o delinquente como um ser histórico, real, complexo e enigmático, um
ser normal que pode estar sujeito às influências do meio e não aos determinismos.
Vítima Inicialmente deixada de lado no estuda da Criminologia, que a considerava como algo insignificante na
existência do delito, passou por 03 (três) grandes momentos nos estudos penais. A idade de ouro, que
compreende os primórdios da civilização até o fim da Alta Idade Média, onde a vítima possuía papel de destaque,
traduzido pela Lei de Talião. O período de neutralização, que surgiu com a Santa Inquisição, passando a vítima a
perder importância frente ao Poder Público e ao monopólio da jurisdição. Por fim, a revaloração da vítima, que
ganhou destaque no Processo Penal com os pensamentos da Escola Clássica, sendo objeto de leis como no caso
dos Juizados Especiais Criminais, que conferiu grande destaque processual à vítima.
Controle Social Formado por um conjunto de mecanismos e sanções sociais que submetem os indivíduos às
normas de convivência social. Há dois sistemas de controles que coexistem, o primeiro deles, dito informal, está
relacionado com a família, religião, escola, profissão, clubes e outros, enquanto o segundo, chamado de formal, é
representado pela Polícia, Ministério Público, Forças Armadas e demais órgãos públicos, com caráter nitidamente
mais rigoroso e com conotação político-criminal.
Vitimização Primária Prejuízo oriundo diretamente do delito.
Vitimização
Secundária,
Revitimização ou
Sobrevitimização
Sofrimentos adicionais advindos do sistema de justiça criminal (processo e
investigação), decorrentes do tratamento dado pelas instâncias formais de controle
social.
Vitimização Terciária
Humilhação e abandono pelo Estado e pelo próprio grupo social.
Vitimização indireta – Sofrimento suportado por pessoas relacionadas intimamente
à vítima do delito, que, embora não diretamente lesionadas pela conduta criminosa,
partilham de seu sofrimento.
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CONTROLE SOCIAL INFORMAL CONTROLE SOCIAL FORMAL
AGENTES
Família, escola, religião, clubes
recreativos, opinião pública etc.
Polícia, Ministério Público, Poder
Judiciário, administração penitenciária.
MOMENTO
Disciplina o indivíduo por meio de um
largo e sutil processo de socialização,
interiorizando ininterruptamente no
indivíduo as pautas e conduta.
Entra em funcionamento quando as
instâncias informais de controle falham.
ESTRATÉGIAS
Distintas estratégias (prevenção,
repressão, ressocialização etc.) e
diferentes modalidades de sanções
(positivas, como recompensas, e
negativas, como punições).
Atua de modo coercitivo (violento) e
impõe sanções mais estigmatizantes,
que atribuem ao infrator da norma um
singular status (de desviado, perigoso
ou delinquente).
EFETIVIDADE
Costuma ser mais efetivo, porque é
ininterrupto e onipresente, o que ajuda
a explicar os níveis mais baixos de
criminalidade nas pequenas cidades do
interior, onde é mais forte.
O atual enfraquecimento dos laços
familiares e comunitários explica em
boa medida a escassa confiança
depositada na sua efetividade
A eficaz prevenção do crime não
depende tanto da maior efetividade do
controle social formal, senão da melhor
integração do controle social formal e
informal.
O controle razoável e eficaz da
criminalidade não pode depender
exclusivamente da efetividade das
instâncias do controle social, pois a
intervenção do sistema legal não incide
nas raízes do delito.
FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA – RELAÇÃO COM A POLÍTICA CRIMINAL E O DIREITO PENAL
A função da Criminologia, como ciência interdisciplinar e empírica, é submeter o crime a uma análise
rígida, eliminando contradições e complementando lacunas. Assim, suas principais funções são: explicar e
prevenir o crime, intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime.
Ademais, também se considera função da Criminologia desenhar um diagnóstico qualificado e
conjuntural sobre o delito, de modo a permitir a compreensão científica do problema criminal, visando a sua
prevenção e interferência no homem delinquente.
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DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL
A alisa os fatos hu a os
i desejados, defi e uais deve
se otulados o o i e ou
o t ave ç o, a u ia do as
pe as.
Ci ia e pí i a ue estuda o
i e, a víti a e o o po ta e to
da so iedade.
T a alha est at gias e eios de
o t ole so ial da i i alidade.
O upa-se do i e e ua to
o a.
O upa-se do i e e ua to fato. O upa-se do i e e ua to valo .
A Política Criminal é a disciplina que oferece aos poderes públicos as opções científicas concretas mais
adequadas para o eficaz controle do crime.
Assim, a CRIMINOLOGIA tem a função de reunir um núcleo de conhecimentos verificados
empiricamente sobre o problema criminal (momento explicativo) e a POLÍTICA CRIMINAL transforma essa base
empírica em opções, alternativas e programas científicos, a partir de uma ótica valorativa (momento decisivo). O
DIREITO PENAL, por sua vez, analisa os fatos humanos indesejados, rotulando crimes e cominando penas.
MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA
Os Modelos Teóricos da Criminologia podem ser classificados como Criminologia Clássica e Neoclássica,
Positivista e Moderna. Vamos analisar os pontos principais de cada um deles, buscando uma melhor
compreensão da matéria.
A Criminologia Clássica parte das ideias consagradas pelo Iluminismo, adotando as teorias do
Jusnaturalismo de Grócio e do Contratualismo de Rousseau, tendo como principais fundamentos que o crime é
um ente jurídico, não o considerando uma ação, mas sim uma infração; a punibilidade deve ser baseada no livre-
arbítrio; a pena deve ter nítido caráter de retribuição pela culpa moral do criminoso, de modo a prevenir o crime
com celeridade e severidade, restaurando a ordem social; utiliza o método lógico-dedutivo.
A Criminologia Neoclássica parte das ideias da Criminologia Clássica, destacando-se a teoria daEscolha
Racional de Clark e Cornish e a Teoria das Atividades Rotineiras de L. E. Cohen e Felson. A primeira, partindo do
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pressuposto de que o homem é um ser racional, entende essa racionalidade como relativa, pois algumas variáveis
fazem com que seja feita uma análise subjetiva do autor do delito, em certo momento e contexto. Já a segunda,
também chamada de Teoria da Oportunidade, analisa o delito sob um aspecto situacional, analisando o contexto
atual da situação para entender os motivos que levam à delinquência.
A Criminologia Positivista rompe com os dogmas dos Clássicos, abandonando seus estudos,
centralizando suas pesquisas no delinquente. O positivismo nega com veemência o livre arbítrio como
fundamento da responsabilidade, por ser o homem determinado em suas ações por causas endógenas e por
causas exógenas derivadas de fatores físicos, econômicos e sociais, servindo-se do método indutivo ou
experimental no estudo do crime. Para os positivistas, o criminoso era um ser atávico, fruto da regressão a
estados primitivos da humanidade, sendo este o núcleo da construção da ideia do criminoso nato, que seria uma
variedade humana que se distinguia entre si por uma rica gama de anomalias ou estigmas de origem atávica ou
degenerativa.
Por fim, na Criminologia Moderna, o estudo do homem delinquente migrou para um segundo plano,
como consequência de mudanças sociais e da necessária superação dos enfoques individualistas em atenção aos
objetivos político-criminais, deslocando-se prioritariamente à conduta delitiva, à vítima e ao controle social. O
delinquente é examinado, em suas interdependências sociais, como unidade biopsicossocial e não de uma
perspectiva biopsicopatológica como em obras orientadas pelo espírito individualista e correcionalista da
criminologia tradicional.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
As teorias criminológicas são concebidas dentro de uma perspectiva macrocriminológica, ou seja, não
examina a interação entre indivíduos e pequenos grupos. Faz uma abordagem da sociedade como um todo,
mediante o estudo do fenômeno delituoso, obtendo diferentes respostas explicativas da criminalidade.
As duas principais divisões da macrossociologia que influenciam o pensamento criminológico são as
teorias do consenso ou da integração, de caráter funcionalista, e as teorias do conflito, com caráter mais
argumentativo, dividindo visões conflitivas da sociedade.
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Nos dizeres de Shecaira, qualquer que seja a visão adotada para a análise criminológica, a sociedade é
como a cabeça de Janus, e suas duas faces são aspectos equivalentes da mesma realidade (SHECAIRA, Sérgio S.
Criminologia. P. 131).
Segundo a Teoria do Consenso, a finalidade da sociedade é atingida quando há um perfeito
funcionamento das suas instituições de forma que os indivíduos compartilham os objetivos comuns a todos os
cidadãos, aceitando as regras vigentes e compartilhando regras sociais dominantes. A ordem é baseada em um
consenso geral em torno de valores, derivando destes o estabelecimento da força. As principais Teorias do
Consenso são a Escola de Chicago, a Teoria da Associação Diferencial, Teoria da Anomia e a Teoria da Subcultura
Delinquente.
Já as Teorias do Conflito pregam que a coesão e a ordem da sociedade são fundadas na força e na
coerção, na dominação de alguns e sujeição de outros, ignorando a existência de acordos de valores que dão
origem e estabelecem a força. A coerção imposta que traz coesão às organizações sociais. A Teoria do Lebelling
Approach ou Etiquetamento e a Teoria Crítica são as teorias com maior repercussão dentro do conflito.
ESCOLA DE CHICAGO
A Escola de Chicago possui base sociológica inserida no que se chama de Teorias do Consenso. Isso
significa que, para a teoria, a finalidade da sociedade é atingida quando há um perfeito funcionamento das suas
instituições de forma que os indivíduos compartilham os objetivos comuns a todos os cidadãos, aceitando as
regras vigentes e compartilhando regras sociais dominantes. A ordem é baseada em um consenso geral em torno
de valores, derivando destes o estabelecimento da força.
A Escola de Chicago também é chamada de Escola Ecológica, por tratar a criminalidade com base na
análise das relações dos indivíduos com o meio em que vivem. Os Estudos foram feitos na cidade de Chicago,
onde se buscou observar a disposição geográfica do aparato urbano, a fim de se verificar padrões de maior ou
menor criminalidade.
A cidade foi dividida em vários círculos concêntricos, em que seu centro era chamado de Loop. Foi
observado, que quanto mais próximas deste loop, maiores os índices de criminalidade da região. Paralelamente,
verificou-se que quando mais longe do loop, melhores as condições financeiras da população.
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A desorganização urbana de áreas próximas ao centro faz com que nesses locais sejam desenvolvidas
atividades ilícitas. Ademais, há maior abandono do Estado com relação à iluminação, à segurança pública e outros
fatores que contribuem para a deterioração do ambiente, já que poucas pessoas vivem nesses locais.
Somado a isso, muitas das pessoas que vivem nessas regiões de alta criminalidade são imigrantes, que
não estão integrados à sociedade. Por essa razão, tem-se uma ausência de controle social informal, já que foram
separados de seus familiares e amigos ao se mudarem para o novo local (no estudo em questão, a cidade de
Chicago). Essa ausência de controle social informal contribui também para o aumento do número de delitos.
#SELIGANATABELA:
ESCOLA DE CHICAGO OU ESCOLA ECOLÓGICA
Aspectos Principais
Relação entre criminalidade e crescimento desordenado das cidades.
Divisão da cidade de Chicago em zonas, verificando-se maior criminalidade em
zonas mais próximas do centro, habitadas por imigrantes e indivíduos
marginalizados pela sociedade. Em regiões mais distantes do centro, pessoas com
melhores condições financeiras e menor criminalidade.
Ausência de controle informal (realizado pela sociedade, por meio de suas
instituições, como vizinhança, família, igreja etc.).
Propõe o aumento do controle informal, por meio de mecanismos que
promovessem maior integração da sociedade, em atividades comunitárias e
recreativas. Ainda, quanto aos imigrantes, projetos para o resgate de suas raízes
culturais.
Pontos Positivos
Abriu um novo campo para a criminologia, que até então se preocupava com a pessoa
do criminoso. Rompeu, portanto, com o positivismo criminológico. Até a Escola de
Chicago, a solução proposta para o combate da criminalidade era centrada na pena.
Aqui, por outro lado, já se verificam ideias de planejamento urbano, com políticas
públicas de integração dos indivíduos marginalizados à sociedade.
Críticas
Não leva em consideração a criminalidade das classes abastadas da sociedade
(crimes de colarinho branco).
Se por um lado rompe com o positivismo, por outro traz um forte
determinismo na análise da criminalidade com base em cada uma das zonas da
cidade.
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
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Também denominada como uma Teoria do Consenso, tem como expoente Edwin Sutherland. O autor
tratou da criminalidade de colarinho branco, isto é, de crimes cometidos por pessoas das classes mais ricas,
buscando compreender o quelevava esses indivíduos a praticaram delitos.
Sutherland percebeu que o delito surge com a inclusão da pessoa em uma associação diferencial, que
seria um grupo de pessoas que predispõe seus membros à violação da lei. O autor parte da premissa de que toda
conduta humana, inclusive a de praticar crimes, é aprendida. E o crime, assim como qualquer outra conduta, é
aprendido nas relações sociais em que a pessoa está inserida.
Normalmente, a pessoa aprende suas condutas em suas associações comuns com os demais membros
da sociedade e também nas associações diferenciais, em que a carga de aprendizado se dirige à violação de
normas. E quanto mais próximas e íntimas essas associações diferenciais, maior o grau de aprendizado do
comportamento criminoso.
#SELIGANATABELA:
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
Aspectos Principais
O crime, assim como os demais comportamentos sociais, pode ser aprendido.
O aprendizado do crime se dá por meio das associações diferenciais que o
indivíduo forma com os demais membros da sociedade.
Quanto mais íntima a associação, maior a intensidade do aprendizado.
O delinquente surge quando as definições favoráveis à violação da norma
superam as desfavoráveis.
A teoria tenta explicar a criminalidade do colarinho branco, já que nesses casos
ela não podia ser justificada por meio da miséria.
Pontos Positivos
Assim como a Escola de Chicago, a Teoria da Associação Diferencial rompe com
o positivismo criminológico, desconsiderando os aspectos biológicos do indivíduo como
determinantes para a prática de delitos.
Chamou a atenção para a existência de criminalidade fora dos setores
marginalizados da sociedade.
Críticas
Não questiona a seletividade do sistema penal.
Desconsidera a autonomia dos indivíduos, que se tornariam criminosos
simplesmente em razão da convivência com determinadas pessoas. Deixa de lado
muitos outros fatores que contribuem para a criminalidade em uma postura
determinista.
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TEORIA DA ANOMIA
Inserida no tronco das Teorias Estruturais Funcionalistas (#UEGUSAOTERMO), que se caracterizam por
interpretar e analisar o crime como fenômeno social, normal e funcional, a Teoria da Anomia tem origem no
pensamento de Émile Durkheim e é desenvolvida por Robert Merton, que adaptou a teoria em questão ao
modelo de vida americano da primeira metade do século XX. Durkheim desenvolve a ideia de que em uma
sociedade é necessário identificar quem cumpre cada função e como as funções de cada um se relacionam. Para
que isso funcione, deve haver uma consciência coletiva, que nada mais é do que um conjunto de valores, regras,
modos de agir, partilhados por toda a sociedade.
O crime, dentro de certos limites, era visto como algo natural, que possui sua própria função na
sociedade. Anomia não seria o crime, e sim o desmantelamento da consciência coletiva. Isto é, a população passa
a não mais agir de acordo com aqueles valores e regras dominantes, quebrando os vínculos de solidariedade ora
existentes.
A teoria tem caráter funcionalista e vê no crime até mesmo uma utilidade. A função na pena, porém,
não seria a prevenção, e sim a satisfação da consciência coletiva, reforçando aqueles valores sociais. Merton vai
além e institui as noções de metas culturais e meios institucionalizados para obtê-las. A sociedade de consumo
impõe metas que os indivíduos, diante da ausência de oportunidades, não conseguem atingir utilizando meios
institucionalizados.
Diante desse cenário, alguns indivíduos cometem crimes, como os patrimoniais, para que consigam
alcançar as metas culturais. Merton se refere a esse tipo como não conformista inovador, por não se conformar
com a impossibilidade de atingimento dos objetivos sociais e inovar nos meios para atingi-los, por meio do crime.
A situação de anomia, portanto, instala-se diante do esfacelamento da consciência coletiva a respeito
dos valores predominantes no campo social. E isso se dá quando os indivíduos não se conformam com a ausência
de meios institucionais para que se atinjam os objetivos impostos pela sociedade.
#SELIGANATABELA:
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TEORIA ESTRUTURAL FUNCIONALISTA DA ANOMIA
Críticas
Considera o crime algo normal.
A teoria falha ao explicar as razões para o cometimento de crimes não
patrimoniais, ou mesmo aqueles que apesar de não serem patrimoniais geram lucro
com a sua prática.
A teoria não explica a criminalidade de colarinho branco, praticada por aqueles
que possuem os meios institucionais para atingir as metas culturais.
Não há uma visão crítica da imposição de metas culturais por grupos opressores
das classes mais altas da sociedade.
Na formulação, todos os indivíduos pertencentes aos estratos sociais inferiores
fatalmente praticariam crimes, eis que sujeitos à mesma pressão derivada da
estrutura social defeituosa.
TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE
Tem como representante Albert Cohen. A teoria, também inserida nas teorias do consenso, tem um
objeto mais restrito: as gangues urbanas. Ela não se propõe a estudar o fenômeno criminal de forma ampla,
restringindo a análise a gangues de jovens dos Estados Unidos.
A sociedade americana dos anos 50 vivia o chamado American Dream, em que determinados valores
eram impostos à sociedade como corretos e como aquilo que deveria ser alcançado. No entanto, grande parte
dos jovens americanos não podiam usufruir desses valores da cultura dominante, de modo que acabavam
formando as chamadas subculturas.
Esses jovens, desde cedo, internalizam a ideia de que vão fracassar na busca desses valores que se
mostram tão distantes. Com isso, acabam preferindo ser o oposto do que a sociedade espera que eles sejam.
Dessa forma, eles acabam por não buscar os valores dominantes, que só serviriam para lembra-los de seu próprio
fracasso. Criam, então, sua própria cultura dentro da cultura dominante. Exemplo disso pode ser encontrado nas
pichações em grandes cidades, que não deixam de ser uma forma de inserção dessa subcultura em meio à cultura
imposta.
Esses indivíduos buscam seus semelhantes no meio social e formam subculturas delinquentes, que terão
por referência valores com os quais todos os seus membros concordam.
#SELIGANATABELA:
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TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
As minorias possuem subculturas que diferem e se chocam com as maiorias. Baseiam-se principalmente no
jovem delinquente, sob o ponto de vista da rebeldia contra os valores estabelecidos pela classe média
dominante, razão pela qual passam a professar outros valores e metas, ou legitimando práticas ilegais para
alcançar as metas gerais.
Cohen se propôs a tentar explicar porque os jovens das classes mais baixas e de determinados bairros tendem
à delinquência, afirmando que por causa da estruturação das classes sociais, é muito difícil para os membros
da classe baixa terem acesso aos valores professados pelas classes dominantes. Disso deriva um estado de
frustração que culmina com a delinquência.
Características das
Subculturas Delinquentes
Não-utilitária: Não possui objetivos de ganhos.
Maldosa: Tendo em vista derivar do desprezo da sociedade da qual
estão despojados.
Negativista: Por possuir regras que, apesar de irem de encontro aos
valores da classe dominante, são legítimas conforme seus próprios padrões.
Flexível: Não se especializa em determinado desvio.
Short-run Hedonism: Prazer imediato, sem objetivos ou metas em
longo prazo.Modos de Adaptação
The College Boy: O jovem aceita as metas estabelecidas.
Stable Corner-boy Response: Aceita seu caminho de vida, mas não
rompe com a sociedade.
Delinquent Response: Rejeita todos os padrões estabelecidos e segue
sua subcultura.
#DICADOCOACH: Subcultura não se confunde com contracultura. Esta tem seus valores em contradição aos
pregados pela sociedade tradicional, ao passo que a subcultura está inserida no contexto dos valores dominantes,
embora crie valores próprios diante da impossibilidade de atingimento dos que lhes foram impostos.
LABELLING APPROACH
Aqui não temos uma teoria do consenso, mas sim uma teoria do conflito, que prega que a coesão e a
ordem da sociedade são fundadas na força e na coerção, na dominação de alguns e sujeição de outros, ignorando
a existência de acordos de valores que dão origem e estabelecem a força. A coerção imposta que traz coesão às
organizações sociais.
Também chamada de interacionismo simbólico, reação ou rotulação social ou teoria do etiquetamento.
Contrapondo o fato de que o desviante sempre foi visto como alguém que trazia em si o próprio desvio, busca
mudar essa ideia, pois, na verdade, o desvio decorre de um rótulo que é atribuído a esses indivíduos.
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Deixa-se de tentar entender as razões da prática de crimes, passando-se a refletir a respeito de como
são selecionadas as condutas a serem criminalizadas. Trata-se do grande mérito da teoria: demonstrar que o
sistema penal seleciona uma parcela população sobre a qual incidirá com mais veemência.
O rótulo funciona de duas maneiras: quando uma pessoa é rotulada, ela sofre um impacto em sua
própria identidade, passando a se comportar conforme as expectativas que os demais têm delas. O fenômeno
está intrinsecamente relacionado à institucionalização e à prisionização. As pessoas presas ou institucionalizadas
mudam muito, conforme sua personalidade vai sendo deteriorada pelo regime do local em que estão. Ao final,
esses indivíduos perdem grande parcela de sua identidade individual, passando a adotar o rótulo que lhes foi
atribuído. Deve-se ter visão crítica e perceber que o sistema, da forma como é construído, serve apenas ao
estímulo da reincidência, criando verdadeira carreira criminal.
DESVIO PRIMÁRIO DESVIO SECUNDÁRIO
Contrariedade da conduta do indivíduo às normas, o
que gera a aplicação de uma pena.
O sistema punitivo acionado em razão do desvio
secundário redefine a personalidade do indivíduo,
acabando por direcioná-lo a u a a ei a i i osa ,
ge a do sua ei id ia ideia de p ofe ia
auto ealiz vel : a pe a se vi pa a o solida o
desviado em seu papel de delinquente).
#DICADOCOACH: A criminalização terciária significa que existem agentes estigmatizantes que vão desde o
mercado de trabalho até o próprio sistema penitenciário e rotulam o indivíduo. Nada mais é que o etiquetamento
tratado pelo Labelling Approach. Importante lembrar que a criminalização primária está atrelada ao poder de
criar a lei. É o ato legislativo que estabelece o programa punitivo. Isto é, a escolha do que seria ou não crime. Na
criminalização primária, a seletividade do sistema penal já atua, atendendo aos interesses das classes
dominantes. A criminalização secundária, por sua vez, refere-se ao poder de aplicá-la. É a concretização do
programa punitivo criado pelo Legislativo.
CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Aqui temos outra teoria do conflito, que também é conhecida como criminologia radical, nova
criminologia ou criminologia moderna, surgiu nos anos setenta do século passado. Tem como premissa o
redimensionamento do objeto da Criminologia a partir de uma nova visão do fenômeno criminal. Neste novo
cenário, o papel desempenhado pelas estruturas de poder é reconhecido como relevante, ingressando na
atmosfera de análise científica como vetor produtor da criminalidade.
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Alessandro Baratta, criminólogo italiano que inspirou a Criminologia Crítica no Brasil, tenta articular uma
ideia de mínima intervenção penal, um modelo de substituição de formas de controle, sem, contudo, abdicar das
garantias. Como ele sintetizou: superação do sistema penal tradicional em direção a um sistema de defesa e
garantia dos direitos humanos.
#DICADOCOACH – As principais críticas direcionadas à Criminologia Crítica dizem respeito à desconstrução do
sistema penal sem nenhuma alternativa programática. Apesar disto, não há como negar o mérito de advertir o
criminólogo sobre a importância
Dentro desta análise da Criminologia Crítica, em especial da ideia de mínima intervenção penal
proposta por Baratta, devemos destacar alguns pontos sobre o Direito Penal Mínimo, que nos dizeres de Paulo
Queiroz, dizer que a intervenção do Direito Penal é mínima significa dizer que o Direito Penal deve ser a ultima
ratio, limitando e orientando o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta
somente se justifica se constituir um meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. O Direito
Penal somente deve atuar quando os demais ramos do Direito forem insuficientes para proteger os bens jurídicos
em conflito (QUEIROZ, Paulo. Sobre a Função do Juiz Criminal na Vigência de um Direito Penal Simbólico.
IBCcrim, nº 74, 1999).
Para defender este entendimento os doutrinadores se apoiam em diversas garantias constitucionais e
princípios básicos do direito, tais como: insignificância, adequação social da conduta, intervenção mínima,
subsidiariedade, proporcionalidade e dignidade humana, princípios corolários de um estado democrático de
direito, sendo, portanto, inegável que o Direito Penal deve se adequar a estas garantias e princípios
constitucionais, exsurgindo-se daí, a necessidade de uma política criminal que busque restringir a aplicação do
Direito Penal para quando o bem jurídico penalmente protegido sofra efetivamente uma lesão que autorize a
aplicação da medida devassadora à liberdade do cidadão.
Destarte, sob o prisma do direito penal mínimo, deve-se observar o grau de lesividade da conduta tida
como ilícita, isto é, deve-se aferir se a conduta praticada pelo agente lesou o bem jurídico penalmente protegido
de tal sorte a merecer a aplicação da medida de ultima ratio. Somente vislumbrando-se uma significante lesão ao
bem jurídico tutelado é que as sanções penais poderão ser aplicadas em detrimento do infrator.
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Importa destacar que a teoria do direito penal mínimo não se resume a defender a exclusão da
tipicidade nos casos em que o grau de lesividade da conduta assim recomendar, pois, essa premissa é típica do
princípio da insignificância. Mais do que isso, o direito penal mínimo representa, antes e acima de tudo, uma
política criminal em crescente evolução que proclama a necessidade de ponderações que torne a persecução
penal mais justa, mais razoável. A título de exemplo, podemos citar a Lei 12.403/11 (denominada Lei das Medidas
Cautelares) que retrata nitidamente a busca por um direito penal minimalista, inovando de forma significativa a
seara processual penal, corroborando com a excepcionalidade da prisão provisória, antes tão banalizada.
A teoria do direito penal mínimo ganha ainda mais força quando observamos a real condição do sistema
prisional brasileiro, um meio cruel de punir o apenado, em total dissonância com a garantia contida no art.
5º, XLVII, e, da Constituição Federal (proibição de penas cruéis). Assim, antes de submeter um cidadãoa medida
tão degradante, há que se avaliar - com extrema prudência - a real necessidade de tal censura.
Ao ensejo, cumpre trazer a lição de Callegari, para quem haja vista que o Direito Penal lida com o bem
jurídico liberdade, um dos mais importantes dentre todos, nada mais lógico do que esse ramo do Direito se obrigar
a dispor das máximas garantias individuais. E mais, conhecendo o nosso sistema carcerário, fica claro que só
formalmente a atuação do Direito Penal restringe-se à privação da liberdade. Na prática, a sua ação vai mais
além, afetando, muitíssimas vezes, outros bens jurídicos de extrema importância, como a vida, a integridade física
e a liberdade sexual, verbi gratia; uma vez que no atual sistema prisional são frequentes as ocorrências de
homicídios, atentados violentos ao pudor, agressões e diversos outros crimes entre os que ali convivem
(CALLEGARI, André Luiz. O Princípio da Intervenção Mínima no Direito Penal. IBCcrim, n°. 70, 1998, p. 47).
#DICADOCOACH – Importante frisar que o Direito Penal Mínimo não busca a abolição do Direito Penal, mas sim a
indevida inflação deste, defendo a criação de crimes que efetivamente coloquem em risco o bem jurídico que
merece proteção. Assim, vale ressaltar que seus extremos opostos são as teorias do Direito Penal Máximo e do
Abolicionismo Penal.
PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Prevenção do delito no Estado Democrático de Direito é o conjunto de ações que visam coibir a
ocorrência de delitos. São divididas em medidas diretas e indiretas.
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As medidas diretas estão relacionadas com o iter criminis, sendo implementadas através da repressão
aos crimes mais graves, implementação de programas de tolerância zero, atuação da polícia ostensiva na
comunidade, que nos pequenos crimes, adotam medidas administrativas em substituição ao direito penal,
aparelhamento e treinamento das polícias judiciárias, buscando a prevenção e a repressão de todos os
seguimentos da criminalidade, além da elevação de valores morais, através do culto à família, religião e costumes.
Já as medidas indiretas visam a causa dos delitos, sem atingi-los de imediato, focando dois caminhos,
quais sejam: o indivíduo e o meio em que este está inserido. Quanto ao indivíduo, as ações devem considerar seu
aspecto pessoal, levando em conta seu caráter e temperamento, moldando e motivando sua conduta. Por fim,
em relação ao meio social, este deve ser analisado sob uma ampla perspectiva, visando a redução da
criminalidade, conjugando ações sociais, políticas e econômicas, que trazem melhora na qualidade de vida da
comunidade.
Ainda sobre a prevenção da Infração Penal no Estado Democrático de Direito, há que se ressaltar a
existência da Prevenção Primária, Secundária e Terciária, sendo que adotaremos os conceitos fornecidos por
Antonio García-Pablos de Molina, referência no saber criminológico.
A Prevenção Primária ou programas de prevenção primária se orientam para as mesmas causas, para a
origem do conflito criminal, neutralizando-o antes que se manifeste. Tratam de criar pressupostos necessários ou
de resolver as situações criminógenas de maior carência, procurando uma socialização de acordo com os
objetivos sociais. Nesse sentido, educação, trabalho, socialização, qualidade de vida, bem-estar social, são
pilares para que os cidadãos possam melhorar seu comportamento, resolvendo conflitos sem o uso da violência.
Já a Prevenção Secundária, atua nos locais onde os índices de criminalidade são mais avançados. É uma
atuação mais concentrada e objetiva, com foco em áreas de maior violência, como comunidades carentes
dominadas pelo tráfico. Outra vez adotamos os ensinamentos de Antonio García-Pablos de Molina, segundo
quem os programas de prevenção secundária atuam mais tarde em termos etiológicos e não quando ou onde o
conflito criminal se produz ou é gerado, mas quando e onde o mesmo se manifesta, quando e onde se exterioriza.
Opera a curto e médio prazo, se orientando de forma seletiva a setores específicos da sociedade.
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Esta prevenção se manifesta através da política legislativa penal e da ação policial, visando uma
prevenção geral. Programas de prevenção policial, de controle dos meios arquitetônicos como instrumento de
autoproteção, desenvolvidos em bairros localizados em terrenos mais baixos, são exemplos dessa modalidade de
prevenção.
Por fim, a Prevenção Terciária tem um único destinatário: a população carcerária, buscando evitar a
reincidência. É caracteriza por programas que atuam tardiamente no problema criminal, sendo na maioria das
vezes ineficazes, pois enfrentam um conjunto de regras informais existentes dentro das penitenciárias, tanto por
parte da população carcerária, quanto pela administração, que geram um estado permanente de angústia e
sofrimento, que ataca e imputa sofrimento ao condenado. Através de punições formais e informais, ataques,
violações morais e físicas, esse conjunto de regras busca despersonalizar o indivíduo no cárcere, transformando-o
em um objeto. Essas regras comprovam que o sistema prisional é um mal necessário, porém, cruel.
PROGRAMAS DE PREVENÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA
CARACTERÍSTICA
PRINCIPAL
Combate as causas, a raiz
do crime – prevenção
etiológica.
Estratégias de prevenção de
natureza mais situacional que
etiológica (não combate a raiz
do crime, mas o impede de se
manifestar em determinadas
situações).
Prevenção especial do delito
(ressocialização do
criminoso).
MOMENTO
Atua antes de o crime ser
gerado.
Não atua quando nem onde a
vontade de praticar um crime
se produz, senão quando e
onde se manifesta ou
exterioriza.
A mais distante das raízes do
crime.
Opera no âmbito
penitenciário.
DESTINATÁRIO Todos os cidadãos.
Se orienta seletivamente aos
grupos que ostentam maior
risco de sofrer ou
protagonizar um crime.
O recluso (população
encarcerada).
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INSTRUMENTOS
UTILIZADOS
Política cultural,
econômica e social
(educação e socialização,
casa, trabalho, bem-estar
social, qualidade de vida).
Intervenção comunitária,
e não mera dissuasão
penal (intimidação).
Política legislativa penal, ação
policial.
Instrumentos não penais que
alteram o cenário criminal
modificando alguns dos
elementos do mesmo (espaço
físico, desenho arquitetônico,
urbanístico, atitudes de
vítimas, efetividade policial).
Programas reabilitadores,
ressocializações e de inclusão.
FIM
PERSEGUIDO
Neutralizar as causas da
criminalidade.
Efeito dissuasório indireto.
Pretende-se colocar
obstáculos de todo tipo ao
criminoso no processo de
execução do plano criminal,
mediante uma intervenção
seletiva no cenário do crime
que encarece os custos deste
para o criminoso (incremento
do risco, diminuição dos
benefícios).
Evitar a reincidência.
MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME
Os Modelos de Reação ao Delito podem ser divididos em modelo clássico ou dissuasório,
ressocializador e restaurador ou da justiça restaurativa.
O Modelo Clássico se polariza em torno da pena e do rigor e severidade da aplicação desta, com o fim
preventivo e de mecanismo intimidatório. Para esse modelo, a pena apresenta finalidade exclusivamente
retributiva, devendo ser proporcional ao dano causado e ostentar caráter intimidatório, para a reprovação com
a retribuição do mal causado e a prevenção de futuros delitos. Não há, portanto, preocupação com aressocialização do condenado ou a reparação dos danos causados pela infração penal. Tem como protagonistas o
Estado e o delinquente, assumindo a vítima e a sociedade posição secundária.
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#OLHAOGANCHO – Existe ainda um viés Neoclássico que trabalha a efetividade do impacto dissuasório ou
contramotivador, analisando o sistema legal pela ótica do infrator, deixando a severidade abstrata das penas,
característica do Modelo Clássico, para segundo plano.
Com relação ao Modelo Ressocializador, atribui-se à pena a finalidade (utilitária ou relativa) de
ressocialização do infrator, também chamada de prevenção especial positiva. Segundo esse modelo, acredita-se
que o Direito penal poderia de forma eficaz, intervir na pessoa do delinquente, sobretudo quando ele estivesse
preso, para melhorá-lo e reintegrá-lo à sociedade.
Assim, considerado humanista, o modelo ressocializador defende que a pena, com caráter utilitário,
apresenta finalidade de prevenção especial positiva, destinando-se à reinserção social mediante uma
intervenção positiva na pessoa do condenado, não se restringindo à noção de castigo, ou seja, de retribuição ao
mal causado.
Ataca a raiz do conflito (educação, emprego, moradia, segurança), despontando a inelutável
necessidade de o Estado, de forma célere, implantar os direitos sociais progressiva e universalmente, atribuindo a
fatores exógenos a etiologia delitiva; a prevenção primária liga-se à garantia de educação, saúde, trabalho,
segurança e qualidade de vida do povo, instrumentos preventivos de médio e longo prazo.
Por fim, a Justiça Restaurativa pode ser conceituada como uma resposta ao crime diferente da resposta
da justiça criminal. Atua de forma objetiva quando busca solucionar o problema do crime considerando suas
causas e consequências, e de forma subjetiva quando inclui pessoas direta e indiretamente afetadas pelo crime,
na solução dos problemas. As vítimas, em especial, têm um papel de maior relevância e proteção, sendo que ao
infrator é oportunizado a reparação dos danos por ele causados.
Busca o restabelecimento do status quo ante dos protagonistas do conflito criminal, com a composição
de interesses entre as partes envolvidos e reparação do dano sofrido pela vítima, por meio de acordo, consenso,
transação, conciliação, mediação ou negociação, propiciando a restauração do controle social abalado pela
prática do delito, a assistência ao ofendido e a recuperação do delinquente. No Brasil, um exemplo clássico da
Justiça restaurativa, são os Juizados Especiais.
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Segundo Natacha Alves, por conceber o crime como um conflito interpessoal, a solução do conflito deve
advir das próprias partes nele envolvidas, de forma flexível e informal, por meios alternativos ao castigo,
majorando a possibilidade de pacificação social do problema e reduzindo os efeitos deletérios e estigmas
oriundos da tradicional persecução penal.
Assim, a atuação das partes no processo restaurativo deve compreender a exposição dos fatos e
sentimentos da vítima e a assunção da culpa pelo ofensor, de forma voluntária e confidencial, pelo processo de
compreensão do mal praticado, garantindo-se a assistência jurídica necessária.
Chegamos ao fim de nossa revisão de Criminologia!!!
Como pudemos observar, a matéria e mais simples do que parece. Os conceitos não são complexos e podem ser
facilmente compreendidos e memorizados.
Tenho certeza que vamos acertar as 05 (cinco) questões que nos aguardam!
Boa prova a todos...
Abraços do coach e amigo,
Tiago Pozza
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DIREITO ELEITORAL25
Lei 4.737/65 – Código Eleitoral
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos
precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução.
Os arts. 5º e 6º do Código eleitoral estabelecem uma série de requisitos para que a pessoa possa se
alistar, ou seja, possa, também, votar. Parte desses dispositivos, no entanto, não se aplica dada a
incompatibilidade com a CF:
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
I - os analfabetos;
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III - os que estejam privados, temporária ou
definitivamente dos direitos políticos.
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para
os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I - quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do país.
II - quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que
os impossibilite de votar.
Artigo 14. § 1º. CF. O alistamento eleitoral e o voto
são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
25 Por Raul Carvalho
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O artigo 6º do Código Eleitoral dispõe que o alistamento e o voto serão obrigatórios aos maiores de 18
anos. Até aí, está plenamente compatível com a CF. No entanto, na sequência, elenca três situações em que o
alistamento não será obrigatório:
Não será obrigatório o alistamento:
Inválidos: essa expressão é
equivocada, na verdade, refere-
se à pessoa com deficiência. A
situação elencada é incompatível
com a Constituição em virtude de
o parágrafo primeiro do art. 76
do Estatuto da Pessoa com
Deficiência estipular que à
pessoa com deficiência será
assegurado o direito de votar e
de ser votada... Ao mesmo
tempo em que o artigo 1º da
Resolução 21.920 do TSE dispõe
ue O alistamento eleitoral e o
voto são obrigatórios para todas
as pessoas portadoras de
deficiência .
Maiores de 70 anos: não apenas o
alistamento, como o voto são
facultativos conforme se extrai da
CF.
Quem se encontra fora do país:
quem tiver domicílio fora do país
deverá votar apenas nas eleições
presidenciais. Logo, não é aplicável a
regra do CE.
Em relação às hipóteses que o voto não é obrigatório, o CE também prevê três hipóteses. Aqui não temos
uma situação de incompatibilidade material em relação à CF, mas impropriedade técnica.
ENFERMOS
FORA DO DOMICÍLIO
FUNCIONÁRIOS CIVIS/MILITARES
IMPOSSIBILITADOS DE VOTAR
Caso a pessoa esteja doente e
não possa votar no dia das
eleições, terá o prazo de 60 dias
após o pleito para comparecer à
Justiça Eleitoral e comprovar a
situação impeditiva.
Quem estiver fora do domicílio
deverá justificar a abstenção, sob
pena de multa.
Deverão justificar a impossibilidade
perante a Justiça Eleitoral.
Quanto à inalistabilidade, devemos aplicar o art. 14, §2º, da CF:
#SELIGANALEI
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Artigo 14. § 2º. CF. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL
Art. 12. CE. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sedena Capital da República e jurisdição em todo o País;
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal
Superior, na Capital de Território;
III - juntas eleitorais;
IV - juízes eleitorais.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
Composição: no mínimo, de sete membros, assim escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade o al, i di ados pelo Sup e o T i u al Fede al .
#SELIGA: o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal são escolhidos entre os Ministros do Supremo Tribunal
Federal.
#SELIGA: o Corregedor Eleitoral é escolhido entre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
#ATENÇÃO: Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda
que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se nesse caso o que tiver sido escolhido por último (CE, art. 16, § 1º).
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Os membros do TSE, no exercício de suas funções, gozam de plenas garantias e são inamovíveis. Todavia –
diferentemente dos demais integrantes da magistratura –, não são vitalícios (CF, art. 95, I). Salvo motivo justificado,
servem por apenas dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.
Uma característica importante na aplicação do Direito Eleitoral é a expedição das chamadas resoluções pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas resoluções são atos que disciplinam determinados aspectos das leis e têm
aplicabilidade obrigatória, ou seja, têm força de lei. As resoluções do TSE disciplinam, por exemplo, a propaganda
eleitoral (estabelecendo o que é permitido e o que é proibido), as datas do calendário eleitoral e as regras para o
alistamento eleitoral.
Releva salientar serem irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem a
Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. Assim, têm caráter final e definitivo os
julgamentos do TSE acerca de matéria infraconstitucional.
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL (TRE)
Composição (artigo 120, § 1º, CF): é composto de sete membros assim escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
#SELIGA: No que toca aos juízes oriundos da classe dos advogados, a lista sêxtupla é formada pelo Tribunal de
Justiça e encaminhada ao TSE, o qual a repassa à presidência da República para que seja feita a escolha.
O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral são escolhidos entre os desembargadores
estaduais.
Não podem fazer parte do mesmo Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o 4º grau, excluindo-se nesse caso a que tiver sido escolhida por último. (CE, art. 25, § 6º).
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O § 4º do artigo 121 da Constituição dispõe que, das decisões dos Tribunais Regionais, somente caberá
recurso para o TSE quando:
I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V – denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
JUÍZES ELEITORAIS
Os juízes de direito que exercem funções eleitorais são designados pelo Tribunal Regional Eleitoral. Se na
comarca houver só um juiz, ele acumulará as funções eleitorais. Havendo mais de um, o Tribunal deverá designar
aquele que exercerá a jurisdição naquela zona eleitoral.
JUNTAS ELEITORAIS
Além de um juiz eleitoral, são compostas de dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade, nomeados pelo
presidente do Tribunal Regional Eleitoral, após aprovação pela Corte Regional. Portanto, poderão as Juntas ser
formadas por três ou quatro membros.
Sua existência é provisória, já que constituída apenas nas eleições, sendo extinta após o término dos trabalhos
de apuração de votos, exceto nas eleições municipais, em que permanece até a diplomação dos eleitos
A competência desse órgão liga-se à apuração das eleições realizadas nas zonas eleitorais sob sua jurisdição.
Nos termos do artigo 40 do Código Eleitoral, compete-lhe ainda: resolver as impugnações e demais incidentes
verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração dos votos; expedir boletins de apuração; expedir
diploma aos eleitos para cargos municipais.
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ALISTAMENTO ELEITORAL26
Alistamento: é o ato jurídico pelo qual a pessoa natural adquire, perante a Justiça Eleitoral, após a habilitação
e comprovação do preenchimento dos requisitos legais, a capacidade eleitoral ativa e passa a integrar o corpo
de eleitores de determinada zona e seção eleitorais.
Vedação: veda-se o direito ao alistamento e ao voto:
a) para os estrangeiros;
b) para os conscritos, durante a prestação do serviço militar obrigatório;
c) para os que tenham perdido os direitos políticos em decorrência de cancelamento de naturalização por
sentença transitada em julgado;
d) para os que tenham perdido os direitos políticos em razão de aquisição de outra nacionalidade por
naturalização voluntária, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade estrangeira originária pela lei
estrangeira ou de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis; e
e) para os que tenham sido declarados suspensos dos direitos políticos.
Domicílio eleitoral é o local onde o cidadão deve se alistar e o local onde poderá candidatar-se a cargos
eletivos. Não há como confundir domicílio eleitoral com domicílio civil. O Código Eleitoral (art. 42, § único)
defi iu ue para efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e,
verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas .
Procedimento para alistamento: é realizado eletronicamente. O eleitor comparece perante o cartório
Eleitoral ou Posto de Alistamento, munido da documentação pertinente, e realiza a qualificação eleitoral
(preenchimento do requerimento de alistamento eleitoral – RAE). O eleitor recebe o título eleitoral no ato da
inscrição assinado (chancela mecânica) pelo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral. O alistamento também
poderá ser realizado pela internet (processamento eletrônico – Título NET).
Impugnações e recursos: incumbe aos partidos políticos, na pessoa de seus delegados, e ao Ministério Público
Eleitoral, a fiscalização do procedimento de alistamento eleitoral. Podem, inclusive,apresentar impugnações e
recursos ao ato judicial deferitório do pedido de alistamento que não preencha os requisitos legais. No mesmo
pensar, o eleitor pode interpor recurso ao TRE no caso de indeferimento de pedido de inscrição ou de
indeferimento de pedido de transferência de domicílio eleitoral.
Encerramento: os pedidos de alistamento e transferência de domicílio eleitoral não deveram ser recebidos nos
26 Almeida, Roberto Moreira de. Curso de Direito Eleitoral – 12. ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018.
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150 (cento e cinquenta) dias anteriores às datas das eleições.
Consequência do não alistamento: se o brasileiro nato, até completar 19 anos de idade, e o brasileiro
naturalizado, até um ano depois de obtida a naturalização, não se alistar eleitor ficará sujeito à multa imposta
pelo juiz e cobrada no instante da inscrição eleitoral.
Revisão: haverá pedido de revisão, sempre que o eleitor:
a) necessitar alterar o lugar de votação no mesmo município, ainda que haja mudança de zona eleitoral;
b) mudar de endereço no mesmo município;
c) desejar retificar dados pessoais constantes do cadastro eleitoral; ou
d) pretender regularizar situação de inscrição cancelada.
Segunda via: em caso de perda ou extravio do título, assim como de sua inutilização ou dilaceração, o eleitor
deverá solicitar pessoalmente ao juiz de seu domicílio eleitoral que lhe expeça a segunda via.
Título eleitoral: é o documento expedido pela Justiça Eleitoral que comprova a condição de eleitor, isto é, a
capacidade eleitoral ativa do indivíduo.
CANCELAMENTO EXCLUSÃO
Inscrição permanecerá inativa no cadastro; A inscrição será eliminada do sistema eleitoral;
Poderá o interessado requerer novo alistamento, caso
em que reestabelecerá o mesmo número de inscrição.
Poderá o interessado requerer novo alistamento, caso
em que receberá novo número de inscrição.
São causas de cancelamento (artigo 71 CE):
I – Infração dos arts. 5º e 42 (hipótese trata dos casos em que o sujeito torna-se inalistável ou não possui
domicílio eleitoral)
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição;
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.
LEI FEDERAL N.º 9.504/1997
PRINCIPAIS DATAS DO NOVO CALENDÁRIO ELEITORAL
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Convenções partidárias: de 20 de julho a 5 de agosto do ano da eleição.
Data-limite para que partidos e coligações façam o registro das candidaturas: at ́15 de agosto.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º Será considerado eleito o candidato a Presidente ou a Governador que obtiver a maioria absoluta de
votos, não computados os em branco e os nulos.
#SELIGA: não computa os votos em branco e os nulos.
§ 1º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição no último
domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados, e considerando-se eleito o que obtiver a
maioria dos votos válidos.
Art. 4º Poderá participar das eleições o partido que, até um ano antes do pleito, tenha registrado seu estatuto
no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de direção
constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.
#AJUDAMARCINHO: É CONSTITUCIONAL o art. 4º da Lei nº 9.504/97, que exige que o partido político tenha no
mínimo um ano de existência para que possa concorrer nas eleições. STF. Plenário. ADI 1817/DF, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 28/5/2014 (Info 748). O art. 4º da Lei nº 9.504/97 foi alterado pela Lei nº 13.488/2017 e agora
se exige que o partido político tenha no mínimo seis meses de existência para que possa concorrer nas eleições.
COLIGAÇÕES
Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição
majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para
a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o pleito majoritário.
§ 1º A coligação terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos que a
integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo
eleitoral, e devendo funcionar como um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos
interesses interpartidários.
(...)
§ 2º Na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as
legendas de todos os partidos que a integram; na propaganda para eleição proporcional, cada partido usará
apenas sua legenda sob o nome da coligação.
(...)
§ 4o O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral
quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da
convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos.
§ 5o A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os
candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma
mesma coligação.
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#SELIGA: responsabilidade é SOLIDÁRIA.
#MEMORIZA:
É facultado aos partidos políticos;
Dentro da mesma circunscrição;
Celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas;
Podendo, neste último caso (se para ambas), formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional
DENTRE OS PARTIDOS QUE INTEGRAM A COLIGAÇÃO PARA O PLEITO MAJORITÁRIO;
A coligação terá denominação própria;
Poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos que a integram;
Sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral;
DEVENDO FUNCIONAR COMO UM SÓ PARTIDO no relacionamento com a Justiça Eleitoral.
CONVENÇÕES PARA A ESCOLHA DE CANDIDATOS
Art. 8o A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período
de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro
aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.
Art. 9o Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição
pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido no mínimo seis
meses antes da data da eleição.
DO REGISTRO DOS CANDIDATOS
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara
Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por
cento) do número de lugares a preencher, salvo:
I - nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não
exceder a doze, nas quais cada partido ou coligação poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a
Deputado Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das respectivas vagas;
II - nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá registrar candidatos no total de
até 200% (duzentos por cento) do número de lugares a preencher.
(...)
§ 3o Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o