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<p>PLANEJAMENTO EM SAÚDE/PLANEJAMENTO</p><p>ESTRATÉGICO SITUACIONAL EM SAÚDE(PES)</p><p>PROF. SIMONE SOARES</p><p>O QUE É PLANEJAR?</p><p>A noção mais simples de planejamento é a de não improvisação.</p><p>Uma ação planejada é uma ação não improvisada e nesse sentido, fazer planos é coisa</p><p>conhecida do homem desde que ele se descobriu com capacidade de pensar antes de agir.</p><p>Para Carlos Matus, planejar significa pensar antes de agir, pensar sistematicamente com</p><p>método, explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e</p><p>desvantagens e propor objetivos.</p><p>CONSIDERAÇÕES</p><p>• Optar pelo planejamento significa assumir uma alternativa à não improvisação é decidir</p><p>aonde se quer chegar, é acreditar que o futuro pode ser construído.</p><p>• Isto porque planejar implica transformar ideias em ações.</p><p>Pense em situações do seu dia-dia que foram bem planejadas,</p><p>reflita sobre os resultados desse planejamento, depois faça o exercício</p><p>inverso e reflita sobre situações que você não planejou e as</p><p>consequências da falta de planejamento.</p><p>COMO SURGIU?</p><p>• O planejamento em saúde, surge na América Latina na década de 1960.</p><p>• Sob influência da teoria desenvolvimentista da Comissão Econômica para América</p><p>Latina(CEPAL).</p><p>• Nesse contexto, ao planejamento é atribuído o papel de elemento de racionalização da</p><p>política substitutiva a ser operada pelo Estado.</p><p>• O desenvolvimento é visto inicialmente como expansão do crescimento econômico, mas a</p><p>partir de 1960, ao mero crescimento é acrescentado o objetivo da redistribuição por meio do</p><p>desenho racional e da implementação de políticas sociais.</p><p>• Desse modo, o desenvolvimento integrado é o cenário discursivo em que aparece o</p><p>Planejamento de Saúde, representado por um esforço metodológico desenvolvido pelo</p><p>Centro de Desenvolvimento (CENDES).</p><p>• Órgão criado na Venezuela (junto à Universidade Central) e apoiado pela Organização Pan-</p><p>americana da Saúde (OPAS).</p><p>FORMULAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE</p><p>O primeiro marco dessa evolução está representado pelo documento ‘Formulação de</p><p>Políticas de Saúde’ (1975) do Centro Pan americano de Planejamento de Saúde(CPPS). Ele</p><p>concebe o Planejamento como um processo que, embora dominado pelo Estado, supõe a</p><p>mobilização de vários atores, e introduz a necessidade da análise de viabilidade política e</p><p>da estratégia. O Planejamento normativo cede o lugar ao Planejamento estratégico.</p><p>CARLOS MATUS E MARIO TESTA</p><p>• Os dois maiores expoentes dessa corrente são: Carlos Matus (1993; 1997) e Mário Testa</p><p>(1987):</p><p>• Matus apresenta uma dupla contribuição: Constrói um protocolo de processamento de</p><p>problemas que supõe 04 momentos:</p><p>• Explicativo</p><p>• Normativo</p><p>• Estratégico</p><p>• Tático - operacional</p><p>• Explicativo:</p><p>É o momento de seleção e análise dos problemas considerados relevantes para o ator</p><p>social e sobre os quais este pretende intervir.</p><p>• Normativo:</p><p>É o momento de desenhar o plano de intervenção, ou seja, de definir a situação objetivo</p><p>ou situação futura desejada e as operações/ações concretas que visam resultados,</p><p>tomando como referência os nós críticos selecionados.</p><p>ESTRATÉGICO</p><p>A utilização de estratégias específicas que podem ser classificadas, segundo Matus (1994) em:</p><p>a) Imposição- corresponde ao uso da autoridade em relação ao outro ator; pode ser utilizada quando o</p><p>ator eixo encontra-se em situação hierárquica superior ao ator contrário.</p><p>b) Persuasão- compreende na ação de convencimento, em relação ao outro ator na busca de seu apoio</p><p>e adesão, sem que para isto ator eixo tenha que fazer qualquer concessão em relação ao seu projeto.</p><p>c) Negociação cooperativa- implica na negociação onde existem interesses distintos quando ambos os</p><p>lados deverão está predispostos a fazer concessões, sendo que o resultado deverá trazer ganhos positivos para os</p><p>participantes.</p><p>d) Negociação conflitiva- negociação onde existe interesses opostos e o resultado sempre trará perda</p><p>para um ator e ganho para o outro.</p><p>e) Confrontação - corresponde a mediação de força entre os atores envolvidos.</p><p>TÁTICO OPERACIONAL</p><p>Para acompanhar a realização do plano de maneira a produzir impactos reais, são</p><p>necessárias formas adequadas de gerenciamento e monitoramento.</p><p>PLANEJAMENTO SITUACIONAL EM SAÚDE (PES)</p><p>O PES é um método de planejamento por problemas e trata, principalmente, de problemas</p><p>pouco estruturados e muito complexos, para os quais não existem soluções pré-construídas.</p><p>Neste sentido, os problemas são sempre abordados em suas múltiplas dimensões, pois suas</p><p>causas não se situam no interior do setor saúde e sua solução depende muitas vezes, de</p><p>recursos extra-setoriais.</p><p>A Teoria do Planejamento que tem nos guiado é, de fato, em grande medida inspirada nos</p><p>ensinamentos de Carlos Matus, mas seria incorreto creditar-lhe todos os conceitos que</p><p>utilizamos. Outros autores contribuíram para a construção desse Marco Teórico (Método) de</p><p>referência, com destaque para Mário Testa, Luis Carlos Oliveira Cecílio, Jairnilson Paim, Carmen</p><p>Teixeira e Javier Uribe.</p><p>PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OPERACIONAL (PES)</p><p>O enfoque estratégico exerceu grande influência no movimento sanitário brasileiro, mas o</p><p>Planejamento Estratégico Situacional (PES) é o que mais foi difundido, utilizado e</p><p>atualizado. No PES o ator que planeja está dentro da realidade e coexiste com outros</p><p>autores que também planejam, diferente do método normativo, colocando-se fora dela e</p><p>querendo controlá-la, onde o planejador é um sujeito separado da realidade Nesse método</p><p>o conceito de Situação é um conceito importante.</p><p>PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OPERACIONAL (PES)</p><p>• Para Matus: Situação é o lugar onde estão os atores e suas ações, é a explicação da</p><p>realidade que realiza uma força social em função da sua ação e luta com outras forças</p><p>sociais. Nessa concepção, a contradição e o conflito são assumidos e o planejamento</p><p>passa a ser entendido como uma ação política.</p><p>• Para Matus, planejamento situacional refere-se à arte de governar em situações de</p><p>poder compartilhado, ou seja, nas situações da nossa realidade.</p><p>PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL</p><p>• É um método de planejamento muito importante e de grande valia para a saúde.</p><p>• Dentre os conceitos básicos do PES os cinco fundamentais são detalhados a seguir:</p><p>Triângulo de Governo:</p><p>TRIÂNGULO DO GOVERNO</p><p>• Estes três pontos devem ser vistos numa inter-relação dinâmica e a análise do equilíbrio</p><p>entre os três vértices do triângulo permite avaliar as fragilidades da gestão orientando os</p><p>ajustes necessários, ou seja, se é preciso trabalhar melhor o plano, se é preciso</p><p>aumentar a governabilidade ou a capacidade de governo. O triângulo de governo nos</p><p>ajuda refletir sobre como se está dando o processo de planejamento em nossa equipe.</p><p>ESTRATÉGIA</p><p>• Matus propõe um modelo de planejamento que funcione na realidade e a realidade é</p><p>conflitiva.</p><p>• Na realidade ou na situação existem diversos atores sociais com diferentes visões de</p><p>mundo, interesses e compromissos.</p><p>• São essas diferenças que provocam conflitos.</p><p>• Existindo conflitos, é necessário pensar estrategicamente para enfrentar os oponentes e</p><p>alcançar os objetivos propostos.</p><p>SITUAÇÃO</p><p>É um espaço socialmente produzido onde se inserem diversos atores sociais que</p><p>interpretam e explicam a realidade e sendo assim a situação é um espaço de conflito.</p><p>ATOR SOCIAL</p><p>Para Matus, um ator social pode ser uma pessoa ou um coletivo de pessoas que atuando</p><p>em uma determinada situação é capaz de transformá-la.</p><p>PROBLEMA</p><p>Matus diz que problema é uma situação insatisfatória acumulada, ou seja, é a</p><p>discrepância entre uma situação real e a situação ideal ou desejada. Uma situação só se</p><p>torna problemática se um ator social assim a considerar, ou melhor dizendo se a considerar</p><p>inaceitável e capaz de ser transformada na direção desejada.</p><p>O que é problema para um, pode não ser para outro, mais ainda pode ser oportunidade, é</p><p>o caso desse exemplo: um modelo de atenção à saúde centrado no uso de medicamentos</p><p>para nós profissionais de saúde, pode ser um problema. No entanto,</p><p>para a indústria</p><p>farmacêutica pode ser uma oportunidade.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Numa realidade fragmentada e permeada por questões complexas, onde os problemas</p><p>sociais se multiplicam exigindo o posicionamento dos diferentes atores, inclusive da</p><p>comunidade organizada no exercício de sua cidadania, na busca de soluções mais integrais</p><p>torna-se necessário um enfoque de planejamento abrangente e participativo que possa dar</p><p>conta desta complexidade e que favoreça a articulação dos distintos setores no</p><p>enfrentamento dos problemas.</p><p>REFERENCIAS</p><p>Atrmann E., 1993. O Planejamento Estratégico Situacional: A Trilogia Matusiana e uma</p><p>Proposta para o Nível Local de Saúde (Uma Abordagem Comunicativa). Dissertação de</p><p>Mestrado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.</p><p>Artmann, E., Azevedo, C.S. & Sá, M.C., 1997. Possibilidades de aplicação do enfoque</p><p>estratégico de planejamento no nível local de saúde: análise comparada de duas</p><p>experiências. Rio de Janeiro: Cadernos de Saúde Pública, 13(4):723-740, out-dez,1997.</p><p>Gadamer, 1975. Truth and Method apud Matus, C., 1987.</p>

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