Ussene Nuro - Agrotecnia Stenotaphrum secundatum

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<p>Faculdade de Veterinária</p><p>Medicina Veterinária</p><p>Departamento de Produção Animal</p><p>Pastos e Forragens II</p><p>Tema: Agrotecnia (Stenotaphrum secundatum)</p><p>Maputo, Novembro de 2022</p><p>Faculdade de Veterinária</p><p>Medicina Veterinária</p><p>Departamento de Produção Animal</p><p>Pastos e Forragens II</p><p>Tema: Agrotecnia (Stenotaphrum secundatum)</p><p>Discente: Docente:</p><p>Ussene Nuro Prof. Doutor Mário Mungói</p><p>Prof. Doutora Filomena Dos Anjos</p><p>Dr. Ramos Tseu</p><p>Dr Arquiomedes Nhantumbo</p><p>\</p><p>Maputo, Novembro de 2022</p><p>Resumo</p><p>O presente projecto tem como objectivo a produção da gramínea de Stenotaphrum secundatum no distrito de Mopeia na província da Zambézia, espera – se que a produção seja de 9 t/ha de MS numa área de 8 hectares, onde foram realizadas diversas actividades que consistiram na análise do solo, preparação do solo, plantio da espécie e com fertilização do solo a base de estrume de bovinos, com um sistema de regadio abastecido pelo rio Zambeze que também servirá de fonte de água para os próprios animais. O corte será feito duas vezes por ano num intervalo de 154 dias apos a plantação. O projecto foi avaliado no orçamento de 337 000, 00 MT, e estima – se que a receita final seja de 989 700, 00 MT.</p><p>Palavras – chave: Produção; Mopeia; Stenotaphrum secundatum.</p><p>Agrotecnia</p><p>Descrição geral do projecto</p><p>Características gerais da área de implementação do projecto</p><p>Localização</p><p>O distrito de Mopeia situa – se na província da Zambézia na região centro de Moçambique. Mopeia possui os seguintes limites geográficos, tem como limite Norte o distrito de Morrumbala, a Sul o distrito de Chinde e a província de Sofala, concretamente o distrito de Marromeu, a Este os distritos de Nicoadala e Inhassunge e a Oeste a província de Sofala pelos distritos de Caia e Marromeu e pela província de Tete pelo distrito de Mutarara.</p><p>Clima</p><p>Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA</p><p>Temperatura</p><p>O mês de Dezembro é o mais quente do ano (27,7ºC). Em Julho regista-se a temperatura mais baixa de todo o ano (21,4 °C); - Verifica-se que a totalidade do Distrito de Mopeia apresenta uma temperatura média anual superior a 25ºC (Estacão meteorológica de Quelimane).</p><p>Precipitação</p><p>A precipitação média anual é de cerca de 1018 mm, com maior incidência entre os meses de Novembro e Março. Janeiro apresenta-se como o mês mais chuvoso, com precipitação mensal de cerca de 221 mm. O mês mais seco é Setembro, com médias mensais de precipitação de 10 mm (Estacão meteorológica de Quelimane).</p><p>Solo</p><p>No distrito de Mopeia predominam os solos aluviais argilosos (ISRIC 2003).</p><p>Orçamento de equipamentos e operações culturais</p><p>Actividade</p><p>Materiais</p><p>Descrição das actividades</p><p>Quantidades</p><p>Duração (dias)</p><p>Custo total (MT)</p><p>Recrutamento de um técnico agrário</p><p>50.000,00</p><p>Amostragem do solo</p><p>Solo</p><p>1 técnico</p><p>-Recolha de amostras</p><p>- Análise laboratorial</p><p>6</p><p>8.500,00</p><p>Aquisição do material (empresa: ProCampo)</p><p>Catanas</p><p>Enxadas</p><p>Machados</p><p>Moto-bomba</p><p>Aspersores</p><p>Compra do material</p><p>7</p><p>7</p><p>4</p><p>1</p><p>15</p><p>54.000,00</p><p>Desarbustização</p><p>Catanas</p><p>Enxadas</p><p>Machados</p><p>Pessoas</p><p>Trabalho manual</p><p>7</p><p>7</p><p>6</p><p>10</p><p>5</p><p>35.000,00</p><p>Lavoura e gradagem</p><p>Tractor</p><p>Lavoura: com charrua de disco</p><p>Gradagem: com grade de arrasto</p><p>5</p><p>44.000,00</p><p>Fertilização</p><p>Tractor,</p><p>Adubos organicos (estrume)</p><p>100 kg/ha de N.P.K</p><p>1</p><p>25.000,00</p><p>Plantação</p><p>Pés de gramínea Stenotaphrum secundatum e sementes de Leucaena leucacephala</p><p>Os pes de S. secundatum serão plantados com distancias de 10-15 cm. E as sementes de L. leucacephala com distancias de 5m/3m</p><p>10</p><p>31.800,00</p><p>Irrigação</p><p>Aspersores</p><p>Motobomba</p><p>Tubos condutores</p><p>Combustível</p><p>Por aspersão</p><p>Fonte: Rio Zambeze</p><p>4 Regas</p><p>500 mm/ha</p><p>55.000,00</p><p>Controle</p><p>Remover as ervas daninhas entre as linhas</p><p>4.500,00</p><p>Corte</p><p>Tractor</p><p>Camião</p><p>4 Pessoas</p><p>O primeiro corte será efectuado após 165 dias.</p><p>Os posteriores cortes serão realizados num intervalo de 4 semanas.</p><p>7 Dias</p><p>20.000,00</p><p>Outros custos</p><p>9.500,00</p><p>Total</p><p>337.300,00</p><p>Cronograma das actividades</p><p>Atividades/meses</p><p>Janeiro</p><p>Fevereiro</p><p>Março</p><p>Abril</p><p>Maio</p><p>Junho</p><p>Julho</p><p>Agosto</p><p>Setembro</p><p>Outubro</p><p>Novembro</p><p>Dezembro</p><p>Lavoura</p><p>X</p><p>X</p><p>Gradagem</p><p>X</p><p>X</p><p>Sulcagem</p><p>X</p><p>X</p><p>Fertilização</p><p>X</p><p>X</p><p>Plantio</p><p>X</p><p>X</p><p>Sacha</p><p>X</p><p>X</p><p>Controle de pragas</p><p>X</p><p>X</p><p>Colheita</p><p>X</p><p>X</p><p>Revisões bibliográficas</p><p>Stenotaphrum secundatum</p><p>Nomes comuns</p><p>St. Augustine, grass, Charleston grass, pimento grass [Ingles/USA]; buffalo turf, buffalo grass [Ingles/Australia]; chiendent de boeuf [Frances]; pasto de San Agustín [Espanhol]; grama Sto. Agostinho, grama-de-jardim, grama inglesa, grama de Búfalo, grama-italiana, grama de costa [Português].</p><p>Descrição</p><p>A erva de Santo Agostinho (Stenotaphrum secundatum (Walter) O. (Kuntze) é uma erva perene grosseira, estolonífera e rastejante. Desenvolve-se rapidamente e forma densos torrões de folhas (Cook et al., 2005). Os caules ramificam-se de numerosos nós e podem ter até 50 cm de altura (Ecocrop, 2010; FAO, 2010). As folhas são glabras, lâminas arredondadas azul-cinza, de 3-15 cm de comprimento e 3-12 mm de largura. As inflorescências têm 4-15 cm de comprimento, em forma de espigão. A erva de Santo Agostinho produz muito poucas sementes viáveis e é geralmente propagada vegetativamente. Os segmentos de inflorescência são capazes de flutuar em água salgada durante curtos períodos, permitindo a dispersão de curto alcance pelas correntes oceânicas (Cook et al., 2005).</p><p>Distribuição</p><p>A erva de Santo Agostinho é originária das costas do Oceano Atlântico, onde é considerada como colonizador da costa marítima porque as suas inflorescências podem sobreviver e flutuar por curtas distâncias no mar (Cook et al., 2005). A erva de Santo Agostinho está agora largamente disseminada nas costas tropicais de África, Austrália e sudeste da Ásia. Pode ser encontrada a partir do nível do mar até uma altitude de 800 m.</p><p>Condições de crescimento e desenvolvimento</p><p>As condições ideais de crescimento são temperaturas médias diárias de 20-30°C, precipitação anual variando de 750 mm a mais de 2000 mm, condições sombreadas até 60%, em solos que vão de loams arenosos a argilas leves, com um pH entre 4,5 e 8,5 (Ecocrop, 2010; FAO, 2010). A erva de Santo Agostinho pode suportar inundações e encharcamentos temporários, bem como solos alcalinos, solos salinos e pulverizações salinas. Pode também suportar condições de baixa fertilidade (Cook et al., 2005; Chen, 1992). Não tolera uma estação seca prolongada (Chen, 1992). A erva de Santo Agostinho pode sobreviver às geadas (FAO, 2010).</p><p>Utilização</p><p>A erva de Santo Agostinho é geralmente utilizada como erva de pasto, feno ou ensilagem. É muito útil para fornecer cobertura do solo debaixo das árvores e para controlar a erosão nas margens expostas a salinas (Cook et al., 2005). É também muito favorecida para relvados em regiões tropicais e subtropicais quentes</p><p>Gestão de foragem</p><p>A erva de Santo Agostinho é uma das gramíneas mais tolerantes e produtivas em condições de sombra, continua denso onde outras espécies se alongam e perdem vigor (Mullen et al., 1996).</p><p>Rende cerca de 5 t DM/ha/ano. Resiste ao espezinhamento, ao pastoreio pesado e aos cortes frequentes (Cook et al., 2005).</p><p>Palatabilidade</p><p>É uma gramínea de alto valor forageiro.</p><p>É palatável quando jovem, mas a palatabilidade e digestibilidade diminuem com a maturidade (Cook et al., 2005). A erva de Santo Agostinho é um acumulador</p><p>de sódio (Stür et al., 1990) e é, portanto, desnecessário fornecer sal ao gado que a pasta. Uma vez que a erva de Santo Agostinho pode crescer em tipos de solo muito diferentes e sob uma vasta gama de condições edafoclimáticas (Mullen et al., 1996).</p><p>Aspecto nutricionais</p><p>Erva fresca</p><p>A ingestão de matéria seca varia de 45,0 g/kg LW0,75 em ovelhas a 85,8 g/kg LW0,75 em bois. A digestibilidade da matéria seca varia de 50% nos ovinos a 61% nos bois (Samarakoon et al., 1990; Coleman et al., 1978).</p><p>Devido ao seu baixo teor de azoto, a produção animal de pastagens puras de erva de Santo Agostinho é baixa, mas pode esperar-se que melhore quando combinada com leguminosas herbáceas ou de árvores tais como Desmodium incanum, Mimosa pudica, Vigna hosei, Leucaena leucocephala, Aeschynome americanum, Arachis pintoi, Calliandra calothyrsus ou Stylosanthes scabra (Mullen et al., 1996; Stür et al., 1990). Em Vanuatu, o gado que pastava em pastos de Santo Agostinho atingiu um aumento de peso de 0,52 kg/cabeça/dia (Mullen, 2009).</p><p>Feno</p><p>Em condições de sombra, o feno de erva de Santo Agostinho (palha seca) tem um valor alimentar mais elevado do que forragens como a erva kikuyu (Pennisetum clandestinum) e deve, portanto, ser valioso na agricultura de plantação. A sombra aumenta as proporções de folha na erva de Santo Agostinho (45% a 57%) e de caule (4% a 11%) e diminui a de material morto. A ingestão voluntária é também aumentada em ovinos de 45 para 54 g/kg LW0,75. A digestibilidade da matéria seca não é aumentada estatisticamente (50% vs. 53%), mas a sombra aumenta a ingestão de matéria seca digerível (19 a 22 g/kg LW0,75) nos ovinos (Samarakoon et al., 1990).</p><p>Erva desidratada</p><p>Em áreas tropicais e subtropicais onde a humidade do ar e a precipitação durante a estação primária de crescimento são demasiado elevadas, as forragens não podem ser secas e conservadas como feno. A desidratação a 148°C seguida de peletização foi proposta para a erva de Santo Agostinho. Os novilhos ingeriram mais forragem desidratada do que forragem fresca (88 vs. 78 g OM/kg W0,75), mas a digestibilidade da matéria orgânica foi inferior (57% vs. 60%), resultando na ingestão de matéria orgânica digerível semelhante. O tempo médio de retenção no tubo digestivo não diferiu entre as duas formas de forragem (Coleman et al., 1978).</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>HEUZE, V.; TRAN G.; GIGER-REVERDIN S.; 2015. St Augustine grass (Stenotaphrum secundatum). Feedpedia, a programme by INRAE, CIRAD, AFZ and FAO</p><p>Estatísticas do Distrito de Mopeia. Instituto nacional de estatística 2012</p><p>The biology of Stenotaphrum secundatum(Walter) Kuntze (buffalo grass) 2018</p><p>GBIF, 2016. Stenotaphrum secundatum (Walt.) Kuntze. Consultado en agosto de 2016 en: http://www.gbif.org/species/2702870 Infojardin, 2016.</p><p>Stenotaphrum secundatum. Consultado en agosto de 2016 en: http://fichas.infojardin.com/cesped/stenotaphrum-secundatum-gramon-lastongramillon-grama-catala.htm Menéndez-Valderrey, J. L. 2016.</p><p>Stenotaphrum secundatum (Walt.) Kuntze. Astunauta.com. Consultado en agosto de 2016</p><p>PIER (Pacific Island Ecosystems Risk). 2010a. Imperata cylindrica. Consultado en agosto de 2016 en: http://www.hear.org/pier/species/imperata_cylindrica.ht</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.jpeg</p><p>image1.png</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.png</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.jpeg</p><p>image6.jpeg</p>