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<p>Indaial – 2023</p><p>BasqueteBol</p><p>Prof.ª Ravini de Souza Sodré</p><p>1a Edição</p><p>Prescrição e</p><p>treinamento no</p><p>Elaboração:</p><p>Prof.ª Ravini de Souza Sodré</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2023</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>Impresso por:</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.</p><p>Núcleo de Educação a Distância. SODRÉ, Ravini de Souza.</p><p>Prescrição e Treinamento no Basquetebol. Ravini de Souza Sodré. Indaial -</p><p>SC: Arqué, 2023.</p><p>230p.</p><p>ISBN 978-65-5646-613-2</p><p>ISBN Digital 978-65-5646-612-5</p><p>“Graduação - EaD”.</p><p>1. Basquete 2. Treinamento 3. Atividade Física</p><p>CDD 796</p><p>Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679</p><p>Prezado acadêmico, bem-vindo à disciplina Prescrição e Treinamento</p><p>no Basquetebol. Essa disciplina tem o objetivo de contribuir para o seu estudo e</p><p>compreensão das atividades que cercam o mundo do basquetebol. A proposta é gerar</p><p>interação entre a teoria com a prática, proporcionando familiarização sobre a modalidade</p><p>e aplicação de toda a temática no âmbito técnico-científico e pragmático, buscando</p><p>tornar esse momento colaborativo e garantir a você condições de ofertar um trabalho</p><p>de basquetebol de qualidade em seu futuro ambiente de trabalho.</p><p>Na Unidade 1, intitulada Abordagem Histórica, Técnica e Tática no Basquetebol,</p><p>será possível adquirir conhecimento sobre os fatos, elementos históricos e o conjunto de</p><p>regras quem vem apresentando transformações até os dias de hoje. Além disso, veremos</p><p>que o basquetebol absorveu uma série de criações de movimentos, nomeadas por</p><p>aspectos técnicos, que essas são manifestadas de forma dinâmica, por um conjunto de</p><p>movimentações planejadas e organizadas em quadra, representadas por aspectos táticos.</p><p>Em seguida, na Unidade 2, estudaremos os aspectos do treinamento desportivo</p><p>no basquetebol, em que iremos nos aprofundar sobre o conjunto de conhecimento</p><p>do corpo humano que constitui a saúde e a performance na modalidade, por meio</p><p>da análise biomecânica e quais os riscos de lesões mais mencionados. Em seguida,</p><p>esclareceremos e debateremos as variáveis em comum que podem influenciar o</p><p>processo de aprendizado para iniciantes e desempenho dos jogadores. Além disso,</p><p>vamos entender como os fatores fisiológicos, nutricionais e psicológicos funcionam</p><p>no basquetebol. Finalizaremos esse tema de aprendizagem com as avaliações e os</p><p>indicadores de desempenho, quais são e para quem são utilizadas.</p><p>Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a periodização e as aplicações no</p><p>basquetebol. Vamos abordar os métodos de treinamento mais indicados, como manipular</p><p>essas variáveis de treinamento, que proporcionarão o conhecimento necessário para</p><p>tornar o basquetebol competitivo. Além disso, vamos considerar o uso da fisiologia,</p><p>biomecânica, nutrição e fatores psicológicos do basquetebol durante os períodos</p><p>de treinamento. Por fim, você será capaz de distinguir a aplicação do basquetebol e</p><p>prescrever treinamentos para atletas de diferentes categorias.</p><p>Desejamos que você aproveite ao máximo os conteúdos abordados.</p><p>Bons estudos!</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e</p><p>dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes</p><p>completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você</p><p>acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar</p><p>essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só</p><p>aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>QR CODE</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - ABORDAGEM HISTÓRICA, TÉCNICA E TÁTICA DO BASQUETEBOL............... 1</p><p>TÓPICO 1 - APRESENTAÇÃO AO BASQUETEBOL .................................................................3</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3</p><p>2 HISTÓRIA E CONCEITO DO BASQUETEBOL ......................................................................3</p><p>2.1 O BASQUETEBOL NO BRASIL .............................................................................................................7</p><p>2.2 CONCEITOS DO BASQUETEBOL ........................................................................................................ 9</p><p>3 A QUADRA, BOLA, CESTA E REGRAS OFICIAIS ...............................................................11</p><p>3.1 ÁREA DA CESTA DE CAMPO DE TRÊS PONTOS ............................................................................12</p><p>3.2 BOLA ...................................................................................................................................................... 13</p><p>3.3 CESTA ................................................................................................................................................... 13</p><p>3.4 REGRAS ................................................................................................................................................ 15</p><p>4 POSIÇÃO DOS JOGADORES ............................................................................................. 19</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................</p><p>situação que</p><p>incrementava as possibilidades de ocorrências de violência no interior da sociedade norte-</p><p>americana era a industrialização e imigração. Esta questão, tem relação com os jovens das</p><p>áreas rurais que vinham morar na cidade para aproveitar as oportunidades de trabalho</p><p>nas fábricas e que passam a conviver com imigrantes, que muitas vezes estavam ligados à</p><p>prostituição, bebidas, apostas ou outros vícios e dessa forma, disseminavam essas práticas.</p><p>Uma das estratégias utilizadas na época para combater esse ambiente conturbado ficou</p><p>conhecida como Era Progressiva, ou Progressivismo, cujo conceito é um tanto controverso</p><p>entre os historiadores que pesquisam a história norte-americana e descrevem que</p><p>originalmente era definido como uma tentativa de minimizar os efeitos negativos sociais e</p><p>políticos do capitalismo industrial e, com o tempo, o termo foi se redefinindo e assumindo</p><p>um teor mais abrangente, a ponto de poder ser ligado à expressão política e social da classe</p><p>média; movimento conservador, dirigido à negócios e mais preocupado com a estabilidade</p><p>do capitalismo do que com a melhoria das condições sociais; movimento pela eficiência</p><p>social, sendo uma tentativa de organizar a “nova” classe média urbana; exercício de controle</p><p>social; impulso protestante missionário, ou, ainda, como resposta científica para o problema</p><p>da coesão social.</p><p>Considerações finais</p><p>Diante das evidências apresentadas na historiografia da criação do basquetebol analisada</p><p>parece-nos plausível que a modalidade tenha sido realmente uma ferramenta de coesão</p><p>social e higienismo em um momento conturbado da sociedade norte-americana. No</p><p>campo esportivo que estava se constituindo, os esportes praticados em ambientes</p><p>abertos disputavam entre si a preferência dos praticantes, todavia, ao pensarmos que sua</p><p>invenção foi demandada especialmente para suprir a lacuna de atividades físicas em locais</p><p>fechados, esta luta por espaços, tem uma relevância significativa, sobretudo em função</p><p>da modalidade ter sido rapidamente aceita e difundida pelos Estados Unidos. A atuação</p><p>da Associação Cristã de Moços demonstrou ter sido primordial para o basquetebol, não</p><p>apenas porque foi em seu interior que o jogo foi inventado, mas principalmente porque</p><p>a difusão e sucesso da modalidade foi facilitada pela adesão da prática em suas filiais.</p><p>Apesar deste papel protagonista, a ACM viu o número de praticantes de basquetebol se</p><p>disseminar pelas diferentes classes sociais, alterando seu significado social inicial. Por isso,</p><p>22</p><p>sugere-se que estudos aprofundem esta temática com a utilização de</p><p>um número maior de fontes da historiografia do basquetebol, bem</p><p>como importante também focar o processo de profissionalização</p><p>do basquetebol norte-americano que ocorreu bem precocemente</p><p>em relação ao resto do mundo pelas características inerentes ao</p><p>esporte naquele país.</p><p>Fonte: http://congressos.cbce.org.br/index.php/8csbce/2016sul/</p><p>paper/viewFile/8287/4413. Acesso em: 23 mar. 2023.</p><p>23</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• O basquetebol teve sua origem em 1891, na cidade de Springfield, no Estado de</p><p>Massachussets, Estados Unidos. Sua criação foi solicitada por Luther Halsey Gullick,</p><p>diretor do Springfield College, colégio internacional da Associação Cristã de Moços</p><p>(ACM), e criado por James Naismith, canadense, professor de Educação Física no ACM.</p><p>• Em 1984, o basquetebol chegou ao Brasil por meio do professor norte-americano</p><p>Augusto Shaw, que veio lecionar Colégio Mackenzie, e foi apreciado imediatamente</p><p>por mulheres, o que atrapalhou o crescimento do basquete entre os homens, movidos</p><p>pelo forte machismo da época, mas Shaw conseguiu quebrar a resistência e montou</p><p>a primeira equipe do Mackenzie College, ainda em 1896.</p><p>• As regras passaram por modificações ao longo de sua criação, sempre com o objetivo</p><p>de proporcionar mais dinamismo ao jogo. Em 1954, foi instituída a regra dos 24</p><p>segundos, com o objetivo de dar mais velocidade ao jogo. Segundo a regra, cada</p><p>equipe tem 24 segundos de posse até arremessar a bola à cesta. Com o objetivo de</p><p>dar mais dinamismo ao jogo, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) propôs</p><p>uma nova mudança. A partir de 2018, o limite para o arremesso em caso de rebote</p><p>ofensivo passa a ser de 14 segundos (antes eram os mesmos 24 segundos).</p><p>• A modalidade possui muitos conceitos. Por ser uma modalidade olímpica e ter a</p><p>capacidade de se transformar, tem sua representatividade e é acessível a diferentes</p><p>ambientes, públicos e objetivos.</p><p>• O basquetebol possui uma estrutura e elementos que o torna dinâmico. A bola é</p><p>o elemento que provoca a dinamização e possui um status de bola viva ou morta.</p><p>Esse status irá variar de acordo com as situações durante o jogo. Além da bola,</p><p>aprendemos que existe uma sistematização macro de oito regras que irão conduzir</p><p>o jogo, a composição de 12 jogadores de cada equipe, sendo cinco titulares e sete</p><p>reservas, com as seguintes posições: armador, ala-armador, ala, ala-pivô e pivô.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>24</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O basquete foi se modernizando ao longo do tempo, com diversas adaptações e novas</p><p>regras. Com base nas diretrizes de referência de conteúdo da Confederação Brasileira de</p><p>Basquetebol de 2022, quais são as oito principais regras?</p><p>a) ( ) O jogo, quadra e equipamentos, equipes, regulamentos do jogo, bola, cesta,</p><p>provisões gerais e árbitros, oficiais de mesa, comissário: deveres e poderes.</p><p>b) ( ) O jogo, quadra e equipamentos, equipes, regulamentos do jogo, violações, faltas,</p><p>provisões gerais e árbitros, oficiais de mesa, comissário: deveres e poderes.</p><p>c) ( ) O jogo, quadra e equipamentos, equipes, regulamentos do jogo, violações, faltas,</p><p>jogadores e árbitros, oficiais de mesa, comissário: deveres e poderes</p><p>d) ( ) O jogo, equipamentos, equipes, regulamentos do jogo, violações, faltas, provisões</p><p>gerais e árbitros, oficiais de mesa, comissário: deveres e poderes.</p><p>2 Por se tratar de um esporte bastante movimentado e dinâmico, o basquete depende de</p><p>diversos elementos para que o curso do seu jogo ocorra de forma ativa. O elemento que</p><p>mais provoca dinamização no jogo é a bola. Com base nas propriedades e funções da</p><p>bola, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - A bola é esférica, feita com uma superfície externa de couro, borracha ou material</p><p>sintético, não pesa menos de 467gr nem mais de 650gr. Durante o jogo, pode ser</p><p>morta ou viva.</p><p>II - A bola é esférica, feita com uma superfície externa de plástico, borracha ou material</p><p>sintético, não pesa menos de 567gr nem mais de 650gr. Durante o jogo é considerada</p><p>apenas viva.</p><p>III - A bola é esférica, feita com uma superfície externa de couro, borracha ou material</p><p>sintético, pesa mais de 650gr. A bola não tem status.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>3 O basquetebol é uma modalidade olímpica que possui muita história. Além disso, é um</p><p>esporte baseado em diversos conceitos, estruturas e regras. De acordo com as regras</p><p>da Confederação Brasileira de Basquetebol de 2022, classifique V para as sentenças</p><p>verdadeiras e F para as falsas:</p><p>25</p><p>( ) A equipe é constituída por 10 membros; o jogo consistirá em quatro quartos de 20</p><p>minutos cada; a quadra possui um relógio de 2 minutos</p><p>( ) A equipe é constituída por 10 membros; o jogo consistirá em quatro quartos de 20</p><p>minutos cada; o jogador que sofreu falta, não deverá tentar o lance livre.</p><p>( ) A equipe é constituída por 12 membros; o jogo consistirá em quatro quartos de 10</p><p>minutos cada; a quadra possui um relógio de 24 segundos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 Vários autores retratam a história e conceito do basquetebol. Nesse livro, utilizamos</p><p>a abordagem histórica de Daiuto (1991) e Gonçalves (2017), além da colaboração da</p><p>Confederação</p><p>Brasileira de Basquetebol (2022). Disserte sobre a criação do basquetebol</p><p>(cidade, ano e nome do criador) e como chegou ao Brasil. Busque também abordar como</p><p>a criação do basquetebol contribuiu para a sociedade.</p><p>5 Os jogadores de basquetebol ocupam posições e funções específicas durante um jogo.</p><p>Cite as cinco posições e descreva a função de pelo menos duas.</p><p>26</p><p>27</p><p>ASPECTOS TÉCNICOS DO BASQUETEBOL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos os aspectos técnicos</p><p>do basquetebol. O basquetebol é considerado um desporto coletivo de invasão e que</p><p>reúne uma série de habilidades técnicas chamadas de fundamentos ou gestos técnicos,</p><p>e que são a base para a prática do jogo e com isso podemos observar princípios que irão</p><p>contribuir para a efi ciência do movimento humano.</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 -</p><p>Em qualquer modalidade esportiva, é preciso que o jogador domine seu corpo</p><p>com alguns movimentos do esporte que são chamados de fundamentos.</p><p>No basquetebol, os fundamentos representam os movimentos e gestos</p><p>básicos indicam que a execução correta do movimento é a condição ímpar</p><p>para que o aluno/jogador possa praticar o esporte da forma mais natural</p><p>possível e segura (ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010).</p><p>ATENÇÃO</p><p>Em todo o tema de aprendizagem você irá conhecer os cinco fundamentos</p><p>técnicos utilizados no basquetebol: controle do corpo, manejo de bola, drible, passe e</p><p>arremesso, das quais você será capaz de aprender os conceitos, tipos, função e como</p><p>realizar cada um deles. Além disso, ao fi nal de cada fundamento você irá notar o bloco de</p><p>exercícios educativos, dos quais agregará em seu aprendizado e colocá-los em prática.</p><p>2 CONTROLE DO CORPO E MANEJO DE BOLA</p><p>O controle de corpo e manejo de bola também são encontrados em outros</p><p>esportes, como, o handebol e o futsal. Eles podem ser considerados como exercício de</p><p>base para a execução dos outros, pois serão necessários em qualquer idade ou objetivo</p><p>do basquetebol. Com isso, iremos conceituar o controle do corpo e manejo de bola,</p><p>considerando a realidade do basquetebol e, em seguida, apresentaremos um quadro</p><p>com sugestões de exercícios que irão exemplifi cá-los.</p><p>28</p><p>2.1 O CONTROLE DO CORPO</p><p>O controle do corpo pertence à inteligência motora do indivíduo em realizar</p><p>movimentos simultâneos de membros superiores e inferiores e que consolidam em</p><p>ações. No basquetebol, esse controle será exercido nas situações dos movimentos</p><p>primários paralelamente aos movimentos peculiares do esporte. É importante empregar</p><p>exercícios com diferentes ritmos que irão contribuir para cada fase. “O controle de corpo</p><p>trabalha a capacidade de realizar movimentos e gestos específicos do basquetebol</p><p>exigidos pela própria dinâmica do jogo, como correr, saltar, mudar de direção, paradas</p><p>bruscas, dentre outros” (ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010, p. 10)</p><p>Exercícios para controle do corpo:</p><p>• Deslocamentos: para frente, para traz, para as laterais e para as diagonais</p><p>em diferentes ritmos.</p><p>• Corridas: para frente, para traz, com mudanças de direção em diferentes</p><p>velocidades.</p><p>• Giros: em diferentes situações com e sem bola.</p><p>• Fintas: com e sem bola, sozinho ou em dupla, buscando variar os espaços.</p><p>• Saltos: com um dos pés, com ambos os pés, através de sinalizações com</p><p>ou sem circuito.</p><p>• Paradas bruscas: com variações por sinalizações sonoras e cores, seguidas</p><p>ou não de fintas, giros ou saltos.</p><p>2.2 O MANEJO DE BOLA</p><p>Está relacionado com a capacidade de manusear e controlar a bola em diversas</p><p>situações do jogo, como empunhar a bola, transferir a bola de uma mão para a outra e</p><p>o ato de driblar. “Tem como objetivo melhorar a habilidade geral do educando no trato</p><p>com a bola” (ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010, p. 12).</p><p>À medida que se trabalha o manejo de bola no basquetebol, é percebida</p><p>a melhora de sua habilidade, tornando-se cada vez mais íntimo da bola. Por isso, a</p><p>importância de criar oportunidades de manusear a bola em diferentes situações. Para</p><p>que tenha um controle e o manuseio adequados eles dependerão da empunhadura na</p><p>bola. A seguir, confira uma descrição de como ter uma empunhadura da bola da melhor</p><p>maneira possível.</p><p>Empunhadura da bola: inicialmente, é indicado que segure a bola com ambas</p><p>as mãos, de forma que a bola fique segura, com a polpa dos dedos e os polegares</p><p>permanecendo paralelos e os cotovelos devem permanecer naturalmente junto ao corpo.</p><p>Outra orientação que pode ser conduzida é sobre padrões que devem ser</p><p>evitados para minimizar os erros e a perda do controle.</p><p>29</p><p>Evite que as palmas das mãos tenham o contato da bola e evite que os dedos</p><p>fiquem rígidos. Segure a bola com as pontas dos dedos. Além disso, evite afastar a bola</p><p>do corpo e deixar os cotovelos muito expansivos.</p><p>Ao ensinar o manejo de bola diante da empunhadura, tem-se por costume</p><p>associar ao cuidado com um bebê/recém-nascido. Esse exercício permite que por</p><p>analogia você entenda o termo “intimidade com a bola”, assim como é comum se ter</p><p>receio com recém-nascido e não tem tanta segurança, é comum esse ato com a bola.</p><p>Esse exercício estará detalhado a seguir.</p><p>Exercícios para manejo de bola:</p><p>• Segurar a bola com as duas mãos e imaginar que está segurando um</p><p>recém-nascido. À medida que o tempo for passando, por imaginação, esse</p><p>recém-nascido já está amadurecendo e ambos se reconhecendo.</p><p>• Quicar a bola ao solo em diferentes altura e espaços.</p><p>• Trocar a bola de mãos segurando e ou quicando, parado ou se deslocando.</p><p>• Lançar a bola por cima da cabeça e para os lados, parada ou se deslocando.</p><p>• Lançar ou passar a bola entre as pernas, no sentindo para frente e para trás.</p><p>• Rolar a bola e pegar em diferentes velocidades.</p><p>• Passar a bola em torno do corpo, na altura da cintura e dos joelhos.</p><p>3 O DRIBLE</p><p>“O drible é um fundamento de ataque e a forma legal de deslocar-se pela quadra</p><p>com a bola” (ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010, p. 15).</p><p>O drible é a ação de quicar a bola, empurrando-a contra o solo com uma das</p><p>mãos. Pode ser utilizado para o jogador se deslocar na quadra e como opções neste</p><p>deslocamento permite o desvio dos adversários e o avanço do objetivo. O seu objetivo é</p><p>conduzir a bola até a região mais próxima do campo adversário, desviar do adversário e</p><p>utilizar para um recurso tático. Para realizar o drible:</p><p>• O tronco precisa estar ligeiramente inclinado à frente.</p><p>• A mão executante ao drible esteja apoiada sobre a bola com os dedos</p><p>apontados à frente.</p><p>• As pernas em afastamento anteroposterior, sendo que à frente se coloca a</p><p>perna oposta à mão do drible.</p><p>• A bola é empurrada de encontro ao solo, com um movimento de extensão</p><p>do braço e ligeira flexão do punho ao seu final.</p><p>30</p><p>3.1 DRIBLE: PARADO E EM MOVIMENTO</p><p>A diferença entre o drible parado e o em movimento será a intenção movida por</p><p>uma ação. Cada um terá sua função ao exercer um drible, um mais utilizado que o outro,</p><p>mas ambos possuem a necessidade de manter o controle da bola sem que ela saia do</p><p>raio de domínio.</p><p>• Drible parado apesar de pouco utilizado ele auxilia na fase de aprendizado</p><p>exigindo muito da habilidade de manejo de bola. Podemos observar também</p><p>quando o jogador consegue não ter adversário por perto. É muito comum</p><p>enxergarmos o drible parado quando o armador para próximo à entrada do</p><p>garrafão e planeja uma jogada e também nas situações de proteger a bola do</p><p>adversário, ou quando o jogador tem esse hábito antes de realizar o lance livre.</p><p>• Drible em movimento vai depender muito do controle do corpo e do manejo</p><p>de bola. Muito utilizado para se deslocar, seja no avanço ou desvio. É comum</p><p>presenciarmos o drible em movimento principalmente por armadores, por</p><p>possuir melhor a habilidade no manejo e nas batidas de bola que antecedem</p><p>passes e arremessos que veremos mais à frente. Além disso, vamos</p><p>encontrar também o drible em movimentos utilizando-se de recursos como</p><p>fins de ludibriar o adversário.</p><p>3.2 DRIBLE: BAIXO E ALTO</p><p>Como você pode notar na figura a seguir, o que diferencia o drible baixo do drible</p><p>alto é distância que a bola alcança, sendo</p><p>a cintura o ponto de visualização e o objetivo</p><p>de ataque e defesa.</p><p>Figura 9 – Drible baixo e alto</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 13)</p><p>• O drible baixo tem como maior finalidade proteger a bola do adversário que</p><p>pode ser parado ou em movimento. A altura da bola fica abaixo da cintura e</p><p>é exigido muito o manejo de bola. O cotovelo no drible alto fica mais próximo</p><p>à linha do abdômen e o tronco mais ereto.</p><p>31</p><p>• O drible alto é exigindo em deslocamentos principalmente os de maior</p><p>velocidade, muito recrutado a habilidade de controle de bola. Não tem muita</p><p>preocupação com a proteção da bola. Costuma ter a direção na cintura ou</p><p>um pouco acima. O cotovelo no drible baixo fica abaixo da linha do abdômen,</p><p>com o tronco mais inclinado.</p><p>3.3 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS</p><p>Os exercícios educativos de drible irão buscar sequência pedagógica,</p><p>considerando as valências motoras, físicas e cognitivas. Todos os exercícios podem ser</p><p>limitados pelo professor/treinador em espaço e tempo.</p><p>Antes de expor alguns exercícios educativos do drible no basquetebol, é</p><p>importante entender alguns requisitos gerais no ensinamento que irão facilitar o</p><p>processo de aprendizado:</p><p>• Considerar o espaço; buscar praticar em curtas distâncias e ampliar</p><p>gradativamente.</p><p>• Respeitar o lado de dominância destro ou sinistro para o uso mais adequado.</p><p>• Gradativamente, explorar o trabalho de lateralidade.</p><p>• Iniciar com o drible estático (parado).</p><p>• Explorar os diferentes espaços</p><p>Quadro 3 – Exercícios educativos para drible</p><p>Exercícios Estímulo</p><p>Quicar a bola três vezes para cada lado das</p><p>mãos.</p><p>Controle e lateralidade.</p><p>Driblar a bola parado alternando as</p><p>mãos. Ao sinal do apito, driblar a bola em</p><p>deslocamento, sem correr. Ir com a mão</p><p>direita e retornar com a esquerda.</p><p>Controle, ritmo, lateralidade e tempo de</p><p>reação.</p><p>Driblar a bola parado alternando as</p><p>mãos. Ao sinal do apito, driblar a bola em</p><p>deslocamento correndo. Ir com a mão</p><p>esquerda e retornar com a direita.</p><p>Controle, ritmo, lateralidade, tempo de</p><p>reação e velocidade.</p><p>Driblar a bola em deslocamento alternando</p><p>as mãos sem correr. Ao sinal do apito, dar</p><p>continuidade ao drible em deslocamento e</p><p>alternando as mãos.</p><p>Controle, ritmo, lateralidade, tempo de</p><p>reação e coordenação.</p><p>32</p><p>Fonte: a autora</p><p>Driblar a bola em deslocamento alternando</p><p>as mãos sem correr. Ao sinal do apito,</p><p>dar continuidade ao drible correndo e</p><p>alternando as mãos.</p><p>Controle, ritmo, lateralidade, tempo de</p><p>reação, coordenação e velocidade.</p><p>Dar uma sequência de números (1 a 4) que</p><p>irão representar os respectivos exercícios:</p><p>(1) Quicar a bola com a mão direita (parado);</p><p>(2) Quicar a bola com a mão esquerda</p><p>(parado); (3) Driblar a bola correndo com</p><p>a mão não dominante; (4) Driblar a bola</p><p>correndo alternando as mãos.</p><p>Controle, ritmo, lateralidade, tempo</p><p>de reação, velocidade, coordenação,</p><p>memória de trabalho e flexibilidade</p><p>cognitiva.</p><p>Por ser um ato exclusivamente do executante, o fundamento do drible antecede</p><p>o aprendizado do passe. Como vimos nos cinco exercícios educativos anteriores, você</p><p>poderá também assistir um vídeo para melhor compreensão e aprendizado do drible:</p><p>Assista ao vídeo seguir para fixação do seu aprendizado: youtube.com/</p><p>watch?v=tFLWK-zXCcw.</p><p>DICA</p><p>Após esse aprendizado, a etapa a seguir é sobre passe no basquetebol e a sua</p><p>recepção, que irá exigir a participação de um ou mais jogadores.</p><p>4 PASSES E RECEPÇÃO</p><p>Os passes do basquetebol nada mais são do que o envio da bola aos companheiros,</p><p>na intenção de ceder a continuidade ao jogo e dividem-se em três tipos básicos: os de</p><p>curta, os de média e o de longas distâncias (FERREIRA; ROSE JÚNIOR, 2005).</p><p>O passe é um fundamento de ataque ou quando acontece à interceptação é</p><p>utilizado para o contra-ataque. Por meio do passe entre as equipes é que a bola chega</p><p>até a quadra do adversário e existem diferentes formas de realizar um passe. É um</p><p>ato de envio, mas para que ele aconteça é necessário receber. Com isso, também</p><p>esclareceremos sobre a recepção.</p><p>33</p><p>A recepção é a forma de receber a bola da melhor maneira possível e em seguida</p><p>realizar novamente o passe. Para recepcionar a bola corretamente, é fundamental que</p><p>o jogador acompanhe o jogo e mantenha a atenção à fase do jogo, para que desenvolva</p><p>a capacidade de leitura no momento em que a bola será lançada a ele. Várias são as</p><p>formas de recepção. As mais usadas são recepção alta, média e baixa.</p><p>A recepção alta é utilizada quando a bola ultrapassa a altura da cabeça, sendo</p><p>necessária a extensão dos braços e mãos para recepcionar. A recepção média é utilizada</p><p>quando a bola chega à altura no tronco, sendo necessária a extensão dos braços e</p><p>mãos na altura dos ombros. A recepção baixa é utilizada quando a bola alcança altura</p><p>abaixo do quadril, sendo necessário agachamento dos membros inferiores e declinação</p><p>dos membros superiores para receber.</p><p>4.1 PASSES DE PEITO E PICADO</p><p>Os passes de peito e picado são os mais comuns e os primeiros a serem</p><p>aprendidos. A diferença entre os dois passes está no direcionamento que a bola terá ou</p><p>não com o solo. O passe de peito não tem contato, sua direção apresenta um desenho</p><p>mais linear, já o picado, a partir de uma batida, tem contato diretamente com o solo.</p><p>As duas formas de passe servirão como opção para realizar durante um jogo, o que irá</p><p>determinar o uso de um ou o outro são o espaço e o tempo.</p><p>• Passe de peito é considerado de mais fácil execução e seguro. O nome do</p><p>passe indica que ele seja realizado com a bola à altura do peito é o passe</p><p>direto de “peito a peito”. Nesse movimento, os polegares darão forças ao</p><p>passe, os braços irão se estender aproximadamente na linha dos ombros e</p><p>as palmas deverão ficar apontadas ao final do gesto. Naturalmente, uma das</p><p>pernas irá se deslocar para frente com objetivo de gerar maior força, mas</p><p>também pode acontecer a execução de um passe de peito com as pernas</p><p>paralelas em saídas de bola por linhas laterais ou de fundo.</p><p>• Passe picado é utilizado em curtas e médias distâncias e quando há</p><p>marcações dos adversários. A realização do passe picado é com o braço</p><p>próximo ao corpo, os polegares também darão forças ao passe e a</p><p>direção será ao solo, cujo objetivo é chegar ao jogador da mesma equipe.</p><p>Naturalmente, também iremos ver uma das pernas se deslocar para frente,</p><p>com objetivo de gerar maior força, mas também pode acontecer a execução</p><p>de um passe picado com as pernas paralelas em saídas de bola por linhas</p><p>laterais ou de fundo.</p><p>34</p><p>Figura 10 – Passe de peito e picado</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 14)</p><p>4.2 PASSES POR CIMA DA CABEÇA</p><p>Usado em curtas e meias distâncias. Muito utilizado para servir o pivô e quando</p><p>existe um adversário entre dois jogadores da mesma equipe. Por jogadores mais altos,</p><p>pode ser utilizado quando o adversário for de estatura mais baixa. O passe por cima da</p><p>cabeça é realizado com os braços estendidos acima da cabeça, segurando a bola com</p><p>os dedos voltados para cima. As pernas podem permanecer paralelas ou uma a frente da</p><p>outra. Vai depender de como o jogador melhor se posiciona para exercer força e equilíbrio.</p><p>Figura 11 – Passe por cima da cabeça</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 14)</p><p>4.3 PASSE LATERAL (UMA E DUAS MÃOS)</p><p>O passe lateral é mais usado com o pivô, quando ele estiver sendo marcado por</p><p>trás de um jogador mais alto. O braço deve estar estendido a um dos lados do corpo</p><p>em paralelo ao solo, com uma discreta rotação de tronco e a bola pode ser empurrada</p><p>apenas com uma das mãos e a outra serve como apoio na execução do movimento, mas</p><p>também existe a opção de ser utilizada a força dos dois braços, o que irá definir é a força</p><p>e a habilidade do jogador. A direção do passe lateral irá depender da distância. Poderá ser</p><p>linear, similar ao passe de peito, ou a bola ir em direção ao solo, igual ao passe picado.</p><p>35</p><p>Figura 12 – Passe lateral (uma e duas mãos)</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 16)</p><p>4.4 PASSE DE OMBRO</p><p>O passe de ombro normalmente é utilizado para distâncias longas, como em</p><p>contra-ataque, quando objetivo é fazer com</p><p>que a bola alcance o outro lado quadra</p><p>com direção linear. Para realizar esse passe, deve-se colocar a bola com uma das mãos</p><p>por cima do ombro, avançar com o lado inferior do corpo do mesmo lado de localização</p><p>da bola e finalizar o movimento estendendo os braços. No passe de ombro, também</p><p>acontecerá a predominância de movimento com um dos braços, sendo um de apoio e</p><p>o outro de força.</p><p>Figura 13 – Passe de ombro</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 15)</p><p>4.5 PASSE DE GANCHO</p><p>O passe de gancho é utilizado como um recurso para passes de longas distâncias,</p><p>caracterizados como lançamento, e sua direção tem desenho de curva. O movimento é</p><p>realiza quando um dos braços passa ao lado e por cima da cabeça, tornando o movimento</p><p>igual a um gancho, fazendo com que a bola tenha uma saída circular.</p><p>36</p><p>Figura 14 – Passe de gancho</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 19)</p><p>4.6 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS</p><p>Os exercícios educativos de passes irão buscar sequência pedagógica,</p><p>considerando as valências motoras, físicas e cognitivas. Todos os exercícios podem</p><p>ser limitados pelo professor/treinador em espaço e tempo. Os exercícios de passe</p><p>normalmente são realizados com duas pessoas ou mais. Como opção de treino</p><p>individualizado, pode ser utilizada uma parede para o retorno da bola e de objetos para</p><p>marcações evidenciando o trabalho de precisão e força.</p><p>Antes de expor alguns exercícios educativos do passe no</p><p>basquetebol, é importante entender alguns requisitos gerais</p><p>no ensinamento ao passe do basquetebol que irão facilitar o</p><p>processo de aprendizado:</p><p>• Considerar o espaço; buscar a praticar em curtas distâncias e</p><p>ampliar gradativamente.</p><p>• Respeitar o lado de dominância destro ou sinistro para o uso</p><p>mais adequado;</p><p>• Gradativamente, explorar o trabalho de lateralidade.</p><p>• Trabalho coordenado de um passo à frente no ato do passe.</p><p>• Trabalho coordenado da extensão do cotovelo com o giro</p><p>das mãos.</p><p>INTERESSANTE</p><p>37</p><p>Quadro 4 – Exercício e educativos de passes</p><p>Fonte: https://cutt.ly/x4Mvb36. Acesso em: 23 mar. 2023.</p><p>Exercício Estímulo</p><p>Sinalizar um local com cone ou outro objeto. Segurar</p><p>a bola com as duas mãos na altura do peito e realizar</p><p>o passe de peito. O objetivo é fazer com que a bola</p><p>chegue até ao ponto marcado. Pode ser incentivada</p><p>individualmente, em dupla ou em grupo e também há</p><p>possibilidade de estimular a competição no nível de</p><p>força com o alcance mais distante.</p><p>Direção, espaço, precisão e força.</p><p>Colocar um marcador no solo e a bola com uma</p><p>distância entre eles de 1 metro. Ao sinal de comando</p><p>ou apito, o aluno deverá pegar a bola no chão e realizar</p><p>o passe picado, com o objetivo de a bola alcançar o</p><p>marcador. Poderá aumentar o nível de dificuldade à</p><p>medida que ampliar a distância entre o ponto inicial da</p><p>bola e o marcador.</p><p>Direção, espaço, precisão, tempo de</p><p>reação e força.</p><p>“Vai e vem”: recepcionar o passe no “vem” e realizar o</p><p>passe no “vai”. Poderá ser realizado em dupla, ambos</p><p>com bolas e ao comando do “vai ou vem” fazem a troca</p><p>de passe simultaneamente. O tipo de passe (peito ou</p><p>picado) poderá ser optado pelo executante, mas será</p><p>exigido que uma perna se desloque para frente ao</p><p>receber e ao executar o passe.</p><p>Direção, espaço, precisão, tempo de</p><p>reação, velocidade de raciocínio e</p><p>força.</p><p>“Estátua”: deixar que a dupla ou trio troquem passes</p><p>à vontade (peito ou picado) e ao sinal de “estátua 1”,</p><p>deverão realizar o passe por cima da cabeça de onde</p><p>estiverem, e ao sinal de “estátua 2” deverão realizar o</p><p>passe lateral.</p><p>Direção, espaço, precisão, tempo</p><p>de reação, velocidade de raciocínio,</p><p>memória de trabalho, flexibilidade</p><p>cognitiva e força.</p><p>Madeira: com uma distância de três metros duplas</p><p>ou trios irão realizar passes de ombro. Ao proferir</p><p>“madeira”, um da dupla terá que correr por mais dois</p><p>metros e receber o passe de gancho. Aumentar o nível</p><p>de dificuldade à medida que ampliar as distâncias.</p><p>Direção, espaço, precisão, tempo</p><p>de reação, velocidade de raciocínio,</p><p>memória de trabalho, força,</p><p>velocidade e resistência.</p><p>38</p><p>O aprendizado do passe conduz dinâmica e interação entre os participantes</p><p>e proporciona ao jogador segurança com os gestos básicos, fazendo com que a bola</p><p>alcance determinado ponto. O passe tende a ser o gesto motor mais executado no jogo,</p><p>por ter a necessidade de passar para outro jogador evitando a perda da posse de bola</p><p>da equipe, mas também de proporcionar assistência nas finalizações de arremesso.</p><p>O passe tende a ser o mais executado pelo número de passes que normalmente são</p><p>necessários para chegar ao outro lado da quadra, saídas de bola e assistências para o</p><p>arremesso que é o que exige mais dedicação.</p><p>Assista aos vídeos a seguir para fixação do seu aprendizado:</p><p>Passe: https://www.youtube.com/watch?v=igRdMUV0RsA</p><p>Recepção: https://www.youtube.com/watch?v=OuCoFgLmWH4.</p><p>DICA</p><p>5 ARREMESSOS</p><p>O arremesso é considerado o elemento técnico mais importante do basquetebol,</p><p>por ser a ação que atende diretamente o objetivo do jogo, isto é, a “cesta” ou o “ponto”</p><p>(DAIUTO, 1991). Assim como os dribles e passes, os arremessos também possuem os</p><p>tipos que irão depender da posição do jogador na quadra, como, a posição do adversário</p><p>mais próximo, por sua velocidade de deslocamento e localização, poderá ser utilizadas</p><p>diferentes tipos de arremesso. Os mais utilizados são: frontal, bandeja, jump, enterrada</p><p>e gancho. Por ser um fundamento importante, necessita de maior tempo de dedicação</p><p>por parte dos praticantes de basquetebol.</p><p>5.1 ARREMESSO FRONTAL (UMA E DUAS MÃOS)</p><p>É o arremesso de fácil compreensão e mais utilizado, por ser o movimento base</p><p>de arremesso para aprendizado dos próximos. Usado quando não tem marcação próxima</p><p>e também muito comum nos lances livres. É realizado utilizando o peso do corpo com</p><p>a uma das pernas mais à frente. A bola vai iniciar na altura do peito, com os cotovelos</p><p>flexionados e paralelos ao solo e, simultaneamente, com o braço dominante à frente. O</p><p>jogador irá flexionar as pernas e elevar a bola acima da cabeça e, em seguida, executar o</p><p>arremesso com a extensão do braço dominante finalizando com flexão do punho.</p><p>39</p><p>Figura 15 – Arremesso frontal</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 17)</p><p>5.2 ARREMESSO DE BANDEJA</p><p>Este arremesso, apesar de muita útil, é considerado o tipo mais complexo de</p><p>execução e difícil de ser ensinado. É utilizado em deslocamento quando há infiltração</p><p>do jogador no garrafão adversário em ação a cesta, quando o jogador executa uma finta</p><p>no adversário e penetra no garrafão e pode ser usado também como um recurso de</p><p>finalizar de costa para a cesta. A bandeja, por ter que dar dois passos é caracterizado</p><p>pela execução em dois tempos: ritmo e impulsão. A sua realização é feita segurando a</p><p>bola e protegendo-a ao lado da quadra de execução. Em movimento, fará a passada</p><p>direita/esquerda e simultaneamente será realizada a elevação do joelho do lado da</p><p>quadra de execução e o arremesso, que poderá ser de duas formas: o movimento mais</p><p>convencional de arremesso, sendo uma mão atrás da bola a outra mão de apoio ao lado</p><p>da bola, finalizando com a extensão dos braços e flexão dos punhos com a bola em</p><p>direção a cesta; e a outra, com o movimento de “servir”, em que o braço fará a extensão</p><p>no final, segurando a bola com a mão em supinação.</p><p>Figura 16 – Arremesso de bandeja</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 18)</p><p>5.3 ARREMESSO JUMP</p><p>A arremesso em jump é utilizado em média e a longa distância. Sua característica</p><p>é que o momento do arremesso coincide com o momento mais alto do salto. Este tipo</p><p>de arremesso pode ser realizado de uma posição estática ou após um deslocamento. O</p><p>movimento é realizado como o arremesso frontal com a inclusão do salto. A bola vai iniciar</p><p>40</p><p>na altura do peito, com os cotovelos flexionados e paralelos ao solo e simultaneamente</p><p>com o braço dominante à frente e o jogador irá flexionar as pernas, saltar com a bola</p><p>acima da cabeça e quando alcançar o ponto mais alto do salto, executar o arremesso</p><p>com a extensão do braço dominante finalizando com flexão do punho.</p><p>Figura 17 – Arremesso</p><p>Jump</p><p>Fonte: https://www.efdeportes.com/efd184/fundamentos-basicos-do-basquetebol.htm.</p><p>Acesso em: 23 mar. 2023.</p><p>5.4 ARREMESSO GANCHO</p><p>O gancho é um arremesso menos utilizado devido a sua dificuldade na forma</p><p>de execução. Basicamente, é utilizado pelos jogadores que atuam na posição de pivô,</p><p>e assim como a enterrada, exige maior estatura. Também iremos encontrar com mais</p><p>facilidade em competições profissionais e de alto nível. O jogador busca proteger a bola</p><p>e coloca o seu corpo entre ela e o oponente, posicionando-se de lado para a cesta e</p><p>finalizando com um movimento de braço inteiro que visualmente lembra um gancho. Esse</p><p>arremesso é utilizado para curtas distâncias. Com a posição do corpo é um arremesso</p><p>que não apresenta uma finalização muito precisa e difícil de ser realizado a grandes</p><p>distâncias. A vantagem da utilização desse tipo de arremesso é o posicionamento criado</p><p>entre o atacante e seu defensor e quase que anula o marcador da jogada.</p><p>É realizado por meio de um impulso, com a elevação do joelho do lado oposto do</p><p>braço que irá executar o movimento. O braço estende de forma que o cotovelo alcance</p><p>ou ultrapasse a altura da cabeça.</p><p>Figura 18 – Arremesso gancho</p><p>Fonte: https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-basquetebol-esporte-atleta-silhueta-</p><p>-image50465307. Acesso em: 18 dez. 2022.</p><p>41</p><p>5.5 ARREMESSOS OLÍMPICOS (ENTERRADA E REBOTE)</p><p>É muito comum presenciar os arremessos de enterrada e rebote em altos</p><p>níveis competitivos.</p><p>5.5.1 Arremesso Enterrada</p><p>É um movimento que conjuga o salto e a colocação da bola com firmeza na cesta.</p><p>É realizado por jogadores de maior estatura que consegue alcançar salto suficiente até</p><p>a cesta. Esse tipo de arremesso poderá ser visto em competições profissionais e de</p><p>alto nível. O termo utilizado na NBA é "Dunk", que descreve a mesma situação e que é</p><p>executado de forma habilidosa e isolado.</p><p>Figura 19 – Arremesso enterrada</p><p>Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-uma-Enterrada-%28Basquete%29.</p><p>Acesso em: 26 fev. 2023.</p><p>5.5.2 Arremesso Rebote</p><p>O rebote é considerado como um arremesso, recurso a ser utilizado tanto na</p><p>defesa quanto no ataque. É a recuperação da bola, quando um arremesso não for</p><p>convertido. Utilizado por jogadores com estatura maior, normalmente, o pivô que fica</p><p>com esse objetivo de recuperar a posse de bola. Para o movimento ter sua vantagem,</p><p>deverá colocar um lado do corpo na frente do adversário com uma presença expansiva,</p><p>e, no retorno, ter o impulso com uma das pernas. Paralelamente, no salto as pernas</p><p>devem estar em abdução, compondo o movimento e, simultaneamente, os braços ao</p><p>alto para pegar a bola.</p><p>Figura 20 – Rebote</p><p>Fonte: Ferreira (2007, p. 20)</p><p>42</p><p>5.6 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS</p><p>Os exercícios educativos de arremessos irão buscar sequência pedagógica</p><p>considerando as valências motoras, físicas e cognitivas. Todos os exercícios podem ser</p><p>limitados pelo professor/treinador em espaço e tempo.</p><p>Antes de sugerir exercícios educativos, iremos apresentar a</p><p>compreensão das premissas básicas para realizá-los, que irão</p><p>facilitar o processo de aprendizado:</p><p>• Posicionar de frente para a cesta, objetivando familiarização</p><p>com o espaço e os pés afastados com a largura na direção</p><p>ou maior que ombros.</p><p>• Considerar e respeitar o lado dominante entre pessoas</p><p>destras ou canhotas.</p><p>• Colocar a bola no peito, posicionando as mãos em</p><p>arremesso, sendo a mão dominante atrás da bola e a mão</p><p>auxiliar na lateral.</p><p>• Familiarizar colocar a bola acima da cabeça, permitindo</p><p>visualizar a cesta.</p><p>• Apesar do uso prioritário do lado dominante, explorar a</p><p>lateralidade.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Quadro 5 – Quadro de exercícios educativos para arremessos</p><p>Exercícios Estímulos</p><p>“Bolinha”: próximo a uma parede com menos de um metro de dis-</p><p>tância, utilizar duas bolas menores pode ser de “tênis” ou “tênis de</p><p>mesa” com cada uma dela nas duas mãos. Em seguida, realizar o</p><p>movimento de fl exão de punho com a mão dominante na testa e</p><p>a outra mantendo na direção da orelha; fazer de ambos os lados.</p><p>Coordenação motora fi na,</p><p>precisão, lateralidade.</p><p>“Sapo quieto”: com uma distância menos de um metro da cesta e</p><p>simular a pegada na bola com a mão dominante “testa” e a mão</p><p>de apoio “orelha”; realizar um agachamento “sapinho quietinho”</p><p>(sem salto) e no momento que o sapinho estiver com o corpo ere-</p><p>to, estender os braços em arremesso, fi nalizando com a fl exão de</p><p>punho da mão dominante; aumentar o nível de difi culdade à me-</p><p>dida que aumentar a distância; fazer de ambos os lados.</p><p>Consciência corporal, co-</p><p>ordenação global e late-</p><p>ralidade.</p><p>43</p><p>Fonte: a autora</p><p>Ao redor do mundo: com cinco cones de cores diferentes e po-</p><p>sicionados na região do garrafão (representando os continentes)</p><p>com distâncias aleatórias; as cores de cada cone deverão ser</p><p>combinadas antes de iniciar o exercício. Realizar o arremesso</p><p>completo permitindo que o uso do braço durante o arremesso</p><p>seja escolhido pelo jogador. Antes de realizar o arremesso, o joga-</p><p>dor deverá falar um país que representa o respectivo continente</p><p>representado pelas cores de onde ele estiver.</p><p>Coordenação global, co-</p><p>ordenação espaço-tem-</p><p>poral, tempo de reação e</p><p>velocidade de raciocínio.</p><p>Garçom: utilizar dois bambolês no solo. Com o jogador seguran-</p><p>do a bola e a protegendo-a, ele irá fazer a passada pelo bambolê</p><p>(1/2) e em seguida irá servir a bola em direção a dupla como se ela</p><p>fosse um item importante a ser servido. Variação: Poderá ser reali-</p><p>zado o mesmo movimento de forma individual, dentro do garrafão</p><p>com os bambolês próximo à região da cesta e com o movimento</p><p>de arremesso utilizando os braços em extensão. Utilizar os dois</p><p>lados da quadra.</p><p>Coordenação global, co-</p><p>ordenação espaço-tem-</p><p>poral, agilidade, tempo de</p><p>reação e velocidade de</p><p>raciocínio.</p><p>Pula-pula: em dupla, com distância de 1 metro, será realizado o</p><p>movimento de arremesso com os braços e incluir salto. Ficarão</p><p>trocando passes baseado em arremessos com saltos; após a con-</p><p>fiança, aumentar o nível de dificuldade com distâncias maiores,</p><p>até chegar aos 3 metros.</p><p>Coordenação global, pre-</p><p>cisão, força e potência.</p><p>Gancho: ficar parado próximo à cesta com uma das mãos por bai-</p><p>xo da bola e realizar o movimento de gancho deixando o braço</p><p>assumir a mecânica de um arco. Realizará cinco vezes para cada</p><p>lado. Em seguida, incluir o outro lado por mais cinco vezes. Varia-</p><p>ção de nível mais difícil: Fazer a passada da bandeja (1/2) e em</p><p>seguida, o gancho.</p><p>Coordenação global, co-</p><p>ordenação espaço-tem-</p><p>poral e lateralidade.</p><p>Melhor de 3: em dupla, um jogador irá jogar a bola na tabela e</p><p>o outro irá aguardar a bola bater na tabela e quando ela estiver</p><p>caindo, este terá que pegar e arremessar. Realizar por três vezes</p><p>consecutivas de um único lado e depois trocar o lado.</p><p>Coordenação global, tem-</p><p>po, ritmo e lateralidade.</p><p>“Pega e faz”: em dupla, um jogador de costas para a cesta na área</p><p>do lance livre e o outro ao lado de frete irá arremessar a bola de</p><p>forma que esta bata na tabela e retorne. O jogador quando ouvir a</p><p>batida da bola na tabela poderá virar e o objetivo é pegar rapida-</p><p>mente permitindo que a mesma só bata uma vez ao solo. De onde</p><p>parar irá realizar os arremessos apreendidos de maior confiança.</p><p>Em seguida, fará outra série de arremessos com os que são me-</p><p>nos confortáveis.</p><p>Ritmo, tempo, audição,</p><p>velocidade e agilidade</p><p>44</p><p>Assista o vídeo seguir para fixação do seu aprendizado: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=igRdMUV0RsA</p><p>DICA</p><p>Diante dos conteúdos abordados, podemos identificar que as explicações</p><p>de cada fundamento, exercícios educativos propostos, como meio de compreensão</p><p>buscam apresentar meios integrativos das áreas do conhecimento que constituem a</p><p>técnica do basquetebol. Cada um deles será mais ou menos executado de acordo com</p><p>a posição e habilidade do jogador e característica da equipe.</p><p>Para isso, confira nas Gios a seguir uma pesquisa para que esse entendimento</p><p>auxilie professores e treinadores a analisar e a tomar decisões posteriores de forma mais</p><p>assertiva, considerando</p><p>todas as áreas que podem influenciar no processo de aprendizado</p><p>e desempenho em diferentes idades. A partir dessa estrutura de conhecimento do passe,</p><p>apresentada a seguir, por analogia, poderemos buscar informações para fundamentar</p><p>novas análises aos outros fundamentos do basquetebol.</p><p>Conheça os 10 maiores arremessadores de três pontos da história da NBA.</p><p>Nas últimas temporadas, a NBA experimentou uma revolução na forma como o basquete</p><p>é disputado. O surgimento de uma geração liderada por Stephen Curry fez com que as</p><p>equipes buscassem mais as cestas de três, alterando drasticamente o conceito de jogo.</p><p>O Maior cestinha de três da NBA nas últimas temporadas, James Harden, por exemplo, já está</p><p>no top 5 dos maiores pontuadores de longa distância da história da liga. No entanto, o seu</p><p>aproveitamento não está nem entre os 30 melhores quando consideramos os 50 maiores</p><p>cestinhas de três. Uma estatística mais justa, portanto, seria olharmos o aproveitamento</p><p>nesses arremessos. Porém, somente esse critério poderia deixar de fora atletas que se</p><p>notabilizaram na história entre os maiores pontuadores de longa distância.</p><p>Mais do que isso, a mudança no jogo fez com que os jogadores atuais se dedicassem mais</p><p>aos treinamentos dos chutes de três:</p><p>1. Stephen Curry, com aproveitamento nos arremessos de três: 43,5% e 2.495 convertidos.</p><p>2. Ray Allen, com aproveitamento nos arremessos de três: 40% e 2.937 convertidos.</p><p>3. Reggie Miller, com aproveitamento nos arremessos de três: 39,5% e 2.560 convertidos.</p><p>4. Kyle Korver, com aproveitamento nos arremessos de três: 42,9% e 2.437 convertidos.</p><p>5. Klay Thompson, com aproveitamento nos arremessos de três: 41,9% e 1.789 convertidos.</p><p>6. J. J. Redick, com aproveitamento nos arremessos de três: 41,6% e 1.860 convertidos.</p><p>7. Peja Stojakovic, com aproveitamento nos arremessos de três: 40,1% e 1.760 convertidos.</p><p>8. Steve Nash, com aproveitamento nos arremessos de três: 42,8% e 1.685 convertidos.</p><p>INTERESSANTE</p><p>45</p><p>9. Mike Miller, com aproveitamento nos arremessos de três: 40,7%</p><p>e 1.590 convertidos.</p><p>10. Dale Ellis, com Aproveitamento nos arremessos de três: 40,3% e</p><p>1.719 convertidos.</p><p>Fonte: https://www.esportelandia.com.br/basquete/maiores-arremessado-</p><p>res-de-3-da-nba/. Acesso em: 6 jan. 2023.</p><p>O passe de basquete: uma revisão sistemática</p><p>O passe de basquete é a interação coletiva mais básica e, após o arremesso, constitui a</p><p>segunda ação técnica mais utilizada no jogo. Durante o ataque, os jogadores são obrigados</p><p>a manter a posse da bola e cooperar para criar opções de chute ideais para aumentar a</p><p>efi cácia. As equipes que dão mais assistência (isto é, dão um passe que leva ao placar) têm</p><p>mais chances de vencer o jogo. Por outro lado, reduções nos turnovers (ou seja, perda de</p><p>posse de bola) aumentam as chances de vitória, principalmente em jogos disputados. A</p><p>relação erro de passe/acerto é o principal fator de distinção entre iniciantes e não titulares</p><p>em competições de elite. Portanto, o desempenho dos jogadores e o sucesso ao longo da</p><p>temporada no basquete são baseados principalmente nas habilidades de passe.</p><p>Estudos que explorem o passe de basquete tornam-se essenciais para aprimorar os</p><p>processos de treinamento e aprimorar o desempenho e as habilidades dos jogadores,</p><p>individual e coletivamente. Considerando a complexidade do passe, os estudos devem</p><p>envolver fatores técnico-táticos, físicos e mentais. Nos últimos anos, cientistas esportivos de</p><p>diferentes áreas do conhecimento têm prestado cada vez mais atenção ao comportamento</p><p>coletivo no basquete. Embora essas contribuições tenham fornecido informações valiosas</p><p>sobre o passe de basquete a partir de perspectivas isoladas, há um desafi o contínuo para</p><p>projetar abordagens integrativas e holísticas, combinando tantos fatores quanto possível</p><p>para alcançar a excelência.</p><p>O objetivo do presente artigo foi revisar e organizar sistematicamente a literatura atual</p><p>relacionada ao passe de basquete para identifi car os tópicos de pesquisa mais comuns,</p><p>os principais achados, as defi ciências da análise feita, mas, ao mesmo tempo, as lacunas a</p><p>literatura específi ca. Essas informações podem ser de grande interesse para treinadores</p><p>e instrutores, contribuindo para uma melhor caracterização dos processos de passes no</p><p>basquete e posterior desenvolvimento de programas de aprimoramento do treinamento.</p><p>Método: princípios de revisão sistemática foram realizados para realizar uma pesquisa</p><p>nas principais bases de dados eletrônicas (Web of Science, Scopus e Sport Discus) usando as</p><p>seguintes combinações de palavras-chave: Basquetebol e passe.</p><p>Resultados: após a seleção dos estudos, foram incluídos 37 estudos para a revisão</p><p>sistemática atual. No geral, esta revisão compreendeu: 25.458 posses de bola, 843 partidas,</p><p>1.090 jogadores e 124 treinadores/experts. A presente revisão identifi cou cinco áreas de</p><p>conhecimento exploradas. Os estudos foram resumidos e classifi cados de acordo: análise</p><p>de desempenho (n = 16), biomecânica (n = 3), condicionamento físico (n = 6), fatores mentais</p><p>(n = 5) e habilidades motoras (n = 12). Os estudos exploraram três situações de jogo:</p><p>partida (n = 24), situações analíticas (n = 7) e jogos reduzidos (n = 6). A maioria dos estudos</p><p>INTERESSANTE</p><p>46</p><p>explorou amostras masculinas (n = 21) ou ambos os sexos (n = 13), enquanto apenas três</p><p>apresentaram resultados exclusivamente femininos (n = 3). A coorte incluiu idosos (n = 20),</p><p>jovens (U18 e U20, n = 7), adolescentes (U14 a U16).</p><p>Discussão: a análise da literatura permitiu uma compreensão clara dos tópicos de pesquisa</p><p>específicos. A presente revisão foi baseada em um total de 37 estudos de 2000 a 2017 com o</p><p>objetivo de investigar o passe de basquete. A pesquisa foi realizada em cinco grandes áreas</p><p>de conhecimento: análise de desempenho, controle motor, biomecânica, condicionamento</p><p>físico e fatores mentais. Neste artigo, foram detectadas algumas lacunas no conhecimento</p><p>existente, que podem auxiliar futuras pesquisas sobre passes no basquete. Os estudos</p><p>foram agrupados para fornecer uma discussão detalhada sobre áreas-chave, e os principais</p><p>achados foram transferidos desse conhecimento científico para o campo prático. Este artigo</p><p>pode servir como ponto de partida para pesquisas futuras, fornecendo mais informações</p><p>sobre este tópico de pesquisa.</p><p>Na Análise de desempenho, os resultados revelaram que as habilidades de passe são</p><p>essenciais para aumentar os pontos conquistados em competições de basquete de alto nível,</p><p>como NBA, ACB ou Euroliga. Os autores nessa busca têm demonstrado particular interesse</p><p>no papel das habilidades de passe em situações de pick and roll contra-ataque rápido e</p><p>passe interno para aumentar o número de assistências e a eficácia do ataque. Além disso,</p><p>os jogadores selecionaram o passe em vez de qualquer outra ação quando enfrentaram o</p><p>aumento da pressão defensiva. Isso apoia as recomendações sobre o monitoramento das</p><p>habilidades de passe durante situações competitivas reais. Nessa tarefa, o uso de recursos</p><p>tecnológicos como sistemas de posicionamento baseado em localização (GPS), unidades</p><p>de medida inercial e sistemas de rastreamento de vídeo, fornece uma grande quantidade</p><p>de dados que podem ser usados para fins de treinamento. Da mesma forma, os autores</p><p>destacaram a inclusão de tarefas de treinamento, como jogos reduzidos e exercícios de</p><p>tomada de decisão para aumentar o número de passes e diminuir os giros. Biomecânica:</p><p>Pesquisas limitadas foram realizadas com foco nos aspectos biomecânicos do passe de</p><p>basquete. No entanto, os resultados analisados identificaram vários pontos-chave a serem</p><p>considerados no sucesso do passe. Em condições incertas, o tempo de reação aumentou</p><p>e a precisão do passe diminuiu. Assim, a variabilidade do exercício, ou seja, 1 contra 0,</p><p>incluindo dribles antes do passe ou situações de 1 contra 1 com um adversário) deve ser</p><p>considerada ao avaliar as habilidades técnicas de passe dos jogadores.</p><p>Exploraram as técnicas de passe entre 150 jogos</p><p>na Liga Italiana de alto nível, NCAA e NBA,</p><p>concluindo que o passe de peito com as duas mãos era o mais comum e fácil, enquanto</p><p>o passe com uma mão (o segundo mais comum) apresentou a pior eficácia. Além disso,</p><p>destacaram a importância de um passe rápido, como com uma mão, em situações de contra-</p><p>ataque rápido. No entanto, como o aumento da velocidade do jogo força os jogadores a</p><p>resolver tarefas sob restrições de tempo limitadas, melhorar a habilidade de passar com</p><p>uma mão permanece como um objetivo primário de treinamento no basquete moderno.</p><p>Em relação às etapas formativas, observaram que a altura pode ser responsável por</p><p>melhores habilidades de passe em jogadores sub-16. Condicionamento físico: Os autores</p><p>concordam que o condicionamento ideal é essencial para manter o desempenho do passe</p><p>durante um jogo de basquete e um estudo observou decréscimos na precisão do passe</p><p>quando as extremidades superiores estavam cansadas. Outros pesquisadores descobriram</p><p>que decréscimos no tempo total de treinamento na quadra resultaram em menor melhoria</p><p>das habilidades técnicas do basquete. Estudiosos sugeriram exercícios de alta intensidade</p><p>para melhorar as habilidades de passe dos jogadores. Outro estudo, foi sugerido que o</p><p>treinamento físico e de habilidades de passe deve ser realizado de acordo com posições</p><p>de jogo específicas. Outros autores relataram melhorias nas habilidades de passe após</p><p>uma intervenção de 12 semanas de uma rotina de equilíbrio e propriocepção em jogadores</p><p>amadores de basquete. No entanto, ainda há informações limitadas sobre programas de</p><p>condicionamento específicos para aumentar o desempenho do passe no basquete.</p><p>47</p><p>Fatores mentais: a maioria dos estudos foi focada em episódios de engasgo, que são</p><p>defi nidos como uma perturbação mental em que o desempenho diminui durante situações</p><p>estressantes, em comparação com os padrões esperados que situações de estrangulamento</p><p>faziam com que os jogadores tomassem más decisões de passe, o que levava a incrementos</p><p>nas viradas. Finalmente, afi rmaram que o desempenho excelente estava diretamente</p><p>relacionado com o treinamento tático e a coesão do grupo. Assim, a estabilidade emocional</p><p>em treinos de grupo deve ser incluída como outra restrição com a qual os jogadores devem</p><p>lidar durante o desenvolvimento de habilidades de passe. Habilidades motoras: O estudo</p><p>das habilidades de passe dentro do paradigma do controle motor tem se concentrado</p><p>principalmente na interferência contextual, que enfatiza os benefícios de misturar itens de</p><p>treinamento entre os blocos, em vez de repeti-los.</p><p>Considerações fi nais: A presente revisão acrescenta informações relevantes sobre o</p><p>treinamento de habilidades de passe no basquete, sugerindo uma abordagem integrativa,</p><p>incluindo biomecânica, análise de desempenho, condicionamento físico, fatores mentais</p><p>e aspectos de habilidades motoras. A avaliação das habilidades de passe e desempenho</p><p>deve ser feita sob condições incertas e variáveis para obter informações sobre as respostas</p><p>dos jogadores aos cenários competitivos. Jogos reduzidos e ambientes em mudança são as</p><p>melhores situações de treinamento para melhorar as habilidades de passe. As sessões de</p><p>treinamento devem incluir atividades novas e aleatórias para transferir o</p><p>aprendizado de habilidades para a competição. Esta revisão também</p><p>considerou aconselhável incluir exercícios de treinamento sob</p><p>pressão para melhorar as habilidades de passe em condições</p><p>competitivas semelhantes ao jogo real. Informações limitadas estão</p><p>disponíveis sobre aspectos biomecânicos e planos de treinamento</p><p>de condicionamento físico para melhorar as habilidades de passe</p><p>no basquete.</p><p>Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7052720/.</p><p>Acesso em: 30 dez. 2022.</p><p>48</p><p>49</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Os cinco fundamentos básicos do basquetebol, que são: controle do corpo, manejo de</p><p>bola, drible, passe e arremesso, as premissas básicas do aprendizado e ensinamento</p><p>de cada um deles e como realizar exercícios educativos.</p><p>• O controle do corpo e manejo de bola também são encontrados em outros esportes,</p><p>como, o handebol e o futsal. Eles podem ser considerados como exercício de base</p><p>para a execução dos outros, pois serão necessários em qualquer idade ou objetivo</p><p>no basquetebol. As habilidades podem ser desenvolvidas previamente e/ou</p><p>simultaneamente aos aprendizados dos fundamentos específicos do basquete.</p><p>• O drible costuma ser o primeiro fundamento a ser aprendido. No basquetebol, existem</p><p>quatro tipos: drible parado, em movimento, drible alto e drible baixo. É a ação de</p><p>quicar a bola, empurrando-a contra o solo com uma das mãos. Pode ser utilizado para</p><p>o jogador se deslocar na quadra e desviar dos adversários, avançando ao objetivo. O</p><p>seu objetivo é conduzir a bola até a região mais próxima do campo adversário.</p><p>• O passe tende a ser o fundamento mais realizado durante um jogo. Além da função de</p><p>fazer com que chegue ao parceiro da melhor forma possível, serve como assistência</p><p>para arremessos. Os seis tipos de passe no basquetebol são: peito, picado, por cima</p><p>da cabeça, lateral, ombro e gancho.</p><p>• A recepção é a forma de receber a bola e, em seguida, realizar novamente o passe.</p><p>Várias são as formas de recepção. As mais usadas são: recepção, alta, média e baixa.</p><p>• O arremesso é o fundamento considerado mais importante do basquetebol, por</p><p>ser a ação que atende diretamente o objetivo do jogo, isto é, a “cesta” ou o “ponto</p><p>e realização”. Pode ser executado por todos os integrantes. Existem seus tipos de</p><p>arremesso: frontal, bandeja, jump, enterrada, gancho e rebote.</p><p>50</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Com base nos conteúdos apresentados, são cinco os fundamentos do basquetebol e</p><p>cada um deles possui diferentes formas de executar. Nesse contexto, quais são os tipos</p><p>de dribles possíveis de realizar durante a partida de basquetebol?</p><p>a) ( ) Os tipos de drible são: parado, em movimento, baixo e alto.</p><p>b) ( ) Os tipos de drible são: em movimento, dinâmico, peito e parado.</p><p>c) ( ) Os tipos de drible são: em movimento, parado, picado e baixo</p><p>d) ( ) Os tipos de drible são: parado, em movimento, picado, alto e aleatório.</p><p>2 O basquetebol é uma modalidade esportiva formada por história, definições, regras,</p><p>aspectos técnicos e táticos, que vem se transformando e evoluindo ao longo dos anos.</p><p>Com base nos aspectos técnicos do basquetebol, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - Os fundamentos básicos do basquetebol são: o drible, passe e arremesso com enfoque</p><p>de habilidades exclusiva do alto rendimento.</p><p>II - O basquetebol é composto por cinco tipos de arremessos: frontal, jump, enterrada,</p><p>gancho e rebote e que só podem ser ensinados quando alcançarem a altura adequada.</p><p>III - Os passes no basquetebol têm como objetivo enviar a bola aos companheiros, na</p><p>intenção de ceder a continuidade ao jogo e dividem-se em três tipos básicos: os de</p><p>curta, os de média e o de longas distâncias.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 Em um jogo de basquete, elementos táticos, físicos e técnicos são essenciais, e, em</p><p>conjunto, formam a combinação para um bom desempenho. De acordo com os conceitos</p><p>dos aspectos técnicos do basquetebol, classifique V para as sentenças verdadeiras e F</p><p>para as falsas:</p><p>( ) O arremesso é considerado o elemento técnico mais importante do basquetebol, por</p><p>se a ação que atende diretamente o objetivo do jogo, isto é, a “cesta” ou o “ponto”. São</p><p>vários os tipos de arremessos, os mais utilizados são: frontal, bandeja, jump, enterrada</p><p>e gancho. Por ser um fundamento importante necessita de maior tempo de dedicação</p><p>por parte dos praticantes de basquetebol.</p><p>51</p><p>( ) O passe lateral, só poderá ser realizado quando houver saída de bola pela equipe</p><p>adversária na linha lateral ou pela linha de fundo. A execução do passe é com o braço</p><p>estendido a um dos lados do corpo em paralelo ao solo, com uma discreta rotação de</p><p>tronco e a bola pode ser empurrada apenas com as duas mãos.</p><p>( ) O arremesso rebote, tende a ser realizado por jogadores de maior estatura e é um tipo</p><p>de arremesso que permite que um jogador dispute pela bola no momento em que</p><p>estiver atacando e defendendo.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 Dos cinco fundamentos básicos do basquetebol, o drible, passe e arremesso</p><p>apresentam diferentes funções e formas de realizá-los. Discorra sobre o drible e quais</p><p>os tipos que existem:</p><p>5 O passe é um fundamento de ataque ou, quando acontece à interceptação, é utilizado</p><p>para o contra-ataque. Existem diferentes tipos de passe no basquetebol. O passe de</p><p>peito e picado são os mais comuns. Neste contexto, disserte sobre a diferença entre o</p><p>passe de peito e picado e cite quantos e quais os outros tipos de passes que podem ser</p><p>realizados em um jogo de basquetebol.</p><p>52</p><p>53</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>ASPECTOS TÁTICOS DO BASQUETEBOL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>De forma geral, a tática se manifesta como uma habilidade cognitiva que vai</p><p>se basear na captação de conhecimentos anteriores para definir a melhor solução e</p><p>transmitir informações (PENHA et al., 2014). No basquetebol, os aspectos táticos</p><p>utilizarão recursos para resolver circunstâncias dentro da equipe, jogo ou quaisquer</p><p>outras situações, sendo ela coletiva ou individual para solucionar um determinado</p><p>problema (PENHA et al., 2014).</p><p>Solucionar um problema no basquetebol é buscar criar vivências de vantagem</p><p>numérica, distanciando-se da desvantagem. Pode fazer com que aperfeiçoe em reais</p><p>situações de jogo a técnica, a tática, o físico e o psicológico dos alunos/atletas. Por ser um</p><p>esporte de invasão, a superioridade e inferioridade numérica são consideradas estratégias</p><p>durante o jogo de basquetebol, em que todo o planejamento de movimentação utilizará</p><p>dos conhecimentos técnicos e físicos que irão conduzir para que ocorra a vantagem</p><p>numérica de jogadores, cujo objetivo é uma finalização mais segura e assertiva, ou, em</p><p>caso de desvantagem, a capacidade de elaborar uma solução.</p><p>Diante disso, o Tema de Aprendizagem 3 irá nos proporcionar o conhecimento</p><p>do basquetebol atrelado aos esportes de invasão e os recursos técnicos: fintas, giros</p><p>e corta luz, que fazem parte de um conhecimento técnico prévio dos fundamentos do</p><p>basquetebol e que simultaneamente são utilizados para saídas de marcações e ataques,</p><p>compondo o sistema tático. Em seguida, iremos aprender as características, como e</p><p>quando utilizar os sistemas de defesa e ataque que tornam o jogo de basquetebol mais</p><p>competitivo e estratégico.</p><p>2 O BASQUETEBOL COMO UM ESPORTE DE INVASÃO</p><p>O entendimento sobre o esporte de invasão irá nos auxiliar na compreensão</p><p>tática durante toda a nossa discussão.</p><p>Os esportes de invasão ou territorial fazem parte das categorias apresentados</p><p>na BNCC (BRASIL, 2017). Reúnem um conjunto de modalidades que se caracterizam por</p><p>comparar a capacidade de uma equipe introduzir ou levar uma bola (ou outro objeto)</p><p>a uma meta ou setor da quadra/campo defendida pelos adversários, protegendo,</p><p>simultaneamente, o próprio alvo gol ou cesta, meta ou setor do campo. Aqui, iremos</p><p>UNIDADE 1</p><p>54</p><p>citar nove esportes que são considerados como esporte de invasão: o basquetebol,</p><p>frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol, hóquei sobre grama, polo aquático</p><p>e rúgbi (BRASIL, 2017).</p><p>É possível perceber, entre outras semelhanças, que os esportes são realizados</p><p>em quadras ou campos com formato retangulares. Em uma das linhas de fundo, fi ca a</p><p>meta a ser atacada, e na outra linha de fundo, a que deverá ser defendida. Para atacar</p><p>a alvo do adversário, uma equipe precisa ter a posse de bola e para avançar é muito</p><p>utilizado o passe entre os jogadores da mesma equipe, além de criar oportunidades</p><p>para pontuar através dos gols ou cestas. Ao mesmo tempo em que uma equipe tenta</p><p>avançar, a outra tenta impedir os avanços. Para evitar que uma chegue, é preciso reduzir</p><p>os espaços de atuação do adversário de maneira organizada e, sempre que possível,</p><p>tentar recuperar a posse de bola para assim, partir ao ataque.</p><p>Os esportes de invasão apresentam elementos que constituem a sua lógica interna:</p><p>• Objetivo do jogo: é que as equipes tentem ocupar o setor da quadra/campo defendido</p><p>pelo adversário para marcar pontos, protegendo a sua meta simultaneamente.</p><p>• Área de jogo: é retangular, comum a todos os jogadores, com os alvos e/ou metas nos</p><p>extremos da quadra ou campo de jogo. Em muitas modalidades tem a presença de</p><p>um jogador especializado para defender a meta (goleiro), mas nã o em todas.</p><p>• Papéis dos jogadores: nos esportes de quadra, todos os jogadores atacam e defendem;</p><p>nos esportes de campo, a tendê ncia é ter papé is mais diferenciados (atacantes,</p><p>defensores, meio campistas).</p><p>• Ações táticas ofensivas: o jogador deve observar antes de agir (passar, conduzir,</p><p>fi nalizar), passando para quem tem melhores condiç õ es de fi nalizar ou dar</p><p>continuidade ao jogo. Outra ação tática ofensiva é apoiar o atacante com posse de</p><p>bola (oferecer linha de passe, afastar seu defensor direto, fazer bloqueio), procurando</p><p>se desmarcar, participando do rebote ofensivo e do retorno/equilíbrio defensivo.</p><p>• Ações táticas defensivas: o jogador deve responsabilizar-se pelo atacante direto,</p><p>posicionando-se entre o atacante e a meta, mantendo no seu campo visual o atacante</p><p>direto e o atacante com posse de bola. Outra ação tática defensiva é cobrir/ajudar</p><p>o defensor do atacante com posse da bola, dobrando o defensor do atacante com</p><p>posse da bola quando superado.</p><p>• Habilidades técnicas: manejo e condução de bola (com e sem implemento), passe,</p><p>IMPORTANTE</p><p>drible, chute, cabeceio, arremesso e fi nalizações.</p><p>• Estratégias ofensivas: manter a posse e criar coletivamente</p><p>chance para fi nalizar; procurar superioridade numé rica (uso</p><p>de combinaç õ es tá ticas); efetuar rá pida mudanç a defesa-</p><p>ataque; e contra-atacar de forma organizada.</p><p>• Estratégias defensivas: Fazer uma ocupaç ã o equilibrada do</p><p>espaç o; evitar a superioridade numé rica; realizar retorno</p><p>defensivo organizado; variar a organizaç ã o defensiva</p><p>(sistema, zona, individual, misto, combinado, pressã o)</p><p>(GONZÁLEZ; BRACHT, 2012).</p><p>55</p><p>2.1 FINTAS, GIROS E CORTA-LUZ</p><p>São recursos e ou manobras com origem de um gesto técnico que, diante de</p><p>uma necessidade tática, irão proporcionar soluções durante o jogo. Os três vão exigir que</p><p>os fundamentos técnicos estejam muito bem amadurecidos para que sejam melhores</p><p>apreendidos e aproveitados.</p><p>2.1.1 Fintas</p><p>As fintas são utilizadas pela dominância do controle de corpo (aspecto</p><p>técnico). Aqui, estamos abordando as fintas como um movimento já apreendido, e</p><p>que, se sincronizado, poderá ser utilizado como recurso nos sistemas de ataques para</p><p>ludibriar a defesa.</p><p>São movimentos do corpo que inicialmente manifestam uma intenção de</p><p>direção, mas a execução é outra. Ou seja, a intenção é fingir para o adversário, com</p><p>objetivo de se favorecer ao tempo, espaço e velocidade. Como ilustrado na Figura 21, a</p><p>finta pode ser realizada em ocasiões de defesa, ao driblar, ao progredir com a bola, ao</p><p>dar um passe ou realizar um arremesso. Normalmente, o movimento se inicia segurando</p><p>a bola com as duas mãos ou uma, o corpo se direciona para um lado, podendo simular</p><p>um drible ou passe, fazendo com que o adversário o acompanhe e rapidamente ele</p><p>retorna à posição inicial, indo para o outro lado e adquirindo uma vantagem de tempo</p><p>e espaço do oponente, como está ilustrado na Figura 22. É exigido muito controle de</p><p>corpo e manejo de bola.</p><p>Figura 21 – Fluxo do uso da finta</p><p>Fonte: https://www.dicionarioolimpico.com.br/basquetebol/cenario/finta. Acesso em: 26 dez. 2022</p><p>Figura 22 – Gesto da finta</p><p>Fonte: Zerbinato (2012, p.8)</p><p>56</p><p>2.1.2 Giros</p><p>Assim como as fintas, o giro também é um movimento já apreendido e que,</p><p>se</p><p>sincronizado, poderá ser utilizado como recurso para enganar o defensor. O movimento</p><p>é realizado com as pernas, em que o atacante poderá estar com ou sem bola. O atacante</p><p>fixa uma das pernas à frente, utilizando-a como pé de apoio e realiza o giro com o tronco</p><p>(ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010).</p><p>É comum vermos o giro seguido de drible realizado em situações de manobra</p><p>sendo mais utilizado por armadores e alas, e o giro seguido de arremesso por pivôs.</p><p>Figura 23 – Gesto do giro</p><p>Fonte: Zerbinato (2012, p. 7)</p><p>2.1.3 Corta-Luz</p><p>É considerado como um bloqueio que pode ser utilizado no ataque ou na defesa.</p><p>Muito usado durante a organização das jogadas e para se livrar de uma marcação quando</p><p>tem por objetivo impedir a passagem do defensor que está marcando o jogador com ou</p><p>sem posse da bola, com o propósito de livrar esse atacante da marcação, concluindo</p><p>o ataque em finalização. Dependendo do sistema de defesa armado e o ataque, em</p><p>alguns casos, é necessário que a equipe adversária realize a troca de marcação durante</p><p>o corta-luz (ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010).</p><p>Figura 24 – Fluxo corta-luz</p><p>Fonte: https://www.dicionarioolimpico.com.br/basquetebol/cenario/finta.</p><p>Acesso em: 26 dez. 2022.</p><p>57</p><p>2.2 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS</p><p>Os exercícios educativos de fintas, giros e corta luz (bloqueio) irão buscar</p><p>sequência pedagógica, considerando as valências motoras, físicas e cognitivas. Todos</p><p>os exercícios podem ser limitados pelo professor/treinador em espaço e tempo. Lembre-</p><p>se de incentivar a lateralidade.</p><p>Quadro 6 – Exercícios educativos dos recursos táticos</p><p>Fintas Giros Bloqueio</p><p>- Duas marcações em co-</p><p>nes, com distância de 1/2</p><p>metro entre eles no sentido</p><p>horizontal. No cone do lado</p><p>direito, realizar a jogada de</p><p>tronco para o lado direito,</p><p>retornar com o corpo para</p><p>o lado esquerdo e quicar a</p><p>bola até o local mais próxi-</p><p>mo à cesta.</p><p>Variações:</p><p>- Em dupla: realizar o passe</p><p>após um quique.</p><p>- Quicar até o cone, jogar</p><p>o tronco e realizar o passe.</p><p>-Individualmente, arre-</p><p>messar.</p><p>Atividade:</p><p>- O executante irá quicar</p><p>a bola até o local próximo</p><p>com as marcações e o ad-</p><p>versário estará no centro.</p><p>O adversário irá optar pelo</p><p>lado da marcação e o exe-</p><p>cutante terá que realizar a</p><p>finta, passando por ele e</p><p>finalizando-a.</p><p>- Parado e segurando a</p><p>bola. Girar o pé de apoio</p><p>no chão por 90º graus para</p><p>frente e deixar o corpo</p><p>acompanhar.</p><p>Variações:</p><p>- Girar o pé de apoio a 90º</p><p>para trás.</p><p>- Alternar, girar para frente</p><p>e para trás.</p><p>- Girar para trás, executar</p><p>o passe e receber girando</p><p>para frente.</p><p>- Girar para frente, execu-</p><p>tar o passe e receber gi-</p><p>rando para trás.</p><p>Atividade:</p><p>- Sequência de núme-</p><p>ros será evocada; sendo</p><p>os números ímpares para</p><p>arremesso e números pa-</p><p>res para drible com passe;</p><p>após falar o número, o exe-</p><p>cutante terá que realizar o</p><p>giro seguido de arremesso</p><p>ou passe, conforme a re-</p><p>presentação dos números.</p><p>- Deixar os pés na largura dos om-</p><p>bros e fazer a posição de “X” na</p><p>direção do quadril com ambos os</p><p>braços, ao sinal do apito, correr</p><p>até a linha mais próxima e repetir</p><p>o movimento.</p><p>Variações:</p><p>- Em dupla sem bola: realizar o</p><p>bloqueio, ao sinal do apito, terá</p><p>que acompanhar a dupla correndo</p><p>até a linha mais próxima, ao che-</p><p>gar à linha trocar de posição; repe-</p><p>tir por até 2 minutos.</p><p>- Em dupla, com bola realizar o</p><p>bloqueio, ao sinal do apito, terá</p><p>que acompanhar a dupla correndo</p><p>até a linha mais próxima, ao che-</p><p>gar à linha trocar de posição; repe-</p><p>tir por até 2 minutos.</p><p>Atividade:</p><p>- Em trio com bola: realizar o blo-</p><p>queio, ao sinal do apito, terá que</p><p>desmarcar do adversário e receber</p><p>o passe de sua dupla; realizar por</p><p>três vezes cada e trocar.</p><p>Fonte: a autora</p><p>Após aprendermos e aplicarmos as três manobras citadas, iremos, então,</p><p>compreender como colocaremos em prática todo esse aprendizado de forma estratégica</p><p>aos sistemas defensivos e ofensivos do basquetebol.</p><p>58</p><p>2.3 SISTEMAS DE DEFESA</p><p>A defesa acontece quando é possível anular ou minimizar a jogada da equipe</p><p>ou do adversário. No basquetebol, deve-se proporcionar ênfase em defesa e rebote,</p><p>desenvolvendo certos princípios defensivos: pressão no homem que está com a bola;</p><p>pressão nas primeiras opções de passe; ajuda no lado sem bola; bloqueio de rebote; e</p><p>saída para o contra-ataque.</p><p>Antes de darmos continuidade aos sistemas de defesa, iremos esclarecer como</p><p>funciona a posição para realizar uma defesa (WOOTTEN, 1992).</p><p>Figura 25 – Posição básica de defesa</p><p>Fonte: https://pt.wikihow.com/Defender-no-Basquete. Acesso em: 26 dez. 2022.</p><p>O jogador deverá se posicionar com os pés paralelos, cerca de um passo além</p><p>da linha dos ombros. O tronco e os ombros ficarão arqueados e, consequentemente, o</p><p>jogador terá maior equilíbrio, mantendo os pés firmes ao solo. As mãos para baixo, com a</p><p>palma da mão para fora com o peito erguido. Ao posicionamento da defesa básica serão</p><p>atribuídas adaptações, conforme a necessidade nas movimentações. A seguir, veremos</p><p>os tipos de defesa:</p><p>2.3.1 Defesa individual</p><p>Antes de o jogador aprender a fazer as marcações em equipe, é necessário</p><p>que ele tenha a compreensão e a vivência do ato de defender de forma individual, pois,</p><p>apesar, de ser uma modalidade coletiva, ele adquirirá a definição de responsabilidade.</p><p>“Fundamentos individuais de defesa individual são técnicas, posturas, procedimentos,</p><p>atitudes e recursos que tornam o jogador mais qualificado para defender dentro de um</p><p>sistema de defesa individual” (MARONEZE, 2013, p. 117). O principal objetivo é o um contra</p><p>um. O jogador da defesa marca o jogador do ataque. A defesa tende a se tornar cada vez</p><p>mais consciente e participativa no jogo. Veja a seguir um quadro de classificações de</p><p>habilidades que são manifestadas com a defesa individual.</p><p>59</p><p>Quadro 7 – Classificação das defesas individuais</p><p>Fonte: adaptado de Andrade (2019)</p><p>Simples</p><p>O defensor se posiciona de costas para a cesta e de frente para o ata-</p><p>cante. A visão fica voltada para o atacante e a defesa se mantém entre</p><p>o ataque e a defesa.</p><p>Visão orientada</p><p>O defensor mantém-se entre o atacante e a cesta, mas direcio-</p><p>na a sua visão para a bola.</p><p>Ajuda</p><p>Mantém o olhar voltado para a bola, e no caso de um atacante pas-</p><p>sar pelo defensor, tenta impedir a infiltração deste atacante. A defe-</p><p>sa que prestar ajuda, deve retornar à marcação original assim que pu-</p><p>der. Outra forma de prestar ajuda é na situação de corta – luz.</p><p>Flutuação</p><p>Os defensores do lado oposto deslocam-se em direção a um ponto ima-</p><p>ginário no garrafão para impedir penetrações.</p><p>Antecipação</p><p>O defensor mais próximo do primeiro passe deverá se antecipar a este</p><p>passe. A antecipação se faz com meio corpo à frente do atacante, olhar</p><p>voltado para a bola e braço estendido.</p><p>Troca de</p><p>marcação</p><p>Manobra defensiva realizada quando o atacante se utiliza do corta–luz.</p><p>A troca de marcação deverá ser utilizada em último caso.</p><p>2.3.2 Defesa por zona</p><p>A defesa por zona irá exigir o engajamento de toda a equipe. A atenção estará</p><p>direcionada para proteger as regiões. Um jogador assistirá ao outro em prol do mesmo</p><p>objetivo: a área.</p><p>Nesse sistema de defesa é importante não perder a bola de vista, acompanhando-a</p><p>sempre em relação à posição dos atacantes ou adversários (MARONEZE, 2013).</p><p>Esta marcação é contrária à individual. Como os jogadores ficam posicionados no</p><p>garrafão, facilita o rebote de defesa e as saídas de contra-ataque, dificultando a jogada</p><p>da equipe adversária. “A responsabilidade dos defensores é setorial, cada defensor toma</p><p>conta de um espaço de formação defensiva escolhida e o bloco defensivo se movimenta</p><p>em função da posição da bola [...]” (MARONEZE, 2013, p. 107-108). A seguir, confira uma</p><p>tabela com as quatro linhas de defesa por zona:</p><p>60</p><p>Tabela 1 – Defesas por zona</p><p>Fonte: adaptado de Souza (2018)</p><p>Características Imagens</p><p>2x1x2 É a mais comum e muito utilizada por iniciantes.</p><p>Considerada a defesa básica e eficiente para</p><p>fechar o garrafão, principalmente quando</p><p>a equipe adversária apresenta jogador de</p><p>habilidade no confronto</p><p>individual, mas não</p><p>tem bons arremessadores.</p><p>Defesa 2x1x2</p><p>2x3 O posicionamento é caracterizado com dois</p><p>jogadores localizados na região superior do</p><p>garrafão e os outros três próximos à cesta</p><p>para assegurar o rebote defensivo. Utilizada</p><p>quando a equipe adversária apresenta pivôs</p><p>altos e eficientes.</p><p>Defesa 2x3</p><p>3x2 É o oposto da 2x3. O formato tem três</p><p>defensores na região superior do garrafão e</p><p>dois defensores próximos à cesta. Utilizado</p><p>quando a equipe adversária possui bons</p><p>arremessadores, mas pivôs não tão eficientes.</p><p>Essa defesa também facilita o contra-ataque</p><p>na vantagem do rebote.</p><p>Defesa 3x2</p><p>1x3x1 Localizado um defensor na região mais superior</p><p>(cabeça) do garrafão, para evitar o arremesso a</p><p>longa distância. Três posicionados no centro do</p><p>garrafão, para evitar a infiltração e triangulação</p><p>e um posicionado próximo à cesta, para</p><p>assegurar o rebote defensivo. Utilizado quando</p><p>a equipe adversária possui bons pivôs e bons</p><p>arremessadores.</p><p>Defesa 1x3x1</p><p>61</p><p>As quatro defesas exemplificadas na tabela apresentam o objetivo comum de</p><p>proteger a região do garrafão a partir do acompanhamento da bola. No entanto, o que</p><p>irá dar o suporte para a tomada de decisão será a análise a ser realizada com a equipe</p><p>adversária baseada na qualidade do jogador de cada posição.</p><p>Essa análise permite que o sistema de defesa por zona não se torne fixo.</p><p>Entendendo cada vez mais a dinâmica e a habilidade dos jogadores, outros sistemas de</p><p>defesa por zona são apresentados abaixo. Apesar de todos serem considerados zona,</p><p>estes, possui a característica de “cruzamento” entre as defesas anteriores, mas com</p><p>finalidades pontuais. Vejamos:</p><p>2.3.3 Defesa sob pressão</p><p>A sua característica é a “pressão” de dois jogadores defensores em cima de um</p><p>atacante. É indicada para situações pontuais, como: tirar uma diferença de pontuação,</p><p>para anular o jogador que está se destacando na pontuação, mudar o ritmo de jogo do</p><p>adversário. Pode ser realizada na quadra inteira, metade da quadra ou uma porcentagem</p><p>dela (CARVALHO, 2001). Com a demanda de ficar em cima o tempo inteiro para levar o</p><p>adversário a cometer erros ou violações, irá acarretar desgaste físico provocado pelos</p><p>próprios jogadores.</p><p>Figura 26 – Defesa sob pressão</p><p>Fonte: a autora</p><p>2.3.4 Defesa mista</p><p>É o tipo de defesa no qual se utilizam dois sistemas simultaneamente em um</p><p>mesmo ataque, onde um ou dois jogadores irão marcar individualmente e os outros</p><p>quatro ou três por zona (CARVALHO, 2001). Por sempre ter um dos jogadores fora do</p><p>perímetro da zona, a equipe vai precisar de uma atenção maior nos deslocamentos,</p><p>por outro lado, esse defensor individual poderá provocar atraso no ataque da equipe</p><p>adversária. A defesa mista é composta por três configurações:</p><p>62</p><p>Tabela 2 – Defesa mista</p><p>Fonte: adaptado de Carvalho (2001)</p><p>Box and one Diamante Triângulo</p><p>Um da defesa marca</p><p>individual e os outros por</p><p>zona. Marcado em zona,</p><p>mas a defesa é específica</p><p>em um único jogador.</p><p>Um da defesa marca</p><p>individual e os outros</p><p>por zona em formato de</p><p>losango. Marcado em zona,</p><p>mas a defesa é específica</p><p>em um único jogador.</p><p>Dois da defesa marcam em</p><p>formato individual e três por</p><p>zona em desenho de triângulo</p><p>no garrafão. Marcado em zona,</p><p>mas a defesa é específica em</p><p>um ou dois jogadores.</p><p>2.3.5 Defesa combinada</p><p>A defesa combinada é o sistema de defesa que irá combinar dois ou mais</p><p>sistemas distintos em momentos diferentes de ataque ou de acordo com alguma</p><p>situação específica de ataque. É um tipo de defesa que requer muita comunicação entre</p><p>as defesas. Se uma equipe se posiciona para marcar zona 2x1x2, após determinada</p><p>ação do ataque, como um passe ou uma jogada que for solicitada pelo jogador ofensivo,</p><p>todos os defensores passam a marcar individualmente. Esse tipo de defesa combinada</p><p>é chamado Match up (igualar) (ROSE JÚNIOR; FERREIRA, 2010).</p><p>Acadêmico, aprendemos oito sistemas de defesa por zona, sendo quatro fixos e</p><p>quatro cruzados. Como culturalmente ouvimos: “primeiro se aprende a defender e depois</p><p>atacar”. Essa frase vem das artes marciais, mas que empiricamente vem sendo utilizada</p><p>nos esportes de quadra. Agora estamos prontos para aprendermos aos sistemas de</p><p>ataque do basquetebol.</p><p>2.4 SISTEMA OFENSIVO</p><p>Você já parou para pensar qual o atleta ou participante de qualquer desporto</p><p>que não gosta de finalizações? Difícil, não? Todos gostam de se sentir realizados por</p><p>um objetivo. Para tornar esse prazer em um objetivo, o sistema ofensivo irá colaborar</p><p>para que todos os domínios técnicos se tornem cada vez mais precisos dentro de um</p><p>contexto de engajamento e sincronia das jogadas. Assim como o sistema defensivo,</p><p>63</p><p>não existe um método 100% eficaz no ataque, pois iremos contar com variáveis técnicas,</p><p>cognitivas e físicas que irão interferir em cada jogador e irão resultar na estratégica</p><p>ofensiva satisfatória ou não.</p><p>O sistema ofensivo pode ser definido como movimentações táticas coletivas que</p><p>têm como objetivo principal a obtenção da pontuação. O sistema ofensivo nesse livro</p><p>é uma combinação de movimentações táticas ofensivas, coletivas, combinadas com</p><p>deslocamentos, passes e corta-luzes, que vislumbram criar esses espaços ou situações,</p><p>e colocar a equipe atacante em uma condição de tentar uma cesta (SOUZA, 2018).</p><p>Se apoiando na disciplina ao executar uma série de aprendizados, o ataque</p><p>sustentado consiste no processo de atacar a equipe adversária por meio de alguma</p><p>ação tática coletiva, devendo obedecer a certos princípios que tornarão mais fácil a</p><p>tarefa dos atacantes e aumentarão as chances de acertos (SOUZA, 2018).</p><p>O sistema ofensivo também pode ter a sua predominância individual ou coletiva.</p><p>No primeiro momento, iremos entender como as posições individuais dos jogadores irão</p><p>atuar de forma ofensiva.</p><p>2.4.1 Sistema Ofensivo Individual</p><p>O sistema ofensivo individual tem como característica a movimentação mais</p><p>livre, sendo os jogadores de cada posição os protagonistas de seus ataques. Para cada</p><p>posição, veremos uma habilidade e função específica.</p><p>Posição Atuação ofensiva Imagens</p><p>A r m a d o r</p><p>ou Point</p><p>Guard.</p><p>O armador possui habilidade de passe,</p><p>drible e velocidade. Seu principal objetivo</p><p>é organizar o sistema ofensivo do time de</p><p>acordo com o posicionamento defensivo</p><p>da equipe adversária. Outro objetivo é</p><p>fazer com que a bola chegue ao jogador</p><p>que tem a maior habilidade de finalização.</p><p>Armador ofensivo</p><p>Tabela 3 – Sistema ofensivo individual</p><p>64</p><p>Fonte: adaptado de Souza (2018)</p><p>L a t e r a l</p><p>baixo ou</p><p>shooting</p><p>guard</p><p>O lateral baixo também possui leitura</p><p>de jogo e poderá auxiliar o armador nas</p><p>jogadas, possui habilidade de passe,</p><p>controle de bola e precisão. Seu objetivo</p><p>é auxiliar nas infiltrações de bola e</p><p>arremessos.</p><p>Lateral baixo e alto ofensivo</p><p>L a t e r a l</p><p>alto ou</p><p>s m a l l</p><p>forward</p><p>O lateral alto é o jogador mais versátil da</p><p>equipe. Possui habilidades técnicas e</p><p>físicas. Tem altura suficiente para jogar</p><p>próxima a linha de três pontos e controle</p><p>de bola. Seu objetivo é infiltração e</p><p>arremessos a média distância.</p><p>Pivô baixo</p><p>ou power</p><p>forward</p><p>O pivô baixo é 2º jogador mais alto da</p><p>equipe. Possui habilidade de força e</p><p>precisão. Seu objetivo são finalizações</p><p>por rebote, a média e curta distância.</p><p>Pivô baixo ofensivo</p><p>Pivô alto</p><p>ou center</p><p>O pivô alto é o jogador mais alto do time.</p><p>Possui habilidade de força e posse de</p><p>bola. Seu objetivo são finalizações por</p><p>rebote e a curta distância.</p><p>Pivô alto ofensivo</p><p>Considerando a habilidade dos jogadores na atuação defensiva e o esquema</p><p>defensivo armado, o sistema ofensivo coletivo poderá ser planejado de três formas.</p><p>2.4.2 Sistema Ofensivo Coletivo</p><p>Os sistemas ofensivos coletivo terão configurações numéricas, e sua característica</p><p>é uma organização de ataque no qual todos os jogadores participam, realizando as</p><p>movimentações combinadas buscando alcançar superioridade numérica. Vejamos:</p><p>65</p><p>Sistema ofensivo - 3x2</p><p>O posicionamento 3x2 é muito utilizado contra a defesa 2x1x2, pois permite</p><p>explorar</p><p>23</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 24</p><p>TÓPICO 2 - ASPECTOS TÉCNICOS DO BASQUETEBOL .....................................................27</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................27</p><p>2 CONTROLE DO CORPO E MANEJO DE BOLA ..................................................................27</p><p>2.1 O CONTROLE DO CORPO ...................................................................................................................28</p><p>2.2 O MANEJO DE BOLA .........................................................................................................................28</p><p>3 O DRIBLE .......................................................................................................................... 29</p><p>3.1 DRIBLE: PARADO E EM MOVIMENTO .............................................................................................30</p><p>3.2 DRIBLE: BAIXO E ALTO ......................................................................................................................30</p><p>3.3 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS ................................................................................................................31</p><p>4 PASSES E RECEPÇÃO...................................................................................................... 32</p><p>4.1 PASSES DE PEITO E PICADO ............................................................................................................33</p><p>4.2 PASSES POR CIMA DA CABEÇA ......................................................................................................34</p><p>4.3 PASSE LATERAL (UMA E DUAS MÃOS) .........................................................................................34</p><p>4.4 PASSE DE OMBRO ..............................................................................................................................35</p><p>4.5 PASSE DE GANCHO ...........................................................................................................................35</p><p>4.6 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS ...............................................................................................................36</p><p>5 ARREMESSOS .................................................................................................................. 38</p><p>5.1 ARREMESSO FRONTAL (UMA E DUAS MÃOS) ..............................................................................38</p><p>5.2 ARREMESSO DE BANDEJA .............................................................................................................39</p><p>5.3 ARREMESSO JUMP ............................................................................................................................39</p><p>5.4 ARREMESSO GANCHO .................................................................................................................... 40</p><p>5.5 ARREMESSOS OLÍMPICOS (ENTERRADA E REBOTE) ................................................................ 41</p><p>5.5.1 Arremesso Enterrada ................................................................................................................ 41</p><p>5.5.2 Arremesso Rebote .................................................................................................................... 41</p><p>5.6 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS ................................................................................................................42</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 49</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 50</p><p>TÓPICO 3 - ASPECTOS TÁTICOS DO BASQUETEBOL ....................................................... 53</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 53</p><p>2 O BASQUETEBOL COMO UM ESPORTE DE INVASÃO ..................................................... 53</p><p>2.1 FINTAS, GIROS E CORTA-LUZ ...........................................................................................................55</p><p>2.1.1 Fintas ............................................................................................................................................55</p><p>2.1.2 Giros .............................................................................................................................................56</p><p>2.1.3 Corta-Luz ...................................................................................................................................56</p><p>2.2 EXERCÍCIOS EDUCATIVOS ............................................................................................................... 57</p><p>2.3 SISTEMAS DE DEFESA ......................................................................................................................58</p><p>2.3.1 Defesa individual ......................................................................................................................58</p><p>2.3.2 Defesa por zona ........................................................................................................................59</p><p>2.3.3 Defesa sob pressão ..................................................................................................................61</p><p>2.3.4 Defesa mista ..............................................................................................................................61</p><p>2.3.5 Defesa combinada ...................................................................................................................62</p><p>2.4 SISTEMA OFENSIVO ...........................................................................................................................62</p><p>2.4.1 Sistema Ofensivo Individual ...................................................................................................63</p><p>2.4.2 Sistema Ofensivo Coletivo .....................................................................................................64</p><p>2.4.3 O Contra-ataque .......................................................................................................................66</p><p>2.4.4 Exercícios Educativos ............................................................................................................. 67</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 69</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................73</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................74</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................................................76</p><p>UNIDADE 2 — ASPECTOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO NO BASQUETEBOL .............79</p><p>TÓPICO 1 — FATORES FISIOLÓGICOS, NUTRICIONAIS E PISCOLÓGICOS ........................81</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................81</p><p>2 CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DO BASQUETEBOL ...................................................81</p><p>2.1 SISTEMAS ENERGÉTICOS ................................................................................................................ 84</p><p>2.2 FREQUÊNCIA CARDÍACA, O CONSUMO DE OXIGÊNIO E LACTATO SANGUÍNEO .................89</p><p>2.2.1 Frequência Cardíaca ................................................................................................................89</p><p>2.2.2 Consumo de oxigênio ..............................................................................................................89</p><p>2.2.3 Lactato sanguíneo ...................................................................................................................90</p><p>2.3 REPOUSO E RECUPERAÇÃO ...........................................................................................................</p><p>os espaços vazios deixados pela defesa, bem como possibilita os arremessos</p><p>de longa distância. Caracteriza-se com o armador no centro e dois laterais localizados</p><p>ao lado formando uma linha de três atletas na parte superior do garrafão. Os dois pivôs</p><p>estarão posicionados fixos perto da cesta, mas fora do garrafão (SOUZA, 2018).</p><p>Figura 27 – Sistema ofensivo 3x2</p><p>Fonte: Souza (2018, p. 123)</p><p>Sistema ofensivo - 2x1x2</p><p>O sistema ofensivo 2x1x2 pode ser utilizado contra defesa 1x2x2, pois suas</p><p>variações, quando bem executadas, ofertam tanto os arremessos de longa distância</p><p>quanto as infiltrações e finalizações dos pivôs. Sua estrutura inicial é formada pelo</p><p>armador e lateral localizados paralelamente na região superior do garrafão, um lateral/</p><p>pivô posicionado na cabeça do garrafão e dois pivôs fixos próximos da cesta.</p><p>Figura 28 – Sistema ofensivo 2x1x2</p><p>Fonte: Souza (2018, p. 124)</p><p>Sistema ofensivo - 1x3x1</p><p>O sistema ofensivo 1x3x1 é formado com o armador posicionado atrás da</p><p>linha dos três metros, dois laterais e um pivô localizados em linha, na parte superior</p><p>do garrafão e um pivô fixo próximo à cesta. Esse posicionamento ofensivo pode ser</p><p>utilizado contra as defesas 2x1x2, 2x3 e 1x2x2, pois oferece tanto os arremessos de</p><p>longa e curta distância quanto às infiltrações.</p><p>66</p><p>Figura 29 – Sistema ofensivo - 1x3x1</p><p>Fonte: Souza (2018, p.124)</p><p>2.4.3 O Contra-ataque</p><p>O contra-ataque é uma transição de uma situação defensiva para a ofensiva.</p><p>Ação de tentar o arremesso rapidamente e de forma organizada, surpreendendo a</p><p>equipe adversária em seu retorno à defesa, antes que estes consigam se reorganizar</p><p>defensivamente (CARVALHO, 2001). Para que isso ocorra, é necessário que o contra-</p><p>ataque apresente velocidade, organização e que o ataque esteja em uma situação de</p><p>superioridade numérica sobre a defesa, estando ela numa formação desorganizada.</p><p>Duas dicas para um contra-ataque efi caz:</p><p>1. Após o rebote, passar a bola para uma das laterais da quadra.</p><p>2. Após o passe para lateral, pode passar para o companheiro</p><p>no mesmo corredor ou driblar até o corredor central.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Acadêmico, a seguir, veremos opções de exercícios educativos que podem ser</p><p>estimulados durante uma atividade em dupla ou em trios que irão incentivar o trabalho</p><p>em equipe e tomada de decisões em pouco espaço e tempo, objetivando vivências</p><p>individuais e coletivas que ofereçam situações de superioridade e inferioridade numérica</p><p>através de pequenos e grandes jogos.</p><p>67</p><p>Quadro 8 – Exercícios educativos de sistema ofensivo e defensivo</p><p>Fonte: a autora</p><p>Atividade Explicação</p><p>“Você que lute”</p><p>Delimitar um espaço da quadra. Cada jogador com uma bola tentando se</p><p>manter no espaço driblando e, ao mesmo tempo, tentando empurrar a bola</p><p>dos demais para fora do espaço. Os jogadores sem bola ficarão fora do</p><p>espaço à espera de uma oportunidade de saída de bola para que possam</p><p>participar do jogo.</p><p>Basquete</p><p>bandeira</p><p>A turma é dividida em duplas e trios. Delimitar três espaços da quadra,</p><p>onde os defensores irão atuar como dupla e os atacantes em trio. As duplas</p><p>deverão sair passando e não vale driblar, tentando chegar no garrafão do</p><p>lado oposto. Caso a bola seja interceptada por um defensor, ele passará a</p><p>atacar e quem errou o passe tornar-se-á o defensor.</p><p>O Coringa</p><p>Turma dividida em equipe de cinco pessoas. Cada equipe terá duas duplas</p><p>e um coringa. O professor/treinador irá arremessar a bola na tabela. A dupla</p><p>que pegar primeiro a bola tornará a equipe que irá atacar e o coringa irá</p><p>sempre atacar. A bola sempre iniciará com o lançamento na tabela, será</p><p>considerada qualquer saída de bola para um novo lançamento.</p><p>A pressão</p><p>Colocar os alunos divididos em três colunas, onde cada uma irá representar</p><p>um número de 1 a 3. As fileiras 1 e 3 serão os defensores e a fileira de número</p><p>2 será o atacante. A bola iniciará com os jogadores da fileira 2. Após o apito</p><p>todos deverão correr e o objetivo é a finalização do atacante e a marcação</p><p>sob pressão dos defensores.</p><p>Contra- ataque</p><p>Em trio, deverão ficar enfileirados no garrafão. O professor/treinador irá</p><p>arremessar a bola na tabela e o primeiro da fila deverá pegar o rebote, o</p><p>segundo da fila ir para o lateral e o terceiro correr até o centro da quadra,</p><p>deverão trocar passes evitando o drible. Todos devem passar por todas as</p><p>posições. Tem a opção de trocar o passe até ao final da quadra e finalizar ou</p><p>só trabalhar a armação do contra-ataque.</p><p>Assista ao vídeo a seguir para fixar seu aprendizado: https://www.youtube.</p><p>com/watch?v=NxUMg65z2ZQ.</p><p>DICA</p><p>2.4.4 Exercícios Educativos</p><p>68</p><p>Podemos identifi car que o resultado de um sistema tático irá depender de muitas variáveis,</p><p>habilidades e experiências que são exigidas ao contexto do basquetebol. Por analogia, o</p><p>tempo inteiro, nós seres humanos fazemos escolhas e tomamos decisões. O que comer?</p><p>O que vestir? Aonde ir? No basquetebol não é diferente!</p><p>Ao observamos tempo e espaço, concluímos que a tomada de decisão é uma variável</p><p>que é demandada a todo o momento na prática do basquetebol. Qual passe executar?</p><p>Vou mais rápido? Arrisco arremessar de três pontos? Faço uma infi ltração? Passo?</p><p>São questionamentos que passam na cabeça do atleta ou praticante em milésimos de</p><p>segundo, assim como em nossa rotina. A diferença entre um atleta e</p><p>um praticante da modalidade é a cobrança, mas a tomada de</p><p>decisão está presente da mesma forma, dentro e fora de quadro.</p><p>Com isso, separamos uma leitura complementar para que você</p><p>possa agregar nos seus estudos de sistema tático a aplicabilidade</p><p>da tomada de decisão ao basquetebol. Irá te auxiliar em suas</p><p>práticas com a modalidade, seja em escola ou clubes e também</p><p>poderá ser funcional para o uso próprio, afi nal, a todo instante</p><p>temos escolhas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>69</p><p>TOMADA DE DECISÃO NO BASQUETEBOL</p><p>Luciana Ribeiro Olivé</p><p>Vitor Pantoja Britto</p><p>Tomada de decisão (TD) é uma capacidade cognitiva evidenciada no cotidiano das</p><p>pessoas e refere-se à escolha de uma opção entre alternativas, seja para selecionar que</p><p>roupa usar, em qual restaurante jantar ou até qual candidato eleger, por exemplo. Como</p><p>a linha de investigação científica, desperta interesse de diversas áreas do conhecimento,</p><p>como Psicologia, Sociologia, Matemática, Política, Educação e Ciências do Esporte.</p><p>Nos esportes, especialmente os de cooperação e oposição, como o basquetebol,</p><p>a TD manifesta-se para solucionar situações-problema em um ambiente de jogo,</p><p>marcado pela interação entre vários elementos, como praticante, companheiros,</p><p>adversários, espaço, tempo, regras, bola, entre outros. Sendo assim, no contexto</p><p>esportivo considera-se a TD como o processo de selecionar uma resposta em um</p><p>ambiente de múltiplas respostas possíveis. Em outras palavras, refere-se à realização de</p><p>um processo intencional para atingir um objetivo. Ela é entendida como uma “cognição</p><p>em ação”, ou seja, a resposta (“ação”) que o atleta solicita da “cognição” no jogo. Iremos</p><p>ver ao decorrer desse trabalho as demandas coordenativas, cognitivas táticas e os</p><p>fatores intervenientes para a tomada de decisão.</p><p>Demandas coordenativas e cognitivas: O basquetebol é formado por uma</p><p>soma de habilidades específicas. Essas habilidades motoras derivam das gerais (correr,</p><p>saltar, galopar, receber, passar, arremessar) e são utilizadas conforme as situações</p><p>do jogo, podendo ser ofensivas e defensivas, e o sucesso na solução dos problemas</p><p>apresentados no contexto da prática dependem do nível de desenvolvimento delas.</p><p>Para jogar basquetebol são necessárias, habilidades motoras: interceptação, precisão,</p><p>coordenação multimembros, ritmo e pontaria.</p><p>Assim, os sistemas motor e cognitivo se integram para garantir a melhor</p><p>performance motora. São sete capacidades coordenativas ou psicomotoras importantes</p><p>ao basquetebol: percepção espaço-temporal, seleção imagem-campo, coordenação</p><p>multimembros, coordenação óculo-manual, destreza manual, estabilidade braço mão</p><p>e precisão. Os componentes informacional, perceptivo e de tomada de decisão como</p><p>predominantes</p><p>das tarefas motoras no basquetebol. O conhecimento técnico-tático é</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>70</p><p>a base para o funcionamento de processos cognitivos como recepção, elaboração da</p><p>informação, antecipação e tomada de decisão, por exemplo. Cada um deles dá ao jogador</p><p>a possibilidade de estabelecer relações adequadas com os componentes do rendimento</p><p>esportivo e atingir o sucesso na solução das situações-problema da competição.</p><p>Demandas técnicas: a técnica pode ser definida como a estrutura de um</p><p>ator motor para o alcance de um objetivo. Em outras palavras, é e interpretação, no</p><p>tempo, espaço e situação, do meio instrumental operativo adequado para a resolução</p><p>de determinado problema motor. Pode ser resumida em “como fazer” e depende de</p><p>diversas características pessoais como capacidades físicas, habilidades motoras gerais</p><p>e específicas, além de atributos cognitivos para o entendimento do jogo. Em cada</p><p>esporte a técnica apresenta-se como a execução de fundamentos específicos. Eles</p><p>são os gestos motores básicos do jogo e podem ser acionados de forma isolada ou</p><p>em combinação com outros fundamentos podem ser individuais (drible, arremesso) ou</p><p>coletivos (passe, recepção), dependendo de quantos jogadores da mesma equipe são</p><p>necessários para a execução deles. No demais, o basquetebol é caracterizado em dois</p><p>tipos: de defesa e de ataque. Os primeiros são feitos sem a posse de bola, com exceção</p><p>do rebote defensivo, que possui uma fase de contato com a bola em sua recuperação.</p><p>Já os segundos são executados quando de posse da bola e têm diversas finalidades,</p><p>como o deslocamento do jogador com a bola (drible), lançamentos entre atletas da</p><p>mesa equipe (passes), lançamentos à cesta (bandejas e arremessos) e recuperações de</p><p>arremessos não convertidos (rebote ofensivo).</p><p>Para a realização apropriada dos fundamentos técnicos é imprescindível o</p><p>desenvolvimento de uma base de controle (ou manejo) de corpo. Ela possibilita ao</p><p>praticante a variação de movimentos e se manifesta em ações como: deslocamentos</p><p>(para frente, para trás e lateralmente), saltos, paradas bruscas, mudanças de ritmo,</p><p>trocas de direção e giros, por exemplo. Além disso, destaca-se a importância do manejo</p><p>da bola, que é a capacidade de manusear a bola nas diversas situações de jogo.</p><p>É importante lembrar que a maioria das técnicas utilizadas no jogo de basquete</p><p>são de natureza aberta, ou seja, executadas de acordo com o ambiente, que é diverso,</p><p>inconstante e imprevisível. Dessa forma, há de se relativizar o conceito de técnica. Ela</p><p>não se restringe aos fundamentos específicos, mas admite também a criação, pelo</p><p>atleta, de novas possibilidades de movimentos ou a seleção da técnica mais adequada</p><p>às circunstâncias do jogo.</p><p>Demandas Táticas: A tática pode ser entendida como um conjunto de processos</p><p>psíquicos cognitivos-motores que, dados determinados contextos espaço-temporais e</p><p>situacionais, levam à tomada de decisão mais adequada a uma demanda do jogo define-a</p><p>como alternativas de decisão ou planos de ação que permitem solucionar situações</p><p>frente aos adversários garantindo o sucesso esportivo. Taticamente, o basquetebol</p><p>abarca três tipos de ações principais: individuais (situações de 1x1), grupais (situações</p><p>71</p><p>de 2x2 e 3x3) e coletivas (situações de 4x4,5x5 e sistemas de jogo). Nesse sentido, o</p><p>jogo se estrutura em unidades complexas que, de forma progressiva, se juntam para</p><p>atingir a coletividade necessária aos objetivos da equipe.</p><p>Fatores intervenientes na TD: Atletas decidem em situações de pressão (tempo,</p><p>precisão, variabilidade, organização, complexidade e carga, por exemplo). Portanto, a TD</p><p>em contextos de jogo está condicionada por fatores como: tarefa, número de decisões</p><p>possíveis, tempo disponível para executar a ação, nível de incerteza em relação à</p><p>possível decisão, ordem sequencial das ações e número de elementos necessários para</p><p>a decisão. A escolha da resposta em esportes de habilidades abertas, como o basquete,</p><p>também depende da informação visual (localização espacial dos jogadores e/ou da</p><p>bola) e da experiência adquirida.</p><p>Dentre os fatores que afetam o tempo necessário para tomar decisões, pode</p><p>se destacar a quantidade de alternativas, a harmonia entre estímulo e resposta e o</p><p>tempo de prática disso, aspectos cognitivos, como percepção, antecipação e memória</p><p>são capazes de influenciar na TD.</p><p>O nível de conhecimento do jogo também influencia na TD. Estudos feitos sobre</p><p>o paradigma expert-novato, baseado no tempo de prática e experiência, mostram que o</p><p>conhecimento dos jogadores experts - adquirido por meio de anos de prática - é maior,</p><p>mais organizado, elaborado e estruturado que o dos novatos. Os mais experientes</p><p>sabem como e quando executar ações de acordo com sinais ambientais relevantes, o</p><p>que torna possível decidir mais rapidamente e corretamente.</p><p>Nesse sentido, as memórias de trabalho e de longo prazo têm grande importância.</p><p>De acordo com a Teoria do Controle Adaptativo do Pensamento peritos codificam as</p><p>informações com muito mais velocidade, em uma forma facilmente armazenável e</p><p>recuperável da memória de longo prazo para a memória de trabalho.</p><p>Considerações finais: O basquetebol é um jogo esportivo coletivo praticado em</p><p>ambiente aberto, ou seja, imprevisível e propenso a uma série de constrangimentos e</p><p>perturbações. Esses elementos podem ter origem nos jogadores, no ambiente de jogo</p><p>ou nas tarefas a serem executadas. Nesse sentido, a tomada de decisão apresenta-se</p><p>como fundamental para a qualidade da performance no basquetebol. Apesar de suas</p><p>diversas caracterizações, modelos e abordagens, entendemos que a TD no basquetebol</p><p>é o processo ativo e intencional de selecionar uma resposta em um ambiente de</p><p>múltiplas respostas possíveis para atingir determinado objetivo.</p><p>Consideramos que as informações necessárias à TD no basquetebol estão</p><p>na interação do atleta com o contexto em que está inserido, com destaque para a</p><p>necessidade de percepção e interpretação ativas dos constrangimentos ou restrições</p><p>(espaciais, temporais, entre outros) ambientais relevantes. Com relação ao processo</p><p>72</p><p>de ensino-aprendizagem-treinamento do basquetebol, há variedade considerável</p><p>de metodologias e estratégias, tradicionais e alternativas, que podem auxiliar no</p><p>desenvolvimento da capacidade decisional do jogador. Reconhecemos a relevância de</p><p>todas elas, porém, para além das metodologias, consideramos essencial a capacidade</p><p>do treinador de diagnosticar as valências e necessidades físicas, técnicas e táticas dos</p><p>atletas e sistematizar programas estruturados de treinamento decisional.</p><p>Por fim, compreendemos que o treinador deve manipular os constrangimentos</p><p>do jogo, ou seja, as variadas pressões (psicológicas, físicas, espaciais, temporais, entre</p><p>outras) que influenciam o comportamento dos jogadores em competição e oportunizar,</p><p>sempre que possível, a experiência de situações representativas do jogo real.</p><p>Fonte: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/14615. Acesso em: 30 dez. 2022.</p><p>73</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• O sistema tático é uma capacidade cognitiva em solucionar determinados problemas</p><p>em situações tanto defensivas como ofensivas. A aplicabilidade no basquetebol</p><p>é alusiva à utilização de recursos para definir situações dentro de uma equipe,</p><p>englobando os sistemas de jogo, quer sejam defensivos ou ofensivos, em situações</p><p>coletivas ou individuais.</p><p>• O basquetebol é considerado um esporte de invasão, que tem por característica de</p><p>jogo as equipes a ocuparem o setor da quadra/campo defendido pelo adversário para</p><p>marcar pontos, protegendo a sua meta simultaneamente.</p><p>• Os sistemas de defesa podem ser individuais, os quais possuem oito classificações</p><p>e que direcionam como o jogador irá se comportar, além da defesa por zona, que</p><p>irá exigir o engajamento de toda a equipe, sendo quatro caracterizadas por defesas</p><p>numéricas que irão proteger a zona do garrafão, e cinco que são o cruzamento entre</p><p>a defesa individual e por zona.</p><p>Cada uma delas possui um objetivo diferente.</p><p>• O sistema ofensivo também possui característica individual e coletiva. O sistema ofensivo</p><p>individual será nomeado pela posição dos jogadores que vão desempenhar diferentes</p><p>funções de acordo com a altura e habilidade e os sistema ofensivo coletivo apresenta</p><p>nomenclaturas numéricas buscando movimentações de jogadas combinadas.</p><p>• Não existe um método 100% eficaz para os sistemas de defesa e ofensivos, mas sim aquele</p><p>que possui uma estratégia mais adequada de acordo com a leitura do jogo realizada.</p><p>• Estimular os exercícios de superioridade e inferioridade numérica consequentemente</p><p>treina a tomada de decisão aplicada ao basquetebol.</p><p>• O contra-ataque é uma transição de uma situação defensiva para a ofensiva. Ação de tentar</p><p>o arremesso rapidamente e de forma organizada, surpreendendo a equipe adversária em</p><p>seu retorno à defesa, antes que estes consigam se reorganizar defensivamente.</p><p>74</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Com base nos conteúdos apresentados, sabemos que a defesa acontece quando é</p><p>possível anular ou minimizar a jogada da equipe ou do adversário. Sobre as classificações</p><p>do sistema de defesa individual, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Diamante, por zona, ajuda, antecipação, losango, mista, troca de marcação e flutuação.</p><p>b) ( ) Simples, por zona, sob pressão, antecipação, troca de marcação, combinada e flutuação.</p><p>c) ( ) Simples, visão orientada, ajuda, flutuação, antecipação, troca de marcação.</p><p>d) ( ) por zona, simples, sob pressão, flutuação, combinada, mista, ajuda e antecipação.</p><p>2 É considerado como um bloqueio, ótimo recurso contra defesa individual. Pode ser</p><p>utilizado durante a organização das jogadas, que tem por objetivo impedir a passagem</p><p>do defensor que está marcando o jogador com ou sem posse da bola, com o propósito</p><p>de livrar esse atacante da marcação, concluindo o ataque em finalização. Em alguns</p><p>casos, é necessário que a equipe adversária realize a troca de marcação. Sobre o</p><p>exposto, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - Corta luz.</p><p>II - Giro e fintas.</p><p>III - Diamante ou mista.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 O sistema ofensivo individual é realizado pela característica desempenhada pela</p><p>posição dos jogadores. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e</p><p>F para as falsas:</p><p>( ) A posição ofensiva dos jogadores são: pivô alto, pivô baixo, lateral alto, lateral baixo</p><p>e armador.</p><p>( ) A posição ofensivas dos jogadores são: pivô alto, pivô baixo, lateral mediano, lateral</p><p>baixo e armador.</p><p>( ) A posição ofensivas dos jogadores são: pivô alto, pivô baixo, lateral alto, lateral baixo</p><p>e coringa.</p><p>75</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 De acordo com os conteúdos abordados, sabemos que o contra-ataque se inicia a partir</p><p>de uma defesa. Nesse sentido, disserte sobre contra-ataque e escolha dois sistemas</p><p>defensivos do basquetebol abordados por Carvalho (2001) para exemplificar.</p><p>5 O sistema tático é dividido por sistema defensivo e ofensivo. No entanto, possui recursos</p><p>que são utilizados em ambos os sistemas, que irão auxiliar em saída de marcações e</p><p>nos ataques. Neste contexto, disserte sobre os três recursos citados nesse tema de</p><p>aprendizagem que compõem o sistema tático.</p><p>76</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANDRADE, D. L. Análise histórica da evolução dos sistemas defensivos no bas-</p><p>quetebol brasileiro masculino adulto. 2019, 152f. Dissertação (Mestrado em ciência</p><p>da atividade física). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.</p><p>CARVALHO, W. Basquetebol: Sistemas de ataque e defesa. Rio de Janeiro:</p><p>Sprint, 2001.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. Disponível</p><p>em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 3 dez. 2023.</p><p>CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL. Regras Oficiais de Basketball.</p><p>2020. Disponível em: https://www.cbb.com.br/arbitragem/22/regras-oficiais-de-</p><p>-basketball-revisao-setembro-2021/. Acesso em: 26 fev. 2023.</p><p>CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL. Regras Oficiais Basketball 2022 -</p><p>Alterações Outubro 2022. 2022. Disponível em: https://www.cbb.com.br/wp-content/</p><p>uploads/Regras-Oficiais-Basketball-2022-ALTERACOES-OUTUBRO-2022-Final.pdf.</p><p>Acesso em: 28 mar. 2023.</p><p>CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL. Conquistas. 2023. Disponível em:</p><p>https://www.cbb.com.br/conquistas. Acesso em: 3 jan. 2023.</p><p>CEIME. A metrologia nas Olimpíadas de basquetebol. 2023. Disponível em: https://</p><p>www.calibracaoceime.com.br/2012/05/a-metrologia-nas-olimpiadas-basqueteball/.</p><p>Acesso em 23 fev. 2023.</p><p>DAIUTO, M. Basquetebol: origem e evolução. São Paulo: Iglu, 1991.</p><p>DE ROSE JUNIOR, D.; TRICOLI, V. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência</p><p>e prática. Barueri/SP: Manole, 2005.</p><p>DUARTE, Orlando. História dos esportes. Senac, 2019.</p><p>FERREIRA, N. C. Basquetebol na Escola. 3ª ed.Rio de Janeiro: Sprint, 2007.</p><p>GALATTI, L. R. et al. Pedagogia do esporte e basquetebol: aspectos metodológicos para</p><p>o desenvolvimento motor e técnico do atleta em formação. Arquivos em Movimento,</p><p>Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 79-93, 2012.</p><p>77</p><p>GONÇALVES, L. F. et al. Mapeamento da produção do conhecimento sobre a modalida-</p><p>de do basquetebol nos periódicos brasileiros. Pensar a prática, v. 20, n. 3 p. 1-14, jul./</p><p>set. 2017.</p><p>GONZÁLEZ, F. J.; BRACHT, V. Metodologia do ensino dos esportes coletivos. Vitó-</p><p>ria: Universidade Federal do Espírito Santo, 2012.</p><p>HIRATA, E.; STAREPRAVO, F. A. A história do basquetebol vista sob outra ótica. In:</p><p>CONGRESSO SULBRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 8., 2016 Criciúma. Anais [...]</p><p>Criciúma: SC, 2016.</p><p>ROSE JÚNIOR, D.; TRICOLI, V. Basquetebol: Uma visão integrada entre ciência e</p><p>prática. Barueri: Manole, 2005.</p><p>ROSE JÚNIOR, D.; FERREIRA, A. E. X. Basquetebol: Técnicas e Táticas: Uma abor-</p><p>dagem didático-pedagógica. 3. ed. São Paulo: E.P.U., 2010.</p><p>MARICONE, L. M.; GALATTI, L. R.; PEREZ, B. L. Pedagogia do Esporte: uma proposta</p><p>de iniciação em basquetebol a partir de conceitos do jogo. In: XXIV CONGRESSO DE</p><p>INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNICAMP. Anais... SÃO PAULO: SP, 2016.</p><p>MARONEZE, S. Basquetebol: manual de ensino. São Paulo: Ícone Editora, 2013.</p><p>OLIVÉ, L. R.; BRITTO, V. P. Tomada de decisão no Basquetebol. 2020,49f. Trabalho</p><p>de conclusão (Bacharelado em Educação Física). Faculdade de Ciências da Educação,</p><p>Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2020.</p><p>PENHA, V. O. et al. Sistemas de defesa e ataque no basquetebol. Lecturas: Educaci-</p><p>ón Física y Deportes, v. 18, n. 188, 2014. Disponível em: https://www.efdeportes.com/</p><p>efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm. Acesso em: 23 fev. 2023.</p><p>SOUZA, V. H de. Metodologia do ensino do basquetebol. Londrina: Editora e Distri-</p><p>buidora. Educacional (S.A), 2018. p. 224.</p><p>WOOTTEN M. Coaching basketball successfully. Champaign: Leisure Press, 1992.</p><p>ZERBINATO F. Fundamentos técnicos do basquetebol. 2012. https://pt.slideshare.</p><p>net/ferzerbinato/fundamentos-tecnicos-do-basquetebol. Acesso em: 26 fev. 2023.</p><p>78</p><p>79</p><p>ASPECTOS DO</p><p>TREINAMENTO DESPORTIVO</p><p>NO BASQUETEBOL</p><p>UNIDADE 2 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender os aspectos fi siológicos, nutricionais e psicológicos que vão contribuir</p><p>para a prescrição do treinamento em basquetebol;</p><p>• identifi car e entender como funcionam as variáveis que mais infl uenciam no</p><p>desempenho e na saúde do atleta de basquetebol;</p><p>• entender, descrever e analisar biomecanicamente o movimento do basquetebol;</p><p>• aprender e aplicar as avaliações específi cas, considerando os aspectos do treinamento;</p><p>• conduzir um treinamento de basquetebol baseado em evidências científi cas e</p><p>metodológicas.</p><p>A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de</p><p>reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – FATORES FISIOLÓGICOS, NUTRICIONAIS E PISCOLÓGICOS</p><p>TÓPICO 2 – A BIOMECÂNICA DO BASQUETEBOL</p><p>TÓPICO 3 – AVALIAÇÕES NO BASQUETEBOL</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>80</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>81</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>FATORES FISIOLÓGICOS,</p><p>NUTRICIONAIS E PISCOLÓGICOS</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, abordaremos sobre os fatores</p><p>fisiológicos, nutricionais e psicológicos aplicados ao basquetebol. Entre os esportes de</p><p>verão e inverno, temos 59 esportes diferentes. Cada modalidade esportiva, a ser de</p><p>forma olímpica, escolar ou recreacional, apresentará as suas exigências e necessidades.</p><p>Nesse contexto, o basquetebol possui suas especificidades no âmbito da saúde e</p><p>performance fisiológica, que, no primeiro momento, nos auxiliará na identificação</p><p>da caracterização geral do jogo, assim como os fatores nutricionais e psicológicos</p><p>direcionados à modalidade.</p><p>No aspecto fisiológico, serão apresentados os três sistemas energéticos: aeróbio,</p><p>anaeróbio alático e anaeróbio lático, e quais as suas características, como a durabilidade</p><p>média dos estímulos em cada sistema e as modalidades que mais representam um</p><p>determinado sistema energético. Em seguida, será apresentada a aplicabilidade desses</p><p>sistemas, considerando o uso das principais variáveis: frequência cardíaca, consumo</p><p>de oxigênio e lactado sanguíneo, que amplamente são utilizadas para a prescrição do</p><p>treinamento no basquetebol.</p><p>Ao final desse tema de aprendizagem, traremos a proposta dos fatores nutricionais,</p><p>como as estratégias de quantidade, tempo e quando utilizar os principais substratos</p><p>energéticos (carboidrato, proteína e lipídio), que são controlados para um bom desempenho</p><p>no basquetebol. Já os aspectos psicológicos, como, o estresse e o nível de humor</p><p>apresentam relevância para uma prescrição no treinamento e desempenho esportivo.</p><p>2 CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DO BASQUETEBOL</p><p>O basquetebol possui sua caracterização fisiológica e as suas variáveis</p><p>intervenientes: sexo, idade, nível de treinamento, nível do jogo dos jogadores e do estilo</p><p>de jogo da equipe, que irão influenciar em sua predominância fisiológica e que devem</p><p>ser respeitadas para a caracterização fisiológica e prescrição.</p><p>82</p><p>A contribuição nessa unidade será atribuída a uma partida de</p><p>competição a níveis de desempenho esportivo, até para o nosso</p><p>entendimento ser ilustrativo, com uma abordagem midiática e</p><p>histórica. A partir dessa abordagem, na Unidade 3, iremos distinguir</p><p>essa caracterização de forma especializada a outros grupos.</p><p>ESTUDOS FUTUROS</p><p>Um jogo de basquete demanda que os indivíduos venham a atingir esforços</p><p>máximos por um curto período de tempo (HADDAD; DANIEL, 2005). Desse modo,</p><p>todos os sistemas energéticos serão fundamentais para a produção de energia. Com</p><p>esse esforço máximo, torna-se vital o período de recuperação logo após os esforços</p><p>curtos e intensos nas pausas do jogo e, como veremos mais a frente, a recuperação</p><p>está associada à fase aguda, ou seja, assim que a partida termina, e também à fase</p><p>crônica, que seria dentro de um período maior (planejamento). Como em grande parte</p><p>dos desportos coletivos, no basquetebol, os atletas são sujeitos a atividades motoras</p><p>intensas e alternadas, com períodos de trabalho e pausa, conferindo-lhe a designação</p><p>de desporto de caráter intermitente (CARVALHO et al., 2011).</p><p>Com essa intensidade, chama-se a atenção para além da preparação física,</p><p>sendo a alimentação pauta de planejamento, pois infl uencia no fornecimento de</p><p>energia e também na agregação de proteínas para o crescimento da fi bra muscular.</p><p>Além disso, conhecer os fundamentos técnicos da modalidade, como aprendemos na</p><p>Unidade 1, é importante na busca do conhecimento e controle das variáveis fi siológicas</p><p>(HADDAD; DANIEL, 2005) e das estratégias nutricionais adequadas que irão infl uenciar</p><p>no desempenho para as demandas dentro da quadra. Dessa forma, esses indicadores</p><p>irão alertar ao professor/treinador que o jogador não ultrapasse o seu limite individual</p><p>de adaptação, podendo levar a perdas de desempenho ou até mesmo overtraining</p><p>(FOSTER, 1998).</p><p>No meio competitivo, por ser uma modalidade de rápidas transições seguidas</p><p>de tomada de decisões imediatas, é necessário o cuidado da saúde mental do jogador</p><p>que poderá acarretar estresse psicológicos, mas também com a tensão e ansiedade</p><p>que antecedem os jogos, em que a presença da “pressão” em acertar e não errar são</p><p>intermitentes. Já no âmbito do aprendizado, esse fator pode ser evitado com aplicação</p><p>de estratégias de aprendizado para a progressão e elogios realizados para evitar</p><p>constrangimentos.</p><p>Em conclusão da análise sobre a caracterização fi siológica do esporte,</p><p>apresentaremos uma descrição cronológica com contribuições de autores.</p><p>83</p><p>• McInnes (1995) concluiu que 15% do tempo de jogo de basquete é</p><p>considerado de alta intensidade e são realizadas 997 mudanças de posição</p><p>em um jogo de 48 minutos de duração. Isso resulta em uma mudança de</p><p>movimento a cada dois segundos. Os deslocamentos representaram 34,6%</p><p>e correr representou 31,2%. Os saltos corresponderam 4,6% e o ato de estar</p><p>em pé ou andando, 29,6% dos movimentos.</p><p>• Moreno (1988) concluiu que 52% dos tempos de ação e 42% dos tempos de</p><p>pausa ocorrem entre 11 e 40s.</p><p>• Bompa e Haff (2012) consideram as exigências energéticas do basquete da</p><p>seguinte forma: 80% ATP-CP, 10% glicolítico, e 10% oxidativo.</p><p>• Kraemer et al. (2015) consideram a predominância dos sistemas: 20% ATP-</p><p>CP, 20% glicolítico, e 60% oxidativo.</p><p>Por uma questão cronológica e metodológica, teremos diferentes achados na</p><p>literatura com a contribuição dos autores destacados. Podemos identificar que todos</p><p>os sistemas são recrutados e necessários, no entanto, o de predominância é o sistema</p><p>anaeróbio, com características alática e lática (CUI et al., 2019). No subtema seguinte, iremos</p><p>relembrar detalhadamente cada sistema energético e como eles agem em uma partida.</p><p>O que é overtraining?</p><p>A síndrome de overtraining (OTS) é uma condição associada a um desequilíbrio de longo prazo</p><p>entre treinamento e recuperação. Relatado pela primeira vez na literatura científica na década</p><p>de 1930, é caracterizado por diminuição do desempenho, fadiga e distúrbios do humor e foi</p><p>proposto que afeta entre 20% e 60% dos atletas ao longo de suas carreiras. Em comparação</p><p>com o overreaching funcional e não funcional, o OTS é a condição mais grave e reflete um</p><p>acúmulo crônico de estressores de treinamento e não treinamento que podem levar meses</p><p>a anos para se recuperar totalmente. No entanto, a fisiopatologia dessa condição ainda é</p><p>pouco compreendida, com a avaliação de uma série de medidas psicológicas, bioquímicas,</p><p>imunológicas, neurais e neuroendócrinas comumente avaliadas com pouco sucesso. Além</p><p>disso, as inconsistências na terminologia e no diagnóstico de OTS provavelmente contribuíram</p><p>para a má compreensão desse fenômeno, e as informações sobre os efeitos da verdadeira OTS</p><p>em populações de elite são extremamente limitadas. OTS é definido como “uma diminuição</p><p>específica do esporte no desempenho, juntamente com distúrbios no estado de humor. O</p><p>baixo desempenho persiste apesar de um período de recuperação que duas semanas ou</p><p>meses.” Por causa dessa definição ambígua, OTS é um conceito vago. Embora muitas vezes</p><p>considerada uma versão mais extrema de overreaching, as definições de consenso implicam</p><p>que a principal diferença entre OTS e overreaching é a quantidade de tempo necessária</p><p>para a restauração do desempenho. No entanto, a dificuldade reside na sutil diferença que</p><p>pode existir entre atletas com overreaching não funcional e aqueles que sofrem de OTS.</p><p>Além disso, a inclusão de alterações de humor ou psicológicas nem sempre foi usada nas</p><p>NOTA</p><p>84</p><p>definições. É difícil compreender que uma fadiga tão severa que causa uma</p><p>diminuição</p><p>prolongada, mas transitória, do desempenho não induziria algum</p><p>tipo de sinal ou sintoma psicológico. Assim, a terminologia vaga e a incerteza</p><p>decorrente das definições existentes dificultam a identificação da literatura</p><p>que fornece evidências objetivas sobre OTS.</p><p>Fonte: Weakley; Halson; Mujika (2022, p.1)</p><p>2.1 SISTEMAS ENERGÉTICOS</p><p>Acadêmico, o sistema energético é divido em três: anaeróbio alático, lático e</p><p>oxidativo, que vão atuar simultaneamente, independente da intensidade do exercício.</p><p>No início do exercício, haverá uma rápida ativação dos três sistemas de energia,</p><p>resultando em aumento do consumo de oxigênio (VO2) e de substratos armazenados,</p><p>notadamente dos fosfatos de alta energia e glicogênio musculares, e, dependendo do</p><p>tempo, naturalmente, o acúmulo de lactato. Vamos rever como os sistemas funcionam</p><p>e a predominância deles em cada momento no basquetebol.</p><p>• Energia imediata | Anaeróbio – Sistema ATP-PCR</p><p>É atividade física de alta intensidade e curta duração, que requer energia imediata,</p><p>como a corrida de 100m, a natação de 25m ou o levantamento de pesos pesados. Essa</p><p>energia provém que exclusivamente de fosfatos de alta energia intramusculares (ou</p><p>fosfagênio), trifosfato de adenosina (ATP) e fosfocreatina (PCr). Cada quilograma de</p><p>músculo estriado esquelético contém de 3 a 8 a mml de ATP e de 4 a 5 vezes mais de PCr.</p><p>Para uma pessoa que pesa 70kg com uma massa muscular de 30kg, isso</p><p>representa entre 70 e 690 mmol de fosfato de alta energia, admitindo-se que 20kg</p><p>de músculos se tornam ativos durante uma atividade realizada com “grandes grupos</p><p>musculares”. A energia armazenada na forma de fosfagênio consegue acionar uma</p><p>caminhada rápida por 1 min, uma corrida com ritmo de maratonapor 20 a 30 segundos</p><p>ou uma corrida com velocidade máxima por 5 a 8 segundos. É provável que a quantidade</p><p>desses compostos de alta energia seja consumida completamente em 20 a 30 segundos</p><p>de exercício máximo. A taxa máxima de transferência de energia pelos fosfatos de</p><p>alta energia ultrapassa em quatro a oito vezes a transferência máxima de energia do</p><p>metabolismo aeróbico. Em um pique (sprint) de 100m, como no recorde mundial por</p><p>Usain Bolt, da Jamaica (recorde mundial de 9,58s (10,44m/s), estabelecido em 16 de</p><p>agosto de 2009; recorde olímpico de 9,63s (10, 38 m/s), estabelecido em 5 de agosto de</p><p>2012), o corredor não consegue manter a velocidade máxima durante toda a corrida. No</p><p>fim da corrida, o corredor começa a reduzir sua velocidade.</p><p>Fonte: Powers e Howley (2014, p. 51)</p><p>85</p><p>• Energia a curto prazo | Anaeróbio – Sistema Glicolítico (formação do lactato)</p><p>A ressíntese dos fosfatos de alta energia é rápida durante a atividade física</p><p>intensa e de curta duração. A energia para fosforilar o ADP durante esse tipo de</p><p>movimento provém principalmente da degradação do glicogênio muscular armazenado</p><p>por meio da glicólise anaeróbica rápida, com subsequente formação de lactato.</p><p>Lembre-se de que esse processo torna possível a formação também rápida do ATP</p><p>sem a presença de oxigênio. A glicólise anaeróbica rápida para a ressíntese do ATP só</p><p>pode ser considerada uma fonte energética de reserva. Ela se torna ativa quando uma</p><p>pessoa acelera no início do movimento ou durante os últimos quilômetros em uma</p><p>corrida, quando realiza um esforço máximo do início ao fim durante uma corrida de</p><p>440m ou uma prova de natação de 100m. Acúmulos rápidos e consideráveis de lactato</p><p>sanguíneo ocorrem principalmente no músculo agonista, com movimentos máximos</p><p>entre 60 e 180 segundos de duração. A redução na ansiedade para prolongar o período</p><p>de movimento acarreta redução correspondente ao acúmulo de lactato e no nível final</p><p>do lactato sanguíneo.</p><p>Fonte: Powers e Howley (2014, p. 52)</p><p>• Energia a longo prazo | Aeróbio – Sistema Oxidativo</p><p>O sistema energético aeróbico fornece quase toda a transferência de energia</p><p>quando uma atividade física intensa prossegue por mais alguns minutos.</p><p>A produção aeróbia de ATP ocorre dentro da mitocôndria e envolve a interação</p><p>de duas vias metabólicas cooperativas: (1) o ciclo de Krebs e (2) a cadeia de transporte de</p><p>elétrons. A entrada no ciclo de Krebs requer preparo de uma molécula de dois carbonos a</p><p>acetil-CoA. Acetil-CoA pode ser formada a partir da quebra de carboidratos, gorduras ou</p><p>proteínas, que, em resumo, irão produzir CO2, e fornecem elétrons a serem passados pela</p><p>cadeia de transporte de elétrons para fornecer energia destinada à produção aeróbia de</p><p>ATP. As enzimas catalisadoras das reações do ciclo de Krebs estão localizadas dentro das</p><p>mitocôndrias. O papel primário do ciclo de Krebs é completar a oxidação de substratos e</p><p>formar NADH e FADH para entrar na cadeia de transporte de elétrons. O resultado final</p><p>da cadeia de transporte de elétrons é a formação de ATP e água. A água é formada por</p><p>elétrons aceptores de oxigênio. Desse modo, o motivo que nos leva a respirar oxigênio é</p><p>usá-lo como aceptor final de elétrons no metabolismo aeróbio.</p><p>Fonte: Powers e Howley (2014, p. 62-63).</p><p>O sistema aeróbico/oxidativo será manifestado igualmente ao sistema ofensivo</p><p>e defensivo manifestado por ações como andar, trotar e, nos períodos de recuperação</p><p>das ações mais intensas (MANCHA et al., 2020). Ao analisar as movimentações no</p><p>86</p><p>basquetebol, podemos observar a intensidade de sprints que são realizados no ataque,</p><p>contra-ataque e defesa, utilizando-se do sistema anaeróbio exigindo agilidade e</p><p>velocidade seguidas por saltos por arremessos ou rebotes.</p><p>Acadêmico, neste subtema você terá um “spoiler” na prescrição de cada</p><p>jogador. Veremos que a análise estatística irá nos ajudar a entendermos como cada</p><p>jogador se comporta durante uma partida de basquete e apesar das suas diferenças,</p><p>vamos verifi car que as necessidades energéticas serão as mesmas. O que irá determinar</p><p>a especifi cidade da prescrição do treinamento de cada posição será mais detalhado a</p><p>partir da análise biomecânica. Veja a estatística seguida da descrição.</p><p>A estatística auxilia como parâmetro de identifi cação fi siológica no desempenho e os sistemas</p><p>predominantes dos jogadores. Observe a estatística do time Los Angeles Lakers em 2022.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Quadro – Estatística do desempenho dos jogadores de cada posição</p><p>Nome Posição MIN PTS REB AST STL FGM FGA</p><p>Lebron James Ala 35.9 28.9 8.2 6.7 1.0 11.3 22.1</p><p>Anthony Davis Ala/pivô 33.4 27.4 12.1 2.6 1.3 10.2 17.2</p><p>Russell Westbrook Armador 27.9 14.6 6.4 7.7 1.0 5.4 13.3</p><p>Thomas Bryant Pivô 21.4 12.2 6.9 1.0 0.4 4.9 7.3</p><p>Patrick Beverley Ala/Armador 27.0 6.0 3.7 2.7 0.8 2.1 5.3</p><p>MIN- Tempo de jogo.</p><p>PTS- tempo de jogo.</p><p>REB- Rebotes por jogo.</p><p>AST- Assistência por jogo.</p><p>FGM- Arremesso convertido.</p><p>FGA- Tentativa de arremessos.</p><p>Fonte: https://www.espn.com.br/nba/time/estatisticas/_/nome/lal/table/</p><p>game/ordenar/avgPoints/dir/desce.Acesso em: 7 jan. 2023.</p><p>Veja: o jogador Lebron James é o que se apresenta como o atleta mais</p><p>representativo no tempo total de jogo e o que mais arrisca os arremessos, com o maior</p><p>número de pontuação entre os demais. A partir de suas habilidades, podemos observar</p><p>que ele vai precisar de resistência com uma boa capacidade de oxigênio e força explosiva</p><p>para os rebotes e arremessos. Anthony Davis está muito próximo do Lebron, a diferença</p><p>é que por Anthony também ser pivô, sua característica de arremesso é de curta e média</p><p>distância (rebotes), enquanto Lebron tem a característica de arremessos de média a longa</p><p>87</p><p>distância. Lebron, com características mais ofensivas, possui maior número de assistências</p><p>comparado a Anthony, que possui característica mais diversificada e inclinada mais para</p><p>a defesa, com maior número de rebotes. Apesar de habilidades um pouco diferentes, a</p><p>estatística mostrou que ambos podem usufruir de uma prescrição similar.</p><p>Em seguida, temos o armador Russel e o ala armador Patrick, com mais de 50%</p><p>do tempo em jogo, auxiliando nas interceptações de bola. Russel com maior número de</p><p>assistência por jogo, considerando ser um jogador mais rápido e com arremessos a longa</p><p>distância. Ao que o quadro indica, parece que os dois jogadores possuem prescrições</p><p>semelhantes. Todos eles com características mais distantes do pivô Thomas, por</p><p>dominar a região do garrafão e auxiliar nos pontos por rebote e arremessos, utilizando</p><p>mais de sua altura e a expansividade. O que podemos afirmar até agora com o que</p><p>foi apresentado é que os dois primeiros jogadores parecem ter recrutado uma maior</p><p>capacidade de oxigênio para a manutenção por mais tempo no jogo.</p><p>Apesar de suas especificidades, todas as posições possuem e recrutam todos</p><p>os sistemas energéticos, todos com necessidade de correr, deslocar e arremessar.</p><p>O diferencial será o recrutamento dentro de uma necessidade que será exercida por</p><p>treinamento específico. Por ser uma modalidade rápida, o sistema energético alático</p><p>é muito utilizado nos movimentos de passes, deslocamentos, corridas e arremessos</p><p>imediatos, seguido do sistema lático, com a formação do lactato com esses movimentos</p><p>realizados de forma repetitiva e intensos, quando se ultrapassa os 60 segundos em</p><p>corridas e saltos, por exemplo, muito comum no contra-ataque. Com a necessidade</p><p>de se manter no jogo por um grande período de tempo, vem a demanda do sistema</p><p>oxidativo, sendo necessário consumo de oxigênio, que irá auxiliar na sustentação.</p><p>O sistema oxidativo está presente à medida que os outros sistemas são recrutados por um</p><p>tempo limitado e específico? Ou ele se faz presente desde o início?</p><p>O sistema oxidativo, comparado aos demais (alático e lático), se apresenta como predominante</p><p>em qualquer exercício físico, fato que pode ser explicado por uma melhor oxidação dos</p><p>macronutrientes e um saldo energético superior em relação à quantidade de ATP produzida.</p><p>Apesar dessa predominância aeróbica, quando há necessidade de uma ressíntese mais</p><p>acelerada de ATP, há o aumento da contribuição anaeróbia. Isso acontece pela quantidade</p><p>de difosfato de adenosina (ADP), fostato inorgânico (Pi) e pelo pH do meio, bem como a</p><p>biodisponibilidade de substratos energéticos, que vão estimular essas vias metabólicas</p><p>(BENETTI; SANTOS; CARVALHO 2000).</p><p>É comum que em todo início de uma atividade tenhamos mais a presença do sistema alático</p><p>e lático, no entanto, o aeróbio está presente a todo o instante. Por natureza, somos seres</p><p>aeróbicos. A cada repetição de movimentos que realizamos temos a demanda de oxigênio,</p><p>mas não significa que sempre o utilizamos com uma boa capacidade. É um sistema treinável e</p><p>sua capacidade irá auxiliar na recuperação do treinamento e a cada exercício e ou movimento.</p><p>NOTA</p><p>88</p><p>No basquetebol, não é diferente. Nas repetições de passes, arremessos, corridas e</p><p>deslocamentos, como vimos, a demanda alática e lática irão predominar, mas o oxidativo/</p><p>aeróbio irá auxiliar para sustentar e para recuperar entre um passe e ou outro,</p><p>entre os arremessos e corridas e até entre os treinamentos e os jogos.</p><p>Durante a prática do basquetebol, as capacidades motoras como agilidade,</p><p>velocidade e força podem ser ativadas por exercícios que requerem</p><p>predominantemente uma boa capacidade aeróbica, e estão associadas</p><p>às demais capacidades físicas, de acordo com as necessidades e posições</p><p>de cada jogador (OLIVEIRA; NAVARRO, 2007).</p><p>Considerando a fundamentação teórica e a estatística citada dos jogadores, o</p><p>que podemos afirmar é que os sistemas energéticos serão utilizados como base para</p><p>a prescrição, partindo da característica geral da modalidade, mas não temos como</p><p>prescrever um sistema predominante para cada posição. Os sistemas alático e lático são</p><p>os mais utilizados e o oxidativo também é muito presente, paralelamente, na capacidade</p><p>de manter a realização da atividade.</p><p>Nesse sentido, é possível compreender a caracterização fisiológica da</p><p>modalidade fundamentada com os sistemas energéticos em cada fase do jogo e o</p><p>baseamento das estatísticas que auxiliam na prescrição do basquetebol. As variáveis</p><p>fisiológicas mensuráveis podem ser observadas por instrumento de monitoramento</p><p>durante o treinamento e/ou nas partidas, as quais irão constituir o entendimento</p><p>fisiológico do desempenho e as futuras tomadas de decisões do jogador e da equipe.</p><p>Com essas informações é possível respeitar a individualidade biológica de</p><p>cada jogador, prometendo resultados mais assertivos não só para atletas, mas, com</p><p>monitoramentos básicos, é possível realizá-los em cenários escolares e amadores,</p><p>auxiliando na compreensão e evitando que esse indivíduo não só se submeta a cargas</p><p>além do que possa suportar (overtraining), mas também evite constrangimentos</p><p>e frustrações. Para isso, entender como funciona as variáveis de prescrição para o</p><p>exercício aeróbio e anaeróbio no basquetebol é de suma importância.</p><p>Um dos fatores importantes para a prescrição do exercício aeróbio no</p><p>basquetebol é o controle da intensidade adequada do esforço. As variáveis consumo</p><p>máximo de oxigênio (VO2 máx), o equivalente metabólico, a percepção subjetiva do</p><p>esforço, os limiares ventilatórios e frequência cardíaca (FC) devem ser levadas em</p><p>consideração. Entre esses indicadores, os mais utilizados no contexto desportivo são a</p><p>frequência cardíaca e o consumo de oxigênio e, para a prescrição do exercício anaeróbio,</p><p>o controle do lactato sanguíneo.</p><p>89</p><p>2.2 FREQUÊNCIA CARDÍACA, O CONSUMO DE OXIGÊNIO E</p><p>LACTATO SANGUÍNEO</p><p>A frequência cardíaca, o consumo de oxigênio e lactato sanguíneo são as</p><p>principais variáveis a serem compreendidas no basquetebol, pois estão ligadas</p><p>diretamente aos sistemas energéticos vistos anteriormente, e serão a base para a</p><p>prescrição do treinamento adequado.</p><p>2.2.1 Frequência Cardíaca</p><p>A frequência cardíaca vai expressar a quantidade de vezes que o coração bate</p><p>por minuto, com contração e relaxamento dele (sístole e diástole) (MCARDLE; KATCH;</p><p>KATCH, 2016).</p><p>Monitorar as respostas típicas dos jogadores durante o jogo de basquetebol irá</p><p>permitir que os praticantes tenham uma melhor adaptação às atividades de treinamento</p><p>que atendem ou excedem as intensidades durante os jogos (ABDELKRIM; FAZAA; ATI</p><p>2007) Com isso, a medição da FC do jogador poderá ser referência sobre o estado de</p><p>fadiga em resposta a uma única ou a sessões repetitivas de exercício e irá determinar</p><p>as adaptações cardiovasculares ao exercício.</p><p>Uma alta carga interna acumulada, interna ou externa exacerbada baseada na</p><p>FC, pode ser acompanhada por fadiga aumentada, redução coordenação, diminuição da</p><p>propriocepção, capacidade de tomada de decisão prejudicada, diminuição do controle</p><p>neuromuscular, além de predispor lesões, particularmente na parte inferior do corpo em</p><p>jogadores de basquete (GABBETT, 2016).</p><p>Os valores encontrados na literatura irão variar de acordo com o sexo, idade,</p><p>tamanho da quadra, quantidade de jogadores, o nível do jogo e, em algumas situações,</p><p>o posicionamento. Com isso, a variação média da FC durante um jogo em atletas de</p><p>basquetebol do sexo masculino com idades acima 19 anos apresentaram valores de 162 ± 7</p><p>b·min a 176 ± 4 b·min. No sexo feminino, com idade superior a 19 anos, entre 163 ± 10 b·min</p><p>a (186 ± 5 b·min (RODRÍGUEZ et al., 2003). O monitoramento da frequência cardíaca pode</p><p>ser realizado por um frequencímetro. A vantagem de utilizar essa medição é que ela poderá</p><p>fornecer em tempo real os registros do atleta e é considerada de custo baixo a médio. Desse</p><p>modo, a frequência cardíaca é uma das variáveis de monitoramento para desempenho e</p><p>recuperação, mas não é a única e nem a mais precisa para o sistema aeróbio.</p><p>2.2.2 Consumo de oxigênio</p><p>O consumo de oxigênio (VO2) é uma medida objetiva da capacidade do organismo</p><p>em transportar e utilizar o oxigênio para a produção de energia. É o índice fisiológico que</p><p>melhor representa a potência aeróbia máxima e uma medida da quantidade máxima</p><p>90</p><p>de energia que pode ser produzida pelo metabolismo aeróbio em uma determinada</p><p>unidade de tempo, com a condição de identificar quando o incremento da carga ocorre</p><p>e a tendência de se estabilizar que então passa a ser considerado como VO2 máx.</p><p>(Consumo máximo</p><p>de oxigênio).</p><p>Como a mensuração do consumo de oxigênio (oxigênio consumido pelo corpo)</p><p>é um índice de produção aeróbia de ATP, a mensuração do consumo de O2 em repouso</p><p>fornece uma estimativa da necessidade energética. Em repouso, a necessidade</p><p>energética total de um indivíduo é relativamente baixa e, na transição do repouso para o</p><p>exercício leve ou moderado, o consumo de oxigênio aumenta rapidamente e, em geral,</p><p>atinge um estado estável em 1 a 4 minutos, que poderá ocorrer a qualquer momento.</p><p>(POWERS; HOWLEY, 2014).</p><p>Dentro das capacidades da atividade física, o elevado consumo máximo de</p><p>oxigênio (VO) é fundamental no basquete, uma vez que o esporte exige movimentação,</p><p>mudanças rápidas de direção e resistência durante o jogo, tendo a necessidade de</p><p>transportar e metabolizar o oxigênio adequadamente durante o esforço físico. Como</p><p>forma de melhorar a performance esportiva, os treinos individuais ajudam no aumento</p><p>da aptidão cardiorrespiratória que é mensurada pelo VO2 MÁX (POMBO, 2009).</p><p>A avaliação do consumo de oxigênio, apesar de ser um excelente marcador, torna-se</p><p>de alto custo e nem todos os clubes tem condições de realizar por meio da ergoespirometria.</p><p>2.2.3 Lactato sanguíneo</p><p>O aumento sucessivo da intensidade de esforço em condições ainda</p><p>predominantemente aeróbias aumenta a concentração de H no citosol muscular (parte</p><p>líquida da célula muscular), em consequência da hidrólise acentuada de ATP +. Para não</p><p>permitir que a célula muscular entre em acidose, são ativados mecanismos de remoção</p><p>desses H, chamados de sistemas tampão. Com relação a esses mecanismos, os mais</p><p>importantes durante a atividade física são os transportadores de lactato, chamados de</p><p>transportadores de monocarboxilatos (MCTs) (VALE, 2013).</p><p>Em geral, acredita-se que a maior parte da produção de ATP destinada ao</p><p>fornecimento de energia para realização de contração muscular durante os estágios</p><p>iniciais de um teste com exercício incremental seja oriunda de fontes aeróbias. Entretanto,</p><p>à medida que a intensidade do exercício aumenta, os níveis sanguíneos de lactato</p><p>começam a subir de modo exponencial. Isso ocorre em indivíduos sem treinamento</p><p>em torno de 50-60% do V02máx, e, nos indivíduos treinados, são observadas taxas de</p><p>trabalho maiores (65 - 80% de V02máx) (POWERS; HOWLEY, 2014).</p><p>A produção de lactato pelo músculo é um fator muito importante quando se</p><p>diz respeito à capacidade aeróbia, por ser um marcador da necessidade da atuação do</p><p>sistema anaeróbio. Índices mais altos do Lan indicam uma maior capacidade aeróbia</p><p>91</p><p>do avaliado, e isso faz com que o atleta seja capaz de realizar um exercício por um</p><p>maior tempo em alta intensidade sem muito desgaste, ou seja, com um menor acúmulo</p><p>de lactato. No caso do basquetebol, no qual as partidas são longas e muito intensas,</p><p>o limiar anaeróbio mais elevado irá favorecer o desempenho do atleta na modalidade</p><p>(GIOMETTI, 2019).</p><p>Apesar da sua importância, os níveis de lactato de jogadores de basquetebol</p><p>são raros de serem encontrados. O livro Ciência do Exercício e dos Esportes, de Gareth e</p><p>Kirkendall (2003), apresenta que a concentração de lactato mensurada em competições</p><p>atuais de basquete mostra níveis de 6,28 +2,8 mM (milimole) e concentração máxima</p><p>de lactato de 13,2 mM.</p><p>Observamos que as três medidas citadas são marcadores para auxiliar na</p><p>prescrição da intensidade do exercício no basquetebol para o desempenho e fatores</p><p>como idade, sexo e nível de treinamento devem ser considerados nessas variáveis</p><p>fisiológicas, que também vão auxiliar na identificação da fadiga e na indicação da</p><p>necessidade de repouso e recuperação.</p><p>2.3 REPOUSO E RECUPERAÇÃO</p><p>O repouso e a recuperação fazem parte do ciclo de treinamento, que iremos</p><p>aprofundar melhor na Unidade 3 desse livro. Nesse subtema, iremos abordar como</p><p>acontece o repouso e a recuperação, além das possibilidades que a submissão a</p><p>treinamentos intensos pode provocar na saúde e no desempenho do atleta.</p><p>As cargas de treinamento com alto volume e intensidade as quais os jogadores</p><p>de basquete competitivos são submetidos induzem a imunossupressão (BENOGI et al.,</p><p>1995; LEANDRO et al. 2007).</p><p>Imunossupressão nada mais é que reduzir a atividade ou a eficiência do sistema</p><p>imunológico (SI). A principal função do SI é a manutenção da homeostase do organismo</p><p>humano. Esse mecanismo ocorre por meio de uma rede de cooperação que reúne</p><p>todos os órgãos e tecidos do corpo, respondendo aos desequilíbrios, sejam externos ou</p><p>internos. Diferentes tipos e cargas de esforço podem apresentar repercussões distintas</p><p>no sistema imunológico (LEANDRO et al., 2007).</p><p>O exercício de intensidade moderada pode estimular mecanismos relacionados</p><p>à imunidade celular, reduzindo o risco de infecção. Já o exercício de alta intensidade</p><p>gera aumento das concentrações de citocinas anti-inflamatórias, resultando em</p><p>imunossupressão e aumento da incidência de infecções. Desta maneira, esse tipo</p><p>de exercício físico gera mudanças significativas na função imune, relacionada com</p><p>respostas fisiológicas tanto metabólicas, quanto hormonais. (LEANDRO et al., 2007).</p><p>92</p><p>Durante a temporada competitiva no basquetebol, os preparadores físicos</p><p>devem se atentar a um controle rigoroso das cargas impostas ao organismo dos</p><p>seus jogadores. Portanto, a busca por um equilíbrio entre a intensidade das cargas</p><p>e a tolerância individual delas deve ser levada em consideração na prescrição dos</p><p>programas de treinamento físico (BRUNELLI et al., 2014).</p><p>Estas mudanças transitórias e reversíveis que acometem o sistema imunológico</p><p>durante o exercício são dependentes da intensidade, duração e frequência da atividade</p><p>(PRESTES; FOSCHINI; DONATTO, 2006).</p><p>A recuperação do exercício de baixa intensidade e de curta duração,</p><p>geralmente, é rápida.</p><p>Os indivíduos com bom nível de condicionamento apresentam potências de</p><p>recuperação melhores do que aqueles sem treinamento. Com relação às frequências</p><p>cardíacas de recuperação, as inclinações da redução de frequência cardíaca</p><p>subsequente ao exercício, geralmente, são iguais para indivíduos treinados e não</p><p>treinados. Entretanto, os indivíduos treinados recuperam-se mais rápido após o exercício,</p><p>porque não atingem frequências cardíacas tão altas quanto aquelas alcançadas pelos</p><p>indivíduos sem treinamento durante a realização de um exercício em particular. A</p><p>recuperação do exercício prolongado é bem mais lenta do que a resposta representada.</p><p>Isso é particularmente válido quando o exercício é realizado sob condições de calor/</p><p>umidade, pois a temperatura corporal elevada retarda a queda da frequência cardíaca</p><p>durante a recuperação do exercício (POWERS; HOWLEY, 2014).</p><p>2.3.1 Sono</p><p>Acadêmico, ao entendermos como funciona a recuperação e o repouso no</p><p>basquetebol, podemos destacar uma das recomendações que é utilizada para todos</p><p>os jogadores: o sono e a boa qualidade deste. O sono é um processo de recuperação</p><p>que garante que o corpo esteja preparado para as demandas durante o período ativo,</p><p>sendo uma estratégia fundamental para otimizar a recuperação e o desempenho em</p><p>competições (AMARAL, 2022). Outras estratégias também irão auxiliar no desempenho</p><p>de um jogador, nesse caso, o fator nutricional.</p><p>2.4 FATORES NUTRICIONAIS</p><p>Pela razão do basquetebol apresentar transições de esforços em alta intensidade</p><p>e repouso, há utilização predominante do metabolismo anaeróbico alático e lático, nos</p><p>momentos de alta intensidade e que irão exigir rápido fornecimento de energia, assim</p><p>como a predominância do metabolismo aeróbico nos momentos que não exigem tanta</p><p>velocidade no fornecimento de energia, como em situações de pausa ou repouso</p><p>(SOUZA et al., 2008). Por isso, é essencial manter um equilíbrio energético através do</p><p>93</p><p>consumo alimentar adequado. A adoção de uma alimentação saudável por parte dos</p><p>atletas é necessária para garantir o suporte nutricional que lhes permita manterem-se</p><p>saudáveis e livres de lesões.</p><p>Confira a seguir um quadro que sintetiza as recomendações de consumo dos</p><p>três principais</p><p>substratos energéticos: carboidrato, proteína e lipídio.</p><p>Quadro 1 – Recomendações de consumo alimentar</p><p>Fonte: Silvae e Manzela (2022, p. 81-82)</p><p>Carboidrato Proteína Lipídios</p><p>Antes do treinamento ou do jogo</p><p>é indicado a ingestão entre 30 e</p><p>60 minutos de 6-10g/kg/peso.</p><p>Para atletas, a recomendação</p><p>depende da idade e dos</p><p>estímulos recentes de exercícios</p><p>de resistência. Durante, é</p><p>indicado que seja realizada</p><p>ingestão de suplementos e</p><p>carboidratos inseridos na forma</p><p>de bebidas, géis ou no próprio</p><p>alimento. Após, é recomendado</p><p>a reposição de líquidos e</p><p>eletrólitos perdidos no suor.</p><p>Batatas e bebidas esportivas</p><p>com alto índice glicêmico são</p><p>boas fontes de carboidratos</p><p>para a síntese de glicogênio</p><p>muscular.</p><p>As recomendações gerais</p><p>são 0,25g de proteína de</p><p>alta qualidade por kg de</p><p>peso corporal ou uma</p><p>dose absoluta de 20–40g.</p><p>Apesar de as proteínas</p><p>serem importantes nesse</p><p>momento de pós-exercício</p><p>físico, é necessário que a</p><p>quantidade de carboidrato</p><p>seja maior, sendo 2 gramas</p><p>de carboidrato para cada</p><p>grama de proteína.</p><p>A ingestão de lipídios</p><p>para atletas e praticantes</p><p>de exercício físico é</p><p>recomendada que fique</p><p>em 30% do valor calórico</p><p>total. Desse modo, em</p><p>casos de redução de</p><p>gordura corporal, esses</p><p>valores podem chegar de</p><p>0,5 a 1,0 g/Kg/dia ou 20%</p><p>do valor calórico total.</p><p>2.4.1 Carboidrato</p><p>O carboidrato é o principal substrato energético do músculo durante a</p><p>atividade física, utiliza reservas de glicogênio hepáticas ou musculares como fonte de</p><p>energia. Em exercícios físicos anaeróbicos, o consumo de glicogênio se dá com maior</p><p>intensidade, enquanto em exercícios físicos aeróbicos a participação de ácidos graxos</p><p>é mais intensa. Em atividades que necessitam de maior utilização de glicogênio como</p><p>fonte energética (por exemplo, corrida de velocidade, sprint final de alguns tipos de</p><p>modalidades, esportes em que a atividade é praticada de maneira intermitente e com</p><p>máximo esforço), é importante dar uma atenção especial à quantidade de carboidratos,</p><p>principalmente dois a três dias antes da competição. Dessa maneira, o corpo consegue</p><p>fazer maiores reservas de glicogênio e estar mais bem preparado para o dispêndio de</p><p>energia durante uma prova competitiva (LIMA; SANTANA, 2014).</p><p>94</p><p>2.4.2 Proteínas</p><p>As proteínas têm uma função plástica no nosso organismo – formam estruturas.</p><p>Elas têm uma participação mínima para produção de energia quando a dieta está</p><p>adequada no fornecimento calórico. Por serem responsáveis pela formação e reparação</p><p>dos tecidos, proporcionam adaptações em resposta ao treinamento físico, além de</p><p>estarem envolvidas na formação de hormônios e de enzimas que participam de diversas</p><p>funções, dentre as quais, o metabolismo. Estudos avaliando o desempenho físico de</p><p>atletas realizando exercícios de Endurance e de força mostraram que o consumo</p><p>conjunto de proteínas com carboidratos, quando comparado ao consumo isolado de</p><p>carboidratos, resultou em menor dano muscular gerado pelo exercício e melhora no</p><p>desempenho esportivo. Além disso, nos atletas de força que ingeriram proteínas junto</p><p>com carboidratos foi encontrado melhor efeito hormonal para o anabolismo (maiores</p><p>quantidades do hormônio insulina) quando comparados com os que consumiram</p><p>somente carboidrato (LIMA; SANTANA, 2014).</p><p>2.4.3 Lipídios</p><p>Os lipídios são importantes para o nosso organismo porque fazem parte da</p><p>estrutura celular, estão envolvidos com algumas funções hormonais, são essenciais</p><p>para a absorção e utilização de vitaminas lipossolúveis e estão envolvidos na proteção</p><p>térmica. Para que se consiga o melhor aproveitamento deste macronutriente, é</p><p>importante saber qual tipo e quanto de cada um a ser consumido na alimentação. Estão</p><p>presentes em alimentos como óleos vegetais, azeites, peixes, abacate, castanhas,</p><p>amendoim, nozes (LIMA; SANTANA, 2014).</p><p>As estratégias adequadas nutricionais irão auxiliar no desempenho</p><p>promovendo também qualidade no repouso e na recuperação e os cuidados com a</p><p>desidratação e hidratação.</p><p>2.4.4 Desidratação e hidratação</p><p>Assim como os outros esportes, os atletas de basquetebol estão expostos ao</p><p>risco de lesões e diminuição do desempenho em casos de desidratação, fazendo-se</p><p>necessária a hidratação adequada, a fim de contribuir para a recuperação de água</p><p>do indivíduo. Durante uma partida de basquete, a demanda energética e a taxa de</p><p>produção de calor aumentam significativamente. A produção de calor é proporcional à</p><p>taxa metabólica. No repouso, essa taxa é baixa, cerca de 1 kcal/min, mas em exercício, a</p><p>produção de calor metabólico pode exceder 20 kcal/min. O calor produzido é conduzido</p><p>pela circulação sanguínea e então transferido para a pele para ser dissipado para o</p><p>ambiente (KUAYE et al., 2010).</p><p>95</p><p>A desidratação nada mais é do que a ingestão menor do que se deveria. Os</p><p>efeitos fisiológicos da desidratação induzida pelo exercício têm sido investigados quando</p><p>as respostas não repõem as perdas de líquido durante um exercício prolongado, ou as</p><p>repõem parcialmente. Há uma redução progressiva do volume plasmático associada ao</p><p>exercício, que pode ser compensada pela ingestão de líquidos durante ele.</p><p>O aumento do estresse do exercício e aumento da temperatura corporal</p><p>prejudicam as respostas fisiológicas, o desempenho físico e produzem riscos para a</p><p>saúde. A perda de água pelo corpo com a desidratação ocorre de quatro formas: pela</p><p>urina, como vapor de água no ar expirado, pela pele e nas fezes. A falha em repor essa</p><p>perda de líquidos diariamente resultaria em desidratação progressiva, aumentado ao</p><p>risco de lesão. De fato, a desidratação que resulta em uma perda de 1-2% do peso</p><p>corporal é suficiente para comprometer o desempenho no exercício. Uma desidratação</p><p>que corresponda a mais de 3% do peso corporal compromete ainda mais o risco de</p><p>lesão por calor (POWERS; HOWLEY, 2014).</p><p>A reposição de líquidos é proporcional a alguns fatores, tais como: intensidade</p><p>do exercício; condições climáticas; aclimatação do atleta; condicionamento físico do</p><p>atleta; características individuais fisiológicas e biomecânicas do indivíduo.</p><p>Recomendações do American Collegeof Sports Medicine (2018):</p><p>1. Recomenda-se que os indivíduos ingiram em torno de 500mL de líquidos nas duas</p><p>horas que antecedem um exercício, para promover uma hidratação adequada e haver</p><p>tempo suficiente para excreção da água ingerida em excesso.</p><p>2. Durante o exercício, os atletas devem começar a beber logo e em intervalos regulares,</p><p>com o objetivo de consumir líquidos em uma taxa suficiente para repor toda a água</p><p>perdida através do suor, ou consumir a maior quantidade tolerada.</p><p>3. Recomenda-se que os líquidos sejam ingeridos em uma temperatura menor do que a</p><p>ambiente (entre 15 e 22ºC) e com sabor atraente.</p><p>4. Recomenda-se a adição de quantidades adequadas de carboidratos e eletrólitos para</p><p>eventos com duração maior do que uma hora, já que não prejudicam a distribuição de</p><p>água pelo organismo e melhora o desempenho. Durante exercícios com</p><p>duração inferior a uma hora, há pouca evidência de que haja diferenças</p><p>fisiológicas em termos de desempenho caso sejam consumidos líquidos</p><p>com carboidratos e eletrólitos ou água pura.</p><p>5. Recomenda-se a adição de sódio (0,5 a 0,7g./L de água) na solução de</p><p>reidratação se o exercício durar mais do que uma hora. Isso pode ser</p><p>vantajoso por melhorar o gosto, promovendo a retenção de líquidos</p><p>e possivelmente revertendo a hiponatremia em alguns indivíduos</p><p>que tenham ingerido quantidades excessivas de líquidos.</p><p>6. Recomenda-se beber 0,5 litros de água para cada 0,45kg perdidos</p><p>(ACSM, 2018)</p><p>NOTA</p><p>96</p><p>Acadêmico, concluímos que os indicadores fisiológicos vão auxiliar na prescrição</p><p>do treinamento para um bom desempenho. Além da frequência cardíaca, consumo</p><p>de oxigênio e lactato sanguíneo, vimos que a repouso e a recuperação são fatores</p><p>indispensáveis para o jogador, assim como os fatores de sono e aspectos nutricionais.</p><p>Além disso, o aspecto psicológico também deve ser considerado,</p><p>principalmente em</p><p>níveis competitivos.</p><p>2.5 FATORES PISCOLÓGICOS</p><p>Você concorda que o esporte e a atividade física buscam proporcionar</p><p>benefícios psicossociais aos praticantes? Essa prática, quando realizada de forma</p><p>profissional e competitiva, poderá trazer prejuízos a saúde mental, caso essa variável</p><p>não seja considerada e respeitada.</p><p>No caso específico do basquetebol, o atleta vivencia esse esporte</p><p>cotidianamente, com treinamentos físicos, técnicos e orientações tácticas. Seria</p><p>relevante que, concomitante aos treinamentos, os atletas dessa fossem expostos ao</p><p>trabalho da Psicologia Esportiva na sua rotina diária (MATOS, 2017).</p><p>Na prática, quando o jogador está com a posse de bola, ele primeiro analisa as</p><p>condições em que encontram-se seus companheiros, adversários e si próprio. Após a</p><p>percepção de sinais relevantes no ambiente (espaço, posicionamento de companheiros</p><p>e adversários), ele processa tais informações para escolher a ação mais adequada entre</p><p>as opções que ele possui: passar, arremessar ou infiltrar (MATOS, 2017).</p><p>Os momentos pré e pós-competições também devem fazer parte do</p><p>acompanhamento da Psicologia do Esporte, para que se possa analisar em quais</p><p>momentos as questões psicológicas poderão interferir no desempenho dos atletas e da</p><p>equipe na busca pela conquista de resultados positivos (MATOS, 2017).</p><p>O estresse é uma dessas questões, e as respostas vão atrelar os aspectos</p><p>fisiológicos, cognitivos e comportamentais. De um indivíduo para o outro essa resposta</p><p>é variada, de acordo com o modo que cada um enfrenta as situações. Nesse sentido, o</p><p>estresse competitivo em qualquer fase da competição pode ser gerado por situações</p><p>diretamente (processo competitivo vinculado ao próprio indivíduo e/ou meio ambiente)</p><p>ou indiretamente relacionadas com a competição (vida cotidiana do atleta, ambiente</p><p>familiar, escolar ou trabalho) (DE ROSE; DESCHAMPS; KORSAKAN, 2001)</p><p>Apontando o aspecto fisiológico, o hormônio cortisol produzido pelas glândulas</p><p>adrenais é o principal indicador de estresse, por apresentar aumento em sua produção</p><p>de secreção durante e após a exposição a alguns fatores estressores (KIM et al., 2009).</p><p>97</p><p>A presença do cortisol pode ser avaliada por meio do plasma sanguíneo, urina</p><p>ou saliva. O cortisol salivar, especificamente, constitui-se numa medida eficaz, acessível,</p><p>rápida e não invasiva. Possibilita que a coleta seja feita em qualquer situação competitiva</p><p>e extracompetitiva, sem causar problemas de reatividade ou constrangimentos práticos</p><p>ou éticos (SOARES; ALVES, 2006).</p><p>Com isso, é possível observamos que o perfil de humor dos atletas fica exposto</p><p>a altos níveis de estresse, por treinos exaustivos ou competições. Com isso, tendem a</p><p>apresentar índices reduzidos de vigor e altos índices de depressão, tensão, raiva, fadiga</p><p>e confusão. Esse cenário pode ter um desdobramento para o aspecto comportamental:</p><p>com a alteração do humor, esse indivíduo poderá não apresentar um bom relacionamento</p><p>com a equipe ou durante um jogo.</p><p>Sendo assim, podemos concluir que os fatores nutricionais e psicológicos são</p><p>áreas de atenção, controle e intervenção no basquetebol que poderão comprometer o</p><p>desempenho de cada sistema energético abordado. Nesse contexto preventivo, depois</p><p>da fisiologia, nutrição e psicologia, a biomecânica muito vai contribuir, buscando auxiliar</p><p>na prescrição do desempenho e da saúde relacionada ao movimento.</p><p>Estresse Oxidativo</p><p>O termo “estresse oxidativo” foi definido por Helmut Sies e Dean Jones de forma detalhada, que</p><p>o definem como “um desequilíbrio entre oxidantes e antioxidantes em favor dos oxidantes,</p><p>levando a uma interrupção da sinalização e controle do dano molecular. O primeiro relato</p><p>revelou que exercícios prolongados de resistência em humanos resultam em biomarcadores</p><p>aumentados de estresse oxidativo. Usando técnicas (ou seja, ressonância</p><p>de spin eletrônico), esse achado foi corroborado por Jackson et al. (1985)</p><p>e vários estudos nas últimas quatro décadas confirmaram que o exercício</p><p>rigoroso está associado ao estresse oxidativo em humanos e animais. Mais</p><p>especificamente, muitos tipos de exercício (exercício de resistência</p><p>prolongada, exercício de resistência, exercício anaeróbico de alta</p><p>intensidade e exercício excêntrico) resultam em estresse oxidativo,</p><p>conforme evidenciado pelo aumento de biomarcadores de oxidação</p><p>no músculo esquelético e no sangue.</p><p>Fonte: Powers et al. (2020, p. 426).</p><p>IMPORTANTE</p><p>98</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>99</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Existem três sistemas energéticos: alático, lático e oxidativo, que estão presentes</p><p>em toda partida de basquetebol, sendo os sistemas alático e lático utilizados de</p><p>forma prioritária.</p><p>• As variáveis de frequência cardíaca, consumo de oxigênio e lactato sanguíneo são</p><p>os principais indicadores fisiológicos, que auxiliam na prescrição do treinamento</p><p>de basquetebol.</p><p>• Os aspectos nutricionais e psicológicos são áreas complementares e devem ser</p><p>respeitadas na prescrição do treinamento.</p><p>• Além das estratégias para evitar a desidratação, os substratos energéticos</p><p>(carboidratos, proteínas e lipídios) são macronutrientes que precisam ser inseridos</p><p>na rotina, antes, durante e após o jogo.</p><p>100</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Para uma adequada estratégia alimentar de um jogador de basquetebol, diversos</p><p>substratos energéticos são essenciais na rotina do atleta para que ele possa alcançar</p><p>a alta performance. Quais são os substratos energéticos que são recomendados para</p><p>serem inseridos e controlados em sua rotina?</p><p>a) ( ) Carboidrato, hidratação e proteínas.</p><p>b) ( ) Carboidrato, lipídios e proteínas.</p><p>c) ( ) Proteínas, lipídio e hidratação.</p><p>d) ( ) hidratação, sono e carboidrato.</p><p>2 Segundo Brunelli et al. (2014), dentro das capacidades da atividade física, o elevado</p><p>consumo máximo de oxigênio (VO) é fundamental no basquete, uma vez que o esporte</p><p>exige movimentação, mudanças rápidas de direção e resistência durante o jogo, tendo a</p><p>necessidade de transportar e metabolizar o oxigênio adequadamente durante o esforço</p><p>físico. Nesse sentido, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - O consumo de oxigênio (VO2) é uma medida objetiva da capacidade do organismo em</p><p>transportar e utilizar o oxigênio para a produção de energia. É o índice fisiológico que</p><p>melhor representa a potência aeróbia máxima.</p><p>II - O consumo de oxigênio (VO2) é uma medida objetiva da capacidade do organismo em</p><p>transportar e utilizar o oxigênio para a produção de energia e não é o índice fisiológico</p><p>que melhor representa a potência aeróbia máxima.</p><p>III - Como a mensuração do consumo de oxigênio (oxigênio consumido pelo corpo) é um</p><p>índice de produção aeróbia de ATP, a mensuração do consumo de O2 em repouso não</p><p>fornece uma estimativa da necessidade energética.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>101</p><p>3 No início do exercício haverá uma rápida ativação dos três sistemas de energéticos</p><p>(ATP-CP, Glicolítico e oxidativo), resultando em aumento do consumo de oxigênio (VO2)</p><p>e de substratos armazenados, notadamente dos fosfatos de alta energia e glicogênio</p><p>musculares. No entanto, esses irão apresentar diferentes características na durabilidade</p><p>e tipo de exercício ou modalidade. De acordo com os três sistemas energéticos,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) O sistema ATP-PCR tem como característica atividade física de curta duração e não</p><p>requer energia imediata, um exemplo de atividade nesse sistema é a maratona.</p><p>( ) O sistema glicolítico é o que vai ter a ressíntese dos fosfatos de alta energia, que é rápida</p><p>durante a atividade física intensa e de curta duração. A energia para fosforilar o ADP</p><p>durante esse tipo de movimento provém principalmente da degradação do glicogênio</p><p>muscular armazenado por meio da glicólise anaeróbica rápida, com subsequente</p><p>formação</p><p>de lactato.</p><p>( ) sistema oxidativo é produção aeróbia de ATP, ocorre dentro da mitocôndria e envolve a</p><p>interação de duas vias metabólicas cooperativas: (1), o ciclo de Krebs, e (2), a cadeia de</p><p>transporte de elétrons. A entrada no ciclo de Krebs requer preparo de uma molécula de</p><p>dois carbonos a acetil-CoA. A atividade mais comum nesse sistema é a maratona.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – V – V.</p><p>4 Segundo McArdle, Katch e Katch (2016), a frequência cardíaca vai expressar a quantidade</p><p>de vezes que o coração bate por minuto, com contração e relaxamento dele (sístole e</p><p>diástole), e é uma variável de acesso fácil e rápido para monitoramento dos atletas. Nesse</p><p>contexto, disserte qual a importância de monitorar a frequência cardíaca dos jogadores:</p><p>5 Existem três sistemas energéticos que irão atuar simultaneamente em uma partida de</p><p>basquetebol, sendo dois sistemas energéticos predominantes. Nesse contexto, descreva</p><p>o que você entendeu sobre o sistema anaeróbio lático de curta duração e exemplifique</p><p>como ele atua especificamente no basquetebol:</p><p>102</p><p>103</p><p>BIOMECÂNICA NO BASQUETEBOL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos a biomecânica no</p><p>basquetebol como uma área de prescrição do treinamento para o desenvolvimento e</p><p>saúde do jogador/atleta. Basquetebol é um esporte olímpico, praticado em quase todo</p><p>mundo e, nos últimos anos, pudemos observar aumento de sua popularidade por meio</p><p>da National Basketball Association (NBA), assim como nos veículos de comunicação. O</p><p>esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo, em ambos o sexo</p><p>(masculino e feminino), em categorias profissionais e amadoras. Essa visibilidade trouxe o</p><p>crescimento do meio competitivo, com o natural aumento no nível das competições e dos</p><p>treinamentos, que se tornam necessários para o auge da modalidade.</p><p>Em virtude disso, o corpo dos jogadores apresentou um aumento de lesões no</p><p>aparelho locomotor, especialmente nos atletas de alto rendimento, que podem estar</p><p>atribuídas ao excesso de atividades, conjuntamente à ausência de medidas preventivas.</p><p>Com isso, esse tema de aprendizagem irá abordar a modalidade como um esporte de alto</p><p>impacto. No lado competitivo, os intensos e repetitivos treinamentos vão ocasionar lesões</p><p>articulares e de tendões. Como todo esporte de alto impacto apresenta seu índice da</p><p>incidência de lesões provocadas pelos movimentos específicos, no basquetebol os mais</p><p>utilizados são as mudanças de direção e os saltos seguidos das aterrissagens.</p><p>Sendo assim, a proposta nesse tema de aprendizagem é relembrar os conteúdos</p><p>em biomecânica (planos, eixos, ações articulares, tipos de contração e função) e como</p><p>utilizá-los para analisar e descrever os movimentos, buscando assertividade na prescrição</p><p>e prevenção de lesão da modalidade.</p><p>2 CINCO ÁREAS DA BIOMECÂNICA PARA O BASQUETEBOL</p><p>Acadêmico, a biomecânica pode ser dividida em duas partes: o prefixo bio e a</p><p>palavra raiz mecânica. O prefixo bio indica relação com sistemas vivos ou biológicos, já a</p><p>palavra raiz mecânica indica que tem algo a ver com a análise das forças e seus efeitos</p><p>(MCGINNIS, 2015).</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 - A</p><p>104</p><p>Com essa definição, vamos compreender como o basquetebol se relaciona com</p><p>o movimento humano e quais os efeitos de seus movimentos a partir da biomecânica</p><p>do esporte, que é o estudo das técnicas desportivas, procurando a maximização da sua</p><p>eficiência e redução dos riscos de lesão (ADRIAN; COOPER, 1999).</p><p>Nesse sentido, a biomecânica do basquetebol pode se apropriar das cinco formas</p><p>de alcançar a performance ou saúde: melhora do desempenho, técnica, equipamentos,</p><p>treinamento e prevenção de lesão, listadas por McGinnis (2015). Veja no quadro a seguir</p><p>como cada objetivo da biomecânica poderá atuar diretamente no basquetebol.</p><p>Quadro 2 – As cinco áreas de contribuição da biomecânica ao basquetebol</p><p>Desempenho</p><p>A meta mais importante da biomecânica do esporte e do exercício,</p><p>logo, para o basquetebol. Essa meta é fortemente relacionada com a</p><p>prevenção de lesões, visto que um atleta sem lesões apresentará melhor</p><p>desempenho do que um praticante lesionado. Com isso, alguns indicadores</p><p>de desempenho do basquetebol devem ser incluídos no programa de</p><p>treinamento: tentativas de arremesso, convertidos e bloqueados, rebotes,</p><p>faltas, assistências, bolas recuperadas e perdidas.</p><p>Técnica</p><p>O método mais comum para a melhora do desempenho em muitos esportes</p><p>é aperfeiçoar a técnica do atleta. Professores e treinadores podem usar seus</p><p>conhecimentos sobre mecânica para corrigir as ações de um estudante</p><p>ou atleta com o intuito de melhorar a execução de uma habilidade ou um</p><p>pesquisador da área pode descobrir uma técnica nova e mais efetiva para</p><p>a realização de uma habilidade esportiva. No basquetebol, você poderá</p><p>utilizar, para melhorar a técnica do arremesso, o Jump, aplicando a técnica</p><p>da altura, distância e velocidade: arremessar saltando mais alto, arremessar</p><p>saltando mais distante e arremessar mais rápido. Além disso, pode aplicar a</p><p>técnica do refinamento: no caso do arremesso, a flexão dos punhos no ato</p><p>do arremesso, atribuindo precisão a ele.</p><p>Equipamentos</p><p>A forma de maximizar a eficiência do basquetebol por equipamentos</p><p>poderá ser por meio do design e estrutura deles: (tabela de madeira vs vidro</p><p>temperado, solo de cimento vs taco). Para prevenir lesões diretamente</p><p>ou indiretamente: tênis com amortecimento apropriado e boa aderência</p><p>(antiderrapantes).</p><p>Treinamento</p><p>A biomecânica tem potencial para conduzir modificações no treinamento e,</p><p>consequentemente, melhoras no desempenho, com análise das deficiências</p><p>técnicas. O atleta pode estar limitado pela força ou pela resistência de certos</p><p>grupos musculares, pela velocidade do movimento ou por um aspecto</p><p>específico da sua técnica. Ex.: Para que um atleta de basquetebol realize</p><p>um arremesso, é necessária força de potência da musculatura inferior, o</p><p>que pode ser confundida com força de membros superiores, já que a bola</p><p>sai do braço e não das pernas. Uma análise biomecânica pode revelar isso.</p><p>105</p><p>Fonte: Adaptado de McGinnis (2015)</p><p>Prevenção</p><p>de lesão</p><p>A biomecânica é útil na identifi cação das forças que podem ter causado</p><p>determinada lesão, como prevenir que uma contusão se repita (ou ocorra</p><p>pela primeira vez) e quais exercícios podem auxiliar na reabilitação da lesão.</p><p>A biomecânica pode ser usada para fundamentar alterações da técnica, do</p><p>equipamento ou do treinamento, a fi m de prevenir ou reabilitar lesões. A</p><p>partir da incidência de lesões de tornozelo e joelhos, ocasionadas por saltos</p><p>no basquetebol, estas poderão ser prevenidas por meio de treinamentos</p><p>proprioceptivos.</p><p>Ao entendermos essa sequência de áreas que vão contribuir para a biomecânica</p><p>do basquetebol, com fi nalidade de atender aos cinco principais objetivos citados, o</p><p>próximo passo é aprofundarmos sobre a cinemática angular na área das principais</p><p>ações articulares, sobretudo nos movimentos mais realizados do basquetebol.</p><p>Mohr, Trudeau e Nigg (2015) fi zeram um estudo controlado com 22 participantes do sexo</p><p>masculino sobre o aumento do desempenho atlético em tênis de basquete mais leves: efeito</p><p>do tênis ou da psicologia? Os resultados foram que no grupo consciente, o desempenho nos</p><p>tênis leves aumentou signifi cativamente, em 2% (salto vertical 2%, P < 0,001; corte aleatório</p><p>2,1%, P < 0,001) em comparação com os tênis pesados. No grupo cego, os participantes foram</p><p>incapazes de perceber a variação do peso do tênis entre as condições, e não houve diferenças</p><p>signifi cativas no salto vertical e no desempenho do corte aleatório entre os</p><p>tênis. As diferenças no desempenho dos participantes conscientes foram</p><p>provavelmente devidas a efeitos psicológicos, como expectativas positivas</p><p>e negativas em relação aos calçados leves e pesados, respectivamente.</p><p>Esses resultados enfatizam a importância de treinadores</p><p>91</p><p>2.3.1 Sono ..............................................................................................................................................92</p><p>2.4 FATORES NUTRICIONAIS ..................................................................................................................92</p><p>2.4.1 Carboidrato .................................................................................................................................93</p><p>2.4.2 Proteínas ....................................................................................................................................94</p><p>2.4.3 Lipídios .......................................................................................................................................94</p><p>2.4.4 Desidratação e hidratação .....................................................................................................94</p><p>2.5 FATORES PISCOLÓGICOS .................................................................................................................96</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................99</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................100</p><p>TÓPICO 2 - A BIOMECÂNICA NO BASQUETEBOL .............................................................103</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................103</p><p>2 CINCO ÁREAS DA BIOMECÂNICA PARA O BASQUETEBOL ..........................................103</p><p>2.1 PLANOS, EIXOS E AÇÕES ARTICULARES ....................................................................................105</p><p>2.1.1 Arremesso .................................................................................................................................. 107</p><p>2.1.2 Passe ..........................................................................................................................................108</p><p>2.1.3 Defesa .......................................................................................................................................109</p><p>2.2 TIPOS DE CONTRAÇÕES E FUNÇÕES MUSCULARES...............................................................110</p><p>2.3 ANÁLISE PARA A DESCRIÇÃO BIOMECÂNICA DOS MOVIMENTOS NO BASQUETEBOL ....111</p><p>2.3.1 Corrida com Drible ...................................................................................................................112</p><p>2.3.2 Arremesso Jump .......................................................................................................................113</p><p>2.4 TENSÃO E LESÃO .............................................................................................................................113</p><p>2.4.1 Lesão desportiva .....................................................................................................................114</p><p>2.4.2 Lesões no basquetebol ..........................................................................................................116</p><p>2.4.3 Programas de prevenção de lesão ..................................................................................... 117</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................120</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 121</p><p>TÓPICO 3 - AVALIAÇÕES NO BASQUETEBOL ..................................................................123</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................123</p><p>2 AVALIAÇÕES NO BASQUETEBOL ...................................................................................123</p><p>2.1 TESTES DE LABORATÓRIO ............................................................................................................. 126</p><p>2.1.1 Ergoespirometria ...................................................................................................................... 126</p><p>2.1.2 Cardiotacômetro/frequencímetro ....................................................................................... 126</p><p>2.1.3 Lactacidemia ............................................................................................................................ 127</p><p>2.1.4 Lactímetro portátil ................................................................................................................. 127</p><p>2.1.5 Equações de predição (VO2 máx) ....................................................................................... 127</p><p>2.1.6 Equações de predição (FCM) ................................................................................................ 127</p><p>2.2 TESTES DE CAMPO .........................................................................................................................128</p><p>2.2.1 Cooper ........................................................................................................................................128</p><p>2.2.2 Yo-yo Endurance Test ............................................................................................................. 129</p><p>2.2.3 Running Anaerobic Sprint Test (RAST) .............................................................................130</p><p>2.2.4 Squat jump (SJ) ......................................................................................................................131</p><p>2.2.5 Arremesso de medicine ball .................................................................................................. 132</p><p>2.2.6 Agilidade: Teste do quadrado .............................................................................................. 132</p><p>2.2.7 Teste de velocidade de 10 metros ...................................................................................... 133</p><p>2.2.8 Teste de flexibilidade ............................................................................................................. 133</p><p>2.3 TESTE PSICOLÓGICO ....................................................................................................................... 134</p><p>2.3.1 O Teste de humor (POMS) ...................................................................................................... 135</p><p>2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO ................................................................................................. 136</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................139</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 144</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................145</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 147</p><p>UNIDADE 3 — PERIODIZAÇÃO E APLICAÇÕES NO BASQUETEBOL ................................153</p><p>TÓPICO 1 — MÉTODOS DE TREINAMENTO NO BASQUETEBOL .......................................155</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................155</p><p>2 TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA ..................................................................................155</p><p>2.1 TREINAMENTO AERÓBIO E ANAERÓBIO ......................................................................................158</p><p>2.2 TREINAMENTO INTERVALADO ...................................................................................................... 162</p><p>2.3 TREINAMENTO DE FORÇA .............................................................................................................. 163</p><p>2.4 TREINAMENTO DE VELOCIDADE .................................................................................................. 166</p><p>2.5 MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE TREINAMENTO ................................................................</p><p>e fabricantes</p><p>de calçados comunicarem os benefícios de melhoria de desempenho</p><p>de produtos ou outras intervenções aos atletas para otimizar seu</p><p>resultado de desempenho.</p><p>Fonte: Mohr, Trudeau e Nigg (2015, p. 74)</p><p>INTERESSANTE</p><p>2.1 PLANOS, EIXOS E AÇÕES ARTICULARES</p><p>Acadêmico, você sabia que foram os anatomistas que desenvolveram os planos,</p><p>eixos e ações do movimento? Hoje, é notada como uma área muito útil e que está em</p><p>constante desenvolvimento, não só para a descrição dos movimentos relativos das</p><p>partes do corpo, mas também se referindo à performance e à saúde.</p><p>106</p><p>Um plano é uma superfície plana bidimensional. De forma imaginária, vai nortear</p><p>os movimentos para frente ou trás, cima ou baixo, lado esquerdo ou direito. Os eixos que</p><p>são usados para descrever as linhas ao redor das quais esses movimentos ocorrem irão</p><p>corresponder anatomicamente às linhas perpendiculares aos planos e são previamente</p><p>definidos em ações articulares, sendo essas ações movimentos angulares relativos dos</p><p>membros ao lado proximal e distal de uma articulação.</p><p>Na imagem a seguir, iremos relembrar quais são os planos, eixos e quais ações</p><p>são possíveis de se realizar no basquetebol. Ao identificar o plano e o eixo, o foco</p><p>nessa seção e na seguinte se direciona para as ações articulares por ser a área que</p><p>indica o movimento.</p><p>Figura 1 – Ação articular corresponde ao plano e eixo</p><p>Fonte: McGinnis (2015, p. 185)</p><p>Observação: em destaque estão as principais ações que são realizadas na</p><p>prática do basquetebol. Veremos como essas ações são encontradas nas fases do</p><p>arremesso do basquetebol.</p><p>107</p><p>2.1.1 Arremesso</p><p>Acadêmico, como vimos na Unidade anterior, o arremesso é considerado o mais</p><p>importante do basquetebol por estar relacionado diretamente com o objetivo do jogo, a</p><p>finalização, ou seja, a cesta. Apesar de a qualidade ser individual do arremesso, certos</p><p>movimentos são compatíveis para todos os tipos (SATERN, 1988).</p><p>Temos seis tipos de arremesso, dentre esses, o que mais tem mostrado eficácia</p><p>na modalidade é o “Jump. No quadro a seguir, trouxemos as ações articulares, a análise</p><p>inicial do membro inferior para o superior.</p><p>Quadro 2 – Ações articulares de cada fase do arremesso</p><p>Arremesso Jump Fases Ações articulares</p><p>Arremesso Jump</p><p>Fase Inicial do</p><p>arremesso</p><p>(solo)</p><p>1. Estabilidade do metatarso e falanges;</p><p>2. estabilidade do tornozelo e maléolo fibular;</p><p>3. flexão dos joelhos;</p><p>4. flexão do quadril;</p><p>5. extensão do tronco</p><p>6. flexão dos ombros;</p><p>7. flexão dos cotovelos;</p><p>8. extensão do punho;</p><p>9. extensão do metacarpo e falanges.</p><p>Fase de</p><p>lançamento</p><p>(aérea)</p><p>1. Extensão do metatarso e falanges;</p><p>2. extensão do tornozelo e maléolo fibular;</p><p>3. extensão dos joelhos;</p><p>4. extensão do quadril;</p><p>5. extensão do tronco;</p><p>6. flexão dos ombros;</p><p>7. extensão dos cotovelos;</p><p>8. flexão do punho;</p><p>9. extensão do metacarpo e falanges.</p><p>Fase final do</p><p>arremesso</p><p>(aterrissagem)</p><p>1. Estabilidade do metatarso e falanges;</p><p>2. estabilidade do tornozelo e maléolo fibular;</p><p>3. flexão dos joelhos;</p><p>4. flexão do quadril;</p><p>5. extensão do tronco;</p><p>6. posição anatômica/estável dos ombros;</p><p>7. posição anatômica/estável dos cotovelos;</p><p>8. posição anatômica/estável do punho;</p><p>9. posição anatômica/estável metacarpo e</p><p>falanges.</p><p>Fonte: Adaptado de Okazaki et al. (2013)</p><p>108</p><p>A flexão de punho, em direção à cesta, deverá ocorrer antes da flexão completa</p><p>do cotovelo. O lançamento deverá ser realizado com um movimento de flexão do punho</p><p>e das falanges, de forma que a bola realize uma trajetória em forma de parábola, com</p><p>rotação para trás após perder o contato com os dedos (ALMEIDA, 1998). Finaliza o</p><p>arremesso com os cotovelos estendidos e com as mãos paralelas ao solo e com os</p><p>dedos apontados para a cesta, buscando maior precisão.</p><p>2.1.2 Passe</p><p>Analisadas as ações articulares do arremesso, que é um ato individual ofensivo</p><p>e considerado na literatura o movimento mais importante, vamos também analisar o</p><p>movimento que é realizado o tempo inteiro no jogo: o passe, que sempre dependerá de</p><p>outro jogador para receber e passar a bola.</p><p>Quadro 3 – Passe</p><p>Fonte: adaptado de http://blog.queroconteudo.com/2017/10/tipos-de-passe-no-basquete.html.</p><p>Acesso em: 29 mar. 2023.</p><p>Passe Fases Ações articulares</p><p>Passe</p><p>Fase Inicial</p><p>1. Estabilidade do metatarso e falanges.</p><p>2. Estabilidade do tornozelo e maléolo</p><p>fibular.</p><p>3. Extensão do joelho.</p><p>4. Extensão do quadril.</p><p>5. Flexão do tronco.</p><p>6. Extensão do ombro.</p><p>7. Flexão do cotovelo</p><p>8. Extensão do punho.</p><p>9. Extensão do metacarpo e falanges.</p><p>Fase de</p><p>lançamento</p><p>1. Flexão do metatarso e falanges.</p><p>2. Flexão do tornozelo e maléolo fibular.</p><p>3. Flexão do joelho.</p><p>4. Flexão do quadril.</p><p>5. Flexão do tronco.</p><p>6. Flexão do ombro.</p><p>7. Flexão do cotovelo.</p><p>8. Extensão do punho.</p><p>9. Extensão do metacarpo e falanges.</p><p>Fase final</p><p>1. Flexão do metatarso e falanges.</p><p>2. Flexão do tornozelo e maléolo fibular.</p><p>3. Extensão do joelho.</p><p>4. Flexão do quadril.</p><p>5. Extensão do tronco.</p><p>6. Flexão do ombro.</p><p>7. Extensão do cotovelo.</p><p>8. Extensão do punho.</p><p>9. Extensão do metacarpo e falanges.</p><p>109</p><p>Além de pensar na análise dos movimentos que são mais utilizados no sistema</p><p>ofensivo, vamos abordar também o movimento defensivo.</p><p>2.1.3 Defesa</p><p>A defesa no basquetebol é realizada em todo momento para evitar que o</p><p>adversário finalize e busca provocar erros e minimizar as finalizações da equipe adversária.</p><p>Apesar de ser pouco lesiva ocasionada por movimentos, chamamos a atenção para os</p><p>choques que o jogador no ato da defesa poderá sofrer, com isso, é de suma importância</p><p>o gesto técnico acompanhado de equilíbrio e movimentação para roubos de bola.</p><p>Quadro 4 – Ações articulares de cada fase da defesa</p><p>Fonte: a autora</p><p>Defesa base Fases Ações articulares</p><p>Posição de defesa Fase Inicial da</p><p>defesa</p><p>1. Estabilidade do metatarso e falanges.</p><p>2. Estabilidade do tornozelo e maléolo fibular.</p><p>3. Flexão dos joelhos.</p><p>4. Flexão do quadril.</p><p>5. Extensão do tronco.</p><p>6. Abdução dos ombros.</p><p>7. Extensão dos cotovelos.</p><p>8. Extensão do punho; supinação.</p><p>9. Extensão do metacarpo e falanges em</p><p>supinação.</p><p>Fase final da</p><p>defesa</p><p>1. Estabilidade do metatarso e falanges.</p><p>2. Estabilidade do tornozelo e maléolo fibular.</p><p>3. Flexão dos joelhos.</p><p>4. Abdução do quadril.</p><p>5. Extensão do tronco.</p><p>6. Abdução dos ombros.</p><p>7. Extensão dos cotovelos.</p><p>8. Extensão do punho; supinação.</p><p>9. Extensão do metacarpo e falanges em</p><p>supinação.</p><p>Acadêmico, analisamos as ações articulares de três movimentos do basquetebol.</p><p>A partir desse entendimento, a próxima fase é entendemos como a musculatura que</p><p>está envolvida, qual o tipo de contração a ser realizada e quais as suas funções.</p><p>110</p><p>2.2 TIPOS DE CONTRAÇÕES E FUNÇÕES MUSCULARES</p><p>Acadêmico, vamos relembrar os tipos de contrações. São três: contração</p><p>isométrica (metria = comprimento; iso = igual ou constante), contração isotônica (que</p><p>pode ser dividida em excêntrica e concêntrica) e contração isocinética (cinética =</p><p>velocidade; iso = igual ou constante).</p><p>• A contração isométrica ocorre quando um músculo desenvolve tensão</p><p>e suas inserções não se movem umas com relação às outras; atividade</p><p>muscular que ocorre quando um músculo desenvolve tensão e realiza zero</p><p>trabalho; também referida como ação isométrica ou atividade estática</p><p>(MCGINNIS, 2015).</p><p>• Na contração isotônica, o músculo se contrai e seu comprimento é alterado,</p><p>havendo mudança também no ângulo articular, vencendo a gravidade. Pode</p><p>ser realizada de forma concêntrica ou exêntrica. A atividade concêntrica</p><p>ocorre quando o músculo desenvolve tensão e seus pontos de inserção</p><p>se aproximam; atividade muscular que ocorre quando o músculo realiza</p><p>trabalho positivo (encurtamento muscular). A atividade exêntrica ocorre</p><p>quando um músculo desenvolve tensão e seus pontos de inserção se</p><p>afastam; atividade muscular que ocorre quando o músculo realiza trabalho</p><p>negativo (alongamento muscular); também referida como ação excêntrica</p><p>ou atividade excêntrica (MCGINNIS, 2015).</p><p>• A contração isocinética vai gerar tensão, desenvolvida através do músculo,</p><p>sendo máxima em todos os ângulos articulares durante toda a amplitude de</p><p>movimento, pois ela é realizada em uma velocidade constante. A velocidade é</p><p>controlada e a resistência é variada ao longo do arco de movimento. A principal</p><p>vantagem da contração isocinética é a capacidade de obter contração máxima</p><p>ao longo da amplitude total de movimento, oferecendo maior eficiência do</p><p>rendimento muscular. A sobrecarga nas articulações é a força produzida pelo</p><p>indivíduo, que controla ela na presença de aparelhos (HAMILL; KNUTZEN 1999).</p><p>Nessa contração, há presença de tecnologia de ponta.</p><p>Relembrando os tipos de contrações, vamos aplicar esse conhecimento</p><p>associado às características do basquetebol?</p><p>111</p><p>Acadêmico, lembra que o basquetebol é um esporte de rápidas transições? Para a realização</p><p>dos passes, dribles e arremessos, é necessário o movimento conjugado de membros</p><p>superiores e inferiores. Isso exigirá de uma complexa coordenação, agilidade e velocidade nas</p><p>ações de forma harmônica, com encurtamento e alongamento muscular a todo o momento.</p><p>Com isso, podemos afi rmar de forma abrangente que o basquetebol tem</p><p>como predominância a contração isotônica nos gestos técnicos</p><p>da modalidade. Ao considerar o ato da defesa, e por sua carcaterística</p><p>expansiva de manter os ombros em abdução, os membros superiores</p><p>apresentam maior contração estática nessa fase, enquanto os membros</p><p>inferiores fi cam em contração isotônica. No treinamento, a contração</p><p>isométrica tende a ser utilizada em modelos para auxiliar no ganho</p><p>de força e resistência, mas, durante o jogo, são mais comuns as</p><p>contrações concêntricas e excêntricas.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Para que essas contrações concêntricas e excêntricas sejam possíveis, teremos</p><p>a presença da musculatura, que podem ser dividida em duas funções: musculatura</p><p>agonista e antagonista.</p><p>• Um músculo agonista é capaz de criar um torque na mesma direção da</p><p>ação articular. Assim, músculos ativos concentricamente são agonistas da</p><p>ação que ocorre na articulação que eles cruzam (MCGINNIS, 2015).</p><p>• Um antagonista é um músculo capaz de criar um torque na direção oposta</p><p>da ação articular referida ou oposto a outro músculo referido (MCGINNIS,</p><p>2015). São os músculos que estarão ativos em uma contração excêntrica.</p><p>2.3 ANÁLISE PARA A DESCRIÇÃO BIOMECÂNICA DOS</p><p>MOVIMENTOS NO BASQUETEBOL</p><p>Acadêmico, apesar deste livro apresentar, no Tema de Aprendizagem 3, o</p><p>tópico sobre avaliação para a descrição dos movimentos de basquetebol, é apropriado</p><p>antecipar o método qualitativo, que é utilizado nos esportes e que fornece uma maneira</p><p>sistemática de analisar os movimentos e descrevê-los a partir de quatro passos</p><p>propostos por McGinnis (2015):</p><p>112</p><p>1. Descrição: desenvolva um modelo teórico da técnica mais efetiva</p><p>e descreva da melhor maneira possível. Determine o que você</p><p>quer ver quando observar seus estudantes ou atletas.</p><p>2. Observação: observe o desempenho de seu estudante ou atleta</p><p>para determinar como de fato está a técnica da pessoa.</p><p>3. Avaliação: compare a técnica ideal com o desempenho observado.</p><p>Identifique e avalie os erros.</p><p>4. Instrução: eduque o estudante ou atleta, fornecendo feedback e</p><p>a instrução necessária para corrigir os erros.</p><p>Fonte: McGinnis (2015, p. 309)</p><p>NOTA</p><p>Para atendermos ao primeiro item, descrevemos a cinemática angular, que será</p><p>uma técnica para auxiliar na descrição dos movimentos. Com os dois exemplos descritos</p><p>nesse subtema, você vai entender na prática como funciona o fluxo da cinemática</p><p>angular para analisar biomecanicamente os aprendizados desse conteúdo e conseguir</p><p>descrever os movimentos do basquetebol.</p><p>Primeiro, identificamos qual o plano anatômico e eixo. Após, temos a observação</p><p>das articulações envolvidas e quais ações articulares estão sendo realizadas. Em</p><p>seguida, a observação da musculatura envolvida e, por fim, o tipo de contração e quais</p><p>as suas funções.</p><p>Figura 5 – Fluxo para análise da descrição do movimento</p><p>Fonte: adaptado de McGinnis (2015).</p><p>Para facilitar, sugerimos que a análise para a descrição seja segmentada por</p><p>membros, com a posterior associação de ambos os movimentos. Por isso, trouxemos</p><p>exemplos de movimentos conjugados e dinâmicos para a sua compreensão.</p><p>2.3.1 Corrida com Drible</p><p>Movimento conjugado de membros inferiores e superiores, que poderão</p><p>acontecer no plano sagital e eixo médio lateral, quando o drible se apresenta de</p><p>forma linear em um dos lados, ou no plano frontal anteroposterior, quando o drible se</p><p>113</p><p>apresenta mais diversificado em suas angulações ao deslocar e aos giros. O ciclo da</p><p>corrida inicia-se com o contato de um dos pés com o solo, terminando com o mesmo pé</p><p>tocando a superfície e a passada termina com o pé contralateral tocando a superfície.</p><p>Ao observamos toda a musculatura envolvida, analisamos que na perna à frente será</p><p>realizada a contração concêntrica, e na que está atrás, excêntrica. Ao analisarmos de</p><p>forma isolada, é necessária a propulsão de um ciclo completo com a perna de trás,</p><p>ocorrendo a flexão de joelho, com recrutamento da musculatura agonista, bíceps femoral,</p><p>e isquiotibiais, a partir de uma contração concêntrica e musculatura antagonista, que é o</p><p>quadríceps, em contração excêntrica. Já nos membros superiores, no lado que executa</p><p>o drible, ocorre a flexão e extensão do cotovelo. Então, enquanto ocorre a contração</p><p>concêntrica do bíceps, musculatura agonista, o tríceps, musculatura antagonista, está</p><p>em contração excêntrica. Com isso, podemos afirmar que as contrações concêntricas</p><p>e excêntricas no basquetebol ocorrem de forma dinâmica com até dois segundos de</p><p>duração por contração.</p><p>2.3.2 Arremesso Jump</p><p>O arremesso Jump ocorre no plano sagital, com a característica de flexão e</p><p>extensão um movimento conjugado de membros superiores e inferiores. O ciclo inicia-</p><p>se com os pés ao solo e os joelhos flexionados, sendo realizada a impulsão e finalizando</p><p>com a aterrissagem, da mesma forma. Para essa descrição, podemos afirmar que</p><p>acontece a flexão do quadril, joelhos e a flexão plantar. A impulsão do movimento realizará</p><p>contração excêntrica do glúteo, quadríceps, bíceps femoral, isquiotibiais, gastrocnêmio</p><p>e a musculatura do pé na fase aérea. No retorno, ou seja, a aterrissagem, ocorrerá a</p><p>contração excêntrica de toda a musculatura. Simultaneamente ao membro superior, o</p><p>impulso vai acontecer com a flexão dos ombros, cotovelos e punhos, com a contração</p><p>excêntrica do deltoide anterior, coracobraquial, bíceps e os flexores da mão. Ao finalizar</p><p>o movimento, com a extensão de toda a musculatura, ocorrem a contração excêntrica.</p><p>Com base no fluxo e com as duas descrições expostas, você poderá realizar</p><p>a descrição biomecânica de outros movimentos do basquetebol. Sendo assim, a</p><p>compreensão do fluxo e a sua descrição são fases importantes que antecedem e</p><p>auxiliam na identificação das possíveis lesões nas determinadas regiões que podem ser</p><p>ocasionadas por impactos ou por carga de movimento repetitivo. Essa fase de analisar e</p><p>descrever os tipos de contrações e função muscular recrutada no movimento conduz para</p><p>um caminho mais assertivo no plano de avaliações, testes e os métodos de treinamento.</p><p>2.4 TENSÃO E LESÃO</p><p>A tensão e lesão estão relacionadas. O conceito de tensão mecânica fornece</p><p>o ponto inicial para o entendimento de todas as lesões. A tensão mecânica se refere</p><p>à distribuição de uma força sobre o corpo em que ela está agindo e é imposta sobre o</p><p>114</p><p>corpo de diferentes maneiras: compressiva, tração e cisalhamento (MCGINNIS, 2015). A</p><p>tensão compressiva ocorre quando forças opostas o comprimem. Por exemplo, quando</p><p>um jogador de basquetebol aterrissa de um salto, uma força compressiva é aplicada</p><p>sobre sua perna pelo peso corporal, que está agindo para baixo, e pela força de reação</p><p>do solo, que está agindo para cima (MCGINNIS, 2015).</p><p>A tensão de tração ocorre quando uma força puxa um corpo. As fontes de tensão</p><p>de tração incluem a carga do ligamento colateral medial da articulação do joelho quando</p><p>a perna é atingida na face</p><p>lateral e a carga imposta na inserção de um músculo, tal</p><p>como a tuberosidade tibial, quando existe tração no ligamento patelar. Lugares comuns</p><p>de fraturas por avulsão incluem o maléolo lateral, quando a articulação do tornozelo é</p><p>invertida de modo extremo, e o epicôndilo medial, quando o úmero realiza movimento</p><p>de arremesso (MCGINNIS, 2015).</p><p>A tensão de cisalhamento ocorre quando uma força tende a deslizar duas</p><p>partes de um objeto transversalmente em relação ao outro. Um exemplo desse tipo de</p><p>tensão no corpo humano inclui a carga nos tecidos da articulação do joelho durante</p><p>o suporte do pé na corrida. A quantidade de movimento da massa do corpo acima da</p><p>articulação do joelho tende a causar o deslizamento do fêmur para frente sobre o platô</p><p>tibial (MCGINNIS, 2015).</p><p>A combinação de todas as forças agindo sobre um corpo é responsável por seu</p><p>movimento. Aprimorar o desempenho depende da melhora da aplicação da força ao</p><p>corpo; ou seja, alterando o tamanho, a direção, a linha de força e o tempo de produção</p><p>de força, uma pessoa pode aperfeiçoar seu desempenho. As forças que agem sobre um</p><p>corpo também são responsáveis pela ocorrência de lesões. Uma lesão é um dano ao</p><p>tecido que inibe o desempenho. Por exemplo, a bola de basquetebol que poderá atingir</p><p>um jogador na face pode fraturar seu osso zigomático na bochecha; a inversão ou</p><p>rotação excessiva causada por choques ou impactos no tornozelo podem distender os</p><p>ligamentos da face lateral dessa articulação; e distensões musculares ocorrem quando</p><p>altos níveis de tensão desenvolvidos pelo músculo rompem a continuidade do tecido</p><p>conectivo dentro do músculo (MCGINNIS, 2015). No contexto desportivo, as lesões são</p><p>frutos de tensões e no campo científico e irão aparecer de diferentes formas.</p><p>2.4.1 Lesão desportiva</p><p>Resumidamente, as lesões desportivas irão impedir, afastar ou limitar o jogador/</p><p>atleta por um determinado tempo. Para a definição das lesões desportivas, trouxemos</p><p>a colaboração de uma revisão de literatura realizada por Atalaia, Pedro e Santos (2009).</p><p>115</p><p>Figura 6 – Definições de lesões</p><p>Fonte: Atalaia, Pedro e Santos (2009, p. 16)</p><p>116</p><p>Como podemos observar até o momento, o basquetebol vai determinar</p><p>demandas consideráveis no plano vertical e frontal, que irão se distinguir de outras</p><p>modalidades esportivas. Desse modo, os programas de prevenção de lesões vão levar</p><p>em conta essas demandas específicas do basquetebol, por carregar diferentes fatores</p><p>de risco e mecanismos de lesões.</p><p>Por ser de alta intensidade e de rápidas transições, o basquetebol apresenta</p><p>alta incidência de lesões, causadas por constantes saltos, aterrissagens, mudanças de</p><p>direção, pivoteios e contato físico característicos de sua prática (KOFOTOLIS; KELLIS,</p><p>2007). É um esporte inerentemente vertical, exigindo de 35 a 46 atividades de saltos e</p><p>aterrissagens por jogo, o que é 2 a 4 vezes maior que o futebol e o vôlei.</p><p>2.4.2 Lesões no basquetebol</p><p>O basquete representa um dos maiores riscos de lesões em esportes coletivos,</p><p>com taxas de lesões relatadas entre 7 e 10 lesões por 1.000 exposições atléticas. As</p><p>lesões no tronco, na cabeça e nos membros superiores são prevalentes no basquete,</p><p>porém as evidências sugerem que de 58% a 66% das lesões ocorrem nos membros</p><p>inferiores. Especificamente, lesões por uso excessivo (por exemplo, tendinopatia, fratura</p><p>por estresse) e traumáticas (por exemplo, entorses ligamentares) são comumente</p><p>observadas em populações de basquete (AGEL, 2007).</p><p>Com isso, vamos apresentar as duas lesões relacionadas ao basquete que</p><p>tradicionalmente mais recebem atenção: entorses de tornozelo e rupturas do ligamento</p><p>cruzado anterior (LCA). Entorses de tornozelo, especialmente entorses de tornozelo</p><p>laterais, são as lesões mais identificadas em jogadores de basquete masculino e</p><p>feminino, representando aproximadamente 25% de todas as lesões. Além disso, pode</p><p>se tornar recorrente por esforços constantes na musculatura fibular e na instabilidade</p><p>crônica do tornozelo, com subsequente osteoartrite, que pode ocorrer após entorses</p><p>iniciais do tornozelo. A incidência de lesões do LCA sem contato no basquete é uma</p><p>grande preocupação devido à alta taxa de ocorrência. Essas lesões podem gerar</p><p>sequelas debilitantes, incluindo osteoartrite da articulação do joelho e reconstrução</p><p>cirúrgica (MOTHER, 2013).</p><p>Desse modo, a prevenção de lesão se faz importante. Um programa nesse</p><p>sentido poderá prevenir, minimizar a gravidade do acontecimento e reduzir os índices.</p><p>A prevenção tem como objetivo preservar a saúde do atleta, minimizar os impactos</p><p>técnicos e reduzir os custos financeiros.</p><p>117</p><p>Existe diferença das incidências de lesões entre os sexos?</p><p>Quando é levado em consideração o sexo, existem controvérsias quanto à maior incidência</p><p>de lesões. O estudo de Neto et al. (2013) caracterizou e analisou a incidência de LD em atletas</p><p>de basquetebol, com comparação entre os sexos. Veja o resultado: o número de atletas</p><p>avaliados da equipe feminina/masculina por posição foi: ala, 5/7; pivô, 5/6; armador, 2/1;</p><p>ala armador, 2/0; ala pivô 1/1. Dos 15 atletas do sexo masculino, apenas um não relatou</p><p>ter sofrido lesão, enquanto das 15 atletas femininas, quatro não apresentaram lesões. No</p><p>total, foram relatadas 60 (100%) lesões, 39 (65%) na equipe masculina e 21 (35%) na equipe</p><p>feminina. A equipe masculina apresentou mais lesões que a feminina (p < 0,05). Em média, a</p><p>equipe masculina apresentou 2,6 ± 1,45 lesões e a feminina 1,2 ± 1,18 lesões. O tipo de lesão</p><p>mais comum na equipe masculina foi a lesão articular, representando 58,97% do total de</p><p>lesões deste grupo. Destaca-se a entorse de tornozelo, que foi o tipo de lesão articular mais</p><p>relatado na equipe masculina. Já na equipe feminina, a lesão articular foi o segundo tipo. Mais</p><p>frequente (33,33%), das sete lesões articulares, quatro foram entorses de tornozelo.</p><p>Conclui-se que a incidência de lesões no basquetebol é maior nos</p><p>membros inferiores. A equipe masculina mostra-se mais propensa</p><p>a sofrer lesões. Os principais mecanismos de lesão foram diferentes</p><p>entre as equipes masculina e feminina, o que mostra que o trabalho de</p><p>prevenção tem que ser realizado especifi camente para cada categoria,</p><p>visando maior efetividade na diminuição da incidência de lesões.</p><p>Fonte: Neto et al. (2013)</p><p>INTERESSANTE</p><p>2.4.3 Programas de prevenção de lesão</p><p>O programa de prevenção de lesão pode ser conduzido em sua estrutura macro,</p><p>incluindo profi ssionais da área da saúde, como fi sioterapeutas e ortopedistas, que</p><p>podem agregar com detalhes e cuidados específi cos das lesões.</p><p>No que tange à estrutura metodológica do treinamento, este deve ser direcionado</p><p>para uma prática neuromuscular e os exercícios proprioceptivos têm destaque por serem</p><p>recomendados por vários profi ssionais na área da saúde. Além disso, é recomendado o</p><p>uso de equipamentos externos, como os calçados, órtese e fi tas adesivas.</p><p>Com isso, separamos um fl uxo de premissas, considerando as fases do</p><p>treinamento para um programa de prevenção de lesão no basquetebol:</p><p>118</p><p>Figura 7 – Programa para prevenção de lesão no basquetebol</p><p>Fonte: a autora</p><p>Existem dois tipos de exercícios proprioceptivos: estático e dinâmico. O</p><p>primeiro é a percepção consciente da orientação das diversas partes do corpo entre</p><p>si. A segunda é o sentido da velocidade do movimento, sendo também chamada de</p><p>cinestesia. Além disso, ainda pode ser consciente e inconsciente. A consciente é a</p><p>informação que chega ao córtex cerebral e que permite saber como está o segmento</p><p>corporal no espaço. A inconsciente é aquela proveniente do arco reflexo imperceptível e</p><p>de seus trajetos corticais específicos, sendo realizada pelo fuso muscular, por exemplo,</p><p>a contração muscular (FORMIGONI, 2005).</p><p>Prevenção de lesão para LCA</p><p>Uma revisão sistemática publicada em 2014 (MICHAELIDIS M; KOU-</p><p>MANTAKIS, G, 2014) examinou os efeitos dos programas de preven-</p><p>ção de lesões do LCA nas taxas de lesões em diferentes populações</p><p>esportivas femininas, analisando ainda os</p><p>principais componentes que</p><p>podem ser cruciais para que tais programas sejam eficazes. Especifica-</p><p>mente, um programa de treinamento bem-sucedido para prevenção</p><p>de lesões do LCA, deve começar na pré-temporada, por, pelo menos,</p><p>6 semanas, e continuar na temporada com menos frequência (1 a 2</p><p>vezes por semana). Componentes de treinamento foram indicados,</p><p>como: treinamento de força, pliometria, equilíbrio e propriocepção.</p><p>NOTA</p><p>119</p><p>Desse modo, podemos entender que a análise biomecânica do movimento</p><p>vai dialogar com outras áreas do conhecimento. A contribuição da biomecânica ao</p><p>basquetebol vai permitir que a prescrição direcionada à performance, saúde ou lazer</p><p>proporcione refinamento técnico, o que muito vai se conectar com os princípios</p><p>científicos do treinamento.</p><p>Se os princípios da sobrecarga e adaptação, por exemplo, não forem respeitados</p><p>por um indivíduo de 15 anos que deseja jogar basquetebol, seja por lazer ou rendimento,</p><p>e ele for sedentário, obviamente ocorrerá uma tensão em determinada região seguida</p><p>de lesão. No entanto, supondo que este indivíduo esteja praticando basquetebol por 4</p><p>meses, já se adaptou e apresenta um bom desempenho no processo de aprendizado,</p><p>o professor/treinador irá atuar com o princípio da especificidade para que ele alcance</p><p>o desenvolvimento técnico. Como ter a certeza para quantificar o desempenho desse</p><p>indivíduo para prescrição adequada e livre de lesões? Por meio das avaliações e testes</p><p>que serão abordados no próximo tema de aprendizado.</p><p>120</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• A biomecânica possui cinco aeras de contribuição para o basquetebol:</p><p>desenvolvimento, técnica, equipamentos, treinamento e prevenção de lesão.</p><p>• A análise biomecânica do basquetebol deve ser realizada por um fluxo que abrange</p><p>os planos, eixos, ações articulares, tipos de contração e função muscular.</p><p>• Os tipos de contrações mais utilizadas no basquetebol são concêntricos e excêntricas,</p><p>correspondentes às funções musculares agonistas e antagonistas.</p><p>• As lesões mais comuns no basquetebol acontecem nos membros inferiores, nas</p><p>articulações do tornozelo e joelho, seguidas de entorse de tornozelo e ruptura do</p><p>ligamento cruzado.</p><p>• O atleta basquetebol deve adotar um programa de prevenção de lesão, inserido</p><p>nas fases metodológicas da estrutura do treinamento, além de considerar uma</p><p>equipe multidisciplinar.</p><p>121</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Com base na biomecânica do basquetebol, as lesões fazem parte do protocolo de</p><p>treinamento, com prescrição para prevenção. No que diz respeito às lesões de membro</p><p>inferior, quais são a que apresentam altos índices no basquetebol?</p><p>a) ( ) Fratura exposta de tornozelo e entorse de joelho.</p><p>b) ( ) Fratura exposta de joelho e entorse de tornozelo.</p><p>c) ( ) Ruptura do ligamento cruzado do joelho e luxação do fibular do tornozelo.</p><p>d) ( ) Ruptura do ligamento cruzado do joelho e entorse do tornozelo.</p><p>2 Considera-se como lesão um dano ao tecido que inibe o desempenho e a tensão mecânica</p><p>é uma ação que antecede a lesão. Com base nas definições de tensão mecânica, analise</p><p>as sentenças a seguir:</p><p>I - A tensão compressiva ocorre quando forças opostas se afastam. A tensão de tração</p><p>ocorre quando uma força puxa um corpo. A tensão de cisalhamento ocorre quando</p><p>uma força tende a deslizar duas partes de um objeto transversalmente em relação</p><p>ao outro.</p><p>II - A tensão de cisalhamento ocorre quando uma força não desliza as duas partes</p><p>de um objeto transversalmente em relação ao outro. A tensão compressiva ocorre</p><p>quando forças opostas o comprimem. A tensão de tração ocorre quando uma força</p><p>puxa um corpo.</p><p>III - A tensão compressiva ocorre quando forças opostas o comprimem. A tensão de</p><p>tração ocorre quando uma força puxa um corpo. A tensão de cisalhamento ocorre</p><p>quando uma força tende a deslizar duas partes de um objeto transversalmente em</p><p>relação ao outro.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças III e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>122</p><p>3 A biomecânica do desporto, que é o estudo das técnicas desportivas, procura a</p><p>maximização da sua eficiência e redução dos riscos de lesão. Nesse sentido, existem</p><p>cinco grandes áreas da biomecânica que irão contribuir para o basquetebol. De</p><p>acordo com o que afirma McGinnis (2015), classifique V para as sentenças verdadeiras</p><p>e F para as falsas:</p><p>( ) Desenvolvimento, técnica, tática, equipamento e treinamento.</p><p>( ) Desenvolvimento, técnica, treinamento, equipamento e prevenção de lesão.</p><p>( ) Desenvolvimento, tática, treinamento, equipamento e prevenção de lesão.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 A biomecânica organiza a análise e descrição do movimento através da cinemática</p><p>angular, especialmente por características anatômicas. Cite os passos para o fluxo</p><p>de descrição do movimento que pode ser utilizado no basquetebol e disserte sobre o</p><p>primeiro e último item que são utilizados nesse fluxo.</p><p>5 Existem seis tipos de passes existentes no basquetebol: peito, picado, por cima da</p><p>cabeça, lateral, ombro e gancho. Descreva biomecanicamente quais as principais ações</p><p>articulares envolvidas de membro inferior e superior que servem como base para analisar</p><p>o passe de peito e picado na fase de lançamento.</p><p>123</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>AVALIAÇÕES NO BASQUETEBOL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 3, abordaremos as avaliações que</p><p>constituem programas de prescrição do treinamento desportivo e que são utilizadas</p><p>para identificar a condição inicial, controlar, monitorar, classificar e prescrever. As</p><p>avaliações poderão ser representadas por diferentes formas de verificar o resultado de</p><p>um treinamento ou intervenção.</p><p>A avaliação é um recurso que se aplica a um avaliado e ao processo, podendo</p><p>ser uma medida quantitativa ou qualitativa, que utilizará de elementos objetivos ou</p><p>subjetivos para comparação de resultados com critérios preconcebidos.</p><p>O basquetebol é uma prática esportiva antiga e que vem expressando</p><p>evolução do campo técnico-científico da modalidade. Quando o assunto é prescrição</p><p>do treinamento, o processo de avaliação torna-se indispensável, não devendo apenas</p><p>estar presente na estrutura do esporte, mas no acompanhamento das mudanças e</p><p>transformações de acordo com as novas necessidades para inovações, se necessário.</p><p>Sabemos que o basquetebol estabelece habilidades técnicas e aptidão</p><p>física necessária para o treinamento, sendo uma modalidade esportiva com grande</p><p>movimentação e coordenação. Possui como características: esforços intermitentes</p><p>breves e intensos, movimentos coordenados de ataque-defesa, saltos e arremessos.</p><p>Na busca pelo rendimento em competição, o atleta de basquetebol poderá manifestar</p><p>estados de estresse psíquico.</p><p>Com isso, iremos apresentar avaliações laboratoriais e de campo, que são</p><p>utilizadas no desporto e, especificamente, aquelas que atendem às características do</p><p>basquetebol, assim como avaliações que auxiliam no estado psicológico e de humor do</p><p>praticante/atleta.</p><p>2 AVALIAÇÕES NO BASQUETEBOL</p><p>Acadêmico, para entendermos como funciona o processo de avaliação na</p><p>modalidade do basquetebol, vamos compreender como ela funciona globalmente.</p><p>Trata-se de um ato para sistematizar as informações de um determinado desfecho em</p><p>um período, classificado de três formas:</p><p>UNIDADE 2</p><p>124</p><p>Figura 8 – Classificação da avaliação</p><p>Fonte: a autora</p><p>DIAGNÓSTICA</p><p>FORMATIVA</p><p>SOMATIVA</p><p>1º - Realização dos testes iniciais. É o ponto de partida de identificação.</p><p>2º - Vai informar a reposta, como as variáveis estão se comportando e, se</p><p>necessário, realizará intervenções.</p><p>3º - Classificará os indivíduos de acordo com os resultados.</p><p>Com base nesse entendimento, o professor/treinador irá planejar as avaliações</p><p>com base em uma análise das características do basquetebol e selecionará os testes</p><p>específicos que são comumente utilizados para assistir a prescrição do treinamento.</p><p>O planejamento de avaliação do basquetebol pode ser construído com testes</p><p>de laboratório e/ou de campo, que vão mensurar isoladamente as valências físicas e</p><p>psicológicas, a fim de contribuir na tomada de decisão a partir dos resultados encontrados.</p><p>Essa fase irá contribuir para a metrificação dos resultados do jogador, treinamento, jogo,</p><p>competição e da equipe. Cada avaliação realizada permite que o treinador/professor</p><p>identifique a média do grupo, repense no planejamento proposto e classifique-os para</p><p>conscientizar, intervir e motivar.</p><p>Podemos destacar as três áreas que frequentemente são avaliadas no</p><p>basquetebol, que vão identificar, informar e classificar.</p><p>• Metabólica (sistema aeróbico e anaeróbico).</p><p>• Neuromuscular (força, resistência, agilidade, potência).</p><p>• Psíquica (humor, ansiedade, motivação).</p><p>125</p><p>Análise para planejamento da avaliação do basquetebol</p><p>O basquete é considerado um esporte intermitente de alta intensidade que requer</p><p>principalmente metabolismo anaeróbio. Sabe-se que a contribuição anaeróbica no</p><p>basquete é importante para movimentos táticos (ou seja, transições defensivas/ofensivas)</p><p>e ações técnicas como arremessos, saltos, bloqueios, passes, lay-ups e outros movimentos</p><p>técnicos. No entanto, a duração de um jogo de basquete (40-48 min) requer um alto nível</p><p>de metabolismo aeróbico para aumentar a ressíntese de fosfato de creatina, depuração de</p><p>lactato do músculo ativo e remoção de fosfato inorgânico intracelular acumulado. Nesse</p><p>contexto, parece claro que a aptidão física de jogadores de basquete e o desempenho no</p><p>jogo podem ser influenciados tanto pelo metabolismo aeróbico quanto pelo anaeróbio.</p><p>Assim, essas interações entre metabolismo aeróbico e anaeróbio também devem ser</p><p>consideradas na avaliação e prescrição do treinamento. Embora existam muitos protocolos</p><p>de avaliação para identificar os desempenhos aeróbicos e anaeróbicos em atletas, poucos</p><p>protocolos foram aplicados para avaliar especificamente essas condições em esportes</p><p>acíclicos. Por esta razão, a elaboração de testes específicos para avaliar o desempenho</p><p>aeróbico e anaeróbio em jogadores de basquete pode ser importante para pesquisadores,</p><p>treinadores e atletas para otimizar programas de treinamento e desempenho (ARAUJO et</p><p>al., 2014).</p><p>Uma das capacidades físicas exigidas no basquete é a capacidade aeróbia, podendo ser</p><p>verificada através da análise do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) (CBB, 2018). A</p><p>capacidade anaeróbia relacionada ao sistema energético intermediário (lático e alático)</p><p>integra o metabolismo anaeróbio a partir da análise de produção do lactato (VALE, 2013).</p><p>Outras valências são exigidas no basquetebol, dentre as físicas, como:</p><p>velocidade, agilidade, força, resistência muscular, impulsão vertical e</p><p>horizontal e potência.</p><p>Os impulsos e potência estão relacionados e são de suma importância</p><p>no basquete devido à altura e à longitude do salto, sendo capazes de</p><p>interferir em habilidades e ações importantes, como os arremessos,</p><p>rebotes e defesas.</p><p>A tomada de decisão e a ansiedade estão relacionadas à condição</p><p>psicológica, assim como a oscilação de humor, que vão interferir</p><p>no foco, disciplina, desempenho e no comportamento dentro e</p><p>fora de quadra.</p><p>NOTA</p><p>Os testes que dão base para a prescrição no basquetebol a partir das três áreas</p><p>poderão ser realizados de maneira quantitativa ou qualitativa em ambiente de laboratório</p><p>ou campo e, as equações de predição que servirão como opções para estimativas.</p><p>126</p><p>2.1 TESTES DE LABORATÓRIO</p><p>Acadêmico, os testes de laboratório vão apresentar medidas precisas, com alta</p><p>validade interna, representando as variáveis fisiológicas. Assim, teremos a oportunidade</p><p>de desmistificar os testes que avaliam os sistemas energéticos predominantes no</p><p>basquetebol de forma direta e indireta e quais as suas vantagens e desvantagens.</p><p>2.1.1 Ergoespirometria</p><p>A ergoespirometria fornece a medida do trabalho com VO₂ máximo (GARDENGHI,</p><p>2007). É um teste de laboratório de medida direta conhecido como padrão-ouro</p><p>fisiológico na avaliação da aptidão cardiovascular (SCHOFFELEN, 2019). Normalmente,</p><p>a medida direta é realizada por teste de esforço cardiopulmonar (CPET) em um</p><p>sistema de ergoespirometria, que analisa as frações expiradas de volume consumido</p><p>de oxigênio (VO2), volume de dióxido de carbono (CO2) durante o esforço e, ainda, a</p><p>ventilação pulmonar (VE) durante o esforço e no momento de exaustão. Essas variáveis</p><p>são utilizadas para medir a capacidade aeróbia, como podemos observar ela faz uma</p><p>avaliação integrada do sistema cardiopulmonar e metabólico do teste.</p><p>Não existe um protocolo aceito universalmente. A escolha do protocolo ideal vai</p><p>depender do objetivo e das condições de aplicação (POWERS; DEMINICE; OZDEMIR, 2020).</p><p>O protocolo de BRUCE tem sido o mais indicado para atletas. É realizado em esteira rolante</p><p>com intensidade máxima. Recomenda-se que faça aquecimento de 1min com velocidade</p><p>de 1,0mph, sem inclinação. Consiste em cinco estágios de três minutos, variando a</p><p>inclinação de 10% e velocidade de 2,73 km/h (1,7 milhas/h). Cada estágio aumenta 2%</p><p>a inclinação e 1,36 km/h (0,85 milhas/h) a velocidade, até a exaustão do indivíduo. São</p><p>medidas as trocas gasosas durante o teste e ele poderá ser interrompido por exaustão.</p><p>2.1.2 Cardiotacômetro/frequencímetro</p><p>O cardiotacômetro é um método direto que vai verificar a frequência cardíaca</p><p>máxima (FCM), sendo esta uma importante variável fisiológica para quantificar o esforço</p><p>máximo durante um teste ergométrico. É utilizada para prescrição de intensidades em</p><p>programas de exercícios aeróbios, por estar vinculada ao consumo máximo de oxigênio</p><p>(ACMS, 2000).</p><p>O cardiotacômetro é um instrumento utilizado para verificar a frequência</p><p>cardíaca em tempo real. Usa um frequencímetro por um sinal de captação elétrico do</p><p>coração localizado na linha axilar, ou por relógios com tecnologia wireless.</p><p>127</p><p>2.1.3 Lactacidemia</p><p>O lactato é uma importante medição de limiar ao indicar a transição do exercício</p><p>aeróbio para anaeróbio e funciona como um marcador bioquímico de fadiga muscular. A</p><p>concentração de lactato no sangue apresenta variabilidade de acordo com a intensidade</p><p>do exercício. Em exercícios de alta intensidade, o acúmulo é maior, e, em repouso, são</p><p>encontrados níveis mais baixos, fazendo dele uma ferramenta importante na prescrição</p><p>do treinamento (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).</p><p>A lactacidemia é um método direto, utilizado em laboratório por coleta sanguínea,</p><p>refrigerando o plasma para análise. É representado por unidade de medida em mmo/L.</p><p>Níveis até 2,44mmo/L são consideráveis normais, valores acima indicam acidose celular.</p><p>2.1.4 Lactímetro portátil</p><p>Nos últimos anos, a utilização do lactato como indicador da aptidão física ou da</p><p>intensidade da atividade tem crescido, em parte, devido à facilidade e rapidez na obtenção</p><p>e análise de amostras. O lactímetro indica que a coleta do lactato pode acontecer por</p><p>meio de uma punção da falange distal do dedo anelar da mão não dominante ou pelo</p><p>lobo da orelha, com o sangue capilar fresco e inserido nas tiras reagentes.</p><p>2.1.5 Equações de predição (VO2 máx)</p><p>As equações de predição são consideradas como método indireto. Existem</p><p>diferentes métodos, cada um com uma equação diferente para estimar o VO₂ máx. Para</p><p>calcular de maneira indireta o VO2 máx, podem ser utilizadas as equações preditivas de</p><p>esforço máximo, propostas por Bruce (1973): VO2 máx = 14.76 - 1.379 x tempo + 0.451 x</p><p>tempo² - 0.012 x tempo³; ou a equação preditiva de esforço sub máxima, proposta por</p><p>Ross (1986): VO2 carga= {[(6x%incl)] vel (mph)+75} x3,5 60 e VO2máx= VO2carg x (FC</p><p>máx.- 61 ) (FC ating-61).</p><p>2.1.6 Equações de predição (FCM)</p><p>Uma das equações mais utilizadas para a predição da FCM é a 220 – idade,</p><p>proposta por Karvonen. Essa equação tende a superestimar a FCM de indivíduos jovens</p><p>(< 40 anos) e a subestimar a frequência de idosos. Outra equação</p><p>utilizada para predição</p><p>dessa variável é o modelo de regressão (208 - (0,7 x idade)), que apresenta valores de</p><p>FCM menores do que a de Karvonen (CAMARDA et al., 2008).</p><p>128</p><p>Acadêmico, veja quais as vantagens e desvantagens que os testes de laboratório e as equa-</p><p>ções de predição para medição do VO2 máximo, frequência cardíaca e lactato sanguíneo</p><p>irão proporcionar:</p><p>• Vantagens</p><p>O método direto de ergoespirometria é um dos principais parâmetros funcionais utilizados</p><p>no Brasil e no mundo e apresenta considerável acurácia, pela obtenção das respostas fisio-</p><p>lógicas tanto dos sistemas cardiovascular e pulmonar.</p><p>As equações de predição irão identificar a capacidade do indivíduo e auxiliar na prescrição</p><p>do treinamento na ausência em de um ergoespirômetro e não é necessário investimento</p><p>financeiro.</p><p>A medida por cardiotacômetro vai permitir a resposta da frequência cardíaca na prescrição</p><p>e acompanhamento por zona de treino em tempo real.</p><p>A lacticidemia apresentará uma análise tratada em seu processo bioquímico por um pro-</p><p>fissional específico e o lactímetro, por ser um aparelho portátil, torna viável o uso tanto em</p><p>laboratório de testes incrementais, realizados em esteira ou cicloergômetros, quanto nos</p><p>protocolos dos testes de campo, com a resposta em tempo real.</p><p>• Desvantagens</p><p>A ergoespirometria é um instrumento de elevado custo financeiro,</p><p>com necessidade de profissionais especializados. As equações predi-</p><p>tivas vão apresentam margens de erro e ainda não há consenso na</p><p>literatura.</p><p>A frequência cardíaca proposta por equações pode apresentar</p><p>margem de erro. Existe conflito na literatura sobre a aplicação das</p><p>equações para predição da FCM. Alguns demonstram boa correlação</p><p>com a FCM medida, outros, não.</p><p>A lacticidemia apresenta demora em seu resultado, sendo necessário</p><p>investimento de outros profissionais e de um laboratório para tratar o</p><p>sangue. Já o lactímetro só apresenta o custo dos aparelhos e tiras.</p><p>INTERESSANTE</p><p>2.2 TESTES DE CAMPO</p><p>Acadêmico, os testes de campo vão manifestar maior validade externa,</p><p>reproduzindo os resultados dos sistemas energéticos e neuromusculares, que vão</p><p>indicar especificidade na aplicação.</p><p>2.2.1 Cooper</p><p>O famoso teste de campo para avaliar a capacidade aeróbia desenvolvida</p><p>por Cooper, em 1970, tem sido amplamente utilizado nos esportes para identificar e</p><p>classificar a capacidade aeróbica.</p><p>129</p><p>Nesse protocolo, são necessários apenas um cronômetro e uma pista de</p><p>atletismo, ou mesmo um espaço plano de distância conhecida, como uma quadra,</p><p>um campo, um bosque etc. O avaliado deverá percorrer a maior distância possível</p><p>em 12 minutos de corrida, preferencialmente, e/ou de caminhada. O avaliador deverá</p><p>quantificar a distância total (em metros) percorrida pelo avaliado e substituir o valor na</p><p>seguinte fórmula matemática:</p><p>VO2max (ml/kg/min) = (distância – 504,9) / 44,73</p><p>Para a classificação do nível de capacidade aeróbia encontrada no teste de</p><p>Cooper, será considerada a idade e sexo (VALE, 2013).</p><p>A aplicabilidade do Cooper no basquetebol vai fornecer ao treinador/professor</p><p>a condição de saúde e desempenho de condicionamento aeróbico do atleta para se</p><p>manter no período de jogo.</p><p>Apesar de ser o mais famoso e amplamente utilizado nos esportes em geral, no</p><p>basquetebol, para avaliação da potência aeróbica, o yo-yo test tem sido mais indicado.</p><p>2.2.2 Yo-yo Endurance Test</p><p>Desenvolvido pelo pesquisador Jens Bangsbo em 1994, o teste de vai e vem</p><p>(yo-yo endurance test) é utilizado principalmente em modalidades acíclicas, para avaliar</p><p>o VO2max de maneira específica. Esse teste consiste em corridas de ida e volta (shuttle</p><p>runs) entre marcadores (cones) paralelos, separados uns dos outros por uma distância</p><p>de 20 metros. A velocidade de corrida entre os cones é controlada por meio de um sinal</p><p>sonoro do avaliador. O avaliado deverá correr do cone inicial até o outro, chegando nele</p><p>no momento exato do sinal sonoro; ao voltar em direção ao primeiro cone, o mesmo</p><p>procedimento deverá ser realizado novamente. A velocidade inicial é de 11,5km/h, com</p><p>aumento de 0,5 km/h em cada estágio, sendo que cada um desses estágios dura,</p><p>aproximadamente, 1 minuto. Esses aumentos na velocidade são fornecidos em um</p><p>CDRom com o programa do yo-yo test. Quando o avaliado falhar duas vezes seguidas</p><p>em chegar aos cones no respectivo sinal, ou quando se sentir incapaz de completar a</p><p>corrida na velocidade estabelecida, o teste é finalizado, e o último estágio (distância)</p><p>alcançado por ele é considerado como a pontuação do teste.</p><p>Assista a esse vídeo tutorial: https://www.youtube.com/watch?v=nkOk_</p><p>P5VnOA.</p><p>DICA</p><p>130</p><p>Para realização do teste de vai e vem (yo-yo test), é necessária uma raia,</p><p>demarcada por cones, separados por dois metros uns dos outros. É solicitado que o</p><p>participante realize o maior número possível de corridas. O valor de pontuação alcançado</p><p>por cada atleta é utilizado para estimar o VO2max. Um ponto positivo desse protocolo é</p><p>o fato de ele permitir que se avalie mais de um indivíduo ao mesmo tempo. No entanto,</p><p>em termos práticos, aconselha-se a avaliação de, no máximo, cinco indivíduos, para</p><p>haver melhor controle. Terminado o teste, deve-se observar o valor do VO2max referente</p><p>ao último estágio completado pelo indivíduo na tabela referencial (VALE, 2013).</p><p>Figura 9 – Yo-yo Test</p><p>Fonte: https://www.theyoyotest.com/yyie1.htm. Acesso em: 29 mar. 2023.</p><p>Acesse esse site para desmistificar o Yo-yo endurance test com a</p><p>apresentação de instruções e classificações: https://www.theyoyotest.</p><p>com/norms.htm</p><p>DICA</p><p>2.2.3 Running Anaerobic Sprint Test (RAST)</p><p>O Running Anaerobic Sprint Test (RAST) é um teste para detecção da capacidade</p><p>anaeróbica. O teste foi desenvolvido em 1997, por Drapere, com objetivo de fornecer um</p><p>meio de determinar a potência anaeróbica com baixo investimento financeiro e simples</p><p>de implementar, tornando-se acessível aos treinadores para jogadores de todos os níveis.</p><p>O RAST envolve seis Sprints de 35 metros, separados por 10 segundos de recuperação.</p><p>Os tempos cronometrados permitem avaliar a capacidade anaeróbia dos</p><p>indivíduos por meio dos cálculos da potência média (POT med) e do índice de fadiga</p><p>(IF) a partir da subtração entre a potência máxima (POTmax) e (POTmin) mínima,</p><p>respectivamente, multiplicado por 100 e dividido pela POTmax, com base nas fórmulas</p><p>a seguir, (VALE, 2013):</p><p>131</p><p>POTmed = média aritmética da potência dos seis tiros (sprints)</p><p>IF = (POTmax – POTmin) • 100 / POTmax</p><p>O RAST reflete a característica do basquetebol em solicitar a realização de</p><p>muitos sprints em seu sistema ofensivo ou defensivo.</p><p>Assista a esse vídeo tutorial sobre o Running Anaerobic Sprint Test</p><p>(RAST): https://www.youtube.com/watch?v=vAHUIv3DjDM</p><p>DICA</p><p>2.2.4 Squat jump (SJ)</p><p>O Squat Jump vai avaliar a potência anaeróbia relacionada ao sistema</p><p>energético de maior potência e menor capacidade do sistema musculoesquelético,</p><p>com predominância da produção de energia em atividades que duram em torno de 10</p><p>segundos e são executadas em alta intensidade. As reações nesse período ainda não</p><p>produziram lactato, logo, a potência está relacionada ao metabolismo anaeróbio alático.</p><p>Diversos testes são utilizados, entre eles, os saltos vertical e horizontal. Pelo fato de o</p><p>basquetebol possuir movimentos de característica mais vertical, iremos apresentar o salto</p><p>vertical (Squat jump). Poderá ser realizado com as mãos no quadril, contramovimento</p><p>ou com auxílio dos braços. A posição inicial deve se estabelecer com os pés unidos a</p><p>30cm da tábua de marcação; essa tábua tem 1,50m de comprimento e 30cm de largura.</p><p>O avaliado “mancha” a ponta dos seus dedos com giz ou com pasta de dentes. Procura-se</p><p>alcançar o ponto mais alto (envergadura) sem o salto (em centímetros).</p><p>Logo após essa primeira marcação na tábua, o salto é executado. O avaliado</p><p>fará uma semiflexão do quadril e dos joelhos – imaginando que existe uma cadeira atrás</p><p>de si para se sentar, vai manter essa posição por três segundos de maneira estática,</p><p>sem executar</p><p>o contramovimento e/ou com o auxílio dos braços na impulsão. O avaliado</p><p>executa o salto somente com a dinâmica positiva (para cima), devendo deslocar o braço</p><p>para marcar a tábua somente quando estiver na fase aérea do movimento. Assim, mede-</p><p>se a diferença entre a altura alcançada, a envergadura e o salto propriamente dito (em</p><p>centímetros) (VALE, 2013). Outras versões do teste estão sendo utilizadas a partir da</p><p>tecnologia de um aplicativo no celular, que, por meio de um vídeo gravado vai registrar</p><p>a distância em altura alcançada.</p><p>132</p><p>Veja esse vídeo tutorial do aplicativo MY JUMP para Squat jump (SJ):</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=nvsU2EtwPPI</p><p>DICA</p><p>2.2.5 Arremesso de medicine ball</p><p>O arremesso de medicine Ball visa a medir a força explosiva dos membros</p><p>superiores. O avaliado deverá estar sentado no chão, com os joelhos estendidos, as</p><p>pernas unidas e com as costas apoiadas. Com o tronco ereto e imobilizado, com a</p><p>medicine ball nas mãos, “coladas” na altura do peito, o avaliado deverá executar um</p><p>movimento de extensão máxima e rápida dos cotovelos, buscando lançar a bola o mais</p><p>longe possível (em metros). O peso da medicine ball para a execução do teste fica a</p><p>critério do avaliador, conforme a faixa etária dos avaliados (VALE, 2013).</p><p>Assista a esse vídeo tutorial do arremesso de medicine ball: https://</p><p>www.youtube.com/watch?v=MiIxu4vovzI</p><p>DICA</p><p>2.2.6 Agilidade: Teste do quadrado</p><p>A agilidade é definida como a capacidade de alterar o sentido do deslocamento</p><p>o mais rápido possível ou realizar mudanças de direção no movimento executado. É</p><p>uma habilidade física relacionada intimamente com várias outras, como a velocidade,</p><p>a força, o equilíbrio. Deve-se demarcar, com quatro cones de 50 centímetros de</p><p>altura ou quatro garrafas de refrigerante de dois litros, do tipo PET, um quadrado de</p><p>quatro metros de cada lado. O aluno parte da posição levantada, com um pé à frente,</p><p>imediatamente atrás da linha de partida. Ao sinal do avaliador, ele deverá deslocar-se</p><p>até o próximo cone em direção diagonal. Na sequência, corre em direção ao cone a sua</p><p>esquerda e depois se desloca para o cone em diagonal, atravessando o quadrado nesse</p><p>sentido. Finalmente, ele corre em direção ao último cone, que corresponde ao ponto de</p><p>partida. Uma observação: o aluno deverá tocar com uma das mãos todos os cones que</p><p>demarcam o percurso. O cronômetro deverá ser acionado pelo avaliador no momento</p><p>em que o avaliado realizar o primeiro passo, tocando com o pé no interior do quadrado,</p><p>e será desligado (VALE, 2013).</p><p>133</p><p>Acadêmico, na leitura complementar a seguir, você terá a oportunidade de</p><p>conhecer outros testes que são utilizados para avaliar a agilidade do basquetebol. A</p><p>opção de apresentar o teste do quadrado está relacionada com a similaridade funcional</p><p>ao basquetebol, especialmente nas mudanças de direções. Essa leitura trará a você a</p><p>oportunidade de conhecer outros testes e possíveis lacunas, caso seja do seu interesse</p><p>tornar os testos objeto de futuras pesquisas e atuações profissionais.</p><p>Assista ao seguinte tutorial, que explica bem o teste do quadrado:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=51nryPJA_ZE</p><p>DICA</p><p>2.2.7 Teste de velocidade de 10 metros</p><p>O avaliado executa tiros durante os quais percorre, em máxima velocidade, a</p><p>distância de 10 metros, em linha reta e partindo da posição parada. Deve-se anotar</p><p>o tempo utilizado em cada um dos tiros, e entre cada tentativa deve haver intervalo</p><p>de dois a três minutos. Esse teste pode ser realizado na grama ou na quadra, e suas</p><p>variações incluem a inserção de mudança de direção ao longo do trecho que se deseja</p><p>investigar. Considerando-se as especificações do tiro de 10 metros, esse mesmo teste</p><p>pode apresentar variações quanto à distância a ser percorrida, utilizando-se o tiro de 20</p><p>ou de 50 metros. Considerando as dimensões da quadra do basquetebol, são indicados</p><p>tiros de até 28 metros. As variações desse teste incluem a inserção de mudança de</p><p>direção ao longo do trecho que se deseja investigar (VALE, 2013).</p><p>2.2.8 Teste de flexibilidade</p><p>Esse teste consiste na execução de três repetições – separadas por 10</p><p>segundos de descanso entre elas – de movimento de flexão do tronco, com o avaliado</p><p>sentado no chão, com os joelhos completamente estendidos, os braços (o esquerdo</p><p>sobre o direito) também estendidos, buscando alcançar a maior distância possível na</p><p>régua que demarca a medida, sem executar movimento de contrabalanço com o tronco</p><p>(também conhecido como “tomada de impulso”). O avaliado também deve manter o</p><p>queixo próximo ao peito. O melhor valor, dentro das três tentativas, é considerado válido.</p><p>É importante observar que o avaliado deve estar “frio” para a execução desse teste, ou</p><p>seja, não deve ter executado nenhum tipo de atividade física prévia, nem aquecimento</p><p>nem alongamento muscular.</p><p>134</p><p>2.3 TESTE PSICOLÓGICO</p><p>A psicologia tem contribuído para a ciência do esporte por meio da pesquisa e</p><p>aplicação de processos básicos, tentando entender o indivíduo em sua totalidade. As</p><p>condições estressantes podem estar relacionadas a situações de organização que vão</p><p>afetar o cotidiano do atleta, como quadras inadequadas para treinamento, e as emoções</p><p>inerente ao ser humano, como medo e expectativas, assim como os conflitos que são</p><p>enfrentados diariamente dentro e fora de quadra. A forma como o atleta vai contornar</p><p>esses desafios está muito ligada à personalidade, ao estado de humor e à habilidade de</p><p>adaptação. Essa é uma área que antes era pouco investigada, mensurada e com poucas</p><p>estratégias de intervenções.</p><p>Nessa perspectiva, com o avanço de estudos, as avaliações no âmbito</p><p>emocional e psicológico vão colaborar para a prescrição mais adequada, como</p><p>a capacidade de restauração do equilíbrio emocional e psicológico por meio da</p><p>utilização de estratégias bem-sucedidas para superação dos estressores associados</p><p>às situações enfrentadas no esporte.</p><p>Acadêmico, com o intuito de clarear a presença da psicológica no basquetebol,</p><p>vamos exemplificar, por meio de estudos científicos, instrumentos de avaliação que utilizaram</p><p>atletas de basquetebol profissional para identificar o estado de humor e adaptação.</p><p>Observe o estudo de Santos (2008), que utilizou o teste de POMS (Profile of Mood States), um</p><p>instrumento de avaliação dos estados transitórios de humor desenvolvido por McNair, Loor</p><p>e Droppleman, em 1971, para avaliar as características da personalidade de jogadores de</p><p>basquete da cidade de Pouso Alegre (MG) e suas variáveis de humor. O autor aborda o vigor</p><p>como fator positivo e, como fatores negativos: tensão, raiva, fadiga, depressão e confusão</p><p>mental, durante o JIMI (Jogos do Interior de Minas), que éo maior evento de esportes de</p><p>Minas, sendo dividido em três etapas: microrregionais, regionais e etapa final.</p><p>Veja como o estado de humor é capaz de oscilar durante o jogo.</p><p>O nível de tensão começou alto antes do primeiro jogo, sofreu uma ligeira diminuição após</p><p>o final dele, teve um leve aumento antes do segundo jogo e mais um ligeiro aumento após o</p><p>segundo jogo.</p><p>Já o nível de depressão começou baixo, sofreu um aumento elevado após o primeiro jogo,</p><p>começou baixo no segundo jogo e se manteve após ele. Percebe-se que mesmo tendo obtido</p><p>vitória no primeiro jogo, o momento logo após este foi o de maior depressão. Talvez este fato</p><p>possa ser explicado pela insatisfação com o desempenho no jogo.</p><p>Com relação ao nível de raiva, verifica-se que este começou baixo, teve um ligeiro aumento</p><p>após o primeiro jogo, uma pequena diminuição no início do segundo jogo e continuou a</p><p>diminuir após o segundo jogo.</p><p>INTERESSANTE</p><p>135</p><p>Ou seja, os jogadores tiveram os estados transitórios de humor, com depressão, raiva, vigor</p><p>e fadiga muito alterados durante os dois jogos. No entanto, tensão e confusão mental não</p><p>se alteraram. Além disso, vale mencionar que o vigor, caracterizado como fator positivo,</p><p>diminuiu após o primeiro jogo, e que a depressão, a raiva e a fadiga, caracterizadas como</p><p>fatores negativos, aumentaram após o primeiro jogo.</p><p>Aliás, a fadiga esteve alta ainda no início</p><p>do segundo jogo. Estes dados podem ter culminado na derrota no segundo</p><p>jogo. Além disso, estes dados demonstram que, por se tratar de atletas</p><p>amadores, são necessários muitos trabalhos físicos e psicológicos, e</p><p>acredita-se que os jogadores não renderam tanto como deviam, pois se</p><p>ganhassem apenas um jogo, eles estariam classifi cados para a próxima</p><p>fase, e foi exatamente o que ocorreu. Dessa maneira, entende-se</p><p>como necessária a realização de outros estudos sobre as emoções e</p><p>sentimentos dos jogadores de basquete, para que, de algum modo,</p><p>possamos auxiliar em futuros campeonato</p><p>2.3.1 O Teste de humor (POMS)</p><p>É um instrumento de avaliação dos estados transitórios de humor composto por</p><p>65 perguntas, desenvolvido e validado em atletas brasileiros, que avalia o vigor como</p><p>fator positivo de humor, e como fatores negativos a tensão, raiva, fadiga, depressão e</p><p>confusão mental. É feita autoavaliação do avaliado, observados os itens nos últimos</p><p>sete dias.</p><p>O questionário proporciona um resultado total a partir de um cálculo</p><p>(Perturbação total de humor) por meio da soma das cinco escalas de sinal negativo</p><p>(T- tensão, ansiedade + D- depressão + H- hostilidade, ira + F- fadiga, inércia + C -</p><p>confusão, desorientação), subtraído do resultado da escala de vigor, e pela soma de</p><p>uma constante de 100. É uma ferramenta que pode ser utilizada para estratégias</p><p>comparativas de período pré ou pós-treino, jogos ou temporadas.</p><p>Acadêmico, na demonstração dos resultados, é importante que</p><p>você faça os registros das avaliações em planilha e que você</p><p>compare os resultados.</p><p>DICA</p><p>136</p><p>2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO</p><p>Os indicadores de desempenho (ID) no basquetebol podem ser identificados</p><p>por um conjunto de parâmetros antropométricos, variáveis fisiológicas, biológicas,</p><p>psicológicas e funcionais, e mais recentemente, por meio de estatísticas encontradas</p><p>nos indicadores técnicos e táticos de um jogo ou em uma temporada.</p><p>Existem variadas maneiras de se avaliar a performance de atletas e equipes</p><p>durante uma partida. Alguns estudos vão correlacionar as avaliações antropométricas</p><p>com as fisiológicas e/ou com as técnicas. Todavia, a forma mais comum de se avaliar o</p><p>desempenho de equipes e o andamento de uma competição se dá por meio do scouting</p><p>e da análise estatística do jogo. Apesar de já ser muito utilizado, diferentemente dos</p><p>testes funcionais e psicológicos, o indicador de desempenho ainda não apresenta</p><p>valores de referência ou normativos.</p><p>Alguns autores indicam que as variáveis antropométricas podem ser utilizadas</p><p>como indicadores relevantes para a seleção e a detecção de possíveis talentos esportivos.</p><p>O estudo de Nunes (2009) verificou os parâmetros antropométricos e indicadores de</p><p>desempenho em atletas da seleção brasileira feminina de basquetebol, concluindo que</p><p>existe uma relação entre os parâmetros antropométricos e os indicadores de desempenho</p><p>nas atletas. Os resultados obtidos mostram que a estatura e a massa magra são parâmetros</p><p>capazes de influenciar a execução do rebote. Além disso, o índice de gordura corporal</p><p>também é outro parâmetro que interfere na maioria dos indicadores de desempenho,</p><p>reforçando a incompatibilidade entre a adiposidade e o rendimento esportivo.</p><p>As variáveis mensuráveis pela equipe técnica vão auxiliar na previsão do ID e as</p><p>contribuições das organizações de campeonatos vão confirmar, ou não, à equipe ou ao</p><p>atleta representado, quantitativamente, por estatísticas, o desempenho no jogo.</p><p>Podemos destacar o campeonato anual organizado pela Associação Norte-</p><p>americana de Basquetebol, o torneio da NBA (National Basketball Association), expressão</p><p>máxima do basquetebol mundial. A organização disponibiliza informações quantitativas</p><p>sobre as competições e se torna viável a formulação de modelos visando a construção</p><p>de índices de eficiência ou de performance potencial.</p><p>As variáveis coletadas podem ser dívidas no ataque e defesa. As do ataque</p><p>são: números de pontos convertidos (PC); números de aproveitamentos de arremessos</p><p>de dois pontos (AD); números de aproveitamentos de arremessos de três pontos (AT);</p><p>números de aproveitamentos de lances livres (LL); números de rebotes ofensivos (RO);</p><p>números de assistências (AS); e número do jogo (NJ). As da defesa são: números de</p><p>pontos sofridos (PS); número de rebotes defensivos (RD); número de faltas coletivas</p><p>(FC); número de roubadas de bola (RB); número de perdas de bola (PB); número de</p><p>tocos (TO); e o número do jogo (NJ).</p><p>137</p><p>Essas variáveis não vão refletir o placar final do jogo, nem definir o vencedor,</p><p>mas buscam esclarecer o desempenho individual do jogador e também registrar a razão</p><p>pela qual ele teve essa performance.</p><p>Veja esse estudo realizado em 2016, que verificou a evolução do basquetebol brasileiro</p><p>através do índice de desempenho (ID) das equipes em três temporadas do Novo Basquete</p><p>Brasil (2009 a 2012) e determinou valores de referência (percentis) dos principais ID.</p><p>Como os dados foram coletados?</p><p>Os dados foram coletados diretamente no site da LNB. Selecionou-se a opção relativa a</p><p>cada temporada do NBB para apresentação da tabela completa dos jogos. Ao clicar no</p><p>placar de cada partida, abre-se uma tabela com as estatísticas completas de cada atleta</p><p>e do total de cada equipe. Esses totais por equipe foram tabulados para posterior análise</p><p>e cálculo dos respectivos índices de desempenho. A eficiência é calculada considerando</p><p>a diferença do somatório das ações positivas e das ações negativas de cada jogador e do</p><p>total da equipe, que é a forma de cálculo adotada pela LNB. A determinação do número</p><p>de posses de bola foi feita com base na equação. Dessa forma, contabilizam-se as ações</p><p>que caracterizam a troca da posse de bola de uma equipe para outra, ou seja, após um</p><p>arremesso ou um erro (violações, faltas ou bolas perdidas). É descontada a quantidade</p><p>de rebotes ofensivos, pois esses caracterizam a continuidade da posse de bola, e não</p><p>uma nova posse. O coeficiente de eficiência ofensiva (CEO) representa o valor médio de</p><p>cada posse de bola, ao demonstrar quantos pontos foram marcados a cada tentativa de</p><p>ataque. Finalizando, o FG% (do inglês fieldgoal) significa o percentual de aproveitamento</p><p>de todos os arremessos de 2 e 3 pontos tentados ao longo da partida.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Figura – Índices de desempenho do basquetebol e suas fórmulas de cálculo</p><p>Com relação aos resultados, não houve diferença na média de pontos marcados</p><p>pelas equipes ao longo das três temporadas, mas nota-se uma modificação nos tipos</p><p>de arremessos. Houve diminuição no número de arremessos de três pontos tentados e</p><p>convertidos da primeira para a última temporada, ao passo que as tentativas de arremessos</p><p>de dois pontos foram mais frequentes com o passar dos anos. As equipes tentaram e</p><p>converteram mais lances livres na edição 2011/12 em relação aos anos anteriores. O</p><p>aproveitamento percentual das equipes melhorou ao longo das três temporadas nos</p><p>lances livres, mas não nos arremessos de dois e três pontos e houve diminuição no número</p><p>de rebotes conquistados, em especial nos rebotes ofensivos, mas todos os demais índices</p><p>de desempenho mantiveram-se similares ao longo das três temporadas.</p><p>138</p><p>Figura – Valores de referência do aproveitamento (%) dos diferentes arremessos</p><p>do jogo de basquetebol distribuídos em percentis</p><p>De forma simplificada, considerando que a maioria dos arremessos de quadra</p><p>é tentativa de dois pontos, um CEO de 1 representa que foram conquistados apenas</p><p>metade dos pontos tentados ou que foram convertidas cestas em apenas metade das</p><p>posses de bola. Logo, um CEO de 1,20 significa que a alta performance no NBB demanda</p><p>conversões em mais da metade das posses. Por fim, o ritmo do basquetebol brasileiro</p><p>apresenta jogos muito lentos quando as equipes têm até 66 posses de bola por</p><p>partida e muito acelerados a partir das 77 posses por partida. Esses valores</p><p>representam um uso médio de 18,2 e 15,6 segundos a cada posse de</p><p>bola, respectivamente.</p><p>Concluímos que há uma tendência à modificação</p><p>do estilo de jogo das equipes ao longo das três temporadas, com certa</p><p>aproximação dos arremessos em relação à cesta, ou seja, arremessos mais</p><p>próximos ao garrafão. Os percentis indicam alto grau de exigência</p><p>para a performance das equipes nos ID analisados.</p><p>Fonte: Meneses, Gois e Almeida (2016, p. 94-99)</p><p>Podemos afirmar que os indicadores de desempenho vão informar dados técnicos</p><p>que darão base para a comissão técnica chegar a esclarecimentos das estratégicas</p><p>táticas e tomadas de decisões de forma coletiva e/ou individual, que servirão como</p><p>base para prescrição do treinamento. Buscando aprimorar os conteúdos, convidamos</p><p>você para fazer a leitura complementar, que trará mais conhecimento e inovações sobre</p><p>a modalidade por meio de uma revisão sistemática recentemente publicada, composta</p><p>por 40 artigos que sintetizam nossa imersão.</p><p>139</p><p>APTIDÃO FÍSICA EM JOGADORES DE BASQUETE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA</p><p>David Mancha-Triguero</p><p>Javier García-Rubio</p><p>Julio Calleja-González</p><p>Sergio J. Ibáñez</p><p>O basquete é um esporte intermitente de alta intensidade. Como qualquer</p><p>outro, seja qual for a sua classificação, é composto quatro aspectos que devem ser</p><p>levados em conta e que devem ser treináveis. Neste caso, a preparação de jogadores de</p><p>basquetebol envolve o desenvolvimento físico, técnico, atributos táticos e psicológicos.</p><p>A correta preparação geral dos jogadores está diretamente relacionada ao desempenho</p><p>individual e coletivo. Com foco na preparação física do jogador, deve-se considerar o</p><p>que deve ser avaliado, mantido e, se necessário, melhorado.</p><p>Por este motivo principal, diferentes tipos de testes são descritos. Por um lado, há</p><p>testes gerais para avaliar a condição física. Por outro lado, existem os testes específicos</p><p>para cada modalidade esportiva, que se caracterizam por serem relacionados ao esporte-</p><p>alvo, contribuindo para resultados de maior validade ecológica e confiabilidade. Esses</p><p>testes são tipicamente compostos de elementos formais ou funcionais destinados a</p><p>avaliar ou replicar necessidades específicas durante a competição.</p><p>Testes com foco em condicionamento físico são amplamente utilizados em</p><p>equipes de esportes para avaliar a progressão da capacidade física de jogadores</p><p>dentro de uma temporada e após uma lesão. Assim, a prática específica de basquete</p><p>é supostamente o melhor método de melhorar as características de condicionamento</p><p>físico dos jogadores.</p><p>As demandas fisiológicas do esporte consistem na capacidade de repetir</p><p>esforços de intensidade variável. Outros fatores que podem influenciar as demandas do</p><p>basquete incluem o tempo de jogo, qualidade do adversário, estilo de jogo e intervenções</p><p>utilizadas pelo treinador. A este respeito, o ideal desempenho no basquete é altamente</p><p>complexo, pois requer uma combinação de habilidades técnicas e táticas e um alto</p><p>grau de aptidão física. Em particular, a capacidade física pode ser alterada durante uma</p><p>temporada devido a diferentes fatores, como a quantidade e a qualidade das sessões de</p><p>treinamento. Existem dados limitados e ambíguos de outros esportes coletivos, como</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>140</p><p>hóquei no gelo, que demonstram uma correlação entre estatísticas relacionadas ao jogo</p><p>e capacidades de condicionamento físico, incluindo capacidade aeróbica, bem como</p><p>força, potência e capacidade de sprint repetido. Possivelmente, os testes físicos usados</p><p>por alguns dos autores não eram suficientemente específicos do esporte, portanto, esta</p><p>situação tem provocado grande variabilidade entre os resultados obtidos nos diferentes</p><p>estudos, bem como as opiniões sobre a sua aplicação. Existem estudos que analisaram</p><p>se os testes de aptidão e qualidade de movimento, medidos usando a tela de movimento</p><p>funcional, podem prever a resiliência a lesões e estatísticas de desempenho de jogo em</p><p>uma equipe de basquete.</p><p>Os resultados mostraram que o melhor desempenho na partida foi associado a</p><p>alguns testes físicos, incluindo testes de agilidade e saltos largos. É importante observar</p><p>que a relação entre o desempenho da partida e a aptidão física pode variar de acordo com</p><p>vários fatores, incluindo idade, nível de desempenho, sexo e experiência. Para analisar a</p><p>aptidão física de um jogador, devem ser consideradas as características individuais do</p><p>atleta, facilitando uma avaliação antropométrica completa de cada sujeito. Isso pode ser</p><p>feito usando diferentes técnicas, como bioimpedância ou medição de dobras cutâneas.</p><p>Esta informação está diretamente relacionada com o nível de aptidão do jogador, visto</p><p>que o basquete é um esporte híbrido e muito completo.</p><p>Além disso, há grande disparidade entre os testes atualmente utilizados para</p><p>avaliar a aptidão física em jogadores de basquete. Nenhuma bateria de testes específicos</p><p>foi encontrada na literatura ou pesquisas que os classificam. Portanto, o objetivo principal</p><p>deste estudo foi revisar sistematicamente e organizar a literatura atual sobre testes</p><p>físicos e de condicionamento de basquete. Especificamente, os alvos do estudo, sendo</p><p>dois objetivos: 1) identificar e agrupar os testes específicos e não específicos e baterias</p><p>de teste projetadas para medir aptidão física em jogadores de basquete; 2) apontar os</p><p>testes mais específicos para medir a aptidão física em jogadores de basquete.</p><p>• Capacidade aeróbica – os testes mais encontrados na literatura</p><p>Nas competições de basquete, o principal objetivo da capacidade aeróbica</p><p>é ressintetizar a fosfocreatina e eliminar a concentração de lactato sanguíneo do</p><p>músculo em exercício. Assim, para avaliar a capacidade aeróbica, na maioria dos casos,</p><p>os pesquisadores usam testes gerais e inespecíficos. Essa tendência tem o propósito</p><p>de poder comparar amostras de diferentes esportes, obtendo informações sobre o</p><p>esporte ou especialidade onde a qualidade analisada tem maior importância. Os testes</p><p>encontrados nesta categoria são o yo-yo test, o teste de esteira graduada e o Shuttle</p><p>Run Test de 20 m. Em contraste com os testes mencionados, existem testes específicos</p><p>de campo de basquete com altos graus de validade, como o Teste Aeróbico SIG/AER20</p><p>e o Teste Tivre-Basket.</p><p>141</p><p>Esses testes específicos são caracterizados por incluir elementos formais e</p><p>funcionais do basquete e envolver bases de ações técnico-táticas na atividade de</p><p>basquete. O teste SIG/AER consiste em completar o maior número de circuitos possíveis</p><p>durante 12 minutos. Em cada circuito, os jogadores correm para a frente quicando a bola,</p><p>arremessam na cesta, fazem a ação de um rebote, correm para trás e realizam movimentos</p><p>defensivos para a frente, correndo sem a bola. O Teste Tivre-Basket consiste em realizar</p><p>uma corrida cada vez mais rápida nas linhas da quadra com a ajuda de um sinal sonoro.</p><p>Os participantes devem ajustar sua velocidade ao ritmo marcado por o sinal.</p><p>• Capacidade anaeróbica lática – os testes mais encontrados na literatura</p><p>Durante a competição, há momentos em que a energia é obtida pela via</p><p>anaeróbica do jogador para poder realizar ações explosivas esporádicas, que às vezes</p><p>são executadas consecutivamente, durante curtos períodos de tempo, com intervalos</p><p>de descanso. Foram identificados dois grupos de testes que são usados com jogadores</p><p>de basquete, específicos e não específicos. Os testes inespecíficos utilizados são o</p><p>Suicide Teste, o RSA, o Teste de Wingate e o Graded Test. Esses testes são usados para</p><p>poder comparar populações ou atletas de diferentes esportes. Resumindo, como são</p><p>testes gerais, seus resultados são válidos e confiáveis, mas, às vezes, eles não avaliam as</p><p>necessidades específicas do respectivo esporte. Apenas um teste de campo específico</p><p>foi encontrado na literatura para o basquete, o Teste Anaeróbico SIG/ANA. A diferença</p><p>entre este teste e os citados anteriormente é que ele possui elementos técnicos e</p><p>táticos específicos do esporte, alto grau de validade e as exigências são semelhantes</p><p>aos do basquete durante a competição.</p><p>O teste consiste em cinco períodos de</p><p>atividade de um minuto, com um minuto</p><p>de descanso entre períodos. Durante o período de atividade, o jogador corre para a</p><p>frente sem a bola, depois corre para a frente com a bola, faz arremessos na cesta,</p><p>corre para trás e faz movimentos defensivos e ações de rebote. A semelhança do teste</p><p>específico com o esporte torna possível entender as demandas que o jogador enfrenta</p><p>durante uma competição.</p><p>• Impulsão – os testes mais encontrados na literatura</p><p>Os aspectos formais e funcionais do esporte definem outras qualidades que</p><p>devem ser levadas em conta, como capacidade de salto ou força na parte inferior</p><p>membros. Para analisar a capacidade de salto ou a força dos membros inferiores, a</p><p>revisão da literatura revelou diferentes testes. Alguns autores optaram pelo Counter</p><p>Movement Jump Test (CMJ) como padrão-ouro, porém, outros preferem o Squat Jump</p><p>(SJ). Com relação aos testes inespecíficos, estes foram encontrados na literatura: Teste</p><p>Isocinético, o Teste de força máxima nos extensores do joelho, o Stiff Leg Jumping</p><p>Test (SLJ) e saltos horizontais. No entanto, poucos documentos se referem ao Teste de</p><p>Abalakov (ABK) ou salto com contramovimento com Arm Swing (CMJas), sendo ambos</p><p>142</p><p>os mais específicos e semelhantes à técnica utilizada na prática esportiva e, portanto,</p><p>os indicados para analisar a capacidade de salto em basquete, uma vez que imitam a</p><p>ação natural de pular para fazer um rebote, uma das ações mais comuns na competição.</p><p>Rebotes defensivos e bloqueios discriminam as equipes vencedoras das perdedoras ao</p><p>longo de uma temporada.</p><p>• Velocidade – os testes mais encontrados na literatura</p><p>Diferentes testes podem ser usados para avaliar a velocidade do movimento em</p><p>jogadores de basquete. Com relação aos testes específicos, alguns autores preferem o</p><p>teste de sprint de 20m, enquanto outros escolhem testes de distância mais curta, como</p><p>o 5 ou 10m de sprint. Com relação aos testes inespecíficos, existem estudos que avaliam</p><p>a velocidade em distâncias de 25m ou mais. O teste nessas distâncias é desnecessário</p><p>e inespecífico, dadas as características do esporte, pois o comprimento máximo da</p><p>quadra é de 28 m.</p><p>A existência de um fator que prediz o desempenho é demonstrada pela</p><p>capacidade de realizar sprints consecutivos repetidos com uma recuperação inferior a</p><p>15 segundos. Assim, um dos testes que deve ser administrado para avaliar a velocidade</p><p>linear é o RSA, tendo em conta a distância escolhida, o número de repetições e o tempo</p><p>de recuperação entre elas.</p><p>• Agilidade- Os testes mais encontrados na literatura</p><p>Praticar um esporte de invasão em uma quadra pequena significa que os</p><p>jogadores devem ser ágeis, pois precisam realizar uma série de ações no menor tempo</p><p>possível e com a oposição do time rival. Assim, a agilidade é uma qualidade que deve</p><p>ser levada em consideração e ser treinada em jogadores de basquete. Os testes que</p><p>avaliam a agilidade no basquete podem ser divididos de acordo com sua especificidade,</p><p>ou seja, se eles abordam os aspectos formais e funcionais do desporto. Os testes não</p><p>específicos de basquete citados na amostra da pesquisa são o Teste Zig-Zag, Teste de</p><p>Avaliação de Agilidade de Habilidade Aberta/Fechada e andar para trás em diferentes</p><p>situações. Os testes específicos usados pelos pesquisadores incluem o T-Test como</p><p>padrão-ouro, em que o jogador tem que cobrir um circuito em forma de T, com o objetivo</p><p>de se mover em todas as direções no menor tempo possível, movendo se para frente,</p><p>para os lados e para trás (situação semelhante à encontrada em um jogo real), e o COD</p><p>Test, em que o atleta realiza diferentes mudanças de 45° previamente estabelecidas,</p><p>simulando dribles em corrida.</p><p>• Conclusão e lacunas:</p><p>A análise dos documentos selecionados para compor a amostra confirma que,</p><p>tendo identificado e agrupado os testes encontrados, não há uso generalizado de testes</p><p>específicos de basquete para avaliar a aptidão física dos jogadores. A maioria dos testes</p><p>143</p><p>encontrados são de natureza geral, com o objetivo de comparar sujeitos de diferentes</p><p>esportes ou em condições diferentes. No futuro, como há falta de informação nesta</p><p>área, seria interessante realizar uma bateria de testes composta por testes específicos</p><p>de campo de basquete para poder avaliar a aptidão física dos jogadores, sem precisar</p><p>de exames laboratoriais ou exames com caros equipamentos, o que pode ajudar os</p><p>treinadores e cientistas esportivos a melhorar o processo de treinamento. Este estudo</p><p>revela as principais descobertas, as deficiências da análise feita e, ao mesmo tempo, as</p><p>lacunas na literatura específica. Compreender as provas de testes específicos de aptidão</p><p>física no basquete, juntamente ao conhecimento sobre amostra, objetivos e variáveis</p><p>exploradas, pode auxiliar na otimização de futuros projetos de pesquisa, bem como</p><p>ajudar os treinadores e cientistas do esporte para melhorar o processo de treinamento.</p><p>Este estudo possibilitou conhecer os diferentes testes utilizados para avaliar as</p><p>diferentes competências ou habilidades na aptidão física. A identificação destes testes</p><p>permitirá, no futuro, realizar estudos comparativos, que buscam identificar quais são os</p><p>testes mais adequados para o basquete.</p><p>Fonte: MANCHA, T. et al. Physical fitness in basketball players: a systematic review. J Sports Med Phys</p><p>Fitness, v. 59. n. 9. p. 1513-1525, set. 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31610639/.</p><p>Acesso em: 29 mar. 2023.</p><p>144</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• As avaliações seguem uma sistematização em identificar a amostra inicial, informar</p><p>o comportamento e classificar os resultados. A avaliação poderá ser por tabelas de</p><p>referências ou ponto de corte definido em intragrupo ou intergrupo. Seus tipos são:</p><p>avaliação diagnóstica, formativa e somativa.</p><p>• Algumas áreas relacionadas ao basquetebol frequentemente devem ser avaliadas,</p><p>como: metabólica (aeróbio e anaeróbio); neuromuscular (força, resistência, agilidade</p><p>e potência) e psíquica (ansiedade, motivação).</p><p>• Para avaliar os desfechos que são comumente utilizados no basquetebol, destacamos</p><p>os testes de laboratório, equações de predição e os testes de campo. Os testes de</p><p>laboratório irão representar em seus resultados maior validade interna e especificidade</p><p>biológica. Nos testes de campo, será possível identificar maior validade externa e</p><p>especificidade funcional.</p><p>• As avaliações do basquetebol avançam na metrificação dos resultados a partir de</p><p>registros estatísticos de desempenho técnico e tático, que vão auxiliar nos indicadores</p><p>de desempenho.</p><p>145</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O sistema energético aeróbico fornece quase toda a transferência de energia quando</p><p>uma atividade física intensa prossegue por mais alguns minutos. Com base nessa</p><p>afirmativa, quais as avaliações laboratoriais ou de campo são mais utilizadas para</p><p>identificar o volume de oxigênio (VO2 máx)?</p><p>a) ( ) A lacticidemia é um método indireto, utilizado em laboratório, por coleta com um</p><p>clips nasal, representado por unidade de medida em O2 e VP.</p><p>b) ( ) Os testes Squat jump (SJ), Yo-yo test e arremesso de medicine ball vão coletar o</p><p>consumo máximo de oxigênio, lactato e frequência cardíaca, respectivamente.</p><p>c) ( ) A ergoespirometria, o Yo-yo test e Cooper vão avaliar a capacidade aeróbica.</p><p>d) ( ) A ergoespirometria, o Yo-yo test e teste do quadrado vão avaliar a capacidade</p><p>aeróbica.</p><p>2 É muito comum profissionais de educação física procurarem por programas de avaliação</p><p>que priorizem os aspectos fisiológicos. No entanto, entendemos o jogador de basquetebol</p><p>como um ser integral e os programas de avaliação são amplamente utilizadas em outras</p><p>áreas, o que vai contribuir para identificar e prescrever um treinamento de qualidade do</p><p>jogador. Com base nessa afirmação, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - O basquete é considerado um esporte intermitente de alta intensidade que requer</p><p>avaliar apenas o metabolismo anaeróbio.</p><p>II - A avaliação no basquetebol não vai avaliar as valências de:</p><p>169</p><p>2.5.1 Volume ...................................................................................................................................... 169</p><p>2.5.2 Intensidade .............................................................................................................................. 170</p><p>2.5.3 Relação Volume e Intensidade ............................................................................................ 172</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 174</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 175</p><p>TÓPICO 2 - PLANOS DE TREINAMENTO ........................................................................... 177</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 177</p><p>2 PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO .............................................................. 177</p><p>2.1 INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA ....................................................................................................... 178</p><p>2.2 ADAPTAÇÃO ....................................................................................................................................... 179</p><p>2.3 SOBRECARGA ....................................................................................................................................180</p><p>2.4 CONTINUIDADE ..................................................................................................................................181</p><p>2.5 INTERDEPENDÊNCIA VOLUME-INTENSIDADE ...........................................................................181</p><p>2.6 ESPECIFICIDADE ..............................................................................................................................182</p><p>2.7 ONDAS E CICLOS ..............................................................................................................................183</p><p>2.8 MICROCICLO ......................................................................................................................................183</p><p>2.9 MESOCICLO ........................................................................................................................................ 187</p><p>2.10 MACROCICLO ...................................................................................................................................190</p><p>2.10.1 Período preparatório ..............................................................................................................191</p><p>2.10.2 Período Competitivo ............................................................................................................. 192</p><p>2.10.3 Período Transitório ................................................................................................................ 194</p><p>2.11 MODELOS DE PERIODIZAÇÃO ...................................................................................................... 196</p><p>2.11.1 Modelos Tradicionais .............................................................................................................. 196</p><p>2.11.2 Modelos Contemporâneos .................................................................................................. 196</p><p>2.11.3 Cargas seletivas .................................................................................................................... 197</p><p>2.12 PERIODIZAÇÃO DAS CAPACIDADES FÍSICAS .........................................................................200</p><p>2.12.1 Periodização do Treinamento de Força ...........................................................................200</p><p>2.12.2 Periodização do Treinamento de Velocidade .................................................................201</p><p>2.12.3 Periodização do Treinamento de Potência .................................................................... 202</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 203</p><p>AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 204</p><p>TÓPICO 3 - APLICAÇÕES NO BASQUETEBOL ................................................................. 207</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 207</p><p>2 BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS ...................................................................... 207</p><p>2.1 INICIAÇÃO ESPORTIVA NO BASQUETEBOL .................................................................................210</p><p>2.2 BASQUETE MASTER ........................................................................................................................ 212</p><p>2.2.1 Evidências do basquete master .........................................................................................214</p><p>2.3 BASQUETE 3X3 ................................................................................................................................. 215</p><p>LEITURACOMPLEMENTAR ................................................................................................221</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 225</p><p>AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 226</p><p>REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 228</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 -</p><p>ABORDAGEM HISTÓRICA,</p><p>TÉCNICA E TÁTICA DO</p><p>BASQUETEBOL</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender a história e conceitos do basquetebol no mundo e no Brasil;</p><p>• entender como o basquetebol adquiriu representatividade;</p><p>• defi nir quais são os aspectos técnicos e táticos do basquetebol e como eles funcionam;</p><p>• aplicar exercícios educativos técnicos e táticos com segurança e qualidade.</p><p>A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de</p><p>reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – APRESENTAÇÃO AO BASQUETEBOL</p><p>TÓPICO 2 – ASPECTOS TÉCNICOS DO BASQUETEBOL</p><p>TÓPICO 3 – ASPECTOS TÁTICOS DO BASQUETEBOL</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>APRESENTAÇÃO AO BASQUETEBOL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, você irá aprender sobre o basquetebol</p><p>em todas as suas esferas. Abordaremos historicamente o surgimento dessa modalidade,</p><p>como ela vem se comportando ao longo dos anos, o que as definições do basquetebol</p><p>têm contribuído para a sociedade e representado para o Brasil e ao mundo. Em seguida,</p><p>serão apresentados os principais meios de acontecer o jogo de basquetebol, a partir de</p><p>uma estrutura nomeada de quadra e os elementos que auxiliam em sua dinâmica: bola,</p><p>cesta, regras, jogadores e como eles se posicionam.</p><p>No centro dessa unidade, iremos desmistificar sobre os fundamentos básicos</p><p>que conduzem esta modalidade em todos os âmbitos: aprendizado, desenvolvimento</p><p>e aperfeiçoamento. Nesse sentido, controle do corpo, manejo de bola, o drible, passe e</p><p>arremesso podem ser considerados como os fundamentos técnicos e os principais, que</p><p>serão explicados através de ilustrações, descrições educativas e exercícios para que</p><p>você se sinta confortável em aplicar e proporcionar o aprendizado em sua prática.</p><p>Com o aprendizado dos fundamentos do nível básico ao mais complexo, você</p><p>estará pronto para entender como funcionam os recursos, o ataque e a defesa de um</p><p>jogo de basquetebol. Logo, iremos finalizar essa unidade apontando os recursos mais</p><p>avançados, como as fintas, giros e corta-luz que fazem parte das estratégias planejadas</p><p>velocidade, agilidade, força,</p><p>resistência muscular, impulsão vertical e horizontal e potência.</p><p>III - Um programa de avaliação no basquetebol deverá abordar três áreas: metabólica,</p><p>neuromuscular e psicológica, além de considerar o índice de desempenho.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 Os testes de laboratório vão apresentar medidas precisas, com alta validade interna,</p><p>representando as variáveis fisiológicas. Os testes que avaliam os sistemas energéticos</p><p>predominantes no basquetebol de forma direta e indireta possuem vantagens e</p><p>desvantagens. De acordo com as vantagens e desvantagens dos testes laboratoriais,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>146</p><p>( ) O método direto de ergoespirometria é um dos principais parâmetros funcionais</p><p>utilizados no Brasil e no mundo, e apresenta considerável acurácia pela obtenção das</p><p>respostas fisiológicas dos sistemas cardiovascular e pulmonar</p><p>( ) A lacticidemia apresenta demora em seu resultado e pode ser necessário investimento</p><p>de outros profissionais e de um laboratório para tratar o sangue.</p><p>( ) O lactímetro não apresentará o custo dos aparelhos e tiras.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) V – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 Uma das capacidades físicas exigidas no basquete é a capacidade aeróbia, podendo</p><p>ser verificada por meio da análise do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) e</p><p>da capacidade anaeróbia relacionada ao sistema energético intermediário (lático</p><p>e alático), que integra ao metabolismo anaeróbio a partir da análise de produção</p><p>do lactato. O sistema anaeróbio tem uso predominante no basquete. Dentre os</p><p>testes discutidos no tema de aprendizagem, disserte sobre o que faz a avaliação da</p><p>capacidade anaeróbia no basquetebol.</p><p>5 Os testes de campo que vão avaliar a potência do jogador de basquetebol são: Squat</p><p>jump (SJ) e arremesso de medicine ball. Nesse contexto, qual o teste mais indicado</p><p>para avaliar a potência de membros inferiores? Disserte sobre o seu conceito e a</p><p>sua aplicabilidade.</p><p>147</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABDELKRIM, N.; FAZAA, S.; ATI, J. Time motionanaly sisand physiological data of elite</p><p>under19 year old basketball players during competition. Br J Sports Med, v. 41. n 1. p.</p><p>69–75. 2007.</p><p>ACSM. Diretrizes do ACSM. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.</p><p>ACSM. For exercises testing and prescription. 6 ed. Baltimore: Lippincott Williams</p><p>& Wilkins, 2000.</p><p>ADRIAN, M.; COOPER, J. Biomechanics of Human Movement. 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Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>154</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 3!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>155</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>MÉTODOS DE TREINAMENTO</p><p>NO BASQUETEBOL</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, iremos identificar a existência de</p><p>uma composição de métodos que vão preparar o jogador de basquetebol para cada</p><p>componente dos sistemas. Observaremos que tais métodos de treinamento apresentam</p><p>mais influência na prática diante das necessidades.</p><p>Além disso, vamos acessar as evidências científicas mais recentes e mais</p><p>comumente utilizadas, nas quais poderemos nos basear para a prescrição do</p><p>treinamento em basquetebol.</p><p>Por fim, esse tema de aprendizagem apresentará as principais variáveis de</p><p>prescrição do treinamento e como essas variáveis podem ser manipuladas a fim de</p><p>contribuir para a saúde e performance do jogador.</p><p>2 TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA</p><p>A resistência é definida como a realização de qualquer atividade em uso prolongado</p><p>em uma atividade física. É uma variável treinável que poderá apresentar variação em sua</p><p>capacidade em suportar esforços de forma cardiovascular ou neuromuscular.</p><p>A resistência exige diferentes gastos de energia, o que pode ser</p><p>ilustrado por uma corrida de maratona ou mesmo por uma atividade</p><p>moderada e que se prolonga algumas horas no dia a dia das pessoas</p><p>comuns ou mesmo de atletas. Os exercícios cíclicos são os meios</p><p>mais propagados, na literatura do treinamento, para solução das</p><p>tarefas relacionadas ao treinamento dos tipos específicos de</p><p>resistência. Para aperfeiçoar a capacidade resistência, podem ser</p><p>utilizados os exercícios mais diversificados por sua forma, desde que</p><p>apresentem condições que permitam garantir o efeito necessário do</p><p>treino (GOMES, 2009, p. 93).</p><p>• Acadêmico, por que realizar o treinamento de resistência no basquetebol?</p><p>O basquetebol é uma modalidade que fisiologicamente inclui fontes aeróbias e</p><p>anaeróbias de ressíntese de ATP e que deve ser sustentada pelo período de 40 minutos</p><p>em um jogo. Durante o jogo, a resistência na repetição dos sprints, deslocamentos,</p><p>156</p><p>arremessos e passes exigirão esforços cíclicos e acíclicos de forma repetida, na</p><p>condição aeróbia e em diferentes grupamentos musculares. Com isso, o treinamento</p><p>de resistência tem muito a colaborar no basquetebol.</p><p>Recomenda-se utilizar quaisquer exercícios que sejam executados com</p><p>repetições múltiplas interligadas para o treinamento de resistência.</p><p>A resistência vai depender de outros fatores, tais como a velocidade, a força</p><p>muscular, a capacidade técnica de execução eficiente de um movimento, a capacidade</p><p>de utilizar os potenciais funcionais de forma econômica, o estado psicológico no</p><p>momento de executar o trabalho, entre outros. Portanto, esta capacidade pode ser</p><p>compreendida como o resultado de um processo de adaptação a uma atividade</p><p>específica, desde a mais breve duração até a atividade prolongada e realizada</p><p>sistematicamente (FORTEZA; RAMIREZ, 2007).</p><p>A resistência vai representar a capacidade de executar (de forma prolongada</p><p>e efetiva) um trabalho que influencie positivamente o processo de formação de</p><p>componentes específicos da modalidade esportiva, mediante aumento do grau de</p><p>adaptação às cargas e ao fenômeno de transferência do nível de preparação dos tipos</p><p>de atividade</p><p>não específicas para as específicas.</p><p>Vamos ver duas formas de incluir a resistência no basquetebol. Uma é por</p><p>meio da resistência geral, que é manifestada nos esportes de forma indireta e que vai</p><p>permitir que gradativamente o volume de treino seja aumentado. A outra é a resistência</p><p>específica, que vai oportunizar ao jogador de basquetebol a execução de passes,</p><p>arremessos, deslocamentos e tomada decisões de forma eficiente, superando as dores</p><p>e fadigas, por meio do envolvimento de todas as vias e mecanismos energéticos, as</p><p>manifestações psíquicas, as unidades motoras e o regime de trabalho dos músculos,</p><p>tudo associado com as capacidades técnicas e táticas dos jogadores.</p><p>Acadêmico, com isso, vamos destrinchar quais os métodos podem ser</p><p>aplicados para o desenvolvimento da resistência em alto rendimento</p><p>no basquetebol.</p><p>IMPORTANTE</p><p>• Método do treinamento contínuo, que podem ser invariáveis ou variáveis.</p><p>O método invariável costuma ser utilizado no início da preparação e é</p><p>caracterizado por sua execução prolongada e com intensidade moderada (75-85% em</p><p>relação à máxima carga de trabalho estabelecida). Já o método invariável vai apresentar</p><p>157</p><p>variação na carga externa, buscando altas intensidades, de maneira ininterrupta.</p><p>A variação da magnitude está entre 75-95% em relação à carga máxima de trabalho</p><p>estabelecida (FORTEZA; RAMIREZ 2007).</p><p>Veja a seguir um quadro de treinamento de resistência considerando as vias</p><p>metabólicas, os dois métodos citados e a resistência geral ou específica que pode ser</p><p>realizada na prescrição do treinamento na musculação, corrida ou na quadra, realizando</p><p>os exercícios técnicos.</p><p>Quadro 1 – Prescrição do Treinamento da Resistência Geral no Basquetebol</p><p>Fonte: a autora</p><p>Treinamento contínuo invariável</p><p>Via</p><p>metabólica</p><p>Tempo de</p><p>estímulo</p><p>Série Repetições Total de</p><p>repetições</p><p>Intensidade</p><p>da carga</p><p>externa</p><p>Recuperação</p><p>ATP- CP 10-25 s 3 20 60 75 – 85% 1 min</p><p>Glicolítica 30s -3</p><p>min</p><p>3 20 60 75 – 85% 2 min</p><p>Aeróbia 40 min 1 1 40 min 75 – 85% -</p><p>Treinamento contínuo variável</p><p>Via</p><p>metabólica</p><p>Tempo de</p><p>estímulo</p><p>Série Repetições Total de</p><p>repetições</p><p>Intensidade</p><p>da carga</p><p>externa</p><p>Recuperação</p><p>ATP- CP 10-25 s 4-5 15-12 60 75- 95% 40 seg.</p><p>Glicolítica 30s - 3</p><p>min.</p><p>4-5 15-12 60 75- 95% 40 seg.</p><p>Aeróbia 40 min 1-2-3 40-20-12 40 75- 95% 4 min- 2 min</p><p>• Evidências do treinamento de resistência no desenvolvimento do basquetebol:</p><p>Uma metanálise publicada por Sperlich, Behringer e Mester (2016) examinaram</p><p>os efeitos do treinamento de resistência no desempenho do salto vertical em jogadores</p><p>de basquete. Foram incluídos para a amostra 14 estudos, com 20 subgrupos, com 37</p><p>desfechos. Um total de 399 participantes foram avaliados, sendo N=157 como controle</p><p>e N=242 participaram de intervenções de treinamento específicas. Foi analisado que o</p><p>treinamento de resistência ao longo do ano, usando peso corporal ou peso externo, melhora</p><p>significativamente o desempenho do salto vertical em jogadores de basquete saudáveis.</p><p>Como as melhorias no salto vertical foram independentes do período de intervenção, mas</p><p>dependentes da duração de cada sessão de treinamento individual, a quantidade total de</p><p>treinamento deve ser baseada em sessões de treinamento mais longas.</p><p>158</p><p>Destacamos as premissas do jogador de basquetebol para ganhos de</p><p>resistência é o período prolongado de exercícios, com variação da carga de 75% a</p><p>95%, dependendo do método escolhido (variável ou invariável). Com a necessidade de</p><p>manter o uso prolongado da musculatura e do metabolismo recrutado, será necessária</p><p>demanda de oxigênio a todo o momento, logo, o sistema aeróbio se faz muito presente</p><p>no treinamento de resistência que será pontuado como um método de treinamento</p><p>específico e a melhora do salto vertical no basquetebol, vai indicar mais eficiência nos</p><p>arremessos e rebotes do jogador.</p><p>2.1 TREINAMENTO AERÓBIO E ANAERÓBIO</p><p>O treinamento aeróbico pode ser definido como os exercícios de atividade</p><p>contínua e que usam o oxigênio como principal fonte de energia.</p><p>A metodologia do treinamento da resistência aeróbia representa</p><p>a combinação equilibrada dos exercícios nos regimes aeróbios e</p><p>anaeróbios. É muito importante o método de realização contínuo</p><p>e permanente dos exercícios aeróbios. A aplicação dessas cargas,</p><p>durante um período prolongado de tempo, garante as mudanças</p><p>favoráveis e estáveis de adaptação a todos os níveis do organismo</p><p>do homem e cria o estado de aperfeiçoamento das capacidades do</p><p>sistema de respiração e do sistema cardiovascular. Com o aumento</p><p>do volume do sangue em circulação no organismo, altera-se sua</p><p>composição, ocorre a elevação da intensidade da corrente sanguínea</p><p>e sua redistribuição entre os músculos e órgãos ativos e não-ativos,</p><p>crescem as possibilidades de assimilação do oxigênio nos músculos</p><p>(GOMES, 2009, p. 96-97).</p><p>“As influências de treinamento, nesse caso, estão na ativação múltipla de</p><p>inclusão do sistema de asseguramento energético aeróbio, quando o volume de oxigênio</p><p>(VO2) cresce rapidamente, chegando próximo do máximo, no início da execução do</p><p>exercício” (GOMES, 2009, p. 99). A primeira recomendação para o treinamento aeróbio é</p><p>o método de repetição, sendo este amplamente utilizado. É indicado que as repetições</p><p>sejam realizadas após um espaço de tempo, ou seja, um intervalo, intencionado a dar o</p><p>descanso adequado para conseguir realizar um novo estímulo.</p><p>O primeiro benefício de utilizar as repetições é o ganho da coordenação dos</p><p>sistemas funcionais, o que irá permitir o aumento da velocidade de mobilizar o potencial</p><p>aeróbio. Com isso, será possível manter o VO2 em altos níveis no período de 6 a 10</p><p>minutos, sem a concentração significativa do acúmulo de lactato (GOMES 2009).</p><p>159</p><p>Acadêmico, você deve estar se perguntando: se a predominância no</p><p>basquetebol é de uso anaeróbico, por qual motivo devemos prescrever</p><p>o treinamento aeróbico?</p><p>IMPORTANTE</p><p>Apesar do uso prioritário do anaeróbio, o treinamento aeróbio vai permitir que</p><p>o jogador de basquetebol possua um bom volume de oxigênio, para que seja possível</p><p>alcançar o aumento da intensidade que irá permitira transição do limiar aeróbico-</p><p>anaeróbico e ampliar a capacidade de resistir a fadiga durante mais tempo</p><p>No sistema de treinamento, a resistência aeróbica é considerada</p><p>mais eficiente na execução dos exercícios no nível do limiar anaeróbio</p><p>(lactato 3-4 mMol/L). O estado do organismo que corresponde a</p><p>essa intensidade da carga passou a se chamar crítico ou estado</p><p>estável máximo. Nessa intensidade de trabalho, é possível manter a</p><p>atividade durante um tempo prolongado e o nível dos índices dos</p><p>sistemas funcionais do organismo relativamente estável de volume</p><p>de oxigênio e frequência cardíaca (GOMES, 2009, p. 96).</p><p>Direcionado ao treinamento de alto rendimento, especialmente em modalidades</p><p>cíclicas, usa-se exercícios capazes de atingir o limiar anaeróbio. Nesse caso, a intensidade</p><p>e a duração são os critérios mais indicados para informar o nível de resistência aeróbia</p><p>do atleta e o limiar que está sendo atingido. Um bom parâmetro de prescrição é utilizar</p><p>a intensidade inferior a 70% do nível do limiar anaeróbio (GOMES, 2009).</p><p>Acadêmico, até aqui, compreendemos que treinamentos realizados em</p><p>níveis de limiar anaeróbico, com intensidade considerada moderada,</p><p>vão melhorar a capacidade aeróbica do jogador. Vamos ver se essa</p><p>relação também acontece no basquetebol?</p><p>IMPORTANTE</p><p>• Evidências do treinamento aeróbico no desenvolvimento do basquetebol:</p><p>O estudo de Aschendorf et al. (2019) buscou verificar os efeitos do exercício</p><p>intervalado em alta intensidade no basquete para o desempenho aeróbico e nas</p><p>capacidades físicas de jovens jogadoras de basquete no período de 5 semanas. Foram</p><p>avaliadas vinte e quatro atletas com idade média de 15 anos e média de 1,70m de</p><p>160</p><p>altura. Foram formados dois grupos: grupo de treinamento, que podemos chamar de</p><p>grupo experimental, da qual participaram 11 atletas, com 10 sessões de treinamento em</p><p>HIIT, objetivando a especificidade</p><p>do basquetebol, e o segundo grupo, que podemos</p><p>caracterizar como grupo controle, da qual participaram 13 atletas, que cumpriram a sua</p><p>jornada normal de treinamento.</p><p>Ao utilizar o teste de desempenho Yo-yo intermitente recoverytest (Yo-yo IR),</p><p>concluiu-se que o grupo experimental teve um aumento de 26,5% no desempenho,</p><p>comparado ao grupo controle. A diferença entre os grupos pode ser baseada em sprints</p><p>e agilidade, realizados com e som bola. Não foram encontradas diferenças entre os</p><p>grupos nos testes de salto em contramovimento com e sem balanço de braços, salto</p><p>agachado e salto em distância.</p><p>O estudo descreve que, a partir da quinta semana de treinamento intervalado,</p><p>a capacidade aeróbica dos jogadores de basquetebol pode ser melhorada a partir</p><p>de níveis moderados que vão alcançar o limiar anaeróbico e que nos permitirá</p><p>prescrever treinamento específico para o desenvolvimento dessa capacidade, que é</p><p>predominantemente utilizada no basquetebol.</p><p>• Treinamento anaeróbio</p><p>O sistema anaeróbio lático, ou ATP-CP, é de transferência de energia e de</p><p>fornecimento imediato. É um sistema de grande potência e de pequena capacidade</p><p>para produzir ATP.</p><p>O efeito do treinamento anaeróbio pode ser decorrente de alterações</p><p>morfológicas, fisiológicas ou psicológicas. Essas adaptações</p><p>metabólicas que acompanham o treinamento exigem um alto nível</p><p>de metabolismo, que produz alterações específicas nos diferentes</p><p>sistemas de transferência de energia. A concentração de lactato é o</p><p>principal fator limitante da capacidade de trabalho na execução dos</p><p>exercícios de caráter anaeróbio glicolítico. O nível de concentração</p><p>de lactato no sangue comprova a grandeza da energia que é formada</p><p>como resultado da glicólise anaeróbia e da estabilidade do organismo</p><p>em relação à alteração do equilíbrio ácido-alcalino (pH) no organismo.</p><p>Por isso, o índice do teor de lactato no sangue serve como principal</p><p>critério na orientação das cargas anaeróbio-glicolíticas e do nível do</p><p>estado de treinamento do atleta (GOMES, 2009, p. 99)</p><p>Entende-se que, para os aspectos metodológicos de prescrição do treinamento</p><p>anaeróbio lático, a duração é o principal indicador a ser considerado, em virtude do</p><p>acúmulo de lactato e o período inicial que este pode ser produzido, por exemplo: a</p><p>potência máxima vai alcançar os valores entre 30 a 45 segundos, à medida que se inicia</p><p>um exercício de alta intensidade por 2 a 3 minutos. Em níveis de alto rendimento, os</p><p>atletas apresentam estímulos entre 30 a 40 esforços com duração de 30 segundos e/</p><p>ou estímulos de 20 a 30 esforços por minuto e, dependendo do caso, até mais do que</p><p>isso (GOMES, 2009).</p><p>161</p><p>Fisiologicamente, a indicação desse treinamento é que ocorra o esgotamento</p><p>máximo das reservas da Creatina-fosfato (CP) na musculatura em exercício para</p><p>posteriormente estimular a super-recuperação. No entanto, especialistas recomendam</p><p>que esse esgotamento não seja maior que 50% das reservas de CP (GOMES, 2009).</p><p>As evidências da estrutura do programa de treino baseiam-se no método de</p><p>treino intervalado com a utilização de 60 a 90 segundos do exercício em alta intensidade</p><p>para que o trabalho realizado seja de caráter anaeróbico-glicolítico (GOMES, 2009).</p><p>Acadêmico, diante da predominância do sistema anaeróbio, o treinamento referente</p><p>parece ser óbvio para ser realizado em jogadores de basquetebol. Será que essa razão é</p><p>exclusiva para a prescrição do treinamento anaeróbio? Como podemos</p><p>observar na leitura anterior, a prescrição dos exercícios em níveis de</p><p>alto rendimento não se restringirá a alcançar os níveis de lactato, mas</p><p>à manutenção da concentração nos esforços em determinado período</p><p>de tempo, recomendado entre os 2 e 3 minutos, o que irá auxiliar para</p><p>alcançar o desempenho. Além disso, a intensidade máxima realizada</p><p>deve ser de 1 minuto a 1 minuto e 30 segundos.</p><p>NOTA</p><p>• Evidências do treinamento anaeróbico no desenvolvimento do basquetebol:</p><p>Nesse sentido, as evidências científicas mais recentes corroboram com a</p><p>literatura mencionada, a partir do estudo publicado por Araújo, Lopes e Almeida (2017),</p><p>que apresentam o efeito que potência anaeróbica tem na manutenção da performance</p><p>em atletas de basquetebol em idade universitária.</p><p>Os autores verificaram a influência da potência aeróbia na</p><p>manutenção do desempenho anaeróbio em jogadores de</p><p>basquetebol universitário. Foram avaliados 10 jogadores da equipe</p><p>masculina de basquetebol da Universidade Federal de Sergipe</p><p>(22,7±2,1anos, 75,8±5,2kg e 180,9±6,9 cm). Para a potência aeróbia</p><p>foi utilizado o Yo-Yo Test IR1, que consiste em corridas de vai-e-vem</p><p>de 20m com aumento progressivo da velocidade, intercaladas com</p><p>10s de recuperação (controlado por sinal sonoro). Para a capacidade</p><p>anaeróbia foi utilizado o LineDrilTest (LDT) de 140m, que consiste</p><p>em executar corridas de vai-e-vem entre alinha de fundo e pontos</p><p>demarcados na quadra de basquetebol (linhas de lance livre, central,</p><p>lance livre na meia-quadra oposta e de fundo oposta). Após 3 minutos</p><p>de recuperação, os atletas repetiram o LDT. Foi calculado o índice</p><p>de fadiga (%), pela equação “100-(LDT1/LDT2)x100” considerando-</p><p>se o tempo em segundos. Dados foram analisados pela correlação</p><p>de Spearman-rank e teste de Mann-Whitney (alfa<0,05). Apesar de</p><p>162</p><p>ambas as variáveis apesentarem distribuição normal (Shapiro-Wilk:</p><p>p>0,05), em função do reduzido tamanho amostral, foi procedida a</p><p>análise não-paramétrica. Os atletas percorreram 868,0±279,7m no</p><p>Yo-Yo Test IR1, ao passo que o desempenho no LDT foi de 29,9±1,34</p><p>s, com índice de fadiga de 6,7±4,0%. A correlação de Spearman-</p><p>rank indicou uma relação negativa e moderada entre as varáveis (r=</p><p>-0,64; p=0,044). No entanto, ao estratificar os atletas em função da</p><p>mediana do resultado doYo-Yo Test IR1, o teste de Mann-Whitney</p><p>não apresentou diferenças no índice de fadiga entre os atletas com</p><p>melhor e pior desempenho (8,3±4,0% vs 4,4±3,0%, para melhor e pior</p><p>desempenho, respectivamente; p=0,136).</p><p>Os resultados apresentados no presente estudo indicam uma</p><p>correlação moderada e significativa entre a potência aeróbia e a</p><p>manutenção da performance anaeróbia em jogadores de basquetebol</p><p>universitário. Contudo, o teste estatístico não foi sensível o</p><p>suficiente para detectar distinção entre os atletas com melhor e pior</p><p>desempenho aeróbio, possivelmente devido ao reduzido tamanho</p><p>amostral (ARAÚJO; LOPES; ALMEIDA, 2017, p. 1).</p><p>Nesse contexto, ambos os tipos de treinamento utilizam o método de</p><p>treinamento intervalado para otimizar os ganhos.</p><p>2.2 TREINAMENTO INTERVALADO</p><p>Acadêmico, o treinamento aeróbico e anaeróbico indica o método de treinamento</p><p>intervalado como estratégia para aperfeiçoar os ganhos. Vamos entender o que é o</p><p>treinamento intervalado e, diante das diferenças, como será a sua aplicabilidade em</p><p>ambos os treinamentos, aeróbico e anaeróbico.</p><p>Treinamento intervalado, definido por McArdle (1996), é o método de treino em</p><p>que ocorrem estímulos de exercícios e intervalos. A intensidade vai ser de acordo com</p><p>o tempo de estímulo e o intervalo, ou seja, quanto menor o intervalo, mais intenso pode</p><p>se tornar. Esse intervalo de recuperação poderá ser ativo ou passivo, variando de acordo</p><p>com a intensidade.</p><p>Poderá também utilizar o recurso do tipo de intervalo, passivo ou ativo. O tipo</p><p>passivo apresenta um intervalo em que o participante não realiza quaisquer tipo de ação,</p><p>já o ativo tem por objetivo realizar movimentos com menos níveis de intensidade. Ambos</p><p>contribuem para aprimorar a capacidade dos diferentes sistemas de transferência de</p><p>energia (VOLKOV, 2002).</p><p>A seguir, um quadro sobre o treinamento intervalado no basquetebol atendendo</p><p>os três sistemas energéticos:</p><p>163</p><p>Quadro 2 – Treinamento intervalado no basquetebol</p><p>Fonte: adaptado de Volkov (2002)</p><p>Capacidade aeróbia</p><p>Intensidade Volume Recuperação</p><p>1 10 a 15 repetições</p><p>Ativa, proporcional ao</p><p>tempo do estímulo</p><p>Capacidade</p><p>anaeróbia alática</p><p>Máxima 10 a 15 segundos 1min e 30 seg.</p><p>Capacidade</p><p>anaeróbia lática</p><p>Submáxima 30</p><p>a 60 segundos 1 a 3 minutos</p><p>Nesse sentido, o treinamento intervalado apresenta ser muito útil para o</p><p>desenvolvimento da capacidade aeróbia e anaeróbia em jogadores de basquetebol, mas</p><p>sabemos que a performance dessas capacidades terá a necessidade do componente</p><p>da força para que os aspectos neuromusculares consigam realizar os exercícios em alta</p><p>intensidade e de forma segura.</p><p>2.3 TREINAMENTO DE FORÇA</p><p>A força é definida como capacidade física que relaciona-se com a capacidade</p><p>de superação da resistência externa e de ação oposta a essa resistência por meio dos</p><p>esforços musculares. As capacidades de força do desportista não podem reduzir-</p><p>se apenas às propriedades contráteis dos músculos, pois a manifestação direta dos</p><p>esforços musculares é assegurada pela interação de diferentes sistemas funcionais</p><p>do organismo (muscular, vegetativo, hormonal, mobilização das qualidades psíquicas</p><p>etc.). No processo de treinamento das capacidades de força, utilizam-se numerosos</p><p>exercícios cuja execução requer elevada tensão dos músculos. O principal fator que</p><p>estimula essa tensão é a grandeza da carga (resistência) ao movimento (GOMES, 2009).</p><p>Segundo as particularidades da carga, os exercícios se dividem em:</p><p>1. Exercícios com carga externa.</p><p>2. Exercícios com o próprio peso corporal.</p><p>A carga externa é o que é somado ao pelo peso do próprio corpo do atleta</p><p>ou da resistência criada pelo parceiro, pelos aparelhos de treino, pelo meio ambiente</p><p>ou pelo peso do aparelho. Nos exercícios com o próprio peso corporal, a influência de</p><p>treinamento sobre os músculos é assegurada pelo peso do próprio corpo do atleta ou</p><p>da resistência criada pelos músculos antagonistas.</p><p>164</p><p>Ao selecionar os exercícios de força, é preciso verifi car se fi carão ativos os</p><p>músculos cuja força deve ser aumentada. As mudanças não-signifi cativas da posição</p><p>do corpo podem alterar a atividade dos músculos. A dependência entre o número limite</p><p>de repetições dos exercícios e a grandeza do peso superado tem grande importância</p><p>prática para a defi nição dos parâmetros dos exercícios de treino, com objetivo de</p><p>aumentar a força (GOMES, 2009).</p><p>No basquetebol, a força é uma qualidade física básica, a qual será o ponto de</p><p>partida para desempenhar outras capacidades. A exigência da força no basquetebol poderá</p><p>manifestar-se como força máxima, força de resistência e força explosiva nas diversas ações</p><p>do jogo. Essas manifestações são repetidas durante longos períodos de tempo, requisitando</p><p>uma força de resistência para manter altos níveis de desempenho (SILVA, 2015).</p><p>A força máxima será desempenhada pelo nível de força que o atleta é capaz</p><p>de atingir em consequência da tensão muscular máxima. A força de resistência será</p><p>caracterizada pela capacidade do atleta de realizar, durante um tempo prolongado, os</p><p>exercícios com pesos, mantendo os parâmetros do movimento. A força explosiva é a</p><p>combinação da qualidade da força e da velocidade do atleta (GOMES, 2009).</p><p>Acadêmico, com base nos conceitos e os possíveis formatos do</p><p>treinamento de força no basquetebol, vamos abordar dois estudos que</p><p>irão nos auxiliar na prescrição: um irá trazer a proposta de treinamento</p><p>convencional, com a carga externa, e utilizando o peso corporal com</p><p>elementos da própria modalidade; e o outro vai abordar, dentro das</p><p>três forças citadas no basquetebol, a que está diretamente relacionada</p><p>ao desempenho das habilidades técnicas.</p><p>INTERESSANTE</p><p>• Evidências do treinamento de força no basquetebol:</p><p>O estudo de Zhang e Zhang (2023) investigou o efeito da aplicação do</p><p>treinamento de força específi ca para o ensino de basquetebol universitário. Foram</p><p>formados dois grupos, um de controle e um experimental. O grupo controle realizou</p><p>o treinamento de força tradicional e o grupo experimental realizou o treinamento de</p><p>força com situações especifi cas do basquetebol. A duração de cada treinamento de</p><p>força foi de 60 minutos em ambos os grupos, incluindo 10 minutos de preparação</p><p>para aquecimento, 40 minutos de treinamento de força e 10 minutos de relaxamento</p><p>e alongamento, três vezes por semana durante seis semanas. Além do treinamento de</p><p>força, os tipos e a duração de outros treinamentos físicos no grupo experimental e no</p><p>grupo controle são exatamente os mesmos.</p><p>165</p><p>Em termos de aquisição de indicadores de julgamento, os resultados dos</p><p>testes físicos são selecionados como os indicadores de análise da qualidade básica</p><p>dos estudantes universitários. O arremesso de 1 minuto e 30 segundos, passe e</p><p>arremesso de corte, bandeja de drible abrangente de quadra completa, meia quadra,</p><p>passe e recepção móveis, bola segurando a bandeja de avanço, e assim por diante,</p><p>são selecionados como os indicadores de avaliação de treinamento de habilidades</p><p>de basquete. Os índices relevantes foram medidos antes e depois do treinamento</p><p>de força, e os dados foram classificados e analisados. Comparando os resultados,</p><p>foi observado que tanto o treinamento de força tradicional quanto o treinamento de</p><p>força específico podem efetivamente melhorar o desempenho esportivo básico de</p><p>estudantes universitários, e a taxa de crescimento no treinamento de força específico é</p><p>um pouco maior do que aquela do treinamento de força tradicional. Os esportes básicos</p><p>dos estudantes universitários são a premissa dos esportes técnicos do basquete. Além</p><p>disso, houve melhora no desempenho dos arremessos, passes e dribles. Portanto,</p><p>melhorar o desempenho dos exercícios básicos de força pode efetivamente melhorar as</p><p>habilidades específicas do basquete.</p><p>Com isso, podemos observar que o treinamento de força é capaz de melhorar</p><p>a aptidão física, mas também aperfeiçoar desenvolvimento nas habilidades técnicas</p><p>da modalidade.</p><p>• Evidências do treinamento de força explosiva no basquetebol:</p><p>O estudo de Wang, Taek e Wang (2023) investigou o efeito do treinamento</p><p>combinado sobre a força explosiva dos membros inferiores em jogadores de basquetebol.</p><p>Este experimento recrutou 18 estudantes de basquete masculino e dividiu eles em</p><p>três grupos. A atribuição aleatória foi por sorteio: o grupo de treinamento composto</p><p>unipodal é o grupo experimental; o grupo de treinamento composto de perna dupla foi o</p><p>grupo controle, e a intervenção foi realizada durante a fase de treinamento; o grupo de</p><p>treinamento de força convencional realizou principalmente treinamento de resistência</p><p>durante a fase de intervenção experimental. Após o experimento de intervenção de</p><p>oito semanas, as pontuações dos três indicadores de teste aumentaram nos três</p><p>grupos. No entanto, o grupo que realizou o método de treino de força explosiva unipodal</p><p>apresentou ganhos maiores comparados aos outros grupos. Logo, sugere-se que alunos</p><p>de basquete não devem apenas fazer treinamento de resistência única no processo</p><p>de treinamento de força explosiva do corpo inferior, mas devem prestar atenção</p><p>ao treinamento composto de perna única e usar esse treinamento como método de</p><p>treinamento principal para aumentar a força explosiva na parte inferior. Para jogadores</p><p>de perímetro, é necessário um deslocamento mais rápido. Para movimentos mais</p><p>rápidos de decolagem de uma perna, no processo de treinamento de força explosiva</p><p>da parte inferior do corpo, o treinamento composto de uma perna deve ser usado para</p><p>melhorar a força explosiva da parte inferior do corpo e aumentar a capacidade de se</p><p>mover rapidamente e saltar.</p><p>166</p><p>Com isso, concluímos que os três tipos de força são amplamente utilizados no</p><p>basquetebol e são importantes para o desenvolvimento e desempenho na modalidade,</p><p>mas podemos observar a partir do estudo que a força explosiva vai destacar o ganho do</p><p>jogador quanto às habilidades técnicas que a modalidade exige.</p><p>2.4 TREINAMENTO DE VELOCIDADE</p><p>A capacidade de velocidade manifesta-se na possibilidade de o atleta executar as</p><p>ações motoras no menor tempo possível, em determinado percurso. Deve-se distinguir</p><p>a compreensão da “capacidade de velocidade” da compreensão de “rapidez”. A rapidez</p><p>representa apenas um dos componentes</p><p>determinantes da capacidade de velocidade do</p><p>atleta. Geralmente, distinguem-se duas formas principais de manifestação da rapidez:</p><p>1. Rapidez da reação motora: compreende reações motoras simples e</p><p>complexas.</p><p>2. Rapidez dos movimentos: podem manifestar-se tanto no movimento único</p><p>quanto no movimento repetido várias vezes (GOMES, 2009).</p><p>A velocidade tem o nível de sua manifestação determinado não somente pela</p><p>rapidez, mas também por todo um complexo de outras capacidades (força, resistência,</p><p>flexibilidade e coordenação). Assim, no exemplo do sprint, sabe-se que a velocidade de</p><p>aceleração de largada não é determinada, senão em um grau menor, pela frequência de</p><p>passadas (uma das formas de rapidez), mas pela amplitude delas, o que é condicionado</p><p>pelo nível da força máxima e explosiva dos músculos. O tempo da ação motora é medido</p><p>pelo intervalo entre o surgimento do sinal e o início da ação de resposta.</p><p>Acadêmico, a reação motora compõe-se de cinco fases. Iremos</p><p>identificar e associar quais exercícios de velocidade poderão ser</p><p>prescritos para o uso de cada uma delas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>167</p><p>Quadro 3 – Fases da reação motora de velocidade no basquetebol</p><p>Fonte: adaptado de Gomes (2009)</p><p>Fases Exercícios no basquetebol</p><p>1. Excitação nos receptores em resposta</p><p>ao estímulo (sinal).</p><p>Jogador parado, com uma bola no solo em</p><p>distância de dois metros. Ao sinal do apito, ele irá</p><p>correr em alta velocidade para alcançar a bola o</p><p>mais rápido possível.</p><p>Essas fases são consideradas simples, o jogador</p><p>estará consciente do ocorrido, executando ações</p><p>em até 1,30 segundos.</p><p>2. Transmissão da excitação ao sistema</p><p>nervoso central.</p><p>4. Processamento do sinal nos centros</p><p>nervosos e formação do sinal efetuador</p><p>de resposta.</p><p>5. Saída do sinal eferente em direção aos</p><p>músculos em atividade.</p><p>Jogador em deslocamento quicando a bola. Ao</p><p>sinal, imediatamente terá que tomar a decisão de</p><p>arremessar ou realizar um passe.</p><p>Nessas fases consideradas complexas, o atleta</p><p>não conhece o sinal da ação de resposta. Aqui,</p><p>o atleta se vê frequentemente obrigado a reagir</p><p>ao objeto em movimento entre algumas ações</p><p>eventuais, onde será necessária uma reação de</p><p>seleção ou opção. A reação nessas fases não será</p><p>realizada por mais de 0,1 segundos.</p><p>6. Desenvolvimento da excitação do</p><p>músculo e superação da inércia para</p><p>a atividade mecânica do segmento</p><p>corporal.</p><p>Os meios de treinamento das capacidades de velocidade são utilizados nos</p><p>exercícios que podem ser executados com a velocidade máxima. Na seleção desses</p><p>exercícios, devemos nos orientar pelos seguintes critérios: se na técnica de execução</p><p>desses exercícios, deve ser executada com a velocidade máxima; os exercícios devem</p><p>ser tão bem dominados pelos atletas que, durante sua execução, não haja necessidade</p><p>de um controle complementar da consciência (assimilação em termos de habilidade); a</p><p>duração do exercício deve ser de tal forma que, no final de sua execução, a velocidade</p><p>não diminua devido à fadiga. As metodologias de aperfeiçoamento das capacidades</p><p>de velocidade apresentam duas condições que, à primeira vista, podem parecer</p><p>contraditórias: tipicidade e variedade das influências de treino. A necessidade de</p><p>considerar essas condições, no processo de preparação, explica-se por determinadas</p><p>normas e leis de aperfeiçoamento das capacidades de velocidade.</p><p>No treinamento desportivo, existem algumas abordagens metodológicas sobre o</p><p>problema de facilidade das condições da prática dos exercícios com velocidade superior</p><p>à dominada. A diminuição de uma carga exterior, como a velocidade, normalmente</p><p>168</p><p>manifesta-se em conjunto com a força. A diminuição do peso constitui um meio eficaz para</p><p>criar condições no sentido de elevar a velocidade dos movimentos. Na prática desportiva,</p><p>essa diminuição é obtida pela utilização de pesos, dardos e martelos de peso inferiores</p><p>ao competitivo, mas pode ocorrer também pela aplicação de implementos especiais que</p><p>reduzem a influência do peso do desportista sobre a velocidade dos movimentos nas</p><p>modalidades em que o próprio peso do atleta constitui a carga. Visando esses objetivos,</p><p>foi elaborada uma suspensão que se move livremente em uma trave-guia.</p><p>Essa suspensão assegura a tração regulada pela força dirigida para cima.</p><p>Graças a isso, o desportista é capaz de superar em 5 a 7% suas possibilidades habituais</p><p>de velocidade, tornando possível manter esse regime de corrida em velocidade superior</p><p>à dominada por mais tempo, diferentemente das condições naturais. A utilização da</p><p>força complementar de tração é favorável ao deslocamento do atleta. Como exemplo</p><p>desses exercícios, pode-se melhorar a perseguição ao líder no ciclismo, a corrida com</p><p>vento favorável e a corrida com reboque, em que são amplamente difundidos aparelhos</p><p>de treino que asseguram a correspondente força de tração (GOMES, 2009).</p><p>No basquetebol, o treino de velocidade deve ter como objetivo final ações</p><p>explosivas que satisfaçam as necessidades específicas de jogo. O atleta deve estar apto</p><p>a realizar o maior número de ações explosivas ao longo da partida, sem a presença de</p><p>fadiga (queda de performance).</p><p>A ênfase de treinabilidade da resistência de velocidade passa a aumentar para</p><p>sustentar o volume de fundamentos técnicos a serem desenvolvidos. O conceito de</p><p>velocidade ótima é introduzido no sistema, contrariando a ideia de velocidade máxima, já</p><p>que, no basquetebol, devido ao tamanho da quadra (28x15m), dificilmente o atleta poderá</p><p>chegar a máxima velocidade em espaço tão reduzido. No basquetebol, é necessária a</p><p>relação entre velocidade e eficácia da tarefa, em que assume vital importância a unidade</p><p>entre sistema perceptivo e a velocidade de realização.</p><p>O treino da velocidade assume uma perspectiva de integração e aplicação. A</p><p>solicitação de toda via neuromuscular (percepção, decisão e realização) passa a ter</p><p>maior importância dentro do contexto técnico-tático do jogo, podendo, assim, através</p><p>da velocidade de coordenação coletiva, se traduzir em velocidade de jogo (NUNES;</p><p>FANTATO; MONTAGNER, 2006).</p><p>• Evidências do treinamento de velocidade no desenvolvimento do basquetebol:</p><p>Recentemente, foi publicado um estudo sobre os efeitos de exercícios com</p><p>bola e treinamento de habilidade de sprint repetido em jogadores de basquete, que</p><p>investigou os efeitos de exercícios com bola e treinamento de capacidade de sprints</p><p>repetidos durante a temporada regular em jogadores de basquete. Um total de 30</p><p>jogadores foram randomizados em 3 grupos: treinamento de exercícios com bola (BDT,</p><p>169</p><p>n = 12, 4 × 4 min, 3 vs 3 com recuperação passiva de 3 min), treinamento de capacidade</p><p>de sprint repetido (RSAT, n = 9, corrida de vaivém de 3 × 6 × 20 m com 20 s e 4 min</p><p>de recuperação) e treinamento geral de basquete (n = 9, exercícios técnicos/táticos</p><p>de basquete), como grupo controle. Os jogadores foram testados antes e depois de 8</p><p>semanas de treinamento usando os seguintes testes: VO2 max, salto agachado, salto</p><p>com contramovimento, Yo-YoIntermittent Recovery Test Level 1 (YIRT1), teste T de</p><p>agilidade, teste de broca de linha, sprints de 5/10/20m e concentração de lactato no</p><p>sangue. Definiram que treinamento de exercícios com bola e treinamento de capacidade</p><p>de sprints repetidos são eficazes para melhorar o desempenho físico de jogadores de</p><p>basquete. O treinamento de exercícios com bola também teve um impacto positivo nas</p><p>habilidades técnicas. Os profissionais de força e condicionamento do basquete devem</p><p>incluir o treinamento de exercícios com bola como uma ferramenta de rotina para</p><p>melhorar as habilidades técnicas e o desempenho físico simultaneamente durante a</p><p>temporada regular de treinamento (MAGGIONI et al., 2019).</p><p>2.5 MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE TREINAMENTO</p><p>As manipulações das variáveis de treinamento são estratégias que usam de</p><p>meios para garantir melhorais e ganhos nos métodos e as principais vão manipular os</p><p>métodos no basquetebol e indicar a eficiência de um programa de treinamento físico,</p><p>que serão</p><p>manipuladas conforme os requisitos funcionais, fisiológicos e psicológicos do</p><p>objetivo do treinamento ou da competição, através do volume e a intensidade. O volume</p><p>equivale à duração, distância, repetições ou volume de carga, e intensidade à carga,</p><p>velocidade ou potência de saída. As manipulações dessas variáveis estabelecerão</p><p>distintos resultados, induzidos pelo treinamento que podem afetar significativamente o</p><p>desempenho do atleta (BOMPA; HAFF, 2002).</p><p>2.5.1 Volume</p><p>O volume é um componente primário do treinamento porque é um pré-requisito</p><p>para o alto nível de êxito técnico, tático e físico. Normalmente, o conceito de volume do</p><p>treinamento é equivocado, chamado de duração do treinamento.</p><p>De modo simplista, o volume pode ser definido através da quantidade total de</p><p>atividade executada no treinamento ou pela soma de trabalho realizado durante uma</p><p>sessão ou fase de treinamento. Compreendido em sua totalidade, o volume deve ser</p><p>quantificado e monitorado (BOMPA; HAFF, 2002).</p><p>170</p><p>Acadêmico, para melhor compreensão, observe as partes de como o</p><p>volume pode ser identificado e trabalhado:</p><p>• O tempo ou duração do treinamento.</p><p>• A distância coberta ou volume de carga no treinamento de resistido</p><p>(ou seja, volume de carga = séries de treinamento x repetições x</p><p>resistência em quilogramas).</p><p>• O número de repetições de um exercício ou elemento técnico que</p><p>um atleta executa num dado tempo.</p><p>Fonte: Bompa e Haff (2002, p. 91).</p><p>IMPORTANTE</p><p>Após identificar as partes, veja quais os métodos garantem aumento do volume</p><p>de treinamento e como utilizar no basquetebol:</p><p>Quadro 4 – Uso dos Métodos do Volume de Treinamento no Basquetebol</p><p>Fonte: a autora</p><p>Métodos de volume de</p><p>treinamento</p><p>No basquetebol</p><p>1. Aumentar a densidade (ou seja,</p><p>frequência) do treinamento.</p><p>2. Aumentar o volume dentro da</p><p>sessão de treinamento.</p><p>1º Situação</p><p>- 3 x na semana</p><p>- 35 arremessos de lance</p><p>livre</p><p>2 º Situação</p><p>- 4x na semana</p><p>- 40 arremessos de</p><p>lance livre</p><p>Naturalmente, o volume de treino do jogador é aumentado à medida que ele</p><p>vai se adaptando e elevando o nível de treinamento e as estratégias em períodos de</p><p>temporadas e jogos. Acadêmico, vimos que o aumento do volume no treinamento busca</p><p>melhorias no alto rendimento. Será que a recomendação do aumento também ocorre</p><p>com a intensidade?</p><p>2.5.2 Intensidade</p><p>A intensidade é a variável qualitativa do trabalho que um jogador executa e</p><p>que pode ser definida em relação à potência de saída (ou seja, gasto de energia ou</p><p>trabalho por unidade de tempo), força de oposição ou por velocidade de progressão,</p><p>ou seja, quanto mais o jogador trabalha por unidade de tempo, maior a intensidade. Vai</p><p>funcionar a partir de uma função da ativação neuromuscular, sendo possível identificar</p><p>171</p><p>seus maiores níveis em duas situações: maiores potências de saída e maiores cargas</p><p>externas. Ambas vão exigir a maior ativação neuromuscular padrão, mas que será ditada</p><p>pela carga externa, a velocidade do desempenho, a quantidade de fadiga desenvolvida</p><p>e o tipo de exercício realizado.</p><p>Além disso, podemos considerar que a pressão psicológica de um exercício</p><p>interfere na percepção da intensidade. Mesmo na presença de uma baixa tensão física,</p><p>pode ter um alto nível de intensidade, que se manifesta como resultado da concentração</p><p>e do estresse psicológico. Logo, recomenda-se que os níveis de intensidade sejam</p><p>variados e respeitem o tempo de adaptação do indivíduo (BOMPA; HAFF, 2002).</p><p>No que tange aos métodos de treinamento, podemos afirmar que a intensidade</p><p>antes precisa ser identificada nos esforços máximos e submáximos e, em seguida,</p><p>deve-se estabelecê-la. Vamos ver na prática como poderíamos manipular a intensidade</p><p>de um treinamento de basquetebol.</p><p>Quadro 5 – Método de Intensidade na Prescrição do Basquetebol</p><p>Fonte: a autora</p><p>Intensidade inicial (s) Zona de intensidade –</p><p>Frequência cardíaca máxima</p><p>(FC Max)</p><p>Esforço percebido</p><p>Exercício:Corrida com drible</p><p>em 35 metros</p><p>Resultado: Média de 38</p><p>segundos</p><p>100% FC Max Exausto</p><p>Tempo atingido Prescrição da intensidade Esforço percebido</p><p>40 segundos 90- 95% FC Max Desconfortável</p><p>55 segundos 80-75% FC Max Confortável</p><p>35 segundos 110-100% FC Max Estressante - Exausto</p><p>Podemos perceber com o exemplo que a corrida driblando permite prescrever</p><p>de forma simples a execução do fundamento e a determinação da intensidade</p><p>utilizando o esforço percebido dentro do limiar da frequência cardíaca máxima. Como o</p><p>treinamento implica em quantidade e qualidade, não é recomendado considerar volume</p><p>e intensidade separadamente. Com isso, como vamos manipular as duas variáveis de</p><p>forma que não provoquem efeitos negativos ao treinamento.</p><p>172</p><p>2.5.3 Relação Volume e Intensidade</p><p>A alternância entre volume e intensidade no processo de treinamento e as interações</p><p>dessas são a base dos planos de treinamento por causa de seus efeitos específicos sobre as</p><p>adaptações fisiológicas e de desempenho e evitam os declínios no treinamento.</p><p>Quadro 6 – Estratégias para Volume e Intensidade de Treinamento no Basquetebol</p><p>Fonte: adaptado de Bompa e Haff (2002)</p><p>Volume no basquetebol Intensidade no basquetebol</p><p>• Aumentar a duração da sessão de treino</p><p>de 60 para 90 minutos.</p><p>• Aumentar a densidade do treinamento</p><p>de 3 vezes na semana para 5 vezes, ou</p><p>nas 3 vezes na semana realizar 5 treinos</p><p>em 3 dias em períodos (manhã e tarde)</p><p>separados.</p><p>• Aumentar o número de repetições,</p><p>séries, exercícios ou elementos técnicos</p><p>por treino. Aumentar 20 arremessos</p><p>e 30 corridas com drible, para 25 e 35</p><p>respectivamente.</p><p>• Aumentar a corrida com drible de 38</p><p>metros para 76 metros (vai e volta).</p><p>• Aumentar a velocidade do passe e do</p><p>corta-luz.</p><p>• Aumentar a carga do arremesso com a</p><p>bola de medicine ball.</p><p>• Diminuir o intervalo de repouso entre uma</p><p>jogada do ataque e defesa.</p><p>• Exigir que o jogador realize trabalho de</p><p>treinamento aeróbio, intervalado ou tático</p><p>numa maior porcentagem da frequência</p><p>cardíaca máxima.</p><p>• Aumentar o número de competições na</p><p>fase de treinamento somente, se isso se</p><p>encaixa no plano de treinamento do jogador</p><p>e não impede o seu desenvolvimento.</p><p>O volume e a intensidade do treinamento estão inversamente relacionados na</p><p>maioria dos casos. Por exemplo, quando a intensidade do treinamento é a mais alta, o</p><p>volume é geralmente baixo. São inversamente proporcionais, como consta na Figura 1.</p><p>Figura 1 – Volume versus intensidade</p><p>Fonte: a autora</p><p>173</p><p>Com isso, compreendemos que cada método possui a sua relevância e meios para</p><p>o desenvolvimento da modalidade, o que nos proporciona ter um olhar e conhecimento</p><p>generalizado desses, mas que deverá ser específico a partir dos objetivos propostos para</p><p>a equipe e cada jogador. A prescrição dos métodos torna-se mais segura e eficaz quando</p><p>o volume e a intensidade são manipulados durante a sua aplicação, sobretudo, quando</p><p>são respeitadaos, abrangendo os princípios científicos do treinamento e planejados em</p><p>períodos, dos quais veremos no próximo tema de aprendizagem.</p><p>174</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Os métodos de treinamento vão aperfeiçoar os ganhos para cada variável que é</p><p>exigida no basquetebol.</p><p>• Os principais métodos de treinamento no basquetebol são: resistência, aeróbio,</p><p>anaeróbio, intervalado, força e velocidade.</p><p>• O treinamento intervalado é utilizado para alcançar melhorias nos dois sistemas:</p><p>aeróbico e anaeróbico, o que irá diferenciar a prioridade no treinamento é o volume a</p><p>intensidade prescrita.</p><p>• O volume e a intensidade são variáveis de manipulação no treinamento para a</p><p>prescrição mais eficaz e segura dos métodos.</p><p>175</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 AUTOATIVIDADE</p><p>1 Os métodos de treinamento no basquetebol vão se abster da existência dos métodos</p><p>que a literatura apresenta do desporto coletivo desde que as características da</p><p>modalidade sejam consideradas para a sua prescrição. Com base nos métodos de</p><p>treinamento que mais são utilizados no basquetebol abordados nesse livro, assinale a</p><p>alternativa CORRETA:</p><p>a) (</p><p>) Resistência, aeróbio, anaeróbio, intervalado, força e velocidade.</p><p>b) ( ) Resistência, aeróbio, anaeróbio, força, flexibilidade e velocidade.</p><p>c) ( ) Resistência, intervalado, força, flexibilidade e velocidade.</p><p>d) ( ) Intervalado, aeróbio, anaeróbio, força, velocidade e agilidade.</p><p>2 O método intervalado consiste em exercícios em que ocorre um período de recuperação</p><p>entre as séries. O intervalo de recuperação poderá ser ativo ou passivo, vai depender da</p><p>intensidade do treino, pois esse método consegue aprimorar a capacidade de diferentes</p><p>sistemas de transferência de energia. Com base nas definições de uso dos métodos de</p><p>treinamento intervalado, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - Para o desenvolvimento da capacidade anaeróbia alática, a intensidade do exercício deve</p><p>ser máxima, sua duração não deve ultrapassar 10-15 segundos. As pausas de repouso</p><p>passivo podem ser inferiores a 1 minuto e 30 segundos, sendo que os exercícios devem</p><p>ser executados até que surjam os primeiros sinais de queda da potência máxima.</p><p>II - Para o desenvolvimento da capacidade anaeróbia lática, a intensidade do exercício</p><p>deve ser submáxima, a duração deve ser de 30 a 60 segundos e a recuperação ativa</p><p>pode variar de 1 a 3 minutos.</p><p>III - Para o desenvolvimento da capacidade aeróbia no treinamento intervalado, é</p><p>recomendado que a intensidade do exercício deva ser moderada, a relação tempo de</p><p>trabalho/repouso deve ser de 1:1, a quantidade ideal de repetições não deve ser inferior</p><p>a 10 ou 15 vezes numa única série e a recuperação deve ser ativa.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>176</p><p>3 A força é definida como capacidade física que relaciona-se com a capacidade de</p><p>superação da resistência externa e de ação oposta a essa resistência por meio dos</p><p>esforços musculares. As capacidades de força do desportista não podem reduzir-</p><p>se apenas às propriedades contráteis dos músculos, pois a manifestação direta dos</p><p>esforços musculares é assegurada pela interação de diferentes sistemas funcionais do</p><p>organismo (muscular, vegetativo, hormonal, mobilização das qualidades psíquicas, etc.).</p><p>De acordo com a forma que os exercícios de força podem ser prescritos no basquetebol,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Os exercícios de força no basquetebol apresentam-se com carga externa e com o</p><p>próprio peso corporal.</p><p>( ) Os exercícios de força no basquetebol apresentam-se com cargas exclusivamente</p><p>externas, ou seja, a bola.</p><p>( ) Os exercícios de força apresentam-se com cargas externas, exclusivamente para</p><p>jogadores de basquetebol de alto rendimento, e com o peso do próprio corpo,</p><p>exclusivamente para iniciantes.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – F – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 No basquetebol, a força é uma qualidade física básica, a qual será o ponto de partida</p><p>para desempenhar outras capacidades. A exigência da força no basquetebol poderá</p><p>manifestar-se como força máxima, força resistente e força explosiva nas diversas</p><p>ações do jogo. Essas manifestações são repetidas durante longos períodos de tempo,</p><p>requisitando uma força de resistência para manter altos níveis de desempenho. São</p><p>inúmeros métodos e evidências científicas que auxiliam o ganho de força no basquetebol.</p><p>Considerando as evidências apontadas para a força no basquetebol, disserte sobre qual</p><p>o tipo de força que tem relação direta com a performance das habilidades técnicas do</p><p>basquetebol e quais as principais recomendações.</p><p>5 Existem estratégias de manipulação das variáveis de treinamento. O volume e</p><p>intensidade são as principais. Nesta proposta, a relação entre volume e intensidade se</p><p>torna mais eficaz aos métodos de treinamento no basquetebol. Neste contexto, disserte</p><p>sobre as estratégias que são utilizadas para aumentar o volume e a intensidade.</p><p>177</p><p>PLANOS DE TREINAMENTO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos sobre os planos de</p><p>treinamento no basquetebol. Os princípios científicos do treinamento iniciam esse tema</p><p>de aprendizagem como itens que são indispensáveis para realizar uma periodização.</p><p>Atendê-los vai contribuir para um planejamento mais eficaz, seguro e criativo.</p><p>Em seguida, vamos entender como o planejamento do basquetebol poderá</p><p>ser dividido. Para isso, os períodos, microciclo, mesociclo e macrociclo vão constituir</p><p>a organização de uma periodização a partir da apresentação de suas definições,</p><p>classificações, estruturas e componentes que auxiliaram como um calendário de</p><p>treinamento e competições poderá ser bem planejado.</p><p>Nesse contexto, os modelos de periodização que amplamente são utilizados nos</p><p>esportes e nas evidências científicas serão apresentados como base, finalizando com</p><p>as recomendações de como periodizar nos modelos as principais capacidades físicas</p><p>exigidas no basquetebol.</p><p>2 PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO</p><p>Os princípios científicos do treinamento norteiam o planejamento de exercícios</p><p>físicos, permitindo o acompanhamento e correção de acordo com as características do</p><p>indivíduo, objetivos e interesses. São adequados somente quando revelam objetivamente</p><p>as regras e não são aleatoriamente deduzidos. Nisso consiste a interação dos princípios e</p><p>das regras em questão: as regras são primárias, e os princípios (enquanto representação</p><p>das regras), secundários (GOMES, 2009).</p><p>Os princípios científicos comumente chamados de leis e regras</p><p>podem, na prática, orientar o caminho para o sucesso. As regras</p><p>representam por si mesmas vínculos essenciais, objetivos,</p><p>dependências e relações na esfera da atividade desportiva. Somente</p><p>elas compõem o fundamento sólido de obtenção de resultados no</p><p>desporto, deixando de ser subjetivas (GOMES, 2009, p. 21).</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 2 -</p><p>178</p><p>A razão de compreendê-los antes dos planos e a periodização é para conduzir</p><p>uma aplicação mais assertiva na prescrição e no plano, atribuindo a necessidade de</p><p>variação, a qual é limitada apenas pela capacidade do treinador de aplicar os princípios</p><p>científicos do treinamento de forma criativa (BOMPA; HAFF, 2002).</p><p>Acadêmico, a seguir, vamos identificar os sete princípios mais utilizados</p><p>na periodização e como aplicá-los no basquetebol.</p><p>IMPORTANTE</p><p>2.1 INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA</p><p>O princípio da Individualidade biológica vai explicar que indivíduos da mesma</p><p>espécie criam condições genéticas para dispor de uma estrutura corporal e psicológica</p><p>diferente. No basquetebol, a primeira diferença que vamos encontrar é a altura e a</p><p>musculatura entre os atletas, influenciados pelo genótipo. Em seguida, ao realizar testes</p><p>laboratoriais ou de campo, o desempenho também apresentará diferença, entre força,</p><p>resistência, explosão e as habilidades técnicas (DANTAS, 2014).</p><p>Esse princípio explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que</p><p>faz com que não existam pessoas iguais entre si. Cada ser humano carrega as suas</p><p>características físicas, genéticas, psicológicas, sociais e culturais, que são diferentes</p><p>uns dos outros e podem interferir na resposta do treinamento (GOMES, 2009).</p><p>A aplicação deste princípio é mais comum em treinamentos individuais. Em</p><p>modalidades coletivas, como o basquetebol, pode prejudicar, dependendo da estrutura</p><p>da equipe técnica. Neste caso, é importante mencionar que a individualidade biológica</p><p>no basquetebol não é o ponto de corte para a performance na modalidade, mas deve</p><p>ser considerado e respeitado para o progresso seguro e eficaz.</p><p>Planejar o mesmo treinamento para jogadores que desempenham a mesma</p><p>função não é sinônimo de sucesso, pois, de acordo com a teoria da heterocronicidade</p><p>da forma física, cada atleta pode responder de forma diferente à mesma intervenção de</p><p>treinamento de força ou outra capacidade biomotora (VRETAROS, 2021).</p><p>No basquetebol, podemos destacar alguns itens</p><p>como individualidade biológica, os</p><p>quais irão direcionar o tipo de treinamento: a idade, altura, sexo e condicionamento inicial.</p><p>179</p><p>Figura 2 – Individualidade biológica</p><p>Fonte: https://manualdacalistenia.com/como-saber-seu-biotipo/.</p><p>Acesso em: 17 fev. 2023.</p><p>Como observamos, as diferenças existem e não são determinantes. É natural</p><p>que dois indivíduos apresentem a mesma idade, sexo e altura, logo, não vão apresentar</p><p>resultados iguais, e, apesar disso, outros fatores vão influenciar, o que, de certa forma,</p><p>“nivela discrepâncias” em ambiente de treinamento. Um deles é a adaptação.</p><p>2.2 ADAPTAÇÃO</p><p>É a busca permanente da homeostase, que é o estado de equilíbrio estável</p><p>mantido entre os sistemas constituintes do organismo, que poderá ser rompida por</p><p>fatores adversos externos e\ou internos. A perturbação da homeostase orgânica faz</p><p>disparar um mecanismo compensatório para o restabelecimento da normalidade</p><p>homeostática (DANTAS, 2014).</p><p>As adaptações vão gerar um estímulo, do qual o organismo vai ser o receptor,</p><p>gerar respostas e um novo estímulo. No basquetebol, vai ser sempre desafiado para se</p><p>elevar o limite máximo fisiológico adaptativo para o desempenho.</p><p>A seguir, uma figura que exemplifica o fluxo da adaptação:</p><p>Figura 3 – Princípio da adaptação</p><p>Fonte: adaptado de Dantas (2014)</p><p>180</p><p>Acadêmico, veja na figura 4, como o princípio da adaptação pode ser utilizada</p><p>no basquetebol.</p><p>Figura 4 – Fluxo da adaptação no basquetebol</p><p>Fonte: a autora</p><p>1. Período de adaptação com a quadra, tamanho da bola, tempo</p><p>de jogo, corrida.</p><p>2. Uso de novos estímulos (exercícios), aumentando o nível de</p><p>dificuldade dos exercícios através da complexibilidade das</p><p>ações motoras.</p><p>3. Uso de novos estímulos com uso de materiais.</p><p>4. Adaptação à temperatura interna e externa que irão influenciar</p><p>nas respostas fisiológicas.</p><p>A adaptação de novos estímulos, principalmente quando é inserido o uso de</p><p>materiais, irá remeter ao princípio da sobrecarga.</p><p>2.3 SOBRECARGA</p><p>O aproveitamento do fenômeno da assimilação compensatória ou</p><p>supercompensação, que permite a aplicação progressiva do princípio da sobrecarga,</p><p>pode, ainda, ser severamente comprometido por uma incorreta disposição do tempo de</p><p>aplicação das cargas (GOMES, 2009).</p><p>O princípio da sobrecarga está associado ao princípio da adaptação, pois após a</p><p>aplicação do estímulo imposto ocorrerá uma recuperação, sendo ela positiva ou negativa,</p><p>cujo objetivo é o retorno dos padrões homeostáticos orgânicos (DANTAS, 2014).</p><p>A recuperação/restauração vai ocorrer durante o repouso e a alimentação,</p><p>que serão vistos como momento crítico que os processos anabólicos (construção)</p><p>ou catabólicos (degradação), agindo de acordo com a sobrecarga estressora, fadiga</p><p>e recuperação apropriada. A recuperação deverá ser bem realizada para que ocorra</p><p>supercompensação do que foi utilizado, caso contrário, o jogador pode entrar em estafa</p><p>(DANTAS, 2014).</p><p>A necessidade da supercompensação vai estimular as alterações metabólicas</p><p>agudas, hormonais, neuromusculares e modificações celulares, fazendo com que os</p><p>jogadores possuam uma adaptação mais elevada (BOMPA; HAFF, 2002).</p><p>181</p><p>Podemos encontrar a sobrecarga no basquetebol da seguinte forma:</p><p>1. Aumento da intensidade por incremento de materiais que irão</p><p>causar maior contra-resistência.</p><p>2. Aumento da intensidade pelo aumento da velocidade de execução</p><p>dos movimentos.</p><p>3. Uso de cargas em geral e acessórios (bola de medicina ball, elásticos).</p><p>4. Por sobrecarga semanal, quando observado aumento do volume</p><p>e intensidade.</p><p>DICA</p><p>A sobrecarga semanal vai remeter ao princípio da continuidade.</p><p>2.4 CONTINUIDADE</p><p>Sistematização de trabalho que não permita uma quebra de continuidade, isto</p><p>é, que ele apresente uma intervenção compacta de todas as variáveis interatuantes.</p><p>Não permite interrupções durante esse período, a interrupção é observada em situações</p><p>estratégicas, como nas férias. “O sequenciamento ordenado das cargas com a sucessão</p><p>ininterrupta dos efeitos das sessões antecedentes e posteriores vai assegurar a</p><p>aquisição, conservação e o desenvolvimento de médio e longo prazo na treinabilidade”</p><p>(GOMES, 2009, p. 23).</p><p>Observamos que, no basquetebol, a continuidade é justamente dar continuidade</p><p>aos treinamentos não somente semanais, mensais ou anuais, mas dentro da seção de</p><p>treino não quebrar as etapas propostas. Além disso, dar continuidade na participação</p><p>de amistosos e jogos vai fazer a diferença. A continuidade no basquetebol vai</p><p>proporcionar maior domínio das habilidades técnicas e motoras e aperfeiçoamento no</p><p>condicionamento físico. Com a característica de sessões ininterruptas, será necessário</p><p>ajustes de volume e intensidade.</p><p>2.5 INTERDEPENDÊNCIA VOLUME-INTENSIDADE</p><p>Estas duas variáveis (volume e intensidade) deverão sempre estar adequadas às</p><p>fases de treinamento, seguindo uma orientação de interdependência entre si. Na maioria</p><p>das vezes, o aumento dos estímulos de uma dessas duas variáveis é acompanhado da</p><p>diminuição da abordagem em treinamento da outra (GOMES, 2009).</p><p>182</p><p>Figura 5 – Interdependência volume-intensidade no basquetebol</p><p>Fonte: a autora</p><p>Acadêmico, o sprint pode ser um parâmetro de volume, ou seja, a quantidade</p><p>de estímulos em corrida que poderá ser planejada. Já a Frequência Cardíaca Máxima</p><p>(FC máx.) é utilizada como uma variável de prescrição da intensidade. Ela vai determinar</p><p>o tipo de esforço em que esse sprint poderá ser realizado, além disso, definir se é com</p><p>ou sem bola. No primeiro dia é apresentado um valor inicial de volume e intensidade;</p><p>no segundo, tem-se a opção de reduzir o volume e aumentar a intensidade, atingindo</p><p>a característica da interdependência, enquanto um diminui o outro aumenta. O mesmo</p><p>se dá se o objetivo no segundo dia for aumentar o volume e diminuir a intensidade. Esse</p><p>exemplo foi utilizado no dia, mas também pode ser adotado na mesma sessão de treino,</p><p>na semana, no mês e no ano.</p><p>Diante das cinco posições do basquetebol, será que todos vão realizar</p><p>o mesmo treinamento? O princípio da especificidade vai abranger</p><p>diversas situações, inclusive o posicionamento das modalidades.</p><p>IMPORTANTE</p><p>2.6 ESPECIFICIDADE</p><p>O princípio da especificidade impõe como ponto essencial que o treinamento</p><p>deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em</p><p>termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento</p><p>corporal e coordenações psicomotoras utilizados e aspectos biomecânicos (GOMES,</p><p>2009). Durante a elaboração dos programas de treino inteligentes, conhecer todos os</p><p>aspectos específicos do basquetebol torna-se obrigatório para se atingir resultados</p><p>satisfatórios e superiores.</p><p>183</p><p>Vamos observar que, além da especificidade dos aspectos generalistas da</p><p>modalidade, apontamos a especificidade na posição de cada jogador. Ou seja, as posições</p><p>vão desempenhar diferentes funções, exigindo que a prescrição do treinamento em</p><p>determinadas situações seja personalizada e inerentes ao jogador.</p><p>Além disso, o planejamento também irá atrelar as ondas e ciclos que nem</p><p>sempre vão estar em consonância para todos os jogadores.</p><p>2.7 ONDAS E CICLOS</p><p>Respeitar as ondas e ciclos no basquetebol é fundamental para o desempenho</p><p>bem-sucedido. É um princípio de planejamento onde permite-se alternar as cargas</p><p>através das ondas que são inseridas a cada ciclo, divididas em: microciclo, mesociclo e</p><p>macrociclo (GOMES, 2009). Atribuído ao treinamento, podemos identificar as variações de</p><p>volume e intensidade, que vão ocorrer ao longo da semana, meses e ano, para o alcance</p><p>dos objetivos, mas também para evitar a exaustão, fadiga e possíveis lesões do jogador.</p><p>Com isso, esse princípio é importante pois atribui ao treinador/preparador físico a inserção</p><p>do treinamento em um modelo de planejamento com as capacidades físicas, técnicas e</p><p>táticas do basquetebol, que serão trabalhadas ao longo de um determinado período.</p><p>As ondas, ciclos e todos os outros princípios revisados até o presente momento</p><p>vão ser utilizados para</p><p>um adequado planejamento no basquetebol, que serão inseridos</p><p>nos períodos (ciclos) do treinamento, denominados por: microciclo, mesociclo e</p><p>macrociclo. A seguir, vamos ver e entender como funcionam esses ciclos.</p><p>2.8 MICROCICLO</p><p>O microciclo é considerado como a mais importante ferramenta de planejamento</p><p>funcional no processo de treinamento. O termo vem da palavra grega micros, que</p><p>significa “pequeno”, e da palavra latina ciclos, que se refere a uma sequência regular</p><p>de eventos. No planejamento, o microciclo é um programa de treinamento semanal ou</p><p>de 3 a 7 dias dentro de um programa anual (BOMPA; HAFF, 2002). Um microciclo de</p><p>qualidade é encontrado quando os itens da estrutura e do conteúdo são incluídos:</p><p>Quadro 7 – Qualidade do Treinamento Semanal no Basquetebol</p><p>Estrutura Conteúdo</p><p>Objetivo Variação dos aspectos fisiológicos</p><p>Volume Variação dos aspectos psicológicos</p><p>Intensidade Recuperação</p><p>Métodos Flexível/ Adaptável</p><p>Fonte: adaptado de Bompa e Haff (2002)</p><p>184</p><p>A estrutura vai atender aos objetivos diante da manipulação do volume,</p><p>intensidade e métodos a serem trabalhados. O conteúdo vai atuar com as variações</p><p>fi siológicas e psicológicas, para as quais é necessário repouso. Com isso, a recuperação</p><p>também constitui o microciclo. Diante das circunstâncias, é um planejamento que pode</p><p>e deve ser fl exível e adaptado ao jogador de basquetebol (BOMPA; HAFF, 2002).</p><p>Recomenda-se que, quando o microciclo é modifi cado, sessões de treinamento</p><p>subsequentes devem ser modifi cadas, de modo a manter o foco e assegurar que os</p><p>objetivos do treinamento sejam alcançados (BOMPA; HAFF, 2002). Atendendo essas</p><p>necessidades de forma semanal, é garantida a qualidade do treinamento.</p><p>Olha a “treta”!</p><p>Acadêmico, você sabia que, na origem da elaboração do microciclo, ele</p><p>era chamado de “treta”?</p><p>Por ser um plano de curto prazo, Filóstrato, um erudito grego antigo,</p><p>denominou de “treta”.</p><p>Dia 1: Realizar um programa curto e enérgico.</p><p>Dia 2: Exercitar-se intensamente.</p><p>Dia 3: Relaxar para reviver a atividade.</p><p>Dia 4: Fazer exercício moderado.</p><p>Fonte: Bompa e Haff (2002, p. 220).</p><p>INTERESSANTE</p><p>Podemos notar que estrutura e o conteúdo do microciclo vão apresentar</p><p>diferentes características, que estão condicionadas por uma série de fatores, assim</p><p>como a variabilidade na elaboração. Com isso, serão empregados diferente microciclos.</p><p>Quais dos nove microciclos existes são mais utilizados no basquetebol e quais as razões?</p><p>Acadêmico, vamos observar esse recente estudo, que verifi cou a infl uência da fase do</p><p>treinamento multicomponente no desenvolvimento das valências físicas em atletas univer-</p><p>sitários de basquetebol. Nesse estudo, o plano foi distribuído em 24 microciclos, sendo o</p><p>primeiro em preparação geral (orgânica) e o segundo de preparação específi ca (ênfase no</p><p>treino neuromuscular)</p><p>INTERESSANTE</p><p>185</p><p>Figura – Caracterização das variáveis de acordo com os microciclos</p><p>Fonte: Santos et al. (2021, p. 6)</p><p>Quadro 8 – Tipos de microciclos</p><p>Fonte: adaptado de Gomes (2009)</p><p>Preparação Criar o efeito primário do treinamento. Pode ser preparatório geral ou específi co.</p><p>Ordinário</p><p>Induz a soma de cargas moderadas (60 a 80%). Equivale de 2 a 6 cargas de</p><p>treino por semana de forma constante.</p><p>Choque</p><p>Induz a soma de cargas máximas ou próximas (80 a 100%). Equivale de 2 a 5</p><p>cargas por semana e deve ter um controle rigoroso.</p><p>Estabilizador</p><p>Estabiliza o estado do organismo. Aclimatação em fase aguda em altitudes.</p><p>Equivalem a cargas de 40 a 60% em relação à máxima.</p><p>Manutenção</p><p>Assegura a recuperação do jogador e mantém condições integrais da</p><p>preparação, reduz a carga de treino não brutal. Estima-se cargas de 30 a 40%</p><p>em relação à máxima.</p><p>Recuperativo</p><p>Mantém parâmetros mínimos da soma de carga baixas, que equivalem de 10 a</p><p>20% em relação à máxima.</p><p>Controle</p><p>Verifi ca o nível e efi ciência do atleta no período. Exercícios de testes, exames</p><p>médicos. Possibilita correções para próximas etapas.</p><p>Pré-</p><p>competitivo</p><p>Assegura o ótimo estado de prontidão para competições com antecedência de</p><p>5 a 10 dias. Sem cargas máximas, mas de alta intensidade, obrigado a alternar</p><p>com recuperações completas.</p><p>Competitivo Visa a preparação mais completa e válida em períodos competitivos ou jogos.</p><p>O resultado apontou que a preparação geral foi capaz de promover melhorias na</p><p>capacidade aeróbica, agilidade com a bola e velocidade com a bola. Entretanto, não foi</p><p>verifi cada uma melhora signifi cativa no desempenho do salto vertical.</p><p>186</p><p>A preparação específi ca realizada após a preparação geral foi capaz de aumentar</p><p>de maneira signifi cativa a agilidade com a bola. No teste de condução máxima com bola,</p><p>a preparação específi ca sustentou os ganhos adquiridos na preparação geral, mas não</p><p>teve melhorias adicionais. Com relação à aptidão aeróbica, a preparação específi ca não</p><p>sustentou as melhorias no desempenho que a preparação geral promoveu. Assim como</p><p>na fase de preparação geral, a preparação específi ca não aumentou o desempenho</p><p>no salto vertical. Conclui-se que o treinamento multicomponente, com microciclos</p><p>igualmente distribuídos em preparação geral e específi ca, demonstrou relevante efi cácia</p><p>no desempenho físico em uma equipe amadora de basquetebol universitário, mesmo</p><p>com baixa frequência semanal de treinamento (SANTOS et al., 2021).</p><p>Acadêmico, outra proposta que vai nos auxiliar na elaboração do microciclo é através do</p><p>estudo de Haddad (2017), que visou estabelecer um modelo de preparação de curto prazo</p><p>para competições internacionais. Desenvolveu-se este estudo a partir da preparação da</p><p>Seleção Brasileira Feminina de Basquetebol para os jogos Pan-Americanos de Toronto, em</p><p>2015, onde o objetivo foi verifi car os efeitos de uma intervenção metodológica durante 27</p><p>dias do período preparatório de treinamento sobre as capacidades biomotoras em atletas de</p><p>elite de basquetebol feminino. Haddad (2017) elaborou três microciclos divididos em 23 dias,</p><p>onde utilizou os métodos de treinamento anaeróbio lático e o intervalado misto, e controlou</p><p>a interna diária pela percepção de esforço (PSE).</p><p>A seguir, uma fi gura que exemplifi ca a carga interna diária dos microciclos:</p><p>INTERESSANTE</p><p>Figura – Carga interna diária nos microciclos</p><p>Fonte: Haddad (2017, p. 47)</p><p>Os achados deste estudo demonstraram que o uso do método de treinamento</p><p>descontínuo intervalado, durante um curto período de intervenção, com grande</p><p>concentração de estímulos foi efi ciente para melhorar a capacidade biomotora</p><p>resistência das atletas, proporcionando às mesmas, uma maior capacidade de resistir</p><p>à fadiga. Entretanto, os dados demonstram uma diminuição na capacidade biomotora</p><p>velocidade cíclica e acíclica.</p><p>187</p><p>Em referência à distribuição do volume de treinamento dentro dos conteúdos,</p><p>demonstrou-se a predominância dos componentes técnico e tático em relação ao</p><p>volume total de trabalho dentro do macrociclo. Isso parece indicar que intervenções</p><p>pontuais e bem controladas no componente físico do treinamento podem fazer uma</p><p>diferença signifi cativa no resultado fi nal da preparação.</p><p>É importante salientar, também, que o método PSE-s se mostrou bastante</p><p>efi ciente e confi ável para o controle das cargas internas de treinamento, pois apresentou</p><p>objetivamente a variabilidade das cargas para cada microciclo da preparação. Assim, o</p><p>emprego deste método fi rma-se como uma importante ferramenta para o controle de</p><p>cargas em atletas adultas de basquetebol.</p><p>Por fi m, levando-se em consideração os desafi os que uma preparação</p><p>desportiva de equipes de basquetebol de alta performance apresenta, com ênfase no</p><p>modelo verifi cado, torna-se viável que, além da aplicação concentrada de estímulos</p><p>de TI e controle pela PSE-s, se possa acrescentar ao planejamento o treinamento de</p><p>força como uma preparação fi nal com estímulos mais voltados ao aprimoramento</p><p>da velocidade cíclica e acíclica. Ainda assim, é muito importante que os treinadores</p><p>realizem intensa aplicação dos trabalhos técnicos e táticos de forma mais próxima</p><p>e utilizadas em jogadas individuais e também nos sistemas ofensivos e defensivos que</p><p>irão ampliar a dinâmica e organização de um jogo de basquetebol.</p><p>2 HISTÓRIA E CONCEITO DO BASQUETEBOL</p><p>Caro acadêmico, são inúmeros os problemas sociais e mudanças climáticas</p><p>nos últimos anos. Veja como o criador do basquetebol utilizou dos problemas de uma</p><p>existência anterior para a sua criatividade.</p><p>O basquetebol surgiu em 1891. Luther Halsey Gullick, diretor do Springfield</p><p>College, colégio internacional da Associação Cristã de Moços (ACM), convocou o</p><p>professor canadense James Naismith, de 30 anos, para pensar em algum tipo de jogo</p><p>que não estimulasse a violência em seus alunos durante o inverno, mas que pudesse</p><p>também ser praticado no verão em áreas abertas. Esse pedido se deu ao longo e rigoroso</p><p>inverno de Massachussets, pois eram impraticáveis os esportes ao ar livre com o frio</p><p>TÓPICO 1 - UNIDADE 1</p><p>4</p><p>que fazia. As poucas opções de atividades físicas em locais fechados se restringiam as</p><p>desagradáveis aulas de ginástica que não eram tão adeptas pelos alunos (DAIUTO, 1991;</p><p>GONÇALVES et al., 2017).</p><p>Com essa responsabilidade, James Naismith reuniu-se com inúmeros</p><p>professores de Educação Física, que estavam a ponto de desistir. James Naismith</p><p>estava em seu escritório pensando em como seria esse jogo, e enquanto amassava os</p><p>papéis de cada rabisco dos jogos de que não gostava, os arremessava ao cesto de lixo,</p><p>percebeu que, dessa ação de arremessar as bolas de papel no lixo, ele poderia inventar</p><p>um jogo (DAIUTO, 1991). A próxima angústia de James era quanto ao alvo que deveria</p><p>ser atingido pela bola. Na manhã seguinte a sua epifania, se dirigiu ao zelador da escola</p><p>e pediu dois caixotes que permitissem passar uma bola pouco maior que uma bola</p><p>de futebol. O zelador lhe entregou duas cestas de pêssego. Imaginou primeiramente</p><p>colocá-los no chão, mas já havia outros esportes com alvo localizado no solo, como o</p><p>hóquei e o futebol. Logo, a solução lhe veio à cabeça: o alvo deveria ficar no alto, a uma</p><p>altura em que nenhum jogador da defesa pudesse parar a bola que fosse arremessada</p><p>ao cesto. Assim, fixou os dois cestos de pêssego no alto de duas pilastras nas laterais</p><p>do ginásio e, ao aferir a altura, constatou que os cestos foram fixados a 10 pés de altura,</p><p>exatamente 3,05m, altura esta que permanece até os dias de hoje (DAIUTO, 1991).</p><p>Com esse contexto histórico, vamos conseguir observar a atitude gerencial</p><p>diante de uma necessidade do diretor Luther que incentivou a criatividade do professor</p><p>James Naismith.</p><p>Figura 1 – Primeiro time de Basquetebol da Associação Cristã de Moços do Springfield</p><p>Fonte: https://cutt.ly/x4Mvb36. Acesso em: 23 mar. 2023.</p><p>Figura 2 – James Naismith – Criador do basquete</p><p>Fonte: https://cutt.ly/K4Mbr0L. Acesso em: 23 mar. 2023.</p><p>5</p><p>Com a incumbência de criar um esporte coletivo que pudesse ser praticado</p><p>em ambientes fechados e abertos, James Naismith enxergou a oportunidade de inserir</p><p>uma dinâmica menos agressiva de um jogo competitivo, sem indícios de violência e que</p><p>evitasse contatos e conflitos físicos, como era realizado no futebol americano. Além de</p><p>pesquisar outros esportes, James utilizou da complexidade, o que tornaria mais difícil</p><p>exigindo novas habilidades e competências dos participantes que não fosse o contato,</p><p>com isso, deveria ter algo com um ponto fixo no alto e com uma bola com a dimensão</p><p>maior que a do futebol, que devesse ser jogada com as mãos e não poderia ficar retida</p><p>por muito tempo e nem batida com os punhos fechados.</p><p>Em seguida, Naismith anunciou aos seus alunos que havia inventado um novo</p><p>jogo, e que o apresentaria a eles em aula. Com 18 alunos do curso de secretários da ACM</p><p>na aula, o professor Naismith indicou dois capitães e pediu-lhes que selecionassem os</p><p>seus companheiros de equipe e o lado da quadra em que iriam atacar, sendo nove para</p><p>cada lado (equipe A –veteranos x equipe B – calouros). Os jogadores mais altos de cada</p><p>equipe foram chamados e o professor lançou a bola ao alto, e assim iniciava a primeira</p><p>partida de basquete. O placar do jogo terminou 1 x 0 (gol) para a equipe A, com um gol</p><p>do meio da quadra. Nesse dia, combinou que só poderiam andar com a bola desde que</p><p>a batessem no chão e definiu que a equipe vencedora fosse a que acertasse o maior</p><p>número de bolas ao cesto (DAIUTO, 1991).</p><p>A característica fundamental do basquetebol é passar a bola por um</p><p>aro ou, num sentido mais amplo, por tudo que se assemelha a isso. No</p><p>século VII, em Chichen Itzá, a cidade santa dos maias, na península</p><p>de Yucatán (México), se praticava um jogo denominado Pok-ta-pok. O</p><p>historiador E. Frick atribui aos maias a invenção do basquetebol. Durante</p><p>seus estudos para o novo jogo (basketball), James Nasmith buscou</p><p>exemplos de vários jogos de séculos passados (DAIUTO, 1991, p. 55).</p><p>No ano seguinte, começou o basquete feminino, que teve início em janeiro de</p><p>1892, quando algumas professoras da Buckingham Grade School começaram a jogar</p><p>basquetebol sob a direção de Naismith. Uma das atletas (Maude E. Shermann) que</p><p>participou deste jogo se tornou esposa de Naismith (DAIUTO, 1991).</p><p>As regras foram oficializadas, primeiro no próprio clube, no boletim da ACM, em</p><p>1892, e mais tarde, em 1932, com a fundação da Federação Internacional de Basquete</p><p>Amador em 2011. Nota-se que a criação do basquetebol foi por uma busca inicial de</p><p>inovação para a condição climática e em solucionar conflitos (brigas) em quadra, o que</p><p>naturalmente poderia estar sendo reverberado aos meios sociais através da prática do</p><p>futebol americano da época. Destaca-se que a criatividade de James foi planejada nos</p><p>recursos e regras inversas de uma existência anterior (futebol americano) para compor</p><p>uma nova proposta.</p><p>6</p><p>Com base nisso, vamos conhecer as primeiras regras que Naismith fixou em um</p><p>quadro no ginásio:</p><p>As regras iniciais do basquetebol</p><p>1 - A bola pode ser arremessada em qualquer direção com uma ou com ambas as mãos;</p><p>2 - A bola pode ser tapeada para qualquer direção com uma ou com ambas as mãos (nunca</p><p>usando os punhos);</p><p>3 - Um jogador não pode correr com a bola. O jogador deve arremessá-la do ponto onde pegá-la.</p><p>Exceção será feita ao jogador que receba a bola quando estiver correndo a uma boa velocidade;</p><p>4 - A bola deve ser segurada nas mãos ou entre as mãos. Os braços ou corpo não podem ser</p><p>usados para tal propósito;</p><p>5 - Não será permitido, sob hipótese alguma, puxar, empurrar, segurar ou derrubar um adversário.</p><p>A primeira infração desta regra contará como uma falta, a segunda desqualificará o jogador até que</p><p>nova cesta seja convertida e, se houver intenção evidente de machucar o jogador, pelo resto do</p><p>jogo, não será permitida a substituição do infrator.</p><p>6 - Uma falta consiste em bater na bola com o punho ou numa violação das regras 3, 4 e 5.</p><p>7 - Se um dos lados fizer três faltas consecutivas, será marcado um ponto a mais para o adversário.</p><p>8 - Um ponto é marcado quando a bola é arremessada ou tapeada para dentro da cesta e lá</p><p>permanece, não sendo permitido que nenhum defensor toque na cesta. Se a bola estiver na</p><p>borda e um adversário mover a cesta, o ponto será marcado para o lado que arremessou.</p><p>9 - Quando a bola sai da quadra, deve ser jogada de volta à quadra pelo jogador que primeiro</p><p>a tocou. Em caso de disputa, o fiscal deve jogá-la diretamente de volta à quadra. O arremesso</p><p>da bola de volta à quadra é permitido do tempo máximo de cinco segundos. Se demorar mais</p><p>do que isto, a bola passará para o adversário. Se algum dos lados insistir em retardar o jogo, o</p><p>fiscal poderá marcar uma falta contra ele.</p><p>10 - O fiscal deve ser o juiz dos jogadores e deverá observar as faltas e avisar ao árbitro quando</p><p>três faltas consecutivas forem marcadas. Ele deve ter o poder de desqualificar jogadores, de</p><p>acordo com a regra 5.</p><p>11 - O árbitro deve ser o juiz da bola e deve decidir quando a bola está em jogo, a que lado</p><p>pertence sua posse e deve controlar o tempo. Deve decidir quando um ponto foi</p><p>à</p><p>demanda da competição para que a transferência e a assimilação de todos os estímulos</p><p>sejam efi cazes (HADDAD, 2017).</p><p>Acadêmico, vamos verifi car estudos que apresentam diferentes formas</p><p>de elaborar o microciclo do treinamento. Sabemos que esse, ao longo</p><p>das semanas, irá compor uma carga mensal, denominada de mesociclo,</p><p>como veremos a seguir.</p><p>INTERESSANTE</p><p>2.9 MESOCICLO</p><p>O mesociclo vai tratar da estrutura mensal de uma carga que irá variar de 3 a 6</p><p>semanas e representa o elemento da estrutura de preparação do atleta orientado para</p><p>a solução das tarefas de determinado macrociclo (período) de preparação. Podem ser</p><p>classifi cados da seguinte forma:</p><p>1. Principal tarefa a ser resolvida pelo mesociclo no sistema de preparação.</p><p>2. O momento do referido mesociclo na estrutura do macrociclo de preparação.</p><p>188</p><p>3. A composição dos meios e dos métodos de treino aplicados no mesociclo.</p><p>4. Os tipos de microciclos que compõem o conteúdo predominante do</p><p>mesociclo estabelecido.</p><p>5. Na grandeza das cargas e sua dinâmica no mesociclo.</p><p>Veja os tipos de mesociclos:</p><p>Quadro 9 – Tipos de mesociclos</p><p>Fonte: adaptado de Gomes (2009)</p><p>Inicial</p><p>Transfere gradativamente o jogador em nível iniciante para o nível de</p><p>alto rendimento/competitivo. Composto por 2 a 3 microciclos do tipo</p><p>recuperativo ou inicial e concluídos com o microciclo recuperativo. Período</p><p>preparatório de um macrociclo.</p><p>Básico</p><p>Reúne tipos de mesociclos. Realiza o principal trabalho de aperfeiçoamento.</p><p>Divide-se em preparatórios gerais e preparatórios especiais, sendo que, pela</p><p>grandeza das cargas, dividem-se em desenvolvimento e estabilizadores.</p><p>Desenvolvimento</p><p>Visa a obtenção do efeito acumulativo de treino, está na base da elevação do</p><p>nível de treino do atleta. Caracteriza-se pela grandeza considerável de cargas.</p><p>Estabilizador</p><p>Visa a consolidação das mudanças obtidas anteriormente, que são</p><p>asseguradas pela redução insignificante ou pela estabilização das cargas</p><p>atingidas anteriormente.</p><p>Recuperativo</p><p>Aplica-se no período transitório de preparação, quando as tarefas de</p><p>recuperação completa do atleta têm importância predominante após um</p><p>período prolongado de cargas máximas de treinamento e de competição.</p><p>O mesociclo caracteriza-se pela redução do volume e da intensidade das</p><p>cargas entre 20 a 30% em relação ao mesociclo básico de desenvolvimento.</p><p>Pré-competitivo</p><p>Durante este mesociclo, resolve-se todo um conjunto de tarefas que</p><p>incluem a recuperação após a etapa precedente de competições seletivas,</p><p>a manutenção e a eventual elevação do nível atingido, a eliminação de</p><p>pequenos defeitos da preparação, a solução do estado psíquico do atleta,</p><p>a adaptação às condições de realização das competições principais.</p><p>Controle</p><p>Sua principal tarefa é, nos calendários das competições, assegurar um controle</p><p>multiforme da eficiência dos mesociclos básicos anteriores e a adaptação</p><p>paulatina do atleta às exigências dos mesociclos competitivos posteriores.</p><p>Competitivo</p><p>Representa o período competitivo de preparação do atleta. A estrutura e o</p><p>seu conteúdo são determinados pela especificidade da modalidade, pelo</p><p>sistema de preparação competitiva, nível de qualificação do atleta. Dura-</p><p>se de 6 a 8 meses e destacam-se o uso de 4 a 6 mesociclos competitivos.</p><p>189</p><p>Acadêmico, veja o estudo de Moreira et al. (2005), que empregaram</p><p>métodos em um mesociclo de cinco semanas.</p><p>Fonte: MOREIRA, A. et al. Sistema de cargas seletivas no basquetebol</p><p>durante um mesociclo de preparação: implicações sobre a velocidade e as</p><p>diferentes manifestações de força. Revista Brasileira de Ciência e movi-</p><p>mento, v. 13, n. 3, p. 7-16. 2005.</p><p>IMPORTANTE</p><p>O estudo de Moreira et al. (2005) investigou as possíveis alterações funcionais</p><p>(força [explosiva] e velocidade) durante um mesociclo, decorrentes da utilização do</p><p>sistema de cargas seletivas em uma equipe de basquetebol feminino adulto, participante</p><p>da divisão principal do campeonato paulista.</p><p>Observaremos que o mesociclo composto por cinco semanas apresentou todo o</p><p>conteúdo programático, apontando a quantidade dos aspectos direcionados ao volume do</p><p>treinamento relacionados à intensidade e qualidade técnica, indicando se realizados ou não</p><p>naquele período. Na Tabela 2, conseguimos identificar o volume das capacidades físicas.</p><p>Tabela 1 – Programação do mesociclo de treinamento</p><p>Fonte: Moreira et al. (2005, p. 11)</p><p>Tabela 2 – Distribuição do treinamento das capacidades</p><p>Fonte: Moreira et al. (2005, p. 11)</p><p>190</p><p>A característica pré-competitiva desse estudo permite a identificação apenas</p><p>dos dois tipos de mesociclo: o pré-competitivo, como esclarecido ao autor, e o mesociclo</p><p>de controle, diante das avaliações realizadas antes e após intervenção.</p><p>O resultado do estudo concluiu a eficácia do sistema de cargas seletivas no</p><p>mesociclo pré-competitivo para a equipe estudada através da observação de alterações</p><p>estatisticamente significantes das capacidades força (explosiva) de salto e velocidade</p><p>em atletas de alto rendimento do sexo feminino. Estas alterações foram verificadas por</p><p>meio dos indicadores de força explosiva, caracterizados pelas medidas de força de salto</p><p>vertical com contramovimento (SVCM), sem a utilização da técnica de contramovimento</p><p>(SV), salto horizontal (SHP), salto horizontal triplo consecutivo perna direita (STCD) e perna</p><p>esquerda (STCE), e também para o teste T adaptado (C40) [velocidade cíclica-acíclica].</p><p>Os achados indicam que o treinamento proposto controlado no período pré-</p><p>competitivo por um mesociclo de cinco semanas é eficaz para o alto rendimento em</p><p>jogadores de basquetebol nas capacidades físicas mencionadas.</p><p>Confira mais conteúdo sobre os métodos de treinamento utilizados</p><p>em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rbcm/article/view/639.</p><p>DICA</p><p>Com isso, podemos observar que a planificação do treinamento em mesociclo</p><p>também contribuirá para assertividade do treinamento e possibilidades de ajustes em</p><p>busca do alto rendimento. O estudo citado nos proporcionou a vivência de um mesociclo.</p><p>A seguir, vamos aprender sobre vários mesociclos que compõem um macrociclo.</p><p>2.10 MACROCICLO</p><p>O macrociclo normalmente é definido por um ciclo anual, que pode apresentar</p><p>mais de um pico de performance. É a construção do processo de treino para atingir um</p><p>determinado pico. Pesquisadores estão de acordo que o planejamento anual pode ter</p><p>a quantidade de macrociclo de acordo com o calendário de competição, ou seja, se a</p><p>equipe visa a uma competição importante, focará o macrociclo para aquele período,</p><p>assim como, quando o objetivo for a participação em duas competições ou mesmo três</p><p>macrociclos, será proporcional. Nos últimos anos, tem sido utilizadas outras variantes</p><p>de planejamento da carga de treinamento, com cerca de quatro, cinco e até seis ciclos</p><p>competitivos no ano (GOMES, 2009).</p><p>191</p><p>Cada macrociclo é composto por três períodos: o preparatório, o competitivo</p><p>e o de transição. No caso em que se repete mais de um macrociclo durante o ano,</p><p>obrigatoriamente se destacam os períodos preparatório e competitivo, sendo que</p><p>o período de transição pode desaparecer em alguns macrociclos na temporada. Isso</p><p>ocorre principalmente quando, de um ciclo para outro, tem-se pouco tempo, e o</p><p>treinador não deve deixar diminuir substancialmente a performance adquirida no ciclo</p><p>anterior (GOMES, 2009).</p><p>2.10.1 Período preparatório</p><p>Resumidamente, o período preparatório, como o próprio nome indica, é uma fase</p><p>de preparação, o competitivo visará o aperfeiçoamento e o de transição irá contemplar</p><p>a fase recuperação. Os períodos citados compõem a estrutura de um macrociclo e irão</p><p>determinar os objetivos a partir da disponibilidade do calendário e as estratégias a serem</p><p>adotadas de competições. A seguir, confira o Quadro 10, com a descrição de cada período.</p><p>Quadro 10 – Períodos de um macrociclo</p><p>Fonte: adaptado de Gomes (2009)</p><p>Preparatório Competitivo Transição</p><p>Assegura o desenvolvimento</p><p>das capacidades funcionais</p><p>do desportista e pressupõe</p><p>a solução</p><p>marcado e</p><p>controlar os pontos já marcados, além dos poderes normalmente utilizados por um árbitro.</p><p>12 - O tempo de jogo é dividido entre dois tempos de 15 minutos cada, com cinco minutos de</p><p>descanso entre eles.</p><p>13 - A equipe que marcar mais pontos dentro deste tempo será declarada vencedora. Em caso</p><p>de empate, o jogo pode, mediante acordo entre os capitães, ser continuado até que outro</p><p>ponto seja marcado.</p><p>Fonte: https://www.cbb.com.br/noticia/1560/as-primeiras-regras. Acesso em: 6 jan. 2023.</p><p>7</p><p>Evolução das regras do basquete</p><p>Os primeiros jogos de basquete foram disputados com a formação de</p><p>nove atletas. Por volta de 1892, o professor Naismith preferiu que o</p><p>jogo fosse disputado cinco contra cinco, e, em 1898, foi estabelecida a</p><p>regra que não permite os dois dribles (quicar a bola, segurá-la e voltar</p><p>a quicar). Ao longo do tempo, outras regras foram sendo modificadas.</p><p>A tabela (placa retangular localizada atrás da cesta) foi incorporada em</p><p>1906 com o objetivo de impedir que os arremessos fossem interferidos</p><p>por espectadores que permaneciam nos mezaninos. Em 1954, a regra</p><p>dos 24 segundos foi estabelecida com o objetivo de tornar o jogo mais</p><p>dinâmico. A Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) propôs uma</p><p>nova mudança. Em 2018, uma nova dinâmica é incorporada: o limite para</p><p>o arremesso em caso de rebote ofensivo passa a ser de 14 segundos</p><p>(antes eram os mesmos 24 segundos).</p><p>NOTA</p><p>2.1 O BASQUETEBOL NO BRASIL</p><p>No Brasil, o basquetebol chegou por meio do professor norte-americano Augusto</p><p>Shaw, que veio lecionar no Colégio Mackenzie em 1894. No entanto, a aceitação foi diferente</p><p>do que aconteceu em Massachussets, por ser apreciado imediatamente pelas mulheres, o</p><p>que atrapalhou o crescimento do basquete entre os homens, movidos pelo forte machismo</p><p>da época. Para piorar, havia a forte concorrência do futebol, trazido em 1894 por Charles</p><p>Miller, e que se tornou a grande coqueluche da época entre os homens (CBB, 2022).</p><p>Aos poucos, Augusto Shaw, em sua persistência, foi convencendo aos seus</p><p>alunos de que o basquete não era um jogo exclusivo para mulheres e foi despertando</p><p>a atenção dos alunos gradativamente. Shaw conseguiu quebrar a resistência e montou</p><p>a primeira equipe do Mackenzie College, ainda em 1896 (CBB 2022), e alguns torneios</p><p>começaram a ser disputados no princípio do século XX (DAIUTO 1991; GONÇALVES et</p><p>al., 2017). Notamos aqui o primeiro passo da modalidade no Brasil com um cunho de</p><p>superação e evolução social.</p><p>A Confederação Brasileira de Basquetebol foi fundada em 25 de dezembro de 1933,</p><p>no Rio de Janeiro, e desde então é a entidade máxima do basquete brasileiro, filiada ao</p><p>Comitê Olímpico Brasil e à Federação Internacional de Basquete (FIBA), sendo responsável</p><p>pelas Seleções Brasileiras e desenvolvimento do esporte no Brasil (CBB, 2022).</p><p>Em 1959, Wlamir Marques e Rosa Branca foram os protagonistas dos times na</p><p>época e alcançaram Campeonato Mundial no Chile. No Brasil, em 1963, ambos voltariam</p><p>a conduzir o time que veio com a expectativa de ser bicampeão. Em 1971, o grupo</p><p>feminino foi o primeiro a chamar a atenção, obtendo o bronze no Campeonato Mundial</p><p>8</p><p>disputado no Brasil (DAIUTO, 1991). No entanto, só em 1994 veio o título, na Austrália,</p><p>com a equipe liderada por Hortência e Magic Paula, e, em 1996, o melhor resultado</p><p>brasileiro apresentado, em Atlanta, nos Estados Unidos (GONÇALVES et al., 2017).</p><p>Jogadores e jogadoras que construíram a história do basquete no Brasil</p><p>Como já deu para perceber, nosso país tem uma rica história e tradição no esporte. Isso</p><p>passa diretamente por alguns atletas que marcaram a história do basquete no Brasil. Assim,</p><p>quando se fala do assunto, é impossível não lembrar de Oscar Schmidt, Hortência Marcari,</p><p>Magic Paula, Nenê, Janeth Arcain, Anderson Varejão e tantos outros nomes que deixaram</p><p>suas marcas. Oscar Schmidt, por exemplo, abriu mão de jogar na NBA pra continuar na</p><p>Seleção Brasileira, numa época em que os jogadores da liga não podiam jogar por seleções</p><p>nacionais. Pelo Brasil, conquistou diversas medalhas, sendo a maior delas o ouro no Pan-</p><p>Americano de 1987, nos Estados Unidos.</p><p>Já entre as mulheres, Hortência, Paula e Janeth, entre outras, fi zeram parte de uma geração</p><p>vitoriosa do basquete feminino, que conquistou o topo do pódio no Mundial de 1994, na</p><p>Austrália.</p><p>O basquete brasileiro e a NBA</p><p>Se o assunto são os craques do Brasil, não dá para deixar de falar dos nossos jogadores que</p><p>já passaram pela maior liga de basquete do planeta. Ao todo, foram 18 brasileiros na NBA. A</p><p>primeira vez que isso aconteceu foi lá na temporada 1988/1989, com Rolando Ferreira Júnior.</p><p>Depois de vencer o Pan-Americano com a seleção, ele foi jogar na Universidade de Houston.</p><p>No ano seguinte, foi draftado pelo Portland Trail Blazers, onde fi cou por uma temporada.</p><p>Outro grande nome que vale a gente citar é Nenê. O pivô foi a 7ª escolha no draft de 2002,</p><p>pelo Denver Nuggets, em que fi cou 10 anos. Depois, ainda passou por algumas temporadas</p><p>no Washington Wizards e no Houston Rockets. Nenhum fez tanto sucesso quanto Anderson</p><p>Varejão, ídolo dos Cavs. Draftado em 2004 pelo Orlando Magic e trocado com o Cleveland</p><p>Cavaliers, onde jogou 13 temporadas ao todo (12 seguidas), chegou a fazer parceria com</p><p>LeBron James. Uma curiosidade é que ele foi o primeiro jogador a defender os dois fi nalistas</p><p>da NBA no mesmo ano, quando trocou o Cavaliers pelo Warriors, em 2016. Atualmente, só</p><p>dois brasileiros estão na liga. Raulzinho Neto, armador, que entrou em 2015 pelo Utah Jazz,</p><p>passou pelo Philadelphia 76ers e atualmente defende o Washington</p><p>Wizards e Didi Louzada, ala que chegou em 2021 no New Orleans</p><p>Pelicans, e em 2022 foi para o Portland Trail Blazers.</p><p>Quando o assunto é bola na cesta, deu para perceber que os</p><p>brasileiros também mandam bem em quadra. Vamos juntos levar</p><p>esse esporte para as escolas?</p><p>Fonte:https://cutt.ly/f4MIKbp. Acesso em: 6 jan. 2023.</p><p>INTERESSANTE</p><p>9</p><p>2.2 CONCEITOS DO BASQUETEBOL</p><p>Como você pode notar, o basquetebol possui a sua história de criação, que</p><p>incorpora a modalidade em sua definição, abrangendo os aspectos técnicos e táticos</p><p>que veremos posteriormente nessa unidade. Para entendermos mais sobre o que é</p><p>esse fenômeno, serão apresentadas quatro definições de basquetebol. A primeira é o</p><p>conceito contextualizado que define e resume muito bem os fatos históricos e como o</p><p>basquetebol vem sendo aderido e qual a sua representatividade.</p><p>O basquetebol é uma modalidade esportiva coletiva com origem no final do</p><p>século XIX, criado no ambiente escolar norte-americano em clima de inverno; com</p><p>características dinâmicas, o jogo rapidamente ganhou adeptos no Brasil e mundo,</p><p>tornando-se modalidade oficialmente olímpica em Roma, no ano 1936 (GALATTI et al.</p><p>2012). Na atualidade, é uma das modalidades mais praticadas no mundo, com 213 países</p><p>vinculados à Federação Internacional de Basquetebol (FIBA).</p><p>Para o entendimento da estrutura, temos a segunda definição por De Rose</p><p>Júnior e Tricoli (2005), que descrevem a essência do desporto partindo das suas</p><p>características palpáveis e a sua objetividade: o basquetebol é um esporte que envolve</p><p>participação simultânea e dinamismo, que se desenvolve com duas equipes, dividindo</p><p>o mesmo espaço, atacando e defendendo a bola, objeto do jogo, e buscando o objeto</p><p>final, a cesta (ROSE JÚNIOR; TRICOLI, 2005).</p><p>A terceira definição apresenta características competitivas, que tornam o</p><p>basquetebol uma modalidade predominantemente praticada por pessoas altas: o</p><p>basquetebol é como um esporte coletivo, onde ocorre uma seleção de indivíduos devido</p><p>à altura desses, causado pelo fato do seu alvo ser um posto elevado ao solo (3,05m</p><p>segundo o regulamento da FIBA), tornando-o mais interessante para as pessoas que</p><p>possuem uma maior altura (MARICONE; GALATTI; PEREZ 2016).</p><p>Apesar de parecer excludente pela característica predominante da competição,</p><p>o basquetebol desde então vem se mostrando acessível para a prática em diferentes</p><p>ambientes e</p><p>diversos públicos. Em diferentes países do mundo o basquetebol é praticado</p><p>e assistido por milhões de pessoas, dentre as quais estão jovens atletas em formação</p><p>em clubes, escolas, universidades, empresas e outros órgãos de fomento ao esporte. O</p><p>basquetebol pode alcançar as pessoas de diversos modos e atingir diversos objetivos,</p><p>por exemplo, o lazer, estética, saúde, educação e socialização (GALATTI et al. 2012).</p><p>Considerando a história e os conceitos encontrados na literatura, podemos</p><p>observar que o basquetebol representa muita inovação em sua criação, com a utilização</p><p>de regras inversas de um esporte já existente e com o propósito de cooperação,</p><p>superação, quebra de crenças e gerenciamento de conflitos. Com sua característica</p><p>desafiadora e a implantação de novos elementos, apontamos que o basquetebol</p><p>10</p><p>ofereceu a expansão de novas capacidades e habilidades motoras, exigidas por todo</p><p>o contexto de criação e desenvolvimento, tornando-se importante para a evolução do</p><p>movimento humano.</p><p>Vimos que, além da contribuição do repertório motor humano, o basquetebol</p><p>como modalidade olímpica tornou-se acessível por ser praticado por diferentes públicos</p><p>em diversos ambientes. Mostrou ser um instrumento de alcance aos objetivos da</p><p>sociedade e novos meios de comportamento social.</p><p>Com a compreensão histórica e conceitual, conseguimos identifi car a</p><p>representatividade do basquetebol para a sociedade nos campos de atuação, permitindo</p><p>seguir para o aprendizado de como a modalidade é atualmente aplicada e quais os</p><p>elementos e aspectos técnicos são necessários para uma prática dinâmica e segura.</p><p>Principais resultados nas olimpíadas do basquete brasileiro:</p><p>Masculino:</p><p>3º lugar (1948 - 1960 - 1964)</p><p>4º lugar (1968)</p><p>5º lugar (1980 – 1988)</p><p>Fonte: CBB (2023)</p><p>• Os países medalhistas olímpicos</p><p>De 1936 a 1968, os norte-americanos detiveram a hegemonia do basquetebol olímpico,</p><p>até que, em 1972, em uma decisão polêmica, a União Soviética venceu a fi nal, quebrando</p><p>uma invencibilidade de 66 jogos. Com a perda do título e revoltados contra a decisão dos</p><p>ofi ciais de mesa e quadra de retornarem alguns segundos o jogo que os norte-americanos</p><p>consideravam fi nalizado, houve a recusa de receber a medalha de prata. Nas vinte</p><p>edições do basquetebol masculino nos Jogos Olímpicos, somente quatro países tiveram</p><p>a oportunidade de ocupar o lugar mais alto do pódio: Estados Unidos (16 vezes), União</p><p>Soviética (2 vezes), Argentina e Iugoslávia (1 vez cada). Além disso, os norte-americanos são</p><p>os únicos a subir no pódio em todas as vezes que participaram, com exceção dos Jogos de</p><p>1980, quando fi caram ausentes em função do boicote a Moscou em protesto pela invasão</p><p>russa ao Afeganistão. O Brasil obteve a medalha de bronze em três oportunidades: Londres</p><p>(1948), Roma (1960) e Tóquio (1964).</p><p>As medalhas olímpicas no basquetebol feminino nos Jogos Olímpicos</p><p>estão divididas entre onze países, com destaque para as norte-</p><p>americanas, que obtiveram o ouro em dez oportunidades, seguidas</p><p>das soviéticas, com duas medalhas de ouro e as representantes</p><p>da Comunidade dos Estados Independentes, que venceram a</p><p>competição uma vez. As norte-americanas também são as únicas a</p><p>subir no pódio em todas as edições em que participaram. O Brasil</p><p>subiu ao pódio em Atlanta (1996), com a medalha de prata, e em</p><p>Sydney (2000), obtendo o bronze (DUARTE, 2019).</p><p>INTERESSANTE</p><p>Feminino:</p><p>2º lugar = (1996)</p><p>3º lugar = (2000)</p><p>4º lugar = (2004)</p><p>11</p><p>3 A QUADRA, BOLA, CESTA E REGRAS OFICIAIS</p><p>A quadra, bola, cesta e regras oficiais compõem a organização concreta em</p><p>fazer acontecer o basquetebol. Para isso, separamos as principais propriedades físicas</p><p>a serem conhecidas e as respectivas funcionalidades.</p><p>A quadra tem uma superfície rígida, plana, livre de obstruções e com dimensões</p><p>de 28 m de comprimento por 15 m de largura, medidos desde a margem interna da</p><p>linha limítrofe. Todas as linhas são traçadas da mesma cor, em branco ou outra cor que</p><p>contraste, com 5 cm de largura e claramente visíveis (CBB, 2020).</p><p>A quadra faz o papel de palco para o espetáculo. Sem quadra não tem jogo.</p><p>Essa quadra pode ser adaptada para locais fechados e abertos. Oficialmente, ela possui</p><p>demarcações ditas como linhas, que irão limitar e conduzir as regras de espaço.</p><p>A quadra possui 11 linhas, nomeadas por:</p><p>• Linha limítrofe: consiste em linhas finais e linhas laterais.</p><p>• Linha central: é marcada paralelamente às linhas finais desde o ponto médio das</p><p>linhas laterais.</p><p>• Círculo central: é marcado no centro da quadra de jogo e terá um raio de 1,80m,</p><p>medido até a margem externa da circunferência.</p><p>• Semicírculos de lance livre: são marcados na quadra de jogo com um raio de 1,80m,</p><p>medidos até a margem externa da circunferência e com seus centros no ponto médio</p><p>das linhas de lance livre</p><p>• A linha de lance livre é traçada paralelamente a cada linha final. Ela deverá sua borda</p><p>mais distante a 5,80m da margem interna da linha final e terá 3,60m de extensão. Seu</p><p>ponto médio estará na linha imaginária que une o ponto médio das duas linhas finais.</p><p>• As áreas restritivas devem ser áreas retangulares marcadas na quadra de jogo, limitadas</p><p>pelas linhas finais, extensão das linhas de lances livres e as linhas que se originam nas</p><p>linhas finais, com suas bordas externas iniciando a 2,45 m do ponto médio das linhas</p><p>finais e terminando na borda externa das linhas de lances livres.</p><p>• Os espaços de rebotes do lance livre da área restritiva são reservados para os jogadores</p><p>durante os lances livres.</p><p>• Linhas de reposição: as duas linhas de 0,15m de comprimento serão marcadas fora da</p><p>quadra de jogo, no lado oposto da mesa de controle, com a borda externa das linhas a</p><p>8,325m da margem interna da linha final mais próxima.</p><p>• Áreas semicirculares sem carga: as linhas do semicírculo sem carga</p><p>serão marcadas na quadra de jogo, limitadas por um semicírculo</p><p>com raio de 1,2 m, medido do ponto no piso, abaixo do centro</p><p>exato da cesta, até a margem interna do semicírculo.</p><p>• O semicírculo é unido por duas linhas paralelas,</p><p>perpendiculares à linha final, com margem interna a 1,25m,</p><p>medido do ponto no piso, abaixo do centro exato da cesta,</p><p>com 0,375m de comprimento e terminando a 1,20m da</p><p>margem interna da linha final.</p><p>Fonte: CBB (2020)</p><p>IMPORTANTE</p><p>12</p><p>Figura 3 – A quadra de basquetebol</p><p>Fonte: CBB (2020, p. 7)</p><p>Figura 4 – Garrafão</p><p>Fonte: CBB (2020, p. 9)</p><p>3.1 ÁREA DA CESTA DE CAMPO DE TRÊS PONTOS</p><p>A área da cesta de campo de três pontos da equipe será a área inteira do piso da</p><p>quadra de jogo, exceto a área próxima à cesta dos oponentes, incluindo:</p><p>As duas linhas paralelas estendidas desde e perpendicular à linha</p><p>final, com sua borda externa a 0,90m da margem interna das linhas</p><p>laterais. Um arco com raio de 6,75 m medido desde o ponto no piso,</p><p>exatamente abaixo do centro da cesta dos oponentes até a borda</p><p>externa do arco. A distância do ponto no piso para a margem interna</p><p>dos pontos médios da linha final é 1,575 m. O arco se une às linhas</p><p>paralelas. A linha de três pontos não é parte da área da cesta de três</p><p>pontos (CBB, 2020, p. 8).</p><p>13</p><p>Figura 5 – A quadra com a área da cesta de três pontos</p><p>Fonte: CBB (2020. p. 9)</p><p>3.2 BOLA</p><p>A bola é o elemento de maior evidência e que torna o jogo mais dinâmico. Com</p><p>o entendimento das propriedades físicas da bola, poderemos compreender também</p><p>o status de como a bola se apresenta durante o jogo. Diante disso, a Confederação</p><p>Brasileira de Basquetebol (CCB) utiliza o termo viva ou morta para definir o status da</p><p>bola em diferentes situações de jogo. A bola é esférica, feita com uma superfície externa</p><p>de couro, borracha ou material sintético, não devendo ter menos de 74,9cm e mais de</p><p>78cm de circunferência; não deverá pesar menos de 567 nem mais de 650 gramas.</p><p>Será inflada a uma pressão tal que, quando deixada cair no piso do jogo, de uma altura</p><p>de aproximadamente 1,80m — medida da parte inferior da bola — ressalte a uma altura,</p><p>tomada de sua parte superior, não menor de 1,20m, aproximadamente,</p><p>e não maior de</p><p>1,40m, aproximadamente (CBB, 2022).</p><p>Acadêmico, você pode conferir um conteúdo completo sobre as regras do</p><p>basquete em: https://www.cbb.com.br/arbitragem/22/regras-oficiais-de-</p><p>basketball-revisao-setembro-2021.</p><p>DICA</p><p>3.3 CESTA</p><p>A cesta tem participação de toda a equipe nas pontuações do jogo diante de um</p><p>arremesso finalizado com a bola e como fins de reposição de bola após uma conversão.</p><p>A seguir, veja um fluxo da participação da cesta em um jogo e a sua estrutura.</p><p>14</p><p>Figura 6 – Fluxo da participação da cesta no jogo:</p><p>Fonte: https://www.dicionarioolimpico.com.br/basquetebol/cenario/cesta. Acesso em: 16 dez. 2022.</p><p>Figura 7 – Cesta, tabela e aro</p><p>Fonte: https://notapositiva.com/basquetebol-3/#. Acesso em: 16 dez. 2022.</p><p>As duas tabelas devem ser construídas de um material adequado de uma peça</p><p>única e com o mesmo grau de pureza das que são feitas de madeira dura com 3 cm de</p><p>espessura. Também podem ser construídas em madeira dura com 3 cm de espessura e</p><p>pintadas de branco.</p><p>As dimensões das tabelas devem ser de 1.80m horizontalmente e 1.05m</p><p>verticalmente, ficando suas bordas inferiores a 2.90m do solo.</p><p>Para as competições locais tem-se a autorização para aprovar também as</p><p>dimensões das tabelas com 1.80m horizontalmente e 1.20m verticalmente, ficando suas</p><p>bordas inferiores a 2.75 m do solo.</p><p>Os aros deverão ser constituídos de ferro sólido, com diâmetro interior de 45 cm,</p><p>pintados na cor laranja. O metal dos aros será de 20 mm de diâmetro, com a adição de</p><p>pequenos ganchos, na parte inferior, ou outro dispositivo semelhante, para fixar a rede.</p><p>As redes deverão ficar solidamente fixadas às tabelas, num plano horizontal, na altura</p><p>de 3,05 do piso e equidistante das bordas verticais da tabela. O ponto mais próximo da</p><p>borda interior dos aros deverá estar a 15 cm da superfície da tabela (CEIME, 2023).</p><p>15</p><p>3.4 REGRAS</p><p>Segundo a CBB (2023), as regras oficiais do basquetebol são divididas em oito</p><p>regras macro: o jogo, quadra e equipamentos, equipes, regulamentos do jogo, violações,</p><p>faltas, provisões gerais e árbitros, oficiais de mesa, comissário. Nesse contexto, confira</p><p>o quadro a seguir, que irá possibilitar que você conduza a aplicação de uma partida de</p><p>basquetebol de forma segura e organizada com a menor quantidade de penalizações.</p><p>Como cunho de esclarecimento, as regras apresentadas são as regras oficiais</p><p>constituídas na Confederação Brasileira de Basquetebol. Ao entendermos as regras</p><p>oficiais, somos capazes de utilizá-las de forma progressiva e adaptada de acordo com</p><p>a realidade e público.</p><p>As regras detalhadas poderão ser consultadas em: https://www.cbb.com.</p><p>br/wp-content/uploads/Regras-Oficiais-Basketball-2022-ALTERACOES-</p><p>OUTUBRO-2022-Final.pdf.</p><p>DICA</p><p>Quadro 1 – Resumo das regras oficiais do basquetebol</p><p>O Jogo</p><p>Quadra e</p><p>equipamentos</p><p>Equipes</p><p>Regulamentos</p><p>do jogo</p><p>O jogo é conduzi-</p><p>do pelos árbitros,</p><p>oficiais de mesa e</p><p>um comissário, se</p><p>presente.</p><p>A cesta que é</p><p>atacada por uma</p><p>equipe é a cesta</p><p>dos oponentes e a</p><p>cesta que é defen-</p><p>dida por uma equi-</p><p>pe é sua própria</p><p>cesta.</p><p>Bolas de bas-</p><p>quetebol.</p><p>Cronômetro de</p><p>jogo.</p><p>Relógio de 24</p><p>segundos.</p><p>Cronômetro ou</p><p>dispositivo.</p><p>Dois sinais so-</p><p>noros: Operador</p><p>do relógio de 24</p><p>segundos e cro-</p><p>nometrista.</p><p>Não mais que 12 membros</p><p>de equipe com direito a</p><p>jogar, incluindo o capitão.</p><p>Um técnico principal.</p><p>Um máximo de oito mem-</p><p>bros acompanhantes de</p><p>equipe que podem se</p><p>sentar no banco da equi-</p><p>pe, incluindo um máximo</p><p>de dois assistentes técni-</p><p>cos. O primeiro assistente</p><p>técnico deverá ser inscrito</p><p>na súmula.</p><p>O jogo consistirá em</p><p>quatro quartos de dez</p><p>minutos cada.</p><p>Haverá um intervalo de</p><p>jogo de 20 minutos an-</p><p>tes do horário marcado</p><p>para início da partida.</p><p>Haverá os intervalos de</p><p>jogo de dois minutos</p><p>entre o primeiro e se-</p><p>gundo quarto.</p><p>Haverá no meio tempo</p><p>de jogo um intervalo de</p><p>15 minutos.</p><p>16</p><p>A equipe que mar-</p><p>cou o maior nú-</p><p>mero de pontos</p><p>de jogo ao final do</p><p>tempo de jogo será</p><p>vencedora.</p><p>Respeitar as de-</p><p>marcações nome-</p><p>adas de linha, suas</p><p>saídas e respectivo</p><p>tempos de bola.</p><p>Súmula de jogo.</p><p>Marcadores de</p><p>faltas de joga-</p><p>dores.</p><p>Marcadores de</p><p>faltas de equi-</p><p>pe.</p><p>Seta de posse</p><p>alternada.</p><p>Iluminação ade-</p><p>quada.</p><p>Piso de jogo.</p><p>Durante o tempo de jogo,</p><p>cinco membros de equi-</p><p>pe deverão estar na qua-</p><p>dra de jogo e podem ser</p><p>substituídos.</p><p>Um intervalo de jogo</p><p>começa 20 minutos an-</p><p>tes do horário marcado</p><p>para o início da partida</p><p>e quando soa o sinal do</p><p>cronômetro de jogo para</p><p>o fim do quarto</p><p>Violações Faltas Provisões gerais</p><p>Árbitros, oficiais de</p><p>mesa, comissário:</p><p>deveres e poderes</p><p>Um jogador está</p><p>fora da quadra</p><p>quando qualquer</p><p>parte do seu corpo</p><p>está em contato</p><p>com o piso fora da</p><p>linha limítrofe.</p><p>Um drible começa</p><p>quando um joga-</p><p>dor obteve o con-</p><p>trole de uma bola</p><p>viva na quadra de</p><p>jogo.</p><p>Andar é o movi-</p><p>mento ilegal de</p><p>um ou ambos os</p><p>pés, em qualquer</p><p>direção, enquanto</p><p>estiver seguran-</p><p>do uma bola viva,</p><p>além dos limites</p><p>definidos.</p><p>As mãos e os</p><p>braços não po-</p><p>dem ser esten-</p><p>didos, além da</p><p>posição dos pés</p><p>e joelhos, com</p><p>os cotovelos</p><p>flexionados, de</p><p>modo que os</p><p>antebraços e as</p><p>mãos estejam</p><p>elevados em</p><p>uma posição de</p><p>defesa legal.</p><p>Um jogador que tenha co-</p><p>metido 5 faltas deverá ser</p><p>informado por um árbitro</p><p>e deverá deixar o jogo</p><p>imediatamente. Ele deve-</p><p>rá ser substituído dentro</p><p>de 30 segundos.</p><p>Uma falta de um jogador</p><p>que anteriormente já ha-</p><p>via cometido cinco faltas</p><p>é considerada como uma</p><p>falta de um jogador ex-</p><p>cluído e é marcada e re-</p><p>gistrada na súmula contra</p><p>o técnico (“B”). As faltas</p><p>deverão ser marcadas</p><p>e todas as penalidades</p><p>identificadas.</p><p>A arbitragem é compos-</p><p>ta por um árbitro princi-</p><p>pal e um ou dois fiscais.</p><p>Eles serão auxiliados</p><p>pelos oficiais de mesa</p><p>e por um comissário, se</p><p>presente.</p><p>A função do comissário</p><p>é supervisionar o traba-</p><p>lho dos oficiais de mesa</p><p>e auxiliar o árbitro prin-</p><p>cipal (crew chief) e o(s)</p><p>fiscal(is) no bom anda-</p><p>mento da partida.</p><p>O árbitro deve:</p><p>17</p><p>Fonte: adaptado de CBB (2020)</p><p>Um jogador não</p><p>deverá permane-</p><p>cer na área restri-</p><p>tiva dos oponentes</p><p>por mais de 3 se-</p><p>gundos e tentar o</p><p>arremesso em 24</p><p>segundos.</p><p>Existe o direi-</p><p>to de aterrissar</p><p>em outro lugar</p><p>da quadra de</p><p>jogo, desde que</p><p>a trajetória e o</p><p>lugar que ele irá</p><p>retornar ainda</p><p>não foi ocupado</p><p>por oponente(s)</p><p>no momento do</p><p>salto.</p><p>Um jogador não</p><p>deve segurar,</p><p>bloquear, em-</p><p>purrar, fazer</p><p>carga, ou impe-</p><p>dir o progresso</p><p>de um oponen-</p><p>te, estendendo</p><p>sua mão, bra-</p><p>ço, cotovelo,</p><p>ombro, quadril,</p><p>perna, joelho ou</p><p>pé, nem inclinar</p><p>seu corpo em</p><p>uma posição</p><p>“anormal”.</p><p>O jogador que sofreu a</p><p>falta deverá tentar o lance</p><p>livre.</p><p>Qualquer falta cometida,</p><p>pontos concedidos, tem-</p><p>po transcorrido e ativida-</p><p>des adicionais que pos-</p><p>sam ter ocorrido após o</p><p>erro e antes dele ser des-</p><p>coberto, permanecerão</p><p>válidos.</p><p>Inspecionar e aprovar</p><p>todos os equipamentos</p><p>usados durante a par-</p><p>tida.</p><p>Não permitir qualquer</p><p>jogador de usar obje-</p><p>tos que possam causar</p><p>lesões aos outros joga-</p><p>dores.</p><p>Ter o poder de parar jogo</p><p>quando as condições o</p><p>justificarem.</p><p>Ter o poder de deter-</p><p>minar que uma equipe</p><p>perca o jogo por desis-</p><p>tência.</p><p>18</p><p>Atualmente, nas regras foi incorporado o desafi o do técnico principal por SRI. A FIBA</p><p>implementou uma signifi cante mudança de regras, válidas a partir do dia 1º de outubro</p><p>de 2022. Em todos os jogos onde o Sistema de repetição instantânea (SRI) será aplicado, o</p><p>técnico principal pode solicitar o desafi o, pedindo aos árbitros que verifi quem suas decisões.</p><p>Todas as situações de jogo passíveis de revisão (como no art. F.3 das regras ofi ciais de</p><p>basketball) podem ser desafi adas a qualquer momento do jogo, sem as restrições normais</p><p>de “tempo de jogo” para uma revisão padrão SRI. O técnico principal deve solicitar o desafi o</p><p>quando o jogo for interrompido após a decisão, ou, para aquelas situações em que o</p><p>jogo não for interrompido (por exemplo, 2x3 pontos), na primeira vez em que os árbitros</p><p>interromperem o jogo após a decisão. O pedido deverá ser fi nal</p><p>e irreversível.</p><p>Situações revisáveis</p><p>• As limitações de tempo nas Regras Ofi ciais de basketball não se aplicam ao Desafi o do</p><p>Técnico Principal. Entretanto, eles ainda se aplicam a revisões regulares do SRI.</p><p>• Cronômetro de jogo x Cesta válida.</p><p>• No fi nal do quarto/prorrogação/jogo:</p><p>Se e quanto tempo deverá ser mostrado no cronômetro de jogo, quando:</p><p>• Uma violação de jogador fora da quadra de jogo ocorreu.</p><p>• Uma violação do relógio de 24 segundos ocorreu.</p><p>• Uma violação de 8 segundos ocorreu.</p><p>• Uma falta foi cometida antes do fi nal do quarto ou da prorrogação.</p><p>• Violação do relógio de 24 segundos.</p><p>O desafi o pode ser solicitado nos seguintes casos:</p><p>• Por mal funcionamento do cronômetro de jogo ou do relógio de 24 segundos.</p><p>• Quanto tempo nos relógios deverão ser corrigidos.</p><p>• Tempo de uma falta cometida fora de uma situação de arremesso.</p><p>• Se uma violação de tendência de cesta ou interferência foi apitada corretamente.</p><p>• Quando a revisão determina que uma violação de tendência de cesta ou interferência</p><p>não foi apitada corretamente, o jogo deverá ser reiniciado como segue. Se após</p><p>a marcação a bola entra legalmente na cesta, a cesta deverá contar, e deverá ser</p><p>concedida uma reposição para a equipe defensiva na linha fi nal.</p><p>• Se um jogador de qualquer das equipes tenha obtido um</p><p>controle de bola imediato e claro, para essa equipe deverá ser</p><p>concedida uma reposição no lugar mais próximo onde a bola</p><p>estava localizada quando a marcação foi feita.</p><p>• Se nenhuma das equipes tenha obtido um controle de bola</p><p>imediato e claro, uma situação de bola ao alto ocorre.</p><p>• Se uma cesta marcada vale dois ou três pontos.</p><p>• Se deverão ser concedidos dois ou três lances livres.</p><p>• Para identifi car o correto arremessador dos lances livres.</p><p>• Para identifi car o jogador que causou que bola saísse da quadra.</p><p>• Para elevar ou rebaixar uma falta.</p><p>• Briga/Ato de violência.</p><p>ATENÇÃO</p><p>19</p><p>4 POSIÇÃO DOS JOGADORES</p><p>Acadêmico, uma equipe é composta por cinco jogadores em quadra e cada um</p><p>deles tem um nome de função que são exercidas durante o jogo. Logo, vamos entender</p><p>a posição dos jogadores, suas funções, capacidades e habilidades, que irão nortear o</p><p>aprendizado e desenvolvimento dos conteúdos do basquetebol nesse livro.</p><p>Para isso, a posição dos jogadores será apresentada na Figura 8, e o Quadro 2</p><p>irá esclarecer como funciona cada posição.</p><p>Figura 8 – A posição dos jogadores</p><p>Fonte: https://cutt.ly/e41n7Td. Acesso em: 22 dez. 2022.</p><p>Quadro 2 – Posição e função dos jogadores</p><p>Armador</p><p>Os jogadores nessa posição têm a função de planejar o ataque e defesa.</p><p>Tende a ser ocupada por jogadores mais baixos de estatura comparados a</p><p>outras posições. Possuem velocidade e estrategicamente fazem jogadas de</p><p>infiltrações, assim como utilizam os arremessos Jump, a longa distância, e</p><p>observam a jogada da equipe adversária para planejar a defesa.</p><p>Ala-armador</p><p>Nessa posição, os jogadores têm como função auxiliar no planejamento</p><p>ofensivo e defensivo, buscar mais pontuações à média e longa distância.</p><p>Possui velocidade e assertividade nos arremessos.</p><p>Ala</p><p>Os jogadores dessa posição têm a função de buscar pontuações e interceptar</p><p>arremessos e jogadas de longa distância, por não serem tão altos, contribuem</p><p>nos arremessos de três metros e são opções de pontuações de arremessos</p><p>de curta e a média distância. Por possuírem a altura entre os mais baixos e</p><p>mais altos, torna-os com sua função versátil.</p><p>20</p><p>Fonte: https://cutt.ly/Y41mcPM. Acesso em: 17 dez. 2022.</p><p>Ala-pivô</p><p>Nessa posição, os jogadores têm como função interceptar e finalizar jogadas</p><p>dentro do garrafão. Costuma ser um dos mais altos e ter muita habilidade nos</p><p>passes e arremessos em curta e a média distância. Por possuírem habilidade</p><p>e força, auxiliam nos arremessos de três metros.</p><p>Pivô</p><p>Nessa posição, o jogador tem como função a finalização e a interceptação</p><p>dela. Apresenta maior estatura, suas finalizações costumam ser próximas à</p><p>cesta e conseguem fazer arremessos d curta distância e pegar rebotes.</p><p>Acadêmico, até aqui conseguimos nortear sobre a estrutura necessária e o</p><p>conjunto básico de regras que permite o basquetebol acontecer. Se você ainda não</p><p>conhece uma quadra de basquetebol, sugerimos que realize uma visita em um local</p><p>mais próximo de sua residência, registre fotos e vídeos e interaja com seus colegas de</p><p>turma. Pode ser que vocês descubram as diferenças entre elas e os motivos, o que irá</p><p>te proporcionar um conhecimento in loco de todas as variáveis externas. Se possível,</p><p>assista a dois jogos ou amistosos e você terá a oportunidade de perceber que assim como</p><p>a criação do basquetebol e a sua aceitação foram diferentes entre os Estados Unidos e</p><p>Brasil. Você perceberá que o basquetebol praticado em um bairro é diferente do outro.</p><p>Após essa vivência, assista a um jogo de basquetebol a nível nacional ou internacional</p><p>e com mais clareza irá observar os diferentes comportamentos consolidados em um</p><p>único jogo seguindo as mesmas regras.</p><p>No início desse tema de aprendizagem, vimos a história do basquetebol e a</p><p>representatividade que a modalidade possuiu em gerenciar conflito em sua criação</p><p>e quebrar padrões no Brasil. Na Gio a seguir, você poderá entender mais sobre a</p><p>contribuição do basquetebol em diferentes épocas. Em ambiente escolar ou competitivo,</p><p>é importante que, além do conhecimento técnico e tático, como futuros professores/</p><p>treinadores, devemos estarmos atentos às questões sociais que se comunicam com o</p><p>esporte e o que ele irá representar, pois essas variáveis podem influenciar diretamente</p><p>na condução de suas aulas, treinamentos ou competições.</p><p>A história do basquetebol vista sob outra ótica</p><p>A literatura acadêmica mundial concorda em situar a invenção do basquetebol em solo</p><p>norte-americano e datar seu início no final do século XIX. Dessa maneira, nosso propósito</p><p>inicial é tentar contextualizar o que a sociedade americana está enfrentando nesse</p><p>momento. No final do século XIX e início do XX, os Estados Unidos atravessavam um período</p><p>turbulento, em que inúmeras situações conflituosas, simultaneamente, estavam florescendo</p><p>em seus territórios. Dentre elas, destacamos os conflitos raciais, a depressão econômica, as</p><p>revoltas trabalhistas, a imigração em massa e a urbanização acelerada, eventos nos quais</p><p>IMPORTANTE</p><p>21</p><p>nos deteremos com mais profundidade. (HARRIS, 2014, p. 9) Os conflitos raciais eram tão</p><p>significativos que, em certa medida, foram responsáveis por um dos fatos mais marcantes</p><p>da segunda metade do século XIX para a sociedade norte-americana, a Guerra da Secessão.</p><p>A Guerra Civil Americana, como também ficou conhecida, ocorreu entre os anos de 1860</p><p>e 1865 e tinha como principal contenda a questão da escravidão. De um lado 11 estados</p><p>escravistas, localizados mais ao sul do país não concordavam em abrir mão do escravismo,</p><p>o que era sugerido pelo Estados Unidos, a ponto de optarem pela secessão, ou seja, pela</p><p>separação política dos Estados Unidos para a formação de uma nova unidade política que</p><p>seria denominada de Estados Confederados da América. Do outro lado, os Estados Unidos,</p><p>lutavam pela abolição da escravatura, que só aconteceu em 1865. (SAMPAIO, 2013). A</p><p>guerra dizimou estruturalmente com os estados vencidos do sul dos Estados Unidos, mas</p><p>ainda assim, de acordo com Harris (2014, p.10), a questão racial agravou-se com a retirada</p><p>das tropas federais do sul dos Estados Unidos, no final dos anos 1870.</p><p>Nesse período e nas duas décadas seguintes, os negros e seus aliados republicanos</p><p>sofreram recorrentes atos de violência e terrorismo, que foram simbolizados pelo caso</p><p>emblemático do linchamento, mutilação e execução na fogueira do professor negro</p><p>David Wyatt. A instabilidade era agravada pela recessão econômica vivida pelos norte-</p><p>americanos, sobretudo pelo aumento de mendigos vagando pelo país, em tal medida que</p><p>não era incomum que a legislação impedisse a circulação dos mesmos e tentasse diminuir</p><p>a violência controlando o uso de armas de fogo. Nessa mesma época, outra</p>