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<p>1Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Direito	Do	Trabalho	–	Joalvo	Magalhães</p><p>Visão	Detalhada	Sobre	Sujeitos	Da	Relação	De</p><p>Emprego</p><p>Olá,	pessoal!	Vamos	dar	 inicio	a	nossa	unidade	de	aprendizagem	em</p><p>que	 trataremos	 do	 tema	 da	 visão	 detalhada	 sobre	 os	 sujeitos	 da</p><p>relação	de	emprego.</p><p>E	vamos	iniciar	a	nossa	unidade	de	aprendizagem	com	uma	pergunta</p><p>muito	 importante,	 uma	 pergunta	 provocadora.	 E	 a	 pergunta	 é	 a</p><p>seguinte:</p><p>2Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Quais	os	sujeitos	do	contrato	de	trabalho?</p><p>Para	 responder	 a	 nossa	 pergunta	 provocadora,	 é	 muito	 importante</p><p>sabermos	 que	 o	 contrato	 de	 trabalho	 é	 um	 contrato	 bilateral	 e</p><p>também	um	contrato	oneroso.</p><p>3Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Como	 assim,	 Joalvo?	 O	 que	 significa	 essas	 características</p><p>inerentes	ao	contrato	de	trabalho?</p><p>Primeiro	ponto,	pessoal,	 é	de	que	o	 contrato	de	 trabalho	é	bilateral,</p><p>no	 sentido	 de	 que	 ele	 tem	 duas	 partes,	 ambas	 com	 obrigações</p><p>jurídicas,	 daí	 porque	 se	 diz	 que	 ele	 é	 oneroso.	 Oneroso,	 porque	 ele</p><p>traz	deveres,	traz	obrigações	para	ambas	as	partes.</p><p>Contrato	de	 trabalho	não	é	um	contrato	gratuito,	não	é	um	contrato</p><p>de	 atividade	 gratuita,	 porque	 se	 fosse,	 se	 caracterizaria	 como	 um</p><p>trabalho	 voluntário,	 por	 exemplo.	 O	 empregado,	 o	 trabalhador</p><p>prestaria	serviços	sem	uma	contraprestação,	seria	ai	a	caracterização</p><p>de	um	trabalho	voluntário,	que	não	é	o	caso.	O	contrato	de	trabalho	é</p><p>oneroso;	 significa	 que	 o	 trabalhador	 labora,	 presta	 serviços,	 mas</p><p>recebe	 uma	 contrapartida,	 recebe	 um	 salário,	 recebe	 uma</p><p>remuneração.	Perfeito?</p><p>4Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Bom,	 visto	 isso,	 quem	 são	 então	 os	 sujeitos	 do	 contrato	 de</p><p>trabalho?</p><p>Sendo	 um	 contrato	 bilateral,	 nós	 temos	 duas	 partes	 no	 contrato	 de</p><p>trabalho	e	essas	duas	partes	são	o	empregado	e	o	empregador.</p><p>"Ora,	Joalvo,	quem	são	o	empregado	e	o	empregador?"</p><p>Temos	 que	 lembrar	 que	 o	 contrato	 de	 trabalho	 é	 um	 contrato	 de</p><p>atividade.	 Por	 esse	 contrato,	 o	 empregado	 se	 compromete	 a	 uma</p><p>determinada	atividade.</p><p>"E	que	atividade	é	essa,	Joalvo?"</p><p>Uma	 prestação	 de	 serviços.	 O	 empregado	 é,	 então,	 contratado	 pelo</p><p>5Curso	Ênfase	©	2020</p><p>empregador	 para	 prestar	 serviços	 em	 seu	 benefício.	 Então,	 o</p><p>empregado	 é	 aquele	 que	 presta	 serviços,	 empregado	 é	 aquele	 que</p><p>trabalha,	enquanto	o	Empregador	é	aquele	beneficiário	dos	serviços.</p><p>"Ora,	Joalvo,	se	a	obrigação	do	empregado	é	trabalhar,	qual	a</p><p>obrigação	do	Empregador?"</p><p>Nós	 já	 vimos	 que	 o	 contrato	 é	 bilateral,	 o	 contrato	 tem	 obrigações</p><p>recíprocas,	o	contrato	é	oneroso.</p><p>Então,	qual	é	a	principal	obrigação	do	empregador,	pessoal?</p><p>Sem	dúvida	alguma,	pagar	salário,	contraprestação,	remunerar.	Existe</p><p>a	ideia	de	retribuição:	o	empregado	trabalha,	o	empregador	paga	por</p><p>aquele	trabalho.	Existe	uma	prestação	e	existe	uma	contraprestação.</p><p>A	prestação	do	empregado	é	trabalhar,	tanto	é	que	o	empregador	tem</p><p>que	dá	serviço	a	ele,	tem	que	dá	trabalho.	É</p><p>dever	 do	 empregador	 dar	 trabalho	 ao	 empregado,	 se	 não	 der	 pode</p><p>caracterizar,	 inclusive,	 um	 assédio	 moral,	 um	 contrato	 de	 inação.	 O</p><p>empregador	 fornece	 trabalho	 ao	 empregado	 e	 o	 empregado	 presta</p><p>serviços	 e,	 por	 conta	 desses	 serviços	 prestados,	 vai	 fazer	 jus	 a	 uma</p><p>remuneração.	Perfeito?</p><p>Então,	 as	 partes	 do	 contrato	 de	 trabalho,	 empregado	 e	 empregador.</p><p>Empregado	trabalha	e	Empregador	paga	por	aquele	salário.</p><p>Pessoal,	muita	atenção	aqui,	não	erre.</p><p>6Curso	Ênfase	©	2020</p><p>NÃO	ERRE</p><p>Muita	 gente	 confunde	 e	 essa	 questão,	 muitas	 vezes,	 é	 cobrado	 em</p><p>prova	 também.	 Existe	 um	 requisito	 da	 relação	 de	 emprego,	 que	 é	 a</p><p>pessoalidade.</p><p>Pelo	 requisito	 da	 pessoalidade,	 o	 empregado	 necessariamente	 tem</p><p>que	 ser	 uma	 pessoa	 física,	 tem	 que	 ser	 uma	 pessoa	 natural,	 o</p><p>empregado	 não	 poderá	 ser	 uma	 pessoa	 	 jurídica,	 mas	 esse	 requisito</p><p>da	 pessoalidade	 aplica-se	 apenas	 e	 tão	 somente	 ao	 empregado.	 O</p><p>empregador	 pode	 ser	 tanto	 uma	 pessoa	 natural	 como	 uma	 pessoa</p><p>jurídica,	pode	ser	uma	associação,	pode	ser	uma	sociedade,	pode	ser</p><p>uma	fundação,	então,	o	empregador	não	tem	essa	limitação.</p><p>Muita	gente	acha	que	é	o	empregado	é	sempre	uma	pessoa	natural	e</p><p>7Curso	Ênfase	©	2020</p><p>o	empregador	é	sempre	uma	pessoa	jurídica,	o	empregador	é	sempre</p><p>uma	 empresa.	 Essa	 noção	 é	 falsa,	 essa	 ideia	 não	 corresponde	 à</p><p>realidade.	 Na	 verdade,	 o	 empregado	 é	 sim	 sempre	 uma	 pessoa</p><p>natural,	 uma	 pessoa	 física,	 mas	 o	 empregador	 pode	 ser	 uma	 pessoa</p><p>física	também.</p><p>O	 empregador	 doméstico,	 por	 exemplo,	 é	 uma	 pessoa	 física,	 como</p><p>pode	 ser	 uma	 pessoa	 jurídica,	 pode	 ser	 uma	 associação,	 uma</p><p>sociedade,	 uma	 fundação.	 Não	 precisa	 necessariamente	 ser	 uma</p><p>empresa,	pode	ser	uma	instituição	filantrópica.</p><p>Vamos	 lembrar	 que	 o	 art.	 2º	 traz	 lá	 no	 §	 1º,	 a	 ideia	 de	 empregador</p><p>por	 equiparação.	 Embora,	 o	 empregador	 normalmente	 seja	 uma</p><p>empresa,	 nem	 sempre	 será	 uma	 empresa,	 pode	 ser	 uma	 pessoa</p><p>natural,	 pode	 ser	 uma	 pessoa	 jurídica,	 que	 não	 seja	 uma	 pessoa</p><p>jurídica	empresária.	Perfeito?</p><p>8Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Bom,	 já	 que	 falamos	 de	 empregado	 e	 de	 empregador,	 é	 importante</p><p>trazer	para	vocês	a	ideia	de	contrato	de	equipe,	porque	normalmente</p><p>quando	pensamos	em	contrato	de	trabalho,	pensamos	em	duas	partes,</p><p>o	empregado	e	o	empregador.	Normalmente	uma	pessoa	natural,	que</p><p>é	o	empregado	e	uma	pessoa	natural	ou	jurídica,	que	é	o	empregador,</p><p>normalmente,	duas	pessoas.</p><p>Só	que	o	direito	do	trabalho	brasileiro	admite	o	denominado	Contrato</p><p>de	 equipe,	 em	 que	 há	 um	 concurso	 de	 um	 grupo	 de	 trabalhadores.</p><p>Então,	 ao	 invés	 de	 ser	 uma	 contratação	 individual,	 uma	 contratação</p><p>em	que	estará	lá	apenas	o	empregador	e	o	empregado,	no	contrato	de</p><p>equipe	 nós	 temos	 um	 concurso,	 em	 que	 de	 um	 lado	 nós	 temos	 o</p><p>trabalhador	e	de	outro	lado,	nós	temos	um	grupo	de	empregados,	um</p><p>grupo	de	trabalhadores,	por	isso	se	diz	contrato	de	equipe.</p><p>E	 ai	 existe	 uma	 certa	 controvérsia:	 será	 que	 esse	 contrato	 de</p><p>equipe,	que	envolve	um	empregador	e	vários	trabalhadores	ao</p><p>mesmo	tempo,	será	que	ele	é	um	contrato	único?	Ou	será	que,</p><p>na	 verdade,	 ele	 é	 um	 feixe,	 uma	 junção	 de	 vários	 contratos</p><p>individuais	de	trabalho?</p><p>Essa	pergunta,	nós	vamos	responder	daqui	a	pouco.	Muito	importante</p><p>em	relação	ao	contrato	de	equipe,	é	a	espontaneidade	na	formação	do</p><p>grupo.</p><p>9Curso	Ênfase	©	2020</p><p>"Ora,	Joalvo,	dê	um	exemplo	de	contratação	por	equipe."</p><p>Bandas.	 O	 sujeito	 contrata	 uma	 banda	 e	 tem	 lá	 o	 baterista,	 o</p><p>guitarrista,	o	vocalista,	o	baixista.	Aquela	banda	já	existe	e	a	empresa</p><p>não	vai	contratar	apenas	um	daqueles	integrantes,	vai	contratar	todos</p><p>eles,	vai	contratar	a	banda.</p><p>Ou,	 por	 exemplo,	 a	 equipe	 de	 segurança	 para	 determinado	 evento.</p><p>Contrata	 uma	 equipe	 com	 cinco	 seguranças,	 normalmente	 tem	 um</p><p>que	chefia,	que	fica	responsável	pela	contratação	dos	demais.</p><p>E	 também	 acontece,	 contrato	 de	 equipe	 com	 a	 contratação	 de</p><p>familiares,	 muitas	 vezes	 familiares	 que	 são	 especializados	 em</p><p>determinado	 trabalho,	 em	 determinada	 atividade	 e	 o	 contratante</p><p>contrata	todos	conjuntamente.</p><p>Muito	 importante	para	a	caracterização	do	contrato	de	equipe	é	que</p><p>10Curso	Ênfase	©	2020</p><p>haja	 espontaneidade	 na	 formação	 do	 grupo.	 Ou	 seja,	 se	 é	 um</p><p>empregador	 que	 reúne	 a	 equipe,	 não	 se	 trata	 de	 um	 Contrato	 de</p><p>equipe.	Para	se	tratar	de	um	Contrato	de	equipe,	na	verdade,	a	equipe</p><p>já	 existe,	 o	 grupo	 de	 trabalhadores	 já	 está	 formado	 e	 o	 empregador</p><p>apenas	contrata	um	grupo	pré-existente.</p><p>Então,	por	exemplo,	se	é	uma	banda,	em	que	o	próprio	contratante	vai</p><p>selecionando:	 "olha,	 o	 baixista	 vai	 ser	 o	 João;	 o	 guitarrista	 vai	 ser</p><p>Maria;	 o	 vocalista	 vai	 ser	 José".	 Se	 o	 próprio	 empregador	 faz	 essa</p><p>reunião,	essa	formação,	não	é	um	típico	contrato	de	equipe.	Perfeito?</p><p>Bom,	 primeiro	 ponto	 é	 o	 seguinte,	 contrato	 de</p><p>equipe	 pode-se	 dar</p><p>tanto	 na	 forma	 de	 relação	 de	 emprego,	 como	 pode	 ser	 um	 contrato</p><p>autônomo,	por	isso	que	Ísis	de	Almeida	dizia	que	o	contrato	de	equipe</p><p>é,	 na	 verdade,	 uma	 sociedade	 de	 fato,	 ou	 seja,	 é	 como	 se	 todos	 os</p><p>11Curso	Ênfase	©	2020</p><p>membros	da	equipe	sejam	sócios	naquela	empreitada.</p><p>Pode	 se	dar	de	 forma	autônoma,	 como	pode	 se	dar	 como	vínculo	de</p><p>emprego,	 eu	 dei	 o	 exemplo	 de	 uma	 banda.	Uma	 banda,	 na	 verdade,</p><p>na	maioria	das	vezes	é	contratada	de	forma	autônoma,	então,	o	sujeito</p><p>se	reúne	com	seis	amigos	e	forma	uma	banda	e	ele	é	contratado	por</p><p>vários	 tomadores	 de	 serviços	 para	 prestar	 serviços,	 para	 fazer	 show,</p><p>de	 forma	 autônoma,	 não	 haverá	 ai	 um	 vínculo	 de	 emprego,	 embora</p><p>haja	um	contrato	de	equipe.</p><p>Pode	haver	também	a	contratação	de	equipe	com	vínculo	de	emprego,</p><p>quando	 estiverem	 presentes	 os	 requisitos	 da	 pessoalidade,</p><p>onerosidade,	 não	 eventualidade	 e	 subordinação	 jurídica.	 Então,	 o</p><p>contrato	 de	 equipe	 não	 é	 inerente	 aos	 contratos	 de	 emprego,	 pode</p><p>haver	Contratos	de	equipe	com	ou	sem	a	subordinação	jurídica.</p><p>O	que	predomina,	pessoal,	em	relação	ao	contrato	de	equipe	é	a	visão</p><p>de	que	se	trata,	na	verdade,	de	um	feixe	de	contratos	ou	seja,	quando</p><p>o	 empregador	 celebra	 um	 contrato	 de	 equipe	 com	 dez	 empregados,</p><p>na	verdade,	é	como	se	existisse	dez	contratos	 individuais	de	trabalho</p><p>reunidos	ali	naquele	contrato	de	equipe.	Então,	há	um	feixe	de	vários</p><p>contratos	individuais.</p><p>E	o	que	caracteriza	essa	reunião?</p><p>A	 unidade	 de	 finalidade.	 O	 empregador	 pode	 contratar	 dez</p><p>empregados	e	um	não	tem	nada	a	ver	com	a	atividade	do	outro,	mas</p><p>quando	a	atividade	deles	está	 totalmente	 imbrincada	é	que	haverá	o</p><p>chamado	contrato	de	equipe.</p><p>No	contrato	 de	 equipe,	 o	 poder	 diretivo	 do	empregador	 é	 um	pouco</p><p>12Curso	Ênfase	©	2020</p><p>atenuado,	 uma	 vez	 que	 existe	 um	 chefe	 da	 equipe	 que	 muitas	 vezes</p><p>vai	fazer	o	papel	de	comandar	aquela	equipe.</p><p>EXEMPLO:	 Por	 exemplo,	 uma	 orquestra	 em	 que	 há	 um	 maestro,</p><p>normalmente	 se	 contrata	 um	 maestro	 e	 ele	 fica	 responsável	 pela</p><p>equipe,	 ele	 vai	 gerir	 a	 equipe.	 Muitas	 vezes	 ele	 vai	 receber	 a</p><p>remuneração	e	e	vai	dividir	entre	os	 integrantes	da	equipe.	Essa	é	a</p><p>forma	de	retribuição	que	caracteriza	o	contrato	de	equipe.</p><p>Mas	é	claro	que	o	contrato	de	equipe	não	é	o	mais	comum	no	âmbito</p><p>do	direito	do	trabalho,	nós	trouxemos	aqui	apenas	para	dá	uma	ideia</p><p>de	 quais	 são	 as	 partes	 no	 contrato	 de	 trabalho.	 Normalmente,	 o</p><p>empregado	e	o	empregador.	Mas	às	vezes	o	empregador	contrata	ali</p><p>vários	 empregados	 naquele	 mesmo	 contrato,	 chamado	 contrato	 de</p><p>equipe.	Perfeito?</p><p>Bom,	vamos,	agora,	para	uma	visão	do	especialista.</p><p>VISÃO	DO	ESPECIALISTA</p><p>A	visão	do	especialista	que	eu	trouxe	para	vocês,	é	do	professor	Délio</p><p>Maranhão,	 doutrinador	 super	 premiado	 e	 festejado	 no	 âmbito	 do</p><p>direito	do	trabalho,	que	ele	defende	o	seguinte:</p><p>13Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Essa	 é	 a	 posição	 majoritária,	 que	 pode	 ser	 defendida	 no	 âmbito	 do</p><p>direito	do	trabalho,	então,	se	for	cobrada	em	prova	de	concurso	pode</p><p>marcar	 lá	 que	 o	 contrato	 de	 equipe	 é	 um	 feixe,	 é	 uma	 reunião	 de</p><p>vários	contratos	individuais	autônomos.</p><p>"Porque,	 Joalvo?	 Quais	 as	 posições	 que	 existem	 acerca	 desse</p><p>tema?"</p><p>A	 primeira	 posição	 que	 eu	 poderia	 citar,	 uma	 posição	 minoritária,</p><p>advoga,	 defende,	 que,	 na	 verdade,	 é	 um	 contrato	 só	 e	 nesse	 único</p><p>contrato	 existem	 vários	 empregados	 prestando	 serviços	 ao	 mesmo</p><p>empregador,	 de	 outro	 lado,	 a	 posição	 majoritária	 é	 diferente.	 A</p><p>posição	majoritária	diz	que,	na	verdade,	o	contrato	de	equipe	é	uma</p><p>reunião	de	vários	contratos	individuais	de	trabalho	autônomos,	vários</p><p>contratos	individuais	que	existem	entre	si,	independente	dos	demais.</p><p>E	qual	a	 importante	prática	disso,	 Joalvo?	Será	que	é	apenas</p><p>14Curso	Ênfase	©	2020</p><p>algum	detalhe	teórico	ou	doutrinário?</p><p>Não,	pessoal,	isso	tem	uma	importância	prática	enorme.</p><p>Qual	é?</p><p>A	importância	é	o	seguinte:	será	se	o	empregador	quiser	romper</p><p>o	contrato	com	apenas	um	dos	membros	da	equipe,	 será	que</p><p>ele	vai	conseguir?</p><p>A	posição	majoritária	é	que	sim.	É	possível	ao	empregador	romper	o</p><p>contrato	de	trabalho	com	apenas	um	dos	membros	da	equipe,	já	que</p><p>no	 contrato	 de	 equipe	 existem	 vários	 contratos	 individuais</p><p>subjacentes	àquele	contrato	de	equipe.	E	são	contratos	que	têm	vida</p><p>autônoma,	então,	podem	ser	rompidos	e	o	outro	ser	continuado.</p><p>Vamos	 imaginar,	 por	 exemplo,	 que	 um	 dos	 integrantes	 da	 equipe</p><p>comete	 uma	 falta	 grave	 e	 vem	 a	 ser	 dispensado	 por	 justa	 causa.	 Se</p><p>nós	 entendermos	 que	 o	 contrato	 de	 equipe	 é	 um	 contrato	 único	 e	 o</p><p>empregador	 quer	 dispensar	 por	 justa	 causa	 um	 dos	 integrantes	 da</p><p>equipe,	 como	um	contrato	é	um	só,	ele	 teria	que	dispensar	 todos	os</p><p>demais	 também,	 e	 o	 contrato	 de	 equipe	 estaria	 automaticamente</p><p>rompido	pela	falta	grave	cometida	apenas	por	um	único	empregado.</p><p>Mas	não	é	isso	que	prevalece,	o	que	prevalece	é	que,	na	verdade,	são</p><p>contratos	autônomos	e	o	empregador	poderia	romper	um	e	manter	os</p><p>demais	 perfeitamente.	 Claro	 que,	 às	 vezes,	 a	 equipe	 já	 tem	 uma</p><p>formação	tão	sólida	e	tão	característica,	que	a	falta	de	um	membro	da</p><p>equipe	pode	descaracterizar,	pode	desnaturar	aquele	equipe.</p><p>Nesses	 casos,	 os	 membros	 restantes	 podem	 até	 pedir	 demissão,</p><p>15Curso	Ênfase	©	2020</p><p>podem	pedir	o	rompimento	do	contrato,	uma	vez	que	consideram	que</p><p>aquela	equipe	não	tem	mais	como	continuar	sem	aquele	membro	que</p><p>foi	retirado,	um	membro	que	era	muito	importante.	Mas	a	regra	geral</p><p>é	 de	 que	 os	 contratos	 são	 independentes,	 um	 pode	 ser	 rompido	 e	 o</p><p>outro	permanecer	intacto	normalmente.	Perfeito?</p><p>Bom,	 em	 relação	 aos	 empregados,	 é	 interessante	 também	 tratar	 da</p><p>figura	 dos	 altos	 empregados.	 Normalmente	 nós	 sabemos	 que	 os</p><p>empregados	 se	 caracterizam	 pela	 figura	 da	 subordinação	 jurídica,	 o</p><p>empregado	 é	 subordinado	 ao	 empregador.	 Significa	 que	 o</p><p>empregador	 dá	 ordens,	 o	 empregador	 controla,	 fiscaliza	 o</p><p>empregado,	 o	 empregador	 também	 aplica	 sanções,	 o	 empregador</p><p>também	pode	punir	os	seus	empregados.</p><p>16Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Mas	 existem	 também	 as	 figuras	 dos	 altos	 empregados.	 Os	 altos</p><p>empregados	 são	 aqueles	 que	 têm	 atribuições	 elevadas	 e	 amplos</p><p>poderes	 gerencias,	 então,	 gerentes,	 supervisores,	 chefes	 de</p><p>departamentos,	 chefes	 de	 filiais,	 normalmente	 tem	 um	 poder	 muito</p><p>grande.</p><p>"Mas,	 Joalvo,	 esses	 altos	 empregados	 trabalham	 de	 forma</p><p>subordinada?"</p><p>Pessoal,	 não	 tenhamos	 dúvida.	 Para	 que	 exista	 contrato	 de	 trabalho,</p><p>ainda	 que	 seja	 de	 um	 alto	 empregado	 tem	 que	 haver	 subordinação</p><p>jurídica.	 Se	 a	 subordinação	 jurídica	 estiver	 ausente,	 não	 estaremos</p><p>diante	 de	 um	 alto	 empregado,	 estaremos	 diante	 de	 um	 trabalhador</p><p>autônomo.	 O	 trabalhador	 autônomo	 é	 aquele	 que	 não	 tem</p><p>subordinação	 jurídica.	 O	 alto	 empregado	 é	 subordinado,	 embora	 a</p><p>subordinação	seja	mais	leve,	a	subordinação	seja	mais	rarefeita.</p><p>Esse	 trabalhador	 tem	 amplos	 poderes	 gerenciais	 e,	 na	 verdade,</p><p>embora,	seja	o	contrato	um	contrato	de	emprego,	ele	também	tem	um</p><p>contrato	 de	 mandato.	 Muitas	 vezes	 ele	 tem	 poderes	 para	 assinar</p><p>procuração,	 para	 assinar	 em	 nome	 do	 empregador,	 ele	 consegue</p><p>praticar	atos	 jurídicos	em	nome	do	empregador.	Então,	muitas	vezes</p><p>existe	essa	característica	mista	de	contrato	de	emprego	e	de	contrato</p><p>de	mandato.</p><p>A	 figura	 é	 tão	 interessante	 que	 na	 Itália	 encontra	 regulamentação</p><p>própria,	 específica	 para	 os	 altos	 empregados.	 No	 Brasil,	 não.	 No</p><p>Brasil,	 existem	 alguns	 dispositivos	 específicos	 da	 Consolidação	 das</p><p>leis	 do	 Trabalho	 (CLT),	 por	 exemplo,	 o	 alto	 empregado	 pode	 ser</p><p>transferido.	 O	 art.	 469	 permite	 que	 o	 alto	 empregado	 seja</p><p>17Curso	Ênfase	©	2020</p><p>transferido,	porque	ele	goza	de	uma	maior	confiança,	o	empregador</p><p>deposita	nele	uma	confiança	maior.</p><p>Ele	 também,	 muitas	 vezes,	 não	 tem	 direito	 a	 receber	 horas	 extras,</p><p>porque	 ele	 tem	 ali,	 muitas	 vezes,	 o	 controle	 do	 seu	 horário	 de</p><p>trabalho,	 ele	 que	 vai	 dizer	 quanto	 tempo	 ele	 vai	 trabalhar,	 se	 chega</p><p>mais	 cedo,	 chega	 mais	 tarde.	 Essa	 é,	 então,	 a	 figura	 do	 alto</p><p>empregado.</p><p>Importante	 saber	do	alto	 empregado:	 ele	 tem	subordinação	 jurídica,</p><p>embora	seja	uma	subordinação	jurídica	mais	 leve,	uma	subordinação</p><p>mais	rarefeita.	Perfeito?</p><p>Temos	 também	 sobre	 os	 empregadores	 um	 conteúdo	 muito</p><p>importante	 que	 é	 a	 questão	 dos	 empregadores	 anômalos.	 Os</p><p>18Curso	Ênfase	©	2020</p><p>empregadores	 anômalos	 são	 aqueles	 sujeitos	 que,	 na	 verdade,	 não</p><p>figuram	formalmente	como	empregadores,	mas	que	podem	vim	a	ser</p><p>responsabilizados.</p><p>EXEMPLO:	 Por	 exemplo,	 na	 terceirização	 nós	 temos	 a	 figura	 da</p><p>empresa	contratante.	Na	terceirização,	a	empresa	contrata	uma	outra</p><p>empresa,	para	que	essa	empresa	preste	serviço	e	ai	o	empregado	que</p><p>vai	 trabalhar	 ali,	 não	 é	 o	 empregado	 da	 empresa	 contratante,	 é	 o</p><p>empregado	da	empresa	contratada.	Aquela	empresa	 contratante,	 via</p><p>de	 regra,	 não	 é	 empregadora,	 mas	 como	 ela	 foi	 beneficiária	 da</p><p>prestação	 de	 serviços	 ela	 pode,	 eventualmente,	 ser	 responsabilizada</p><p>pelo	pagamento	daquelas	verbas	trabalhistas.</p><p>Também	 a	 figura	 do	 trabalho	 temporário,	 em	 que	 há	 uma</p><p>intermediação	 de	 mão	 de	 obra.	 A	 empresa	 de	 trabalho	 temporário</p><p>fornece,	 de	 forma	 transitória,	 mão	 de	 obra	 para	 uma	 empresa</p><p>tomadora	 de	 serviços.	 Essa	 empresa	 tomadora	 de	 serviços,	 embora</p><p>não	seja	empregadora,	ela	é	quem	está	se	beneficiando	dos	serviços	e</p><p>eventualmente	pode	vir	a	ser	responsabilizada.</p><p>Temos	 também	 a	 figura	 do	 grupo	 econômico,	 quando	 duas	 ou	 mais</p><p>empresas	 formam	 um	 grupo	 econômico	 e	 todas	 elas	 serão</p><p>responsabilizadas	pelas	verbas	 trabalhistas	das	empresas	 integrantes</p><p>daquele	 grupo.	 E	 temos	 também	 a	 sucessão	 trabalhista,	 quando	 a</p><p>empresa	 sucede	 a	 outra.	 Então,	 vamos	 imaginar	 que	 a	 empresa	 "B"</p><p>adquira	 uma	 empresa	 "A",	 essa	 empresa	 "B"	 vai	 adquirir	 todos	 os</p><p>contratos	de	trabalho	dos	trabalhadores	daquela	empresa	adquirida.</p><p>Essas	 são	 as	 figuras	 de	 empregadores	 anômalos,	 que	 em	 tese	 não</p><p>seriam	 empregadores,	 mas	 que	 tese	 nas	 seriam	 empregadores,	 mas</p><p>19Curso	Ênfase	©	2020</p><p>que	têm	ai	uma	responsabilidade	trabalhista.	Perfeito?</p><p>Bom,	e	vamos	ter	muita	atenção	com	esse	conteúdo	importante.</p><p>CONTEÚDO	IMPORTANTE</p><p>Em	 relação	 à	 sucessão	 empresarial,	 quando	 a	 empresa	 adquire	 a</p><p>outra,	quando	a	empresa	sucede	a	outra,	é	muito	importante	dizer:	o</p><p>adquirente	 da	 empresa	 passa	 à	 condição	 de	 empregador	 dos</p><p>trabalhadores	 contratados	 pela	 empresa	 sucedida.	 Então,	 existe	 a</p><p>empresa	que	está	adquirindo,	que	está	comprando,	que	é	a	empresa</p><p>sucessora	e	existe	a	empresa	que	está	sendo	vendida,	que	está	sendo</p><p>adquirida,	que	é	a	empresa	sucedida.</p><p>20Curso	Ênfase	©	2020</p><p>No	 contrato	 de	 trabalho,	 a	 empresa	 sucedida	 sai	 de	 cena	 e	 toda	 a</p><p>responsabilidade	 trabalhista,	 via	 de	 regra,	 passa	 a	 ser	 da	 empresa</p><p>sucessora.	 Quando	 uma	 empresa	 adquire	 a	 outra,	 vai	 adquirir</p><p>também	todo	o	passivo	trabalhista	daquele	unidade	empresarial.</p><p>Ok,	 pessoal?	 Com	 isso,	 então,	 encerramos	 a	 nossa	 unidade	 de</p><p>aprendizagem.</p>

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