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<p>ClíniCa</p><p>Prof.ª Amanda de Ávila Bicca Martins</p><p>imunologia</p><p>Indaial – 2021</p><p>1a Edição</p><p>janet</p><p>Texto digitado</p><p>metr</p><p>Impresso por:</p><p>Elaboração:</p><p>Prof.a Amanda de Ávila Bicca Martins</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2021</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>M386i</p><p>Martins, Amanda de Ávila Bicca</p><p>Imunologia clínica. / Amanda de Ávila Bicca Martins. – Indaial:</p><p>UNIASSELVI, 2021.</p><p>198 p.; il.</p><p>ISBN 978-65-5663-616-0</p><p>ISBN Digital 978-65-5663-615-3</p><p>1. Imunologia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.</p><p>CDD 610</p><p>Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático em Imunologia Clínica, que</p><p>trata da imunologia em um contexto aplicado, ou seja, a imunologia no laboratório</p><p>clínico. Assim, todos os conceitos aprendidos em disciplinas de imunologia básica serão</p><p>a base para compreender como funcionam as principais metodologias utilizadas na</p><p>rotina laboratorial, bem como o significado clínico dos resultados obtidos.</p><p>Ao longo da Unidade 1, veremos os conceitos básicos relacionados ao</p><p>funcionamento do sistema imune, como as doenças reumáticas, o modo como se</p><p>desenvolvem e a relação que os processos fisiopatológicos dessas doenças têm com as</p><p>provas imunológicas disponíveis atualmente.</p><p>A Unidade 2 apresentará a aplicação da imunologia no diagnóstico e no</p><p>prognóstico do pré-natal e de doenças autoimunes. Nesse contexto, trataremos</p><p>tanto das dinâmicas fisiológicas, relacionadas ao período gestacional e seus principais</p><p>exames, quanto das características referentes a doenças autoimunes e das análises</p><p>clínicas atreladas a elas.</p><p>Por fim, na Unidade 3, aprofundaremos a aplicação da imunologia no diagnóstico</p><p>e prognóstico de doenças infecciosas e autoimunes. Assim, serão abordadas as</p><p>doenças infecciosas como sífilis, síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids),</p><p>hepatites, coronavírus (Covid-19), além de doenças autoimunes, como a doença celíaca</p><p>e a tireoidite de Hashimoto.</p><p>Ao longo desse livro, será possível observar quão interessante e relevante são</p><p>os tópicos abordados, embora isso não os tornem menos complexos. Para compreender</p><p>e absorver os conhecimentos da melhor forma possível, sugerimos que o acadêmico</p><p>utilize todos os recursos educacionais disponibilizados pela instituição, como leituras</p><p>complementares, realização das autoatividades e demais recursos disponíveis no seu</p><p>ambiente virtual e na trilha de aprendizagem.</p><p>Bons estudos!</p><p>Prof.ª Amanda de Ávila Bicca Martins</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você –</p><p>e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR</p><p>Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite</p><p>que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para</p><p>utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois,</p><p>é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>QR CODE</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E</p><p>PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS ........................................ 1</p><p>TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA ............................. 3</p><p>1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3</p><p>2 CONCEITOS EM IMUNOLOGIA BÁSICA ............................................................... 3</p><p>2.1 RESPOSTA INATA ..................................................................................................................6</p><p>2.1.1 Barreiras físicas ............................................................................................................6</p><p>2.1.2 Barreiras químicas .......................................................................................................7</p><p>2.1.3 Fagócitos .......................................................................................................................7</p><p>2.1.4 Processo inflamatório ................................................................................................7</p><p>2.1.5 Sistema complemento ..............................................................................................7</p><p>2.2 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA ...................................................................................... 8</p><p>3 INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS IMUNOLÓGICOS ................................................... 9</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 14</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 15</p><p>TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS</p><p>REUMÁTICAS .....................................................................................17</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................17</p><p>2 ETIOPATOGENIA DAS DOENÇAS REUMÁTICAS ................................................17</p><p>3 OSTEOARTRITE .................................................................................................. 18</p><p>4 ARTRITE REUMATOIDE</p><p>depressão, envelhecimento, doença periodontal, entre</p><p>outras situações” (NETO; CARVALHO, 2009, p. 416).</p><p>Até o momento, vimos que a PCR foi apresentada como um importante marcador</p><p>relacionado a doenças reumáticas. Contudo, existe uma grande variedade de</p><p>condições em que ela é utilizada como marcador de diagnóstico e prognóstico,</p><p>integrando um grupo de exames utilizados com frequência, em especial</p><p>no ambiente hospitalar, para acompanhamento da evolução do paciente.</p><p>Nesse contexto, sugerimos a leitura do artigo Aplicações Clínicas Atuais da</p><p>Proteína C-reativa, escrito por Guilherme Birchal Collares e Urquiza Helena</p><p>Meira Paulino, que destaca outras condições em que a PCR é um</p><p>instrumento importante para as equipes médicas: http://rmmg.</p><p>org/exportar-pdf/579/v16n4a12.pdf.</p><p>INTERESSANTE</p><p>3 FATOR REUMATOIDE</p><p>O fator reumatoide (FR) é um autoanticorpo descrito inicialmente na década de</p><p>1940 por Waller Rose. A denominação FR se deve ao fato de que esses autoanticorpos</p><p>foram identificados pela primeira vez em pacientes com artrite reumatoide. Após</p><p>essa descoberta, novos estudos identificaram sua presença em outras condições</p><p>clínicas. Assim, embora o nome remeta à artrite reumatoide, esse não é um marcador</p><p>patognomônico para a doença. Apesar de não se tratar de um exame confirmatório para</p><p>artrite reumatoide, ele faz parte das evidências clínicas que compõem o diagnóstico</p><p>diferencial dessa doença.</p><p>Em termos moleculares (Figura 13):</p><p>O fator reumatoide (FR) é um auto-anticorpo que tem como alvo a</p><p>região Fc de IgGs, ou seja, ele se liga em outros anticorpos e mais</p><p>especificamente, na sua porção “Fc” (parte invariável dos anticorpos,</p><p>que foi nomeada por se cristalizar em análises estruturais de</p><p>anticorpos). A maioria dos FR são do isotipo IgM mas podem ser</p><p>também IgA e IgG (MACEDO et al., 2016, p. 2).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>33</p><p>FIGURA 13 – ALGUNS TIPOS DE ISÓTOPOS DOS FATORES REUMATOIDES</p><p>FONTE: Macedo et al. (2016, p. 3)</p><p>Os fatores reumatóides são auto-anticorpos que apresentam estruturas</p><p>diferentes e pertencem às classes IgM (mais comumente), IgG e IgA</p><p>Apesar da impossibilidade de utilização exclusiva desse marcador para</p><p>confirmação de artrite reumatoide, a avaliação do fator reumatoide tem uma importante</p><p>função prognóstica (capacidade de uma informação indicar a evolução mais provável de</p><p>uma condição clínica). De acordo com Mota et al. (2011), os níveis mais elevados de fator</p><p>reumatoide no soro de pacientes com artrite reumatoide estão associados a um estágio</p><p>agressivo da doença agressiva, à presença de nódulos reumatoides e às manifestações</p><p>extra-articulares.</p><p>No que se refere a outras condições clínicas (Quadro 1), Carvalho et al. (2014, p.</p><p>72) indicam que:</p><p>Imunoglobulinas com atividade de FR estão presentes em pequena</p><p>quantidade e com baixa avidez no soro da maior parte dos indivíduos;</p><p>nesses casos, a pesquisa do FR é negativa ou fracamente reagente.</p><p>Em determinadas condições patológicas, a concentração de</p><p>imunoglobulinas pode se elevar com atividade de FR de alta afinidade.</p><p>As duas condições em que o FR é detectado com maior frequência e</p><p>em maiores títulos são a artrite reumatoide e a síndrome de Sjögren.</p><p>Entretanto, uma vez que o FR é encontrado em frequência variável</p><p>em grande número de outras condições mórbidas, sua especificidade</p><p>e seu valor preditivo positivo para o diagnóstico de artrite reumatoide</p><p>não são elevados.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>34</p><p>QUADRO 1 – ENFERMIDADES EM QUE É COMUM A PRESENÇA DE FATOR REUMATOIDE</p><p>Grupo de</p><p>doenças</p><p>Enfermidades específicas</p><p>Doenças virais Hepatite B ou C, mononucleose, Influenza, AIDS, pós-vacinação</p><p>Doenças</p><p>autoimunes</p><p>Artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica,</p><p>polimiosite, dermatomiosite, síndrome de Sjögren, crioglobulinemia mista,</p><p>cirrose biliar primária, hepatite autoimune, fibrose pulmonar idiopática</p><p>(Harman-Hirsch), doença mista do tecido conjuntivo, vasculites</p><p>Neoplasias Principalmente após irradiação ou quimioterapia</p><p>Infecções</p><p>bacterianas</p><p>Tuberculose, sífilis, hanseníase, salmonelose, endocardite bacteriana</p><p>subaguda, brucelose, borreliose</p><p>Doenças</p><p>parasitárias</p><p>Malária, calazar, esquistossomose, filariose, tripanossomíase</p><p>FONTE: Carvalho et al. (2014, p. 72)</p><p>Nesses termos, pode-se considerar que o FR é uma análise auxiliar para</p><p>o fechamento do diagnóstico de artrite reumatoide. Entretanto, em pacientes já</p><p>diagnosticados com essa doença, é, sobretudo, um bom indicador prognóstico, haja</p><p>vista que a presença de altas titulações desses anticorpos no soro de pacientes apontam</p><p>um agravamento da doença, que pode indicar manifestações extra-articulares.</p><p>O fator reumatoide é um exame que integra a rotina da maior parte dos</p><p>laboratórios, independentemente do porte. Contudo, existem exames mais</p><p>específicos para investigação de AR e que são menos conhecidos, uma vez</p><p>que o número de laboratórios que os realizam é bem menor. O peptídeo</p><p>citrulinado cíclico é um desses marcadores. Assim, sugerimos a leitura</p><p>da publicação feita pelo laboratório Fleury Autoanticorpos contra peptídeo</p><p>citrulinado cíclico (CCP) apresentam alta especificidade e sensibilidade para o</p><p>diagnóstico de artrite reumatoide, que aborda esse marcador: https://www.</p><p>fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/autoanticorpos-contra-peptideo-</p><p>citrulinado-ciclico-ccp-apresentam-alta-especificidade-e-sensibilidade-</p><p>para-o-diagnostico-de-artrite-reumatoide.</p><p>INTERESSANTE</p><p>4 ANTIESTREPTOLISINA O</p><p>A estreptolisina O é uma exotoxina (proteínas que podem ser produzidas</p><p>por bactérias, capazes de gerar prejuízo a uma célula hospedeira) produzida por</p><p>Streptococcus pyogenes. Quando ativada, tem ação hemolítica, ou seja, desencadeia</p><p>a lise (quebra) das hemácias. É importante esclarecer que o que leva à ativação biológica</p><p>dessa toxina bacteriana é a ausência de oxigênio (RACHID, 2003).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>35</p><p>Como vimos, quando um patógeno invade o organismo, muitos eventos</p><p>imunológicos ocorrem para culminar em sua eliminação, entre eles, temos a ativação</p><p>dos linfócitos B. Após a infecção por S. pyogenes, anticorpos são produzidos pelos</p><p>linfócitos B específicos para combater essa exotoxina, uma vez que essa molécula é</p><p>imunogênica. Esses anticorpos são chamados de antiestreptolisina O (ASO ou ASLO)</p><p>(RACHID 2003).</p><p>Assim, análises que investigam a presença de ASO apontam a existência</p><p>prévia de infecção estreptocócica. É comum que, em um primeiro momento, a</p><p>dosagem sanguínea desse anticorpo esteja fortemente vinculada à investigação de</p><p>febre reumática. Contudo, devemos lembrar que a ASO estará presente em qualquer</p><p>manifestação clínica vinculada a infecções pela espécie S. pyogenes (GEERTS et al.,</p><p>2011), como glomerulonefrite aguda, escarlatina, amigdalite, faringite (Figura 14),</p><p>erisipela e sepse puerperal.</p><p>FIGURA 14 – FARINGITE ESTREPTOCÓCICA</p><p>FONTE: . Acesso em: 5 fev. 2021.</p><p>É importante ressaltar que a presença de ASO pode permanecer na circulação</p><p>sanguínea por semanas após o evento infeccioso. No Tópico 4, compreenderemos como</p><p>esse analito pode ser dosado no laboratório.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>moléculas capazes de provocar uma resposta imunológica</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>36</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>•</p><p>São as interações relacionadas aos componentes do sistema imune em resposta ao</p><p>processo inflamatório que permitem as análises laboratoriais e, por conseguinte, a</p><p>construção de diagnóstico e prognóstico das doenças reumáticas.</p><p>• A proteína C-reativa é uma pentraxina produzida por células do fígado, que atua</p><p>ligando-se a potenciais agressores, células em apoptose ou com alguma lesão,</p><p>ativando sua destruição por intermédio da ativação de fagócitos e do sistema</p><p>complemento.</p><p>• Por se tratar de uma proteína de fase aguda, a proteína C-reativa apresenta-se</p><p>elevada na fase ativa de doenças relacionadas a processos inflamatórios.</p><p>• O fator reumatoide é um autoanticorpo, geralmente da classe IgM, que atua contra a</p><p>fração Fc de um anticorpo IgG.</p><p>• Diferentes condições clínicas alteram os valores de fator reumatoide, o que o torna</p><p>um marcador inespecífico.</p><p>• A estreptolisina O é uma exotoxina produzida por Streptococcus pyogenes.</p><p>• A ativação da estreptolisina O tem ação hemolítica, diante de condições de ausência</p><p>de oxigênio.</p><p>• A antiestreptolisina O é o anticorpo produzido para neutralizar essa exotoxina</p><p>• A antiestreptolisina O não é um marcador patognomônico de febre reumática.</p><p>• A antiestreptolisina O estará presente em qualquer manifestação clínica vinculada</p><p>a infecções por estreptococos do grupo A, não se restringindo apenas à febre</p><p>reumática.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>37</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Considere as lacunas apresentadas no texto a seguir:</p><p>A febre reumática é um dos possíveis desfechos relacionados à infecção bacteriana por</p><p>Streptococcus pyogenes. Essa bactéria produz uma ____________, chamada</p><p>de _________________. Com o objetivo de neutralizar os prejuízos resultantes</p><p>dessa infecção, são produzidos anticorpos chamados de _________________.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) Endotoxina; estreptolisina O; antiestreptolisina O.</p><p>b) ( ) Exotoxina; antiestreptolisina O; estreptolisina O.</p><p>c) ( ) Exotoxina; estreptolisina O; antiestreptolisina O.</p><p>d) ( ) Estreptolisina O; endotoxina; exotoxina.</p><p>2 Atualmente, a proteína C-reativa tem recebido maior destaque, devido às variadas</p><p>aplicações atribuídas principalmente ao âmbito hospitalar. Explique por que ocorre o</p><p>aumento significativo de sua utilização com base nas características desse marcador.</p><p>3 O fator reumatoide não é um marcador patognomônico de artrite reumatoide.</p><p>Justifique essa afirmação.</p><p>exotoxina</p><p>antiestreptolisina 0</p><p>estreptolisina 0</p><p>é uma</p><p>boa opção para identificação e acompanhamento da evolução do</p><p>quadro inflamatório, mesmo que seu resultado não indique qual é a</p><p>origem dessa inflamação.</p><p>Não podemos considerar o fator reumatoide como marcador</p><p>patognomônico para artrite reumatoide, pois ele pode aparecer em</p><p>outras condições clínicas, o que o torna inespecífico.</p><p>38</p><p>39</p><p>TÓPICO 4 —</p><p>METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA</p><p>INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>UNIDADE 1</p><p>1 AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX</p><p>A técnica de aglutinação em látex é baseada nas reações de precipitação.</p><p>Os imunoensaios, desenvolvidos pelo princípio das reações de precipitação, estão</p><p>baseados na interação entre antígeno e anticorpo solúveis que produzem complexos</p><p>insolúveis visíveis. A formação desses complexos visíveis é realizada a partir da</p><p>utilização de partículas inertes (que não reagem quimicamente), como o látex. Em casos</p><p>de técnicas que utilizam a aglutinação em látex, é possível realizar a análise qualitativa e</p><p>semiquantitativa de marcadores imunológicos, como a PCR, o fator reumatoide e a ASO.</p><p>De acordo com Voltarelli (2009, p. 78):</p><p>Partículas de látex são esferas de poliestireno utilizadas como</p><p>suportes na adsorção de proteína solúvel e antígenos polissacarídicos,</p><p>funcionando como sistema indicador da reação antígeno-anticorpo.</p><p>O teste pode ser empregado na pesquisa de antígenos ou anticorpos.</p><p>A aplicação mais comum é na detecção de fator reumatoide IgM,</p><p>dirigido contra isotipos de IgG, IgA1, IgM ou IgE.</p><p>Com relação à possibilidade de esse tipo de teste ser usado tanto para pesquisa</p><p>de antígenos quanto de anticorpos, fazemos referência a testes diretos (partículas</p><p>de látex sensibilizadas com anticorpos – Figura 15) ou indiretos (partículas de látex</p><p>sensibilizadas com antígeno). Assim, quando existe na amostra uma concentração</p><p>mínima do marcador que está sob investigação, é possível observar a formação de</p><p>pequenos grumos (imunocomplexos), resultantes da aglutinação.</p><p>Caro acadêmico, lembre-se de que a concentração mínima que</p><p>um ensaio é capaz de detectar é a sensibilidade desse teste.</p><p>Portanto, quando as instruções do teste indicam um determinado</p><p>valor de concentração do marcador como o valor da sensibilidade</p><p>do teste, isso significa que aquela é a menor concentração que</p><p>essa técnica é capaz de detectar.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>40</p><p>A execução da técnica de aglutinação em látex para marcadores de doença</p><p>reumatoide segue um procedimento comum. São utilizadas amostras de soro do</p><p>paciente, que serão pipetadas conforme a qualidade indicada nas instruções do kit</p><p>reagente em uma placa própria para essa técnica (Figura 16). Em seguida, na mesma</p><p>placa, a quantidade de látex sensibilizado indicada nas instruções do teste (dependendo</p><p>do marcador em investigação) será aplicada na amostra e homogeneizada pelo tempo</p><p>indicado pelo fabricante do teste. Após essa etapa, o analista deverá observar a</p><p>presença ou a ausência de grumos na suspensão (mistura contendo látex sensibilizado</p><p>e amostra). Suspensões que apresentarem grumos (Figura 17) indicam que existe</p><p>uma concentração igual ou superior ao cut-off (ponto de corte) estabelecido no kit do</p><p>reagente (DOLES, 2018).</p><p>FIGURA 15 – PARTÍCULA DE LÁTEX SENSIBILIZADA COM O ANTICORPO ANTI-PCR</p><p>FONTE: Labtest (2010, p. 3)</p><p>Anticorpo (ligado a</p><p>partícula de látex)</p><p>Precipitados</p><p>Antígeno</p><p>protéico</p><p>Sabemos que a execução correta de uma técnica depende, além da leitura</p><p>do protocolo da técnica, da visualização de execução dos procedimentos.</p><p>Para isso, sugerimos um vídeo que demonstra a técnica de aglutinação em</p><p>látex para PCR: https://www.youtube.com/watch?v=pFQwrVO15wQ.</p><p>GIO</p><p>FIGURA 16 – EXECUÇÃO DA TÉCNICA DE AGLUTINAÇÃO EM PLACA</p><p>FONTE: Doles (2018, p. 2)</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>41</p><p>FIGURA 17 – AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX APRESENTANDO FORMAÇÃO DE GRUMOS NA POSIÇÃO 2</p><p>FONTE: Veiga (2009, p. 153)</p><p>É importante ressaltar que, para que o teste apresente resultados adequados,</p><p>a correta execução do procedimento é essencial. Para isso, deve-se atentar para as</p><p>instruções de uso do teste, bom como os possíveis interferentes, como:</p><p>• Tempo de execução: nas instruções, consta o tempo que a reação deve ocorrer e</p><p>o intervalo que o analista deve avaliar a presença ou ausência de grumos. Passado</p><p>esse tempo, podem ocorrer aglutinações inespecíficas, resultando falso-positivos.</p><p>• Condições da amostra: alguns kits utilizados para aglutinação em látex podem ter</p><p>seu desempenho prejudicado pela presença de hemólise (rompimento das hemácias</p><p>com liberação de hemoglobina no soro) e lipemia (presença de lipídeos na amostra de</p><p>soro), apresentando resultados falso-positivos pelo estabelecimento de aglutinações</p><p>inespecíficas.</p><p>• Altas concentrações do marcador investigado: as instruções de uso dos kits</p><p>indicam sempre os limites de concentração do marcador investigado que podem</p><p>gerar efeito prozona (LABTEST, 2018).</p><p>2 NEFELOMETRIA</p><p>A nefelometria é uma técnica quantitativa utilizada para mensurar a</p><p>concentração</p><p>dos marcadores de doenças reumáticas. Para sua execução, é utilizado um</p><p>nefelômetro, equipamento que mede a dispersão de luz gerada em soluções contendo</p><p>imunocomplexos. O nefelômetro mensura a luz dispersa pelos imunocomplexos, pois</p><p>possui, em sua estrutura, um detector posicionado em um ângulo de 70° em relação à</p><p>fonte de luz. Segundo Voltarelli (2009, p. 76):</p><p>Uma característica importante das soluções coloidais é a sua</p><p>pronunciada dispersão da luz. Quando um feixe de luz incidente</p><p>atravessa um meio contendo partículas, estas interferem com</p><p>a passagem da luz, fazendo com que seja dispersa em todas as</p><p>direções. Esse fenômeno, conhecido como efeito Tyndall, não altera</p><p>o comprimento de onda da luz incidente e é independente do tipo</p><p>de partícula.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>42</p><p>A fonte luminosa utilizada em ensaios nefelométricos é de alta intensidade e</p><p>incide sob uma cubeta (pequeno tubo que pode ser feito de plástico, vidro ou quartzo,</p><p>muito utilizado em ensaios laboratoriais) que contém a solução resultante da amostra</p><p>com o reagente. A forma e o tamanho das partículas, resultantes dos imunocomplexos</p><p>formados, serão fatores determinantes para quantidade e natureza da dispersão de</p><p>luz captada e quantificada pelo nefelômetro (Figura 17). A medida de um marcador</p><p>utilizando a nefelometria é rápida, apresenta boa precisão, principalmente quando os</p><p>nefelômetros dispõem de dispositivos que subtraem interferentes, como a lipemia e a</p><p>hemólise (VOLTARELLI, 2009).</p><p>FIGURA 17 – ESQUEMA DO PRINCÍPIO FÍSICO DA NEFELOMETRIA E TURBIDIMETRIA</p><p>FONTE: Bender; von Mühlen (2009, p. 77)</p><p>3 TURBIDIMETRIA</p><p>O princípio do método turbidimétrico quantitativo para análise de marcadores</p><p>de doenças reumáticas funciona, assim como na nefelometria, a partir da emissão de</p><p>feixe de luz na amostra previamente preparada com reagente. Com a incidência desse</p><p>feixe de luz, as partículas sólidas existentes no líquido refletem os raios luminosos. De</p><p>acordo com Voltarelli (2014, p. 77):</p><p>Esse teste está sujeito às mesmas condições dos sistemas nefelo-</p><p>métricos. O sinal de detecção é a absorbância e não a intensidade</p><p>de luz dispersa. Não necessita de aparelhagem especial. As reações</p><p>podem ser medidas em espectrofotômetros simples utilizados em</p><p>bioquímica. Pode ser utilizada para medidas quantitativas de drogas</p><p>ou biomarcadores no soro, plasma ou urina.</p><p>Dessa forma, enquanto o nefelômetro mede a luz dispersa, a turbidimetria</p><p>mede a luz absorvida (não dispersada) pela turbidez gerada pelos imunocomplexos</p><p>formados na combinação entre amostra e reagente. Para medir a absorbância presente</p><p>na reação entre amostra e reagente, o equipamento utilizado é o espectrofotômetro. Na</p><p>turbidimetria, fatores pré-analíticos como hemólise, lipemia e concentrações elevadas</p><p>de bilirrubina podem interferir na medida de marcadores de doença reumática. É</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>43</p><p>importante lembrar que existem diferentes kits reagentes no mercado para quantificação</p><p>de marcadores de doenças reumáticas por essa metodologia. Portanto, outros possíveis</p><p>interferentes relacionados a compostos que podem estar presentes na amostra de soro</p><p>devem ser verificados nas instruções de uso do kit utilizado.</p><p>Na leitura complementar, a seguir, veremos as provas laboratoriais</p><p>que estão relacionadas ao diagnóstico dessas doenças, as principais</p><p>metodologias utilizadas na rotina clínica e as possíveis interpretações</p><p>dos resultados.</p><p>NOTA</p><p>44</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>O USO DE PROVAS DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA EM REUMATOLOGIA</p><p>Nilton Salles Rosa Neto</p><p>Jozélio Freire de Carvalho</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A resposta de fase aguda é um mecanismo fisiopatológico de defesa associado</p><p>a estados inflamatórios que, apesar do nome já consagrado, ocorre tanto na inflamação</p><p>aguda quanto na crônica. Caracteriza-se pelo aumento ou diminuição da concentração</p><p>sérica de determinadas proteínas em decorrência de algum estímulo que ocasione</p><p>injúria tecidual. Atualmente, opta-se por utilizar o termo biomarcador inflamatório ao se</p><p>referir às proteínas envolvidas nessa resposta.</p><p>Utiliza-se a análise dos biomarcadores de inflamação em doenças reumatológicas</p><p>para a monitoração de atividade de doença – correlacionando com outros dados clínicos</p><p>e laboratoriais – e para a diferenciação entre doença ativa e presença de infecções. Este</p><p>artigo revisa o uso de provas de atividade inflamatória atualmente disponíveis no âmbito</p><p>assistencial.</p><p>HISTÓRICO</p><p>Em 1930, pesquisadores descobriram uma proteína que reagia com o</p><p>polissacarídeo C da cápsula de S. pneumoniae obtida do sangue de pacientes durante</p><p>a fase aguda de pneumonia pneumocócica. A ela, deram o nome de proteína C-reativa</p><p>(PCR). A partir de então, estudaram-se as alterações das proteínas plasmáticas em</p><p>soro de pacientes agudamente enfermos devido a infecções. As proteínas encontradas</p><p>nessas situações foram denominadas proteínas de fase aguda, e a reação inflamatória</p><p>– ou resposta do organismo diante da lesão tecidual –, resposta de fase aguda.</p><p>Posteriormente, verificou-se a presença dessas proteínas após outros eventos, como</p><p>trauma, isquemia, neoplasia e reações de hipersensibilidade. Suas concentrações</p><p>também se encontravam alteradas em estados inflamatórios crônicos.</p><p>RESPOSTA DE FASE AGUDA</p><p>A resposta de fase aguda caracteriza-se pela alteração na concentração</p><p>sérica de certas proteínas após a injúria tecidual, algumas respondendo com elevação</p><p>(biomarcadores positivos) e outras com diminuição (biomarcadores negativos) de</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>45</p><p>TABELA 1 – BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS POSITIVOS</p><p>Sistema de Coagulação/Fibrinólise</p><p>Fibrinogênio</p><p>Plasminogênio</p><p>Ativador de plasminogênio tecidual</p><p>Uroquinase</p><p>Proteína S</p><p>Vitronectina</p><p>Inibidor do ativador de plasminogênio tecidual 1</p><p>Sistema Complemento</p><p>C3; C4; C9</p><p>Fator B</p><p>Inibidor C1 (C1 INH)</p><p>Proteína ligadora C4b</p><p>Lectina ligadora de manose (MBL)</p><p>Proteínas de Transporte</p><p>Ceruloplasmina</p><p>Haptoglobina</p><p>Hemopexina</p><p>Participantes da Resposta Inflamatória</p><p>Fosfolipase A2 secretória (sPLA2-IIA)</p><p>Proteína ligadora de lipopolissacarídeo (LPS)</p><p>Antagonista do receptor de interleucina-1 (IL-1 RA)</p><p>Fator estimulador de colônias – granulócitos (G-CSF)</p><p>Antiproteases</p><p>α1-Antiprotease</p><p>α1-Antiquimiotripsina</p><p>Inibidor da tripsina pancreática</p><p>Inibidor da interalfatripsina</p><p>suas concentrações. Essas proteínas terão funções pró e anti-inflamatórias e podem</p><p>estimular ou inibir a produção umas das outras. Apesar da importância desse trabalho</p><p>em conjunto, na prática clínica somente algumas dessas proteínas são utilizadas como</p><p>marcadores, quer pela disponibilidade do método, quer pelo custo de sua determinação.</p><p>Podem ser encontradas nas Tabelas 1 e 2 algumas das proteínas de fase aguda, divididas</p><p>de acordo com sua função biológica original.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>46</p><p>Adaptado para o português de Kushner e Gabay com permissão dos autores.</p><p>Copyright © 1999 - Massachusetts Medical Society. Todos os direitos reservados.</p><p>Outros</p><p>Proteína C-reativa (PCR)</p><p>Proteína sérica amiloide A (SAA)</p><p>α1-glicoproteína ácida (AGP)</p><p>Fibronectina</p><p>Ferritina</p><p>Angiotensinogênio</p><p>Proteína Ligadora do Retinol</p><p>TABELA 2 – BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS NEGATIVOS</p><p>Albumina</p><p>Transferrina</p><p>α2-HS glicoproteína</p><p>Alfafetoproteína (AFP)</p><p>Globulina ligadora de tiroxina</p><p>Fator de crescimento insulina-símile-1 (IGF-1)</p><p>Fator XII</p><p>Adaptado para o português de Kushner e Gabay com permissão dos autores.</p><p>Copyright © 1999 - Massachusetts Medical Society. All rights reserved.</p><p>Mudanças comportamentais e alterações fisiológicas, bioquímicas e nutricionais</p><p>somam-se para completar a resposta de fase aguda.</p><p>Alterações neuroendócrinas</p><p>Uma das maiores características dessa fase é a presença de febre, uma resposta</p><p>existente para promover um meio ótimo de funcionamento de enzimas e a estabilização</p><p>de membranas celulares. Há indisposição e sonolência – medidas que reduzem o</p><p>consumo energético do organismo. Modulando a resposta inflamatória, há aumento da</p><p>secreção de hormônio liberador de corticotrofinas (CRH), hormônio adrenocorticotrófico</p><p>(ACTH) e cortisol, hormônio antidiurético (ADH) e catecolaminas; e diminuição do fator</p><p>de crescimento similar à insulina do tipo 1 (IGF-1).</p><p>Alterações hematopoéticas</p><p>Em decorrência de inflamação, podemos encontrar leucocitose e trombocitose</p><p>e, nos casos mais prolongados, anemia de doença crônica.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>neurotransmissores e hormônios circulantes que controlam o SNC e autônomo</p><p>47</p><p>Alterações metabólicas</p><p>Incluem-se perda muscular e balanço nitrogenado negativo, levando, em</p><p>casos crônicos, à restrição de crescimento em crianças e à caquexia em adultos. Há</p><p>diminuição da gliconeogênese e aceleração de osteoporose. Verificam-se aumento da</p><p>lipogênese hepática e lipólise de tecido adiposo, assim como diminuição da atividade</p><p>das lipoproteínas lipases muscular e adiposa, com o objetivo de, em casos de infecção,</p><p>haver aumento da concentração de lipoproteínas, promovendo maior ligação à</p><p>lipopolissacarídeo (LPS) e resultando em menor efeito tóxico para o organismo.</p><p>Alterações hepáticas</p><p>O fígado participa da produção e da liberação de muitas das proteínas</p><p>relacionadas à resposta inflamatória. Fisiologicamente, há aumento de metalotioneína,</p><p>óxido nítrico sintase, heme oxigenase, superóxido dismutase, inibidor tecidual de</p><p>metaloproteinase-1 e redução da atividade fosfoenolpiruvato carboxiquinase.</p><p>Alterações em outros constituintes do plasma</p><p>Como controle das reações em andamento, há consumo de zinco, ferro e cobre</p><p>e retinol plasmático e aumento de antioxidantes como glutationa.</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Os biomarcadores da inflamação dividem-se em quatro grupos:</p><p>• Proteínas de defesa do hospedeiro – participam do reconhecimento e eliminação</p><p>de patógenos: proteína C-reativa, lectina ligadora de manose, proteína ligadora de</p><p>lipopolissacarídeo, proteínas do complemento, fibrinogênio;</p><p>• Inibidores de proteinases séricas – atuam na limitação do dano tecidual,</p><p>neutralizando enzimas proteolíticas e metabólitos de oxigênio: α1-antiproteinase, α1-</p><p>antiquimiotripsina, α2-antiplasmina, inibidor do C1;</p><p>• Proteínas de transporte com atividade antioxidante – responsáveis pela</p><p>contenção da reação inflamatória e restauração da estrutura original lesada:</p><p>ceruloplasmina, hemopexina, haptoglobina;</p><p>• Outras – proteína sérica amiloide A (SAA), antagonista do receptor de IL-1, α1-</p><p>glicoproteína ácida, fosfolipase A2 secretória grupo IIA (sPLA2-IIA).</p><p>Há diferenças significativas em termos de cinética, magnitude e duração de</p><p>resposta entre os biomarcadores inflamatórios. A PCR e a SAA são detectadas a partir</p><p>de quatro horas do insulto e têm pico de 24 a 72 horas, podendo chegar a mil vezes o</p><p>valor normal. O fibrinogênio tem pico em sete a dez dias e eleva-se duas a três vezes o</p><p>normal (Figura 1).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>48</p><p>FIGURA 1. PADRÃO DE RESPOSTA DE BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS FRENTE À LESÃO TECIDUAL.</p><p>Apenas alguns desses marcadores encontram-se disponíveis para utilização na</p><p>rotina do reumatologista, e o texto trata, inicialmente, das origens e funções biológicas</p><p>das proteínas envolvidas e dos métodos de determinação de sua atividade. Em seguida,</p><p>detalhamos seus usos nas diversas doenças reumáticas.</p><p>PROTEÍNA C-REATIVA</p><p>É o biomarcador mais estudado. Promove a interação entre imunidades humoral</p><p>e celular. É produzida no fígado e classificada como pentraxina – um pentâmero com</p><p>uma fenda ligadora de fosfatidilcolina (dependente de íons cálcio) e outras em face</p><p>oposta que se ligam ao componente do sistema complemento C1q e à porção Fc de</p><p>imunoglobulinas (Fcγ).</p><p>Sua função é ligar-se a patógenos e células lesadas e/ou apoptóticas (fosfati-</p><p>dilcolina) e iniciar sua eliminação por meio da ativação do sistema complemento e de</p><p>fagócitos (C1q e Fcγ). Essas ligações e atrações celulares permitem considerá-la uma</p><p>opsonina. Também atua regulando a extensão e a intensidade da reação inflamatória.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Lápis</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>49</p><p>Apesar de sua função assemelhar-se à de anticorpos e participar da imunidade</p><p>inata, não há descrição de estados deficientes de proteína C-reativa (PCR), o que, a</p><p>princípio, deve ser incompatível com a vida.</p><p>A ativação do complemento ocorre pela via clássica, por deposição dos</p><p>fragmentos de C3 e C4 na PCR e no ligante, formação da C3 convertase clivando o</p><p>C3 em C3a, uma anafilatoxina que induz a liberação de histamina de basófilos e</p><p>mastócitos, e C3b, que atua como opsonina, atraindo fagócitos – macrófagos – ao local</p><p>da inflamação. A ativação não converte C5, ou seja, não há amplificação dos efeitos</p><p>pró-inflamatórios ou formação do complexo de ataque à membrana (CAM) diretamente</p><p>pela PCR. A PCR e a via clássica do complemento atuam em sintonia, promovendo a</p><p>limpeza de células apoptóticas sem ocasionar lise celular, minimizando a liberação de</p><p>mediadores que aumentariam a reação inflamatória.5 É sabido que, na artrite reumatoide</p><p>(AR), o complemento é ativado pela PCR, especialmente naqueles com maior atividade</p><p>de doença, porém não está clara a participação da ativação do complemento na</p><p>manutenção da reação inflamatória e destruição articular.</p><p>A interação entre PCR e porção Fc de imunoglobulinas dá-se, em fagócitos, por</p><p>meio de receptores FcγRI (CD64) e FcγRIIa (CD32), levando à indução de fagocitose e à</p><p>secreção de citocinas pró-inflamatórias como interleucina (IL)-1 e fator de necrose</p><p>tumoral (TNF)-α. Já em neutrófilos, a interação promove down-regulation da inflamação</p><p>com inibição da resposta quimiotática, clivagem de L-selectina diminuindo a marginação</p><p>de leucócitos e endocitose de receptores IL-6. Verifica-se, portanto, que a PCR tem</p><p>funções pró e anti-inflamatórias. A determinação da PCR é mais sensível, avaliando</p><p>uma resposta rápida por uma medida direta. Reflete, também, a extensão do processo</p><p>inflamatório ou da atividade clínica, principalmente em infecções bacterianas (e não</p><p>virais), reações de hipersensibilidade, isquemia e necrose tecidual. Podem-se encontrar</p><p>valores discretamente elevados de PCR em obesidade, tabagismo, diabetes, uremia,</p><p>hipertensão arterial, inatividade física, uso de anticoncepcionais orais, distúrbios do</p><p>sono, álcool, fadiga crônica, depressão, envelhecimento, doença periodontal, entre</p><p>outras situações. É também um marcador de aterosclerose, sendo um preditor de</p><p>infarto do miocárdio, morte súbita ou acidente vascular encefálico e deve ter papel na</p><p>patogênese da aterogênese.</p><p>A metodologia amplamente utilizada é a imunonefelometria, que permite</p><p>a</p><p>liberação de resultados quantitativos, facilitando a interpretação clínica e permitindo o</p><p>acompanhamento laboratorial de cada caso.</p><p>A PCR também é importante como marcador de ativação endotelial e indutor de</p><p>lesão vascular relacionada à inflamação, em especial em placas de ateroma. Pode ser</p><p>utilizada como preditor de coronariopatias (angina e infarto do miocárdio), por acelerar</p><p>o processo de aterosclerose. A denominação de PCR hipersensível, ou ultrassensível,</p><p>diz respeito a métodos que possam detectar valores mais baixos (menor do que o</p><p>percentil 97,5) do que os limites dos métodos usuais (menor do que percentil 90), ou</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>50</p><p>seja, exames mais sensíveis, que já identifiquem alterações inflamatórias em pacientes</p><p>aparentemente saudáveis ou com fatores de risco conhecidos e permitam estimar</p><p>o risco cardiovascular. Em pacientes com AR e lúpus eritematoso sistêmico (LES), a</p><p>inflamação persistente, demonstrada por dosagens sequenciais de PCR, implica</p><p>morbidade e mortalidade cardiovascular precoce.</p><p>FONTE: Adaptado de ROSA NETO, N. S.; CARVALHO, J. F. O uso de provas de atividade inflamatória em</p><p>reumatologia. Rev. Bras. Reumatol., v. 49, n. 4, p. 413-30, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/</p><p>pdf/rbr/v49n4/08.pdf. Acesso em: 18 dez. 2020.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>51</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A técnica de aglutinação em látex é baseada nas reações de precipitação, os quais</p><p>refletem a interação entre antígeno e anticorpos solúveis que produzem complexos</p><p>insolúveis visíveis.</p><p>• Técnicas que utilizam a aglutinação em látex permitem realizar análise qualitativa</p><p>e semiquantitativa de marcadores imunológicos, como a proteína C-reativa, o fator</p><p>reumatoide e a antiestreptolisina O.</p><p>• O nefelômetro mede a luz dispersa pelos imunocomplexos a partir de um detector</p><p>posicionado em um ângulo de 70° em relação à fonte de luz.</p><p>• A nefelometria é uma metodologia rápida e precisa, principalmente quando os</p><p>nefelômetros dispõem de dispositivos que subtraem interferentes.</p><p>• A turbidimetria é uma metodologia que ocorre a partir da emissão de feixe de luz</p><p>na amostra previamente preparada com reagente, que incide sob as partículas</p><p>sólidas existentes no líquido e reflete os raios luminosos e o turbidímetro mede a luz</p><p>absorvida.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 4</p><p>52</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Existem alguns métodos quantitativos utilizados para mensurar marcadores de</p><p>doenças reumáticas. Explique a diferença entre a nefelometria e a turbidimetria.</p><p>2 O fator reumatoide é um marcador utilizado para diagnóstico e prognóstico de artrite</p><p>reumatoide, entre outras doenças. Para execução das metodologias de aglutinação</p><p>em látex e nefelometria, temos a formação de uma solução com micropartículas</p><p>capazes de dispersar luz e, com isso, permitir a análise desse analito. Sobre o tipo de</p><p>solução utilizada nessas técnicas, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Solução coloidal.</p><p>b) ( ) Solução ácida.</p><p>c) ( ) Solução não inerte.</p><p>d) ( ) Solução precipitadora.</p><p>3 Alguns interferentes podem interferir nos resultados obtidos pela técnica de</p><p>aglutinação em látex. Cite-os e explique por que eles podem ocorrer.</p><p>A diferença é que a nefelometria mensura a luz dispersa e a</p><p>turbidimetria, a luz absorvida.</p><p>resultados alterados em decorrência da presença de</p><p>hemólise e lipemia na amostra e da execução da técnica fora do tempo</p><p>indicado nas instruções. Nesses casos, existe o favorecimento de</p><p>aglutinações inespecíficas, o que pode gerar resultados falso-positivos</p><p>concentrações muito elevadas do</p><p>marcador investigado podem apresentar resultados falso-negativos</p><p>devido ao efeito prozona que se estabelece.</p><p>53</p><p>ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J. S. Imunologia celular e molecular. 6. ed.</p><p>Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.</p><p>BENDER, A. L.; VON MÜHLEN, C. A. Testes Laboratoriais Aplicados à Imunologia Clínica.</p><p>In: VOLTARELLI, J. C. et al. Imunologia na Clínica Médica. São Paulo: Atheneu; 2009.</p><p>p. 73-94. Disponível em: http://docente.ifsc.edu.br/rosane.aquino/MaterialDidatico/</p><p>AnalisesClinicas/avalia%C3%A7%C3%A3o/Testes-Laboratoriais-Aplicados-Imunologia-</p><p>Clinica.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. O que é janela imunológica? Ministério da Saúde, 2018.</p><p>Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/faq/18-o-que-e-janela-imunologica.</p><p>Acesso em: 14 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças reumáticas: doenças que podem atingir pessoas</p><p>de todas as idades. Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.</p><p>gov.br/bvs/folder/doencas_reumaticas.pdf. Acesso em: 14 jan. 2021.</p><p>BIRTANE, M.; YAVUZ, S.; TAŞTEKIN, N. Laboratory evaluation in rheumatic diseases.</p><p>World J Methodol., v. 7, n. 1, p. 1-8, 2017.</p><p>CARVALHO, M. A. et al. Reumatologia – Diagnóstico e Tratamento. 4. ed. São Paulo:</p><p>AC Farmacêutica; 2014.</p><p>CARVALHO, J. F. et al. C-Reactive protein and its implications in systemic lupus</p><p>erythematosus. Acta Reumatol Port., v. 32, n. 4, p. 317-22, 2007.</p><p>COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.</p><p>CRUZ, J. V. C. Aspectos celulares, moleculares e clínicos da febre reumática:</p><p>uma revisão da literatura. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Biomedicina)</p><p>– Faculdade de Ciências da Educação e Saúde (FACES), Centro Universitário de</p><p>Brasília (UNICEUB), Brasília, 2017. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/</p><p>bitstream/235/11652/1/21352046.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>FERREIRA, J. C.; PATINO, C. M. Entendendo os testes diagnósticos. Parte 1. J Bras</p><p>Pneumol., v. 43, n. 5, p. 330-330, 2017.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>54</p><p>GEERTS, I. et al. The clinical-diagnostic role of antistreptolysin O antibodies. Acta Clin</p><p>Belg., v. 66, n. 6, p. 410-415, 2011.</p><p>GOLD ANALISA DIAGNÓSTICA. PCR Turbidimetria. Bula de Kit Reagente. Belo Horizonte:</p><p>Gold Analisa Diagnóstica, 2012. Disponível em: http://www.goldanalisa.com.br/</p><p>arquivos/%7B9FE8418E-B57A-4585-AA85-599FC7CC8E4C%7D_pcr_turbidimetria.</p><p>PDF. Acesso em: 16 dez. 2020.</p><p>GOELDNER, I. et al. Artrite reumatoide: uma visão atual. J Bras Patol Med Lab., v. 47,</p><p>n. 5, p. 495-503, 2011.</p><p>HAMMER, G. D.; MCPHEE, S. J. Fisiopatologia da doença: uma introdução à medicina</p><p>clínica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH; 2016.</p><p>LABORCLIN. ASO Látex. Bula de Kit Reagente. São José dos Pinhais: Laborclin</p><p>Produtos para Laboratórios, 2018. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/</p><p>wp-content/uploads/2019/06/Aso_latex_551018_551020_551021.pdf. Acesso em:</p><p>26 abr. 2021.</p><p>LABTEST. FR Látex. Bula de Kit Reagente. Vista Alegre: Labtest, 2018.</p><p>Disponível em: https://labtest.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Ref_159_</p><p>Edi%C3%A7%C3%A3oSetembro2018_Ref280818_Port.pdf. Acesso em: 9 fev. 2021.</p><p>LABTEST. Turbidimetria. Guia Técnico. Labtest, 2010. Disponível em: https://labtest.</p><p>com.br/wp-content/uploads/2016/12/Guia_Tecnico_Turbidimetria.pdf. Acesso em: 9</p><p>fev. 2021.</p><p>LUNDY, S. K.; FOX, D. A.; GIZINSKI, A. Introduction to clinical immunology: overview of</p><p>the immune response, autoimmune conditions, and immunosuppressive therapeutics.</p><p>In: Nabel EG, editor. ACP Medicine: Allergy & Immunology; Hamilton: Decker Publishing;</p><p>2012. p. 1-15.</p><p>MACEDO, I. B. et al. Artrite Reumatoide e Fator Reumatoide. Analisando Informe</p><p>Técnico. Gold Analisa Diagnóstica, n. 19, ano 5, 2016. Disponível em: http://</p><p>goldanalisa.com.br/arquivos/%7BA458EFA1-75E8-43FE-B792-C028EC7C73E7%7D_</p><p>Analisando%2019_web.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>MESQUITA JUNIOR, D. et al. Sistema imunitário – parte II: fundamentos da resposta</p><p>imunológica mediada por linfócitos T e B. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo, v. 50, n. 5,</p><p>p. 552-580, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbr/v50n5/v50n5a08.pdf.</p><p>Acesso em: 20 dez.</p><p>2020.</p><p>55</p><p>MONTES, G. C. Derivado N-metil-acilidrazônico (LASSBio-1359) reduz dor</p><p>e inflamação em modelo de monoartrite. Tese (Doutorado) – Instituto de</p><p>Ciências Biomédica, Programa de Pós-graduação em Farmacologia e Química</p><p>Medicinal, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível</p><p>em: https://farmacologia.icb.ufrj.br/posgraduacao/Doc_Pat/Defesas/2014/</p><p>D2014GuilhermeCarneiroMontes.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>MOTA, L. M. H. et al. Consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia 2011 para o</p><p>diagnóstico e avaliação inicial da artrite reumatoide. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo,</p><p>v. 51, n. 3, p. 207-219, 2011.</p><p>MOURA, M. C. et al. Perfil dos pacientes com manifestações extra-articulares de</p><p>artrite reumatoide de um serviço ambulatorial em Curitiba, Sul do Brasil. Rev. Bras.</p><p>Reumatol., São Paulo, v. 52, n. 5, p. 686-694. 2012. Disponível em: https://www.scielo.</p><p>br/pdf/rbr/v52n5/v52n5a04.pdf. Acesso em: 26 dez. 2020.</p><p>NETO, N. S. R.; CARVALHO, J. F. O uso de provas de atividade inflamatória em</p><p>reumatologia. Rev Bras Reumatol., v. 49, n. 4, p. 413-30, 2009. Disponível em: https://</p><p>www.scielo.br/pdf/rbr/v49n4/08.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>DOLES. PCRTEST. Bula de Kit Reagente. Goiânia: Doles, 2018. Disponível em: http://</p><p>www.doles.com.br/produtos/instrucoes/PCRTEST.pdf. Acesso em: 9 fev. 2021.</p><p>PEREIRA, B. R. F.; BELO, A. R.; SILVA, N. A. Febre reumática: atualização dos critérios de</p><p>Jones à luz da revisão da American Heart Association – 2015. Rev. Bras. Reumatol.,</p><p>São Paulo, v. 57, n. 4, p. 364-368, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbr/</p><p>v57n4/pt_0482-5004-rbr-57-04-0364.pdf. Acesso em: 26 dez. 2020.</p><p>RACHID, A. Etiopatogenia da febre reumática. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo, v. 43,</p><p>n. 4, p. 232-237, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbr/v43n4/a05v43n4.</p><p>pdf. Acesso em: 23 dez. 2020.</p><p>REZEND, M. U.; CAMPOS, G. C. A osteoartrite é uma doença mecânica ou inflamatória?</p><p>Rev. Bras. Ortop., São Paulo, v. 48, n. 6, p. 471-474, 2013. Disponível em: https://www.</p><p>scielo.br/pdf/rbort/v48n6/pt_0102-3616-rbort-48-06-00471.pdf. Acesso em: 20 dez.</p><p>2020.</p><p>RODBARD, C. A. et al. Artrite reumatoide: um processo de inflamação crônica.</p><p>Caderno Saúde e Desenvolvimento, v. 5, n. 8, 2019.</p><p>SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Artmed;</p><p>2017.</p><p>56</p><p>SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Cartilha Osteoartrite. 2019. Disponível</p><p>em: https://screumatologia.com.br/wp-content/uploads/2019/01/cartilhasbr-</p><p>osteoartrite.pdf. Acesso em: 18 dez. 2020.</p><p>SMITH, G.; HOLMAN, R. P. The prozone phenomenon with syphilis and HIV-1 co-</p><p>infection. South Med J., v. 97, p. 379-382, 2004.</p><p>SOHN, D. H. et al. Plasma proteins present in osteoarthritic synovial fluid can stimulate</p><p>cytokine production via Toll-like receptor 4. Arthritis Res Ther., v. 14, n. 1, R7, 2012.</p><p>Disponível em: https://arthritis-research.biomedcentral.com/articles/10.1186/ar3555.</p><p>Acesso em: 1 abr. 2021.</p><p>SPECIAL GLASS. Turbidímetro Valor. Special Glass. Disponível em: http://www.</p><p>specialglass.com.br/turbidimetro-valor#:~:text=O%20turbid%C3%ADmetro%20</p><p>valor%20funciona%20emitindo,l%C3%ADquido%20est%C3%A1%20puro%20ou%20</p><p>n%C3%A3o. Acesso em: 20 dez. 2020.</p><p>VEIGA, A. P. et al. Utilização de técnica rápida de aglutinação em látex para</p><p>determinação semiquantitativa dos níveis séricos de proteína C reativa em cães.</p><p>Acta Scientiae Veterinariae. v. 37, n. 2, p. 151-155, 2009. Disponível em: https://</p><p>www.researchgate.net/publication/332389909_Utilizacao_de_tecnica_rapida_de_</p><p>aglutinacao_em_latex_para_determinacao_semiquantitativa_dos_niveis_sericos_</p><p>de_proteina_C_reativa_em_caes/fulltext/5cb153e74585156cd794333f/Utilizacao-</p><p>de-tecnica-rapida-de-aglutinacao-em-latex-para-determinacao-semiquantitativa-</p><p>dos-niveis-sericos-de-proteina-C-reativa-em-caes.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021</p><p>VIDA BIOTECNOLOGIA. Proteína C-reativa. Bula de Kit Reagente. Belo Horizonte: VIDA</p><p>Biotecnologia, 2016. Disponível em: https://www.vidabiotecnologia.com.br/novo_</p><p>site/content/uploads/2015/08/PCR-L%c3%81TEX.pdf. Acesso em: 16 dez. 2020.</p><p>VOLTARELLI, J. C. Imunologia Clínica na Prática Médica. 7. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Atheneu, 2009.</p><p>57</p><p>APLICAÇÃO DA</p><p>IMUNOLOGIA NO</p><p>DIAGNÓSTICO E</p><p>PROGNÓSTICO DO</p><p>PRÉ-NATAL</p><p>UNIDADE 2 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• entender as demandas imunológicas e a importância do acompanhamento</p><p>imunológico no período pré-natal;</p><p>• identificar a toxoplasmose, doença causada por um protozoário chamado Toxoplasma</p><p>gondii;</p><p>• entender as principais características do vírus da rubéola e do citomegalovírus;</p><p>• conhecer as metodologias utilizadas para diagnóstico e prognóstico do pré-natal.</p><p>Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO</p><p>IMUNOLÓGICO NO PERÍODO PRÉ-NATAL</p><p>TÓPICO 2 – TOXOPLASMOSE</p><p>TÓPICO 3 – CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA</p><p>TÓPICO 4 – METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO</p><p>PRÉ-NATAL</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>58</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>59</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A</p><p>IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO</p><p>IMUNOLÓGICO NO PERÍODO PRÉ-NATAL</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Sob o aspecto imunológico, a gestação é semelhante à invasão do organismo</p><p>por um patógeno, pois, ao longo de 9 meses, o feto se nutre e cresce consideravelmente</p><p>até estar apto a viver fora do ambiente que propiciou o seu desenvolvimento – afinal, se</p><p>existe essa semelhança entre a gestação e um processo infeccioso, por que o sistema</p><p>imune da gestante não ataca o feto? Neste tópico, veremos por que isso não ocorre.</p><p>A ideia de que uma mulher tem a capacidade de gerar uma nova vida é vista como</p><p>um milagre, que é resultado de diversas mudanças no corpo da gestante. Adaptações</p><p>fisiológicas, anatômicas e endócrinas permitem que o feto se desenvolva em sua</p><p>completude. Entretanto, algo também deveria acontecer no sistema imunológico da</p><p>mãe, uma vez que as características genéticas do feto diferem das genéticas da mãe.</p><p>Assim, ele deveria ser reconhecido pelo sistema imune como um agente agressor.</p><p>Sabemos que, de alguma forma, o feto não é percebido dessa maneira pelo</p><p>sistema imune. Isso acontece porque nós, mamíferos placentários, possuímos estruturas</p><p>que protegem o desenvolvimento embrionário, do ponto de vista imunológico, como a</p><p>decídua. Decídua é um nome que deriva do termo em latim deciduus, traduzido como</p><p>“que se desprende”. Trata-se do endométrio do tecido gravídico, que possui funções</p><p>relacionadas à composição estrutural e nutricional embrionária. No aspecto imunológico,</p><p>Nancy et al. (2012) descobriram que a decídua é capaz de silenciar a expressão de genes</p><p>responsáveis pela produção citocinas mediadoras de inflamação. Essas citocinas, por</p><p>sua vez, atuam recrutando linfócitos T. Com o silenciamento desses genes, os linfócitos</p><p>não recebem sinalização na decídua, o que impede que eles se acumulem nesta</p><p>estrutura placentária. Essa descoberta indica que um dos mecanismos associados à</p><p>imunotolerância materno-fetal permite que o feto se desenvolva sem ser atacado pelo</p><p>sistema imune materno. Mesmo sabendo que a gestante é imunotolerante, e o feto</p><p>não é visto como um “inimigo”, é importante tratarmos de outro assunto importante: o</p><p>acompanhamento pré-natal.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>60</p><p>Pré-natal é um termo que se refere ao acompanhamento recebido pelas</p><p>gestantes desde a confirmação da gravidez ao nascimento do bebê. O objetivo do pré-</p><p>natal é acompanhar a evolução das adaptações fisiológicas gestacionais</p><p>como o ganho</p><p>de peso, a alimentação, a pressão arterial, o desenvolvimento fetal e demais ocorrências</p><p>que podem gerar algum prejuízo ao longo da gestação (BRASIL, 2016).</p><p>De acordo com o atual risco gestacional, existem dois tipos de abordagem</p><p>pré-natal: o pré-natal de risco habitual (quando a gestante não possui doenças que</p><p>possam sofrer agravo ao longo da gestação), e o pré-natal de alto risco (quando a</p><p>gestante já possui fatores de risco ou doenças que podem prejudicar na gestação, o que</p><p>exige um acompanhamento mais próximo).</p><p>Ao acompanhar o período gestacional, o objetivo é monitorar sinais vitais e</p><p>parâmetros que, quando alterados, representam forte indício de risco para mãe e para o</p><p>bebê, como hipertensão, diabetes gestacional e infecções (BRASIL, 2010).</p><p>Como é possível imaginar, a contar pelos exemplos de infecções e diabetes</p><p>gestacional, o laboratório clínico é um elemento essencial para um pré-natal de sucesso.</p><p>Nesse contexto, além da avaliação realizada pelas equipes médicas, diferentes exames</p><p>são solicitados com o intuito de investigar as condições de saúde da gestante, podendo-</p><p>se destacar os ensaios imunológicos voltados à detecção da gestação (como a dosagem</p><p>de gonadotrofina coriônica humana) e a investigação de doenças infecciosas, como a</p><p>toxoplasmose, o citomegalovírus e a rubéola. A seguir, conheceremos mais sobre esses</p><p>marcadores imunológicos, sua importância e metodologias utilizadas para execução</p><p>desses imunoensaios.</p><p>Importância do pré-natal</p><p>Segundo o Ministério da Saúde, a realização do pré-natal representa papel fundamental na</p><p>prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo</p><p>um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante.</p><p>Informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as</p><p>mulheres e os profissionais de saúde. Essa possibilidade de intercâmbio de</p><p>experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover</p><p>a compreensão do processo de gestação.</p><p>Para saber mais sobre o tema, sugerimos a leitura do texto Importância do</p><p>pré-natal, do Ministério da Saúde, que aborda a relevância da realização do</p><p>pré-natal para a saúde da gestante e do bebê, acesse: http://bvsms.saude.</p><p>gov.br/dicas-em-saude/2198-importancia-do-pre-natal.</p><p>INTERESSANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>61</p><p>2 GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA</p><p>A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é um hormônio popularmente conhecido</p><p>para detectar uma gestação. Trata-se de um hormônio produzido, em condições</p><p>fisiológicas, durante a gestação. Inicialmente, sua produção ocorre via sinciciotrofoblastos,</p><p>e representa uma sinalização essencial para a manutenção da gestação. Ao longo do</p><p>primeiro mês e meio de gravidez, é o hCG que sinaliza a manutenção do corpo lúteo. O</p><p>corpo lúteo, por sua vez, produz progesterona, um hormônio responsável por manter a</p><p>gestação ao longo das primeiras semanas de gravidez. A progesterona tem esse papel</p><p>devido a sua capacidade de espessamento do endométrio e inibição das contrações</p><p>uterinas, características que favorecem a implantação e a manutenção do óvulo fertilizado</p><p>no útero (Figura 1). Além da produção de progesterona no estágio inicial da gestação, o</p><p>hCG liga-se a receptores específicos que estimulam a angiogênese (criação de vasos</p><p>sanguíneos) no endotélio uterino (NWABUOBI et al., 2017).</p><p>Contudo, o corpo lúteo não permanece viável ao longo de toda gestação, o</p><p>que significa que, após algum tempo, será necessário que outra estrutura mantenha a</p><p>secreção de hormônios da gestação. De acordo com Silverthorn (2017, p. 829): “A menos</p><p>que o embrião em desenvolvimento envie um sinal hormonal, o corpo lúteo degenera-</p><p>se, os níveis de estrogênio e progesterona caem e o embrião é eliminado do corpo junto</p><p>com as camadas superficiais do endométrio durante a menstruação”.</p><p>Assim, a partir da 8ª semana de desenvolvimento fetal, é a placenta que passa a</p><p>secretar hormônios que impedirão a menstruação ao longo da gestação, como estrogênio,</p><p>progesterona, hormônio lactogênio placentário humano e gonadotrofina coriônica</p><p>humana. Durante esse período, as concentrações desses hormônios na corrente</p><p>sanguínea sofrem grandes variações, a fim de permitir que ocorram as adaptações</p><p>físicas e metabólicas necessárias para a boa evolução da gestação (SANARMED, 2019).</p><p>FIGURA 1 – VARIAÇÃO DOS NÍVEIS HORMONAIS DURANTE A GRAVIDEZ</p><p>FONTE: . Acesso em: 20 jan. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>62</p><p>Atualmente, a detecção laboratorial de hCG qualitativa ou quantitativa é o</p><p>principal instrumento no diagnóstico de gestação. O hCG é uma molécula composta por</p><p>proteínas em 70% de sua estrutura e 30% de ramificações e unidades de carboidratos.</p><p>Essa molécula contém 2 subunidades, a alfa, composta por aminoácidos organizados</p><p>de maneira semelhante à região alfa de outras glicoproteínas, como o hormônio</p><p>luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH). Por outro lado, a outra</p><p>subunidade, que recebe o nome de beta (BhCG) não apresenta essa similaridade com</p><p>outras moléculas, o que confere a característica de especificidade biológica. Assim,</p><p>quando as metodologias apresentam o nome BhCG, sabemos que essa subunidade</p><p>será utilizada no princípio do teste para reduzir potenciais interferentes na amostra</p><p>(MEDEIROS; NORMAN, 2006).</p><p>Para a detecção do BhCG, podemos realizar ensaios qualitativos e quantitativos.</p><p>Um exemplo de ensaio qualitativo são os testes de gravidez vendidos em farmácias,</p><p>nos quais a amostra utilizada é urina. No laboratório clínico, também podemos utilizar</p><p>ensaios quantitativos, geralmente realizados com soro da paciente.</p><p>Caro acadêmico, ao longo desta disciplina, alguns termos serão recorrentes, como a</p><p>caracterização de técnicas como qualitativas ou quantitativas. A seguir, aproveitamos</p><p>para relembrar esses conceitos:</p><p>• Análise qualitativa: indica se há ou não quantidade relevante do analito</p><p>que está sendo investigado na amostra em questão. O critério que</p><p>estabelece se existe uma quantidade significativa do analito se chama</p><p>cut-off, que corresponde ao ponto de corte predeterminado. Nesse tipo</p><p>de metodologia, não identificamos a concentração do analito.</p><p>• Análise quantitativa: mensura a concentração do analito em questão</p><p>na amostra utilizada.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Nesse momento, pode surgir a seguinte dúvida: se podemos utilizar urina para</p><p>detectar esse hormônio, por que coletar sangue?</p><p>Amostras de urina podem apresentar concentrações inferiores àquelas que são</p><p>o nível mínimo de detecção do teste. Pacientes que consomem mais líquidos apresentam</p><p>urina diluída, podendo gerar resultados falso-negativo, por exemplo. Por outro lado,</p><p>a utilização de amostras de soro para testes quantitativos não apresenta este tipo de</p><p>interferência, o que reduz consideravelmente a possibilidade de resultados falso-</p><p>negativos. A detecção de BhCG utilizando amostras de soro pode ocorrer a partir do 8º a</p><p>11º dia pós concepção. Em geral, testes qualitativos são considerados testes de triagem,</p><p>que permite que a paciente identifique ou não uma possível gestação (BRITO, 2018).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>63</p><p>As metodologias quantitativas para dosagem do BhCG podem ser utilizadas</p><p>para detecção, porém, o principal motivo</p><p>de solicitação médica é como instrumento de</p><p>auxílio na estimativa do tempo de gestação, pois é possível detectar a concentração do</p><p>hormônio presente no sangue. Abaixo, apresentamos um fluxograma que indica a relação</p><p>entre as concentrações desse hormônio e período gestacional estimado (Figura 2).</p><p>Podemos afirmar que, se este hormônio estiver presente em concentrações</p><p>elevadas em amostras de soro ou urina de paciente, sua detecção não necessariamente</p><p>indica gestação, pois, até o momento, vimos apenas as circunstâncias fisiológicas</p><p>em que o hCG é produzido. Contudo, existem ainda condições patológicas em que a</p><p>dosagem de b-hCG pode estar aumentada, tanto em homens quanto mulheres.</p><p>FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO GESTACIONAL</p><p>FONTE: . Acesso em: 16 mar. 2021.</p><p>1° trimestre: até</p><p>150.000 mUI/ml</p><p>2° trimestre:</p><p>3.500 a 20.000</p><p>mUI/mL</p><p>3° trimestre:</p><p>5.000 a 50.000</p><p>mUI/mL</p><p>Positivo</p><p>Negativo</p><p>BETA-hCG</p><p>Sangue</p><p>Urina</p><p>Antigamente, os laboratórios clínicos utilizavam sapos para realizar</p><p>testes de gravidez. Leia a reportagem, publicada no site Aventuras</p><p>na História, que relata a evolução dos testes de gravidez ao longo</p><p>do tempo. Acesse: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/</p><p>almanaque/sapo-o-primeiro-teste-de-gravidez.phtml.</p><p>INTERESSANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Lápis</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>64</p><p>2.1 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL</p><p>De acordo com Lima et al. (2017, p. 94):</p><p>Doença trofoblástica gestacional (DTG) compreende um grupo de</p><p>tumores derivados do tecido placentário, incluindo lesões benignas,</p><p>representadas pela mola hidatiforme completa (MHC) e parcial, e um</p><p>grupo de lesões com diferentes graus de invasão de disseminação,</p><p>denominadas neoplasia trofoblástica gestacional (NTG): mola inva-</p><p>sora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário e tumor</p><p>trofoblástico epitelioide.</p><p>A mola hidatiforme, ou gravidez molar é uma complicação gestacional que</p><p>resulta no desenvolvimento de células anormais, que resulta em um agrupamento</p><p>celular desordenado, semelhante a cachos de uva (Figura 3).</p><p>FIGURA 3 – COMPARAÇÃO ENTRE ÚTERO NORMAL E ÚTERO COM GRAVIDEZ MOLAR</p><p>FONTE:</p><p>Acesso em: 17 fev. 2021.</p><p>Apesar do nome “gravidez”, esta não é uma condição capaz de gerar um feto</p><p>normal. Ela pode ser o resultado de um espermatozoide que fertiliza um óvulo sem</p><p>núcleo de DNA (mola hidatiforme completa) ou pode resultar da fertilização de um óvulo</p><p>normal por dois espermatozoides (mola hidatiforme incompleta), sendo este último tipo</p><p>com menor probabilidade de evolução para doença trofoblástica gestacional maligna.</p><p>Apesar de tratar-se de uma condição que não evoluirá para formação de um feto viável,</p><p>a mola hidatiforme apresenta aumento expressivo nas concentrações de BhCG.</p><p>Assim, a presença de concentrações elevadas de BhCG, discrepantes do período</p><p>gestacional, em associação às manifestações clínicas características como indicado</p><p>por Andrade (2009, p. 95):</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>65</p><p>Do ponto de vista clínico, o volume uterino aumentado e complicações</p><p>como hiperemese, pré-eclâmpsia e cistos tecaluteínicos são mais</p><p>frequentes entre as portadoras de MHC. As pacientes com MHP</p><p>geralmente apresentam sintomas consistentes com abortamento</p><p>incompleto ou retido e por isto quase sempre o diagnóstico de MHP é</p><p>obtido após avaliação histológica de material de curetagem.</p><p>Esse conjunto de informações permite que o médico identifique a doença e</p><p>realize o manejo adequado (ANDRADE, 2009).</p><p>Além da mola hidatiforme, o BhCG pode apresentar concentrações elevadas na</p><p>presença de coriocarcinomas. O coriocarcinoma é uma doença trofoblástica gestacional</p><p>com características cancerígenas. Trata-se de uma condição majoritariamente originada</p><p>de uma gestação prévia ou presença de gestação molar. Entretanto, em casos raros, o</p><p>coriocarcinoma pode aparecer em outras regiões fora do útero, acometendo inclusive</p><p>homens, principalmente nos testículos (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2016).</p><p>Como visto, uma solicitação de exame de BhCG para homens está</p><p>relacionada com a investigação da presença de coriocarcinoma. A</p><p>detecção de BhCG pode ser realizada por metodologias diferentes,</p><p>cada uma com vantagens e desvantagens relacionadas a sua espe-</p><p>cificidade e sensibilidade, assim como interferentes presentes na</p><p>amostra, que podem prejudicar os resultados dos testes, reduzindo</p><p>sua capacidade de indicar a condição dos pacientes.</p><p>DICA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>66</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O hCG é um hormônio produzido durante a gestação, em condições fisiológicas,</p><p>podendo também apresentar concentrações elevadas em condições patológicas,</p><p>como as doenças trofoblásticas gestacionais.</p><p>• O hCG auxilia, inicialmente, na manutenção do corpo lúteo, para que ele permaneça</p><p>viável e produza progesterona, hormônio que auxiliará no sucesso das etapas iniciais</p><p>da gestação. Além disso, o hCG está vinculado à angiogênese no endométrio.</p><p>• A partir da 8ª semana de gestação, a placenta passa a ser quem secreta diversos</p><p>hormônios, entre eles o hCG e a progesterona.</p><p>• Durante a gestação as concentrações de hormônios na corrente sanguínea variam.</p><p>Essas oscilações promovem as adaptações físicas e metabólicas</p><p>• Para fins diagnósticos, a subunidade beta do hCG é a mais comumente utilizada, uma</p><p>vez que apresenta maior especificidade biológica, reduzindo, assim, as chances de</p><p>resultados alterados em decorrência de interferentes presentes na amostra.</p><p>• A detecção de BhCG utilizando amostras de soro pode ocorrer a partir do 8º a 11º dia</p><p>pós-concepção.</p><p>• Testes qualitativos de BhCG são considerados testes de triagem, que permitem que</p><p>a paciente identifique ou não a gestação</p><p>• Metodologias quantitativas para BhCG são instrumento de auxílio na estimativa do</p><p>tempo de gestação.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>67</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) é encontrado em amostras de</p><p>sangue ou urina de mulheres grávidas. Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Os testes rápidos, comercializados em farmácias, são utilizados como testes</p><p>confirmatórios de gestação, uma vez que a amostra utilizada é a urina.</p><p>b) ( ) A análise quantitativa não é capaz de estimar o tempo de gestação da paciente.</p><p>c) ( ) Dosagem de BhCG em amostras de soro permite uma detecção mais precoce da</p><p>gestação, quando comparada a dosagens realizadas em amostras de urina.</p><p>d) ( ) Testes realizados em amostras de urina permitem detecção de gestação em até</p><p>duas semanas após a fecundação.</p><p>2 A gonadotrofina coriônica humana é um hormônio essencial para que o embrião</p><p>permaneça viável, uma vez que é responsável pela manutenção do corpo lúteo, que,</p><p>por sua vez, produz progesterona, hormônio que auxiliará no sucesso das etapas</p><p>iniciais da gestação. Apesar de sua semelhança a outros hormônios, como o LH</p><p>e o FSH, o hCG pode ser medido em amostras de soro sem que esses hormônios</p><p>interfiram na dosagem. Explique como é possível realizar a detecção de hCG sem a</p><p>interferência desses hormônios.</p><p>3 Cite uma vantagem e uma desvantagem da execução de testes de gravidez em</p><p>amostras de urina.</p><p>4 Considere o texto a seguir:</p><p>O hCG é um hormônio que tem importante papel como marcador sorológico indicativo</p><p>de ____________. Contudo, existem condições clínicas que também geram</p><p>aumento da concentração de hCG na circulação sanguínea como ___________,</p><p>por exemplo. Esta condição ______________.</p><p>Assinale</p><p>a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) Massa tumoral – mola hidatiforme – corresponde a uma doença trofoblástica</p><p>gestacional.</p><p>b) ( ) Mola hidatiforme – gestação – corresponde a uma doença trofoblástica</p><p>gestacional.</p><p>c) ( ) Gestação – mola hidatiforme – corresponde a uma doença trofoblástica</p><p>gestacional.</p><p>d) ( ) Doença trofoblástica gestacional – gestação – mola hidatiforme.</p><p>hCG contém dois subunidades: alfa e beta.</p><p>a característica de especificidade biológica da sub. beta</p><p>Vantagem: praticidade na obtenção da amostra.</p><p>• Desvantagem: é uma amostra que contém menor concentração de</p><p>hCG e pode estar diluída, gerando resultados falso-positivos.</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>68</p><p>5 O teste que detecta, seletivamente, a presença do hCG e é usado como diagnóstico de</p><p>gravidez. Reagentes imunológicos secos são dispostos em uma membrana e reagem</p><p>à medida que as amostras migram. Considerando o resultado válido indicativo de</p><p>ausência de gestação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Linha teste ausente e linha controle presente.</p><p>b) ( ) Linha teste ausente e linha controle ausente.</p><p>c) ( ) Linha teste presente e linha controle presente.</p><p>d) ( ) Linha teste presente e linha controle ausente.</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>69</p><p>TOXOPLASMOSE</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 —</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A toxoplasmose integra um grupo de doenças infecciosas investigadas durante o</p><p>período pré-natal. Por ser uma doença que, na maioria dos infectados, é assintomática,</p><p>pode trazer grandes prejuízos ao desenvolvimento fetal. É essencial identificar se a</p><p>gestante foi infectada, e se ela está no estágio agudo ou crônico da infecção.</p><p>Por isso, surgem questões como quem é o agente infeccioso por trás de uma</p><p>doença que pode acarretar prejuízos ao feto, como evitar a contaminação por esse agente</p><p>infeccioso, como os imunoensaios podem auxiliar o corpo clínico na identificação dessa</p><p>condição e qual o estado imunológico da paciente. A seguir, descobriremos mais sobre</p><p>as dinâmicas relacionadas à toxoplasmose e sua importância no contexto gestacional.</p><p>2 TOXOPLASMOSE</p><p>A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário chamado Toxoplasma</p><p>gondii, que infecta a maioria das espécies endotérmicas, incluindo os seres humanos.</p><p>Os únicos hospedeiros definitivos para Toxoplasma gondii são os membros da família</p><p>Felidae (que compreende principalmente os gatos domésticos).</p><p>• Animais endotérmicos: utilizam todo o calor que produzem internamente para</p><p>manter a temperatura corporal estável. É importante lembrar que o corpo depende</p><p>de uma série de reações químicas que dependem de uma temperatura ideal. Por</p><p>termos a capacidade de manter a nossa temperatura estável, nossas reações podem</p><p>ocorrer e a homeostase é mantida.</p><p>• Protozoário: microrganismos compostos por apenas uma célula, dotado</p><p>de núcleo, e que precisam de outros seres vivos para obter nutrição.</p><p>• Hospedeiros definitivos: são seres em que o toxoplasma é capaz de se</p><p>amadurecer e passar por reprodução sexuada.</p><p>• Hospedeiros intermediários: são seres em que o toxoplasma é capaz</p><p>de se reproduzir apenas de forma assexuada.</p><p>• Ciclo heteróxeno: é um ciclo que necessita de um ou mais hospedeiros</p><p>intermediários.</p><p>NOTA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>70</p><p>2.1 CICLO BIOLÓGICO</p><p>O ciclo de vida do parasita é heteroxeno, caracterizado por diversas etapas,</p><p>sendo que o T. gondii estará presente de diferentes maneiras, chamados de estágios</p><p>evolutivos (Figura 4):</p><p>• Taquizoítos: também chamados de trofozoítos, essa forma evolutiva ocorre na</p><p>infecção aguda. Como o próprio nome indica (taqui- = “rápido” em grego), é uma</p><p>forma evolutiva que se reproduz rapidamente dentro de diversos tipos celulares e</p><p>nas células epiteliais (exceto aquelas pertencentes ao trato gastrointestinal) do</p><p>hospedeiro intermediário. Sua multiplicação acontece por endodiogenia, que é</p><p>um modo especializado de multiplicação assexuada, no qual duas células-filhas são</p><p>formadas dentro da célula-mãe. Ao fim da reprodução, a membrana plasmática da</p><p>célula hospedeira é rompida, o que permite que os novos parasitas cheguem ao meio</p><p>extracelular e, a partir daí, passem a se disseminar pela corrente sanguínea e pelo</p><p>sistema linfático para outros tecidos (SOUZA et al., 2014).</p><p>• Oocistos: são as formas infectantes do T. gondii, resultado do ciclo sexuado do</p><p>parasita que ocorre no epitélio gastrointestinal dos felinos. São liberados no meio</p><p>externo pelas fezes.</p><p>• Bradizoítos: também conhecidos como merozoítos, são formas evolutivas de</p><p>reprodução lenta (bradi- = lento, em grego), que aparecem dentro de cistos teciduais.</p><p>Os bradizoítos utilizam o cisto como um artifício de proteção contra a resposta</p><p>imune. De acordo com Souza e Belfort Jr. (2014, p. 35), “embora os cistos teciduais se</p><p>desenvolvam em diversos órgãos como pulmões, fígado e rins, eles são prevalentes</p><p>nos tecidos muscular e nervoso, incluindo o cérebro, olhos e músculos esquelético e</p><p>cardíaco”.</p><p>Os cistos teciduais podem permanecer latentes por toda a vida do</p><p>hospedeiro sem causar uma resposta inflamatória ou imunológica,</p><p>evitando, assim, sua destruição. Durante o curso da infecção, os cistos</p><p>teciduais podem romper-se, e com a diferenciação de bradizoítas em</p><p>taquizoítas (conversão), reinvadem outras células hospedeiras e se</p><p>rediferenciam em bradizoítas (interconversão), formando um novo</p><p>cisto tecidual (SOUZA; BELFORT JR., 2014, p. 35).</p><p>FIGURA 4 – FORMAS EVOLUTIVAS DO TOXOPLASMA GONDII: OOCISTO 1000X (1);</p><p>TAQUIZOÍTOS LIVRES 1000X (2); E CISTO COM BRADIZOÍTOS 1000X (3)</p><p>FONTE: Hornink et al. (2013, p. 86)</p><p>A B C</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>UM OU MAIS HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>71</p><p>Para facilitar a compreensão de cada etapa do ciclo de vida do T. gondii, o</p><p>Quadro 1 descreve o significado dos números apresentados na Figura 5 (CDC, 2020).</p><p>FIGURA 5 – CICLO DE VIDA DO TOXOPLASMA GONDII</p><p>FONTE: . Acesso em: 21 jan. 2021.</p><p>72</p><p>QUADRO 1 – ETAPAS DO CICLO DE VIDA DO TOXOPLASMA GONDII</p><p>FONTE: CDC (2020)</p><p>(1) Apesar da eliminação dos oocistos produzidos ocorrer somente após 1 a 3 semanas, um grande</p><p>número deles é eliminado nas fezes de gatos. No ambiente, os oocistos levam de 1 a 5 dias para</p><p>esporular e se tornar infectantes.</p><p>(2) Estágio em que os hospedeiros intermediários presentes na natureza se tornam infectados</p><p>após ingerir solo, água ou plantas contaminadas com esses oocistos.</p><p>(3) Após a ingestão, os oocistos originam taquizoítos nos enterócitos (intestino). Essa forma</p><p>evolutiva localiza-se, predominantemente, no tecido nervoso e muscular, e forma cistos tissulares</p><p>denominados bradizoítos.</p><p>(4) Os gatos se tornam infectados após consumir hospedeiros intermediários, como roedores que</p><p>contenham bradizoítos. Além disso, também podem ser infectados diretamente pela ingestão</p><p>de oocistos esporulados.</p><p>(5) Animais criados para consumo humano também podem ser infectados após ingestão de</p><p>oocistos esporulados no ambiente.</p><p>(6) Os humanos podem ser infectados pela ingestão de carnes malcozidas contendo bradizoítos.</p><p>(7) Os humanos podem ser infectados pelo consumo de alimentos e/ou água contaminados com</p><p>fezes de gatos ou oriundos de solo contaminado.</p><p>(8) Os humanos podem ser infectados</p><p>via transplante de órgãos ou transfusão sanguínea (mais raro).</p><p>(9) Os humanos podem ser infectados via transplacentária, ou seja, a infecção presente na mãe</p><p>passa para o feto.</p><p>Com base nas etapas descritas sobre o ciclo de vida do T. gondii, é possível</p><p>compreender como podemos prevenir a infecção por este parasita. Assim, os cuidados</p><p>profiláticos estão relacionados a evitar beber água não tratada, usar luvas ao realizar</p><p>jardinagem ou qualquer tipo de contato com o solo ou areia, ensinar as crianças a</p><p>importância da lavagem de mãos na prevenção de infecções, manter caixas de areia</p><p>externas cobertas (uma vez que gatos podem defecar nelas), alimentar gatos apenas</p><p>com rações ou alimentos bem cozidos, não fornecer alimentos crus ou com pouco</p><p>cozimento aos gatos, manter a liteira (caixa de areia do gato) higienizada diariamente.</p><p>2.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS</p><p>A toxoplasmose na maior parte dos infectados pode permanecer assintomática</p><p>ao longo de maior parte da vida. Contudo, pacientes infectados que apresentam</p><p>manifestações clínicas podem ter características diferentes.</p><p>Pacientes saudáveis, que não estão em período gestacional, estão propensos a</p><p>não apresentar sintomas, uma vez que o sistema imune impede que o parasita se mul-</p><p>tiplique e gere maiores prejuízos ao organismo. Caso existam sintomas, eles se asseme-</p><p>lham a sintomas gripais, com a presença de linfonodos inchados e dores musculares.</p><p>Esses sintomas podem durar de semanas a meses e desaparecer, o que ainda não é</p><p>indicativo de cura, mas, sim, de que o parasita está em estado inativo. A reativação da</p><p>doença pode ocorrer quando o paciente apresentar quadro de imunodepressão.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>73</p><p>É fundamental compreendermos a diferença entre pacientes imunodeprimidos e</p><p>imunossuprimidos. Para isso, apresentaremos um trecho de um texto da Revista de</p><p>Medicina Tropical, justamente sobre a diferença entre esses conceitos.</p><p>Os dois termos têm sido empregados indistintamente para caracterizar a deficiência</p><p>do sistema imunitário. Embora tenham o mesmo fundamento semântico, como termos</p><p>médicos não devem ser considerados sinônimos. Quando devemos empregar um ou</p><p>outro?</p><p>Define-se imunodepressão como um estado de deficiência do sistema imunitário para,</p><p>normalmente, responder aos agentes agressores. A imunodepressão pode ser primária e</p><p>secundária ou adquirida. É primária quando dependente de fatores genéticos hereditários</p><p>que afetam o processo de defesa imunológica, causando maior susceptibilidade às</p><p>infecções, geralmente por germes de baixa patogenicidade, bem como às doenças</p><p>autoimunes e às neoplasias. Na maioria das vezes, manifesta-se na infância. A forma</p><p>adquirida, como o próprio nome indica, se deve a um fator externo que afeta o sistema</p><p>imunológico e é exemplificada pela síndrome da imunodeficiência adquirida</p><p>causada pelo vírus HIV-1; apresenta igualmente grande susceptibilidade</p><p>às infecções por germes oportunistas e ao aparecimento de neoplasias.</p><p>Imunossupressão é o ato de reduzir deliberadamente a atividade ou</p><p>eficiência do sistema imunológico.</p><p>A imunossupressão é feita, usualmente, para coibir a rejeição</p><p>em transplantes de órgãos ou para o tratamento de doenças</p><p>autoimunes como lúpus, artrite reumatoide, esclerose sistêmica,</p><p>doença inflamatória intestinal, entre outras. Para fazê-la, recorre-se,</p><p>normalmente, a medicamentos, mas também podem ser utilizados outros</p><p>métodos, como plasmaferese ou radiação. Com o sistema imunológico</p><p>praticamente desativado, o indivíduo imunossuprimido fica vulnerável a</p><p>infecções oportunistas.</p><p>FONTE: REZENDE, J. M. Imunodepressão, Imunossupressão. Revista de</p><p>Patologia Tropical, v. 40, n. 2, p. 199-201, 2011.</p><p>IMPORTANTE</p><p>No que se refere às gestantes, saber o período em que a infecção ocorreu é</p><p>importante para entender os possíveis prejuízos ao feto. De modo geral, em mulheres</p><p>infectadas antes do período gestacional, a toxoplasmose oferece menores riscos ao feto,</p><p>uma vez que a gestante já desenvolveu imunidade. Por outro lado, no caso de mulheres</p><p>infectadas pouco tempo antes, ou mesmo ao longo da gestação, existe grande risco de</p><p>infecção congênita, ou seja, da doença ser transmitida da mãe para o feto.</p><p>A severidade de danos ao feto é maior quão mais próximo ao início da gestação</p><p>a infecção congênita tiver ocorrido. São consequências ao feto na toxoplasmose</p><p>congênita no período gestacional (WALCHER; COMPARSI; PEDROSO, 2014):</p><p>• aborto;</p><p>• nascimento prematuro;</p><p>• redução ou aumento da cabeça do feto.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>74</p><p>Além desses eventos, quando o recém-nascido não apresenta sintomas ao</p><p>nascer, ainda assim ele pode desenvolver, posteriormente, condições clínicas como</p><p>perda de visão, deficiência mental e convulsões.</p><p>2.3 LABORATÓRIO CLÍNICO NA TOXOPLASMOSE</p><p>A investigação laboratorial da toxoplasmose é fundamentada na pesquisa</p><p>sorológica de anticorpos produzidos contra o T. gondii, em que cada tipo de anticorpo</p><p>pode fornecer diferentes informações à equipe médica. As principais imunoglobulinas</p><p>(anticorpos) pesquisadas são das classes IgM e IgG, específicas para T. gondii. Sua</p><p>aplicação na clínica permite identificar, de modo genérico, se a infecção está em fase</p><p>aguda ou crônica. Além dessas imunoglobulinas, também podem ser utilizadas como</p><p>instrumento diagnóstico as das classes IgA e IgE para compreender com maior clareza</p><p>o período de infecção.</p><p>No período gestacional, a investigação de anticorpos IgM e IgG para toxoplasmose</p><p>é tão importante que já faz parte dos exames de triagem solicitados por serviços de</p><p>saúde, tanto públicos quanto privados, que realizam acompanhamento pré-natal.</p><p>A determinação desses anticorpos no soro da paciente auxilia na compreensão</p><p>de qual é sobre o estágio da toxoplasmose pelo qual a gestante está passando, porque</p><p>os anticorpos auxiliam a traçar uma espécie de “linha do tempo” da infecção (Figura 6).</p><p>Isso porque o aumento e a redução das concentrações de cada anticorpo variam de</p><p>acordo com a evolução da doença (Quadro 2).</p><p>QUADRO 2 – RELAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES CLASSES DE ANTICORPOS</p><p>ANTI-TOXOPLASMA GONDII E O PERÍODO DE INFECÇÃO</p><p>Anticorpo</p><p>anti-Toxoplasma</p><p>gondii</p><p>Período de detecção</p><p>IgM</p><p>Detectável no soro da paciente em até duas semanas após a infecção,</p><p>podendo atingir seu pico de concentração em até um mês após a</p><p>infecção.</p><p>IgA</p><p>Detectável em mais da metade dos pacientes após 15 dias de infecção,</p><p>permanecendo presente na corrente sanguínea de 3 a 6 meses.</p><p>IgE Detectável, majoritariamente, nos 4 primeiros meses após a infecção</p><p>IgG</p><p>Detectável entre a primeira e segunda semana pós-infecção,</p><p>apresentando pico de concentração aproximadamente 2 meses após</p><p>a infecção. Nesse período inicial, os anticorpos IgG produzidos possuem</p><p>baixa avidez, ou seja, baixa força da ligação entre o anticorpo IgG</p><p>anti-Toxoplasma gondii e o parasita. A partir do 4° mês de infecção,</p><p>os anticorpos IgG passam a apresentar aumento gradativo de sua força</p><p>de interação (avidez) ao T. gondii.</p><p>FONTE: O autor</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>75</p><p>Para compreender com maior clareza o momento imunológico de uma paciente que</p><p>apresenta anticorpos anti-Toxoplasma gondii, é importante não avaliar os anticorpos</p><p>isoladamente, pois é a variação desse conjunto de anticorpos que confere ao médico</p><p>clareza no entendimento do estágio evolutivo da toxoplasmose. A triagem básica solicitada</p><p>pelos</p><p>(AR) ............................................................................. 19</p><p>5 FEBRE REUMÁTICA............................................................................................23</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................26</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 27</p><p>TÓPICO 3 — MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS ...................................29</p><p>1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................29</p><p>2 PROTEÍNA C-REATIVA .......................................................................................29</p><p>3 FATOR REUMATOIDE .........................................................................................32</p><p>4 ANTIESTREPTOLISINA O ...................................................................................34</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................36</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 37</p><p>TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO</p><p>DE DOENÇAS REUMÁTICAS .............................................................39</p><p>1 AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX ..................................................................................39</p><p>2 NEFELOMETRIA ................................................................................................. 41</p><p>3 TURBIDIMETRIA .................................................................................................42</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................. 44</p><p>RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................... 51</p><p>AUTOATIVIDADE ...................................................................................................52</p><p>REFERÊNCIAS .......................................................................................................53</p><p>UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E</p><p>PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL ........................................................57</p><p>TÓPICO 1 — DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A IMPORTÂNCIA DO</p><p>ACOMPANHAMENTO IMUNOLÓGICO NO PERÍODO PRÉ-NATAL .....59</p><p>1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................59</p><p>2 GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA ......................................................... 61</p><p>2.1 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL ...................................................................64</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................66</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 67</p><p>TÓPICO 2 — TOXOPLASMOSE...............................................................................69</p><p>1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................69</p><p>2 TOXOPLASMOSE ................................................................................................69</p><p>2.1 CICLO BIOLÓGICO .............................................................................................................. 70</p><p>2.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ............................................................................................72</p><p>2.3 LABORATÓRIO CLÍNICO NA TOXOPLASMOSE .............................................................74</p><p>2.3.1 Infecção recente........................................................................................................75</p><p>2.3.2 Transição imunológica ............................................................................................76</p><p>2.3.3 Infecção latente ou crônica ...................................................................................76</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 79</p><p>AUTOATIVIDADE ...................................................................................................80</p><p>TÓPICO 3 — CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA ..................................................... 81</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 81</p><p>2 CITOMEGALOVÍRUS ........................................................................................... 81</p><p>2.1 LABORATÓRIO CLÍNICO APLICADO AO CITOMEGALOVÍRUS ...................................83</p><p>3 RUBÉOLA ........................................................................................................... 84</p><p>3.1 LABORATÓRIO CLÍNICO APLICADO À RUBÉOLA ........................................................86</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................88</p><p>AUTOATIVIDADE ...................................................................................................89</p><p>TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E</p><p>PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL ....................................................... 91</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 91</p><p>2 IMUNOCROMATOGRAFIA .................................................................................. 91</p><p>2.1 FLUXO LATERAL ................................................................................................................. 92</p><p>2.2 DUPLA MIGRAÇÃO OU DUPLO PERCURSO (DPP) .................................................... 93</p><p>2.3 IMUNOCONCENTRAÇÃO ................................................................................................ 93</p><p>3 ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) ...............................................................96</p><p>4 ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO DE MICROPARTÍCULAS ................................... 101</p><p>5 HEMAGLUTINAÇÃO .........................................................................................103</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................104</p><p>RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................109</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 110</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 113</p><p>UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES ..................117</p><p>TÓPICO 1 — SÍFILIS ..............................................................................................119</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................119</p><p>2 SÍFILIS ...............................................................................................................119</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DA</p><p>SÍFILIS .............................................................................................................. 123</p><p>3.1 TESTES NÃO TREPONÊMICOS .......................................................................................123</p><p>3.1.1 Floculação: VDRL ......................................................................................................125</p><p>3.1.2 Ensaio RPR ................................................................................................................129</p><p>3.2 TESTES TREPONÊMICOS .............................................................................................. 130</p><p>3.2.1 Imunofluorescência indireta – FTA-Abs ........................................................... 130</p><p>3.2.2 Teste treponêmico imunoenzimático – ELISA ................................................132</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 136</p><p>AUTOATIVIDADE .................................................................................................</p><p>serviços de saúde compreende a solicitação de anticorpos IgM e IgG anti-Toxoplasma</p><p>gondii. É a partir dos resultados obtidos nesses exames que o médico começa a entender</p><p>a situação da paciente e, caso ainda exista alguma dúvida, ele pode solicitar a dosagem</p><p>de outros anticorpos como IgA e IgE ou teste de avidez para IgG. A seguir, apresentamos</p><p>um trecho de uma matéria do laboratório Pró Exame sobre o teste de avidez para IgG,</p><p>uma prova imunológica muito importante para a compreensão do estágio imunológico da</p><p>paciente:</p><p>Avaliando a avidez de anticorpos IgG</p><p>A avaliação da avidez da IgG assume grande relevância em situações de dilema</p><p>diagnóstico, especialmente em gestantes, para avaliar o tempo de infecção em doenças</p><p>como toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose.</p><p>O conceito de “avidez” refere-se à força da ligação depois da formação dos complexos</p><p>antígeno-anticorpo reversíveis. Resulta de interações múltiplas entre uma molécula de</p><p>anticorpo e os epítopos de um antígeno complexo. Quanto mais sítios de ligação tiver um</p><p>anticorpo, maior a avidez.</p><p>A propriedade de avidez do anticorpo se acentua no decorrer da resposta imunológica,</p><p>notadamente para imunoglobulinas da classe IgG, cuja produção segue à das</p><p>imunoglobulinas da classe IgM. Desse modo, a avidez é diretamente proporcional ao</p><p>tempo de infecção. Esse conhecimento tem sido amplamente utilizado em</p><p>testes imunoenzimáticos que avaliam a avidez da IgG em resposta a agentes</p><p>infecciosos e a relação com o tempo de infecção.</p><p>A utilidade do teste de avidez: a avaliação da avidez da IgG</p><p>assume grande relevância em situações de dilema diagnóstico,</p><p>especialmente em gestantes com presença de anticorpos IgM,</p><p>para investigação de toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose. Na</p><p>primo-infecção, o tratamento precoce é essencial para reduzir o risco</p><p>de transmissão ao feto ou reduzir as sequelas. Nessa fase, a resposta</p><p>antigênica primária é baixa e a avidez dos anticorpos aumenta com o</p><p>amadurecimento do sistema imunológico.</p><p>Para ler mais, acesse: http://www.proexame.com.br/painel/informativos/</p><p>images/MzY=/lab.com%20agosto%20%202015-%20Avidez%20de%20</p><p>anticorpos%20IgG.pdf.pdf.</p><p>IMPORTANTE</p><p>2.3.1 Infecção recente</p><p>Quando a paciente apresenta parasitemia (presença de parasitas na corrente</p><p>sanguínea) ao longo das primeiras semanas de infecção. Nesse período, a gestante</p><p>pode apresentar no sangue anticorpos anti-Toxoplasma gondii do tipo IgM em maiores</p><p>concentrações, IgA, IgE e IgG de baixa avidez.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>76</p><p>FIGURA 6 – DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA TOXOPLASMOSE</p><p>FONTE: . Acesso em: 20 jan. 2021.</p><p>Dias Semanas Meses Infecção</p><p>secundária ou</p><p>reativação</p><p>Infecção</p><p>Primária</p><p>Início dos</p><p>Sintomas</p><p>IgG Avidez</p><p>Estímulo</p><p>'Antigênico</p><p>IgM IgG</p><p>2.3.2 Transição imunológica</p><p>Conforme a infecção evolui, o sistema imune passa a criar defesas para combater</p><p>o T. gondii. Assim, é possível encontrar no sangue do paciente anticorpos específicos IgM</p><p>em concentrações reduzidas, em relação ao estágio anterior, e concentrações elevadas</p><p>de IgG que, nesse momento, apresentam avidez crescente.</p><p>2.3.3 Infecção latente ou crônica</p><p>Trata-se de um período de evolução relativamente lento, em que o principal</p><p>marcador sorológico é a presença de anticorpos IgG de alta avidez em concentrações</p><p>baixas, permanecendo dessa forma ao longo da vida da paciente. Esses anticorpos de</p><p>alta avidez são moléculas que apresentam uma resposta de defesa mais efetiva. Essa</p><p>eficácia se deve à capacidade que o IgG de alta avidez possui de interagir e ligar-se à</p><p>diversos epítopos antigênicos, resultando em maior força na ligação estabelecida entre</p><p>antígeno e anticorpo (MITSUKA-BREGANÓ; LOPES-MORI; NAVARRO, 2010).</p><p>É importante lembrar que, toda vez que um imunoensaio detecta anticorpos</p><p>relacionados a um antígeno específico no sangue, estamos utilizando uma metodologia</p><p>indireta. Isso significa que precisamos que nosso sistema imune apresente uma</p><p>resposta diante do antígeno para que possamos compreender se existiu ou não</p><p>determinada infecção. Assim, dependemos do tempo que cada indivíduo, de acordo</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>77</p><p>com seu estado imunológico, consegue reagir aos antígenos com os quais entra em</p><p>contato. Esse tipo de metodologia não dá uma resposta definitiva, mas, sim, um</p><p>panorama das dinâmicas imunológicas que estão acontecendo naquele momento em</p><p>que a amostra do paciente é coletada (SOUZA; BELFORT JR., 2014).</p><p>É importante conhecer as principais metodologias utilizadas para detectar</p><p>os anticorpos da toxoplasmose, uma vez que cada uma delas contém vantagens e</p><p>desvantagens relacionadas a sua especificidade e sensibilidade, bem como possíveis</p><p>moléculas presentes na amostra, que podem interferir nos resultados dos testes,</p><p>reduzindo sua capacidade de indicar as reais interações imunológicas do paciente.</p><p>Nesse momento, os princípios das técnicas não serão abordados – o Tópico 4</p><p>abordará os aspectos metodológicos das técnicas aqui indicadas. Por ora, citaremos</p><p>as metodologias utilizadas e possíveis particularidades de cada uma apresenta na</p><p>detecção de anticorpos anti-Toxoplasma gondii.</p><p>Caro acadêmico, aproveite esse momento para revisar conceitos de sensibilidade e</p><p>especificidade.</p><p>• Sensibilidade: menor concentração da ligação antígeno-anticorpo que</p><p>o imunoensaio é capaz de detectar. Quanto maior a sensibilidade do</p><p>teste, menores as concentrações que ele é capaz de quantificar. Assim,</p><p>um teste com alta sensibilidade é um teste que irá quantificar melhor</p><p>a proporção de indivíduos doentes. Portanto, um teste com alta</p><p>sensibilidade é aquele com menor chance de apresentar resultados</p><p>falso-negativos.</p><p>• Especificidade: indica a capacidade de um teste de identificar os</p><p>indivíduos que não possuem a doença ou condição clínica investigada.</p><p>Dessa forma, quanto maior for a especificidade de um teste, menor o</p><p>número de pacientes com resultado falso-positivo.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Uma das metodologias mais utilizadas na rotina laboratorial é o ELISA (sigla do</p><p>inglês enzyme linked immunosorbent assay), que é um ensaio imunoenzimático. Essa</p><p>técnica é comumente utilizada para detecção de anticorpos IgM e IgG anti-Toxoplasma</p><p>gondii, embora seja importante ressaltar que existe a possibilidade de resultados falso-</p><p>positivos para IgM, porque pacientes com fator reumatoide no soro podem interagir com</p><p>os reagentes utilizados.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>78</p><p>Para facilitar a visualização e a compreensão da técnica de</p><p>ELISA, assista a seguinte animação, desenvolvida pelo canal</p><p>Open Michigan: https://youtu.be/RRbuz3VQ100.</p><p>GIO</p><p>Além do ELISA, também é possível utilizar a técnica chamada MEIA (sigla para</p><p>Microparticle Enzyme Immunoassay), para realizar a determinação quantitativa IgG e</p><p>IgM anti-Toxoplasma. Nessa técnica, as amostras de soro ou plasma são tratadas com</p><p>tampão que neutraliza fator reumatoide (FR), removendo, assim, a possível interferência</p><p>gerada por esse complexo antígeno-anticorpo, evitando resultados falso-positivos para</p><p>IgM (COSTA, 2007).</p><p>Fator reumatoide (FR) é um autoanticorpo que interage com a</p><p>região Fc de IgGs, ou seja, ele se liga em na sua porção “Fc”, que é</p><p>uma porção que não se altera nos anticorpos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>79</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A toxoplasmose é causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, que</p><p>utiliza seres humano e outros animais como hospedeiro intermediário, tendo felídeos</p><p>como hospedeiros definitivos.</p><p>• O Toxoplasma gondii tem ciclo de vida heteroxeno, caracterizado por diversas etapas,</p><p>e que apresenta diferentes formas, chamadas de estágios evolutivos, em que o</p><p>parasita se apresenta como oocisto, bradizoíto e taquizoíto.</p><p>• A maior parte dos pacientes apresenta infecção assintomática. Contudo, pacientes</p><p>com a imunidade fragilizada podem apresentar manifestações clínicas.</p><p>• Quanto mais próximo do primeiro trimestre de gestação a infecção ocorrer, maior</p><p>a probabilidade de severidade de danos ao feto. Aborto, nascimento prematuro</p><p>e redução ou aumento da cabeça do feto são exemplos das consequências da</p><p>toxoplasmose congênita no período gestacional.</p><p>• A investigação laboratorial da toxoplasmose é fundamentada na pesquisa de</p><p>anticorpos contra o Toxoplasma gondii, produzidos pelo sistema imunológico, quando</p><p>em contato com o parasita. Nessa pesquisa, cada tipo de anticorpo pode fornecer</p><p>diferentes informações sobre a evolução da doença.</p><p>• Os principais anticorpos pesquisados são IgM e IgG, porém, também podem ser</p><p>pesquisados IgA e IgE todos os específicos contra o T. gondii.</p><p>• A combinação da interpretação dos anticorpos pesquisados pode indicar ao médico</p><p>se a gestante está passando por uma infecção recente, uma transição imunológica</p><p>ou uma infecção latente.</p><p>• ELISA e MEIA são alguns dos principais imunoensaios utilizados no diagnóstico e no</p><p>controle da toxoplasmose.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>80</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário chamado de Toxoplasma</p><p>gondii, que infecta a maioria das espécies endotérmicas, incluindo os seres humanos.</p><p>Assinale a alternativa INCORRETA:</p><p>a) ( ) É causada pela bactéria chamada de Toxoplasma gondii.</p><p>b) ( ) Gera mais prejuízos em pacientes imunodeprimidos.</p><p>c) ( ) Em imunocompetentes, é predominantemente assintomática.</p><p>d) ( ) Quando adquirida no primeiro trimestre de gestação, pode gerar sérios prejuízos</p><p>no desenvolvimento do feto.</p><p>2 Sobre o Toxoplasma gondii e seu ciclo de vida, classifique V para as sentenças</p><p>verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) O Toxoplasma gondii é um parasito capaz de infectar praticamente qualquer animal</p><p>de sangue quente.</p><p>( ) Os hospedeiros definitivos do Toxoplasma gondii são os cães e os roedores,</p><p>ocorrendo a sua reprodução sexuada no intestino desses animais.</p><p>( ) Os taquizoítos são a forma infectante na fase ativa da doença.</p><p>( ) Após cerca de 10 dias da primeira infecção, o hospedeiro intermediário elimina nas</p><p>fezes milhões de oocistos contendo esquisoporozoítos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – V – F – V.</p><p>c) ( ) V – F – V – F.</p><p>d) ( ) F – V – V – F.</p><p>3 Cite os estágios evolutivos do toxoplasma e explique suas características.</p><p>4 A toxoplasmose causada pelo Toxoplasma gondii adquire especial relevância quando</p><p>infecta gestantes, devido ao elevado risco de prejuízos potenciais ao feto. Assim, o</p><p>Ministério da Saúde indica que todas as gestantes passem por investigação de</p><p>anticorpos da classe IgG e IgM desde o início do acompanhamento pré-natal. Sobre</p><p>a detecção de anticorpos IgM e IgG, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>( ) A detecção de imunidade vacinal contra toxoplasma é identificada pela presença de</p><p>anticorpos de IgG de alta avidez.</p><p>( ) A detecção de anticorpos de IgG de baixa avidez no início da gestação é indicativo</p><p>de bom prognóstico.</p><p>( ) A detecção de IgG reagente e IgM reagente é confirmatório de infecção prévia à</p><p>gestação, o que indica proteção fetal.</p><p>( ) Resultados sorológicos que não especificam se a infecção é aguda têm indicação</p><p>de realização de teste de avidez de IgG.</p><p>5 Explique qual a importância dos testes de avidez IgG para toxoplasmose.</p><p>Taquizoítos: presente na infecção aguda,</p><p>Oocistos: formas infectantes do toxoplasma. Presentes no ciclo</p><p>sexuado</p><p>Bradizoítos: de reprodução lenta, são formas presentes dentro de</p><p>cistos teciduais, sendo o cisto</p><p>quanto maior a avidez, a infecção detectada não é</p><p>recente, haja vista que a avidez aumenta com o passar do tempo</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>81</p><p>TÓPICO 3 —</p><p>CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Além da toxoplasmose, vimos que a investigação de anticorpos para citomega-</p><p>lovírus e rubéola também integra o grupo de exames solicitados no período pré-natal.</p><p>Esses vírus têm especial importância pelo potencial prejuízo que podem causar ao feto,</p><p>uma vez que as mães infectadas que podem não apresentar quaisquer sintomas, como</p><p>é o caso do citomegalovírus. Nesse sentido, todos os esforços diagnósticos são volta-</p><p>dos principalmente para proteger o feto e permitir que ele se desenvolva sem qualquer</p><p>efeito deletério.</p><p>Neste tópico, apresentaremos as características do vírus da rubéola e do</p><p>citomegalovírus, a fim de conhecer suas características, suas possíveis interferências</p><p>no desenvolvimento fetal e como é realizado o diagnóstico laboratorial.</p><p>2 CITOMEGALOVÍRUS</p><p>O citomegalovírus (CMV) é um vírus que pertence à família herpesviridae, sendo</p><p>considerado um herpesvírus humano. De acordo com Stephens et al. (2015, p. 54), “O</p><p>nome da família vem de um verbo grego herpein, que significa ‘rastejamento’”, logo,</p><p>refere-se ao fato de os membros da família causarem infecções latentes recorrentes</p><p>com progressão lenta. Por isso, também pode ser encontrado na literatura como</p><p>herpesvírus humano tipo 5 (HHV-5). Os agentes virais pertencentes a esse grupo</p><p>possuem algumas características que merecem destaque, como:</p><p>• Latência: quando o vírus continua no organismo, sem que o hospedeiro apresente</p><p>sintomas clínicos relacionados a ele.</p><p>• Recorrência: quando o vírus pode gerar manifestações clínicas novamente.</p><p>• Cronicidade: quando a infecção viral é passível de tratamento, porém sem que o</p><p>paciente se cure.</p><p>Quando o CMV infecta pacientes imunocompetentes, ou seja, pacientes que</p><p>estão com o sistema imune funcionando normalmente, na maioria dos casos, não</p><p>ocorre o aparecimento de sintomas. Existem diferentes vias de infecção, mas nenhuma</p><p>delas envolve hospedeiro intermediário, pois o único hospedeiro é o ser humano. A</p><p>transmissão do CMV pode ocorrer de forma (FERREIRA; MORAES, 2013):</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>82</p><p>• Adquirida: infecção por transmissão horizontal, fora do período neonatal. Os</p><p>principais fluídos transmissores de CMV são a saliva e a urina. Assim, em locais com</p><p>condições precárias de higiene, a infecção por CMV é mais comum e ocorre de modo</p><p>mais precoce. Além disso, é possível que a transmissão do CMV ocorra por via sexual.</p><p>• Perinatal: infecção durante o parto ou pela amamentação. Tanto as secreções com</p><p>as quais o recém-nascido tem contato quanto o leite podem estar contaminados com</p><p>CMV. Trata-se de um tipo de infecção que oferece menos riscos ao recém-nascido,</p><p>uma vez que a maioria dos infectados não apresenta sintomas.</p><p>• Congênita: das transmissões congênitas, o CMV é a infecção mais comum. Além</p><p>da maior ocorrência em grupos em condições socioeconômicas de vulnerabilidade,</p><p>outro fator que favorece essa capacidade de contaminação é que, mesmo que a mãe</p><p>tenha sido infectada antes de engravidar, ainda assim o CMV consegue infectar o feto.</p><p>Isso se dá pela capacidade de reativação do CMV que está latente na mãe. Apesar</p><p>disso, o maior risco de recém-nascidos com manifestações clínicas relacionadas aos</p><p>CMV</p><p>congênito são casos em que a mãe foi infectada durante o período gestacional.</p><p>No caso da infecção congênita, o recém-nascido pode apresentar como</p><p>manifestações clínicas surdez neurossensorial, microcefalia, hepatoesplenomegalia e</p><p>calcificações que resultam em retardo no desenvolvimento.</p><p>Acadêmico, ao longo dos conteúdos apresentados, podemos perceber que novos</p><p>conceitos surgem. É importante que você saiba diferenciá-los com clareza. Por isso,</p><p>precisamos relembrar das diferenças entre os conceitos de reinfecção e reativação:</p><p>• Reinfecção: quando um paciente contrai a doença, se cura totalmente,</p><p>entra em contato novamente com o patógeno e fica doente novamente.</p><p>• Reativação: quando o paciente trata a doença, mas o patógeno não</p><p>desaparece do organismo (permanece incubado) e, frente a um quadro</p><p>de imunossupressão ou imunodepressão, o patógeno gera novas mani-</p><p>festações clínicas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Além disso, é primordial conhecermos como esse vírus se comporta no organismo</p><p>de seu hospedeiro: após a infecção primária, o CMV pode ficar em um intervalo que varia</p><p>de 1 a 3 meses sem que o indivíduo apresente sinais e sintomas. Esse intervalo recebe</p><p>o nome de período de incubação (MATTOS; MEYER; LIMA, 2011).</p><p>Em pacientes com o sistema imune saudável, o CMV é destruído por células T</p><p>citotóxicas direcionadas para atacar esse vírus, além da produção de anticorpos IgM</p><p>antiCMV e IgG antiCMV, importantes biomarcadores sorológicos, conforme veremos a</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>83</p><p>seguir. Dessa forma, a infecção é contida e o paciente pode apresentar sintomas leves</p><p>ou até mesmo nenhum sintoma. Algumas das possíveis manifestações clínicas são</p><p>(MATTOS; MEYER; LIMA, 2011):</p><p>• febre prolongada;</p><p>• sudorese;</p><p>• hepatomegalia;</p><p>• dor muscular;</p><p>• fraqueza.</p><p>Em pacientes com sistema imunológico debilitado, a primo-infecção ou</p><p>reativação do CMV está atrelada a manifestações clínicas mais graves, como a</p><p>coriorretinite, pericardite e miocardite. A contar pela gravidade das manifestações</p><p>clínicas, tanto em recém-nascidos quanto em pacientes com imunidade prejudicada,</p><p>é possível compreender que o exame laboratorial é uma ferramenta muito relevante,</p><p>tanto para obter diagnóstico inicial de CMV quanto para acompanhamento da evolução</p><p>e tratamento de eventuais reativações do CMV (MATTOS; MEYER; LIMA, 2011).</p><p>2.1 LABORATÓRIO CLÍNICO APLICADO AO</p><p>CITOMEGALOVÍRUS</p><p>Os imunoensaios aplicados à investigação do CMV são baseados na pesquisa</p><p>sorológica de anticorpos específicos para CMV. Assim como na toxoplasmose, os</p><p>anticorpos utilizados, quando avaliados em conjunto, fornecem elementos a respeito</p><p>da infecção. Dada à característica de reativação do CMV, os marcadores sorológicos</p><p>permitem também compreender se o paciente está passando por um episódio de</p><p>reativação viral, como resultado de uma fase de maior vulnerabilidade imunológica.</p><p>Nesse contexto, a detecção de anticorpos IgM e IgG antiCMV corresponde a um dos</p><p>principais instrumentos diagnósticos para compreender o estágio desta infecção.</p><p>Em pacientes com idade igual ou superior a um ano (quando os anticorpos</p><p>maternos não estão mais presentes na circulação), a detecção de anticorpos IgG</p><p>antiCMV indica que houve infecção em algum momento da vida, porém não determina</p><p>quando ocorreu esta infecção.</p><p>Os anticorpos IgM antiCMV podem ser detectados no soro da gestante a partir</p><p>da segunda semana de infecção, podendo permanecer detectável no sangue por até</p><p>18 meses. O IgM antiCMV também pode ser detectado em casos de reativação do vírus,</p><p>o que também enfraquece a ideia de que paciente positivo para esse anticorpo está</p><p>necessariamente passando pela fase aguda de uma primeira infecção. Nesse caso,</p><p>pode-se pensar na detecção de IgM antiCMV como um alerta para que outros exames</p><p>sorológicos sejam solicitados para esclarecer o estágio da infecção.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>84</p><p>Se a detecção de IgM não é confirmatória para infecção recente nem a IgG pode</p><p>confirmar isso, para evidenciar com clareza se a presença de IgM antiCMV corresponde</p><p>a uma infecção primária, é indicado que sua interpretação seja combinada com a</p><p>avaliação da avidez de IgG antiCMV. Assim, quando uma paciente possui anticorpos</p><p>IgM contra o CMV e anticorpos IgG com baixa avidez, temos resultados confiáveis que</p><p>evidenciam infecção primária.</p><p>A sorologia para IgG e IgM é comumente realizada pelo ensaio imunoenzimático</p><p>ELISA. No caso desses ensaios, a presença de fator reumatoide e outros herpesvírus</p><p>pode gerar reações cruzadas e, com isso, resultados falso-positivos. Além disso, o</p><p>aumento da sensibilidade das metodologias, com o avanço tecnológico, permite que</p><p>IgM antiCMV sejam detectados por meses após a fase inicial em que sua produção foi</p><p>estimulada, o que pode ser um eventual fator de confusão no momento da interpretação</p><p>desses resultados.</p><p>3 RUBÉOLA</p><p>A rubéola é uma doença causada por um vírus que pertence à família togaviridae,</p><p>chamado de rubivírus. Os seres humanos são os únicos hospedeiros desse vírus, que se</p><p>dissemina por via respiratória, a partir de secreções nasofaríngeas contaminadas.</p><p>De acordo com Costa et al. (2013, p. 48):</p><p>Seu período de incubação pode variar entre 14 e 21 dias (média de 17</p><p>dias). A maior transmissibilidade é observada no período entre sete</p><p>dias antes do surgimento do exantema característico da doença, até</p><p>o sétimo dia após o seu desaparecimento. O vírus invade o epitélio</p><p>respiratório e se dissemina por viremia primária. Após replicação</p><p>no sistema reticuloendotelial, há uma viremia secundária, podendo</p><p>então ser isolado a partir de monócitos do sangue periférico.</p><p>Em indivíduos com a imunidade preservada, trata-se de uma infecção benigna</p><p>e autolimitada, ou seja, evolui apresentando começo, meio e fim, e pode terminar sem</p><p>tratamento. Quando sintomática, a rubéola pode apresentar (COSTA et al., 2013):</p><p>• febre baixa;</p><p>• nódulos e gânglios linfáticos inchados na nuca, pescoço e atrás das orelhas;</p><p>• mal-estar;</p><p>• cefaleia;</p><p>• coriza;</p><p>• dores músculo-articulares.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>85</p><p>Nesse momento, pode surgir a dúvida: se é uma doença benigna e autolimitada,</p><p>qual sua relevância na gestação?</p><p>A rubéola é uma doença infectocontagiosa muito importante associada ao</p><p>período gestacional. Em gestantes, pode ocorrer a síndrome da rubéola congênita.</p><p>Trata-se de uma condição desafiadora para a equipe médica, uma vez que não possui</p><p>tratamento específico. Por não possuir tratamento, o acometimento de gestantes pelo</p><p>vírus da rubéola pode apresentar sequelas relevantes, conforme descrito por Costa et</p><p>al. (2013, p. 47):</p><p>Esse, um vírus do gênero Rubivírus, determina em geral infiltrado</p><p>inflamatório mononuclear e necrose nas porções maternas e fetais</p><p>da placenta, bem como esclerose do endotélio vascular placentário</p><p>e do concepto em formação. Há especial tropismo pelos tecidos</p><p>ricamente vascularizados além dos derivados da porção ectodérmica</p><p>do disco embrionário, como o Sistema Nervoso Central. Assim,</p><p>quando precoce, a infecção (durante o primeiro trimestre de gestação)</p><p>resulta em anomalias de diversos órgãos, sendo clássica, porém não</p><p>patognomônica, a tríade de má formação cardíaca, catarata e surdez.</p><p>A prevenção é um tópico sempre relevante. Para abordar esse</p><p>assunto, apresentamos a</p><p>matéria do laboratório Hermes Pardini Rubéola: como prevenir?</p><p>A vacinação é a melhor forma de se prevenir</p><p>Existem duas formas de se tornar imune à doença: por infecção natural ou por meio</p><p>da vacinação, que dura por quase toda a vida. Além disso, a vacina contra a rubéola é</p><p>o meio mais seguro e eficaz de prevenir a doença, sendo eficiente em quase 100% dos</p><p>casos. Por fim, as pessoas que não tomaram a vacina ou o seu reforço na infância podem</p><p>se imunizar durante qualquer fase da vida, com exceção do período da gravidez ocorre</p><p>porque a vacina contra rubéola pode levar ao aborto ou malformações no bebê, como</p><p>sinalizamos anteriormente.</p><p>LEMBRETE: Filhos de mães imunes geralmente permanecem protegidos por anticorpos</p><p>maternos em torno de seis a nove meses após o nascimento.</p><p>Existem dois tipos de vacinas:</p><p>• Vacina tríplice viral: protege contra três doenças causadas por vírus (sarampo,</p><p>caxumba e rubéola).</p><p>• Vacina tetra viral: protege contra quatro doenças causadas por vírus (sarampo,</p><p>caxumba, rubéola e catapora).</p><p>Acima de tudo, a vacina tríplice-viral faz parte do calendário básico de vacinação da criança</p><p>e é administrada em forma de injeção, a partir de vírus atenuados contra a rubéola.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>86</p><p>Então, quem deve se vacinar?</p><p>• Pessoas de 6 meses a 49 anos de idade.</p><p>• Pessoas de 12 meses a 29 anos precisam tomar a segunda dose após 30 dias de ter</p><p>tomado a primeira dose.</p><p>Esquema vacinal</p><p>De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), o esquema</p><p>de vacinação brasileiro envolve a administração de duas doses. Dessa</p><p>forma, o recomendado é que a primeira dose seja administrada logo</p><p>após a criança completar um ano de idade, então, o tempo máximo</p><p>recomendado é de até 15 meses de vida, podendo ser aplicada a partir</p><p>dos seis meses. Nesses casos, geralmente, é aplicada a vacina tríplice</p><p>viral. Assim, o ideal é administrar a segunda dose entre 4 e 6 anos, apesar</p><p>de não haver limite de idade para a aplicação desta dose.</p><p>Para continuar a sua leitura, acesse: http://hermespardini.com.br/</p><p>blog/?p=395.</p><p>É importante ressaltar que, a gravidade das anomalias resultantes da rubéola</p><p>congênita é maior quando a infecção ocorre nos estágios iniciais da gestação. Isso</p><p>porque, nesse estágio, o feto fica mais vulnerável por estar em estágios iniciais de</p><p>formação de suas estruturas. Nesse contexto, é importante que a infecção seja</p><p>investigada e o status imunológico da gestante, perante essa infecção, seja detectado</p><p>e acompanhado. Assim, o laboratório clínico é um importante aliado da equipe médica.</p><p>3.1 LABORATÓRIO CLÍNICO APLICADO À RUBÉOLA</p><p>A contar pela presença de sintomas leves e inespecíficos da rubéola, que</p><p>podem ser facilmente confundidos com outras doenças, como sarampo, dengue,</p><p>enteroviroses e rickettsioses, o laboratório é fundamental para confirmar ou descartar</p><p>casos de rubéola. Assim, o principal instrumento diagnóstico para isso é a detecção</p><p>de anticorpos IgM e IgG.</p><p>A presença de anticorpos IgM específicos para o vírus da rubéola</p><p>apresenta seu pico de concentração sanguínea poucos dias após o estabelecimento da</p><p>infecção, com redução a partir da 6ª semana pós-infecção. Apesar de representar um</p><p>indicativo de infecção em estágio agudo, é importante ressaltar que a evolução das</p><p>metodologias para detecção de IgM apresentou aumento na sensibilidade desse teste, o</p><p>que permite que este anticorpo seja detectado mesmo após a fase aguda, porém em</p><p>baixas concentrações, o que pode causar dúvidas na interpretação dos resultados.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>87</p><p>Além de fase aguda da primo-infecção, é possível encontrar anticorpos IgM em</p><p>casos de reinfecção. Em casos que é sabido que houve infecção antes do período</p><p>gestacional, a literatura indica que o feto não corre o risco de apresentar síndrome da</p><p>rubéola congênita, não representando assim um problema no período gestacional. Caso</p><p>não haja clareza se a presença de IgM refere a uma primo-infecção ou reinfecção, é</p><p>indicada a solicitação do teste de avidez para IgG para rubéola. Assim, testes que</p><p>indicam alta avidez para IgG representam que a infecção pelo vírus da rubéola ocorreu</p><p>há mais de 3 meses.</p><p>A detecção de anticorpos IgG para rubéola é possível entre o 10º e 20º dia</p><p>da infecção, e aumenta rapidamente, com pico de concentração em até 10 semanas. A</p><p>partir desse período, tende a reduzir gradativamente, sendo detectável ao longo de toda</p><p>vida da paciente (BRITO et al., 2016).</p><p>Quanto às técnicas utilizadas para detecção de anticorpos para rubéola, o</p><p>ELISA constitui a principal metodologia para investigação desses anticorpos. Os ensaios</p><p>imunoenzimáticos são utilizados devido a boa sensibilidade que apresentam. Dentro</p><p>dos tipos de ELISA utilizados, destacamos o método de captura para IgM, e o método</p><p>indireto para IgG uma vez que, de acordo com Ferreira e Moraes (2013, p. 151):</p><p>O ELISA para a detecção de IgM-antirrubéola é o teste mais importante</p><p>no diagnóstico da infecção primária materna e da rubéola congênita.</p><p>A técnica de captura de IgM é a mais empregada por não apresentar</p><p>reações falso-positivas ou falso-negativas, respectivamente, em</p><p>amostras que apresentam o fator reumatoide e naquelas com</p><p>excesso de IgG antirrubéola. No ELISA indireto, a presença do</p><p>fator reumatoide da classe M em amostras positivas para IgG pode</p><p>provocar resultado falso-positivo para IgM e constituir um problema</p><p>importante, pois a prevalência desse fator é particularmente mais</p><p>alta na rubéola congênita do que as infecções congênitas causadas</p><p>por outros vírus.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>88</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Citomegalovírus (CMV) é um vírus que pertence à família Herpesviridae, sendo</p><p>considerado um herpesvírus humano.</p><p>• A infecção por CMV desenvolve-se em três estágios: latência (vírus continua no</p><p>organismo, sem que o hospedeiro apresente sintomas), recorrência (vírus pode gerar</p><p>manifestações clínicas novamente) e cronicidade (vírus é passível de tratamento,</p><p>porém sem que haja cura).</p><p>• Em indivíduos imunocompetentes, o CMV é destruído por células T citotóxicas</p><p>direcionadas para atacar este vírus, além da produção de anticorpos, IgM antiCMV</p><p>seguido de IgG antiCMV.</p><p>• IgG antiCMV indica que houve infecção em algum momento da vida, porém, não</p><p>determina quando ocorreu esta infecção.</p><p>• Quando paciente possui anticorpos IgM antiCMV e anticorpos IgG antiCMV com baixa</p><p>avidez, temos resultados confiáveis que evidenciam infecção primária.</p><p>• Rubéola é uma doença causada por um vírus que pertence à família Togaviridae,</p><p>chamado rubivírus.</p><p>• Os seres humanos são os únicos hospedeiros do vírus da rubéola, que se dissemina</p><p>por via respiratória, a partir de secreções nasofaríngeas contaminadas.</p><p>• Em indivíduos com a imunidade preservada, a rubéola é uma doença de infecção</p><p>benigna e autolimitada.</p><p>• A presença de anticorpos IgM para rubéola apresenta seu pico de concentração</p><p>poucos dias após o estabelecimento da infecção, com redução a partir da 6ª semana</p><p>pós-infecção.</p><p>• Além de fase aguda da primo-infecção, é possível encontrar anticorpos IgM em casos</p><p>de reinfecção. Para confirmar a reinfecção, recomenda-se o teste de avidez IgG para</p><p>rubéola, que confirma esse quadro quando apresenta altas titulações.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>89</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Os seres humanos são os únicos hospedeiros do rubivírus, que se dissemina por via</p><p>respiratória, a partir de secreções nasofaríngeas contaminadas. Assinale</p><p>a alternativa</p><p>CORRETA:</p><p>a) ( ) O Toxoplasma gondii é o agente etiológico da rubéola.</p><p>b) ( ) A rubéola é uma doença que exige tratamento medicamentoso para que seja</p><p>curada.</p><p>c) ( ) A rubéola é uma doença benigna e autolimitada.</p><p>d) ( ) A primo-infecção por rubéola em gestantes no primeiro trimestre não causa</p><p>nenhum prejuízo ao desenvolvimento fetal.</p><p>2 Explique qual é a importância do teste de avidez IgG em investigações sorológicas.</p><p>3 Descreva os três estágios presentes na infecção por citomegalovírus.</p><p>4 Considerando investigações sorológicas para rubéola, os ensaios imunoenzimáticos</p><p>(ELISA) são uma das principais metodologias para detectar anticorpos lgM e lgG</p><p>antirrubéola e os testes de avidez para lgG. Analise as sentenças a seguir:</p><p>I- A presença de IgG específica antivírus da rubéola, com alta avidez, em amostra de</p><p>soro da paciente demonstra imunidade para a rubéola.</p><p>II- Exposição prévia ao período gestacional de rubéola é diagnosticada pela presença</p><p>apenas de IgM específica antivírus da rubéola numa amostra de soro da paciente.</p><p>III- Títulos de anticorpos IgG específicos antivírus da rubéola, independentemente da</p><p>avidez, progressivamente aumentados nos lactantes indicam proteção à infecção.</p><p>IV- A infecção aguda de rubéola é diagnosticada pelo aumento dos títulos de IgG</p><p>específica antivírus da rubéola, com baixa avidez.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.</p><p>c) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.</p><p>teste de avidez IgG permite que o médico esclareça se o paciente</p><p>está passando por uma primo-infecção ou não.</p><p>período de latência; período de recorrência, período de cronicidade</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>90</p><p>5 A infecção congênita por citomegalovírus tem, na maioria dos casos, recém-nascidos</p><p>assintomáticos. Considerando a sequela tardia dessa infecção, que pode ser</p><p>reduzida com o diagnóstico laboratorial precoce e terapia medicamentosa, assinale</p><p>a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) A calcificação parenquimatosa difusa.</p><p>b) ( ) A microcefalia.</p><p>c) ( ) A surdez.</p><p>d) ( ) A coriorretinite multilateral.</p><p>91</p><p>TÓPICO 4 —</p><p>METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA</p><p>DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO</p><p>PRÉ-NATAL</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Anteriormente, conhecemos as características relacionadas aos marcadores</p><p>imunológicos investigados durante o período pré-natal, tanto para diagnóstico quanto</p><p>para acompanhamento das pacientes.</p><p>Para que esse acompanhamento ocorra, diferentes metodologias são utilizadas.</p><p>Neste tópico, serão apresentadas as técnicas citadas ao longo desta unidade para</p><p>compreendermos suas principais características.</p><p>2 IMUNOCROMATOGRAFIA</p><p>Um teste de gravidez, daqueles de farmácia, é capaz de indicar se uma mulher</p><p>está grávida através da metodologia imunocromatografia, também conhecida como</p><p>teste rápido, a partir de uma amostra de urina. Entretanto, além dos testes de farmácia, a</p><p>imunocromatografia também faz parte da rotina laboratorial. Trata-se de uma metodologia</p><p>qualitativa, utilizada em laboratório como triagem para identificar os mais diferentes tipos</p><p>de substâncias, como o próprio hormônio hCG, e para detecção de agentes patogênicos,</p><p>como vírus (HIV, SARS-CoV2 e hepatite) e bactérias (Helicobacter pylori) (BRASIL, 2018).</p><p>Essa técnica é realizada utilizando uma matriz, que é o local onde ocorrerá a</p><p>reação, geralmente feita de nitrocelulose ou nylon e coberta por uma tira de acetato</p><p>transparente, que possibilita visualizar o resultado do teste. Nesse teste, podemos</p><p>identificar o anticorpo produzido no organismo ou o antígeno (BRASIL, 2018).</p><p>Quando o objetivo é detectar se, na amostra, há a presença do anticorpo de</p><p>interesse, a matriz apresentará o antígeno específico para o anticorpo investigado.</p><p>Além disso, a matriz possui anti-imunoglobulina associado a uma substância chamada</p><p>marcador, que, na presença da formação do complexo antígeno-anticorpos,</p><p>apresentará uma coloração na região teste (BRASIL, 2018).</p><p>Caso o objetivo seja a detecção da presença de um determinado antígeno, a</p><p>matriz do teste conterá anticorpos específicos para o antígeno que está sendo pesquisado.</p><p>Esse anticorpo apresenta um marcador conjugado a ele, com coloração na região teste,</p><p>quando houver a formação de complexo antígeno-anticorpo (BRASIL, 2018).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>92</p><p>Existem diferentes apresentações de testes imunocromatográficos, conforme</p><p>veremos a seguir.</p><p>2.1 FLUXO LATERAL</p><p>O fluxo lateral apresenta quatro áreas (Figura 7), nas quais temos o local em</p><p>que a amostra será depositada, chamado de área ou cavidade da amostra, a zona ou</p><p>base de conjugado (que contém o anticorpo anti-imunoglobulina conjugado com seu</p><p>marcador), a área ou banda de teste (local onde, ocorrendo a reação antígeno-anticorpo,</p><p>será possível identificar a presença de uma banda colorida indicando positividade) e a</p><p>área controle (local em que temos o controle da reação, o que permite considerar o</p><p>resultado da banda teste válido). Independentemente do resultado da banda de teste,</p><p>a aplicação da amostra deve sempre corar a banda da área controle. Isso porque a área</p><p>controle já contém o marcador pesquisado. Assim, mesmo a aplicação de uma amostra</p><p>que não contenha o marcador investigado, em conjunto com o diluente, deverá marcar</p><p>esta área. A área controle marcada indica que os líquidos aplicados na tira teste estão</p><p>fluindo corretamente.</p><p>Quando a área controle não apresentar coloração após aplicação da</p><p>amostra, o resultado deve ser rejeitado, uma vez que isso indica presença de alguma</p><p>falha no teste. Essa avaliação da banda controle se aplica a todos os diferentes tipos de</p><p>ensaios imunocromatográficos (BRASIL, 2018).</p><p>FIGURA 7 – ESTRUTURA DE TESTE RÁPIDO DE FLUXO LATERAL</p><p>FONTE: . Acesso em: 28 jan. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>93</p><p>2.2 DUPLA MIGRAÇÃO OU DUPLO PERCURSO (DPP)</p><p>A dupla migração apresenta três áreas visíveis, nas quais teremos o local em</p><p>que a amostra será depositada (área 1), a área em que o tampão é depositado</p><p>(solução capaz de evitar grandes variações no pH do meio em que é adicionado),</p><p>permitindo o deslocamento do conjugado em direção à área de teste (área 2), e a área</p><p>3, em que estão as bandas teste e controle localizadas. Assim, o tampão desloca o</p><p>conjugado na direção da amostra. Caso a amostra contenha o anticorpo ou antígeno</p><p>pesquisado, a banda teste apresentará coloração.</p><p>FIGURA 8 – IMUNOCROMATOGRAFIA DE DUPLA MIGRAÇÃO OU PERCURSO</p><p>FONTE: Acesso em: 28 jan. 2021.</p><p>2.3 IMUNOCONCENTRAÇÃO</p><p>Nesse teste, a amostra é depositada sobre uma membrana de nitrocelulose,</p><p>que a absorve (Figura 9). Ao entrar em contato com o antígeno ou anticorpo presente</p><p>no dispositivo, ocorre a formação do complexo antígeno-anticorpo. Em seguida, o</p><p>conjugado com marcador de cor é depositado na mesma membrana que, se houver</p><p>formação do complexo antígeno-anticorpo, apresentará um ponto colorido visível na</p><p>área teste (T) (Figura 10).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>94</p><p>FIGURA 9</p><p>– REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM TESTE DE IMUNOCONCENTRAÇÃO</p><p>FONTE: . Acesso em: 28 jan. 2021.</p><p>FIGURA 10 – DISPOSITIVOS DE IMUNOCONCENTRAÇÃO APRESENTANDO AMOSTRA REAGENTE</p><p>(ESQUERDA) E NÃO REAGENTE (DIREITA)</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 28 jan. 2021.</p><p>Independentemente do modo de execução do teste imunocromatográfico,</p><p>a interpretação do teste é realizada da mesma forma, e esses resultados podem ser</p><p>visualizados na forma de ponto, linha ou banda colorida, variando de acordo com o</p><p>fabricante (Figura 11).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>95</p><p>FIGURA 11 – INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DO TESTE DE IMUNOCROMATOGRAFIA</p><p>FONTE: Acesso em: 28 jan. 2021</p><p>Reagente:</p><p>Quando houver formação de duas linhas</p><p>coloridas: uma na área de teste (T) e outra na</p><p>área de controle (C).</p><p>Não reagente:</p><p>Quando houver formação de uma linha</p><p>colorida, somente na área de controle (C).</p><p>Inválido:</p><p>Quando não houver linha colorida, na área de</p><p>controle (C).</p><p>De acordo com Brasil (2018, p. 9):</p><p>Algumas das causas prováveis para a invalidação do teste podem</p><p>ser o armazenamento inadequado dos kits, um volume insuficiente</p><p>de amostra, um volume incorreto de solução diluente e a simples</p><p>execução incorreta. Se o resultado obtido em um teste for inválido,</p><p>leia novamente as instruções do fabricante e repita o teste com a</p><p>utilização de um novo dispositivo. Se o problema persistir, não utilize</p><p>mais nenhum teste desse lote.</p><p>Em alguns casos, a formação de cor da banda ou ponto do teste</p><p>pode aparecer mais fraca. Contudo, a presença de formação de</p><p>ponto ou banda colorida, independentemente da intensidade de</p><p>cor, deve ser considerada resultado reagente, quando a coloração</p><p>da banda do teste for acompanhada da coloração da banda ou</p><p>ponto que indica controle, conforme visto anteriormente.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>96</p><p>3 ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA)</p><p>O ELISA (do inglês, Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) é um imunoensaio</p><p>no qual a ligação antígeno-anticorpo é acompanhada por mensuração de atividade</p><p>enzimática presente na reação. O reagente de cor é uma enzima que gera mudança de</p><p>coloração se o teste for positivo, e a mudança na coloração é medida por metodologia</p><p>espectrofotométrica. Trata-se de uma metodologia utilizada para diferentes finalidades,</p><p>como a detecção viral, a medida de antígenos ou anticorpos e a dosagem hormonal. De</p><p>acordo com Voltarelli (2009, p. 83):</p><p>Trata-se de técnica imunoenzimática sensível, heterogênea (múl-</p><p>tiplas fases), para a quantificação de antígenos ou anticorpos. Um</p><p>dos reagentes é imobilizado na fase sólida, enquanto outro pode ser</p><p>ligado a uma enzima, com preservação tanto da atividade enzimática</p><p>como da imunológica do anticorpo. A fase sólida pode ser constitu-</p><p>ída por partículas de agarose, poliacrilamida, dextrano, poliestireno</p><p>etc. Placas plásticas são as mais difundidas por permitirem múltiplos</p><p>ensaios e automação. O teste detecta quantidades extremamente</p><p>pequenas de antígenos ou anticorpos, podendo ter elevada precisão</p><p>se os reagentes e os parâmetros forem bem padronizados.</p><p>Existem diferentes métodos de ELISA, que são (Figura 12):</p><p>• ELISA direto: em kits que pesquisam antígenos, os anticorpos são fixados em uma</p><p>placa composta por material rígido, como poliestireno. Esse anticorpo fixado reagirá com</p><p>antígenos presentes na amostra. Em seguida, é adicionado anticorpo específico, dessa</p><p>vez, marcado com enzima. A placa, então, é incubada, ou seja, tem todas suas regiões</p><p>mantidas a uma mesma temperatura, para que a reação ocorra em todas as regiões</p><p>da placa (também conhecidas como poços) de modo uniforme. Por fim, um substrato</p><p>(molécula que reage com a enzima presente no kit reagente) é adicionado. Esse substrato</p><p>é um cromógeno, ou seja, quando reage com a enzima forma um produto colorido. A</p><p>coloração que se forma é medida por espectrofotômetro, que, a partir da intensidade</p><p>da cor presente, mensura a quantidade do antígeno presente na amostra.</p><p>• ELISA indireto: mensura a concentração de anticorpos na amostra. Isso acontece</p><p>quando a amostra, contendo anticorpos, reage com seu antígeno específico, que está</p><p>presente na placa de ELISA (fase sólida). Essa ligação antígeno-anticorpo é revelada</p><p>pela ação do conjugado enzimático específico, que gera coloração ao reagir com o</p><p>substrato cromogênico (moléculas em que a enzima se liga resultando em formação</p><p>de cor). É um ensaio que inspira cuidados, uma vez que a medida de anticorpos</p><p>IgM, aplicada a doenças infecciosas, tem como interferente a presença de grandes</p><p>quantidades do fator reumatoide na amostra, gerando resultados falso-positivos, o</p><p>que prejudica sua especificidade.</p><p>• ELISA competitivo: a placa contém o antígeno ou anticorpo de interesse, e o an-</p><p>tígeno ou anticorpo presente na amostra compete com aqueles presentes na placa</p><p>pelo local ligação. Em consequência, a leitura da concentração desse teste é inver-</p><p>samente proporcional, uma vez que, quanto menor a concentração da substância</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>97</p><p>FIGURA 12 – ESQUEMAS DOS TESTES ENZIMÁTICOS HETEROGÊNEOS DO TIPO DIRETO,</p><p>INDIRETO E COMPETIÇÃO</p><p>FONTE: Adaptada de . Acesso em: 28 jan. 2021.</p><p>ELISA DIRETO OU SANDUÍCHE</p><p>ELISA INDIRETO</p><p>ELISA COMPETIÇÃO</p><p>Para compreender com maior clareza as diversas etapas necessárias para</p><p>execução da técnica de ELISA, utilizaremos o ELISA indireto (AFTER et al., 2000):</p><p>• Sensibilização da placa: na primeira etapa, o antígeno específico será diluído em uma</p><p>solução tampão. A solução tampão é importante para evitar que o pH da solução</p><p>varie, o que pode prejudicar as reações a seguir. Essa solução contendo antígenos é</p><p>aplicada à placa de poliestireno (Figura 13), onde os antígenos deverão ficar aderidos.</p><p>investigada, menos elas se ligam aos sítios disponíveis, sendo ocupados pelas subs-</p><p>tâncias presentes no reagente. Dessa forma, quanto menor a coloração gerada pela</p><p>reação, mais positivo é o teste.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>98</p><p>FIGURA 13 – PLACA DE POLIESTIRENO COM 96 POÇOS UTILIZADA PARA TÉCNICAS DE ELISA</p><p>FONTE: . Acesso em: 16 mar. 2021.</p><p>• Lavagem da placa: uma vez sensibilizada, a placa que recebeu o antígeno passa</p><p>por alguns ciclos de lavagem (Figura 14) para retirar antígenos que não se fixaram</p><p>na placa.</p><p>FIGURA 14 – EQUIPAMENTO PARA LAVAGEM AUTOMÁTICA DE MICROPLACA DE ELISA</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 16 mar. 2021.</p><p>• Bloqueio da placa: a placa é tratada com uma solução rica em proteínas (como</p><p>leite desnatado, albumina, caseína ou gelatina). O objetivo dessa etapa é bloquear</p><p>regiões que não estão recobertas por antígeno e, com isso, impedir que reações</p><p>inespecíficas ocorram.</p><p>• Lavagem de placa: após o bloqueio, novas lavagens são executadas para retirada</p><p>das moléculas passíveis de reações inespecíficas.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>99</p><p>• Adição de amostra: as amostras dos pacientes são pipetadas na placa e incubadas.</p><p>A incubação é a manutenção da placa sob uma temperatura uniforme durante um</p><p>mesmo período estabelecido pelo kit reagente utilizado. Caso as amostras contenham</p><p>anticorpos específicos para os antígenos fixados na placa, ocorrerá a formação de</p><p>complexo antígeno-anticorpo.</p><p>• Lavagem da placa: nova lavagem ocorre para retirada de anticorpos presentes na</p><p>amostra que não se ligaram aos antígenos presentes na placa.</p><p>• Adição do conjugado: o conjugado corresponde a um anticorpo anti-IgG</p><p>(anticorpos secundários) ligado a uma enzima peroxidase (enzima mais comumente</p><p>utilizada para técnica de ELISA). Esse anticorpo secundário tem como função ligar-</p><p>se ao anticorpo primário, quando este estiver presente na amostra (Figura 15). A placa</p><p>passa por nova incubação e novos ciclos de lavagens (remoção de anticorpos soltos),</p><p>antes da adição do substrato.</p><p>FIGURA 15 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS LIGAÇÕES PRESENTES NO ELISA INDIRETO</p><p>FONTE: . Acesso em: 18 mar. 2021.</p><p>• Adição do substrato: o substrato consiste em uma substância (no caso da peroxidase,</p><p>o substrato é o H2O2) que forma um complexo com a enzima e, com isso, gera novos</p><p>produtos. Nessa técnica, o substrato está ligado a um cromógeno (substância que gera</p><p>reação de cor). Caso ocorra reação enzimática, devido à presença de anticorpos na</p><p>amostra, o substrato é oxidado e, com essa reação, o cromógeno gera cor (Figura 16).</p><p>• Leitura: por fim, a formação de cor presente na placa é mensurada por espectrofo-</p><p>tometria com filtro ajustado para leitura do marcador de interesse (Figura 17).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>100</p><p>FIGURA 16 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS ETAPAS DE ELISA INDIRETO</p><p>FONTE: Acesso em: 16 mar. 2021.</p><p>Adiciona-se o soro do paciente;</p><p>o anticorpo complementar se liga</p><p>ao antígeno.</p><p>Anti-HISG conjugado a enzima é</p><p>adicionado e se liga ao anticorpo</p><p>ligado ao antígeno.</p><p>Adiciona-se o substrato da enzima ( ), e a</p><p>reação produz/forma um produto que resulta</p><p>em uma mudança visível de cor ( ).</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>O antígeno é adsorvido ao poço.</p><p>(b) Um teste ELISA indireto positivo para detectar anticorpos.</p><p>101</p><p>FIGURA 17 – EQUIPAMENTO LEITOR DE PLACAS DE ELISA</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 15 mar. 2021.</p><p>A espectrofotometria é uma metodologia importante e muito utilizada no</p><p>laboratório clínico, sendo um conteúdo que consideramos importante ser</p><p>revisitado. Leia o texto Introdução à Espectrofotometria, escrito por Paulo</p><p>Valim, no site Ciência em Ação: https://cienciaemacao.com.br/introducao-</p><p>a-espectrofotometria/.</p><p>IMPORTANTE</p><p>4 ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO DE MICROPARTÍCULAS</p><p>Assim como o ELISA, trata-se de uma técnica imunoenzimática, porém a</p><p>diferença é que a porção sólida são micropartículas em suspensão líquida e não uma</p><p>placa (VOLTARELLI, 2009).</p><p>Nessa técnica, a fase sólida são micropartículas de látex contendo os antígenos</p><p>que se ligam aos anticorpos presentes na amostra estudada. Essas micropartículas se</p><p>ligarão a uma matriz de fibra de vidro de maneira irreversível. O conjugado contendo</p><p>antígenos e fosfatase alcalina é adicionado a seguir, ligando-se aos anticorpos,</p><p>formando um complexo antígeno-anticorpo-antígeno. A reação é revelada pela adição</p><p>de um substrato, que gera um produto fluorescente pela sua ligação com a enzima. A</p><p>intensidade da fluorescência é medida, sendo considerada reagente quando supera o</p><p>ponto de corte da técnica (Figura 18).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>102</p><p>FIGURA 18 – ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO DE MICROPARTÍCULAS</p><p>FONTE: Acesso 28 jan. 2021</p><p>103</p><p>5 HEMAGLUTINAÇÃO</p><p>Nessa metodologia, são utilizados fragmentos de antígenos recobrindo glóbulos</p><p>vermelhos. Essa solução contendo hemácias e antígenos específicos para o marcador</p><p>investigado é distribuída em poços de microplaca. A presença de anticorpos específicos</p><p>interage com o antígeno presente na solução dispensada na placa, recobrindo o poço</p><p>como uma espécie de “tapete” vermelho (amostras 1 a 3 na Figura 19); caso a amostra</p><p>de soro não apresente os anticorpos investigados, as hemácias ficam depositadas no</p><p>fundo do poço formando um botão vermelho (amostras 4 a 7 da Figura 19) (FERREIRA;</p><p>MORAES, 2013).</p><p>FIGURA 19 – REAÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO</p><p>FONTE: ; . Acesso em: 16 mar. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>104</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>CUIDADOS COM A DOSAGEM DA GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA NO</p><p>SEGUIMENTO DE PACIENTES COM DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL</p><p>Elza Uberti</p><p>José Mauro Madi</p><p>Antonio Braga</p><p>Bruno Grillo</p><p>Maurício Viggiano</p><p>A principal vigilância hormonal no seguimento pós-molar consiste na dosagem</p><p>periódica e sistemática da gonadotrofina coriônica humana (hCG). Sendo um produto</p><p>das células da placenta, em especial do sinciciotrofoblasto, o hCG também é secretado</p><p>em menores quantidades pelas células citotrofoblásticas. O hCG pertence ao grupo</p><p>dos hormônios glicoproteicos, que também compreende o luteinizante (LH), o folículo-</p><p>estimulante (FSH) e o tireoestimulante (TSH). Todos esses possuem duas subunidades</p><p>diferentes, a e b, que são unidas por ligações não covalentes e que precisam estar</p><p>combinadas para formar o hormônio biologicamente ativo. A subunidade α é produzida</p><p>tanto na hipófise como na placenta e tem a mesma sequência peptídica das subunidades</p><p>a de outros hormônios (LH, FSH, TSH). A subunidade β é peculiar a cada hormônio e</p><p>determina sua especificidade.</p><p>O hCG é produzido pela placenta na gestação normal, pela doença trofoblástica</p><p>gestacional (DTG), em mulheres que estão ou estiveram grávidas, nas neoplasias de</p><p>origem germinativa, por tumores não trofoblásticos e também em tecidos normais,</p><p>incluindo testículo e hipófise humana. A principal função do hCG é promover a produção</p><p>de progesterona pelo corpo lúteo do ovário.</p><p>No início da gestação normal, o trofoblasto se diferencia em células</p><p>predominantemente citotrofoblásticas, enquanto as células sinciciotrofoblásticas são</p><p>dominantes ao término da gravidez. O sinciciotrofoblasto é a maior fonte secretora de</p><p>hCG intacto na circulação materna e as células menos diferenciadas do citotrofoblasto</p><p>secretam além do hormônio na sua forma intacta, as subunidades α e β. À semelhança da</p><p>placenta normal, as células anormais do trofoblasto na doença trofoblástica gestacional</p><p>(DTG) sintetizam e secretam tanto o hCG intacto como as formas livres das subunidades</p><p>α e β.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>105</p><p>Figura 1 – Estrutura química da molécula intacta do hCG com as cadeias α e β; peso molecular: 37.500 daltons</p><p>Após 1980, foram desenvolvidos imunoensaios tipo sanduíche, rápidos e</p><p>automatizados, usando anticorpos monoclonais para reconhecer especificamente o hCG</p><p>e suas subunidades livres. Tais ensaios, que são tão ou mais sensíveis do que o teste do</p><p>BhCG por radioimunoensaio, não utilizam radioisótopos, apresentam menor coeficiente</p><p>de variação e maior durabilidade dos reagentes, o que implica um menor custo final na</p><p>execução do exame. As diferentes formas degradadas do hCG são reconhecidas por</p><p>um grande número de anticorpos, o que resulta em grande variação nos resultados</p><p>inter-ensaios, especialmente se a determinação é na urina, trazendo confusão nos</p><p>resultados dos testes para diagnóstico de gravidez. Utilizam-se amostras séricas para</p><p>fins de monitorização dos níveis de hCG durante a gravidez (tratamento</p><p>conservador e</p><p>medicamentoso da gravidez ectópica e na fertilização assistida) e na monitorização das</p><p>neoplasias, em especial a neoplasia.</p><p>Trofoblástica Gestacional (NTG)</p><p>A natureza complexa dos produtos de degradação do hCG intacto, da meia-vida</p><p>dos produtos de degradação e das reações cruzadas dos vários produtos de degradação</p><p>com os vários anticorpos, explica a discrepância entre os resultados da dosagem de</p><p>gonadotrofina coriônica feita nos diferentes laboratórios e, num mesmo laboratório,</p><p>com o mesmo kit, entre as diferentes amostras do material.</p><p>Atualmente, a conduta efetiva dos casos de DTG é altamente dependente da</p><p>determinação do imunoensaio sérico para dosagem quantitativa do hCG, que deve ser</p><p>utilizado em todos os estágios do manejo da DTG, incluindo diagnóstico, planejamento</p><p>terapêutico, monitorização da resposta ao tratamento e detecção das eventuais</p><p>recidivas. Em DTG, é recomendável um ensaio que dose o hCG total + BhCG, que tem a</p><p>vantagem de reconhecer também o hCG clivado e o BhCG-clivado, o que proporcionará</p><p>resultados mais precisos e condutas clínicas mais acertadas.</p><p>O uso do hCG apenas na propedêutica da DTG é direcionado para cinco</p><p>momentos: 1) diagnóstico de DTG; 2) Seguimento pós-esvaziamento molar; 3)</p><p>diagnóstico de neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar 4) Monitorização do</p><p>tratamento quimioterápico; 5) diagnóstico de recidiva da NTG.</p><p>106</p><p>Para os fins referidos, é indispensável a determinação quantitativa de BhCG (hCG</p><p>intacto + BhCG), exames que preferencialmente devem ser realizados em um mesmo</p><p>laboratório, para se ter credibilidade e se poder comparar o resultado com outros da</p><p>mesma procedência. É importante também que os profissionais do laboratório onde o</p><p>exame é realizado tenham conhecimento que lidam com um marcador tumoral e que os</p><p>resultados se destinam à monitorização de DTG, e não apenas ao diagnóstico de gravidez,</p><p>ou seja, ratificando a necessidade de o resultado ser precisamente quantificado.</p><p>hCG no diagnóstico de DTG</p><p>Em condições normais da gestação, os níveis séricos de hCG biologicamente</p><p>ativo aumentam exponencialmente no 1º trimestre da gravidez, duplicando a cada dois</p><p>dias, atingindo o pico em torno da 10ª a 12ª semana, quando podem alcançar valores de</p><p>100.000 mUI/mL. A partir daí, os valores decrescem até a 20ª semana, atingindo cerca</p><p>de 20% dos valores de pico máximo e assim permanecem até o final da gestação. Após</p><p>o parto, os níveis séricos de hCG seguem regredindo e os resultados dos testes atingem</p><p>valores normais (</p><p>durante o período de acompanhamento. A anticoncepção eficaz é</p><p>um dos pilares do controle pós-molar e, como tal, o uso é recomendado e garantido.</p><p>A maioria das pacientes portadoras de MH (80%) permanece assintomática até a cura</p><p>completa da doença.</p><p>A curva de regressão do BhCG de cada paciente realizada durante o</p><p>acompanhamento pós-molar pode ser comparada com a curva semilogarítmica e</p><p>exponencial de regressão normal do hCG, conforme proposto por Schlaerth et al.</p><p>(Figura 2) ou com outra proposta em nosso meio por Maestá. Se os valores forem</p><p>progressivamente descendentes e paralelos à curva padrão de regressão, significa que</p><p>a paciente está evoluindo para remissão espontânea da doença, dispensando qualquer</p><p>tratamento adicional.</p><p>Figura 2 – Curva semilogarítmica de regressão do hCG proposta por Schlaerth et al. (média ± 2 desvios</p><p>padrões), adaptada para mostrar o valor considerado normal (inferior a 5 mUI/mL)</p><p>FONTE: Adaptado de .</p><p>Acesso em: 2 fev. 2021.</p><p>109</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A imunocromatografia é uma metodologia qualitativa, utilizada em laboratório como</p><p>triagem para identificar vírus, hormônios e bactérias.</p><p>• Na imunocromatografia, utiliza-se uma matriz, que pode estar coberta por uma tira</p><p>de acetato transparente, para permitir visualizar o resultado do teste, podendo-se</p><p>identificar o anticorpo ou o antígeno presente na amostra.</p><p>• Fluxo lateral, dupla migração e imunoconcentração são as possíveis apresentações</p><p>dos testes imunocromatográficos.</p><p>• Existem tipos diferentes de ELISA: direto, indireto e competitivo.</p><p>• No ELISA direto, que detecta antígenos, o anticorpo é fixado na placa, ligando-se,</p><p>posteriormente, a um anticorpo ligado a uma enzima, a qual se liga a um substrato</p><p>que irá formar a cor que o espectrofotômetro quantifica.</p><p>• No ELISA indireto, o antígeno é fixado na placa, ligando-se a um anticorpo não marcado.</p><p>Em seguida, é adicionado um segundo anticorpo conjugado a uma enzima que, ao</p><p>reagir com o substrato, forma a cor que será mensurada por espectrofotometria.</p><p>• No ELISA competitivo, a placa apresenta antígeno ou anticorpo de interesse, e o</p><p>antígeno ou anticorpo que existe na amostra compete com aqueles presentes na</p><p>placa pelo local ligação.</p><p>• Ensaio imunoenzimático de micropartículas é uma técnica imunoenzimática em que</p><p>a porção sólida é composta por micropartículas em suspensão líquida.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 4</p><p>110</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A imunocromatografia é uma metodologia qualitativa, utilizada em laboratório como</p><p>triagem para identificar os mais diferentes tipos de substâncias, como o próprio</p><p>hormônio hCG, e para detecção de agentes patogênicos, como vírus e bactérias. A</p><p>respeito do método imunocromatográfico, observe a figura a seguir:</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 16 mar. 2021.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Trata-se de um teste com resultado reagente.</p><p>b) ( ) Trata-se de um teste inválido, uma vez que a área de controle não apresentou</p><p>marcação.</p><p>c) ( ) Trata-se de um teste válido, uma vez que a área de controle não apresentou</p><p>marcação.</p><p>d) ( ) Trata-se de um resultado não reagente, uma vez que a área C não apresentou</p><p>marcação.</p><p>2 ELISA é uma metodologia utilizada para diferentes finalidades, como a detecção viral,</p><p>a medida de antígenos ou anticorpos e a dosagem hormonal. Explique por que o</p><p>ELISA indireto não é a melhor opção para detecção de IgM.</p><p>3 Existem tipos diferentes de ELISA: direto, indireto e competitivo. Explique o</p><p>funcionamento da técnica de ELISA competitivo.</p><p>4 A técnica de ELISA, independentemente do tipo, apresenta diversas etapas que</p><p>precedem a geração de resultados que indicarão ou não a presença do marcador</p><p>investigado. Com relação ao teste de ELISA indireto, analise a ordem dos compostos</p><p>utilizados:</p><p>I- Antígeno de interesse.</p><p>II- Substrato.</p><p>III- Soro de paciente.</p><p>IV- Anticorpo secundário.</p><p>Porque sofre interferência de fator reumatoide, o que pode</p><p>ocasionar resultados falso-positivos</p><p>antígeno ou anticorpo da amostra compete com</p><p>aqueles presentes na placa pelo local de ligação. A execução da leitura</p><p>da concentração desse teste é inversamente proporcional</p><p>COMPETITIVO essa tecnica é inversamente proporcional porque apenas os antigenos laboratoriais</p><p>são conjugados com a enzima que cinfere cor à reção, portanto, os antígenos específicos da amostra não produzirão</p><p>reação de cor, apenas as enzimas ligadas ao antigenos laboratorial.</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>111</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) II – IV – I – III.</p><p>b) ( ) I – III – IV – II.</p><p>c) ( ) II – IV – I – III.</p><p>d) ( ) III – I – IV – II.</p><p>5 Sobre a hemaglutinação passiva, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Resultados reagentes são identificados pela presença de um botão vermelho no</p><p>fundo do poço.</p><p>b) ( ) São utilizados glóbulos brancos sensibilizados com fragmentos do antígeno de</p><p>interesse.</p><p>c) ( ) Resultados reagentes são identificados pela presença de um tapete vermelho no</p><p>fundo do poço.</p><p>d) ( ) São utilizados glóbulos brancos sensibilizados com fragmentos de cromógeno</p><p>associado ao antígeno de interesse.</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>112</p><p>113</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AFTER, R. A. et al. Kuby Immunology. 4. ed. New York: WH Freeman & Company;</p><p>2000.</p><p>AMERICAN CANCER SOCIETY. Sinais e sintomas da doença trofoblástica</p><p>gestacional. 2016. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/gestational-</p><p>trophoblastic-disease/detection-diagnosis-staging/signs-symptoms.html. Acesso em:</p><p>30 abr. 2021.</p><p>ANDRADE, J. M. Mola hidatiforme e doença trofoblástica gestacional. Rev. Bras.</p><p>Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 31, n. 2, p. 94-101, 2009.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Projetos Especiais de Saúde, Coordenação</p><p>Nacional DST e AIDS – TELELAB. Teste rápido para investigação da infecção</p><p>pelo HIV por meio do kit ABON HIV. 2018. Disponível em: https://telelab.aids.gov.br/</p><p>moodle/pluginfile.php/155183/mod_resource/content/1/manual%20TR%20ABON%20</p><p>HIV%20Tri-line.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Importância do Pré-natal. 2016. Disponível em: http://</p><p>bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2198-importancia-do-pre-natal. Acesso em: 20</p><p>jan. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de Alto Risco. Ministério da Saúde, 2010.</p><p>Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf.</p><p>Acesso em: 20 jan. 2021.</p><p>BRITO, M. B. et al. Infecção na Gravidez, Toxoplasmose, Rubéola e</p><p>Citomegalovírus. EBSERH. 2016. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/</p><p>documents/215335/4407336/Protocolo+Infeccao+na+Gravidez+-+toxoplasmose+-</p><p>+Rubeola+-+CMV.pdf/1d461ebb-d687-4d70-b7e7-ad4a94e8b11b. Acesso em: 12 jan.</p><p>2021.</p><p>CDC – CENTER FOR DISEASE CONTROL. Toxoplasmosis. 2020. Disponível em: https://</p><p>www.cdc.gov/parasites/toxoplasmosis/biology.html. Acesso em: 15 jan. 2021.</p><p>COSTA, T. L. 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Acesso em: 12 jan. 2021.</p><p>116</p><p>117</p><p>DOENÇAS</p><p>INFECTOCONTAGIOSAS E</p><p>AUTOIMUNES</p><p>UNIDADE 3 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• entender as principais doenças infecciosas e autoimunes;</p><p>• compreender as principais características e os testes imunológicos mais utilizados no</p><p>diagnóstico e no acompanhamento de sífilis, síndrome da imunodeficiência adquirida</p><p>(SIDA ou AIDS), hepatites virais, coronavírus e lúpus eritematoso sistêmico.</p><p>Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – SÍFILIS</p><p>TÓPICO 2 – SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)</p><p>TÓPICO 3 – HEPATITES VIRAIS</p><p>TÓPICO 4 – CORONAVÍRUS</p><p>TÓPICO 5 – LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>118</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 3!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>119</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>SÍFILIS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Nesta unidade, apresentaremos as principais doenças infecciosas e autoimunes,</p><p>abordando as características de cada uma e quais os testes imunológicos mais utilizados</p><p>no diagnóstico e acompanhamento dessas doenças. Neste tópico, aprofundaremos</p><p>nosso conhecimento a respeito da sífilis.</p><p>2 SÍFILIS</p><p>A sífilis é uma doença sistêmica que tem como agente etiológico o Treponema</p><p>pallidum. Esse microrganismo apresenta forma de espiroqueta e característica</p><p>microaeróbia (que cresce sob baixa tensão de oxigênio), com parede celular semelhante</p><p>às bactérias Gram-negativas. Apesar da semelhança, o T. pallidum não se cora na</p><p>coloração de Gram. São os componentes estruturais da bactéria (Figura 1) (FERREIRA,</p><p>2013):</p><p>• Filamento axial: tem como função promover a movimentação do Treponema. É</p><p>composto por um feixe de fibrilas que formam uma espiral em torno do Treponema,</p><p>semelhante ao formato de um saca-rolhas.</p><p>• Membrana celular: estrutura composta por proteínas de ligação à penicilina,</p><p>lipoproteínas, glicolipídeos e cardiolipina. A cardiolipina é o principal antígeno utilizado</p><p>para investigações sorológicas não treponêmicas.</p><p>• Periplasma: composta por uma camada que, de acordo com Ferreira (2013, p.</p><p>5), “uma membrana interna ou citoplasmática que rodeia o corpo celular e uma</p><p>membrana externa protetora. Entre uma membrana e outra, encontra-se um espaço</p><p>periplasmático com uma pequena camada de peptidoglicano”. É nessa região que</p><p>o filamento axial fica aderido, o que confere o formato espiralado ao Treponema.</p><p>É a partir desta estrutura que o movimento em hélice é possível, bem como sua</p><p>capacidade de se deslocar em meios com maior viscosidade.</p><p>• Membrana externa: tem como função proteger o microrganismo do meio externo,</p><p>por revestir a superfície treponêmica (FERREIRA, 2013).</p><p>A identificação da bactéria por microscopia óptica não faz parte das práticas</p><p>laboratoriais de rotina, uma vez que é uma bactéria muito delgada, o que dificulta sua</p><p>visualização no setor de microbiologia. “A pequena diferença de densidade entre o corpo</p><p>e a parede do T. pallidum faz com que seja prejudicada sua visualização à luz direta no</p><p>microscópio. Cora-se fracamente; daí o nome pálido, do latim pallidum” (AVELLEIRA;</p><p>BOTTINO, 2006, p. 113).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>120</p><p>É sempre importante rever alguns conceitos para absorver o conteúdo</p><p>com maior clareza:</p><p>• Doença sistêmica: afetam diversos órgãos, não se restringindo</p><p>ao prejuízo de um único determinado órgão ou sistema.</p><p>• Bactéria Gram-negativa: são bactérias constituídas de uma</p><p>parede de peptidoglicano mais delgada, o que faz com que não</p><p>retenham o cristal violeta ao longo da etapa de descoloração, o</p><p>que resulta na cor vermelha ao final da coloração de Gram.</p><p>• Microaeróbia: microrganismos que se desenvolvem em baixas</p><p>tensões de oxigênio.</p><p>IMPORTANTE</p><p>FIGURA 1 – COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL DO TREPONEMA PALLIDUM</p><p>FONTE: . Acesso em: 8 fev. 2021.</p><p>O T. pallidum é um patógeno que tem como hospedeiro apenas os seres humanos</p><p>e a via de transmissão ocorre principalmente por contato sexual, porém também pode</p><p>ser causado por transmissão vertical, ou seja, da gestante para o feto (quando não</p><p>houver tratamento da gestante) (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).</p><p>Ao ser transmitido, o T. pallidum penetra no organismo e atinge a corrente</p><p>sanguínea, sendo distribuído por diversos tecidos. Com essa dispersão, uma resposta</p><p>inflamatória e imunológica por parte do sistema imune é desencadeada culminando nas</p><p>manifestações clínicas que podem ser divididas em 3 estágio:</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>137</p><p>TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA</p><p>(SIDA OU AIDS) ............................................................................... 139</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 139</p><p>2 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) .............................................140</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO</p><p>DO HIV/AIDS ....................................................................................................144</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................151</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 152</p><p>TÓPICO 3 — HEPATITES VIRAIS ......................................................................... 153</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 153</p><p>2 HEPATITES VIRAIS .......................................................................................... 153</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO</p><p>DAS HEPATITES VIRAIS .................................................................................. 157</p><p>3.1 HEPATITE A ........................................................................................................................ 158</p><p>3.2 HEPATITE B ...................................................................................................................... 158</p><p>3.3 HEPATITE C ...................................................................................................................... 159</p><p>3.4 HEPATITE D ...................................................................................................................... 159</p><p>3.5 HEPATITE E ....................................................................................................................... 160</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................161</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 162</p><p>TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS ............................................................................... 165</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 165</p><p>2 CORONAVÍRUS ................................................................................................. 165</p><p>2.1 SARS-COV-1 .......................................................................................................................167</p><p>2.2 SARS-CoV-2 ..................................................................................................................... 169</p><p>3 O LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO</p><p>DE SARS-COV-1 E SARS-COV-2 ..................................................................... 173</p><p>3.1 DETECÇÃO DE ANTÍGENO PARA SARS-COV – IMUNOCROMATOGRAFIA</p><p>DE FLUXO............................................................................................................................174</p><p>3.2 DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA SARS-COV – ELISA .......................................179</p><p>RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................ 181</p><p>AUTOATIVIDADE .................................................................................................183</p><p>TÓPICO 5 — LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ...............................................185</p><p>1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................185</p><p>2 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO .................................................................185</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS .................................188</p><p>3.1 ANTICORPOS ANTINUCLEARES (ANA/FAN) ............................................................. 188</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................191</p><p>RESUMO DO TÓPICO 5 ........................................................................................ 192</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 193</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 195</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 —</p><p>APLICAÇÃO</p><p>DA IMUNOLOGIA</p><p>NO DIAGNÓSTICO</p><p>E PROGNÓSTICO DE</p><p>DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• entender conceitos de imunologia básica;</p><p>• compreender as dinâmicas relacionadas a doenças reumáticas;</p><p>• reconhecer a etiopatogenia das doenças reumáticas;</p><p>• desenvolver uma visão abrangente sobre os mecanismos de desenvolvimento das</p><p>doenças reumáticas;</p><p>• identificar aspectos relacionados às principais técnicas imunológicas utilizadas para</p><p>investigação de patologias reumáticas.</p><p>Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA</p><p>TÓPICO 2 – COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>TÓPICO 3 – MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>TÓPICO 4 – METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS</p><p>REUMÁTICAS</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>CONSIDERAÇÕES SOBRE</p><p>IMUNOLOGIA CLÍNICA</p><p>TÓPICO 1 — UNIDADE 1</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Entre os vários sistemas que possuímos, vamos destacar a importância do</p><p>sistema imunológico e seu papel em todo nosso organismo.</p><p>Qualquer pessoa que tenha tido o privilégio de ouvir o desempenho</p><p>de uma brilhante orquestra executando uma sinfonia composta</p><p>por um dos maiores maestros sabe que cada instrumento musical,</p><p>cuidadosamente afinado, contribui para o som coletivamente</p><p>harmonioso produzido pelos músicos. (COICO; SUNSHINE, 2010, p. 1).</p><p>Em uma analogia com o corpo humano, podemos dizer que, para desfrutar de</p><p>coisas simples, como assistir a um filme, existe uma “orquestra biológica” não apenas</p><p>gigante, mas também bastante diversa, que, com uma sinergia singular, faz com que</p><p>todos os sistemas funcionem de modo coordenado, 24 horas por dia, para manter a</p><p>estabilidade interna, chamada homeostase.</p><p>Nesse aspecto, para compreender as dinâmicas relacionadas à imunologia</p><p>clínica, revisaremos alguns conceitos básicos sobre a imunologia, abordando os</p><p>principais aspectos clínicos associados a esta disciplina.</p><p>2 CONCEITOS EM IMUNOLOGIA BÁSICA</p><p>O sistema imunológico tem como principal função proteger o organismo contra</p><p>agressores externos. Para isso, conta com diferentes tipos celulares e moléculas</p><p>mediadoras que atuarão de modo a manter o equilíbrio dos demais sistemas. Quando o</p><p>corpo é exposto a algum tipo de microrganismo ou de um agente agressor que coloca em</p><p>risco o equilíbrio – e, por conseguinte, a saúde – dos indivíduos, ocorre uma mobilização</p><p>do sistema imune, no sentido de gerar uma resposta para eliminar o potencial agente de</p><p>risco (LUNDY; FOX; GIZINSKI, 2015).</p><p>As respostas desencadeadas pelo sistema imune ocorrem, ordenadamente, em</p><p>quatro processos principais:</p><p>• identificação de antígenos estranhos;</p><p>• determinação do potencial prejudicial do agressor;</p><p>• ativação de células e mediadores próprios para eliminar o agressor;</p><p>• desenvolvimento da resposta efetora para eliminação do agente e restabelecimento</p><p>do equilíbrio homeostático.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>4</p><p>Para que todos esses passos sejam executados com sucesso, contamos com</p><p>diferentes</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>121</p><p>• Sífilis primária: nesse primeiro estágio as manifestações ocorrem de 10 a 90 dias</p><p>após a infecção (período de incubação). Nessa etapa, o sinal clínico inicial é a presença</p><p>de lesão no local onde a bactéria penetrou no organismo. Essa lesão, que contém</p><p>muitas espiroquetas, recebe o nome de cancro duro (Figura 2), pois apresenta base</p><p>endurecida e secreção, porém sem manifestação de dor. Essa lesão desaparece</p><p>espontaneamente em cerca de 15 dias (BRASIL, 2010).</p><p>• Sífilis secundária: quando a sífilis não é detectada e tratada já no estágio primário as</p><p>manifestações clínicas evoluem para o estágio secundário (Figura 3), em decorrência</p><p>da dispersão da bactéria por todos os órgãos. A partir desse estágio, a presença de</p><p>exantemas (roséolas sifilíticas), que consistem em erupções cutâneas contendo</p><p>treponemas, é a manifestação clínica característica (BRASIL, 2010).</p><p>• Sífilis latente: caso o paciente infectado siga sem detecção e tratamento da</p><p>sífilis, as manifestações clínicas cessam, configurando o estágio latente, o qual</p><p>é considerado recente durante o primeiro ano de infecção e, após esse período, é</p><p>considerada latente tardia (BRASIL, 2010).</p><p>• Sífilis terciária: o paciente apresenta um processo inflamatório acompanhado da</p><p>destruição de tecido ósseo, estabelecimento da sífilis cardiovascular (manifestada pela</p><p>aortite, uma inflamação na artéria aorta) e da neurossífilis (que pode se manifestar por</p><p>prejuízos auditivos, motores, visuais, depressão, perda de memória e dor) (BRASIL,</p><p>2010). É um estágio considerado grave que pode se manifestar de 10 a 30 anos após</p><p>a infecção.</p><p>A sífilis terciária se manifesta na forma de inflamação e destruição</p><p>de tecidos e ossos. É caracterizada por formação de gomas sifilíticas,</p><p>tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas,</p><p>que também podem acometer qualquer parte do corpo, inclusive no</p><p>esqueleto ósseo (BRASIL, 2010, p. 22).</p><p>As manifestações clínicas estão presentes em três estágios, porém, a patologia</p><p>em si apresenta quatro estágios, sendo um deles latente e com poucos ou nenhum</p><p>sintoma ou sinal clínico.</p><p>FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE CANCRO DURO CARACTERÍSTICO DE SÍFILIS PRIMÁRIA</p><p>FONTE: . Acesso em: 8 fev. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>122</p><p>Nos últimos anos, as solicitações de provas para diagnóstico de sífilis aumentaram</p><p>consideravelmente. Isso se deveu ao aumento no número de casos apresentados no</p><p>Brasil. Por isso, sugerimos a leitura da matéria Sífilis volta a ser uma epidemia no Brasil,</p><p>apesar do tratamento rápido, de 2017, publicada na Globo News.</p><p>Uma doença que não escolhe idade, sexo nem classe social. É assim que especialistas</p><p>descrevem a sífilis, transmitida pela bactéria treponema pallidum, principalmente por</p><p>via sexual, mas também da mãe para o filho, durante a gravidez. A falta de tratamento</p><p>pode causar cegueira, demência e más formações, no caso de fetos. Mas infectologistas</p><p>destacam que o tratamento é rápido, assim como o diagnóstico, que pode ser feito com</p><p>um teste rápido, com resultado pronto em dez minutos. No caso da sífilis primária, uma</p><p>única dose de penicilina benzatina intramuscular já o suficiente para a cura. O aumento</p><p>dos casos da doença preocupa especialistas. O Dr. Alexandre Chieppe,</p><p>subsecretário Estadual de Vigilância em Saúde, afirma que, desde 2011, vem</p><p>sendo observado um aumento de casos de sífilis congênita e do número de</p><p>casos na população geral. Desde o início dos anos 2000, a comunidade</p><p>médica internacional já vinha alertando para o aumento do número</p><p>de casos da doença. No Brasil, especialmente nos grandes centros</p><p>urbanos, a infecção dava sinais de avanço rápido e preocupava as</p><p>autoridades. Tanto que, em meados de 2007, a ONG do Rio de Janeiro</p><p>“Centro de Educação Sexual”, junto com outros parceiros, lançou uma</p><p>campanha de prevenção, estrelada por artistas como Glória Pires e o</p><p>marido Orlando Moraes.</p><p>FONTE: . Acesso em:</p><p>20 fev. 2021.</p><p>INTERESSANTE</p><p>FIGURA 3 – ERUPÇÕES CUTÂNEAS CARACTERÍSTICAS DA SÍFILIS SECUNDÁRIA</p><p>FONTE: . Acesso em: 5 fev. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>123</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E</p><p>ACOMPANHAMENTO DA SÍFILIS</p><p>Inicialmente, apresentaremos as características do T. pallidum e as manifesta-</p><p>ções clínicas de acordo com o estágio de evolução da doença. Contudo, se realizarmos</p><p>provas imunológicas para detectar o treponema, qual a importância de conhecer todas</p><p>estas características da doença?</p><p>Conforme a doença evolui, cada fase tem um grupo de provas imunológicas</p><p>próprias para diagnóstico da sífilis. De posse do conhecimento dessas diferenças,</p><p>o médico avalia o paciente para, então, compreender quais testes são ideais para</p><p>investigar a suspeita médica.</p><p>As provas imunológicas utilizadas para detecção de sífilis dividem-se em dois</p><p>tipos: ensaios treponêmicos e não treponêmicos. A seguir, veremos as diferenças</p><p>entre essas provas e o significado clínico de cada uma.</p><p>3.1 TESTES NÃO TREPONÊMICOS</p><p>Como o próprio nome indica, nos ensaios não treponêmicos, os anticorpos</p><p>detectados não são específicos para o T. pallidum. É possível encontrar na literatura</p><p>esses testes classificados como anticardiolipínicos, ou seja, anticorpos produzidos</p><p>contra moléculas chamadas cardiolipinas. As cardiolipinas são fosfolipídios que apre-</p><p>sentam carga negativa e, em mamíferos, estão presentes na membrana mitocondrial.</p><p>Em condições patológicas, essas moléculas estão presentes em células apoptóticas,</p><p>na ativação plaquetária e em complicações durante a gestação. Contudo, também são</p><p>encontrados na sífilis (RAND; WOLGAST, 2018).</p><p>Os testes não treponêmicos estão amplamente disponíveis nos laboratórios,</p><p>são de baixo custo e possibilitam o monitoramento da resposta ao tratamento. Como</p><p>desvantagens, possuem baixa sensibilidade na sífilis primária e também na sífilis latente</p><p>e tardia, além de produzirem resultados falso-positivos, devido à ocorrência de outras</p><p>enfermidades que causam degeneração celular (BRASIL, 2016, p. 23).</p><p>Assista ao seguinte vídeo, desenvolvido pelo Telelab, sobre testes não</p><p>treponêmicos: https://www.youtube.com/watch?v=nAWWmxLM9vg. Trata-</p><p>se de um material importante que visa a facilitar a compreensão desses</p><p>novos conhecimentos e revisa o conceito de efeito prozona, conhecimento</p><p>essencial para evitar a obtenção de resultados falso-negativos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>124</p><p>Assim, quando aplicamos testes não treponêmicos para investigação de</p><p>sífilis, é importante ter em mente que resultados reagentes (positivos) indicam</p><p>a presença de anticorpos anticardiolipínicos, que também podem ser encontrados</p><p>em outras condições clínicas. Apesar de inespecíficos, são testes importantes para</p><p>acompanhamento da eficácia do tratamento para sífilis, sendo de fácil realização e</p><p>baixo custo. Isso ocorre pela observação, em casos de tratamentos efetivos, da redução</p><p>na quantidade de anticorpos anticardiolipínicos no soro de pacientes. Os testes não</p><p>treponêmicos podem ser de dois tipos:</p><p>• Qualitativos: aplicados a triagem de amostras, indicando apenas se a amostra</p><p>apresenta resultado reagente ou não.</p><p>• Quantitativos: testes que determinam</p><p>a quantidade de anticorpos presentes em</p><p>amostras e auxiliam principalmente no acompanhamento da evolução do paciente</p><p>frente ao tratamento.</p><p>Pelo resultado de um teste não treponêmico quantitativo, como o paciente está</p><p>respondendo a um tratamento? Ocorre que, nestes tipos de testes, o médico tem acesso</p><p>à titulação de anticorpos anticardiolipínicos da amostra do paciente. A titulação</p><p>corresponde à maior diluição em que a amostra apresentou resultado reagente (NADAL;</p><p>FRAMIL, 2007).</p><p>A titulação descrita é realizada a partir de diluições seriadas,</p><p>assunto abordado nas unidades anteriores.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Assim, quanto maiores os títulos de anticorpos anticardiolipínicos que a amostra</p><p>do paciente apresenta, maior a atividade da doença em casos em que o tratamento</p><p>ainda não foi aplicado ao paciente; já em pacientes em tratamento, indica que a</p><p>resposta ao tratamento não é suficiente para combater a bactéria. Por outro lado, baixas</p><p>titulações em pacientes em tratamento indicam que o paciente está respondendo bem</p><p>ao medicamento (BRASIL, 2010).</p><p>A seguir, abordaremos as principais metodologias de testes imunológicos não</p><p>treponêmicos no que diz respeito à interpretação dos resultados. Os princípios das</p><p>metodologias apresentadas aqui serão discutidos no Tópico 5.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>125</p><p>3.1.1 Floculação: VDRL</p><p>O VDRL (sigla do inglês Venereal Disease Research Laboratory) é um dos</p><p>principais testes não treponêmicos para diagnóstico e acompanhamento da sífilis,</p><p>uma vez que é possível verificar a presença de anticorpos anticardiolipina presentes</p><p>nas amostras de soro ou líquor antes e depois do tratamento. Trata-se de uma técnica</p><p>de floculação em que, de acordo com o Grupo Wiener Laboratórios (2000, p. 4): “As</p><p>‘reaginas’ que se encontram presentes em indivíduos infectados por T. pallidum, são</p><p>detectadas no soro pela reação com um antígeno cardiolipínico purificado e estabilizado.</p><p>Se a amostra contiver reagina, esta se unirá ao antígeno, produzindo uma floculação</p><p>visível ao microscópio”.</p><p>Para que a reação de floculação ocorra, diferentes etapas devem ser seguidas.</p><p>A Figura 4 apresenta os passos que devem ser executados para triagem inicial de</p><p>amostras em que o soro do paciente é testado puro e na diluição ⅛, chamada de VDRL</p><p>qualitativo. Caso a avaliação qualitativa da amostra analisada apresente resultado</p><p>reagente pura e/ou diluída, a técnica de VDRL quantitativo deverá ser executada</p><p>(Figura 5) com o objetivo de identificar a maior titulação de anticorpos anticardiolipínicos</p><p>presentes na amostra analisada (BRASIL, 2016).</p><p>Após tratamentos bem-sucedidos, o VDRL pode se tornar não reagente, ou,</p><p>após redução progressiva dos títulos (durante acompanhamento do tratamento),</p><p>ainda apresentar, mesmo tempos depois do tratamento, baixas titulações. Contudo, as</p><p>permanências dessas baixas titulações não necessariamente indicam que a infecção</p><p>segue ativa ou que o tratamento não seja efetivo, mas, sim, que existe uma cicatriz</p><p>sorológica. Assim, um tratamento é considerado eficaz quando um apresenta redução</p><p>das titulações em comparação àquelas presentes antes do tratamento. Em geral,</p><p>se após a conclusão do tratamento o paciente apresentar titulações de 1/2 e 1/4,</p><p>acompanhados de testes treponêmicos não reagentes, trata-se de uma cicatriz</p><p>sorológica (BRASIL, 2010).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>126</p><p>FIGURA 4 – ETAPAS DA TÉCNICA DE VDRL QUALITATIVA</p><p>FONTE: . Acesso em: 7 abr. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>127</p><p>Em pacientes com a doença ativa, os resultados reagentes de VDRL apresentam</p><p>titulações altas, a partir de 1/16, entre a 2ª e 4ª semana após o surgimento do cancro</p><p>duro, sendo necessário o início do tratamento. Além disso, pacientes pós-tratamento</p><p>que apresentam titulações de VDRL ainda maiores que as mencionadas anteriormente</p><p>têm indicação para repetição de tratamento (BRASIL, 2010).</p><p>Para ilustrar todas as etapas, assista ao vídeo VDRL – O que</p><p>todo biomédico precisa saber, que mostra o passo a passo da</p><p>técnica. Utilize esse material como instrumento facilitador para</p><p>visualização e compreensão dos passos previamente descritos.</p><p>Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=G_mcKz03LoA.</p><p>IMPORTANTE</p><p>FIGURA 5 – ETAPAS DA TÉCNICA DE VDRL QUANTITATIVA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>128</p><p>FONTE: . Acesso em: 7 abr. 2021.</p><p>É importante lembrarmos que, por se tratar de um teste que não está detectando</p><p>a bactéria em si, ele não é específico para sífilis. Assim, existem causas transitórias ou</p><p>permanentes que podem gerar resultados falso-positivos, como mostra o Quadro 1.</p><p>QUADRO 1 – SITUAÇÕES QUE PODEM GERAR RESULTADOS FALSO-POSITIVOS NOS</p><p>TESTES NÃO TREPONÊMICOS</p><p>FONTE: Brasil (2016, p. 23)</p><p>Situações que podem gerar resultados</p><p>falso positivos transitórios</p><p>Situações que podem gerar resultados</p><p>falso-positivos permanentes</p><p>• Algumas infecções;</p><p>• Após vacinações;</p><p>• Uso concomitante de medicamentos;</p><p>• Após transfusões de hemoderivados;</p><p>• Gravidez;</p><p>• Em idosos.</p><p>• Portadores de lúpus eritematoso sistêmico;</p><p>• Síndrome antifosfolipídica e outras</p><p>colagenoses;</p><p>• Hepatites virais crônica;</p><p>• Usuários de drogas ilícitas injetáveis;</p><p>• Hanseníase;</p><p>• Malária;</p><p>• Em idosos.</p><p>Assim, para saber quando o resultado reagente realmente indica a doença, a</p><p>Portaria nº 3.242, de 30 de dezembro de 2011, estabelece o fluxo de testes para</p><p>sífilis que devem ser realizados e indica quais são necessários para compreender se o</p><p>resultado reagente corresponde ou não a sífilis, entre outras recomendações.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>129</p><p>Além dos casos de resultados falso-positivos, existe também a possibilidade</p><p>de resultados falso-negativos – anteriormente, abordamos o fenômeno prozona, que</p><p>pode gerar resultados falso-negativos diante de altas concentrações de anticorpos em</p><p>amostras não diluídas. Desse modo:</p><p>Nos testes não treponêmicos, especialmente na sífilis secundária,</p><p>quando há grande produção de anticorpos, podem ocorrer resultados</p><p>falso-negativos em decorrência do fenômeno de prozona. Esse</p><p>fenômeno consiste na ausência de reatividade aparente no teste</p><p>realizado em uma amostra não diluída que, embora contenha</p><p>anticorpos anticardiolipina, apresenta resultado não reagente quando</p><p>é testada. Esse fenômeno decorre da relação desproporcional entre</p><p>as quantidades de antígenos e anticorpos presentes na reação não</p><p>treponêmica, gerando resultados falso-negativos (BRASIL, 2016, p. 20).</p><p>Por isso, quando realizamos a técnica de VDRL na rotina laboratorial, é</p><p>indispensável que a amostra seja testada tanto pura quanto diluída 1/8, sendo</p><p>a testagem em diluição necessária para evitar resultados falso-negativos pelo efeito</p><p>prozona (BRASIL, 2016).</p><p>3.1.2 Ensaio RPR</p><p>O ensaio RPR (sigla do inglês Rapid Test Reagin) é uma variação do VDRL, porém</p><p>tem como diferencial não necessitar de microscópio para visualização do resultado</p><p>reagente. Isso é possível porque o kit reagente contém partículas de carvão na sua</p><p>composição, o que torna a floculação visível a olho nu (Figura 6). A interpretação dos</p><p>resultados deste teste é semelhante à apresentada no VDRL (BRASIL, 2016).</p><p>FIGURA 6 – DEMONSTRAÇÃO DA VISUALIZAÇÃO DE RESULTADO NA TÉCNICA DE RPR</p><p>FONTE:</p><p>Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>130</p><p>3.2 TESTES TREPONÊMICOS</p><p>Os testes treponêmicos são provas qualitativas que detectam anticorpos</p><p>antitreponêmicos, ou seja, anticorpos produzidos especificamente contra o T.</p><p>pallidum. Essa detecção ocorre pela presença de antígenos treponêmicos nas técnicas</p><p>utilizadas. Por detectar anticorpos, resultados reagentes são indicativos de que, em</p><p>dado momento, o paciente foi exposto ao T. pallidum, o que não necessariamente</p><p>indica infecção ativa. São testes realizados em amostras que apresentaram resultados</p><p>reagentes em testes não treponêmicos, conforme indicado no Manual Técnico para</p><p>Diagnóstico da Sífilis (BRASIL, 2016).</p><p>3.2.1 Imunofluorescência indireta – FTA-Abs</p><p>O teste FTA-Abs (sigla do inglês, Fluorescent Treponemal Antibody Absorption</p><p>Test) é uma metodologia considerada padrão-ouro para sífilis, ou seja, é a melhor opção</p><p>de exame, aquela que apresenta menor probabilidade de erro. Trata-se de uma técnica</p><p>de imunofluorescência indireta (Figura 7) que “utiliza T. pallidum (da cepa Nichols) fixado</p><p>em áreas demarcadas de lâminas de vidro em que são feitas as reações” (BRASIL, 2016),</p><p>composta por várias etapas:</p><p>A amostra de soro utilizada deve ser inativada, por 30 minutos,</p><p>a 56ºC. As diluições são feitas em tubo. A amostra é diluída a 1/5,</p><p>misturando-se 1 parte de soro e 4 partes de solução absorvente ou</p><p>sorbent – extrato de cultura de treponema Reiter não patogênico.</p><p>Essa diluição é feita para remover anticorpos treponêmicos comuns à</p><p>maioria dos treponemas não patogênicos que podem estar presentes</p><p>no soro. A amostra diluída é colocada sobre a demarcação da lâmina.</p><p>Se a amostra contiver anticorpos antitreponema pallidum, estes</p><p>vão se ligar aos treponemas fixados na lâmina.Após a incubação</p><p>da reação e a lavagem da lâmina para remover anticorpos e outros</p><p>componentes da amostra que não se ligaram à reação, é adicionado</p><p>o conjugado fluorescente – soro antiimunoglobulina humana</p><p>conjugado ao isotiocianato de fluoresceína). Se na amostra houver</p><p>anticorpos ligados aos treponemas fixados na lâmina, o conjugado</p><p>vai se ligar aos anticorpos, tornando os treponemas fluorescentes.</p><p>Assim, estes poderão ser vistos, em microscopia de fluorescência,</p><p>emitindo luz verde-maçã (BRASIL, 2016, p. 41).</p><p>Para ilustrar melhor a técnica de FTA-ABS, assista ao vídeo</p><p>“Imunofluorescência Indireta no FTA-ABS”, no qual os recursos</p><p>visuais facilitam a compreensão dos princípios da técnica.</p><p>Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=yc_GEJBOIr0.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>131</p><p>Em pacientes com sífilis em estágio primário, é a primeira prova sorológica</p><p>que apresenta resultado reagente. Além disso, é um teste utilizado em casos em que</p><p>as manifestações clínicas são compatíveis com sífilis, porém apresenta resultado não</p><p>reagente em provas não treponêmicas, situação possível em pacientes em estágio de</p><p>sífilis primária, latente recente ou tardia (BRASIL, 2010).</p><p>FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA REAÇÃO DE</p><p>IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA – FTA-ABS</p><p>FONTE: . Acesso em: 7 abr. 2021.</p><p>Essa técnica pode apresentar três tipos de resultados: reagente, não</p><p>reagente e inconclusivo. No caso de resultados inconclusivos, é importante atentar</p><p>para possíveis problemas relacionados à qualidade dos reagentes utilizados, bem</p><p>como se a amostra que apresentou tal resultado foi acondicionada e manipulada</p><p>corretamente. As particularidades relacionadas aos interferentes técnicos relacionados</p><p>a essa metodologia, que culminam em resultados inconclusivos, serão discutidos no</p><p>Tópico 5 (BRASIL, 2016). No caso de resultados reagentes, é importante ter em mente</p><p>que se trata da investigação de anticorpos antitreponêmicos. Assim, se o paciente</p><p>tiver sido infectado pelo Treponema, o organismo produzirá anticorpos para combatê-</p><p>lo, os quais continuam detectáveis mesmo após a sua cura. Dessa forma, uma vez</p><p>que o paciente tenha resultado FTA-Abs reagente, novas testagens utilizando essa</p><p>metodologia seguirão apresentando resultado reagente, uma vez que se trata de uma</p><p>cicatriz imunológica (BRASIL, 2016).</p><p>Anticorpo</p><p>treponêmico</p><p>da amostra</p><p>Conjugado</p><p>fluorescente</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>132</p><p>3.2.2 Teste treponêmico imunoenzimático – ELISA</p><p>Nesse tipo de teste, antígenos do Treponema estão fixados a uma fase sólida</p><p>(placa de poliestireno) e ligam-se aos anticorpos antitreponêmicos presentes na</p><p>amostra do paciente. Seguindo a mesma lógica do FTA-Abs, por ser um teste que</p><p>detecta anticorpos específicos para Treponema, uma vez que o resultado seja reagente,</p><p>o paciente seguirá apresentando esse mesmo resultado ao longo de sua vida. Dessa</p><p>maneira, não é um teste aplicável para acompanhamento de tratamento ou diagnóstico</p><p>de reinfecção (BRASIL, 2016).</p><p>Deve-se observar que, ao tratar do teste imunoenzimático para</p><p>Treponema, utilizamos a palavra reinfecção, ou seja, mesmo após</p><p>a cura, o paciente ainda corre risco de novas infecções. Isso ocorre</p><p>porque, apesar da produção de anticorpos antitreponêmicos na</p><p>primeira infecção, essa bactéria tem mecanismos de evasão</p><p>(mecanismos que tornam um patógeno menos detectável pelo</p><p>sistema imune), como a baixa capacidade que as proteínas de</p><p>superfície tem de gerar resposta imune (baixa imunogenicidade)</p><p>e a variação de antígenos expressos pelas lipoproteínas (moléculas</p><p>compostas por lipídios e proteínas) (BRAGA, 2018).</p><p>IMPORTANTE</p><p>De acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico e acompanhamento aplicado</p><p>à sífilis deve seguir fluxogramas de trabalho, a partir das metodologias previamente</p><p>descritas:</p><p>• Triagem não treponêmica confirmada por teste treponêmico (Figura 8)</p><p>– fluxograma no qual a amostra é, inicialmente, testada utilizando provas não</p><p>treponêmicas, como o VDRL. Casos em que o teste inicial não treponêmico apresenta</p><p>resultado não reagente, tanto amostra pura quanto diluída 1/8, o fluxograma se</p><p>encerra nessa etapa. Caso o paciente apresente manifestações clínicas compatíveis</p><p>com sífilis, nesse caso, a equipe médica deve solicitar novamente novo exame dentro</p><p>de 30 dias após a data da primeira coleta, para excluir da hipótese diagnóstica a</p><p>sífilis. Caso a amostra seja testada pura e diluída e apresente resultado reagente</p><p>para o teste não treponêmico, esse resultado deverá ser confirmado por um teste</p><p>treponêmico. Tanto o resultado do teste não treponêmico quanto o teste treponêmico</p><p>devem constar em laudo (BRASIL, 2016).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>133</p><p>FIGURA 8 – FLUXOGRAMA DE TESTES DE TRIAGEM NÃO TREPONÊMICO CONFIRMADO</p><p>POR TESTE TREPONÊMICO</p><p>FONTE: Brasil (2016, p. 34)</p><p>Resultado</p><p>Reagente?</p><p>Resultado</p><p>Reagente?</p><p>Amostra</p><p>Não Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>Amostra</p><p>Não Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>Amostra</p><p>Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>Amostra</p><p>Realizar Teste</p><p>não</p><p>Treponêmico</p><p>Realizar Teste</p><p>Treponêmico</p><p>simsim</p><p>simsim</p><p>nãonão</p><p>nãonão</p><p>• Diagnóstico laboratorial reverso de sífilis baseado em testes imunológicos</p><p>automatizados: nesse fluxo de trabalho (Figura 9), a amostra é processada primeiro</p><p>por testes automatizados treponêmicos, em que o resultado inicial determina</p><p>as próximas etapas. Se o primeiro teste apresentar resultado não reagente, não é</p><p>necessária mais nenhuma etapa. Caso apresente resultado reagente, ele deve ser</p><p>seguido</p><p>de um teste não treponêmico para confirmação diagnóstica (CASTEJON et</p><p>al., 2019).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>134</p><p>FIGURA 9 – FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL REVERSO DE SÍFILIS BASEADO EM TESTES</p><p>IMUNOLÓGICOS AUTOMATIZADOS</p><p>FONTE: Brasil (2016, p. 36)</p><p>A combinação dos resultados de testes não treponêmicos e treponêmicos</p><p>obtidos nos fluxos de trabalho previamente descritos têm diferentes interpretações para</p><p>equipes médicas. O Quadro 2 indica as combinações e os significados clínicos possíveis</p><p>com base nos resultados obtidos pelos exames imunológicos.</p><p>Amostra</p><p>Resultado</p><p>Reagente?</p><p>Amostra</p><p>Não Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>Realizar Teste</p><p>Treponêmico</p><p>nãonão</p><p>simsim</p><p>Resultado</p><p>Reagente?</p><p>Realizar Teste</p><p>não</p><p>Treponêmico</p><p>nãonão</p><p>Resultado</p><p>Reagente?</p><p>Amostra</p><p>Não Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>Realizar Teste</p><p>Treponêmico*</p><p>nãonão</p><p>Amostra</p><p>Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>simsim</p><p>Amostra</p><p>Reagente</p><p>para Sífilis</p><p>simsim</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>135</p><p>QUADRO 2 – INTERPRETAÇÃO DE PROVAS SOROLÓGICAS PARA SÍFILIS</p><p>FONTE: Adaptado de .</p><p>Acesso em: 12 fev. 2021.</p><p>VDRL FTA-Abs Interpretação</p><p>Titulação 1/16 Reagente</p><p>Doença ativa, exceto quando o resultado de paciente em</p><p>tratamento apresentar redução em relação às titulações</p><p>anteriores</p><p>Titulação 1/1,</p><p>1/2, 1/4</p><p>Reagente Cicatriz imunológica ou doença terciária ou latência tardia</p><p>Reagente Não Reagente Falso-positivo</p><p>Não reagente Reagente</p><p>Cicatriz imunológica, independente se após tratamento ou</p><p>cura espontânea</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>136</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Sífilis é uma doença sistêmica que tem como agente etiológico o Treponema pallidum,</p><p>uma bactéria com parede celular semelhante às Gram-negativas que apresenta</p><p>forma de espiroqueta microaeróbia. Os seres humanos são os únicos hospedeiros</p><p>dessa bactéria.</p><p>• A estrutura do Treponema pallidum é composta por: filamento axial (promove a</p><p>movimentação do Treponema), membrana celular (composta por lipoproteínas,</p><p>glicolipídios e cardiolipina, sendo este o principal antígeno investigado em testes</p><p>não treponêmicos), periplasma (dá o formato espiralado ao Treponema) e membrana</p><p>externa (protege o microrganismo).</p><p>• O Treponema é transmitido por contato sexual, mas também pode ser transmitido por</p><p>transmissão vertical e contato com secreções.</p><p>• As manifestações clínicas podem ser divididas em três estágios: sífilis primária</p><p>(manifestação clínica é a presença de lesão no local em que a bactéria invade) sífilis</p><p>secundária (dispersão do Treponema pallidum por todos os órgãos com formação de</p><p>exantemas), sífilis latente (manifestações clínicas cessam) e sífilis terciária (processo</p><p>inflamatório acompanhado de prejuízo no tecido ósseo, cardiovascular e do sistema</p><p>nervoso)</p><p>• A detecção de sífilis é feita por provas imunológicas de dois tipos: treponêmicos</p><p>(provas qualitativas que detectam anticorpos antitreponêmicos, ou seja, anticorpos</p><p>específicos para o Treponema) e não treponêmicos (não são específicos para o</p><p>Treponema, investiga a presença de anticorpos anticardiolipínicos).</p><p>• FTA-Abs é a metodologia treponêmica considerada padrão-ouro para sífilis pois</p><p>apresenta menor probabilidade de erro.</p><p>• Teste treponêmico imunoenzimático ELISA utiliza antígenos do Treponema fixados a</p><p>uma fase sólida que se ligam aos anticorpos antitreponêmicos presentes na amostra</p><p>do paciente.</p><p>• Os fluxos diagnósticos para sífilis compreendem principalmente: triagem não</p><p>treponêmica confirmada por teste treponêmico e diagnóstico laboratorial reverso de</p><p>sífilis baseado em testes imunológicos automatizados.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>137</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Sobre o Treponema pallidum, assinale a alternativa INCORRETA:</p><p>a) ( ) Trata-se de uma bactéria Gram-negativa em formato de espiroqueta e</p><p>microaerófila.</p><p>b) ( ) Indivíduos infectados pelo Treponema pallidum apresentam como sintoma inicial</p><p>uma ferida no local em que ocorreu a infecção.</p><p>c) ( ) A bactéria apresenta mecanismos de evasão de alta imunogenicidade, que</p><p>permitem novas infecções em indivíduos já curados.</p><p>d) ( ) Com a evolução do quadro infeccioso sem tratamento, o Treponema pode gerar</p><p>prejuízos neurológicos.</p><p>2 Na técnica de VDRL, é indispensável a realização de testes com a amostra pura e com</p><p>a amostra diluída na proporção 1/8. Justifique esta afirmação.</p><p>3 A respeito dos testes treponêmicos, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) São testes comumente utilizados para acompanhamento do tratamento para</p><p>sífilis.</p><p>b) ( ) São testes confirmatórios, que pesquisam anticorpos específicos para Treponema</p><p>pallidum.</p><p>c) ( ) São testes de triagem inespecíficos para Treponema pallidum.</p><p>d) ( ) São os testes mais indicados para investigar reinfecções.</p><p>4 Por que são utilizados testes não treponêmicos para sífilis, apesar de sua</p><p>inespecificidade? Justifique sua resposta.</p><p>5 A sífilis é uma doença infecciosa que apresenta diferentes estágios, caracterizados</p><p>por diferentes manifestações clínicas. Sobre os estágios dessa doença, assinale a</p><p>alternativa INCORRETA:</p><p>a) ( ) Os dois primeiros estágios da doença são considerados os de maior chance de</p><p>contágio.</p><p>b) ( ) O terceiro estágio pode ser assintomático.</p><p>c) ( ) Na sífilis secundária, a pele é acometida pelo surgimento de manchas.</p><p>d) ( ) Na sífilis terciária, é possível observar a formação do cancro duro, correspondente</p><p>a uma ferida indolor que surge no local da inoculação da bactéria.</p><p>resultados</p><p>negativos em amostras puras podem ocorrer mesmo em pacientes</p><p>infectados.</p><p>anticorpos</p><p>anticardiolipínicos detectados em testes não treponêmicos são</p><p>instrumentos importantes para acompanhamento da eficácia da</p><p>terapia medicamentosa utilizada no tratamento de sífilis.identificar se o tratamento</p><p>ofertado apresenta eficácia esperada.</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>138</p><p>139</p><p>SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA</p><p>ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 2 —</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>No início da década de 1980, um dos primeiros registros do que, ao final do</p><p>mesmo ano, seria definido pelo Center for Disease Control (CDC) como a síndrome da</p><p>imunodeficiência adquirida (Sida ou, do inglês, Aids), resultante da infecção pelo</p><p>vírus da imunodeficiência humana (HIV), foi:</p><p>Recentemente, tratamos vários homossexuais jovens, previamente</p><p>sadios, com múltiplos episódios de pneumonia por Pneumocystis</p><p>carinii, candidíase extensa de mucosa e infecções virais graves. As</p><p>manifestações clínicas e os estudos da imunidade celular indicaram</p><p>um grave defeito da função das células T. Esta síndrome representa</p><p>uma deficiência imunológica potencialmente transmissível (GOTTLIEB</p><p>et al., 1981, p. 444).</p><p>Como podemos perceber, inicialmente, foi relatada como uma condição</p><p>clínica restrita a indivíduos homossexuais do sexo masculino. Essa conclusão inicial</p><p>estigmatizou a AIDS como uma doença relacionada a indivíduos homossexuais do sexo</p><p>masculino e transmitida via contato sexual nos anos 1980 (CDC, 2020).</p><p>Contudo, com a evolução dos conhecimentos adquiridos sobre a AIDS, essa</p><p>informação inicial foi desmistificada. Isso porque foi observado que mulheres, recém-</p><p>nascidos filhos de gestantes com HIV e indivíduos que, independentemente da</p><p>orientação sexual, compartilhavam agulhas para uso de drogas de abuso ou receberam</p><p>doação de sangue contaminado também poderiam ser infectados pelo vírus HIV. Assim,</p><p>foi possível compreender que, diferentemente das conclusões iniciais sobre a doença,</p><p>além da via sexual a transmissão do HIV (Figura 10), poderia ocorrer por via vertical</p><p>(mãe para filho) e via sanguínea (CDC, 2020).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>140</p><p>FIGURA 10 – VIAS DE TRANSMISSÃO</p><p>DO VÍRUS HIV</p><p>FONTE: . Acesso em: 20 fev. 2021.</p><p>O HIV é um vírus que infecta o sistema imunológico dos seres humanos.</p><p>Quando essa infecção não é devidamente tratada, ela passa a expressar um quadro</p><p>conhecido como AIDS. Até o momento, trata-se de uma condição para a qual não existe</p><p>cura, assim, uma vez infectado, o paciente permanece com o vírus por toda sua vida.</p><p>Contudo, com os avanços no desenvolvimento de estratégias terapêuticas, pacientes</p><p>infectados podem viver de modo saudável e com maior qualidade de vida atualmente</p><p>(FIOCRUZ; HOAGLAND, 2013).</p><p>A seguir, compreenderemos os mecanismos de infecção desse vírus, e como</p><p>ele desencadeia a AIDS. Ao longo deste tópico, abordaremos também as metodologias</p><p>utilizadas para detecção e acompanhamento dos pacientes que vivem com HIV.</p><p>2 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)</p><p>O HIV foi originado de um vírus presente em chimpanzés da África Central,</p><p>chamado de vírus da imunodeficiência símia (SIV), e é provável que tenha sido transmitido</p><p>aos humanos pelo contato com a carne de caça desses animais, bem como com o</p><p>seu sangue infectado. O HIV é um retrovírus (vírus que armazena suas informações em</p><p>formato de ácido ribonucleico-RNA e possui a enzima transcriptase reversa) pertencente</p><p>à família Lentiviridae. Esta subfamília de vírus tem como características um longo</p><p>período de incubação antes do estabelecimento de sinais e sintomas relacionados à</p><p>doença, supressão imunológica e infecção de células sanguíneas e do sistema nervoso</p><p>(FIOCRUZ; HOAGLAND, 2013).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>141</p><p>Ao infectar um indivíduo, o HIV liga-se ao receptor CD4+, que está presente</p><p>na membrana plasmática dos linfócitos T auxiliares (também conhecidos como linfócitos</p><p>T-CD4+). A partir daí, ele utiliza a célula infectada para se reproduzir. A replicação do</p><p>HIV tem início com a liberação do RNA viral dentro da célula infectada. Esse RNA é</p><p>transcrito por uma enzima chamada transcriptase reversa, responsável por</p><p>transcrever o RNA viral em DNA pró-viral. Uma vez sintetizado, o DNA pró-viral entra</p><p>no núcleo da célula infectada e se integra ao DNA celular com o auxílio da enzima viral</p><p>integrase. Posteriormente, a célula passa a produzir o RNA e as proteínas do HIV,</p><p>que são importantes para a formação de novos virions (partícula viral completa que</p><p>está estruturalmente intacta e é infecciosa) ainda imaturos. Os virions imaturos são</p><p>convertidos em vírus HIV maduros, por ação das enzimas virais proteases, rompem</p><p>a célula ao qual se originaram e invadem outra célula do hospedeiro, e, assim, o ciclo</p><p>se reinicia (Figura 11). Ao utilizar os componentes celulares para sua replicação, o</p><p>HIV destrói progressivamente os linfócitos. Os linfócitos atuam na defesa contra</p><p>microrganismos patogênicos e células cancerígenas, por isso, com a redução</p><p>dos linfócitos, o indivíduo infectado passa a ficar vulnerável a infecções oportunistas</p><p>(infecções por microrganismos que, diante da vulnerabilidade imunológica do paciente,</p><p>conseguem causar infecções generalizadas) (BRASIL, 2013).</p><p>Muitas vezes, é desafiador compreender alguns processos biológicos,</p><p>e um exemplo é o processo de replicação do HIV. Assim, assista à</p><p>animação a seguir, que pode auxiliar no entendimento das etapas da</p><p>replicação do HIV: https://www.youtube.com/watch?v=ZQ9amIhyZ48.</p><p>IMPORTANTE</p><p>É importante ressaltarmos que existem dois tipos de HIV: o HIV</p><p>tipo 1 e o HIV tipo 2. O primeiro é um retrovírus mais disperso por</p><p>todo o mundo, enquanto o segundo é o principal causador de</p><p>infecções por HIV na região central da África.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>142</p><p>FIGURA 11 – CICLO DE REPLICAÇÃO DO HIV</p><p>FONTE: . Acesso em: 21 fev. 2021.</p><p>Quando a infecção progride de tal forma que a quantidade de linfócitos fica</p><p>muito baixa, diferentes manifestações clínicas passam a surgir configurando a AIDS.</p><p>Esta progressão que ocorre entre a infecção e o estabelecimento da AIDS pode ser</p><p>dividida em fases, conforme descrito abaixo:</p><p>• Infecção aguda: trata-se da fase de incubação, que corresponde ao período entre</p><p>o contágio e a manifestação de sinais e sintomas. Esta fase dura de 3 a 6 semanas,</p><p>e por apresentar sintomas leves e similares ao de uma gripe, não recebem a devida</p><p>atenção por parte do paciente.</p><p>• Fase assintomática (ou latência clínica): o vírus se replica intensamente, porém</p><p>o sistema imune por ainda apresentar número considerável de glóbulos brancos,</p><p>consegue controlar a replicação viral, de modo que o paciente não manifesta</p><p>sintomas. Essa fase pode perdurar por até 10 anos, e o indivíduo infectado pode</p><p>transmitir o vírus para outras pessoas. Próximo do fim desse período, a carga viral</p><p>(quantidade de cópias do vírus presente em determinado fluido corporal) passa a</p><p>aumentar, enquanto os linfócitos T CD4 apresentam redução em sua quantidade.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>143</p><p>• Fase sintomática inicial: por conta da redução das células CD4+, o paciente</p><p>infectado se torna imunologicamente vulnerável, o que favorece o aparecimento de</p><p>outras doenças, quando os linfócitos T-CD4+ apresentam concentrações abaixo de</p><p>500 células/mm3 (em condições normais, os indivíduos apresentam entre 500 e 1200</p><p>células/mm3 de linfócitos T-CD4+). Entre as manifestações clínicas possíveis, temos:</p><p>tuberculose pulmonar, herpes-zoster, candidíase genital de repetição e dermatoses.</p><p>• AIDS: um paciente é enquadrado nessa fase quando a contagem de linfócitos T-CD4+</p><p>é inferior a 200 células/mm3. Nessa etapa, a redução drástica das células de defesa</p><p>favorece o aparecimento de doenças oportunistas como sarcoma de kaposi (Figura</p><p>12), caquexia, neurocriptococose, neurotoxoplasmose, candidíase, tuberculose</p><p>extrapulmonar, diarreia crônica, entre outras (FURRER; FUX, 2002).</p><p>FIGURA 12 – PACIENTES COM CANDIDÍASE (A) E SARCOMA DE KAPOSI (B)</p><p>FONTE: . Acesso em: 20 fev. 2021.</p><p>Síndrome é um termo que tem origem do grego “syndromé”, que</p><p>significa reunião. Assim, ao se deparar com o termo síndrome</p><p>na área da saúde, isso significa que o paciente apresenta um</p><p>conjunto de sinais e sintomas inespecíficos, mas que, em conjunto,</p><p>configuram uma determinada síndrome.</p><p>INTERESSANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>144</p><p>É importante ter clareza quanto à diferença de alguns termos relacionados a este</p><p>tópico: uma pessoa que vive com HIV não é uma pessoa que necessariamente está</p><p>com AIDS. Em especial, pessoas que vivem com HIV e fazem uso de terapia antiretroviral</p><p>(medicamentos responsáveis por inibir a replicação do HIV e, por conseguinte, reduzir o</p><p>prejuízo ao sistema imunológico), e realizam o acompanhamento médico corretamente,</p><p>apresentam melhora na qualidade de vida, uma vez que apresentam melhora na</p><p>disposição, energia e apetite e menores chances do desenvolvimento de doenças</p><p>oportunistas (UNAIDS, 2017).</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E</p><p>ACOMPANHAMENTO DO HIV/AIDS</p><p>Nesse momento, compreenderemos como é realizado o diagnóstico da infecção</p><p>por HIV e o acompanhamento de pacientes que vivem com o vírus</p><p>a partir das provas</p><p>sorológicas presentes no laboratório clínico, bem como a interpretação dos resultados</p><p>de cada metodologia e sua aplicação clínica.</p><p>Os aspectos técnicos das metodologias ainda não discutidas nesta</p><p>disciplina serão abordados no Tópico 5.</p><p>NOTA</p><p>As metodologias e fluxos de trabalho aplicados ao diagnóstico do HIV foram</p><p>implantados na rotina laboratorial com base nas orientações técnicas disponibilizadas</p><p>pelo Ministério da Saúde, a partir do Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção</p><p>pelo HIV, aprovado pela Portaria SVS/MS n° 29, de 17 de dezembro de 2013. Essa</p><p>portaria deve ser seguida pelos profissionais envolvidos no diagnóstico de HIV tanto nos</p><p>setores públicos quanto privados.</p><p>A construção deste manual foi pensada considerando cenários de maior</p><p>e menor disponibilidade de recursos técnicos. Desse modo, existem seis fluxos de</p><p>trabalho possíveis preconizados pelo manual (apresentados na forma de fluxogramas),</p><p>com o objetivo de contemplar as diferentes condições de trabalho dos laboratórios</p><p>brasileiros. Assim, quando um laboratório objetiva implantar uma rotina para diagnóstico</p><p>de HIV, esse manual deve ser consultado e, dentro dos recursos disponíveis, um dos</p><p>fluxogramas disponíveis deve ser selecionado para nortear os fluxos de trabalho.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>145</p><p>O Ministério da Saúde consegue delinear esses fluxogramas propostos a partir</p><p>da Classificação de Fiebig et al. (2003), uma vez que, conforme descrito por Souza</p><p>(2017, p. 42):</p><p>Estudos de Fiebig et al. apontam o período de reatividade de cada</p><p>metodologia de testagem após o evento de infecção, servindo</p><p>como base para a construção dos fluxogramas. O sistema proposto</p><p>estabelece seis estágios na infecção recente pelo HIV, de acordo</p><p>com o padrão de reatividade a marcadores específicos (RNA viral,</p><p>antígeno, p.24, ELISA e Western Blot), que surgirão nos ensaios de</p><p>detecção ao longo da progressão da infecção viral. Tal sistema é a</p><p>base para a tomada de decisão sobre quais metodologias são mais</p><p>adequadas em contextos distintos da infecção pela sintomatologia e</p><p>histórico do paciente.</p><p>Os testes utilizados para detecção do HIV são divididos em gerações. Quanto</p><p>maior a geração do ensaio, maior a capacidade de detecção do vírus em infecções</p><p>recentes por HIV (BRASIL, 2018):</p><p>• Primeira geração: são imunoensaios de formato indireto, que detectam a presença</p><p>de IgG para HIV, e que apresenta janela de soroconversão (surgimento do anticorpo</p><p>no soro) de 35 a 45 dias. Por detectar IgG, é considerado um teste pouco específico e</p><p>menos sensível em comparação com as gerações seguintes, o que fez com que esta</p><p>geração de testes entrasse em desuso nos laboratórios clínicos.</p><p>• Segunda geração: também um imunoensaio indireto (metodologia já apresentada na</p><p>Unidade 2), porém sua vantagem consiste no uso de fragmentos de proteínas do HIV.</p><p>A opção por este antígeno está relacionada à presença de epítopos imunodominantes</p><p>(regiões antigênicas presente em certas proteínas do HIV pelo qual a resposta</p><p>humoral tem maior afinidade). Assim, quanto mais epítopos imunodominantes, maior</p><p>a sensibilidade do ensaio.</p><p>• Terceira geração: são ensaios do tipo imunométricos, também conhecidos como</p><p>sanduíche, que permitem a detecção de anticorpos anti-HIV IgM e anti-HIV anti-</p><p>IgG simultaneamente. A capacidade de detecção de IgM deste tipo de teste confere</p><p>maior sensibilidade em relação à primeira e segunda geração. Nestes testes, a janela</p><p>de soroconversão é de 20 a 30 dias.</p><p>• Quarta geração: testes que detectam tanto o antígeno p24 presente no vírus e</p><p>ainda detectam os anticorpos específicos para HIV. Nestes testes o tempo médio de</p><p>janela sorológica é de 15 dias.</p><p>Dada a importância das metodologias de quarta geração, assista</p><p>ao vídeo a seguir, que aborda esses testes, demonstrando como</p><p>este tipo de ELISA é realizado, bem como outras características</p><p>importantes: https://www.youtube.com/watch?v=cE6IL4H8HJE.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>146</p><p>Assim, os imunoensaios mais comumente utilizados nas rotinas para HIV são</p><p>os ensaios imunoenzimáticos (ELISA). De modo geral, o princípio de ensaios sorológicos</p><p>para HIV não está voltado para detectar o vírus, mas, sim, detectar a presença de</p><p>anticorpos específicos para HIV. Um lembrete importante é que a produção de</p><p>anticorpos específicos precede a presença do patógeno investigado. Dessa forma,</p><p>somente pacientes infectados pelo vírus HIV, por exemplo, poderão apresentar</p><p>anticorpos para esse vírus.</p><p>Antígeno p24 é uma proteína que compõe a cápsula protetora que guarda os genes e</p><p>enzima viral, chamada de capsídeo, na zona central do vírus.</p><p>ANTÍGENO P24</p><p>FONTE: . Acesso em: 27 fev. 2021.</p><p>NOTA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>147</p><p>Os Fluxogramas 1, 2 e 3 são os preferenciais por combinarem os testes</p><p>que permitem agilizar o diagnóstico da infecção, sendo também os</p><p>que apresentam maior resolutividade e, por esses motivos, o DIAHV</p><p>os indica como sendo os de primeira escolha nas situações nas quais</p><p>está recomendada sua aplicação (BRASIL, 2018, p. 66).</p><p>Conforme citado anteriormente, a execução das provas sorológicas aplicadas</p><p>ao diagnóstico de HIV deve seguir os fluxos de trabalho indicados pelo Ministério da</p><p>Saúde. Os principais fluxos e seu respectivo funcionamento são:</p><p>• Dois testes rápidos realizados em sequência com amostras de sangue: fluxo</p><p>de trabalho que utiliza dois testes rápidos (Figura 13), que devem detectar antígenos</p><p>diferentes, em amostras de sangue de punção digital (gotas de sangue extraídas da</p><p>ponta dos dedos) ou punção venosa. Contudo, um resultado só é válido em testes</p><p>rápidos quando a faixa controle é marcada. Assim, quando aparece “Válido?” ao</p><p>longo do fluxograma, estamos tratando de um possível problema no teste de teste.</p><p>Testes que apresentarem resultado que não é válido tem indicação de nova coleta</p><p>por punção venosa e processamento de acordo com fluxogramas que incluem</p><p>outras metodologias. Por outro lado, casos em que o teste apresentar resultado</p><p>válido não reagente, o fluxograma de trabalho se encerra nessa etapa. Entretanto,</p><p>pacientes que apresentam resultado válido reagente para HIV devem ser testados</p><p>com um segundo teste rápido. Se o resultado neste segundo teste rápido apresentar</p><p>resultado reagente e a amostra utilizada por originada de punção digital, devemos</p><p>solicitar coleta de segunda amostra para repetir e com isso confirmar o resultado.</p><p>Já em casos em que o segundo teste apresenta resultado não reagente, também é</p><p>necessária realização de coleta de nova amostra para comparação com o primeiro</p><p>teste rápido utilizado (BRASIL, 2018).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>148</p><p>FIGU</p><p>RA</p><p>13 – D</p><p>O</p><p>IS TESTES RÁ</p><p>PID</p><p>O</p><p>S REA</p><p>LIZA</p><p>D</p><p>O</p><p>S EM</p><p>SEQ</p><p>U</p><p>ÊN</p><p>CIA</p><p>CO</p><p>M</p><p>A</p><p>M</p><p>O</p><p>STR</p><p>AS D</p><p>E SA</p><p>N</p><p>GU</p><p>E</p><p>FO</p><p>N</p><p>TE: Brasil (2018, p. 67)</p><p>sim</p><p>sim</p><p>R</p><p>ealizar Teste</p><p>R</p><p>ápido 1 (TR</p><p>1)</p><p>V</p><p>álido?</p><p>não</p><p>não</p><p>R</p><p>epetir Teste</p><p>R</p><p>ápido 1 (TR</p><p>1) 1</p><p>V</p><p>álido?</p><p>não</p><p>não</p><p>A</p><p>m</p><p>ostra</p><p>N</p><p>ão R</p><p>eagente</p><p>para H</p><p>IV</p><p>4</p><p>R</p><p>esultado</p><p>R</p><p>eagente?</p><p>não</p><p>não</p><p>V</p><p>álido?</p><p>V</p><p>álido?</p><p>R</p><p>esultado</p><p>R</p><p>eagente?</p><p>Prim</p><p>eira</p><p>discordância?</p><p>A</p><p>m</p><p>ostra</p><p>R</p><p>eagente</p><p>para H</p><p>IV</p><p>2,3,5</p><p>C</p><p>oletar um</p><p>a am</p><p>ostra por punção venosa e</p><p>encam</p><p>inhá-la para ser testada com</p><p>um</p><p>dos</p><p>fluxogram</p><p>as definidos para laboratório.</p><p>R</p><p>ealizar Teste</p><p>R</p><p>ápido 2 (TR</p><p>2)</p><p>R</p><p>epetir Teste</p><p>R</p><p>ápido 2 (TR</p><p>2) 1</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>sim</p><p>não</p><p>não</p><p>não</p><p>não</p><p>sim</p><p>sim</p><p>não</p><p>não</p><p>A</p><p>m</p><p>ostra</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>149</p><p>• Um teste rápido utilizando fluido oral seguido por um teste rápido utilizando</p><p>sangue: neste fluxo de trabalho, também são utilizados 2 testes rápidos diferentes,</p><p>em que um deles utilizamos amostra de fluido oral enquanto o segundo é realizado</p><p>com amostra de sangue (Figura 14). Sua aplicação é indicada principalmente em ações</p><p>e campanhas de testagem que ocorrem fora dos estabelecimentos de saúde. Este</p><p>fluxograma é semelhante ao anterior, com a diferença de que um teste é realizado</p><p>com fluído oral (BRASIL, 2018).</p><p>FI</p><p>GU</p><p>RA</p><p>1</p><p>4</p><p>– D</p><p>O</p><p>IS</p><p>T</p><p>ES</p><p>TE</p><p>S</p><p>RÁ</p><p>PI</p><p>D</p><p>O</p><p>S:</p><p>U</p><p>M</p><p>U</p><p>TI</p><p>LI</p><p>ZA</p><p>N</p><p>D</p><p>O</p><p>A</p><p>A</p><p>M</p><p>O</p><p>ST</p><p>RA</p><p>D</p><p>E</p><p>FL</p><p>U</p><p>ÍD</p><p>O</p><p>O</p><p>RA</p><p>L</p><p>E</p><p>O</p><p>U</p><p>TR</p><p>O</p><p>A</p><p>A</p><p>M</p><p>O</p><p>ST</p><p>RA</p><p>D</p><p>E</p><p>SA</p><p>N</p><p>GU</p><p>E</p><p>FO</p><p>N</p><p>TE</p><p>: B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l (</p><p>20</p><p>18</p><p>, p</p><p>. 7</p><p>4)</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>R</p><p>ea</p><p>liz</p><p>ar</p><p>T</p><p>es</p><p>te</p><p>R</p><p>áp</p><p>id</p><p>o</p><p>1</p><p>(T</p><p>R</p><p>1-</p><p>FO</p><p>)</p><p>V</p><p>ál</p><p>id</p><p>o?</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>R</p><p>ep</p><p>et</p><p>ir</p><p>Te</p><p>st</p><p>e</p><p>R</p><p>áp</p><p>id</p><p>o</p><p>1</p><p>(T</p><p>R</p><p>1-</p><p>FO</p><p>)1</p><p>V</p><p>ál</p><p>id</p><p>o?</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>A</p><p>m</p><p>os</p><p>tr</p><p>a</p><p>N</p><p>ão</p><p>R</p><p>ea</p><p>ge</p><p>nt</p><p>e</p><p>pa</p><p>ra</p><p>H</p><p>IV</p><p>3</p><p>R</p><p>es</p><p>ul</p><p>ta</p><p>do</p><p>R</p><p>ea</p><p>ge</p><p>nt</p><p>e?</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>V</p><p>ál</p><p>id</p><p>o? V</p><p>ál</p><p>id</p><p>o?</p><p>R</p><p>es</p><p>ul</p><p>ta</p><p>do</p><p>R</p><p>ea</p><p>ge</p><p>nt</p><p>e?</p><p>Pr</p><p>im</p><p>ei</p><p>ra</p><p>di</p><p>sc</p><p>or</p><p>dâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>?</p><p>A</p><p>m</p><p>os</p><p>tr</p><p>a</p><p>R</p><p>ea</p><p>ge</p><p>nt</p><p>e</p><p>pa</p><p>ra</p><p>H</p><p>IV</p><p>2,</p><p>4</p><p>C</p><p>ol</p><p>et</p><p>ar</p><p>u</p><p>m</p><p>a</p><p>am</p><p>os</p><p>tr</p><p>a</p><p>po</p><p>r p</p><p>un</p><p>çã</p><p>o</p><p>ve</p><p>no</p><p>sa</p><p>e</p><p>en</p><p>ca</p><p>m</p><p>in</p><p>há</p><p>-la</p><p>p</p><p>ar</p><p>a</p><p>se</p><p>r t</p><p>es</p><p>ta</p><p>da</p><p>c</p><p>om</p><p>u</p><p>m</p><p>d</p><p>os</p><p>flu</p><p>xo</p><p>gr</p><p>am</p><p>as</p><p>d</p><p>efi</p><p>ni</p><p>do</p><p>s</p><p>pa</p><p>ra</p><p>la</p><p>bo</p><p>ra</p><p>tó</p><p>ri</p><p>o.</p><p>R</p><p>ea</p><p>liz</p><p>ar</p><p>T</p><p>es</p><p>te</p><p>R</p><p>áp</p><p>id</p><p>o</p><p>2</p><p>(T</p><p>R</p><p>2)</p><p>R</p><p>ep</p><p>et</p><p>ir</p><p>T</p><p>es</p><p>te</p><p>R</p><p>áp</p><p>id</p><p>o</p><p>2</p><p>(T</p><p>R</p><p>2)</p><p>1</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>si</p><p>m</p><p>si</p><p>m</p><p>nã</p><p>o</p><p>nã</p><p>o</p><p>A</p><p>m</p><p>os</p><p>tra</p><p>(F</p><p>lu</p><p>id</p><p>o</p><p>O</p><p>ra</p><p>l -</p><p>F</p><p>O</p><p>)</p><p>A</p><p>m</p><p>os</p><p>tra</p><p>(S</p><p>an</p><p>gu</p><p>e)</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>150</p><p>• Aplicação de um imunoensaio de quarta geração confirmado por teste</p><p>molecular como metodologia complementar: nesse fluxo de trabalho, é utilizada</p><p>metodologia de imunoensaio (ELISA) de 4ª geração que, frente a resultados não</p><p>reagentes, o resultado já pode ser liberado (Figura 15). Contudo, amostras que</p><p>apresentam resultado reagente devem ser confirmadas utilizando teste molecular</p><p>para contagem de carga viral. Quando a carga viral presente apresentar resultado</p><p>igual ou superior a 5.000 cópias do vírus/mL de sangue a amostra é considerada</p><p>reagente para HIV. Caso a avaliação da carga viral apresente resultado inferior a</p><p>5.000 cópias do vírus/mL, a amostra deverá ser testada por metodologia de Western</p><p>Blot, que ao apresentar resultado reagente, confirma que a amostra é reagente para</p><p>HIV e, caso apresente resultado não reagente, deverá ser laudada como resultado</p><p>inconclusivo, com indicação para nova coleta de amostra 1 mês da data da primeira</p><p>coleta (BRASIL, 2018).</p><p>FIGURA 15 – ENSAIOS DE QUARTA GERAÇÃO UTILIZANDO TESTE MOLECULAR</p><p>COMO METODOLOGIA COMPLEMENTAR</p><p>FONTE: Brasil (2018, p. 80)</p><p>Resultado</p><p>≥ 5.000</p><p>cópias/ml?</p><p>Amostra</p><p>Não Reagente</p><p>para HIV1</p><p>Resultado</p><p>Reagente? nãonão</p><p>simsim</p><p>Amostra</p><p>(soro ou</p><p>plasma)</p><p>Resultado</p><p>Reagente?</p><p>Realizar IE 4aG</p><p>(T1)</p><p>Realizar Teste</p><p>Molecular</p><p>(T2)</p><p>Amostra</p><p>Indeterminada1</p><p>Amostra Reagente</p><p>para HIV2</p><p>Realizar Teste</p><p>WB ou IB ou IBR</p><p>(T3)</p><p>nãonão</p><p>nãonão</p><p>simsim</p><p>simsim</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>151</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) ataca o sistema imunológico. Quando</p><p>essa infecção não é tratada, passa a expressar um quadro conhecido como síndrome</p><p>da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS).</p><p>• HIV é um retrovírus (vírus que armazena suas informações em formato de ácido</p><p>ribonucleico) pertencente à família Lentiviridae. Esta subfamília de vírus tem como</p><p>características um longo período de incubação antes do estabelecimento de sintomas</p><p>relacionados à doença, à supressão imunológica e à infecção de células sanguíneas e</p><p>nervosas.</p><p>• A progressão da infecção ocorre de tal forma que a quantidade de leucócitos fica muito</p><p>baixa. A partir daí, diferentes manifestações clínicas passam a surgir configurando a</p><p>síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).</p><p>• O princípio de ensaios sorológicos para HIV é voltado para detectar a presença de</p><p>anticorpos específicos para o HIV.</p><p>• As metodologias e fluxos de trabalho aplicados ao diagnóstico do HIV são implantados</p><p>na rotina laboratorial seguindo orientações técnicas disponibilizadas pelo Ministério</p><p>da Saúde, a partir do Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV,</p><p>aprovado pela Portaria SVS/MS n° 29/2013.</p><p>• Entre os principais fluxos de trabalho para diagnóstico de HIV, podemos destacar:</p><p>dois testes rápidos realizados em sequência com amostras de sangue; um teste</p><p>rápido utilizando fluido oral seguido por um teste rápido utilizando sangue; e a</p><p>aplicação de um imunoensaio de quarta geração confirmado por teste molecular</p><p>como metodologia complementar.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>152</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Explique a diferença entre HIV e AIDS.</p><p>2 Sobre o vírus HIV, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Trata-se de uma doença que culmina com o estabelecimento de prejuízo hepá-</p><p>tico crônico.</p><p>b) ( ) É sinônimo da síndrome da imunodeficiência adquirida.</p><p>c) ( ) É responsável pelo estabelecimento da AIDS.</p><p>d) ( ) É transmitida exclusivamente por via sexual.</p><p>3 A detecção de HIV é realizada por provas sorológicas classificadas em gerações. A</p><p>respeito das gerações dessas provas sorológicas, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Ensaios de primeira geração são do tipo imunométrico e detectam anticorpos</p><p>anti-HIV IgM e anti-HIV anti-IgG simultaneamente.</p><p>b) ( ) Ensaios de segunda geração são do tipo sanduíche direto, sendo considerados</p><p>pouco específicos e menos sensíveis em comparação com as gerações seguintes.</p><p>c) ( ) Ensaios de terceira geração apresentam 15 dias de janela de soroconversão.</p><p>d) ( ) Ensaios de quarta geração detectam o antígeno p24 e os anticorpos específicos</p><p>para HIV.</p><p>4 Sobre a evolução clínica que caracteriza o estabelecimento da AIDS, assinale a</p><p>alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) O aumento progressivo de cópias dos linfócitos T-CD4+ precede o aparecimento</p><p>de sintomas.</p><p>b) ( ) O aumento progressivo da carga viral é o evento que precede o aparecimento de</p><p>sintomas.</p><p>c) ( ) A redução progressiva da carga viral é o evento que precede o aparecimento de</p><p>sintomas.</p><p>d) ( ) A manifestação de sintomas precede as alterações nos marcadores de carga</p><p>viral.</p><p>5 Explique a importância do antígeno p24 relacionado ao HIV.</p><p>153</p><p>TÓPICO 3 —</p><p>HEPATITES VIRAIS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>“Em todo o mundo, 290 milhões de pessoas vivem com hepatite viral e</p><p>desconhecem que estão contaminadas”, esta afirmação é do Ministério da Saúde</p><p>e destaca a importância de diagnosticar pessoas que vivem com hepatite viral e</p><p>desconhecem esse fato. A seguir, conheceremos mais sobre as hepatites virais, bem</p><p>como as metodologias utilizadas para diagnóstico e o significado clínico dos resultados</p><p>obtidos.</p><p>2 HEPATITES VIRAIS</p><p>Hepatite é um termo que vem da palavra grega Hepar, que significa fígado.</p><p>Associada ao sufixo “ite”, que refere a inflamação, indica que se trata de um processo</p><p>inflamatório localizado no fígado. Este quadro inflamatório hepático pode ter diferentes</p><p>causas, como:</p><p>• doenças metabólicas;</p><p>• doenças autoimunes;</p><p>• uso excessivo de álcool;</p><p>• substâncias tóxicas;</p><p>• medicamentos;</p><p>• infecção viral.</p><p>Nesse primeiro momento, abordaremos hepatites originadas por infecções</p><p>virais. Trata-se de uma doença crônica causada por vírus hepatotrópicos, ou seja,</p><p>vírus que tem maior afinidade pelos hepatócitos, células que formam o tecido hepático.</p><p>Dividem-se em cinco tipos, nomeados de acordo com as cinco primeiras letras do</p><p>alfabeto:</p><p>• Vírus da hepatite A (HAV): vírus de RNA com capsídeos formados pelo antígenos</p><p>HAVAg (Figura 16). É encontrado</p><p>no sangue e nas fezes de indivíduos contaminados</p><p>e tem como meio de transmissão a via oral-fecal. Assim, dissemina-se com facilidade</p><p>quando um indivíduo ingere alimentos contaminados ou por contato próximo com</p><p>pessoas contaminadas. Os sintomas da hepatite A incluem náusea, icterícia, dor</p><p>estomacal e fadiga, e podem durar por até 2 meses. A vacinação é a melhor forma de</p><p>prevenir a contaminação por HAV (BRASIL, 2015).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>154</p><p>FIGURA 16 – VÍRUS DA HEPATITE A</p><p>FONTE: . Acesso em: 11 fev. 2021.</p><p>• Vírus da hepatite B (HBV): vírus de DNA que é revestido com duas camadas,</p><p>compostas por diferentes antígenos (Figura 17). A camada interna composto por</p><p>HBcAg, que representa o antígeno core (do inglês, núcleo) e o antígeno HBeAg,</p><p>conhecido como antígeno “e”, que é um produto do gene do cerne viral. Já a camada</p><p>externa (envelope) é composta por HBsAg, que corresponde ao antígeno de superfície</p><p>desse vírus. É transmitido por contato com fluídos corporais contaminados. Indivíduos</p><p>com infecção recente por HBV nem sempre apresentam sintomas. Contudo, quando</p><p>existem sintomas nessa fase, o indivíduo pode manifestar fadiga, icterícia, dor estomacal,</p><p>náusea e redução do apetite. A evolução do processo inflamatório desencadeado</p><p>por esse vírus pode ocorrer de duas formas: como uma doença de curto prazo ou</p><p>como uma infecção crônica com complicações clínicas como câncer de fígado ou</p><p>cirrose (lesão hepática crônica que formam tecido cicatricial gerando insuficiência</p><p>hepática). A vacinação é a principal via de prevenção desta infecção (BRASIL, 2015).</p><p>FIGURA 17 – VÍRUS DA HEPATITE B</p><p>FONTE: . Acesso em: 11 fev. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>155</p><p>• Vírus da hepatite C (HCV): vírus de RNA com capsídeo e um envoltório externo,</p><p>composto por lipoproteínas (Figura 18). É disseminado por via sanguínea, sexual e</p><p>instrumentos de manicure não esterilizados. A maior parte dos indivíduos infectados</p><p>não apresenta sintomas por longos períodos após a infecção. Contudo, quando se dá</p><p>a manifestação de sintomas, frequentemente é indicativo de problemas hepáticos</p><p>em estágio avançado, apresentando complicações como cirrose e câncer de fígado.</p><p>Não existe vacina própria para esse vírus. Dessa forma, evitar o compartilhamento de</p><p>agulhas, instrumentos de manicure e atividade e usar preservativo são hábitos que</p><p>previnem a contaminação por este vírus (BRASIL, 2015).</p><p>FIGURA 18 – VÍRUS DA HEPATITE C</p><p>FONTE: . Acesso em: 11 fev. 2021.</p><p>• Vírus da hepatite D (HDV): vírus responsável pela hepatite delta, que possui</p><p>envoltório composto por HBsAg, que é o mesmo antígeno de superfície presente no</p><p>HBV (Figura 19). O HDV depende deste antígeno para completar seu ciclo biológico e</p><p>sua capacidade de invadir a célula e se replicar (FONSECA, 2002). Assim, a infecção</p><p>por HDV depende de coinfecção (infecção simultânea) ou superinfecção, que é</p><p>quando ocorre a infecção por HDV após o indivíduo ter sido contaminado por HBV.</p><p>A transmissão acontece quando sangue ou fluidos corporais contaminados entram</p><p>em contato com o indivíduo. A contar pela relação de dependência que o HDV tem</p><p>com o HBV, a vacinação para HBV é uma via de prevenção de infecção por HDV</p><p>(FONSECA, 2002).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>156</p><p>FIGURA 19 – VÍRUS DA HEPATITE D</p><p>FONTE: . Acesso em: 11 fev. 2021</p><p>• Vírus da hepatite E (HEV): vírus de RNA com capsídeo formado pelo antígeno</p><p>HEVAg, que pode ser encontrado nas fezes de indivíduos infectados (Figura 20).</p><p>Assim, a infecção se dá pelo consumo de alimentos e água contaminados. Pode</p><p>ocorrer de modo assintomático, mas em casos sintomáticos, as manifestações</p><p>clínicas são semelhantes àquelas presentes em infecções por HAV. Manifestações</p><p>clínicas de perfil crônico por HEV são raras e ocorrem em pacientes com sistema</p><p>imune comprometido (CDC, 2020).</p><p>FIGURA 20 – VÍRUS DA HEPATITE E</p><p>FONTE: . Acesso em: 11 fev. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>157</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E</p><p>ACOMPANHAMENTO DAS HEPATITES VIRAIS</p><p>Inicialmente, apresentaremos as características de cada um dos tipos de vírus da</p><p>hepatite, pois cada vírus tem seus antígenos. É a partir das particularidades antigênicas</p><p>de cada um deles que o laboratório clínico se pauta para investigar infecções causadas</p><p>por esses vírus.</p><p>A seguir, conheceremos os marcadores sorológicos aplicados ao diagnóstico</p><p>das hepatites virais, sendo importante compreender que a confirmação das hipóteses</p><p>clínicas relacionadas a esses vírus depende da combinação desses marcadores.</p><p>O diagnóstico das hepatites virais é baseado na detecção dos</p><p>marcadores presentes no sangue, soro, plasma ou fluido oral da</p><p>pessoa infectada, por meio de imunoensaios, e/ou na detecção do</p><p>ácido nucleico viral, empregando técnicas de biologia molecular. O</p><p>constante avanço tecnológico na área de diagnóstico permitiu o</p><p>desenvolvimento de técnicas avançadas de imunoensaios, incluindo</p><p>o de fluxo lateral, que são atualmente empregadas na fabricação</p><p>de testes rápidos (TR). Os TR são de fácil execução, não exigem</p><p>infraestrutura laboratorial para a sua realização e podem gerar</p><p>resultados em até 30 minutos, permitindo ampliar o acesso ao</p><p>diagnóstico (BRASIL, 2015, p. 13).</p><p>Nas hepatites virais, os fluxos de análise da amostra são diferentes frentes,</p><p>resultados de triagem não reagentes e reagentes (BRASIL, 2015):</p><p>• Testes rápidos de triagem com resultado não reagente para hepatite: resultado</p><p>liberado com base nesse único teste aplicado. A repetição dessa análise é sugerida</p><p>apenas em casos em que o paciente apresenta manifestações clínicas que reforçam</p><p>a suspeita de hepatite, após 30 dias da primeira análise realizada. A recomendação de</p><p>repetição após 1 mês da primeira análise tem como objetivo eliminar a possibilidade de</p><p>o paciente estar passando pelo período de janela diagnóstica, que corresponde ao</p><p>tempo entre a infecção e o período de detecção do marcador infeccioso investigado.</p><p>• Testes de triagem com resultado reagente para hepatite: testes de triagem</p><p>reagente para hepatite devem ser acompanhados de outro teste confirmatório.</p><p>A aplicação deste segundo teste é realizada com o objetivo de aumentar o valor</p><p>preditivo positivo (VPP), que corresponde à probabilidade de o indivíduo avaliado</p><p>de fato estar doente (BRASIL, 2015).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>158</p><p>3.1 HEPATITE A</p><p>Causada pelo vírus HAV, sua detecção ocorre por sorologia IgM e IgG para HAV.</p><p>De 5 a 10 dias após infecção, o IgM anti-HAV passa a ser detectável, permanecendo</p><p>assim por até meio ano após o momento da infecção. Após o término da fase aguda,</p><p>é possível que este marcador se torne indetectável. No caso dos anticorpos IgG, uma</p><p>vez reagente, este anticorpo permanecerá detectável ao longo de toda vida do paciente.</p><p>Sua aplicabilidade está associada principalmente ao acompanhamento epidemiológico</p><p>da doença (BRASIL,</p><p>2015).</p><p>3.2 HEPATITE B</p><p>O antígeno e os anticorpos utilizados para diagnóstico de hepatite B permitem</p><p>compreender qual o estágio da infecção. Inicialmente, a triagem é realizada pelos</p><p>seguintes marcadores (BRASIL, 2015):</p><p>• HbsAg: trata-se do antígeno de superfície presente no HBV, detectável na corrente</p><p>sanguínea após o 1º mês de infecção. É um antígeno presente tanto na infecção</p><p>aguda quanto na infecção crônica, também conhecido como antígeno Austrália.</p><p>• Anti-Hbc: trata-se do anticorpo da classe IgG contra o antígeno presente no capsídeo</p><p>ou core do vírus da hepatite B. Este anticorpo é passível de detecção por toda vida.</p><p>Além dos marcadores utilizados para triagem, existem ainda outros marcadores</p><p>utilizados no diagnóstico da hepatite B (BRASIL, 2015):</p><p>• Anti-HBc: trata-se de um anticorpo da classe IgM produzido contra o antígeno do</p><p>capsídeo ou core do HVB, presente na fase aguda (recente) da infecção.</p><p>• Anti-HBs: classe de anticorpos produzidos em resposta ao antígeno de superfície do</p><p>HVB, presente em pacientes que foram imunizados contra este vírus por vacinação.</p><p>• HBeAg: presente após o primeiro mês de infecção, trata-se de um marcador que</p><p>indica que o paciente apresenta alta infectividade devido à presença de replicação</p><p>viral intensa. Quando presente em estágios crônicos da hepatite indica que a doença</p><p>está em atividade.</p><p>• Anti-HBe: trata-se de anticorpo produzido contra o antígeno “e” presente no HVB. De</p><p>modo geral, é indicador de bom desfecho para o paciente, uma vez que sinaliza, em</p><p>hepatites agudas, resolução da infecção ou menor chance de evolução da hepatite</p><p>para cirrose, pela atividade reduzida da doença, em pacientes crônicos.</p><p>Muitas vezes, a investigação sorológica para hepatite B inclui a maior parte</p><p>dos marcadores discutidos anteriormente. Para facilitar o entendimento do significado</p><p>clínico das combinações possíveis de resultados, o Quadro 2 apresenta as interpretações</p><p>possíveis para os achados sorológicos.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>159</p><p>QUADRO 3 – INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS SOROLÓGICOS PARA HEPATITE B</p><p>Hepatite B: Interpretação dos resultados sorológicos</p><p>Interpretação HBsAg HBeAg</p><p>Anti-</p><p>HBc IgM</p><p>Anti-</p><p>HBc IgG</p><p>Anti-</p><p>HBe</p><p>Anti-</p><p>HBs</p><p>Incubação + - - - - -</p><p>Fase aguda + + + + - -</p><p>Fase aguda final ou</p><p>hepatite crônica</p><p>+ + - + - -</p><p>+ - - + + -</p><p>+ - - + - -</p><p>Início da fase</p><p>convalescente</p><p>- - + + - -</p><p>Imunidade,</p><p>infecção passada recente</p><p>- - - + + +</p><p>Imunidade,</p><p>infecção passada</p><p>- - - + - + ou -</p><p>Imunidade,</p><p>resposta vacinal</p><p>- - - - - +</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 15 fev. 2021.</p><p>3.3 HEPATITE C</p><p>O diagnóstico da hepatite C é realizado pela investigação de anticorpos anti-</p><p>HCV como metodologia de triagem. A presença de resultado reagente indica que, em</p><p>algum momento, o paciente teve contato com o vírus. Esse marcador, contudo, não é</p><p>capaz de especificar em qual fase (aguda ou crônica) da infecção o paciente se encontra</p><p>(BRASIL, 2015).</p><p>3.4 HEPATITE D</p><p>A investigação de infecção por HVD é realizada pela dosagem de anticorpos</p><p>totais anti-HVD (IgM e IgG juntos). É importante lembrar que, nesse caso, trata-se de um</p><p>vírus que depende da presença do HVB para se reproduzir, seja via superinfecção ou</p><p>coinfecção (BRASIL, 2015). A interpretação dos marcadores para hepatite B, em conjunto</p><p>com os resultados da dosagem de anticorpos totais para HVD, permite diferenciar se o</p><p>quadro do paciente é resultado de superinfecção ou coinfecção, conforme mostram os</p><p>Quadros 3 e 4.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>160</p><p>QUADRO 4 – RESULTADOS COMPATÍVEIS COM SUPERINFECÇÃO</p><p>FONTE: A autora</p><p>QUADRO 5 – RESULTADOS COMPATÍVEIS COM COINFECÇÃO</p><p>FONTE: A autora</p><p>Marcador Resultado</p><p>HbsAg Reagente</p><p>anti-HBc Reagente</p><p>anti-HBc IgM Não reagente</p><p>anti-HDV Reagente</p><p>antiHBs Não reagente</p><p>Marcador Resultado</p><p>HbsAg Reagente</p><p>anti-HBc Reagente</p><p>anti-HBc IgM Reagente</p><p>anti-HDV Reagente</p><p>antiHBs Não reagente</p><p>3.5 HEPATITE E</p><p>A infecção pelo HVE é possível pela pesquisa de anticorpos anti-HVE IgM e</p><p>anticorpos anti-HVE totais no soro do paciente, cuja presença de anticorpos IgM indica</p><p>infecção recente e a presença de anticorpos totais indica exposição prévia ao HVE</p><p>(BRASIL, 2015).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>161</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Hepatites virais são um processo inflamatório localizado no fígado causada por</p><p>infecções virais.</p><p>• Hepatites virais são causadas por vírus hepatotrópicos (que têm maior afinidade com</p><p>o tecido hepático) que se dividem em cinco tipos: A, B, C, D e E.</p><p>• Cada um dos tipos virais apresenta antígenos diferentes, que, no laboratório clínico,</p><p>são utilizados para detecção em amostras de sangue, soro, plasma ou fluido oral do</p><p>indivíduo infectada</p><p>• A detecção de hepatite A ocorre por sorologia IgM e IgG para HAV.</p><p>• A detecção de hepatite B ocorre por marcadores de triagem como HbsAg e anti-Hbc</p><p>e marcadores diagnósticos como anti-Hbc, anti-Hbs, HBeAg, anti-HBe</p><p>• A detecção de hepatite C é realizado pela investigação de anticorpos anti-HCV como</p><p>metodologia de triagem, que indica contato com o vírus em dado momento</p><p>• A detecção da hepatite D deve ser avaliada juntamente com marcadores de hepatite</p><p>B, uma vez que permite discernir se existe uma coinfecção ou superinfecção.</p><p>• A infecção pelo HVE é possível pela pesquisa de anticorpos anti-HVE IgM (infecção</p><p>recente) e anticorpos anti-HVE totais (exposição prévia ao HVE).</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>162</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Com relação ao marcador indicativo de imunidade vacinal para hepatite B, assinale a</p><p>alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Anti-Hbs.</p><p>b) ( ) Anti-Hbc.</p><p>c) ( ) Anti-HVA.</p><p>d) ( ) Anti-HVB.</p><p>2 Explique quais componentes permitem a detecção dos diferentes tipos de hepatites.</p><p>3 Explique a relação entre hepatite B e a hepatite D.</p><p>4 Considerando os marcadores de hepatite B aguda com a interpretação de cada</p><p>marcador, associe os itens, utilizando o código a seguir:</p><p>I- HBsAg.</p><p>II- Anti-HBc IgM.</p><p>III- Anti-HBc total.</p><p>IV- HBeAg.</p><p>V- Anti-HBe.</p><p>VI- Anti-HBs.</p><p>( ) Marcador de infecção recente, presente no soro até 8 meses após a infecção.</p><p>( ) Anticorpo que indica imunidade ao HBV.</p><p>( ) Sua presença indica estágio de alta infecciosidade.</p><p>( ) Representa contato prévio com o vírus. Está presente nas infecções agudas indicado</p><p>pela presença de IgM e crônicas pela presença de IgG.</p><p>( ) Presente após desaparecimento do HBeAg, indica que a fase replicativa foi encerrada.</p><p>( ) Primeiro marcador a aparecer no curso da infecção pelo HBV.</p><p>Assinale a alternativa que corresponde a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) I – V – VI – IV – II – III.</p><p>b) ( ) III – II – VI – V – IV.</p><p>c) ( ) II – VI – IV – III – V – I.</p><p>d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.</p><p>163</p><p>5 Paciente do sexo feminino, 36 anos de idade, procura banco de sangue para fazer</p><p>doação de sangue. Os exames de triagem utilizados para avaliar se a paciente está</p><p>apta a doação de sangue indicam alterações na sorologia para hepatite B. Com relação</p><p>ao padrão de resultados em que o sangue doado poderá ser utilizado sem oferecer</p><p>riscos para o paciente que receberá a transfusão sanguínea, assinale a alternativa</p><p>CORRETA:</p><p>a) ( ) Anti-HBc total (-); HBsAg (-); Anti-HBs (+).</p><p>b) ( ) Anti-HBc total (-); HBsAg (+); Anti-HBs (-).</p><p>c) ( ) Anti-HBc total (-); HBsAg (-); Anti-HBs (-).</p><p>d) ( ) Anti-HBc total (+); HBsAg (-); Anti-HBs (+).</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>janet</p><p>Riscado</p><p>164</p><p>165</p><p>TÓPICO 4 —</p><p>CORONAVÍRUS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>No final de 2019, a China foi marcada pela presença de uma pneumonia</p><p>de origem desconhecida. Assim, em 31 de dezembro, as festividades de ano novo</p><p>vieram acompanhadas da emissão de um alerta para Organização Mundial da Saúde</p><p>(OMS) sobre essa situação. A partir daí, teve início uma investigação para descobrir o</p><p>agente causador dessa pneumonia que, em poucos dias, apontou ser um novo tipo de</p><p>coronavírus. Esse relato sucinto é apenas uma fração do que, em 11 de março de 2020,</p><p>seria declarado pelo Dr. Tedros Adhanom, diretor geral da OMS, como uma pandemia</p><p>causada pelo novo coronavírus.</p><p>A seguir, compreenderemos as características desses vírus e como o laboratório</p><p>clínico pode auxiliar no diagnóstico desses agentes causadores de doenças.</p><p>2 CORONAVÍRUS</p><p>Coronavírus (COVs) é um termo que se refere à vasta família de vírus</p><p>Coronaviridae, que compreende os gêneros Alpha coronavírus, Beta coronavírus, Gama</p><p>coronavírus e Delta coronavírus (MCBRIDE; VAN ZYL; FIELDING, 2014). Esses vírus estão</p><p>presentes no mundo todo e são comuns também em diferentes espécies animais, entre</p><p>eles, os seres humanos. Nos seres humanos, esses vírus acometem principalmente</p><p>o trato respiratório superior, resultando em manifestações de diferentes gravidades,</p><p>como resfriados (em casos brandos) até infecções pulmonares graves, conhecidas</p><p>como síndrome respiratória aguda grave. Ainda sobre as características da família</p><p>Coronaviridae, Gruber (2020, p. 1) aponta que:</p><p>As partículas virais são esféricas, com cerca de 125 nm de diâmetro</p><p>e revestidas por um envelope fosfolipídico. O genoma de RNA de fita</p><p>simples e senso positivo contém entre 26 e 32 quilobases e está</p><p>associado a proteínas, formando o nucleocapsídeo. As partículas</p><p>apresentam projeções que emanam do envelope em forma de</p><p>espículas, formadas por trímeros da proteína S (spike protein).</p><p>Essas projeções geram um aspecto de coroa, daí a denominação</p><p>coronavírus. A proteína S é responsável pela adesão do vírus nas</p><p>células do hospedeiro e participa do processo de interiorização, no</p><p>qual ocorre a fusão entre as membranas viral e da célula e a entrada</p><p>do vírus no citoplasma.</p><p>166</p><p>Em se tratando de material genômico que tem senso (sentido)</p><p>positivo, estamos falando de um vírus que apresenta muita</p><p>agilidade na geração de novas cópias, uma vez que o material</p><p>genômico se presta diretamente a realização da síntese proteica.</p><p>IMPORTANTE</p><p>O mecanismo de infecção (Figura 21) pelo coronavírus tem início com a forte</p><p>ligação da proteína Spike (glicoproteína em formato de espícula) ao receptor da</p><p>enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), presente nas células. Com a entrada</p><p>do vírus na célula humana, as informações presentes no material genético viral passam</p><p>a ser traduzidas, resultando na formação de proteínas capazes de replicar o material</p><p>genético do vírus, como a RNA polimerase (SANAR, 2020).</p><p>Como resultado da ação da RNA polimerase, são produzidas fitas de RNA que</p><p>constituirão, após ligação com proteínas virais, as partículas virais. A conclusão do</p><p>processo de montagem viral ocorrerá no complexo de Golgi e no retículo endoplasmático</p><p>da célula infectada. Uma vez terminada a montagem, as partículas virais deixam a célula e</p><p>passam a infectar novas células e repetir as etapas previamente descritas (SANAR, 2020).</p><p>Entre os coronavírus citados anteriormente, os Betacoronavírus serão nosso</p><p>principal objeto de estudos, dado o potencial letal de espécies como SARS-CoV-1 e</p><p>SARS-CoV-2, que serão discutidos a seguir.</p><p>A enzima conversora de angiotensina 2 é uma enzima que integra</p><p>o sistema renina-angiotensina e está presente em pneumócitos</p><p>(células epiteliais dos pulmões).</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>167</p><p>FIGURA 21 – MECANISMO DE REPLICAÇÃO VIRAL DO CORONAVÍRUS</p><p>FONTE: . Acesso em: 25 fev. 2021.</p><p>2.1 SARS-COV-1</p><p>Desde o início dos anos 2000, os coronavírus têm apresentado novas cepas</p><p>infectantes tanto em populações humanas quanto animais. Em 2003, uma destas</p><p>cepas de coronavírus foi identificada como causadora da epidemia de Síndrome</p><p>Respiratória Aguda Grave, comumente identificada pela sigla SARS-CoV-1 (do</p><p>inglês, acute respiratory syndrome coronavirus), responsável pela morte de 10 a 50%</p><p>das pessoas infectadas, com porcentagem variando conforme a faixa etária (GRAHAM;</p><p>DONALDSON; BARIC, 2013).</p><p>Acredita-se que a origem deste vírus sejam morcegos, uma vez que se trata de</p><p>um animal que é reservatório para diversos vírus filogeneticamente semelhantes àqueles</p><p>coronavírus que já sabemos serem patogênicos em seres humanos. Esta característica</p><p>faz com que exista alta probabilidade destes vírus infectarem seres humanos resultando</p><p>em emergências de saúde pública de escala internacional, como a que teve início no</p><p>final de 2019 (GRAHAM; DONALDSON; BARIC, 2013).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>168</p><p>O estabelecimento da SARS é bastante complexo, com diferentes fatores que</p><p>resultam em lesões graves nos pulmões e disseminação viral em outros órgãos. A</p><p>afinidade do SARS-CoV-1 com pneumócitos, em decorrência da presença dos receptores</p><p>ECA2, já citados anteriormente, resulta em dano alveolar difuso (GU; KORTEWEG, 2007).</p><p>O desenvolvimento da SARS é caracterizado pela perda sequencial</p><p>da integridade da membrana capilar alveolar, acúmulo de líquido</p><p>no espaço extravascular e perda de volume de troca gasosa</p><p>pulmonar, mais proeminente nas áreas dependentes dos pulmões.</p><p>As anormalidades resultantes de áreas com baixa relação ventilação/</p><p>perfusão e atelectasia ou consolidação franca conduzem a</p><p>manifestações clínicas de insuficiência respiratória – hipoxemia</p><p>arterial e insuficiência mecânica do pulmão (BORGES, 2018, p. 17)</p><p>O SARS-CoV-1 apresenta um período de incubação de 2 a 10 dias, a partir do</p><p>qual iniciam as manifestações clínicas mais frequentes, como:</p><p>• mal-estar;</p><p>• tosse seca;</p><p>• febre persistente;</p><p>• calafrio;</p><p>• dor muscular;</p><p>• dor de cabeça;</p><p>• dispneia (dificuldade de respirar).</p><p>Além destes sintomas, alguns pacientes podem apresentar, com menor</p><p>frequência, coriza, dor de garganta, náuseas, taquipneia (aumento da frequência de</p><p>ciclos respiratórios), taquicardia (aumento da frequência cardíaca), diarreia e vômito</p><p>(HUI; WONG; WANG, 2003).</p><p>É importante ressaltar que, apesar do nome referir a uma síndrome respiratória,</p><p>outros sistemas do nosso corpo podem ser significativamente prejudicados. Dessa</p><p>forma, podemos pensar que deve existir algo em comum entre diferentes órgãos que</p><p>faça com que eles sejam afetados. E, de fato, existe!</p><p>Ocorre que células tubulares renais, células miocárdicas, neurônios, células</p><p>do sistema imune e células da mucosa intestinal, por exemplo, também possuem o</p><p>receptor ECA2, que seria a “porta de entrada” do SARS-CoV-1 nas células. Assim,</p><p>todas as células que apresentam este receptor acabam se tornam alvos primários</p><p>deste agente infeccioso. Um dos efeitos observados nesta ligação foi a significativa</p><p>elevação na concentração de citocinas pró-inflamatórias, que são proteínas</p><p>produzidas pelas células infectadas que promovem o estabelecimento de um processo</p><p>inflamatório. Sendo assim, é possível compreender que este ambiente pró-inflamatório,</p><p>desencadeado inicialmente para combater a infecção por SARS-CoV-1, também acaba</p><p>por prejudicar o tecido infectado (HE et al., 2006).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>169</p><p>Nesse contexto, a presença de citocinas, como fator de necrose tumoral alfa</p><p>(TNF-α), por exemplo, pode induzir à apoptose pneumócitos, e mediar a formação de</p><p>fibrose no tecido pulmonar. Com a presença deste vírus na corrente sanguínea, ocorre</p><p>infecção deste vírus em outros órgãos que contém receptores ECA2, o que intensifica</p><p>rapidamente o processo inflamatório, gerando disfunção em diferentes órgãos (HE et</p><p>al.,</p><p>tipos celulares pertencentes ao sistema imune. A medula óssea é a fonte</p><p>de origem de células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, que, após sucessivas</p><p>diferenciações, podem originar diferentes células com diferentes funções (Figura 1).</p><p>FIGU</p><p>RA</p><p>1 – TIPO</p><p>S D</p><p>E CÉLU</p><p>LAS D</p><p>O</p><p>SISTEM</p><p>A</p><p>IM</p><p>U</p><p>N</p><p>E E SU</p><p>AS FU</p><p>N</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>FO</p><p>N</p><p>TE: Silverthorn (2017, p. 760)</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>5</p><p>Entre as funções descritas na Figura 1, podemos perceber que os linfócitos B</p><p>secretam anticorpos. Afinal, o que são esses anticorpos?</p><p>Os anticorpos são moléculas proteicas, classificadas como imunoglobulinas,</p><p>que conseguem identificar agentes estranhos, presentes tanto na superfície de</p><p>patógenos quanto em porções de toxinas produzidas por eles. Esses agentes estranhos</p><p>são moléculas grandes que recebem o nome de antígenos. Assim, o anticorpo liga-se</p><p>a uma pequena porção do antígeno chamada epítopo antigênico, semelhantemente</p><p>ao modelo de chave/fechadura estudado em enzimas (ABBAS; LICHTMAN; POBER,</p><p>2008). Essa ligação é muito importante na rotina laboratorial, uma vez que é justamente</p><p>a ligação entre antígeno e anticorpo, ou seja, a formação desse imunocomplexo, o</p><p>qual é base para diversos ensaios imunológicos, que veremos ao longo desta disciplina.</p><p>FIGURA 2 – REAÇÃO ANTÍGENO ANTICORPO</p><p>FONTE: . Acesso em: 15 jan. 2021.</p><p>O reconhecimento de potenciais agressores e a abordagem resolutiva, por parte</p><p>das células e moléculas relacionadas ao sistema imune, podem ocorrer por intermédio</p><p>de dois tipos diferentes de resposta: inata ou adaptativa (Figura 3), que trabalham de</p><p>modo coordenado para neutralizar qualquer ameaça ao equilíbrio dos órgãos e tecidos</p><p>(ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2008).</p><p>Epítopo</p><p>Antígeno</p><p>Anticorpo</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>6</p><p>FIGURA 3 – PRINCIPAIS MECANISMOS DA IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA</p><p>FONTE: Abbas; Lichtman; Pober (2008, p. 3)</p><p>2.1 RESPOSTA INATA</p><p>A resposta inata corresponde à primeira resposta do sistema imune diante de</p><p>um dano tecidual. Trata-se de uma resposta rápida, composta por mecanismos que</p><p>precedem a existência da infecção (ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2008). O objetivo da</p><p>imunidade inata é controlar e impedir o avanço da infecção, o que ocorre via ativação</p><p>de mecanismos inespecíficos para o patógeno em questão. São exemplos desses</p><p>mecanismos inatos: barreiras físicas, barreiras químicas, fagócitos, processo inflamatório</p><p>e sistema complemento.</p><p>2.1.1 Barreiras físicas</p><p>• Junções intercelulares ocludentes – tornam as células epiteliais “seladas”,</p><p>dificultando o acesso de invasores ao ambiente interno.</p><p>• Muco – produzido pelas células mucosas presentes no trato respiratório, no trato</p><p>gastrointestinal e no trato genital, trata-se de uma secreção glicoproteica. Sua função</p><p>é recobrir as superfícies dos locais em que está presente, impedindo a invasão de</p><p>microrganismos ao epitélio, uma vez que eles são aderidos ao muco.</p><p>• Cílios – auxiliam na expulsão de agentes patogênicos, uma vez que sua movimentação</p><p>impele o muco com potenciais agressores para fora do local em que estão presentes,</p><p>por exemplo, o trato respiratório.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Sublinhado</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>7</p><p>• Microbiota – presentes em boa parte das superfícies epiteliais, é composta por</p><p>microrganismos não patogênicos, que auxiliam no combate a patógenos por competir</p><p>pelos nutrientes disponíveis, além de produzir moléculas antimicrobianas.</p><p>• Lágrimas e saliva – compostas por fosfolipase A e lisozima, moléculas com proprie-</p><p>dades antimicrobianas.</p><p>2.1.2 Barreiras químicas</p><p>O pH e as enzimas digestivas compõem uma barreira química que impede a</p><p>proliferação de boa parte dos possíveis invasores no trato digestivo.</p><p>2.1.3 Fagócitos</p><p>Células responsáveis por reconhecer, englobar e destruir patógenos, além de</p><p>sinalizarem ao sistema imunológico que esses patógenos estão atacando órgãos e</p><p>tecidos. Os fagócitos mononucleares podem ser:</p><p>• Monócitos – células precursoras de macrófagos, presentes na circulação sanguínea.</p><p>• Macrófagos – células presentes nos tecidos dotadas de capacidade fagocítica, que</p><p>podem expressar diferentes características, de acordo com o estímulo de ativação</p><p>recebido.</p><p>• Neutrófilos – células presentes em grande quantidade no nosso organismo,</p><p>responsáveis pelo combate a microrganismos como bactérias e fungos.</p><p>2.1.4 Processo inflamatório</p><p>Respostas geradas para defender o organismo de um potencial agressor, com o</p><p>intuito de curar ou reparar danos. Trata-se de um processo mediado pela conjunção de</p><p>ações imunoendócrinas, que apresentam, como sinais e sintomas característicos, calor,</p><p>dor, rubor, edema e limitação ou perda funcional do local em que o processo inflamatório</p><p>se estabeleceu (ABBAS; LICHTMAN; POBER, 2008).</p><p>2.1.5 Sistema complemento</p><p>Além dos mecanismos e componentes do sistema inato descritos anteriormente,</p><p>temos também o sistema complemento, que atua tanto na resposta inata quanto</p><p>na resposta adquirida, é composto por 30 proteínas plasmáticas inativadas presentes</p><p>na nossa corrente sanguínea. Sua ativação pode acontecer de três modos diferentes,</p><p>chamados vias de ativação do sistema complemento:</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>8</p><p>• Via clássica – a ativação ocorre por intermédio da ligação de certos tipos de</p><p>anticorpos ligados aos antígenos.</p><p>• Via das lecitinas – ativada pela ligação da lecitina plasmática aos resíduos de</p><p>manose localizados na superfície de agentes agressores.</p><p>• Via alternativa – a ativação ocorre via superfície de membrana do agente agressor,</p><p>na ausência de anticorpos.</p><p>Qualquer uma das três vias de ativação resultará na clivagem (divisão) da proteína</p><p>C3. Com a ativação da C3, são ativadas proteínas uma após a outra, levando a um efeito</p><p>de ativação em cascata que resulta na geração de mecanismos efetores contra o agente</p><p>agressor. Entre os mecanismos efetores, podemos destacar a oponização, a fagocitose,</p><p>o complexo de ataque à membrana e o recrutamento de células pró-inflamatórias</p><p>(VOLTARELLI, 2009).</p><p>Agora que reconhecemos alguns mecanismos associados à imunidade inata,</p><p>abordaremos a resposta imune adquirida.</p><p>2.2 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA</p><p>A resposta imune adquirida, também conhecida como resposta imune especí-</p><p>fica, que, como o próprio nome revela, é uma resposta adquirida à medida que o orga-</p><p>nismo é exposto aos agressores. Assim, quando em contato com um novo patógeno, a</p><p>imunidade adaptativa memoriza quais mecanismos específicos são mais eficazes para</p><p>defender órgãos e tecidos contra o patógeno em questão. A especificidade dessa res-</p><p>posta é o que a torna tão eficaz, no que tange à proteção do organismo. Desse modo,</p><p>diante de uma nova exposição ao agressor previamente “memorizado”, o sistema imune</p><p>adaptativo já sabe os mecanismos necessários para eliminá-lo (LUNDY; FOX; GIZINSKI,</p><p>2015).</p><p>O reconhecimento ocorre</p><p>2006).</p><p>2.2 SARS-CoV-2</p><p>Segundo o fragmento da matéria da BBC News Brasil, que apresenta uma</p><p>resumida linha do tempo de uma pandemia que chegou ao Brasil em fevereiro de</p><p>2020, o agente infeccioso dessa doença é o SARS-CoV-2, conhecido como o novo</p><p>coronavírus (CEVIK et al., 2020).</p><p>As primeiras notícias sobre uma “pneumonia misteriosa” que estava</p><p>afetando algumas partes da China começaram a surgir na mídia</p><p>internacional no final de dezembro de 2019. A informação de que a</p><p>doença era causada por um novo tipo de coronavírus foi transmitida</p><p>por cientistas chineses e divulgada a partir do dia 8 de janeiro de 2020.</p><p>Rapidamente, a cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, foi</p><p>identificada como epicentro da crise sanitária e teve seus aeroportos,</p><p>portos, ferrovias e rodovias bloqueadas, numa tentativa de conter a</p><p>disseminação do agente infeccioso. Mas já era tarde demais: logo</p><p>apareceram casos em outras partes da China e o agente infeccioso</p><p>foi identificado em países próximos, como Japão e Tailândia. Os</p><p>episódios de covid-19 se espalharam rapidamente para outros</p><p>continentes e foram detectados na Europa e na América do Norte.</p><p>Portanto, havia a certeza quase absoluta que o vírus chegaria em</p><p>algum momento ao Brasil ainda no primeiro trimestre de 2020(BBC</p><p>NEWS BRASIL, 2021).</p><p>Apesar de pertencer à mesma família do SARS-Cov-1, apresentar similaridades</p><p>genéticas, e a preferência de ambos por interagir com o receptor ECA2 para invadir</p><p>as células, existem diferenças que permitiram que a pandemia causada pelo SARS-</p><p>CoV-2 perdurasse e resultasse em um maior número de mortes. Inicialmente, podemos</p><p>destacar o número efetivo de reprodução (R) maior que o identificado no SARS-Cov-1, o</p><p>que explica sua maior eficiência para se disseminar (WÖLFEL et al., 2020).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>170</p><p>O número efetivo de Reprodução (R) corresponde à capacidade de propagação</p><p>viral. Este número é expresso como um índice que aponta o número médio de pessoas</p><p>contagiadas a cada indivíduo infectado nas condições existentes em um dado momento.</p><p>A interpretação deste índice ocorre da seguinte forma:</p><p>• R superior a 1: indica que cada pessoa infectada transmite a doença</p><p>para, no mínimo, mais um pessoa, disseminando o vírus.</p><p>• R inferior a 1: indica que a transmissão da infecção está menor e o</p><p>número de contágios está diminuindo.</p><p>Este índice é utilizado para estimar a demanda hospitalar e, com</p><p>isso, adequar a infraestrutura para dar conta da demanda e também</p><p>auxiliar os governantes no entendimento das medidas necessárias para</p><p>proteção da população.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Ainda sobre as diferenças do SARS-CoV-2, sabemos que, apesar de se ligar</p><p>ao mesmo receptor ECA 2 que o SARS-CoV-1, o SARS-CoV-2 apresenta diferenças em</p><p>suas proteínas de superfície que permite uma maior ligação com o receptor ECA2 e, com</p><p>isso, maior eficiência na invasão das células hospedeiras. Além disso, SARS-CoV-2 tem</p><p>maior afinidade com o trato respiratório superior (nariz externo, cavidade nasal, faringe,</p><p>laringe e porção superior da traqueia), o que permite facilidade da infecção das células</p><p>nestas regiões e facilidade para se disseminar com maior facilidade pelas vias aéreas.</p><p>Outro importante diferencial entre SARS-Cov-1 e SARS-Cov-2 são as dinâmicas das</p><p>cargas virais de cada um. O SARS-CoV-1 atinge o pico de carga viral em média 15 dias</p><p>após o início das manifestações clínicas. Esta característica permite que a infecção já</p><p>tenha sido determinada e o paciente isolado precocemente, o que reduz a capacidade</p><p>de transmissão deste vírus (CEVIK et al., 2020).</p><p>Em contraste, o SARS-Cov-2 tem seu pico de carga viral no trato respiratório,</p><p>observado no início da manifestação dos sintomas ou durante a primeira semana da</p><p>doença, o que denota maior potencial infectante imediatamente antes ou durante</p><p>os primeiros dias do início dos sintomas. Sabendo dessa característica, é possível</p><p>compreender a importância do distanciamento social, mesmo com indivíduos que não</p><p>apresentam sintomas, uma vez que este pode estar infectado sem ainda ter apresentado</p><p>sintomas (WÖLFEL et al., 2020).</p><p>Carga viral é termo que refere a quantidade de vírus presente na</p><p>corrente sanguínea do indivíduo infectado.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>171</p><p>No que diz respeito ao potencial patogênico do SARS-Cov-2, Vaduganathan</p><p>et al. (2020) apontam o impacto da infecção por SARS-Cov-2 no sistema renina-</p><p>angiotensina. Assim como previamente descrito no SARS-CoV-1, a entrada do SARS-</p><p>CoV-2 ocorre pela ligação da proteína S, presente na superfície do vírus, com o receptor</p><p>ECA2 presente nos pneumócitos tipo II. Com a entrada do vírus na célula, ocorre</p><p>downregulation da expressão do receptor ECA2, por duas vias: pela destruição da célula</p><p>que invadiu ou por estar ocupando o receptor ao ligar-se a ele. Com isso, a angiotensina</p><p>II passa a ficar acumulada, e isso intensifica o agravamento da Covid-19, nome dado às</p><p>manifestações clínicas que caracterizam a infecção por SARS-Cov-2 (Figura 22). Como</p><p>resultado da interação do SARS-CoV-2 com as células-alvo, tem-se início a replicação</p><p>ativa das partículas virais seguida das manifestações clínicas, como (CEVIK, 2020):</p><p>• febre;</p><p>• dor no corpo;</p><p>• cefaleia;</p><p>• fadiga;</p><p>• dificuldades respiratórias;</p><p>• disfunção olfatória (perda temporária do olfato e do paladar);</p><p>• diarreia;</p><p>• infarto do miocárdio.</p><p>FIGURA 22 – INTERAÇÃO ENTRE O SARS-COV-2 E O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA</p><p>FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2021.</p><p>172</p><p>IMPORTANTE</p><p>Considerando a importante relação do receptor ECA2 na patogênese resultante</p><p>da infecção por SARS-CoV-2, apresentamos um trecho do texto O sistema renina-</p><p>angiotensina-aldosterona (SRAA) versus a infecção pelo coronavírus 2019, que explora</p><p>as funções do sistema renina-angiotensina-aldosterona, do qual os receptores</p><p>ECA2 fazem parte. Aproveite essa leitura para relembrar a importância do SRAA e</p><p>compreender sua relação com a Covid-19.</p><p>O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) versus</p><p>a infecção pelo coronavírus 2019</p><p>O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) regula funções essenciais do</p><p>organismo, como a manutenção da pressão arterial, balanço hídrico e de sódio. A</p><p>lógica fundamental que preside o funcionamento do sistema é responder a uma</p><p>instabilidade hemodinâmica e evitar a redução na perfusão tecidual sistêmica.</p><p>Atua de modo a reverter a tendência à hipotensão arterial através da indução de</p><p>vasoconstricção arteriolar periférica e aumento na volemia por meio de retenção</p><p>renal de sódio (através da aldosterona) e água (através da liberação de ADH-</p><p>vasopressina). A renina é liberada pelos rins, enquanto a enzima conversora de</p><p>angiotensina (ECA) é encontrada no endotélio vascular em vários órgãos. Uma vez</p><p>ativada a cascata, surgem a angiotensina I (AI) e a angiotensina II (AII), que circulam</p><p>pelo sangue e se ligam em receptores específicos ATI e ATII, regulando funções</p><p>em órgãos-alvos. Receptores de ATII estão presentes universalmente na árvore</p><p>arterial e produzem acentuada contração em segmentos isolados de todos os leitos</p><p>arteriais. Além do efeito vasoconstritor extensivamente demonstrado in vitro e in</p><p>vivo, ATII exerce importantes efeitos tróficos sobre a parede arterial. A participação</p><p>desse sistema no fenômeno de redução luminal da hipertensão essencial instalada</p><p>tem sido demonstrado pela inibição farmacológica da enzima conversora ou do</p><p>antagonismo dos receptores AT1. Todos os componentes do SRAA estão presentes</p><p>no endotélio e na parede arterial e a formação de Ang II, no vaso, está solidamente</p><p>documentada.</p><p>Está claro que a hiperatividade desse sistema, contribuiu expressivamente na</p><p>fisiopatologia da hipertensão arterial e em outras patologias cardiovasculares. Os</p><p>fármacos conhecidos como inibidores da ECA – o Dr. Sérgio Henrique Ferreira de</p><p>Ribeirão Preto, SP, foi pioneiro ao descrever o Fator Potencializador da Bradicinina,</p><p>sendo assim, o precursor</p><p>deste grupo de drogas – realizam bloqueio reversível</p><p>da enzima conversora de angiotensina, reduzindo a formação de</p><p>AII. Sabe-se que a AII é um potente peptídeo vasoconstritor e</p><p>estimulante da secreção adrenal de aldosterona. O bloqueio da</p><p>ECA promove, diretamente, um efeito hipotensor causado pela</p><p>inibição dos efeitos vasoconstritores e estimulantes da secreção</p><p>de aldosterona e, indiretamente, previnem doença isquêmica</p><p>cardíaca, doença aterosclerótica, nefropatia diabética e</p><p>hipertrofia ventricular esquerda. Por outro lado, o receptor</p><p>AT2 tem efeito antiproliferativo, vasodilatador e de apoptose.</p><p>Ele também ativa a produção de óxido nítrico. Assim como, a</p><p>produção de AT1-7 pela ECA2 traduz em efeitos benéficos</p><p>como antiproliferativo e anti-hipertensivo.</p><p>FONTE: . Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>173</p><p>Por tratar-se de um vírus recentemente descoberto, muito sobre os mecanismos</p><p>patogênicos do SARS-CoV-2 ainda não foram esclarecidos. Contudo, a urgência em</p><p>detectar esse vírus e isolar pacientes para reduzir a disseminação do SARS-CoV-2</p><p>intensificou esforços para desenvolver metodologias para diagnóstico do vírus. A seguir,</p><p>conheceremos as metodologias utilizadas para diagnóstico e acompanhamento de</p><p>pacientes com Covid-19.</p><p>Assista ao vídeo, produzido pelo Instituto Butantã, que fala sobre</p><p>as características que temos conhecimento do SARS-CoV-2 até o</p><p>momento: https://www.youtube.com/watch?v=wC3r4Lcm1Sw.</p><p>DICA</p><p>3 O LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E</p><p>ACOMPANHAMENTO DE SARS-COV-1 E SARS-COV-2</p><p>O diagnóstico de Covid-19 é um importante instrumento no combate à</p><p>disseminação dos vírus, porque permite que as equipes médicas identifiquem os</p><p>pacientes infectados, isolando-os dos demais indivíduos não infectados, a fim de</p><p>impedir o contágio.</p><p>Existem diferentes metodologias utilizadas para detecção de SARS-CoV-1</p><p>e SARS-CoV-2, tanto por detecção do vírus quanto pela presença de anticorpos</p><p>produzidos contra esse vírus. A principal metodologia para detecção direta é realizada</p><p>por RT-PCR, que pertence ao setor de Biologia Molecular.</p><p>Apesar de abordarmos apenas testes sorológicos, é importante saber que existem</p><p>também testes moleculares muito utilizados para detecção de coronavírus. Por</p><p>isso, apresentamos, a seguir, um trecho do texto RT-PCR ou sorológico? Entenda as</p><p>diferenças entre os testes, publicado pela Universidade Federal de Minas Gerais, que</p><p>resume o princípio da técnica de RT-PCR e suas características.</p><p>O que é o RT-PCR?</p><p>Considerado o “padrão-ouro” ou “padrão de referência”, o RT-PCR é o exame que</p><p>identifica o vírus e confirma a Covid-19. Para isso, o teste busca detectar o RNA do</p><p>vírus através da amplificação do ácido nucleico pela reação em cadeia da polimerase.</p><p>De acordo com a professora Glaucia, esse teste deve ser realizado no início da doença,</p><p>especialmente na primeira semana, quando o indivíduo possui grande quantidade do</p><p>vírus SARS-CoV-2.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>174</p><p>As amostras são coletadas através de swabs (cotonetes) de nasofaringe</p><p>(nariz) e orofaringe (garganta). A abordagem do exame, no momento,</p><p>é do profissional de saúde que está atendendo o paciente no hospital,</p><p>ambulatório ou consultório. Isso porque é preciso saber a fase da doença</p><p>para a coleta da amostra.</p><p>FONTE: . Acesso em: 25 fev. 2021.</p><p>Com relação às metodologias sorológicas para detecção de SARS-CoV, as prin-</p><p>cipais metodologias utilizadas são os testes imunocromatográficos, que podem realizar</p><p>a detecção de antígeno ou de anticorpos IgM e IgG, ELISA e imunofluorescência (IFA).</p><p>Nesse momento, é importante lembrarmos que todas as metodologias</p><p>apresentam limitações que podem prejudicar os resultados das provas sorológicas.</p><p>No caso de metodologias aplicadas à detecção do SARS-CoV, não é diferente. Um dos</p><p>principais elementos que se tem conhecimento que interfere na detecção de anticorpos</p><p>e antígenos por ELISA e imunocromatografia, as principais metodologias utilizadas, está</p><p>relacionado ao tempo de evolução clínica dos pacientes (Figura 23).</p><p>3.1 DETECÇÃO DE ANTÍGENO PARA SARS-COV –</p><p>IMUNOCROMATOGRAFIA DE FLUXO</p><p>Por se tratar de um método de detecção direto qualitativo, ou seja, que identifica</p><p>presença do antígeno na amostra de secreção nasofaríngea, trata-se da opção que</p><p>apresenta capacidade de detecção mais precoce, sendo a melhor metodologia</p><p>sorológica indicada para a detecção entre o 2º e o 10º após o início dos sintomas.</p><p>Nessa metodologia, a tira de membrana é pré-revestida com anticorpo anti-</p><p>SARS-CoV-2, imobilizado na linha de teste. Assim, amostras de secreção nasofaríngea</p><p>contendo antígenos de SARS-CoV-2, passam pela membrana e reagem com o anticorpo</p><p>anti-SARS-CoV-2, formando um conjugado Ag-Ac. Como resultado é possível observar</p><p>a formação de tira colorida na região teste.</p><p>Caro acadêmico, lembre-se de que a metodologia de</p><p>imunocromatografia de fluxo lateral já foi abordada na</p><p>Unidade 2. Sugerimos que você revisite esse tema para</p><p>reforçar seus conhecimentos.</p><p>DICA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>175</p><p>FIGURA 23 – EVOLUÇÃO CLÍNICA E DETECÇÃO LABORATORIAL DA COVID-19</p><p>FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2021.</p><p>176</p><p>A amostra utilizada é raspado nasofaríngeo, coletado por swab, uma haste flexível</p><p>semelhante a um cotonete, todas as etapas da técnica estão apresentadas na Figura 24.</p><p>Além da execução do teste dentro do período correto, outro elemento que pode prejudicar</p><p>os resultados desta técnica por gerar resultados falso-negativos são erros de coleta de</p><p>swab nasofaríngeo. Por tratar-se de um procedimento bastante desconfortável para</p><p>o paciente, que pode atrapalhar a correta execução da coleta é importante considerar</p><p>que o resultado pode ter sido comprometido pela raspagem nasofaríngea incorreta</p><p>ou insuficiente. A interpretação do resultado obedece às orientações apresentadas na</p><p>metodologia de imunocromatografia, discutidas na Unidade 2.</p><p>A coleta de secreção nasofaríngea é uma etapa crucial na detecção</p><p>de antígenos de SARS-CoV-2 por imunocromatografia e também</p><p>para realização de RT-PCR para detecção de SARS-CoV-2. Por</p><p>isso, sugerimos um vídeo que demonstra como o procedimento</p><p>de coleta deve ser realizado, acesse: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=owYKzDi6F6Q</p><p>IMPORTANTE</p><p>FIGURA 24 – PROCEDIMENTO DO TESTE DE ANTÍGENO PARA SARS-COV</p><p>177</p><p>FONTE: . Acesso em: 9 abr. 2021.</p><p>Essa metodologia qualitativa é utilizada principalmente para triagem de</p><p>pacientes, devido a sua rapidez e praticidade. Os kits comerciais disponíveis possuem</p><p>diferentes apresentações, como:</p><p>178</p><p>• Testes rápidos que diferenciam IgM e IgG: são aqueles que apresentam três</p><p>bandas (faixas) – controle, IgM e IgG –, permitindo discernir qual anticorpo está ou</p><p>não reagente. Ressalta-se que resultados que não apresentarem a banda controle</p><p>serão sempre considerados testes inválidos (Figura 25).</p><p>FIGURA 25 – IMUNOCROMATOGRAFIA COM BANDAS SEPARADAS PARA IGM E IGG</p><p>FONTE: . Acesso em: 25 fev. 2021.</p><p>Negativo IgM+ IgM+ IgG+ Inválido Inválido Inválido</p><p>IgM+</p><p>• Testes rápidos que não diferenciam anticorpos são aqueles que apresentam</p><p>duas bandas (faixas): controle e teste, permitindo apenas determinar a presença de</p><p>anticorpos, sem diferenciá-los. Ressalta-se que resultados que não apresentarem a</p><p>banda controle serão sempre considerados testes inválidos (Figura 26).</p><p>FIGURA 26 – TESTE IMUNOCROMATOGRÁFICO PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA COVID-19</p><p>FONTE:</p><p>TESTES-RAPIDOS-COVID19-V-1.1-30ABR2020.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2021. a</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>179</p><p>Após conhecermos as provas sorológicas mais utilizadas para detecção de</p><p>Covid-19, é importante compreendermos que esses resultados apresentam diferentes</p><p>interpretações quando avaliados em conjunto. Para facilitar a compreensão, a Figura 27</p><p>apresenta uma interpretação de resultados de sorologia para Covid-19, os quais devem</p><p>sempre ser interpretados em conjunto com os sinais e os sintomas manifestados pelo</p><p>paciente.</p><p>FIGURA 27 – INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DE SOROLOGIA PARA COVID-19</p><p>FONTE: . Acesso em: 25 fev. 2021.</p><p>3.2 DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA SARS-COV – ELISA</p><p>Conforme discutido na Unidade 2, trata-se de uma metodologia que detecta</p><p>anticorpos específicos para diferentes doenças. No caso da SARS-CoV-2 não é</p><p>diferente, uma vez que o ELISA é aplicado ao diagnóstico clínico de SARS-CoV pela</p><p>detecção quantitativa de anticorpos produzidos em resposta à infecção por esse vírus.</p><p>Os principais anticorpos investigados são IgM e IgG. No entanto, para que os resultados</p><p>sejam fidedignos às condições imunológicas do paciente no momento da coleta, é</p><p>importante atentar para o tempo decorrido entre o início dos sintomas e a coleta. O</p><p>período para coleta, a partir do qual seria possível a detecção de anticorpos para SARS-</p><p>CoV-2, seria entre o 7º e o 10º dia após início dos sintomas. Assim, não é uma técnica útil</p><p>para detecção de anticorpos nos estágios iniciais da infecção. De modo geral, o IgM é</p><p>detectável mais cedo que o IgG (BRASIL, 2020).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>180</p><p>Contudo, a presença de IgM e IgG simultaneamente na amostra não são</p><p>confirmatórios para determinar que se trata de uma infecção recente, dado que os</p><p>avanços tecnológicos permitiram a formulação de kits comerciais para esta técnica com</p><p>maior sensibilidade (TAN et al., 2003; BRASIL, 2020).</p><p>Quando a finalidade do teste for identificar a exposição anterior ao</p><p>SARS-CoV-2, podem ser usados testes sorológicos para detecção de</p><p>IgG ou IgM (para determinar se um indivíduo foi previamente infectado),</p><p>do tipo imunocromatográfico ou ELISA, que poderá ser quantitativo,</p><p>caso o título do anticorpo seja necessário. Caso os achados clínicos</p><p>permitam, o indivíduo testado não exigiria quarentena e poderia se</p><p>associar a indivíduos não infectados ou infectados com risco mínimo</p><p>de transmissão ou nova infecção (BRASIL, 2020, p. 5).</p><p>181</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Coronavírus pertencem a família de vírus Coronaviridae que compreende os gêneros</p><p>Alpha coronavírus, Beta coronavírus, Gama coronavírus e Delta coronavírus.</p><p>• Estes vírus estão presentes no mundo todo e são comuns também em diferentes</p><p>espécies animais, entre eles os seres humanos.</p><p>• Nos seres humanos, o trato respiratório superior é o principal sistema acometido,</p><p>podendo resultar em manifestações de diferentes gravidades, como resfriados até</p><p>síndrome respiratória aguda grave.</p><p>• O mecanismo de infecção dos coronavírus tem início com a forte ligação da proteína</p><p>Spike ao receptor da ECA2 presente em alguns tipos celulares.</p><p>• Betacoronavírus apresentam potencial letal por incluir espécies como SARS-CoV-1</p><p>e SARS-CoV-2, que têm afinidade com pneumócitos.</p><p>• SARS-CoV-1 foi causador epidemia global de síndrome respiratória aguda grave em</p><p>2003.</p><p>• Um dos efeitos observados nesta ligação entre SARS-CoV e o receptor ECA2 é o aumento</p><p>na concentração de citocinas pró-inflamatórias, que são proteínas produzidas pelas</p><p>células infectadas que promovem o estabelecimento de um processo inflamatório.</p><p>• SARS-CoV-2 foi causador da pandemia global de Covid-19 em 2020. Assim, como</p><p>SARS-CoV-1, sua entrada nas células ocorre pelo receptor ECA2.</p><p>• A escala de contágio do SARS-Cov-2 é maior em relação ao SARS-Cov-1, dado o</p><p>maior número efetivo de reprodução (R), o que justifica sua maior eficiência para se</p><p>disseminar.</p><p>• O SARS-Cov-1 tem seu pico de carga viral na segunda semana após o início dos</p><p>sintomas, o que permite que a infecção já tenha sido determinada e o paciente</p><p>isolado, reduzindo assim sua capacidade de contágio, enquanto o SARS-Cov-2 tem</p><p>seu pico de carga viral no trato respiratório é observado no início da manifestação</p><p>dos sintomas ou durante a primeira semana da doença, o que denota maior potencial</p><p>infectante imediatamente antes ou durante os primeiros dias do início dos sintomas.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 4</p><p>182</p><p>• A compreensão do tempo de evolução clínica do paciente permite que as provas</p><p>sorológicas sejam realizadas dentro dos períodos passíveis detecção de anticorpos</p><p>IgM e IgG.</p><p>• A detecção de antígeno deve ser realizada nos primeiros dias após o início dos</p><p>sintomas.</p><p>183</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Explique a função da proteína Spike na infecção por SAR-Cov-2.</p><p>2 Sobre a relação entre o receptor ECA2 e o coronavírus, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Este receptor pertence ao sistema-renina-angiotensina-aldosterona e está</p><p>presente em diferentes órgãos vitais como pulmão, rins e coração.</p><p>b) ( ) Trata-se de um receptor de baixa especificidade e capacidade de ligação para o</p><p>SARS-Cov-2 em especial.</p><p>c) ( ) O ECA2 é o marcador sorológico da Covid-19.</p><p>d) ( ) O SARS-Cov-1 teve uma evolução mais branda pois os receptores ECA 2 estavam</p><p>em número reduzido nas populações acometidas por esse vírus.</p><p>3 A detecção de infecção por SARS-Cov-2 pode ser realizada por diferentes metodologias</p><p>sorológicas. Cite quais são as principais metodologias utilizadas e quando o uso de</p><p>cada uma delas é indicado.</p><p>proteína Spike presente na superfície deste vírus é capaz de</p><p>ligar-se fortemente ao receptor ECA2, o que permite sua entrada na</p><p>célula e consequente replicação.</p><p>tanto detecção direta, pela pesquisa de antígenos para</p><p>SARS-CoV-2, quanto detecção indireta, pela pesquisa de anticorpos</p><p>IgM e IgG específicos para SARS-CoV-2.</p><p>A pesquisa de antígenos é realizada por coleta de swab nasofaríngeo e deve ser realizada entre o</p><p>2º e o 10º dia após o início dos sintomas.</p><p>Enquanto a pesquisa de anticorpos é realizada apenas de 7 a 10 dias do inicio dos sintomas,</p><p>pois a produção dos anticorpos IgM e IgG depende da resposta imunológica</p><p>184</p><p>185</p><p>LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 5 —</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, conheceremos a doença autoimune lúpus. Doenças autoimunes</p><p>ocorrem quando nosso sistema imune ataca as células do próprio corpo, como se elas</p><p>fossem patógenos (como vírus e bactérias). Dessa forma, condições autoimunes são</p><p>aquelas em que o sistema imune não é capaz de discernir entre células saudáveis do</p><p>próprio corpo e organismos estranhos.</p><p>A seguir, conheceremos mais sobre esta doença e como seu diagnóstico é</p><p>realizado.</p><p>2 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO</p><p>O lúpus é uma doença autoimune que afeta diferentes tecidos no corpo</p><p>humano. Por ser uma doença que acomete principalmente o tecido conjuntivo, é</p><p>classificada como uma condição clínica pertencente ao grupo das colagenoses.</p><p>Assim, o lúpus apresenta um processo inflamatório crônico e multissistêmico em que</p><p>a presença de autoanticorpos resulta em prejuízo tecidual. As manifestações clínicas</p><p>presentes na doença são comumente confundidas com sintomas de outras doenças.</p><p>Neste contexto, se torna, por vezes, uma doença de difícil diagnóstico.</p><p>O tipo mais comum é o lúpus eritematoso sistêmico (LES), responsável por</p><p>afetar vários órgãos e é uma doença mais frequente em mulheres. Apesar da grande</p><p>variedade de sintomas presentes (Figura 28), o paciente não apresenta necessariamente</p><p>todas as manifestações clínicas. Algumas das principais manifestações clínicas</p><p>presentes são descritas a seguir (BRASIL, 2016):</p><p>• Anemia (redução do número de hemácias), leucopenia (redução no número de</p><p>glóbulos brancos), linfopenia (redução do número de linfócitos) e plaquetopenia</p><p>(redução do número de plaquetas).</p><p>• Inflamação renal, pleural e pericárdica.</p><p>• Inchaço</p><p>e dores articulares.</p><p>• Lesões cutâneas (lesão em forma de borboleta no rosto é a mais comum).</p><p>• Vasculite (processo inflamatório nos pequenos vasos), que resulta em lesões</p><p>avermelhadas e dolorosas.</p><p>• Perda de peso e sensação de fraqueza.</p><p>• Convulsões, psicose e prejuízo de nervos periféricos.</p><p>• Aumento do volume hepático, ganglionar e do baço (na doença em exacerbação).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>tecido que une outros tecidos e serve de preenchimento, sustentação, transporte, armazenamento, pode ser frouxo, denso, cartilaginoso, ósseo, adiposo, macrófagos, adipócitos etc.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>186</p><p>Pacientes com lúpus alternam períodos em que expressam sinais e sintomas</p><p>(exacerbações) a períodos assintomáticos (remissões). Os mecanismos específicos</p><p>associados ao estabelecimento desta doença ainda não foram completamente</p><p>esclarecidos. Contudo, sabe-se que é uma doença multifatorial, que depende de</p><p>características genéticas, hormonais e ambientais que favoreçam seu estabelecimento.</p><p>Dada a predominância do acometimento de pacientes do sexo feminino em idade fértil,</p><p>acredita-se que o fator hormonal esteja relacionado ao estrogênio, uma vez que este</p><p>hormônio está vinculado a redução da apoptose (morte programada) e atividade dos</p><p>linfócitos B, o que resulta na produção contínua de autoanticorpos.</p><p>Quanto aos fatores ambientais, a exposição solar tem grande influência</p><p>na exacerbação do lúpus, uma vez que está associada a geração de uma resposta</p><p>inflamatória, o que favorece a produção de interleucinas e fator de necrose tumoral. Com</p><p>isso, linfócitos B autorreativos são estimulados a produzir anticorpos. Em se tratando de</p><p>fatores genéticos, de acordo com SANARMED (2019, p. 1):</p><p>Existe prevalência aumentada em parentes de primeiro grau e em gêmeos</p><p>monozigóticos, 17 vezes e 29 vezes maior que população geral, respectivamente. A</p><p>deficiência de componentes da via clássica do complemento como C1q (principal) e C4</p><p>conferem alta chance de desenvolver a doença. Também existe associação com HLA</p><p>DR2 e DR3, além de outros polimorfismos genéticos (PTPN22, TREX 1, STAT 4, IFR5,</p><p>TLR7, entre outros).</p><p>FIGURA 28 – SINTOMAS PRESENTES NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO</p><p>FONTE: . Acesso em: 27 fev. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>187</p><p>Com a interação dos fatores citados anteriormente, há o estabelecimento</p><p>da perda da autotolerância (incapacidade de identificar os próprios anticorpos) e</p><p>consequente aparecimento das manifestações clínicas.</p><p>Caro acadêmico, considerando a influência da exposição solar em pacientes com lúpus,</p><p>apresentamos um trecho de uma reportagem extraída do site do Dr. Drauzio Varella:</p><p>Pacientes de lúpus devem evitar exposição solar. Esse texto apresenta recomendações</p><p>importantes que objetivam prevenir agravamento dessa doença por conta da exposição</p><p>solar.</p><p>Pacientes de lúpus devem evitar exposição solar</p><p>Lúpus e exposição solar definitivamente não combinam. Basta notar que quando o paciente</p><p>fica exposto à luz solar por horas seguidas e sem proteção, sua pele fica avermelhada</p><p>(no rosto, são visíveis lesões com o formato de asa de borboleta). Isso ocorre porque</p><p>o sol promove uma reação imunológica no organismo que desencadeia os sintomas.</p><p>“Orientamos que os pacientes com a doença sempre utilizem bloqueadores</p><p>solares de fator no mínimo 30 quando saírem às ruas. Mesmo se o dia</p><p>estiver nublado, é preciso usar o produto. O importante é impedir que surja</p><p>o processo inflamatório. Quando a pele já está avermelhada e com certo</p><p>prurido, é sinal de que a inflamação já começou”, destaca Eduardo</p><p>Borba, professor doutor de reumatologia da USP.</p><p>Mas atenção: a exposição solar desencadeia uma reação</p><p>inflamatória que pode afetar não apenas a pele, mas estruturas como</p><p>articulações, cérebro e rins. Dessa maneira, a exposição à luz do sol pode</p><p>comprometer todos os órgãos envolvidos na doença. Quando a crise se</p><p>instala, geralmente é necessário entrar com medicação, que na maioria das</p><p>vezes é à base de corticoides. Como o uso dessa classe de medicamentos</p><p>deve ser moderado, o ideal é prevenir.</p><p>O paciente com lúpus pode frequentar a praia, mas é necessário cuidado</p><p>redobrado com o corpo. Veja as orientações do dr. Eduardo:</p><p>• Sempre utilize bloqueadores solares com fator mínimo de proteção número 30.</p><p>Reaplique a cada duas ou três horas, com antecedência de 15 a 30 minutos antes da</p><p>exposição ao sol. Lembre-se de que os raios UV são mais intensos entre 10 e 15 horas.</p><p>• A dica é passar o equivalente a uma colher de chá de protetor no rosto e pescoço; uma</p><p>colher de chá na parte da frente do tronco e a mesma medida na parte de trás; uma</p><p>colher de chá em cada braço; uma colher de chá na parte da frente das coxas e pernas</p><p>e a mesma medida na parte de trás.</p><p>• O uso de óculos escuros, com 99% a 100% de proteção, ajuda a prevenir problemas na</p><p>região dos olhos que podem afetar os portadores de lúpus. Não se esqueça de utilizar</p><p>chapéus e roupas leves sempre que possível.</p><p>• A prática de atividade física é muito importante para controlar e estabilizar a doença,</p><p>além de fornecer resistência aos portadores. Se você for adepto de caminhada ou</p><p>corrida, saia cedo de casa. Evite exposição solar depois das dez da manhã.</p><p>FONTE: . Acesso em: 27 fev. 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>188</p><p>3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS</p><p>O laboratório clínico aplicado ao diagnóstico de lúpus compreende, além</p><p>das investigações sorológicas apresentadas a seguir, a investigação de parâmetros</p><p>bioquímicos e hematológicos, que não contemplam esta disciplina. Assim, abordaremos</p><p>a pesquisa de autoanticorpos como principal prova sorológica utilizada no diagnóstico</p><p>e acompanhamento do lúpus.</p><p>Em pacientes com suspeita de LES, os exames laboratoriais devem</p><p>ser realizados para detectar a presença dos autoanticorpos, que são</p><p>os principais marcadores da doença. Anticorpos antinucleares são</p><p>encontrados em mais de 90% dos pacientes de LES, embora a sua</p><p>presença não seja específica para esta doença, podendo aparecer em</p><p>outras doenças autoimunes, infecciosas ou mesmo em indivíduos</p><p>normais (ÁLVARO APOIO, 2018, p. 1).</p><p>3.1 ANTICORPOS ANTINUCLEARES (ANA/FAN)</p><p>A detecção de anticorpos antinucleares, também conhecida como fator</p><p>antinuclear (FAN) é um método que utiliza como princípio a imunofluorescência</p><p>indireta (abordada anteriormente) utilizado na investigação de lúpus por estar presente</p><p>na corrente sanguínea de pacientes com doenças autoimunes sistêmicas associadas</p><p>ao tecido conjuntivo (LARA; NEVES, 2004).</p><p>Conforme indicado acima, o método mais empregado para a detecção de</p><p>anticorpos antinucleares (ANA) ou FAN é a imunofluorescência indireta. Para investigação</p><p>de anticorpos ANA ou do FAN, esta metodologia utiliza como substrato células da</p><p>linhagem HEp-2, derivadas de tumor de células epiteliais humanas. A utilização destas</p><p>células ocorre pois elas expressam maior parte dos antígenos de importância clínica</p><p>para este tipo de investigação.</p><p>Para ilustrar todas as etapas necessárias para execução da técnica de</p><p>FAN, assista ao vídeo Técnica de FAN – Imunofluorescência Indireta, que</p><p>pode auxiliar na visualização e compreensão de cada etapa. Acesse:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=fblyi4r-N7w.</p><p>DICA</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>189</p><p>Apesar de integrar parte dos 11 critérios diagnósticos paro lúpus, não se trata de</p><p>um exame patognomônico paro lúpus, uma vez que outras doenças autoimunes, como</p><p>síndrome de Sjögren, artrite reumatoide e tireoidite de Hashimoto, também apresentam</p><p>esses autoanticorpos (LARA; NEVES, 2004).</p><p>Contudo, a detecção desses anticorpos nem sempre indica a presença de</p><p>doença autoimune. De acordo com Lara e Neves (2004, p. 284):</p><p>Um problema muito expressivo no dia a dia do laboratório é a</p><p>positividade do teste sem que haja correlação clínica. Em soro puro</p><p>ou em baixas diluições, virtualmente toda a população apresenta</p><p>reatividade na pesquisa de FAN; daí a necessidade de um valor</p><p>de corte adequado. Mudanças na distribuição dos títulos dos</p><p>auto-anticorpos na população são idade e sexo dependente. Para</p><p>minimizar essa situação, vários laboratórios adotam um valor de corte</p><p>de 1:80. Ainda assim, até 13,3% da população sadia pode ter um teste</p><p>positivo. Geralmente, quanto mais alto o título, mais significativo o</p><p>resultado do exame, especialmente em pacientes jovens.</p><p>Como podemos perceber, o resultado apresentando titulação reagente para FAN</p><p>não necessariamente indica presença de doença autoimune. Além do resultado reagente</p><p>apresentando titulação, existem antígenos-alvo que formam padrões nucleares. Esses</p><p>padrões são utilizados pelas equipes médicas para reforçar ou descartar a suspeita</p><p>clínica de lúpus. A Figura 29 apresenta um resumo dos padrões possíveis para FAN</p><p>reagente e suas possíveis interpretações clínicas (DELLAVANCE; ANDRADE, 2007).</p><p>FIGURA 29 – RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE ANTÍGENOS ALVO E POSSÍVEIS PATOLOGIAS</p><p>Antigênico/</p><p>Padrão FAN</p><p>Patologia</p><p>Anti-DNA de cadeia</p><p>dupla (ds-DNA, DNA</p><p>nativo)</p><p>Padrão: Homogêneo</p><p>Encontrados primariamente no LES numa frequência de 70 a 80% dos</p><p>casos concentração de antígenos (título) correlaciona se bem com a</p><p>atividade da doença: Presença de anticorpos anti-DNA correlaciona-se</p><p>particularmente com a atividade da nefrite lúpica.</p><p>Anti-histona</p><p>Padrão: Homogêneo</p><p>Estão presentes em 96% dos pacientes com lúpus induzido por</p><p>medicamentos e em 30% do LES.</p><p>Hidralazina, procainamida e anticonvulsivantes.</p><p>Ocorre em 15 a 20% dos pacientes com AR.</p><p>Anti-snRNP</p><p>Padrão: Pontilhado</p><p>(grosso)</p><p>Altos títulos de RNP, na ausência de anti-Sm, são fortemente</p><p>sugestivos de doença mista do tecido conjuntivo (DMTC), que</p><p>se manifesta clinicamente por acometimento cutâneo do tipo</p><p>esclerodérmico, miosite e sinovite tipo reumatoide, que aparece em</p><p>100% dos casos; surge em baixos títulos em LES, lúpus discoide, artrite</p><p>reumatoide, síndrome de Sjögren e lúpus induzido por medicamentos.</p><p>Anti-Sm (Smith,</p><p>nome do primeiro</p><p>paciente em que foi</p><p>reconhecido) Padrão</p><p>pontilhado (grosso)</p><p>Possui alta especificidade para o LES, porém sua sensibilidade</p><p>nesses pacientes é de apenas 25 a 30%, geralmente durante a fase</p><p>aguda da doença; raramente aparece em outras desordens; alguns</p><p>estudos associam a sua presença com nefrite branda de surto benigno,</p><p>outros ao envolvimento do SNC, quando manifestação única do LES.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>190</p><p>Anti-SSa/Ro</p><p>Padrão pontilhado</p><p>(fino)</p><p>Ro é uma proteína citoplasmática pequena ligada ao RNA, cuja função</p><p>é desconhecida; esse anticorpo está presente em cerca de 70% dos</p><p>pacientes com síndrome de Sjögren primária.</p><p>Já na síndrome Sjögren associada à artrite reumatoide está presente</p><p>em 40% dos casos, também ocorre em 30% dos pacientes com LES,</p><p>marcando as formas de lúpus neonatal e lúpus subagudo cutâneo, e</p><p>na síndrome do anticorpo antifosfolipídio.</p><p>Anti-SSb/La</p><p>Padrão pontilhado</p><p>(fino)</p><p>São contrapartículas proteicas do RNA que parecem participar como</p><p>um cofator para a RNA polimerase; o anti-La geralmente acompanha</p><p>o anti-Ro; a presença de ambos no LES é geralmente associada a uma</p><p>doença mais leve do que quando o Ro está presente isoladamente.</p><p>O SSb/La ocorre em mais da metade dos pacientes com síndrome de</p><p>Sjögren e no LES em 15%.</p><p>Anti-centromero</p><p>Padrão pontilhado</p><p>centromérico</p><p>Esclerose sistêmica forma CREST (C – calcinose; R – Raynaud; E –</p><p>dismotilidade esofagiana; S – esclerodermia; T – telangectasia).</p><p>Anti-Scl-70</p><p>Padrão nucleolar</p><p>Proteína 70 KDa que foi recentemente identificada como uma</p><p>topoisomerase, encontrada em 75% de pacientes com esclerose</p><p>sistêmica difusa.</p><p>Anti PCNA</p><p>Padrão pontilhado</p><p>pleomórfico</p><p>PCNA</p><p>Específico para LES (5 a 10% dos casos), não sendo encontrado</p><p>em outras patologias. Geralmente, pacientes com PCNA-positivo</p><p>apresentam maior incidência de glomerulonefrite difusa.</p><p>FIGURA 30 – REATIVIDADE DOS ANTICORPOS ANTI-DSDNA POR IMUNOFLUORESCÊNCIA</p><p>FONTE: . Acesso em: 9 abr. 2021.</p><p>191</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>VACINAS ANTICOVID: UM OLHAR DA SAÚDE COLETIVA</p><p>Reinaldo Guimarães</p><p>A abordagem de temas complexos</p><p>Doenças de massa costumam ser complexas. No caso da pandemia pelo</p><p>SARS-CoV-2, a complexidade foi agravada, em seu início, pelo desconhecimento quase</p><p>completo das características do patógeno que a causava e das consequências disso.</p><p>Na dimensão de sua biologia, as pistas existentes remetiam ao conhecimento de outros</p><p>coronavírus já identificados que, ao fim e ao cabo, pouco ajudaram no manejo do novo</p><p>organismo. Em sua fisiopatologia, o que se pensava ser uma enfermidade respiratória</p><p>revelou-se uma condição sistêmica. No plano da abordagem clínica, mais surpresas</p><p>com uma evolução heterodoxa na qual sintomas prodrômicos transformavam-se</p><p>rapidamente em doença grave, sem que o bom estado geral dos pacientes fosse</p><p>condizente com a gravidade de sua real função respiratória medida pelo oxímetro. No</p><p>terreno epidemiológico, o acompanhamento do estado imunitário da população também</p><p>surpreendeu pela pouca presença de portadores de anticorpos quando comparada com</p><p>a experiência de outras epidemias virais e isso levanta atualmente intenso debate sobre</p><p>os mecanismos imunológicos envolvidos na doença. No plano dos serviços de saúde,</p><p>porque a velocidade do adoecimento e a gravidade de parte dos pacientes revelou-</p><p>se maior e mais intensa do que a organização ordinária deles estava preparada para</p><p>suportar. Além dos serviços, a vida em sociedade, no campo do trabalho, do afeto, do</p><p>lazer etc., foi também inesperadamente desorganizada, assim como a economia dos</p><p>países, já bastante fragilizada antes mesmo da pandemia. Apesar de intensa, como</p><p>veremos a seguir, os resultados da busca por medicamentos eficazes foram frustrantes</p><p>até o momento. E agora temos uma corrida por uma ou mais boas vacinas.</p><p>Uma lição deve ser tirada a partir da descrição feita acima. Não haverá apenas</p><p>uma medida ou mesmo o ataque a uma das dimensões descritas acima que seja</p><p>capaz de resolver, per se, o problema em seu conjunto. O seu enfrentamento deve ser</p><p>organizado a partir de ações articuladas nas múltiplas dimensões apontadas. O corolário</p><p>dessa assertiva é que uma ou mais boas vacinas serão importantíssimas para contribuir</p><p>para enfrentar a COVID 19, mas é muito pouco provável que possam sozinhas resolver o</p><p>problema em sua totalidade. Por outro lado, para que uma ou mais boas vacinas cumpram</p><p>seu importante papel, serão necessárias várias etapas e vários aspectos intrínsecos e</p><p>extrínsecos às mesmas que deverão ser estabelecidos antes que elas possam cumprir a</p><p>sua missão. Este texto tem o objetivo de discutir a complexidade no campo das vacinas.</p><p>FONTE: Adaptado de GUIMARÃES, R. Vacinas Anticovid: um Olhar da Saúde Coletiva. Ciênc. Saúde</p><p>Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 9, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_</p><p>arttext&pid=S1413-81232020000903579&tlng=pt. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>192</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imune ataca as células do próprio</p><p>corpo, como se elas fossem patógenos.</p><p>• O lúpus é uma doença autoimune que afeta diferentes tecidos</p><p>no corpo humano.</p><p>Por ser uma doença que acomete principalmente o tecido conjuntivo, o lúpus é</p><p>classificado como uma condição clínica pertencente ao grupo das colagenoses.</p><p>• O lúpus apresenta um processo inflamatório crônico e multissistêmico em que a</p><p>presença de autoanticorpos resulta em prejuízo tecidual.</p><p>• O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é o tipo mais comum de lúpus e é uma doença</p><p>mais frequente em mulheres.</p><p>• Entre as manifestações clínicas presente no lúpus podemos destacar: anemia,</p><p>inflamação renal, pleural e pericárdica, inchaço e dores articulares, lesões cutâneas,</p><p>vasculite, perda de peso, sensação de fraqueza, convulsões, psicose e prejuízo de</p><p>nervos periféricos, aumento do volume hepático, ganglionar e do baço (na doença</p><p>em exacerbação).</p><p>• Pacientes com lúpus alternam períodos em que expressam sinais e sintomas</p><p>(exacerbações) a períodos assintomáticos (remissões).</p><p>• O lúpus é uma doença multifatorial, que depende de características genéticas,</p><p>hormonais e ambientais que favorecem seu estabelecimento.</p><p>• A detecção de anticorpos antinucleares é um método que utiliza como princípio a</p><p>imunofluorescência indireta na investigação de lúpus por estar presente na corrente</p><p>sanguínea de pacientes com doenças autoimunes sistêmicas associadas ao tecido</p><p>conjuntivo.</p><p>• A pesquisa de autoanticorpos não se trata de um exame patognomônico paro</p><p>lúpus, uma vez que outras doenças autoimunes como síndrome de Sjögren, artrite</p><p>reumatoide e tireoidite de Hashimoto também apresentam estes autoanticorpos.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 5</p><p>193</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Sobre doenças autoimunes, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Doenças autoimunes são aquelas em que anticorpos são produzidos contra</p><p>patógenos específicos.</p><p>b) ( ) São todas as doenças em que os autoanticorpos estão ausentes.</p><p>c) ( ) Nesse tipo de doença, o corpo perde a capacidade de diferenciar células</p><p>saudáveis de células patogênicas.</p><p>d) ( ) São doenças causadas estritamente por anticorpos lúpicos.</p><p>2 A exposição solar é um fator importante na exacerbação do lúpus. Justifique esta</p><p>afirmação.</p><p>3 Sobre o lúpus eritematoso sistêmico, assinale a alternativa INCORRETA:</p><p>a) ( ) A confirmação do diagnóstico de lúpus se dá apenas quando o paciente apresenta</p><p>todos as manifestações clínicas descritas para estas doenças.</p><p>b) ( ) Trata-se de um tipo de colagenose.</p><p>c) ( ) Não existe cura paro lúpus, contudo a constância de cuidados previne novas</p><p>exacerbações.</p><p>d) ( ) O eritema malar é um dos sinais clássicos da doença.</p><p>4 Com relação ao lúpus eritematoso sistêmico, assinale a alternativa INCORRETA:</p><p>a) ( ) Trata-se de uma doença que ocorre com maior frequência em pacientes do sexo</p><p>feminino.</p><p>b) ( ) Períodos em que a doença está ativa são caracterizados pela ausência de</p><p>sintomas, como inflamação renal, anemia, lesões cutâneas e dores articulares.</p><p>c) ( ) É uma doença classificada como colagenose.</p><p>d) ( ) É uma doença multissistêmica, autoimune e crônica, que alterna períodos</p><p>sintomáticos com períodos assintomáticos.</p><p>5 Lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune do tipo colagenose. Explique</p><p>como ocorre o mecanismo imunológico que caracteriza o lúpus.</p><p>194</p><p>195</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ÁLVARO APOIO. Aspectos laboratoriais para o diagnóstico do Lúpus Eritematoso</p><p>Sistêmico. 2018 Disponível em: https://alvaroapoio.com.br/medicina-diagnostica/</p><p>aspectos-laboratoriais-para-o-diagnostico-do-lúpus -eritematoso-sistemico. Acesso</p><p>em: 22 fev. 2021.</p><p>AVELLEIRA, J. C. R.; BOTTINO, G. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. An. Bras.</p><p>Dermatol., v. 81, n. 2, p. 111-126, 2006.</p><p>BIERNATH, A. Um ano de coronavírus no Brasil: os bastidores da descoberta do</p><p>primeiro caso oficial. BBB NEWS. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/</p><p>portuguese/brasil-56189539. Acesso em: 18 fev. 2021.</p><p>BORGES, A. M. Desafios e Perspectivas do Modelo Porcino de Lesão Pulmonar</p><p>Induzida por Ácido Oleico. Dissertação (Mestrado em Ciências Pneumológicas) –</p><p>Programa de Pós-graduação em Ciências Pneumológicas, Universidade Federal do</p><p>Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2018. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/</p><p>handle/10183/188949. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>BRAGA, A. O. Aspectos gerais da infecção pela bactéria Treponema pallidum:</p><p>uma revisão. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio</p><p>Grande do Norte.</p><p>BRASIL. Acurácia dos testes diagnósticos registrados na ANVISA para a</p><p>COVID-19. 2020. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/</p><p>pdf/2020/June/02/AcuraciaDiagnostico-COVID19-atualizacaoC.pdf. Acesso em: 20</p><p>fev. 2021.</p><p>MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de</p><p>Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/</p><p>Aids e das Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo</p><p>HIV em Adultos e Crianças. Brasília : Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: http://</p><p>www.aids.gov.br/system/tdf/pub/2016/57787/manual_tecnico_hiv_27_11_2018_</p><p>web.pdf?file=1&type=node&id=57787&force=1. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diagnóstico das Hepatites Virais. Coordenação</p><p>Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (Brasil) II. Série TELELAB. 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Técnico para Diagnóstico da</p><p>Sífilis. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://www.aids.</p><p>gov.br/system/tdf/pub/2016/59218/manual_sifilis_10_2016_pdf_23637.</p><p>pdf?file=1&type=node&id=59218&force=1. Acesso em: 26 abr. 2021.</p><p>196</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. O Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites</p><p>Virais – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Sífilis: Estratégias para Diagnóstico no Brasil. Brasília:</p><p>Ministério da Saúde, 2010.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8.</p><p>ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.</p><p>CASTEJON, M. J. et al. Orientações Técnicas para o Diagnóstico Rápido e Laboratorial</p><p>da Infecção pelo HIV, Sífilis e Hepatites Virais. v. 16, n. 181, p. 19-26, 2019.</p><p>CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC. HIV and AIDS Timeline.</p><p>2020. Disponível em: https://npin.cdc.gov/pages/hiv-and-aids-timeline#1980. Acesso</p><p>em: 15 fev. 2021.</p><p>CEVIK, M. et al. Virology, transmission, and pathogenesis of SARS-CoV-2. BMJ., v. 371,</p><p>m3862, 2020.</p><p>DELLAVANCE, A.; ANDRADE, L. E. C. Como interpretar e valorizar adequadamente o</p><p>teste de anticorpos antinúcleo. J Bras Patol Med Lab., p. 157-168, 2007.</p><p>FERREIRA, L. J. M. Infecção por Treponema pallidum: análise serológica e pesquisa de</p><p>DNA. 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Disponível em: https://unaids.org.br/terminologia/.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2021.</p><p>VADUGANATHAN, M. et al. Renin-Angiotensin-Aldosterone System Inhibitors in</p><p>Patients with Covid19. N Engl J Med., v. 382, p. 1653-1659, 2020.</p><p>WÖLFEL, R. et al. Virological assessment of hospitalized patients with COVID-2019.</p><p>Nature, v. 581, p. 465-469, 2020.</p><p>pela identificação dos antígenos específicos presentes</p><p>na constituição de cada patógeno. Dessa forma, os linfócitos identificam esses antígenos,</p><p>por meio de receptores de membrana capazes de realizar esse reconhecimento. A partir</p><p>daí, é desencadeado um processo de multiplicação de células de defesa, que serão</p><p>divididas em dois tipos: células efetoras, que farão a defesa contra o patógeno, e células</p><p>de memória, que serão ativadas apenas quando houver uma segunda exposição ao</p><p>mesmo patógeno (LUNDY; FOX; GIZINSKI, 2015).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>9</p><p>Acadêmico, para aprimorar seu conhecimento relacionado às diferenças</p><p>entre os linfócitos B e T leia o artigo Sistema imunitário – parte II. Fundamentos</p><p>da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B, acessando: https://www.</p><p>scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042010000500008.</p><p>Boa leitura!</p><p>DICA</p><p>A seguir, conheceremos tópicos introdutórios relacionados aos ensaios</p><p>imunológicos e sua aplicação clínica em diferentes tipos de patologia.</p><p>3 INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS IMUNOLÓGICOS</p><p>Após relembrar alguns conceitos importantes relacionados à imunologia, é</p><p>importante entender alguns conceitos relacionados aos ensaios imunológicos.</p><p>Você já parou para pensar como são realizados os testes que indicam</p><p>se você está passando por um processo infeccioso e como o médico</p><p>consegue, através de exames, saber se a vacina estimulou a produção</p><p>de anticorpos suficientes para o proteger de um vírus ou se você está</p><p>passando por um processo infeccioso recente?</p><p>A chave para essas perguntas está relacionada ao tipo de reação que</p><p>ocorre nas técnicas usadas em ensaios imunológicos: a interação entre</p><p>antígeno e anticorpos.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Os ensaios imunológicos são técnicas que determinam respostas imunes de</p><p>anticorpos, antígenos ou linfócitos para detectar de forma exata a presença de agentes</p><p>agressores no organismo. A base que fundamenta esses testes é a interação que ocorre</p><p>entre antígeno e anticorpo, de modo que nós podemos utilizar como reagentes tanto</p><p>anticorpos quanto antígenos e seus componentes.</p><p>Por exemplo, quando você realiza uma técnica que busca identificar um</p><p>determinado anticorpo, à composição do reagente utilizada para o teste será adicionado</p><p>um antígeno, sendo esse tipo de teste classificado como ensaio direto. Por outro lado,</p><p>quando o objetivo é identificar a presença de determinado antígeno o reagente deverá</p><p>conter o anticorpo para esse antígeno, e esse teste será classificado como um ensaio</p><p>indireto.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>10</p><p>Para entender como essas técnicas podem, entre tantos antígenos e anticorpos</p><p>existentes, quantificar especificamente um determinado antígeno ou anticorpo,</p><p>deve-se compreender que os testes imunológicos são baseados no princípio da</p><p>especificidade que a resposta imune possui. Existem diferentes métodos para</p><p>detecção de antígenos e anticorpos, cada um com suas vantagens e desvantagens. Por</p><p>exemplo, há metodologias que podem apresentar reagentes marcados e reagentes</p><p>não marcados. Quando a metodologia é do tipo que apresenta reagentes marcados,</p><p>uma substância como um fluoróforo, por exemplo, é adicionada ao reagente com o</p><p>intuito de aumentar a sensibilidade de detecção do ensaio (VOLTARELLI, 2009).</p><p>Nesse momento, podemos pensar nas características que são importantes</p><p>para entender qual a melhor metodologia a ser utilizada. Assim, para optar por uma</p><p>metodologia, critérios como sensibilidade e especificidade devem ser observados.</p><p>A sensibilidade de um teste corresponde à menor concentração da ligação antígeno-</p><p>anticorpo que o imunoensaio é capaz de detectar. Isso significa que, quanto maior a</p><p>sensibilidade do teste, menores são as concentrações que ele é capaz de quantificar.</p><p>Portanto, um teste com alta sensibilidade é um teste capaz de quantificar melhor a</p><p>proporção de indivíduos doentes. Dessa forma, podemos afirmar que a sensibilidade</p><p>informa quão boa é uma metodologia para detectar pacientes que estão, de fato, com</p><p>alguma doença. Isso indica que um teste com alta sensibilidade é um teste com menor</p><p>chance de apresentar resultados falso-negativos, isto é, quando o teste apresentou</p><p>resultado negativo em indivíduos que apresentam a doença investigada (FERREIRA;</p><p>PATINO, 2017). Resultados falso-negativos podem ocorrer também por conta do efeito</p><p>prozona, um fenômeno que ocorre quando existem muitos anticorpos na amostra de</p><p>soro analisada, em resposta ao antígeno infeccioso. O excesso de anticorpos gera uma</p><p>desproporção em relação aos antígenos presentes no reagente, resultando na formação</p><p>de complexos muito pequenos que não se aglomeram de modo a permitir aglutinação</p><p>visível (SMITH; HOLMAN, 2004).</p><p>Sabemos que, muitas vezes, é difícil visualizar alguns conceitos</p><p>descritos. Para facilitar sua compreensão sobre a aglutinação</p><p>resultante da reação antígeno e anticorpo, indicamos o vídeo “Reação</p><p>de Aglutinação”, disponibilizado pelo Canal Butantan. Assista ao vídeo</p><p>sugerido em: https://www.youtube.com/watch?v=PAxlKvpTT5Y.</p><p>GIO</p><p>Em metodologias para análise de proteína C-reativa por aglutinação em látex,</p><p>por exemplo, os fabricantes indicam a partir de quais concentrações os imunoensaios</p><p>podem apresentar resultados falso-negativos devido ao efeito prozona (Figura 4). Esse</p><p>resultado falso-negativo é descartado ao serem realizadas diluições seriadas, para que</p><p>a amostra apresente aglutinação visível.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>11</p><p>FIGURA 4 – EFEITO PROZONA</p><p>FONTE: . Acesso em: 14 jan. 2021.</p><p>Além da sensibilidade da metodologia, ainda existem outras circunstâncias que</p><p>podem gerar resultados falso-negativos, como a janela imunológica, que corresponde</p><p>ao intervalo entre o momento em que o paciente teve contato com o antígeno e o</p><p>momento em que o organismo passa a apresentar níveis detectáveis de anticorpos para</p><p>o antígeno em questão (BRASIL, 2018).</p><p>Outra característica que merece atenção quando avaliamos a qualidade de um</p><p>imunoensaio é a especificidade. Especificidade é um termo que indica a capacidade</p><p>de um teste de identificar os indivíduos que não possuem a doença ou condição clínica</p><p>investigada. Assim, quanto maior for a especificidade de um teste, menor será o número</p><p>de pacientes com resultado falso-positivo. Resultados falso-positivos são aqueles</p><p>que apresentam resultados positivos apesar de o paciente não apresentar a doença</p><p>investigada. As circunstâncias que podem apresentar resultados falso-positivos</p><p>podem ter origem tanto das limitações da metodologia do imunoensaio quanto das</p><p>condições clínicas do paciente (FERREIRA; PATINO, 2017). Em se tratando de limitações</p><p>relacionadas à metodologia, um resultado falso-positivo pode ocorrer por conta de uma</p><p>reação cruzada, ou seja, quando o anticorpo é capaz de interagir com um antígeno</p><p>diferente daquele que o originou. Isso pode decorrer da semelhança entre o antígeno</p><p>homólogo (que estimulou a formação daquele anticorpo) e o antígeno heterólogo. Além</p><p>disso, a reação cruzada pode ser resultado de dois antígenos diferentes apresentarem</p><p>o mesmo epítopo, chamado epítopo compartilhado (Figura 5).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>12</p><p>FIGURA 5 – REAÇÕES CRUZADAS</p><p>FONTE: . Acesso em: 14 jan. 2021.</p><p>Diluições seriadas</p><p>Uma diluição seriada é uma técnica na qual são realizadas várias</p><p>diluições progressivas; assim, inicia com a solução mais concentrada</p><p>chegando a soluções menos concentradas, amplificando o fator de</p><p>diluição rapidamente. A fonte do material de diluição (soluto)</p><p>para cada etapa é proveniente do material diluído da etapa</p><p>anterior. Em uma diluição em série, o fator de diluição total é o</p><p>produto dos fatores de diluição em cada etapa. Logo, em uma</p><p>diluição 1/2, o fator de diluição é 2 e todas as diluições seguintes</p><p>serão multiplicadas por 2. Para ter 1 mL de solução, como mostra a</p><p>figura a seguir, tem-se a adição de 0,1 ml do concentrado mais 0,9 mL</p><p>do diluente.</p><p>Diluições em série são usadas para criar, com precisão, soluções</p><p>extremamente diluídas, bem como soluções para experimentos que</p><p>exigem uma curva de concentração com uma escala exponencial</p><p>ou logarítmica. A técnica é útil quando há escassez do volume do</p><p>concentrado ou do diluente, havendo necessidade de minimizar seu</p><p>uso, ou quando há necessidade de diversas diluições, por exemplo,</p><p>na determinação de um título ou na contagem de microrganismos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>13</p><p>ESQUEMA DE DILUIÇÃO SERIADA</p><p>FONTE: . Acesso em: 14 jan. 2021.</p><p>FONTE: Kasvi. Preparo de Soluções em Laboratório. 2018. Disponível em: https://kasvi.</p><p>com.br/preparo-de-solucoes-laboratorio-concentracao-fator-diluicao-seriada/. Acesso</p><p>em: 14 jan. 2021.</p><p>14</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• As respostas desencadeadas pelo sistema imune podem ser divididas, resumidamente,</p><p>em quatro processos principais: identificação de antígenos estranhos; determinação</p><p>do potencial prejudicial do potencial agressor; ativação de células e mediadores</p><p>próprios para conter o agressor; e restabelecimento do equilíbrio homeostático.</p><p>• Os linfócitos T são responsáveis pela eliminação de microrganismos intracelulares e</p><p>pela regulação de respostas imunológicas diante de antígenos).</p><p>• Os linfócitos B estimulam a geração de plasmócitos e a produção de anticorpos</p><p>próprios para ataque ao antígeno identificado.</p><p>• As respostas imunológicas podem ser do tipo inata (a primeira linha de defesa do</p><p>corpo humano, capaz de eliminar micro-organismos invasores antes da ativação</p><p>da resposta adaptativa) ou adaptativa (que corresponde à imunidade de memória,</p><p>desenvolvida após contato com agente agressor específico).</p><p>• As barreiras físicas e químicas, fagócitos e o processo inflamatório integram a</p><p>resposta inata.</p><p>• Os linfócitos efetores e de memória integram a resposta adaptativa.</p><p>• Janela imunológica é o intervalo entre o momento em que o paciente teve contato</p><p>com o antígeno e o momento em que o organismo passa a apresentar níveis</p><p>detectáveis de anticorpos para o antígeno em questão.</p><p>• Resultados falso-negativos são aqueles que o teste apresentou resultado negativo</p><p>em indivíduos que apresentam a doença investigada.</p><p>• As reações cruzadas favorecem o estabelecimento de resultados falso-negativos por</p><p>conta da desproporção entre anticorpo e antígenos, o que dificulta a visualização da</p><p>aglutinação.</p><p>• Resultados falso-positivos apresentam testes positivos sem que o paciente tenha a</p><p>doença investigada.</p><p>• A sensibilidade indica a menor concentração da ligação antígeno-anticorpo que o</p><p>imunoensaio é capaz de detectar. A especificidade indica a capacidade de um teste</p><p>identificar os indivíduos que não possuem a doença ou a condição clínica investigada.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>15</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A imunologia é a ciência que estuda o sistema imune e, por conseguinte, todos os</p><p>seus mecanismos de defesa. Para que o sistema imune desenvolva sua função</p><p>protetora, a atividade das células de defesa se faz essencial. Com relação às células</p><p>com ação importante de defesa, assinale a alternativa INCORRETA:</p><p>a) ( ) Célula NK.</p><p>b) ( ) Linfócito B.</p><p>c) ( ) Células da macroglia.</p><p>d) ( ) Linfócito T.</p><p>2 Alguns componentes caracterizam a resposta imunológica inata. Quais são esses</p><p>componentes e as suas funções?</p><p>3 O sistema imunológico pode apresentar dois tipos de resposta a potenciais agres-</p><p>sores: a resposta inata e a resposta adquirida. Nesse contexto, cada uma contém</p><p>mecanismos que interagem com o patógeno com o objetivo de eliminá-lo. Assinale a</p><p>alternativa que apresenta exemplos de mecanismos pertencentes a imunidade inata e</p><p>adquirida, respectivamente:</p><p>a) ( ) Monócitos e eliptócitos.</p><p>b) ( ) Macrófagos e linfócitos efetores.</p><p>c) ( ) Linfócitos efetores e células de memória.</p><p>d) ( ) Células de memória e macrófagos.</p><p>4 Explique a função do processo inflamatório no sistema imune.</p><p>muco, cilios, lágrimas e saliva, microbiota, fagócitos, junções intercelulares, ph e enzimas e processo inflamatório.</p><p>o processo inflamatório é responsável por defender e proteger o organismo, auxiliando no reparo de danos.</p><p>janet</p><p>Lápis</p><p>16</p><p>17</p><p>COMPREENDENDO AS DINÂMICAS</p><p>SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 —</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>É muito comum que, ao apresentar dores nas articulações, as pessoas relacionem</p><p>esse sintoma ao reumatismo. Apesar desse entendimento fazer parte do senso comum,</p><p>trata-se de uma ideia distorcida. Isso porque reumatismo não é uma doença específica,</p><p>mas, sim, um grupo de “diferentes doenças que acometem o aparelho locomotor, ou</p><p>seja, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos” (BRASIL, 2013)</p><p>manifestando eventos dolorosos. Assim, neste tópico, abordaremos os mecanismos</p><p>etiopatológicos atrelados a essas doenças.</p><p>2 ETIOPATOGENIA DAS DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>De posse do conhecimento de que as doenças reumáticas apresentam</p><p>eventos dolorosos relacionados ao aparelho motor, é importante compreender quais</p><p>mecanismos conduzem ao estabelecimento dessas doenças. Mesmo não apresentando</p><p>mecanismos claros sobre como esse grupo de doenças se estabelece, sabe-se que</p><p>fatores genéticos, imunológicos e infecciosos têm importante relação com sua causa.</p><p>As doenças reumáticas podem ser de fase aguda, originadas por fatores exógenos, ou</p><p>crônica.</p><p>Nesse contexto, o período de duração da doença está associado à retirada do</p><p>estímulo exógeno, como o tratamento de uma infecção, por exemplo. Por outro lado,</p><p>quando as doenças reumáticas apresentam perfil crônico, em geral, trata-se de uma</p><p>doença caracterizada por um processo autoimune que pode acompanhar o paciente</p><p>ao longo da vida, alternando períodos de manifestação de sinais e sintomas e períodos</p><p>assintomáticos (HAMMER; MCPHEE, 2016).</p><p>As doenças reumáticas de fase aguda e crônica apresentam em comum o</p><p>estabelecimento de um processo inflamatório. A importância de destacar o componente</p><p>inflamatório dessas doenças é que, a partir dos elementos moleculares que configuram</p><p>essa inflamação, é possível realizar exames que serão, em associação às características</p><p>clínicas do paciente, balizadores a respeito da suspeita clínica inicialmente proposta</p><p>pelo médico. Nesse contexto, abordaremos o processo inflamatório como um dos</p><p>principais elementos etiopatogênicos das doenças reumáticas e compreender como</p><p>o sistema imune interage diante dessas infecções e como percebemos essa interação</p><p>nos exames laboratoriais (HAMMER; MCPHEE, 2016).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>18</p><p>Para isso, é necessário entender a fisiopatologia das principais doenças</p><p>reumáticas em nível celular e molecular.</p><p>3 OSTEOARTRITE</p><p>Nossos ossos são revestidos em suas extremidades por uma estrutura</p><p>chamada</p><p>cartilagem, cuja função é absorver o impacto gerado pelos movimentos que fazemos.</p><p>Assim, quando um ginasta executa um salto e cai em pé, por exemplo, a cartilagem é</p><p>um componente essencial para que o choque do solo com o pé do atleta não gere um</p><p>evento doloroso considerável (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2019).</p><p>Na osteoartrite, também conhecida como artrose, temos um processo</p><p>degenerativo nas estruturas cartilaginosas. Com isso, os ossos perdem o revestimento</p><p>cartilaginoso, o que os expõe diretamente aos impactos gerados pelos diversos tipos</p><p>de movimentos que realizamos, e a estrutura óssea passa a ser comprometida pelo</p><p>desgaste. Esse desgaste gera alterações nos ossos e conduz a formação de um</p><p>processo inflamatório na membrana sinovial, que contribui para manifestação de dor ao</p><p>realizar movimentos (SOHN et al., 2012).</p><p>Lembre-se de que os ossos, ao contrário da cartilagem, são dotados</p><p>de tecido nervoso e circulação sanguínea. Por isso, movimentos que</p><p>normalmente seriam indolores passam a manifestar dor.</p><p>ATENÇÃO</p><p>O processo inflamatório que compõe a osteoartrite está associado à degene-</p><p>ração da cartilagem (Figura 7), que, quando rompida, libera elementos de sua matriz</p><p>extracelular lesionada no líquido sinovial. O extravasamento de matriz extracelular (MEC)</p><p>estimula a produção de elementos pró-inflamatórios no líquido sinovial, que podem, por</p><p>sua vez, estimular a produção de enzimas que intensificam a degradação da cartilagem</p><p>(REZEND; CAMPOS, 2013).</p><p>O líquido chamado de sinovial está localizado no interior da cápsula</p><p>articular, que reveste e protege a articulação, auxiliando no alívio do</p><p>impacto entre os ossos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>19</p><p>FIGURA 7 – OSTEOARTRITE</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 20 dez. 2020.</p><p>Cartilagem</p><p>articular Esporões</p><p>ósseos</p><p>Menisco Perda de</p><p>cartilagem</p><p>Espaço</p><p>articular</p><p>normal</p><p>Redução</p><p>do espaço</p><p>articular</p><p>Os fatores que influenciam o estabelecimento desse processo degenerativo são</p><p>multifatoriais e podem estar tanto relacionados às características do paciente quanto à</p><p>influência de fatores mecânicos. Os fatores associados às características dos pacientes</p><p>dizem respeito a componentes relacionados a:</p><p>• hereditariedade: se já existem casos de osteoartrite na família;</p><p>• obesidade: uma vez que é uma condição clínica que acarreta sobrecarga articular,</p><p>o que pode favorecer processos degenerativos;</p><p>• hipermobilidade: condição que aumenta o estresse articular e favorece a ruptura da</p><p>malha colágena.</p><p>Quanto aos fatores mecânicos atrelados ao estabelecimento da osteoartrite,</p><p>temos a sobrecarga esportiva por realização de atividades de alto impacto, a utilização</p><p>de aparelhos de musculação da maneira errada, os macrotraumas e as alterações na</p><p>biomecânica articular.</p><p>4 ARTRITE REUMATOIDE (AR)</p><p>Na artrite reumatoide (AR), células do sistema imune atacam os componentes</p><p>teciduais do próprio indivíduo, pois é uma doença autoimune. Trata-se de uma doença</p><p>inflamatória, autoimune sistêmica, que acomete aproximadamente 1% da população</p><p>mundial, apresentando maior propensão de desenvolvimento em mulheres. Apesar de</p><p>acometer indivíduos de qualquer idade, a maior incidência ocorre na faixa entre 50 e 75</p><p>anos (RODBARD et al., 2019).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>20</p><p>As manifestações da AR ocorrem principalmente na membrana sinovial. Assim,</p><p>todas as articulações que apresentam membrana sinovial serão afetadas, de modo</p><p>que, conforme a doença progride, é possível observar um gradativo efeito de erosão e</p><p>deformidade articular (RODBARD et al., 2019).</p><p>Na verdade, as manifestações clínicas não se limitam apenas às articulações,</p><p>pois, além desses efeitos, é possível o estabelecimento de manifestações em órgãos e</p><p>sistemas, classificados como manifestações extra-articulares. De acordo com Moura et</p><p>al. (2012), são exemplos de manifestações extra-articulares:</p><p>Nódulos reumatoides, pericardite, derrame pericárdico, pleurite,</p><p>derrame pleural, doença pulmonar intersticial, hipertensão da artéria</p><p>pulmonar, síndrome de Caplan, síndrome de Felty, anemia de doença</p><p>crônica, trombocitose, neuropatia, esclerite, episclerite, síndrome</p><p>Sicca, escleromalácia perforans, glomerulonefrite, úlceras cutâneas,</p><p>vasculites, tenossinovite de De Quervain, amiloidose e Síndrome de</p><p>Sjögren (MOURA et al., 2012, p. 687).</p><p>A artrite reumatoide é uma doença de origem multifatorial. Contudo, sabe-se que</p><p>existem fatores passíveis de mudança, como o tabagismo, a periodontite e o microbioma,</p><p>que têm em comum o estabelecimento de um evento inflamatório. Um ambiente</p><p>inflamatório estimula a citrulinização dos peptídeos, que consiste na conversão de uma</p><p>arginina em citrulina. Sabe-se que as reações que levam à citrulinização estimulam</p><p>a produção de anticorpos contra as proteínas citrulinadas, por isso esses fatores têm</p><p>relação com o estabelecimento da artrite reumatoide (CARVALHO et al., 2014).</p><p>Os peptídeos são moléculas compostas por aminoácidos ligados entre</p><p>si por ligações peptídicas.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Além dos fatores de risco que podemos mudar, existem também fatores</p><p>relacionados à hereditariedade, ou seja, a fatores genéticos. Na artrite reumatoide, os</p><p>genes HLA estão associados ao estímulo para que os linfócitos B autorreativos produzam</p><p>anticorpos contra proteínas citrulinizadas. Os macrófagos também são um importante</p><p>elemento fisiopatológico na artrite reumatoide, uma vez que secretam fator de necrose</p><p>tumoral α (TNF-α) e interleucina 1 (IL-1), que são citocinas estimuladoras da inflamação,</p><p>processo envolvido intimamente na patogenia da AR (CARVALHO et al., 2014).</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>21</p><p>A IL-1 é uma citocina que atua como mediadora na resposta imunológica</p><p>diante da invasão bacteriana, da inflamação, de infecções e de lesões.</p><p>Assim como a IL-1, o TNF-α também é uma citocina que atua promovendo</p><p>a resposta imune e a inflamatória por meio do recrutamento de neutrófilos</p><p>e monócitos na região da infecção, além de apresentar mecanismos com a</p><p>capacidade de ativar essas células imunes.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Conhecendo os elementos gerais que compõem o quadro de artrite reumatoide,</p><p>é necessário compreender como esse processo interage com as articulações. Na Figura</p><p>8, podemos observar as estruturas presentes na articulação de um indivíduo sadio e a</p><p>de um indivíduo com artrite reumatoide.</p><p>FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE JOELHO NORMAL (A) E JOELHO COM ARTRITE (B)</p><p>FONTE: Montes (2014, p. 24)</p><p>espaço articular</p><p>cartilagem</p><p>sinoviócitos</p><p>Pannus</p><p>neutrófilo</p><p>osso</p><p>Hiperplasia sinovial</p><p>cápsula articular</p><p>membrana sinovial</p><p>osteoclasto</p><p>fibroblasto</p><p>macrófafo</p><p>célula dendritica</p><p>linfócito T</p><p>célula B plasma</p><p>linfócito B</p><p>angiogênese</p><p>mastócito</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>22</p><p>Na representação esquemática da figura, é possível observar que, na artrite</p><p>reumatoide, o ataque à membrana sinovial desencadeia um processo inflamatório.</p><p>A inflamação persistente propicia a formação de uma estrutura chamada pannus.</p><p>De acordo com Carvalho et al. (2014, p. 12): “Esse tecido, denominado pannus</p><p>reumatoide, apresenta hiperplasia e hipertrofia dos sinoviócitos, infiltrado inflamatório</p><p>predominantemente de linfócitos, plasmócitos e macrófagos e intensa angiogênese,</p><p>tornando-se densamente vascularizado”.</p><p>É importante ressaltar que, nessas circunstâncias, o líquido sinovial contém, em</p><p>sua predominância, neutrófilos. Nesse caso, utilizamos a representação esquemática</p><p>de um joelho para facilitar a compreensão. Entretanto, é importante lembrar que esse</p><p>processo pode ocorrer em qualquer articulação do tipo sinovial (GOELDNER et al., 2011).</p><p>Por conta disso, as manifestações clínicas compreendem o estabelecimento</p><p>de poliartrite crônica, de padrão erosivo, principalmente nas mãos e nos punhos. Além</p><p>disso, indivíduos portadores de AR apresentam artralgia de padrão inflamatório (dor nas</p><p>articulações), tendo como caraterística manifestação principalmente ao acordar, com</p><p>sensação de rigidez que apresenta melhora com a realização de esforço físico.</p><p>Ao pesquisar sobre AR, é comum surgirem imagens de mãos e dedos deformados,</p><p>uma vez que uma das consequências de um processo inflamatório persistente é o</p><p>dano tecidual com evolução para perda da função. Nessa doença, tais alterações</p><p>são consequência do não tratamento, que evolui para deformidade e consequente</p><p>prejuízo funcional das articulações acometidas. Deformidades em formato de botoeira</p><p>(deformação de boutonnière) e pescoço de ganso (Figura 9) são exemplos do resultado</p><p>da progressão da artrite reumatoide (GOELDNER et al., 2011).</p><p>FIGURA 9 – DEFORMIDADES CARACTERÍSTICAS DA ARTRITE</p><p>FONTE: . Acesso em: 21 dez. 2020.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>23</p><p>Como visto anteriormente, as manifestações clínicas extra-articulares representam</p><p>um espectro de pior prognóstico dentro da artrite reumatoide, devido a sua potencial</p><p>gravidade. Um elemento importante das manifestações clínicas extra-articulares é a</p><p>presença do fator reumatoide, um tipo de anticorpo importante e que será mais bem</p><p>abordado nas provas laboratoriais relacionadas às doenças reumáticas.</p><p>5 FEBRE REUMÁTICA</p><p>A febre reumática é uma doença autoimune que acomete pacientes genetica-</p><p>mente predispostos (em torno de 1 a 2% da população), quando infectados pela bactéria</p><p>Streptococcus pyogenes. Via de regra, trata-se de uma doença precedida por um caso</p><p>de infecção de via aérea superior (RACHID, 2003).</p><p>Caro acadêmico, nesse momento, você pode se perguntar: mas</p><p>se essa é uma doença originada por uma bactéria, por que a</p><p>febre reumática integra o grupo de doenças reumáticas?</p><p>GIO</p><p>Os eventos característicos relacionados à febre reumática estão associados ao</p><p>estabelecimento de um quadro inflamatório que acomete diferentes órgãos e estruturas,</p><p>resultando em condições clínicas de maior complexidade, como valvulite, e coreia,</p><p>além de artrite reativa pós-estreptocócica (RACHID, 2003). Esse quadro se desenvolve</p><p>quando o mecanismo fisiopatológico que justifica as condições clínicas citadas está</p><p>associado a um fenômeno chamado mimetismo molecular. Desse modo, devido às</p><p>semelhanças entre os componentes moleculares que constituem o Streptococcus e</p><p>componentes presentes no corpo humano, o sistema imunológico se “confunde” e</p><p>ataca os próprios tecidos do indivíduo, ou seja, a ativação do sistema imune, necessária</p><p>para combater a infecção, resulta na produção de anticorpos capazes de reconhecer e</p><p>atacar as estruturas bacterianas para eliminar o agente patogênico. Entretanto, além de</p><p>atacar o agente infeccioso, os anticorpos atacam também tecidos que contêm em sua</p><p>estrutura componentes moleculares similares aos da bactéria (RACHID, 2003).</p><p>Assim, o mimetismo molecular do estreptococo gera uma reação cruzada,</p><p>uma vez que células saudáveis do indivíduo passam a ser atacadas. Veja abaixo, o</p><p>estabelecimento das condições clínicas resultantes das reações cruzadas que ocorrem</p><p>na febre reumática (Figura 10):</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>24</p><p>FIGURA 10 – ESTRUTURA DA BACTÉRIA S. PYOGENES E SUAS SIMILARIDADES COM OS TECI DOS DO</p><p>CORPO HUMANO, QUE TAMBÉM SE TORNAM ALVOS DOS AUTOANTICORPOS</p><p>FONTE: Herdy (2000 apud Cruz, 2017, p. 5)</p><p>↓</p><p>TROPOMIOSINA</p><p>(Miocárdio)</p><p>Reações cruzadas com...</p><p>PAREDE</p><p>CELULAR</p><p>STREPTOCOCCUS</p><p>β Hemolítico do grupo A</p><p>CÁPSULA</p><p>PROTEÍNA (M.R.T.)</p><p>CARBO-HIDRATOS</p><p>N-ACETIL GLICOSAM)</p><p>MUCOPETÍDEO</p><p>M. PROTOPLASMAT.</p><p>(↓ag)</p><p>CITOPLASMA</p><p>(Neuron. N. Caucato)</p><p>SARCOLEMA</p><p>(Miocárdio e vasos)</p><p>SINÓVIA</p><p>(articulação)</p><p>GLICOPROTEÍNA</p><p>(válvula)</p><p>• Valvulite: anticorpos produzidos contra os polissacarídeos da parede celular do</p><p>estreptococo atacam as glicoproteínas presentes nas valvas cardíacas. Com isso,</p><p>ocorre um processo inflamatório nas valvas cardíacas, que pode resultar em prejuízo</p><p>permanente no funcionamento dessas estruturas (Figura 11).</p><p>• Vasculite: anticorpos produzidos contra antígenos presentes na membrana</p><p>citoplasmática bacteriana atacam o sarcolema dos vasos. Com isso, é estabelecido</p><p>um processo inflamatório que altera a espessura vascular, prejudicando o fluxo de</p><p>sangue para órgãos e tecidos.</p><p>• Artrite: anticorpos produzidos contra a cápsula de ácido hialurônico presente no</p><p>Streptococcus atacam o tecido sinovial. Com isso, cria-se um processo inflamatório</p><p>na membrana sinovial que progride para limitação de movimentos.</p><p>FIGURA 11 – VALVULITE CARACTERÍSTICA DE FEBRE REUMÁTICA</p><p>FONTE: . Acesso em: 5 fev. 2021.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>25</p><p>• Coreia: anticorpos produzidos contra antígenos presentes na membrana plasmática</p><p>estreptocócica atacam regiões do encéfalo. Com isso, o indivíduo passa a apresentar</p><p>distúrbios relacionados à realização de movimentos e hipotonia (PEREIRA; BELO;</p><p>SILVA, 2015).</p><p>Em 2019, pesquisadores do Instituto do Coração, de São Paulo,</p><p>desenvolveram uma vacina que pode evitar o desenvolvimento da</p><p>febre reumática. Já existe uma versão pronta da vacina para testes</p><p>em seres humanos que espera por autorização.</p><p>Para saber mais sobre essa vacina, acesse: http://glo.bo/3NintYL.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Como observado anteriormente, as doenças reumáticas, por intermédio de</p><p>diferentes vias, têm como denominador comum o processo inflamatório.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>26</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• As doenças reumáticas têm como componente comum o estabelecimento de um</p><p>processo inflamatório.</p><p>• A osteoartrite (artrose) é definida como um processo degenerativo nas estruturas</p><p>cartilaginosas. Com isso, os ossos perdem esse revestimento cartilaginoso, o que os</p><p>expõe diretamente aos impactos gerados pelos diversos tipos de movimentos que</p><p>realizamos.</p><p>• desgaste presente na osteoartrite gera alterações na estrutura óssea e leva à</p><p>formação de um processo inflamatório na membrana sinovial.</p><p>• Na artrite reumatoide, a membrana sinovial é afetada e, conforme progride, é possível</p><p>observar um gradativo efeito de erosão e deformidade articular.</p><p>• O avanço da artrite reumatoide dá origem ao pannus, caracterizado por hiperplasia e</p><p>hipertrofia dos sinoviócitos, infiltrado inflamatório predominantemente de linfócitos,</p><p>plasmócitos e macrófagos e intensa angiogênese.</p><p>• A febre reumática é uma doença autoimune decorrente de uma infecção nas vias</p><p>aéreas superiores causada por Streptococcus pyogenes.</p><p>• Os eventos característicos relacionados à febre reumática estão associados ao</p><p>estabelecimento de um quadro inflamatório que acomete diferentes órgãos,</p><p>resultando em condições clínicas de maior complexidade, como valvulite, artrite</p><p>e coreia.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>27</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Na artrite reumatoide, ocorre a formação de um processo hiperplásico e hipertrófico</p><p>estabelecido nas células sinoviais que contêm infiltrado inflamatório e intensa</p><p>angiogênese, o que o torna densamente vascularizado. Com relação ao termo que</p><p>caracteriza essa descrição, assinale</p><p>a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Sinoviose hiperplásica.</p><p>b) ( ) Pannus.</p><p>c) ( ) Deformação de boutonnière.</p><p>d) ( ) Valvulite.</p><p>2 As doenças reumáticas possuem uma característica que permite a realização de</p><p>exames para compor diagnóstico e traçar prognóstico dessas doenças. Qual é essa</p><p>característica? Justifique.</p><p>3 Os eventos característicos relacionados à febre reumática estão associados ao</p><p>estabelecimento de um quadro inflamatório que acomete diferentes órgãos e</p><p>estruturas, resultando em condições clínicas de maior complexidade. Explique o</p><p>papel do mimetismo molecular na febre reumática.</p><p>doenças reumáticas possuem o processo inflamatório como fator me comum,</p><p>podendo ser mensurado por marcadores como a proteína C-reativa e o fator reumatoide</p><p>reação cruzada que faz com que células saudáveis do indivíduo sejam atacadas pelo sistema imune,</p><p>visto que existem componentes celulares presentes na estrutura do streptococcus semelhantes a componentes</p><p>de diferentes tecidos humanos. O sistema imune não é capaz de diferenciar componentes da bactéria e do corpo humano</p><p>resultando em processos inflamatórios que desencadeiam valvulite, coreia e artrite reativa, por exemplo.</p><p>28</p><p>29</p><p>TÓPICO 3 —</p><p>MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS</p><p>UNIDADE 1</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Quando se trata do diagnóstico, estamos falando em evidências que, em conjunto,</p><p>apontam o estabelecimento de alguma patologia. Nesse contexto, estudaremos um dos</p><p>mais importantes elementos que estruturam um diagnóstico: as análises laboratoriais –</p><p>também conhecidas como provas ou exames laboratoriais. Sabe-se que, atualmente, os</p><p>exames laboratoriais constituem um importante elemento balizador de mais da metade</p><p>das decisões médicas.</p><p>Assim, conheceremos as características dos principais exames aplicados às</p><p>patologias previamente discutidas.</p><p>2 PROTEÍNA C-REATIVA</p><p>A proteína C-reativa (PCR) foi descrita pela primeira vez na década de 1930.</p><p>A indicação “C-reativa” foi dada, inicialmente, por ter sido identificada a sua reação</p><p>com o polissacarídeo C da cápsula da bactéria Streptococcus pneumoniae em casos</p><p>de pacientes com pneumonia pneumocócica. Após essa descoberta, novos estudos</p><p>identificaram sua presença em outras condições clínicas. Isso fez com que a PCR se</p><p>tornasse um exame amplamente utilizado, em função da variedade de doenças em</p><p>que sua mensuração aparece alterada. Por isso, a PCR é classificada como inespecífica</p><p>(CARVALHO et al., 2007). Dessa maneira, a detecção da PCR não é considerada</p><p>patognomônica, ou seja, não é própria e característica de nenhuma doença específica.</p><p>Acadêmico, a sigla PCR também pode surgir em textos com o</p><p>significado de reação em cadeia da polimerase. Para diferenciá-</p><p>las, é necessário compreender que a proteína C-reativa é uma</p><p>proteína de fase aguda inespecífica, visto que está presente em</p><p>diversas patologias, enquanto a reação em cadeia da polimerase</p><p>é uma técnica da biologia molecular que visa a amplificar o</p><p>material genético – por isso, sugerimos que você revise o livro da</p><p>disciplina de Biologia Molecular</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>30</p><p>A PCR é uma pentraxina (Figura 12) de origem hepática, que atua ligando-se</p><p>a potenciais agressores, células em apoptose ou com alguma lesão, causando a sua</p><p>destruição por intermédio da ativação de fagócitos e do sistema complemento.</p><p>FIGURA 12 – ESTRUTURA MOLECULAR DA PROTEÍNA C-REATIVA</p><p>FONTE: . Acesso em: 5 fev. 2021.</p><p>De acordo com Neto e Carvalho (2009, p. 416), “A PCR e a via clássica do</p><p>complemento atuam em sintonia, promovendo a limpeza de células apoptóticas sem</p><p>ocasionar lise celular”. Dessa forma, os mediadores pró inflamatórios dentro dessas</p><p>células não são liberados, impedindo a intensificação da reação inflamatória presente.</p><p>Ao longo deste livro, alguns termos serão recorrentes, por isso, vamos relembrar as</p><p>diferenças entre os seguintes conceitos:</p><p>• Análise qualitativa: indica se há ou não quantidade relevante do analito que está sendo</p><p>investigado na amostra. O critério que estabelece se existe uma quantidade significativa</p><p>do analito chama-se cut-off, que corresponde ao ponto de corte predeterminado.</p><p>Nesse tipo de metodologia, não identificamos a concentração do analito.</p><p>• Análise semiquantitativa: atribui-se valores às escalas qualitativas estabelecidas de</p><p>acordo com cada técnica. Contudo, não necessariamente o número atribuído a cada</p><p>descrição representa com exatidão a concentração presente. A função desse tipo</p><p>de análise objetiva produzir resultados mais detalhados do que aqueles obtidos em</p><p>análise qualitativas e não sugerir valores absolutos, como em análises quantitativas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>31</p><p>• Análise quantitativa: mensura a concentração do analito na amostra</p><p>utilizada.</p><p>• Down-regulation: é um termo que se refere ao processo de redução</p><p>ou supressão de uma resposta a um determinado estímulo. Por</p><p>exemplo: uma célula pode reduzir sua resposta a uma molécula</p><p>devido à redução do número de receptores presentes na superfície</p><p>dessa célula.</p><p>Com relação a sua influência sobre o processo inflamatório, sabemos que a PCR</p><p>pode atuar tanto como mediador pró-inflamatório quanto anti-inflamatório. De acordo</p><p>com Neto e Carvalho (2009, p. 416), isso ocorre porque:</p><p>A interação entre PCR e porção Fc de imunoglobulinas dá-se, em</p><p>fagócitos, por meio de receptores FcγRI (CD64) e FcγRIIa (CD32),</p><p>levando à indução de fagocitose e à secreçzão de citocinas pró-</p><p>inflamatórias como interleucina 1 (IL-1) e fator de necrose tumoral-α</p><p>(TNF-α). Já em neutrófilos, a interação promove down-regulation</p><p>da inflamação com inibição da resposta quimiotática, clivagem de</p><p>L-selectina diminuindo a marginação de leucócitos e endocitose de</p><p>receptores IL-6.</p><p>Acadêmico, você sabe o que é downregulation? É um termo em inglês que</p><p>significa “desregulação” ou “dessensibilização”. Ao receber um estímulo de</p><p>downregulation, a célula ou um tecido diminui a sua função ou a liberação de</p><p>moléculas, como as citocinas, que são quimiotáticos no processo inflamatório.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Por se tratar de uma proteína de fase aguda, a PCR apresenta-se elevada na</p><p>fase ativa de doenças relacionadas a processos inflamatórios – é importante notar</p><p>que a presença desse componente no organismo é sempre associada a um processo</p><p>inflamatório, mas não é possível saber o que desencadeou essa manifestação apenas</p><p>por causa disso.</p><p>Isso significa que, em doenças reumáticas, haverá a presença da PCR, pois,</p><p>conforme discutido anteriormente, as doenças reumáticas integram o grupo de doenças</p><p>de caráter inflamatório. Assim, condições como artrite reumatoide e vasculites em fase</p><p>ativa apresentarão dosagens aumentadas de PCR. As concentrações da PCR tendem a</p><p>aumentar entre a quarta e sexta hora após o início do processo inflamatório, podendo</p><p>atingir o pico de concentração na circulação sanguínea em até 50 horas.</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>janet</p><p>Realce</p><p>32</p><p>Quando solicitada com o objetivo de investigar doenças reumatológicas, algumas</p><p>condições podem elevar discretamente os valores da PCR, posto que apresentam</p><p>quadros inflamatórios como, por exemplo: “Obesidade, tabagismo, diabetes, uremia,</p><p>hipertensão arterial, inatividade física, uso de anticoncepcionais orais, distúrbios do</p><p>sono, álcool, fadiga crônica,</p>