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<p>1</p><p>DISPONÍVEL 24H</p><p>MELHOR CUSTO BENEFÍFIO</p><p>100% LEGALIZADO</p><p>Sumário</p><p>INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4</p><p>CORRENTES DE BAIXA FREQUÊNCIA .............................................................................. 4</p><p>Corrente Galvânica ..................................................................................................................... 4</p><p>Corrente Farádica ....................................................................................................................... 6</p><p>Indicações ................................................................................................................................... 6</p><p>Tens ............................................................................................................................................ 7</p><p>APLICAÇÃO DE TENS EM CERVICAL E TRAPÉZIO ........................................................ 8</p><p>Fes .............................................................................................................................................. 9</p><p>UTILIZAÇÃO DA CORRENTE FES ....................................................................................... 9</p><p>CORRENTES DE MÉDIA FREQUÊNCIA ............................................................................ 10</p><p>Corrente Interferencial ............................................................................................................. 10</p><p>Principais propriedades ............................................................................................................ 11</p><p>Corrente Russa ......................................................................................................................... 12</p><p>APLICAÇÃO DA CORRENTE RUSSA ................................................................................ 12</p><p>CORRENTES DE ALTA FREQUÊNCIA .............................................................................. 13</p><p>Ondas Curtas ............................................................................................................................ 13</p><p>Efeitos fisiológicos do ondas curtas ......................................................................................... 15</p><p>Micro-Ondas ............................................................................................................................. 17</p><p>BASES DA ESTIMULAÇÃO ................................................................................................. 22</p><p>ESQUEMA CONCEITUAL .................................................................................................... 23</p><p>CONCEITOS RELACIONADOS ÀS CORRENTES ELÉTRICAS ...................................... 24</p><p>DEFINIÇÃO DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR ............................... 31</p><p>CONTRAÇÃO MUSCULAR GERADA POR ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA X</p><p>CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA .............................................................................................. 32</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELÉTRICAS ........................................................... 35</p><p>PARÂMETROS ELÉTRICOS PARA UMA APLICAÇÃO CLÍNICA OTIMIZADA .......... 36</p><p>FORMAS DE ONDAS ELÉTRICAS ...................................................................................... 37</p><p>FREQUÊNCIA DE ESTIMULAÇÃO ..................................................................................... 41</p><p>CICLO DE TRABALHO (ON/OFF) E MODULAÇÃO DA RAMPA ................................... 43</p><p>TIPOS DE ELETRODOS E ACOPLADORES ....................................................................... 44</p><p>POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS E DOS SEGMENTOS CORPORAIS ................ 45</p><p>UTILIZAÇÃO DE SOBRECARGA PROGRESSIVA ........................................................... 47</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 49</p><p>4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A eletroterapia é a utilização de corrente elétrica para fins terapêuticos. A</p><p>aplicação de corrente elétrica principalmente para combater a dor possui uma história</p><p>antiga. Segundo Marques (2009), algumas considerações importantes:</p><p>• No Egito, em 2750 a. C., houve a utilização de descarga de peixe elétrico</p><p>com finalidade terapêutica.</p><p>• O primeiro livro de eletroterapia foi escrito em 1745 pelo médico alemão</p><p>Kratzenstein e em Londres;</p><p>• No ano de 1840 foi criado no Guy’s Hospital pelo Dr. Golding Berd, o</p><p>primeiro departamento de terapia física em um hospital.</p><p>Na eletroterapia consideramos parâmetros como: resistência, intensidade,</p><p>voltagem potência e condutividade. Quando falamos sobre eletroestimulação, temos que</p><p>saber claramente a diferença entre dois conceitos: (MARQUES, 2009; PLATIUMED,</p><p>2013).</p><p>• A eletroestimulação, que tem por objetivo o “efeito motor”, para obter</p><p>dados informativos, como de eletrodiagnóstico, e</p><p>• A eletroestimulação sobre os nervos sensíveis, que proporciona</p><p>principalmente analgesia (ex: eletroestimulação transcutânea, Tens, Fes), sendo o</p><p>principal tipo de eletroestimulação que iremos tratar a seguir.</p><p>Existe uma diversidade de correntes que podem ser utilizadas na eletroterapia,</p><p>cada qual com particularidades próprias quanto às indicações e contraindicações. Mas</p><p>todas elas têm um objetivo comum: produzir algum efeito no tecido a ser tratado, que é</p><p>obtido por intermédio das reações físicas, biológicas e fisiológicas que o tecido</p><p>desenvolve ao ser submetido à terapia. (PLATIUMED, 2013).</p><p>CORRENTES DE BAIXA FREQUÊNCIA</p><p>Corrente Galvânica</p><p>5</p><p>A corrente galvânica é contínua, de intensidade constante em valor e direção. Os</p><p>seus efeitos terapêuticos são respostas dos efeitos polares da corrente sobre as células.</p><p>Essa corrente é aplicada principalmente na fisioterapia dermatofuncional, apresentando</p><p>duas modalidades: a galvanização (galvanopuntura/eletrolifting) e a iontoforese.</p><p>(DERMATOFUNCIONA, 2013).</p><p>APLICAÇÃO DA CORRENTE GALVÂNICA NO TRATAMENTO DE</p><p>ESTRIAS</p><p><http://desejosdebeleza.com/tratando-as-estrias-corrente-galvanica/>.</p><p>Segundo Dermatofuncional (2013), seguem abaixo as principais indicações e</p><p>contraindicações da Corrente Galvânica:</p><p>Indicações da corrente galvânica</p><p>• Dor;</p><p>• Distúrbios inflamatórios;</p><p>• Edemas;</p><p>• Galvanopuntura;</p><p>• Iontoforese.</p><p>Contraindicações da corrente galvânica</p><p>• próteses metálicas;</p><p>• pacemaker e aparelhos auditivos;</p><p>• gravidez;</p><p>• cardiopatias;</p><p>http://www.dermatofuncional.pt/iontoforese</p><p>http://desejosdebeleza.com/tratando-as-estrias-corrente-galvanica/</p><p>http://www.dermatofuncional.pt/galvanopunturaeletrolifting</p><p>http://www.dermatofuncional.pt/iontoforese</p><p>6</p><p>• infeção ativa;</p><p>• feridas e úlceras;</p><p>• cancro;</p><p>• epilepsia.</p><p>Corrente Farádica</p><p>É principalmente utilizada em casos de estimulação muscular recuperativa. A</p><p>ação da corrente farádica sobre os nervos motores provoca contração muscular, sendo a</p><p>estimulação sobre o ponto motor a responsável por maior excitabilidade e contração</p><p>mais eficiente. Nos nervos sensitivos produz sensação de comichão ou leve ardência;</p><p>em nível muscular produz contração voluntária – trabalho muscular; sobre as fibras</p><p>musculares leva ao aumento do volume, melhorando a resistência e força. No retorno</p><p>venoso provoca contração e relaxamento muscular sobre os vasos linfáticos e</p><p>sanguíneos, provocando melhoras na circulação, aumentando o aporte de oxigênio e a</p><p>metabolização. (BLOG, 2013).</p><p>Segundo Blog (2013) seguem abaixo as principais indicações e contraindicações</p><p>da Corrente Farádica:</p><p>Indicações</p><p>A corrente farádica é indicada no caso em que o indivíduo não é capaz de</p><p>produzir contrações musculares voluntariamente. A partir do momento que o paciente</p><p>conseguir contrair seus músculos deve-se substituir a corrente farádica por</p><p>cinesioterapia.</p><p>http://www.santafisio.com/trabalhos/ver.asp?codigo=43</p><p>OBRIGADO POR ESTUDAR CONOSCO!</p><p>REALIZE A AVALIAÇÃO NO SITE PARA OBTER O SEU CERTIFICADO.</p><p>WWW.VENES.COM.BR</p><p>http://www.venes.com.br/</p><p>Contraindicações</p><p>Estados febris, paralisia espática, degeneração do axônio, secção do axônio,</p><p>perda de sensibilidade, paralisia flácida com reação de degeneração, região precordial.</p><p>De acordo com Jefisioterapiablog (2013), a corrente diadinâmica é uma</p><p>combinação da corrente galvânica com a farádica. Seus efeitos gerais compreendem:</p><p>• alívio da dor;</p><p>7</p><p>• diminuição da inflamação e do edema;</p><p>• reeducação muscular e fortalecimento;</p><p>• aumento da circulação local;</p><p>• facilitação da cicatrização de tecidos.</p><p>Segundo Jefisioterapiablog (2013), a aplicação da corrente diadinâmica pode ser</p><p>do tipo monopolar ou bipolar, sendo que a intensidade não pode causar dor ao paciente.</p><p>Suas principais contraindicações incluem:</p><p>• marca-passo;</p><p>• tromboses;</p><p>• infecções;</p><p>• hemorragias;</p><p>• lesões de pele.</p><p>Tens</p><p>A estimulação Elétrica Transcutânea (TENS) é uma corrente elétrica de baixa</p><p>frequência usada principalmente para o tratamento de dor musculoesquelética. Aplicada</p><p>através da superfície da pele, seu objetivo fisiológico é produzir excitação de nervos</p><p>periféricos para fins terapêuticos. (TONEZZER et al., 2012; FERREIRA; ISSY;</p><p>SAKATA, 2011; TONELLA; ARAUJO; SILVA, 2006).</p><p>A TENS promove alívio imediato da dor e por ser uma corrente despolarizada</p><p>não causa efeitos colaterais indesejados, como queimaduras. É considerada segura e</p><p>pode ser utilizada por longos períodos. (BERNARDELLI, 2010; SOUSA et al., 2009).</p><p>Sua maneira de agir inibe a transmissão dos estímulos no corno dorsal da medula</p><p>espinal, local onde ocorrem conexões entre as fibras periféricas e centrais. Ela estimula</p><p>as fibras Aβ, que transmitem informação para o encéfalo, ativando as vias inibitórias</p><p>descendentes, o que reduz a passagem de impulsos dolorosos (FERREIRA; ISSY;</p><p>NAKATA, 2011; MORGAN; SANTOS, 2011).</p><p>8</p><p>APLICAÇÃO DE TENS EM CERVICAL E TRAPÉZIO</p><p><http://simonefernandesfisioterapeuta.blogspot.com.br/2012/04/tens-forma-</p><p>resumida.html>.</p><p>Indicação</p><p>• Nos casos de pós-operatório imediatos de incisões cirúrgicas;</p><p>• Dores crônicas como artrite e neuralgias e dores agudas como distensões e</p><p>entorses.</p><p>Contraindicação</p><p>• Em casos em que o paciente apresente doenças cardíacas ou arritmias;</p><p>• portadores de marca-passo;</p><p>• eletrodos sobre seios carotídeos e globo faríngeo;</p><p>• gestantes;</p><p>• próximo à boca ou pescoço;</p><p>• quando há dores não diagnosticadas.</p><p>http://simonefernandesfisioterapeuta.blogspot.com.br/2012/04/tens-forma-</p><p>9</p><p>Sua dosagem é realizada com frequência elevada e intensidade baixa em dores</p><p>agudas e frequência baixa e intensidade alta em dores crônicas. Os eletrodos podem ser</p><p>posicionados próximos à zona da dor, sobre o nervo mais superficial, sobre o tronco</p><p>nervoso, em pontos de acupuntura e sobre o ponto gatilho. Nunca se devem posicionar</p><p>os eletrodos sobre áreas sem sensibilidade ou sobre tecido em cicatrização.</p><p>(MARQUES, 2009).</p><p>Fes</p><p>É uma forma de tratamento que tem o objetivo de provocar a contração de</p><p>músculos paralisados ou enfraquecidos, decorrentes de lesão do neurônio motor</p><p>superior, como derrames, traumas raquimedulares ou crânios encefálicos, paralisia</p><p>cerebral, etc. (DUARTE; RICARDO; ROSA FILHO, 2013).</p><p>A FES pode ser utilizada em algumas patologias como: condropatias, síndromes</p><p>lombares, instabilidades articulares, pós-operatórios, incontinências e posturas</p><p>deficientes. Segundo Marques (2009), também pode ser útil em casos de:</p><p>• diminuição de força muscular;</p><p>• diminuição de resistência muscular;</p><p>• diminuição de trofismo muscular;</p><p>• diminuição de tônus muscular;</p><p>• para o reaprendizado de uma nova ação muscular.</p><p>Além das condições patológicas, a FES também pode ser utilizada para a</p><p>melhora do rendimento em esportes de alto nível. (MARQUES, 2009).</p><p>UTILIZAÇÃO DA CORRENTE FES</p><p>10</p><p>Técnica de aplicação FES.</p><p><http://www.youtube.com/watch?v=iMZYG0QJuaU>.</p><p>De acordo com Duarte, Ricardo e Rosa Filho (2013) são contraindicações:</p><p>• eixo do marca-passo;</p><p>• sobre o seio carotídeo;</p><p>• sobre área cardíaca;</p><p>• em casos de espasticidade grave;</p><p>• lesão nervosa periférica;</p><p>• implante eletrônico;</p><p>• áreas do corpo com sensibilidade alterada.</p><p>Quanto à aplicação, pode ser realizada em pontos motores, com tempo em torno</p><p>de 20 a 30 minutos, diariamente, onde a dose máxima é a suportada pelo paciente. A</p><p>duração do tratamento pode girar em torno de 5 a 6 semanas. (MARQUES, 2013).</p><p>CORRENTES DE MÉDIA FREQUÊNCIA</p><p>Corrente Interferencial</p><p>http://www.youtube.com/watch?v=iMZYG0QJuaU</p><p>11</p><p>Seu princípio fundamenta-se em que, ao utilizar campos elétricos cruzados, e</p><p>sobrepostos de dois circuitos elétricos de frequência média, produzidos em dois</p><p>circuitos distintos, a excitação máxima possível de baixa frequência desejada não se</p><p>produz exatamente na área próxima, aos eletrodos transcutâneos se não em certa</p><p>distância e profundidade do corpo. (AGNE, 2009).</p><p>A corrente interferencial possui média frequência (4.000 a 4.200 Hz) e apresenta</p><p>duas correntes alternadas, com pontos de interferência, sendo indicada para tratamentos</p><p>de camadas mais profundas de tecidos. (MARQUES, 2009).</p><p>Principais propriedades</p><p>• despolarização;</p><p>• produção de potencial de ação em todos os eletrodos;</p><p>• tolerância à intensidade da corrente e</p><p>• maior efeito vascular ao nível tecidual profundo.</p><p>Os principais efeitos fisiológicos que esta corrente apresenta são a diminuição da</p><p>dor e a normalização da microcirculação e circulação. Este tipo de corrente pode gerar</p><p>um fator chamado acomodação, isso ocorre porque a estimulação elétrica é fixa,</p><p>fazendo com que o indivíduo a sinta menos fortemente com o passar do tempo, podendo</p><p>até parar de sentir de forma total. (MARQUES, 2009).</p><p>O posicionamento dos eletrodos pode ser bipolar, indicado em lesões mais</p><p>localizadas e tetrapolar, indicada em lesões mais dispersas. (MARQUES, 2009).</p><p>Quanto às dosagens, as mais altas são mais agradáveis, confortáveis e mais leves, com</p><p>intensidade de 120Hz a 150 Hz, indicadas para lesões crônicas. As dosagens mais</p><p>baixas são mais irritantes, violentas e profundas, com intensidade de 30 Hz a 60 Hz. São</p><p>indicadas para lesões agudas. (MARQUES, 2009).</p><p>A corrente interferencial é indicada em patologias como: artrose, bursite,</p><p>contraturas, contusões, entorses, luxações, mialgias, rupturas e tendinite. (MARQUES,</p><p>12</p><p>2009).</p><p>Contraindicações</p><p>• febre;</p><p>• gravidez;</p><p>• infecção local;</p><p>• marca-passo;</p><p>• trombose;</p><p>• tuberculose e tumor.</p><p>Corrente Russa</p><p>A eletroestimulação muscular pode ser considerada uma inovação tecnológica de</p><p>grande ajuda na melhoria das condições musculares em diferentes áreas, como a</p><p>neurologia, ortopedia, estética corporal entre outras. (AGNE, 2013). A Corrente Russa é</p><p>despolarizada, com frequência de 2500 Hz. É comumente utilizada para o</p><p>recondicionamento do movimento, fortalecimento muscular e também para provocar a</p><p>modificação da fibra muscular sem o fortalecimento da mesma. (MARQUES, 2009).</p><p>Esta modalidade da eletroterapia é contraindicada em casos de lesões musculares</p><p>e tendinosas, afecções musculares agudas, tecidos não consolidados, espasticidades e</p><p>variantes de miopatias. Pode ser indicada tanto em situações patológicas, quanto no</p><p>esporte de alto nível. O posicionamento dos eletrodos pode ser colocado em um grupo</p><p>muscular ou em um ponto motor. (MARQUES, 2009).</p><p>APLICAÇÃO DA CORRENTE RUSSA</p><p>13</p><p>CLINICA S&E. Corrente Russa. Disponível em:</p><p><http://csaudeestetica.com.br/?page_id=197>.</p><p>CORRENTES DE ALTA FREQUÊNCIA</p><p>Ondas Curtas</p><p>O Ondas curtas é um aparelho de alta frequência, que gera efeitos térmicos que</p><p>são distribuídos por tecidos distintos, em que, dependendo do posicionamento dos</p><p>eletrodos, pode ocorrer o aumento da temperatura tecidual em camadas mais internas.</p><p>(AGNE, 2013).</p><p>ONDAS CURTAS</p><p>http://csaudeestetica.com.br/?page_id=197</p><p>14</p><p><http://www.bioset.com.br/site/default.aspx?pagina=lab15>.</p><p>Este aparelho possui três tipos de eletrodos e sua utilização depende muito do</p><p>modelo do aparelho, podendo ser:</p><p>• eletrodos capacitativos: almofadas de borracha flexível, que são</p><p>mais conhecidos e utilizados;</p><p>• eletrodos discoidais: chamados de rígidos ou Schliepack, que são de</p><p>fácil aplicação e promovem um tratamento mais homogêneo;</p><p>• eletrodos indutivos: trabalham isoladamente, atingem</p><p>profundamente o tecido muscular.</p><p>Os eletrodos podem ser posicionados de maneira transversal, longitudinal e</p><p>coplanar. O ondas curtas pode ser contínuo, ou seja, tem um efeito térmico, utilizado em</p><p>afecções crônicas, age aumentando a temperatura do sangue, a circulação sanguínea e</p><p>linfática, estimula termorreceptores da pele, etc.</p><p>O ondas curtas pulsado é indicado em afecções agudas (após 48 horas). Possui</p><p>um efeito cicatrizante, alteração metabólica local, aumento do cálcio extracelular,</p><p>normalização do PH, cicatrização rápida das feridas, redução rápida da dor, reabsorção</p><p>de hematomas e edemas, entre outros benefícios. (MARQUES, 2009).</p><p>http://www.bioset.com.br/site/default.aspx?pagina=lab15</p><p>15</p><p>Efeitos fisiológicos do ondas curtas</p><p>De acordo com Agne, (2013) as respostas fisiológicas são as responsáveis pelos</p><p>efeitos terapêuticos da termoterapia e os mais importantes são:</p><p>• efeito anti-inflamatório.</p><p>• efeitos antiespasmódicos.</p><p>• efeito analgésico.</p><p>• diminuição da rigidez articular.</p><p>• aumento da extensão do tecido conectivo.</p><p>Sendo que as principais contraindicações do ondas curtas (modo contínuo e</p><p>pulsado) são:</p><p>• pacientes portadores de marca-passo.</p><p>• gestante, incluindo paciente ou profissional.</p><p>• não se usa os eletrodos de ondas curtas sobre a região pré-cordial, por</p><p>exemplo, na região peitoral. Pode-se usar no ombro.</p><p>• regiões hemorrágicas.</p><p>• pacientes com hipertermia (febre).</p><p>• áreas isquêmicas, com insuficiência circulatória. Ex: extremidades com</p><p>quadro de pé diabético.</p><p>• não usar sobre áreas com osteossínteses metálicas, pois o metal absorve a</p><p>energia do OC em até 100%, gerando um aumento exagerado da temperatura local.</p><p>• áreas do corpo com alteração de sensibilidade.</p><p>• não utilizar o OC com eletrodos posicionados transversalmente em áreas</p><p>que contenham órgãos de grande circulação (fígado, baço, intestino, rins, coração,</p><p>pulmão) nessas áreas. Caso haja necessidade de utilizar o OC, poderá ser realizado com</p><p>os eletrodos paralelos, ou seja, coplanar, na região lombar ou dorsal.</p><p>• nunca utilizar maca ou cadeira metálica.</p><p>16</p><p>As normas de segurança indicam o uso do Ondas Curtas dentro de um espaço</p><p>reservado, conhecido como jaula ou gaiola de Faraday de estrutura metálica, para</p><p>também aumentar a segurança física dos demais equipamentos da clínica. Essa gaiola</p><p>deverá ser projetada por um engenheiro especialista em eletrônica e construída no</p><p>interior da clínica em local apropriado. No seu interior deverá ter maca e cadeira</p><p>confeccionadas apenas em madeira. (AGNE, 2013).</p><p>GAIOLA DA FARADAY</p><p><http://www.projectista.pt/produto/gaiolas-de-faraday/>.</p><p>Alguns cuidados durante a utilização do Ondas Curtas: não deve haver objetos</p><p>metálicos próximos ao aparelho (mesa, cadeira, colar, brincos, etc.), as roupas do</p><p>paciente não podem ser sintéticas, além disso roupas e toalhas não podem estar úmidas,</p><p>os cabos não devem encostar no paciente nem em metais e devem estar bem conectados,</p><p>os eletrodos não podem se cruzar ou encostar um no outro, não submeter pacientes com</p><p>http://www.projectista.pt/produto/gaiolas-de-faraday/</p><p>17</p><p>marca-passo cardíaco e não deve-se em hipótese alguma deixar o paciente sozinho</p><p>durante o tratamento. (MARQUES, 2009).</p><p>Micro-Ondas</p><p>O micro-ondas é uma corrente de alta frequência, com aproximadamente 2.450</p><p>MHz. Esta corrente aumenta a temperatura e é divisível em aquecimento superficial e</p><p>profundo, porém, não tão profundo como na diatermia por ondas curtas ou por US. Uma</p><p>das principais qualidades do micro-ondas é sua eficácia em pequenas articulações como</p><p>mãos e pés, onde é mais difícil a aplicação dos outros aparelhos. (MARQUES, 2009;</p><p>NAGLER, 1976).</p><p>MICRO-ONDAS</p><p>http://rtufvjm.blogspot.com.br/2009/06/diatermia.html</p><p>Seus efeitos fisiológicos são: calor homogêneo, aumento da circulação</p><p>sanguínea, metabolismo, aporte de oxigênio, excreção urinária, regeneração tecidual,</p><p>analgesia, diminuição da pressão arterial, inibição da reprodução de micro- organismos,</p><p>entre outros. (MARQUES, 2009).</p><p>Indicações do micro-ondas</p><p>http://rtufvjm.blogspot.com.br/2009/06/diatermia.html</p><p>18</p><p>• Artrose, bursite, braquialgia, contusão, contratura, contratura de citalgia,</p><p>distensão, entorse, epicondilite, espasmo muscular, lombalgia, mialgias, sinovite,</p><p>tendinite. (MARQUES, 2009).</p><p>Segundo AGNE (2013), são precauções e contraindicações desse aparelho:</p><p>• Não irradiar sobre ou próximo a áreas com suspeita de tumores;</p><p>• Não utilizar em pacientes que estejam realizando tratamentos</p><p>quimioterápicos ou radioterápicos;</p><p>• Não submeter pacientes portadores de marca-passo ou mulheres gestantes,</p><p>independente do local que será tratado;</p><p>• Não irradiar em áreas próximas ao coração;</p><p>• Não irradiar sobre lesões hemorrágicas, áreas isquêmicas, alteração de</p><p>sensibilidade, olhos e testículos;</p><p>• Não submeter o tratamento ao paciente em coma, com hipertermia ou que</p><p>apresente transtorno mental;</p><p>• Contraindicado tratamento em crianças, pela alteração de crescimento nas</p><p>placas epifisárias;</p><p>• Não aplicar sobre roupas sintéticas, pelo risco de queimaduras;</p><p>• Deveremos manter equipamentos de alta frequencia distantes entre si, de</p><p>preferência, não utilizando a mesma rede elétrica, especialmente quando se trata do</p><p>ondas curtas;</p><p>• A área do corpo submetida ao campo de micro-ondas deverá sempre estar</p><p>seca, caso contrário haverá concentração de calor na umidade, podendo ocasionar</p><p>queimaduras. Se durante a aplicação de MO a pele começar a suar, deve-se enxugá-la</p><p>com uma toalha.</p><p>Segundo Agne (2013), a técnica correta para utilização do equipamento de</p><p>micro-ondas é a seguinte:</p><p>• O equipamento deve estar em local apropriado, respeitando a instalação</p><p>elétrica;</p><p>• Posicionar o paciente confortavelmente em uma maca ou cadeira de</p><p>madeira;</p><p>19</p><p>• Despir a região que receberá a emissão de energia eletromagnética;</p><p>• Posicionar o equipamento;</p><p>• Ligar o equipamento e aumentar gradativamente a potência;</p><p>• Manter o paciente sempre desperto, pois com o calor agradável é normal</p><p>que ele adormeça.</p><p>A dosagem de calor depende da sensação referida pelo paciente e é baseada na</p><p>escala de Schliephake: (MARQUES, 2009).</p><p>• Calor muito débil: abaixo do limiar de sensibilidade;</p><p>• Calor débil: imediatamente perceptível;</p><p>• Calor médio: sensação clara de calor;</p><p>• Calor forte: no limite de tolerância.</p><p>Na fase aguda deve ser usado o calor muito débil ou calor débil, e na fase</p><p>crônica deve ser utilizado calor médio ou forte.</p><p>Ultrassom</p><p>O ultrassom terapêutico possui ações físicas, biofísicas e clínicas, sendo alvo de</p><p>investigações desde sua introdução, há mais de 50 anos, visto sua importante ação</p><p>metabólica em processos de reparo tecidual e também de lesão celular, tendo ainda</p><p>alguns efeitos controversos na literatura. (BERTOLINI; BARBIERI; MAZZER, 2009).</p><p>Princípio das ondas ultrassônicas: a eletricidade é aplicada a um cristal, este por</p><p>sua vez emite as ondas ultrassônicas que penetram no tecido superficial e são refletidas</p><p>pelos tecidos mais profundos. Isso provoca uma vibração nos tecidos, o que gera calor,</p><p>essa elevação de temperatura possibilita o aumento da extensibilidade do tecido</p><p>conjuntivo. Contudo, há relatos que com doses abaixo de 0,5W/cm agem apenas os</p><p>efeitos não térmicos do ultrassom,</p><p>o que conduz a incrementos na síntese proteica,</p><p>aumentando assim a síntese de colágeno e, dessa forma, o tecido conjuntivo se tornaria</p><p>mais forte e deformável.</p><p>A literatura apresenta relatos do uso do ultrassom visando o ganho de ADM, em</p><p>indivíduos saudáveis, com indícios de efeitos vantajosos com respeito a outras</p><p>metodologias para ganho de extensibilidade. (BERTOLINI; BARBIERI, MAZZER,</p><p>20</p><p>2009; NAGLER, 1976).</p><p>A aplicação de eletricidade a um cristal, que por sua vez emite ondas mecânicas,</p><p>chama-se de efeito pizoelétrico reverso (do grego piezein, pressionar).(NAGLER,</p><p>1976). O ultrassom terapêutico produz uma corrente alternada de alta frequência que</p><p>com cerca de 0,7 a 3 Mz possui três tipos de ondas, as ondas longitudinais, onde</p><p>normalmente são transportadas em meios líquidos e viscosos. Ondas transversais</p><p>ocorrem na propagação de ondas em sólido. Ondas estacionárias, que ocorrem quando</p><p>as ondas de som forem refletidas de volta de uma interface entre dois meios, como, por</p><p>exemplo, tecido mole e osso ou tecido mole e ar. (MARQUES, 2009).</p><p>A intensidade do US pode ser de 1 MHz, e atinge periósteo, cartilagem e tecido</p><p>conjuntivo (2 a 4 cm de profundidade), e de 3 MHz, que não alcança tecidos profundos,</p><p>sendo indicado para lesões superficiais e tratamentos dermatológicos (estética), com 1 a</p><p>2 cm de profundidade. (MARQUES, 2009).</p><p>O US pode ser contínuo, ou seja, com efeitos térmicos, utilizado em lesões</p><p>crônicas, e pulsado, não há efeito térmico, utilizado nas primeiras 48 horas após a lesão.</p><p>Alguns efeitos relacionados ao aquecimento tecidual são:</p><p>• Aumento da flexibilidade do tecido colágeno, aumento da mobilidade</p><p>articular, redução à percepção de dor, aumento do fluxo sanguíneo para os tecidos,</p><p>redução do espasmo muscular, etc. (MARQUES, 2009).</p><p>21</p><p>ULTRASSOM</p><p><http://iafe.com.br/guia_det.php?id=28>.</p><p>Para a aplicação do US é necessário um meio de acoplamento, sendo o mais</p><p>adequado o gel terapêutico. Em áreas de difícil acoplamento do cabeçote do aparelho</p><p>pode ser realizada a aplicação subaquática. (MARQUES, 2009; NAGLER, 1976). O</p><p>tempo de aplicação varia em média de 5 minutos por área. Em alguns casos, quando</p><p>devidamente prescrito por um médico, utiliza-se a fonoforese, que consiste na</p><p>introdução de substâncias farmacológicas, por meio da radiação ultrassônica, tipo</p><p>pulsátil. (MARQUES, 2009).</p><p>Este tipo de eletroterapia é indicado para analgesia, relaxamento muscular,</p><p>aumento da extensibilidade do colágeno, no tratamento de patologias como tendinites</p><p>crônicas ou por desuso, bursites e quadros dolorosos miofaciais.</p><p>Contraindicações</p><p>http://iafe.com.br/guia_det.php?id=28</p><p>22</p><p>• Locais sensíveis (globo ocular, útero grávido, medula espinhal, coração),</p><p>em portadores de próteses que utilizem polietileno de lata densidade, osteoporose e na</p><p>presença de implantes metálicos cirúrgicos, etc. (MARQUES, 2009).</p><p>ATENÇAO: Há controvérsias sobre a aplicação do US nas zonas de crescimento</p><p>ósseo em crianças e da possibilidade de outros efeitos colaterais. (MARQUES, 2009).</p><p>TERMOTERAPIA</p><p>O calor é uma das modalidades mais prescritas na fisioterapia, pois seus efeitos</p><p>fisiológicos são analgésicos, antiespasmódicos, descongestionantes e sedativos. Quando</p><p>se deseja obter vasodilatação, alívio da dor ou relaxamento muscular, o calor é um</p><p>ótimo agente terapêutico. (SHEESTACK, 1980).</p><p>Contraindicações</p><p>• Não deve ser aplicado em áreas anestesiadas;</p><p>• Não deve ser aplicado em áreas sem sensibilidade;</p><p>• Não deve ser aplicado em indivíduos com febre alta;</p><p>• Não deve ser aplicado em indivíduos que apresentem</p><p>cardiopatia descompensada ou doença vascular periférica;</p><p>• Não deve ser aplicado em indivíduos que possuem implantes metálicos em</p><p>uma área subjacente;</p><p>• Não deve ser aplicado na presença de tumores malignos.</p><p>BASES DA ESTIMULAÇÃO</p><p>ELÉTRICA NEUROMUSCULAR</p><p>A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) envolve a aplicação de estímulos</p><p>elétricos intermitentes aos músculos esqueléticos com o objetivo principal de promover</p><p>contrações musculares em decorrência da ativação de fibras nervosas musculares.</p><p>A EENM tem sido amplamente adotada na pesquisa e na prática clínica como</p><p>23</p><p>um método de preservação e/ou recuperação funcional tanto para indivíduos saudáveis</p><p>como para indivíduos com alguma disfunção muscular, assim como para treinamento,</p><p>buscando melhora da performance.</p><p>Porém, para uma aplicação clínica otimizada da EENM, faz-se necessário o</p><p>entendimento de alguns conceitos elementares, tais como:</p><p>• a definição e a classificação das correntes elétricas;</p><p>• a diferença entre a contração muscular voluntária e a</p><p>contração gerada eletricamente;</p><p>• os principais parâmetros elétricos;</p><p>• o posicionamento de eletrodos e dos segmentos corporais;</p><p>• a aplicação desses conceitos, a fim de se obter a melhor</p><p>resposta neuromuscular.</p><p>Dessa forma, busca-se reunir, neste artigo, um conjunto de informações</p><p>pertinentes e que possibilitarão aos leitores o entendimento desses conceitos e,</p><p>consequentemente, o uso adequado da EENM.</p><p>ESQUEMA CONCEITUAL</p><p>24</p><p>C</p><p>ON</p><p>CE</p><p>IT</p><p>OS</p><p>RE</p><p>LA</p><p>CI</p><p>ONADOS ÀS CORRENTES ELÉTRICAS</p><p>Os agentes eletrofísicos são usados pelos fisioterapeutas para tratar uma grande</p><p>variedade de condições em pessoas saudáveis ou com doenças.</p><p>Esses agentes incluem a corrente elétrica, que deve ser aplicada por</p><p>fisioterapeutas habilitados por meio de equipamentos de eletrotermofototerapia. Alguns</p><p>conceitos listados a seguir são importantes para que o fisioterapeuta empregue os</p><p>agentes eletrofísicos com maior propriedade.</p><p>A matéria é feita de átomos, sendo o átomo a menor partícula que pode ser</p><p>identificada como sendo daquele elemento. O átomo é feito de um núcleo central</p><p>carrega do positivamente (constituído de prótons (+) e nêutrons sem carga) com</p><p>partículas carregadas negativamente (elétrons (-)) orbitando ao seu redor, lembrando um</p><p>sistema solar em miniatura.</p><p>Um átomo contém a mesma quantidade de prótons e de elétrons, e, desse modo,</p><p>Definição de estimulação</p><p>elétrica neuromuscular</p><p>Caso clínico</p><p>Conclusão</p><p>Conceitos relacionados às</p><p>Correntes elétricas</p><p>Contração muscular gerada por</p><p>estimulação elétrica x contração</p><p>voluntária</p><p>Classificação das correntes</p><p>elétricas</p><p>Formas de ondas elétricas</p><p>Duração ou largura do pulso</p><p>Amplitude ou intensidade da</p><p>corrente</p><p>Curva intensidade-duração do</p><p>pulso</p><p>Frequência de estimulação</p><p>Ciclo de Trabalho (ON/OFF) e</p><p>modulação da rampa</p><p>Parâmetros elétricos para uma</p><p>aplicação clínica otimizada</p><p>Utilização de sobrecarga</p><p>progressiva</p><p>Posicionamento dos eletrodos e</p><p>dos segmentos corporais</p><p>Tipos de eletrodos e acopladores</p><p>25</p><p>não há uma carga resultante. Se es se equilíbrio é alterado, o átomo tem uma carga</p><p>resultante diferente de zero, e é chamado de íon. Se um elétron é removido do átomo,</p><p>este se torna um íon positivo, e se um elétron é acrescentado ao átomo este se torna um</p><p>íon negativo.</p><p>Átomo com propriedades elétricas.</p><p>Fonte- Robinson e Snyder-Mackler (2010).</p><p>A corrente elétrica é o fluxo de carga elétrica. Carga elétrica (ou apenas “carga”)</p><p>é uma propriedade física fundamental, do mesmo modo que “massa” e “tempo” são</p><p>propriedades físicas fundamentais. A carga é a propriedade da matéria, que é a base da</p><p>força eletromagnética, e existem dois tipos de carga elétrica, positiva e negativa. A</p><p>carga é carregada pelos elétrons (carga negativa) e prótons (carga positiva) dos átomos.</p><p>Se o átomo de um elemento perde elétrons sem mudar o número de prótons no</p><p>núcleo, ele torna-se positivamente carregado; se ele ganha elétrons, torna-se</p><p>negativamente carregado. Os átomos de elementos com excesso ou deficiência de</p><p>elétrons são chamados de íons. Os átomos que são positivamente carregados são</p><p>chamados de cátions,</p><p>e os negativamente carregados são chamados de ânions. Objetos e</p><p>substâncias podem se tornar eletricamente carregados.</p><p>Elétron</p><p>Prótron</p><p>Nêutron</p><p>Núcleo</p><p>Órbitas</p><p>26</p><p>Cargas elétricas.</p><p>Fonte: Robinson e Snyder-Mackler (2010).</p><p>A força elétrica das partículas carregadas é transportada para outras partículas</p><p>carregadas pelo campo elétrico (E) que cada carga cria. As cargas transmitem a força</p><p>através de um campo elétrico e podem ser determinadas de modo experimental. A força</p><p>(F), expressa em coulombs (C), entre duas cargas estacionárias, (q1) e (q2), é</p><p>proporcional à magnitude e ao sinal das cargas e inversamente proporcional ao</p><p>quadrado da distância (r) entre elas: Fα (q1 x q2) / r2.</p><p>Carga positiva</p><p>Meio condutor</p><p>Meio condutor</p><p>Neutro Neutro</p><p>Carga negativa</p><p>27</p><p>Linhas do campo elétrico em volta de partículas carregadas opostamente.</p><p>Fonte: Robinson e Snyder-Mackler (2010).</p><p>Duas partículas de cargas opostas se atraem e duas partículas com a mesma</p><p>carga se repelem (se empurram para longe uma da outra). Assim, um elétron e um</p><p>próton são atraídos um para o outro, enquanto dois elétrons se repelem. Em torno de</p><p>qualquer partícula carregada existe um campo elétrico. Se uma carga menor, que está</p><p>livre para se mover, é colocada no campo, os trajetos por onde irá se mover são chama</p><p>dos de linhas de força (ou linhas de campo).</p><p>O campo elétrico �⃑� define-se como a força 𝐹 por unidade de carga q0. Assim: �⃑� =𝐹 / q0.</p><p>Em alguns materiais, nos quais os átomos são ligados formando uma estrutura</p><p>tipo treliça (por exemplo, metais), a carga é transportada por elétrons. Em materiais nos</p><p>quais os átomos são livres para se moverem, a carga é transportada por íons. Um líquido</p><p>no qual os íons são os transportadores de carga é chamado de eletrólito.</p><p>Um isolante é um mate rial que não tem condutores de carga livres e, desse</p><p>modo, é incapaz de conduzir corrente elétrica. A corrente é medida usando um</p><p>amperímetro, e a unidade em que é dada é o ampère (A). Um ampère representa 1</p><p>coulomb (C) de carga fluindo através de um ponto em 1 segundo (s).</p><p>A intensidade (I) da corrente elétrica é definida como a razão entre o módulo da</p><p>quantidade de carga (ΔQ) que atravessa certa seção transversal (corte feito ao longo da</p><p>menor dimensão de um corpo) do condutor em um intervalo de tempo (Δt). A corrente</p><p>elétrica, designada por I, é o fluxo das cargas de condução dentro de um material. A</p><p>28</p><p>intensidade da corrente é a taxa de transferência da carga, igual à carga (dQ) transferida</p><p>durante um intervalo infinitesimal (dt) dividida pelo tempo:</p><p>I = Q/Δt.</p><p>A Figura, a seguir, mostra a representação da corrente elétrica.</p><p>Representação da intensidade de corrente elétrica.</p><p>O potencial elétrico é medido em unidades de volts (V). A diferença no trabalho</p><p>necessário para mover uma carga do infinito até um ponto, X, e aquele necessário para</p><p>movê-la para outro ponto, Y, é chamada de diferença de potencial (d.p.) entre os dois</p><p>pontos – também medida em volts.</p><p>Segundo a lei de Ohm: “A corrente fluindo através de um condutor metálico é</p><p>proporcional à diferença de potencial que existe através dele, desde que todas as</p><p>condições físicas permaneçam constantes. ” Desse modo, /∞V também pode ser escrito</p><p>como V∞I, em que a constante de proporcionalidade é a resistência (R). A equação</p><p>resultante da lei de Ohm é, portanto, V = IR.</p><p>A resistência é medida em ohms (Ω). O ohm é definido como a resistência de</p><p>um corpo de modo que uma diferença de potencial de 1 volt através do corpo resulte em</p><p>uma corrente de 1 ampère através dele. A resistência de um pedaço de fio aumenta com</p><p>seu comprimento e diminui à medida que sua área de secção transversal aumenta. Uma</p><p>INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA</p><p>A Intensidade da corrente</p><p>elétrica será maior quanto</p><p>mais elétrons passarem</p><p>pela secção transversa em</p><p>um intervalo de tempo.</p><p>I =</p><p>Q</p><p>Δt</p><p>29</p><p>propriedade chamada de resistividade é defini da como sendo uma propriedade apenas</p><p>do material, e não da forma do material.</p><p>A resistência (R) de um pedaço de fio com resistividade (p), comprimento (L) e</p><p>área (a) é dada por: R = pL/a.</p><p>A força que age sobre os elétrons é chamada de força eletromotiva ou</p><p>eletromotriz (f.e.m.), definida como a energia elétrica produzida por unidade de carga</p><p>dentro da fonte. A unidade na qual a f.e.m. é medida é o volt, pois 1 volt é 1</p><p>joule/coulomb.</p><p>Quando os elétrons fluem através de um condutor, eles colidem com os átomos</p><p>no material condutor e conferem energia a esses átomos. Isso leva ao aquecimento do</p><p>condutor. A unidade usada para medir energia é o joule (J).</p><p>A diferença de potencial é o trabalho feito por unidade de carga: volt =</p><p>joule/coulomb, e, desse modo, joule = volt coulomb.</p><p>A unidade de medida de potência é o watt (W). Potência é a taxa com que o</p><p>trabalho é feito em relação ao tempo. Assim, 1 watt = 1 joule/segundo. A partir da</p><p>definição dada, sabe-se que 1 coulomb/segundo é 1 ampère. Desse modo, portanto: 1W</p><p>= 1 volt.ampère ou 1W= 1J/s. Em outras palavras, a potência elétrica desenvolvida em</p><p>um circuito é dada por: potência = VI, onde V é em volts, / é em ampères e a potência é</p><p>em watts. O símbolo VA = volt.ampère é a unidade utilizada na medida de potência</p><p>aparente em sistemas elétricos de corrente alternada.</p><p>A partir da lei de Ohm, podem ser feitas substituições nessa equação para</p><p>expressar potência em termos de diferentes combinações de V, I e R. Desse modo, (W =</p><p>VI) ou (W = I2R) ou (W = V2/R) são equações equivalentes, nas quais W é em watts, I é</p><p>em ampères, V é em volts, e R é em ohms.</p><p>Qualquer dispositivo passivo capaz de armazenar carga elétrica é chamado de</p><p>capacitor.</p><p>Um capacitor armazena carga até que possa liberá-la, tornando-se parte de um</p><p>circuito elétrico completo. Se você aplica um potencial elétrico, V, entre duas placas de</p><p>um capacitor, uma placa se torna carregada positiva mente e a outra se torna carregada</p><p>com uma carga igual, porém oposta negativa. Se um material isolante, conhecido como</p><p>dielétrico, é colocado entre as placas, a capacidade de armazenar carga é aumentada.</p><p>Como Q é medida em coulombs e V é medi da em volts, a unidade para</p><p>capacitância é coulomb/ volt, conhecida como farad (F). Capacitância (C) é definida</p><p>como a carga (Q) armazenada por unidade de diferença de potencial através de suas</p><p>30</p><p>placas. Um capacitor é carregado aplicando-se uma diferença de potencial através de</p><p>suas placas. Ele é descarregado (ou seja, permite-se que a carga flua para fora das</p><p>placas) proporcionando-se uma conexão elétrica entre as placas.</p><p>Como já mencionado, corrente elétrica é o fluxo de carga elétrica ou o</p><p>deslocamento de cargas dentro de um condutor quando existe uma diferença de</p><p>potencial elétrico entre as extremidades. Nos metais, existe grande quantidade de</p><p>elétrons livres, em movimento desordenado. Quando se cria, de alguma maneira, um</p><p>no interior de um corpo metálico, esses movimentos passam a ser ordenados no</p><p>sentido oposto ao do vetor campo elétrico , constituindo a corrente elétrica.</p><p>Nas soluções eletrolíticas, existe grande quantidade de cátions e ânions livres,</p><p>em movimento desordenado. Quando se cria, de alguma maneira, um campo elétrico</p><p>no interior de uma solução eletrolítica, esses movimentos passam a ser ordenados: o</p><p>movimento dos cátions no sentido do vetor campo elétrico e o dos ânions no sentido</p><p>oposto. Essa ordenação constitui a corrente elétrica. Quando uma corrente elétrica passa</p><p>através de um condutor, parte dessa energia se converte em calor, o que é conhecido</p><p>como efeito joule.</p><p>Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente elétrica,</p><p>ocorre a transformação de energia elétrica em energia térmica. Esse fenômeno ocorre</p><p>devido ao encontro dos elétrons da corrente elétrica com as partículas do condutor. Os</p><p>elétrons</p><p>sofrem colisões com átomos do condutor, e parte da energia cinética (energia</p><p>de movimento) do elétron é transferida para o átomo, aumentando seu estado de</p><p>agitação e, consequentemente, sua temperatura. Assim, a energia elétrica é transformada</p><p>em energia térmica (calor).</p><p>O efeito joule pode ser medido por meio da equação: Q = I2. R. t.</p><p>No Quadro estão resumidos os principais símbolos utilizados na eletroterapia.</p><p>Quadro</p><p>PRINCIPAIS SÍMBOLOS UTILIZADOS NA ELETROTERAPIA</p><p>Eletricidade/magnetismo Símbolo</p><p>Ampère (intensidade) A</p><p>Coulomb (quantidade) C</p><p>Carga Q</p><p>Campo elétrico</p><p>31</p><p>Farad (capacidade) F</p><p>Henry (indutância) H</p><p>Hertz (frequência) Hz</p><p>Intensidade (ampere) I</p><p>Joule (energia) J</p><p>Miliampere mA</p><p>Ohm (resistência) Ω</p><p>Quilojoule kJ</p><p>Quilovolt kV</p><p>Quilovolt-ampere kVA</p><p>Resistência (ohms) R</p><p>Volt (tensão) V</p><p>Volt-ampère VA</p><p>Watt (potência) W</p><p>DEFINIÇÃO DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR</p><p>A EENM envolve a aplicação de uma série de estímulos intermitentes aos</p><p>músculos esqueléticos superficiais, com o objetivo principal de promover contrações</p><p>musculares visíveis em decorrência da ativação de fibras nervosas musculares. O</p><p>estímulo elétrico geralmente é fornecido por meio de aparelhos de estimulação</p><p>programáveis e de um ou mais eletrodos ativos posicionados na proximidade dos pontos</p><p>motores dos músculos.</p><p>Para promover contrações musculares com a aplicação da EENM, a existência</p><p>de um nervo motor intacto é pré-requisito.</p><p>A EENM tem sido amplamente adotada na pesquisa e na prática clínica como</p><p>uma técnica para preservação e/ou recuperação funcional tanto para indivíduos</p><p>saudáveis como para indivíduos com alguma disfunção muscular, assim como para</p><p>treinamento.</p><p>Dependendo do estado do músculo estimulado, a EENM pode ser usada para:</p><p>32</p><p>• Preservação da massa e da função muscular durante</p><p>períodos prolongados de desuso ou imobilização, como, por exemplo, em</p><p>pacientes críticos internados em unidades de terapia intensiva (UTIs);</p><p>• Recuperação da massa e da função muscular seguida de</p><p>prolongados períodos de desuso ou imobilização, como, por exemplo, em</p><p>período pós-operatório;</p><p>• Melhora da função muscular em diferentes populações,</p><p>como idosos e atletas, e na reabilitação de pacientes com doenças</p><p>cardiopulmonares.</p><p>CONTRAÇÃO MUSCULAR GERADA POR ESTIMULAÇÃO</p><p>ELÉTRICA X CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA</p><p>O recrutamento das unidades motoras durante as contrações geradas pela EENM</p><p>é diferente do que ocorre na contração voluntária. É importante lembrar que as unidades</p><p>motoras são formadas por centenas ou milhares de fibras musculares e que cada fibra</p><p>muscular é inervada por um neurônio motor específico que varia em tamanho,</p><p>mielinização e velocidade de condução nervosa.</p><p>Tipicamente, as fibras musculares do tipo I, que são oxidativas e resistentes à</p><p>fadiga, são inervadas por neurônios com axônios de pequeno diâmetro, constituindo</p><p>pequenas unidades motoras. Em contraste, fibras do tipo II, que são mais fatigáveis,</p><p>porém produzem maior nível de força, são inervadas por axônios com grande diâmetro e</p><p>constituem unidades motoras rápidas. Existem, ainda, subtipos de fibras rápidas: IIa, IIb</p><p>e IId (x).</p><p>A fibra Iia é uma fibra rápida intermediária, possuindo potencial moderadamente</p><p>desenvolvido para geração de força, utilizando tanto o metabolismo oxidativo como o</p><p>glicolítico para a produção de energia durante a contração muscular, sendo rápida,</p><p>porém com certa resistência à fadiga. A fibra IIb utiliza predominantemente o</p><p>metabolismo glicolítico para a produção de energia, sendo mais rápida, porém mais</p><p>fatigável que a IIa.</p><p>São essas propriedades das unidades motoras que aparentemente ditam a ordem</p><p>de recrutamento durante a contração voluntária, que segue o princípio do tamanho, isto</p><p>é, ocorre um recrutamento progressivo de pequenas unidades motoras, tipicamente</p><p>33</p><p>lentas, seguido por um recrutamento de unidades motoras maiores, normalmente</p><p>rápidas.</p><p>Tem sido sugerido que o recrutamento de unidades motoras com a EENM segue</p><p>o padrão contrário de recrutamento ocorrido na contração voluntária, recrutando</p><p>primeiro as unidades motoras rápidas seguidas das unidades motoras lentas. Essa teoria</p><p>pode estar baseada em três aspectos:</p><p>• Os axônios das unidades motoras maiores são mais</p><p>facilmente excitados com a estimulação elétrica, pois possuem menor</p><p>limiar de excitabilidade;</p><p>• As unidades motoras maiores estão localizadas em regiões</p><p>mais superficiais, o que, inevitavelmente, pode reduzir a distância entre</p><p>aos axônios maiores e os eletrodos ativos;</p><p>• A fadiga gerada com a EENM é maior do que a fadiga</p><p>gerada pela contração voluntária.</p><p>Apesar dessa teoria, estudos sugerem que o recrutamento das unidades motoras</p><p>durante a EENM é não seletivo, e que as unidades motoras são ativadas sem</p><p>sequenciamento relacionado ao tipo de unidade motora. Isso implica que a EENM pode</p><p>ativar algumas unidades motoras rápidas, em adição a unidades lentas, mesmo a baixos</p><p>níveis de força. Evidências indiretas sugerem que a proporção relativa de unidades</p><p>motoras rápidas e lentas em um músculo ativado por EENM, a diferentes níveis de</p><p>força, seria bastante constante.</p><p>Além da ordem de recrutamento das unidades motoras descrita anteriormente,</p><p>outros fatores diferem a contração muscular voluntária da contração gerada pela EENM,</p><p>tais como:</p><p>Recrutamento temporal – na contração voluntária, o recrutamento das fibras</p><p>ocorre de forma assincrônica, enquanto que na EENM ocorre de forma sincrônica;</p><p>Recrutamento espacial – a EENM, utilizada com intensidade constante, impõe</p><p>uma atividade contrátil contínua à mesma população de fibras musculares superficiais</p><p>(isto é, aquelas com os ramos axonais próximos dos eletrodos), e o recrutamento</p><p>espacialmente fixo diminui proporcionalmente com o aumento na distância dos</p><p>eletrodos, conforme apresenta o Quadro, a seguir.</p><p>Quadro</p><p>34</p><p>PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA E A</p><p>CONTRAÇÃO GERADA ELETRICAMENTE</p><p>Variáveis Contração voluntária Contração por EENM</p><p>Recrutamento temporal Assincrônico Sincrônico</p><p>Recrutamento espacial Dispersado Superficial (perto dos</p><p>eletrodos)</p><p>Rotação É possível Espacialmente fixada</p><p>Ordem de recrutamento Seletiva: fibras lentas para</p><p>fibras rápidas</p><p>Não seletiva e desordenada</p><p>Fadiga Parcialmente fatigante Extremamente fatigante</p><p>Fonte: Maffiuletti (2010).</p><p>Existem pelo menos três estratégias que podem maximizar o recrutamento</p><p>espacial durante a aplicação da EENM:</p><p>• Aumentar a intensidade de estimulação sempre que</p><p>possível – idealmente, após cada contração, para despolarizar novas e</p><p>mais profundas fibras musculares localizadas a uma distância maior dos</p><p>eletrodos;</p><p>• Mover os eletrodos após uma série de contrações (dentro</p><p>da mesma sessão e entre as sessões do tratamento), de forma a alterar a</p><p>população de fibras superficiais preferencialmente ativadas pela EENM;</p><p>• Alterar o comprimento do músculo pela manipulação do</p><p>ângulo da articulação, para variar a posição das fibras musculares em</p><p>relação ao eletrodo e modificar a contribuição dos receptores cutâneos e</p><p>articulares estimulados na contração.</p><p>Devido ao padrão de recrutamento das unidades motoras com a EENM, as</p><p>contrações musculares eletricamente induzidas podem, teoricamente, produzir mais</p><p>tensão e força, mas também podem causar maior e mais recente fadiga do que as</p><p>contrações voluntárias, pois exigem maior custo metabólico.</p><p>Apesar da desvantagem de exigir um maior custo metabólico, a EENM</p><p>apresenta como maior vantagem o fato de poder ser utilizada em músculos com</p><p>disfunções, como, por exemplo, em pacientes que não podem realizar treinamento com</p><p>35</p><p>altas intensidades (idosos, pacientes com doenças cardíacas e respiratórias, doenças</p><p>ortopédicas, pós-operatório imediato) e atletas buscando melhor performance.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELÉTRICAS</p><p>Devido à diversidade de nomes utilizados para denominação das correntes</p><p>elétricas, a divisão de eletrofisiologia clínica da American Physical Therapy Association</p><p>estabeleceu uma terminologia unificada para as correntes elétricas clínicas:</p><p>• corrente direta;</p><p>• corrente alternada;</p><p>• corrente pulsada.</p><p>A corrente direta ou monofásica, também conhecida como corrente galvânica, é</p><p>caracterizada por um fluxo contínuo ou ininterrupto e unidirecional de elétrons.</p><p>Clinicamente, além de satisfazer essas características, esse fluxo deve ser sustentado</p><p>por, no mínimo, um segundo. Outra característica da corrente direta é ser polarizada.</p><p>As principais aplicações clínicas da corrente direta são para iontoforese, que é o</p><p>estímulo da penetração de íons benéficos terapeuticamente através da barreira da pele,</p><p>para cicatrização de feridas ou para o tratamento de inflamações.</p><p>A corrente alternada é definida como o fluxo bidirecional contínuo de elétrons.</p><p>Sua característica principal é o fato de os pulsos estarem ligados e contínuos, não</p><p>havendo intervalo entre os pulsos. Além disso, o fluxo muda constantemente de direção,</p><p>revertendo a polaridade, caracterizando-se como uma corrente não polarizada. A</p><p>corrente alternada usada clinicamente possui frequência na faixa de 1.000Hz a</p><p>10.000Hz, também classificada como correntes de média frequência.</p><p>Porém, a corrente alternada é modulada em burst, ou trem de pulsos, para</p><p>otimizar seus efeitos. A frequência do burst normalmente está na faixa biológica de 1 a</p><p>120Hz.</p><p>Cada ciclo completo da corrente alternada consiste em duas fases, uma positiva e</p><p>outra negativa, as durações da fase (ou pulso) estão na faixa de 50 a 500µs. Além disso,</p><p>o fluxo de corrente é equilibrado, isto é, a quantidade de carga em cada fase é idêntica.</p><p>São exemplos de nomes comerciais para essa corrente, a corrente Russa (2.500Hz), a</p><p>corrente Interferencial (2.000Hz, 4.000Hz e 8.000Hz) e a corrente Aussie (1.000Hz e</p><p>36</p><p>4.000Hz).</p><p>A corrente pulsada é definida como o fluxo uni ou bidirecional de partículas</p><p>carregadas que periodicamente cessa por um período de tempo breve e finito. A corrente</p><p>pulsada, usada terapeuticamente, possui frequência na faixa de 1 a 1.000Hz, sendo</p><p>também classificada como de baixa frequência. Exemplos de nomes comerciais para</p><p>essa corrente são a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e a estimulação</p><p>elétrica funcional (FES).</p><p>A EENM pode ser aplicada com a utilização de correntes pulsadas ou alternadas.</p><p>Mas qual forma de corrente elétrica é a melhor para a estimulação euromuscular,</p><p>visando principalmente o aumento e/ou preservação da força muscular? Em uma revisão</p><p>sistemática com metanálise, recentemente publicada por Silva e colaboradores (2015),17</p><p>foi constatado que a corrente pulsada e a alternada determinam efeitos similares sobre o</p><p>torque do quadríceps femoral e o nível de desconforto.</p><p>Ainda, para tentar responder essa questão, Dantas e colaboradores estudaram o</p><p>efeito de quatro diferentes correntes de EENM, duas correntes alternadas (Aussie –</p><p>1.000Hz, com frequência modulada de 50Hz, duração do pulso de 500µs, e Russa –</p><p>2.500Hz, com frequência modulada de 50Hz e duração do pulso de 200µs) e duas</p><p>correntes pulsadas (PC500, com frequência de 50Hz e duração do pulso de 500µs, e</p><p>PC200, com frequência de 50Hz e duração do pulso de 200µs), isoladas e em</p><p>combinação com o exercício voluntário, sobre o torque isométrico de extensão de joelho</p><p>e nível de desconforto em 21 mulheres saudáveis. Os autores demonstraram que a</p><p>corrente Russa gerou o menor torque quando comparada com as outras modalidades</p><p>(Russa, 50%, PC200, 70%, Aussie, 71%, e PC500, 77%, p < 0.001). Adicionalmente,</p><p>não houve vantagem em combinar EENM com exercícios voluntários, quando</p><p>comparada com a aplicação da EENM isolada.</p><p>Dessa forma, os autores concluíram que as correntes pulsadas e a corrente</p><p>Aussie foram superiores à corrente Russa na geração do torque isométrico de extensão</p><p>de joelho em mulheres saudáveis. Bellew e colaboradores (2012) também</p><p>demonstraram a mesma superioridade das correntes pulsadas e da corrente Interferencial</p><p>em relação à corrente Russa em indivíduos saudáveis.</p><p>PARÂMETROS ELÉTRICOS PARA UMA APLICAÇÃO CLÍNICA</p><p>OTIMIZADA</p><p>37</p><p>São considerados parâmetros no uso das correntes elétricas pulsadas e</p><p>alternadas:</p><p>• forma de onda;</p><p>• amplitude e duração do pulso;</p><p>• frequência do pulso;</p><p>• ciclo de trabalho;</p><p>• modulação em rampa;</p><p>• duração do tratamento.</p><p>É de fundamental importância que o leitor tenha domínio dos conceitos de forma</p><p>de onda, amplitude e duração do pulso, frequência do pulso, ciclo de trabalho,</p><p>modulação em rampa e duração do tratamento para a aplicação da EENM de forma</p><p>otimizada para gerar maiores e melhores efeitos terapêuticos.</p><p>FORMAS DE ONDAS ELÉTRICAS</p><p>As características das correntes elétricas alternadas e pulsadas podem ser</p><p>entendidas examinando-se as mudanças de amplitude da corrente que ocorrem ao longo</p><p>do tempo. A forma de um único pulso ou ciclo da corrente alternada em um gráfico de</p><p>corrente versus tempo é chamada de forma de onda.</p><p>Em relação à forma geométrica das ondas, elas podem ser:</p><p>• retangular;</p><p>• quadrada;</p><p>• triangular;</p><p>• dente-de-serra;</p><p>• pontiaguda;</p><p>• exponencial;</p><p>• sinusoidal.</p><p>Em relação ao número de fases em uma forma de onda, os pulsos podem ser de</p><p>dois tipos:</p><p>38</p><p>Monofásicos – quando as partículas carregadas no meio condutor movem-se por</p><p>pouco tempo em uma direção, de acordo com sua carga, depois param;</p><p>Bifásicos – quando as partículas carregadas movem-se primeiro em uma direção</p><p>e depois na direção oposta.</p><p>Quanto à simetria, nas formas de onda bifásicas, elas podem ser simétricas ou</p><p>assimétricas. Uma forma de onda é simétrica quando a primeira fase for a imagem de</p><p>espelho da segunda fase de um pulso bifásico ou ciclo único de corrente alternada. Uma</p><p>forma de onda é denominada assimétrica se a maneira como a amplitude da corrente</p><p>varia na primeira fase de um pulso bifásico não for a imagem espelho da segunda fase.</p><p>E, em relação ao equilíbrio de carga em formas de onda bifásicas, pode-se dizer</p><p>que nas ondas bifásicas simétricas a quantidade de corrente para uma fase é igual ao</p><p>valor da outra fase. Assim, denomina-se essa forma de onda como equilibrada. Nas</p><p>formas de ondas bifásicas assimétricas, a onda pode ser equilibrada ou desequilibrada,</p><p>isto é, quando o tempo de onda não é igual na primeira e na segunda fase.</p><p>Classificação das correntes e das formas de ondas elétricas.</p><p>Fonte: Robinson e Snyder-Mackler (2010).</p><p>Bifásica</p><p>Simétrica</p><p>Equilibrada</p><p>Forma</p><p>Forma</p><p>Geométrica</p><p>Forma</p><p>Geométrica</p><p>Forma</p><p>Geométrica</p><p>Forma</p><p>Geométrica</p><p>Equilibrada</p><p>Desequilibrada</p><p>Desequilibrada</p><p>Simétrica</p><p>Assimétrica</p><p>Assimétrica</p><p>Monofásica</p><p>C. Alternada</p><p>C. Pulsada</p><p>C. Contínua</p><p>4</p><p>39</p><p>Características de formas de ondas elétricas. A) Corrente contínua. B) Alternada</p><p>sinusoidal. C) Pulsada monofásica quadrangular. D) Pulsada monofásica triangular. E)</p><p>Pulsada bifásica simétrica. F) Pulsada bifásica assimétrica desequilibrada.</p><p>Fonte: Robertson et al. (2009) e Robinson e Snyder-Mackler (2010).</p><p>DURAÇÃO OU LARGURA DO PULSO</p><p>A duração ou largura do pulso determina por quanto tempo as cargas elétricas</p><p>irão passar em um pulso ou ciclo. Esse parâmetro é medido em μs ou ms, sendo 1</p><p>segundo igual a 1.000ms e 1ms igual a 1000μs.</p><p>AMPLITUDE OU INTENSIDADE DA CORRENTE</p><p>Para os tratamentos clínicos, a faixa de amplitude varia de 10 a 100V ou de 10 a</p><p>100mA. O aumento da amplitude durante o tratamento irá depender da tolerância do</p><p>indivíduo à passagem da corrente elétrica e dos objetivos do tratamento.</p><p>A intensidade está diretamente relacionada com a produção de força muscular,</p><p>isto é, quanto mais a intensidade é aumentada, maior é o número de</p><p>unidades motoras</p><p>recrutadas, resultando no aumento na produção de força.</p><p>A B</p><p>C D</p><p>E F</p><p>40</p><p>A seguir, a Figura apresenta uma onda pulsada monofásica em relação à</p><p>amplitude e duração do pulso.</p><p>Amplitude (V ou</p><p>mA)</p><p>Duração do pulso (μs ou ms)</p><p>Representação de uma onda pulsada monofásica em relação à amplitude e</p><p>duração do pulso.</p><p>Fonte: Arquivo de imagem dos autores.</p><p>Variados tipos de fibras nervosas respondem diferentemente a variações na</p><p>duração de pulso e vão sendo recrutadas em função da amplitude (intensidade), do</p><p>estímulo e da duração do pulso. A diferença no comportamento de diferentes tipos de</p><p>fibras nervosas pode ser vista nas suas propriedades intensidade-duração.</p><p>A Figura, mais adiante, mostra um gráfico de intensidade-duração (I-T), isto é,</p><p>quanta amplitude é necessária para produzir determinada resposta (sensorial, motora ou</p><p>dolorosa) ao serem utilizados pulsos de diferentes durações. Pode-se observar que, para</p><p>pulsos de muito curta duração, uma amplitude muito alta é necessária para se obter</p><p>resposta. Por outro lado, com o aumento da duração do pulso, menores amplitudes são</p><p>requeridas para se obter resposta. Porém, quando os pulsos são mais longos do que 1ms,</p><p>há mudança na amplitude requerida.</p><p>Outra característica do gráfico I-T é a separação variável entre as respostas</p><p>sensorial, motora e dolorosa. A primeira resposta ao estímulo elétrico será normalmente</p><p>sensorial. Isso ocorre porque os nervos mais próximos aos eletrodos são nervos</p><p>sensoriais, com receptores nos tecidos cutâneos. Outro fator importante é o diâmetro da</p><p>fibra nervosa: quanto maior o diâmetro, menor é o limiar para excitação.</p><p>Fibras sensoriais e motoras são similares, pois possuem grande diâmetro, são</p><p>mielinizadas, de condução rápida e são mais prontamente estimuladas do que as fibras</p><p>41</p><p>de dor de menor diâmetro e condução mais lenta.</p><p>O gráfico I-T sugere que, quando o objetivo do tratamento desejado for resposta</p><p>sensorial (para controle da dor) e nenhuma resposta motora, deve ser usada uma duração</p><p>de pulso menor do que aquela utilizada para produzir uma contração muscular ou</p><p>resposta motora.</p><p>Uma resposta motora pode ser alcançada mais facilmente com durações de pulso</p><p>entre 300 e 600µs. Com uma duração de pulso mais longa, somente uma pequena</p><p>mudança na amplitude da corrente é necessária para mudar de um estímulo sensorial</p><p>para uma resposta motora e alcançar maior produção de força muscular. Assim, o</p><p>gráfico da Figura, a seguir, indica como os parâmetros de amplitude e duração do pulso</p><p>podem ser utilizados para uma aplicação clínica otimizada.</p><p>Gráfico intensidade-duração do pulso.</p><p>Fonte- Robertson et al. (2009).</p><p>FREQUÊNCIA DE ESTIMULAÇÃO</p><p>Frequência (F) é o número de pulsos ou ondas por segundo e sua unidade de</p><p>medida é em Hertz (Hz). Por exemplo, se pulsos (P) de estímulo forem aplicados 50</p><p>vezes em 1 segundo, a frequência será de 50Hz (F = 1s/P).</p><p>A frequência é importante, principalmente quando o objetivo é contração</p><p>muscular. Isso porque ela afeta o tipo de contração muscular e o nível de força</p><p>42</p><p>produzida quando nervos motores são estimulados. Estudos já demonstraram que a</p><p>produção de força está diretamente relacionada à frequência de estímulo utilizada, isto</p><p>é, quanto maior a frequência, maior a força gerada, porém, frequências muito altas estão</p><p>diretamente relacionadas a maior demanda metabólica e a maior fadiga muscular.</p><p>Um único pulso por segundo (1Hz) produz uma resposta de contração isolada</p><p>(um abalo), visto que há tempo suficiente entre os estímulos para o músculo contrair e</p><p>relaxar. Se a frequência de estímulo for aumentando, as fibras musculares não têm</p><p>tempo para relaxar completamente entre os pulsos (sucessão de abalos ou tremores).</p><p>Com o aumento adicional da frequência de estímulo, as respostas de contração isolada</p><p>se fundem, e a contração se torna ainda mais forte, produzindo uma contração tetânica.</p><p>Porém, a frequência de fusão varia entre músculos e depende dos tipos das fibras,</p><p>podendo variar de 20 a 80Hz.</p><p>Quando os músculos são ativados eletricamente, todas as fibras são ativadas</p><p>sincronicamente, de modo que contrações estáveis só são possíveis quando as</p><p>frequências de disparo induzidas são maiores ou iguais à frequência de fusão.</p><p>Nas fibras do tipo I (lentas, oxidativas), inervadas por fibras nervosas com</p><p>menor diâmetro, frequências mais baixas de estímulo já produzem contração tetânica</p><p>(em torno de 20Hz); porém, fibras do tipo II (rápidas, glicolíticas), inervadas por nervos</p><p>com maior diâmetro, que conduzem impulsos mais rapidamente e possuem um limiar</p><p>mais baixo de excitabilidade, necessitam de frequências mais altas de estímulo para a</p><p>produção de contração tetânica (em torno de 30 a 50Hz)</p><p>Relação entre diferentes frequências de estímulo, abalos, contração tetânica e</p><p>força muscular produzida.</p><p>Fonte: Robertson et al. (2009).</p><p>43</p><p>Para maximizar a produção de força com a utilização da EENM, é recomendado</p><p>o uso de corrente bifásica retangular, com pulsos entre 300 e 600µs e frequências de</p><p>estímulo entre 50 a 100Hz, com a intensidade da corrente no máximo tolerável pelo</p><p>indivíduo. Além disso, é recomendado que a EENM seja aplicada em uma condição de</p><p>carga estática, de modo a controlar rigorosamente o nível de força evocado em</p><p>comparação com a contração voluntária máxima. Essa variável pode prover uma</p><p>indicação importante da intensidade de treinamento da EENM.</p><p>Pode ser indicada a familiarização do paciente com a corrente elétrica antes de</p><p>iniciar o programa de treinamento, a fim de que possa ser alcançada a máxima</p><p>intensidade possível durante as sessões.5,14 Em termos de eficácia do treinamento, o</p><p>fato de a EENM ser realizada isolada ou em associação com o exercício voluntário não</p><p>parecer ter influência no ganho de força induzido pelo tratamento.</p><p>Para melhorar a endurance muscular periférica, frequências de estímulo mais</p><p>baixas devem ser utilizadas, com o objetivo de promover contração tetânica,</p><p>principalmente em fibras tipo I (lentas e oxidativas).</p><p>Em uma revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados</p><p>publicada pelo grupo dos autores, que estudou o efeito da EENM na reabilitação de</p><p>pacientes com insuficiência cardíaca, todos os estudos incluídos utilizaram frequências</p><p>entre 10 e 25Hz, pois um dos objetivos na reabilitação desses pacientes é aumentar a</p><p>endurance muscular. Sugere-se também que sejam utilizados pulsos entre 300 e 600µs</p><p>para alcançar mais facilmente o nível motor.</p><p>Ainda, a maioria dos estudos com esse objetivo utiliza a EENM durante 30 a 60</p><p>minutos diariamente. Porém, outros trabalhos a utilizam com durações superiores, como</p><p>o estudo de Nuhr e colaboradores (2004), que utilizou a EENM nesses mesmos</p><p>pacientes, com frequência de 15Hz, 240 minutos por dia, durante 10 semanas. Nesse</p><p>estudo, os autores observaram aumento nas fibras do tipo I no grupo estimulado, além</p><p>de aumento no consumo máximo de oxigênio.</p><p>CICLO DE TRABALHO (ON/OFF) E MODULAÇÃO DA RAMPA</p><p>Os tempos ON e OFF são necessários para a EENM, isto é, estimulações no</p><p>nível motor. O tempo ON determina por quanto tempo (em segundos) a contração vai</p><p>ser mantida. Nesse tempo, é liberado um trem de pulsos pré-fixado em amplitude,</p><p>duração e frequência. O tempo OFF, ou ausência da passagem de estímulos, garante um</p><p>44</p><p>período de recuperação para os nervos e músculos estimulados, diminuindo a fadiga.</p><p>O ciclo de trabalho descreve a proporção de tempo pelo qual a corrente flui</p><p>durante os diferentes ciclos que constituem a sessão de tratamento, sendo determinado</p><p>pela seguinte fórmula: ON / (ON + OFF) * 100</p><p>Por exemplo, em um tratamento em que a corrente fica 5s em tempo ON e 10s</p><p>em tempo OFF, o ciclo de trabalho será de 33,3%; e, em um tratamento com tempo ON</p><p>de 10s e tempo OFF de 50s, o ciclo de trabalho será de 16,6%.</p><p>A principal importância do ciclo de trabalho é que ele é um dos fatores</p><p>determinantes da taxa de fadiga periférica que envolve o sistema neuromuscular.</p><p>A modulação da rampa é uma modulação do trem de pulso da corrente associada</p><p>com o tempo ON do ciclo ON/OFF. A rampa é constituída pelo tempo de subida, tempo</p><p>de sustentação e tempo de descida.</p><p>Tempos ON/OFF e modulação da rampa. Nesse exemplo: tempo ON = 5s</p><p>(modulação da rampa: tempo de subida = 1s, tempo de sustentação = 3s e tempo de</p><p>descida = 1s) e tempo OFF = 10s.</p><p>Fonte: Arquivo de imagem dos autores.</p><p>TIPOS DE ELETRODOS E ACOPLADORES</p><p>s 1</p><p>TEMPO ON = 5s TEMPO ON = 5s TEMPO OFF = 10s</p><p>1 s s 1 1 s 10 s 3 s 3 s</p><p>45</p><p>Para aplicação de correntes não polarizadas (alternada e pulsada bifásica),</p><p>podem ser utilizados dois tipos de eletrodos: eletrodos de borracha de silicone, em que é</p><p>necessário utilizar gel como acoplador e eletrodos autoadesivos, que já possuem uma</p><p>almofada de gel acoplada no eletrodo.</p><p>Para a aplicação de correntes polarizadas (diretas e pulsadas monofásicas),</p><p>devem ser utilizados eletrodos metálicos acoplados em uma esponja úmida,2 conforme</p><p>apresenta a Figura , a seguir.</p><p>É importante lembrar-se de que as correntes polarizadas não são indicadas para a</p><p>aplicação da EENM.</p><p>1) Metálico * para</p><p>correntes polarizadas</p><p>2) Borracha de silicone 3)Auto-adesivo</p><p>Acoplador: gel</p><p>Acoplador: não</p><p>Acoplador: água é necessário gel</p><p>no eletrodo</p><p>Tipos de eletrodos.</p><p>Fonte: Arquivo de imagem dos autores.</p><p>POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS E DOS SEGMENTOS</p><p>CORPORAIS</p><p>Tanto os parâmetros utilizados na aplicação da EENM quanto o local de</p><p>colocação dos eletrodos apresentam papéis fundamentais nas respostas neuromusculares</p><p>obtidas.</p><p>Em relação ao local de colocação dos eletrodos, há diferentes métodos utilizados</p><p>na prática clínica. Um dos métodos utilizado é a colocação dos eletrodos na pele, em</p><p>cima do ventre do músculo que será estimulado. Entretanto, esse pode não ser o</p><p>melhor método para a aplicação da corrente, sabendo-se como a corrente será conduzida</p><p>dentro do músculo e das barreiras interpostas à condução do estímulo (tecido</p><p>subcutâneo e tecido conjuntivo). Outro método utilizado é a colocação do eletrodo</p><p>46</p><p>ativo diretamente em cima do ponto motor do músculo estimulado.</p><p>Independentemente do método utilizado, deve ser lembrado de que a densidade</p><p>da corrente diminui quanto mais longe o axônio estiver do eletrodo, impactando no</p><p>recrutamento das unidades motoras.</p><p>Estudos atuais têm demonstrado que a aplicação da EENM diretamente sobre o</p><p>ponto motor gera uma contração muscular mais forte a partir de vias centrais (ordem de</p><p>recrutamento fisiológica), e poderia ser mais vantajoso para minimizar a fadiga.</p><p>É de fundamental importância que o ponto motor seja identificado corretamente.</p><p>Deve-se identificar área na pele acima do músculo onde o limiar motor é o mais baixo</p><p>frente a um estímulo elétrico (com um eletrodo-caneta ou eletrodo ativo), e isso deve ser</p><p>realizado para cada indivíduo. Essa é a área mais responsiva à estimulação elétrica.</p><p>Após a identificação do ponto motor, deve-se realizar um posicionamento</p><p>adequado do(s) eletrodo(s), para maximizar a tensão evocada e minimizar a intensidade</p><p>da corrente necessária para gerar a resposta motora, bem como para minimizar o nível</p><p>de desconforto.</p><p>Outro aspecto que parece influenciar na aplicação da EENM é a espessura da</p><p>camada subcutânea, o tamanho e a distância entre os eletrodos. Estudo realizado por</p><p>Doheny e colaboradores observou que a intensidade necessária para alcançar uma</p><p>resposta de ativação muscular aumenta com a espessura da camada subcutânea, com o</p><p>tamanho do eletrodo e com a distância entre os eletrodos.</p><p>Entretanto, os autores observaram também que ao usar eletrodos maiores acima</p><p>das regiões de maior espessura da camada subcutânea, a eficácia da EENM pode ser</p><p>mantida, reduzindo a densidade da corrente na pele e o desconforto. Outrossim, a</p><p>aplicação da EENM com eletrodos maiores e com múltiplos percursos da corrente</p><p>parece gerar maior torque e menor desconforto quando comparada à aplicação</p><p>convencional da EENM com dois eletrodos no ventre dos músculos vasto medial e</p><p>vasto lateral e com um eletrodo colocado transversalmente na porção proximal do</p><p>quadríceps.</p><p>Nesse contexto, o grupo dos autores deste artigo realizou um estudo com 25</p><p>indivíduos saudáveis, com objetivo de avaliar a diferença no posicionamento e no</p><p>tamanho de eletrodos colocados sobre os pontos motores do quadríceps, do vasto medial</p><p>e do vasto lateral e sobre a área motora desses músculos, em relação ao torque muscular</p><p>e ao nível de desconforto.</p><p>Foi possível observar que o torque gerado quando um eletrodo maior (7,5 x</p><p>47</p><p>13cm) foi colocado sobre o ponto motor do quadríceps femoral (e o eletrodo de</p><p>referência 5cm acima da borda patelar) correspondeu a 30% da contração voluntária</p><p>máxima, diferindo dos demais posicionamentos e dos eletrodos menores (5 x 5cm). A</p><p>colocação do eletrodo maior no ponto motor do quadríceps também foi superior à</p><p>colocação de eletrodos grandes nos pontos motores dos músculos medial e vasto lateral.</p><p>Posicionamentos de eletrodos no músculo quadríceps.</p><p>Fonte: Arquivo de imagem dos autores.</p><p>Para melhor efetividade da EENM em gerar força, é fundamental utilizar um</p><p>adequado posicionamento corporal.</p><p>Para a EENM do quadríceps femoral, sua melhor posição biomecânica seria com</p><p>o joelho flexionado entre 60º e 70º, uma vez que essa é a melhor posição para sua maior</p><p>produção de força muscular.</p><p>UTILIZAÇÃO DE SOBRECARGA PROGRESSIVA</p><p>Ponto M, quadríceps - 7,5x13</p><p>Ponto M, VM e VL - 7,5x13</p><p>Ponto M, quadríceps - 5x9</p><p>Ponto M, VM e VL - 5x9</p><p>Área motora</p><p>Ponto M, VM e VL - 5x5</p><p>Ponto M, quadríceps - 5x5</p><p>48</p><p>Para aumentar seu tamanho e função, as fibras do músculo devem ser</p><p>sobrecarregadas de acordo com o limite de sua capacidade de resposta. Há um ponto</p><p>inicial que precisa ser excedido antes da resposta adaptativa. Esse princípio funciona</p><p>também com o uso da EENM quando o objetivo é o fortalecimento muscular. Dessa</p><p>forma, é recomendada uma progressão linear durante o tratamento com a EENM, por</p><p>meio da modificação de alguns parâmetros, tais como:</p><p>• aumento da intensidade da corrente;</p><p>• aumento da força evocada com a EENM em comparação</p><p>com a contração voluntária máxima;</p><p>• aumento do volume de treinamento.</p><p>O aumento no volume de treinamento pode ser alcançado com o aumento da</p><p>sobrecarga imposta ao paciente com o uso, por exemplo, de pesos como anilhas, com o</p><p>aumento no tempo total da sessão e com a redução progressiva no tempo OFF.</p><p>49</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGNE, J. E. Eu sei eletroterapia. Palotti: Santa Maria, 2009.</p><p>AGNE, J. E. Eletrotermofototerapia. Rio Grande do Sul: Santa Maria, 2013.</p><p>ANATOMIA HUMANA. Disponível em:</p><p><http://adanatomia.blogspot.com.br/2011/06/sistema-esqueletico-esqueleto-</p><p>cefalico.html>. Acesso em: 30 out. 2013.</p><p>DUARTE, A. F. S.; RICARDO, M. F. V.; ROSA FILHO, B. J.; FES -</p><p>Estimulação</p><p>Elétrica Funcional. Disponível em:</p><p><http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/categorias/38-art-eletro/1197-fes-</p><p>estimulacao-eletrica-funcional.html>. Acesso em: 23 out. 2013.</p><p>DUTTOM, M. Fisioterapia ortopédica: exames, avaliação e intervenção. Porto</p><p>alegre: Artmed, 2010.</p><p>ELETROTERAPIA – CONCEITOS BÁSICOS. Disponível em:</p><p><http://www.santafisio.com/trabalhos/ver.asp?codigo=43>. Acesso em: 23 out.</p><p>2013.</p><p>MARQUES, R. M. Eletroterapia. Bauru, 2009, 59 p. Apostila do curso de</p><p>Fisioterapia - Faculdades Integradas de Bauru.</p><p>OLIVEIRA, J. T. Síndrome do túnel do carpo: controvérsias a respeito de</p><p>diagnóstico clínico e eletrofisiológico e a relação com o trabalho. Arq. Neuropsiquiatr.</p><p>v. 58, n. 4, p. 1142-1148, 2000.</p><p>http://adanatomia.blogspot.com.br/2011/06/sistema-esqueletico-esqueleto-</p><p>http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/categorias/38-art-eletro/1197-fes-</p>

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