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<p>Indaial – 2022</p><p>Planejamento</p><p>tributário</p><p>Profª. Josiane de Oliveira Schlotefeldt</p><p>Prof. Valdecir Knuth</p><p>2a Edição</p><p>Contabilidade e</p><p>Elaboração:</p><p>Profª. Josiane de Oliveira Schlotefeldt</p><p>Prof. Valdecir Knuth</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2022</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>Impresso por:</p><p>S345c</p><p>Schlotefeldt, Josiane de Oliveira</p><p>Contabilidade e planejamento tributário. / Josiane de Oliveira</p><p>Schlotefeldt; Valdecir Knuth. – Indaial: UNIASSELVI, 2022</p><p>214 p.; il.</p><p>ISBN 978-85-515-0464-2</p><p>1. Carga tributária. – Brasil. I. Knuth, Valdecir. II. Centro Universitário</p><p>Leonardo da Vinci.</p><p>CDD 657</p><p>Olá, acadêmico! Seja muito bem-vindo ao Livro Didático de Contabilidade</p><p>e Planejamento Tributário. Você já parou para refletir que todas as empresas devem</p><p>recolher tributos, sejam elas de pequeno ou grande porte? Nesse sentido, paira a</p><p>sua importância, como futuro contador, de realizar cálculos e controles eficientes e</p><p>adequados desses desembolsos, bem como efetuar pesquisas e fazer o planejamento</p><p>para que essas organizações sejam as mais eficazes possíveis no que diz respeito à</p><p>carga tributária.</p><p>Para te auxiliar na sua trajetória na área tributária, desde a Unidade 1 você já</p><p>terá contato com a parte prática ao calcular, contabilizar e apurar os tributos sobre o</p><p>faturamento e sobre a folha de pagamento das empresas. No entanto, antes, é importante</p><p>compreender como funciona o sistema tributário do nosso país, os elementos dos</p><p>tributos e a competência tributária de cada ente federativo.</p><p>Na Unidade 2, o conhecimento será ainda mais aprofundado, ao compreender</p><p>os regimes de tributação em que as empresas poderão se enquadrar. O estudo se dará</p><p>regime por regime, sendo possível conhecer as principais leis inerentes, características,</p><p>e realizar o cálculo e contabilização de cada tributo especificamente em todos os regimes</p><p>tributários, seja no Lucro Presumido, Lucro Real, Simples Nacional, ou Lucro Arbitrado.</p><p>No que se refere à Unidade 3, você irá conhecer como funciona o planejamento</p><p>tributário, como adequar a empresa para a economia tributária, além de compreender</p><p>como ocorre uma fraude tributária. Você irá estudar como fazer a análise dos efeitos</p><p>tributários na empresa. Esta é uma excelente oportunidade para você também estudar</p><p>a melhor opção de compra de mercadoria para revenda e/ou insumos para a produção,</p><p>de acordo com os impactos das decisões sobre compras para a empresa realizar o</p><p>planejamento tributário.</p><p>Conforme comentamos anteriormente, as empresas precisam de contadores</p><p>capacitados para atuar na área tributária, auxiliando no desenvolvimento delas e</p><p>contribuindo com seus colaboradores, sociedade e país. É isso que objetivamos ao</p><p>desenvolver este livro de Contabilidade e Planejamento Tributário.</p><p>Bons estudos e sucesso!</p><p>Profª. Josiane de Oliveira Schlotefeldt</p><p>Prof. Valdecir Knuth.</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e</p><p>dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes</p><p>completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você</p><p>acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar</p><p>essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só</p><p>aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>QR CODE</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - ASPECTOS GERAIS DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ...................................1</p><p>TÓPICO 1 - ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ...............................3</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3</p><p>2 CONCEITO E OBJETO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ................................................3</p><p>3 ELEMENTOS DOS TRIBUTOS..............................................................................................4</p><p>3.1 FATO GERADOR ...................................................................................................................................... 5</p><p>3.2 CONTRIBUINTE...................................................................................................................................... 5</p><p>3.3 BASE DE CÁLCULO .............................................................................................................................. 5</p><p>3.4 ALÍQUOTA ............................................................................................................................................... 6</p><p>3.5 CRÉDITO.................................................................................................................................................. 6</p><p>3.6 COMPENSAÇÃO .................................................................................................................................... 6</p><p>3.7 PAGAMENTO............................................................................................................................................7</p><p>4 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL .....................................................................................</p><p>nº</p><p>116/2003. Considerando o exposto, vejamos as operações e respectivas contabilizações</p><p>da empresa no mês de abril/X2:</p><p>Dia 05/04: Prestação de serviço de consultoria a prazo, referente à Nota Fiscal</p><p>de Serviço – NFS – nº 15, no valor de R$ 1.000,00.</p><p>D – Clientes a receber (AC) R$ 1.000</p><p>C – Receita com prestação de serviços (DR) R$ 1.000</p><p>D – ISS sobre serviços (DR) R$ 30</p><p>C – ISS a recolher (PC) R$ 30</p><p>Dia 15/04: Prestação de serviço de consultoria à vista, referente à NFS nº 16 no</p><p>valor de R$ 500,00.</p><p>D – Caixa (AC) R$ 500</p><p>C – Receita com prestação de serviços (DR) R$ 500</p><p>D – ISS sobre serviços (DR) R$ 15</p><p>C – ISS a recolher (PC) R$ 15</p><p>Dia 29/04: Prestação de serviço de consultoria à vista, referente à NFS nº 17, no</p><p>valor de R$ 1.500,00.</p><p>D – Caixa (AC) R$ 1.500</p><p>C – Receita com prestação de serviços (DR) R$ 1.500</p><p>D – ISS sobre serviços (DR) R$ 45</p><p>C – ISS a recolher (PC) R$ 45</p><p>Qual o valor de ISS a recolher referente a abril/X2?</p><p>R$ 30 + R$ 15 + R$ 45 = R$ 90,00.</p><p>A partir dos lançamentos contábeis, percebe-se que o registro do ISS na</p><p>contabilidade se dá com um débito em conta de despesa e um crédito em conta do</p><p>passivo, gerando, assim, a obrigação do pagamento do tributo. Essa obrigação é uma</p><p>obrigação principal. Na empresa em questão, o valor a pagar será de R$ 90,00 e será</p><p>emitida uma guia (boleto) para efetuar o pagamento. O vencimento da guia será até o</p><p>último dia do mês seguinte, ou seja, maio, porém, conforme já mencionado, a data de</p><p>vencimento varia de cidade para cidade. A Figura 4 demonstra um exemplo de guia de</p><p>ISS.</p><p>30</p><p>FIGURA 4 – EXEMPLO DE GUIA DE ISS</p><p>FONTE: Prefeitura Municipal de São Paulo (2015, s.p.)</p><p>Após a empresa pagar a guia de ISS, a conta de “ISS a recolher” ficará com saldo</p><p>zero, até novas notas de serviço serem emitidas e gerarem a obrigação principal.</p><p>Outro ponto é que além da necessidade de emissão de nota fiscal de serviço,</p><p>as empresas prestadoras de serviços normalmente precisam informar mensalmente a</p><p>quantidade de notas emitidas e tomadas (serviços contratados). Tanto a emissão da nota</p><p>de serviço quanto a prestação de contas ao município são consideradas obrigações</p><p>acessórias. A Figura 5 apresenta um exemplo de nota fiscal de serviço.</p><p>FIGURA 5 – EXEMPLO DE NOTA FISCAL DE SERVIÇOS</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>31</p><p>Analise as informações contidas na nota fiscal da Figura 5. Consta a data de</p><p>emissão, os dados do prestador do serviço e do tomador, além da discriminação dos</p><p>serviços que foram prestados. Consta o valor total da nota e o código do serviço. Esse</p><p>código varia de cidade para cidade, não sendo universal. Além do mais, consta o valor</p><p>da base de cálculo para o ISS, a alíquota e o valor do ISS.</p><p>Você se lembra dos artigos 3º e 6º da Lei nº 116/2003? Que são exceções</p><p>relacionadas ao local que o ISS será devido e ao responsável pelo pagamento do</p><p>tributo? Faremos um exemplo de como fica na contabilidade e na nota fiscal nesses</p><p>casos específicos.</p><p>Vamos supor que a empresa Bom Serviços Ltda. presta serviços de demolição.</p><p>Na cidade em que a empresa está situada, a alíquota de ISS sobre serviços de demolição</p><p>é 5%. Além disso, esse serviço é uma exceção do artigo 3º e 6º da Lei Complementar nº</p><p>116/2003, ou seja: além do ISS ter que ser pago no local do estabelecimento do tomador,</p><p>o responsável pelo pagamento é o próprio tomador. Considerando o exposto, vejamos</p><p>as operações e respectivas contabilizações da empresa no mês de agosto/X5:</p><p>Dia 20/08: Prestação de serviço de demolição a prazo, referente à Nota Fiscal</p><p>de Serviço – NFS – nº 285, no valor de R$ 2.200,00.</p><p>D – Clientes a Receber (AC) R$ 2.090</p><p>D – ISS a compensar (AC) R$ 110</p><p>C – Receita com prestação de serviços (DR) R$ 2.200</p><p>D – ISS s/ serviços (DR) R$ 110</p><p>C – ISS a recolher (PC) R$ 110</p><p>No dia 31/08 deve ser feita a compensação do ISS que é de responsabilidade do</p><p>tomador, visto que nesse caso o prestador não é o responsável pelo pagamento:</p><p>D – ISS a recolher (PC) R$ 110</p><p>C – ISS a compensar (AC) R$ 110</p><p>Qual o valor de ISS a recolher referente a agosto/X5?</p><p>R$ 0,00. Todo o ISS deve ser pago pelo tomador.</p><p>Veja que nesses casos específicos, a diferença começa no registro da receita na</p><p>contabilidade. Registramos um crédito em conta de receita com serviços no valor total</p><p>do serviço prestado. No entanto, fazemos um débito na conta de “ISS a compensar” no</p><p>ativo, pois é o tomador quem pagará o imposto (o nosso cliente). Se o cliente é quem vai</p><p>pagar o ISS, a empresa prestadora só receberá o valor líquido entre o total da nota fiscal</p><p>e o ISS. Por isso é que fazemos um débito menor na conta de “Clientes a receber”, já que</p><p>receberemos do cliente apenas o líquido.</p><p>32</p><p>Perceba que não deixamos de registrar na contabilidade o débito na despesa com</p><p>ISS e um crédito no passivo. Mesmo que não seja a empresa prestadora a responsável</p><p>por pagar o tributo, ela acaba recebendo menos do tomador, logo, isso é uma despesa.</p><p>No final do mês deve-se fazer a compensação dos valores registrados no ativo</p><p>como “ISS a compensar” com aqueles valores creditados em “ISS a recolher”. Essa</p><p>compensação acontece transferindo o saldo da conta de ativo para a conta de passivo.</p><p>Não haverá saída de caixa para a empresa prestadora e a quitação do ISS se dá com a</p><p>compensação dessas contas.</p><p>O ISS de serviços que são exceção do artigo 3º e 6º é comumente chamado de</p><p>ISS retido. Dá-se esse nome, pois o ISS é retido na nota fiscal para o tomador pagar, logo,</p><p>o valor líquido da nota fiscal é menor. Veja um exemplo desses casos na Figura 6.</p><p>FIGURA 6 – EXEMPLO DE NOTA DE SERVIÇO COM RETENÇÃO DE ISS</p><p>FONTE: As autoras</p><p>O que muda na nota fiscal da Figura 6 para a nota da Figura 5 é que na Figura 6</p><p>há a informação de que o ISS é retido, e o valor líquido na nota é a diferença entre o valor</p><p>total do serviço prestado e o ISS retido. O valor dos serviços é o valor que o prestador</p><p>registrará na sua receita com prestação de serviços. O valor líquido da nota é o valor</p><p>que o tomador pagará ao prestador, e o ISS retido é o valor que o tomador pagará ao</p><p>município, além de ser registrado pelo prestador como ISS a compensar. Agora que já</p><p>aprendemos sobre o ISS, vamos para o próximo tributo?</p><p>33</p><p>3 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO</p><p>DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS</p><p>DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E</p><p>DE COMUNICAÇÃO – ICMS</p><p>O ICMS é um tributo estadual, que incide sobre operações relacionadas a</p><p>mercadorias e serviços de transporte (exceto o municipal) e de serviços de comunicação.</p><p>Como já vimos no tópico 1, o artigo 155 da Constituição Federal menciona o ICMS.</p><p>3.1 PARTE TEÓRICA</p><p>A Constituição já enfatiza no artigo 155 que o ICMS será não cumulativo, ou</p><p>seja: dará direito a crédito fiscal em determinadas operações. No entanto, assim como</p><p>acontece com o ISS, o ICMS possui uma lei complementar para regulamentá-lo. Esta lei</p><p>é a Lei Complementar nº 87 de 1996, conhecida como Lei Kandir.</p><p>Iniciando pelo elemento fato gerador, diferentemente do ISS, o ICMS possui</p><p>mais de um, devido sua ampla incidência. O artigo 2º da Lei Kandir indica os 8 fatos</p><p>geradores do ICMS:</p><p>Art. 2° O imposto incide sobre:</p><p>I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o</p><p>fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e</p><p>estabelecimentos similares;</p><p>II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal,</p><p>por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;</p><p>III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer</p><p>meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão,</p><p>a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de</p><p>qualquer natureza;</p><p>IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não</p><p>compreendidos na competência tributária dos Municípios;</p><p>V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos</p><p>ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando</p><p>a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar</p><p>à incidência</p><p>do imposto estadual.</p><p>§ 1º O imposto incide também:</p><p>I - sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por</p><p>pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do</p><p>imposto, qualquer que seja a sua finalidade.</p><p>II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha</p><p>iniciado no exterior;</p><p>III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de</p><p>petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos</p><p>dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à</p><p>comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações</p><p>interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado</p><p>o adquirente (BRASIL, 1996).</p><p>34</p><p>Sobre o contribuinte do ICMS, a Lei Kandir, em seu artigo 4º aborda que:</p><p>Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize,</p><p>com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial,</p><p>operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de</p><p>transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda</p><p>que as operações e as prestações se iniciem no exterior.</p><p>Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica</p><p>que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial:</p><p>I - importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua</p><p>finalidade;</p><p>II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação</p><p>se tenha iniciado no exterior;</p><p>III - adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou</p><p>abandonados;</p><p>IV - adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados</p><p>de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não</p><p>destinados à comercialização ou à industrialização (BRASIL, 1996).</p><p>Em resumo, independentemente de a pessoa realizar operações que geram</p><p>ICMS com habitualidade ou não, ou tendo intuito comercial ou não, ela também será</p><p>considerada contribuinte do imposto, inclusive quem importa mercadorias, quem</p><p>é destinatária de serviços prestados no exterior, quem adquire bens de licitação ou</p><p>apreendidos ou abandonados ou adquire lubrificantes e combustíveis e energia elétrica</p><p>de outro estado (quando não destinados à comercialização ou industrialização).</p><p>Já no artigo 13, a Lei Kandir aborda a base de cálculo do imposto. É importante</p><p>mencionar que assim como o ICMS possui vários fatos geradores, ele também possui</p><p>diversas bases de cálculo que dependem da operação a que se refere. Para compreender</p><p>de uma forma mais simples, analise o Quadro 9 que demonstra de forma dinâmica as</p><p>bases de cálculo do ICMS:</p><p>QUADRO 9 – BASES DE CÁLCULO DO ICMS</p><p>Operação Base de Cálculo</p><p>Saída de mercadoria de estabelecimento de</p><p>contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do</p><p>mesmo titular.</p><p>Transmissão a terceiro de mercadoria depositada em</p><p>armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do</p><p>transmitente.</p><p>Transmissão de propriedade de mercadoria, ou de</p><p>título que a represente, quando a mercadoria não tiver</p><p>transitado pelo estabelecimento transmitente;.</p><p>Valor da operação.</p><p>Fornecimento de alimentação, bebidas e outras</p><p>mercadorias por qualquer estabelecimento;</p><p>Valor da operação.</p><p>35</p><p>Prestação de serviço de transporte interestadual e</p><p>intermunicipal e de comunicação.</p><p>Preço do serviço.</p><p>Fornecimento de mercadoria com prestação de</p><p>serviços não compreendidos na competência tributária</p><p>dos Municípios.</p><p>Valor da operação.</p><p>Fornecimento de mercadoria com prestação de</p><p>serviços compreendidos na competência tributária dos</p><p>Municípios e com indicação expressa de incidência do</p><p>imposto de competência estadual, como definido na lei</p><p>complementar aplicável.</p><p>Preço corrente da</p><p>mercadoria.</p><p>Desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens</p><p>importados do exterior.</p><p>A soma das seguintes</p><p>parcelas:</p><p>Valor da mercadoria</p><p>ou bem + II + IPI + IOF</p><p>+ outros impostos,</p><p>taxas, contribuições ou</p><p>despesas aduaneiras.</p><p>Recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no</p><p>exterior.</p><p>Valor da prestação</p><p>de serviço + todos os</p><p>encargos relacionados.</p><p>Aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens</p><p>importados do exterior e apreendidos ou abandonados.</p><p>Valor da operação + II +</p><p>IPI + despesas.</p><p>Entrada no território do Estado de lubrificante e</p><p>combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo</p><p>e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando</p><p>não destinados à comercialização ou industrialização.</p><p>Valor da operação.</p><p>Utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se</p><p>tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada</p><p>a operação ou prestação subsequente.</p><p>Valor da prestação no</p><p>Estado de origem.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>A partir do Quadro 9 já começamos a ver a complexidade que o ICMS tem. É</p><p>importante sempre acompanhar a legislação e suas atualizações. O ICMS possui diversas</p><p>alíquotas que variam conforme as operações. Como já mencionado anteriormente,</p><p>este imposto é estadual e cada estado define as alíquotas que devem ser utilizadas.</p><p>Algo que deve ser comentado é que os estados brasileiros possuem alíquotas</p><p>interestaduais que são utilizadas todas as vezes em que operações ocorram entre estados.</p><p>A Figura 7 apresenta as alíquotas interestaduais entre todos os estados brasileiros.</p><p>36</p><p>FIGURA 7 – ALÍQUOTAS INTERESTADUAIS DE ICMS</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>Para compreender as alíquotas interestaduais, identifique o estado de origem</p><p>e em seguida o estado de destino para verificar qual alíquota é a correta. Por exemplo,</p><p>se o estado de origem for Santa Catarina e o destino Rio Grande do Sul, a alíquota</p><p>interestadual será 12%. Se a origem for Rio Grande do Sul e o destino Paraná, a alíquota</p><p>interestadual será 12%.</p><p>Perceba que as alíquotas interestaduais são utilizadas apenas entre os estados. As</p><p>alíquotas de operações internas dos estados são definidas por lei específica em cada um.</p><p>É importante salientar que apesar da existência da Lei Kandir, como o ICMS é um imposto</p><p>estadual, cada estado do Brasil possui uma lei específica para regular o seu imposto.</p><p>No que se refere ao elemento crédito e compensação, é possível o aprovei-</p><p>tamento de crédito de ICMS de diversas formas previstas na legislação. Vejamos o que</p><p>indicam os artigos 19 e 20 da Lei Kandir:</p><p>Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for</p><p>devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou</p><p>prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal</p><p>e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo</p><p>mesmo ou por outro Estado.</p><p>Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é</p><p>assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto</p><p>anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a</p><p>entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive</p><p>a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o</p><p>recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal</p><p>ou de comunicação.</p><p>37</p><p>§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização</p><p>de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não</p><p>tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à</p><p>atividade do estabelecimento.</p><p>§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos</p><p>créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento</p><p>destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado:</p><p>I - a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por</p><p>mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que</p><p>ocorrer a entrada no estabelecimento;</p><p>II - em cada período de apuração do imposto, não será admitido o</p><p>creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das</p><p>operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre</p><p>o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo</p><p>período;</p><p>III - para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o</p><p>montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o</p><p>valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um</p><p>quarenta</p><p>e oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e</p><p>prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações</p><p>do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as</p><p>saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel</p><p>destinado à impressão de livros, jornais e periódicos (BRASIL, 1996).</p><p>O que podemos perceber do artigo 19? Que haverá crédito de ICMS nas entradas</p><p>de mercadorias na empresa e, também, na aquisição de serviços de transporte. No</p><p>entanto, há que se tomar cuidado pois, aquelas mercadorias e serviços que não tem</p><p>tributação de ICMS, não darão direito à crédito do imposto.</p><p>O artigo 20 fala, além de outros assuntos, que serão abordados em seguida, a</p><p>respeito da possibilidade de aproveitamento de créditos de mercadorias destinadas ao</p><p>ativo imobilizado. Diferentemente do aproveitamento de créditos de mercadorias que</p><p>poderá acontecer integralmente no mês da aquisição, os créditos do imobilizado devem</p><p>ser aproveitados ao longo de 48 meses, ou seja: cada mês representa 1/48 avos do</p><p>crédito total, mas não basta só isso.</p><p>É necessário ainda descobrir a proporção de vendas tributadas com relação às</p><p>vendas totais daquele mês, pois a lei não permite aproveitar créditos do ativo imobilizado</p><p>a partir de vendas isentas de ICMS. Vejamos um exemplo:</p><p>Exemplo: A empresa Refrigerantes Coloridos Ltda. adquiriu em janeiro de</p><p>X2 um bem para o seu ativo imobilizado. O valor da nota fiscal foi R$ 50.000,00 e</p><p>o ICMS destacado de R$ 8.500,00. Naquele janeiro, o valor das vendas tributadas</p><p>da Refrigerantes Coloridos Ltda. foi R$ 237.000,00 e o valor total das vendas foi R$</p><p>300.000,00. A partir disso, por onde começamos o cálculo do crédito de ICMS do</p><p>ativo imobilizado no mês de janeiro?</p><p>38</p><p>Primeiro, dividimos por 48 o crédito de ICMS, a fim de chegarmos ao 1/48 avos:</p><p>R$ 8.500 / 48 = R$ 177,08. Isso significa que se todas as vendas da empresa forem</p><p>tributadas, o valor que será possível aproveitar desse ativo imobilizado mensalmente é</p><p>R$ 177,08.</p><p>No entanto, sabemos que a empresa teve R$ 300 mil de vendas totais e</p><p>que apenas R$ 237 mil foram tributadas. Nesse caso, precisamos encontrar qual a</p><p>porcentagem que representa as vendas tributadas: 237.000 / 300.000 = 0,79 ou 79%.</p><p>A partir disso, só precisamos descobrir quanto é 79% de R$ 177,08: R$ 177,08</p><p>x 79% = R$ 139,90. Finalmente chegamos ao valor que poderá ser aproveitado de</p><p>ICMS nessa aquisição de imobilizado no mês de janeiro de X2: R$ 139,90. É importante</p><p>salientar que esse valor pode variar a cada mês, visto que o valor de vendas tributadas e</p><p>não tributadas variam, além de que a empresa pode ter diversos outros imobilizados em</p><p>que os créditos poderão ser aproveitados.</p><p>Continuando o artigo 20, ele é um tanto curioso, pois afirma que inclusive as</p><p>mercadorias destinadas ao uso ou consumo, darão direito a crédito. No entanto, é</p><p>preciso ter cautela, pois logo em seguida, no artigo 33, a Lei Kandir salienta que o crédito</p><p>proveniente de uso ou consumo somente será possível a partir de janeiro de 2033:</p><p>Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:</p><p>I - somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao</p><p>uso ou consumo do estabelecimento nele entradas a partir de 1º de</p><p>janeiro de 2033;</p><p>II - somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no</p><p>estabelecimento:</p><p>a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica;</p><p>b) quando consumida no processo de industrialização;</p><p>c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação</p><p>para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações</p><p>totais (BRASIL, 1996).</p><p>Conforme exposto no inciso I do artigo 33, ainda não é possível aproveitar créditos</p><p>de ICMS de entradas para uso ou consumo. Importante salientar que é considerado</p><p>uso ou consumo o material que é usado nas atividades comerciais, operacionais ou</p><p>administrativas, desde que não se agregue fisicamente ao que está sendo produzido.</p><p>Alguns exemplos são: café consumido no escritório, papéis, canetas, material de</p><p>limpeza, graxa de alguma máquina da produção etc. (FAZCOMEX, 2021).</p><p>Além de mercadorias, serviços de transporte e ativo imobilizado, a lei Kandir</p><p>permite o aproveitamento de crédito de ICMS do consumo de energia elétrica proveniente</p><p>do processo produtivo: ou seja, de indústrias. Como o ICMS é um imposto estadual, cada</p><p>estado normatiza a forma do aproveitamento do imposto da energia elétrica.</p><p>39</p><p>No estado de Santa Catarina, por exemplo, o aproveitamento ocorre a partir</p><p>de 80% da base de cálculo de ICMS constante na nota de energia elétrica, e aplica-se</p><p>uma alíquota de 25% sobre a base. Se uma indústria tem uma conta de energia, em</p><p>determinado mês, no valor de R$ 2.500,00, e suponhamos que a base de cálculo de</p><p>ICMS seja R$ 2.000,00, qual o valor que poderá ser aproveitado dessa conta?</p><p>Primeiro calculamos 80% da base de cálculo: R$ 2.000 x 80% = R$ 1.600,00.</p><p>Após encontrar a base de cálculo passível de aproveitamento, aplica-se a alíquota de</p><p>25%= R$ 1.600 x 25% = R$ 400,00. Ou seja, nesse mês, o crédito de ICMS aproveitado</p><p>da conta de energia elétrica essa indústria é de R$ 400,00.</p><p>É relevante comentar que cada estado do Brasil utiliza formas diferentes de</p><p>aproveitamento de crédito da energia elétrica, seja pela base de cálculo ou pela alíquota.</p><p>Nesse sentido, é importante pesquisa a legislação vigente em que cada estado. As leis</p><p>são encontradas, normalmente, nos sites das Fazendas Estaduais.</p><p>Por fim, especificamente quanto à compensação de créditos, ocorre de um</p><p>modo geral integralmente a cada mês, salvo a exceção dos créditos provenientes do</p><p>ativo imobilizado e salvo se os créditos forem maiores que os débitos, o que acarretará</p><p>em transporte de créditos para os períodos seguintes. No que se refere ao elemento</p><p>pagamento, o ICMS é devido mensalmente. Confira no Quadro 10 um resumo dos</p><p>elementos do ICMS:</p><p>QUADRO 10 – ELEMENTOS DO ICMS</p><p>Fato Gerador Diversos. Ver artigo 2º da Lei Kandir.</p><p>Contribuinte</p><p>Qualquer pessoa, que realize operações de circulação de</p><p>mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual</p><p>e intermunicipal e de comunicação.</p><p>Base de Cálculo</p><p>Varia, podendo ser: o valor da operação, preço do serviço, preço</p><p>corrente da mercadoria, entre outros mais específicos. Ver Quadro</p><p>9 ou artigo 13 da Lei Kandir.</p><p>Alíquota Varia conforme o Estado e conforme a operação.</p><p>Crédito e</p><p>compensação</p><p>Permite aproveitamento na aquisição de mercadorias, energia</p><p>elétrica em indústrias, e ativo imobilizado. A compensação é</p><p>mensal, salvo do ativo imobilizado ou quando sobra créditos para</p><p>o mês seguinte.</p><p>Pagamento Mensal.</p><p>FONTE: A autora</p><p>40</p><p>3.2 PARTE PRÁTICA</p><p>Consideremos as informações do mês de julho de X4, da empresa Bicecross</p><p>Comércio e Indústria de Bicicletas Ltda. A empresa fabrica bicicletas e vende acessórios</p><p>para ciclistas:</p><p>• A empresa adquire e vende mercadorias tributadas e não tributadas.</p><p>• A alíquota interna do Estado em que a empresa está situada é de 12% entre empresas.</p><p>• Para a energia elétrica, a legislação do estado permite um aproveitamento de crédito</p><p>de 80% sobre a base de cálculo da fatura e a alíquota do ICMS é de 25%.</p><p>• Para aquisições de ativo imobilizado, a alíquota é de 17% nesse estado.</p><p>• Nas vendas, foram vendidas todas as mercadorias e matérias-primas adquiridas, ou</p><p>seja, zera-se o estoque.</p><p>• O custo da devolução de venda de mercadorias é de R$ 3.323,00.</p><p>• Todas as operações ocorreram a prazo.</p><p>QUADRO 11 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA BICECROSS</p><p>Operação Valor R$ Base de Cálculo ICMS</p><p>1 Compra de mercadorias para revenda R$ 52.000 R$ 23.000 R$ 2.760</p><p>2</p><p>Compra de matéria-prima para</p><p>fabricação de bicicletas</p><p>R$ 146.200 R$ 146.200 R$ 17.544</p><p>3</p><p>Devolução de compra de matéria-</p><p>prima</p><p>R$ 10.000 R$ 10.000 R$ 1.200</p><p>4 Energia elétrica do mês R$ 3.250 R$ 3.000 R$ 600</p><p>5</p><p>Aquisição de fretes para recebimento</p><p>de mercadorias</p><p>R$ 17.400 R$ 15.000 R$ 1.800</p><p>6</p><p>Compra de material para uso ou</p><p>consumo</p><p>R$ 5.000 0 0</p><p>7 Venda de mercadorias R$ 80.000</p><p>R$ 35.384 R$ 4.246,08</p><p>8 Devolução de venda de mercadorias R$ 4.100 R$ 4.100 R$ 492</p><p>9 Venda de produtos industrializados R$ 380.000 R$ 380.000 R$ 45.600</p><p>10</p><p>Aquisição de ativo imobilizado para</p><p>uso na produção</p><p>R$ 120.000 R$ 120.000 R$ 20.400</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Para complementar seus estudos, que tal acessar a Lei Kandir na íntegra?</p><p>Acesse o link a seguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm</p><p>DICA</p><p>41</p><p>Iniciaremos fazendo as contabilizações de todas as operações:</p><p>1) Compra de mercadorias para revenda</p><p>D – Estoque R$ 49.240</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 2.760</p><p>C – Fornecedores R$ 52.000</p><p>Como temos o direito de aproveitamento de crédito nas compras de mercadorias,</p><p>lançamos a débito na conta de “ICMS a recuperar” o valor recuperável. Logo, esse valor</p><p>não fará parte do custo da mercadoria, por isso que na conta “Estoque” é lançada apenas</p><p>a diferença entre o valor pago e o valor a recuperar.</p><p>2) Compra de matéria-prima para fabricação de bicicletas</p><p>D – Estoque de matéria-prima R$ 128.656</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 17.544</p><p>C – Fornecedores R$ 146.200</p><p>No caso da aquisição da matéria-prima, vale a mesma regra da compra de</p><p>mercadorias. O que muda é a conta de estoque.</p><p>3) Devolução de compra de matéria-prima</p><p>D – Fornecedores R$ 10.000</p><p>C – ICMS a recolher R$ 1.200</p><p>C – Estoque R$ 8.800</p><p>Nós devolvemos para o fornecedor uma matéria-prima que tínhamos comprado.</p><p>Nesse caso, precisamos debitar a conta “Fornecedores”, pois não teremos mais essa</p><p>obrigação. Em seguida, precisamos gerar um valor de ICMS, pois quando adquirimos a</p><p>matéria-prima nós aproveitamos o crédito, agora que estamos devolvendo precisamos</p><p>pagar (um débito fiscal). Por fim, sai do “Estoque” a diferença.</p><p>4) Energia elétrica do mês</p><p>D – Despesa com energia R$ 2.650</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 600</p><p>C – Energia a pagar R$ 3.250</p><p>O enunciado do exemplo indica que no caso da energia elétrica e do estado em</p><p>que a empresa está situada, a legislação permite um aproveitamento de crédito de 80%</p><p>sobre a base de cálculo da fatura e a alíquota do ICMS é de 25%. Nesse sentido, chegou-</p><p>se no valor de R$ 600 assim:</p><p>42</p><p>Base de cálculo constante na nota: R$ 3.000</p><p>Base de cálculo permitida pela lei: 3.000 x 80% = R$ 2.400</p><p>Aplicação da alíquota sobre a base de cálculo permitida: 2.400 x 25% = R$ 600</p><p>Assim como nas aquisições de mercadorias e matéria-prima, lançamentos um</p><p>débito em “ICMS a recuperar” referente ao valor de R$ 600. O valor total da conta de</p><p>energia fica como crédito no passivo, e a diferença é considerada uma despesa de energia.</p><p>5) Aquisição de fretes para recebimento de mercadorias</p><p>D – Estoque R$ 15.600</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 1.800</p><p>C – Fornecedores R$ 17.400</p><p>Os fretes para recebimento de mercadorias são considerados parte do estoque,</p><p>por isso são lançados de igual forma.</p><p>6) Compra de material para uso ou consumo</p><p>D – Material de uso ou consumo R$ 5.000</p><p>C – Contas a pagar R$ 5.000</p><p>No caso de uso ou consumo, não há a possibilidade de aproveitamento de</p><p>créditos de ICMS, nesse caso, todo o valor é lançado como despesa de uso ou consumo.</p><p>7) Venda de mercadorias</p><p>D – Clientes a receber R$ 80.000</p><p>C – Receita de venda de mercadorias R$ 80.000</p><p>D – CMV R$ 64.840</p><p>C – Estoque R$ 64.840</p><p>D – ICMS s/ vendas R$ 4.246,08</p><p>C – ICMS a recolher R$ 4.246,08</p><p>Nas vendas de mercadorias há sempre três lançamentos contábeis: do</p><p>reconhecimento da receita (80.000), baixa do estoque (49.240+15+600) e o registro</p><p>do imposto a pagar. Nesse caso, lançamos um débito na conta de despesa com “ICMS</p><p>sobre vendas” e um crédito no passivo em “ICMS a recolher”.</p><p>8) Devolução de venda de mercadorias</p><p>D – Devolução de vendas R$ 4.100</p><p>C – Clientes a receber R$ 4.100</p><p>D – Estoque R$ 3.323</p><p>C – CMV R$ 3.323</p><p>43</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 492</p><p>C – ICMS s/ vendas R$ 492</p><p>A devolução de venda ocorre quando um cliente devolve uma mercadoria</p><p>que comprou. Nesse sentido, precisamos lançar um débito na conta de despesa com</p><p>“Devolução de Vendas” e um crédito na conta “Clientes” já que essa venda foi a prazo e</p><p>agora a empresa não tem mais o direito de receber do seu cliente. Ao contrário da venda</p><p>de mercadorias, na devolução de venda lançamos um débito na conta “Estoque” e um</p><p>crédito na conta “CMV” para fazer o estorno dessa mercadoria que está voltando para</p><p>o estoque. Por fim, registramos também o estorno do ICMS: quando vendemos uma</p><p>mercadoria, pagamos ICMS sobre ela. Se o cliente devolveu para a empresa a mercadoria,</p><p>precisamos também aproveitar esse ICMS. Por isso lançamos um débito na conta de</p><p>“ICMS a recuperar” e um crédito na conta de “ICMS s/ vendas” para estornar essa despesa.</p><p>9) Venda de produtos industrializados</p><p>D – Clientes a receber R$ 380.000</p><p>C – Receita de venda de produtos R$ 380.000</p><p>D – CPV R$ 119.856</p><p>C – Estoque de matéria-prima R$ 119.856</p><p>D – ICMS s/ vendas R$ 45.600</p><p>C – ICMS a recolher R$ 45.600</p><p>Na venda de produtos industrializados ocorrem os mesmos lançamentos</p><p>contábeis das vendas de mercadorias, o que muda é a conta de receita de vendas, do</p><p>custo do produto vendido e do estoque de matéria-prima.</p><p>10) Aquisição de ativo imobilizado para uso na produção</p><p>D – Ativo imobilizado R$ 99.600</p><p>D – ICMS a recuperar do ativo imobilizado R$ 20.400</p><p>C – Contas a pagar R$ 120.000</p><p>Você deve se perguntar: aprendemos que na aquisição do ativo imobilizado não</p><p>é possível fazer o aproveitamento de crédito de ICMS todo de uma vez só, então qual o</p><p>motivo dos R$ 20.400 terem sido lançados em ICMS a recuperar?</p><p>Perceba que a conta de ICMS utilizada é uma conta específica para o ativo</p><p>imobilizado, diferente daquela utilizada para mercadorias e energia. Nesse caso,</p><p>lançamos inicialmente o valor integral do crédito na conta “ICMS a recuperar do ativo</p><p>imobilizado” e só no final do mês que descobriremos o valor efetivo a ser recuperado</p><p>desse bem. Vejamos o cálculo a seguir:</p><p>44</p><p>QUADRO 12 – CONTROLE DE CRÉDITO DO ATIVO PERMANENTE</p><p>Competência</p><p>Crédito de</p><p>ICMS</p><p>1/48</p><p>Vendas</p><p>Tributadas</p><p>Vendas</p><p>Totais</p><p>Fator</p><p>ICMS a</p><p>recuperar</p><p>julho/X4 R$ 20.400 R$ 425 R$ 411.284 R$ 455.900 90,21% R$ 383,39</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Conforme aprendemos na parte teórica, para o aproveitamento de crédito de</p><p>ICMS do ativo imobilizado, deve-se fazer o cálculo de 1/48 avos e em seguida verificar a</p><p>proporção de vendas tributadas para vendas totais. Dessa forma, encontra-se o fator a</p><p>ser utilizado para encontrar o valor a recuperar. Ao dividir o crédito de ICMS total por 48,</p><p>chega-se no valor mensal de R$ 425, ou seja: o valor máximo a ser aproveitado em cada</p><p>mês é R$ 425. Ao dividir o valor de vendas tributadas pelas vendas totais, tem-se o fator</p><p>de aproveitamento para o mês de julho: 90,21%. Chegamos dessa forma nesse percentual:</p><p>QUADRO 13 – RESUMO DAS VENDAS</p><p>Vendas Tributadas Vendas Totais</p><p>+ R$ 35.384</p><p>+ R$ 380.000</p><p>- R$ 4.100 (devolução de venda)</p><p>= R$ 411.284</p><p>+ R$ 80.000</p><p>+ R$ 380.000</p><p>- R$ 4.100 (devolução de venda)</p><p>= R$ 455.900</p><p>411.284 / 455.900 = 0,9021 ou 90,21%</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Assim, multiplicamos o valor de 1/48 por 90,21% para chegar ao ICMS recuperável</p><p>do ativo imobilizado no mês de julho: 425 x 90,21% = R$ 383,39. Após encontrarmos</p><p>o valor que efetivamente iremos recuperar, precisamos contabilizá-lo. No entanto,</p><p>antes, perceba que houve uma perda no mês de julho, pois se todas as vendas fossem</p><p>tributadas, a empresa aproveitaria R$ 425, no entanto, só podemos aproveitar R$</p><p>383,39. Essa diferença é contabilizada como uma despesa de ICMS não recuperável:</p><p>11) Lançamento Contábil do ICMS efetivo a recuperar do ativo imobilizado em</p><p>julho/X4:</p><p>D – Despesa com ICMS não recuperável R$ 41,61</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 383,39</p><p>C – ICMS a recuperar do ativo imobilizado R$ 425</p><p>45</p><p>Para compreender esse lançamento é simples: retiramos 1/48 avos, ou seja,</p><p>R$ 425, com um crédito em “ICMS a recuperar do ativo imobilizado”. Debitamos os</p><p>R$ 383,39 em ICMS a recuperar e o restante, que não será recuperado, é lançado na</p><p>despesa com ICMS não recuperável.</p><p>Agora</p><p>que fizemos todos os lançamentos contábeis necessários, precisamos</p><p>apurar o ICMS a recolher de julho/X4:</p><p>QUADRO 14 – APURAÇÃO DE ICMS DO MÊS DE JULHO/X4</p><p>Créditos Fiscais Débitos Fiscais</p><p>Mercadorias R$ 2.760 Devolução de compra R$ 1.200</p><p>Matéria-prima R$ 17.544 Venda de mercadorias R$ 4.246,08</p><p>Energia elétrica R$ 600 Venda de produtos R$ 45.600</p><p>Fretes R$ 1.800</p><p>Devolução de venda R$ 492</p><p>Ativo Imobilizado R$ 383,39</p><p>TOTAL R$ 23.579,39 TOTAL R$ 51.046,08</p><p>Confronto dos créditos e débitos fiscais: 51.046,08 – 23.579,39 = R$ 27.466,69</p><p>FONTE: As autoras</p><p>A partir do Quadro 14 vemos que os débitos fiscais superam os créditos. Nesse</p><p>caso, haverá ICMS a recolher no mês de julho. No entanto, como o ICMS é não cumulativo,</p><p>podemos compensar os créditos, assim, o valor que fica a recolher é R$ 27.466,69. É</p><p>necessário efetuar uma contabilização da transferência dos créditos para os débitos:</p><p>12) Transferência dos saldos a recuperar para recolher:</p><p>D – ICMS a recolher R$ 23.579,39</p><p>C – ICMS a recuperar R$ 23.579,39</p><p>Efetuando estes lançamentos, nós zeramos a conta de “ICMS a recuperar”.</p><p>No mês seguinte, por exemplo, a empresa começará o mês sem saldo de imposto a</p><p>recuperar, salvo o valor do ativo imobilizado que deverá ser calculado ao final do período.</p><p>O ICMS tem diversas particularidades. Ao longo da disciplina e nas autoatividades</p><p>faremos mais exercícios práticos para exercitar o que aprendemos. Agora vamos</p><p>conhecer mais um imposto? É o IPI.</p><p>46</p><p>4 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI</p><p>O IPI é um tributo federal, que incide sobre produtos industrializados. Como já</p><p>vimos no tópico 1, é no artigo 153 da Constituição Federal que se menciona o IPI.</p><p>4.1 PARTE TEÓRICA</p><p>A Constituição já enfatiza no artigo 153 que o IPI será seletivo em função da</p><p>essencialidade do produto, o que significa que quanto mais essencial ele for, menor será</p><p>o imposto. Além do mais, menciona que será não cumulativo, compensando-se o que</p><p>for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. No entanto, assim</p><p>como acontece com o ISS e ICMS, o IPI possui lei complementar para regulamentá-lo.</p><p>Esta lei é o Decreto nº 7.212/2010, também conhecido como Regulamento do IPI.</p><p>Iniciando pelo elemento fato gerador, o artigo 35 do Regulamento do IPI indica</p><p>dois fatos geradores do IPI:</p><p>Art. 35. São fatos geradores do imposto:</p><p>I - o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; e</p><p>II - a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado</p><p>a industrial (BRASIL, 2010).</p><p>No entanto, o que é considerado produto industrializado? Conforme o artigo 3º</p><p>do Regulamento do IPI:</p><p>Art. 3o Produto industrializado é o resultante de qualquer operação</p><p>definida neste Regulamento como industrialização, mesmo incompleta,</p><p>parcial ou intermediária (BRASIL, 2010).</p><p>Mas o que é considerado industrialização? O artigo 4º explica que é qualquer</p><p>operação que modifique a natureza, o funcionamento, acabamento, a apresentação ou</p><p>a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo:</p><p>Art. 4 o Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique</p><p>a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a</p><p>finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:</p><p>I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários,</p><p>importe na obtenção de espécie nova (transformação);</p><p>II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma,</p><p>alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência</p><p>do produto (beneficiamento);</p><p>III - a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de</p><p>que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a</p><p>mesma classificação fiscal (montagem);</p><p>IV - a que importe em alterar a apresentação do produto, pela</p><p>colocação da embalagem, ainda que em substituição da original,</p><p>salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte</p><p>da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou</p><p>V - a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de</p><p>produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para</p><p>utilização (renovação ou recondicionamento).</p><p>47</p><p>Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como</p><p>industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a</p><p>localização e condições das instalações ou equipamentos empregados</p><p>(BRASIL, 2010).</p><p>Nesse sentido, percebe-se que existem várias formas de industrialização, tais</p><p>como: transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento e renovação. No</p><p>entanto, é importante saber diferenciar o que é industrialização e o que a lei não considera.</p><p>A lei não considera industrialização o preparo de produtos alimentares na</p><p>residência do preparador ou em restaurantes, bares ou em cozinhas industriais; preparo</p><p>de refrigerantes por meio de máquinas em restaurantes, bares, para venda direta ao</p><p>consumidor; confecção de produto de artesanato que é o produto proveniente de</p><p>trabalho manual realizado por pessoa natural, quando o trabalho não contar com o auxílio</p><p>de terceiros assalariados e quando o produto for vendido a consumidor diretamente ou</p><p>por intermédio de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido; manipulação</p><p>em farmácia, edificações (BRASIL, 2010).</p><p>Sobre o contribuinte do IPI, o regulamento no artigo 24, enfatiza que:</p><p>Art. 24. São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte:</p><p>I - o importador, em relação ao fato gerador decorrente do</p><p>desembaraço aduaneiro de produto de procedência;</p><p>II - o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de</p><p>produto que industrializar em seu estabelecimento, bem como</p><p>quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;</p><p>III - o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador</p><p>relativo aos produtos que dele saírem, bem como quanto aos demais</p><p>fatos geradores decorrentes de atos que praticar; e</p><p>IV - os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou</p><p>remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou</p><p>editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos,</p><p>quando alcançado pela imunidade prevista no inciso I do art.18.</p><p>Parágrafo único. Considera-se contribuinte autônomo qualquer</p><p>estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação</p><p>a cada fato gerador que decorra de ato que praticar (BRASIL, 2010).</p><p>Para resumir, de um modo geral, o contribuinte do IPI é aquele que importou</p><p>produtos, ou que industrializou (conforme o artigo 4º).</p><p>Já no artigo 190, o regulamento aborda sobre a base de cálculo do imposto,</p><p>que será o valor dos produtos importados mais o frete, tributos, encargos e despesas</p><p>envolvidas. Quanto aos produtos nacionais, a base de cálculo é o valor total da operação:</p><p>Art. 190. Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui</p><p>valor tributável:</p><p>I - dos produtos de procedência estrangeira:</p><p>a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos</p><p>aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do</p><p>montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente</p><p>pagos pelo importador ou dele; e</p><p>48</p><p>b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento</p><p>equiparado a industrial; ou</p><p>II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer</p><p>a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.</p><p>§ 1° O valor da operação referido na alínea “b” do inciso I e no inciso</p><p>II compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das</p><p>demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte</p><p>ao comprador ou destinatário (BRASIL, 2010).</p><p>No que se refere à alíquota, o artigo 189 menciona que o imposto será calculado</p><p>mediante aplicação das alíquotas, constantes da TIPI – Tabela de Incidência do Imposto</p><p>sobre Produtos Industrializados – sobre o valor tributável dos produtos.</p><p>A TIPI é atualmente normatizada pelo Decreto nº 8.950/2016 e está organizada</p><p>em Seções, Capítulos e Subcapítulos, em que constam todos os tipos de produtos</p><p>existentes. Os produtos são classifi</p><p>cados conforme o NCM – Nomenclatura Comum do</p><p>Mercosul –, que é um código de oito números utilizado no Brasil, Paraguai, Uruguai e</p><p>Argentina. Além do NCM, a TIPI traz a descrição do produto a que está referenciando e</p><p>a alíquota de IPI incidente.</p><p>As alíquotas variam de 0% a 30%, dependendo do produto, podendo chegar a</p><p>300% no caso do NCM 2402.20.00 que corresponde a cigarros que contenham tabaco</p><p>(VELLOZA; GOMES, 2021). “A porcentagem elevada pelo Poder Executivo objetiva gravar</p><p>com um imposto mais oneroso um produto maléfi co à saúde e inibir o seu consumo, além</p><p>do caráter pedagógico que a medida extrafi scal impõe” (VELLOZA; GOMES, 2021, p. 3).</p><p>A Figura 8 apresenta um recorte da TIPI para demonstração. Neste recorte do</p><p>Capítulo 33, ve-se produtos relacionados com perfumaria e cosméticos. Os produtos</p><p>classifi cados no código 33.02 possuem alíquota de 5%. Já os perfumes e águas de</p><p>colônia do código 33.03 variam: para perfumes é 42%, para águas de colônia é 12%.</p><p>Alguns produtos de beleza do código 33.04 também tem alíquotas variáveis, tais como</p><p>0%, 12% e 22%.</p><p>Para conhecer e pesquisar sobre os NCMs, acesse o site Siscomex, do Portal</p><p>único do Comércio Exterior no link a seguir: https://portalunico.siscomex.gov.br/</p><p>classif/#/sumario?perfi l=publico.</p><p>DICA</p><p>49</p><p>FIGURA 8 – TIPI</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>Quanto ao elemento crédito e compensação, foi mencionado anteriormente</p><p>que a Constituição Federal já determina que o IPI será não cumulativo, compensando-</p><p>se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Isso</p><p>signifi ca que o imposto cobrado na operação tributada deverá sofrer abatimento da</p><p>operação anterior em razão de crédito existente na escrita fi scal do contribuinte.</p><p>Assim, quando o contribuinte adquire determinado produto, por exemplo, insumos para</p><p>utilização do processo industrial, deverá registar contabilmente o valor do crédito do IPI</p><p>na entrada (VELLOZA; GOMES, 2021).</p><p>A Figura 8 é apenas um pequeno recorte da TIPI. No total, a TIPI possui 425</p><p>páginas. Para conhecer a tabela de incidência na íntegra, acesse o link:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/Anexo/AND8</p><p>950.pdf.</p><p>DICA</p><p>50</p><p>Depois, quando efetuar a venda da mercadoria industrializada, deverá registrar</p><p>contabilmente o valor do IPI incidente na operação. Ao final do período, o contribuinte</p><p>realizará o confronto entre créditos e débitos e poderá verificar se deve ou não pagar</p><p>o IPI do período, ou ainda, se poderá transportar o saldo de crédito do imposto para o</p><p>período ou períodos subsequentes (VELLOZA; GOMES, 2021).</p><p>No que se refere ao último elemento do IPI, o pagamento, o artigo 259 do</p><p>regulamento afirma que é mensal o período de apuração do imposto incidente nas</p><p>saídas dos produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Confira</p><p>no Quadro 15 um resumo dos elementos do imposto.</p><p>QUADRO 15 – ELEMENTOS DO IPI</p><p>Fato Gerador</p><p>Desembaraço aduaneiro e a saída de produto do estabelecimento</p><p>industrial.</p><p>Contribuinte O importador e quem industrializa um produto.</p><p>Base de Cálculo</p><p>Produtos importados: o valor que servir de base para o cálculo</p><p>dos tributos aduaneiros, mais o montante desses tributos e dos</p><p>encargos e o valor total da operação de que decorrer a saída do</p><p>estabelecimento equiparado a industrial.</p><p>Produtos Nacionais: o valor total da operação de que decorrer</p><p>a saída do estabelecimento industrial.</p><p>Alíquota Varia conforme a TIPI.</p><p>Crédito e</p><p>compensação</p><p>Aquisições para utilização no processo industrial.</p><p>Pagamento Mensal.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Agora que já compreendemos a parte teórica, vamos praticar?</p><p>4.2 PARTE PRÁTICA</p><p>Consideremos as informações do mês de julho de X4, da empresa Bicecross</p><p>Comércio e Indústria de Bicicletas Ltda. A empresa fabrica bicicletas e vende acessórios</p><p>para ciclistas:</p><p>• A alíquota de IPI sobre os produtos é de 10%, seja nas aquisições ou nas vendas.</p><p>• No setor de vendas, foram vendidas todas as matérias-primas adquiridas, ou seja,</p><p>zera-se o estoque.</p><p>51</p><p>• Todas as operações ocorreram a prazo.</p><p>• Desconsiderar ICMS.</p><p>QUADRO 16 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA BICECROSS</p><p>Operação Valor R$ IPI</p><p>Valor total da</p><p>nota</p><p>1 Compra de mercadorias para revenda R$ 52.000 - R$ 52.000</p><p>2</p><p>Compra de matéria-prima para</p><p>fabricação de bicicletas</p><p>R$ 146.200 R$ 14.620 R$ 160.820</p><p>3</p><p>Devolução de compra de matéria-</p><p>prima</p><p>R$ 10.000 R$ 1.000 R$ 11.000</p><p>4 Energia elétrica do mês R$ 3.250 - R$ 3.250</p><p>5</p><p>Aquisição de fretes para recebimento</p><p>de mercadorias</p><p>R$ 17.400 - R$ 17.400</p><p>6</p><p>Compra de material para uso ou</p><p>consumo</p><p>R$ 5.000 - R$ 5.000</p><p>7 Venda de mercadorias R$ 80.000 - R$ 80.000</p><p>8 Devolução de venda de mercadorias R$ 4.100 - R$ 4.100</p><p>9 Venda de produtos industrializados R$ 380.000 R$ 38.000 R$ 418.000</p><p>10</p><p>Aquisição de ativo imobilizado para</p><p>uso na produção</p><p>R$ 120.000 - -</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Iniciaremos analisando as operações. Contabilizaremos apenas aquelas que</p><p>tem incidência de IPI, pois as demais já vimos no tópico anterior. Vamos lá? A operação</p><p>Número 1 é uma compra de mercadorias para revenda. Nesse caso, não haverá crédito</p><p>de IPI, pois conforme aprendemos na parte teórica, só há esse direito em aquisições</p><p>destinadas ao processo produtivo. Vamos seguir.</p><p>A operação 2 foi uma compra de matéria-prima para fabricar bicicletas. Nessa</p><p>aquisição, há o direito a crédito do imposto. Perceba que o IPI, diferentemente do ISS e</p><p>ICMS, soma-se valor da operação. O valor da matéria-prima é R$ 146.200. A alíquota de</p><p>IPI é de 10%, ou seja: R$ 14.620. Somando R$ 146.200 com R$ 14.620, tem-se o valor</p><p>total da nota fiscal de compra de matéria-prima: R$ 160.820.</p><p>D – Estoque de Matéria-Prima R$ 146.200</p><p>D – IPI a recuperar R$ 14.620</p><p>C – Fornecedores R$ 160.820</p><p>A operação 3 é uma devolução de compra de matéria-prima. Nesse caso, no</p><p>momento em que adquirimos a matéria-prima, nós aproveitamos IPI, sendo assim,</p><p>quando devolvemos esse material ao fornecedor, temos que devolver também o imposto.</p><p>52</p><p>D – Fornecedores R$ 11.000</p><p>C – IPI a recolher R$ 1.000</p><p>C – Estoque de matéria-prima R$ 10.000</p><p>A operação 4 refere-se à conta de energia do mês e não há incidência de IPI</p><p>sobre energia. O mesmo ocorre com as operações número 5 que é a aquisição de frete para</p><p>recebimentos de mercadorias, e número 6 que é referente a uso ou consumo. Importante</p><p>salientar, conforme comentado no tópico anterior, que é considerado uso ou consumo o</p><p>material que é usado nas atividades comerciais, operacionais ou administrativas, desde</p><p>que não se agregue fisicamente ao que está sendo produzido. Alguns exemplos são: café</p><p>consumido no escritório, papéis, canetas, material de limpeza, graxa de alguma máquina</p><p>da produção etc. (FAZCOMEX, 2021). Nesse sentido, não há que se confundir material</p><p>para uso ou consumo com matéria-prima, insumos ou embalagem.</p><p>Nas operações 7, 8 e 10 não há incidência de IPI, pois as primeiras estão</p><p>relacionadas à atividade de revenda, e a última não gera direito a crédito, conforme</p><p>legislação. Já a número 9 envolve IPI.</p><p>A operação 9 é a venda de produtos industrializados. Perceba que o valor dos</p><p>produtos é R$ 380.000. Sobre esse valor, há incidência de 10% de IPI, ou seja: R$ 38.000.</p><p>Com isso, o valor total da receita de vendas é R$ 418.000. A contabilização fica assim:</p><p>D – Clientes a receber R$ 418.000</p><p>C – Receitas de vendas de produtos R$ 418.000</p><p>D – CPV R$ 136.200</p><p>C – Estoque de matéria-prima R$ 136.200</p><p>D – IPI s/ produtos R$ 38.000</p><p>C – IPI a recolher R$ 38.000</p><p>Agora que fizemos todos os lançamentos contábeis necessários, precisamos</p><p>apurar o IPI a recolher de julho/X4:</p><p>QUADRO 17 – APURAÇÃO DE IPI DO MÊS DE JULHO/X4</p><p>Créditos Fiscais Débitos Fiscais</p><p>Matéria-prima R$ 14.620 Venda de produtos R$ 38.000</p><p>Devolução de compra de</p><p>produtos</p><p>R$ 1.000</p><p>TOTAL R$ 14.620 TOTAL R$ 39.000</p><p>Confronto dos créditos e débitos fiscais: 39.000 – 14.620 = R$ 24.380</p><p>FONTE: As autoras</p><p>53</p><p>A partir do Quadro 17</p><p>vemos que os débitos fiscais superam os créditos. Nesse</p><p>caso, haverá IPI a recolher no mês de julho. No entanto, como o IPI é não cumulativo,</p><p>podemos compensar os créditos, assim, o valor que fica a recolher é R$ 24.380. É</p><p>necessário efetuar uma contabilização da transferência dos créditos para os débitos:</p><p>Transferência dos saldos a recuperar para recolher:</p><p>D – IPI a recolher R$ 14.620</p><p>C – IPI a recuperar R$ 14.620</p><p>Efetuando estes lançamentos, nós zeramos a conta de “IPI a recuperar”. No mês</p><p>seguinte, por exemplo, a empresa começará o mês sem saldo de imposto a recuperar.</p><p>E aí, o que achou de estudar sobre o IPI? Vamos iniciar agora os estudos sobre PIS e</p><p>COFINS!</p><p>5 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS E</p><p>CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE</p><p>SOCIAL – COFINS</p><p>Neste tópico, estudaremos PIS e COFINS, pois são contribuições sociais que</p><p>possuem a mesma base de cálculo, mas não possuem a mesma alíquota. PIS e COFINS</p><p>são tributos federais, que incidem em diversas operações. Como já vimos no tópico 1,</p><p>é o artigo 149 da Constituição Federal que aborda a competência da União em instituir</p><p>contribuições sociais.</p><p>5.1 PARTE TEÓRICA NO REGIME CUMULATIVO</p><p>No Tópico 1 foi abordado que PIS e COFINS podem ser cumulativos e não</p><p>cumulativos. No que se refere ao PIS e COFINS cumulativos, é a Lei nº 9.718 de 1998,</p><p>que dá o norteio. Já para PIS e COFINS não cumulativos as leis diferem entre os tributos:</p><p>para o PIS é a Lei nº 10.637 de 2002, para a COFINS é a Lei nº 10.833 de 2003. Vamos</p><p>iniciar os estudos pelo PIS e COFINS cumulativos.</p><p>Quanto ao elemento fato gerador, a Lei nº 9.718/1998 menciona no artigo 2º</p><p>que “as contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de</p><p>direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento”. O artigo 3º complementa</p><p>que “o faturamento a que se refere o art. 2o compreende a receita bruta”. Sendo assim, é</p><p>o faturamento (receita bruta) que gera a obrigação de PIS e COFINS cumulativos.</p><p>No que se refere ao elemento contribuinte, o contribuinte da contribuição</p><p>para o PIS e COFINS é a pessoa jurídica que auferir as receitas a que se refere o art. 2º.</p><p>Ou seja, a pessoa jurídica que aufira receitas.</p><p>54</p><p>Com relação à base de cálculo, o parágrafo segundo do artigo 3º menciona o</p><p>seguinte:</p><p>2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a</p><p>que se refere o art. 2º, excluem-se da receita bruta:</p><p>I - as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;</p><p>II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados</p><p>como perda, que não representem ingresso de novas receitas,</p><p>o resultado positivo da avaliação de investimento pelo valor do</p><p>patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações</p><p>societárias, que tenham sido computados como receita bruta;</p><p>IV - as receitas de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei no</p><p>6.404, de 15 de dezembro de 1976, decorrentes da venda de bens do</p><p>ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou</p><p>intangível; e</p><p>VI - a receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação</p><p>ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo</p><p>intangível representativo de direito de exploração, no caso de</p><p>contratos de concessão de serviços públicos (BRASIL, 1998).</p><p>Nesse sentido, é importante compreender que tanto as vendas canceladas</p><p>(devoluções de vendas), descontos incondicionais, reversões de provisões e perdas,</p><p>bem como o resultado positivo de avaliação e investimentos, lucros, dividendos, vendas</p><p>do ativo não circulante, e ganho de avaliação com melhoramento de estruturas, devem</p><p>ser excluídos da receita bruta para se chegar à base de cálculo de PIS e COFINS.</p><p>Ainda sobre a base de cálculo, a decisão do STF de número 574.706/2021, decidiu</p><p>que o ICMS destacado nas notas fiscais de venda deverá fazer parte das exclusões da</p><p>base de cálculo de PIS e COFINS, visto que não compõe o preço da mercadoria.</p><p>A alíquota do PIS é 0,65% e de COFINS é 3%, conforme o artigo 4º, inciso IV da</p><p>citada Lei: “IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre</p><p>a receita bruta decorrente das demais atividades”.</p><p>A decisão do STF que excluiu o ICMS da base do PIS e da COFINS é válida</p><p>apenas para as SAÍDAS. No que se refere às entradas (aquisições), o ICMS não</p><p>deve ser excluído da base dos créditos de PIS e COFINS. Isso foi confirmado</p><p>pelo Parecer da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional SEI nº 14.483/ME,</p><p>em que menciona: “não é possível, com base apenas no conteúdo do acórdão,</p><p>proceder ao recálculo dos créditos apurados nas operações de entrada,</p><p>porque a questão não foi, nem poderia ter sido, discutida nos autos”.</p><p>INTERESSANTE</p><p>55</p><p>Quanto ao elemento pagamento, PIS e COFINS são tributos mensais. Já sobre</p><p>o crédito e compensação, não existe no regime cumulativo de PIS e COFINS. Assim,</p><p>finalizamos a parte teórica de PIS e COFINS cumulativos. O Quadro 18 apresenta um</p><p>resumo dos elementos desses tributos:</p><p>QUADRO 18 – ELEMENTOS DO PIS E COFINS CUMULATIVOS</p><p>Fato Gerador Contribuinte Base de Cálculo Alíquota</p><p>Crédito e</p><p>compensação</p><p>Pagamento</p><p>Faturamento</p><p>Pessoa jurídica</p><p>que auferir</p><p>faturamento</p><p>=Receita Bruta</p><p>- Devoluções de</p><p>vendas</p><p>- Descontos</p><p>incondicionais</p><p>- ICMS destacado</p><p>- IPI</p><p>= Base de cálculo</p><p>0,65% para PIS</p><p>3% para</p><p>COFINS</p><p>Não há Mensal</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Vamos praticar?</p><p>5.2 PARTE PRÁTICA NO REGIME CUMULATIVO</p><p>Consideremos as informações do mês de julho de X4, da empresa Bicecross</p><p>Comércio, Serviços e Indústria de Bicicletas Ltda. A empresa fabrica bicicletas, vende</p><p>acessórios para ciclistas e também faz consertos:</p><p>• Nas vendas, todo o estoque foi vendido, ou seja, zera-se o estoque.</p><p>• Todas as operações ocorreram a prazo.</p><p>• Custo da mercadoria da devolução de venda: R$ 3.129.</p><p>• Desconsiderar IPI e ISS.</p><p>QUADRO 19 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA BICECROSS</p><p>Operação Valor R$ ICMS PIS COFINS</p><p>1</p><p>Compra de mercadorias para</p><p>revenda</p><p>R$ 52.000 R$ 6.240 - -</p><p>2</p><p>Compra de matéria-prima</p><p>para fabricação de bicicletas</p><p>R$ 146.200 R$ 17.544 - -</p><p>3</p><p>Devolução de compra de</p><p>matéria-prima</p><p>R$ 10.000 R$ 1.200 - -</p><p>4 Energia elétrica do mês R$ 3.250 R$ 812,50 - -</p><p>56</p><p>5</p><p>Aquisição de fretes para</p><p>recebimento de mercadorias</p><p>R$ 17.400 R$ 2.088 - -</p><p>6</p><p>Compra de material para uso</p><p>ou consumo</p><p>R$ 5.000 - - -</p><p>7 Venda de mercadorias R$ 80.000 R$ 9.600 R$ 457,60 R$ 2.112</p><p>8</p><p>Devolução de venda de</p><p>mercadorias</p><p>R$ 4.100 R$ 492 R$ 23,45 R$ 108,24</p><p>9</p><p>Venda de produtos indus-</p><p>trializados</p><p>R$ 380.000 R$ 45.600 R$ 2.173,60 R$ 10.032</p><p>10 Prestação de serviços R$ 15.000 - R$ 97,50 R$ 450</p><p>11 Receitas financeiras R$ 550 - - -</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Iniciaremos analisando as operações. Contabilizaremos apenas aquelas que</p><p>têm incidência de PIS e COFINS, pois as demais já vimos no tópico anterior. Vamos lá?</p><p>As operações 1, 2, 4, 5 e 6 são compras de mercadorias, matéria-prima, energia</p><p>elétrica, frete, uso ou consumo. Nesses casos, não haverá crédito de PIS e COFINS, pois</p><p>conforme aprendemos na parte teórica, no regime cumulativo não é possível fazer esse</p><p>aproveitamento.</p><p>Perceba que na operação 3, referente à devolução de compra, também não</p><p>há que devolver PIS e COFINS ao fornecedor, visto que não houve o aproveitamento na</p><p>entrada.</p><p>Já na operação 7 há incidência de PIS e COFINS, pois refere-se ao faturamento</p><p>da empresa. É necessário excluir o ICMS da base de cálculo, lembra? Então, a partir do</p><p>valor das mercadorias que é R$ 80.000 menos o ICMS que é R$ 9.600, chega-se à base</p><p>de cálculo de: R$ 70.400. Assim, aplicamos a alíquota de 0,65% para encontrar o PIS: R$</p><p>457,60, e aplicamos a alíquota de 3% para encontrar a COFINS: R$ 2.112. A contabilização</p><p>fica assim:</p><p>D – Clientes a receber R$ 80.000</p><p>C – Receita de vendas de mercadorias R$ 80.000</p><p>D – CMV R$ 61.072</p><p>C – Estoque R$ 61.072</p><p>D – PIS s/ vendas R$ 457,60</p><p>C – PIS a recolher R$ 457,60</p><p>D – COFINS s/ vendas R$ 2.112</p><p>C – COFINS a recolher R$ 2.112</p><p>57</p><p>Na operação 8 também haverá PIS e COFINS. No momento da venda de</p><p>mercadorias</p><p>nós geramos débitos fiscais para pagar esses tributos. Então, se ocorreu</p><p>uma devolução de venda, nós temos o direito de estornar os tributos. Para encontrar</p><p>a base de cálculo, exclui-se o ICMS: R$ 4.100 – R$ 492 = R$ 3.608. A partir da base de</p><p>cálculo de R$ 3.608, estornaremos R$ 23,45 de PIS e R$ 108,24 de COFINS:</p><p>D – Devolução de vendas R$ 4.100</p><p>C – Clientes a receber R$ 4.100</p><p>D – Estoque R$ 3.129</p><p>C – CMV R$ 3.129</p><p>D – PIS a recolher R$ 23,45</p><p>C – PIS s/ vendas R$ 23,45</p><p>D – COFINS a recolher R$ 108,24</p><p>C – COFINS s/ vendas R$ 108,24</p><p>Na operação 9, a empresa também terá que gerar PIS e COFINS a pagar.</p><p>Independente se a venda está relacionada a mercadorias, produtos, ou serviços, haverá</p><p>incidência desses tributos, salvo exceções da lei. As alíquotas são sempre as mesmas:</p><p>0,65% e 3%. Excluindo o ICMS, chegamos a uma base de: R$ 334.400.</p><p>D – Clientes a receber R$ 380.000</p><p>C – Receita de vendas de mercadorias R$ 380.000</p><p>D – CPV R$ 119.856</p><p>C – Estoque de Matéria Prima R$ 119.856</p><p>D – PIS s/ vendas R$ 2.173,60</p><p>C – PIS a recolher R$ 2.173,60</p><p>D – COFINS s/ vendas R$ 10.032</p><p>C – COFINS a recolher R$ 10.032</p><p>É importante mencionar que se caso estivéssemos considerando IPI, ele</p><p>também deveria ser excluído da base de cálculo.</p><p>A operação 10 refere-se a prestações de serviço que a empresa fez. A base</p><p>de cálculo permanece sendo R$ 15.000, pois não há ICMS em prestações de serviços:</p><p>D – Clientes a receber R$ 15.000</p><p>C – Receita com prestação de serviços R$ 15.000</p><p>D – PIS s/ prestação de serviços R$ 97,50</p><p>C – PIS a recolher R$ 97,50</p><p>D – COFINS s/ prestação de serviços R$ 450</p><p>C – COFINS a recolher R$ 450</p><p>58</p><p>A operação 11 tem incidência de PIS e COFINS? A resposta é: não, no caso de</p><p>regime cumulativo. Lembre-se de que no regime cumulativo, o fato gerador dos tributos</p><p>é o faturamento. Receitas financeiras não fazem parte do faturamento da empresa.</p><p>Agora que fizemos todos os lançamentos contábeis necessários, precisamos apurar PIS</p><p>e COFINS a recolher de julho/X4:</p><p>QUADRO 20 – APURAÇÃO DE PIS E COFINS DO MÊS DE JULHO/X4</p><p>PIS COFINS</p><p>Venda de mercadorias R$ 457,60 Venda de mercadorias R$ 2.112</p><p>Venda de produtos R$ 2.173,60 Venda de produtos R$ 10.032</p><p>Prestação de serviços R$ 97,50 Prestação de serviços R$ 450</p><p>Devolução de vendas (R$ 23,45) Devolução de vendas (R$ 108,24)</p><p>TOTAL R$ 2.705,25 TOTAL R$ 12.485,76</p><p>FONTE: As autoras</p><p>A partir do Quadro 20 identificam-se todos os débitos fiscais que a empresa</p><p>teve com PIS e COFINS, provenientes de vendas e prestação de serviços, e o estorno</p><p>relacionado à devolução de vendas. Com isso, há que se pagar R$ 2.705,25 de PIS e R$</p><p>12.485,76 de COFINS, não havendo créditos a compensar, pois neste regime não é possível.</p><p>Sobre a possibilidade de aproveitamento de créditos, veremos no próximo</p><p>tópico ao abordar o regime não cumulativo para PIS e COFINS.</p><p>5.3 PARTE TEÓRICA NO REGIME NÃO CUMULATIVO</p><p>Conforme mencionado anteriormente, no regime não cumulativo as leis que</p><p>normatizam PIS e COFINS são diferentes. Para o PIS é a Lei nº 10.637 de 2002, e para a</p><p>COFINS é a Lei nº 10.833 de 2003. Apesar de serem diferentes, seguem um padrão de</p><p>sequência.</p><p>Quanto ao fato gerador de PIS e COFINS não cumulativos, as leis 10.637/2002</p><p>e 10.833/2003 mencionam que: “incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela</p><p>pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil”.</p><p>Nesse sentido, percebe-se que há uma diferença entre o fato gerador do regime</p><p>cumulativo e não cumulativo. No regime cumulativo é o faturamento. No regime não</p><p>cumulativo são todas as receitas auferidas independentemente da denominação.</p><p>59</p><p>No que diz respeito ao elemento contribuinte, as leis mencionam que: “o</p><p>contribuinte é a pessoa jurídica que auferir as receitas”, ou seja, a empresa. No que se</p><p>refere à base de cálculo, é o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica. Conforme</p><p>o parágrafo 3º do artigo 1º da Lei nº 10.833/2003, não integram a base de cálculo:</p><p>§ 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as</p><p>receitas:</p><p>I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou</p><p>sujeitas à alíquota 0 (zero);</p><p>II - decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado</p><p>como investimento, imobilizado ou intangível;</p><p>III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de</p><p>mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da</p><p>empresa vendedora, na condição de substituta tributária;</p><p>V - referentes a:</p><p>a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;</p><p>b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como</p><p>perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado</p><p>positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido</p><p>e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que</p><p>tenham sido computados como receita (BRASIL, 2003).</p><p>Além do mais, o ICMS que incide sobre as vendas também deve ser excluído</p><p>base de cálculo de PIS e COFINS, conforme a decisão do STF de número 574.706/2021.</p><p>As alíquotas de PIS e COFINS são 1,65% e 7,60%, respectivamente. No entanto,</p><p>para as receitas financeiras as alíquotas são diferenciadas: 0,65% para PIS e 4% para</p><p>COFINS, conforme disposto no Decreto nº 8.426/2015:</p><p>Art. 1º Ficam restabelecidas para 0,65% e 4%, respectivamente, as</p><p>alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes</p><p>sobre receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações</p><p>realizadas para fins de hedge, auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas</p><p>ao regime de apuração não-cumulativa das referidas contribuições</p><p>(BRASIL, 2015).</p><p>No regime não cumulativo é possível o aproveitamento de créditos, ou seja, há</p><p>crédito e compensação. São várias as possibilidades de crédito, conforme o Artigo 3º</p><p>da Lei nº 10.637/2002:</p><p>Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá</p><p>descontar créditos calculados em relação a:</p><p>I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias</p><p>e aos produtos referidos:</p><p>a) no inciso III do § 3o do art. 1° desta Lei; e</p><p>b) nos §§ 1o e 1o-A do art. 2° desta Lei;</p><p>II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços</p><p>e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à</p><p>venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao</p><p>pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de</p><p>2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela</p><p>intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições</p><p>87.03 e 87.04 da TIPI;</p><p>60</p><p>IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa</p><p>jurídica, utilizados nas atividades da empresa;</p><p>V - valor das contraprestações de operações de arrendamento</p><p>mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado</p><p>de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e</p><p>das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES</p><p>VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo</p><p>imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para</p><p>utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação</p><p>de serviços.</p><p>VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o</p><p>custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido suportado pela locatária;</p><p>VIII - bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha</p><p>integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada</p><p>conforme o disposto nesta Lei.</p><p>IX - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa</p><p>jurídica.</p><p>IX - energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor,</p><p>consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica.</p><p>X - vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou</p><p>uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore</p><p>as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e</p><p>manutenção.</p><p>XI - bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização</p><p>na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços.</p><p>§ 1° O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota</p><p>prevista</p><p>no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor:</p><p>I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no</p><p>mês;</p><p>II - dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos</p><p>no mês;</p><p>III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados</p><p>nos incisos VI, VII e XI do caput, incorridos no mês;</p><p>IV - dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.</p><p>§ 2° Não dará direito a crédito o valor:</p><p>I - de mão de obra paga a pessoa física; e</p><p>II - da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento</p><p>da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando</p><p>revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos</p><p>à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição.</p><p>§ 4° O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos</p><p>meses subsequentes (BRASIL, 2002).</p><p>Para resumir, de um modo geral, o que possibilita crédito de PIS e COFINS são:</p><p>• Bens adquiridos para revenda.</p><p>• Bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção</p><p>de produtos.</p><p>• Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a pessoa jurídica.</p><p>• Máquinas, equipamentos incorporados ao ativo imobilizado para utilização na</p><p>produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.</p><p>• Bens recebidos em devolução de vendas tributadas.</p><p>• Energia elétrica consumida.</p><p>61</p><p>Importante mencionar que no que se refere aos créditos de ativo imobilizado, o</p><p>aproveitamento se dará a partir da depreciação do bem, iniciando no mês de aquisição.</p><p>No que se refere ao elemento pagamento, é mensal. PIS e COFINS deverão ser</p><p>pagos até o 25o dia do mês subsequente ao de ocorrência do fato gerador. Se o dia do</p><p>vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o primeiro dia útil</p><p>que o anteceder. O Quadro 21 apresenta um resumo dos elementos desses tributos:</p><p>QUADRO 21 – ELEMENTOS DO PIS E COFINS NÃO CUMULATIVOS</p><p>Fato Gerador Contribuinte Base de Cálculo Alíquota</p><p>Crédito e</p><p>compensação</p><p>Pagamento</p><p>Todas as</p><p>receitas, salvo</p><p>as isentas e</p><p>do ativo não</p><p>circulante.</p><p>Pessoa jurídica</p><p>que auferir</p><p>receitas.</p><p>= Receitas</p><p>- Devoluções de</p><p>vendas</p><p>- Descontos</p><p>incondicionais</p><p>- ICMS destacado</p><p>- IPI</p><p>= Base de cálculo</p><p>1,65% para PIS</p><p>7,6% para</p><p>COFINS;</p><p>0,65% e 4% de</p><p>PIS e COFINS</p><p>para receita</p><p>financeira.</p><p>bens para</p><p>revenda;</p><p>insumos;</p><p>aluguéis pagos</p><p>a pessoa</p><p>jurídica;</p><p>máquinas e</p><p>equipamentos,</p><p>devolução</p><p>de vendas</p><p>tributadas;</p><p>energia elétrica.</p><p>Mensal</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Vamos praticar?</p><p>5.4 PARTE PRÁTICA NO REGIME NÃO CUMULATIVO</p><p>Consideremos as informações do mês de julho de X4, da empresa Bicecross</p><p>Comércio, Serviços e Indústria de Bicicletas Ltda. A empresa fabrica bicicletas, vende</p><p>acessórios para ciclistas e também faz consertos:</p><p>• Nas vendas, todo o estoque foi vendido, ou seja, zera-se o estoque.</p><p>• Todas as operações ocorreram a prazo.</p><p>• Custo da mercadoria da devolução de venda: R$ 2.800.</p><p>• Desconsiderar IPI e ISS.</p><p>62</p><p>QUADRO 22 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA BICECROSS</p><p>Operação Valor R$ ICMS</p><p>BC PIS/</p><p>COFINS</p><p>PIS COFINS</p><p>1</p><p>Compra de mercadorias</p><p>para revenda</p><p>R$ 52.000 R$ 6.240 R$ 52.000 R$ 858 R$ 3.952</p><p>2</p><p>Compra de matéria-prima</p><p>para fabricação de bicicletas</p><p>R$ 146.200 R$ 17.544 R$ 146.200 R$ 2.412,30 R$ 11.111,20</p><p>3</p><p>Devolução de compra de</p><p>matéria-prima</p><p>R$ 10.000 R$ 1.200 R$ 10.000 R$ 165 R$ 760</p><p>4 Energia elétrica do mês R$ 3.250 R$ 812,50 R$ 3.250 R$ 53,63 R$ 247</p><p>5</p><p>Aquisição de fretes para</p><p>recebimento de mercadorias</p><p>R$ 17.400 R$ 2.088 R$ 17.400 R$ 287,10 R$ 1.322,40</p><p>6</p><p>Compra de material para uso</p><p>ou consumo</p><p>R$ 5.000 - - - -</p><p>7 Venda de mercadorias R$ 80.000 R$ 9.600 R$ 70.400 R$ 1.161,60 R$ 5.350,40</p><p>8</p><p>Devolução de venda de</p><p>mercadorias</p><p>R$ 4.100 R$ 492 R$ 3.608 R$ 59,53 R$ 274,21</p><p>9</p><p>Venda de produtos indus-</p><p>trializados</p><p>R$ 380.000 R$ 45.600 R$ 334.400 R$ 5.517,60 R$ 25.414,40</p><p>10 Prestação de serviços R$ 15.000 - R$ 15.000 R$ 247,50 R$ 1.140</p><p>11</p><p>Receitas financeiras de apli-</p><p>cação</p><p>R$ 550 - R$ 550 R$ 3,58 R$ 22</p><p>12</p><p>Aluguel pago a pessoa</p><p>jurídica</p><p>R$ 2.500 - R$ 2.500 R$ 41,25 R$ 190</p><p>13</p><p>Aquisição de máquina para</p><p>produção</p><p>R$ 320.000 R$ 38.400 R$ 281.600 depreciação depreciação</p><p>14</p><p>Depreciação da máquina</p><p>adquirida. 10% a.a</p><p>281.600 / 10anos = 28.160</p><p>28.160 / 12mes = 2.346,67</p><p>R$ 2.346,67 R$ 38,72 R$ 178,35</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Iniciaremos fazendo as contabilizações de todas as operações:</p><p>1) Compra de mercadorias para revenda</p><p>D – Estoque R$ 40.950</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 6.240</p><p>D – PIS a recuperar R$ 858</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 3.952</p><p>C – Fornecedores R$ 52.000</p><p>63</p><p>Conforme foi abordado na parte teórica, as aquisições de mercadorias para</p><p>revenda geram créditos de PIS e COFINS. Perceba que nas entradas, o ICMS não deve</p><p>ser excluído da base de cálculo de PIS e COFINS, nesse sentido, a base para calcular PIS</p><p>e COFINS é R$ 52.000. A diferença entre o total da aquisição e os tributos a recuperar</p><p>vai para o estoque.</p><p>2) Compra de matéria-prima para fabricação de bicicletas</p><p>D – Estoque de MP R$ 115.132,50</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 17.544</p><p>D – PIS a recuperar R$ 2.412,30</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 11.111,20</p><p>C – Fornecedores R$ 146.200</p><p>3) Devolução de compra de matéria-prima</p><p>D – Fornecedores R$ 10.000</p><p>C – ICMS a recolher R$ 1.200</p><p>C – PIS a recolher R$ 165</p><p>C – COFINS a recolher R$ 760</p><p>C – Estoque R$ 7.875</p><p>Perceba que ao comprarmos a matéria-prima no número 2, nós aproveitamos</p><p>diversos tributos. No entanto, tivemos que fazer uma devolução dessa compra na nº</p><p>3, portanto, temos que devolver também o valor dos tributos que recuperamos. Nesse</p><p>caso, mesmo sendo uma “saída”, não se exclui o ICMS da base de PIS e COFINS.</p><p>4) Energia elétrica</p><p>D – Despesa com energia elétrica R$ 2.136,87</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 812,50</p><p>D – PIS a recuperar R$ 53,63</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 247</p><p>C – Energia a pagar R$ 3.250</p><p>Como vimos no inciso IX do artigo 3º da Lei do PIS e consequentemente da</p><p>COFINS, a energia elétrica gera créditos no regime não cumulativo. A base de cálculo é</p><p>o valor total da conta de energia.</p><p>5) Aquisição de fretes para o recebimento de mercadorias</p><p>D – Estoque R$ 13.702,50</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 2.088</p><p>D – PIS a recuperar R$ 287,10</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 1.322,40</p><p>C – Fornecedores R$ 17.400</p><p>64</p><p>Ficou se perguntando o motivo do frete gerar crédito de PIS e COFINS? O frete</p><p>é contabilizado no estoque, assim, é considerado custo na aquisição de mercadorias e</p><p>por isso, gera crédito desses tributos.</p><p>6) Compra de material de uso ou consumo</p><p>D – Despesa de uso ou consumo R$ 5.000</p><p>C – Contas a pagar R$ 5.000</p><p>Material de uso ou consumo não gera créditos de PIS e COFINS.</p><p>7) Venda de mercadorias</p><p>D – Clientes a receber R$ 80.000</p><p>C – Receita de vendas de mercadorias R$ 80.000</p><p>D – CMV R$ 54.652,50</p><p>C – Estoque R$ 54.652,50</p><p>D – ICMS s/ vendas R$ 9.600</p><p>C – ICMS a recolher R$ 9.600</p><p>D – PIS s/ vendas R$ 1.161,60</p><p>C – PIS a recolher R$ 1.161,60</p><p>D – COFINS s/ vendas R$ 5.350,40</p><p>C – COFINS a recolher R$ 5.350,40</p><p>Nas vendas precisamos diminuir o ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS, por</p><p>isso que a base é: R$ 80.000 – R$ 9.600 = R$ 70.400,00.</p><p>8) Devolução de venda de mercadorias</p><p>D – Devolução de vendas R$ 4.100</p><p>C – Clientes a receber R$ 4.100</p><p>D – Estoque R$ 2.800</p><p>C – CMV R$ 2.800</p><p>D – ICMS a recuperar R$ 492</p><p>C – ICMS s/ vendas R$ 492</p><p>D – PIS a recuperar R$ 59,53</p><p>C – PIS s/ vendas R$ 59,53</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 274,21</p><p>C – COFINS s/ vendas R$ 274,21</p><p>Na devolução de vendas, precisamos estornar os tributos que geramos no</p><p>momento da venda. Com isso, a base para PIS e COFINS é o valor da devolução menos</p><p>o ICMS: R$ 4.100 – R$ 492 = R$ 3.608. Apesar da devolução de venda ser uma “entrada”,</p><p>como está estritamente relacionada a uma venda, temos que excluir o ICMS nesse caso.</p><p>65</p><p>9) Venda de produtos industrializados</p><p>D – Clientes a receber R$ 380.000</p><p>C – Receita de vendas de produtos R$ 380.000</p><p>D – CPV R$ 107.257,50</p><p>C – Estoque R$ 107.257,50</p><p>D – ICMS s/ vendas R$ 45.600</p><p>C – ICMS a recolher R$ 45.600</p><p>D – PIS</p><p>s/ vendas R$ 5.517,60</p><p>C – PIS a recolher R$ 5.517,60</p><p>D – COFINS s/ vendas R$ 25.414,40</p><p>C – COFINS a recolher R$ 25.414,40</p><p>Nas vendas precisamos diminuir o ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS, por</p><p>isso que a base é: R$ 380.000 – R$ 45.600 = R$ 334.400.</p><p>10) Prestação de serviços</p><p>D – Clientes a receber R$ 15.000</p><p>C – Receita com prestação de serviços R$ 15.000</p><p>D – PIS s/ prestação de serviços R$ 247,50</p><p>C – PIS a recolher R$ 247,50</p><p>D – COFINS s/ prestação de serviços R$ 1.140</p><p>C – COFINS a recolher R$ 1.140</p><p>11) Receitas financeiras</p><p>D – Aplicação financeira R$ 550</p><p>C – Rendimento de aplicação financeira R$ 550</p><p>D – PIS s/ receitas financeiras R$ 3,58</p><p>C – PIS a recolher R$ 3,58</p><p>D – COFINS s/ receitas financeiras R$ 22</p><p>C – COFINS a recolher R$ 22</p><p>Lembre-se de que conforme o artigo 1º do Decreto nº 8.426/2015 é necessário</p><p>pagar PIS e COFINS sobre receitas financeiras, e as respectivas alíquotas são 0,65% e 4%.</p><p>12) Aluguel pago a pessoa jurídica</p><p>D – Despesa de aluguel R$ 2.268,75</p><p>D – PIS a recuperar R$ 41,25</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 190</p><p>C – Alugueis a pagar R$ 2.500</p><p>66</p><p>Assim como a energia elétrica, o aluguel pago a pessoa jurídica também dá</p><p>direito ao crédito de PIS e COFINS, conforme o inciso IV do artigo 3º das leis de PIS e</p><p>COFINS.</p><p>13) Aquisição de máquina para produção</p><p>D – Máquinas e equipamentos R$ 281.600</p><p>D – ICMS a recuperar do Ativo Imobilizado R$ 38.400</p><p>C – Contas a pagar R$ 320.000</p><p>Veja que, apesar de precisarmos considerar a base de cálculo de R$ 281.600</p><p>para aproveitamento de crédito de PIS e COFINS, esse aproveitamento não acontece</p><p>no momento da aquisição do imobilizado. O correto aproveitamento de crédito ocorrerá</p><p>pela depreciação dessa máquina, no item 11.</p><p>14) Depreciação da máquina adquirida no item 13</p><p>Ao considerarmos o valor de custo do ativo imobilizado, temos um total de R$</p><p>281.600. Sabe-se que a taxa de depreciação dessa máquina é 10% ao ano. Assim, será</p><p>depreciado anualmente: R$ 28.160. No entanto, precisamos do valor mensal: R$ 28.160</p><p>/ 12 = R$ 2.346,67. Ou seja, em cada mês, a base de cálculo desse ativo imobilizado para</p><p>aproveitamento de crédito de PIS e COFINS será R$ 2.346,67.</p><p>D – Despesa de depreciação R$ 2.129,60</p><p>D – PIS a recuperar R$ 38,72</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 178,35</p><p>C – (-) Depreciação acumulada R$ 2.346,67</p><p>Agora que fizemos todos os lançamentos contábeis necessários, precisamos</p><p>apurar PIS e COFINS de julho/X4:</p><p>QUADRO 23 – APURAÇÃO DE PIS E COFINS DO MÊS DE JULHO/X4</p><p>Créditos Fiscais Débitos Fiscais</p><p>Operação PIS COFINS Operação PIS COFINS</p><p>Compra de</p><p>mercadoria</p><p>R$ 1.145,10 R$ 5.274,40</p><p>Venda de</p><p>mercadorias</p><p>R$ 1.161,60 R$ 5.350,40</p><p>Compra de</p><p>MP</p><p>R$ 2.412,30 R$ 11.111,20</p><p>Venda de</p><p>produtos</p><p>R$ 5.517,60 R$ 25.414,40</p><p>Energia R$ 53,63 R$ 247</p><p>Prestação de</p><p>serviços</p><p>R$ 247,50 R$ 1.140</p><p>Aluguéis R$ 41,25 R$ 190</p><p>Receitas</p><p>financeiras</p><p>R$ 3,58 R$ 22</p><p>67</p><p>Depreciação</p><p>do AI</p><p>R$ 38,72 R$ 178,35</p><p>Devolução de</p><p>compra</p><p>R$ 165 R$ 760</p><p>Devolução de</p><p>vendas</p><p>R$ 59,53 R$ 274,21</p><p>TOTAL R$ 3.750,53 R$ 17.275,16 TOTAL R$ 7.095,28</p><p>R$</p><p>32.686,80</p><p>Confronto de débitos e créditos de PIS 7.095,28 – 3.750,53 = R$ 3.344,75</p><p>Confronto de débitos e créditos de COFINS 32.686,80 – 17.275,16 = R$ 15.411,64</p><p>FONTE: As autoras</p><p>A partir do Quadro 23 vemos que os débitos fiscais superam os créditos. Nesse</p><p>caso, haverá PIS e COFINS a recolher no mês de julho. No entanto, como são não</p><p>cumulativos, podemos compensar os créditos, assim, o valor que fica a recolher é R$</p><p>3.344,75 de PIS e R$ 15.411,64 de COFINS. É necessário efetuar uma contabilização da</p><p>transferência dos créditos para os débitos:</p><p>Transferência dos saldos a recuperar para recolher:</p><p>D – PIS a recolher R$ 3.750,53</p><p>C – PIS a recuperar R$ 3.750,53</p><p>D – COFINS a recolher R$ 17.275,16</p><p>C – COFINS a recuperar R$ 17.275,16</p><p>Efetuando estes lançamentos, nós zeramos as contas “a recuperar”. No mês</p><p>seguinte, por exemplo, a empresa começará sem saldo de imposto a recuperar. Após</p><p>estudar sobre PIS e COFINS, nós finalizamos o Tópico 2 da Unidade 1.</p><p>68</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O ISS é um imposto municipal, cumulativo, sua alíquota varia entre 2% e 5%.</p><p>• A lei geral do ISS é a Lei Complementar 116/2003.</p><p>• O ICMS é um imposto estadual, de um modo geral é não cumulativo, sua alíquota</p><p>varia conforme os estados.</p><p>• A Lei geral do ICMS é a Lei nº 87/1996, também conhecida como Lei Kandir.</p><p>• Existem alíquotas interestaduais para o ICMS, em que deve ser o estado de origem e</p><p>de destino.</p><p>• O IPI é um imposto federal, de um modo geral é não cumulativo, sua alíquota varia</p><p>conforme os produtos constantes na TIPI.</p><p>• A Lei geral do IPI é o Decreto nº 7.212/2010, conhecido como regulamento do IPI –</p><p>RIPI.</p><p>• O PIS e a COFINS são tributos federais, podem ser cumulativos e não cumulativos,</p><p>dependendo do regime de tributação adotado. Para o regime cumulativo, suas</p><p>alíquotas são, respectivamente, 0,65% e 3%. Para o regime não cumulativo são 1,65%</p><p>e 7,6%, respectivamente. Sobre as receitas financeiras há uma alíquota diferenciada</p><p>no regime não cumulativo que é 0,65% e 4%, respectivamente.</p><p>• Para o regime cumulativo, PIS e COFINS possuem a mesma lei: Lei nº 9.718 de 1998.</p><p>• Para o regime não cumulativo, a lei do PIS é a Lei nº 10.637/2002 e a de COFINS é a</p><p>Lei nº 10.833/2003.</p><p>69</p><p>1 As possibilidades de aproveitamento de crédito fiscal variam conforme o regime de</p><p>tributação de cada empresa. Nesse sentido, dependendo do regime de tributação,</p><p>um mesmo tributo poderá ser cumulativo em um e não cumulativo em outro. Assinale</p><p>as operações que podem gerar crédito conforme cada tributo:</p><p>Operações ISS ICMS IPI</p><p>PIS</p><p>cumulativo</p><p>COFINS</p><p>cumulativo</p><p>PIS não</p><p>cumulativo</p><p>COFINS não</p><p>cumulativo</p><p>Serviço tomado</p><p>Compra de mercadoria</p><p>para revenda</p><p>Compra de matéria-</p><p>prima</p><p>Energia elétrica consumi-</p><p>da no processo produtivo</p><p>Energia elétrica</p><p>Aquisição de imobilizado</p><p>para atividade fim</p><p>Depreciação de ativo</p><p>imobilizado utilizado na</p><p>atividade fim</p><p>Aluguel pago a pessoa</p><p>jurídica</p><p>Aquisição de transporte</p><p>para entrega de merca-</p><p>doria</p><p>2 Cada tributo tem suas características, seja em relação a alíquota, base de cálculo, fato</p><p>gerador, cumulatividade, entre outras. Conforme os conteúdos estudados no Tópico 2,</p><p>indique as alíquotas de cada tributo, e suas particularidades (quando for o caso):</p><p>ISS: ____________</p><p>IPI: ____________</p><p>ICMS: ____________</p><p>PIS: ____________</p><p>COFINS: ____________</p><p>3 As indústrias possuem particularidades de contabilização, bem como de tributação.</p><p>Considerando uma indústria, a partir da venda a prazo de um produto produzido</p><p>pela empresa no valor de R$ 50.000,00, indique o valor dos tributos e efetue a</p><p>contabilização completa da receita, considerando um CPV de R$ 15.000:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>70</p><p>ICMS (12% sobre o produto): ____________</p><p>IPI (15% sobre o produto): ____________</p><p>PIS cumulativo: ____________</p><p>COFINS cumulativo: ____________</p><p>4 Dependendo do regime de tributação, alguns tributos variam de cumulativo e não</p><p>cumulativo, é o caso do IPI, ICMS, PIS e COFINS. No que se refere ao ICMS não cumulativo,</p><p>assinale a alternativa CORRETA que possibilita o crédito fiscal desse tributo:</p><p>a) ( ) Bens adquiridos para revenda.</p><p>b) ( ) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a pessoa jurídica.</p><p>c) ( ) Serviços tomados.</p><p>d) ( ) Venda de mercadorias.</p><p>5 São vários os tributos incidentes sobre o faturamento das organizações, mas variam</p><p>conforme o setor de atuação de cada empresa. Assinale a alternativa CORRETA sobre</p><p>tributos que incidem sobre o faturamento das empresas:</p><p>a) ( ) COFINS e IRPJ</p><p>b) ( ) PIS e IRPJ.</p><p>c) ( ) PIS e COFINS.</p><p>d) ( ) PIS, COFINS e IRPJ.</p><p>71</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO, FOLHA DE</p><p>PAGAMENTO E CONTABILIZAÇÃO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos o IRPJ e a CSLL, que são tributos sobre</p><p>o lucro das empresas, além do INSS Patronal e FGTS, que são tributos sobre a folha de</p><p>pagamento.</p><p>Você deve se perguntar: qual é o motivo de estudar folha</p><p>7</p><p>4.1 IMPOSTOS.............................................................................................................................................. 10</p><p>4.2 CONTRIBUIÇÕES ..................................................................................................................................12</p><p>4.3 TAXAS .................................................................................................................................................... 13</p><p>4.4 CUMULATIVIDADE E NÃO CUMULATIVIDADE ............................................................................. 15</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 20</p><p>AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 21</p><p>TÓPICO 2 - TRIBUTAÇÃO SOBRE O FATURAMENTO E CONTABILIZAÇÃO ...................... 25</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 25</p><p>2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS .................................................................................. 25</p><p>2.1 PARTE TEÓRICA ...................................................................................................................................25</p><p>2.2 PARTE PRÁTICA ..................................................................................................................................28</p><p>3 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS</p><p>E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E</p><p>INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO – ICMS ............................................................... 33</p><p>3.1 PARTE TEÓRICA ...................................................................................................................................33</p><p>3.2 PARTE PRÁTICA ................................................................................................................................. 40</p><p>4 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI .............................................. 46</p><p>4.1 PARTE TEÓRICA ...................................................................................................................................46</p><p>4.2 PARTE PRÁTICA ..................................................................................................................................50</p><p>5 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS E CONTRIBUIÇÃO PARA O</p><p>FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS .................................................... 53</p><p>5.1 PARTE TEÓRICA NO REGIME CUMULATIVO ..................................................................................53</p><p>5.2 PARTE PRÁTICA NO REGIME CUMULATIVO .................................................................................55</p><p>5.3 PARTE TEÓRICA NO REGIME NÃO CUMULATIVO ........................................................................58</p><p>5.4 PARTE PRÁTICA NO REGIME NÃO CUMULATIVO .........................................................................61</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 68</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 69</p><p>TÓPICO 3 - TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO, FOLHA DE PAGAMENTO E</p><p>CONTABILIZAÇÃO................................................................................................................ 71</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 71</p><p>2 IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA – IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL</p><p>SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL ....................................................................................... 71</p><p>2.1 PARTE TEÓRICA ................................................................................................................................... 72</p><p>2.2 PARTE PRÁTICA .................................................................................................................................. 75</p><p>3 FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO – FGTS ............................................... 77</p><p>4 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS ....................................................... 77</p><p>4.1 PARTE PRÁTICA ...................................................................................................................................78</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 80</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 82</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 83</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 84</p><p>UNIDADE 2 — ENQUADRAMENTOS TRIBUTÁRIOS PARA AS EMPRESAS .........................87</p><p>TÓPICO 1 — LUCRO PRESUMIDO ........................................................................................ 89</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 89</p><p>2 LUCRO PRESUMIDO – PARTE TEÓRICA.......................................................................... 89</p><p>2.1 BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL ..............................................................................................92</p><p>2.2 PERÍODO DE APURAÇÃO DO IRPJ E CSLL ...................................................................................94</p><p>2.3 BASE DE CÁLCULO E PERÍODO DE APURAÇÃO DOS DEMAIS TRIBUTOS ..........................94</p><p>3 PARTE PRÁTICA ................................................................................................................95</p><p>3.1 CONTABILIZAÇÕES ............................................................................................................................96</p><p>3.2 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS .............................................................................................................99</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................103</p><p>AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 104</p><p>TÓPICO 2 - LUCRO REAL ...................................................................................................107</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................107</p><p>2 LUCRO REAL – PARTE TEÓRICA ....................................................................................107</p><p>2.1 BASE DE CÁLCULO E PERÍODO DE APURAÇÃO DE IRPJ E CSLL ..........................................111</p><p>2.2 BASE DE CÁLCULO E PERÍODO DE APURAÇÃO DOS DEMAIS TRIBUTOS ..........................115</p><p>3 LUCRO REAL – PARTE PRÁTICA .................................................................................... 116</p><p>3.1 CONTABILIZAÇÕES ........................................................................................................................... 117</p><p>3.2 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS ...........................................................................................................120</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................126</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 127</p><p>TÓPICO 3 - LUCRO ARBITRADO E SIMPLES NACIONAL..................................................129</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................129</p><p>2 DEFINIÇÃO DO LUCRO ARBITRADO ..............................................................................130</p><p>de pagamento se a</p><p>disciplina é referente a tributos? Pois bem, dependendo do regime de tributação a que</p><p>a empresa optar, haverá diferença no pagamento de INSS Patronal sobre a folha de</p><p>pagamento e pró-labore.</p><p>As empresas destinam um valor considerável para o INSS Patronal, por isso é</p><p>importante compreender a dinâmica dessa contribuição. O INSS Patronal é aquele valor</p><p>pago pela empresa sobre os funcionários e pró-labore, diferentemente daquele INSS</p><p>que é descontado de cada colaborador. Além disso, as empresas recolhem sobre a folha</p><p>de pagamento o FGTS, mas diferentemente do INSS Patronal, essa contribuição não</p><p>muda conforme o regime tributário adotado.</p><p>2 IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA – IRPJ E</p><p>CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL</p><p>O IRPJ é um imposto federal que incide sobre o lucro das pessoas jurídicas.</p><p>No artigo 153, inciso III, a Constituição Federal menciona que compete à União instituir</p><p>impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Ambos os tributos (CSLL e IRPJ)</p><p>possuem a mesma base de cálculo, por isso serão tratados conjuntamente neste tópico:</p><p>Art. 28. Parágrafo Único. As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de</p><p>tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado, conforme</p><p>o caso, ficarão sujeitas ao mesmo critério para a determinação da</p><p>base de cálculo da CSLL, mantidos os ajustes e as alíquotas previstos</p><p>na legislação para cada tributo (RECEITA FEDERAL, 2017, s.p.).</p><p>Ao longo dos anos, várias leis foram criadas e alteradas para legislar sobre o IRPJ</p><p>e CSLL. Atualmente, as principais são: Decreto nº 9.580/2018, também conhecido como</p><p>Regulamento do Imposto de Renda, a Instrução Normativa – IN 1.700/2017 e o CTN/1966.</p><p>UNIDADE 1</p><p>72</p><p>2.1 PARTE TEÓRICA</p><p>Conforme o artigo 43 do CTN/1966, o fato gerador do IRPJ é a aquisição da</p><p>disponibilidade econômica ou jurídica:</p><p>I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da</p><p>combinação de ambos;</p><p>II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os</p><p>acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior (CTN,</p><p>1966, s.p.).</p><p>Ou seja, são os valores que a empresa gera a partir da sua atividade: vendas</p><p>e serviços ou outros proventos: como investimentos e vendas de imobilizado. Isso</p><p>também é verdadeiro para a CSLL.</p><p>Quanto ao contribuinte, o artigo 4º da IN 1.700/2017 menciona que são as</p><p>pessoas jurídicas e empresas individuais, ou seja: as empresas. No que se refere à base</p><p>de cálculo, os artigos 27 e 28 da IN 1.700/2017 indicam que a base de cálculo do IRPJ</p><p>e da CSLL é o lucro real, lucro presumido ou lucro arbitrado, correspondente ao período</p><p>de apuração. Resumindo, é o lucro das empresas, esse lucro varia conforme o regime de</p><p>tributação de cada organização. Sobre isso, estudaremos na Unidade 2.</p><p>Com relação à alíquota, o artigo 29 da IN 1.700/2017 menciona que a do IRPJ é</p><p>15%. Além disso, a parte do lucro que exceder R$ 20.000,00 por mês terá incidência de</p><p>um adicional de 10%. Já a alíquota da CSLL, conforme o artigo 30 da IN 1.700/2017 é, de</p><p>um modo geral, 9%, e não possui adicional. Vamos a um exemplo?</p><p>Veja que como o lucro foi trimestral, estamos trabalhando com um período de</p><p>três meses. Nesse sentido, sobre o valor que ultrapassou R$ 60.000 (R$ 20.000 x 3</p><p>meses), devem ser pagos 10% a mais. Se estivéssemos considerando um período anual,</p><p>ou seja, 12 meses, deveríamos considerar o valor de lucro que ultrapassou R$ 240.000,00.</p><p>Exemplo 1: Uma empresa teve um lucro trimestral no primeiro trimestre de</p><p>2021, de R$ 72.000,00. Qual o valor que será pago de IRPJ? Terá adicional? E qual o</p><p>valor de CSLL?</p><p>O valor de IRPJ será R$ 72.000 x 15% = R$ 10.800,00.</p><p>O adicional será: R$ 72.000 – R$ 60.000 = R$ 12.000 x 10% = R$ 1.200</p><p>Total de IRPJ: R$ 12.000,00.</p><p>O valor de CSLL será R$ 72.000 x 9% = R$ 6.480,00.</p><p>73</p><p>Não há crédito e compensação de IRPJ e CSLL, visto que são tributos</p><p>cumulativos. Quanto ao pagamento, poderá ser trimestral ou por estimativa. No caso</p><p>do período trimestral, o artigo 31 da IN 1.700/2017 indica que as apurações trimestrais</p><p>serão encerradas em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro</p><p>de cada ano. No caso de optar pelo pagamento por estimativa, os pagamentos devem</p><p>ocorrer mensalmente, até o último dia útil.</p><p>Como o próprio nome diz, o pagamento por estimativa acontece a partir de uma</p><p>base de cálculo estimada mensal. Após ter decorrido o ano inteiro, em dezembro de cada</p><p>ano é que se verifica a “real” base de cálculo para o IRPJ e CSLL, não mais utilizando a</p><p>base estimada. Com isso, ou a empresa paga a diferença dos tributos, ou compensa o</p><p>que pagou a maior em períodos seguintes.</p><p>Quanto a esta base de cálculo estimada, o artigo 33 da IN 1.700/2017 explica os</p><p>percentuais de estimação que serão adotados: “Art. 33. A base de cálculo do IRPJ, em</p><p>cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita</p><p>bruta definida pelo art. 26, auferida na atividade, deduzida das devoluções, das vendas</p><p>canceladas e dos descontos incondicionais concedidos”.</p><p>No que se refere à CSLL: “Art. 34. A base de cálculo da CSLL, em cada mês, será</p><p>determinada mediante a aplicação do percentual de 12% sobre a receita bruta definida</p><p>pelo art. 26, auferida na atividade, deduzida das devoluções, das vendas canceladas e</p><p>dos descontos incondicionais concedidos”.</p><p>Os percentuais de CSLL e IRPJ ainda variam conforme a atividade da empresa.</p><p>O Quadro 24 apresenta um resumo:</p><p>QUADRO 24 – PERCENTUAIS DE ESTIMAÇÃO</p><p>ATIVIDADE IRPJ CSLL</p><p>Revenda de combustível e derivados. 1,6% 12%</p><p>Comércio, indústria, transporte de cargas, serviços hospitalares. 8% 12%</p><p>Transporte de passageiros. 16% 12%</p><p>Serviços em geral, intermediação de negócios, locação de bens. 32% 32%</p><p>FONTE: Adaptado de Gestão Contabilidade (2017)</p><p>Com relação ao IRPJ, ao optar pelo pagamento por estimativa, uma empresa</p><p>que revende combustíveis e derivados aplicará sobre a receita bruta o percentual de</p><p>1,6%. Uma transportadora de cargas, serviços hospitalares, indústria e comércio aplicará</p><p>8%. Empresa transportadora que não seja de cargas aplicará 16%. Por fim, prestadoras de</p><p>serviços aplicarão o percentual de 32%. Já a CSLL será 12% para venda de combustíveis,</p><p>comércio, indústria, transporte de cargas e serviços hospitalares. Nas demais atividades,</p><p>ligadas a serviços, será 32%.</p><p>74</p><p>No caso de pagamento por estimativa, após encontrar a base de cálculo, devem</p><p>ser realizados alguns acréscimos à base de cálculo conforme a IN 1.700/2017: “Art.</p><p>39. Serão acrescidos às bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, no mês em que forem</p><p>auferidos, os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes</p><p>de receitas não compreendidas na receita bruta definida no art. 26”.</p><p>Exemplo 2: Uma empresa transportadora de cargas optou pelo pagamento</p><p>de IRPJ e CSLL por estimativa. No mês de janeiro, a receita bruta menos exclusões,</p><p>totalizou R$ 27.000,00. Qual o valor de IRPJ e da CSLL a pagar por estimativa em janeiro?</p><p>Receita bruta R$ 27.000 IRPJ CSLL</p><p>x Percentual de estimação 8% 12%</p><p>= Base de cálculo estimada R$ 2.160 R$ 3.240</p><p>x Alíquota do tributo 15% 9%</p><p>= Tributo a pagar R$ 324 R$ 291,60</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Lembra do adicional de IRPJ que deve ser pago quando o lucro ultrapassa</p><p>R$ 20.000 por mês? Isso também se aplica no pagamento por estimativa, mas neste</p><p>exemplo não, pois o lucro estimado foi R$ 2.160.</p><p>Exemplo 3: Uma empresa transportadora de cargas optou pelo pagamento</p><p>de IRPJ e CSLL por estimativa. No mês de janeiro, a receita bruta menos exclusões,</p><p>totalizou R$ 27.000,00. Qual o valor de IRPJ e da CSLL a pagar por estimativa em janeiro?</p><p>Receita bruta R$ 27.000 IRPJ CSLL</p><p>x Percentual de estimação 8% 12%</p><p>= Base de cálculo estimada R$ 2.160 R$ 3.240</p><p>+ Receitas financeiras R$ 500 R$ 500</p><p>+ Ganho de capital R$ 1.500 R$ 1.500</p><p>= Base de cálculo estimada total R$ 4.160 R$ 5.240</p><p>x Alíquota do tributo 15% 9%</p><p>= Tributo a pagar R$ 624 R$ 471,60</p><p>FONTE: As autoras</p><p>75</p><p>Perceba que as receitas financeiras e o ganho de capital são incluídos</p><p>no cálculo</p><p>após encontrar a base de cálculo estimada. Então, lembre-se: não se aplica percentual</p><p>de estimação aos ganhos de capitais e demais receitas que não sejam as receitas com</p><p>atividade fim da empresa. Para resumir os elementos do IRPJ e da CSLL, apresenta-se</p><p>o Quadro 25:</p><p>QUADRO 25 – ELEMENTOS DO IRPJ</p><p>Fato Gerador Contribuinte</p><p>Base de</p><p>Cálculo</p><p>Alíquota</p><p>Crédito e</p><p>compensação</p><p>Pagamento</p><p>IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL</p><p>Renda ou</p><p>proventos</p><p>de qualquer</p><p>natureza.</p><p>Empresas Lucro</p><p>15% + 10%</p><p>sobre o que</p><p>ultrapassar</p><p>R$ 20.000</p><p>ao mês.</p><p>9% -</p><p>Trimestral ou</p><p>Estimativa</p><p>Mensal.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>2.2 PARTE PRÁTICA</p><p>Começaremos pelas contabilizações da apuração trimestral. Utilizando as</p><p>informações do Exemplo 1, em que houve um lucro trimestral no primeiro trimestre de</p><p>2021 de R$ 72.000,00, faremos as contabilizações necessárias:</p><p>Contabilização em 31 de março de 2021:</p><p>D – Despesa de IRPJ R$ 12.000</p><p>C – IRPJ a pagar R$ 12.000</p><p>D – Despesa CSLL R$ 6.480</p><p>C – CSLL a pagar R$ 6.480</p><p>Nos casos de apuração trimestral o valor calculado para IRPJ e CSLL é lançado</p><p>a débito em conta de despesa e a crédito em conta de tributo a pagar. O lançamento</p><p>sempre ocorrerá no último dia daquele trimestre.</p><p>Seguindo para o Exemplo 2, da empresa transportadora de cargas, referente à</p><p>apuração por estimativa mensal em janeiro, as contabilizações são as seguintes:</p><p>D – IRPJ Devido por Estimativa (AC) R$ 624</p><p>C – IRPJ por Estimativa a recolher (PC) R$ 624</p><p>D – CSLL Devida por Estimativa (AC) R$ 471,60</p><p>C – CSLL por Estimativa a recolher (PC) R$ 471,60</p><p>76</p><p>Perceba que fazemos um débito em conta de ativo circulante. Essa conta está no</p><p>grupo de tributos a recuperar, pois a empresa pagou IRPJ e CSLL por estimativa, o que</p><p>significa que ela antecipou pagamentos para a União. No final do ano, em dezembro, a</p><p>empresa fará a apuração de tudo o que foi pago por estimativa e tudo que deveria ser pago</p><p>após encontrar o lucro efetivo da empresa. Assim, fará as compensações necessárias.</p><p>Vamos analisar a sequência do Exemplo 3, em dezembro de 2021:</p><p>QUADRO 26 – EXEMPLO 3</p><p>01/21 02/21 03/21 04/21 05/21 06/21 07/21 08/21 09/21 10/21 11/21 12/21</p><p>TOTAL</p><p>PAGO</p><p>Receita</p><p>bruta</p><p>27.000 30.000 29.000 25.000 32.000 28.000 29.000 25.000 27.000 26.000 31.000 28.000</p><p>IRPJ por</p><p>estimativa</p><p>624 360 348 300 384 336 348 300 324 312 372 336 4.344</p><p>CSLL por</p><p>estimativa</p><p>471,6 324 313,2 270 345,6 302,4 313,2 270 291,6 280,8 334,8 302,4 3.819,6</p><p>Lucro do</p><p>ano</p><p>R$ 67.400</p><p>IRPJ R$ 67.400 x 15% = R$ 10.110</p><p>CSLL R$ 67.400 x 9% = R$ 6.740</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Na primeira linha do Quadro, apresenta-se a receita bruta mensal do ano de</p><p>2021 da empresa. Na segunda e terceira linha, os valores pagos de IRPJ e CSLL por</p><p>estimativa. O total pago por estimativa de IRPJ foi R$ 4.344. O total pago de CSLL foi R$</p><p>3.819,60.</p><p>Após passar todos os meses de 2021, a empresa conseguiu auferir o lucro</p><p>efetivo da empresa, e chegou a um total de R$ 67.400 (valor aleatoriamente atribuído</p><p>considerando 20% de lucro sobre a receita bruta). Agora que a empresa já tem o valor</p><p>efetivo do lucro, foi possível apurar o IRPJ e a CSLL: R$ 10.110 e R$ 6.740. Ao fazer o</p><p>confronto do que foi pago por estimativa e o valor efetivo, verifica-se que a empresa terá</p><p>que pagar uma diferença à União:</p><p>IRPJ: R$ 10.110 – 4.344 = R$ 5.766</p><p>CSLL: R$ 6.740 – 3.819,60 = R$ 2.920,40</p><p>A partir disso, temos alguns lançamentos contábeis para efetuar em 31/12. O</p><p>primeiro lançamento é a provisão do valor que a empresa realmente deveria pagar para</p><p>a União:</p><p>Provisão de IRPJ e CSLL:</p><p>D – Despesa de IRPJ R$ 10.110</p><p>C – IRPJ a pagar R$ 10.110</p><p>77</p><p>D – Despesa CSLL R$ 6.740</p><p>C – CSLL a pagar R$ 6.740</p><p>O segundo lançamento é a compensação dos saldos que estão no ativo</p><p>circulante relacionados aos valores pagos por estimativa, para o passivo circulante:</p><p>Compensação do que foi pago por estimativa</p><p>D – IRPJ a pagar R$ 4.344</p><p>C – IRPJ Devido por Estimativa (AC) R$ 4.344</p><p>D – CSLL a pagar R$ 3.819,60</p><p>D – CSLL Devida por Estimativa (AC) R$ 3.819,60</p><p>Agora, os valores em aberto no passivo circulante são R$ 5.766 e R$ 2.920,40.</p><p>Esses valores serão pagos em 31/01 do ano seguinte.</p><p>3 FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO – FGTS</p><p>“Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela CLT e,</p><p>também, trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros e atletas profissionais têm</p><p>direito ao FGTS” (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2018, s. p.).</p><p>O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS –, foi criado pela Lei nº 5.107,</p><p>de 13 de setembro de 1966 e começou a valer em 1º de janeiro de 1967, com o intuito</p><p>de proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas</p><p>vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o</p><p>primeiro depósito (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2018).</p><p>O valor do FGTS será sempre de 8% do salário bruto pago ao trabalhador (ou</p><p>seja, sobre o total da remuneração), exceto para os casos de jovens aprendizes que é</p><p>de 2%, independente do regime de tributação. Sobre o valor do pró-labore dos sócios é</p><p>facultativo o recolhimento de FGTS.</p><p>4 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS</p><p>O INSS Patronal é uma forma de contribuição previdenciária voltada</p><p>exclusivamente para pessoas jurídicas, isto é, empresas que mantém funcionários em</p><p>sua folha de pagamento. A porcentagem recolhida de INSS Patronal é de 20%. mas</p><p>varia conforme o Risco Ambiental do Trabalho – RAT –, como indica o Quadro 27:</p><p>78</p><p>QUADRO 27 – ALÍQUOTAS DE INSS PATRONAL</p><p>Tributação/Setor INSS Patronal</p><p>Simples Nacional/ Indústria ou Comércio 0.</p><p>Simples Nacional/ Serviços Ver anexos IV, V e VI do Simples Nacional.</p><p>Lucro Presumido/ Lucro Real/ Indústria</p><p>ou Serviços</p><p>Varia de 26,8% a 28,8% devido ao RAT que</p><p>varia de 1% a 3%.</p><p>Lucro Presumido/ Lucro Real/ Comércio</p><p>Normalmente é 26,8% pois o RAT</p><p>normalmente é 1%.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>O RAT é o Risco Ambiental do Trabalho. Fundamentado no inciso II do artigo 22 da</p><p>Lei nº 8.212/1991, que representa a contribuição da empresa e se baseia em percentuais</p><p>que caracterizam o risco da atividade econômica. Conforme a Receita Federal (2015), a</p><p>alíquota de contribuição para o RAT será de 1% se a atividade é de risco mínimo; 2% se</p><p>de risco médio; e de 3% se de risco grave. Incidentes sobre o total da remuneração paga,</p><p>devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados</p><p>e trabalhadores avulsos.</p><p>Além do RAT, a Lei nº 8.212/1991, em seu artigo 22-A informa os percentuais de</p><p>Terceiros (5,8%) para o cálculo do INSS, sendo:</p><p>Salário-Educação: 2,5%</p><p>INCRA: 0,2%</p><p>SENAI/SENAC/SENTAT: 1,0</p><p>SESI/SESC/SEST: 1,5%</p><p>SEBRAE: 0,6%</p><p>Nesse sentido, sobre a folha dos funcionários a empresa pagará sempre 20% +</p><p>5,8% + RAT (salvo no Simples Nacional). Importante mencionar que sobre o pró-labore</p><p>dos sócios, a alíquota do INSS Patronal é 20% fixo (salvo no Simples Nacional).</p><p>4.1 PARTE PRÁTICA</p><p>Suponha que uma empresa, em fevereiro de X2 tenha uma despesa de R$</p><p>65.000,00 referente à remuneração de seus funcionários e despesa de R$ 8.000,00</p><p>referente ao pró-labore dos sócios. Considerando um RAT de 2%, qual o valor do FGTS e</p><p>do INSS Patronal? Considere uma empresa do Lucro Real ou Presumido:</p><p>79</p><p>QUADRO 28 – EXEMPLO</p><p>Informações Funcionários Sócios Total</p><p>INSS Patronal</p><p>R$ 65.000 x 27,8% =</p><p>R$ 18.070</p><p>R$ 8.000 x 20% =</p><p>R$ 1.600</p><p>R$ 19.670</p><p>FGTS</p><p>R$ 65.000 x 8% =</p><p>R$ 5.200</p><p>- R$ 5.200</p><p>FONTE: A autora</p><p>A alíquota de 27,8% foi considerada a partir das informações: 20% (patronal) +</p><p>5,8% (terceiros) + 2% (RAT) = 27,8%. Vamos contabilizar?</p><p>Em 28 de fevereiro de X2:</p><p>D – Despesa de FGTS R$ 5.200</p><p>C – FGTS a recolher R$ 5.200</p><p>D – Despesa de INSS R$ 19.670</p><p>C – INSS a recolher R$ 19.670</p><p>Após contabilizar o INSS patronal e o FGTS, finalizamos a primeira Unidade da</p><p>disciplina. Aproveite para fazer a Leitura Complementar e também as autoatividades a</p><p>fim de maturar o conteúdo que estudamos.</p><p>80</p><p>NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NF-e): O QUE É, COMO EMITIR, EXEMPLOS</p><p>E MAIS</p><p>Carin Tom</p><p>Emitir nota fiscal é uma das principais rotinas em qualquer negócio, mas ainda</p><p>gera muitas dúvidas entre micro e pequenos empreendedores. Hoje, com a nota fiscal</p><p>eletrônica, o processo está muito mais simples, prático e ágil, e a tendência é que os</p><p>antigos talões desapareçam do mercado em breve.</p><p>A nota fiscal é um documento com validade jurídica que serve para registrar</p><p>uma venda de produto ou prestação de serviço. Sua emissão é obrigatória em qualquer</p><p>transação, porque é a partir dela que o Fisco recolhe os devidos tributos sobre as</p><p>operações das empresas — do contrário, a empresa responsável pode sofrer penalidades</p><p>por praticar sonegação de impostos.</p><p>Para o empreendedor, a nota fiscal facilita o controle de entrada e saída, dos</p><p>impostos pagos e do faturamento, além de servir como prova da regularidade do</p><p>negócio em caso de auditorias e fiscalizações. Por isso, a nota fiscal é a base das relações</p><p>comerciais de confiança e garante a credibilidade das empresas no mercado.</p><p>Existem, atualmente, cinco principais tipos de notas fiscais eletrônicas, cada</p><p>uma servindo para substituir determinados documentos. A nota fiscal eletrônica (NF-e)</p><p>é a versão de nota digital mais comum, voltada às empresas do comércio. Logo, sua</p><p>emissão é obrigatória em qualquer venda de produtos que precisam pagar ICMS.</p><p>A nota fiscal de serviços eletrônica (NFS-e), como o nome sugere, é a nota digital</p><p>que registra a prestação de serviços. O Conhecimento de transporte eletrônico (CT-e) é</p><p>uma nota fiscal que registra operações de transporte rodoviário de carga.</p><p>A nota fiscal do consumidor eletrônica (NFC-e) é usada no varejo para registrar a</p><p>venda direta ao consumidor final. A nota fiscal avulsa eletrônica (NFA-e) é um documento</p><p>digital emitido individualmente por empresas que não estão obrigadas a emitir a NF-e e</p><p>têm pouca frequência de vendas.</p><p>Afinal, como as notas fiscais são validadas e quais são os órgãos envolvidos?</p><p>Bom, quando um produto é vendido, por exemplo, a empresa gera um arquivo eletrônico</p><p>com todas as informações fiscais da operação realizada – a NF-e –, que é assinado</p><p>por meio do certificado digital e enviado on-line para a Sefaz do estado em que ela</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>81</p><p>está localizada. Por fim, é gerada uma única via do Documento Auxiliar de Nota Fiscal</p><p>Eletrônica (DANFE), que traz em destaque o código de acesso e um código de barras</p><p>para facilitar a confirmação das informações nos postos fiscais.</p><p>Como emitir nota fiscal?</p><p>1. Primeiro descubra qual tipo de nota a empresa emite: produtos, serviços ou</p><p>consumidor?</p><p>2. Adquira um certificado digital.</p><p>3. Faça seu cadastro fiscal junto ao governo.</p><p>4. Escolha o software emissor.</p><p>5. Comece a emitir as notas fiscais!</p><p>FONTE: CONTA AZUL. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): o que é, como emitir, exemplos e mais. 2021.</p><p>Disponível em: https://blog.contaazul.com/emissao-nota-fiscal/. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>82</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• IRPJ e CSLL são tributos federais que incidem sobre o lucro das empresas. Podem</p><p>ser pagos de forma trimestral ou por estimativa mensal.</p><p>• Quando o IRPJ e CSLL são apurados por estimativa mensal, utilizam-se percentuais</p><p>de presunção para chegar ao lucro estimado.</p><p>• A alíquota geral de IRPJ é 15% + 10% de adicional para o que ultrapassa R$ 20.000 ao</p><p>mês, ou R$ 60.000 no trimestre ou R$ 240.000 no ano.</p><p>• A alíquota geral de CSLL é 9% e não tem adicional.</p><p>• As leis principais de IRPJ e CSLL são o Decreto nº 9.580/2018 e a IN 1.700/2017.</p><p>• O FGTS e o INSS Patronal são contribuições federais incidentes sobre a folha de</p><p>pagamento.</p><p>• O INSS Patronal incide sobre a folha de pagamento e pode variar entre 26,8% a 28,8%.</p><p>Isso depende do RAT da empresa.</p><p>• O INSS Patronal também incide sobre o pró-labore dos sócios com uma alíquota de</p><p>20%.</p><p>• O FGTS é de 8% sobre a folha de pagamento, e é facultativo o recolhimento sobre</p><p>pró-labore dos sócios.</p><p>83</p><p>1 O cálculo de IRPJ e CSLL varia conforme a empresa e conforme a forma de apuração,</p><p>podendo ser anual ou trimestral. A partir de um lucro trimestral de R$ 65.000, apure</p><p>e contabilize o IRPJ e a CSLL:</p><p>2 Além de incidirem sobre o faturamento e o lucro, os tributos também incidem sobre a</p><p>folha de pagamento das empresas. Considerando uma folha de pagamento no valor</p><p>de R$ 22.000 e um pró-labore de R$ 7.000, calcule e contabilize o INSS Patronal e o</p><p>FGTS de uma empresa que tem um RAT de 3%.</p><p>3 Os tributos podem ser divididos entre aqueles que incidem sobre o faturamento</p><p>das empresas, sobre a folha de pagamento e sobre o lucro das empresas. Assinale</p><p>a alternativa CORRETA que contém apenas tributos que incidem sobreo lucro das</p><p>empresas:</p><p>a) ( ) IRRF e CSLL.</p><p>b) ( ) IRPJ e CSLL.</p><p>c) ( ) IRRF e COFINS.</p><p>d) ( ) IRPJ e COFINS.</p><p>4 O IRPJ e CSLL são tributos relevantes para as empresas, visto que as suas alíquotas</p><p>são consideradas altas pelos empresários brasileiros. Considerando o exposto,</p><p>assinale a alternativa CORRETA que apresenta as alíquotas de IRPJ, Adicional de IRPJ</p><p>e CSLL, respectivamente:</p><p>a) ( ) 9%, 10% e 15%.</p><p>b) ( ) 10%, 15% e 9%.</p><p>c) ( ) 15%, 15% e 10%.</p><p>d) ( ) 15%, 10% e 9%.</p><p>5 Os tributos podem ser divididos entre aqueles que incidem sobre o faturamento</p><p>das empresas, sobre a folha de pagamento e sobre o lucro das empresas. Assinale</p><p>a alternativa CORRETA que contém apenas tributos que incidem sobre a folha de</p><p>pagamento:</p><p>a) ( ) INSS Patronal, FGTS, INSS, IRRF.</p><p>b) ( ) INSS Patronal, ISS, FGTS, IRRF.</p><p>c) ( ) INSS Patronal, PIS, COFINS, FGTS.</p><p>d) ( ) INSS Patronal, PIS, ISS, IRRF.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>84</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BONHO, F.; SILVA, F.; ALVES, A. Contabilidade básica. Porto Alegre: Sagah, 2018.</p><p>204 p.</p><p>BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a</p><p>tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto</p><p>sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm.</p><p>Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016. Aprova a Tabela de</p><p>Incidência do Impostos sobre Produtos Industrializados – TIPI. Brasília.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/</p><p>Decreto/D8950.htm#art6. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Decreto nº 8.426, de 1º de abril de 2015. Restabelece as alíquotas</p><p>da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre receitas</p><p>financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração</p><p>não-cumulativa das referidas contribuições. Brasília. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/decreto/d8426.htm. Acesso</p><p>em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Altera a legislação</p><p>tributária federal e dá outras providências. Brasília. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.833.htm. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a não</p><p>cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de</p><p>Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público</p><p>(Pasep). Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/</p><p>l10637.htm. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.718 de 27 de novembro de 1998. Altera a legislação tributária</p><p>federal. Brasília. Disponível em: https://bit.ly/3Oq6W7a. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o</p><p>imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação</p><p>de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e</p><p>intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências. Brasília. Disponível</p><p>em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3rACBJd. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>85</p><p>BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.</p><p>Dispõe sobre o Sistema</p><p>Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis</p><p>à União, Estados e Municípios. (Código Tributário Nacional). Brasília. Disponível</p><p>em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em:</p><p>30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Emenda Constitucional nº 18, de 1º de dezembro de 1965. Reforma do</p><p>sistema tributário. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>Constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc18-65.htm. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Parecer SEI nº 14483/2021/ME. Recurso Extraordinário nº 574.706/PR.</p><p>Julgamento do Tema nº 69 de Repercussão Geral, com fixação da tese: "O ICMS não</p><p>compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS". Brasília.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/pgfn/pt-br/assuntos/representacao-judicial/</p><p>documentos-portaria-502/parecer-sei-14483-2021.pdf. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>BRASIL. Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966. Cria o Fundo de Garantia do</p><p>Tempo de Serviço, e dá outras providências. Brasília. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5107.htm. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.</p><p>2018. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/beneficios-trabalhador/fgts/</p><p>Paginas/default.aspx. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>CONTA AZUL. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): o que é, como emitir, exemplos</p><p>e mais. 2021. Disponível em: https://blog.contaazul.com/emissao-nota-fiscal/.</p><p>Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>CREPALDI, S.; CREPALDI, G. Contabilidade fiscal e tributária: teoria e prática. 2</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 432 p.</p><p>ENTENDEU DIREITO. Curso de direito: direito tributário I. 2021. Disponível em:</p><p>https://slideplayer.com.br/slide/14802814/90/images/47/Fl.+47.jpg. Acesso em:</p><p>30 mar. 2022.</p><p>FABRETTI, L. Contabilidade tributária. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 411p.</p><p>FAZCOMEX. Blog. Comércio Exterior. Entenda a diferença entre matéria prima,</p><p>uso ou consumo e insumo. 2021. Disponível em: https://www.fazcomex.com.</p><p>br/blog/materia-prima-consumo-insumo/. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>GESTÃO CONTABILIDADE. Percentuais de presunção de IRPJ e CSLL no lucro</p><p>presumido. 2017. Disponível em: https://www.gestaocontabilidade.net/uploads/</p><p>downloads/presuncao-presumido-20170324104346.pdf. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>MEURER, A. Contabilidade tributária. Curitiba: Contentus, 2020. 120 p.</p><p>86</p><p>QUIZLET. Direito constitucional: hierarquia das normas. 2021. Disponível em:</p><p>https://quizlet.com/148487624/direito-constitucional-hierarquia-das-normas-</p><p>estrategia-c-prof-nadia-carolina-flash-cards/. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Imposto sobre serviços: orientações</p><p>gerais. 2015. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/</p><p>fazenda/pesquisa/?p=18576. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Contribuinte. 2015. Disponível em:</p><p>https://bit.ly/3uZIPUX. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Classificação fiscal de mercadorias: NCM. 2021.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-</p><p>comercio-exterior/classificacao-fiscal-de-mercadorias/ncm. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1.700 de 14 de março</p><p>de 2017. Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre a</p><p>renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas</p><p>e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da</p><p>Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13</p><p>de maio de 2014. Brasília. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/</p><p>sijut2consulta/link.action?idAto=81268. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>RECEITA FEDERAL DO BRASIL. FAP – Fator acidentário de prevenção. 2015.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-</p><p>tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/gfip-sefip-guia-do-fgts-e-informacoes-</p><p>a-previdencia-social-1/fap-fator-acidentario-de-prevencao-legislacao-</p><p>perguntas-frequentes-dados-da-empresa. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>TAXGROUP. Tabela ICMS 2021 atualizada. 2021. Disponível em: https://www.</p><p>taxgroup.com.br/intelligence/tabela-icms-2021-atualizada/. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>VELLOZA, R.; GOMES, D. Entenda como funciona a cobrança, a incidência e</p><p>a tributação de IPI. In: Jota Info. 2021. Disponível em: https://www.jota.info/</p><p>opiniao-e-analise/artigos/notas-sobre-ipi-incidencia-operacoes-30072021.</p><p>Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>87</p><p>ENQUADRAMENTOS</p><p>TRIBUTÁRIOS PARA AS</p><p>EMPRESAS</p><p>UNIDADE 2 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer os regimes tributários existentes;</p><p>• compreender a legislação incidente sobre cada regime;</p><p>• analisar a legislação incidente sobre cada tributo conforme o regime tributário;</p><p>• identifi car as características dos tributos em cada regime;</p><p>• calcular e apurar ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI e INSS Patronal em cada regime;</p><p>• calcular e apurar IRPJ e CSLL em cada regime de tributação;</p><p>• contabilizar os tributos incidentes em operações em cada regime tributário.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – LUCRO PRESUMIDO</p><p>TÓPICO 2 – LUCRO REAL</p><p>TÓPICO 3 – LUCRO ARBITRADO E SIMPLES NACIONAL</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>88</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>89</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>LUCRO PRESUMIDO</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o regime de tributação chamado Lucro</p><p>Presumido. Mas o que é um regime de tributação? É a forma como as empresas</p><p>calculam e pagam os seus tributos, segundo a legislação brasileira. O Lucro Presumido</p><p>é um dos regimes existentes. Inicialmente estudaremos a parte teórica, que engloba as</p><p>principais leis inerentes ao regime tributário, bem como as principais características que</p><p>embasam a prática.</p><p>Na parte teórica, estudaremos as empresas que podem optar pelo lucro</p><p>presumido, formas de cálculo dos tributos sobre o lucro a partir de percentuais de</p><p>presunção, bem como a base de cálculo desses tributos e período de apuração. Outros</p><p>tributos serão estudados no que diz respeito à teoria, como o ISS (Imposto sobre Serviços),</p><p>PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento da</p><p>Seguridade Social), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto sobre</p><p>Circulação de Mercadorias e Serviços) e INSS Patronal.</p><p>Na parte prática, aplicaremos os conceitos estudados na parte teórica. Serão</p><p>calculados todos os tributos mencionados, as apurações mensais e trimestrais serão</p><p>realizadas, bem como as contabilizações de operações comuns em empresas do lucro</p><p>presumido.</p><p>2 LUCRO PRESUMIDO – PARTE TEÓRICA</p><p>O Lucro Presumido – LP – é um dos regimes de tributação do nosso país. No</p><p>dicionário, a palavra “presumido” significa: “estimado”, “previsto”, “pressuposto”, “suposto”.</p><p>Mas o que isso tem a ver com tributação, e mais, o que tem a ver com um regime</p><p>tributário? Conceitualmente, o Lucro Presumido tem esse nome por “presumir/estimar”</p><p>um percentual de lucro para cada tipo de atividade empresarial. Esse percentual de lucro</p><p>é fixo, definido em lei e será abordado mais adiante.</p><p>Falando em lei, o LP é regido principalmente pelo Decreto nº 9.580 de 2018, que</p><p>é conhecido como Regulamento do Imposto de Renda, ou RIR/2018, que regulamenta a</p><p>tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e</p><p>Proventos de Qualquer Natureza. Dessa forma, o RIR/2018 norteia também o Lucro Real</p><p>e Lucro Arbitrado, que estudaremos nos Tópicos 2 e 3.</p><p>90</p><p>Outra legislação relevante já mencionada neste material é a IN 1.700/2017, que,</p><p>além de outros assuntos, dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre</p><p>a renda e da contribuição social sobre o</p><p>lucro líquido das pessoas jurídicas.</p><p>Para iniciar os nossos estudos, é importante mencionar que nem todas as empresas</p><p>podem optar pelo Lucro Presumido. Existem algumas regras, conforme o RIR/2018:</p><p>Art. 587. A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário</p><p>anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou a R$</p><p>6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade do</p><p>ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar</p><p>pelo regime de tributação com base no lucro presumido.</p><p>§ 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será</p><p>defi nitiva em relação a todo o ano-calendário.</p><p>§ 3º Somente a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo</p><p>lucro real poderá optar pela tributação com base no lucro presumido.</p><p>§ 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o</p><p>pagamento da primeira ou da quota única do imposto sobre a renda</p><p>devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada</p><p>ano-calendário (BRASIL, 2018).</p><p>Resumindo: as empresas com receita bruta total no ano anterior de até R$</p><p>78.000.000,00 poderão ser do lucro presumido, ou, se a empresa iniciou suas atividades</p><p>em julho do ano anterior, por exemplo, ela poderá ser do lucro presumido se sua receita</p><p>bruta total tiver sido de até R$ 6.500.000 x 6 (de julho a dezembro) = R$ 39.000.000,00.</p><p>Além disso, empresas obrigadas ao Lucro Real (outro regime de tributação que veremos</p><p>mais à frente), não poderão optar pelo Lucro Presumido.</p><p>Alguma empresa é obrigada a ser do Lucro Presumido? A resposta é NÃO. As</p><p>empresas podem optar pelo LP, mas nenhuma é obrigada. Normalmente, as empresas</p><p>podem fazer a opção pelo LP quando for mais benéfi co para a empresa, por meio de um</p><p>planejamento tributário. O planejamento tributário SERÁ ESTUDADO na Unidade 3 Deste</p><p>livro didático.</p><p>É importante compreender que é o regime de tributação que indica a forma de</p><p>apuração do lucro, assim, como o próprio nome diz, o Lucro Presumido presume um</p><p>percentual de lucro para as empresas. Se estamos falando em lucro, isso vai impactar</p><p>diretamente na forma de calcular IRPJ e CSLL, pois são tributos calculados sobre o</p><p>lucro. Não menos importante, também infl uencia na forma de apuração do ICMS e IPI,</p><p>em que serão não cumulativos, e no PIS e COFINS, que serão cumulativos.</p><p>Para ter acesso ao Regulamento do Imposto de Renda – RIR/2018 – de</p><p>forma integral, acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-</p><p>2018/2018/decreto/D9580.htm.</p><p>DICA</p><p>91</p><p>Para a apuração do IRPJ e da CSLL no Lucro Presumido, relembramos o Quadro</p><p>1 de percentuais de presunção, que já vimos no Tópico 3 da Unidade 1:</p><p>QUADRO 1 – PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO</p><p>ATIVIDADE IRPJ CSLL</p><p>Revenda de combustível e derivados. 1,6% 12%</p><p>Comércio, indústria, transporte de cargas, serviços hospitalares. 8% 12%</p><p>Transporte de passageiros. 16% 12%</p><p>Serviços em geral, intermediação de negócios, locação de bens. 32% 32%</p><p>FONTE: Gestão Contabilidade (2017, s. p.)</p><p>O Quadro 1 resume o que consta nos artigos 591 e 592 do RIR/2018, bem como</p><p>o que é mencionado nos artigos 33 e 34 da IN 1.700/2017. De um modo geral, no que</p><p>se refere ao IRPJ, para o setor de revenda de combustível e derivados, a legislação</p><p>presume um lucro de 1,6%. Já para comércio, indústria, transporte de cargas e serviços</p><p>hospitalares, presume-se um lucro de 8%. Para transporte de passageiros presume-se</p><p>um lucro de 16% e para serviços em geral, intermediação de negócios e locação de bens,</p><p>presume-se um lucro de 32%.</p><p>Quanto à CSLL, a presunção de lucro nas atividades é sempre 12%, salvo os</p><p>serviços em geral, intermediação de negócios e locação de bens, que é 32%.</p><p>Já compreendemos que no lucro presumido existem os percentuais de</p><p>presunção de lucro, mas qual é a base de cálculo utilizada para se chegar no lucro</p><p>presumido? Será que são as vendas brutas? As vendas líquidas? Será que outras</p><p>receitas entram na base? Vamos lá.</p><p>Para acessar uma tabela mais analítica sobre os percentuais de presunção,</p><p>acesse o link: https://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-11/</p><p>boletim-16/irpj_percentuais_presuncao_irpj_csll.php.</p><p>DICA</p><p>92</p><p>2.1 BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL</p><p>Conforme vimos na Unidade 1, a base de cálculo é a expressão econômica do</p><p>fato gerador do tributo, devendo ser instituída em lei. Ou seja: é o valor monetário sobre</p><p>o qual se calcula, a partir de uma alíquota, o valor do tributo.</p><p>O artigo 591 do RIR/2018 menciona o seguinte:</p><p>Art. 591. A base de cálculo do imposto sobre a renda e do adicional, em</p><p>cada trimestre, será determinada por meio da aplicação do percentual</p><p>de oito por cento sobre a receita bruta definida pelo art. 208,</p><p>auferida no período de apuração, deduzida das devoluções</p><p>e das vendas canceladas e dos descontos incondicionais</p><p>concedidos, e observado o disposto no § 7º do art. 238 e nas demais</p><p>disposições deste Título e do Título XI (BRASIL, 2018, grifo nosso).</p><p>Resumindo: a base de cálculo para encontrar o lucro presumido é a receita</p><p>bruta. Mas o que é receita bruta? Para descobrir, temos que consultar o artigo 208 do</p><p>regulamento, que diz o seguinte:</p><p>Art. 208. A receita bruta compreende:</p><p>I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;</p><p>II - o preço da prestação de serviços em geral;</p><p>III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e</p><p>IV - as receitas da atividade ou do objeto principal da pessoa jurídica</p><p>não compreendidas no inciso I ao inciso III do caput .</p><p>§ 1º A receita líquida será a receita bruta diminuída de:</p><p>I - devoluções e vendas canceladas;</p><p>II - descontos concedidos incondicionalmente;</p><p>III - tributos sobre ela incidentes; e</p><p>IV - valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o</p><p>inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976 , das operações</p><p>vinculadas à receita bruta.</p><p>§ 2º Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos</p><p>cobrados, destacadamente, do comprador ou do contratante pelo</p><p>vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de</p><p>mero depositário.</p><p>§ 3º Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os</p><p>valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso</p><p>VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976 , das operações</p><p>previstas no caput , observado o disposto no § 2º (BRASIL, 2018).</p><p>Resumindo: a receita bruta é a venda de mercadorias, produtos ou serviços,</p><p>diminuída de devoluções de vendas e vendas canceladas e descontos incondicionais</p><p>(aqueles descontos dados no momento da venda, na nota fiscal). Além disso, diminui-se</p><p>da receita bruta o IPI que é um imposto por fora e o ICMS ST – Substituição Tributária –,</p><p>quando for o caso.</p><p>No entanto, a base de cálculo para o IRPJ e CSLL não para por aí. O que acontece</p><p>se a empresa tiver receitas financeiras? E se tiver ganho de capital na venda de algum</p><p>imobilizado? Isso entraria na base de cálculo? A resposta é sim e podemos encontrar no</p><p>artigo 222 do RIR/2018:</p><p>93</p><p>Art. 222. Os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados</p><p>positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 208 serão</p><p>acrescidos à base de cálculo de que trata esta Subseção, para efeito</p><p>de incidência do imposto sobre a renda (BRASIL, 2018).</p><p>Resumindo: apesar de não serem considerados receita bruta, os ganhos de</p><p>capital, demais receitas e outros resultados positivos decorrentes de receitas não</p><p>abrangidos no artigo 208 devem ser acrescidos à base de cálculo para calcular IRPJ e</p><p>CSLL que são tributos sobre a renda.</p><p>Para esclarecer as etapas da formação da base de cálculo, analise o Quadro 2</p><p>que segue:</p><p>QUADRO 2 – FORMAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL NO LUCRO PRESUMIDO</p><p>1 Vendas de mercadorias, produtos ou prestação de serviços</p><p>2 (-) Devolução de vendas</p><p>3 (-) IPI e ICMS ST (quando for o caso)</p><p>4 (-) Descontos incondicionais concedidos</p><p>5 = Receita bruta</p><p>6</p><p>% Aplicam-se os percentuais de presunção conforme a atividade empresarial</p><p>(tabela)</p><p>7 = Lucro Presumido sobre vendas</p><p>8 + Ganhos de capital</p><p>9 + Receitas financeiras</p><p>10 + Outras receitas previstas na</p><p>legislação</p><p>11 = Lucro Presumido Total (ou Base de Cálculo para IRPJ e CSLL)</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Analisando o Quadro 2 fica mais fácil compreender a forma para chegar à base</p><p>de cálculo do IRPJ e CSLL. Inicialmente, agrupam-se as atividades com percentual de</p><p>presunção iguais (se forem diferentes, tem que fazer o cálculo separado, por exemplo:</p><p>comércio e serviços possuem percentuais de presunção diferentes). Após, excluem-se</p><p>as devoluções de vendas, IPI e ICMS ST, e os descontos incondicionais. Dessa forma,</p><p>chega-se à receita bruta.</p><p>A partir da receita bruta, aplicam-se os percentuais de presunção conforme a</p><p>atividade e a tabela. Assim, chega-se ao lucro presumido sobre vendas (ou prestação</p><p>de serviços). Após fazer isso com todas as atividades empresariais, somam-se os</p><p>ganhos de capital, receitas financeiras e outras receitas, chegando ao lucro presumido</p><p>total. A partir do lucro presumido total é que se calculam o IRPJ e CSLL, conforme já</p><p>aprendemos na Unidade 1.</p><p>94</p><p>É importante lembrar que o IRPJ possui adicional de 10% quando o lucro</p><p>ultrapassar R$ 60.000,00 no trimestre, lembram?</p><p>Falando em trimestre, qual é o período de apuração do IRPJ e CSLL no Lucro</p><p>Presumido? Mensal, trimestral ou anual? É o que veremos a seguir.</p><p>2.2 PERÍODO DE APURAÇÃO DO IRPJ E CSLL</p><p>Conforme o artigo 588 do RIR/2018: “O imposto sobre a renda com base no</p><p>lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados</p><p>nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-</p><p>calendário, observado o disposto neste Título e no Título XI” (BRASIL, 2018).</p><p>Logo, para chegarmos ao lucro presumido, temos que somar os valores por</p><p>trimestre, conforme o Quadro 3:</p><p>QUADRO 3 – PERÍODO DE APURAÇÃO DE IRPJ E CSLL</p><p>Trimestre Meses</p><p>1º trimestre Janeiro + Fevereiro + Março</p><p>2º trimestre Abril + Maio + Junho</p><p>3º trimestre Julho + Agosto + Setembro</p><p>4º trimestre Outubro + Novembro + Dezembro</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Já aprendemos como chegar ao lucro presumido e assim poder calcular IRPJ e</p><p>CSLL. Mas e os demais tributos? ISS, ICMS, IPI, PIS e COFINS, INSS Patronal? Como se</p><p>comportam no lucro presumido?</p><p>2.3 BASE DE CÁLCULO E PERÍODO DE APURAÇÃO DOS</p><p>DEMAIS TRIBUTOS</p><p>Como vimos na Unidade 1, todo tributo tem a sua própria base de cálculo e suas</p><p>particularidades. De um modo geral, um tributo que não seja IRPJ e CSLL estar no lucro</p><p>presumido ou não, não muda a sua base de cálculo, apenas a alíquota utilizada (em</p><p>alguns casos) e a cumulatividade ou não cumulatividade.</p><p>95</p><p>Por exemplo, ISS, PIS e COFINS serão cumulativos, ou seja, não possibilitam</p><p>créditos fiscais. Já ICMS e IPI serão não cumulativos. Todos esses tributos são mensais.</p><p>INSS Patronal também é um tributo mensal, mas está relacionado à folha de pagamento.</p><p>Quais as alíquotas? Analise o Quadro 4 que resume as bases de cálculo, alíquotas,</p><p>cumulatividade, não cumulatividade e período de apuração:</p><p>QUADRO 4 – RESUMO DO COMPORTAMENTO DOS TRIBUTOS NO LUCRO PRESUMIDO</p><p>Tributo</p><p>Base de cálculo</p><p>(resumo)</p><p>Alíquota</p><p>Período de</p><p>apuração</p><p>Cumulativo?</p><p>ISS</p><p>Prestação de</p><p>serviços</p><p>2% a 5% Depende do</p><p>município</p><p>Mensal</p><p>Sim</p><p>ICMS</p><p>Produto,</p><p>mercadoria</p><p>ou serviço de</p><p>transporte ou</p><p>comunicação</p><p>Depende do Estado e</p><p>operação</p><p>Não</p><p>IPI Produto Depende do produto Não</p><p>PIS Receita Bruta 0,65% Sim</p><p>COFINS Receita Bruta 3% Sim</p><p>INSS</p><p>Patronal</p><p>Folha de</p><p>pagamento bruta</p><p>25,8% + RAT (que varia</p><p>de 1% a 3% conforme</p><p>a empresa) sobre a</p><p>folha de funcionários;</p><p>20% sobre o pró-</p><p>labore bruto.</p><p>Sim</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Após a explicação teórica das características dos tributos no Lucro Presumido,</p><p>iremos para a parte prática efetuar os cálculos de apurações e contabilizações.</p><p>3 PARTE PRÁTICA</p><p>A partir de agora iremos aplicar na prática os conhecimentos do Tópico 2.</p><p>Inicialmente, iremos analisar as informações do segundo trimestre de 2021, da empresa</p><p>Fonseca Indústria Comércio e Serviços Ltda. que está enquadrada no Lucro Presumido.</p><p>Sua atividade possui um risco de 3%, ou seja, um RAT de 3% para fins de INSS Patronal.</p><p>96</p><p>Primeiramente, faremos as contabilizações das operações, considerando todos</p><p>os tributos incidentes. Em seguida, faremos a apuração dos tributos mensais (ISS, ICMS,</p><p>IPI, PIS, COFINS e INSS Patronal) e trimestrais (IRPJ e CSLL).</p><p>QUADRO 5 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA FONSECA LTDA.</p><p>OPERAÇÕES A PRAZO ABRIL MAIO JUNHO</p><p>1</p><p>Compra de equipamento para fabricação</p><p>(ICMS 12%)</p><p>R$ 151.500,00 R$ - R$ -</p><p>2 Compras de mercadorias (ICMS 12%) R$ 50.000,00 R$ 47.000,00 R$ 56.000,00</p><p>3 Devolução de compra de mercadorias R$ - R$ - R$ 2.000,00</p><p>4</p><p>Compra de matéria-prima</p><p>(ICMS 12%/ IPI 10%)</p><p>Produto R$ 35.000,00 R$ 36.000,00 R$ 40.000,00</p><p>IPI R$ 3.500,00 R$ 3.600,00 R$ 4.000,00</p><p>TOTAL R$ 38.500,00 R$ 39.600,00 R$ 44.000,00</p><p>5</p><p>Vendas de mercadorias (ICMS 12%)</p><p>CMV da Venda</p><p>R$ 150.000,00 R$ 160.000,00 R$ 170.000,00</p><p>R$ 44.000,00 R$ 41.360,00 R$ 49.520,00</p><p>6</p><p>Devolução de vendas (CMV proporcional</p><p>ao CMV das vendas)</p><p>CMV da Devolução de Venda</p><p>R$ - R$ 10.000,00 R$ -</p><p>R$ - R$ 2.585,00 R$ -</p><p>7 Prestação de serviços (5%) R$ 21.000,00 R$ 17.000,00 R$ 18.500,00</p><p>8</p><p>Vendas de industrialização (CMV</p><p>é o saldo de estoque de matéria-</p><p>-prima) (ICMS 12% / IPI 10%)</p><p>Produto R$ 100.000,00 R$ 102.000,00 R$ 95.000,00</p><p>IPI R$ 10.000,00 R$ 10.200,00 R$ 9.500,00</p><p>TOTAL R$ 110.000,00 R$ 112.200,00 R$ 104.500,00</p><p>CMV da Venda de Industrialização R$ 88.000,00 R$ 89.760,00 R$ 83.600,00</p><p>9 Receitas Financeiras R$ 500,00 R$ 260,00 R$ 480,00</p><p>10 Ganho de Capital na venda de veículo R$ 5.050,00 R$ - R$ -</p><p>11</p><p>Energia elétrica</p><p>Base de cálculo do ICMS (Permite apro-</p><p>veitamento de 80% da base de cálculo</p><p>com uma alíquota de 25%)</p><p>R$ 600,00 R$ 700,00 R$ 650,00</p><p>R$ 540,00 R$ 630,00 R$ 585,00</p><p>12</p><p>Folha de pagamento dos funcionários</p><p>(Salários, adicionais, décimo terceiro e férias)</p><p>R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00</p><p>13 Pró-labore dos sócios R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>3.1 CONTABILIZAÇÕES</p><p>O Quadro 6 apresenta todas as contabilizações por número da operação e por mês.</p><p>97</p><p>QUADRO 6 – CONTABILIZAÇÕES</p><p>Op D/C Contas ABRIL MAIO JUNHO</p><p>1</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Máq. e equipamentos</p><p>ICMS a recuperar AI (AC)</p><p>ICMS a recuperar AI (ANC)</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ 133.320,00</p><p>R$ 4.545,00</p><p>R$ 13.635,00</p><p>R$ 151.500,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>2</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Estoque</p><p>ICMS a recuperar</p><p>Fornecedores</p><p>R$ 44.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 50.000,00</p><p>R$ 41.360,00</p><p>R$ 5.640,00</p><p>R$ 47.000,00</p><p>R$ 49.280,00</p><p>R$ 6.720,00</p><p>R$ 56.000,00</p><p>3</p><p>D</p><p>C</p><p>C</p><p>Fornecedores</p><p>ICMS a recolher</p><p>Estoque</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ 2.000,00</p><p>R$ 240,00</p><p>R$ 1.760,00</p><p>4</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Estoque MP</p><p>ICMS a recuperar</p><p>IPI a recuperar</p><p>Fornecedores</p><p>R$ 30.800,00</p><p>R$ 4.200,00</p><p>R$ 3.500,00</p><p>R$ 38.500,00</p><p>R$ 31.680,00</p><p>R$ 4.320,00</p><p>R$ 3.600,00</p><p>R$ 39.600,00</p><p>R$ 35.200,00</p><p>R$ 4.800,00</p><p>R$ 4.000,00</p><p>R$ 44.000,00</p><p>5</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Clientes</p><p>Receita de vendas</p><p>CMV</p><p>Estoque</p><p>ICMS s/ vendas</p><p>ICMS a recolher</p><p>PIS s/ vendas</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS s/ vendas</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 150.000,00</p><p>R$ 150.000,00</p><p>R$ 44.000,00</p><p>R$ 44.000,00</p><p>R$ 18.000,00</p><p>R$ 18.000,00</p><p>R$ 858,00</p><p>R$ 858,00</p><p>R$ 3.960,00</p><p>R$ 3.960,00</p><p>R$ 160.000,00</p><p>R$ 160.000,00</p><p>R$ 41.360,00</p><p>R$ 41.360,00</p><p>R$ 19.200,00</p><p>R$ 19.200,00</p><p>R$ 915,20</p><p>R$ 915,20</p><p>R$ 4.224,00</p><p>R$ 4.224,00</p><p>R$ 170.000,00</p><p>R$ 170.000,00</p><p>R$ 49.520,00</p><p>R$ 49.520,00</p><p>R$ 20.400,00</p><p>R$ 20.400,00</p><p>R$ 972,40</p><p>R$ 972,40</p><p>R$ 4.488,00</p><p>R$ 4.488,00</p><p>6</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Devolução de vendas</p><p>Clientes</p><p>Estoque</p><p>CMV</p><p>ICMS a recuperar</p><p>ICMS s/ vendas</p><p>PIS a recolher</p><p>PIS s/ vendas</p><p>COFINS a recolher</p><p>COFINS s/ vendas</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 2.585,00</p><p>R$ 2.585,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 57,20</p><p>R$ 57,20</p><p>R$ 264,00</p><p>R$ 264,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>7</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Clientes</p><p>Receita prestação serviços</p><p>ISS s/ serviços</p><p>ISS a recolher</p><p>PIS s/ serviços</p><p>PIS a recolher</p><p>R$ 21.000,00</p><p>R$ 21.000,00</p><p>R$ 1.050,00</p><p>R$ 1.050,00</p><p>R$ 136,50</p><p>R$ 136,50</p><p>R$ 17.000,00</p><p>R$ 17.000,00</p><p>R$ 850,00</p><p>R$ 850,00</p><p>R$ 110,50</p><p>R$ 110,50</p><p>R$ 18.500,00</p><p>R$ 18.500,00</p><p>R$ 925,00</p><p>R$ 925,00</p><p>R$ 120,25</p><p>R$ 120,25</p><p>98</p><p>D</p><p>C</p><p>COFINS s/ serviços</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 630,00</p><p>R$ 630,00</p><p>R$ 510,00</p><p>R$ 510,00</p><p>R$ 555,00</p><p>R$ 555,00</p><p>8</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Clientes</p><p>Receita de vendas indústria</p><p>CPV</p><p>Estoque MP</p><p>ICMS s/ vendas</p><p>ICMS a recolher</p><p>IPI s/ produto</p><p>IPI a recolher</p><p>PIS s/ vendas</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS s/ vendas</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 110.000,00</p><p>R$ 110.000,00</p><p>R$ 40.000,00</p><p>R$ 40.000,00</p><p>R$ 12.000,00</p><p>R$ 12.000,00</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 637,00</p><p>R$ 637,00</p><p>R$ 2.940,00</p><p>R$ 2.940,00</p><p>R$ 112.200,00</p><p>R$ 112.200,00</p><p>R$ 42.000,00</p><p>R$ 42.000,00</p><p>R$ 12.240,00</p><p>R$ 12.240,00</p><p>R$ 10.200,00</p><p>R$ 10.200,00</p><p>R$ 649,74</p><p>R$ 649,74</p><p>R$ 2.998,80</p><p>R$ 2.998,80</p><p>R$ 104.500,00</p><p>R$ 104.500,00</p><p>R$ 39.000,00</p><p>R$ 39.000,00</p><p>R$ 11.400,00</p><p>R$ 11.400,00</p><p>R$ 9.500,00</p><p>R$ 9.500,00</p><p>R$ 605,15</p><p>R$ 605,15</p><p>R$ 2.793,00</p><p>R$ 2.793,00</p><p>9</p><p>D</p><p>C</p><p>Aplicação financeira</p><p>Rendimento da aplicação</p><p>R$ 500,00</p><p>R$ 500,00</p><p>R$ 260,00</p><p>R$ 260,00</p><p>R$ 480,00</p><p>R$ 480,00</p><p>10</p><p>D</p><p>C</p><p>Contas a receber</p><p>Ganho de capital</p><p>R$ 5.050,00</p><p>R$ 5.050,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>11</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa com energia</p><p>ICMS a recuperar</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ 492,00</p><p>R$ 108,00</p><p>R$ 600,00</p><p>R$ 574,00</p><p>R$ 126,00</p><p>R$ 700,00</p><p>R$ 533,00</p><p>R$ 117,00</p><p>R$ 650,00</p><p>12</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa de salários</p><p>Salários a pagar</p><p>INSS Patronal</p><p>INSS a recolher</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>13</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa pró-labore</p><p>Pró-labore a pagar</p><p>INSS Patronal</p><p>INSS a recolher</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Antes de efetivamente apurarmos os valores de todos os tributos, precisamos</p><p>dar atenção ao ativo imobilizado que foi adquirido em abril. Nele, consta ICMS a</p><p>recuperar, no entanto, precisamos fazer a transferência da conta “ICMS a recuperar AI</p><p>(ANC)” para a conta “ICMS a recuperar”. O valor a ser transferido é de 1/48 do crédito</p><p>de ICMS. É importante mencionar que se houvesse alguma venda isenta de ICMS, isso</p><p>deveria ser considerado no cálculo, no entanto, isso não se aplica ao exemplo que</p><p>estamos utilizando. Nesse caso, o cálculo da transferência de crédito de ICMS do ativo</p><p>imobilizado fica assim:</p><p>Valor total do crédito do ativo imobilizado: R$ 18.180</p><p>1/48: R$ 18.180 / 48 = R$ 378,75 por mês.</p><p>Lançamentos contábeis da transferência de ICMS do Ativo Imobilizado:</p><p>99</p><p>QUADRO 7 – CONTABILIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO DO AI</p><p>Op D/C Contas ABRIL MAIO JUNHO</p><p>14</p><p>D</p><p>C</p><p>ICMS a recuperar</p><p>ICMS a recuperar AI (AC)</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Com a contabilização, esse ICMS já poderá ser aproveitado na apuração ao final</p><p>do mês.</p><p>Agora que fizemos as contabilizações é possível apurar os tributos. Lembrando</p><p>que algumas contabilizações ainda serão realizadas para que haja a transferência de</p><p>tributos a recolher e recuperar (no caso do ICMS e IPI) e o registro da contabilização do</p><p>IRPJ e CSLL que são tributos trimestrais.</p><p>3.2 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS</p><p>Lembre-se que PIS, COFINS, ISS e INSS Patronal são tributos cumulativos e não</p><p>geram crédito fiscal no lucro presumido, por isso, só haverá débitos fiscais na apuração</p><p>deles. Já o ICMS e IPI são tributos não cumulativos e precisamos fazer a separação do</p><p>que é crédito e o que é débito para chegar no valor a recolher ou a recuperar.</p><p>QUADRO 8 – APURAÇÃO DOS TRIBUTOS MENSAIS</p><p>PIS ABRIL MAIO JUNHO</p><p>DÉBITOS</p><p>Venda de mercadorias R$ 858,00 R$ 915,20 R$ 972,40</p><p>Venda de produtos R$ 637,00 R$ 649,74 R$ 605,15</p><p>Prestação de serviços R$ 136,50 R$ 110,50 R$ 120,25</p><p>Devolução de vendas - (R$ 57,20) -</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 1.631,50 R$ 1.618,24 R$1.697,80</p><p>COFINS ABRIL MAIO JUNHO</p><p>DÉBITOS</p><p>Venda de mercadorias R$ 3.960,00 R$ 4.224,00 R$ 4.488,00</p><p>Venda de produtos R$ 2.940,00 R$ 2.998,80 R$ 2.793,00</p><p>Prestação de serviços R$ 630,00 R$ 510,00 R$ 555,00</p><p>Devolução de vendas - (R$ 264,00) -</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 7.530,00 R$ 7.468,80 R$ 7.836,00</p><p>100</p><p>ICMS ABRIL MAIO JUNHO</p><p>CRÉDITOS R$ 10.686,75 R$ 11.664,75 R$ 12.015,75</p><p>Compra de mercadorias R$ 6.000,00 R$ 5.640,00 R$ 6.720,00</p><p>Compra de MP R$ 4.200,00 R$ 4.320,00 R$ 4.800,00</p><p>Energia elétrica R$ 108,00 R$ 126,00 R$ 117,00</p><p>Devolução de venda - R$ 1.200,00 -</p><p>Ativo imobilizado R$ 378,75 R$ 378,75 R$ 378,75</p><p>DÉBITOS R$ 30.000,00 R$ 31.440,00 R$ 32.040,00</p><p>Devolução de compra - - R$ 240,00</p><p>Venda de mercadorias R$18.000,00 R$ 19.200,00 R$ 20.400,00</p><p>Venda de produtos R$ 12.000,00 R$ 12.240,00 R$ 11.400,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 19.313,25 R$ 19.775,25 R$ 20.024,25</p><p>IPI ABRIL MAIO JUNHO</p><p>CRÉDITOS R$ 3.500,00 R$ 3.600,00 R$ 4.000,00</p><p>Compra de MP R$ 3.500,00 R$ 3.600,00 R$ 4.000,00</p><p>DÉBITOS R$ 10.000,00 R$ 10.200,00 R$ 9.500,00</p><p>Venda de produtos R$ 10.000,00 R$ 10.200,00 R$ 9.500,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 6.500,00 R$ 6.600,00 R$ 5.500,00</p><p>ISS ABRIL MAIO JUNHO</p><p>DÉBITOS</p><p>Prestação de Serviços R$ 1.050,00 R$ 850,00 R$ 925,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 1.050,00 R$ 850,00 R$ 925,00</p><p>INSS PATRONAL ABRIL MAIO JUNHO</p><p>DÉBITOS</p><p>Folha de pagamento R$ 5.760,00 R$ 5.760,00 R$ 5.760,00</p><p>Pró-labore R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 6.960,00 R$ 6.960,00 R$ 6.960,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>101</p><p>No exemplo, os débitos de ICMS e IPI foram maiores que os créditos, logo, não</p><p>houve saldos de tributos a recuperar em períodos seguintes. No entanto, é necessário</p><p>registrar na contabilidade a compensação dos créditos com os débitos, ou seja:</p><p>compensamos todos os créditos fiscais:</p><p>QUADRO 9 – CONTABILIZAÇÃO DA COMPENSAÇÃO DE ICMS E IPI</p><p>Op D/C Contas ABRIL MAIO JUNHO</p><p>14</p><p>D</p><p>C</p><p>ICMS a recolher</p><p>ICMS a recuperar</p><p>R$ 10.686,75</p><p>R$ 10.686,75</p><p>R$ 11.664,75</p><p>R$ 11.664,75</p><p>R$ 12.015,75</p><p>R$ 12.015,75</p><p>15</p><p>D</p><p>C</p><p>IPI a recolher</p><p>IPI a recuperar</p><p>R$ 3.500,00</p><p>R$ 3.500,00</p><p>R$ 3.600,00</p><p>R$ 3.600,00</p><p>R$ 4.000,00</p><p>R$ 4.000,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Está sentindo falta de algum tributo? Sim, falta calcularmos</p><p>IRPJ e CSLL. Vamos lá?</p><p>Utilizando a estrutura que aprendemos anteriormente, calcularemos IRPJ e CSLL</p><p>empregando as informações trimestrais, ou seja: a soma dos três meses do exemplo.</p><p>É importante mencionar que comércio e indústria possuem os mesmos percentuais</p><p>de presunção. No entanto, prestação de serviços não. Logo, devemos encontrar neste</p><p>caso, dois “Lucros Presumidos”: um para comércio e indústria, e outro para serviços.</p><p>Após encontrarmos, seguimos o cálculo normalmente, acrescendo ganhos de capital e</p><p>receitas financeiras.</p><p>QUADRO 10 – APURAÇÃO DE IRPJ E CSLL DO TRIMESTRE</p><p>Lucro Presumido sobre Comércio e Indústria</p><p>Vendas de mercadorias R$ 480.000,00</p><p>Vendas de produtos R$ 326.700,00</p><p>(-) Devolução de vendas (R$ 10.000,00)</p><p>(-) IPI (R$ 29.700,00)</p><p>= Receita bruta de vendas R$ 767.000,00</p><p>IRPJ CSLL</p><p>x Percentuais de presunção 8% 12%</p><p>= Lucro Presumido sobre com. e ind. R$ 61.360,00 R$ 92.040,00</p><p>Lucro Presumido sobre Serviços</p><p>Prestação de Serviços R$ 56.500,00</p><p>= Receita bruta de serviços R$ 56.500,00</p><p>102</p><p>IRPJ CSLL</p><p>x Percentuais de presunção 32% 32%</p><p>= Lucro Presumido sobre serviços R$ 18.080,00 R$ 18.080,00</p><p>= Lucro Presumido s/ com, ind. e ser. R$ 79.440,00 R$ 110.120,00</p><p>+ Ganhos de capital R$ 5.050,00 R$ 5.050,00</p><p>+ Receitas financeiras R$ 1.240,00 R$ 1.240,00</p><p>+ Outras receitas previstas na legislação - -</p><p>= Lucro Presumido Total R$ 85.730,00 R$ 116.410,00</p><p>x Alíquotas 15% 9%</p><p>= Tributos R$ 12.859,50 R$ 10.476,90</p><p>+ Adicional de IRPJ R$ 2.573,00 -</p><p>= Total de tributos a pagar R$ 15.432,50 R$ 10.476,90</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Atenção para o adicional de IRPJ: o Lucro Presumido Total foi R$ 85.730,00.</p><p>Considerando que as informações são trimestrais, o lucro ultrapassou R$ 60.000,00</p><p>que é o valor máximo para não precisar pagar adicional (ou R$ 20 mil por mês). Nesse</p><p>sentido, devemos calcular adicional de IRPJ sobre aquilo que ultrapassou sessenta mil:</p><p>Base de cálculo para adicional de IRPJ = 85.730 – 60.000 = R$ 25.730,00.</p><p>Aplicando a alíquota de 10%, temos um adicional de: 25.730 x 10% = R$ 2.573,00.</p><p>Agora que já temos os valores apurados de IRPJ e CSLL, precisamos registrá-</p><p>los na contabilidade:</p><p>QUADRO 11 – CONTABILIZAÇÃO DE IRPJ E CSLL</p><p>Op D/C Contas 2º Trimestre</p><p>17</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa de IRPJ</p><p>IRPJ a recolher</p><p>R$ 15.432,50</p><p>R$ 15.432,50</p><p>18</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa de CSLL</p><p>CSLL a recolher</p><p>R$ 10.476,90</p><p>R$ 10.476,90</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Assim, finalizamos as apurações e cálculos de todos os tributos da empresa</p><p>Fonseca Ltda., que está enquadrada no Lucro Presumido. No Tópico 2, aprenderemos</p><p>na prática a aplicação dos tributos no Lucro Real.</p><p>103</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O Lucro Presumido tem esse nome por presumir, conforme legislação, um lucro</p><p>conforme o setor da empresa.</p><p>• IRPJ e CSLL são tributos apurados de forma trimestral e para calculá-los utilizam-se</p><p>percentuais de presunção.</p><p>• PIS, COFINS, ISS e INSS Patronal são tributos cumulativos.</p><p>• As alíquotas de PIS e COFINS são, respectivamente, 0,65% e 3%.</p><p>• As alíquotas de ICMS, IPI e ISS variam conforme legislação e localização.</p><p>• O INSS Patronal sobre a folha de pagamento tem alíquotas variáveis, que mudam</p><p>conforme o RAT da empresa, podendo variar entre 26,80% até 28,80%, de um modo</p><p>geral.</p><p>• O INSS Patronal sobre pró-labore possui alíquota de 20%.</p><p>• ICMS e IPI são tributos não cumulativos e geram créditos fiscais.</p><p>104</p><p>1 O Lucro Presumido é um dos regimes de tributação existentes no Brasil. Sua principal</p><p>característica é a apuração trimestral de IRPJ e CSLL com base em percentuais de</p><p>presunção que variam conforme a atividade da empresa. Sobre as características do</p><p>regime tributário Lucro Presumido, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) PIS e COFINS são cumulativos nesse regime.</p><p>b) ( ) ICMS, IPI, PIS e COFINS são não cumulativos nesse regime.</p><p>c) ( ) Para a atividade de indústria, os percentuais de presunção são 12% e 8% para</p><p>IRPJ e CSLL, respectivamente.</p><p>d) ( ) Para a atividade de comércio, os percentuais de presunção são 8% e 16% para</p><p>IRPJ e CSLL, respectivamente.</p><p>2 Os percentuais de presunção são definidos em lei para presumir o lucro das empresas</p><p>e encontrar a base de cálculo para apuração de IRPJ e CSLL. Com base na tabela</p><p>de presunção e outros conhecimentos relacionados ao lucro presumido, analise as</p><p>sentenças a seguir:</p><p>I- Uma empresa que atua no ramo de comércio teve uma receita bruta trimestral no</p><p>valor de R$ 70.000,00. Como a receita bruta ultrapassou R$ 60.000,00, terá que</p><p>pagar adicional de IRPJ.</p><p>II- Uma empresa que atua no ramo de serviços gerais auferiu uma receita bruta</p><p>trimestral de R$ 200.000,00. O lucro presumido sobre serviços será de R$ 64.000,00,</p><p>seja para o IRPJ como para a CSLL.</p><p>III- As receitas financeiras e ganhos de capital devem ser adicionados à base de cálculo</p><p>do lucro presumido após a aplicação dos percentuais de presunção, pois não há</p><p>que se presumir lucro para esse tipo de receita.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 Conforme o regime tributário em que as empresas estão enquadradas, existem</p><p>características diversas, seja para os tributos sobre o lucro ou para os demais</p><p>tributos. Essas características envolvem alíquotas, cumulatividade, base de cálculo,</p><p>período de apuração, entre outros. Conforme as especificidades dos tributos no lucro</p><p>presumido, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>105</p><p>( ) As alíquotas de PIS e COFINS são 1,65% e 3%, respectivamente.</p><p>( ) As alíquotas de ISS variam de 2% a 5%.</p><p>( ) As alíquotas gerais de IRPJ e CSLL são, respectivamente, 15% + 10% de adicional,</p><p>e 9%.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>4 A empresa UNI Comércio Ltda. é uma empresa do lucro presumido. Analise as</p><p>informações do último trimestre, encontre o lucro presumido e calcule IRPJ e CSLL:</p><p>Venda de mercadorias: R$ 150.000,00</p><p>Devolução de vendas: R$ 2.600,00</p><p>Descontos condicionais: R$ 500,00</p><p>Descontos incondicionais: R$ 1.000,00</p><p>Receita financeira: R$ 750,00</p><p>Ganho de capital: R$ 8.000,00</p><p>5 A empresa EDU Serviços Ltda. é uma empresa de serviços gerais. Analise as</p><p>informações do último trimestre, encontre o lucro presumido e calcule IRPJ e CSLL:</p><p>Prestação de serviços: R$ 500.000,00</p><p>Descontos condicionais: R$ 13.400,00</p><p>Receita financeira: R$ 7.500,00</p><p>Ganho de capital: R$ 18.000,00</p><p>106</p><p>107</p><p>LUCRO REAL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos o regime de tributação chamado Lucro Real.</p><p>Na primeira parte serão abordados assuntos teóricos relacionados ao tema, tais como,</p><p>as principais leis que abrangem o Lucro Real, destacando sobre: a base de cálculo dos</p><p>tributos sobre o lucro nesse regime, formas de cálculo (anual ou por estimativa mensal),</p><p>ajustes necessários para se chegar ao lucro real (adições, exclusões e compensações).</p><p>Além disso, ainda no subtópico 2, estudaremos o comportamento do ISS, PIS,</p><p>COFINS, ICMS, IPI e INSS Patronal, suas alíquotas, possibilidade de créditos fiscais e</p><p>principal legislação.</p><p>Por fim, no Subtópico 3, abordaremos a parte prática de forma conjunta com</p><p>todos os tributos estudados. Nessa parte, além de calcularmos a tributação, faremos</p><p>a apuração e contabilização de operações corriqueiras em empresas do Lucro Real.</p><p>Vamos lá?</p><p>2 LUCRO REAL – PARTE TEÓRICA</p><p>O Lucro Real é considerado o regime de tributação mais complexo de todas as</p><p>opções existentes, isso porque empresas optantes por essa forma de tributação precisam</p><p>estar com a contabilidade realizada até o último dia do mês seguinte a apuração. Você</p><p>deve estar se perguntando: “Mas como assim? Todas as empresas não deveriam ter</p><p>a contabilidade em dia?” Sim, as empresas devem estar com a contabilidade em dia, no</p><p>entanto, para as empresas do Lucro Real isso é obrigatório, pois</p><p>para calcular IRPJ e CSLL</p><p>o lucro contábil é utilizado.</p><p>É daí que vem a explicação para o nome “Lucro Real”, pois o lucro contábil,</p><p>muitas vezes, pode ser diferente do Lucro Real para título de cálculo de imposto de</p><p>renda. Essa dinâmica surge devido às leis fiscais que se chocam com as normas de</p><p>contabilidade, nesse sentido, existem alguns ajustes necessários a se fazer no “Lucro</p><p>Contábil” para chegar ao “Lucro Real”.</p><p>Falando em legislação, o lucro real é abrangido principalmente pelo RIR/2018 e</p><p>pela IN 1.700/2017. No que se refere ao RIR/2018, o Lucro Real é abordado no Título VIII,</p><p>a partir do artigo 257. Conceitualmente, conforme o RIR/2018, lucro real é:</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 -</p><p>108</p><p>Art. 258. O lucro real é o lucro líquido do período de apuração</p><p>ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas</p><p>ou autorizadas por este Regulamento.</p><p>§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro</p><p>líquido de cada período de apuração em observância às disposições</p><p>das leis comerciais.</p><p>Art. 259. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do</p><p>lucro operacional, das demais receitas e despesas, e das participações,</p><p>e deverá ser determinado em observância aos preceitos da lei</p><p>comercial (BRASIL, 2018).</p><p>Resumindo: o lucro real é o lucro que consta na Demonstração do Resultado do</p><p>Exercício (lucro líquido), porém, com ajustes conforme a lei fiscal. Os ajustes são muito</p><p>importantes, pois eles é que determinam o Lucro Real que será a base de cálculo para</p><p>calcular IRPJ e CSLL. Para facilitar, analise o Quadro a seguir que resume os principais</p><p>ajustes do lucro líquido para se chegar ao lucro real:</p><p>QUADRO 12 – RESUMO DOS PRINCIPAIS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO</p><p>Ajustes</p><p>Adições Exclusões Compensações</p><p>São despesas da DRE que</p><p>são somadas (adicionadas)</p><p>ao lucro líquido.</p><p>São receitas da DRE</p><p>que são diminuídas</p><p>(excluídas) do lucro</p><p>líquido.</p><p>É o prejuízo fiscal (e não</p><p>contábil) que poderá ser</p><p>compensado (excluído)</p><p>do lucro líquido.</p><p>Despesas com alimentação</p><p>de sócios, acionistas e admi-</p><p>nistradores.</p><p>Receitas que constam</p><p>na DRE, mas que não</p><p>são tributáveis.</p><p>Prejuízo fiscal de períodos</p><p>anteriores, limitada a</p><p>compensação de 30% do</p><p>lucro líquido ajustado.</p><p>Doações (salvo exceções, ver</p><p>artigos 377 e 385 do RIR/2018).</p><p>Lucros e dividendos</p><p>recebidos.</p><p>Despesas com brindes.</p><p>Valores registrados como</p><p>equivalência patrimonial.</p><p>O valor da CSLL, registrado</p><p>como custo ou despesa</p><p>operacional.</p><p>FONTE: Os autores</p><p>É importante que você compreenda o que é um prejuízo fiscal. Prejuízo fiscal</p><p>é o lucro real negativo de determinado período. Por exemplo, é quando, após todos os</p><p>ajustes (adições e exclusões), o lucro líquido ajustado fica negativo. Isso não significa</p><p>que a empresa teve um prejuízo contábil. Vamos a um exemplo:</p><p>109</p><p>QUADRO 13 – EXEMPLO DE PREJUÍZO FISCAL</p><p>Informação R$</p><p>Lucro Líquido (na DRE) R$ 13.000,00</p><p>+ Adições R$ 1.000,00</p><p>- Exclusões R$ 20.000,00</p><p>- Compensações R$ 2.000,00</p><p>= Lucro líquido ajustado (Prejuízo fi scal) (R$ 8.000,00)</p><p>FONTE: Os autores</p><p>O prejuízo fi scal poderá ser compensado em períodos futuros, limitado a 30% do</p><p>lucro líquido ajustado daquele período, conforme o inciso III do artigo 261 do RIR/2018:</p><p>Art. 261. Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do</p><p>lucro líquido do período de apuração:</p><p>III - o prejuízo fi scal apurado em períodos de apuração anteriores,</p><p>limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas</p><p>adições e exclusões previstas neste Regulamento, desde que a pessoa</p><p>jurídica mantenha os livros e os documentos exigidos pela legislação</p><p>fi scal, comprobatórios do prejuízo fi scal utilizado para compensação,</p><p>observado o disposto no art. 514 ao art. 521 (BRASIL, 2018).</p><p>Será que qualquer empresa pode ser do Lucro Real? A resposta é sim. Veja</p><p>alguns benefícios de optar por esse regime de tributação:</p><p>QUADRO 14 – BENEFÍCIOS DE OPTAR PELO LUCRO REAL</p><p>Possibilidade de compensar prejuízos fi scais anteriores</p><p>Reduzir ou suspender o recolhimento de IRPJ e CSLL</p><p>Utilização de crédito de PIS e COFINS</p><p>Possibilidade mais ampla de planejamento tributário</p><p>FONTE: Adaptado de Portal Tributário (2021)</p><p>No entanto, algumas são obrigadas, conforme o artigo 257 do RIR/2018:</p><p>Prejuízo fi scal não é o mesmo que prejuízo contábil. Prejuízo contábil é o valor</p><p>negativo que consta na última linha da DRE. Prejuízo fi scal é quando o lucro</p><p>líquido ajustado nas empresas do Lucro Real é negativo.</p><p>ATENÇÃO</p><p>110</p><p>Art. 257. Ficam obrigadas à apuração do lucro real as pessoas</p><p>jurídicas:</p><p>I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao</p><p>limite de R$ 78.000.000,00 ou proporcional ao número de meses do</p><p>período, quando inferior a doze meses;</p><p>II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de</p><p>investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,</p><p>caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e</p><p>investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras</p><p>de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedades de crédito ao</p><p>microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras</p><p>de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,</p><p>cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de</p><p>capitalização e entidades abertas de previdência complementar;</p><p>III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos</p><p>do exterior;</p><p>IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios</p><p>fiscais relativos à isenção ou à redução do imposto sobre a renda;</p><p>V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento</p><p>mensal pelo regime de estimativa, na forma estabelecida no art. 219;</p><p>VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua</p><p>de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de</p><p>crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,</p><p>compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a</p><p>prazo ou de prestação de serviços (factoring);</p><p>VII - que explorem as atividades de securitização de créditos</p><p>imobiliários, financeiros e do agronegócio;</p><p>VIII - que tenham sido constituídas como sociedades de propósito</p><p>específico, formadas por microempresas e empresas de pequeno porte,</p><p>observado o disposto no art. 56 da Lei Complementar nº 123, de 2006 ; e</p><p>IX - que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei</p><p>13.043, de 2014 ;</p><p>§ 1º As pessoas jurídicas não enquadradas no disposto no caput</p><p>poderão apurar os seus resultados tributáveis com base nas</p><p>disposições deste Título.</p><p>§ 2º As pessoas jurídicas de que tratam os incisos I, III, IV e V do caput</p><p>poderão optar, durante o período em que submetidas ao Programa</p><p>de Recuperação Fiscal - Refis, pelo regime de tributação com base</p><p>no lucro presumido, observado o disposto no art. 523 (BRASIL, 2018).</p><p>Para resumir, veja no Quadro 15 algumas informações que obrigam as empresas</p><p>a serem do Lucro Real:</p><p>QUADRO 14 – EMPRESAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL</p><p>• receita total no ano anterior maior que R$ 78 milhões de reais, ou maior que R$</p><p>6.500.000,00 mensais.</p><p>• bancos, sociedades corretoras de títulos, empresas de arrendamento mercantil,</p><p>cooperativas de crédito, entre outros.</p><p>• empresas que tem lucros, rendimentos e ganhos de capital provenientes do</p><p>exterior, e aquelas que emitem ações.</p><p>FONTE: Adaptado de Brasil (2018)</p><p>111</p><p>No que se refere ao demais tributos, PIS, COFINS, ICMS e IPI, são não cumulativos</p><p>neste regime e geram créditos fiscais, conforme já estudamos na Unidade 1.</p><p>Já compreendemos que o lucro real é um regime complexo. Mas qual é a base</p><p>de cálculo utilizada para calcular IRPJ e CSLL? Vamos lá.</p><p>2.1 BASE DE CÁLCULO E PERÍODO DE APURAÇÃO DE IRPJ E CSLL</p><p>Conforme os artigos 27 e 28 da IN 1.700/2017:</p><p>Art. 27. A base de cálculo do IRPJ, determinada segundo a legislação</p><p>vigente na data da ocorrência do respectivo fato gerador, é o lucro</p><p>real, lucro presumido ou lucro arbitrado, correspondente ao período</p><p>de apuração.</p><p>Art. 28. A base de cálculo da CSLL, determinada segundo a</p><p>legislação</p><p>vigente na data da ocorrência do respectivo fato gerador, é</p><p>o resultado ajustado, resultado presumido ou resultado arbitrado,</p><p>correspondente ao período de apuração.</p><p>Parágrafo único. As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação</p><p>com base no lucro real, presumido ou arbitrado, conforme o caso,</p><p>ficarão sujeitas ao mesmo critério para a determinação da base</p><p>de cálculo da CSLL, mantidos os ajustes e as alíquotas previstos na</p><p>legislação para cada tributo (RECEITA FEDERAL, 2017).</p><p>Resumindo, a base de cálculo para o IRPJ e CSLL é o Lucro Real. No entanto,</p><p>existem duas formas de se chegar ao Lucro Real e isso depende dos períodos de</p><p>apuração escolhidos pela empresa: trimestral ou mensal.</p><p>Se a empresa escolher apurar IRPJ e CSLL de forma trimestral, a base de cálculo</p><p>será o Lucro Real, conforme o esquema:</p><p>QUADRO 16 – ESQUEMA PARA CHEGAR AO LUCRO REAL TRIMESTRAL</p><p>Lucro líquido (DRE)</p><p>(+) Adições</p><p>(-) Exclusões</p><p>(-) Compensações</p><p>= Lucro Real (base de cálculo para IRPJ e CSLL trimestrais)</p><p>x 15% + 10% de adicional de IRPJ (quando for o caso)</p><p>x 9% de CSLL.</p><p>FONTE: Os autores</p><p>112</p><p>A empresa também pode pagar IRPJ e CSLL por estimativa, nesse caso, o</p><p>pagamento é mensal e utiliza-se a mesma tabela de percentuais de presunção que</p><p>é utilizada no Lucro Presumido. Assim, não precisaremos pegar a DRE, ajustar o lucro</p><p>contábil e chegar ao lucro real ao longo do ano, pois utilizaremos como base a receita</p><p>bruta, assim como é no lucro presumido, porém mensal. No entanto, é possível que</p><p>no decorrer do ano-calendário, a empresa apure um balanço, encontre o Lucro Real e</p><p>apure os valores devidos. É que o chamamos de balancete de suspensão ou redução</p><p>do pagamento mensal. Veja o exemplo prático de balancete de redução para facilitar</p><p>a aprendizagem:</p><p>QUADRO 17 – EXEMPLO DE BALANCETE DE REDUÇÃO</p><p>Em janeiro de X1 a empresa Modelo</p><p>Ltda., pagou IRPJ e CSLL por</p><p>estimativa mensal. O valor calculado</p><p>com base nos percentuais de</p><p>presunção foi:</p><p>IRPJ: R$ 1.200</p><p>CSLL: R$ 1.080</p><p>Em fevereiro de X1 a empresa conseguiu levantar</p><p>um balancete da contabilidade, e verificou que o Lucro</p><p>Líquido de janeiro a fevereiro foi de R$ 35.000,00. Dessa</p><p>forma, calculou-se o IRPJ e CSLL (considerando que</p><p>não houve ajustes):</p><p>Lucro Líquido: R$ 35.000</p><p>(+/-) Ajustes: R$ 0</p><p>= Lucro Real: R$ 35.000</p><p>IRPJ = R$ 35.000 x 15% = R$ 5.250 (não há adicional pois</p><p>o lucro não passou de R$ 20 mil por mês de apuração)</p><p>(-) IRPJ pago por estimativa em janeiro: (R$ 1.200)</p><p>= IRPJ a pagar em fevereiro: R$ 5.250 – 1.200 = R$</p><p>4.050,00</p><p>CSLL = R$ 35.000 x 9% = R$ 3.150</p><p>(-) CSLL pago por estimativa em janeiro: (R$ 1.080)</p><p>= CSLL a pagar em fevereiro: R$ 3.150 – 1.080 = R$</p><p>2.070,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>O que aconteceu no exemplo? No mês de janeiro, a empresa calculou os tributos</p><p>sobre o lucro a partir da estimativa mensal. Em fevereiro, a empresa teve condições de</p><p>fazer um balancete e chegar ao Lucro Real, assim, calculou o IRPJ e CSLL referentes ao</p><p>período de janeiro a fevereiro. Com isso, verificaram que o valor a pagar era R$ 5.250 e</p><p>R$ 3.150. No entanto, como já havia sido pago por estimativa no mês anterior, pode-se</p><p>reduzir o valor a ser pago, por isso que efetivamente em fevereiro foi pago apenas R$</p><p>4.050 e R$ 2.070,00. Daí o nome: balancete de redução.</p><p>No exemplo em questão, em março a empresa deverá pagar IRPJ e CSLL por</p><p>estimativa mensal, ou caso a pessoa jurídica pretenda suspender ou reduzir o pagamento</p><p>do IRPJ ou da CSLL deverá levantar novo balanço ou balancete e assim sucessivamente</p><p>até dezembro.</p><p>113</p><p>Vamos a um exemplo de suspensão de pagamento:</p><p>QUADRO 18 – EXEMPLO DE BALANCETE DE SUSPENSÃO</p><p>Em janeiro de X1 a empresa Modelo</p><p>Ltda., pagou IRPJ e CSLL por estimativa</p><p>mensal. O valor calculado com base</p><p>nos percentuais de presunção foi:</p><p>IRPJ: R$ 1.200</p><p>CSLL: R$ 1.080</p><p>Em fevereiro de X1 a empresa conseguiu levantar</p><p>um balancete da contabilidade, e verificou que o Lucro</p><p>Líquido de janeiro a fevereiro foi de R$ 5.000,00. Dessa</p><p>forma, calculou-se o IRPJ e CSLL (considerando que</p><p>não houve ajustes):</p><p>Lucro Líquido: R$ 5.000</p><p>(+/-) Ajustes: R$ 0</p><p>= Lucro Real: R$ 5.000</p><p>IRPJ = R$ 35.000 x 15% = R$ 750 (não há adicional pois</p><p>o lucro não passou de R$ 20 mil por mês de apuração)</p><p>(-) IRPJ pago por estimativa em janeiro: (R$ 1.200)</p><p>= IRPJ a pagar em fevereiro: 0 (suspensão de</p><p>pagamento)</p><p>CSLL = R$ 5.000 x 9% = R$ 450</p><p>(-) CSLL pago por estimativa em janeiro: (R$ 1.080)</p><p>= CSLL a pagar em fevereiro: 0 (suspensão de</p><p>pagamento).</p><p>FONTE: Os autores</p><p>No exemplo de balancete de suspensão, verifica-se que após levantar um</p><p>balanço em fevereiro, referente aos meses de janeiro e fevereiro, a empresa teve um</p><p>lucro real de R$ 5.000,00. Ao calcular o IRPJ e CSLL desse período, os valores a pagar</p><p>são menores do que os valores que já foram pagos em janeiro. Com isso, suspende-se</p><p>o pagamento desses tributos. Em março, por exemplo, a empresa volta a calcular por</p><p>estimativa, ou se caso a pessoa jurídica pretenda suspender ou reduzir o pagamento</p><p>do IRPJ ou da CSLL em qualquer outro mês do mesmo ano-calendário, deverá levantar</p><p>novo balanço ou balancete.</p><p>Lembre-se de que quando o Lucro ultrapassa R$ 20 mil reais mensais ou R$ 60</p><p>mil reais no trimestre, a empresa precisa pagar 10% de adicional de IRPJ sobre o</p><p>que ultrapassar. CSLL não tem adicional.</p><p>ATENÇÃO</p><p>114</p><p>O Quadro 19 que resume a periodicidade da apuração de IRPJ e CSLL:</p><p>QUADRO 19 – PERÍODOS DE APURAÇÃO DE IRPJ E CSLL</p><p>Trimestral Estimativa mensal (ou a anual)</p><p>Encontra-se o lucro real a partir do</p><p>lucro líquido constante na DRE com</p><p>ajustes e aplicam-se as alíquotas</p><p>de 15% para IRPJ (mais adicional</p><p>de 10% para o que ultrapassar R$</p><p>60.000,00) e 9% para CSLL.</p><p>Os tributos são calculados mensalmente</p><p>pelos percentuais de presunção utilizados no</p><p>Lucro Presumido, mas também pode haver o</p><p>levantamento de balancete de suspensão ou</p><p>redução a qualquer momento, compensando-</p><p>se o que foi pago anteriormente.</p><p>Ou o balancete de suspensão/redução será</p><p>levantado apenas em dezembro de cada ano.</p><p>Se a empresa apresentar prejuízo fiscal a partir</p><p>de um balancete levantado, também haverá</p><p>suspensão de pagamento.</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Além disso, existem algumas obrigações acessórias que empresas do Lucro</p><p>Real devem adotar. É o caso do Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR –, e o Livro</p><p>de Apuração da Contribuição Social – LACS. O Artigo 310 da IN 1.700/2017 explicita as</p><p>informações que devem constar nos livros:</p><p>Art. 310. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá</p><p>escriturar o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), de que trata o</p><p>inciso I do caput do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, o qual</p><p>será entregue em meio digital.</p><p>§ 2º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real apresentará,</p><p>entre outras, as seguintes informações na ECF:</p><p>I - dados relativos ao e-Lalur, que conterá:</p><p>a) parte A, onde serão apresentadas as seguintes informações da</p><p>demonstração do lucro real de que trata a alínea “b” do inciso I do art.</p><p>8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977:</p><p>1. lucro líquido do período de apuração;</p><p>2. registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas</p><p>analíticas do plano de contas e indicação discriminada por</p><p>lançamento correspondente na escrituração comercial, quando</p><p>presentes; e</p><p>3. lucro real;</p><p>b) parte B, onde serão mantidos os registros de controle de prejuízos</p><p>fiscais a compensar em períodos subsequentes e de outros valores</p><p>que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos</p><p>futuros e não constem na escrituração comercial;</p><p>II - dados relativos ao e-Lacs, que conterá:</p><p>a) parte A, onde serão apresentadas as seguintes informações da</p><p>demonstração da base de cálculo da CSLL de que trata o inciso II</p><p>do § 1º do art. 50 da Lei nº 12.973, de 2014:</p><p>1. lucro líquido do período de apuração;</p><p>115</p><p>2. registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas</p><p>analíticas do plano de contas e indicação discriminada por</p><p>lançamento correspondente na escrituração comercial, quando</p><p>presentes; e</p><p>3. resultado ajustado;</p><p>3 HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO DO LUCRO ................................................................. 131</p><p>3.1 BASE DE CÁLCULO QUANDO A RECEITA BRUTA É CONHECIDA ........................................... 133</p><p>3.2 BASE DE CÁLCULO QUANDO A RECEITA BRUTA NÃO É CONHECIDA ................................ 135</p><p>3.3 CÁLCULO DOS TRIBUTOS .............................................................................................................. 136</p><p>3.4 CONTABILIZAÇÃO ............................................................................................................................ 139</p><p>4 SIMPLES NACIONAL .......................................................................................................139</p><p>4.1 MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE .................................................................141</p><p>4.2 VEDAÇÕES ......................................................................................................................................... 143</p><p>4.3 ANEXOS ...............................................................................................................................................144</p><p>4.4 CÁLCULO DOS TRIBUTOS .............................................................................................................. 145</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................146</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................149</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................150</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................152</p><p>UNIDADE 3 — PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA GESTÃO NAS EMPRESAS ..................155</p><p>TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ...................................................................... 157</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 157</p><p>2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ...................................................................................... 157</p><p>2.1 CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO ....................................................................................158</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................166</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 167</p><p>TÓPICO 2 - TIPOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO .....................................................169</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................169</p><p>2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS .......................................169</p><p>2.1 ANÁLISE DOS EFEITOS TRIBUTÁRIOS NA EMPRESA ................................................................. 171</p><p>2.2 EFEITO TRIBUTÁRIO – SIMPLES NACIONAL ............................................................................... 172</p><p>2.3 EFEITO TRIBUTÁRIO – LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL .................................................177</p><p>2.4 ANÁLISE DO EFEITO TRIBUTÁRIO – SIMPLES NACIONAL, LUCRO PRESUMIDO</p><p>E LUCRO REAL ..................................................................................................................................181</p><p>3 AUDITORIA TRIBUTÁRIA ................................................................................................183</p><p>3.1 TRABALHOS DA AUDITORIA TRIBUTÁRIA....................................................................................184</p><p>3.2 CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA ....................................................................................185</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................187</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................188</p><p>TÓPICO 3 - OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................... 191</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 191</p><p>2 COMO OTIMIZAR OS RESULTADOS NAS EMPRESAS .................................................... 191</p><p>2.1 LUCRO X PREJUÍZO .......................................................................................................................... 194</p><p>2.2 O PESO DOS ENCARGOS SOBRE OS SALÁRIOS E REMUNERAÇÕES .................................. 195</p><p>2.3 CONTRIBUIÇÃO DO INSS PATRONAL COM BASE NA RECEITA .............................................. 197</p><p>2.4 CÁLCULOS PARA IDENTIFICAR A MELHOR OPÇÃO DE COMPRA DE MERCADORIA</p><p>PARA REVENDA E/OU INSUMOS PARA A PRODUÇÃO ...........................................................198</p><p>2.4.1 Decisões sobre compras .......................................................................................................198</p><p>3 CÁLCULOS PARA SE IDENTIFICAR A MELHOR OPÇÃO DE</p><p>ENQUADRAMENTO FISCAL .............................................................................................. 202</p><p>3.1 DECISÃO SOBRE O ENQUADRAMENTO FISCAL ........................................................................ 202</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 206</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................210</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 211</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................213</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 -</p><p>ASPECTOS GERAIS DA</p><p>CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer o campo de atuação da contabilidade tributária;</p><p>• compreender o Sistema Tributário Nacional e os elementos dos tributos;</p><p>• entender os tributos conforme a esfera tributária;</p><p>• interpretar o regime de cumulatividade e não cumulatividade;</p><p>• calcular, contabilizar e apurar a tributação sobre o faturamento das empresas;</p><p>• calcular, contabilizar e apurar a tributação sobre o lucro e sobre a folha de pagamento.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA</p><p>TÓPICO 2 – TRIBUTAÇÃO SOBRE O FATURAMENTO E CONTABILIZAÇÃO</p><p>TÓPICO 3 – TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO, FOLHA DE PAGAMENTO E CONTABILIZAÇÃO</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE</p><p>TRIBUTÁRIA</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos, de forma teórica, o que é contabilidade</p><p>tributária e o seu objeto de estudo. Além disso, estudaremos os conceitos dos tributos</p><p>que nortearão o restante desta unidade, são eles: ISS, ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPJ e CSLL.</p><p>Na sequência será abordado o Sistema Tributário Nacional vigente no Brasil,</p><p>a hierarquia das leis e quais os regimes de tributação existentes, com o intuito de</p><p>entendermos a competência tributária de cada ente da federação: tributos municipais,</p><p>estaduais e federais.</p><p>Por fim, estudaremos os regimes cumulativos e não cumulativos de alguns</p><p>tributos e o comportamento destes em cada um. Compreender a cumulatividade e</p><p>não cumulatividade é muito importante: a cumulatividade não gera compensação de</p><p>tributos, já a não cumulatividade gera e isso depende do regime de tributação escolhido.</p><p>b) parte B, onde serão mantidos os registros de controle de bases de</p><p>cálculo negativas da CSLL a compensar em períodos subsequentes</p><p>e de outros valores que devam influenciar a determinação</p><p>do resultado ajustado de períodos futuros e não constem na</p><p>escrituração comercial;</p><p>III - apuração do IRPJ de que trata a alínea "b" do inciso I do art. 8º</p><p>do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, e apuração da CSLL de que trata o</p><p>inciso II do § 1º do art. 50 da Lei nº 12.973, de 2014; e</p><p>IV - demais informações econômico-fiscais (RECEITA FEDERAL, 2017).</p><p>Já aprendemos as formas de calcular IRPJ e CSLL no lucro real. Mas e os demais</p><p>tributos? ISS, ICMS, IPI, PIS e COFINS, INSS Patronal? Como se comportam no lucro real?</p><p>2.2 BASE DE CÁLCULO E PERÍODO DE APURAÇÃO DOS</p><p>DEMAIS TRIBUTOS</p><p>No Lucro Real, ICMS, IPI, PIS e COFINS serão não cumulativos, ou seja,</p><p>possibilitam créditos fiscais. Já o ISS e INSS Patronal serão cumulativos. Todos esses</p><p>tributos são mensais. INSS Patronal também é um tributo mensal, mas está relacionado</p><p>à folha de pagamento. E quais as alíquotas? Analise o Quadro 20, que resume as bases</p><p>de cálculo, alíquotas, cumulatividade, não cumulatividade e período de apuração:</p><p>QUADRO 20 – RESUMO DO COMPORTAMENTO DOS TRIBUTOS NO LUCRO REAL</p><p>Tributo</p><p>Base de cálculo</p><p>(resumo)</p><p>Alíquota</p><p>Período de</p><p>apuração</p><p>Cumulativo?</p><p>ISS Prestação de serviços</p><p>2% a 5%</p><p>Depende do município</p><p>Mensal</p><p>Sim</p><p>ICMS</p><p>Produto, mercadoria ou</p><p>serviço de transporte ou</p><p>comunicação</p><p>Depende do Estado e</p><p>operação</p><p>Não</p><p>IPI Produto Depende do produto Não</p><p>PIS Receita Bruta 1,65% Não</p><p>PIS Receitas financeiras 0,65% Não</p><p>COFINS Receita Bruta 7,6% Não</p><p>COFINS Receitas financeiras 4% Não</p><p>INSS</p><p>Patronal</p><p>Folha de pagamento</p><p>bruta</p><p>25,8% + RAT (que varia</p><p>de 1% a 3% conforme a</p><p>empresa) sobre a folha de</p><p>funcionários; 20% sobre o</p><p>pró-labore bruto.</p><p>Sim</p><p>FONTE: Os autores</p><p>116</p><p>Diferentemente do Lucro Presumido, no Lucro Real incide PIS e COFINS sobre</p><p>receitas financeiras. As alíquotas são diferenciadas, sendo 0,65% para PIS e 4% para</p><p>COFINS.</p><p>Após a explicação teórica das características dos tributos no Lucro Real, iremos</p><p>para a parte prática efetuar os cálculos, apurações e contabilizações.</p><p>3 LUCRO REAL – PARTE PRÁTICA</p><p>A partir de agora iremos aplicar na prática os conhecimentos do Tópico 2.</p><p>Inicialmente, iremos analisar as informações do primeiro trimestre de 2021, da empresa</p><p>Fonseca Indústria Comércio e Serviços Ltda., que está enquadrada no Lucro Real trimestral.</p><p>Sua atividade possui um risco de 3%, ou seja, um RAT de 3% para fins de INSS Patronal.</p><p>Primeiramente, faremos as contabilizações das operações, considerando todos</p><p>os tributos incidentes. Em seguida, faremos a apuração dos tributos mensais (ISS, ICMS,</p><p>IPI, PIS, COFINS e INSS Patronal) e trimestrais (IRPJ e CSLL).</p><p>QUADRO 21 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA FONSECA LTDA.</p><p>OPERAÇÕES A PRAZO ABRIL MAIO JUNHO</p><p>1</p><p>Compra de equipamento para fabricação</p><p>(ICMS 12%)</p><p>R$ 151.500,00 R$ - R$ -</p><p>2 Compras de mercadorias (ICMS 12%) R$ 50.000,00 R$ 47.000,00 R$ 56.000,00</p><p>3 Devolução de compra de mercadorias R$ - R$ - R$ 2.000,00</p><p>4</p><p>Compra de matéria-prima</p><p>(ICMS 12%/ IPI 10%)</p><p>Mercadorias R$ 35.000,00 R$ 36.000,00 R$ 40.000,00</p><p>IPI R$ 3.500,00 R$ 3.600,00 R$ 4.000,00</p><p>TOTAL R$ 38.500,00 R$ 39.600,00 R$ 44.000,00</p><p>5</p><p>Vendas de mercadorias (ICMS 12%)</p><p>CMV da Venda</p><p>R$ 220.000,00 R$ 215.000,00 R$ 225.000,00</p><p>R$ 44.000,00 R$ 41.360,00 R$ 49.520,00</p><p>6</p><p>Devolução de vendas (CMV proporcional ao</p><p>CMV das vendas)</p><p>CMV da Devolução de Venda</p><p>R$ - R$ 10.000,00 R$ -</p><p>R$ - R$ 2.585,00 R$ -</p><p>7 Prestação de serviços (5%) R$ 21.000,00 R$ 17.000,00 R$ 18.500,00</p><p>8</p><p>Vendas de industrialização (CMV</p><p>é o saldo de estoque de matéria-</p><p>-prima) (ICMS 12% / IPI 10%)</p><p>Produto R$ 100.000,00 R$ 102.000,00 R$ 95.000,00</p><p>IPI R$ 10.000,00 R$ 10.200,00 R$ 9.500,00</p><p>TOTAL R$ 110.000,00 R$ 112.200,00 R$ 104.500,00</p><p>CMV da Venda de Industrialização R$ 40.000,00 R$ 42.000,00 R$ 39.000,00</p><p>9 Receitas Financeiras R$ 500,00 R$ 260,00 R$ 480,00</p><p>10 Ganho de Capital na venda de veículo R$ 5.050,00 R$ - R$ -</p><p>117</p><p>11</p><p>Energia elétrica</p><p>Base de cálculo do ICMS (Permite aproveita-</p><p>mento de 80% da base de cálculo com uma</p><p>alíquota de 25%)</p><p>R$ 600,00 R$ 700,00 R$ 650,00</p><p>R$ 540,00 R$ 630,00 R$ 585,00</p><p>12</p><p>Folha de pagamento dos funcionários (Salários,</p><p>adicionais, décimo terceiro e férias)</p><p>R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00</p><p>13 Pró-labore dos sócios R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00</p><p>14 Aluguel pago à pessoa jurídica R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00</p><p>15</p><p>Depreciação do equipamento adquirido na</p><p>operação 1.</p><p>R$ 994,21 R$ 994,21 R$ 994,21</p><p>16 Despesa com alimentação de sócios R$ 500,00 R$ 320,00 R$ 1.000,00</p><p>17 Despesas com brindes R$ 1.000,00 R$ 200,00 R$ -</p><p>18 Doações não dedutíveis R$ - R$ 1.000,00 R$ -</p><p>Prejuízo fiscal de períodos anteriores (não há</p><p>contabilização dessa informação)</p><p>R$ 55.200,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>3.1 CONTABILIZAÇÕES</p><p>O Quadro 22 apresenta todas as contabilizações por número da operação e por</p><p>mês.</p><p>QUADRO 22 – CONTABILIZAÇÕES DO LUCRO REAL</p><p>Op D/C Contas ABRIL MAIO JUNHO</p><p>1</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Máq. e equipamentos</p><p>ICMS a recuperar AI (AC)</p><p>ICMS a recuperar AI (ANC)</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ 133.320,00</p><p>R$ 4.545,00</p><p>R$ 13.635,00</p><p>R$ 151.500,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>2</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Estoque</p><p>ICMS a recuperar</p><p>PIS a recuperar</p><p>COFINS a recuperar</p><p>Fornecedores</p><p>R$ 39.375,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 825,00</p><p>R$ 3.800,00</p><p>R$ 50.000,00</p><p>R$ 37.012,50</p><p>R$ 5.640,00</p><p>R$ 775,50</p><p>R$ 3.572,00</p><p>R$ 47.000,00</p><p>R$ 44.100,00</p><p>R$ 6.720,00</p><p>R$ 924,00</p><p>R$ 4.256,00</p><p>R$ 56.000,00</p><p>3</p><p>D</p><p>C</p><p>C</p><p>C</p><p>C</p><p>Fornecedores</p><p>ICMS a recolher</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS a recolher</p><p>Estoque</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ 2.000,00</p><p>R$ 240,00</p><p>R$ 33,00</p><p>R$ 152,00</p><p>R$ 1.575,00</p><p>4</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Estoque MP</p><p>ICMS a recuperar</p><p>IPI a recuperar</p><p>PIS a recuperar</p><p>COFINS a recuperar</p><p>Fornecedores</p><p>R$ 27.562,50</p><p>R$ 4.200,00</p><p>R$ 3.500,00</p><p>R$ 577,50</p><p>R$ 2.660,00</p><p>R$ 38.500,00</p><p>R$ 28.350,00</p><p>R$ 4.320,00</p><p>R$ 3.600,00</p><p>R$ 594,00</p><p>R$ 2.736,00</p><p>R$ 39.600,00</p><p>R$ 31.500,00</p><p>R$ 4.800,00</p><p>R$ 4.000,00</p><p>R$ 660,00</p><p>R$ 3.040,00</p><p>R$ 44.000,00</p><p>118</p><p>5</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Clientes</p><p>Receita de vendas</p><p>CMV</p><p>Estoque</p><p>ICMS s/ vendas</p><p>ICMS a recolher</p><p>PIS s/ vendas</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS s/ vendas</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 220.000,00</p><p>R$ 220.000,00</p><p>R$ 44.000,00</p><p>R$ 44.000,00</p><p>R$ 26.400,00</p><p>R$ 26.400,00</p><p>R$ 3.194,40</p><p>R$ 3.194,40</p><p>R$ 14.713,60</p><p>R$ 14.713,60</p><p>R$ 215.000,00</p><p>R$ 215.000,00</p><p>R$ 41.360,00</p><p>R$ 41.360,00</p><p>R$ 25.800,00</p><p>R$ 25.800,00</p><p>R$ 3.121,80</p><p>R$ 3.121,80</p><p>R$ 14.379,20</p><p>R$ 14.379,20</p><p>R$ 225.000,00</p><p>R$ 225.000,00</p><p>R$ 49.520,00</p><p>R$ 49.520,00</p><p>R$ 27.000,00</p><p>R$ 27.000,00</p><p>R$ 3.267,00</p><p>R$ 3.267,00</p><p>R$ 15.048,00</p><p>R$ 15.048,00</p><p>6</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Devolução de vendas</p><p>Clientes</p><p>Estoque</p><p>CMV</p><p>ICMS a recuperar</p><p>ICMS s/ vendas</p><p>PIS a recuperar</p><p>PIS s/ vendas</p><p>COFINS a recuperar</p><p>COFINS s/ vendas</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 2.585,00</p><p>R$ 2.585,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 145,20</p><p>R$ 145,20</p><p>R$ 668,80</p><p>R$ 668,80</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>7</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Clientes</p><p>Receita prestação serviços</p><p>ISS s/ serviços</p><p>ISS a recolher</p><p>PIS s/ serviços</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS s/ serviços</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 21.000,00</p><p>R$ 21.000,00</p><p>R$ 1.050,00</p><p>R$ 1.050,00</p><p>R$ 346,50</p><p>R$ 346,50</p><p>R$ 1.596,00</p><p>R$ 1.596,00</p><p>R$ 17.000,00</p><p>R$ 17.000,00</p><p>R$ 850,00</p><p>R$ 850,00</p><p>R$ 280,50</p><p>R$ 280,50</p><p>R$ 1.292,00</p><p>R$ 1.292,00</p><p>R$ 18.500,00</p><p>R$ 18.500,00</p><p>R$ 925,00</p><p>R$ 925,00</p><p>R$ 305,25</p><p>R$ 305,25</p><p>R$ 1.406,00</p><p>R$ 1.406,00</p><p>8</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Clientes</p><p>Receita de vendas indústria</p><p>CPV</p><p>Estoque MP</p><p>ICMS s/ vendas</p><p>ICMS a recolher</p><p>IPI s/ produto</p><p>IPI a recolher</p><p>PIS s/ vendas</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS s/ vendas</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 110.000,00</p><p>R$ 110.000,00</p><p>R$ 40.000,00</p><p>R$ 40.000,00</p><p>R$ 12.000,00</p><p>R$ 12.000,00</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 10.000,00</p><p>R$ 1.617,00</p><p>R$ 1.617,00</p><p>R$ 7.448,00</p><p>R$ 7.448,00</p><p>R$ 112.200,00</p><p>R$ 112.200,00</p><p>R$ 42.000,00</p><p>R$ 42.000,00</p><p>R$ 12.240,00</p><p>R$ 12.240,00</p><p>R$ 10.200,00</p><p>R$ 10.200,00</p><p>R$ 1.649,34</p><p>R$ 1.649,34</p><p>R$ 7.596,96</p><p>R$ 7.596,96</p><p>R$ 104.500,00</p><p>R$ 104.500,00</p><p>R$ 39.000,00</p><p>R$ 39.000,00</p><p>R$ 11.400,00</p><p>R$ 11.400,00</p><p>R$ 9.500,00</p><p>R$ 9.500,00</p><p>R$ 1.536,15</p><p>R$ 1.536,15</p><p>R$ 7.075,60</p><p>R$ 7.075,60</p><p>119</p><p>9</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Aplicação financeira</p><p>Rendimento da aplicação</p><p>PIS s/ receita financeira</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS s/ receita financeira</p><p>COFINS a recolher</p><p>R$ 500,00</p><p>R$ 500,00</p><p>R$ 3,25</p><p>R$ 3,25</p><p>R$ 20,00</p><p>R$ 20,00</p><p>R$ 260,00</p><p>R$ 260,00</p><p>R$ 1,69</p><p>R$ 1,69</p><p>R$ 10,40</p><p>R$ 10,40</p><p>R$ 480,00</p><p>R$ 480,00</p><p>R$ 3,12</p><p>R$ 3,12</p><p>R$ 19,20</p><p>R$ 19,20</p><p>10</p><p>D</p><p>C</p><p>Contas a receber</p><p>Ganho de capital</p><p>R$ 5.050,00</p><p>R$ 5.050,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>11</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa com energia</p><p>ICMS a recuperar</p><p>PIS a recuperar</p><p>COFINS a recuperar</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ 436,50</p><p>R$ 108,00</p><p>R$ 9,90</p><p>R$ 45,60</p><p>R$ 600,00</p><p>R$ 509,25</p><p>R$ 126,00</p><p>R$ 11,55</p><p>R$ 53,20</p><p>R$ 700,00</p><p>R$ 472,88</p><p>R$ 117,00</p><p>R$ 10,73</p><p>R$ 49,40</p><p>R$ 650,00</p><p>12</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa de salários</p><p>Salários a pagar</p><p>INSS Patronal</p><p>INSS a recolher</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 20.000,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>R$ 5.760,00</p><p>13</p><p>D</p><p>C</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa pró-labore</p><p>Pró-labore a pagar</p><p>INSS Patronal</p><p>INSS a recolher</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 6.000,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>R$ 1.200,00</p><p>14</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa com aluguel</p><p>PIS a recuperar</p><p>COFINS a recuperar</p><p>Aluguel a pagar</p><p>R$ 1.361,25</p><p>R$ 24,75</p><p>R$ 114,00</p><p>R$ 1.500,00</p><p>R$ 1.361,25</p><p>R$ 24,75</p><p>R$ 114,00</p><p>R$ 1.500,00</p><p>R$ 1.361,25</p><p>R$ 24,75</p><p>R$ 114,00</p><p>R$ 1.500,00</p><p>15</p><p>D</p><p>D</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa depreciação</p><p>PIS a recuperar</p><p>COFINS a recuperar</p><p>(-) Depreciação acumulada</p><p>R$ 902,25</p><p>R$ 16,40</p><p>R$ 75,56</p><p>R$ 994,21</p><p>R$ 902,25</p><p>R$ 16,40</p><p>R$ 75,56</p><p>R$ 994,21</p><p>R$ 902,25</p><p>R$ 16,40</p><p>R$ 75,56</p><p>R$ 994,21</p><p>16</p><p>D</p><p>C</p><p>Alimentação de sócios</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ 500,00</p><p>R$ 500,00</p><p>R$ 320,00</p><p>R$ 320,00</p><p>R$ 1.000,00</p><p>R$ 1.000,00</p><p>17</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa com brindes</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ 1.000,00</p><p>R$ 1.000,00</p><p>R$ 200,00</p><p>R$ 200,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>18</p><p>D</p><p>C</p><p>Doações não dedutíveis</p><p>Contas a pagar</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>R$ 1.000,00</p><p>R$ 1.000,00</p><p>R$ -</p><p>R$ -</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Antes de efetivamente apurarmos os valores de todos os tributos, precisamos</p><p>dar atenção ao ativo imobilizado que foi adquirido em abril. Nele, consta ICMS a</p><p>recuperar, no entanto, precisamos fazer a transferência da conta “ICMS a recuperar AI</p><p>(ANC)” para a conta “ICMS a recuperar”. O valor a ser transferido é de 1/48 do crédito</p><p>de ICMS. Importante mencionar que se houvesse alguma venda isenta de ICMS, isso</p><p>deveria ser considerado no cálculo, no entanto, isso não se aplica ao exemplo que</p><p>estamos utilizando. Nesse caso, o cálculo da transferência de crédito de ICMS do ativo</p><p>imobilizado fica assim:</p><p>120</p><p>Valor total do crédito do ativo imobilizado: R$ 18.180</p><p>1/48: R$ 18.180 / 48 = R$ 378,75 por mês.</p><p>Lançamentos contábeis da transferência de ICMS do Ativo Imobilizado:</p><p>QUADRO 23 – CONTABILIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO DO AI</p><p>Op D/C Contas JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>14</p><p>D</p><p>C</p><p>ICMS a recuperar</p><p>ICMS a recuperar AI (AC)</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>R$ 378,75</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Com a contabilização, esse ICMS já poderá ser aproveitado na apuração ao final</p><p>do mês.</p><p>Agora que fizemos as contabilizações, é possível apurar os tributos. Lembrando</p><p>que algumas contabilizações ainda serão realizadas para que haja a transferência de</p><p>tributos a recolher e recuperar (no caso do ICMS, IPI, PIS e COFINS) e o registro da</p><p>contabilização do IRPJ e CSLL que são tributos trimestrais.</p><p>3.2 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS</p><p>Lembre-se de que ISS e INSS Patronal são tributos cumulativos e não geram</p><p>crédito fiscal no lucro real, por isso, só haverá débitos fiscais na apuração deles. Já o</p><p>ICMS, IPI, PIS e COFINS, são tributos não cumulativos e precisamos fazer a separação do</p><p>que é crédito e o que é débito para chegar no valor a recolher ou a recuperar.</p><p>QUADRO 24 – APURAÇÃO DOS TRIBUTOS MENSAIS</p><p>PIS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>CRÉDITOS R$ 1.453,55 R$ 1.567,40 R$ 1.635,88</p><p>Compra de mercadorias R$ 825,00 R$ 775,50 R$ 924,00</p><p>Compra de MP R$ 577,50 R$ 594,00 R$ 660,00</p><p>Energia elétrica R$ 9,90 R$ 11,55 R$ 10,73</p><p>Devolução de venda - R$ 145,20 -</p><p>Depreciação R$ 16,40 R$ 16,40 R$ 16,40</p><p>Aluguel R$ 24,75 R$ 24,75 R$ 24,75</p><p>121</p><p>DÉBITOS R$ 5.161,15 R$ 5.053,33 R$ 5.144,52</p><p>Venda de mercadorias R$ 3.194,40 R$ 3.121,80 R$ 3.267,00</p><p>Venda de produtos R$ 1.617,00 R$ 1.649,34 R$ 1.536,15</p><p>Prestação de serviços R$ 346,50 R$ 280,50 R$ 305,25</p><p>Devolução de compra - - R$ 33,00</p><p>Receitas financeiras R$ 3,25 R$</p><p>1,69 R$ 3,12</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 3.707,60 R$ 3.485,93 R$3.508,64</p><p>COFINS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>CRÉDITOS R$ 6.695,16 R$ 7.219,56 R$ 7.534,96</p><p>Compra de mercadorias R$ 3.800,00 R$ 3.572,00 R$ 4.256,00</p><p>Compra de MP R$ 2.660,00 R$ 2.736,00 R$ 3.040,00</p><p>Energia elétrica R$ 45,60 R$ 53,20 R$ 49,40</p><p>Devolução de venda - R$ 668,80 -</p><p>Depreciação R$ 75,56 R$ 75,56 R$ 75,56</p><p>Aluguel R$ 114,00 R$ 114,00 R$ 114,00</p><p>DÉBITOS R$ 23.777,60 R$ 23.278,56 R$ 23.700,80</p><p>Venda de mercadorias R$ 14.713,60 R$ 14.379,20 R$ 15.048,00</p><p>Venda de produtos R$ 7.448,00 R$ 7.596,96 R$ 7.075,60</p><p>Prestação de serviços R$ 1.596,00 R$ 1.292,00 R$ 1.406,00</p><p>Devolução de compra - - R$ 152,00</p><p>Receitas financeiras R$ 20,00 R$ 10,40 R$ 19,20</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 17.082,44 R$ 16.059,00 R$ 16.165,84</p><p>ICMS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>CRÉDITOS R$ 10.686,75 R$ 11.664,75 R$ 12.015,75</p><p>Compra de mercadorias R$ 6.000,00 R$ 5.640,00 R$ 6.720,00</p><p>Compra de MP R$ 4.200,00 R$ 4.320,00 R$ 4.800,00</p><p>Energia elétrica R$ 108,00 R$ 126,00 R$ 117,00</p><p>Devolução de venda - R$ 1.200,00 -</p><p>Ativo imobilizado R$ 378,75 R$ 378,75 R$ 378,75</p><p>122</p><p>DÉBITOS R$ 38.400,00 R$ 38.040,00 R$ 38.640,00</p><p>Devolução de compra - - R$ 240,00</p><p>Venda de mercadorias R$26.400,00 R$ 25.800,00 R$ 27.000,00</p><p>Venda de produtos R$ 12.000,00 R$ 12.240,00 R$ 11.400,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 27.713,25 R$ 26.375,25 R$ 26.624,25</p><p>IPI JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>CRÉDITOS R$ 3.500,00 R$ 3.600,00 R$ 4.000,00</p><p>Compra de MP R$ 3.500,00 R$ 3.600,00 R$ 4.000,00</p><p>DÉBITOS R$ 10.000,00 R$ 10.200,00 R$ 9.500,00</p><p>Venda de produtos R$ 10.000,00 R$ 10.200,00 R$ 9.500,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 6.500,00 R$ 6.600,00 R$ 5.500,00</p><p>ISS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>DÉBITOS</p><p>Prestação de Serviços R$ 1.050,00 R$ 850,00 R$ 925,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 1.050,00 R$ 850,00 R$ 925,00</p><p>INSS PATRONAL JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>DÉBITOS</p><p>Folha de pagamento R$ 5.760,00 R$ 5.760,00 R$ 5.760,00</p><p>Pró-labore R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00</p><p>TOTAL A RECOLHER R$ 6.960,00 R$ 6.960,00 R$ 6.960,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>No exemplo, os débitos de ICMS, IPI, PIS e COFINS foram maiores que os créditos,</p><p>logo, não houve saldos de tributos a recuperar em períodos seguintes. No entanto, é</p><p>necessário registrar na contabilidade a compensação dos créditos com os débitos, ou</p><p>seja: compensamos todos os créditos fiscais:</p><p>123</p><p>QUADRO 25 – CONTABILIZAÇÃO DA COMPENSAÇÃO DE ICMS, IPI, PIS E COFINS</p><p>Op D/C Contas JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>20</p><p>D</p><p>C</p><p>ICMS a recolher</p><p>ICMS a recuperar</p><p>R$ 10.686,75</p><p>R$ 10.686,75</p><p>R$ 11.664,75</p><p>R$ 11.664,75</p><p>R$ 12.015,75</p><p>R$ 12.015,75</p><p>21</p><p>D</p><p>C</p><p>IPI a recolher</p><p>IPI a recuperar</p><p>R$ 3.500,00</p><p>R$ 3.500,00</p><p>R$ 3.600,00</p><p>R$ 3.600,00</p><p>R$ 4.000,00</p><p>R$ 4.000,00</p><p>22</p><p>D</p><p>C</p><p>PIS a recolher</p><p>PIS a recuperar</p><p>R$ 1.453,55</p><p>R$ 1.453,55</p><p>R$ 1.567,40</p><p>R$ 1.567,40</p><p>R$ 1.635,88</p><p>R$ 1.635,88</p><p>23</p><p>D</p><p>C</p><p>COFINS a recolher</p><p>COFINS a recuperar</p><p>R$ 6.695,16</p><p>R$ 6.695,16</p><p>R$ 7.219,56</p><p>R$ 7.219,56</p><p>R$ 7.534,96</p><p>R$ 7.534,96</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Está sentindo falta de algum tributo? Sim, falta calcularmos IRPJ e CSLL. Vamos lá?</p><p>A partir dos valores das operações que ocorreram no trimestre, precisamos</p><p>estruturar uma DRE para encontrar o lucro contábil:</p><p>QUADRO 26 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA FONSECA LTDA.</p><p>RECEITA BRUTA R$ 660.000,00</p><p>(-) DEDUÇÕES R$ 207.598,30</p><p>Devoluções R$ 10.000,00</p><p>IPI R$ 29.700,00</p><p>ICMS R$ 79.200,00</p><p>PIS R$ 15.317,94</p><p>COFINS R$ 70.555,36</p><p>ISS R$ 2.825,00</p><p>= RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA R$ 452.401,70</p><p>(-) CMV R$ 132.295,00</p><p>(-) CPV R$ 121.000,00</p><p>= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO R$ 199.106,70</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS R$ 87.906,77</p><p>Energia R$ 1.418,63</p><p>Aluguel R$ 4.083,75</p><p>Depreciação R$ 2.706,74</p><p>INSS Patronal R$ 20.880,00</p><p>Folha de pagamento dos funcionários (Salários e adicionais) R$ 60.000,00</p><p>+/- RESULTADO FINANCEIRO R$ 1.182,34</p><p>Receitas financeiras R$ 1.240,00</p><p>PIS s/ receita R$ 8,06</p><p>COFINS s/ receita R$ 49,60</p><p>= LUCRO OPERACIONAL R$ 111.199,93</p><p>124</p><p>+/- OUTRAS RECEITAS/OUTRAS DESPESAS R$ 16.970,00</p><p>Pró-labore dos sócios R$ 18.000,00</p><p>Alimentação de sócios R$ 1.820,00</p><p>Doações não dedutíveis R$ 1.000,00</p><p>Ganhos de capital R$ 5.050,00</p><p>Despesas com brindes R$ 1.200,00</p><p>= RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 94.229,93</p><p>(-) CSLL R$ 6.189,75</p><p>(-) IRPJ R$ 10.316,24</p><p>(-) Adicional IRPJ R$ 877,49</p><p>= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 76.846,45</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Para demonstrar a formação do Lucro Real, apresentam-se o Lalur e o Lacs:</p><p>QUADRO 27 – LACS</p><p>LACS</p><p>RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 94.229,93</p><p>(+) Adições R$ 4.020,00</p><p>Alimentação de sócios R$ 1.820,00</p><p>Doações não dedutíveis R$ 1.000,00</p><p>Despesas com brindes R$ 1.200,00</p><p>(-) Exclusões R$ -</p><p>(-) Compensações R$ 29.474,98</p><p>Prejuízo fiscal de períodos anteriores R$ 29.474,98</p><p>=Lucro Real R$ 68.774,95</p><p>CSLL R$ 6.189,75</p><p>FONTE: Os autores</p><p>QUADRO 28 – LAJUR</p><p>LACS</p><p>RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 94.229,93</p><p>(+) Adições R$ 4.020,00</p><p>Alimentação de sócios R$ 1.820,00</p><p>Doações não dedutíveis R$ 1.000,00</p><p>Despesas com brindes R$ 1.200,00</p><p>(-) Exclusões R$ -</p><p>(-) Compensações R$ 29.474,98</p><p>Prejuízo fiscal de períodos anteriores R$ 29.474,98</p><p>125</p><p>=Lucro Real R$ 68.774,95</p><p>IRPJ R$ 10.316,24</p><p>Adicional de IRPJ R$ 877,49</p><p>Total de IRPJ R$ 11.193,74</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Para explicar a compensação de R$ 29.474,98 de prejuízo fiscal, precisamos do</p><p>lucro ajustado após adições e exclusões: R$ 94.229,93 + R$ 4.020,00 = R$ 98.249,93.</p><p>No entanto, lembra o que diz a lei? Diz que só podemos compensar até 30% do lucro</p><p>ajustado, limitado ao valor a compensar. Nesse caso, quanto é 30% de R$ 98.249,93? É</p><p>R$ 29.474,98.</p><p>Atenção para o adicional de IRPJ: o Lucro Real foi R$ 68.774,95. Considerando</p><p>que as informações são trimestrais, o lucro ultrapassou R$ 60.000,00 que é o valor</p><p>máximo para não precisar pagar adicional (ou R$ 20 mil por mês). Nesse sentido,</p><p>devemos calcular adicional de IRPJ sobre aquilo que ultrapassou sessenta mil:</p><p>Base de cálculo para adicional de IRPJ = 68.774,95 – 60.000 = R$ 8.774,95</p><p>Aplicando a alíquota de 10%, temos um adicional de: 8.774,95 x 10% = R$ 877,49</p><p>Agora que já temos os valores apurados de IRPJ e CSLL, precisamos registrá-</p><p>los na contabilidade:</p><p>QUADRO 29 – CONTABILIZAÇÃO DE IRPJ E CSLL</p><p>Op D/C Contas 2º Trimestre</p><p>24</p><p>D</p><p>C</p><p>ICMS a recolher</p><p>ICMS a recuperar</p><p>R$ 11.193,74</p><p>R$ 11.193,74</p><p>25</p><p>D</p><p>C</p><p>Despesa de CSLL</p><p>CSLL a recolher</p><p>R$ 6.189,75</p><p>R$ 6.189,75</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Assim, finalizamos as apurações e cálculos de todos os tributos da empresa</p><p>Fonseca Ltda. que está enquadrada no Lucro Real. No Tópico 3, aprenderemos na</p><p>prática a aplicação dos tributos no Lucro Arbitrado.</p><p>126</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O Lucro Real é considerado o regime de tributação mais complexo.</p><p>• IRPJ e CSLL podem ser apurados de forma trimestral ou por estimativa mensal</p><p>(anual).</p><p>• Quando IRPJ e CSLL são apurados trimestralmente, chama-se de Lucro Real</p><p>trimestral. Para isso, utilizam-se valores contábeis para identificar o lucro líquido,</p><p>efetuar ajustes e chegar ao lucro real.</p><p>• Quando o IRPJ e CSLL são apurados por estimativa mensal, utiliza-se a tabela</p><p>dos percentuais de presunção usadas no lucro presumido. Concomitantemente,</p><p>normalmente utilizam-se também os balancetes de suspensão ou redução.</p><p>• ISS e INSS Patronal são tributos cumulativos.</p><p>• ICMS, IPI, PIS e COFINS são tributos não cumulativos e geram créditos fiscais.</p><p>• As alíquotas de PIS e COFINS são, respectivamente, 1,65% e 7,6%. Incide PIS e COFINS</p><p>sobre receita financeira, e as alíquotas são, respectivamente, 0,65% e 4%.</p><p>• As alíquotas de ICMS, IPI e ISS variam conforme legislação e localização.</p><p>• O INSS Patronal sobre a folha de pagamento tem alíquotas variáveis, que mudam</p><p>conforme o RAT da empresa. Podendo variar entre 26,80% até 28,80%, de um modo</p><p>geral.</p><p>• O INSS Patronal sobre pró-labore possui alíquota de 20%.</p><p>127</p><p>1 O Lucro Real é considerando um dos regimes de tributação mais complexos no Brasil.</p><p>Empresas maiores são as que mais aderem a esse enquadramento tributário. Sobre</p><p>as características do regime de Lucro Real, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Qualquer empresa pode optar pelo enquadramento no Lucro Real.</p><p>b) ( ) Uma empresa com receita bruta no ano anterior de até R$ 78 milhões, é obrigada</p><p>a se enquadrar no Lucro Real.</p><p>c) ( ) A apuração de IRPJ e CSLL ocorrerá de forma trimestral, apenas.</p><p>d) ( ) A apuração de IRPJ e CSLL ocorrerá por estimativa mensal, apenas.</p><p>2 O Lucro Real trimestral é apurado a partir do lucro líquido contábil, ajustado por</p><p>adições, exclusões e compensações. Com base na legislação pertinente, analise as</p><p>sentenças a seguir:</p><p>I- Adições são despesas que o fisco não considera dedutível para IRPJ e CSLL.</p><p>II- Exclusões são despesas que devem ser excluídas do lucro líquido.</p><p>III- Um exemplo de compensação é o prejuízo contábil de períodos anteriores.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 Quando a empresa paga IRPJ e CSLL por estimativa deve considerar a forma diferente</p><p>de cálculo. Conforme as especificidades do pagamento por estimativa, classifique V</p><p>para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Ao optar pelo pagamento por estimativa, a empresa utiliza os percentuais de</p><p>presunção utilizados no lucro presumido.</p><p>( ) A suspensão do pagamento pode ocorrer quando o valor a pagar no período</p><p>acumulado é menor do que já foi pago anteriormente por estimativa.</p><p>( ) A redução do pagamento ocorre quando o valor a pagar no período acumulado é</p><p>compensado pelos valores que já foram pagos anteriormente por estimativa.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – F.</p><p>b) ( ) V – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – F.</p><p>d) ( ) F – F – V.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>128</p><p>4 A empresa Modelo Ltda. é uma empresa do lucro real. Analise as informações da DRE</p><p>do último trimestre, encontre o lucro real, calcule IRPJ e CSLL, apresente LALUR e</p><p>LACS e explique o resultado:</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA EMPRESA MODELO LTDA</p><p>RECEITA BRUTA R$ 50.000,00</p><p>(-) DEDUÇÕES R$ 10.570,00</p><p>Devoluções R$ 500,00</p><p>ICMS R$ 6.000,00</p><p>PIS R$ 726,00</p><p>COFINS R$ 3.344,00</p><p>RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA R$ 39.430,00</p><p>CMV R$ 12.000,00</p><p>RESULTADO OPERACIONAL BRUTO R$ 27.430,00</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS R$ 15.688,30</p><p>Telefone R$ 500,00</p><p>Água e esgoto R$ 360,00</p><p>Manutenção R$ 1.269,00</p><p>Serviços de terceiros R$ 1.350,00</p><p>Salários R$ 12.000,00</p><p>Material de escritório R$ 400,00</p><p>RESULTADO FINANCEIRO R$ 190,70</p><p>Receitas financeiras R$ 200,00</p><p>PIS s/ receita R$ 1,30</p><p>COFINS s/ receita R$ 8,00</p><p>LUCRO OPERACIONAL R$ 11.741,70</p><p>OUTRAS RECEITAS/OUTRAS DESPESAS R$ 15.220,00</p><p>Pró-labore dos sócios R$ 15.000,00</p><p>Alimentação de sócios R$ 420,00</p><p>Doações não dedutíveis R$ 500,00</p><p>Ganhos de capital R$ 1.000,00</p><p>Despesas com brindes R$ 300,00</p><p>RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL -R$ 3.478,30</p><p>FONTE: Os autores</p><p>5 A empresa CLASSE Ltda. é uma prestadora de serviços enquadrada no Lucro Real, com</p><p>um RAT de 2%. Analise as informações do mês de janeiro de X1, e apure ISS (3%), PIS,</p><p>COFINS e INSS Patronal, apresentando os débitos e créditos fiscais quando for o caso:</p><p>Prestação de serviços: R$ 100.000,00</p><p>Descontos condicionais: R$ 240,00</p><p>Aquisição de insumos para prestação de serviços: R$ 20.000,00</p><p>Receita financeira: R$ 1.000,00</p><p>Ganho de capital: R$ 3.600,00</p><p>Aluguel pago a pessoa jurídica: R$ 1.200,00</p><p>Depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na prestação: R$ 266,00</p><p>Folha de pagamento dos funcionários: R$ 5.000,00</p><p>129</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>LUCRO ARBITRADO E SIMPLES NACIONAL</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>As empresas que não estão enquadradas no regime tributário do lucro real</p><p>devem ser enquadradas no regime tributário do lucro arbitrado ou do Simples Nacional.</p><p>Isso ocorre quando os atos e fatos contábeis em que a empresa está inserida constitui</p><p>a sua base legal para a ocorrência.</p><p>É muito comum no Brasil existir o arbitramento do lucro pelas pessoas jurídicas,</p><p>quando essas são impostas pela Receita Federal do Brasil, pois este órgão federal utiliza</p><p>esse artifício como uma prerrogativa de imposição para aplicar a base de cálculo do</p><p>imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social da pessoa jurídica com</p><p>este enquadramento. Isso quer dizer que as empresas que não podem enquadrar-se no</p><p>regime tributário com base no Lucro Real “não conseguem escapar” do Lucro Arbitrado</p><p>ou do Simples Nacional.</p><p>Embora os analistas tributários entendam que o regime do Lucro Arbitrado não</p><p>seja interessante para as empresas por se tornar extremamente caro para a manutenção</p><p>do fluxo de caixa, é importante conhecer a sua finalidade e as suas aplicações para</p><p>comparar com os outros modelos de regime tributário existentes. O entendimento</p><p>desta matéria é fundamental, pois, ao serem observadas as normas aplicáveis para esse</p><p>regime tributário, estas são bastante idênticas aquelas aplicadas ao Lucro Presumido.</p><p>Sob nenhuma hipótese a pessoa jurídica pode eximir-se das exigências</p><p>impostas pela Receita Federal do Brasil nas mesmas proporções existentes nos outros</p><p>regimes tributários, inclusive multas ou notificações a partir deste arbitramento podem</p><p>ocorrer e deverão ser cumpridas.</p><p>Além disso, existe o regime tributário do Simples Nacional que nada mais é do</p><p>que uma forma simplificada de cobrança dos tributos e declarações de obrigação das</p><p>empresas que apenas podem se enquadrar nessa modalidade de tributação.</p><p>130</p><p>2 DEFINIÇÃO DO LUCRO ARBITRADO</p><p>A legislação tributária brasileira também prevê o enquadramento tributário das</p><p>empresas no lucro arbitrado. O regime de tributação com base no lucro arbitrado é</p><p>utilizado quando não é possível realizar a apuração do imposto devido por intermédio</p><p>do lucro real ou do lucro presumido e muito menos pelo Simples Nacional, que são os</p><p>demais regimes tributários contemplados pela legislação.</p><p>De acordo com Febretti (2008), o lucro arbitrado é uma prerrogativa do Fisco.</p><p>Ele poderá arbitrar o lucro, na forma da lei, nas hipóteses em que a escrituração contábil</p><p>e fi scal do contribuinte assim ocorrerem:</p><p>a) Se o contribuinte, obrigado a tributação com base no lucro real, não mantiver</p><p>escrituração na forma das leis comerciais e fi scais, ou deixar de elaborar as</p><p>demonstrações fi nanceiras exigidas pela legislação fi scal.</p><p>b) Se a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de</p><p>fraude ou contiver vícios, erros ou defi ciências que a tornem imprestável para:</p><p>identifi car a efetiva movimentação fi nanceira, inclusive a bancária;</p><p>determinar o lucro real;</p><p>c) Se o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da</p><p>escrituração comercial e fi scal, ou o livro Caixa, no caso de opção pelo lucro presumido.</p><p>d) Se o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido.</p><p>e) Se o comissário ou representante de pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar</p><p>e apurar o lucro de sua atividade separadamente do lucro do comitente, residente ou</p><p>domiciliado no exterior.</p><p>f) Se o contribuinte não mantiver em boa ordem e segundo as normas contábeis</p><p>recomendadas o livro Razão ou fi chas utilizadas para resumo e totalizar, por conta ou</p><p>subconta, os lançamentos efetuados no Diário.</p><p>Desta forma, o lucro arbitrado é um recurso disponível e quase sempre</p><p>utilizado como última alternativa, não encontrando demais modalidades</p><p>para enquadramento tributário das empresas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Segundo Oliveira et al. (2011), esse modelo de regime tributário somente</p><p>deve ser aplicado quando não existir nenhuma confi ança nos controles internos e na</p><p>escrituração contábil do contribuinte em qualquer hipótese apresentada, e isso, com</p><p>certeza, poderá gerar muitas dúvidas ao auditor fi scal.</p><p>131</p><p>Em outras</p><p>palavras, o lucro arbitrado é utilizado pela autoridade</p><p>tributária para determinação da base de cálculo do Imposto de</p><p>Renda e da contribuição social devidos pelo contribuinte, quando a</p><p>pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à</p><p>determinação do lucro real ou presumido ou se recusar a fornecer os</p><p>livros e documentos contábeis e fi scais solicitados em um processo</p><p>de fi scalização (OLIVEIRA et al., 2011, p. 186).</p><p>Por esse motivo, conforme o site Já Calculei (2021, s.p., grifo nosso):</p><p>O Lucro Arbitrado corresponde a um cálculo do imposto de renda</p><p>utilizado pela autoridade tributária ou pelo contribuinte.</p><p>Isso acontece quando a pessoa jurídica deixa de cumprir as obrigações</p><p>acessórias determinadas pelo Lucro Presumido ou Real, como a não</p><p>apresentação de documentos ou, até mesmo, por fraudes fi scais.</p><p>Conforme Santos e Barros (2005), mesmo as empresas (pessoas jurídicas)</p><p>tributadas nesse regime fi cam obrigadas a comprovar as receitas efetivamente</p><p>recebidas ou auferidas. Desta forma, a escrituração contábil deverá contemplar esses</p><p>registros, o que em caso de negativa na escrituração poderá culminar em potencial</p><p>notifi cação tributária. Embora não seja tratada como uma sanção, mas de apuração da</p><p>base de cálculo, o lucro arbitrado não libera a empresa da aplicação das penalidades</p><p>previstas na legislação.</p><p>Essa forma de tributação concede à pessoa jurídica enquadrada nesse regime</p><p>tributário proceder ao autoarbitramento.</p><p>3 HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO DO LUCRO</p><p>A aplicação do arbitramento do lucro para as pessoas jurídicas necessita de</p><p>algumas análises, visto que essa aplicação não é por opção e sim por uma obrigação</p><p>condicionada em função de alguns fatores que estão preestabelecidos pela legislação</p><p>da Receita Federal do Brasil.</p><p>Para isso é necessário conhecer as regras estabelecidas no regulamento do</p><p>Imposto de Renda, instituído pelo Decreto nº 9.580, de 2018.</p><p>Como sugestão de leitura, acesse o Decreto nº 9.580/2018, disponível em:</p><p>https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/</p><p>id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-</p><p>de-2018-51525026.</p><p>IMPORTANTE</p><p>132</p><p>Vejamos os fatores que levam ao Arbitramento do Lucro da Pessoa Jurídica,</p><p>estabelecidos no artigo 680 (Decreto nº 9.580/2018):</p><p>Art. 608. O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta,</p><p>será determinado por meio de procedimento de ofício, com a</p><p>utilização de uma das seguintes alternativas de cálculo (Lei nº 8.981,</p><p>de 1995, art. 51; e Lei nº 6.404, de 1976, art. 178, § 1º):</p><p>I - um inteiro e cinco décimos do lucro real referente ao último período</p><p>em que a pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as leis</p><p>comerciais e fiscais;</p><p>II - quatro centésimos da soma dos valores do ativo circulante, realizável</p><p>a longo prazo, investimento, imobilizado e intangível, existentes no último</p><p>balanço patrimonial conhecido;</p><p>III - sete centésimos do valor do capital, inclusive a sua correção</p><p>monetária contabilizada como reserva de capital, constante do último</p><p>balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição</p><p>ou alteração da sociedade;</p><p>IV - cinco centésimos do valor do patrimônio líquido constante do</p><p>último balanço patrimonial conhecido;</p><p>V - quatro décimos do valor das compras de mercadorias efetuadas</p><p>no mês;</p><p>VI - quatro décimos da soma, em cada mês, dos valores da folha</p><p>de pagamento dos empregados e das compras de matérias-primas,</p><p>produtos intermediários e materiais de embalagem;</p><p>VII - oito décimos da soma dos valores devidos no mês a empregados; ou</p><p>VIII - nove décimos do valor mensal do aluguel devido (BRASIL, 2018).</p><p>Conforme Santos e Barros (2005), isso apenas é possível quando a empresa tem</p><p>condições para a apuração da receita bruta e desde que se possa aplicar as hipóteses</p><p>já mencionadas.</p><p>Desta forma, a pessoa jurídica poderá efetuar o pagamento do Imposto de Renda</p><p>de acordo com base no lucro arbitrado, porém, devem ser observadas as seguintes</p><p>regras apresentadas por Santos e Barros (2005) com base na legislação:</p><p>• Deve ser realizada a cada trimestre do ano calendário, a apuração com base no lucro</p><p>arbitrado, o que deverá assegurar, nos trimestres não submetidos ao arbitramento, a</p><p>tributação com base no lucro real. Isso se a pessoa jurídica dispuser de escrituração,</p><p>na forma exigida pelas leis comerciais e fiscais, que demonstre o lucro real dos</p><p>períodos não abrangidos pela tributação com base no lucro arbitrado.</p><p>• Por expressa autorização da IN SRF nº 93/1997 (art. 47), a pessoa jurídica que, em</p><p>qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado poderá optar pela</p><p>tributação com base no lucro presumido relativamente aos demais trimestres desse</p><p>ano-calendário, desde que não esteja obrigada à apuração do lucro real.</p><p>• O imposto apurado com base no lucro arbitrado terá por vencimento o último dia útil</p><p>do mês subsequente ao do encerramento de cada período de apuração.</p><p>De acordo com as hipóteses estabelecidas pela Receita Federal do Brasil para as</p><p>empresas se enquadrarem no lucro arbitrado, é possível observar que é comum ocorrer</p><p>esse procedimento em muitas entidades.</p><p>133</p><p>Isso ocorre porque em função de qualquer descuido na elaboração das</p><p>informações contábeis, abre-se precedentes para enquadrar a empresa no lucro</p><p>arbitrado.</p><p>Dessa forma, é importante que o Contador esteja atento e com zelo elabore</p><p>essas informações contábeis que são transmitidas eletronicamente para a Receita</p><p>Federal do Brasil, evitando assim qualquer hipótese de enquadramento neste regime</p><p>tributário.</p><p>3.1 BASE DE CÁLCULO QUANDO A RECEITA BRUTA É CONHECIDA</p><p>Quando são conhecidas as necessidades e obrigatoriedades para aplicar o</p><p>regime tributário do lucro arbitrado para as pessoas jurídicas, é necessário identificar</p><p>a base de cálculo aplicável para apuração do imposto de renda de pessoa jurídica e da</p><p>contribuição social sobre o lucro líquido.</p><p>É importante ressaltar que a base de cálculo possui um tratamento diferenciado</p><p>que depende exclusivamente dos seguintes fatores:</p><p>• ter conhecimento da receita bruta ou não da empresa;</p><p>• quando existe a opção do autoarbitramento pelo próprio contribuinte da pessoa jurídica;</p><p>• e também ao se identificar o tipo de atividade conforme o CNAE da empresa.</p><p>Para se realizar a apuração do valor do lucro arbitrado, a empresa deverá ter os</p><p>registros para apurar o valor da receita bruta.</p><p>A título de exemplo, Febretti (2008) apresenta, conforme artigo 15 da lei nº</p><p>9.249, de 26 de dezembro de 1995, que sempre serão aplicados os mesmos percentuais</p><p>aplicáveis ao Lucro Presumido, porém será determinado pela aplicação dos percentuais</p><p>de presunção do lucro, acrescido de 20%.</p><p>Observe no quadro a seguir a diferença dos percentuais aplicados entre o</p><p>arbitramento e presunção para aplicação da alíquota.</p><p>QUADRO 30 – DIFERENÇA ENTRE ARBITRAMENTO E PRESUNÇÃO</p><p>Art. 15 % de presunção % de arbitramento</p><p>Caput 8% 9,60%</p><p>Inciso I 1,6% 1,92%</p><p>Inciso II 16% 19,2%</p><p>Inciso III 32% 38,40%</p><p>FONTE: Adaptado de Febretti (2008)</p><p>134</p><p>Isso significa que, conforme artigo 15 da Lei nº 9.249/1995, conforme o quadro</p><p>anterior, a porcentagem da presunção de 8% se multiplica 20% que, nesse caso, resulta</p><p>em 1,60%, pois 8% x 20% = 1,60% e, em seguida, se acrescenta esse resultado aos 8% da</p><p>presunção. Logo, 8% + 1,60% = 9,60%.</p><p>Para o Inciso I, conforme quadro anterior, a porcentagem da presunção de 1,6%</p><p>se multiplica aos 20% para o arbitramento, que se calcula da seguinte forma: 1,6% x 20%</p><p>= 0,32% e, em seguida, soma-se esse resultado aos 1,6% da presunção. Logo, 1,6% +</p><p>0,32% = 1,92%.</p><p>Para o Inciso II, a porcentagem da presunção de 16% se multiplica aos 20% para</p><p>o arbitramento, que se calcula da seguinte forma: 16% x 20% = 3,20% e, em seguida,</p><p>soma-se esse resultado aos 1,6% da presunção. Logo, 16% + 3,20% = 19,20%.</p><p>Para o Inciso III, a porcentagem da presunção de 32% se multiplica aos 20% para</p><p>o arbitramento, que se calcula da seguinte forma: 32% x 20% = 6,40% e, em seguida,</p><p>soma-se esse resultado</p><p>aos 1,6% da presunção. Logo, 32% + 6,40% = 38,40%.</p><p>No caso das instituições financeiras, o percentual para determinação do lucro</p><p>arbitrado é de 45% (RECEITA, 2020):</p><p>No caso do valor de partida para a definição da base de cálculo do IRPJ e da CSLL,</p><p>devemos utilizar a Receita Bruta. Compreende a Receita Bruta, conforme determinado</p><p>no Decreto-Lei nº 1.598/1977:</p><p>Art. 12 A receita bruta compreende: I - o produto da venda de bens</p><p>nas operações de conta própria; II - o preço da prestação de serviços</p><p>em geral; III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e</p><p>IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não</p><p>compreendidas nos incisos I a III. § 1o A receita líquida será a receita</p><p>bruta diminuída de: I - devoluções e vendas canceladas; II - descontos</p><p>concedidos incondicionalmente; III - tributos sobre ela incidentes; e IV</p><p>- valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso</p><p>VIII do caput do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976,</p><p>das operações vinculadas à receita bruta (BRASIL, 1977).</p><p>Isso se aplica nas atividades desenvolvidas por bancos comerciais, bancos de</p><p>investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas,</p><p>sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,</p><p>sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos</p><p>e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,</p><p>empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada</p><p>aberta.</p><p>Se acontecer de a receita da empresa não ser conhecida, como se procederá a</p><p>apuração? Conforme Febretti (2008), nesses casos deve-se optar por um dos índices a</p><p>seguir:</p><p>135</p><p>a) 1,5 do lucro real relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração,</p><p>atualizado monetariamente. Caso o lucro real for decorrente do período base anual, o</p><p>valor que será a base ao arbitramento será proporcional ao número de meses do período-</p><p>base considerado.</p><p>b) 0,04 da soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e permanente,</p><p>existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente.</p><p>c) 0,07 do valor do capital, inclusive sua Correção Monetária do Balanço contabilizada como</p><p>reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado</p><p>nos atos de constituição ou de alteração da sociedade, atualizado monetariamente.</p><p>d) 0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial</p><p>conhecido, atualizado monetariamente.</p><p>e) 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês.</p><p>f) 0,4 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das</p><p>compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem.</p><p>g) 0,8 da soma dos valores devidos no mês aos empregados.</p><p>h) 0,9 do valor mensal do aluguel devido.</p><p>No entanto, esse é um recurso que somente deve ser aplicado em último caso.</p><p>3.2 BASE DE CÁLCULO QUANDO A RECEITA BRUTA NÃO É</p><p>CONHECIDA</p><p>Se porventura não houver a possibilidade de apurar a receita bruta de vendas</p><p>da empresa, a pessoa jurídica não poderá em hipótese alguma adotar o enquadramento</p><p>no lucro presumido de forma opcional pois não há nenhum tipo de amparo legal quanto</p><p>a esse aspecto.</p><p>No caso da impossibilidade de determinar o valor da receita bruta de vendas da</p><p>empresa, esta deverá seguir rigorosamente a determinação do artigo 608 do Regulamento</p><p>do Imposto de Renda (Decreto nº 9.580/2018) e deverá cumprir os seguintes critérios:</p><p>Art. 608. O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, será</p><p>determinado por meio de procedimento de ofício, com a utilização de</p><p>uma das seguintes alternativas de cálculo (Lei nº 8.981, de 1995, art.</p><p>51; e Lei nº 6.404, de 1976, art. 178, § 1º):</p><p>Perceba como a legislação tributária brasileira é extremamente rigorosa na</p><p>apuração dos tributos pelo regime arbitrário.</p><p>IMPORTANTE</p><p>136</p><p>I - um inteiro e cinco décimos do lucro real referente ao último período</p><p>em que a pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as leis</p><p>comerciais e fiscais;</p><p>II - quatro centésimos da soma dos valores do ativo circulante,</p><p>realizável a longo prazo, investimento, imobilizado e intangível,</p><p>existentes no último balanço patrimonial conhecido;</p><p>III - sete centésimos do valor do capital, inclusive a sua correção</p><p>monetária contabilizada como reserva de capital, constante do</p><p>último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de</p><p>constituição ou alteração da sociedade;</p><p>IV - cinco centésimos do valor do patrimônio líquido constante do</p><p>último balanço patrimonial conhecido;</p><p>V - quatro décimos do valor das compras de mercadorias efetuadas</p><p>no mês;</p><p>VI - quatro décimos da soma, em cada mês, dos valores da folha</p><p>de pagamento dos empregados e das compras de matérias-primas,</p><p>produtos intermediários e materiais de embalagem;</p><p>VII - oito décimos da soma dos valores devidos no mês empregados;</p><p>ou</p><p>VIII - nove décimos do valor mensal do aluguel devido (BRASIL, 2018).</p><p>Com base nos aspectos apresentados no artigo 535 do regulamento do imposto</p><p>de renda da pessoa jurídica, será desenvolvido um exemplo de cálculo para melhor</p><p>compreensão desse tema no subtópico a seguir.</p><p>3.3 CÁLCULO DOS TRIBUTOS</p><p>A apuração do imposto de renda da pessoa jurídica é realizada cumprindo os</p><p>seguintes critérios:</p><p>a) Alíquota: ao Imposto de Renda trimestralmente apurado pela empresa será aplicada</p><p>a alíquota de 15%.</p><p>b) Adicional: todos os valores para efeito tributário que excederem o lucro de R$</p><p>20.000,00 ao mês ou R$ 60.000,00 no trimestre sofrerão incidência do adicional de</p><p>alíquota do imposto de renda da pessoa jurídica em 10%.</p><p>c) Deduções do Imposto de Renda devido: A legislação do imposto de renda prevê que</p><p>podem ser deduzidos do imposto de renda o valor que foi retido desse mesmo tributo</p><p>(imposto de renda da pessoa jurídica) e as demais receitas que integram a base de</p><p>cálculo (rendimentos de aplicações financeiras e juros sobre o patrimônio líquido e</p><p>também o imposto de renda retido por órgãos públicos).</p><p>Exemplo de cálculo para a apuração do IRPJ:</p><p>Período segundo trimestre de X1.</p><p>Regime tributário lucro arbitrado.</p><p>Receita bruta de vendas de mercadorias R$ 1.500.000,00.</p><p>Receita bruta de prestação de serviços R$ 350.000,00.</p><p>Rendimentos de aplicações financeiras (renda fixa) R$ 38.000,00.</p><p>137</p><p>Desconto R$ 5.000,00.</p><p>Alienação de ativo permanente com ganho de capital R$ 50.000,00.</p><p>Receita de aluguéis R$ 17.000,00.</p><p>TABELA 1 – DETERMINAÇÃO DA BASE DO CÁLCULO DO IRPJ</p><p>I – Determinação da base de cálculo do IRPJ</p><p>Alíquota Base de Cálculo Valor</p><p>9,60% R$ 1.500.000,00 R$ 144.000,00</p><p>38,40% R$ 350.000,00 R$ 134.400,00</p><p>Soma R$ 278.400,00</p><p>Rendimentos de aplicação financeira R$ 38.000,00</p><p>Ganhos de capital na alienação de bens R$ 50.000,00</p><p>Desconto obtido R$ 5.000,00</p><p>Receita de aluguel R$ 17.000,00</p><p>Base de cálculo do imposto R$ 388.400,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Para apurar o valor do imposto devido, identificaremos os próximos passos:</p><p>TABELA 2 – IRPJ DEVIDO NO TRIMESTRE</p><p>II – IRPJ devido no trimestre:</p><p>Base de cálculo (lucro arbitrado) R$ 388.400,00</p><p>(x) Alíquota do IRPJ 15%</p><p>(=) IRPJ devido no trimestre R$ 58.260,00</p><p>Adicional do IRPJ R$ 388.400,00 – R$ 60.000,00 R$ 328.400,00</p><p>(x) Alíquota do Adicional do IRPJ 10%</p><p>Adicional devido no trimestre R$ 32.840,00</p><p>IRPJ no trimestre R$ 58.260,00 + R$ 32.840,00 R$ 91.100,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Assim, o valor do IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – está em R$</p><p>91.100,00.</p><p>A seguir, temos um exemplo de cálculo para a apuração da CSLL – Contribuição</p><p>Social sobre Lucro Líquido:</p><p>138</p><p>Período segundo trimestre de X1.</p><p>Regime tributário lucro arbitrado.</p><p>Receita bruta de vendas de mercadorias R$ 1.500.000,00.</p><p>Receita bruta de prestação de serviços R$ 350.000,00.</p><p>Rendimentos de aplicações financeiras (renda fixa) R$ 38.000,00.</p><p>Desconto R$ 5.000,00.</p><p>Alienação de ativo permanente com ganho de capital</p><p>R$ 50.000,00.</p><p>Receita de aluguéis R$ 17.000,00.</p><p>TABELA 3 – DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CSLL</p><p>I – Determinação da base de cálculo da CSLL</p><p>Alíquota Base de Cálculo Valor</p><p>12,00% R$ 1.500.000,00 R$ 180.000,00</p><p>32,00% R$ 350.000,00 R$ 112.000,00</p><p>Soma R$ 292.000,00</p><p>Rendimentos de aplicação financeira R$ 38.000,00</p><p>Ganhos de capital na alienação de bens R$ 50.000,00</p><p>Desconto obtido R$ 5.000,00</p><p>Receita de aluguel R$ 17.000,00</p><p>Base de cálculo do imposto R$ 402.000,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Para apurar o valor do imposto devido, deve-se proceder da seguinte forma:</p><p>TABELA 4 – CSLL DEVIDO NO TRIMESTRE</p><p>II – IRPJ devido no trimestre:</p><p>Base de cálculo (lucro arbitrado) R$ 402.000,00</p><p>(x) Alíquota da CSLL 9%</p><p>(=) IRPJ devido no trimestre R$ 36.180,00</p><p>FONTE: Os autores</p><p>O valor da CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido – está em R$</p><p>36.180,00.</p><p>139</p><p>3.4 CONTABILIZAÇÃO</p><p>O valor do IRPJ e da CSLL, apurados devidamente ao final de cada trimestre,</p><p>devem ser registrados nas demonstrações contábeis pelo seu valor apurado devido.</p><p>a) IRPJ</p><p>• Na apuração do resultado do 1º trimestre será realizado o seguinte registro:</p><p>D - Provisão para o Imposto de Renda (Resultado) R$ 91.100,00</p><p>C - IRPJ a recolher (Passivo Circulante) R$ 91.100,00</p><p>• No último dia de abril, mês do vencimento do imposto:</p><p>D - IRPJ a recolher (Passivo Circulante) R$ 91.100,00</p><p>C - Disponibilidades (Ativo Circulante) R$ 91.100,00</p><p>b) CSLL</p><p>• Na apuração do resultado do 1º trimestre será realizado o seguinte registro:</p><p>D - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (Resultado) R$ 36.180,00</p><p>C - CSLL a recolher (Passivo Circulante) R$ 36.180,00</p><p>• No último dia de abril, mês do vencimento do imposto:</p><p>D - CSLL a recolher (Passivo Circulante) R$ 36.180,00</p><p>C - Disponibilidades (Ativo Circulante) R$ 36.180,00</p><p>4 SIMPLES NACIONAL</p><p>A economia brasileira tem forte influência das atividades e riqueza gerada pelas</p><p>empresas de micro e pequeno porte, as quais desempenham um papel fundamental</p><p>para o crescimento da nação, pela forte contribuição na geração de empregos e na</p><p>melhoria de renda e condições sociais da população em geral.</p><p>As empresas não são obrigadas a optar pelo simples, mesmo assim muitas</p><p>acabam optando por este enquadramento tributário. Segundo o CFA (2019, s.p.):</p><p>Para fugir da crise econômica que assola o país há mais de quatro</p><p>anos, muitas pessoas recorreram ao empreendedorismo. De acordo</p><p>com dados do Ministério da Economia, mensurados até abril de</p><p>2019, o país tem hoje mais de 13 milhões de empresas optantes pelo</p><p>Simples Nacional, regime tributário que define as micro e pequenas</p><p>empresas (MPEs) por faixa de faturamento.</p><p>Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas</p><p>(Sebrae), elas já são as principais geradoras de riqueza no país. As</p><p>MPEs respondem por 53,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do</p><p>comércio e, na indústria e no setor de serviços, a participação delas</p><p>também é relevante – 22,5% e 36,3%, respectivamente.</p><p>Para se ter uma ideia da relevância delas para a economia do Brasil,</p><p>basta olhar os números referentes aos empregos formais. Estima-</p><p>140</p><p>se, a partir das estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e</p><p>Desempregados (Caged), que as MPEs contribuíram com 93,6 mil</p><p>empregos com carteira assinada. O saldo representa 72,3% do total</p><p>gerado no país em abril de 2019, que foi de 129,6 mil.</p><p>Por esse motivo, as empresas de micro e pequeno porte recebem um tratamento</p><p>diferenciado na cobrança de tributos.</p><p>O Simples Nacional entrou em vigor a partir do ano de 1997, com o advento</p><p>da Lei nº 9.317/1996. O objetivo central desta legislação foi o de regular o tratamento</p><p>diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável às micro e pequenas empresas, afirma</p><p>Santos e Barros (2005).</p><p>O que isso representa para as empresas? O Simples Nacional representa uma</p><p>importante contribuição ao facilitar a apuração e recolhimento do imposto. Conforme</p><p>Endeavor (2018, s.p.):</p><p>Um regime de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos.</p><p>Foi criado pela Lei Geral para simplificar a vida do empreendedor de</p><p>pequeno porte! Ele unifica oito impostos em um único boleto e reduz sua</p><p>carga tributária. Segundo o ministro da Secretaria da Micro e Pequena</p><p>Empresa, Guilherme Afif, por exemplo, para quem sai do regime e opta</p><p>pelo Lucro Presumido, o aumento médio de tributação é de 54%.</p><p>Os impostos são:</p><p>– Federais: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI</p><p>– Previdência: INSS patronal</p><p>– Estaduais: ICMS</p><p>– Municipais: ISS.</p><p>O regime tributário do Simples Nacional agrupa em um único documento de</p><p>arrecadação vários impostos e contribuições que são devidos para microempresas ou</p><p>empresas de pequeno porte, a saber:</p><p>I- Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ.</p><p>II- Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.</p><p>III- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.</p><p>IV- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS.</p><p>V- Contribuição para o PIS/PASEP.</p><p>VI- Contribuição patronal previdenciária (CPP) para a Seguridade Social, a cargo da</p><p>pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no</p><p>caso da ME e da EPP que se dedicam às atividades de prestação de alguns serviços</p><p>expressos na lei.</p><p>VII- Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações</p><p>de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.</p><p>VIII- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS.</p><p>141</p><p>No entanto, Santos e Barros (2005) alertam que as condições estabelecidas</p><p>para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) para fins de estatuto</p><p>não se confundem com os requisitos exigidos para que tais pessoas jurídicas possam</p><p>se inscrever no Simples Nacional. São coisas distintas ser ME/EPP para fins de estatuto</p><p>e ME/EPP para se inscrever no Simples Nacional.</p><p>O Simples Nacional nada mais é do que uma forma simplificada e unificada para</p><p>o recolhimento dos tributos, com a aplicação de percentuais progressivos que incidem</p><p>sobre uma única base de cálculo, que corresponde à receita bruta gerada nas vendas</p><p>da empresa.</p><p>Dessa forma:</p><p>Uma ME/EPP, registrada como tal segundo as normas do estatuto,</p><p>não precisa necessariamente, estar enquadrada no Simples. Isso</p><p>pode ocorrer inclusive em decorrência das diferenças de limites de</p><p>receita bruta das respectivas legislações (estatuto da ME/EPP e Lei</p><p>do Simples) (SANTOS; BARROS, 2005, p. 42).</p><p>4.1 MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE</p><p>Para efeitos do Simples Nacional, de acordo com Vhsys (2021), a partir de</p><p>fevereiro de 2021 são consideradas para as microempresas o limite de até R$ 360 mil de</p><p>faturamento anual (R$ 30 mil mensais).</p><p>Também a partir dessa data, de acordo com Vhsys (2021) são consideradas</p><p>para efeitos do Simples Nacional para as Empresas de Pequeno Porte (EPP) o limite de</p><p>faturamento anual de até R$ 4,8 milhões (R$ 400 mil por mês).</p><p>A legislação referente ao Simples Nacional prevê alguns benefícios para as</p><p>empresas ME/EPP. Em se tratando de um tratamento jurídico diferenciado,</p><p>essas empresas são favorecidas nas seguintes áreas:</p><p>administrativas;</p><p>previdenciária;</p><p>trabalhista;</p><p>creditícia;</p><p>de desenvolvimento empresarial.</p><p>IMPORTANTE</p><p>142</p><p>Os limites de mercado interno e exportação são avaliados separadamente e</p><p>não podem exceder o valor de R$ 9.600.000,00. Vale dizer, assim como a empresa não</p><p>pode ter uma receita de mercado interno superior ao limite de R$ 4.800.000,00, ainda</p><p>que não tenha receitas de exportação, também não pode ter uma receita de exportação</p><p>superior ao limite adicional de R$ 4.800.000,00 (SIMPLES NACIONAL, 2021).</p><p>Isso signifi ca que o Simples Nacional é um regime facultativo para o contribuinte,</p><p>pois cabe ao empresário decidir por optar ou não por este regime tributário, apesar de a</p><p>empresa estar enquadrada na condição de ME ou EPP.</p><p>A opção pelo Simples Nacional deve ser formalizada pela pessoa jurídica por</p><p>meio da Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) exclusivamente pela internet e</p><p>disponível no site</p><p>da Receita Federal do Brasil (www.receita.fazenda.gov.br). A partir</p><p>de sua inscrição, a empresa se submete à sistemática do regime tributário do Simples</p><p>Nacional (SANTOS; BARROS, 2005).</p><p>Como já vimos neste subtópico, o enquadramento da empresa no Simples</p><p>Nacional prevê o cálculo do valor dos tributos e contribuições unifi cadas mediante a</p><p>aplicação de percentuais específi cos sobre a receita bruta mensal.</p><p>Conforme explica Santos e Barros (2005), esse percentual aumenta</p><p>progressivamente à medida que a receita auferida se torna maior. Em outras palavras,</p><p>quanto maior é a receita, maior é o percentual de tributação, observando-se os limites</p><p>estabelecidos pela legislação.</p><p>O Simples Nacional é um regime tributário simplifi cado exclusivo para as</p><p>pequenas empresas, especialmente as MEs e EPPs, que faturam até 4,8 milhões</p><p>anuais. O valor de impostos no Simples Nacional é de 9,3% do faturamento. Ao optar pelo</p><p>Simples Nacional, a microempresa paga todos os impostos em uma única guia (DAS),</p><p>com alíquotas adequadas ao seu faturamento e segmento (GULARTE, 2021).</p><p>Confi ra a relação das atividades vedadas ao ingressar na sistemática do</p><p>Simples Nacional em: https://www.jornalcontabil.com.br/veja-quais-sao-as-</p><p>atividades-impeditivas-para-o-simples-nacional/.</p><p>IMPORTANTE</p><p>143</p><p>4.2 VEDAÇÕES</p><p>Nem todas as empresas podem enquadrar-se no regime tributário do Simples</p><p>Nacional. Conforme artigo 3º da Lei Complementar nº 123/2006, há situações em que</p><p>ocorrem algumas vedações para as pessoas jurídicas, que são as seguintes:</p><p>Art. 3º</p><p>[...] § 4º [...]</p><p>I- de cujo capital participe outra pessoa jurídica;</p><p>II- que seja fi lial, sucursal, agência ou representação, no país, de</p><p>pessoa jurídica com sede no exterior;</p><p>III- de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como</p><p>empresário, ou seja, sócia de outra empresa que receba tratamento</p><p>jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde</p><p>que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso</p><p>II do caput deste artigo;</p><p>IV- cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento)</p><p>do capital de outra empresa não benefi ciada por esta Lei</p><p>Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o</p><p>limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;</p><p>V- cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra</p><p>pessoa jurídica com fi ns lucrativos, desde que a receita bruta</p><p>global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste</p><p>artigo;</p><p>VI- constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;</p><p>VII- que participe do capital de outra pessoa jurídica;</p><p>VIII- que exerça atividade de banco comercial, de investimentos</p><p>e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de</p><p>crédito, fi nanciamento e investimento ou de crédito imobiliário,</p><p>de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários</p><p>e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros</p><p>privados e de capitalização ou de previdência complementar;</p><p>IX- resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de</p><p>desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um</p><p>dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;</p><p>X- constituída sob a forma de sociedade por ações (BRASIL, 2006).</p><p>Se porventura alguma empresa enquadrada em ME ou EPP incorrer em alguma</p><p>das situações previstas nos incisos do § 4º, será excluída do tratamento jurídico</p><p>diferenciado previsto nesta Lei Complementar, assim como o regime que trata o art. 12,</p><p>com efeitos a partir do mês seguinte ao que incorrida a situação impeditiva.</p><p>Para conhecer mais sobre o MEI e formalizar a abertura da sua empresa,</p><p>acesse o site: https://blog.advise.com.br/legislacao-para-mei/.</p><p>DICA</p><p>144</p><p>4.3 ANEXOS</p><p>Na tributação do Simples Nacional há a necessidade de identificar o ramo de</p><p>atuação da empresa, se esta é do ramo comercial, industrial ou de prestação de serviços.</p><p>Isso porque existem anexos diferentes aplicados (TORRES, 2021). Confira a seguir:</p><p>TABELA 5 – TABELA SIMPLES NACIONAL – COMÉRCIO – 2018</p><p>Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)</p><p>1ª Faixa 4,00% – Até 180.000,00</p><p>2ª Faixa 7,30% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00</p><p>3ª Faixa 9,50% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00</p><p>4ª Faixa 10,70% 22.500,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00</p><p>5ª Faixa 14,30% 87.300,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00</p><p>6ª Faixa 19,00% 378.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00</p><p>FONTE: Torres (2021, s. p.)</p><p>TABELA 6 – TABELA SIMPLES NACIONAL – INDÚSTRIA – 2018</p><p>Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)</p><p>1ª Faixa 4,50% – Até 180.000,00</p><p>2ª Faixa 7,80% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00</p><p>3ª Faixa 10,00% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00</p><p>4ª Faixa 11,20% 22.500,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00</p><p>5ª Faixa 14,70% 85.500,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00</p><p>6ª Faixa 30,00% 720.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00</p><p>FONTE: Torres (2021, s. p.)</p><p>TABELA 7 – TABELA SIMPLES NACIONAL – SERVIÇOS – 2018</p><p>Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)</p><p>1ª Faixa 6,00% – Até 180.000,00</p><p>2ª Faixa 11,20% 9.360,00 De 180.000,01 a 360.000,00</p><p>3ª Faixa 13,50% 17.640,00 De 360.000,01 a 720.000,00</p><p>4ª Faixa 16,00% 35.640,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00</p><p>145</p><p>5ª Faixa 21,00% 125.640,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00</p><p>6ª Faixa 33,00% 648.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00</p><p>FONTE: Torres (2021, s. p.)</p><p>4.4 CÁLCULO DOS TRIBUTOS</p><p>Para determinar o percentual da alíquota do simples nacional, o sujeito passivo</p><p>deve utilizar como base de cálculo o valor da receita bruta de vendas acumulado nos</p><p>12 (doze) meses anteriores ao período de apuração. O valor devido mensalmente, para</p><p>fins de recolhimento pela ME ou EPP, será o resultante da aplicação da alíquota que</p><p>corresponde ao valor da receita bruta de vendas mensal auferida.</p><p>Será utilizada como receita bruta de vendas total mensal auferida ou recebida,</p><p>do produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, do preço dos</p><p>serviços prestados e do resultado nas operações em conta alheia, no mercado interno e</p><p>externo, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.</p><p>É importante observar que a segregação da receita, na forma do art. 18 da Lei</p><p>Complementar nº 123, de 2006, estabelece que:</p><p>• as receitas decorrentes da revenda de mercadorias;</p><p>• as receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte;</p><p>• as receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como as de locação de bens</p><p>móveis;</p><p>• as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas à substituição tributária e</p><p>tributação concentrada em uma única etapa (monofásica), bem como, em relação</p><p>ao ICMS, antecipação tributária com encerramento de tributação;</p><p>• as receitas decorrentes da exportação de mercadorias para o exterior, inclusive as</p><p>vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito</p><p>específico, prevista no art. 56 da L.C. 123/2006 (BRASIL, 2006).</p><p>Fazendo uma simulação para a apuração do Simples Nacional por ramo de</p><p>atividade com um faturamento no valor de R$ R$ 650.000,00, temos:</p><p>Comércio: R$ 650.000,00 x 9,50% = R$ 61.750,00 ( - ) R$ 13.860,00 = R$ 47.890,00.</p><p>Indústria: R$ 650.000,00 x 10,00% = R$ 65.000 ( - ) R$ 13.860,00 = R$ 51.140,00.</p><p>Serviços: R$ 650.000,00 x 13,50% = R$ 87.750,00 ( - ) R$ 17.640,00 = R$ 70.110,00.</p><p>Com isso, encerramos o estudo deste Tópico.</p><p>146</p><p>G20 DISCUTE TRIBUTAÇÃO DE ECONOMIA DIGITAL, ENQUANTO BRASIL</p><p>ENGATINHA</p><p>FIGURA – REUNIÃO SERÁ SOBRE A ECONOMIA DIGITAL, NOS DIAS 17 E 18</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>O grupo das 20 economias mais ricas do globo (G20), do qual o Brasil faz parte,</p><p>fará uma reunião sobre a economia digital nesta semana, nos dias 17 e 18. Enquanto o</p><p>mundo trava um forte debate sobre a tributação digital, especialmente as “Big Techs”</p><p>(gigantes como Amazon e Google), o Brasil engatinha na discussão. O jornal O Estado de</p><p>S. Paulo conversou</p><p>com especialistas e há um consenso de que o assunto está longe</p><p>de ser resolvido.</p><p>Aqui, a reforma tributária está em pauta, com a promessa dos novos presidentes</p><p>da Câmara e do Senado de que vão acelerar sua tramitação no Congresso. Os textos</p><p>propostos, porém, deixam de fora a questão da economia digital.</p><p>Um ponto que dificulta a chegada de um consenso em todo o mundo é o de que,</p><p>na economia digital, quase toda atividade pode ser classificada como serviço. A divisão</p><p>de bens e serviços tem sido cada vez mais difusa com o uso das novas tecnologias. Em</p><p>muitos casos, há a pergunta sobre se o que será taxado é um produto, um serviço ou</p><p>uma terceira opção.</p><p>O debate interno se torna mais complicado porque há aqui um imposto específico</p><p>para cada segmento produtivo. No exterior, como nos países da Europa, por exemplo,</p><p>a área fiscal optou por um tributo único, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), sem</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>147</p><p>distinção entre as áreas de atuação. A batalha internacional diz respeito onde o tributo</p><p>deve ser cobrado. Os americanos sustentam que seja nos países onde estão as sedes</p><p>das companhias. A maioria das outras nações alega que as atividades se desenvolvem</p><p>em seu território, com agregação de valor e em função de seus consumidores. Portanto,</p><p>o argumento é o de que, pelo menos uma parte dos impostos, deveria ser cobrada onde</p><p>o serviço é usufruído.</p><p>“Aqui há uma discussão infrutífera sobre a economia digital, mas ao mesmo</p><p>tempo tem um tributo ruim. Mas que pega parte dessas operações das grandes</p><p>companhias”, afirmou Aristóteles de Queiroz Camara, pesquisador da Fundação Getulio</p><p>Vargas (FGV), com relação ao PIS e à Cofins. “Isso é algo que não tem parâmetro na</p><p>Europa ou nos EUA. É por isso que é tão urgente o debate no Brasil”, diz.</p><p>Dessa forma, a instalação de atividades de companhias internacionais em</p><p>terras domésticas já gera receitas ao governo. O problema, de acordo com Camara,</p><p>é que o tributo é arcaico, mas acaba funcionando nesse campo, ainda que não seja a</p><p>forma ideal. A pior consequência, segundo o professor, é que gera problemas em outros</p><p>campos e, por isso, são os tributos que geram mais disputas judiciais.</p><p>Ele comentou que a reforma tributária não toca na área digital, mas que uma de</p><p>suas maiores preocupações hoje é com o aceno feito pelo governo de voltar a introduzir</p><p>a CPMF ou um tributo financeiro semelhante. “Em tese, essa CPMF iria abranger a</p><p>tributação digital, mas isso está errado. Isso é um assunto mais ligado ao imposto de</p><p>renda (das empresas). No Brasil, o assunto está deturpado”, diz. “A CPMF é uma solução</p><p>ruim para o problema errado”.</p><p>Expectativa</p><p>O mundo está completamente sem rumo sobre qual a melhor forma de aplicar</p><p>tributos sobre os produtos digitais – em especial, os que têm origem fora de seus</p><p>territórios. Há mais de cinco anos, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento</p><p>Econômico (OCDE) se debruça sobre o tema para tentar encontrar pontos em comum</p><p>à maior parte dos países – uma proposta foi lançada em outubro de 2019, tentando</p><p>costurar as questões de seus vários membros. Na avaliação da entidade, houve</p><p>“progressos substanciais” para alcançar uma solução consensual de longo prazo para</p><p>os desafios fiscais decorrentes da digitalização da economia. A expectativa é a de que</p><p>se chegue a um acordo até meados deste ano.</p><p>Um estudo da KPMG, lançado no ano passado, destacou que os benefícios para</p><p>a economia global trazidos pela inovação tecnológica foram muitos, e que os governos</p><p>têm se esforçado para incentivar empresas do setor a manter seus países alinhados</p><p>com o que há de mais moderno no mundo. “No entanto, certos setores e negócios</p><p>se beneficiam desproporcionalmente de impostos preferenciais, criando um campo de</p><p>jogo desigual”, diz o estudo.</p><p>148</p><p>Celso de Barros Correia Neto, professor do IDP, diz que não há solução acabada</p><p>para o assunto. Para ele, também não há como escapar de levar em consideração o</p><p>número de usuários como critério de tributação. “Isso envolve o desafio de repensar a</p><p>soberania fiscal”.</p><p>Ele diz que a conversa internacional sobre a quem cabe a tributação ainda nem</p><p>chegou ao Brasil – e há muitas indefinições sobre o tema, que acabam no Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF), que pode demorar anos para definir sentença sobre o tema.</p><p>As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.</p><p>FONTE: ISTO É DINHEIRO. G20 discute tributação de economia digital, enquanto Brasil engatinha.</p><p>2021. Disponível em: /www.istoedinheiro.com.br/g20-discute-tributacao-de-economia-digital-enquanto-16/.</p><p>Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>149</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• As empresas que não estão enquadradas no regime tributário do lucro real devem ser</p><p>enquadradas no regime tributário do lucro arbitrado ou do Simples Nacional.</p><p>• O regime de tributação com base no lucro arbitrado é utilizado quando não é</p><p>possível realizar a apuração do imposto devido por intermédio do lucro real ou do</p><p>lucro presumido e muito menos pelo Simples Nacional, que são os demais regimes</p><p>tributários contemplados pela legislação.</p><p>• O Lucro Arbitrado corresponde a um cálculo do imposto de renda utilizado pela</p><p>autoridade tributária ou pelo contribuinte.</p><p>• A aplicação do arbitramento do lucro para as pessoas jurídicas necessita de</p><p>algumas análises, visto que essa aplicação não é por opção e sim por uma obrigação</p><p>condicionada em função de alguns fatores que estão preestabelecidos pela legislação</p><p>da Receita Federal do Brasil.</p><p>• Se porventura não houver a possibilidade de apurar a receita bruta de vendas da</p><p>empresa, a pessoa jurídica não poderá em hipótese alguma adotar o enquadramento</p><p>no lucro presumido de forma opcional, uma vez que não há nenhum tipo de amparo</p><p>legal para isso.</p><p>• A partir do ano de 1997, com o advento da Lei nº 9.317/1996, passou a vigorar o Simples</p><p>Nacional.</p><p>• Nem todas as empresas podem enquadrar-se no regime tributário do Simples</p><p>Nacional.</p><p>• Para determinar o percentual da alíquota do simples nacional, o sujeito passivo deve</p><p>utilizar como base de cálculo o valor da receita bruta de vendas acumulada nos doze</p><p>meses anteriores ao período de apuração.</p><p>150</p><p>1 A legislação tributária brasileira prevê o enquadramento tributário das empresas no</p><p>lucro arbitrado. Em que circunstâncias é utilizado o regime do Lucro Arbitrado?</p><p>a) ( ) É utilizado quando não é possível realizar a apuração do imposto devido por</p><p>intermédio do lucro real ou do lucro presumido e muito menos pelo simples</p><p>nacional, que são os demais regimes tributários contemplados pela legislação.</p><p>b) ( ) É utilizado quando é possível realizar a apuração do imposto devido por</p><p>intermédio do lucro real ou do lucro presumido e pelo simples nacional, que são</p><p>os demais regimes tributários contemplados pela legislação.</p><p>c) ( ) É utilizado quando não é possível realizar a apuração do imposto devido por</p><p>intermédio do lucro comercial ou do lucro presumido e muito menos pelo simples</p><p>nacional, que são os demais regimes tributários contemplados pela legislação.</p><p>d) ( ) É utilizado quando não é possível realizar a apuração do imposto devido por</p><p>intermédio do lucro real ou do lucro comercial e muito menos pelo simples</p><p>nacional, que são os demais regimes tributários contemplados pela legislação.</p><p>e) ( ) É utilizado quando não é possível realizar a apuração do imposto devido por</p><p>intermédio do lucro real ou do lucro presumido e sempre pelo simples nacional,</p><p>que são os demais regimes tributários contemplados pela legislação.</p><p>2 O lucro arbitrado é uma prerrogativa do Fisco. Ele poderá arbitrar o lucro, na forma</p><p>da lei, na hipótese em que a escrituração contábil e fiscal do contribuinte for</p><p>desclassificada. Sobre as hipóteses para o fisco aplicar o Lucro Arbitrado, assinale a</p><p>alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Quando o contribuinte, obrigado a tributação com base no lucro presumido,</p><p>não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de</p><p>elaborar as demonstrações financeiras</p><p>exigidas pela legislação fiscal.</p><p>b) ( ) Quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes</p><p>indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem</p><p>imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive a</p><p>bancária e determinar o lucro real.</p><p>c) ( ) Quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e</p><p>documentos da escrituração fiscal e da produção, ou o livro Caixa, no caso de</p><p>opção pelo lucro presumido.</p><p>d) ( ) Quando o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no Simples</p><p>Nacional.</p><p>e) ( ) Quando o comissário ou representante de pessoa física estrangeira escriturar e</p><p>apurar o lucro de sua atividade separadamente do lucro do comitente, residente</p><p>ou domiciliado no exterior.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>151</p><p>3 A aplicação do arbitramento do lucro para as pessoas jurídicas necessita de algumas</p><p>análises, visto que não é por opção e sim por uma obrigação condicionada em função</p><p>de alguns fatores que estão preestabelecidos pela legislação da Receita Federal do</p><p>Brasil. Discorra sobre os fatores que levam à essa tributação.</p><p>4 A aplicação do arbitramento do lucro para as pessoas jurídicas necessita de algumas</p><p>análises, visto que essa aplicação não é por opção e sim por uma obrigação condicionada</p><p>em função de alguns fatores que estão preestabelecidos pela legislação da Receita</p><p>Federal do Brasil. Desta forma, quais são as necessidades e obrigatoriedades para</p><p>aplicar o regime tributário do lucro arbitrado para as pessoas jurídicas?</p><p>a) ( ) Ter conhecimento da receita líquida ou não da empresa.</p><p>b) ( ) Identificar a base de cálculo aplicável para apuração do imposto de renda de</p><p>pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido.</p><p>c) ( ) Existir a opção do arbitramento pelo próprio cliente da pessoa jurídica.</p><p>d) ( ) Elaborar essas informações contábeis, que são transmitidas eletronicamente</p><p>para o fisco estadual, pelo Contador com muita atenção e zelo.</p><p>e) ( ) Elaborar os cálculos sobre o melhor enquadramento tributário para empresas</p><p>enquadradas no simples arbitrado.</p><p>5 Nem todas as empresas podem enquadrar-se no regime tributário do Simples</p><p>Nacional, pois há situações em que são vedadas a participação nesta modalidade</p><p>de enquadramento. As vedações para este enquadramento acontecem em quais</p><p>situações? Justifique.</p><p>152</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003a. Dispõe sobre</p><p>o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos</p><p>Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm. Acesso em: 4 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o</p><p>Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera</p><p>dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,</p><p>de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei</p><p>Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317,</p><p>de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Altera a legislação</p><p>do imposto sobre a renda. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>decreto-lei/del1598.htm. Acesso em: 16 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Decreto nº 9.580 de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação,</p><p>a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e</p><p>Proventos de Qualquer Natureza. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFA. Conselho Federal de Administração. MPEs são responsáveis por fomentar</p><p>a economia no país. 26 ago. 2019. Disponível em: https://cfa.org.br/ancoras-da-</p><p>economia/. Acesso em: 16 jan. 2022.</p><p>ENDEAVOR. Simples Nacional: tudo que você precisa saber. 29 jun. 2018.</p><p>Disponível em: https://endeavor.org.br/leis-e-impostos/simples-nacional-tudo-</p><p>que-voce-precisa-saber/. Acesso em: 18 jan. 2022.</p><p>FEBRETTI, L. C. Contabilidade tributária e societária para advogados. 2. ed.,</p><p>São Paulo: Atlas, 2008.</p><p>FEBRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.</p><p>GULARTE, C. O que é lucro presumido? Veja quais são os prós e contras e</p><p>tabela completa. 22 jul 2021. Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/</p><p>contabilidade-online/lucro-presumido/. Acesso em: 9 jan. 2022.</p><p>JÁ CALCULEI. O que é lucro arbitrado e quando ele é aplicado? 12 abr. 2021.</p><p>Disponível em: https://www.jacalculei.com.br/contabilidade-online/o-que-e-</p><p>lucro-arbitrado/. Acesso em: 12 jan. 2022.</p><p>153</p><p>OLIVEIRA, L. M. de et al. Manual de contabilidade tributária: textos e testes</p><p>com as respostas. 10. Ed., São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>PORTAL TRIBUTÁRIO. Lucro Real – vantagens e desvantagens. 2021.</p><p>Disponível em: http://www.portaltributario.com.br/artigos/lucro-real-vantagens-</p><p>desvantagens.htm. Acesso em: 5 fev. 2022.</p><p>RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1.700 de 14 de</p><p>março de 2017. Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre</p><p>a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas e</p><p>disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins</p><p>no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de</p><p>2014. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.</p><p>action?idAto=81268. Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>RECEITA. Capítulo XIV – Lucro Arbitrado 2020. 2020. Disponível em: https://</p><p>www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-</p><p>e-demonstrativos/ecf/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2020-arquivos/</p><p>capitulo-xiv-lucro-arbitrado-2020.pdf. Acesso em: 14 jan. 2022.</p><p>SANTOS, C.; BARROS, S. F. Imposto de renda jurídica para contadores. São Paulo:</p><p>IOB-Thomson, 2005.</p><p>SIMPLES NACIONAL. Perguntas e respostas simples nacional. 2021. Disponível</p><p>em: http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/arquivos/manual/</p><p>perguntaosn.pdf. Acesso em: 11 jan. 2022.</p><p>TORRES, V. O que é Anexo III do Simples Nacional? Blog Contabilizei. 22 jul.</p><p>2021. Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/</p><p>anexo-3-simples-nacional/. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>VHSYS. Simples Nacional 2021: alíquotas, tabelas e impostos. 19 jan. 2021.</p><p>Disponível em: https://blog.vhsys.com.br/o-que-e-simples-nacional/. Acesso em:</p><p>12 jan. 2022.</p><p>154</p><p>155</p><p>PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO</p><p>PARA GESTÃO NAS EMPRESAS</p><p>UNIDADE 3 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer de que forma o planejamento tributário pode adequar a empresa para a</p><p>economia tributária;</p><p>• compreender o planejamento tributário como um conjunto de sistemas legais que</p><p>visam diminuir o pagamento de tributos e compreender a economia de impostos como</p><p>uma premissa do planejamento tributário;</p><p>• compreender o efeito tributário – simples nacional; lucro presumido e lucro real;</p><p>• compreender a análise do efeito tributário – simples nacional, lucro presumido e lucro real;</p><p>• conhecer a auditoria tributária e identifi car os crimes contra a ordem tributária;</p><p>• avaliar o peso dos encargos sobre os salários e remunerações e compreender como</p><p>ocorre a contribuição INSS Patronal com base na receita;</p><p>• conhecer os impactos das decisões sobre compras para a empresa realizar o</p><p>planejamento tributário e avaliar a melhor forma de enquadramento fi scal para a</p><p>empresa: simples nacional, lucro presumido e lucro real.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO</p><p>TÓPICO 2 – TIPOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO</p><p>TÓPICO 3 – OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos?</p><p>2 CONCEITO E OBJETO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA</p><p>O objetivo da contabilidade é fornecer informações úteis para a tomada de</p><p>decisão dos diversos usuários, sejam sócios, investidores, fornecedores, sociedade,</p><p>bancos, clientes e governo. Vemos que há uma infinidade de usuários, e para conseguir</p><p>atendê-los, a contabilidade foi ramificada em diferentes áreas.</p><p>A Contabilidade Tributária é a área que, segundo Bonho, Silva e Alves (2018),</p><p>associa contabilidade com administração e direito tributário. Assim, representa muito</p><p>mais do que a simples contabilização de tributos, ao contemplar a aplicação do direito</p><p>tributário como norma, sobre fatos ou atividades das empresas.</p><p>Crepaldi e Crepaldi (2019, p. 22) acrescentam que o aspecto principal da</p><p>contabilidade tributária é:</p><p>realizar na prática o que é determinado pela legislação tributária,</p><p>mesmo que os resultados econômicos apresentados pela empresa</p><p>sejam divergentes dos resultados fiscais, estabelecidos pela</p><p>legislação. Seu enfoque é adequar os Princípios e Normas Contábeis</p><p>sem ferir o direito tributário, independentemente de a legislação</p><p>aplicada ser ou não injusta.</p><p>TÓPICO 1 - UNIDADE 1</p><p>CONTABILIDADE TRIBUTARIA : CONTABILIZAÇAO DE TRIBUTOS, ENVOLVE CONTABILIDADE GERAL E DIREITO TRIBUTÁRIO.</p><p>CUMULATIVIDADE : NÃO GERA COMPENSAÇÃO</p><p>NÃO CUMULATIVIDADE: GERA</p><p>4</p><p>A partir disso, percebe-se que a contabilidade tributária utiliza a contabilidade</p><p>geral e a legislação tributária para atender aos seus usuários. Dessa forma, os principais</p><p>usuários da contabilidade tributária são os sócios e o próprio governo. No caso dos</p><p>sócios, as informações geradas pela contabilidade tributária são de suma importância,</p><p>visto que os tributos representam uma grande fatia das despesas das empresas, o</p><p>que, diretamente, consome grande parte do faturamento auferido. No que se refere</p><p>ao governo, ele está interessado no correto recebimento da sua receita, ou seja: dos</p><p>tributos, por isso verifica se as empresas estão recolhendo tributos para os cofres</p><p>públicos de forma adequada e lícita.</p><p>No entanto, antes de aplicar na prática a contabilidade tributária, precisamos</p><p>compreender algumas questões teóricas importantes relacionadas aos tributos. Para</p><p>isso, seguimos ao próximo tópico, em que estudaremos os elementos dos tributos.</p><p>3 ELEMENTOS DOS TRIBUTOS</p><p>No subtópico anterior, compreendemos que em questões tributárias, as empresas</p><p>precisam seguir a legislação tributária. No Brasil, uma das principais leis sobre o assunto é</p><p>a Lei nº 5.172, de 1966, que corresponde ao Código Tributário Nacional – CTN.</p><p>O CTN (BRASIL, 1966, s.p.) traz em seu artigo 3º o conceito de tributo, que é o</p><p>seguinte: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela</p><p>se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada</p><p>mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Como exemplos de tributos,</p><p>podem-se citar os tributos sobre importação, exportação, mercadorias, serviços,</p><p>produtos industrializados, sobre o lucro, sobre a folha de pagamento. A figura a seguir</p><p>traz alguns exemplos de tributos:</p><p>FIGURA 1 – EXEMPLOS DE TRIBUTOS</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>CTN - LEI QUE SEGUE A LEGISLAÇÃO TRIBUTARIA - CODIGO TRIBUTARIO NACIONAL</p><p>5</p><p>Entendido o conceito de tributo, é importante que compreendamos alguns</p><p>elementos relacionados aos tributos, conhecidos como elementos dos tributos. São</p><p>eles: fato gerador, contribuinte, base de cálculo, alíquota, crédito, compensação e</p><p>pagamento. É o CTN que dá embasamento e explica o que significa cada um deles.</p><p>3.1 FATO GERADOR</p><p>Conforme o artigo 114 do CTN (1966, s.p.), “fato gerador da obrigação principal é a</p><p>situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”. Segundo o artigo</p><p>115: “fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação</p><p>aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal”.</p><p>Esclarecendo o parágrafo anterior, o fato gerador é o momento em que se cria</p><p>a exigência da obrigação principal ou acessória para o contribuinte (aquele que tem</p><p>o dever de pagar o tributo). A obrigação principal significa a obrigação do pagamento dos</p><p>tributos. Já a obrigação acessória depende da existência de uma obrigação principal</p><p>e remete às prestações de contas que a empresa ou pessoa física devem fazer ao fisco.</p><p>No caso do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), este tem</p><p>como fato gerador a propriedade ou a posse de um imóvel.</p><p>Cada tributo tem o seu próprio fato gerador, podendo ser: a circulação de</p><p>mercadorias, rendas de qualquer natureza, saída de produtos para o exterior, entrada</p><p>de produtos estrangeiros, prestação de serviços etc.</p><p>3.2 CONTRIBUINTE</p><p>Segundo o artigo 121 do CTN (1966), contribuinte é o sujeito passivo da obrigação</p><p>principal, que é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo. Ou seja, é quem se sujeita,</p><p>conforme a legislação, a pagar tributos, podendo ser pessoa física ou jurídica. O foco</p><p>nesta disciplina de Contabilidade e Planejamento Tributário é o contribuinte personificado</p><p>em pessoa jurídica (empresa). Assim como acontece no fato gerador, o contribuinte</p><p>pode variar dependendo do tributo em questão. Alguns exemplos de contribuinte são: o</p><p>importador, o exportador, o proprietário, comerciante etc.</p><p>3.3 BASE DE CÁLCULO</p><p>A base de cálculo é a expressão econômica do fato gerador do tributo, devendo ser</p><p>instituída em lei. Ou seja: é o valor monetário sobre o qual se calcula, a partir de uma alíquota,</p><p>o valor do tributo. Sobre a alíquota, abordaremos no tópico a seguir. Diferentes tributos</p><p>possuem diferentes bases de cálculo, podendo ser: o faturamento, o lucro, o produto etc.</p><p>Conforme estudamos cada tributo, aprenderemos sobre suas bases de cálculo.</p><p>UNIDADE 1 - TÓPICO 1</p><p>- CONTABILIDADE TRIBUTARIA:</p><p>ASSOCIA CONTABILIDADE GERAL COM ADMINISTRAÇÃO E DIREITO TRIBUTARIO, TEM COMO BASE PARA CONTABILIZAÇÃO DE TRIBUTOS O:</p><p>- CTN, CODIGO TRIBUTARIO NACIONAL , UMA LEI QUE FAZ PARTE DA LEGISLAÇÃO TRIBUTARIA.</p><p>- TRIBUTOS: IR, IPI, ICMS, COFINS, PIS, CSLL. CPMF INSS.</p><p>FATO GERADOR</p><p>É o que gera a obrigação a ser paga</p><p>ex: iptu - fato gerador : posso de um imovel</p><p>CADA TRIBUTO TEM O SEU FATO GERADOR EX: CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS, RENDAS, SAIDA DE PRODUTOS PARA EXTERIOR, ENTRADA DE PRODUTOS EXTRANGEIROS, PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.</p><p>- CONTRIBUINTE</p><p>É AQUELE OBRIGADO A PAFAR OS TRIBUTOS, SENDO PESSOA JURIDICA OU FISICA.</p><p>- BASE DE CALCULO</p><p>BC : É O VALOR SOBRE QUAL CALCULAMOS O TRIBUTO</p><p>CONTRIBUINTE É A PESSOA FISICA OU JURIDICA COM A OBRIGAÇÃO DE PAGAR OS TRIBUTOS</p><p>FATO GERADOR É O QUE GERA A OBRIGAÇÃO DE PAGAR OS TRIBUTOS</p><p>6</p><p>3.4 ALÍQUOTA</p><p>Após conhecermos o fato gerador, o contribuinte e a base de cálculo, precisamos</p><p>da alíquota para definir o valor a ser pago de determinado tributo. A alíquota indica o</p><p>percentual aplicado sobre a base de cálculo para encontrar o valor do tributo. Como</p><p>esperado, a alíquota varia de tributo para tributo, mas também pode variar em um</p><p>mesmo tributo, pois conforme veremos nas próximas unidades, existem regimes de</p><p>tributação e eles definem algumas regras, entre elas, as alíquotas aplicáveis. O quadro a</p><p>seguir apresenta alguns exemplos:</p><p>QUADRO 1 – EXEMPLOS DE ALÍQUOTAS DE TRIBUTOS</p><p>Alíquota Tributo</p><p>15% Imposto de Renda</p><p>9% Contribuição Social</p><p>0,65% PIS cumulativo</p><p>1,65% PIS não cumulativo</p><p>3% COFINS cumulativo</p><p>7,6% COFINS não cumulativo</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Ficou curioso para conhecer mais sobre cada tributo? Nos próximos subtópicos</p><p>estudá-lo-emos de uma forma bem aprofundada.</p><p>3.5 CRÉDITO</p><p>O crédito também é um elemento muito relevante. Algumas empresas possuem o</p><p>direito de acumular créditos fiscais decorrentes do pagamento de tributos na aquisição de</p><p>mercadorias, insumos e outras operações. Apenas empresas que estão em regimes “não</p><p>cumulativos” do tributo possuem direito a esse crédito. É o caso de empresas do regime do</p><p>Lucro Real no que se refere ao PIS,</p><p>Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>156</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 3!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>157</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, você irá estudar o planejamento tributário e a sua elaboração, pois</p><p>o enquadramento tributário, que pode ser Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado</p><p>(abordados na Unidade 2) e o Simples Nacional, são fundamentais para a economia</p><p>tributária nas empresas.</p><p>Essa economia se dá em função de algumas oportunidades de enquadramento</p><p>tributário. Por essa razão, os métodos de planejamento tributário como o operacional,</p><p>estratégico e jurídico são de grande importância para esse planejamento.</p><p>Os créditos tributários são os valores que os sujeitos ativos da obrigação</p><p>tributária podem exigir dos sujeitos passivos a partir da ocorrência de um determinado</p><p>fato gerador.</p><p>Um excelente planejamento das finanças empresariais envolve gerenciamento</p><p>dos créditos tributários nas compras e dos prazos de pagamentos aos fornecedores. A</p><p>economia tributária gerada nas compras resulta em economia financeira pelos prazos</p><p>negociados com a melhor opção na análise das cotações ao valor presente.</p><p>Ao final deste tópico, você irá estudar a forma de apuração dos tributos no</p><p>regime de apuração do Lucro Real.</p><p>2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO</p><p>Todo e qualquer tipo de planejamento é necessário para as nossas vidas, pois</p><p>planejar é prever, é estimar quanto é possível vender ou pagar de gastos. Então, pode-</p><p>se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão fiscal das</p><p>empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado (em território</p><p>brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento tributário para reduzir esse</p><p>peso financeiro nos resultados da empresa. Por isso, vamos compreender as principais</p><p>características e funções do Planejamento Tributário.</p><p>O planejamento tributário busca adequar a empresa para uma constante</p><p>economia tributária, pois é um conjunto de sistemas legais que tem por objetivo reduzir</p><p>o pagamento de tributos. Nesse caso, o contribuinte tem o direito de estruturar a sua</p><p>158</p><p>empresa de maneira que melhor ofereça soluções para a gestão do caixa, reduzindo os</p><p>custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Sendo o planejamento tributário</p><p>de forma jurídica e lícita, a fazenda pública irá respeitar. Desta maneira, existem modelos</p><p>de planejamento tributário possíveis.</p><p>Além do planejamento tributário, existe a auditoria tributária que tem a finalidade</p><p>de examinar a situação fiscal da empresa e contribuir para a prevenção das fraudes</p><p>fiscais.</p><p>Segundo Gularte (2021), a fraude fiscal está relacionada com qualquer engano</p><p>de forma maliciosa, promovida de má-fé, com o objetivo de ocultar as evidências da</p><p>verdade ou fuga ao cumprimento do dever. Isso ocorre quando o contribuinte planeja</p><p>coibir ou retardar a ocorrência do fato gerador tributário ou alterar as características</p><p>essenciais com o objetivo de reduzir ou eliminar o montante do imposto devido. A</p><p>diferença entre o que é a sonegação e o que é a fraude é que, na primeira, os dados são</p><p>escondidos e, na segunda, são modificados para enganar o Fisco.</p><p>Dando continuidade, de acordo com Tamanini e Sousa (2010), os objetivos do</p><p>planejamento tributário são: corrigir eventuais erros de interpretação e a execução no</p><p>cumprimento das obrigações e rotinas fiscais na empresa; evitar possíveis contingências</p><p>fiscais (multas e sanções), assim como o pagamento indevido de tributos; e também em</p><p>implementar formas lícitas de economia tributária.</p><p>Conforme afirma Zanluca (2021), há a edição de grande quantidade de normas</p><p>que regem o sistema tributário, oriundas dos três entes tributantes: União, Estados e</p><p>Municípios, e existem dezenas de obrigações acessórias que uma empresa deve cumprir</p><p>para estar em dia com o fisco: declarações, formulários, livros, guias etc.</p><p>Diante dessa realidade, o grande volume de informações e sua contínua</p><p>complexidade acabam dificultando a aplicação de rotinas e o planejamento, que não</p><p>pode ser fixo ou engessado, deve ser sempre monitorado e atualizado.</p><p>2.1 CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO</p><p>Nas Unidades 1 e 2 deste material de estudos, tivemos a oportunidade de</p><p>constatar a existência de um elevado nível de tributação nas empresas no Brasil e</p><p>como essa tributação representa parcela significativa dos custos de uma organização.</p><p>Assim, se o enquadramento tributário não for bem analisado, pode chegar a inviabilizar</p><p>a atividade empresarial.</p><p>Ainda precisamos considerar a existência da complexidade do sistema tributário</p><p>que pode, muitas vezes, tirar a tranquilidade dos contribuintes.</p><p>159</p><p>Na contribuição de Monteiro (2014), não é novidade para o profi ssional da área</p><p>tributária das empresas quão complexo é o sistema tributário brasileiro. Não é só pela</p><p>pesada carga de tributos, mas também pelo emaranhado de normas que regulam o</p><p>prazo para a apuração e recolhimento. Em linhas gerais, esse tema é um pesadelo. Se</p><p>já é para quem conhece o tema, imagine para o cidadão médio. Qual é o motivo desse</p><p>sistema ser tão complexo? É apenas em função do número elevado de tributos que</p><p>compõe o ordenamento? Ou é o modo como são cobrados esses tributos? Em linhas</p><p>gerais, pode-se dizer que sim, esses motivos são os que geram maior impacto em</p><p>nosso sistema tributário. Por exemplo, o ICMS (Imposto sobre operações relativas à</p><p>circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual,</p><p>intermunicipal e de comunicação) é o principal tributo no país. É desse imposto que os</p><p>Estados tiram a sua maior renda. Graças a esse imposto, temos até hoje os problemas</p><p>de guerra fi scal entre os Estados.</p><p>Se a empresa não efetuar o devido pagamento de um tributo, isso implica uma</p><p>dívida ou renegociação com o governo para quitação do débito tributário e pode gerar</p><p>ainda mais sanções, como multas e juros.</p><p>É por isso que Zanluca (2021) defi ne o planejamento tributário como o conjunto</p><p>de sistemas legais que visam reduzir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o</p><p>direito e precisa estruturar a sua empresa da maneira que melhor possa reduzir os</p><p>custos do seu empreendimento, principalmente, em relação aos impostos. Se a forma</p><p>celebrada da empresa é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.</p><p>Conforme dados do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação</p><p>–, no Brasil, em média, 33% do faturamento empresarial é dirigido ao pagamento de</p><p>tributos (ZANLUCA, 2021). Somente o ônus do Imposto de Renda e da Contribuição</p><p>Social sobre o Lucro das empresas pode corresponder a 51,51% do lucro líquido apurado.</p><p>Da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é representada pelos</p><p>tributos. Assim, torna-se imprescindível a adoção de um sistema de economia legal. O</p><p>princípio constitucional não deixa dúvidas que, dentro da lei, o contribuinte pode agir</p><p>no seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o fl uxo de</p><p>caixa, fazer investimentos etc., portanto, a ideia por trás do planejamento tributário é</p><p>evitar erros ou fraudes e reduzir os encargos tributários da empresa. Porém, dentro do</p><p>âmbito legal o planejamento tributário também é conhecido no mercado como elisão</p><p>fi scal ou economia legal.</p><p>Acesse a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que dispõe sobre o Sistema</p><p>Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis</p><p>à União, Estados e Municípios. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/leis/l5172compilado.htm.</p><p>DICA</p><p>160</p><p>Desta forma, o planejamento tributário consiste em adequar a organização da</p><p>melhor maneira possível a fim de buscar constantemente a diminuição dos custos do</p><p>empreendimento, desde que os meios sejam lícitos e possíveis juridicamente.</p><p>Assim, podemos relacionar os objetivos do planejamento tributário elencados</p><p>por Fernandes (2020, s.p.). São eles:</p><p>a) Evitar a incidência</p><p>de um tributo.</p><p>O melhor do planejamento é quando se evita o pagamento de um</p><p>tributo. Ou seja, você impede o fato gerador e não há no que se falar</p><p>de obrigação tributária.</p><p>São várias as escolhas que podem evitar um tributo, como o local</p><p>de onde se faz uma determinada transação ou com quem (tipo de</p><p>empresa) é feita essa transação.</p><p>b) Reduzir os valores de recolhimento.</p><p>É inevitável ter que pagar tributos. O bom é que as escolhas do</p><p>Planejamento poderão levar a sua empresa em uma situação de</p><p>redução desses valores de recolhimento, seja com uma redução da</p><p>alíquota ou na mudança da base. Essa é a forma mais comum de</p><p>planejamento.</p><p>c) Retardar uma obrigação tributária.</p><p>Se você não conseguiu afastar a incidência, ou ainda não reduziu</p><p>os valores de recolhimento é possível trabalhar com a possibilidade</p><p>de retardar a obrigação. Você já ouviu na escolha entre o método de</p><p>caixa ou de competência? Essa é uma das formas.</p><p>Isso porque existe uma grande quantidade de normas no sistema tributário</p><p>oriundas dos governos Federal, Estadual e Municipal. Além delas, existem tantas outras</p><p>obrigações acessórias para que uma empresa esteja em dia com o fisco.</p><p>Vejamos quais são as obrigações acessórias para as empresas enquadradas no</p><p>regime tributário Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.</p><p>O que é Elisão Fiscal? É uma estratégia para reduzir a carga tributária de</p><p>uma empresa através da omissão do fator gerador do tributo. Através de um</p><p>planejamento é possível encontrar formas dentro da legislação para fazer</p><p>essa manobra sem burlar o pagamento dos impostos.</p><p>Existem algumas alternativas previstas na lei de forma clara e outras que</p><p>se apropriam das brechas legais para que a redução de tributos seja viável.</p><p>Tudo é possível de ser realizado sem descumprir nenhuma obrigação, por</p><p>meio do planejamento tributário, para que as empresas saiam ganhando e</p><p>economizem.</p><p>Leia o artigo completo, disponível em: https://bit.ly/3rOYcxL</p><p>IMPORTANTE</p><p>161</p><p>QUADRO 1 – OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – SIMPLES NACIONAL, LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL</p><p>Obrigações</p><p>Acessórias</p><p>Simples</p><p>Nacional</p><p>PGDAS: Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples</p><p>Nacional – Declaratório.</p><p>DEFIS: Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais.</p><p>DIRF: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte.</p><p>DESTDA: Declaração de Substituição Tributária.</p><p>ECD facultativa): Escrituração Contábil Digital; (Vide manual do SPED</p><p>para mais detalhes).</p><p>EFD ICMS/IPI: Escrituração Fiscal Digital.</p><p>DME: Declaração de Operações Liquidadas com Moeda em Espécie.</p><p>DMED – Específico para entidades que mantêm programas ou contratos</p><p>de assistência à saúde.</p><p>DIMOB – Específico para pessoas jurídicas e equiparadas que</p><p>comercializaram imóveis que houverem construído, loteado ou</p><p>incorporado para esse fim; que intermediaram aquisição, alienação ou</p><p>aluguel de imóveis ou realizarem sublocação de imóveis.</p><p>**SEFIP/GFIP: Sistema Empresa de Fundo de Garantia e Informação à</p><p>Previdência Social.</p><p>**RAIS: Relação Anual de Informações Sociais.</p><p>OUTRAS OBRIGAÇÕES:</p><p>ESOCIAL</p><p>DCTFWEB</p><p>EFD-REINF</p><p>Obrigações</p><p>Acessórias</p><p>Lucro</p><p>Presumido</p><p>DCTF: Declaração de Débitos Tributários Federais.</p><p>EFD Contribuições (contribuição para o PIS/Pasep, contribuição da</p><p>Cofins e escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a</p><p>Receita Bruta).</p><p>GIA Estadual: Guia de Informações e Apuração de ICMS.</p><p>GIA – Substituição tributária.</p><p>LFE: Livro Fiscal Eletrônico;</p><p>SISCOSERV: Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços.</p><p>SINTEGRA (Sistema Integrado de Informações sobre Operações</p><p>Interestaduais com Mercadorias e Serviços) é uma obrigação estadual</p><p>destinada a empresas que recolhem ICMS e fazem uso do PED (Pagamento</p><p>162</p><p>Eletrônico de Dados) para emitir documentação fiscal e/ou escriturar</p><p>os Livros Fiscais. Também é válida para contribuintes que utilizam</p><p>ECF (Emissor de Cupom Fiscal). Mas, depois que a EFD ICMS/IPI foi</p><p>implantada, o SINTEGRA tem sido menos utilizado.</p><p>ECF: Escrituração Contábil Fiscal.</p><p>DIRF: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte.</p><p>ECD: Escrituração Contábil Digital; Atenção: Observar critério de</p><p>obrigatoriedade (Vide manual do SPED para mais detalhes).</p><p>EFD ICMS/IPI: Escrituração Fiscal Digital.</p><p>DME: Declaração de Operações Liquidadas com Moeda em Espécie.</p><p>DMED – Específico para entidades que mantêm programas ou contratos</p><p>de assistência à saúde.</p><p>DIMOB – Específico para pessoas jurídicas e equiparadas que</p><p>comercializaram imóveis que houverem construído, loteado ou</p><p>incorporado para esse fim; que intermediaram aquisição, alienação ou</p><p>aluguel de imóveis ou realizarem sublocação de imóveis.</p><p>**SEFIP/GFIP: Sistema Empresa de Fundo de Garantia e Informação à</p><p>Previdência Social.</p><p>**RAIS: Relação Anual de Informações Sociais.</p><p>Esocial</p><p>DCTFWEB</p><p>EFD-REINF</p><p>Obrigações</p><p>Acessórias</p><p>Lucro Real</p><p>DCTF: Declaração de Débitos Tributários Federais.</p><p>EFD Contribuições (contribuição para o PIS/Pasep, contribuição da</p><p>Cofins e escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a</p><p>Receita Bruta).</p><p>GIA Estadual: Guia de Informações e Apuração de ICMS.</p><p>GIA – Substituição tributária.</p><p>LFE: Livro Fiscal Eletrônico.</p><p>SISCOSERV: Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços.</p><p>ECF: Escrituração Contábil Fiscal.</p><p>DIRF: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte.</p><p>ECD: Escrituração Contábil Digital.</p><p>163</p><p>EFD ICMS/IPI: Escrituração Fiscal Digital.</p><p>DME: Declaração de Operações Liquidadas com Moeda em Espécie.</p><p>DMED – Específico para entidades que mantêm programas ou contratos</p><p>de assistência à saúde.</p><p>DIMOB – Específico para pessoas jurídicas e equiparadas que</p><p>comercializaram imóveis que houverem construído, loteado ou</p><p>incorporado para esse fim; que intermediaram aquisição,</p><p>alienação ou aluguel de imóveis ou realizarem sublocação de imóveis.</p><p>DES – Declaração Eletrônica de Serviços. Tem natureza municipal e é</p><p>específica para empresas prestadores de serviços. Verifique em seu</p><p>munícipio se é obrigatório o envio.</p><p>SINTEGRA (Sistema Integrado de Informações sobre Operações</p><p>Interestaduais com Mercadorias e Serviços) é uma obrigação estadual</p><p>destinada a empresas que recolhem ICMS e fazem uso do PED</p><p>(Pagamento Eletrônico de Dados) para emitir documentação fiscal e/</p><p>ou escriturar os Livros Fiscais. Também é válida para contribuintes que</p><p>utilizam ECF (Emissor de Cupom Fiscal). Mas, depois que a EFD ICMS/</p><p>IPI foi implantada, o SINTEGRA tem sido menos utilizado.</p><p>Esocial</p><p>DCTFWEB</p><p>EFD-REINF</p><p>FONTE: Adaptado de . Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>Também existe o DAS, que é o documento de Arrecadação do Simples Nacional.</p><p>É um imposto calculado sobre o faturamento mensal da empresa. Caso a empresa</p><p>não possua movimento dentro do mês, será isento do imposto. Como se percebe, são</p><p>muitas as obrigações.</p><p>Dando continuidade, ao analisar as obrigações acessórias para as empresas</p><p>enquadradas no Lucro Presumido, segundo Lopes (2021), uma importante declaração</p><p>a ser entregue ao fisco é a DES, que é a Declaração Eletrônica de Serviços, utilizada</p><p>para declarar ao fisco o total de serviços prestados no mês. Trata-se de uma declaração</p><p>municipal a qual estão sujeitas as empresas prestadoras de serviço. Vale ressaltar que</p><p>essa obrigação só é exigida para algumas prefeituras.</p><p>A EFD Contribuições é uma obrigação federal que compõe o Sistema Público</p><p>de Escrituração Digital – SPED –, a ser enviada pelas empresas na escrituração da</p><p>contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, bem como para a escrituração digital da</p><p>Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, incidente nos setores de comércio,</p><p>164</p><p>serviços e indústrias, no acolhimento de receitas referentes aos CNAEs (Códigos</p><p>Nacionais de Atividades Econômicas), atividades, serviços e produtos (NCM –</p><p>Nomenclatura Comum do Mercosul) nela relacionados.</p><p>Além das declarações que as empresas precisam entregar ao fisco, existem</p><p>vários sistemas disponíveis e que são utilizados para atender à demanda da necessidade</p><p>fiscal. Um desses sistemas é o SPED FISCAL, que é uma iniciativa do governo</p><p>que</p><p>busca simplificar os processos de arquivamento, envio e validação das obrigações</p><p>economizando papéis físicos. Serve para encaminhar ao governo federal as apurações</p><p>de IPI e ICMS. Alguns estados dispensaram a entrega da GIA (Guia de Informações e</p><p>Apuração). Somente requerem a entrega do SPED FISCAL.</p><p>Com relação ao ICMS, existe a GIA ESTADUAL, que é a Guia de Informações e</p><p>Apuração de ICMS. Serve para informar ao governo estadual as apurações individuais</p><p>dos contribuintes a respeito do ICMS. Estão obrigados somente os contribuintes que</p><p>possuem inscrição estadual.</p><p>Em seguida, temos a GIA – Substituição Tributária –, que é a Guia de Informações e</p><p>Apuração de ICMS-ST. Serve para informar ao governo estadual as apurações individuais</p><p>dos contribuintes a respeito do ICMS-ST. Estão obrigados somente os contribuintes que</p><p>realizam a venda de produtos sujeitos aos regimes de ST (Convênio ICMS 92/2015).</p><p>Com relação aos livros fiscais, temos a LFE, que quer dizer Livro Fiscal Eletrônico.</p><p>É uma obrigação acessória que se estabelece apenas para as empresas de Brasília. A</p><p>LFE é para informar à Receita Federal todo contribuinte que consta no ICMS e/ou no ISS</p><p>no Distrito Federal.</p><p>Por final, temos o SISCOSERV, que é o Sistema Integrado de Comércio Exterior</p><p>de Serviços Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio. O</p><p>SISCOSERV foi criado para controlar os dados dos serviços de importações e exportações.</p><p>Observe como é complexo o sistema para o cumprimento das obrigações</p><p>acessórias das empresas.</p><p>Então, se analisarmos detalhadamente o fechamento dos balancetes mensais</p><p>e o balanço anual das empresas, poderíamos propiciar economia em IRPJ – Imposto</p><p>de Renda Pessoa Jurídica – e CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido –,</p><p>isso porque cada registro contábil tem uma consequência tributária a favor ou contra</p><p>a contabilidade da empresa. Isso precisa ser avaliado para verificar as oportunidades</p><p>de economia tributária, ou seja, se é melhor manter a empresa no enquadramento do</p><p>regime tributário do Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional.</p><p>Como exemplo dessa situação, Fernandes (2016) aborda as vantagens do</p><p>Lucro Real, como o IRPJ e CSLL, calculados com base no resultado real da empresa,</p><p>diminuindo distorções. É possível compensar prejuízos realizados em apurações futuras</p><p>165</p><p>de lucro na base de cálculo. Existem duas formas de apuração, a trimestral e a anual</p><p>por estimativa. Nessa escolha é possível contribuir para o caixa da empresa. O regime</p><p>não cumulativo do PIS e COFINS pode contribuir para reduzir a carga destes tributos. As</p><p>desvantagens são a complexidade no tratamento e obrigações acessórias. Requer um</p><p>rigoroso controle e observância dos princípios contábeis. As obrigações acessórias são</p><p>mais complexas e exigem extrema atenção.</p><p>Fernandes (2016) afi rma que no caso do Lucro Presumido, a vantagem é que</p><p>é bem mais simples do que se trabalhar no Lucro Real. Se o lucro da sua empresa for</p><p>superior à presunção, há uma vantagem tributária. As obrigações são menos complexas,</p><p>nem por isso devem ter uma menor atenção. As Alíquotas de PIS e COFINS são menores</p><p>do que no Lucro Real. As desvantagens representam que não há a possibilidade de</p><p>compensar créditos de PIS e COFINS. Se a lucratividade da empresa se reduzir durante o</p><p>ano não há ajuste de base. É necessário um balanço apurado para distribuir lucros para</p><p>os sócios acima da presunção adotada para o IRPJ.</p><p>Vale ressaltar que estamos tratando de formas legais para que a empresa</p><p>defenda os seus interesses.</p><p>Desta maneira, podemos dizer que a economia de impostos é uma premissa do</p><p>planejamento tributário e podem tornar a empresa mais competitiva no cenário nacional</p><p>e internacional. Para isso, ele precisa ser feito de forma completa e abrangente para</p><p>assegurar condições econômicas de pagamentos de tributos com riscos calculados.</p><p>No próximo tópico, nós veremos as formas de se fazer essa análise, considerando</p><p>fatores internos e externos, em que estudaremos os tipos de planejamento tributário</p><p>existentes.</p><p>Assim, o planejamento tributário é um direito da empresa e uma</p><p>ferramenta tão necessária quanto qualquer outra para a sua sobrevivência</p><p>no mercado.</p><p>ATENÇÃO</p><p>166</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O planejamento tributário busca adequar a empresa para uma constante economia</p><p>tributária e existem modelos de planejamento tributário possíveis.</p><p>• Fraude caracteriza qualquer engano malicioso promovido de má-fé para ocultação</p><p>da verdade ou fuga ao cumprimento do dever.</p><p>• O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o</p><p>pagamento de tributos.</p><p>• O planejamento tributário é um direito da empresa e uma ferramenta tão necessária</p><p>quanto qualquer outra para a sua sobrevivência no mercado.</p><p>• A economia de impostos é uma premissa do planejamento tributário e podem tornar</p><p>a empresa mais competitiva no cenário nacional e internacional.</p><p>167</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>1 O planejamento tributário também é conhecido no mercado como elisão fiscal ou</p><p>economia legal. De acordo com essa assertiva, no que consiste o planejamento</p><p>tributário? Justifique.</p><p>2 O planejamento tributário busca adequar a empresa para uma constante economia</p><p>tributária, pois é um conjunto de sistemas legais que tem por objetivo reduzir o</p><p>pagamento de tributos. O planejamento tributário tem a função de auxiliar as empresas</p><p>ou contribuintes na otimização de seus direitos. Que direito tem o contribuinte?</p><p>a) ( ) O contribuinte tem o direito de estruturar a sua empresa de maneira que melhor</p><p>ofereça soluções para a gestão da produção, reduzindo os custos de seu</p><p>empreendimento, inclusive dos impostos.</p><p>b) ( ) O contribuinte tem o direito de estruturar a sua empresa de maneira que</p><p>melhor ofereça soluções para a gestão do caixa, reduzindo os custos de seu</p><p>empreendimento, inclusive dos impostos.</p><p>c) ( ) O contribuinte tem o direito de estruturar a sua empresa de maneira que melhor</p><p>ofereça soluções para a gestão do caixa, reduzindo os custos da produção,</p><p>inclusive dos impostos.</p><p>d) ( ) O governo tem o direito de estruturar a sua empresa de maneira que melhor</p><p>ofereça soluções para a gestão do caixa, reduzindo os custos de seu</p><p>empreendimento, inclusive dos impostos.</p><p>e) ( ) O contribuinte tem o direito de estruturar a sua empresa de maneira que</p><p>melhor ofereça soluções para a gestão do caixa, reduzindo os custos de seu</p><p>empreendimento, inclusive a área comercial.</p><p>3 A fraude fiscal está relacionada com qualquer engano de forma maliciosa, promovida</p><p>de má-fé, com o objetivo de ocultar as evidências da verdade ou fuga ao cumprimento</p><p>do dever. Isso ocorre quando o contribuinte planeja coibir ou retardar a ocorrência</p><p>do fato gerador tributário ou alterar as características essenciais com o objetivo de</p><p>reduzir ou eliminar o montante do imposto devido. De acordo com esses aspectos,</p><p>qual é a diferença entre sonegação e fraude?</p><p>4 Todo e qualquer tipo de planejamento é necessário para as nossas vidas, pois planejar</p><p>é prever, é estimar o quanto é possível vender ou pagar de gastos. O que se pode</p><p>entender sobre a contribuição do planejamento para as empresas?</p><p>a) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão</p><p>fiscal das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado</p><p>(em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento</p><p>tributário para reduzir esse peso produtivo nos seus resultados.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>168</p><p>b) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão</p><p>fiscal das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado</p><p>(em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento</p><p>tributário para reduzir esse peso comercial nos seus resultados.</p><p>c) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão</p><p>fiscal das empresas, pois o custo financeiro nas empresas é extremamente</p><p>elevado (em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom</p><p>planejamento tributário para reduzir esse peso financeiro nos seus resultados.</p><p>d) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão</p><p>fiscal das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado</p><p>(em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento</p><p>tributário para reduzir esse peso financeiro nos seus resultados.</p><p>e) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão da</p><p>produção das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente</p><p>elevado (em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento</p><p>tributário para reduzir esse peso financeiro nos seus resultados.</p><p>5 Além das declarações que as empresas precisam entregar ao fisco, existem vários</p><p>sistemas disponíveis e que são utilizados para atender à demanda da necessidade</p><p>fiscal. Um desses sistemas é o SPED FISCAL, que é uma iniciativa do governo que</p><p>busca simplificar os processos de arquivamento, envio e validação das obrigações</p><p>economizando papéis físicos. Sobre o SISCOSERV, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) É o Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços Intangíveis e Outras</p><p>Operações que Produzam Variações no Patrimônio. Foi criado para controlar os</p><p>dados dos serviços de importações e exportações.</p><p>b) ( ) Serve para informar ao governo estadual as apurações individuais dos</p><p>contribuintes. Estão obrigados somente os contribuintes que realizam a venda</p><p>de produtos sujeitos aos regimes da Substituição Tributária.</p><p>c) ( ) É a Guia de Informações e Apuração de ICMS. Serve para informar ao governo</p><p>estadual as apurações individuais dos contribuintes a respeito do ICMS. Estão</p><p>obrigados somente os contribuintes que possuem inscrição estadual.</p><p>d) ( ) Trata-se de uma obrigação federal que compõe o Sistema Público de Escrituração</p><p>Digital – SPED, a ser enviada pelas empresas na escrituração da contribuição</p><p>para o PIS/Pasep e da Cofins.</p><p>e) ( ) Trata-se de uma declaração municipal a qual estão sujeitas as empresas</p><p>prestadoras de serviço, utilizada para declarar ao fisco o total de serviços prestados</p><p>no mês.</p><p>169</p><p>TIPOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Agora que já sabemos o que envolve o planejamento tributário e sua função</p><p>para as empresas, há a necessidade de considerar que ele abrange as atividades de</p><p>qualquer tipo de empresa e seus efeitos exercem refl exos na estrutura gerencial e</p><p>contábil-fi nanceira.</p><p>É de fundamental importância conhecer quis são os tipos de planejamento</p><p>tributário, como o operacional, o estratégico e o jurídico, pois impactam diretamente na</p><p>economia tributária proposta.</p><p>Os aspectos relacionados à auditoria tributária também permitem avaliar os</p><p>métodos e critérios que são adotados pelas empresas nas áreas fi scais e tributárias</p><p>com o propósito de verifi car o exato cumprimento das normas legais.</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 2 -</p><p>2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS</p><p>Todo e qualquer procedimento de atividades empresariais requer um bom</p><p>planejamento tributário. Desta forma, há a necessidade de conhecer os tipos de</p><p>planejamento tributário existentes.</p><p>Assim, buscou-se a contribuição de Tamanini e Sousa (2010), que destacam os</p><p>tipos de planejamento existentes.</p><p>Acesse o link para saber quais são os tipos de empresas existentes no Brasil,</p><p>e que requerem planejamento tributário, pois é uma realidade que atinge</p><p>todas elas. Disponível em: https://www.voitto.com.br/blog/artigo/tipos-de-</p><p>empresas?gclid=CjwKCAiA1JGRBhBSEiwAxXblwbF2hiv0G22vHj2yMg5Pi1h_3</p><p>MG_-nhlu7yFJZbPRCBTlO_jqMLFfxoCiIsQAvD_BwE.</p><p>DICA</p><p>170</p><p>QUADRO 2 – TIPOS DE PLANEJAMENTO EXISTENTES</p><p>Operacional Estratégico Jurídico</p><p>Refere-se aos pro-</p><p>cedimentos formais</p><p>prescritos pelas nor-</p><p>mas ou pelo costume.</p><p>Implica mudança de</p><p>algumas caracterís-</p><p>ticas estratégicas da</p><p>empresa, tais como</p><p>estrutura de capital,</p><p>tipos de emprésti-</p><p>mos, contratação de</p><p>mão de obra etc.</p><p>Em que se consideram exclusivamen-</p><p>te os efeitos fiscais no tempo. Nesse</p><p>caso, o planejamento se subdivide em</p><p>outras três categorias:</p><p>• Preventivo: Desenvolvido continu-</p><p>amente por intermédio de orienta-</p><p>ções, manuais de procedimentos,</p><p>sobretudo, as atividades de cum-</p><p>primento da legislação tributária nas</p><p>obrigações principais e acessórias.</p><p>• Corretivo: Detectada uma anorma-</p><p>lidade, deve-se proceder o estudo</p><p>para alternativas de correção.</p><p>• Especial: Surgida em função de</p><p>determinado fato, por exemplo,</p><p>lançamento de novos produtos,</p><p>reestruturação societária etc.</p><p>FONTE: Adaptado de Tamanini e Sousa (2010)</p><p>Nesse amplo espectro de atuação do planejamento tributário, Menezes</p><p>(2018) afirma que a gestão tributária consiste em uma soma de procedimentos e</p><p>ações que toda empresa deve desempenhar no que se refere ao recolhimento de</p><p>tributos. A carga tributária complexa e elevada incide nas atividades de uma entidade,</p><p>independentemente de sua natureza jurídica. Assim, devido à crise financeira que o</p><p>Brasil enfrenta, as empresas necessitam se reinventar com uma eficiente administração</p><p>de suas obrigações tributárias para garantir sua sobrevivência e competitividade, pois</p><p>os tributos refletem importante parcela dos custos das empresas.</p><p>Isso quer dizer que para a empresa se desenvolver adequadamente, seja ela de</p><p>micro ou pequeno porte, é necessário que os gestores estejam dispostos a desenvolver</p><p>uma gestão tributária, e que seja implementada desde seu nascimento, na escolha</p><p>do regime de tributação. Neste sentido, o contador desempenha o papel de informar</p><p>ao empresário sobre as questões da gestão tributária e, para tanto, ele utilizará a</p><p>Contabilidade Tributária como fonte para tal procedimento.</p><p>171</p><p>2.1 ANÁLISE DOS EFEITOS TRIBUTÁRIOS NA EMPRESA</p><p>Se os demonstrativos contábeis não estiverem atualizados, podem apresentar</p><p>distorções na análise real da situação fiscal da empresa. Assim, Tamanini e Sousa (2010)</p><p>consideram de suma importância que o reconhecimento de todas as receitas e despesas</p><p>se faça pelo regime de competência e não pelo regime de caixa.</p><p>Para demonstrar isso, de acordo com o balancete apresentado no Quadro</p><p>seguinte, serão extraídas algumas informações tributárias possíveis de serem avaliadas.</p><p>QUADRO 3 – CUSTOS TRIBUTÁRIOS EM UMA EMPRESA HIPOTÉTICA</p><p>Tributos Gerados Ano 20X1 Valor % Faturamento % Relativo Grupo</p><p>FATURAMENTO DO PERÍODO R$ 6.500.000,00 100,00%</p><p>ICMS R$ 1.085.500,00 16,70% 40,82%</p><p>IPI R$ 546.000,00 8,40% 20,53%</p><p>INSS R$ 407.550,00 6,27% 15,33%</p><p>COFINS R$ 198.900,00 3,06% 7,48%</p><p>FGTS R$ 121.550,00 1,87% 4,57%</p><p>IRPJ R$ 125.750,00 1,93% 4,73%</p><p>PIS R$ 65.650,00 1,01% 2,47%</p><p>ISS R$ 61.750,00 0,95% 2,32%</p><p>CSLL R$ 35.750,00 0,55% 1,34%</p><p>IOF R$ 3.200,00 0,05% 0,12%</p><p>IPTU R$ 3.200,00 0,05% 0,12%</p><p>OUTROS R$ 1.950,00 0,03% 0,07%</p><p>IPVA R$ 1.300,00 0,02% 0,05%</p><p>CONTRIBUIÇÃO SINDICAL R$ 1.300,00 0,02% 0,05%</p><p>Total Tributos Gerados R$ 2.659.350,00 40,91%</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Podemos extrair as seguintes informações do quadro anterior:</p><p>1. 99,71% da carga tributária desta empresa no ano decorrem somente dos dez</p><p>primeiros tributos relativo ao grupo.</p><p>2. Os tributos que estão diretamente relacionados ao faturamento e às receitas da</p><p>empresa (ICMS com 40,82%, IPI com 20,53%, PIS com 2,47%, COFINS com 7,48% e</p><p>ISS com 2,32%) representam 73,62% da carga tributária. Nesse caso, é fundamental</p><p>realizar um estudo mais específico sobre cada um para verificar sua adequação e</p><p>possibilidades de planejamento, pois muitos produtos podem ter a incidência de</p><p>carga tributária diferenciada.</p><p>172</p><p>3. Os tributos incidentes sobre a folha de pagamento dos funcionários (INSS com 6,27%</p><p>e FGTS com 1,87%) representam 8,14% em relação ao faturamento da empresa,</p><p>o que é bastante representativo. Como tais incidências ocorrem sobre salários e</p><p>remuneração, uma análise sobre a folha de pagamento (com a aplicação de uma</p><p>auditoria trabalhista) é bastante interessante de tempos em tempos.</p><p>4. Os tributos sobre o lucro da empresa</p><p>(IRPJ com 1,93% e a CSLL com 0,55%)</p><p>consomem cerca de 2,48% do faturamento e observa-se que há uma grande</p><p>necessidade de serem avaliados com relação a sua formação, pois muitas vezes a</p><p>empresa não poderá ter a incidência do adicional de 10% no Imposto de Renda da</p><p>Pessoa Jurídica, o que de fato pode representar uma diferença no momento de uma</p><p>comparação entre empresas. Deve-se estar atento principalmente com relação ao</p><p>lucro contábil antes da provisão do IRPJ e da CSLL, pois se estiver acima de 7,31%</p><p>do faturamento (para chegar a esse número, dividiu-se 2,48% por 34% que é a soma</p><p>da alíquota máxima do 25% IRPJ + 9% CSLL), isso quer dizer que, se o lucro estiver</p><p>abaixo desse patamar, signifi ca que há algum fator onerando a tributação sobre os</p><p>lucros e esse aspecto precisa ser analisado com bastante critério.</p><p>5. É preciso entender que nenhum tributo deve ser considerado “barato” para a empresa,</p><p>apesar do mesmo apresentar um porcentual pequeno sobre o faturamento.</p><p>2.2 EFEITO TRIBUTÁRIO – SIMPLES NACIONAL</p><p>Para verifi carmos como funciona o planejamento tributário na prática,</p><p>utilizaremos um exemplo de uma empresa (fi ctícia) do ramo alimentício, com sede em</p><p>Santa Catarina. Esta empresa é fabricante de petiscos e cujos produtos são imunes</p><p>ao IPI. No entanto, pode se creditar do ICMS das compras de matéria-prima e outras</p><p>entradas previstas em lei.</p><p>A empresa possui a seguinte receita de vendas brutas do exercício social</p><p>anterior.</p><p>Janeiro de 20X0: R$ 207.931,45</p><p>Fevereiro de 20X0: R$ 117.742,75</p><p>Março de 20X0: R$ 119.722,30</p><p>Abril de 20X0: R$ 182.251,40</p><p>É importante que se faça uma análise de 3 a 4 vezes por ano sobre essas</p><p>incidências tributárias.</p><p>Importante frisar que caso ocorram discrepâncias é possível que receitas</p><p>de vendas não tenham sido devidamente registradas ou registradas com</p><p>erros (embora seja raro) na aplicação dos porcentuais para a apuração</p><p>desses tributos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>173</p><p>Maio de 20X0: R$ 147.176,20</p><p>Junho de 20X0: R$ 183.275,51</p><p>Julho de 20X0: R$ 148.396,94</p><p>Agosto de 20X0: R$ 157.335,96</p><p>Setembro de 20X0: R$ 214.165,00</p><p>Outubro de 20X0: R$ 172.613,00</p><p>Novembro de 20X0: R$ 142.498,70</p><p>Dezembro de 20X0: R$ 126.890,79</p><p>Total do Faturamento em 20X0 = R$ 1.920.000,00</p><p>A partir dos dados apresentados e sabendo que a empresa em questão será</p><p>tributada conforme o Anexo II da Lei 123/06, podemos calcular o montante do Simples</p><p>Nacional que será gerado no próximo exercício fiscal da empresa.</p><p>Veja, a seguir, a Tabela do Simples Nacional de 2021 atualizada de acordo com</p><p>a Receita Federal:</p><p>QUADRO 4 – SIMPLES PARA A INDÚSTRIA (FABRICAÇÃO EM GERAL)</p><p>Faixa Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)</p><p>1ª Faixa Até 180.000,00 4,50% –</p><p>2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00</p><p>3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00</p><p>4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00</p><p>5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.000,00</p><p>6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00</p><p>FONTE: Gaspar (2021, s. p.)</p><p>O valor do Simples Nacional da empresa hipotética está apurado da seguinte</p><p>forma:</p><p>• 5ª faixa de tributação com alíquota de 14,70% e parcela a deduzir em R$ 85.000,00.</p><p>• Faturamento de R$ 1.920.000,00 x 14,70% = R$ 282.240,00.</p><p>• Valor de R$ 282.240,00 ( - ) R$ 85.000,00 da parcela a deduzir.</p><p>• R$ 197.240,00.</p><p>Portanto, o valor final do Simples Nacional para a empresa pagar é de R$</p><p>197.240,00.</p><p>174</p><p>Há ainda a necessidade de se observar que as empresas optantes do Simples</p><p>Nacional devem ficar atentas a algumas restrições. Conforme Batagin (2021), não podem</p><p>ser optantes pelo Simples Nacional as empresas que possuem as seguintes condições:</p><p>1) Tipos de empresas que não possuam as seguintes naturezas jurídicas:</p><p>• Sociedade empresária.</p><p>• Sociedade simples.</p><p>• Sociedade limitada unipessoal.</p><p>• Empresa individual de responsabilidade limitada.</p><p>• Empresário individual.</p><p>2) Que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior ou no ano calendário</p><p>em curso, receita bruta no mercado interno superior a R$ 4.800.000,00 ou ao limite</p><p>adicional de igual valor para exportação de mercadorias e serviços.</p><p>3) Que tenha auferido, no ano-calendário de início de atividade, receita bruta no</p><p>mercado interno superior ao limite proporcional de R$ 400.000,00 multiplicados pelo</p><p>número de meses em funcionamento no período, inclusive as frações de meses, ou</p><p>ao limite adicional de igual valor para exportação de mercadorias e serviços.</p><p>4) Que tenha como sócio da empresa outra pessoa jurídica.</p><p>5) Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com</p><p>sede no exterior.</p><p>6) Que tenha como outro sócio pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja</p><p>sócia de outra empresa que seja optante pelo simples nacional, desde que a receita</p><p>bruta global ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00.</p><p>7) Cujo titular ou sócio participante com mais de 10% do capital de outra empresa não</p><p>beneficiada pela Lei do Simples Nacional, desde que a receita bruta global ultrapasse</p><p>o limite de R$ 4.800.000,00.</p><p>8) Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica</p><p>com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$</p><p>4.800.000,00.</p><p>9) Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo.</p><p>10) Que participe do capital de outra pessoa jurídica.</p><p>11) Que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de</p><p>caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito</p><p>imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de</p><p>empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de</p><p>previdência complementar.</p><p>As empresas de micro e pequeno porte optantes pelo Simples Nacional de</p><p>2021 podem exercer diferentes atividades, tendo também diferentes lucros.</p><p>Por esse motivo, existe a Tabela de Alíquotas do Simples Nacional.</p><p>IMPORTANTE</p><p>175</p><p>12) Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento</p><p>de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores.</p><p>13) Constituída sob a forma de sociedade por ações.</p><p>14) Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço,</p><p>relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.</p><p>15) Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria</p><p>creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e</p><p>a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos</p><p>creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços</p><p>(factoring).</p><p>16) Que tenha sócio domiciliado no exterior.</p><p>17) De cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta,</p><p>federal, estadual ou municipal.</p><p>18) Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as</p><p>Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja</p><p>suspensa.</p><p>19) Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros,</p><p>exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de</p><p>transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área</p><p>metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores.</p><p>20) Que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia</p><p>elétrica.</p><p>21) Que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas.</p><p>22) Que exerça atividade de importação de combustíveis.</p><p>23) Que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas,</p><p>charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e</p><p>detonantes, cervejas sem álcool e bebidas alcoólicas (exceto, a partir de 2018, as</p><p>produzidas ou vendidas no atacado por cervejarias, vinícolas, produtores de licores</p><p>e destilarias de micro e pequeno porte).</p><p>24) Que realize cessão ou locação de mão de obra.</p><p>25) Que se dedique ao loteamento e à incorporação</p><p>de imóveis.</p><p>26) Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à</p><p>prestação de serviços tributados pelo ISS.</p><p>27) Sem inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou</p><p>estadual, quando exigível.</p><p>Todas as restrições citadas devem ser sempre consultadas periodicamente,</p><p>pois podem ocorrer alterações na legislação.</p><p>Segundo Dau (2021), com relação ao cálculo do Simples Nacional, propriamente</p><p>dito, para chegar ao valor que precisa ser recolhido, é preciso considerar o faturamento</p><p>acumulado da empresa nos últimos 12 meses, e consultar a Tabela do Simples Nacional</p><p>para verificar a alíquota.</p><p>176</p><p>Algumas atividades e condições da Pessoa Jurídica ou de seus sócios</p><p>impossibilitam a opção pelo Simples Nacional. Essas situações estão listadas na Lei</p><p>Complementar 123/2006, artigo 3º, parágrafo 4º (BRASIL, 2006). Vejamos:</p><p>§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado</p><p>previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o</p><p>art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa</p><p>jurídica:</p><p>I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;</p><p>II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de</p><p>pessoa jurídica com sede no exterior;</p><p>III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como</p><p>empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento</p><p>jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que</p><p>a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do</p><p>caput deste artigo;</p><p>IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do</p><p>capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar,</p><p>desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o</p><p>inciso II do caput deste artigo;</p><p>V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra</p><p>pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global</p><p>ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;</p><p>VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;</p><p>VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;</p><p>VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e</p><p>de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,</p><p>financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora</p><p>ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa</p><p>de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização</p><p>ou de previdência complementar;</p><p>IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de</p><p>desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos</p><p>5 (cinco) anos-calendário anteriores;</p><p>X - constituída sob a forma de sociedade por ações.</p><p>XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o</p><p>contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e</p><p>habitualidade.</p><p>Nem sempre isso é possível. Quando ocorrer o excesso de receita no ano</p><p>calendário em que foi feita a opção pelo Simples Nacional, a empresa deverá</p><p>atentar aos seguintes fatores:</p><p>• A ME (Microempresa) que exceder a receita bruta no ano em exercício será</p><p>enquadrada como EPP (Empresa de Pequeno Porte) no ano seguinte.</p><p>• A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano em exercício será</p><p>desenquadrada no mês seguinte.</p><p>• A EPP que exceder a receita bruta em menos de 20% no ano em exercício</p><p>será desenquadrada a partir do ano seguinte.</p><p>• A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano de início das atividades</p><p>será desenquadrada retroativamente ao início das atividades.</p><p>IMPORTANTE</p><p>177</p><p>A opção pelo Simples Nacional possui vedações definidas ainda no artigo 17 da</p><p>Lei Complementar Federal nº 123/2006 (BRASIL, 2006). Vejamos:</p><p>I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de</p><p>serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos,</p><p>administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos</p><p>(asset management), compras de direitos creditórios resultantes de</p><p>vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);</p><p>II - que tenha sócio domiciliado no exterior;</p><p>III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta</p><p>ou indireta, federal, estadual ou municipal;</p><p>IV - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social –</p><p>INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal,</p><p>cuja exigibilidade não esteja suspensa;</p><p>V - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de</p><p>passageiros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir</p><p>características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se</p><p>sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de</p><p>estudantes ou trabalhadores;</p><p>VI - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora</p><p>de energia elétrica;</p><p>VII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis</p><p>e motocicletas;</p><p>VIII - que exerça atividade de importação de combustíveis;</p><p>IX - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: a)</p><p>cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo,</p><p>munições e pólvoras, explosivos e detonantes; b) bebidas alcoólicas</p><p>e cervejas sem álcool;</p><p>X - que realize cessão ou locação de mão de obra;</p><p>XI - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.</p><p>XII - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto</p><p>quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS.</p><p>XIIII - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro</p><p>fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível.</p><p>Veja quantas informações conseguimos para o planejamento tributário</p><p>envolvendo o regime tributário das empresas enquadradas no Simples Nacional.</p><p>No entanto, ainda não acabou! No próximo subtópico estudaremos os aspectos</p><p>tributários das empresas enquadradas no Lucro Presumido e Lucro Real.</p><p>2.3 EFEITO TRIBUTÁRIO – LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL</p><p>Deste item adiante serão desenvolvidos cálculos para análise do enquadramento</p><p>da empresa para o lucro presumido e lucro real.</p><p>Começaremos por analisar o histórico referente ao ICMS, considerando:</p><p>• venda com alíquota de 12%;</p><p>• historicamente, suas compras representam 60% do valor de suas vendas. Apresenta-</p><p>se o valor de R$ 849.269,46.</p><p>178</p><p>No Estado de Santa Catarina, a alíquota para a apuração do ICMS, tanto para</p><p>vendas como para compras dentro do Estado é de 12%. Conforme Woelfer (2020), os</p><p>Fornecedores e os Adquirentes devem estar atentos às novas regras, para correta</p><p>emissão de seus documentos fiscais a partir de 01/03/2020. Esta mudança da alíquota</p><p>do ICMS de 17% para 12% aplica-se na emissão dos documentos fiscais por contribuintes</p><p>do Regime Normal de apuração do ICMS em relação ao ICMS da operação própria, cujo</p><p>destaque é feito em campo próprio da respectiva NF. Também para as empresas do</p><p>Simples Nacional, terá efeitos quanto à dedução do ICMS da operação própria a ser</p><p>subtraído no cálculo da Substituição Tributária (ST), quando promover saídas de</p><p>produtos sujeito ao regime da ST, na condição de Substituto Tributário.</p><p>Woelfer (2020) diz que como “efeito colateral” todos devem ficar atentos com</p><p>relação ao preço que será praticado pelos devidos fornecedores do Regime Normal de</p><p>Apuração, onde passam a ter uma carga de 12% e não mais 17% em relação ao ICMS.</p><p>Desta forma, entendemos que ele deve reduzir o seu preço de venda para compensar a</p><p>redução do crédito de ICMS que o adquirente terá com valor menor. Inclusive, quando</p><p>o adquirente for do Simples Nacional, entendemos caber este direito à redução do valor</p><p>por parte de seu fornecedor. Já para as empresas do Simples Nacional na condição de</p><p>fornecedor, não terá como reduzir o valor de venda, visto que a empresa paga o ICMS de</p><p>acordo com a faixa em que se encontra nos moldes da LC 123/06. Assim, esta redução</p><p>não terá efeitos nesta forma de tributação (Simples Nacional).</p><p>Esta alteração também não afeta a alíquota a ser aplicada no caso do cálculo do</p><p>ICMS por ocasião do desembaraço de mercadoria, no</p><p>momento da importação.</p><p>Dessa forma, temos as projeções do ICMS sobre vendas e sobre compras:</p><p>• Vendas R$ 1.920.000,00 x 12% = R$ 230.400,00</p><p>• Compras (60% das vendas) R$ 1.152.000,00 x 12% = R$ 138.240,00</p><p>• Valor do ICMS na compra = R$ 230.400,00 ( - ) Valor do ICMS na venda = R$ 138.240,00</p><p>• Valor do ICMS efetivo = $ 92.160,00</p><p>As informações extraídas da apuração anterior permitem identificar o valor do</p><p>ICMS efetivo em R$ 92.160,00 pela subtração do valor do ICMS nas compras, pelo valor</p><p>do ICMS nas vendas.</p><p>Agora temos condições de realizar a análise do PIS e da COFINS pelo regime</p><p>tributário do LUCRO PRESUMIDO.</p><p>• Base de cálculo PIS Lucro Presumido: R$ 1.920.000,00</p><p>• Alíquota PIS Lucro Presumido: 0,65%</p><p>• Valor PIS Lucro Presumido: R$ 12.480,00</p><p>179</p><p>• Base de cálculo COFINS Lucro Presumido: R$ 1.920.000,00</p><p>• Alíquota COFINS Lucro Presumido: 3,00%</p><p>• Valor COFINS Lucro Presumido: R$ 57.600,00</p><p>Em seguida, deve-se apurar o IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica</p><p>– e a CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido – no enquadramento do Lucro</p><p>Presumido.</p><p>Nesse caso, há a necessidade de apurar a base de cálculo do IRPJ e CSLL em:</p><p>• IRPJ 8%</p><p>• CSLL 12%.</p><p>Dessa forma, temos para o IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – os</p><p>seguintes valores:</p><p>1º trimestre: Vendas R$ 445.396,50 x 8% = R$ 35.631,72 base de cálculo do IRPJ</p><p>2º trimestre: Vendas R$ 512.703,11 x 8% = R$ 41.016,25 base de cálculo do IRPJ</p><p>3º trimestre: Vendas R$ 519.897,90 x 8% = R$ 41.591,83 base de cálculo do IRPJ</p><p>4º trimestre: Vendas R$ 442.002,49 x 8% = R$ 35.360,20 base de cálculo do IRPJ</p><p>Com a base de cálculo apurada, será necessário apurar a alíquota de 15% para</p><p>identificar o IRPJ efetivo para a empresa enquadrada no regime tributário do Lucro</p><p>Presumido.</p><p>É importante observar que a empresa não atingiu a base acumulada em R$</p><p>60.000,00 ao trimestre, desta forma, não haverá a incidência do adicional da alíquota</p><p>de 10% no IRPJ.</p><p>1º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 35.631,72 x 15% = R$ 5.344,76</p><p>2º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 41.016,25 x 15% = R$ 6.152,44</p><p>3º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 41.591,83 x 15% = R$ 6.238,77</p><p>4º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 35.360,20 x 15% = R$ 5.304,03</p><p>Com isso, o valor total do IRPJ para a empresa no enquadramento tributário</p><p>do Lucro Presumido é de R$ 23.040,00 (R$ 5.344,76 + R$ 6.152,44 + R$ 6.238,77 + R$</p><p>5.304,03).</p><p>A CSLL segue o mesmo padrão de cálculo, porém, a base de cálculo é de 12% e</p><p>a alíquota é de 9%.</p><p>Dessa forma, temos para o IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – os</p><p>seguintes valores:</p><p>180</p><p>1º trimestre: Vendas R$ 445.396,50 x 12% = R$ 53.447,58 base de cálculo da CSLL</p><p>2º trimestre: Vendas R$ 512.703,11 x 12% = R$ 61.524,37 base de cálculo da CSLL</p><p>3º trimestre: Vendas R$ 519.897,90 x 12% = R$ 62.387,75 base de cálculo da CSLL</p><p>4º trimestre: Vendas R$ 442.002,49 x 12% = R$ 53.040,30 base de cálculo da CSLL</p><p>Com a base de cálculo apurada, será necessário apurar a alíquota de 9% para</p><p>identificar a CSLL efetiva para a empresa enquadrada no regime tributário do Lucro</p><p>Presumido.</p><p>1º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 53.447,58 x 9% = R$ 4.810,28</p><p>2º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 61.524,37 x 9% = R$ 5.537,19</p><p>3º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 62.387,75 x 9% = R$ 5.614,90</p><p>4º trimestre: Base de cálculo do IRPJ = R$ 53.040,30 x 9% = R$ 4.773,63</p><p>Com isso, o valor total do IRPJ para a empresa no enquadramento tributário</p><p>do Lucro Presumido é de R$ 20.736,00 (R$ 4.810,28 + R$ 5.537,19 + R$ 5.614,90 + R$</p><p>4.773,63).</p><p>Em seguida, será realizada a análise da tributação pelo lucro real. Para isso, há</p><p>a necessidade de separar algumas informações adicionais a título de exemplo para o</p><p>cálculo:</p><p>» Estoque inicial de R$ 47.000,00.</p><p>» Estoque final de R$ 100.000,00.</p><p>» Custo com mão de obra de R$ 216.000,00.</p><p>» Custo com mão de obra referente Férias e 13º Salário de R$ 24.000,00.</p><p>» INSS empresa em 27,80% (20% mais os adicionais como INCRA, SESI, SENAI,</p><p>SAT etc.) sobre salários e o 13º salário com o acréscimo de 1/3 das férias, o que irá</p><p>perfazer o valor de INSS em R$ 66.720,00.</p><p>» FGTS de R$ 19.200,00.</p><p>» Matérias-primas/mercadorias/insumos de R$ 1.152.000,00.</p><p>» Outros custos e despesas de R$ 25.000,00.</p><p>» Depreciações e equipamentos de R$ 18.000,00.</p><p>» Pró-labore e serviços de terceiros pessoa física R$ 24.000,00.</p><p>» INSS sobre pró-labore e serviços de terceiros pessoa física de R$ 4.800,00.</p><p>» Despesas gerais e administrativas de R$ 24.000,00.</p><p>Importante é considerar a alíquota do PIS de 1,65% e da Cofins de 7,60% e</p><p>aproveitar o crédito das compras para estes impostos.</p><p>Portanto, o PIS e a COFINS para a empresa enquadrada no regime tributário</p><p>do Lucro Real é de R$ 19.008,00 de crédito nas compras para o PIS e R$ 87.552,00 de</p><p>crédito nas compras para a COFINS.</p><p>181</p><p>Pelo exemplo apurado, o melhor regime tributário para o crédito dos valores nas</p><p>compras é o Lucro Real, pois os valores dos créditos são superiores.</p><p>2.4 ANÁLISE DO EFEITO TRIBUTÁRIO – SIMPLES NACIONAL,</p><p>LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL</p><p>Agora temos os resultados para as três situações. Projetamos os resultados finais</p><p>em uma DRE – Demonstração do Resultado do Exercício – para melhor visualização e</p><p>análise conforme exposto no Quadro seguinte. Assim, temos:</p><p>QUADRO 5 – RESUMO DOS TRIBUTOS, CONTRIBUIÇÕES E RESULTADO FINAL</p><p>Demonstração do Resultado</p><p>Projetado</p><p>Simples Nacional Lucro Presumido Lucro Real</p><p>Receita de Vendas R$ 1.920.000,00 R$ 1.920.000,00 R$ 1.920.000,00</p><p>( - ) Simples Nacional -R$ 197.240,00 R$ - R$ -</p><p>( - ) PIS R$ - -R$ 12.480,00 -R$ 31.680,00</p><p>( - ) COFINS R$ - -R$ 57.600,00 -R$ 145.920,00</p><p>( - ) ICMS R$ - -R$ 230.400,00 -R$ 230.400,00</p><p>Receita Líquida de Vendas R$ 1.722.760,00 R$ 1.619.520,00 R$ 1.512.000,00</p><p>( - ) Estoque Inicial -R$ 47.000,00 -R$ 47.000,00 -R$ 47.000,00</p><p>Estoque Final R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00</p><p>( - ) Salários -R$ 216.000,00 -R$ 216.000,00 -R$ 216.000,00</p><p>( - ) 13º Salário + 1/3 Férias -R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00</p><p>( - ) INSS s/ salários em 27,80%</p><p>com adicionais</p><p>R$ - -R$ 66.720,00 -R$ 66.720,00</p><p>( - ) FGTS -R$ 19.200,00 -R$ 19.200,00 -R$ 19.200,00</p><p>( - ) Matérias-primas/</p><p>mercadorias/insumos</p><p>-R$ 1.152.000,00 -R$ 1.152.000,00 -R$ 1.152.000,00</p><p>( - ) Outros Custos e Despesas -R$ 25.000,00 -R$ 25.000,00 -R$ 25.000,00</p><p>( - ) Depreciações</p><p>Equipamentos</p><p>-R$ 18.000,00 -R$ 18.000,00 -R$ 18.000,00</p><p>Créditos PIS R$ - R$ - R$ 19.008,00</p><p>Créditos COFINS R$ - R$ - R$ 87.552,00</p><p>Créditos de ICMS nas Compras R$ - R$ 138.240,00 R$ 138.240,00</p><p>( - ) Pró-Labore e Serviços 3º PF -R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00</p><p>( - ) INSS s/ Pró-Labore e</p><p>Serviços 3º PF</p><p>R$ - -R$ 4.800,00 -R$ 4.800,00</p><p>182</p><p>( - ) Despesas Gerais e</p><p>Administrativas</p><p>-R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00</p><p>Lucro antes do IRPJ + CSLL R$ 273.560,00 R$ 237.040,00 R$ 236.080,00</p><p>IRPJ R$ - -R$ 23.040,00 -R$ 35.412,00</p><p>CSLL R$ - -R$ 20.736,00 -R$ 21.247,20</p><p>RESULTADO FINAL R$ 273.560,00 R$ 193.264,00 R$ 179.420,80</p><p>FONTE: Os autores</p><p>De acordo com os números apresentados, descarta-se a opção pelo Lucro Real,</p><p>pois ele está em R$ 179.420,80.</p><p>O Lucro Presumido está em segundo lugar com R$ 193.264,00 e o Simples</p><p>Nacional apresenta um lucro de R$ 273.620,00.</p><p>Vale lembrar que o IRPJ no enquadramento do regime tributário do Lucro Real</p><p>é de R$ 35.412,00 devido à incidência de 15% sobre o lucro tributável de R$ 236.080,00,</p><p>assim como a CSLL de 9% sobre o lucro tributável de R$ 236.080,00, o que permitirá</p><p>apurar o valor de R$ 21.247,20.</p><p>Qualquer variação nos valores apresentados na DRE – Demonstração do</p><p>Resultado do Exercício – pode interferir na decisão.</p><p>Por isso, os dados históricos corretos, bem como a projeção para o próximo</p><p>exercício, se tornam muito importantes para a análise, como também a atualização do</p><p>profissional em relação à legislação pertinente aos tributos.</p><p>Em função do resultado obtido, devemos levar em consideração ainda nesse</p><p>exemplo</p><p>a relação do crédito do ICMS para os clientes.</p><p>Se isso for um fator mercadológico relevante, temos que considerar com maior</p><p>prudência a opção, visto que se for a do Simples Nacional, o crédito a ser transferido é</p><p>menor do que se fosse pelo Lucro Real.</p><p>Desta forma, o planejamento tributário para essa situação e considerando as</p><p>variáveis analisadas com o devido conservadorismo, inclusive as variáveis de mercado,</p><p>fica clara a opção pelo Simples Nacional, pois é o melhor resultado apresentado nesse</p><p>comparativo.</p><p>Esse é apenas um exemplo do planejamento tributário para demonstrar a sua</p><p>importância para as empresas.</p><p>Todavia, para auxiliar na análise da situação tributária, podemos utilizar a</p><p>auditoria, cujo tema vem a seguir.</p><p>183</p><p>3 AUDITORIA TRIBUTÁRIA</p><p>Outra ferramenta útil para a análise e acompanhamento do trabalho fiscal e</p><p>tributário de uma organização é a auditoria com a finalidade de verificar o cumprimento</p><p>das normas e aproveitar as vantagens oferecidas pelo sistema tributário em vigor. Veja</p><p>a contribuição de Carrijo (2020, s.p., grifo nosso):</p><p>Sem dúvidas, o principal objetivo da auditoria tributária é garantir</p><p>mais segurança fiscal aos negócios.</p><p>Para tanto, ela confere aos empresários a oportunidade de enxergar</p><p>as operações de seus empreendimentos com mais nitidez, apontando</p><p>tudo aquilo que está certo ou errado; tudo o que pode representar</p><p>riscos a curto, médio ou longo prazo.</p><p>E por falar em riscos, prevenir as empresas contra eles é justamente</p><p>o segundo maior objetivo da auditoria tributária.</p><p>Oferecendo aos negócios meios para melhor controlar processos e</p><p>atividades, bem como para identificar aquilo que precisa ser ajustado,</p><p>a auditoria acaba por blindá-los contra possíveis autuações por parte</p><p>do Fisco e, consequentemente, contra prejuízos no faturamento.</p><p>Para além desses, ainda é possível citar vários outros objetivos da</p><p>auditoria tributária, como o aprimoramento da gestão fiscal e o</p><p>melhor controle das rotinas e registros contábeis, por exemplo.</p><p>O Brasil possui um dos sistemas mais complexos do mundo, com cerca de cinco</p><p>mil leis que regem o sistema tributário e aproximadamente 80 tributos (taxas, impostos</p><p>e contribuições) diferentes. Lembra Oliveira et al. (2011, p. 341) que, nesse sentido:</p><p>Auditoria tributária corresponde à avaliação dos métodos e critérios</p><p>adotados pelas empresas nas áreas fiscais/tributárias com a finalidade</p><p>de verificar o exato cumprimento das normas vigentes no sentido</p><p>de evitar acúmulo de contingências pela adoção de procedimentos</p><p>incorretos ou deixar de aproveitar possíveis vantagens fiscais pela</p><p>ausência de adoção de procedimentos alternativos.</p><p>A atividade da auditoria inclui a revisão dos cálculos e todos os aspectos</p><p>relativos ao cumprimento das obrigações acessórias e principais dos tributos diretos</p><p>e indiretos. O objetivo é certificar-se de que os procedimentos adotados atendem às</p><p>legislações vigentes.</p><p>A partir disso surgem as recomendações de alternativas legais para a economia</p><p>e recuperação de impostos, pagos a mais ou indevidamente, e também a identificação</p><p>de possíveis contingências e estudo de soluções para as devidas regularizações de</p><p>forma menos onerosa e aproveitando-se da legislação (OLIVEIRA et al., 2011).</p><p>O trabalho de auditoria requer o estabelecimento de um plano de trabalho</p><p>para realização das auditorias, diz Andrade Filho (2009). Esse plano deve abranger a</p><p>natureza, a extensão e a finalidade dos exames e contemplar também a natureza e a</p><p>época de realização.</p><p>184</p><p>Nesse sentido, a finalidade dos exames determina o escopo da auditoria. Em</p><p>outras palavras, é o objetivo da auditoria que ditará a natureza e a extensão dos exames</p><p>que deverão ser realizados (ANDRADE FILHO, 2009).</p><p>3.1 TRABALHOS DA AUDITORIA TRIBUTÁRIA</p><p>O trabalho de auditoria pode se prestar a diversas finalidades, como destacadas</p><p>por Andrade Filho (2009) na sequência:</p><p>QUADRO 6 – TIPOS DE AUDITORIA</p><p>Auditoria de balanço</p><p>Realizada por auditor independente que visa formar opinião</p><p>sobre a situação patrimonial, econômica e financeira e emitir</p><p>parecer que será publicado com as demonstrações contábeis</p><p>exigidas por lei.</p><p>Auditoria em fusões</p><p>e aquisições</p><p>Contratadas com a finalidade de oferecer uma opinião sobre</p><p>a situação da empresa em venda. O caráter deste tipo de</p><p>auditoria é eminentemente preventivo.</p><p>Auditorias especiais</p><p>e perícias</p><p>Oferece opinião sobre balanços levantados para fins específicos.</p><p>A perícia constitui o conjunto de procedimentos técnicos e</p><p>científicos destinados a levar à instância decisória elementos</p><p>de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio.</p><p>Revisões de</p><p>procedimentos</p><p>Visam à expedição de um parecer formal sobre o cumprimento</p><p>das obrigações tributárias em uma entidade.</p><p>FONTE: Adaptado de Andrade Filho (2009, p. 9-12)</p><p>Para tanto, Oliveira et al. (2011) propõe um roteiro para um programa de auditoria</p><p>com dois eixos básicos, a saber:</p><p>Execução de procedimentos: a natureza, a época de aplicação e a extensão</p><p>dos procedimentos de comprovação específicos a serem executados nos livros e</p><p>documentos.</p><p>Procedimentos contábeis a serem revistos pela auditoria: são relacionados</p><p>os tópicos do balanço patrimonial e as principais influências no cálculo do imposto</p><p>sobre a renda das pessoas jurídicas. Isso inclui: disponibilidades, contas a receber,</p><p>valores mobiliários, imóveis destinados a venda, adiantamentos a fornecedores,</p><p>impostos a recuperar, estoques, investimentos, ativo intangível, obrigações,</p><p>variações monetárias e encargos financeiros, impostos de renda a pagar,</p><p>obrigações diversas, patrimônio líquido e impostos de renda.</p><p>IMPORTANTE</p><p>185</p><p>Elas são conduzidas, via de regra, dentro dos padrões técnicos de uma auditoria</p><p>convencional. Toda auditoria culmina com a apresentação de um relatório. Os relatórios</p><p>e pareceres expressam uma opinião abalizada do auditor sobre determinado assunto.</p><p>No entanto, existe diferença entre relatório e parecer? De acordo com Andrade</p><p>Filho (2009), um parecer é um relatório em forma abreviada e tem a função de dar a</p><p>conhecer ao público o resultado produzido pelo trabalho de auditoria. Já o relatório tem</p><p>a mesma finalidade de um parecer, mas com maior riqueza de detalhes.</p><p>As auditorias têm uma função que vão além da verificação dos procedimentos</p><p>e métodos. Os exames da auditoria podem revelar a ocorrência de fraudes ou situações</p><p>em que o não cumprimento das obrigações tributárias pode atrair a aplicação de normas</p><p>penais. Por isso, Andrade Filho (2009) considera o caráter preventivo da auditoria.</p><p>A fraude caracteriza-se pela ação ou omissão praticada com má-fé com o</p><p>objetivo de impedir a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária ou que implique</p><p>a modificação de algum dos outros aspectos da relação jurídica tributária (ANDRADE</p><p>FILHO, 2009).</p><p>A sonegação ocorre mediante a ação ou omissão dolosa tendente a impedir</p><p>ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária</p><p>da ocorrência de fato gerador ou das condições pessoais do contribuinte (ANDRADE</p><p>FILHO, 2009).</p><p>As penas mais comuns são as multas. Elas incidem sempre que</p><p>houver o não cumprimento de obrigações tributárias principais ou</p><p>acessórias e nos casos em que não puder ser aplicada a norma do</p><p>art. 138 do Código Tributário Nacional, que exclui da responsabilidade</p><p>por multa quando houver a denúncia espontânea da falta, seguida do</p><p>recolhimento do tributo devido acrescido de juros de mora (ANDRADE</p><p>FILHO, 2009, p. 20).</p><p>Além da multa, a penalidade pode incluir a multa de mora que incide quando a</p><p>obrigação tributária não é cumprida no prazo legal e desde que as autoridades fiscais</p><p>tenham dado início do procedimento fiscal para realização do lançamento tributário.</p><p>Depois de iniciado o procedimento administrativo, também pode ser aplicável</p><p>a multa de ofício, que pode ser agravada conforme as circunstâncias da falta, explica</p><p>Andrade Filho (2009).</p><p>3.2 CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA</p><p>Além da fraude e da sonegação, o não cumprimento</p><p>de obrigações tributárias</p><p>pode caracterizar crime contra a ordem tributária, se a conduta que deu causa à infração</p><p>for enquadrada nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137/90.</p><p>186</p><p>Nestes casos, Andrade Filho (2009) nos informa que constitui crime contra a</p><p>ordem tributária:</p><p>a. Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.</p><p>b. Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação</p><p>de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal.</p><p>c. Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualquer outro</p><p>documento relativo à operação tributável.</p><p>d. Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber</p><p>falso ou inexato.</p><p>e. Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento</p><p>equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente</p><p>realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.</p><p>f. Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar</p><p>outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.</p><p>g. Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,</p><p>descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria</p><p>recolher aos cofres públicos.</p><p>h. Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer</p><p>porcentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição</p><p>como incentivo fiscal.</p><p>i. Deixar de aplicar ou aplicar em desacordo com o estatuto, incentivo fiscal ou parcelas</p><p>de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.</p><p>j. Utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito</p><p>passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é,</p><p>por lei, fornecida à Fazenda Pública.</p><p>Portanto, o auditor deve ter ciência de que as condutas definidas nas leis só</p><p>serão puníveis quando praticadas com dolo. O auditor deve tomar todo cuidado para</p><p>não fazer juízos com base em conjecturas. O dolo e fraude devem ser provados em</p><p>qualquer hipótese, diz Andrade Filho (2009).</p><p>Disso decorre o caráter preventivo quanto ao fazer a verificação dos</p><p>procedimentos e métodos tributários adotados pela organização.</p><p>Com isso, encerramos o Tópico 2, em que abordamos os tipos de planejamento</p><p>tributário.</p><p>187</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Os tipos de planejamento existentes são o operacional (refere-se aos procedimentos</p><p>formais prescritos pelas normas ou pelo costume); o estratégico (implica mudança</p><p>de algumas características estratégicas da empresa, tais como estrutura de capital,</p><p>tipos de empréstimos, contratação de mão de obra etc.); e o jurídico (em que se</p><p>consideram exclusivamente os efeitos fiscais no tempo).</p><p>• A gestão tributária consiste em uma soma de procedimentos e ações que toda</p><p>empresa deve desempenhar no que se refere ao recolhimento de tributos.</p><p>• No momento em que a Pessoa Jurídica solicita a inscrição como optante do Simples</p><p>Nacional, esta deve ter ciência de sua projeção de receita para o período.</p><p>• Uma importante ferramenta útil para a análise e acompanhamento do trabalho fiscal e</p><p>tributário de uma organização é a auditoria com a finalidade de verificar o cumprimento</p><p>das normas e aproveitar as vantagens oferecidas pelo sistema tributário em vigor.</p><p>• A atividade da auditoria inclui a revisão dos cálculos e todos os aspectos relativos ao</p><p>cumprimento das obrigações acessórias e principais dos tributos diretos e indiretos.</p><p>• O trabalho de auditoria pode se prestar a diversas finalidades, como: auditorias</p><p>especiais e perícias, auditoria em fusões e aquisições, auditoria de balanço e revisões</p><p>de procedimentos.</p><p>• Um parecer é um relatório em forma abreviada e tem a função de dar a conhecer ao</p><p>público o resultado produzido pelo trabalho de auditoria.</p><p>188</p><p>1 A atividade da auditoria inclui a revisão dos cálculos e todos os aspectos relativos ao</p><p>cumprimento das obrigações acessórias e principais dos tributos diretos e indiretos.</p><p>O objetivo é certificar-se de que os procedimentos adotados atendem às legislações</p><p>vigentes. Quais são os procedimentos contábeis a serem revistos pela auditoria?</p><p>a) ( ) São relacionados os tópicos do balanço patrimonial e as principais influências no</p><p>cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas. Isso inclui: disponibilidades,</p><p>contas a receber, valores mobiliários, imóveis destinados a venda, adiantamentos</p><p>a fornecedores, impostos a recuperar, estoques, investimentos, ativo intangível,</p><p>obrigações, variações monetárias e encargos financeiros, impostos de renda a</p><p>pagar, obrigações diversas, patrimônio líquido e impostos de renda.</p><p>b) ( ) São relacionados os tópicos do balanço da produção da empresa e as principais</p><p>influências no cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas. Isso</p><p>inclui: disponibilidades, contas a receber, valores mobiliários, imóveis destinados</p><p>a venda, adiantamentos a fornecedores, impostos a recuperar, estoques,</p><p>investimentos, ativo intangível, obrigações, variações monetárias e encargos</p><p>financeiros, impostos de renda a pagar, obrigações diversas, patrimônio líquido</p><p>e impostos de renda.</p><p>c) ( ) São relacionados os tópicos do balanço patrimonial e as principais influências</p><p>no cálculo do imposto sobre a circulação das mercadorias e serviços. Isso inclui:</p><p>disponibilidades, contas a receber, valores mobiliários, imóveis destinados</p><p>a venda, adiantamentos a fornecedores, impostos a recuperar, estoques,</p><p>investimentos, ativo intangível, obrigações, variações monetárias e encargos</p><p>financeiros, impostos de renda a pagar, obrigações diversas, patrimônio líquido</p><p>e impostos de renda.</p><p>d) ( ) São relacionados os tópicos do balanço patrimonial e as principais influências</p><p>no cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas. Isso inclui:</p><p>disponibilidades, contas a receber, valores mobiliários, imóveis destinados</p><p>a venda, adiantamentos a fornecedores, impostos a recuperar, estoques,</p><p>investimentos, ativo intangível, obrigações, variações monetárias e encargos</p><p>financeiros, impostos de renda a receber, obrigações diversas, patrimônio das</p><p>vendas e impostos de renda.</p><p>e) ( ) São relacionados os tópicos do balanço patrimonial e as principais influências</p><p>na demonstração do resultado do exercício. Isso inclui: disponibilidades, contas</p><p>a receber, valores mobiliários, imóveis destinados a venda, adiantamentos a</p><p>fornecedores, impostos a recuperar, estoques, investimentos, ativo intangível,</p><p>obrigações, variações monetárias e encargos financeiros, impostos de renda a</p><p>pagar, obrigações diversas, patrimônio líquido e impostos de renda.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>189</p><p>2 Uma ferramenta útil para a análise e acompanhamento do trabalho fiscal e tributário</p><p>de uma organização é a auditoria com a finalidade de verificar o cumprimento das</p><p>normas e aproveitar as vantagens oferecidas pelo sistema tributário em vigor. Nesse</p><p>sentido, o que corresponde à auditoria tributária?</p><p>3 Com relação ao cálculo do Simples Nacional, propriamente dito, para chegar ao valor</p><p>que precisa ser recolhido é preciso considerar o faturamento acumulado da empresa</p><p>nos últimos 12 meses, e consultar a Tabela do Simples Nacional para verificar a</p><p>alíquota. Se a empresa atingir o excesso de receita no ano calendário em que foi</p><p>feita a opção pelo Simples Nacional, quais são os fatores que os gestores da empresa</p><p>deverão estar atentos? Analise as seguintes alternativas e assinale a correta:</p><p>a) ( ) A ME que exceder a receita bruta no ano em exercício será enquadrada como</p><p>Lucro Real no ano seguinte.</p><p>b) ( ) A EPP que exceder a receita bruta em 30% no ano em exercício será</p><p>desenquadrada no mês seguinte.</p><p>c) ( ) A EPP que exceder a receita bruta em menos de 20% no ano em exercício será</p><p>desenquadrada a partir do ano anterior.</p><p>d) ( ) A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano de início das atividades</p><p>será</p><p>desenquadrada retroativamente ao início das atividades.</p><p>e) ( ) Poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto na Lei</p><p>Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Geral da União</p><p>dos Estados e Municípios, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica.</p><p>4 Os exames da auditoria podem revelar a ocorrência de fraudes ou situações em que</p><p>o não cumprimento das obrigações tributárias pode atrair a aplicação de normas</p><p>penais. O que caracteriza a fraude? Justifique.</p><p>5 Todo e qualquer procedimento de atividades empresariais requer um bom planejamento</p><p>tributário. Desta forma, há a necessidade de conhecer os tipos de planejamento</p><p>tributário existentes. Quais são os tipos de planejamento tributário existentes?</p><p>a) ( ) Operacional: Implica mudança de algumas características estratégicas da</p><p>empresa, tais como estrutura de capital, tipos de empréstimos, contratação de</p><p>mão de obra etc.</p><p>b) ( ) Estratégico: Refere-se aos procedimentos formais prescritos pelas normas ou</p><p>pelo costume.</p><p>c) ( ) Jurídico: pode ser o Preventivo que é detectada uma anormalidade, deve-se</p><p>proceder o estudo para alternativas de correção.</p><p>d) ( ) Jurídico: pode ser o Especial que é desenvolvido continuamente por intermédio</p><p>de orientações, manuais de procedimentos, sobretudo, as atividades de</p><p>cumprimento da legislação tributária nas obrigações principais e acessórias.</p><p>e) ( ) Jurídico: pode ser o Especial que surge em função de determinado fato, por</p><p>exemplo, lançamento de novos produtos, reestruturação societária etc.</p><p>190</p><p>191</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A otimização dos resultados nas empresas tem relação direta com a gestão de</p><p>custos, pois é nesta área que o gestor empresarial precisa tomar bastante cuidado com</p><p>a valorização dos estoques e consequentemente a formação dos preços de vendas dos</p><p>produtos.</p><p>No entanto, nesta unidade, a abordagem está voltada para o planejamento</p><p>tributário, porque há necessidade de conhecer os impactos tributários nos créditos</p><p>dos tributos nas compras dos insumos para a produção. É importante reforçar que os</p><p>benefícios de um planejamento tributário empresarial estão relacionados com a redução</p><p>dos custos do negócio e o aumento da competitividade. Também evita a aplicação de</p><p>penalidades e principalmente auxilia na definição do melhor regime tributário.</p><p>2 COMO OTIMIZAR OS RESULTADOS NAS EMPRESAS</p><p>As empresas só continuarão existindo se forem lucrativas e somente serão</p><p>lucrativas, se produzirem mais, com mais qualidade e baixo custo. Não poderão hesitar</p><p>de cobrar o que entendem que o produto vale.</p><p>A precificação ou formulação dos preços de venda dos produtos e serviços não</p><p>raros é complicada, em razão dos conflitos relacionados aos sentimentos de quem o</p><p>está realizando: (a) querer servir aos mais diversos grupos de clientes, e (b) estar no</p><p>negócio para ganhar dinheiro. Para isso, buscou-se em Roach (2021, s. p.):</p><p>Mais do que um recurso que garante vendas, a precificação de</p><p>produtos é uma estratégia de marketing – e, quanto melhor for</p><p>o preço praticado pela sua loja, maiores são as suas chances de</p><p>fidelizar clientes e conquistar novos clientes em potencial.</p><p>A precificação é também um dos elementos responsáveis por garantir</p><p>clientes satisfeitos e um processo de compra orgânico e natural, e</p><p>deve ser priorizada juntamente com os canais de atendimento ao</p><p>cliente e as opções de pagamento online disponibilizadas na loja.</p><p>Especialistas afirmam que é real a possibilidade de se aumentar lucro em</p><p>basicamente todos os negócios envolvendo produtos e serviços, corrobora Leite (2021,</p><p>s.p.):</p><p>192</p><p>Quando a empresa segue a cartilha da boa administração e faz a sua</p><p>gestão de custos de forma adequada, ela abre espaço para agregar</p><p>qualidade para suas mercadorias e serviços. Se você sabe quais itens</p><p>fazem mais sucesso financeiramente – ou quais deles têm o melhor</p><p>custo-benefício –, pode focar mais seus esforços de venda neles.</p><p>A dificuldade de atingir este objetivo ocorre porque as pessoas responsáveis</p><p>pelos preços de venda não pensam de forma correta na formulação dos preços e</p><p>correspondente lucratividade. Para a maior parte dos formuladores de preços de venda,</p><p>o preço envolve a mistura de compromissos, adivinhações, cálculos, seguir concorrentes</p><p>e fazer as coisas que os competidores estão praticando. Fazem errado também aqueles</p><p>que desconhecem o fato de que a venda é uma rodovia de mão dupla: comprador e</p><p>vendedor ficam frente a frente para cumprir um objetivo pessoal e previamente definido.</p><p>É necessário saber que alguns clientes irão valorizar determinado produto</p><p>mais que outros. Conforme Paulillo (2021, s.p.), “a expectativa do cliente é o conjunto</p><p>de características, atributos e funcionalidades do produto ou serviço que ele está</p><p>adquirindo que ele acredita que serão capazes de solucionar seu problema ou atender</p><p>suas necessidades”. Em outras palavras, é o resultado que o cliente espera obter ao</p><p>adquirir um produto ou serviço.</p><p>Imagine em um restaurante um casal jovem com filhos menores e outro casal</p><p>festejando 40 anos de casados. Serão percebidos valores diferentes para o cardápio</p><p>oferecido. Nestes casos se recomenda contemplar nas estratégias de precificação,</p><p>possíveis alternativas, tais como: cardápio normal, menu para jovens, descontos</p><p>especiais para idosos, menu especial etc. Trata-se de uma forma de servir os mais</p><p>variados clientes possíveis e lucrar com isso. A razão é o simples fato que para cada prato</p><p>oferecido existem pelo menos duas pessoas dispostas a pagar preços diferentes. Não</p><p>se trata simplesmente de estabelecer um valor numérico, são necessárias estratégias</p><p>de maximizar os resultados, o que é factível de ser implementado prontamente.</p><p>Existem muitas estratégias de precificação diferenciadas. Entre uma infinidade</p><p>de exemplos praticados e conhecidos, incluem-se:</p><p>(a) Conforme Renne (2021), o sistema de passagem do metrô em Washington é um pouco</p><p>diferente do Brasil. A cobrança é feita com base no horário e distância percorrida. Como</p><p>o cálculo do valor é feito apenas na saída, você precisará do ticket para deixar a estação.</p><p>O montante debitado será de acordo com o seu destino final, dessa forma, o metrô de</p><p>Washington DC (USA) pratica valores diferentes nos horários de pico e fora deles.</p><p>(b) Empresas de telefonia que praticam preços diferenciados, de acordo com a região e</p><p>correspondente capacidade financeira dos clientes. Se alguns pagam mais e podem</p><p>fazê-lo, é lucro para a empresa. A receita adicional pode subsidiar alguns produtos/</p><p>serviços e melhorar a qualidade de outros. Existem, por sua vez, restaurantes que</p><p>concedem descontos no preço do almoço, aos clientes que chegarem entre 13:30 e</p><p>14:30 horas (x%) e 14:30 até as 15 horas (y%). São as refeições “half-menu” (“metade</p><p>do menu”).</p><p>193</p><p>A ideia centrada essencialmente em cortar custos nem sempre é uma resposta</p><p>completa o suficiente para a empresa. É melhor oferecer produtos com diferentes níveis</p><p>de qualidade e preços, para manter a rentabilidade frente aos clientes leais. É o que</p><p>companhias que vendem cigarro e whisky fazem.</p><p>Para muitos profissionais, a precificação é uma das áreas da estratégia</p><p>empresarial, na qual se sentem desconfortáveis e vulneráveis. Para estes o assunto é</p><p>muito complexo. Uma possível solução recomendada, entre alternativas, pode incluir</p><p>quatro iniciativas:</p><p>(a) concentrar esforços e incentivos de vendas, nos produtos com maiores margens;</p><p>(b) se possível, trabalhar com mix de produtos;</p><p>(c) utilizar-se da política de preços promocionais;</p><p>(d) facilitar o financiamento das vendas para os clientes. Em qualquer atividade, se pode</p><p>aumentar a lucratividade, percebendo-se que a precificação envolve muito mais</p><p>achados que a simples identificação do preço justo para o produto.</p><p>A precificação de produtos e serviços é algo difícil se previamente não for</p><p>analisada a demanda e a elasticidade de preços. Lima (2018) afirma que se precifique</p><p>seus produtos corretamente</p><p>COFINS e ICMS, ou empresas do Lucro Presumido no que</p><p>se refere ao ICMS, por exemplo. Os créditos fiscais, abordaremos com mais profundidade</p><p>no subtópico 3.6, quando falarmos de cumulatividade e não cumulatividade.</p><p>3.6 COMPENSAÇÃO</p><p>Sabe aquelas empresas que têm direito ao crédito fiscal? Essas empresas</p><p>utilizam o crédito fiscal do tributo para fazer a compensação dos valores que têm para</p><p>pagar no final do período (normalmente um mês).</p><p>ALIQUOTA INDICA O PERCENTUAL APLICADO SOBRE A BC</p><p>CRÉDITOS: DIREITO DE ACUMULAR CREDITOS FISCAIS DECORRENTES DO PAGAMENTO DE TRIBUTOS NA AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS, INSUMOS E OUTROS.</p><p>APENAS PARA EMPRESAS COM REGIME "NÃO CUMULATIVOS"</p><p>LUCRO REAL: PIS COFINS E ICMS</p><p>LUCRO PRESUMIDO: ICMS</p><p>CREDITO FISCAL UTILIZADO PARA COMPENSAÇÃO DE VALORES A PAGAR</p><p>AQUISIÇÕES GERAM</p><p>CREDITO DE ICMS</p><p>7</p><p>Essa compensação acontece depois de calcular o valor que deve ser pago de</p><p>determinado tributo. Os créditos vêm para abater nesse valor. Por exemplo: compensam-</p><p>se os créditos fi scais de PIS com os débitos (a pagar) de PIS, logo, o valor a ser</p><p>desembolsado efetivamente é o valor dos débitos menos os créditos. A compensação</p><p>de créditos fi scais abordaremos com mais profundidade no Subtópico 1.6, quando</p><p>falarmos de cumulatividade e não cumulatividade.</p><p>3.7 PAGAMENTO</p><p>Conforme o artigo 162, inciso I, do CTN (1966), o pagamento do tributo é</p><p>efetuado em moeda corrente. Dessa forma, as datas de vencimento de cada tributo</p><p>variam, podendo ser mensal, trimestral, anual, ou outras formas. O pagamento do tributo</p><p>extingue o débito do contribuinte, eliminando a obrigação principal.</p><p>Agora que estudamos os elementos dos tributos, vamos conhecer o Sistema</p><p>Tributário Nacional, que norteia tudo o que se refere a tributos no Brasil.</p><p>4 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL</p><p>O CTN (1966) normatiza o Sistema Tributário Nacional – STN – no livro primeiro,</p><p>a partir do artigo 2º e seguintes. Vejamos os principais:</p><p>Se uma empresa possui R$ 650,00 a pagar de determinado tributo, mas</p><p>também possui R$ 270,00 a compensar, o valor a ser pago no período será</p><p>apenas a diferença entre eles: R$ 650 – R$ 270 = R$ 380,00.</p><p>NOTA</p><p>Não confunda CTN com STN. CTN é a sigla para Código Tributário Nacional,</p><p>lei que aborda as principais questões tributárias. Já STN é a sigla para Sistema</p><p>Tributário Nacional, no qual é composto por um conjunto de leis federais,</p><p>estaduais e municipais que formam a complexa estrutura tributária brasileira.</p><p>NOTA</p><p>QUANDO SE TRATA DE TRIBUTOS DEBITOS A PAGAR - CRÉDITOS FISCAIS = VALOR A SER DESEMBOLSADO</p><p>STN = SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL</p><p>8</p><p>Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na</p><p>Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis</p><p>complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das</p><p>respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em</p><p>leis estaduais, e em leis municipais (CTN, 1966, s.p.).</p><p>No artigo 2º, vemos que o STN é formado por diversas leis, sejam elas federais,</p><p>estaduais ou municipais. A referida Emenda Constitucional – EC – nº 18, de 1965, também</p><p>possui informações importantes sobre o STN. Em seu artigo 1º afirma que:</p><p>O sistema tributário nacional compõe-se de impostos, taxas e</p><p>contribuições de melhoria, e é regido pelo disposto nesta Emenda,</p><p>em leis complementares, em resoluções do Senado Federal, e, nos</p><p>limites das respectivas competências, em leis federal, estadual ou</p><p>municipal (BRASIL, 1965, s.p.).</p><p>A EC 18 complementa o que o CTN afirmou anteriormente, dizendo que o STN</p><p>também é composto por impostos, taxas e contribuição de melhoria. Você deve se</p><p>perguntar: se existem tantas leis, como saber qual vem primeiro? Para essa pergunta, a</p><p>resposta encontra-se na hierarquia das leis, conforme a Figura 2:</p><p>FIGURA 2 – PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS LEIS</p><p>FONTE: Quizlet (2021, s. p.)</p><p>A figura da pirâmide demonstra que a Constituição Federal – CF – de 1988,</p><p>bem como suas emendas constitucionais, são a lei máxima, ou também conhecida</p><p>como lei mestre. No entanto, como veremos mais à frente, a Constituição Federal não</p><p>aborda profundamente cada tributo e são necessárias leis complementares, ou seja:</p><p>leis que complementam aquilo que foi abordado na CF. O que não é abordado em lei</p><p>complementar está em leis ordinárias. A seguir, têm-se as medidas provisórias e outras</p><p>leis, e por fim, as resoluções, normalmente provenientes de órgãos de classe.</p><p>SISTEMA TRIBUTARIO = O QUE REGE COMO FUNCIONA OS TRIBUTOS NO BRASIL, SENDO IMPOSTOS TAXAS E CONTRIBUIÇÕES</p><p>9</p><p>Por exemplo, no artigo 145, a Constituição Federal fixa tributos, mas não</p><p>especifica cada um deles, além disso, no artigo 146, comenta que cabe à lei complementar</p><p>normatizar diversas questões, como segue:</p><p>Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios</p><p>poderão instituir os seguintes tributos:</p><p>I - impostos;</p><p>II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,</p><p>efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,</p><p>prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;</p><p>III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.</p><p>Art. 146. Cabe à lei complementar:</p><p>I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre</p><p>a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;</p><p>II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;</p><p>III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,</p><p>especialmente sobre:</p><p>a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação</p><p>aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos</p><p>fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;</p><p>b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;</p><p>c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas</p><p>sociedades cooperativas.</p><p>d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as</p><p>microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive</p><p>regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no</p><p>art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e</p><p>da contribuição a que se refere o art. 239.</p><p>Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios</p><p>especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios</p><p>da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,</p><p>estabelecer normas de igual objetivo (BRASIL, 1988).</p><p>Então apenas analisando os dois artigos supracitados, já percebemos que</p><p>apesar da CF ser a lei maior, ela precisa de leis complementares. Aproveitando, que</p><p>chegamos ao artigo 145 surge um debate bem comum entre os acadêmicos: se os</p><p>poderes poderão instituir tributos e estes poderão ser impostos, taxas ou contribuição,</p><p>quer dizer que tributo não é a mesma coisa que imposto? Ou vice-versa?</p><p>Você pensava que imposto e tributo eram sinônimos? Fique tranquilo, muita</p><p>gente também pensa assim. No entanto, veja só: os impostos, como taxas e contribuições,</p><p>são espécies de tributos. Ou seja: imposto é um tributo, mas não necessariamente um</p><p>tributo será um imposto, visto que poderá ser taxa ou contribuição. Falando em imposto,</p><p>vamos conhecer mais sobre eles?</p><p>IMPOSTOS : IPI, ICMS,, CSLL = IMPOSTO = TRIBUTO</p><p>TRIBUTO: TAXA OU CONTRIBUIÇÃO = NÃO É IMPOSTO</p><p>TRIBUTO : COBRAR SOBRE</p><p>ENTÃO TAXA POR EXEMPLO NÃO É IMPOSTO.</p><p>10</p><p>4.1 IMPOSTOS</p><p>Sobre o significado de imposto, o artigo 16 do CTN (1966) indica que: “imposto</p><p>é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer</p><p>atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Sobre a quais poderes compete</p><p>instituir determinados tributos, o CTN (1966, s.p.) complementa com o artigo 18:</p><p>Art. 18. Compete:</p><p>I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos</p><p>aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios,</p><p>cumulativamente, os atribuídos a estes;</p><p>II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios,</p><p>instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos</p><p>Municípios.</p><p>Quais os impostos que existem? Conforme o CTN (1966) são os seguintes:</p><p>e melhore suas vendas, criando a base para um negócio</p><p>que irá prosperar. Obtenha uma estratégia de precificação errada e você poderá criar</p><p>problemas que sua empresa talvez nunca consiga superar.</p><p>Para muitos, o tema preços tem sido assunto e/ou experiência frustrante: muitas</p><p>opções, muitos fatores a contemplar e pouco tempo e paciência para dedicar-se. Formular</p><p>o preço de venda é mais que um número, é uma série de estratégias integradas.</p><p>É difícil formular o preço “perfeito”. Se o preço está alto, perdem-se vendas para</p><p>clientes em potencial, que não estão dispostos a pagar mais. Se baixo, a empresa deixa</p><p>de lucrar com clientes dispostos a pagar mais pelo produto ou serviço. É aconselhável</p><p>a utilização de pesquisas de mercado para obter ideias do montante que os potenciais</p><p>clientes estão dispostos a pagar pelo produto ou serviço. Cabe ressalvar que:</p><p>(a) não são as pesquisas de mercado isoladamente que fornecerão as respostas que</p><p>permitirão definir o preço ótimo;</p><p>(b) o montante que o cliente está disposto a pagar é subjetivo e o entendimento da</p><p>resposta é a chave para o sucesso da precificação. É importante se conscientizar</p><p>que deixar de lucrar por conta da má formulação do preço é algo semelhante à</p><p>perda que ocorre com uma aeronave que decola com metade das poltronas vazias.</p><p>Para a empresa atingir o sucesso, há a necessidade de balancear as forças,</p><p>direcionando seus esforços para a criação de valores aos seus clientes através de</p><p>processos internos que orientam as ações da empresa. Isso é preciso ser feito para se</p><p>manter a criação de valores em longo prazo.</p><p>194</p><p>2.1 LUCRO X PREJUÍZO</p><p>Empresas do mesmo segmento podem apresentar resultados opostos. Por quê?</p><p>A resposta pode estar na forma de pensar e a cultura existente em uma e outra. Para</p><p>lucrar há a necessidade de se criar esta cultura na empresa. Geralmente são muitas</p><p>as pessoas de alguma maneira conectadas com o assunto preço de venda. O pessoal</p><p>de marketing estabelece preços e descontos promocionais. O pessoal de vendas</p><p>geralmente tem poderes para negociar estes preços, contemplando as demandas de</p><p>cada região, em razão da muita ou pouca concorrência. A área financeira desenvolve</p><p>os planos de pagamento. Todos precisam: (a) entender como suas ações afetam os</p><p>resultados da empresa, e (b) receber treinamento, orientações, informações, incentivos</p><p>e ferramentas de trabalho para que a empresa possa lucrar e crescer.</p><p>Em algumas empresas há a necessidade de mudanças. Faz-se necessário</p><p>reforçar a cultura do lucro. Há inclusive alguma semelhança com o que ocorre com as</p><p>pessoas, quando estabelecem para si a importância de perder peso e realizar mudanças</p><p>na forma de viver. Implica em comer dentro de um contexto diferenciado e também</p><p>de se exercitar regularmente. Nas pessoas o efeito é se sentir melhor; nas empresas é</p><p>lucrar e crescer.</p><p>A área comercial deveria investir mais tempo nos clientes e produtos mais</p><p>rentáveis. Para que tal possa ocorrer, há a necessidade de se trocar informações na</p><p>empresa. Esta será mais lucrativa se as pessoas forem bem-informadas.</p><p>Existem pessoas que não entendem o verdadeiro significado do lucro. Estas</p><p>precisam saber como o seu dia a dia no trabalho afeta, de alguma maneira, a última</p><p>linha da demonstração de resultados da empresa. A transparência aumenta o moral</p><p>das pessoas, quando estas aprendem e conhecem a melhor maneira de realizar seus</p><p>trabalhos. Elas também precisam aprender que o acréscimo de 1% no preço de venda</p><p>dos produtos ou serviços da empresa pode aumentar o resultado líquido em, digamos,</p><p>10, 20 ou 30%. Pergunta-se: 1% a mais no preço pago por você na última aquisição de</p><p>sapatos mudaria a sua opção de compra dele? Esta “matemática” e assunto precisam</p><p>ser conhecidos por todos da empresa.</p><p>Pode ocorrer em situações para alavancar, em substituição, a venda de produtos</p><p>mais rentáveis. Pode se justificar também, considerando-se fatores como volume,</p><p>concorrência e condição econômica local. Em algumas situações, temporariamente,</p><p>a empresa poderá estar sintonizada no “market share” (participação no mercado) em</p><p>detrimento da lucratividade.</p><p>Além disso, é importante saber valorizar o produto que se está vendendo e</p><p>lembrar que: (a) raramente é vantagem vender um produto por preço inferior ao custo,</p><p>(b) descontos até podem ser concedidos, mas de forma discreta e durante apenas um</p><p>período de tempo e (c) não se pode conceder descontos que possam dificultar vendas</p><p>subsequentes com lucros.</p><p>195</p><p>2.2 O PESO DOS ENCARGOS SOBRE OS SALÁRIOS E</p><p>REMUNERAÇÕES</p><p>O custo relacionado com os encargos sociais e trabalhistas devidos sobre o</p><p>valor da remuneração dos empregados é algo assustador.</p><p>Os porcentuais são variáveis, dependendo das características de operação da</p><p>empresa ou forma de tributação, porém em média, para as empresas não enquadradas</p><p>no Simples Nacional, representam:</p><p>• 88,70 % (os detalhes desse percentual estão no Quadro 7 – Encargos Sociais</p><p>e Trabalhistas) do valor do salário mensal do empregado. Exemplificando: se a</p><p>remuneração mensal for R$ 1.000,00, o custo para a empresa será de R$ 1.000,00 +</p><p>R$ 887,00 = R$ 1.887,00.</p><p>• Se a remuneração for constituída de comissões sobre as vendas e horas extras, o</p><p>porcentual atinge aproximadamente 112,58% do valor da remuneração. Exemplificando:</p><p>R$ 1.000,00 de comissões sobre vendas ou horas extras, pagas ao empregado,</p><p>custam para a empresa R$ 1.000,00 + R$ 1.112,58 = R$ 2.112,58.</p><p>No caso de empregado mensalista de micro ou pequena empresa enquadrada</p><p>no Simples Nacional, com remuneração de R$ 1.000,00, os encargos representam 51,0%</p><p>(os detalhes desse percentual estão no Quadro 7 – Encargos Sociais e Trabalhistas).</p><p>Com isso, R$ 1.000,00 de remuneração mensal representará um custo para a empresa</p><p>de R$ 1.510,00.</p><p>Faz-se necessário observar que:</p><p>1°) As condições e as porcentagens são diferentes de empresa para empresa. Por</p><p>exemplo, o porcentual para uma indústria de confecções é diferente do de uma</p><p>construtora. É recomendável estruturar os dados do Quadro seguinte, contemplando</p><p>as condições específicas da sua empresa, mantendo-os atualizados.</p><p>2º) A legislação que trata do assunto é dinâmica.</p><p>O Quadro 7 apresenta a composição dos porcentuais mencionados e é resultado</p><p>da pesquisa e cálculo realizado para um grupo de empresas em específico, localizadas</p><p>no estado de Santa Catarina.</p><p>196</p><p>QUADRO 7 – ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS</p><p>FONTE: Os autores</p><p>Remuneração Empresa no</p><p>[A] Mensalista (*) Variável (**) SIMPLES (***)</p><p>% % %</p><p>INSS (avaliar possível necessidade de adequação à Lei 12.546/11) 20,00% 20,00%</p><p>SESI / SESC / SEST 1,50% 1,50%</p><p>SENAI / SENAC / SENAT 1,00% 1,00%</p><p>INCRA 0,20% 0,20%</p><p>SEBRAE 0,60% 0,60%</p><p>SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,50% 2,50%</p><p>SAT (Seguro Acidente Trabalho) - observação 3 3,00% 3,00%</p><p>FGTS 8,00% 8,00% 8,00%</p><p>TOTAL 36,80% 36,80% 8,00%</p><p>[B]</p><p>% % %</p><p>DSR (Descanso Semanal Remunerado = 48 domingos : 275 dias úteis/ano) 17,45%</p><p>Férias (26 dias em média, após descontado o DSR : 275 dias úteis/ano) 9,45% 9,45% 9,45%</p><p>Adicional de 1/3 das Férias 3,15% 3,15% 3,15%</p><p>Feriados (12 dias em média por ano : 275 dias/ano) 4,36% 4,36% 4,36%</p><p>Acidentes do Trabalho (15 dias : 275 dias ano : 4 empregados) - observação 4 1,36% 1,36% 1,36%</p><p>Décimo Terceiro Salário (30 dias : 275 dias/ano) 10,91% 10,91% 10,91%</p><p>Licença Paternidade (5 dias : 275 dias/ano : 10 empregados) - observação 5 0,18% 0,18% 0,18%</p><p>Licença Remunerada (4 dias : 275 dias/ano) 1,45% 1,45% 1,45%</p><p>TOTAL 30,88% 48,33% 30,87%</p><p>[C]</p><p>% % %</p><p>Av. Prévio Indenizado (39 d : 275 dias/ano x 50% empregados) Lei 12.506/11 7,09% 7,09% 7,09%</p><p>FGTS sobre o aviso prévio indenizado (8%) 0,57% 0,57% 0,57%</p><p>Multa 50% do FGTS nas rescisões (50% x 8% x 50% dos empregados) 2,00% 2,00% 2,00%</p><p>Lei 6.708 art 9 - Indenização p/dispensa no mês anterior ao base de dissídio</p><p>Contribuição para o Sindicato</p><p>Assist. médica e/ou seguros saúde e de vida - observação 6</p><p>Refeitório e/ou vale alimentação - observação 6</p><p>Auxílio e/ou vale transporte - observação 6</p><p>Auxílio creche - observação 6</p><p>Ajuda escolar - observação</p><p>QUADRO 2 – IMPOSTOS</p><p>Impostos Sigla</p><p>Imposto sobre Importação II</p><p>Imposto sobre Exportação IE</p><p>Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR</p><p>Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana IPTU</p><p>Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a</p><p>eles Relativos</p><p>ITBI e ITCMD</p><p>Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza IRPJ, IRPF, IRRF</p><p>Imposto sobre Produtos Industrializados IPI</p><p>Imposto sobre Serviços ISS</p><p>Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias</p><p>e sobre prestações de Serviços de Transporte interestadual e</p><p>intermunicipal e de Comunicação</p><p>ICMS</p><p>Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores IPVA</p><p>Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre</p><p>Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários</p><p>IOF</p><p>FONTE: CTN (1966, s.p.)</p><p>Há uma segregação dos impostos conforme a competência tributária, seja a</p><p>União (Federais), Estados (Estaduais) ou Municípios (Municipais). A Constituição Federal</p><p>(1988) aponta no artigo 153, os impostos de competência da União:</p><p>GOVERNO</p><p>11</p><p>Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:</p><p>I - importação de produtos estrangeiros;</p><p>II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou</p><p>nacionalizados;</p><p>III - renda e proventos de qualquer natureza;</p><p>IV - produtos industrializados;</p><p>V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou</p><p>valores mobiliários;</p><p>VI - propriedade territorial rural;</p><p>VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar (BRASIL,</p><p>1988).</p><p>Já no que se refere aos impostos de competência dos Estados, pode-se verificar</p><p>no artigo 155 da CF (1988):</p><p>Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos</p><p>sobre:</p><p>I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;</p><p>II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre</p><p>prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e</p><p>de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem</p><p>no exterior;</p><p>III - propriedade de veículos automotores (BRASIL, 1988).</p><p>Por último, verifica-se no artigo 156 da CF (1988) os impostos de competência</p><p>dos Municípios:</p><p>Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>I - propriedade predial e territorial urbana;</p><p>II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de</p><p>bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre</p><p>imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua</p><p>aquisição;</p><p>III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,</p><p>definidos em lei complementar (BRASIL, 1988).</p><p>Você confere essa segregação resumida no Quadro 3:</p><p>QUADRO 3 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA</p><p>Impostos Federais Impostos Estaduais Impostos Municipais</p><p>• II;</p><p>• IE;</p><p>• ITR;</p><p>• IRPJ;</p><p>• IRPF;</p><p>• IRRF;</p><p>• IPI;</p><p>• IOF.</p><p>• ITCMD;</p><p>• ICMS;</p><p>• IPVA.</p><p>• ITBI;</p><p>• IPTU;</p><p>• ISS.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>12</p><p>A partir da exposição dos artigos da CF, deu para compreender como a pirâmide</p><p>da hierarquia das leis funciona? A CF, por exemplo, comenta a existência de impostos,</p><p>mas é só no CTN (que é uma lei complementar) que constam todos eles. Interessante e</p><p>complexo, não é?</p><p>Você verá que ao longo da disciplina conheceremos outras leis complementares</p><p>e ordinárias que abrangem questões tributárias. Vai ser muito bacana. Agora,</p><p>continuaremos nossos estudos sobre mais uma espécie de tributo: as contribuições.</p><p>4.2 CONTRIBUIÇÕES</p><p>Sobre as contribuições, o artigo 149 da Constituição Federal (1988) já limita</p><p>ser de competência exclusiva da União, ou seja: não há contribuição dos Estados ou</p><p>Municípios, apenas Federais:</p><p>Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições</p><p>sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das</p><p>categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua</p><p>atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III,</p><p>e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente</p><p>às contribuições a que alude o dispositivo (BRASIL, 1988).</p><p>No artigo 195, acrescenta que:</p><p>Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,</p><p>de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos</p><p>provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:</p><p>I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na</p><p>forma da lei, incidentes sobre:</p><p>a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou</p><p>creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,</p><p>mesmo sem vínculo empregatício;</p><p>b) a receita ou o faturamento;</p><p>c) o lucro;</p><p>II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,</p><p>podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o</p><p>valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre</p><p>aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência</p><p>Social (BRASIL, 1988).</p><p>No artigo 239 complementa:</p><p>Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o</p><p>Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº</p><p>7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do</p><p>Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº</p><p>8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta</p><p>Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa</p><p>do seguro-desemprego, outras ações da previdência social e o abono</p><p>de que trata o § 3º deste artigo (BRASIL, 1988).</p><p>CONTINUAR</p><p>APENAS FEDERAIS</p><p>13</p><p>As contribuições relatadas nos artigos 149, 195 e 239 são as seguintes:</p><p>• Programa de Integração Social – PIS.</p><p>• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS.</p><p>• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.</p><p>• Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.</p><p>• Fundo de Garantia por Tempo de Serviços – FGTS.</p><p>Confira no Quadro 4 a incidência das contribuições mencionadas:</p><p>QUADRO 4 – INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS</p><p>Do Empregador Do Trabalhador</p><p>Folha de Salários Receita ou Faturamento Lucro Folha de Salários</p><p>INSS;</p><p>FGTS;</p><p>PIS;</p><p>COFINS.</p><p>CSLL. INSS.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Perceba que tanto o empregador como o trabalhador pagam INSS. Já o FGTS</p><p>é uma contribuição exclusiva do empregador e incide sobre a folha de salários. Quanto</p><p>ao PIS e COFINS, incidem sobre a receita ou faturamento da empresa, e por fim, a CSLL</p><p>incide sobre o lucro auferido.</p><p>4.3 TAXAS</p><p>O CTN (1966) aborda as taxas a partir do seu artigo 77. Percebe-se que as taxas</p><p>podem ser de competência tanto da União, como dos Estados e Municípios:</p><p>Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito</p><p>Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas</p><p>atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder</p><p>de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público</p><p>específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua</p><p>disposição.</p><p>Como o “INSS” começa com a letra “I”, muitas pessoas acreditam que</p><p>ele é considerado um imposto. No entanto, não confunda: INSS é uma</p><p>contribuição social, e é paga tanto pela empresa como pelo empregado.</p><p>NOTA</p><p>CONTRIBUIÇÕES INCIDEM SOBRE:</p><p>INSS : EMPREGADOR E TRABALHADOR</p><p>FGTS : EMPREGADOR</p><p>PIS E COFINS: RECEITAS E FATURAMENTO DO EMPREGADOR</p><p>CSLL: LUCRO</p><p>14</p><p>Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração</p><p>pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,</p><p>regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse</p><p>público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,</p><p>à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades</p><p>econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder</p><p>Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos</p><p>direitos individuais ou coletivos.</p><p>Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:</p><p>I - utilizados pelo contribuinte:</p><p>a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;</p><p>b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam</p><p>postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo</p><p>funcionamento;</p><p>II - específicos,</p><p>quando possam ser destacados em unidades</p><p>autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;</p><p>III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por</p><p>parte de cada um dos seus usuários (CTN, 1966, s.p.).</p><p>Sobre as taxas, analise a Figura 3, que representa um mapa mental sobre o</p><p>assunto:</p><p>FIGURA 3 – MAPA MENTAL SOBRE TAXA</p><p>FONTE: Entendeu direito (2021, s.p.).</p><p>TAXA: UM TRIBUTO PAGO POR UM SERVIÇO QUE UTILIZAMOS OU ESTA A NOSSA DISPOSIÇÃO E QUE GERA DESPESA AO PODER PUBLICO.</p><p>COLETA DE LIXO</p><p>LICENÇA PARA FUNCIONAMENTO</p><p>TAXA É COBRADA PELOS ORGÃOS PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DOS MESMOS</p><p>BASE DE CALCULO APENAS O ESTADO DEFINE, POIS É SOBRE O RESSARCIENTO DO VALOR DOS GASTOS, E NÃO PODE SER COBRADA DA MESMA FORMA QUE OS IMPOSTOS.</p><p>15</p><p>4.4 CUMULATIVIDADE E NÃO CUMULATIVIDADE</p><p>Conforme estudamos no Tópico 3.5, em alguns casos existe a possibilidade</p><p>do crédito fiscal. O crédito fiscal está diretamente ligado à cumulatividade e não</p><p>à cumulatividade de um tributo e é de suma importância compreendermos esses</p><p>conceitos antes de irmos para o Tópico 2.</p><p>Quando um tributo é cumulativo, ele não possibilita a compensação dos valores</p><p>pagos referentes a operações anteriores. Ou seja: se uma empresa adquirir mercadorias</p><p>para estoque e pagar esse estoque PIS ou COFINS ao fornecedor, no regime cumulativo</p><p>a empresa não poderá compensar esse valor pago de tributos. É um valor que compõe</p><p>o custo da mercadoria, neste caso. Vamos a um exemplo:</p><p>No mês de abril de X1, uma empresa no regime em que PIS e COFINS são</p><p>cumulativos adquiriu mercadorias à vista para estoque no valor de R$ 26.000,00.</p><p>Supondo que o valor de PIS totalizou R$ 169,00 e o de COFINS R$ 780,00, como fica a</p><p>contabilização dessa compra?</p><p>D – Estoque R$ 26.000,00</p><p>C – Caixa R$ 26.000,00</p><p>Ainda em abril, digamos que a empresa vendeu todo esse estoque por</p><p>R$ 72.000,00 a prazo e que nesta venda houve a incidência de R$ 468,00 de PIS e</p><p>R$ 2.160,00 de COFINS para a empresa recolher aos cofres públicos, como fica a</p><p>contabilização dessa venda?</p><p>D – Clientes (AC) R$ 72.000,00</p><p>C – Receita de vendas (DR) R$ 72.000,00</p><p>D – CMV (DR) R$ 26.000,00</p><p>C – Estoque (AC) R$ 26.000,00</p><p>D – PIS s/ vendas (DR) R$ 468,00</p><p>C – PIS a recolher (PC) R$ 468,00</p><p>D – COFINS s/ vendas (DR) R$ 2.160,00</p><p>C – COFINS a recolher (PC) R$ 2.160,00</p><p>Perceba que, independente dos tributos pagos na compra, tudo foi contabilizado</p><p>no estoque. No caso da venda, perceba que todo o valor da compra do estoque se</p><p>transformou em custo da mercadoria vendida no momento da venda de mercadorias.</p><p>Além disso, os valores de R$ 468 e R$ 2.160 deverão ser pagos integralmente, pois há</p><p>valores a compensar.</p><p>Por outro lado, em casos de não cumulatividade há a possibilidade de aprovei-</p><p>tamento de tributos pagos em operações anteriores. Esse aproveitamento ocorre com a</p><p>compensação deles nos tributos a pagar nas vendas. Vejamos o mesmo exemplo anterior,</p><p>mas agora em uma empresa no regime de não cumulatividade para o PIS e COFINS.</p><p>CUMULATIVO : NÃO GERA CRÉDITO FISCAL, IMPOSTOS PAGOS NESSE REGIME SÃO VALORES QUE COMPÕEM O CUSTO DA MERCADORIA</p><p>16</p><p>No mês de abril de X1, uma empresa no regime em que PIS e COFINS são não</p><p>cumulativos adquiriu mercadorias à vista para estoque no valor de R$ 26.000,00.</p><p>Supondo que o valor de PIS totalizou R$ 429,00 e o de COFINS R$ 1.975, como fica a</p><p>contabilização dessa compra?</p><p>D – Estoque R$ 23.596,00</p><p>D – PIS a recuperar R$ 429,00</p><p>D – COFINS a recuperar R$ 1.975,00</p><p>C – Caixa R$ 26.000,00</p><p>Ainda em abril, digamos que a empresa vendeu todo esse estoque por R$</p><p>72.000,00 a prazo e que nesta venda houve a incidência de R$ 1.188,00 de PIS e</p><p>R$ 5.472,00 de COFINS para a empresa recolher aos cofres públicos, como fica a</p><p>contabilização dessa venda?</p><p>D – Clientes (AC) R$ 72.000,00</p><p>C – Receita de vendas (DR) R$ 72.000,00</p><p>D – CMV (DR) R$ 23.596,00</p><p>C – Estoque (AC) R$ 23.596,00</p><p>D – PIS s/ vendas (DR) R$ 1.188,00</p><p>C – PIS a recolher (PC) R$ 1.188,00</p><p>D – COFINS s/ vendas (DR) R$ 5.472,00</p><p>C – COFINS a recolher (PC) R$ 5.472,00</p><p>QUADRO 5 – APURAÇÃO DOS TRIBUTOS</p><p>PIS COFINS</p><p>Débitos R$ 1.188 R$ 5.472</p><p>Créditos R$ 429 R$ 1.975</p><p>Valor a recolher R$ 759 R$ 3.497</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Contabilização de Transferência do saldo a recuperar para o saldo a recolher:</p><p>D – PIS a recolher R$ 429</p><p>D – COFINS a recolher R$ 1.975</p><p>C – PIS a recuperar R$ 429</p><p>C – COFINS a recuperar R$ 1.975</p><p>NA COMPRA GERA CRÉDITOS</p><p>PARA PODER COMPENSAR NOS TRIBUTOS GERADOS NAS VENDAS DA EMPRESA.</p><p>17</p><p>TABELA 1 – CÁLCULOS</p><p>D PIS A RECUPERAR (AC) C</p><p>1 R$ 429,00 R$ 429,00 3</p><p>R$ -</p><p>D PIS A RECOLHER (PC) C</p><p>3 R$ 429,00 R$ 1.188,00 2</p><p>R$ 759,00</p><p>D COFINS A RECUPERAR (AC) C</p><p>1 R$ 1.975,00 R$ 1.975,00 3</p><p>R$ -</p><p>D COFINS A RECOLHER (PC) C</p><p>3 R$ 1.975,00 R$ 5.472,00 2</p><p>R$ 3.497,00</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Percebeu a diferença deste exemplo de não cumulatividade para o de</p><p>cumulatividade? Neste caso, a possibilidade do crédito fiscal faz com que utilizemos</p><p>contas de “Tributos a Recuperar” que são contas do Ativo e significam que a empresa</p><p>tem um direito de recuperar esses tributos nas próximas etapas de suas atividades. Os</p><p>valores a recuperar são descontados do Estoque, ou seja: vai para o Estoque a diferença</p><p>entre o valor total da nota fiscal e os tributos a recuperar.</p><p>No momento da venda, percebe-se que o custo da mercadoria vendida é menor,</p><p>já que os tributos recuperáveis não compuseram o custo do Estoque no momento da</p><p>compra.</p><p>Ao final do mês de abril de X1 a empresa faz uma contabilização de transferência</p><p>dos saldos a recuperar, visto que todo o valor que constava na conta foi utilizado para</p><p>abater dos tributos a recolher. No entanto, nem sempre o valor de tributos a recuperar fica</p><p>A RECUPERAR : REGIME NÃO CUMULATIVO : TEM DIREITO DE RECUPERAR EM VENDAS ESSE TRIBUTO QUE FOI PAGO INICIALMENTE NA AQUISIÇÃO DE MERCADORIA</p><p>18</p><p>zerado no final do mês: nos casos em que a empresa tem menos valores a recolher do que a</p><p>recuperar, faz-se a transferência dos saldos, mas o valor remanescente na conta de tributo</p><p>a recuperar é transportado para o mês seguinte, podendo ser utilizado normalmente.</p><p>Conforme comentado anteriormente, o que define se um tributo será cumulativo</p><p>ou não cumulativo é o regime de tributação no qual ele está enquadrado. Importante</p><p>comentar que um tributo pode ser cumulativo em um regime e não cumulativo em</p><p>outro. Vejamos o Quadro 6, que resume os tributos cumulativos e não cumulativos em</p><p>cada regime de tributação.</p><p>QUADRO 6 – CUMULATIVIDADE E NÃO CUMULATIVIDADE</p><p>Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional</p><p>Cumulativo</p><p>Não</p><p>Cumulativo</p><p>Cumulativo</p><p>Não</p><p>Cumulativo</p><p>Cumulativo</p><p>Não</p><p>Cumulativo</p><p>ISS</p><p>PIS, COFINS,</p><p>ICMS, IPI.</p><p>ISS, PIS,</p><p>COFINS</p><p>ICMS, IPI. Todos -</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Identifica-se no Quadro 6 que o ISS é sempre cumulativo, independente do</p><p>regime. O Lucro Real é o regime que mais possibilita créditos, sendo possível de PIS,</p><p>COFINS, ICMS e IPI. No Lucro Presumido, apenas ICMS e IPI são não cumulativos. Já no</p><p>Simples Nacional, todos os tributos são cumulativos, ou seja, não há créditos fiscais no</p><p>Simples Nacional.</p><p>No exemplo prático que utilizamos, consideramos créditos da compra de</p><p>mercadorias para o estoque, mas existem muitas outras hipóteses de que dão direito</p><p>ao crédito. Essas hipóteses variam conforme o tributo, de acordo com o que se pode ver</p><p>no Quadro 7:</p><p>NÃO GERA CRÉDITO FISCAL</p><p>GERA CRÉDITO FISCAL</p><p>NÃO GERA</p><p>GERA CRÉDITO</p><p>NENHUM GERA</p><p>CRÉDITO</p><p>IMPORTANTE:</p><p>REGIMES TRIBUTÁRIOS E REGIMES DE CUMULATIVIDADE E NÃO CUMULATIVIDADE APLICADOS:</p><p>LUCRO REAL: REGIME QUE MAIS GERA CRÉDITOS</p><p>SIMPLES NACIONAL: NÃO HÁ CREDITOS FISCAIS</p><p>ATIVO IMOBILIZADO: CONJUTO DE BENS TANGIVEIS QUE GERAM RENDA</p><p>EX: TERRENOS, EDIFICIOS, CONSTRUÇÕES EM ANDAMENTO, MAQUINAS, EQUIPAMENTO, MOVEIS E UTENSILIOS, VEICULOS ETC...</p><p>19</p><p>QUADRO 7 – OPERAÇÕES QUE DÃO DIREITO A CRÉDITO NA NÃO CUMULATIVIDADE</p><p>ICMS IPI PIS e COFINS</p><p>• Operações de que tenha</p><p>resultado a entrada de mer-</p><p>cadoria no estabelecimen-</p><p>to, ao ativo</p><p>imobilizado, ou</p><p>o recebimento de serviços</p><p>de transporte interestadual</p><p>e intermunicipal ou de co-</p><p>municação.</p><p>• Entrada de energia elétrica</p><p>quando consumida no</p><p>processo de industrialização.</p><p>• Entrada de matéria-prima,</p><p>produto intermediário, ma-</p><p>terial de embalagem.</p><p>• Bens adquiridos para revenda;</p><p>• Bens e serviços utilizados</p><p>como insumos na prestação</p><p>de serviço e na fabricação</p><p>de bens;</p><p>• Energia elétrica consumida</p><p>no estabelecimento;</p><p>• Aluguéis de prédios pagos</p><p>a pessoa jurídica;</p><p>• Bens do ativo imobilizado.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Percebe-se que ICMS e IPI têm possibilidades diferentes de aproveitamento de</p><p>crédito fiscal. Enquanto o ICMS dá esse direito quando ocorre entrada de mercadoria,</p><p>ativo imobilizado, serviços de transporte e comunicação e ainda energia elétrica</p><p>(neste caso para as indústrias), o IPI dá direito na compra de matéria-prima, produtos</p><p>intermediários e material de embalagem.</p><p>Já o PIS e a COFINS têm possibilidades iguais (nos próximos tópicos veremos</p><p>que, inclusive, eles possuem a mesma base de cálculo) para crédito fiscal: sejam os bens</p><p>adquiridos para revenda, como os insumos, energia elétrica (nesse caso, independe se</p><p>é uma indústria, comércio ou prestadora de serviço), aluguel pago a pessoa jurídica e</p><p>bens do ativo imobilizado.</p><p>É importante ressaltar que quando o ativo imobilizado é mencionado, está se</p><p>referindo ao ativo ligado diretamente à atividade fim da empresa que dá direito a crédito</p><p>fiscal. Ou seja: não são todos os imobilizados que darão direito a crédito e o contador</p><p>deve analisar cada situação.</p><p>APENAS ATIVOS QUE ESTÃO DIRETAMENTE LIGADOS A ATIVIDADE FIM DA EMPRESA QUE DÃO DIREITO A CRÉDITO</p><p>20</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Contabilidade tributária é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na</p><p>prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação</p><p>tributária, de forma simultânea e adequada.</p><p>• Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se</p><p>possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada</p><p>mediante atividade administrativa plenamente vinculada.</p><p>• Os tributos possuem elementos importantes, sendo: fato gerador, contribuinte, base</p><p>de cálculo, alíquota, crédito, compensação e pagamento.</p><p>• A Constituição Federal e suas Emendas Constitucionais são a lei máxima, mas que</p><p>leis complementares e ordinárias complementam os assuntos não abordados nelas.</p><p>• O Código Tributário Nacional norteia as principais questões tributárias no Brasil.</p><p>• O Sistema Tributário Nacional são todos os impostos, taxas e contribuições.</p><p>• Impostos, taxas e contribuições são espécies de tributos.</p><p>• Os impostos federais são: de importação, exportação, propriedade territorial rural, de</p><p>renda, sobre produtos industrializados, sobre operações financeiras.</p><p>• Os impostos estaduais são: sobre causa mortis e doação, mercadorias e serviços de</p><p>transporte e comunicação, sobre veículos automotores.</p><p>• Os impostos municipais são: sobre transmissão de bens imóveis, propriedade</p><p>territorial urbana e sobre serviços.</p><p>• Todas as contribuições são federais: PIS, COFINS, INSS, FGTS, CSLL.</p><p>• As taxas podem ser tanto federais, como municipais e estaduais.</p><p>• Os tributos cumulativos não dão direito a crédito fiscal. Os tributos não cumulativos</p><p>dão e não compõem o custo de determinado bem ou mercadoria.</p><p>• Os tributos não cumulativos no Lucro Real são: PIS, COFINS, IPI e ICMS.</p><p>• Os tributos não cumulativos no Lucro Presumido são: IPI e ICMS.</p><p>• No Simples Nacional não há tributo não cumulativo.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>21</p><p>1 Aprendemos que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão</p><p>instituir tributos, e que cabe à lei complementar dispor sobre conflitos de competência,</p><p>em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.</p><p>Nesse sentido, classifique os tributos em federais, estaduais ou municipais (ou todos):</p><p>Tributo Federal Estadual Municipal</p><p>ISS</p><p>IPVA</p><p>IRPJ</p><p>De Limpeza Pública</p><p>PIS</p><p>COFINS</p><p>De Vistoria</p><p>CSLL</p><p>INSS</p><p>IRPF</p><p>ITBI</p><p>II</p><p>IE</p><p>ITCMD</p><p>De Funcionamento</p><p>ITR</p><p>IPTU</p><p>ICMS</p><p>FGTS</p><p>IPI</p><p>IOF</p><p>2 A partir das informações a seguir, faça a contabilização da compra, venda,</p><p>transferência de saldos (se houver) e indique quanto ficou a recolher de cada tributo,</p><p>em uma empresa do regime cumulativo para PIS e COFINS e em uma empresa do</p><p>regime não cumulativo para PIS e COFINS.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>TODOS</p><p>X</p><p>X</p><p>TODOS</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>TODOS</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>X</p><p>22</p><p>- Em setembro de X1, a empresa adquiriu à vista mercadorias para revenda no valor de</p><p>R$ 20.000,00. Nessa compra ela pagou R$ 330 de PIS e R$ 1.520 de COFINS.</p><p>- A empresa vendeu à vista todas as mercadorias adquiridas por R$ 35.000. Na venda</p><p>houve a incidência de R$ 577,50 de PIS e R$ 2.660,00 de COFINS.</p><p>Lançamentos Contábeis no REGIME CUMULATIVO:</p><p>Compra:</p><p>Venda:</p><p>Transferência de saldo de tributos ao final do mês:</p><p>PIS a recolher:</p><p>COFINS a recolher:</p><p>Lançamentos Contábeis no REGIME NÃO CUMULATIVO:</p><p>Compra:</p><p>Venda:</p><p>Transferência de saldo de tributos ao final do mês:</p><p>PIS a recolher:</p><p>COFINS a recolher:</p><p>3 Algumas empresas possuem o direito de acumular créditos fiscais decorrentes do</p><p>pagamento de tributos na aquisição de mercadorias, insumos e outras operações.</p><p>Apenas empresas que estão em regimes “não cumulativos” do tributo possuem</p><p>direito a esse crédito. No que se refere às possibilidades de crédito no regime não</p><p>cumulativo, assinale a alternativa CORRETA que contém somente tributos passíveis</p><p>de creditamento:</p><p>a) ( ) PIS, COFINS, ISS, IPI.</p><p>b) ( ) PIS, COFINS, ICMS, IPI.</p><p>c) ( ) PIS, COFINS, ISS, ICMS.</p><p>d) ( ) PIS, COFINS, ISS, TAXAS.</p><p>4 Sabemos que os tributos são desembolsos consideráveis para as empresas, e para um</p><p>cálculo e apuração corretos, devemos compreender as características importantes</p><p>de cada tributo. É por isso que antes de calcular, deve-se compreender os elementos</p><p>do tributo. Sobre os elementos dos tributos, analise as sentenças a seguir:</p><p>X</p><p>D : 20,000 ESTOQUE C: CAIXA</p><p>35,000</p><p>330</p><p>1520</p><p>20000</p><p>23</p><p>I- Fato gerador, compensação e pagamento, são alguns exemplos de elementos de</p><p>tributos.</p><p>II- Crédito, alíquota e base de cálculo, são alguns exemplos de elementos de tributos.</p><p>III- Contribuinte, fato gerador e alíquota são alguns exemplos de elementos de tributos.</p><p>IV- Base de cálculo, apuração e compensação, são alguns exemplos de elementos de</p><p>tributos.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.</p><p>b) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.</p><p>c) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.</p><p>5 O funcionamento do Sistema Tributário Nacional é pautado no recolhimento de</p><p>tributos, com o objetivo de financiar as atividades do Estado, como melhorias nos</p><p>serviços prestados à população, investimentos em infraestruturas e pagamentos dos</p><p>salários dos servidores (IBPT EDUCAÇÃO, 2019). Sobre do que se compõem o Sistema</p><p>Tributário nacional, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Tributos, taxas e contribuições de melhoria.</p><p>b) ( ) Impostos, alíquotas e taxas.</p><p>c) ( ) Impostos, taxas e contribuições de melhoria.</p><p>d) ( ) Impostos, taxas e cumulatividade.</p><p>X</p><p>X</p><p>24</p><p>25</p><p>TRIBUTAÇÃO SOBRE O FATURAMENTO E</p><p>CONTABILIZAÇÃO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos todos os tributos incidentes sobre o</p><p>faturamento e as contabilizações envolvidas nas diversas operações que incidem sobre</p><p>esses tributos. O faturamento é todo o valor gerado pela empresa em determinado</p><p>período, são os valores de vendas e prestação de serviços.</p><p>Inicialmente, é o imposto sobre serviços que será abordado. O ISS é um imposto</p><p>municipal incidente sobre serviços prestados. Também estudaremos o ICMS, que é</p><p>um imposto estadual, incidente sobre diversas operações envolvendo mercadorias,</p><p>prestação de serviços de transporte interestadual e estadual e serviços onerosos de</p><p>comunicação.</p><p>Em seguida, o IPI será estudado. Ele é um imposto</p><p>que incide sobre produtos</p><p>industrializados, mas está diretamente ligado ao faturamento da empresa. Por fim, serão</p><p>abordados PIS e COFINS, que são tributos federais incidentes sobre o faturamento das</p><p>empresas.</p><p>2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS</p><p>Já aprendemos que o ISS é o Imposto sobre Serviços e que ele é um imposto</p><p>de competência municipal. No entanto, ainda não vimos quais são os seus elementos e</p><p>legislação específicos. De um modo geral, o ISS é um imposto sobre o faturamento</p><p>das empresas prestadoras de serviços. Um comércio ou uma indústria que não</p><p>tenham atividade de serviços, não terão ISS.</p><p>2.1 PARTE TEÓRICA</p><p>Vamos começar pela Constituição Federal? Já sabemos que o artigo 156</p><p>menciona o ISS no inciso III:</p><p>Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,</p><p>definidos em lei complementar (BRASIL, 1988).</p><p>Ademais, sobre o ISS, a CF (1988) comenta que:</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 -</p><p>CONTINUAR DAQUI 31/05</p><p>26</p><p>§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,</p><p>cabe à lei complementar:</p><p>I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;</p><p>II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.</p><p>III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e</p><p>benefícios fiscais serão concedidos e revogados (BRASIL, 1988).</p><p>Vemos que a própria Constituição menciona que é uma lei complementar que irá</p><p>dizer quais as alíquotas que devem ser utilizadas e já adianta que não haverá incidência em</p><p>exportações de serviços. Para isso, foi criada a Lei Complementar 116/2003, que dispõe</p><p>sobre o Imposto Sobre Serviços, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá</p><p>outras providências. É importante compreender que como o ISS é um imposto municipal,</p><p>cada cidade terá a sua própria lei para o imposto, seguindo a Lei nº 116.</p><p>Partindo do entendimento que os elementos dos tributos são importantes,</p><p>iniciaremos os estudos pelo fato gerador do ISS. Qual é? Conforme o artigo 1º da Lei nº</p><p>116/2003, o ISS tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista</p><p>anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.</p><p>Além disso, incide também sobre o serviço proveniente do exterior do país ou cuja</p><p>prestação se tenha iniciado no exterior dele.</p><p>Como mencionado anteriormente, existem as não incidências de ISS, conforme</p><p>o artigo 2º da Lei nº 116/2003:</p><p>Art. 2o O imposto não incide sobre:</p><p>I - as exportações de serviços para o exterior do País;</p><p>II - a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores</p><p>avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de</p><p>conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-</p><p>gerentes e dos gerentes-delegados;</p><p>III - o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários,</p><p>o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos</p><p>moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições</p><p>financeiras.</p><p>Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços</p><p>desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o</p><p>pagamento seja feito por residente no exterior (BRASIL, 2003).</p><p>As não incidências de ISS estão relacionadas às exportações de serviços para</p><p>o exterior, no entanto, há que analisar se os resultados dos serviços desenvolvidos</p><p>no Brasil já foram aqui verificados: se sim, haverá incidência. Ademais, não incide ISS</p><p>sobre as relações de emprego, entre diretores e conselheiros de empresas, e o valor</p><p>intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários.</p><p>O artigo 5º aborda sobre o contribuinte, em que: contribuinte é o prestador do</p><p>serviço. Isso quer dizer que quem paga efetivamente o tributo é quem está prestando o</p><p>serviço para alguém.</p><p>27</p><p>Continuando com os elementos do ISS, a base de cálculo dele é o preço do</p><p>serviço. No que se refere à alíquota, a Lei nº 116 (2003) afi rma que pode variar:</p><p>Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer</p><p>Natureza são as seguintes:</p><p>I - (VETADO)</p><p>II - demais serviços, 5%.</p><p>Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer</p><p>Natureza é de 2% (BRASIL, 2003).</p><p>A partir disso vemos que a alíquota do ISS pode variar entre 2% a 5%. Quem</p><p>defi ne as alíquotas exatas para cada serviço é a lei do ISS de cada município. As alíquotas</p><p>podem ser diferentes de cidade para cidade.</p><p>Quanto ao crédito e compensação, eles não existem no ISS, pois é um tributo</p><p>cumulativo. Quanto ao pagamento, varia conforme cada município, mas de um modo</p><p>geral, é um imposto mensal. A data de vencimento do ISS também varia conforme cada</p><p>município da federação preferir.</p><p>Cabe comentar sobre mais dois artigos da Lei nº 116/2003. O artigo 3º da Lei</p><p>do ISS é muito importante. Ele menciona casos de exceção sobre em que local o ISS</p><p>será devido. De um modo geral: o serviço considera-se prestado e o imposto devido</p><p>no local do estabelecimento do prestador. No entanto, cada município, a partir da</p><p>sua própria lei, vai defi nir quais são essas exceções à regra. Nesse sentido, o ISS das</p><p>exceções é devido no local do estabelecimento do tomador, ou seja: na cidade de</p><p>quem contratou o serviço.</p><p>Todavia, essas exceções podem gerar alguns problemas se o prestador e o</p><p>tomador forem de cidades diferentes. Por exemplo: se uma empresa do Rio de Janeiro</p><p>presta um serviço que é exceção do artigo 3º para uma empresa de São Paulo, signifi ca</p><p>que a empresa de RJ terá que pagar o ISS para a cidade de São Paulo. No entanto,</p><p>para fazer esse pagamento, as empresas precisam ter uma inscrição municipal naquela</p><p>cidade e muitas vezes nem sabem que necessitam disso. Por causa dessas situações,</p><p>geram-se problemas com o fi sco como com a contabilidade.</p><p>Para evitar que essas situações aconteçam, existe o artigo 6º da Lei nº 116. Ele</p><p>menciona que os municípios, a partir das suas leis, poderão atribuir a responsabilidade do</p><p>tributo para terceira pessoa, ou seja: o tomador é que deve pagar o tributo nesses casos.</p><p>A empresa Uni Serviços Ltda. prestou um serviço para a Joana Ferreira. Nesse</p><p>caso, quem é o contribuinte do ISS? De um modo geral, o contribuinte é a</p><p>empresa Uni Serviços Ltda.</p><p>NOTA</p><p>28</p><p>A Lei nº 116 traz em seu artigo 6º diversos serviços em que o tomador é o responsável</p><p>pelo pagamento, no entanto, vale lembrar que cada município deverá decidir quais</p><p>serviços serão tributados dessa forma.</p><p>Assim, ao utilizarmos o exemplo anterior da empresa do RJ que prestou um serviço</p><p>de exceção em SP, é a empresa paulistana que terá que pagar o ISS para a sua cidade, e</p><p>não mais a empresa do RJ. Dessa forma, diminuem-se as burocracias na prestação de</p><p>determinados serviços em cidades diferentes.</p><p>Agora que já aprendemos a principal lei que regulamenta o ISS, confi ra o resumo</p><p>dos elementos desse imposto no Quadro 8:</p><p>QUADRO 8 – ELEMENTOS DO ISS</p><p>Fato Gerador Contribuinte</p><p>Base de</p><p>Cálculo</p><p>Alíquota</p><p>Crédito e</p><p>compensação</p><p>Pagamento</p><p>Prestação de</p><p>serviços</p><p>O prestador de</p><p>serviços, salvo as</p><p>exceções do artigo 6º</p><p>conforme legislado por</p><p>cada município.</p><p>Preço do</p><p>serviço</p><p>De 2% a</p><p>5%. Cada</p><p>município</p><p>defi ne.</p><p>Não há,</p><p>pois o ISS é</p><p>cumulativo.</p><p>Mensal.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Entendido tudo sobre a parte teórica do ISS, vamos para a parte prática e colocar</p><p>a mão na massa? Ou melhor: colocar a mão nos débitos e créditos.</p><p>2.2 PARTE PRÁTICA</p><p>O conhecimento sobre tributos é muito importante para as empresas, seja</p><p>por representarem uma alta porcentagem das despesas mensais, como também por</p><p>impactar na contabilidade e no atendimento ao fi sco. Vejamos como esse impacto na</p><p>contabilidade acontece.</p><p>Para conhecer e estudar a Lei Complementar nº 116/2003 na íntegra,</p><p>acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm.</p><p>DICA</p><p>29</p><p>Vamos supor que a empresa Só Serviços Ltda. presta serviços de consultoria. Na</p><p>cidade em que a empresa está situada, a alíquota de ISS sobre serviços de consultoria é</p><p>3%. Além disso, esse serviço não é uma exceção do artigo 3º e 6º da Lei Complementar</p>

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