Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental,</p><p>Álcool e outras Drogas:</p><p>práticas de cuidado em</p><p>saúde e proteção social</p><p>Fortalecimento da atuação</p><p>dos conselheiros tutelares</p><p>e lideranças comunitárias</p><p>na política sobre drogas</p><p>M I N I S T É R I O D A</p><p>J U S T I Ç A E</p><p>S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A</p><p>MÓDULO 2</p><p>Política de Saúde Mental,</p><p>Álcool e outras Drogas:</p><p>práticas de cuidado em</p><p>saúde e proteção social</p><p>Alyne Alvarez Silva</p><p>Leon de Souza Lobo Garcia</p><p>Marcelo Santos Cruz</p><p>Michaela Batalha Juhásová</p><p>Patrícia Santana</p><p>Pollyanna Pimentel</p><p>Roberto Tykanori</p><p>Zila van der Meer Sanchez</p><p>GOVERNO FEDERAL</p><p>PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL</p><p>Luís Inácio Lula da Silva</p><p>MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA</p><p>PÚBLICA</p><p>Ricardo Lewandowski</p><p>SECRETÁRIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS E</p><p>GESTÃO DE ATIVOS</p><p>Marta Rodriguez de Assis Machado</p><p>DIRETOR DE PESQUISA, AVALIAÇÃO E GESTÃO DE</p><p>INFORMAÇÕES</p><p>Mauricio Fiore</p><p>DIRETORA DE PREVENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL</p><p>Nara Denilse de Araújo</p><p>COORDENADORA-GERAL DE ENSINO E PESQUISA</p><p>Natália Neris da Silva Santos</p><p>COORDENADORA DE ARTICULAÇÃO DO OBSERVATÓRIO</p><p>BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS</p><p>Geórgia Belisário Mota</p><p>COORDENADORA DE ARTICULAÇÕES E PARCERIAS – CAP</p><p>Alyne Alvarez Silva</p><p>CONTEUDISTAS</p><p>Alyne Alvarez Silva</p><p>Leon de Souza Lobo Garcia</p><p>Marcelo Santos Cruz</p><p>Michaela Batalha Juhásová</p><p>Patrícia Santana</p><p>Pollyanna Pimentel</p><p>Roberto Tykanori</p><p>Zila van der Meer Sanchez</p><p>REVISÃO DE CONTEÚDO</p><p>Jessica Santos Figueiredo</p><p>APOIO</p><p>Brenda Juliana Silva</p><p>Laudilina Quintanilha Mendes Pedretti de Andrade</p><p>Luana Rodrigues Meneses de Sá</p><p>Maria Aparecida Alves Dias</p><p>Expediente</p><p>Todo o conteúdo do curso Fortalecimento da atuação dos conselheiros tutelares e</p><p>lideranças comunitárias na política sobre drogas, da Secretaria Nacional de Políticas</p><p>sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), Ministério da Justiça e Segurança Pública</p><p>(MJSP) do Governo Federal - 2024, está licenciado sob a Licença Pública Creative</p><p>Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 4.0 Internacional.</p><p>BY NC ND</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA</p><p>COORDENAÇÃO GERAL</p><p>Luciano Patrício Souza de Castro</p><p>FINANCEIRO</p><p>Fernando Machado Wolf</p><p>SUPERVISÃO TÉCNICA EAD</p><p>Giovana Schuelter</p><p>SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL</p><p>Francielli Schuelter</p><p>SUPERVISÃO DE MOODLE</p><p>Andreia Mara Fiala</p><p>SECRETARIA ADMINISTRATIVA</p><p>Elson Rodrigues Natario Junior</p><p>DESIGN INSTRUCIONAL</p><p>Supervisão: Milene Silva de Castro</p><p>Larissa Usanovich de Menezes</p><p>Sofia Santos Stahelin</p><p>DESIGN GRÁFICO</p><p>Supervisão: Mary Vonni Meurer de Lima</p><p>Cintia Ferreira de Souza</p><p>Eduardo Celestino</p><p>Giovana Aparecida dos Santos</p><p>Luana Pillmann de Barros</p><p>REVISÃO TEXTUAL</p><p>Cleusa Iracema Pereira Raimundo</p><p>PROGRAMAÇÃO</p><p>Supervisão: Alexandre Dal Fabbro</p><p>Luan Rodrigo Silva Costa</p><p>AUDIOVISUAL</p><p>Supervisão: Rafael Poletto Dutra</p><p>Andrei Krepsky de Melo</p><p>Julia Britos</p><p>Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira</p><p>Robner Domenici Esprocati</p><p>SUPERVISÃO TUTORIA</p><p>João Batista de Oliveira Júnior</p><p>Thaynara Gilli Tonolli</p><p>TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO</p><p>Alexandre Gava Menezes</p><p>André Fabiano Dyck</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental,</p><p>Álcool e outras Drogas:</p><p>práticas de cuidado em</p><p>saúde e proteção social</p><p>Fortalecimento da atuação</p><p>dos conselheiros tutelares</p><p>e lideranças comunitárias</p><p>na política sobre drogas</p><p>Guia de ambientação</p><p>como ler o e-book</p><p>Módulos</p><p>Este curso está dividido</p><p>em módulos. O módulo</p><p>correspondente e o conteúdo</p><p>principal estão localizados na</p><p>capa do e-book, logo abaixo</p><p>do nome do curso.</p><p>Páginas internas</p><p>As páginas internas do e-book estão</p><p>estruturadas em duas colunas.</p><p>A coluna mais estreita e externa</p><p>(à esquerda) é utilizada para enquadrar</p><p>ícones criados com a finalidade de</p><p>destacar os recursos e elementos</p><p>instrucionais, como o “VÍDEO”.</p><p>Vídeo</p><p>Os vídeos contemplam conteúdos</p><p>complementares para enriquecimento</p><p>do aprendizado e seus links estão</p><p>representados pelo recurso QR Code.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 10</p><p>Apresentação</p><p>Objetivos do módulo</p><p>Neste módulo, convidamos você a conhecer a Política Nacional</p><p>de Saúde Mental e os serviços que compõem a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS), com base nas diretrizes do Sistema Único</p><p>de Saúde (SUS). Vamos explorar um pouco da história da política</p><p>de saúde mental e saber como os atores envolvidos buscaram</p><p>garantir tanto a saúde integral quanto a cidadania das pessoas</p><p>que sofrem com transtornos mentais, incluindo situações re-</p><p>lacionadas ao uso de substâncias psicoativas. Além da RAPS,</p><p>visamos apresentar os serviços da Proteção Social Básica e da</p><p>Proteção Social Especial que estruturam o Sistema Único de</p><p>Assistência Social (SUAS). Em seguida, você conhecerá a pro-</p><p>moção da saúde como eixo norteador na prevenção e atenção</p><p>ao usuário de drogas, bem como os princípios da Redução de</p><p>Danos e suas estratégias para conduzir ações de prevenção e</p><p>tratamento das pessoas que usam substâncias psicoativas.</p><p>� Apresentar a Política Nacional de Saúde Mental, Álcool</p><p>e outras Drogas e os componentes da Rede de Atenção</p><p>Psicossocial.</p><p>� Discutir a perspectiva da atenção psicossocial no</p><p>cuidado das pessoas com necessidades decorrentes do</p><p>uso de álcool e outras drogas e a importância das redes</p><p>sociais e afetivas.</p><p>� Apontar os serviços da Proteção Social Básica e</p><p>Proteção Social Especial que compõem o SUAS.</p><p>� Conceituar saúde, determinantes sociais da saúde,</p><p>risco e vulnerabilidade.</p><p>� Expor a promoção de saúde como eixo norteador na</p><p>atenção ao usuário de drogas e suas estratégias de</p><p>intervenção.</p><p>� Discutir a prevenção como intervenção em fatores de</p><p>risco e proteção ao uso de drogas.</p><p>� Apresentar a Redução de Danos como estratégia de</p><p>prevenção e tratamento.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>de apresentação</p><p>do Módulo 2, ou</p><p>acesse o link:</p><p>Guia de ambientação</p><p>como ler o e-book</p><p>Destaque</p><p>Trechos de conteúdos importantes para</p><p>contribuir no aprendizado do cursista.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 26</p><p>Foto: CENAT – Centro</p><p>Educacional Novas</p><p>Abordagens Terapêuticas.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre os Consultórios na Rua,</p><p>assista ao vídeo disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=fEX4fzi7Drw.</p><p>Atenção Psicossocial Especializada</p><p>Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são as unidades de</p><p>saúde desse componente da RAPS. Os CAPS são constituídos</p><p>por equipes multiprofi ssionais que acompanham pessoas com</p><p>sofrimento ou transtornos mentais graves e persistentes,</p><p>incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de</p><p>álcool e de outras drogas.</p><p>São serviços de portas abertas, que devem acolher,</p><p>sem agendamento, novos usuários. A partir desse</p><p>acolhimento, a equipe multiprofi ssional irá elaborar,</p><p>em parceria com o usuário e sua família, um projeto</p><p>terapêutico singular.</p><p>Os CAPS atuam também fora do espaço da sua unidade,</p><p>buscando parcerias na comunidade e com outros serviços</p><p>públicos para facilitar e mediar as relações dos usuários</p><p>com pessoas e instituições. Esse trabalho é o que permite a</p><p>reabilitação psicossocial de pessoas que, pelo sofrimento,</p><p>pela sua condição social e pelo estigma, vivem excluídas</p><p>das relações na sociedade. O trabalho dos profissionais do</p><p>CAPS, portanto, é realizado tanto no serviço em si quanto</p><p>no território, por isso requer conhecimento e relação com</p><p>esse território.</p><p>Ícones</p><p>Ajudam a localizar, focalizar e ressaltar</p><p>respectivos textos informativos.</p><p>Cada ícone apresenta uma função:</p><p>Para refletir</p><p>Frase ou parágrafo que incentiva o</p><p>cursista à reflexão, trazendo perguntas</p><p>retóricas, reflexões ou questões que são</p><p>respondidas logo depois do recurso.</p><p>Saiba mais</p><p>Ao clicar no link, você é direcionado</p><p>para documentos disponibilizados na</p><p>internet, como leis e normas técnicas.</p><p>É preciso estar conectado à internet para</p><p>acessar o conteúdo.</p><p>Podcast</p><p>Este recurso apresenta de maneira</p><p>transcrita o trecho do conteúdo que</p><p>foi narrado</p><p>internação</p><p>psiquiátrica, ou</p><p>acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>T6J2fqWbcag.</p><p>quando involuntária, parte de uma premissa contraditória</p><p>que tira a liberdade de adultos, crianças e adolescentes que</p><p>não cometeram delitos passíveis de prisão para garantir,</p><p>supostamente, sua cidadania.</p><p>Como veremos mais adiante, o recurso à internação, seja ela</p><p>voluntária ou involuntária, não deve nem pode pretender</p><p>suprir o desafio que nossa sociedade tem de garantir às pes-</p><p>soas, fragilizadas pela droga, pelos transtornos mentais e pela</p><p>miséria, o direito de exercer sua cidadania.</p><p>E você, qual a sua opinião sobre o tema da internação invo-</p><p>luntária?</p><p>1.7 O SUAS e a Rede de Proteção Social</p><p>Básica e Especial</p><p>A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), instituída em</p><p>2004 e regulamentada em 2005 pela Norma Operacional Básica</p><p>do SUAS (NOB SUAS/2005), toma como base a Lei Orgânica da</p><p>Assistência Social (Lei n° 8.742/1993) e a própria Constituição</p><p>Federal, de 1988. Inspirada no Sistema Único de Saúde, institui</p><p>o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), estruturando-o</p><p>a partir da complexidade de ações, serviços, programas e/ou</p><p>benefícios a serem ofertados à população para o atendimento</p><p>de contingências sociais e demandas de famílias e indivíduos</p><p>que passam por vulnerabilidades e riscos sociais diferentes.</p><p>Subdividindo-se em Proteção Social Básica (PSB) e Prote-</p><p>ção Social Especial (PSE), a PNAS estrutura-se em ações de</p><p>baixa, média e alta complexidade, a depender das condições</p><p>e necessidades que cada família e indivíduo apresenta com</p><p>relação aos graus de riscos e vulnerabilidades a que está</p><p>sujeito. Os serviços da Proteção Social Básica oferecem ações</p><p>de baixa complexidade, destinando-se a apoiar e proteger</p><p>as pessoas para que não tenham seus direitos violados,</p><p>buscando fortalecer vínculos familiares e comunitários e</p><p>garantir acesso a bens jurídicos que lhes permitam o exer-</p><p>cício da cidadania.</p><p>Saiba mais</p><p>O Ministério do Desenvolvimento Social e</p><p>Assistência Social, Família e Combate à Fome</p><p>(MDS) oferece capacitação permanente de</p><p>profissionais, gestores, conselheiros técnicos</p><p>https://youtu.be/T6J2fqWbcag</p><p>https://youtu.be/T6J2fqWbcag</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 38</p><p>Os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) são os</p><p>equipamentos públicos onde se materializam as ofertas do</p><p>SUAS da Proteção Social Básica para prevenir situações de</p><p>vulnerabilidade social e risco.</p><p>Nos CRAS são ofertados os serviços apresentados a seguir.</p><p>da rede socioassistencial do SUAS através do</p><p>CapacitaSUAS. Para entender a Tipificação dos</p><p>Serviços Socioassistenciais, assista ao vídeo</p><p>disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=2lbGV_hCeQg&t=63s.</p><p>Serviços ofertados nos CRAS</p><p>Serviço de Proteção e Atendimento Integral</p><p>à Família (PAIF)1</p><p>Serviço de Convivência e Fortalecimento</p><p>de Vínculos (SCFV)2</p><p>Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio</p><p>para Pessoas com Deficiência e Idosas3</p><p>Benefício de Prestação Continuada (BPC)4</p><p>Benefícios Eventuais5</p><p>A Proteção Social Especial organiza seus serviços e programas</p><p>para atender situações de média e alta complexidade, pois re-</p><p>ferem-se a famílias e indivíduos que tiveram direitos violados</p><p>e se encontram em situação de risco social e pessoal com perda</p><p>ou grande fragilização dos vínculos afetivos. São pessoas, geral-</p><p>mente, vítimas de algum tipo de violência (física, psicológica,</p><p>sexual) ou negligência, abandono, ameaça, maus-tratos e dis-</p><p>criminações sociais.</p><p>Os Centros de Referência Especializados da Assistência Social</p><p>(CREAS) são os equipamentos que devem realizar o trabalho</p><p>social para tratar das consequências ocasionadas pela vulne-</p><p>rabilidade e risco social.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=2lbGV_hCeQg&t=63s</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=2lbGV_hCeQg&t=63s</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 39</p><p>Serviços de média complexidade ofertados no CREAS</p><p>Serviço de Proteção e Atendimento Especializado</p><p>a Famílias e Indivíduos (PAEFI)</p><p>Serviço Especializado em Abordagem Social</p><p>Serviço de proteção Social a Adolescentes em</p><p>Cumprimento de Medida Socioeducativa de</p><p>Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de</p><p>Serviços à Comunidade (PSC)</p><p>Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas</p><p>com Deficiência, Idosas e suas Famílias</p><p>Serviço Especializado para Pessoas</p><p>em Situação de Rua</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>Os serviços de alta complexidade são aqueles que devem aco-</p><p>lher e abrigar famílias e indivíduos que estejam precisando de</p><p>afastamento temporário do grupo familiar ou da sua comuni-</p><p>dade de origem. Confira cada um deles a seguir.</p><p>Serviços de alta complexidade</p><p>Serviços de Acolhimento Institucional (Abrigo,</p><p>Casa-lar, Casa de Passagem e Residência Inclusiva)1</p><p>Serviço de Acolhimento em República2</p><p>Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora3</p><p>Serviços de Proteção em Situações de Calamidade</p><p>Pública e de Emergências4</p><p>Confira, a seguir, os serviços de média complexidade ofer-</p><p>tados no CREAS.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 40</p><p>Saiba mais</p><p>Para conhecer melhor cada um dos serviços da</p><p>Proteção Social Básica e Especial, acesse o site da</p><p>Gestão do SUAS, o GESUAS, disponível em: https://</p><p>blog.gesuas.com.br/protecao-social-basica-</p><p>especial/; e para melhor diferenciar esses serviços,</p><p>assista Isa Guará comentando sobre o tema</p><p>no vídeo “A Proteção Social Básica e Especial”,</p><p>disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=6rkAnlCUd9E&t=72s.</p><p>Agora convidamos você a conhecer os serviços do SUAS existen-</p><p>tes em seu território e conversar com um de seus profissionais</p><p>para saber como atuam na proteção de crianças e adolescentes</p><p>envolvidos direta ou indiretamente com a questão das drogas.</p><p>https://blog.gesuas.com.br/protecao-social-basica-especial/</p><p>https://blog.gesuas.com.br/protecao-social-basica-especial/</p><p>https://blog.gesuas.com.br/protecao-social-basica-especial/</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=6rkAnlCUd9E&t=72s</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=6rkAnlCUd9E&t=72s</p><p>Módulo 2</p><p>Unidade 2</p><p>Promoção de saúde, prevenção</p><p>dos desfechos negativos</p><p>relacionados ao uso de drogas</p><p>e o cuidado na perspectiva da</p><p>Redução de Danos</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 42</p><p>Unidade 2</p><p>Promoção de saúde, prevenção dos</p><p>desfechos negativos relacionados ao uso</p><p>de drogas e o cuidado na perspectiva da</p><p>Redução de Danos</p><p>Nesta seção, você conhecerá a promoção de saúde como eixo</p><p>norteador na prevenção e atenção ao usuário de drogas e o</p><p>cuidado na perspectiva da Redução de Danos, bem como os</p><p>princípios da Redução de Danos e suas estratégias para con-</p><p>duzir ações de prevenção e tratamento das pessoas que usam</p><p>substâncias psicoativas.</p><p>2.1 O conceito de promoção de saúde</p><p>A promoção de saúde consiste em proporcionar aos sujeitos</p><p>formas de exercerem mais controle sobre sua saúde, identifi-</p><p>cando sua relação com uma ampla gama de fatores políticos,</p><p>econômicos, ambientais e socioculturais, além dos biológicos.</p><p>Alicerça-se na capacitação da comunidade para atuar na me-</p><p>lhoria de sua qualidade de vida e saúde, cujo princípio geral</p><p>orientador é a necessidade de encorajar a ajuda recíproca.</p><p>A promoção da saúde ocorre quando cada um passa</p><p>a cuidar de si próprio, do outro, da comunidade e do</p><p>meio ambiente natural.</p><p>A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saú-</p><p>de, realizada em Ottawa (Canadá), em 1986, pela Organização</p><p>Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-Americana de</p><p>Saúde (OPAS) culminou na promulgação da Carta de Ottawa,</p><p>documento no qual se defende a promoção da saúde como</p><p>fator fundamental para a melhoria da qualidade de vida das</p><p>populações. O referido documento salienta, ainda, a inter-</p><p>setorialidade desse processo, por entender que a promoção</p><p>da saúde deve ser uma responsabilidade compartilhada por</p><p>diversos setores sociais, e não exclusiva do setor da saúde.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 43</p><p>Saiba mais</p><p>Confira os trabalhos desenvolvidos com usuários</p><p>de drogas a partir de ações intersetoriais assistindo</p><p>aos vídeos “A intersetorialidade na Atenção aos</p><p>Usuários de Drogas”, disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=HAsZ3WJx640,</p><p>e “Entrevista: Intersetorialidade na esfera pública”,</p><p>disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=D4UInljhXxs.</p><p>Promoção de saúde implica o fortalecimento</p><p>da capacidade individual e coletiva de lidar</p><p>com a multiplicidade dos determinantes e</p><p>condicionantes de saúde, buscando redução de</p><p>riscos ou vulnerabilidade e fortalecimentos da</p><p>proteção integral.</p><p>2.2 A promoção de saúde como eixo</p><p>norteador da prevenção e atenção ao</p><p>usuário de drogas</p><p>No campo da prevenção dos desfechos negativos relacionados</p><p>ao uso de álcool e outras drogas, são comuns as abordagens</p><p>pautadas por experiências pessoais, como, por exemplo, a par-</p><p>tir de relatos de ex-usuários de drogas. No entanto, a ciência</p><p>de prevenção vem produzindo evidências valiosas nacional</p><p>e internacionalmente a respeito do que “funciona” e do que</p><p>“não funciona” no campo da prevenção e aponta que algumas</p><p>abordagens podem ser inclusive prejudiciais – produzindo</p><p>efeitos iatrogênicos (ou seja, levando à antecipação do uso de</p><p>álcool e outras drogas).</p><p>As Diretrizes Internacionais sobre a Prevenção do uso de Dro-</p><p>gas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e</p><p>da Organização Mundial de Saúde apresentam as interven-</p><p>ções recomendadas, com base nas evidências, especificamen-</p><p>te para cada etapa de ciclo de vida. Resumindo, as práticas</p><p>alinhadas com a promoção de saúde, o desenvolvimento de</p><p>habilidades de vida (como habilidades sociais e parentais),</p><p>o fortalecimento de vínculos (familiares, com escola, com co-</p><p>munidade), ou seja, as práticas centradas nas pessoas, e não</p><p>nas substâncias em si, são hoje consideradas as mais próximas</p><p>do ideal, como discutiremos à frente.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=HAsZ3WJx640</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=HAsZ3WJx640</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=D4UInljhXxs</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=D4UInljhXxs</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 44</p><p>Para refletir</p><p>Hoje existem diversos programas de prevenção</p><p>ao uso de drogas cuja efetividade foi comprovada</p><p>através de estudos. Em sua comunidade, quais</p><p>práticas e intervenções são mais utilizadas?</p><p>Essas práticas são norteadas pelas evidências?</p><p>Para compreender o modelo da promoção da saúde é importante</p><p>compreender os conceitos de saúde, determinantes sociais de</p><p>saúde, risco e vulnerabilidade. O conceito de saúde reflete uma</p><p>estrutura política, cultural, econômica e social de um grupo</p><p>em uma determinada época e, por esse motivo, a saúde não</p><p>representa a mesma coisa para todas as pessoas.</p><p>Saiba mais</p><p>Ao longo do tempo, o conceito de saúde sofreu</p><p>modificações no que se refere aos significados</p><p>atribuídos a ele. Leia mais a respeito disso</p><p>no artigo “História do conceito de saúde”,</p><p>disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/</p><p>WNtwLvWQRFbscbzCywV9wGq/, ou assista ao</p><p>vídeo “História da saúde pública no Brasil - Um</p><p>século de luta pelo direito a saúde Filme Full</p><p>HD”, disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=SP8FJc7YTa0.</p><p>Os determinantes sociais da saúde são os fatores que favo-</p><p>recem a manutenção da saúde ou o desenvolvimento das</p><p>doenças. No Brasil, em 2006, foi criada a Comissão Nacional</p><p>sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), que definiu</p><p>que os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos, raciais,</p><p>psicológicos e comportamentais influenciam a ocorrência de</p><p>riscos e problemas de saúde na população.</p><p>https://www.scielo.br/j/physis/a/WNtwLvWQRFbscbzCywV9wGq/</p><p>https://www.scielo.br/j/physis/a/WNtwLvWQRFbscbzCywV9wGq/</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=SP8FJc7YTa0</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=SP8FJc7YTa0</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 45</p><p>C</p><p>ondições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais</p><p>Produção</p><p>agrícola e</p><p>de alimento</p><p>Educação</p><p>Ambiente</p><p>de trabalho</p><p>CONDIÇÕES</p><p>DE VIDA E DE</p><p>TRABALHO</p><p>Desemprego</p><p>Água e esgoto</p><p>Serviços sociais</p><p>de saúde</p><p>Habitação</p><p>E</p><p>STILO DE VIDA DOS INDIVÍDUOS</p><p>REDES SOCIAIS E COMUNITÁRIAS</p><p>IDADE, SEXO E FATORES</p><p>HEREDITÁRIOS</p><p>Determinantes sociais em saúde:</p><p>segundo Dahlgreen e Whitehead</p><p>A questão é que a saúde e a doença, bem como</p><p>o uso e o não uso de drogas, distribuem-se</p><p>de maneira desigual nas populações, ou seja,</p><p>algumas pessoas têm mais chance de adoecer</p><p>do que outras. No caso do uso, do abuso e da</p><p>dependência de drogas, sabemos que existem</p><p>alguns fatores, que inadequadamente são</p><p>chamados de “determinantes”, que vão sugerir o</p><p>nível de risco que as pessoas têm para iniciar esse</p><p>comportamento. Esses ditos “determinantes” –</p><p>também compreendidos como fatores de risco,</p><p>os quais serão abordados, em detalhes, na</p><p>próxima seção – apontam a chance do uso, do</p><p>abuso e da dependência de drogas ocorrer para</p><p>cada sujeito, apesar de não determinarem que</p><p>esses padrões vão realmente se estabelecer.</p><p>Fonte: Adaptado de Buss</p><p>e Pellegrini (2007, p. 84).</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 46</p><p>Para refletir</p><p>Se os agravos – como a dependência e o abuso</p><p>de drogas – não se distribuem aleatoriamente</p><p>na população, isso significa que é possível</p><p>identificarmos grupos de maior risco para que</p><p>esses eventos ocorram, não é verdade?</p><p>O termo “risco” significa maior chance ou maior probabili-</p><p>dade de um evento ocorrer. O conceito de risco costuma ser</p><p>usado erroneamente como sinônimo de perigo. No entanto,</p><p>sugere mais uma vulnerabilidade do que a certeza de que um</p><p>prejuízo ou dano vá ocorrer.</p><p>No âmbito da prevenção, fatores de risco são interpretados</p><p>como variáveis que aumentam a chance de o consumo de dro-</p><p>gas ocorrer. Por exemplo, uma análise dos dados da Pesquisa</p><p>Nacional de Saúde do Escolar (2019) com os escolares de 13</p><p>a 17 anos identificou os seguintes fatores relacionados com</p><p>o consumo de álcool, tabaco e outras drogas: faltar à escola</p><p>sem permissão dos pais; os pais não saberem o que os filhos</p><p>fazem no tempo livre; ter pais fumantes; sofrer agressão</p><p>física pelos pais; sentir que a vida não vale a pena ser vivida;</p><p>experimentar bebida alcoólica e drogas ilícitas antes dos 13</p><p>anos; ter amigos que bebem bebida alcoólica, fumam e usam</p><p>drogas na sua presença. Esses são somente alguns exem-</p><p>plos de fatores de risco individuais e sociais, porém existem</p><p>também fatores ambientais (como regulação e fiscalização</p><p>da venda, acesso às drogas, mídia e publicidade). Assim,</p><p>o início do consumo de drogas não é distribuído igualmente</p><p>na população, pois algumas pessoas tendem a estar expostas</p><p>a um maior risco do que outras. Mesmo assim, fatores de</p><p>risco não determinam que o uso efetivamente ocorrerá, mas</p><p>mostram um aumento de chances na ocorrência.</p><p>Para refletir</p><p>Na sua comunidade, quais são os fatores de riscos</p><p>possíveis de se identificar?</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 47</p><p>Podemos, então, compreender vulnerabilidade como o con-</p><p>junto de fatores que pode aumentar os riscos aos quais estamos</p><p>expostos em todas as situações de nossa vida. Essa vulne-</p><p>rabilidade pode variar por diversos motivos, como gênero,</p><p>faixa etária (criança, adolescente ou adulto), classe socioe-</p><p>conômica, nível de escolaridade, local de moradia, condições</p><p>sociais, autoestima, projeto de vida, condições biológicas e</p><p>psicológicas (saúde física e mental), entre outros.</p><p>Sabemos que, para intervir em situações de vulnerabili-</p><p>dade, é necessário o desenvolvimento de ações integrais,</p><p>ou seja, que envolvam a participação ativa</p><p>da população por</p><p>meio do uso do conhecimento e de práticas. Dentre as con-</p><p>cepções idealizadas até o momento, a promoção da saúde é</p><p>a que melhor contempla a redução de vulnerabilidades em</p><p>diferentes domínios.</p><p>2.3 Estratégias de intervenção em</p><p>promoção da saúde</p><p>Na perspectiva da Política Nacional de Promoção da Saúde,</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>sobre promoção de</p><p>saúde, ou acesse o</p><p>link: https://youtu.</p><p>be/9P5qgHiovus.</p><p>[...] a promoção de saúde é uma estratégia</p><p>de articulação transversal na qual se confere</p><p>visibilidade aos fatores que colocam a saúde</p><p>da população em risco e às diferenças entre</p><p>necessidades, territórios e culturas presentes no</p><p>nosso País, visando à criação de mecanismos</p><p>que reduzam as situações de vulnerabilidade,</p><p>defendam radicalmente a equidade e incorporem</p><p>a participação e o controle sociais na gestão das</p><p>políticas públicas.</p><p>Brasil, 2006, p. 15-16.</p><p>Podcast</p><p>É importante destacarmos novamente que a atuação</p><p>em promoção de saúde depende de participação</p><p>comunitária, por meio da corresponsabilização pelas</p><p>https://youtu.be/9P5qgHiovus</p><p>https://youtu.be/9P5qgHiovus</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 48</p><p>ações. Cabe lembrar que diferentes ações têm sido</p><p>pensadas no sentido de estimular a autonomia das</p><p>pessoas para as escolhas de uma vida saudável.</p><p>Nesse sentido, essas ações têm como focos a</p><p>criação de ambientes favoráveis ao desenvolvimento</p><p>de habilidades pessoais e empoderamento,</p><p>a mobilização e a participação social, eixos sobre os</p><p>quais são desenvolvidas as ações da área.</p><p>Além disso, como parte das intervenções em</p><p>promoção de saúde, destacamos o foco na</p><p>redução da pobreza, para contemplar o direito</p><p>à alimentação e à vida digna, como forma de</p><p>prevenção de doenças crônicas não transmissíveis;</p><p>entre elas, hipertensão arterial, câncer, infarto do</p><p>miocárdio, diabetes, doenças crônicas do pulmão</p><p>e dos transtornos mentais, que levam à morte ou à</p><p>incapacidade, gerando altos custos à sociedade.</p><p>Alimentação saudável</p><p>Ações de promoção da saúde</p><p>Prevenção ao uso de tabaco, álcool</p><p>e outras drogas</p><p>Práticas corporais e atividades físicas</p><p>Prevenção de acidentes de trânsito</p><p>Estímulo à cultura de paz</p><p>Desenvolvimento sustentável</p><p>A Política Nacional de Promoção da Saúde define algumas ações</p><p>para atingir seus objetivos, tais como as apresentadas a seguir.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 49</p><p>A prevenção de uso de álcool, tabaco e outras</p><p>drogas, como um dos eixos da promoção da</p><p>saúde, é a base das políticas nacionais da</p><p>saúde. Assim, é possível, por meio de técnicas</p><p>de prevenção, retardar o início do consumo</p><p>de drogas, evitar a transição para um uso</p><p>mais frequente ou abusivo ou interromper sua</p><p>manutenção. A base da prevenção a ser tratada</p><p>nesse contexto reside na redução da incidência</p><p>e da prevalência do uso de drogas por meio da</p><p>redução ou eliminação dos fatores de risco e</p><p>do aumento ou fortalecimento de fatores de</p><p>proteção, ou seja, em uma prevenção baseada</p><p>na promoção de saúde e no aumento do bem-</p><p>estar do sujeito.</p><p>Notemos que a prevenção dos desfechos negativos relacionados</p><p>ao uso de drogas que se baseia em promoção de saúde deve se</p><p>concentrar na criação de ambientes saudáveis, bem como em</p><p>sujeitos saudáveis, por meio do uso de estratégias personali-</p><p>zadas para diferentes fases do ciclo de vida, reconhecendo as</p><p>diferenças culturais e contextuais dos grupos. Nesse contexto,</p><p>os resultados positivos não apenas reduzirão os problemas</p><p>associados ao uso de drogas, mas também outros desfechos</p><p>negativos, como o suicídio de jovens, gravidez na adolescência,</p><p>transtornos alimentares, o crime e a violência.</p><p>2.4 A prevenção como intervenção em</p><p>fatores de risco e proteção ao uso de drogas</p><p>A base da prevenção a ser tratada neste texto é a redução da in-</p><p>cidência e da prevalência do uso de drogas por meio da redução</p><p>ou eliminação dos fatores de risco e do aumento dos fatores de</p><p>proteção, ou seja, prevenção baseada em promoção de saúde.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 50</p><p>Níveis de prevenção</p><p>Objetiva evitar a experimentação inicial de drogas e é</p><p>destinada a sujeitos que ainda não as experimentaram.</p><p>Prevenção primária</p><p>Destinada a usuários que já apresentam uso</p><p>problemático; e, nesse caso, a intervenção preventiva é</p><p>a indicação de tratamento a profissionais especializados</p><p>para redução dos danos associados ao abuso.</p><p>Prevenção terciária</p><p>Destinada a sujeitos que já experimentaram e que fazem</p><p>um uso ocasional de drogas, para evitar que esse uso se</p><p>torne abusivo e problemático, reduzindo as chances de</p><p>que o abuso se transforme em dependência.</p><p>Prevenção secundária</p><p>A outra classificação considera intervenções universais aquelas</p><p>que devem abranger todas as pessoas; intervenções seletivas</p><p>as direcionadas a pessoas com um risco mais elevado do que</p><p>a população em geral; e intervenções de prevenção indicada</p><p>para aqueles que necessitam das intervenções específicas para</p><p>evitar a progressão para uso abusivo.</p><p>Existem duas classificações bem estabelecidas sobre os níveis de</p><p>prevenção atingidos por um determinado programa ou atividade</p><p>de prevenção. A primeira classificação foi proposta na década</p><p>de 1970 e definiu três níveis de prevenção, de acordo com a fase</p><p>de consumo. Nessa classificação, as estratégias de prevenção</p><p>podem ser primárias, secundárias ou terciárias.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 51</p><p>Não existe, evidentemente, uma regra que defina quem irá se</p><p>tornar consumidor ou dependente de drogas, mas há fatores</p><p>de ordem biológica, psicológica, social e contextual que au-</p><p>mentam ou diminuem a chance de que isso venha acontecer.</p><p>Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019</p><p>13%</p><p>relataram ter experimentado</p><p>drogas ilícitas alguma vez na vida</p><p>4%</p><p>haviam experimentado</p><p>antes de 13 anos</p><p>5%</p><p>haviam usado nos 30 dias</p><p>anteriores à pesquisa</p><p>A adolescência é considerada a fase de maior risco para o início</p><p>do consumo de drogas. Note, porém, que nem todos os jovens</p><p>usam ou abusam de drogas. Confira, no infográfico a seguir, os</p><p>dados obtidos através Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar</p><p>(PeNSE), em 2019, com estudantes de 13 a 17 anos das redes</p><p>pública e privada das capitais brasileiras.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>de animação sobre</p><p>fatores de risco e</p><p>fatores de proteção</p><p>relacionados ao</p><p>uso de drogas,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>muaRVImdDH0.</p><p>https://youtu.be/muaRVImdDH0</p><p>https://youtu.be/muaRVImdDH0</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 52</p><p>Ter pais que se envolvem com a vida do filho.</p><p>Ter sucesso nas atividades escolares.</p><p>Estímulo dos pais para o desenvolvimento</p><p>de habilidades sociais dos filhos.</p><p>Autocontrole e autoconfiança.</p><p>Companhia de amigos que não usam drogas.</p><p>Vínculo com organização religiosa.</p><p>Adoção de normas convencionais</p><p>quanto ao uso de drogas.</p><p>Acesso a direitos fundamentais, como</p><p>educação e saúde de qualidade, moradia</p><p>digna, trabalho/renda, segurança</p><p>alimentar, esporte, cultura, lazer, etc.</p><p>Timidez excessiva.</p><p>Comportamento agressivo frequente.</p><p>Convívio com amigos</p><p>que fazem uso de drogas.</p><p>Falta de envolvimento entre pais e filhos.</p><p>Relacionamento familiar de baixa qualidade.</p><p>Educação negligente.</p><p>Falta de autoridade dos pais.</p><p>Falta de regras claras de conduta.</p><p>Baixo rendimento escolar.</p><p>Violência doméstica.</p><p>Traumas na infância.</p><p>Falta de acesso a direitos fundamentais.</p><p>A balança dos fatores de risco e proteção: qual prato pesa mais?</p><p>Prato da Proteção</p><p>Prato do Risco</p><p>Percepção de aprovação ao uso de drogas</p><p>pela família, escola, amigos</p><p>e comunidade.</p><p>Convívio com amigos ou pais</p><p>que abusam de substâncias.</p><p>No âmbito da prevenção primária, fatores de risco são aqueles</p><p>que aumentam a chance de o início do uso de drogas ocorrer.</p><p>Os fatores de proteção são, por sua vez, aqueles que reduzem</p><p>os riscos de esse uso ocorrer. Você pode compreender a dinâ-</p><p>mica desses conceitos por meio de uma balança de dois pratos,</p><p>representando a relação do “peso” de risco contra o “peso” de</p><p>proteção, inferindo-se que a determinação do consumo seria</p><p>norteada pelo lado mais pesado da balança.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 53</p><p>Os principais domínios da prevenção são a família, a so-</p><p>ciedade/comunidade, a escola e o sujeito. No âmbito do</p><p>sujeito, são exemplos de fatores de risco: insegurança, busca</p><p>descontrolada de prazer, insatisfação com a vida e genética.</p><p>Nesse mesmo domínio, são fatores de proteção: habilidades</p><p>sociais, autonomia, autoestima desenvolvida, capacidade</p><p>de resolução de problemas, etc.</p><p>2.5 A Redução de Danos como estratégia</p><p>de prevenção e tratamento</p><p>A Redução de Danos (RD) se constitui como um conjunto de</p><p>princípios e ações para a abordagem dos problemas relaciona-</p><p>dos ao uso de drogas utilizado internacionalmente e apoiado</p><p>pelas instituições formuladoras da política sobre drogas no</p><p>Brasil, como a SENAD e o Ministério da Saúde.</p><p>Saiba mais</p><p>Com a prática das Estratégias de Redução de</p><p>Danos na década de 1980, visando à diminuição</p><p>do risco de contaminação com o vírus da hepatite</p><p>B, iniciou-se a troca de seringas usadas por</p><p>seringas estéreis e descartáveis, e a distribuição de</p><p>preservativos. Para acessar a história da Redução</p><p>de Danos, assista ao vídeo “História da Redução</p><p>de Danos no Brasil”, disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=dkqtNwKdCr8&t=20s.</p><p>Para compreender melhor a Redução de Danos,</p><p>leia o artigo “Redução de danos e saúde pública:</p><p>construções alternativas à política global de “guerra</p><p>às drogas”, disponível em: scielo.br/j/psoc/a/</p><p>zMk4Dq4gQ4XhH4dQgzScQRm/?format=pdf.</p><p>Os princípios que melhor norteiam a prática da Redução de</p><p>Danos são: o pragmatismo, postura que privilegia as con-</p><p>sequências práticas das ações; a tolerância, já que a estra-</p><p>tégia de Redução de Danos evita a compreensão moral sobre</p><p>os comportamentos relacionados ao uso de substâncias,</p><p>evitando intervenções autoritárias e preconceituosas; e a</p><p>compreensão da diversidade, pois cada sujeito estabelece</p><p>uma relação particular com as substâncias e a utilização de</p><p>abordagens padronizadas como pacotes prontos e impostas</p><p>para todos é ineficaz e excludente.</p><p>Glossário</p><p>Pragmatismo: mesmo</p><p>que se compreenda que,</p><p>para muitas pessoas, o</p><p>ideal seria que não usassem</p><p>mais drogas, sabemos que</p><p>isso pode ser muito difícil,</p><p>demorado ou inalcançável.</p><p>É, portanto, necessário</p><p>oferecer serviços, inclusive</p><p>para aquelas pessoas</p><p>que não querem ou não</p><p>conseguem interromper o</p><p>uso dessas substâncias.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=dkqtNwKdCr8&t=20s</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=dkqtNwKdCr8&t=20s</p><p>http://scielo.br/j/psoc/a/zMk4Dq4gQ4XhH4dQgzScQRm/?format=pdf</p><p>http://scielo.br/j/psoc/a/zMk4Dq4gQ4XhH4dQgzScQRm/?format=pdf</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 54</p><p>Saiba mais</p><p>Para entender o princípio da Redução de Danos</p><p>atrelado à importância da singularidade e do</p><p>vínculo, assista ao vídeo “O que é redução</p><p>de danos?” da Websérie Crack – Repensar,</p><p>disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=VFUkQEaIzY8.</p><p>Esses princípios e ações configuram uma estratégia de abor-</p><p>dagem dos problemas com as drogas que não pressupõe que</p><p>deva haver imediata e obrigatória extinção do uso de drogas,</p><p>seja no âmbito da sociedade, seja no caso de cada sujeito.</p><p>Seu foco incide na formulação de práticas que diminuam os</p><p>danos para aqueles que usam drogas e para os grupos sociais</p><p>com os quais convivem.</p><p>No esquema abaixo, trazemos uma representação da distri-</p><p>buição de pessoas da população de acordo com a gravidade</p><p>dos problemas que elas apresentam.</p><p>Representação da distribuição da população de acordo</p><p>com a gravidade dos problemas que elas apresentam</p><p>Baixa</p><p>(Dependentes)</p><p>Média</p><p>(Usuários de risco)</p><p>Alta</p><p>(Usuários</p><p>de baixo risco)</p><p>Terciária</p><p>Secundária</p><p>Primária</p><p>G</p><p>ra</p><p>vi</p><p>da</p><p>de</p><p>d</p><p>os</p><p>p</p><p>ro</p><p>bl</p><p>em</p><p>as</p><p>C</p><p>om</p><p>pl</p><p>ex</p><p>id</p><p>ad</p><p>e</p><p>do</p><p>s r</p><p>ec</p><p>ur</p><p>so</p><p>s n</p><p>ec</p><p>es</p><p>sá</p><p>rio</p><p>s</p><p>Prevalência Níveis de atenção</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=VFUkQEaIzY8</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=VFUkQEaIzY8</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 55</p><p>Perceba, nesse esquema, que a quantidade de pessoas que usam</p><p>drogas (lícitas ou ilícitas), sem ou com poucos problemas,</p><p>é sempre maior do que a quantidade de pessoas que usam dro-</p><p>gas com alguns riscos e problemas. Você pode perceber também</p><p>que o número de pessoas que usam drogas com grandes riscos</p><p>e problemas e não conseguem parar é ainda menor.</p><p>Podcast</p><p>Para compreender melhor essa questão,</p><p>pense nas pessoas que usam álcool.</p><p>Aquelas que fazem uso dessa substância sem</p><p>problemas estariam na parte de baixo da pirâmide;</p><p>as que têm alguns problemas, mas controlam</p><p>o uso ou sabem a hora de parar, estariam na</p><p>parte média da pirâmide; e aquelas que têm</p><p>problemas graves e dependência estariam</p><p>na parte superior da pirâmide. Sendo assim,</p><p>pensando na compreensão da diversidade,</p><p>podemos concluir que os recursos de prevenção e</p><p>atenção psicossocial na perspectiva da Redução</p><p>de Danos devem ser disponibilizados de acordo</p><p>com essa distribuição; ou seja, mais ações de</p><p>prevenção devem ser feitas para os sujeitos que</p><p>não têm ou têm poucos problemas, enquanto</p><p>recursos mais complexos de tratamento devem</p><p>ser disponibilizados para quem tem problemas</p><p>mais graves. Considerando o contexto da rede</p><p>psicossocial de atendimento de usuários de</p><p>drogas, pode-se afirmar que a exigência de</p><p>abstinência total como única forma de tratamento</p><p>não contempla a diversidade, pois coloca como</p><p>imperativo único, para qualquer problema de</p><p>drogas, a abstinência.</p><p>Com a ampliação e disseminação dos princípios e das prá-</p><p>ticas de Redução de Danos, essa abordagem se expandiu de</p><p>ações dirigidas para as atividades assistenciais. Nesse caso,</p><p>passou-se a falar em tratamento que se baseia em Redução</p><p>de Danos como aquele em que a abstinência pode ser uma</p><p>meta em muitos casos, mas não é uma exigência ou condição</p><p>para oferecer tratamento.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 56</p><p>INFORME-SE</p><p>AQUI!</p><p>AGENDE SEUS</p><p>EXAMES</p><p>Saiba como fazer o tratamento</p><p>de problemas clínicos para a</p><p>dependência de drogas</p><p>PRESERVATIVOS</p><p>No tratamento baseado em</p><p>Redução de Danos, a definição de</p><p>seu objetivo, metas intermediárias</p><p>e procedimentos não é imposta,</p><p>mas é discutida com o usuário.</p><p>A interrupção do uso de álcool e</p><p>de outras drogas quase sempre</p><p>é um dos objetivos, mas outros</p><p>avanços são valorizados e usados</p><p>para a avaliação do resultado</p><p>do tratamento, como evitar</p><p>colocar-se em risco, melhorar o</p><p>relacionamento familiar e recuperar</p><p>a atividade profissional.</p><p>Lembre-se, o sucesso do tratamento não é avaliado</p><p>apenas pelo critério de parar ou não de usar drogas.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 57</p><p>No que se refere ao uso de drogas, é comum que diminuições,</p><p>interrupções e recaídas ocorram; mas, com o estabelecimento</p><p>do vínculo terapêutico e a implicação (ou engajamento) do</p><p>usuário no tratamento, as mudanças vão se tornando mais</p><p>sólidas e consistentes. A evolução flutuante – com avanços e</p><p>recursos, paradas e recaídas – também ocorrem no tratamen-</p><p>to com exigência de abstinência. Uma das diferenças é que,</p><p>com a estratégia de Redução de Danos não ocorre a exclusão</p><p>daqueles que não querem ou não conseguem interromper o</p><p>uso da substância.</p><p>Terapias de substituição para reduzir riscos e danos também</p><p>são</p><p>um exemplo de prática de Redução de Danos. É o caso do</p><p>uso de benzodiazepínicos (BZD), como o clordiazepóxido ou o</p><p>diazepan, no tratamento da abstinência alcoólica, uma rotina</p><p>nos serviços médicos no Brasil e no exterior.</p><p>Glossário</p><p>Vínculo terapêutico:</p><p>processo de atar ou unir,</p><p>por meio de uma ligação</p><p>afetiva e ética, a pessoa</p><p>que usa o serviço e o</p><p>profissional ou a equipe e</p><p>a instituição que presta o</p><p>serviço. Vincular-se requer</p><p>o desenvolvimento de</p><p>confiança, compromisso</p><p>e respeito, ao longo do</p><p>qual o usuário constrói</p><p>a convicção de que pode</p><p>contar com a atenção e</p><p>empenho do profissional.</p><p>Saiba mais</p><p>Para aprofundar seu conhecimento, convidamos</p><p>você a assistir ao vídeo “Atenção integral às</p><p>pessoas que usam álcool e outras drogas”, no qual</p><p>o professor Dr. Denis Petuco aborda o cuidado</p><p>em saúde para pessoas que usam álcool e outras</p><p>drogas do ponto de vista da Redução de Danos</p><p>como política e modo de cuidado. O vídeo está</p><p>no portal da Fiocruz, disponível em: https://portal.</p><p>fiocruz.br/video/atencao-integral-pessoas-que-</p><p>usam-alcool-e-outras-drogas.</p><p>Muitas pessoas com problemas com o álcool podem interromper</p><p>esse uso sem precisar utilizar uma medicação, mas em muitos</p><p>casos, principalmente nos casos mais graves, a substituição</p><p>pelo BZD pode ser necessária. Com a terapia de substituição,</p><p>a interrupção do uso de drogas pode ser um objetivo a ser al-</p><p>cançado mais adiante.</p><p>https://portal.fiocruz.br/video/atencao-integral-pessoas-que-usam-alcool-e-outras-drogas</p><p>https://portal.fiocruz.br/video/atencao-integral-pessoas-que-usam-alcool-e-outras-drogas</p><p>https://portal.fiocruz.br/video/atencao-integral-pessoas-que-usam-alcool-e-outras-drogas</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 58</p><p>Para refletir</p><p>E você, quais estratégias acredita que produzem</p><p>melhores resultados com relação à prevenção dos</p><p>problemas relacionados ao uso de álcool e outras</p><p>drogas? Em que se baseiam essas estratégias</p><p>(aspectos técnicos, políticos, sociais)?</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>sobre redução de</p><p>danos, ou acesse o</p><p>link: https://youtu.</p><p>be/3QpUX7uVmO8.</p><p>Redução de Danos: ações de prevenção e de tratamento</p><p>Redução de Danos:</p><p>ações de prevenção</p><p>Redução de Danos:</p><p>ações de tratamento</p><p>Troca de seringas usadas por seringas</p><p>estéreis e descartáveis para usuários de</p><p>drogas injetáveis.</p><p>Distribuição de preservativos.</p><p>Prevenção à contaminação de DST e AIDS.</p><p>Orientações sobre serviços de saúde para</p><p>a realização de exames e de tratamento</p><p>para problemas clínicos e para a</p><p>dependência de drogas.</p><p>A definição do objetivo do tratamento,</p><p>metas intermediárias e procedimentos são</p><p>discutidos com o usuário, e não impostos.</p><p>A interrupção do uso é quase sempre um</p><p>dos objetivos, mas também são valorizados</p><p>avanços nas relações familiares e na sua</p><p>proteção a situações de riscos.</p><p>O sucesso de tratamento não é avaliado</p><p>apenas pelo critério de parar ou não de</p><p>usar drogas.</p><p>Pode ser sugerida a troca de uma droga</p><p>por outra de menor risco.</p><p>Você finalizou o Módulo 2 do nosso curso! Vejamos agora uma</p><p>retomada dos principais pontos abordados neste módulo.</p><p>https://youtu.be/3QpUX7uVmO8</p><p>https://youtu.be/3QpUX7uVmO8</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 59</p><p>SÍNTESE DO MÓDULO</p><p>O Módulo 2 abordou a história da Política Nacional de</p><p>Saúde Mental no Brasil, destacando a substituição</p><p>do modelo manicomial pelo modelo de atenção</p><p>psicossocial e a criação da Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS). Esse movimento, iniciado na</p><p>década de 1980, foi impulsionado pela luta pelos</p><p>direitos humanos e por experiências internacionais.</p><p>Apresentou, ainda, a promoção de saúde como eixo</p><p>norteador da prevenção e atenção a usuários de</p><p>álcool e outras drogas e discutiu a Redução de Danos</p><p>como prática de cuidado a essas pessoas, nessa</p><p>mesma perspectiva. Nesse sentido, outros pontos</p><p>importantes abordados foram:</p><p>1. Substituição do modelo manicomial: o modelo</p><p>de atenção psicossocial visa desinstitucionalizar</p><p>pacientes, oferecendo cuidado em liberdade,</p><p>promovendo autonomia e cidadania.</p><p>2. Lei n° 10.216 de 2001: garante direitos das</p><p>pessoas com transtornos mentais e promove o</p><p>tratamento em serviços comunitários.</p><p>3. Portaria n° 3.088 de 2011: instituiu a RAPS,</p><p>integrando-a ao SUS e ampliando os direitos</p><p>civis, políticos e sociais das pessoas com</p><p>deficiência, conforme a CDPD e a LBI.</p><p>4. Cuidado em liberdade: prioriza a saúde</p><p>mental e os direitos dos cidadãos,</p><p>especialmente aqueles com transtornos</p><p>mentais ou decorrentes do uso de substâncias,</p><p>promovendo inclusão social e cidadania.</p><p>5. Reabilitação psicossocial: enfatiza a</p><p>importância dos laços sociais e dos territórios</p><p>existenciais no tratamento, o que envolve a</p><p>reinserção social e familiar dos pacientes.</p><p>6. Atenção psicossocial e redes sociais:</p><p>a atenção psicossocial é baseada na clínica</p><p>ampliada, que inclui a construção de projetos</p><p>terapêuticos singulares e atendimentos</p><p>intersetoriais, considerando o território não</p><p>apenas como uma área geográfica, mas como</p><p>um espaço de relações sociais.</p><p>7. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS):</p><p>organizada em sete componentes, a RAPS</p><p>oferece diversos serviços de saúde mental,</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 60</p><p>incluindo atenção primária, especializada,</p><p>de urgência e emergência, residencial de</p><p>caráter transitório e hospitalar.</p><p>8. Desinstitucionalização: inclui iniciativas como</p><p>os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs)</p><p>e o Programa de Volta para Casa (PVC) para</p><p>integrar socialmente e garantir a cidadania das</p><p>pessoas que sofrem com transtornos mentais</p><p>em liberdade.</p><p>9. Aspectos legais da internação: a internação</p><p>psiquiátrica deve ser a última opção, e nunca a</p><p>primeira, no tratamento de transtornos mentais.</p><p>O documento também aborda os tipos de</p><p>internação e a recente Resolução n° 487 do</p><p>CNJ, que anula a modalidade de internação</p><p>compulsória em manicômios judiciários.</p><p>10. Sistema Único de Assistência Social (SUAS):</p><p>inspirado no SUS, o SUAS é estruturado para</p><p>atender a diversas vulnerabilidades e riscos</p><p>sociais, dividindo-se em Proteção Social Básica</p><p>(PSB) e Proteção Social Especial (PSE), com ações</p><p>de baixa, média e alta complexidade.</p><p>11. Promoção de saúde: estratégia de articulação</p><p>transversal na qual se confere visibilidade aos</p><p>fatores que colocam a saúde da população</p><p>em risco e às diferenças entre necessidades,</p><p>territórios e culturas presentes no nosso país,</p><p>visando à criação de mecanismos que reduzam</p><p>as situações de vulnerabilidade, defendam</p><p>radicalmente a equidade e incorporem a</p><p>participação e o controle sociais na gestão</p><p>das políticas públicas. A prevenção do uso</p><p>de álcool, tabaco e outras drogas, como um</p><p>dos eixos da promoção de saúde, é a base</p><p>das políticas nacionais da saúde. Por meio de</p><p>técnicas de prevenção, visa retardar o início do</p><p>consumo de drogas, evitar a transição para um</p><p>uso mais frequente ou abusivo ou interromper</p><p>sua manutenção.</p><p>12. Redução de Danos (RD): constitui-se como</p><p>um conjunto de princípios e ações para a</p><p>abordagem dos problemas relacionados ao</p><p>uso de drogas utilizado internacionalmente e</p><p>apoiado pelas instituições formuladoras da</p><p>política sobre drogas no Brasil, como a SENAD e</p><p>o Ministério da Saúde.</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Decreto n° 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta</p><p>a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a</p><p>organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento</p><p>da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfedera-</p><p>tiva, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da</p><p>República, 2011. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm. Acesso</p><p>em: 24 jul. 2014.</p><p>BRASIL. Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre</p><p>a organização da Assistência Social e dá outras</p><p>providências.</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.</p><p>htm. Acesso em: 24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 10.708, de 31 de julho de 2003. Institui o au-</p><p>xílio-reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de</p><p>transtornos mentais egressos de internações. Brasília, DF:</p><p>Presidência da República, 2003. Disponível em: https://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.708.htm. Acesso em:</p><p>24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a</p><p>proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos</p><p>mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, 2001. Disponível em:</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm.</p><p>Acesso em: 24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei</p><p>Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto</p><p>da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da Re-</p><p>pública, 2015. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em:</p><p>24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providên-</p><p>cias. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível</p><p>em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.</p><p>Acesso em: 24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre</p><p>a organização da Assistência Social e dá outras providências.</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso</p><p>em: 24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde</p><p>para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas.</p><p>Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2003.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Guia estratégico para o cuidado</p><p>de pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas: Guia AD.</p><p>Brasília: Ministério da Saúde, 2024.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.708.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.708.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 121, de 25 de janeiro</p><p>de 2012. Institui a Unidade de Acolhimento para pessoas com</p><p>necessidades decorrentes do uso de Álcool, Crack e Outras</p><p>Drogas (Unidade de Acolhimento), no componente de atenção</p><p>residencial de caráter transitório da Rede de Atenção Psicos-</p><p>social. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. Disponível</p><p>em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/</p><p>prt0121_25_01_2012.html. Acesso em: 24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 122, de 25 de janeiro</p><p>de 2011. Define as diretrizes de organização e funcionamento</p><p>das Equipes de Consultório na Rua. Brasília, DF: Ministério da</p><p>Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html. Acesso em:</p><p>24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 130, de 26 de janeiro</p><p>de 2012. Redefine o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool</p><p>e outras Drogas 24h (CAPS AD III) e os respectivos incentivos</p><p>financeiros. Diário Oficial da União, Brasília, DF, s. 1, 27 jan. 2012.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.088, de 23 de de-</p><p>zembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para</p><p>pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessi-</p><p>dades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas, no</p><p>âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF: Ministério da</p><p>Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html. Acesso</p><p>em: 24 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.840, de 29 de de-</p><p>zembro de 2014. Cria o Programa de Desinstitucionalização</p><p>integrante do componente Estratégias de Desinstitucionali-</p><p>zação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), no âmbito do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS), e institui o respectivo incentivo</p><p>financeiro de custeio mensal. Brasília, DF: Ministério da Saúde,</p><p>2014. Disponível em: https://www.saude.sc.gov.br/index.php/</p><p>documentos/informacoes-gerais/atencao-basica/portarias-</p><p>-ab-aps/saude-mental-1/14634-portaria-n-2840-de-29-de-</p><p>-dezembro-de-2014/file. Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.</p><p>DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psi-</p><p>quiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento</p><p>apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços</p><p>de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília,</p><p>novembro de 2005. Disponível em: https://www.studocu.com/</p><p>pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/</p><p>historia/relatorio-15-anos-caracas/51421042. Acesso em:</p><p>10 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.</p><p>Departamento de Atenção Básica. Saúde Mental. Brasília, DF:</p><p>Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34).</p><p>Disponível em: http://neca.org.br/associados/caderno_34.</p><p>pdf. Acesso em: 16 abr. 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana da</p><p>Saúde. Escolas promotoras de saúde: experiências do Brasil.</p><p>Brasília: Ministério da Saúde, 2006.</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0121_25_01_2012.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0121_25_01_2012.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/atencao-basica/portarias-ab-aps/saude-mental-1/14634-portaria-n-2840-de-29-de-dezembro-de-2014/file</p><p>https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/atencao-basica/portarias-ab-aps/saude-mental-1/14634-portaria-n-2840-de-29-de-dezembro-de-2014/file</p><p>https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/atencao-basica/portarias-ab-aps/saude-mental-1/14634-portaria-n-2840-de-29-de-dezembro-de-2014/file</p><p>https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/atencao-basica/portarias-ab-aps/saude-mental-1/14634-portaria-n-2840-de-29-de-dezembro-de-2014/file</p><p>https://www.studocu.com/pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/relatorio-15-anos-caracas/51421042</p><p>https://www.studocu.com/pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/relatorio-15-anos-caracas/51421042</p><p>https://www.studocu.com/pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/relatorio-15-anos-caracas/51421042</p><p>http://neca.org.br/associados/caderno_34.pdf</p><p>http://neca.org.br/associados/caderno_34.pdf</p><p>BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à</p><p>Fome. LOAS Anotada. Ministério do Desenvolvimento Social e</p><p>Combate à Fome, 2019. Disponível em: https://www.mds.gov.</p><p>br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/</p><p>LoasAnotada.pdf. Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à</p><p>Fome. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assis-</p><p>tência Social - NOB/SUAS. Secretaria Nacional de Assistência</p><p>Social. Brasília, 2012. Disponível em: https://www.mds.gov.</p><p>br/webarquivos/arquivo/assistencia_social/nob_suas.pdf.</p><p>Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate</p><p>à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Política</p><p>Nacional de Assistência Social. Brasília: MDS/SNAS,</p><p>2004.</p><p>BRASIL. Ministério Público Federal. Procuradoria Federal dos</p><p>Direitos do Cidadão. Parecer sobre medidas de segurança e</p><p>hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico sob a pers-</p><p>pectiva da Lei n° 10.216/2001. Brasília: PFDC/MPF, 2011.</p><p>BRASIL. Portaria n° 2391, de 26 de dezembro de 2002. Regula-</p><p>menta o controle das internações psiquiátricas involuntárias</p><p>(IPI) e voluntárias (IPV) de acordo com o disposto na Lei nº</p><p>10.216, de 6 de abril de 2002, e os procedimentos de notifica-</p><p>ção da Comunicação das IPI e IPV ao Ministério Público pelos</p><p>estabelecimentos de saúde, integrantes ou não do SUS. In:</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria</p><p>de Atenção à Saúde. Legislação em saúde mental: 1990-2004.</p><p>5. ed. ampl. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004.</p><p>BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de</p><p>Promoção da Saúde. 3. ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde,</p><p>2010. Série B – Textos Básicos de Saúde. Série Pactos pela Saúde</p><p>2006. v. 7. Disponível em: https://bibliotecadigital.economia.</p><p>gov.br/bitstream/123456789/591/1/Pol%20Nac%20Prom%20</p><p>Saude%202006.pdf. Acesso em: 4. jul. 2024.</p><p>BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria n° 687 MS/</p><p>GM, de 30 de março de 2006. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.</p><p>BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e</p><p>Saúde Coletiva, Rio de Janeiro (RJ), v. 5, n. 1, p. 163-177, 2000.</p><p>CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA SOBRE DROGAS. Reso-</p><p>lução n° 10, de 19 de julho de 2024. Suspende a eficácia da</p><p>Resolução CONAD nº 3, de 24 de julho de 2020, e dá outras</p><p>providências. Brasília: CONAD, 2024. Disponível em: https://</p><p>www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-so-</p><p>bre-drogas/subcapas-senad/conad/atos-do-conad. Acesso</p><p>em: 31 jul.2024.</p><p>CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADO-</p><p>LESCENTE. Resolução n° 249, de 10 de julho de 2024. Dispõe</p><p>sobre a proibição do acolhimento de crianças e adolescentes</p><p>em comunidades terapêuticas. Brasília: CONANDA, 2024. Dis-</p><p>ponível em: https://www.gov.br/participamaisbrasil/https-</p><p>-wwwgovbr-participamaisbrasil-blob-baixar-7359. Acesso</p><p>em: 31 jul. 2024.</p><p>https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/LoasAnotada.pdf</p><p>https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/LoasAnotada.pdf</p><p>https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/LoasAnotada.pdf</p><p>https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/assistencia_social/nob_suas.pdf</p><p>https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/assistencia_social/nob_suas.pdf</p><p>https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/123456789/591/1/Pol%20Nac%20Prom%20Saude%202006.pdf</p><p>https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/123456789/591/1/Pol%20Nac%20Prom%20Saude%202006.pdf</p><p>https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/123456789/591/1/Pol%20Nac%20Prom%20Saude%202006.pdf</p><p>https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/conad/atos-do-conad</p><p>https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/conad/atos-do-conad</p><p>https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/conad/atos-do-conad</p><p>https://www.gov.br/participamaisbrasil/https-wwwgovbr-participamaisbrasil-blob-baixar-7359</p><p>https://www.gov.br/participamaisbrasil/https-wwwgovbr-participamaisbrasil-blob-baixar-7359</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução n° 487, de</p><p>15 de fevereiro de 2023. Institui a Política Antimanicomial</p><p>do Poder Judiciário e estabelece procedimentos e diretrizes</p><p>para implementar a Convenção Internacional dos Direitos</p><p>das Pessoas com Deficiência e a Lei n. 10.216/2001, no âmbito</p><p>do processo penal e da execução das medidas de segurança.</p><p>Brasília, DF: CNJ, 2023. Disponível em: https://atos.cnj.jus.</p><p>br/files/original2015232023022863fe60db44835.pdf. Acesso</p><p>em: 24 jul. 2024.</p><p>CZERESNIA, D. O conceito de saúde e a diferença entre pro-</p><p>moção e prevenção. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro</p><p>(RJ), v. 15, n. 4, p. 701-710, out./dez. 1999.</p><p>DELGADO, P. G. G. Saúde Mental e Direitos Humanos: 10 Anos</p><p>da Lei n° 10.216/2001. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio</p><p>de Janeiro, v. 63, n. 2, p. 114-121, 2011.</p><p>NAÇÕES UNIDAS. Constituição da Organização Mundial da</p><p>Saúde: documento base. Genebra (SUI): WHO, 1946. Dispo-</p><p>nível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733496/</p><p>mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20</p><p>da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20</p><p>Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20</p><p>OMS.pdf. Acesso em: 4 jul. 2024.</p><p>ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Carta de Ottawa. Pri-</p><p>meira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde.</p><p>Ottawa (CAN): OMS; OPAS, 1986. Disponível em: https://</p><p>bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf.</p><p>Acesso em: 26 maio 2014.</p><p>PASSOS, E. H.; SOUZA, T. P. Redução de danos e saúde pública:</p><p>construções alternativas à política global de “guerra às drogas”.</p><p>Psicologia & Sociedade, v. 23 1, p. 154-162, 2011.</p><p>SCHENKER, M.; MINAYO, M. C. Fatores de risco e de proteção</p><p>para o uso de drogas na adolescência. Ciência e Saúde Coletiva,</p><p>Rio de Janeiro (RJ), v. 10, n. 3, p. 707-717, 2005.</p><p>TOBLER, N. Drug prevention programs can work: research findin-</p><p>gs. Journal of Addictive Disease, London (UK), v. 11, p. 1-28, 1992.</p><p>UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME (UNODC).</p><p>From coercion to cohesion: treating drug dependence throu-</p><p>gh healthcare not punishment. Discussion paper based on a</p><p>scientific workshop. Viena: UNODC, 2010.</p><p>WESTPHAL, M. F. Promoção da saúde e prevenção de doen-</p><p>ças. In: CAMPOS, G. W. S.; MINAYO, M. C. S; AKERMAN, M.;</p><p>DRUMOND JÚNIOR, M.; CARVALHO, Y. M. (org.). Tratado de</p><p>Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Fiocruz,</p><p>2006, p. 635-667.</p><p>WORLD HEALTH ORGANIZATION. Health promoting schools:</p><p>a framework for action. Geneva (SUI): WHO, 2009.</p><p>https://atos.cnj.jus.br/files/original2015232023022863fe60db44835.pdf</p><p>https://atos.cnj.jus.br/files/original2015232023022863fe60db44835.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733496/mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20OMS.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733496/mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20OMS.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733496/mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20OMS.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733496/mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20OMS.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733496/mod_resource/content/0/Constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20%28WHO%29%20-%201946%20-%20OMS.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf</p><p>M I N I S T É R I O D A</p><p>J U S T I Ç A E</p><p>S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A</p><p>REALIZAÇÃO</p><p>Referências</p><p>Promoção de saúde, prevenção</p><p>dos desfechos negativos</p><p>relacionados ao uso de drogas</p><p>e o cuidado na perspectiva da</p><p>Redução de Danos</p><p>2.1 O conceito de promoção de saúde</p><p>2.2 A promoção de saúde como eixo norteador da prevenção e atenção ao usuário de drogas</p><p>2.3 Estratégias de intervenção em promoção da saúde</p><p>2.4 A prevenção como intervenção</p><p>em fatores de risco e proteção ao</p><p>uso de drogas</p><p>2.5 A Redução de Danos como estratégia de prevenção e tratamento</p><p>Política Nacional de Saúde</p><p>Mental, Álcool e outras Drogas na</p><p>interface com o SUS e o SUAS</p><p>1.1 A construção da política de saúde mental no Brasil</p><p>1.2 Saúde mental e cidadania</p><p>1.3 Da coerção à coesão: das necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas e reabilitação psicossocial</p><p>1.4 Atenção psicossocial, território e redes sociais</p><p>1.5 O SUS e a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS)</p><p>1.6 Aspectos</p><p>legais da internação em saúde mental</p><p>1.7 O SUAS e a Rede de Proteção Social Básica e Especial</p><p>Unidade 2</p><p>Apresentação</p><p>Unidade 1</p><p>e apresentado em formato</p><p>áudio na versão on-line do curso.</p><p>Citação</p><p>Transcrições exatas de partes dos</p><p>conteúdos dos autores utilizados</p><p>nos materiais didáticos.</p><p>Fique por dentro</p><p>Recurso utilizado para destacar</p><p>acontecimentos e marcos importantes</p><p>relacionados à temática do curso.</p><p>Glossário</p><p>Recurso utilizado para</p><p>explicar termos que</p><p>podem ser desconhecidos</p><p>ao cursista.</p><p>SÍNTESE DO MÓDULO</p><p>Trecho de conteúdo que contempla uma</p><p>síntese dos pontos mais importantes</p><p>vistos no módulo.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 43</p><p>Para refl etir</p><p>Hoje existem diversos programas de prevenção</p><p>ao uso de drogas cuja efetividade foi comprovada</p><p>através de estudos. Em sua comunidade, quais</p><p>práticas e intervenções são mais utilizadas?</p><p>Essas práticas são norteadas pelas evidências?</p><p>Para compreender o modelo da promoção da saúde é impor-</p><p>tante compreender os conceitos de saúde, determinantes so-</p><p>ciais de saúde, risco e vulnerabilidade. O conceito de saúde</p><p>refl ete uma estrutura política, cultural, econômica e social</p><p>de um grupo em uma determinada época e, por esse motivo,</p><p>a saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas.</p><p>Saiba mais</p><p>Ao longo do tempo, o conceito de saúde sofreu</p><p>modifi cações no que se refere aos signifi cados</p><p>atribuídos a ele. Leia mais a respeito disso</p><p>no artigo “História do conceito de saúde”,</p><p>disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/</p><p>WNtwLvWQRFbscbzCywV9wGq/, ou assista ao</p><p>vídeo “História da saúde pública no Brasil - Um</p><p>século de luta pelo direito a saúde Filme Full</p><p>HD”, disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=SP8FJc7YTa0.</p><p>Os determinantes sociais da saúde são os fatores que favore-</p><p>cem a manutenção da saúde ou o desenvolvimento das doen-</p><p>ças. No Brasil, em 2006, foi criada a Comissão Nacional sobre</p><p>os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), que defi niu que</p><p>os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos, raciais,</p><p>psicológicos e comportamentais infl uenciam a ocorrência de</p><p>riscos e problemas de saúde na população.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 27</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre as modalidades de CAPS e</p><p>suas descrições, acesse o site do governo federal,</p><p>disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/</p><p>composicao/saes/desmad/raps/caps.</p><p>Os CAPS devem ser a primeira opção para o atendimento de</p><p>pessoas, crianças, adolescentes ou adultos que apresentem ne-</p><p>cessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, já que</p><p>se pautam no paradigma da Redução de Danos. Devem oferecer</p><p>também, a partir do vínculo com seus profi ssionais de referência,</p><p>atendimento interdisciplinar com múltiplas opções de cuidado</p><p>que permita a redução do uso considerado problemático e a cons-</p><p>trução de uma relação de responsabilidade do usuário consigo,</p><p>com a substância psicoativa e com o mundo. As emergências</p><p>psiquiátricas ou os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e</p><p>outras Drogas, em sua modalidade mais complexa, os CAPS ad</p><p>III, por terem leitos e funcionarem 24h, podem ser as primeiras</p><p>opções para internação breve para a estabilização dos casos de</p><p>crise e a construção de projetos terapêuticos singulares para</p><p>encaminhamento a terapêuticas e serviços que deem conta da</p><p>complexidade de cada caso.</p><p>Atenção de Urgência e Emergência</p><p>O atendimento de urgência a quadros de saúde mental pode</p><p>ser realizado, preferencialmente, nos CAPS e nos prontos-</p><p>-socorros gerais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).</p><p>A estabilização do quadro depende, nesses casos, tanto de</p><p>medicação quanto de um ambiente adequado para ouvir o</p><p>paciente e seus familiares, e mediar confl itos. Por fi m, casos</p><p>de urgência podem requerer um atendimento pré-hospita-</p><p>lar, que é realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de</p><p>Urgência (SAMU).</p><p>Glossário</p><p>Redução de Danos: constitui</p><p>um conjunto de princípios</p><p>e estratégias para abordar</p><p>problemas relacionados ao</p><p>uso de drogas e minimizar</p><p>os riscos relacionados ao</p><p>consumo de substâncias,</p><p>apoiado pelo Ministério</p><p>da Saúde e pela Secretaria</p><p>Nacional de Política sobre</p><p>Drogas e Gestão de Ativos</p><p>(SENAD), como veremos na</p><p>Unidade 2 deste módulo.</p><p>Glossário</p><p>Unidades de Pronto</p><p>Atendimento (UPAs): UPAs</p><p>24h são estruturas de</p><p>complexidade intermediária</p><p>entre as Unidades Básicas</p><p>de Saúde e as portas de</p><p>urgência hospitalares.</p><p>Em conjunto com estas,</p><p>compõem a Rede de Atenção</p><p>às Urgências.</p><p>Guia de ambientação</p><p>como ler o e-book</p><p>Siglas</p><p>APS – Atenção Primária à Saúde</p><p>BPC – Benefício de Prestação Continuada</p><p>BZD – Benzodiazepínicos</p><p>CAPS – Centro de Atenção Psicossocial</p><p>CDPD – Convenção sobre os Direitos da Pessoa</p><p>com Deficiência</p><p>CENAT – Centro Educacional Novas Abordagens Terapêuticas</p><p>CNDSS – Comissão Nacional sobre os Determinantes</p><p>Sociais da Saúde</p><p>CNJ – Conselho Nacional de Justiça</p><p>CONAD – Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas</p><p>CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança</p><p>e do Adolescente</p><p>CRAS – Centro de Referência da Assistência Social</p><p>CREAS – Centro de Referência Especializado da</p><p>Assistência Social</p><p>ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>GESUAS – Software para Assistência Social</p><p>HCTP – Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico</p><p>LA – Liberdade Assistida</p><p>LBI – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência</p><p>MDS – Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,</p><p>Família e Combate à Fome</p><p>NIS – Núcleo de Inclusão Social</p><p>NOB – Norma Operacional Básica</p><p>OMS – Organização Mundial da Saúde</p><p>OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde</p><p>PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a</p><p>Famílias e Indivíduos</p><p>PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família</p><p>PeNSE – Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar</p><p>PNAS – Política Nacional de Assistência Social</p><p>PSC – Prestação de Serviços à Comunidade</p><p>PSE – Proteção Social Especial</p><p>PSB – Proteção Social Básica</p><p>PVC – Programa de Volta para Casa</p><p>RAPS – Rede de Atenção Psicossocial</p><p>RD – Redução de Danos</p><p>SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência</p><p>SENAD – Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e</p><p>Gestão de Ativos</p><p>SCFV – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos</p><p>SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas</p><p>SPA – Substância Psicoativa</p><p>SUAS – Sistema Único de Assistência Social</p><p>SUS – Sistema Único de Saúde</p><p>SRT – Serviço Residencial Terapêutico</p><p>UPA – Unidade de Pronto Atendimento</p><p>UA – Unidade de Acolhimento</p><p>UAA – Unidade de Acolhimento Adulto</p><p>UAI – Unidade de Acolhimento Infantil</p><p>UNODC – Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime</p><p>Sumário</p><p>Apresentação 10</p><p>Unidade 1 | Política Nacional de Saúde</p><p>Mental, Álcool e outras Drogas na</p><p>interface com o SUS e o SUAS 12</p><p>1.1 A construção da política de saúde</p><p>mental no Brasil 12</p><p>1.2 Saúde mental e cidadania 16</p><p>1.3 Da coerção à coesão: das necessidades</p><p>decorrentes do uso de álcool e outras drogas e</p><p>reabilitação psicossocial 19</p><p>1.4 Atenção psicossocial, território e</p><p>redes sociais 21</p><p>1.5 O SUS e a Rede de Atenção Psicossocial</p><p>(RAPS) 23</p><p>1.6 Aspectos legais da internação em</p><p>saúde mental 33</p><p>1.7 O SUAS e a Rede de Proteção Social</p><p>Básica e Especial 36</p><p>Unidade 2 | Promoção de saúde, prevenção</p><p>dos desfechos negativos relacionados ao</p><p>uso de drogas e o cuidado na perspectiva</p><p>da Redução de Danos 41</p><p>2.1 O conceito de promoção de saúde 41</p><p>2.2 A promoção de saúde como eixo norteador</p><p>da prevenção e atenção ao usuário de drogas 42</p><p>2.3 Estratégias de intervenção em promoção</p><p>da saúde 46</p><p>2.4 A prevenção como intervenção em fatores</p><p>de risco e proteção ao uso de drogas 48</p><p>2.5 A Redução de Danos como estratégia de</p><p>prevenção e tratamento 52</p><p>Referências</p><p>60</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 11</p><p>Apresentação</p><p>Objetivos do módulo</p><p>Neste módulo, convidamos você a conhecer a Política Nacional</p><p>de Saúde Mental e os serviços que compõem a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS), com base nas diretrizes do Sistema Único</p><p>de Saúde (SUS). Vamos explorar um pouco da história da política</p><p>de saúde mental e saber como os atores envolvidos buscaram</p><p>garantir tanto a saúde integral quanto a cidadania das pessoas</p><p>que sofrem com transtornos mentais, incluindo situações re-</p><p>lacionadas ao uso de substâncias psicoativas. Além da RAPS,</p><p>visamos apresentar os serviços da Proteção Social Básica e da</p><p>Proteção Social Especial que estruturam o Sistema Único de</p><p>Assistência Social (SUAS). Em seguida, você conhecerá a pro-</p><p>moção da saúde como eixo norteador na prevenção e atenção</p><p>ao usuário de drogas, bem como os princípios da Redução de</p><p>Danos e suas estratégias para conduzir ações de prevenção e</p><p>tratamento das pessoas que usam substâncias psicoativas.</p><p>z Apresentar a Política Nacional de Saúde Mental,</p><p>Álcool e outras Drogas e os componentes da Rede de</p><p>Atenção Psicossocial.</p><p>z Discutir a perspectiva da atenção psicossocial no</p><p>cuidado das pessoas com necessidades decorrentes do</p><p>uso de álcool e outras drogas e a importância das redes</p><p>sociais e afetivas.</p><p>z Apontar os serviços da Proteção Social Básica e</p><p>Proteção Social Especial que compõem o SUAS.</p><p>z Conceituar saúde, determinantes sociais da saúde,</p><p>risco e vulnerabilidade.</p><p>z Expor a promoção de saúde como eixo norteador</p><p>na atenção ao usuário de drogas e suas estratégias</p><p>de intervenção.</p><p>z Discutir a prevenção como intervenção em fatores de</p><p>risco e proteção ao uso de drogas.</p><p>z Apresentar a Redução de Danos como estratégia de</p><p>prevenção e tratamento.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>de apresentação</p><p>do Módulo 2, ou</p><p>acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>Ailica0nP6c.</p><p>https://youtu.be/Ailica0nP6c</p><p>https://youtu.be/Ailica0nP6c</p><p>Módulo 2</p><p>Unidade 1</p><p>Política Nacional de Saúde</p><p>Mental, Álcool e outras Drogas na</p><p>interface com o SUS e o SUAS</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 13</p><p>Unidade 1</p><p>Política Nacional de Saúde</p><p>Mental, Álcool e outras Drogas na</p><p>interface com o SUS e o SUAS</p><p>Nesta seção, convidamos você a conhecer a Política Nacional</p><p>de Saúde Mental, os avanços normativos que possibilitaram a</p><p>substituição do modelo manicomial pelo modelo da atenção</p><p>psicossocial e os serviços que compõem a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS). Vamos explorar conceitos importan-</p><p>tes, como desinstitucionalização, território, laços sociais e</p><p>cidadania, atinentes à Reforma Psiquiátrica e apresentar os</p><p>direitos estabelecidos para a população em sofrimento psí-</p><p>quico, em decorrência ou não do uso de álcool e outras drogas,</p><p>além do fundamental cuidado em liberdade como premissa</p><p>para a promoção de autonomia e cidadania. Considerando a</p><p>importância da intersetorialidade, finalizamos esta seção com</p><p>os dispositivos que compõem a rede de serviços do Sistema</p><p>Único da Assistência Social (SUAS). Boa leitura!</p><p>1.1 A construção da política de saúde</p><p>mental no Brasil</p><p>A política de saúde mental brasileira que vamos conhecer é re-</p><p>sultado da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores</p><p>da saúde iniciada na década de 1980. O objetivo era de mudar a</p><p>realidade dos manicômios. Esse movimento foi impulsionado</p><p>pela importância que o tema dos direitos humanos adquiriu e</p><p>alimentou-se das experiências exitosas de países europeus na</p><p>substituição de um modelo de saúde mental baseado na inter-</p><p>nação em hospitais psiquiátricos por um modelo de atenção</p><p>psicossocial em serviços inseridos na comunidade.</p><p>Glossário</p><p>Manicômios: conhecidos</p><p>também como hospitais</p><p>psiquiátricos ou hospícios,</p><p>os manicômios são</p><p>instituições fechadas que</p><p>internam pessoas com</p><p>transtorno mental e/ou uso</p><p>problemático de drogas e</p><p>têm como características</p><p>o isolamento, a exclusão</p><p>do convívio familiar e</p><p>social. Provocam a perda</p><p>da identidade, da liberdade</p><p>e reproduzem a violência,</p><p>levando os internos à</p><p>incapacidade de exercerem</p><p>sua cidadania.</p><p>Glossário</p><p>Modelo de atenção</p><p>psicossocial: baseia-se</p><p>no cuidado das pessoas</p><p>em sofrimento psíquico</p><p>como sujeitos, em serviços</p><p>integrados a uma Rede de</p><p>Atenção Psicossocial, que visa</p><p>garantir o acesso a serviços de</p><p>qualidade, com respeito aos</p><p>direitos humanos, ofertando</p><p>cuidado integral e assistência</p><p>multiprofissional, sob a</p><p>lógica interdisciplinar, cuja</p><p>finalidade é a promoção da</p><p>saúde, da autonomia e da vida</p><p>dos usuários, no âmbito do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 14</p><p>Glossário</p><p>Desinstitucionalização:</p><p>estratégia que visa</p><p>garantir às pessoas com</p><p>transtorno mental ou com</p><p>necessidades decorrentes</p><p>do uso abusivo de álcool</p><p>e outras drogas, egressas</p><p>de internações de longa</p><p>permanência, o cuidado</p><p>integral e em liberdade</p><p>por meio de estratégias</p><p>substitutivas à instituição</p><p>psiquiátrica, na perspectiva</p><p>da garantia de direitos,</p><p>visando a promoção de</p><p>autonomia, o exercício de</p><p>cidadania e sua progressiva</p><p>inclusão social para o</p><p>fortalecimento ou</p><p>(re)estabelecimento</p><p>de vínculos afetivos.</p><p>Ainda na década de 1980, experiências municipais iniciaram</p><p>a desinstitucionalização de dezenas de milhares de homens e</p><p>mulheres que viveram internados em manicômios por anos,</p><p>por serem considerados loucos, dentre os quais se encontravam</p><p>alcoolistas e usuários de drogas. Tais experiências criaram</p><p>serviços de atenção psicossocial para realizar o retorno dessas</p><p>pessoas ao convívio social e aos seus lugares de vida. No Brasil,</p><p>os hospitais psiquiátricos vêm sendo fechados e substituídos à</p><p>medida que se expandem os serviços substitutivos e territoriais</p><p>de cuidado na comunidade.</p><p>Saiba mais</p><p>Para aprofundar seu conhecimento, veja o</p><p>filme “Bicho de Sete Cabeças”, da diretora</p><p>Laís Bodanzky, baseado em uma história real,</p><p>disponível em: http://www.youtube.com/</p><p>watch?v=F6Yky54edpo. No roteiro, a história de</p><p>Neto, um jovem que é internado em um hospital</p><p>psiquiátrico após seu pai descobrir um cigarro de</p><p>maconha em seu casaco.</p><p>A atenção às pessoas com diagnóstico de transtorno</p><p>mental e sofrimento psíquico em decorrência do uso</p><p>de álcool e outras drogas passa a ter como objetivo</p><p>o pleno exercício de sua cidadania, e não somente</p><p>o controle de seus sintomas. Isso implica organizar</p><p>serviços abertos, com participação ativa dos usuários</p><p>e a formação de redes que envolvam outras políticas</p><p>públicas, como educação, moradia, assistência</p><p>social, trabalho, cultura, entre outras.</p><p>http://www.youtube.com/watch?v=F6Yky54edpo</p><p>http://www.youtube.com/watch?v=F6Yky54edpo</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 15</p><p>O desafio colocado não é criar circuitos paralelos e protegidos</p><p>de vida para os usuários, mas estimular que eles possam habitar</p><p>os circuitos de vida e trocas já existentes nas comunidades e na</p><p>sociedade em sua totalidade. Isso leva o tema da saúde mental</p><p>para além do Sistema Único de Saúde e implica a abertura da</p><p>sociedade para a sua própria diversidade.</p><p>Para refletir</p><p>No seu dia a dia, você percebe alguma mudança</p><p>na forma de ver e de tratar as pessoas com</p><p>transtornos mentais? A comunidade onde você</p><p>atua ou mora está mais aberta para o convívio</p><p>e o respeito às pessoas com algum sofrimento</p><p>psíquico ou transtorno mental?</p><p>E você, como (re)age nessas situações?</p><p>Confira agora uma linha do tempo que apresenta os principais</p><p>marcos das políticas de saúde mental no Brasil.</p><p>Década de 2000</p><p>Na década de 2000, com financiamento e</p><p>regulação tripartite (União, estados e</p><p>municípios), ampliaram-se os serviços que</p><p>viriam a constituir a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS). Em 2001, após mais</p><p>de</p><p>dez anos de negociação no Congresso</p><p>Nacional, foi sancionada a Lei n° 10.216, que</p><p>afirma os direitos das pessoas portadoras</p><p>de transtornos mentais e redireciona o</p><p>modelo assistencial em saúde mental. Os</p><p>princípios do movimento iniciado na década</p><p>de 1980 tornam-se uma política de Estado.</p><p>Ao longo da década de 1990, foram</p><p>aprovadas leis estaduais alinhadas ao</p><p>processo de mobilização social, no campo</p><p>da saúde e em outras áreas. No campo</p><p>da saúde mental, normativas federais</p><p>passaram a estimular e regular a nascente</p><p>rede de serviços de base comunitária.</p><p>Década de 1990</p><p>2011</p><p>A partir da Portaria n° 3.088, de 28</p><p>de junho de 2011, a RAPS passa a integrar</p><p>o conjunto das redes indispensáveis à</p><p>constituição das Regiões de Saúde do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa</p><p>com Deficiência, n° 13.146, de 6 de julho</p><p>de 2015, por sua vez, entra em vigor em</p><p>2016, regulamentado a CDPD, com o fim</p><p>de assegurar e promover, em condições</p><p>de igualdade, o exercício dos direitos</p><p>e das liberdades fundamentais da pessoa</p><p>com deficiência, visando à sua inclusão</p><p>social e cidadania. No artigo 2° da Lei,</p><p>considera-se pessoa com deficiência</p><p>aquela que tem impedimento de longo</p><p>prazo de natureza física, mental,</p><p>intelectual ou sensorial, o qual, em</p><p>interação com uma ou mais barreiras,</p><p>pode obstruir sua participação plena</p><p>e efetiva na sociedade em igualdade</p><p>de condições com as demais pessoas.</p><p>2016</p><p>Em 2008, o Brasil incorporou à Constituição</p><p>Federal a Convenção sobre os Direitos das</p><p>Pessoas com Deficiência (CDPD),</p><p>elencando pela primeira vez os direitos civis</p><p>e políticos dessa população e ampliando</p><p>os direitos sociais para além do sanitário.</p><p>2008</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 16</p><p>Década de 2000</p><p>Na década de 2000, com financiamento e</p><p>regulação tripartite (União, estados e</p><p>municípios), ampliaram-se os serviços que</p><p>viriam a constituir a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS). Em 2001, após mais de</p><p>dez anos de negociação no Congresso</p><p>Nacional, foi sancionada a Lei n° 10.216, que</p><p>afirma os direitos das pessoas portadoras</p><p>de transtornos mentais e redireciona o</p><p>modelo assistencial em saúde mental. Os</p><p>princípios do movimento iniciado na década</p><p>de 1980 tornam-se uma política de Estado.</p><p>Ao longo da década de 1990, foram</p><p>aprovadas leis estaduais alinhadas ao</p><p>processo de mobilização social, no campo</p><p>da saúde e em outras áreas. No campo</p><p>da saúde mental, normativas federais</p><p>passaram a estimular e regular a nascente</p><p>rede de serviços de base comunitária.</p><p>Década de 1990</p><p>2011</p><p>A partir da Portaria n° 3.088, de 28</p><p>de junho de 2011, a RAPS passa a integrar</p><p>o conjunto das redes indispensáveis à</p><p>constituição das Regiões de Saúde do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa</p><p>com Deficiência, n° 13.146, de 6 de julho</p><p>de 2015, por sua vez, entra em vigor em</p><p>2016, regulamentado a CDPD, com o fim</p><p>de assegurar e promover, em condições</p><p>de igualdade, o exercício dos direitos</p><p>e das liberdades fundamentais da pessoa</p><p>com deficiência, visando à sua inclusão</p><p>social e cidadania. No artigo 2° da Lei,</p><p>considera-se pessoa com deficiência</p><p>aquela que tem impedimento de longo</p><p>prazo de natureza física, mental,</p><p>intelectual ou sensorial, o qual, em</p><p>interação com uma ou mais barreiras,</p><p>pode obstruir sua participação plena</p><p>e efetiva na sociedade em igualdade</p><p>de condições com as demais pessoas.</p><p>2016</p><p>Em 2008, o Brasil incorporou à Constituição</p><p>Federal a Convenção sobre os Direitos das</p><p>Pessoas com Deficiência (CDPD),</p><p>elencando pela primeira vez os direitos civis</p><p>e políticos dessa população e ampliando</p><p>os direitos sociais para além do sanitário.</p><p>2008</p><p>Saiba mais</p><p>Você conhece a diferença entre a política de</p><p>governo e a de Estado? Para saber mais, acesse o</p><p>artigo disponível em: http://www.institutomillenium.</p><p>org.br/artigos/sobre-politicas-de-governo-e-</p><p>politicas-de-estado-distincoes-necessarias/.</p><p>http://www.institutomillenium.org.br/artigos/sobre-politicas-de-governo-e-politicas-de-estado-distincoes-necessarias/</p><p>http://www.institutomillenium.org.br/artigos/sobre-politicas-de-governo-e-politicas-de-estado-distincoes-necessarias/</p><p>http://www.institutomillenium.org.br/artigos/sobre-politicas-de-governo-e-politicas-de-estado-distincoes-necessarias/</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 17</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>de introdução à</p><p>construção da</p><p>política de saúde</p><p>mental no Brasil,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>aD7ahzG1QdU.</p><p>A CDPD e a LBI adotam o modelo social como forma de supe-</p><p>ração do modelo médico, concebendo a deficiência como uma</p><p>construção social. Esta é resultante da sobreposição de duas</p><p>variáveis independentes: a limitação funcional do indivíduo</p><p>com deficiência, a qual pode ser de natureza física, sensorial,</p><p>mental/intelectual, e as barreiras construídas socialmente,</p><p>físicas ou atitudinais. São as barreiras que inabilitam o sujeito</p><p>para o pleno exercício da cidadania, e não a deficiência em si.</p><p>Cabe, portanto, ao Estado e à sociedade em geral a construção</p><p>de medidas, inclusive legislativas, se for o caso, para retirá-las</p><p>ou mitigá-las, compartilhando a responsabilidade pela habi-</p><p>litação ou reabilitação do sujeito, que se constrói, como todos</p><p>os demais, na relação com seu meio social.</p><p>Diante de um novo cenário de atenção à saúde, entendemos</p><p>que a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) pretende dar conta,</p><p>cada vez mais, da saúde mental e da garantia de direitos de</p><p>todo cidadão, inclusive daqueles com transtornos mentais ou</p><p>com transtornos advindos do uso problemático de álcool e de</p><p>outras drogas. Para tanto, na próxima seção, conversaremos</p><p>mais profundamente sobre cidadania e saúde mental.</p><p>1.2 Saúde mental e cidadania</p><p>A aprovação da Lei Federal n° 10.216, de 6 de dezembro de</p><p>2001, é um marco na garantia dos direitos das pessoas com</p><p>transtorno mental, incluindo aqueles relacionados ao uso de</p><p>substâncias psicoativas. De forma geral, essa lei assegura às</p><p>pessoas o direito a um tratamento que respeite a sua cida-</p><p>dania e que, por isso, deve ser realizado de preferência em</p><p>serviços comunitários, de base territorial, sem excluí-las,</p><p>portanto, do convívio na sociedade. Destacam-se, a seguir,</p><p>alguns direitos dos usuários do SUS.</p><p>I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de</p><p>saúde, de acordo com suas necessidades;</p><p>II - ser tratado com humanidade e respeito e no</p><p>interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando</p><p>alcançar sua recuperação pela inserção na família,</p><p>no trabalho e na comunidade;</p><p>III - ser protegido contra qualquer forma de abuso</p><p>e exploração;</p><p>IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;</p><p>V - ter direito à presença médica, em qualquer</p><p>tempo, para esclarecer a necessidade, ou não, de sua</p><p>hospitalização involuntária;</p><p>https://youtu.be/aD7ahzG1QdU</p><p>https://youtu.be/aD7ahzG1QdU</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 18</p><p>VI - ter livre acesso aos meios de comunicação</p><p>disponíveis;</p><p>VII - receber o maior número de informações a</p><p>respeito de sua doença e de seu tratamento;</p><p>VIII - ser tratado em ambiente terapêutico pelos</p><p>meios menos invasivos possíveis;</p><p>IX - ser tratado, preferencialmente, em serviços</p><p>comunitários de saúde mental.</p><p>Brasil, 2001, art. 20</p><p>A portaria n° 3.088/2011, em seu artigo 2°, enumera 12 diretrizes</p><p>para o funcionamento da RAPS, dentre as quais destacamos</p><p>as oito primeiras:</p><p>I - respeito aos direitos humanos, garantindo a</p><p>autonomia e a liberdade das pessoas;</p><p>II - promoção da equidade, reconhecendo os</p><p>determinantes sociais da saúde;</p><p>III - combate a estigmas e preconceitos;</p><p>IV - garantia do acesso e da qualidade dos</p><p>serviços, ofertando cuidado integral e assistência</p><p>multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;</p><p>V - atenção</p><p>humanizada e centrada nas</p><p>necessidades das pessoas;</p><p>VI - diversificação das estratégias de cuidado;</p><p>VII - desenvolvimento de atividades no território,</p><p>que favoreça a inclusão social com vistas à promoção</p><p>de autonomia e ao exercício da cidadania;</p><p>VIII - desenvolvimento de estratégias de Redução</p><p>de Danos.</p><p>Brasil, 2011, art. 2°</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 19</p><p>A ilustração a seguir representa essas diretrizes da RAPS.</p><p>Respeito aos direitos humanos</p><p>Promoção da equidadeEstratégias de Redução</p><p>de Danos</p><p>Combate a estigmasExercício da cidadania</p><p>Atenção humanizadaInclusão social</p><p>Cuidado integral</p><p>e interdisciplinar</p><p>Promoção da</p><p>autonomia</p><p>A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI),</p><p>por outro lado, amplia esse espectro de direitos e estabelece</p><p>como a garantia do direito à saúde permite a construção da</p><p>democracia na medida em que compreende que a garantia dos</p><p>demais direitos sociais é fundamental para a melhoria das</p><p>condições de vida da população – entendidas como deter-</p><p>minantes do processo saúde-doença –, além de prever seus</p><p>direitos civis, já que a deficiência não afeta a plena capacidade</p><p>civil da pessoa.</p><p>Direitos das pessoas com deficiência assegurados pela LBI</p><p>Direito à</p><p>moradia, com</p><p>prioridade na</p><p>aquisição de</p><p>imóvel para</p><p>moradia</p><p>própria.</p><p>Direito à</p><p>educação,</p><p>com sistema</p><p>de educação</p><p>inclusivo.</p><p>O direito</p><p>a constituir</p><p>família,</p><p>a casar-se,</p><p>a exercer</p><p>direitos</p><p>sexuais e</p><p>reprodutivos,</p><p>à adoção e</p><p>a convivência</p><p>familiar e</p><p>comunitária,</p><p>bem como o</p><p>direito à vida.</p><p>Direito ao</p><p>transporte e</p><p>mobilidade.</p><p>Direito ao</p><p>trabalho, em</p><p>ambiente</p><p>acessível e</p><p>inclusivo,</p><p>habilitação e</p><p>reabilitação</p><p>profissional.</p><p>Direito ao</p><p>esporte,</p><p>cultura</p><p>e lazer.</p><p>Garantia de</p><p>renda através</p><p>de programas,</p><p>projetos e/ou</p><p>benefícios da</p><p>Assistência</p><p>Social e outros</p><p>serviços da</p><p>Proteção</p><p>Social Básica</p><p>e da Proteção</p><p>Social</p><p>Especial.</p><p>Direito à</p><p>tecnologia</p><p>assistiva.</p><p>Direito à</p><p>participação</p><p>na vida</p><p>pública e</p><p>política e</p><p>acesso à</p><p>justiça.</p><p>Acesso à</p><p>informação e à</p><p>comunicação.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 20</p><p>1.3 Da coerção à coesão: das necessidades</p><p>decorrentes do uso de álcool e outras</p><p>drogas e reabilitação psicossocial</p><p>A evolução ética que acompanha a Reforma Psiquiátrica inclui</p><p>o cuidado às pessoas que fazem uso prejudicial de drogas e</p><p>está alinhada ao consenso internacional sobre o tema.</p><p>Glossário</p><p>Reforma Psiquiátrica:</p><p>movimento composto</p><p>de atores, instituições e</p><p>especialistas, de diferentes</p><p>origens, fundado nos anos</p><p>1970, diante da crise do</p><p>modelo de assistência</p><p>centrado no hospital</p><p>psiquiátrico e na eclosão dos</p><p>esforços dos movimentos</p><p>sociais pelos direitos dos</p><p>pacientes psiquiátricos.</p><p>A Reforma Psiquiátrica</p><p>brasileira resultou num</p><p>conjunto de transformações</p><p>de saberes, práticas e valores</p><p>sociais voltadas às pessoas</p><p>consideradas “loucas”</p><p>– dentre as quais estavam</p><p>aquelas que faziam uso, não</p><p>necessariamente abusivo, de</p><p>álcool e outras drogas –, no</p><p>sentido de não mais admitir</p><p>a violação de seus direitos</p><p>e afirmar e garantir sua</p><p>cidadania, prezando pelo</p><p>cuidado em liberdade e pelo</p><p>convívio social.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre a Reforma Psiquiátrica</p><p>brasileira, leia o documento apresentado à</p><p>Conferência Regional de Reforma dos Serviços de</p><p>Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas (OPAS –</p><p>Organização Pan-Americana da Saúde), disponível</p><p>em: https://www.studocu.com/pt-br/document/</p><p>escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/</p><p>relatorio-15-anos- caracas/51421042; e ouça o</p><p>médico psiquiatra Paulo Amarante, referência no</p><p>campo, falando sobre a Reforma Psiquiátrica e seus</p><p>desafios atuais, no link disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=n5Mild5XSBQ&t=861s.</p><p>Direitos das pessoas com deficiência assegurados pela LBI</p><p>Direito à</p><p>moradia, com</p><p>prioridade na</p><p>aquisição de</p><p>imóvel para</p><p>moradia</p><p>própria.</p><p>Direito à</p><p>educação,</p><p>com sistema</p><p>de educação</p><p>inclusivo.</p><p>O direito</p><p>a constituir</p><p>família,</p><p>a casar-se,</p><p>a exercer</p><p>direitos</p><p>sexuais e</p><p>reprodutivos,</p><p>à adoção e</p><p>a convivência</p><p>familiar e</p><p>comunitária,</p><p>bem como o</p><p>direito à vida.</p><p>Direito ao</p><p>transporte e</p><p>mobilidade.</p><p>Direito ao</p><p>trabalho, em</p><p>ambiente</p><p>acessível e</p><p>inclusivo,</p><p>habilitação e</p><p>reabilitação</p><p>profissional.</p><p>Direito ao</p><p>esporte,</p><p>cultura</p><p>e lazer.</p><p>Garantia de</p><p>renda através</p><p>de programas,</p><p>projetos e/ou</p><p>benefícios da</p><p>Assistência</p><p>Social e outros</p><p>serviços da</p><p>Proteção</p><p>Social Básica</p><p>e da Proteção</p><p>Social</p><p>Especial.</p><p>Direito à</p><p>tecnologia</p><p>assistiva.</p><p>Direito à</p><p>participação</p><p>na vida</p><p>pública e</p><p>política e</p><p>acesso à</p><p>justiça.</p><p>Acesso à</p><p>informação e à</p><p>comunicação.</p><p>https://www.studocu.com/pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/relatorio-15-anos- caracas/51421042</p><p>https://www.studocu.com/pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/relatorio-15-anos- caracas/51421042</p><p>https://www.studocu.com/pt-br/document/escola-tecnica-estadual-de-hotolandia/historia/relatorio-15-anos- caracas/51421042</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=n5Mild5XSBQ&t=861s</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=n5Mild5XSBQ&t=861s</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 21</p><p>O Escritório das Nações Unidas</p><p>sobre Drogas e Crime (UNODC)</p><p>definiu uma diretriz clara em relação</p><p>ao problema da droga ao investir</p><p>no cuidado de saúde e na coesão</p><p>social, e não em medidas coercitivas</p><p>de restrição de liberdade, seja no</p><p>sistema penal, seja no tratamento de</p><p>saúde fechado e involuntário.</p><p>Nesse sentido, a importância da atuação no território e dos</p><p>laços sociais na atenção ao sofrimento mental, expressa na</p><p>Lei n° 10.216 e nos princípios da Rede de Atenção Psicossocial</p><p>(RAPS), não deve ser vista como contraditória com o cuidado</p><p>daqueles que fazem uso problemático de drogas, mesmo quando</p><p>necessitam de internação ou acolhimento transitório. É preciso</p><p>considerar o fato de que os territórios existenciais e laços sociais</p><p>das pessoas que fazem uso de drogas não estão apenas ligados</p><p>ao universo da droga e não devem, por isso, ser desconsiderados</p><p>em seu cuidado. Eles são, seguramente, mais diversos do que</p><p>um simples retrato momentâneo do usuário.</p><p>O trabalho do cuidado está justamente em (re)</p><p>encontrar ― se possível com família e amigos ―</p><p>os espaços de inserção e de trocas sociais que</p><p>a droga inibiu ou encobriu. Esse não pode ser,</p><p>todavia, um processo solitário, realizado em</p><p>reclusão, ainda que algum tipo de proteção deva</p><p>ser oferecido, em casos de risco de vida ou outras</p><p>dificuldades que impeçam a adesão voluntária a um</p><p>tratamento em liberdade e que exigem internação</p><p>breve (em Hospitais Gerais, emergências</p><p>psiquiátricas ou CAPS ad III). O cuidado nesses</p><p>espaços deve ser um movimento assistido de</p><p>(re)aproximação com os espaços de troca</p><p>(trabalho, lazer, cultura, esporte) que podem</p><p>criar sentido na vida de qualquer pessoa.</p><p>Priorizar o cuidado em liberdade das pessoas com necessi-</p><p>dades decorrentes do uso problemático de álcool e outras</p><p>drogas pode, com efeito, sustentar os ganhos obtidos com o</p><p>tratamento, saindo do ciclo de altos e de baixos – abstinência</p><p>na internação, intercalada com uso descontrolado na alta –,</p><p>que tanto caracteriza o usuário de substâncias psicoativas.</p><p>É razoável imaginar que esses movimentos de (re)inserção</p><p>serão tão mais bem-sucedidos quanto mais livres e, por isso</p><p>mesmo, diversos e autênticos os caminhos escolhidos.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 22</p><p>Podcast</p><p>É verdade que a associação do uso problemático e,</p><p>sobretudo, precoce da droga, aliada a uma condição</p><p>de miséria extrema, exige um trabalho de</p><p>(re)inserção social abrangente, intensivo e</p><p>prolongado. Esse trabalho não deixa de ser,</p><p>no entanto, fundamentalmente realizado nos espaços</p><p>sociais de troca e de criação de</p><p>laços, nos espaços de</p><p>exercício da cidadania. Ele não pode ter, portanto,</p><p>na exclusão da comunidade, seu princípio orientador.</p><p>A situação de crianças e adolescentes que fazem</p><p>uso de drogas não é diferente, particularmente</p><p>quando esse uso está combinado com miséria e</p><p>abandono familiar. Nesses casos, fica evidente</p><p>que tanto a miséria quanto o abandono precedem</p><p>o uso da droga. É, portanto, na garantia dos</p><p>direitos dessas crianças e adolescentes, da saúde</p><p>à educação, como determinado no Estatuto da</p><p>Criança e do Adolescente (ECA), que devem ser</p><p>investidos os esforços de ações abrangentes de</p><p>proteção e de cuidado.</p><p>Para o cuidado integral de crianças e adolescentes</p><p>que fazem uso de álcool e outras drogas e se</p><p>encontram com suas famílias em situação de</p><p>miséria ou em situação de rua, faz-se necessário</p><p>priorizar o vínculo afetivo e a convivência familiar</p><p>e comunitária como direitos fundamentais que</p><p>devem ser fortemente preservados. Nesse sentido,</p><p>é a família que precisa de cuidados e acesso a</p><p>direitos para superar a situação em que se encontra,</p><p>e não a criança e/ou o adolescente que deve ser</p><p>retirada/o do seio da família.</p><p>Feito esse registro, focalizamos, a seguir, questões atinentes</p><p>à atenção psicossocial, o conceito de território e a importância</p><p>das redes sociais para o cuidado das pessoas em sofrimento</p><p>psíquico em decorrência ou não do uso problemático de álcool</p><p>e outras drogas.</p><p>1.4 Atenção psicossocial, território e</p><p>redes sociais</p><p>A atenção psicossocial preconiza o cuidado a partir da pers-</p><p>pectiva da clínica ampliada, a qual prevê a construção de</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 23</p><p>projetos terapêuticos singulares e atendimentos interseto-</p><p>riais. A clínica ampliada visa não apenas ao sujeito e à doença,</p><p>mas também à família e ao contexto social, tendo como ob-</p><p>jetivo produzir saúde e aumentar a autonomia do sujeito, da</p><p>família e da comunidade.</p><p>Saiba mais</p><p>Para mais esclarecimentos a respeito da clínica</p><p>ampliada, acesse o PDF no qual o Ministério da</p><p>Saúde apresenta os objetivos, a funcionalidade</p><p>e os impactos do Humaniza SUS, disponível em:</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/</p><p>clinica_ampliada.pdf.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>de animação sobre</p><p>a importância</p><p>do território</p><p>para a atenção</p><p>psicossocial e para</p><p>a clínica ampliada,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>Id4bF8Uo8q0.</p><p>Dentro da perspectiva da atenção psicossocial e da clíni-</p><p>ca ampliada, o conceito de território é muito importante,</p><p>pois não trata apenas de uma área geográfica, mas inclui as</p><p>relações sociais que nesse espaço se desenvolvem. Um ser-</p><p>viço de base territorial é, com efeito, um serviço de portas</p><p>abertas – qualquer um pode acessar, entrar e sair – que está</p><p>localizado perto de onde o usuário vive; onde está a sua fa-</p><p>mília, seus amigos, as instituições com as quais tem contato</p><p>(igreja, terreiro, escola, polícia, entre outras), os lugares que</p><p>frequenta (unidade de saúde, lojas e demais lugares); e onde</p><p>circulam, por conseguinte, seus sentimentos, afetos e laços</p><p>sociais. Esses elementos que fazem parte da vida do usuário</p><p>compõem o que chamamos de rede social.</p><p>ESCOLA</p><p>POSTO DE SAÚDE</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada.pdf</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada.pdf</p><p>https://youtu.be/Id4bF8Uo8q0</p><p>https://youtu.be/Id4bF8Uo8q0</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 24</p><p>Dessa forma, entendemos que o cuidado à saúde das pessoas é</p><p>muito mais potente nesse território vivo, onde a sua rede social</p><p>pode auxiliá-lo no tratamento e no alívio do seu sofrimento.</p><p>Por outro lado, a aproximação das ações de saúde mental dos</p><p>territórios deve contribuir para que a comunidade esteja mais</p><p>bem preparada para incluir, sem estigmatizar, a diversidade</p><p>que tanto a loucura quanto o uso de drogas expressam.</p><p>1.5 O SUS e a Rede de Atenção</p><p>Psicossocial (RAPS)</p><p>A publicação da Portaria n° 3.088, de 26 de dezembro de 2011,</p><p>veio instituir a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). O info-</p><p>gráfico a seguir apresenta os principais pontos da RAPS.</p><p>Principais pontos da RAPS</p><p>Unidade de Pronto</p><p>Atendimento (UPA)</p><p>Centro de Atenção</p><p>Psicossocial (CAPS)</p><p>SAMU</p><p>Programa de Volta</p><p>para Casa (PVC)</p><p>Centro de Convivência</p><p>Serviços Residenciais</p><p>Terapêuticos (SRT)</p><p>Hospitais Gerais</p><p>Atenção Primária</p><p>à Saúde (APS)</p><p>Pontos</p><p>da RAPS</p><p>Consultório na Rua</p><p>Unidade de</p><p>Acolhimento (UA)</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 25</p><p>Saiba mais</p><p>Para conferir a Portaria n° 3.088 na íntegra, acesse o</p><p>site disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html;</p><p>e para acessar de modo sistematizado a definição,</p><p>as diretrizes e a descrição de alguns serviços da</p><p>RAPS, chamados de pontos de atenção, acesse o</p><p>site disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/</p><p>composicao/saes/desmad/raps.</p><p>A articulação em rede dos variados pontos de atenção promove</p><p>a constituição de um conjunto vivo e concreto de referências</p><p>capazes de acolher a pessoa em sofrimento mental. Essa rede</p><p>é maior, no entanto, do que o conjunto dos serviços de saúde</p><p>mental do município. Uma rede conforma-se à medida que são,</p><p>permanentemente, articuladas outras instituições, associações,</p><p>cooperativas e variados espaços das cidades.</p><p>Os pontos de atenção se organizam a partir de sete componentes</p><p>da RAPS no território, apresentados a seguir.</p><p>Componentes da RAPS no território</p><p>Atenção Básica em Saúde (Atenção Primária à Saúde)1</p><p>Atenção Psicossocial Especializada2</p><p>Atenção de Urgência e Emergência3</p><p>Atenção Residencial de Caráter Transitório4</p><p>Atenção Hospitalar5</p><p>Estratégias de Desinstitucionalização6</p><p>Reabilitação Psicossocial7</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desmad/raps</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desmad/raps</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 26</p><p>Agora vamos conhecer brevemente cada um desses com-</p><p>ponentes.</p><p>Atenção Primária à Saúde</p><p>A Atenção Primária à Saúde oferece à população seu pri-</p><p>meiro e mais próximo ponto de contato com os serviços de</p><p>saúde. Seus serviços não se restringem a oferecer consultas,</p><p>grupos terapêuticos ou campanhas de vacinação, como costu-</p><p>mamos pensar, mas oferecem, igualmente, ações coletivas de</p><p>promoção da saúde no território, ações de prevenção de agra-</p><p>vos à saúde, como grupos educativos sobre abuso de drogas,</p><p>em parceria com escolas da comunidade.</p><p>Não podemos esquecer que a Atenção Primária à Saúde inclui</p><p>serviços como os Centros de Convivência e Cultura, os quais</p><p>têm foco na promoção da saúde, realizando, sob a supervi-</p><p>são de profissionais de saúde, cultura e esportes, atividades</p><p>esportivas e culturais que contribuam para o bem-estar e a</p><p>cidadania de quem vive na comunidade, e os Consultórios na</p><p>Rua, constituídos por equipes de saúde voltadas ao cuidado</p><p>da população que vive em situação de rua, que podem incluir</p><p>médicos e trabalham com os mesmos princípios da Estratégia</p><p>de Saúde da Família.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre a Atenção Primária à Saúde,</p><p>acesse o “Caderno de Atenção Básica n° 34”,</p><p>disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_</p><p>saude_mental.pdf.</p><p>Componentes da RAPS no território</p><p>Atenção Básica em Saúde (Atenção Primária à Saúde)1</p><p>Atenção Psicossocial Especializada2</p><p>Atenção de Urgência e Emergência3</p><p>Atenção Residencial de Caráter Transitório4</p><p>Atenção Hospitalar5</p><p>Estratégias de Desinstitucionalização6</p><p>Reabilitação Psicossocial7</p><p>Os Consultórios na Rua realizam um importante trabalho</p><p>de redução de riscos e danos com</p><p>usuários de drogas em</p><p>situação de rua. Seus profissionais têm papel crucial para</p><p>integrar a rede de cuidados no atendimento a essa popula-</p><p>ção, garantindo seu acesso a outros componentes da RAPS</p><p>e da atenção especializada em saúde.</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 27</p><p>Foto: CENAT – Centro</p><p>Educacional Novas</p><p>Abordagens Terapêuticas.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre os Consultórios na Rua,</p><p>assista ao vídeo disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=fEX4fzi7Drw.</p><p>Atenção Psicossocial Especializada</p><p>Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são as unidades de</p><p>saúde desse componente da RAPS. Os CAPS são constituídos</p><p>por equipes multiprofissionais que acompanham pessoas com</p><p>sofrimento ou transtornos mentais graves e persistentes,</p><p>incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de</p><p>álcool e de outras drogas.</p><p>São serviços de portas abertas, que devem acolher,</p><p>sem agendamento, novos usuários. A partir desse</p><p>acolhimento, a equipe multiprofissional irá elaborar,</p><p>em parceria com o usuário e sua família, um projeto</p><p>terapêutico singular.</p><p>Os CAPS atuam também fora do espaço da sua unidade,</p><p>buscando parcerias na comunidade e com outros serviços</p><p>públicos para facilitar e mediar as relações dos usuários</p><p>com pessoas e instituições. Esse trabalho é o que permite a</p><p>reabilitação psicossocial de pessoas que, pelo sofrimento,</p><p>pela sua condição social e pelo estigma, vivem excluídas</p><p>das relações na sociedade. O trabalho dos profissionais do</p><p>CAPS, portanto, é realizado tanto no serviço em si quanto</p><p>no território, por isso requer conhecimento e relação com</p><p>esse território.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=fEX4fzi7Drw</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=fEX4fzi7Drw</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 28</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre as modalidades de CAPS e</p><p>suas descrições, acesse o site do governo federal,</p><p>disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/</p><p>composicao/saes/desmad/raps/caps.</p><p>Os CAPS devem ser a primeira opção para o atendimento de</p><p>pessoas, crianças, adolescentes ou adultos que apresentem ne-</p><p>cessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, já que</p><p>se pautam no paradigma da Redução de Danos. Devem oferecer</p><p>também, a partir do vínculo com seus profissionais de referência,</p><p>atendimento interdisciplinar com múltiplas opções de cuidado</p><p>que permita a redução do uso considerado problemático e a cons-</p><p>trução de uma relação de responsabilidade do usuário consigo,</p><p>com a substância psicoativa e com o mundo. As emergências</p><p>psiquiátricas ou os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e</p><p>outras Drogas, em sua modalidade mais complexa, os CAPS ad</p><p>III, por terem leitos e funcionarem 24h, podem ser as primeiras</p><p>opções para internação breve para a estabilização dos casos de</p><p>crise e a construção de projetos terapêuticos singulares para</p><p>encaminhamento a terapêuticas e serviços que deem conta da</p><p>complexidade de cada caso.</p><p>Atenção de Urgência e Emergência</p><p>O atendimento de urgência a quadros de saúde mental pode</p><p>ser realizado, preferencialmente, nos CAPS e nos prontos-</p><p>-socorros gerais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).</p><p>A estabilização do quadro depende, nesses casos, tanto de</p><p>medicação quanto de um ambiente adequado para ouvir o</p><p>paciente e seus familiares, e mediar conflitos. Por fim, casos</p><p>de urgência podem requerer um atendimento pré-hospita-</p><p>lar, que é realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de</p><p>Urgência (SAMU).</p><p>Glossário</p><p>Redução de Danos: constitui</p><p>um conjunto de princípios</p><p>e estratégias para abordar</p><p>problemas relacionados ao</p><p>uso de drogas e minimizar</p><p>os riscos relacionados ao</p><p>consumo de substâncias,</p><p>apoiado pelo Ministério</p><p>da Saúde e pela Secretaria</p><p>Nacional de Política sobre</p><p>Drogas e Gestão de Ativos</p><p>(SENAD), como veremos na</p><p>Unidade 2 deste módulo.</p><p>Glossário</p><p>Unidades de Pronto</p><p>Atendimento (UPAs): UPAs</p><p>24h são estruturas de</p><p>complexidade intermediária</p><p>entre as Unidades Básicas</p><p>de Saúde e as portas de</p><p>urgência hospitalares.</p><p>Em conjunto com estas,</p><p>compõem a Rede de Atenção</p><p>às Urgências.</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desmad/raps/caps</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desmad/raps/caps</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 29</p><p>Atenção Residencial de Caráter Transitório</p><p>O cuidado das pessoas com</p><p>necessidades decorrentes do</p><p>uso de álcool e/ou drogas,</p><p>particularmente daquelas sem</p><p>rede social de apoio, pode exigir</p><p>um acolhimento residencial</p><p>supervisionado. Duas propostas</p><p>surgem de origens diferentes</p><p>e deveriam realizar apenas</p><p>acolhimentos voluntários.</p><p>De um lado, a experiência dos CAPS trouxe a necessidade</p><p>de serviços residenciais como uma extensão do cuidado no</p><p>CAPS para garantir moradia digna, acolhimento seguro para</p><p>quem vivia ameaçado em seu território e apoio constante</p><p>para reduzir ou interromper o consumo da droga. Propostas</p><p>como “casas de passagem” e “casas do meio do caminho”</p><p>inspiraram a definição das Unidades de Acolhimento (UA),</p><p>financiadas pelo Ministério da Saúde.</p><p>Unidades de Acolhimento</p><p>Oferecem cuidados contínuos de saúde,</p><p>24 horas, em ambiente residencial.</p><p>Abrigam, no máximo, quinze adultos ou dez</p><p>adolescentes, por período de até seis meses.</p><p>Trabalham como uma extensão do CAPS,</p><p>buscando a (re)inserção de seus acolhidos.</p><p>Acolhem e oferecem cuidados contínuos</p><p>e de proteção para até dez crianças e</p><p>adolescentes, observando as orientações</p><p>do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).</p><p>A permanência no serviço é de caráter voluntário.</p><p>Atenção</p><p>Residencial</p><p>de Caráter</p><p>Transitório</p><p>Unidades de</p><p>Acolhimento</p><p>Adulto</p><p>Unidades de</p><p>Acolhimento</p><p>Infantil</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 30</p><p>Há ainda uma grande variedade de instituições privadas que</p><p>se estabeleceram no país com o intuito de ofertar, às pessoas</p><p>que fazem uso considerado problemático de álcool e outras</p><p>drogas, um afastamento de seu meio e a possibilidade de</p><p>estabelecer uma nova organização de sua vida sem a dro-</p><p>ga. Apesar da grande heterogeneidade dessas instituições,</p><p>muitas delas utilizam o nome de Comunidade Terapêutica.</p><p>Em 2015, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CO-</p><p>NAD) aprovou a regulamentação das Comunidades Tera-</p><p>pêuticas. Propiciou, assim, um instrumento para a política</p><p>pública não somente financiar, mas também – e sobretudo</p><p>– garantir os direitos das pessoas atendidas por meio da</p><p>definição de seu papel, acompanhamento de suas ações e</p><p>fiscalização dessas entidades.</p><p>Saiba mais</p><p>Para entender sobre o CONAD, sua função e modo</p><p>de funcionamento, acesse o site do governo federal,</p><p>disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/</p><p>assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/</p><p>conad. Para conferir o conteúdo da Resolução</p><p>CONAD n° 01/2015, acesse o documento disponível</p><p>em: http://www.confenact.org.br/wp-content/</p><p>uploads/2015/05/Resolu%C3%A7%C3%A3o-do-</p><p>CONAD-Regulamentacao-Texto-Final-Aprovado-</p><p>05-e-06-05-2015.pdf.</p><p>Fique por dentro</p><p>Em 2024, o Conselho Nacional dos Direitos da</p><p>Criança e do Adolescente (CONANDA) publicou</p><p>a Resolução n° 249/2024, que dispõe sobre</p><p>a proibição do acolhimento de crianças e</p><p>adolescentes em Comunidades Terapêuticas.</p><p>O Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas</p><p>(CONAD), por sua vez, publicou a Resolução</p><p>CONAD n° 10/2024, que constituiu um Grupo</p><p>de Trabalho para a elaboração de plano de</p><p>desinstitucionalização dos adolescentes acolhidos</p><p>em Comunidades Terapêuticas.</p><p>https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/conad</p><p>https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/conad</p><p>https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/conad</p><p>http://www.confenact.org.br/wp-content/uploads/2015/05/Resolu%C3%A7%C3%A3o-do-CONAD-Regulamentacao-Texto-Final-Aprovado-05-e-06-05-2015.pdf</p><p>http://www.confenact.org.br/wp-content/uploads/2015/05/Resolu%C3%A7%C3%A3o-do-CONAD-Regulamentacao-Texto-Final-Aprovado-05-e-06-05-2015.pdf</p><p>http://www.confenact.org.br/wp-content/uploads/2015/05/Resolu%C3%A7%C3%A3o-do-CONAD-Regulamentacao-Texto-Final-Aprovado-05-e-06-05-2015.pdf</p><p>http://www.confenact.org.br/wp-content/uploads/2015/05/Resolu%C3%A7%C3%A3o-do-CONAD-Regulamentacao-Texto-Final-Aprovado-05-e-06-05-2015.pdf</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 31</p><p>Saiba mais</p><p>Para ler a Resolução n° 10/2024 na íntegra, acesse o</p><p>link disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/</p><p>dou/-/resolucao-conad-n-10-de-19-de-julho-</p><p>de-2024-573460523, e para ler a Resolução</p><p>n° 249/2024 na íntegra, acesse: https://www.</p><p>in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-249-de-10-</p><p>de-julho-de-2024-571720917.</p><p>Atenção Hospitalar</p><p>A Atenção Hospitalar à saúde mental</p><p>deve estar inserida nos Hospitais</p><p>Gerais, aliada a outras especialidades</p><p>médicas. Nesse modelo, leitos ou</p><p>pequenas enfermarias de saúde</p><p>mental realizam internações</p><p>breves (a maioria de uma a três</p><p>semanas) para casos agudos</p><p>que necessitem de cuidado</p><p>médico intensivo, ou que tragam</p><p>complicações clínicas associadas</p><p>aos transtornos mentais. Grande</p><p>parte das internações de pessoas</p><p>com necessidades decorrentes do</p><p>uso de drogas se dá pela associação</p><p>do quadro de dependência com</p><p>outros agravos, como infecções ou</p><p>doenças diretamente ligadas ao uso</p><p>abusivo de drogas – um exemplo</p><p>é a cirrose hepática secundária</p><p>ao consumo abusivo de álcool.</p><p>Complicações por intoxicação</p><p>ou abstinência, que provocam</p><p>alterações do comportamento,</p><p>como episódios psicóticos com</p><p>grande desorganização ou situações</p><p>de alto risco de suicídio, também</p><p>completam as razões mais comuns</p><p>para internação.</p><p>Além dos Hospitais Gerais, as emergências psiquiátricas –</p><p>e os CAPS ad III, como já foi dito –, também podem realizar</p><p>atendimento e cuidado intensivo para a estabilização do</p><p>quadro. Durante a internação, a equipe territorial (CAPS</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-conad-n-10-de-19-de-julho-de-2024-573460523</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-conad-n-10-de-19-de-julho-de-2024-573460523</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-conad-n-10-de-19-de-julho-de-2024-573460523</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-249-de-10-de-julho-de-2024-571720917</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-249-de-10-de-julho-de-2024-571720917</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-249-de-10-de-julho-de-2024-571720917</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 32</p><p>ou Atenção Básica) deve continuar acompanhando seus</p><p>pacientes, preparando a alta e o seguimento do cuidado.</p><p>Apesar da dificuldade em realizar esse tipo de integração,</p><p>ela ocorre em diversos lugares e beneficia fortemente os</p><p>pacientes, particularmente aqueles mais graves, com menos</p><p>apoio social.</p><p>Internação de pacientes que apresentam problemas</p><p>relacionados ao uso de drogas</p><p>Quando pode ser</p><p>necessária a internação?</p><p>Quando o paciente</p><p>apresenta complicações</p><p>psiquiátricas ou clínicas.</p><p>Quando o sujeito não está</p><p>conseguindo interromper o uso</p><p>compulsivo e frequentemente</p><p>se coloca (ou coloca outra</p><p>pessoa) em risco de perder a vida.</p><p>Onde essa pessoa</p><p>pode ser acolhida?</p><p>Hospitais Gerais</p><p>ou CAPS ad III Unidades de Acolhimento (UA)</p><p>Estratégia de Desinstitucionalização</p><p>Segundo a Portaria n° 2840/2014, do Ministério da Saúde,</p><p>que cria o Programa de Desinstitucionalização, como parte da</p><p>Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), o principal objetivo das</p><p>ações de desinstitucionalização é favorecer os percursos de</p><p>produção de autonomia e da contratualidade social, de forma</p><p>a garantir os direitos das pessoas egressas de internação de</p><p>longa permanência e a efetiva participação e inclusão social.</p><p>Para tanto, como estratégias de desinstitucionalização fo-</p><p>ram criados os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs)</p><p>e o Programa de Volta para Casa (PVC), instituído pela Lei</p><p>n° 10.708, de 31 de julho de 2003, que provê, mensalmente,</p><p>auxílio reabilitação em dinheiro, de caráter indenizatório,</p><p>para parte dos ex-moradores de hospitais psiquiátricos.</p><p>Glossário</p><p>Serviços Residenciais</p><p>Terapêuticos (SRTs): casas</p><p>onde podem viver cerca</p><p>de dez pessoas, com graus</p><p>variados de supervisão</p><p>de saúde, a depender das</p><p>condições de seus moradores.</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 33</p><p>Reabilitação psicossocial</p><p>Para garantir a integração social e a cidadania das pessoas que</p><p>sofrem com transtornos mentais e apresentam necessidades</p><p>decorrentes do uso problemático de álcool e outras drogas,</p><p>são necessárias iniciativas voltadas à geração de trabalho,</p><p>renda e moradia. Muitas das pessoas que têm transtornos</p><p>mentais são excluídas do mercado de trabalho tradicional.</p><p>A formação de cooperativas, baseadas nos princípios da</p><p>Economia Solidária, tem permitido criar oportunidades de</p><p>trabalho, reconhecimento social, socialização e renda para</p><p>os usuários da RAPS. Da mesma forma, o apoio à associação</p><p>de usuários para a moradia e, principalmente, a formas de</p><p>subsídio público à moradia também são estratégias funda-</p><p>mentais para a reabilitação psicossocial.</p><p>Saiba mais</p><p>O Corra pro Abraço, do Governo do Estado</p><p>da Bahia, é um programa que atua a partir da</p><p>perspectiva da Redução de Danos, desde 2013,</p><p>buscando promover cidadania e garantia dos</p><p>direitos de pessoas que vivem em contexto de</p><p>vulnerabilidade, em situação de uso de álcool</p><p>e outras drogas. Uma das suas ações é voltada</p><p>para a formação profissional, através de cursos</p><p>profissionalizantes, oficinas e formações, que</p><p>possam colaborar com a inserção ou reinserção</p><p>dos assistidos no mundo do trabalho a partir do</p><p>Núcleo de Inclusão Social (NIS). Para saber mais</p><p>sobre o programa, acesse o site “Corra pro abraço”,</p><p>disponível em: https://corraproabraco.ba.gov.</p><p>br/o-corra/ e assista ao documentário “Corra pro</p><p>Abraço” disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=DbYJwPZTQM8.</p><p>Agora que foram apresentados os pontos de atenção da rede</p><p>de saúde mental, procure se informar sobre quais pontos de</p><p>atenção estão presentes na sua cidade ou no seu bairro!</p><p>A política de saúde mental partilha com as práticas de redu-</p><p>ção de danos e com a tradição da bioética o mesmo princípio</p><p>fundamental: acima de qualquer juízo moral sobre compor-</p><p>tamentos e crenças de usuários de drogas e/ou pacientes,</p><p>deve estar a defesa da vida e o direito à saúde. Essa é a fina-</p><p>lidade última do cuidado clínico ao usuário/paciente. Esse é,</p><p>https://corraproabraco.ba.gov.br/o-corra/</p><p>https://corraproabraco.ba.gov.br/o-corra/</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=DbYJwPZTQM8</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=DbYJwPZTQM8</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 34</p><p>com efeito, o objetivo das políticas públicas que articulam</p><p>esse cuidado para a construção e garantia da cidadania.</p><p>Saiba mais</p><p>Bioética é uma área de estudo interdisciplinar que</p><p>envolve problematizações éticas colocadas pelo</p><p>avanço tecnológico e suas interferências na vida</p><p>humana. Para maiores detalhes, acesse o Módulo</p><p>Bioética da Universidade Aberta do SUS, disponível</p><p>em: https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_</p><p>virtual/esf/1/modulo_bioetica/Aula01.pdf.</p><p>1.6 Aspectos legais da internação em</p><p>saúde mental</p><p>A internação psiquiátrica nunca deve ser a primeira opção no</p><p>tratamento das pessoas que sofrem por conta de transtornos</p><p>mentais, incluindo a dependência a substâncias psicoativas.</p><p>O artigo 4° da Lei n° 10.216 afirma:</p><p>[...] internação, em qualquer de suas modalidades,</p><p>só será indicada quando os recursos extra-</p><p>hospitalares se mostrarem insuficientes.</p><p>Brasil, 2001</p><p>Tipos de internação psiquiátrica</p><p>O próprio usuário solicita ou consente com sua</p><p>internação e tem o direito de pedir a qualquer</p><p>momento a sua suspensão.</p><p>I - Internação voluntária</p><p>Aquela determinada pela Justiça como medida</p><p>de segurança em função da prática de um crime</p><p>influenciado por um suposto estado de</p><p>desorganização psíquica de seu autor.</p><p>III - Internação compulsória</p><p>Acontece sem o consentimento do usuário e a</p><p>pedido de terceiro. Nesse caso, a internação deve</p><p>ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo</p><p>responsável técnico do estabelecimento no qual</p><p>tenha ocorrido, devendo esse mesmo</p><p>procedimento ser adotado quando ocorrer a alta.</p><p>Conforme o artigo 23, da Lei n° 13.840/2019, em seu</p><p>parágrafo § 5º, nessa modalidade, a internação deve</p><p>se dar por decisão médica, apenas após</p><p>comprovada a impossibilidade de utilização de</p><p>outros recursos terapêuticos da Rede de Atenção à</p><p>Saúde, e a família tem direito a pedir a suspensão da</p><p>internação a qualquer momento, mas seu término</p><p>deverá ser determinado pelo médico responsável.</p><p>II - Internação involuntária</p><p>Tipos de internação psiquiátrica</p><p>O próprio usuário solicita ou consente com sua</p><p>internação e tem o direito de pedir a qualquer</p><p>momento a sua suspensão.</p><p>I - Internação voluntária</p><p>Aquela determinada pela Justiça como medida</p><p>de segurança em função da prática de um crime</p><p>influenciado por um suposto estado de</p><p>desorganização psíquica de seu autor.</p><p>III - Internação compulsória</p><p>Acontece sem o consentimento do usuário e a</p><p>pedido de terceiro. Nesse caso, a internação deve</p><p>ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo</p><p>responsável técnico do estabelecimento no qual</p><p>tenha ocorrido, devendo esse mesmo</p><p>procedimento ser adotado quando ocorrer a alta.</p><p>Conforme o artigo 23, da Lei n° 13.840/2019, em seu</p><p>parágrafo § 5º, nessa modalidade, a internação deve</p><p>se dar por decisão médica, apenas após</p><p>comprovada a impossibilidade de utilização de</p><p>outros recursos terapêuticos da Rede de Atenção à</p><p>Saúde, e a família tem direito a pedir a suspensão da</p><p>internação a qualquer momento, mas seu término</p><p>deverá ser determinado pelo médico responsável.</p><p>II - Internação involuntária</p><p>A lei define também os tipos de internação psiquiátrica.</p><p>Confira cada um deles no infográfico a seguir.</p><p>https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_bioetica/Aula01.pdf</p><p>https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_bioetica/Aula01.pdf</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 35</p><p>Tipos de internação psiquiátrica</p><p>O próprio usuário solicita ou consente com sua</p><p>internação e tem o direito de pedir a qualquer</p><p>momento a sua suspensão.</p><p>I - Internação voluntária</p><p>Aquela determinada pela Justiça como medida</p><p>de segurança em função da prática de um crime</p><p>influenciado por um suposto estado de</p><p>desorganização psíquica de seu autor.</p><p>III - Internação compulsória</p><p>Acontece sem o consentimento do usuário e a</p><p>pedido de terceiro. Nesse caso, a internação deve</p><p>ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo</p><p>responsável técnico do estabelecimento no qual</p><p>tenha ocorrido, devendo esse mesmo</p><p>procedimento ser adotado quando ocorrer a alta.</p><p>Conforme o artigo 23, da Lei n° 13.840/2019, em seu</p><p>parágrafo § 5º, nessa modalidade, a internação deve</p><p>se dar por decisão médica, apenas após</p><p>comprovada a impossibilidade de utilização de</p><p>outros recursos terapêuticos da Rede de Atenção à</p><p>Saúde, e a família tem direito a pedir a suspensão da</p><p>internação a qualquer momento, mas seu término</p><p>deverá ser determinado pelo médico responsável.</p><p>II - Internação involuntária</p><p>A compreensão da internação compulsória como medida de</p><p>segurança baseia-se sobretudo no parecer do Ministério Pú-</p><p>blico Federal, de 2011, o qual serviu de base para a mesma</p><p>compreensão expressa no Guia Estratégico para o Cuidado</p><p>de Pessoas com Necessidades Relacionadas ao Consumo de</p><p>Álcool e Outras Drogas: Guia AD.</p><p>Saiba mais</p><p>Para aprofundar seu conhecimento e conferir na</p><p>íntegra o “Parecer sobre medidas de segurança</p><p>e hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico</p><p>sob a perspectiva da lei n° 10.216/2001”, acesse o</p><p>documento disponível em: https://mpce.mp.br/</p><p>wp-content/uploads/2016/03/Parecer-sobre-</p><p>Medidas-de-Seguran%C3%A7a-e-Hospitais-</p><p>de-Custodia-e-Tratamento-Psiquiatrico-sob-a-</p><p>perspectiva-da-Lei-N.-10.216-de-2001.pdf e o</p><p>“Guia Estratégico para o Cuidado de Pessoas com</p><p>Necessidades Relacionadas ao Consumo de Álcool</p><p>e Outras Drogas: Guia AD”, disponível em: https://</p><p>bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_</p><p>estrategico_cuidado_pessoas_necessidades.pdf.</p><p>https://mpce.mp.br/wp-content/uploads/2016/03/Parecer-sobre-Medidas-de-Seguran%C3%A7a-e-Hospitais-de-Custodia-e-Tratamento-Psiquiatrico-sob-a-perspectiva-da-Lei-N.-10.216-de-2001.pdf</p><p>https://mpce.mp.br/wp-content/uploads/2016/03/Parecer-sobre-Medidas-de-Seguran%C3%A7a-e-Hospitais-de-Custodia-e-Tratamento-Psiquiatrico-sob-a-perspectiva-da-Lei-N.-10.216-de-2001.pdf</p><p>https://mpce.mp.br/wp-content/uploads/2016/03/Parecer-sobre-Medidas-de-Seguran%C3%A7a-e-Hospitais-de-Custodia-e-Tratamento-Psiquiatrico-sob-a-perspectiva-da-Lei-N.-10.216-de-2001.pdf</p><p>https://mpce.mp.br/wp-content/uploads/2016/03/Parecer-sobre-Medidas-de-Seguran%C3%A7a-e-Hospitais-de-Custodia-e-Tratamento-Psiquiatrico-sob-a-perspectiva-da-Lei-N.-10.216-de-2001.pdf</p><p>https://mpce.mp.br/wp-content/uploads/2016/03/Parecer-sobre-Medidas-de-Seguran%C3%A7a-e-Hospitais-de-Custodia-e-Tratamento-Psiquiatrico-sob-a-perspectiva-da-Lei-N.-10.216-de-2001.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_estrategico_cuidado_pessoas_necessidades.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_estrategico_cuidado_pessoas_necessidades.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_estrategico_cuidado_pessoas_necessidades.pdf</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 36</p><p>Fique por dentro</p><p>Em fevereiro de 2023, o Conselho Nacional de</p><p>Justiça (CNJ) instituiu a Política Antimanicomial do</p><p>Poder Judiciário, por meio da Resolução n° 487,</p><p>estabelecendo procedimentos e diretrizes para</p><p>implementar a Convenção Internacional dos Direitos</p><p>das Pessoas com Deficiência e a Lei n° 10.216/2001,</p><p>no âmbito do processo penal e da execução das</p><p>medidas de segurança. Em breves palavras,</p><p>a resolução anulou a modalidade de internação</p><p>compulsória de pessoas com transtorno mental</p><p>que entram em conflito com a lei em manicômios</p><p>judiciários – os Hospitais de Custódia e Tratamento</p><p>Psiquiátrico (HCTP) –, determinando o tratamento</p><p>dessas e de quaisquer outras com deficiência</p><p>psicossocial em alinhamento com os princípios da</p><p>Reforma Psiquiátrica. Além disso, determinou o</p><p>fechamento desses estabelecimentos até o dia 28</p><p>de agosto de 2024.</p><p>A medida de segurança é uma sanção penal determinada pela</p><p>Justiça como tratamento psiquiátrico obrigatório a quem en-</p><p>tra em conflito com a lei por ter sido considerado incapaz de</p><p>compreender a ilicitude do ato cometido, por isso, considerado</p><p>inimputável. No Código Penal brasileiro, está prevista em seu</p><p>artigo 96 como internação em Hospital de Custódia e Trata-</p><p>mento Psiquiátrico ou tratamento ambulatorial.</p><p>Saiba mais</p><p>Para compreender a problemática das medidas</p><p>de segurança, recomendamos o documentário</p><p>“Crônicas (des)medidas”, disponível em: https://</p><p>www.youtube.com/watch?v=W6opH0NPVgA.</p><p>O tema da internação motivada pelo uso da droga adquiriu,</p><p>no Brasil, um relevo sem paralelo no contexto internacional</p><p>e, como vimos, sem suporte na legislação que orienta a po-</p><p>lítica de saúde mental no país. A defesa da internação para</p><p>usuários de drogas como política prioritária, particularmente</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=W6opH0NPVgA</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=W6opH0NPVgA</p><p>Módulo 2</p><p>Política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: práticas de cuidado em saúde e proteção social 37</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>sobre</p>

Mais conteúdos dessa disciplina