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<p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico</p><p>de Legislação Tributária Municipal</p><p>Autor:</p><p>05 de Dezembro de 2022</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>Introdução ......................................................................................................................................... 2</p><p>1 – O ITBI na CF/88 .......................................................................................................................... 2</p><p>1.1 - Aspectos Gerais ..................................................................................................................... 2</p><p>1.2 - Jurisprudência relevante sobre o ITBI ................................................................................... 7</p><p>2 – ITBI no CTN. Regra-Matriz do ITBI ............................................................................................ 12</p><p>2.1 - Aspecto Material ................................................................................................................. 12</p><p>2.2 - Aspecto Espacial ................................................................................................................. 21</p><p>2.3 - Aspecto Temporal ............................................................................................................... 21</p><p>2.4 - Aspecto Pessoal .................................................................................................................. 21</p><p>2.5 - Aspecto Quantitativo .......................................................................................................... 22</p><p>Questões Comentadas ................................................................................................................... 25</p><p>Lista de Questões ........................................................................................................................... 40</p><p>Gabarito .......................................................................................................................................... 47</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>2</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, pessoal! Tudo beleza?</p><p>Após termos estudado o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU),</p><p>passaremos ao estudo do Imposto Sobre a Transmissão Inter Vivos, por ato oneroso, de bens</p><p>imóveis e de direitos reais a eles relativos, exceto os de garantia (ITBI).</p><p>No capítulo inicial, estudaremos o ITBI de uma forma geral, enquanto no segundo capítulo,</p><p>veremos os dispositivos do CTN acerca do nosso imposto e detalharemos cada um dos aspectos</p><p>que compõem a sua regra-matriz de incidência tributária.</p><p>1 – O ITBI NA CF/88</p><p>1.1 - Aspectos Gerais</p><p>O ITBI, até a edição da CF/88, era um imposto de competência estadual e englobava as</p><p>transmissões inter vivos de bens imóveis realizadas a qualquer título, por ato oneroso ou gratuito.</p><p>Vejamos o texto da Constituição Federal de 1967:</p><p>CF/67</p><p>Art. 23. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:</p><p>I - transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por natureza e acessão física e</p><p>de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como sobre a cessão</p><p>de direitos à sua aquisição; e</p><p>No mesmo sentido dispõe o CTN, em seu art. 35 (dispositivo que não foi integralmente</p><p>recepcionado pelo atual ordenamento jurídico):</p><p>CTN</p><p>Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens</p><p>imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>3</p><p>I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens</p><p>imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;</p><p>II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os</p><p>direitos reais de garantia;</p><p>III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.</p><p>Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores</p><p>distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.</p><p>Apesar da observação acerca da não recepção integral do dispositivo, recomendo que o</p><p>memorizem, pois é possível que ele seja cobrado de forma literal em provas de legislação.</p><p>Com a edição da Constituição de 1988, o ITBI foi “dividido”. As transmissões inter vivos</p><p>realizadas a título oneroso passaram a pertencer à competência tributária dos municípios, enquanto</p><p>aquelas realizadas a título gratuito (além das transmissões causa mortis) ficaram sob a competência</p><p>tributária estadual (que ainda alcança as referidas transmissões de bens móveis).</p><p>Dito isso, passemos aos dispositivos constitucionais acerca do ITBI, presentes na atual Carta</p><p>Magna:</p><p>CF/88</p><p>Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,</p><p>por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de</p><p>garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;</p><p>§ 2º O imposto previsto no inciso II:</p><p>I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio</p><p>de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou</p><p>direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,</p><p>salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil;</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>4</p><p>II - compete ao Município da situação do bem.</p><p>Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma</p><p>agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia</p><p>e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do</p><p>valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua</p><p>emissão, e cuja utilização será definida em lei.</p><p>§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de</p><p>transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.</p><p>Diferentemente do ITCMD – imposto de competência estadual –, como já exposto, o ITBI incide</p><p>sobre transmissões inter vivos onerosas de bens imóveis e direitos a eles relativos (excetuados os</p><p>reais de garantia). Vejamos, abaixo, algumas diferenças entre ambos os impostos:</p><p>ITCMD ITBI</p><p>Alcança transmissões causa mortis e</p><p>inter vivos gratuitas</p><p>Alcança transmissões inter vivos</p><p>onerosas</p><p>Alcança as transmissões de</p><p>quaisquer bens – móveis e imóveis</p><p>– e direitos a eles relativos</p><p>Alcança, apenas, as transmissões de</p><p>bens imóveis e direitos a eles relativos,</p><p>exceto os direitos reais de garantia</p><p>Com base nesse quadrinho, podemos perceber que as transmissões inter vivos onerosas de bens</p><p>móveis não se sujeitam à incidência de nenhum dos dois impostos.</p><p>Outro ponto interessante é que a CF/88 determina que o ITBI não incidirá sobre direitos reais de</p><p>garantia relativos a bens imóveis (p.ex.: hipoteca e anticrese). Logo, os referidos direitos estão fora</p><p>do campo de incidência do nosso imposto.</p><p>Vocês devem lembrar que, tanto para o IPTU, quanto para o ITBI, a base de cálculo é o valor</p><p>venal do bem imóvel. Já esqueceram ?</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>5</p><p>“TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - ITBI x IPTU - APURAÇÃO VINCULADA</p><p>DOS VALORES DESSES IMPOSTOS - DESCABIMENTO - PRECEDENTES. 1. Esta</p><p>Corte firmou o entendimento de que a forma de apuração da base de cálculo e a</p><p>modalidade de lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão que</p><p>do CTN, o legislador fala de</p><p>responsabilidade por tributos. Então as multas certamente estariam de fora, não ?”</p><p>Cuidado. Vejamos, agora, o art. 129 do CTN:</p><p>CTN:</p><p>Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários</p><p>definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela</p><p>referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos</p><p>a obrigações tributárias surgidas até a referida data.</p><p>Adivinhem em qual seção está o art. 132 ? Na mesma que a do art. 129. Logo, apesar de aquele</p><p>artigo se referir apenas a “tributos”, este último dispositivo diz que o mesmo se aplica aos</p><p>“créditos tributários”. E nesse caso, estão incluídas as multas e demais acréscimos (juros e</p><p>atualização monetária).</p><p>E quais multas se incluem aqui ? Punitivas ? Moratórias ? Ambas ?</p><p>Vamos dar uma olhada no entendimento do STJ:</p><p>“TRIBUTÁRIO. EMPRESA INCORPORADORA. SUCESSÃO.</p><p>RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO SUCESSOR. MULTA FISCAL (MORATÓRIA).</p><p>APLICAÇÃO. ARTS. 132 E 133, DO CTN. PRECEDENTES. 1. Recurso Especial</p><p>interposto contra v. Acórdão segundo o qual não se aplicam os arts. 132 e 133, do</p><p>CTN, tendo em vista que multa não é tributo, e, mesmo que se admita que multa</p><p>moratória seja ressalvada desta inteligência, o que vem sendo admitido pelo STJ,</p><p>in casu trata-se de multa exclusivamente punitiva, uma vez que constitui sanção</p><p>pela não apresentação do livro diário geral. 2. Os arts. 132 e 133, do CTN, impõem</p><p>ao sucessor a responsabilidade integral tanto pelos eventuais tributos devidos</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>34</p><p>quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter moratório ou punitivo. A multa</p><p>aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo</p><p>ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece</p><p>como responsável. Portanto, é devida a multa, sem se fazer distinção se é de</p><p>caráter moratório ou punitivo, visto ser ela imposição decorrente do não</p><p>pagamento do tributo na época do vencimento. 3. Na expressão "créditos</p><p>tributários" estão incluídas as multas moratórias. 4. A empresa, quando chamada</p><p>na qualidade de sucessora tributária, é responsável pelo tributo declarado pela</p><p>sucedida e não pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória. 5.</p><p>Precedentes das 1ª e 2ª Turmas desta Corte Superior e do colendo STF. 6. Recurso</p><p>provido” (STJ - REsp: 432049 SC 2002/0049948-2, Relator: Ministro JOSÉ</p><p>DELGADO, Data de Julgamento: 13/08/2002, T1 - PRIMEIRA TURMA).</p><p>Com isso, só nos resta como correta a opção B.</p><p>Gabarito: Letra B.</p><p>Outras bancas:</p><p>09. (CEBRASPE - PGM-João Pessoa/2018) A Procuradoria de determinado município foi</p><p>consultada acerca da incidência de ITBI sobre contratos de promessa de compra e venda</p><p>de imóvel e sobre aquisição de propriedade mediante usucapião.</p><p>De acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, é correto afirmar que</p><p>(A) não deverá haver incidência de ITBI em nenhuma das hipóteses.</p><p>(B) deverá haver incidência de ITBI apenas na primeira hipótese.</p><p>(C) deverá haver incidência de ITBI apenas na segunda hipótese.</p><p>(D) deverá haver incidência de ITBI em ambas as hipóteses.</p><p>(E) somente deverá haver incidência de ITBI no primeiro caso se houver pagamento de arras.</p><p>Comentários:</p><p>A questão traz duas situações que exigem o conhecimento da jurisprudência.</p><p>Sobre a primeira situação, devemos saber que não há que se falar na incidência do ITBI na</p><p>promessa de compra e venda do imóvel, mas, apenas, com o registro da venda junto ao Registro</p><p>Geral de Imóveis (RGI). Segue ementa do STJ nesse sentido:</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>35</p><p>“PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA.</p><p>DEVIDO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS. INCONFORMAÇÃO</p><p>COM A TESE ADOTADA. TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO GERADOR. PROMESSA DE</p><p>COMPRA E VENDA. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA 83/STJ. DECRETO 16.419/06.</p><p>LEI LOCAL. SÚMULA 280/STF. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a</p><p>prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com</p><p>enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. A jurisprudência</p><p>desta Corte firmou-se no sentido de que o fato gerador de ITBI é o registro</p><p>imobiliário da transmissão da propriedade do imóvel, sendo inexigível no contrato</p><p>de promessa de compra e venda. Incide, portanto, a Súmula 83/STJ. 3. Para se</p><p>aferir a procedência das alegações recursais, seria necessário proceder à</p><p>interpretação de norma local, a saber, o art. 2º do Decreto 16.419/2006. O exame</p><p>de normas de caráter local é inviável na via do recurso especial, em virtude da</p><p>vedação prevista na Súmula 280 do STF, segundo a qual, "por ofensa a direito</p><p>local, não cabe recurso extraordinário". Agravo regimental improvido”. (AgRg no</p><p>AREsp 813620/BA,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 2ª TURMA, Julgado em</p><p>17/12/2015).</p><p>No caso da usucapião, também não incide o ITBI, pois, nesse caso, estamos falando de uma</p><p>forma originária de aquisição do imóvel (em decorrência da posse ininterrupta e prolongada). Ou</p><p>seja, não há uma transmissão inter vivos (e nem de outro tipo). Portanto, não pode o legislador</p><p>municipal alterar o conceito desse instituto do direito privado, a fim de incluir essa forma de</p><p>aquisição como sujeita à incidência do ITBI.</p><p>Segue ementa de um julgado do Supremo nesse sentido:</p><p>“IMPOSTO DE TRANSMISSAO DE IMÓVEIS. ALCANCE DAS REGRAS DOS</p><p>ARTS. 23, INC. I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 35 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO</p><p>NACIONAL. USUCAPIAO. A OCUPAÇÃO QUALIFICADA E CONTINUADA QUE</p><p>GERA O USUCAPIAO NÃO IMPORTA EM TRANSMISSAO DA PROPRIEDADE DO</p><p>BEM. A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E VEDADA 'ALTERAR A DEFINIÇÃO, O</p><p>CONTEUDO E O ALCANCE DOS INSTITUTOS, CONCEITOS E FORMAS DE</p><p>DIREITO PRIVADO' (ART. 110 DO C.T.N.). REGISTRO DA SENTENÇA DE</p><p>USUCAPIAO SEM PAGAMENTO DO IMPOSTO DE TRANSMISSAO. RECURSO</p><p>PROVIDO, DECLARANDO-SE INCONSTITUCIONAL A LETRA 'H', DO INC. I, DO</p><p>ART. 1., DA LEI N. 5.384, DE27.12.66, DO ESTADO DE RIO GRANDE DO SUL.”</p><p>(STF - RE: 94580 RS, Relator: Djaci Falcao, Data de Julgamento: 30/08/1984,</p><p>Tribunal Pleno).</p><p>Gabarito: A.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>36</p><p>10. (VUNESP - Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP/Procurador Jurídico/2016) A empresa Alfa atua</p><p>no ramo de locação de veículos e incorporou um imóvel no valor de R$ 1.000.000,00 ao seu</p><p>patrimônio em realização de capitais. Por conta dessa operação viu-se forçada a recolher</p><p>aos cofres públicos o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis – ITBI, pela alíquota de 4%</p><p>sobre o valor do bem. Inconformada, a empresa ingressou com ação de repetição de</p><p>indébito pela qual objetiva a repetição do valor que entende indevido. Essa ação é de ser</p><p>julgada</p><p>(A) procedente, visto que a hipótese é de imunidade do imposto.</p><p>(B) procedente, visto que a hipótese é de exclusão do crédito tributário.</p><p>(C) procedente, visto que a alíquota aplicada não tem previsão em Resolução do Senado Federal.</p><p>(D) improcedente, visto que a atividade da empresa é de locação de bens.</p><p>(E) improcedente, visto que a ação intentada não se presta a essa discussão.</p><p>Comentários:</p><p>Assim dispõe o art. 156, §2º, da CF/88: “não incide sobre a transmissão de bens ou direitos</p><p>incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão</p><p>de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo</p><p>se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou</p><p>direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.”</p><p>Portanto, como a questão afirma que a empresa atua no ramo</p><p>de locação de veículos, não haverá</p><p>preponderância de atividade imobiliária (na prática, esse fato deve ser comprovado contabilmente,</p><p>após o prazo previsto no art. 37 do CTN).</p><p>Gabarito: A.</p><p>11. (VUNESP - TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2016) O imposto sobre a</p><p>transmissão Inter vivos de bens imóveis, de competência dos Municípios, deve ser recolhido</p><p>quando da lavratura de escritura de:</p><p>(A) alienação fiduciária de bem imóvel.</p><p>(B) constituição de garantia hipotecária.</p><p>(C) desincorporação de capital social em pagamento das cotas de sócio que se retira da sociedade.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>37</p><p>(D) doação de bem imóvel.</p><p>Comentários:</p><p>Está fora do campo de incidência do ITBI, nos termos do art. 156, II, da CF/88, a transmissão de</p><p>direitos reais sobre imóveis em garantia.</p><p>Nesse sentido, estão incorretas as alternativas “A” e “B”. A lei federal nº 9.514/97, em seu art.</p><p>17, esclarece que alienação fiduciária de coisa imóvel é uma das modalidades de possíveis</p><p>garantias das operações de financiamento imobiliário. Já o Código Civil em seu art. 1.419, elenca</p><p>a hipoteca entre os direitos reais que atuam como garantia de obrigação.</p><p>Já a alternativa “D” incorre em erro porque a doação está no campo de incidência do ITCMD,</p><p>de competência estadual (art. 155, I, da CF/88).</p><p>Quanto à alternativa “C”, não confunda com a previsão de não incidência constante no art. 36,</p><p>parágrafo único, do CTN, que dispõe acerca da não incidência do ITBI sobre a transmissão aos</p><p>mesmos alienantes, dos bens e direitos, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da</p><p>pessoa jurídica a que foram conferidos. Ou seja, na alternativa “C”, não se fala em transmissão ao</p><p>mesmo alienante do bem imóvel, mas sim pagamento com bem imóvel do sócio que deixa a</p><p>sociedade.</p><p>Gabarito: C.</p><p>12. (IOBV/Prefeitura de Chapecó – SC/Procurador Municipal/2016) Com relação ao Imposto</p><p>Municipal sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI é correto arguir que este poderá ́ ser</p><p>exigido:</p><p>(A) no ato que transfere por sucessão hereditária um bem imóvel.</p><p>(B) nos casos de permuta ou de doação.</p><p>(C) para a transferência de imóvel do sócio para a empresa quando em integralização de capital.</p><p>(D) nas transferências de titularidade advindas de imóveis arrematados ou adjudicados</p><p>judicialmente.</p><p>Comentários:</p><p>A transferência de bem imóvel por sucessão hereditária ou doação estão no campo de incidência</p><p>do ITCMD, de competência estadual (art. 155, I, da CF/88). Logo, as alternativas “A” e “B” estão</p><p>incorretas.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>38</p><p>Já a alternativa “C” apresenta fato que, a princípio, está amparado pela imunidade tributária</p><p>constante no art. 156, § 2º, I, da CF/88.</p><p>Assim sendo, apenas a alternativa “D” está correta.</p><p>Gabarito: D.</p><p>13. (CS-UFG/Prefeitura de Goiânia – GO/Procurador/2015) O “Imposto sobre transmissão inter</p><p>vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis”, de competência dos Municípios,</p><p>(A) tem função exclusivamente extrafiscal.</p><p>(B) é independente do princípio da anterioridade nonagesimal.</p><p>(C) é devido no Município da situação do bem.</p><p>(D) incide nas transmissões em que figurem como adquirente a igreja de qualquer culto, de bens</p><p>imóveis relacionados com suas finalidades essenciais.</p><p>Comentários:</p><p>De acordo com o art. 156, § 2º, II, da CF/88, o ITBI é devido ao Município da situação do bem.</p><p>A alternativa “A” está incorreta, porque o ITBI é, em regra, um imposto fiscal (que visa,</p><p>prioritariamente, a arrecadação tributária para os cofres municipais).</p><p>A opção “B” está errada, porque o ITBI não é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal</p><p>(e nem à anterioridade do exercício).</p><p>Já a assertiva “D” incorre em erro, porque se aplica a imunidade de impostos de que trata o art.</p><p>150, VI, “b”, da CF/88, para templos de qualquer culto (vimos isso na aula inicial do nosso curso).</p><p>Assim sendo, apenas a alternativa “C” está correta.</p><p>Gabarito: C.</p><p>14. (FGV/Prefeitura de Niterói – RJ/Agente Fazendário/2015) No Município de Niterói, o imposto</p><p>sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por</p><p>natureza ou acessão física, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua</p><p>aquisição - ITBIM, tem como fato gerador:</p><p>(A) arrematação de imóvel em hasta pública;</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>39</p><p>(B) doação de imóvel com reserva de usufruto;</p><p>(C) incorporação de imóvel ao patrimônio de pessoa jurídica em realização do seu capital;</p><p>(D) cessão de quotas do capital de sociedade cuja atividade preponderante é a compra e venda</p><p>de imóveis;</p><p>(E) instituição de hipoteca sobre o bem imóvel.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa “B” está no campo de incidência do ITCMD, de competência estadual (art. 155, I,</p><p>da CF/88).</p><p>A alternativa “C” apresenta caso de imunidade do ITBI, nos termos do art. 156, § 2º, I, da CF/88.</p><p>A alternativa “D” incorre em erro, porque a cessão de quotas de capital social não está no campo</p><p>de incidência do ITBI, pelo fato de envolver a transmissão de bens móveis.</p><p>Já a alternativa “E” está errada, porque a hipoteca é direito real de garantia e, portanto, está</p><p>fora do campo de incidência do ITBI.</p><p>Com isso, só nos resta a opção A como correta.</p><p>Gabarito: A.</p><p>15. (Inédita) Paulo conheceu Márcia em um cruzeiro que fizeram pelo Rio Amazonas. Em razão da</p><p>amizade que travaram, Paulo, domiciliado no Município de Manaus/AM, vendeu para</p><p>Márcia, domiciliada em Belém/PA, um apartamento localizado em bairro nobre do</p><p>Município de Belo Horizonte/MG, dando ensejo, com isso, à incidência do ITBI. A escritura</p><p>de venda e compra foi firmada em cartório localizado no Município de Santarém/PA. Assim</p><p>sendo, o imposto devido em razão desta venda será lançado e cobrado pelo Município de:</p><p>(A) Manaus, local de embarque para a realização do cruzeiro pelo Rio Amazonas.</p><p>(B) Belém, por ser o Município de domicílio da adquirente.</p><p>(C) Santarém, local em que foi firmada a escritura de venda e compra.</p><p>(D) Manaus, por ser o Município de domicílio do alienante.</p><p>(E) Belo Horizonte, por ser o Município de localização do imóvel.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>40</p><p>Comentários:</p><p>Questão com um enunciado grande, mas que bastava apenas saber que o ITBI é devido ao</p><p>Município da localização do bem (Belo Horizonte, portanto).</p><p>Gabarito: E.</p><p>16. (Inédita) Constituem direitos reais sobre os quais pode incidir o ITBI, exceto.</p><p>(A) superfície.</p><p>(B) habitação.</p><p>(C) usufruto.</p><p>(D) servidão.</p><p>(E) hipoteca.</p><p>Comentários:</p><p>Bastava saber que o ITBI não incide sobre direitos reais de garantia. Portanto, a hipoteca não é</p><p>alcançada pela incidência do imposto</p><p>Gabarito: E.</p><p>LISTA DE QUESTÕES</p><p>Banca FCC</p><p>01. (AFR-Teresina/2016 - adaptada) Relativamente aos impostos de competência municipal, a</p><p>Constituição Federal estabelece que o ITBI terá ́ suas alíquotas máximas e mínimas fixadas</p><p>em lei complementar.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>41</p><p>02. (DPE-SP/2015) Sobre impostos municipais:</p><p>(A) O imposto predial territorial urbano - IPTU e o imposto sobre transferência de bens imóveis -</p><p>ITBI compreendem alíquotas progressivas por autorização Constitucional.</p><p>(B) Incide o imposto sobre transferência de bens imóveis - ITBI ao final da ação de usucapião,</p><p>quando o pedido é julgado procedente</p><p>e o requerente obtém a propriedade imobiliária.</p><p>(C) O Município poderá majorar anualmente, mediante a edição de decreto, o valor venal dos</p><p>imóveis urbanos para fins de atualização monetária da base de cálculo do imposto predial</p><p>territorial urbano - IPTU, desde que não exceda ao percentual da inflação oficial.</p><p>(D) A apuração da base de cálculo dos impostos predial territorial urbano - IPTU e sobre a</p><p>transmissão de bens imóveis - ITBI e de direitos a eles relativos, é idêntica em consonância</p><p>com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>(E) Como regra, a modalidade de lançamento direto ou de ofício, previsto no artigo 149, do Código</p><p>Tributário Nacional, é a empregada tanto para o imposto predial urbano - IPTU quanto para</p><p>o imposto sobre a transmissão de bens imóveis - ITBI e de direitos a eles relativos.</p><p>03. (Juiz Substituto TJ/GO 2015) Sobre o ITBI é correto afirmar que:</p><p>(A) não incide sobre a promessa de compra e venda de bem imóvel.</p><p>(B) incide sobre a transmissão, a qualquer título, da propriedade de bens imóveis, por natureza ou</p><p>acessão física.</p><p>(C) não incide sobre a cessão de direitos relativos à transmissão de bens imóveis por ato inter vivos,</p><p>a título oneroso.</p><p>(D) é um imposto de competência municipal e do Distrito Federal, sendo devido ao Município do</p><p>domicílio do comprador, titular da respectiva capacidade contributiva.</p><p>(E) não incide sobre a cessão de direitos reais de garantia sobre o bem imóvel.</p><p>04. (PGM-Campinas/2016 - adaptada) Sobre os impostos municipais é correto afirmar que existe</p><p>imunidade de ITBI para, dentre outras, a hipótese de incorporação de uma pessoa jurídica</p><p>por outra, desde que a atividade preponderante da incorporadora não seja a compra e</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>42</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.</p><p>05. (PGM-Campinas/2016 - adaptada) Sobre os impostos municipais é correto afirmar que O ITBI</p><p>poderá ́ ter alíquotas progressivas de acordo com o valor venal do imóvel, assim como</p><p>acontece também com o IPTU. Neste caso, quanto maior o valor venal do imóvel, maior</p><p>será a alíquota incidente.</p><p>06. (Procurador da Procuradoria Especial TCM/RJ 2015) Acerca do Imposto sobre a Transmissão</p><p>Inter Vivos por ato oneroso de bens imóveis − ITBI, é correto afirmar que</p><p>(A) não há incidência tributária de ITBI na transmissão de bens imóveis decorrente de integralização</p><p>de capital social pelo sócio, por não haver subsunção deste fato à respectiva hipótese de</p><p>incidência.</p><p>(B) nunca incide sobre transmissão de bens imóveis decorrente de fusão, incorporação ou cisão de</p><p>pessoa jurídica.</p><p>(C) há isenção em caráter geral nas hipóteses de reversão do patrimônio da pessoa jurídica para</p><p>os sócios em virtude de extinção da pessoa jurídica.</p><p>(D) se a atividade preponderante da adquirente for a locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil não haverá imunidade na transmissão de imóveis decorrente de integralização de</p><p>capital social.</p><p>(E) se a atividade preponderante da adquirente for a compra e venda de bens imóveis haverá</p><p>imunidade na transmissão de imóveis decorrente de fusão, incorporação ou cisão de pessoa</p><p>jurídica.</p><p>07. (Procurador da Procuradoria Especial TCM/RJ 2015) Certo Município, para ver aumentada sua</p><p>arrecadação através do Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos por ato oneroso de bens</p><p>imóveis − ITBI, amplia a incidência do imposto sobre a alienação fiduciária de bem imóvel.</p><p>Esta medida é</p><p>(A) perfeitamente válida, já que na alienação fiduciária a propriedade fiduciária já é transferida para</p><p>o credor fiduciário.</p><p>(B) ilegal, pois não há transmissão onerosa de bem imóvel na alienação fiduciária, posto que a</p><p>transmissão é gratuita.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>43</p><p>(C) inconstitucional, pois a Constituição Federal exclui da regra matriz de incidência do ITBI os</p><p>direitos reais de garantia.</p><p>(D) ilegal, enquanto direito real de garantia, pois só pode haver a incidência do ITBI com o registro</p><p>da garantia do cartório de registro de imóveis.</p><p>(E) constitucional, pois a alienação fiduciária de bem imóvel é uma cessão de direito real de</p><p>aquisição, passível de tributação por ITBI se o negócio for oneroso.</p><p>08. (Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual – SEFAZ/PE 2015) Suponha que a</p><p>empresa X, que explora atividade de arrendamento mercantil, incorporou a empresa Y,</p><p>sendo-lhe transmitida a propriedade dos bens móveis e imóveis da segunda empresa.</p><p>Nesse caso,</p><p>(A) não incide ITBI, posto que a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,</p><p>incorporação, cisão e extinção de pessoa jurídica é imune ao referido imposto.</p><p>(B) incide ITBI, pois o fato de a adquirente explorar atividade de arrendamento mercantil afasta a</p><p>imunidade do mencionado tributo sobre a transmissão de bens de direitos decorrente de</p><p>incorporação.</p><p>(C) não incide ITBI, visto que a exação do referido imposto pressupõe a presença de pessoas físicas</p><p>nos polos da relação jurídico-tributária, já recai sobre a transmissão inter vivos.</p><p>(D) a responsabilidade tributária da empresa X abrange os tributos, não alcançando as multas,</p><p>posto que a penalidade tem caráter pessoal e não pode ser transferida para quem não</p><p>cometeu infração.</p><p>(E) a responsabilidade tributária da empresa X abrange os tributos e a multa moratória, não</p><p>incluindo as multas punitivas, por força do princípio de intransmissibilidade da sanção.</p><p>Outras bancas:</p><p>09. (CEBRASPE - PGM-João Pessoa/2018) A Procuradoria de determinado município foi</p><p>consultada acerca da incidência de ITBI sobre contratos de promessa de compra e venda</p><p>de imóvel e sobre aquisição de propriedade mediante usucapião.</p><p>De acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, é correto afirmar que</p><p>(A) não deverá haver incidência de ITBI em nenhuma das hipóteses.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>44</p><p>(B) deverá haver incidência de ITBI apenas na primeira hipótese.</p><p>(C) deverá haver incidência de ITBI apenas na segunda hipótese.</p><p>(D) deverá haver incidência de ITBI em ambas as hipóteses.</p><p>(E) somente deverá haver incidência de ITBI no primeiro caso se houver pagamento de arras.</p><p>10. (VUNESP - Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP/Procurador Jurídico/2016) A empresa Alfa atua</p><p>no ramo de locação de veículos e incorporou um imóvel no valor de R$ 1.000.000,00 ao seu</p><p>patrimônio em realização de capitais. Por conta dessa operação viu-se forçada a recolher</p><p>aos cofres públicos o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis – ITBI, pela alíquota de 4%</p><p>sobre o valor do bem. Inconformada, a empresa ingressou com ação de repetição de</p><p>indébito pela qual objetiva a repetição do valor que entende indevido. Essa ação é de ser</p><p>julgada</p><p>(A) procedente, visto que a hipótese é de imunidade do imposto.</p><p>(B) procedente, visto que a hipótese é de exclusão do crédito tributário.</p><p>(C) procedente, visto que a alíquota aplicada não tem previsão em Resolução do Senado Federal.</p><p>(D) improcedente, visto que a atividade da empresa é de locação de bens.</p><p>(E) improcedente, visto que a ação intentada não se presta a essa discussão.</p><p>11. (VUNESP - TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2016) O imposto sobre a</p><p>transmissão Inter vivos de bens imóveis, de competência dos Municípios, deve ser recolhido</p><p>quando da lavratura de escritura de:</p><p>(A) alienação fiduciária de bem imóvel.</p><p>(B) constituição de garantia hipotecária.</p><p>(C) desincorporação de capital social em pagamento das cotas de sócio que se retira da sociedade.</p><p>(D) doação de bem imóvel.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária</p><p>Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>45</p><p>12. (IOBV/Prefeitura de Chapecó – SC/Procurador Municipal/2016) Com relação ao Imposto</p><p>Municipal sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI é correto arguir que este poderá ́ ser</p><p>exigido:</p><p>(A) no ato que transfere por sucessão hereditária um bem imóvel.</p><p>(B) nos casos de permuta ou de doação.</p><p>(C) para a transferência de imóvel do sócio para a empresa quando em integralização de capital.</p><p>(D) nas transferências de titularidade advindas de imóveis arrematados ou adjudicados</p><p>judicialmente.</p><p>13. (CS-UFG/Prefeitura de Goiânia – GO/Procurador/2015) O “Imposto sobre transmissão inter</p><p>vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis”, de competência dos Municípios,</p><p>(A) tem função exclusivamente extrafiscal.</p><p>(B) é independente do princípio da anterioridade nonagesimal.</p><p>(C) é devido no Município da situação do bem.</p><p>(D) incide nas transmissões em que figurem como adquirente a igreja de qualquer culto, de bens</p><p>imóveis relacionados com suas finalidades essenciais.</p><p>14. (FGV/Prefeitura de Niterói – RJ/Agente Fazendário/2015) No Município de Niterói, o imposto</p><p>sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por</p><p>natureza ou acessão física, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua</p><p>aquisição - ITBIM, tem como fato gerador:</p><p>(A) arrematação de imóvel em hasta pública;</p><p>(B) doação de imóvel com reserva de usufruto;</p><p>(C) incorporação de imóvel ao patrimônio de pessoa jurídica em realização do seu capital;</p><p>(D) cessão de quotas do capital de sociedade cuja atividade preponderante é a compra e venda</p><p>de imóveis;</p><p>(E) instituição de hipoteca sobre o bem imóvel.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>46</p><p>15. (Inédita) Paulo conheceu Márcia em um cruzeiro que fizeram pelo Rio Amazonas. Em razão da</p><p>amizade que travaram, Paulo, domiciliado no Município de Manaus/AM, vendeu para</p><p>Márcia, domiciliada em Belém/PA, um apartamento localizado em bairro nobre do</p><p>Município de Belo Horizonte/MG, dando ensejo, com isso, à incidência do ITBI. A escritura</p><p>de venda e compra foi firmada em cartório localizado no Município de Santarém/PA. Assim</p><p>sendo, o imposto devido em razão desta venda será lançado e cobrado pelo Município de:</p><p>(A) Manaus, local de embarque para a realização do cruzeiro pelo Rio Amazonas.</p><p>(B) Belém, por ser o Município de domicílio da adquirente.</p><p>(C) Santarém, local em que foi firmada a escritura de venda e compra.</p><p>(D) Manaus, por ser o Município de domicílio do alienante.</p><p>(E) Belo Horizonte, por ser o Município de localização do imóvel.</p><p>16. (Inédita) Constituem direitos reais sobre os quais pode incidir o ITBI, exceto.</p><p>(A) superfície.</p><p>(B) habitação.</p><p>(C) usufruto.</p><p>(D) servidão.</p><p>(E) hipoteca.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>47</p><p>GABARITO</p><p>1. Errada</p><p>2. C</p><p>3. E</p><p>4. Correta</p><p>5. Errada</p><p>6. D</p><p>7. C</p><p>8. B</p><p>9. A</p><p>10. A</p><p>11. C</p><p>12. D</p><p>13. C</p><p>14. A</p><p>15. E</p><p>16. E</p><p>Instagram: @rafaelrochaestrategia</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>justifica a</p><p>não vinculação dos valores desses impostos. Precedentes. (AgRg no REsp</p><p>1.226.872/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJe 23/4/12). 2. Recurso</p><p>especial provido”. (STJ - REsp: 1202007 SP 2010/0125320-6, Relator: Ministra</p><p>ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 07/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA,</p><p>Data de Publicação: DJe 15/05/2013).</p><p>Apesar de ambos os impostos – IPTU e ITBI – terem como base de cálculo o valor venal do imóvel</p><p>(arts. 33 e 38 do CTN), a forma de apuração desse valor é distinta para cada um deles. Isso porque</p><p>para o IPTU são considerados critérios mais objetivos (é um imposto de caráter “estático”), como,</p><p>por exemplo, o “tamanho do terreno”, a “localização deste terreno na Plante Genérica de Valores”,</p><p>a “área construída”, a “qualificação do imóvel” (se residencial ou comercial). Além disso, o IPTU é</p><p>lançado de ofício, considerando-se ocorrido o seu fato gerador, usualmente, no 1º dia de cada</p><p>ano. Ou seja, aquele valor que você recolheu o IPTU em 01/01/XX, não vai ser alterado no decorrer</p><p>do ano. Já o ITBI, possui caráter “dinâmico” e se baseia no valor de venda do imóvel (que é</p><p>acordado entre as partes e está sujeito à oscilação no decorrer do ano, de acordo com a situação</p><p>do mercado). Além disso, o ITBI é um imposto lançado mediante declaração (ou seja, se baseia no</p><p>valor declarado pelo contribuinte), sem prejuízo do arbitramento previsto no art. 148 do CTN.</p><p>Portanto, apesar de ambos os impostos municipais (IPTU e ITBI) considerarem o valor venal do</p><p>imóvel como base de cálculo, a forma de apuração desse valor venal, para cada um deles, será</p><p>distinta.</p><p>Importante lembrar que o ITBI não constitui exceção a nenhum dos princípios constitucionais</p><p>que estudamos na aula 00 do nosso curso, diferentemente do que vimos, na aula 01, sobre a</p><p>fixação da base de cálculo do IPTU (que constitui exceção à noventena).</p><p>Ainda dentre os aspectos gerais do imposto, pela leitura do texto constitucional, percebemos</p><p>que o constituinte, conforme previsão contida no art. 156, § 2º, II, entregou ao Município onde</p><p>estiver localizado o imóvel a competência tributária acerca do nosso imposto.</p><p>O art. 156, § 2º, I, da CF/88, por sua vez, fala de uma imunidade aplicável ao ITBI que veremos,</p><p>agora, de forma detalhada:</p><p>CF/88:</p><p>Art. 156, § 2º O imposto previsto no inciso II:</p><p>I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio</p><p>de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>6</p><p>direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,</p><p>salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil;</p><p>Vamos entender essa imunidade por meio de exemplos ?</p><p>Exemplo 1) Luiz pretende integralizar o capital social da empresa “CORUJITA Ltda”, entregando</p><p>um bem imóvel de sua propriedade localizado no Município de São Paulo. Incide o ITBI na</p><p>transmissão imobiliária do imóvel de Luiz para o patrimônio da aludida empresa ? A regra é que</p><p>não incide o ITBI em função da imunidade tributária. Contudo, como é uma imunidade</p><p>condicionada, há que se avaliar se a receita preponderante da empresa adquirente é oriunda de</p><p>atividade imobiliária (compra e venda, locação ou arrendamento mercantil de bens imóveis). Se</p><p>sim, incidirá o ITBI. Em caso negativo, não incidirá o ITBI na referida transmissão imobiliária por</p><p>imposição da imunidade tributária.</p><p>Exemplo 2) Suponha, agora, que a empresa “Até Passar Ltda” seja incorporada pela empresa</p><p>“Vamos com Tudo Ltda”. Pergunta: incidirá o ITBI em eventual transmissão imobiliária?</p><p>Novamente, a regra é que não incide o ITBI em função da imunidade tributária que vimos. Todavia,</p><p>suponhamos que a “Vamos com Tudo Ltda” tenha como atividade preponderante a locação de</p><p>bens imóveis. Opa ! Nesse caso, fica afastada a imunidade tributária e há a incidência do ITBI,</p><p>normalmente.</p><p>“Professor, mas como eu sei identificar se a atividade é preponderante ou não ?”. Veremos isso</p><p>no próximo capítulo, ao analisar os dispositivos do CTN.</p><p>Antes de avançarmos para os destaques jurisprudenciais sobre o ITBI, cabe citar aqui também a</p><p>imunidade do ITBI prevista no § 5º, do art. 184, da CF/88, quanto às transferências de imóveis</p><p>desapropriados para fins de reforma agrária:</p><p>CF/88:</p><p>Art. 184, § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as</p><p>operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma</p><p>agrária.</p><p>A despeito de o texto constitucional falar que as operações de transferência de imóveis</p><p>desapropriados para fins de reforma agrária são isentas de impostos, sabemos que, na verdade,</p><p>estamos diante de uma verdade imunidade.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>7</p><p>1.2 - Jurisprudência relevante sobre o ITBI</p><p>Deixarei, a seguir, uma súmula e alguns julgados que considero relevantes sobre o ITBI.</p><p>656 do STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o</p><p>imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal</p><p>do imóvel.</p><p>AgRg no AREsp 813620/BA: “PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO</p><p>CPC. INEXISTÊNCIA. DEVIDO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS.</p><p>INCONFORMAÇÃO COM A TESE ADOTADA. TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO</p><p>GERADOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA</p><p>83/STJ. DECRETO 16.419/06. LEI LOCAL. SÚMULA 280/STF. 1. (…). 2. A</p><p>jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o fato gerador de ITBI é o</p><p>registro imobiliário da transmissão da propriedade do imóvel, sendo inexigível no</p><p>contrato de promessa de compra e venda. Incide, portanto, a Súmula 83/STJ. 3.</p><p>(…)". Agravo regimental improvido”. (AgRg no AREsp 813620/BA, Rel. Ministro</p><p>HUMBERTO MARTINS, 2ª TURMA, Julgado em 17/12/2015).</p><p>RE 94.580/RS: “IMPOSTO DE TRANSMISSAO DE IMÓVEIS. ALCANCE DAS</p><p>REGRAS DOS ARTS. 23, INC. I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 35 DO CÓDIGO</p><p>TRIBUTÁRIO NACIONAL. USUCAPIAO. A OCUPAÇÃO QUALIFICADA E</p><p>CONTINUADA QUE GERA O USUCAPIAO NÃO IMPORTA EM TRANSMISSAO</p><p>DA PROPRIEDADE DO BEM. A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E VEDADA 'ALTERAR</p><p>A DEFINIÇÃO, O CONTEUDO E O ALCANCE DOS INSTITUTOS, CONCEITOS E</p><p>FORMAS DE DIREITO PRIVADO' (ART. 110 DO C.T.N.). REGISTRO DA</p><p>SENTENÇA DE USUCAPIAO SEM PAGAMENTO DO IMPOSTO DE</p><p>TRANSMISSAO. RECURSO PROVIDO, DECLARANDO-SE INCONSTITUCIONAL</p><p>A LETRA 'H', DO INC. I, DO ART. 1., DA LEI N. 5.384, DE27.12.66, DO ESTADO</p><p>DE RIO GRANDE DO SUL”. (RE 94.580/RS, Rel. Djaci Falcão, Julgamento em</p><p>30/08/1984). Nesse julgamento, o STF decidiu que o ITBI não incide sobre</p><p>aquisições originárias de imóveis (usucapião). Como não há uma transmissão inter</p><p>vivos (já que a aquisição é originária e não derivada), não há que se falar na</p><p>incidência do imposto.</p><p>ARE 1.294.969 (tema 1.124 de RG): Incidência do Imposto de Transmissão de Bens</p><p>Imóveis (ITBI) na cessão de direitos de compra e venda, ausente a transferência de</p><p>propriedade pelo registro imobiliário. Tese firmada: O fato gerador do imposto</p><p>sobre transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) somente ocorre com a efetiva</p><p>transferência da propriedade imobiliária, que se dá mediante o registro. Essa</p><p>decisão reafirma a jurisprudência assentada na Corte e vai ao encontro do art.</p><p>1.245 do Código Civil que prevê que a transmissão entre vivos da propriedade</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>8</p><p>imobiliária só se opera mediante o registro do título translativo no Registro de</p><p>Imóveis.</p><p>RE 796.376 (tema 796 de RG): Alcance da imunidade tributária do ITBI, prevista no</p><p>art. 156, § 2º, I, da Constituição,</p><p>sobre imóveis incorporados ao patrimônio de</p><p>pessoa jurídica, quando o valor total desses bens excederem o limite do capital</p><p>social a ser integralizado. Tese firmada: A imunidade em relação ITBI, prevista no</p><p>inciso I do § 2º do art. 156 da Constituição Federal, não alcança o valor dos bens</p><p>que exceder o limite do capital social a ser integralizado. Na prática, essa decisão</p><p>teve relação com as famosas “holding familiares”. Algumas famílias criam uma</p><p>holding e integralizam o valor dos imóveis constantes na declaração do Imposto</p><p>de Renda como capital da sociedade. Como os herdeiros receberão cotas da</p><p>holding em vez dos imóveis, eles conseguem reduzir consideravelmente a</p><p>tributação ITCMD, haja vista que a integralização dos imóveis costuma levar em</p><p>conta o valor histórico desses bens (constantes da DIRPF), tendo por base o art. 23</p><p>da lei federal nº 9.249/95 (“as pessoas físicas poderão transferir a pessoas jurídicas,</p><p>a título de integralização de capital, bens e direitos pelo valor constante da</p><p>respectiva declaração de bens ou pelo valor de mercado.”). Todavia, a tese</p><p>firmada limita a imunidade ao valor do capital social a ser integralizado. Ou seja,</p><p>se o capital social da holding a ser integralizado for de R$ 50.000,00 e o bem</p><p>imóvel estiver avaliado em R$ 100.000,00, a diferença de R$ 50.000,00, a ser</p><p>registrada como reserva de capital, estará sujeita à incidência do ITBI. Inclusive, um</p><p>trecho do acórdão diz o seguinte: “(...) 2. A norma não imuniza qualquer</p><p>incorporação de bens ou direitos ao patrimônio da pessoa jurídica, mas</p><p>exclusivamente o pagamento, em bens ou direitos, que o sócio faz para</p><p>integralização do capital social subscrito. Portanto, sobre a diferença do valor dos</p><p>bens imóveis que superar o capital subscrito a ser integralizado, incidirá a</p><p>tributação pelo ITBI.”</p><p>Um detalhe importante nesse julgamento: o voto vencedor do Ministro Alexandre de Moraes</p><p>(que foi acompanhado pela maioria dos Ministros) destaca que a imunidade em questão é aplicável</p><p>à integralização do capital social com bens imóveis, independentemente da atividade</p><p>preponderante da pessoa jurídica que está sendo criada. O Ministro considerou que a ressalva</p><p>contida ao final do disposto imunizante se restringe à transmissão de bens ou direitos decorrentes</p><p>de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica. Segue trecho do voto:</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>9</p><p>“A esse respeito, o já mencionado professor HARADA esclarece que as ressalvas previstas na</p><p>segunda parte do inciso I, do § 2º, do artigo 156 da CF/88 aplicam-se unicamente à hipótese de</p><p>incorporação de bens decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica. É</p><p>dizer, a incorporação de bens ao patrimônio da pessoa jurídica em realização de capital, que estão</p><p>na primeira parte do § 2º, do artigo 156 da CF/88, não se confunde com as figuras jurídicas</p><p>societárias da incorporação, fusão, cisão ou extinção de pessoas jurídicas referidas na segunda</p><p>parte do referido inciso I”.</p><p>“Professor, mas o senhor até mostrou exemplo destacando a necessidade de verificar a atividade</p><p>preponderante nesses casos de integralização de capital social”. Sim ! A princípio, é isso que vocês</p><p>devem levar para a prova, mas recomendo que fiquem de olho nesse entendimento.</p><p>Especialmente se a questão tratar de maneira assertiva sobre a jurisprudência acerca do tema.</p><p>ARE 1.378.663/PR: “Apelação Cível. Mandado de segurança. ITBI. Alegada</p><p>imunidade sobre a transmissão de bens para o fim de integralizar o capital social</p><p>da impetrante. Art. 156, § 2º, I, da CF. Regras imunizantes que devem ser</p><p>interpretadas de acordo com a sua finalidade, a qual, no caso, visa ao incentivo do</p><p>desenvolvimento da atividade produtiva, geração de empregos, circulação de</p><p>riqueza e melhorias sociais. Divergência com o objetivo da sociedade empresária</p><p>impetrante. Holding familiar constituída com a finalidade de blindagem</p><p>patrimonial. Impossibilidade de reconhecimento da imunidade tributária no caso.</p><p>Sentença mantida.”.</p><p>Em decisão monocrática, o Ministro Fux entendeu que a imunidade tributária, no caso em questão,</p><p>deveria ser afastada, pois a empresa foi constituída única e exclusivamente com o objetivo de</p><p>centralizar os bens de seus sócios. Ele disse que “o único objetivo da criação da empresa,</p><p>aparentemente, é o planejamento tributário, sucessório ou a blindagem patrimonial dos sócios.</p><p>Obviamente esta é uma medida legal, a priori. Contudo, tal objetivo não se encaixa no prefeito</p><p>imunizante esclarecido anteriormente, haja vista que a empresa não foi criada para fomentar o</p><p>mercado com a geração de empregos e riquezas”. Uau... Dá para perceber que estão fechando o</p><p>cerco contra as holdings, não é ? Ao afastar a imunidade do ITBI no presente caso, o STF baseou-</p><p>se na finalidade da atividade empresarial, que seria: (i) desenvolver atividade produtiva; (ii) gerar</p><p>empregos; (iii) circular riquezas; e (iv) proporcionar melhorias sociais. Onde há essa previsão ? No</p><p>art. 49-A, parágrafo único, do Código Civil:</p><p>Código Civil:</p><p>Art. 49-A, parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um</p><p>instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido em lei com a</p><p>finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo,</p><p>renda e inovação em benefício de todos.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>10</p><p>Nesse aspecto, ao se formar uma sociedade empresária apenas com o objetivo de segregar</p><p>patrimônio, não se estaria cumprindo nenhuma das finalidades da sociedade empresária, o que</p><p>afastaria a imunidade tributária.</p><p>REsp: 1.844.279/DF: “PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL.</p><p>ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 3/STJ. ITBI. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM</p><p>IMÓVEL. INADIMPLEMENTO POR PARTE DO DEVEDOR-FIDUCIANTE.</p><p>CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE PLENA EM NOME DO CREDOR-</p><p>FIDUCIÁRIO. IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS</p><p>IMÓVEIS E DIREITOS A ELES RELATIVOS - ITBI. INCIDÊNCIA. RECURSO</p><p>ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A hipótese destes autos cinge-se em averiguar se é</p><p>devido ou não o recolhimento do ITBI por ocasião da consolidação da propriedade</p><p>do imóvel em nome do credor fiduciário nos casos de inadimplemento pelo</p><p>devedor fiduciante. 2. Deveras, de acordo com o Código Tributário Nacional, o</p><p>fato gerador do ITBI ocorre com a transmissão onerosa, a qualquer título, da</p><p>propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física,</p><p>ou, ademais, em face da transmissão onerosa de direitos reais sobre imóveis,</p><p>exceto os direitos reais de garantia, e, por fim, com a cessão de direitos relativos</p><p>às transmissões anteriormente mencionadas. 3. A questão jurídica posta neste</p><p>apelo especial busca examinar a incidência de ITBI na execução do contrato de</p><p>alienação fiduciária em razão do inadimplemento do devedor-fiduciante e</p><p>consolidação da garantia real a favor do credor-fiduciante. 4. Deveras, este</p><p>contrato de direito real se materializa com o registro do contrato fiduciário no</p><p>Registro de Imóveis competente, cujo teor confere ao credor-fiduciário a</p><p>propriedade resolúvel do imóvel pactuado, com o exercício da posse indireta</p><p>desse bem, cabendo ao devedor-fiduciante, por sua vez, a posse direta,</p><p>exercendo-a através de uma condição negocial resolutória, condicionado ao</p><p>regular adimplemento das prestações pactuadas com o credor-fiduciário, nos</p><p>termos do artigo 23 da Lei n.º 9.514/1997. 5. O tratamento tributário quanto à</p><p>incidência do ITBI no momento de resolução da garantia firmada - como no caso</p><p>em tela -, merece ser enfrentado. Na hipótese de a dívida oriunda do contrato de</p><p>alienação fiduciária vir a vencer sem o adimplemento integral ou parcialmente do</p><p>débito, o devedor fiduciante será intimado a recolher o valor</p><p>do débito e, caso não</p><p>haja a regularização desta dívida, a propriedade do imóvel oferecido em garantia</p><p>será consolidada em favor do credor fiduciário, nos termos do artigo 26, caput, da</p><p>Lei nº 9.514/1997. Como a hipótese referida ocasiona a desconstituição do</p><p>contrato real de garantia, de modo a consolidar a propriedade plena do imóvel</p><p>pactuado ao credor-fiduciário, retornará para este o domínio integral de todos os</p><p>poderes inerentes ao direito real sobre o bem imóvel (artigo 1.225, inciso I, do</p><p>Código Civil), caracterizando-se neste ínterim um ato de transmissão, a qualquer</p><p>título, de um domínio de propriedade, que por igual sentido, acarretará a</p><p>deflagração da hipótese de incidência do artigo 35, inciso I, do CTN, validando-</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>11</p><p>se outrossim, a determinação contida no artigo 26, § 7º, da Lei n.º 9.514/97. 6.</p><p>Recurso Especial não provido.” (STJ - REsp: 1844279 DF 2019/0316406-8, Relator:</p><p>Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 05/05/2020, T2 -</p><p>SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/05/2020).</p><p>Vejamos duas questões sobre esses tópicos iniciais acerca do ITBI:</p><p>FCC – AFR-Teresina/2016</p><p>Relativamente aos impostos de competência municipal, a Constituição Federal</p><p>estabelece que o ITBI incide sobre a transmissão de bens e direitos, a título</p><p>oneroso, inclusive sobre a transmissão de direitos reais, como os direitos</p><p>pignoratícios.</p><p>GABARITO: Errada.</p><p>COMENTÁRIOS:</p><p>A Constituição Federal, em seu art. 156, II, dispõe que o ITBI incidirá nas</p><p>transmissões "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por</p><p>natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,</p><p>bem como cessão de direitos a sua aquisição.</p><p>O que são os direitos reais de garantia ?</p><p>A definição de direito real de garantia, certamente, vocês estudaram (ou</p><p>estudarão) em Direito Civil. Em suma, o direito de garantia visa dar maior</p><p>segurança ao credor, que recebe tal garantia, a fim de assegurar o cumprimento,</p><p>pelo devedor, de uma obrigação.</p><p>Como exemplo desses direitos, temos a alienação fiduciária, a hipoteca (aquela</p><p>que você conheceu quando jogava “Banco Imobiliário”) e a anticrese (que está</p><p>praticamente em desuso). O penhor também é direito real de garantia, mas recai</p><p>sobre bens móveis (então esqueçam ele para fins de incidência do ITBI).</p><p>O que seriam direitos pignoratícios ? São os direitos relacionados com um</p><p>contrato de penhor.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>12</p><p>Logo, na hipótese trazida na assertiva estamos diante de um direito real de</p><p>garantia sobre bem móvel. Erro duplo, portanto.</p><p>FCC – AFTE-PE/2014</p><p>De acordo com a Constituição Federal, o ITBI não incide sobre a transmissão de</p><p>bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de</p><p>capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,</p><p>incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, mesmo se, nesses casos, a</p><p>atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou</p><p>direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.</p><p>GABARITO: Errada.</p><p>COMENTÁRIOS:</p><p>A Constituição Federal (em seu art. 156, II e § 2º, I) prevê situações em relação</p><p>às quais não incidirá o ITBI (imunidades). São elas:</p><p>1- Transmissões inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de direitos reais de</p><p>garantia sobre bens imóveis (lembrando que não há que se falar, nunca, de ITBI</p><p>sobre bens móveis e/ou direitos a eles relativos).</p><p>2- Transmissões de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoas</p><p>jurídica em realização de capital e aquelas decorrentes de fusão, incorporação,</p><p>cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade</p><p>preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos,</p><p>locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.</p><p>Logo, a afirmativa está errada, pois se a atividade preponderante do adquirente</p><p>for a compra e venda dos bens ou direitos a que nos referimos, a locação de bens</p><p>imóveis ou arrendamento mercantil, haverá, normalmente, a incidência do ITBI.</p><p>2 – ITBI NO CTN. REGRA-MATRIZ DO ITBI</p><p>2.1 - Aspecto Material</p><p>Vejamos, inicialmente, aspecto material da regra-matriz de incidência tributária do ITBI.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>13</p><p>Sabemos que o art. 35 do CTN não foi integralmente recepcionado pela CF/88. Todavia, com</p><p>base no texto constitucional, podemos chegar à materialidade do nosso imposto:</p><p>Critério Material</p><p>a transmissão, a qualquer título, por ato oneroso, da propriedade ou domínio</p><p>útil de bens imóveis por natureza ou acessão física, como definidos na lei civil</p><p>a transmissão, a qualquer título, por ato oneroso, da propriedade ou domínio</p><p>útil de direitos reais sobre bens imóveis (exceto os de garantia)</p><p>Mesmo assim, acho válido deixar o dispositivo do CTN, pois ele pode ser cobrado literalmente</p><p>(bastando que vocês não esqueçam que as transmissões inter vivos gratuitas e as causa mortis de</p><p>bens imóveis se sujeitam ao ITCDM):</p><p>CTN</p><p>Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens</p><p>imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:</p><p>I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens</p><p>imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;</p><p>II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os</p><p>direitos reais de garantia;</p><p>III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.</p><p>Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores</p><p>distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.</p><p>O nosso imposto alcança as transmissões por atos inter vivos a título oneroso de bens imóveis e</p><p>direitos reais sobre esses bens, excetuados os direitos reais de garantia. Mas, para entendermos</p><p>de maneira adequada essa materialidade, precisamos conhecer cada um desses conceitos.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>14</p><p>Primeiramente: o que são bens imóveis ? Os arts. 79 e 80 do Código Civil nos ensinam o</p><p>seguinte:</p><p>Código Civil:</p><p>Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou</p><p>artificialmente.</p><p>Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:</p><p>I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;</p><p>II – o direito à sucessão aberta.</p><p>Portanto os imóveis podem ser divididos em (já vimos isso na aula sobre o IPTU):</p><p>Imóvel por natureza Imóvel por acessão física</p><p>O solo com sua superfície,</p><p>acessórios e adjacências naturais,</p><p>compreendendo árvores e frutos</p><p>pendentes, o espaço aéreo e o</p><p>subsolo</p><p>Tudo aquilo que for permanentemente</p><p>incorporado à terra pelo homem, como</p><p>edifícios e plantações, de modo que</p><p>sua retirada importe em destruição,</p><p>dano ou alteração</p><p>O art. 80 fala ainda que são imóveis os direitos reais sobre imóveis e o direito à sucessão aberta.</p><p>Ou seja, se um dos herdeiros resolve ceder, onerosamente, o seu direito de participar da sucessão</p><p>a um terceiro, haverá a incidência do ITBI, por se tratar de uma transmissão inter vivos, onerosa,</p><p>de bem imóvel.</p><p>Por sua vez, o art. 1.225 do Código Civil, prevê uma série de direitos reais. No nosso curso, não</p><p>interessa que aprofundemos no estudo sobre as particularidades de cada um deles (já que isso</p><p>será estudado num curso de direito civil). Mas recomendo que tenham conhecimento do rol desses</p><p>direitos:</p><p>a) a propriedade;</p><p>b) a superfície;</p><p>c) as servidões;</p><p>d) o usufruto;</p><p>e) o uso;</p><p>f) a habitação;</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>15</p><p>g) o direito do promitente comprador do imóvel;</p><p>h) o penhor;</p><p>i) a hipoteca;</p><p>j) a anticrese;</p><p>k) a concessão de uso especial para fins de moradia;</p><p>l) a concessão de direito real de uso;</p><p>m) a laje.</p><p>Os três destacados em vermelho são os direitos reais de garantia. Sobre eles não há que se falar</p><p>na incidência do ITBI. Além deles, ainda temos a alienação fiduciária também constitui um direito</p><p>real de garantia e sua disciplina está contida na lei federal nº 9.514/97.</p><p>Imagine a compra de um imóvel por meio de um financiamento bancário. Nesse caso, a</p><p>propriedade fiduciária do bem fica com a instituição financeira, de forma a garantir seu direito ao</p><p>crédito (para o caso de um eventual inadimplemento do fiduciário, por exemplo). Vejamos 3</p><p>momentos distintos desse negócio jurídico:</p><p>Compra do imóvel por meio</p><p>de financiamento bancário</p><p>Ø Incide o ITBI, normalmente (sendo o</p><p>adquirente o contribuinte)</p><p>Alienação da propriedade</p><p>fiduciária à instituição</p><p>financeira</p><p>Ø Não incide o ITBI</p><p>Quitação, pelo devedor</p><p>fiduciante, das parcelas do</p><p>financiamento bancário</p><p>Ø Não incide o ITBI (apenas fica assegurada a</p><p>propriedade plena do “ex-devedor”)</p><p>Todavia, se a consolidação da propriedade do imóvel se der em favor do credor fiduciário</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>16</p><p>(banco), o STJ entende que há a incidência do ITBI, normalmente (já vimos o julgado na parte</p><p>reservada à jurisprudência sobre o ITBI, mas, agora, ele está contextualizado):</p><p>“PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO</p><p>ADMINISTRATIVO N. 3/STJ. ITBI. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL.</p><p>INADIMPLEMENTO POR PARTE DO DEVEDOR-FIDUCIANTE. CONSOLIDAÇÃO</p><p>DA PROPRIEDADE PLENA EM NOME DO CREDOR-FIDUCIÁRIO. IMPOSTO</p><p>SOBRE A TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS E DIREITOS A ELES</p><p>RELATIVOS - ITBI. INCIDÊNCIA. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A</p><p>hipótese destes autos cinge-se em averiguar se é devido ou não o recolhimento</p><p>do ITBI por ocasião da consolidação da propriedade do imóvel em nome do credor</p><p>fiduciário nos casos de inadimplemento pelo devedor fiduciante. 2. Deveras, de</p><p>acordo com o Código Tributário Nacional, o fato gerador do ITBI ocorre com a</p><p>transmissão onerosa, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens</p><p>imóveis por natureza ou por acessão física, ou, ademais, em face da transmissão</p><p>onerosa de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia, e, por</p><p>fim, com a cessão de direitos relativos às transmissões anteriormente mencionadas.</p><p>3. A questão jurídica posta neste apelo especial busca examinar a incidência de</p><p>ITBI na execução do contrato de alienação fiduciária em razão do inadimplemento</p><p>do devedor-fiduciante e consolidação da garantia real a favor do credor-fiduciante.</p><p>4. Deveras, este contrato de direito real se materializa com o registro do contrato</p><p>fiduciário no Registro de Imóveis competente, cujo teor confere ao credor-</p><p>fiduciário a propriedade resolúvel do imóvel pactuado, com o exercício da posse</p><p>indireta desse bem, cabendo ao devedor-fiduciante, por sua vez, a posse direta,</p><p>exercendo-a através de uma condição negocial resolutória, condicionado ao</p><p>regular adimplemento das prestações pactuadas com o credor-fiduciário, nos</p><p>termos do artigo 23 da Lei n.º 9.514/1997. 5. O tratamento tributário quanto à</p><p>incidência do ITBI no momento de resolução da garantia firmada - como no caso</p><p>em tela -, merece ser enfrentado. Na hipótese de a dívida oriunda do contrato de</p><p>alienação fiduciária vir a vencer sem o adimplemento integral ou parcialmente do</p><p>débito, o devedor fiduciante será intimado a recolher o valor do débito e, caso não</p><p>haja a regularização desta dívida, a propriedade do imóvel oferecido em garantia</p><p>será consolidada em favor do credor fiduciário, nos termos do artigo 26, caput, da</p><p>Lei nº 9.514/1997. Como a hipótese referida ocasiona a desconstituição do</p><p>contrato real de garantia, de modo a consolidar a propriedade plena do imóvel</p><p>pactuado ao credor-fiduciário, retornará para este o domínio integral de todos os</p><p>poderes inerentes ao direito real sobre o bem imóvel (artigo 1.225, inciso I, do</p><p>Código Civil), caracterizando-se neste ínterim um ato de transmissão, a qualquer</p><p>título, de um domínio de propriedade, que por igual sentido, acarretará a</p><p>deflagração da hipótese de incidência do artigo 35, inciso I, do CTN, validando-</p><p>se outrossim, a determinação contida no artigo 26, § 7º, da Lei n.º 9.514/97. 6.</p><p>Recurso Especial não provido.” (STJ - REsp: 1844279 DF 2019/0316406-8, Relator:</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>17</p><p>Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 05/05/2020, T2 -</p><p>SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/05/2020).</p><p>Agora, vamos analisar a melhor a imunidade prevista no art. 156, § 2º, I, da CF/88, em conjunto</p><p>com o conceito contido nos arts. 36 e 37 do CTN, especialmente, o que trata da “atividade</p><p>preponderante”.</p><p>CF/88:</p><p>Art. 156. § 2º O imposto previsto no inciso II:</p><p>I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio</p><p>de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou</p><p>direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,</p><p>salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil;</p><p>CTN:</p><p>Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a</p><p>transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior:</p><p>I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em</p><p>pagamento de capital nela subscrito;</p><p>II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por</p><p>outra ou com outra.</p><p>Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes,</p><p>dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência</p><p>da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos.</p><p>Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica</p><p>adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de</p><p>propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.</p><p>§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo</p><p>quando mais de 50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>18</p><p>jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes</p><p>à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.</p><p>§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou</p><p>menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no</p><p>parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data</p><p>da aquisição.</p><p>§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o</p><p>imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou</p><p>direito nessa data.</p><p>§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos,</p><p>quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa</p><p>jurídica alienante.</p><p>O CTN, em seu art. 36, nos traz as seguintes situações de não-incidência do ITBI:</p><p>Não incide o ITBI sobre a transmissão de bens imóveis ou</p><p>direitos a eles relativos quando...</p><p>realizada para incorporação ao patrimônio</p><p>de pessoa</p><p>jurídica, em pagamento de capital nela inscrito;*</p><p>decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de</p><p>pessoa jurídica; ou*</p><p>decorrente de desincorporação do patrimônio da pessoa</p><p>jurídica a que foram conferidos, relativamente aos mesmos</p><p>alienantes.</p><p>Exceto</p><p>Se a pessoa jurídica adquirente tiver como atividade</p><p>preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária</p><p>ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>19</p><p>Os dois casos indicados com um asterisco (*) já foram vistos por nós, quando do estudo da</p><p>imunidade.</p><p>A última situação é que, realmente, constitui uma novidade e é uma não-incidência em sentido</p><p>estrito, prevista em lei.</p><p>Exemplo 3) Paulo, após discutir com Pedro, seu sócio, decide desincorporar o bem imóvel do</p><p>capital social da sociedade que constituíram juntos. Nesse caso, haverá a incidência do ITBI no</p><p>retorno do imóvel ao patrimônio do mesmo alienante ? Negativo. É justamente o que prevê o</p><p>CTN, ao dizer que o ITBI não incide sobre o retorno do bem imóvel ao patrimônio do mesmo</p><p>alienante. Atenção, pois se o Paulo saísse com dinheiro e Pedro com o imóvel, este bem, por</p><p>ocasião da desincorporação, não teria retornado ao mesmo alienante (mas, sim, a uma pessoa</p><p>diversa). Logo, não haveria que se falar na não-incidência do ITBI. Isso é muito útil para evitar que</p><p>duas pessoas dissimulem o fato gerador do ITBI, deixando de fazer uma compra e venda,</p><p>constituindo e extinguindo uma empresa.</p><p>Todavia, sabemos que será afastada a não-incidência nos casos acima, quando a pessoa jurídica</p><p>adquirente tiver como atividade preponderante a compra e venda de bens imóveis e seus direitos</p><p>reais, a locação de bens imóveis ou o arrendamento mercantil.</p><p>Portanto, verificada a preponderância, o ITBI será devido nos termos da lei vigente à data da</p><p>aquisição, calculado sobre o valor dos bens ou direitos na referida data (art. 37, § 3º, do CTN).</p><p>Já vimos, no capítulo inicial, alguns exemplos sobre a aplicação ou não da imunidade. Todavia,</p><p>agora faremos a análise da “atividade preponderante” da empresa adquirente para saber se haverá</p><p>ou não a incidência do ITBI.</p><p>Basicamente, a regra para avaliar se o adquirente de bem imobiliário possui como atividade</p><p>preponderante aquela oriunda de atividade imobiliária é saber se mais de 50% da sua receita</p><p>operacional advém de atividade imobiliária.</p><p>O período em que é feita a análise contábil de preponderância depende de quando o adquirente</p><p>iniciou suas atividades:</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>20</p><p>Exemplo 4) Qual é o período de análise de preponderância das receitas de uma pessoa jurídica</p><p>“B” que incorporou em 2017 a pessoa jurídica “A”, incluindo o bem imóvel que integrava o</p><p>patrimônio desta, sabendo-se que a empresa “B” iniciou suas atividades em 2010?</p><p>Como a pessoa jurídica “B” já estava em atividade há mais de 2 anos da data da ocorrência da</p><p>aquisição imobiliária, o período é o definido no §1o do art. 37 do CTN. Ou seja, 2 anos</p><p>antes e 2 anos depois da aquisição. Logo, o período de análise de preponderância</p><p>abrangerá os 5 anos que se iniciam em 2015 e irá até 2017 (2015 e 2016 – dois anos antes</p><p>da aquisição; 2017 – ano da aquisição; 2018 e 2019 – dois anos subsequentes à aquisição).</p><p>Exemplo 5) Qual é o período de análise de preponderância das receitas de uma pessoa jurídica</p><p>“D” fusionou a pessoa jurídica “C” em 31 de dezembro de 2015 e já deu início às suas</p><p>atividades nessa data, considerando que na composição patrimonial a empresa “D” tenha</p><p>ficado com imóveis pertencentes à empresa “C”?</p><p>Como a pessoa jurídica “D” iniciou as suas atividades após a aquisição, a preponderância será</p><p>apurada levando em conta os 3 anos subsequentes à data da aquisição. Logo, o período de</p><p>análise será composto pelos exercícios 2016, 2017 e 2018. Mesmo raciocínio se aplicaria,</p><p>caso a empresa “D” tivesse iniciado suas atividades no ano de 2014 (menos de 2 anos antes</p><p>da data da aquisição).</p><p>Temos, ainda, uma situação de não-incidência prevista no art. 37, § 4º, do CTN, que é aplicável,</p><p>ainda que a empresa adquirente tenha a atividade imobiliária como preponderante, desde</p><p>que a transmissão seja realizada em conjunto com a totalidade do patrimônio da pessoa</p><p>jurídica alienante.</p><p>Período de análise</p><p>da preponderância</p><p>se o adquirente</p><p>iniciou atividade há</p><p>mais de 2 anos da</p><p>data da aquisião</p><p>2 anos anteriores e</p><p>2 anos</p><p>subsequentes à</p><p>aquisição</p><p>o adquirente iniciou</p><p>atividade após ou</p><p>menos de 2 anos</p><p>antes da aquisião</p><p>3 primeiros anos</p><p>subsequentes à</p><p>aquisição</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>21</p><p>2.2 - Aspecto Espacial</p><p>Agora, veremos o que o CTN nos traz sobre o aspecto espacial da regra-matriz de incidência</p><p>tributária do ITBI. Na verdade, esse aspecto tem base no próprio texto constitucional, tendo</p><p>em vista que o art. 41 do CTN não foi integralmente recepcionado pelo atual ordenamento</p><p>jurídico (já que ele fala de transmissões causa mortis, inclusive):</p><p>CF/88</p><p>Art. 156, § 2º O imposto previsto no inciso II:</p><p>II - compete ao Município da situação do bem.</p><p>Percebam, aqui, que para a definição do presente aspecto, nada interessa saber o Município:</p><p>ü Do transmitente/cedente;</p><p>ü Do adquirente/cessionário;</p><p>ü Da lavratura do instrumento público (escritura de compra e venda, por exemplo).</p><p>2.3 - Aspecto Temporal</p><p>O aspecto temporal critério nos permite identificar, com exatidão, o momento de ocorrência do</p><p>evento a ser promovido à categoria de fato jurídico. Como já vimos na parte dedicada à</p><p>jurisprudência acerca do ITBI, via de regra vocês devem considerar a decisão do STF, objeto do</p><p>tema 1.124 de RG, em que foi fixada a seguinte tese: “o fato gerador do imposto sobre</p><p>transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) somente ocorre com a efetiva transferência da</p><p>propriedade imobiliária, que se dá mediante o registro”. Essa decisão reafirma a jurisprudência</p><p>assentada na Corte e vai ao encontro do art. 1.245 do Código Civil que prevê que a transmissão</p><p>entre vivos da propriedade imobiliária só se opera mediante o registro do título translativo no</p><p>Registro de Imóveis.</p><p>Todavia, é bom saber que alguns Municípios exigem o ITBI quando da celebração do negócio</p><p>jurídico da transmissão (na promessa de compra e venda, por exemplo). Nesse caso, o Município</p><p>alega que, apenas, estaria efetuando a cobrança antecipada do imposto, cujo aspecto temporal se</p><p>mantém como sendo a data do registro imobiliário. Seria uma aplicação do art. 150, § 7º, da CF/88.</p><p>2.4 - Aspecto Pessoal</p><p>O critério pessoal tem, justamente, o intuito de individualizar os sujeitos, ativo e passivo, da</p><p>relação jurídica tributária. Ele determina “quem paga a quem”. O CTN, em seu art. 42, fala que</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>22</p><p>qualquer das partes na operação sujeita à incidência do ITBI poderá ser considerada como</p><p>contribuinte:</p><p>CTN</p><p>Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como</p><p>dispuser a lei.</p><p>Via de regra, os Municípios elegem o adquirente/cessionário como sendo o contribuinte nas</p><p>transmissões sujeitas ao ITBI.</p><p>2.5 - Aspecto Quantitativo</p><p>Descreve o objeto da prestação, definido por base de cálculo e alíquota. Ele determina “o quanto</p><p>deverá ser pago”. De grande importância é a base de cálculo do tributo. Ela visa quantificar o</p><p>aspecto material da hipótese de incidência tributária. A base de cálculo serve não só para mensurar</p><p>o fato imponível, mas também para auxiliar</p><p>na determinação da espécie de tributo que será exigido</p><p>do contribuinte.</p><p>2.5.1 – Base de cálculo</p><p>Sobre a base de cálculo, devemos conhecer o art. 38 do CTN:</p><p>CTN</p><p>Art. 38. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.</p><p>Sobre a base de cálculo do nosso imposto, merece destaque o REsp 1.202.007/SP, cuja ementa</p><p>segue abaixo:</p><p>“TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - ITBI x IPTU - APURAÇÃO VINCULADA</p><p>DOS VALORES DESSES IMPOSTOS - DESCABIMENTO - PRECEDENTES. 1. Esta</p><p>Corte firmou o entendimento de que a forma de apuração da base de cálculo e a</p><p>modalidade de lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão que justifica a</p><p>não vinculação dos valores desses impostos. Precedentes. (AgRg no REsp</p><p>1.226.872/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJe 23/4/12). 2. Recurso</p><p>especial provido”. (STJ - REsp: 1202007 SP 2010/0125320-6, Relator: Ministra</p><p>ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 07/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA,</p><p>Data de Publicação: DJe 15/05/2013).</p><p>Apesar de ambos os impostos – IPTU e ITBI – terem como base de cálculo o valor venal do imóvel</p><p>(arts. 33 e 38 do CTN), a forma de apuração desse valor é distinta para cada um deles. Isso porque</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>23</p><p>para o IPTU são considerados critérios mais objetivos (é um imposto de caráter “estático”), como,</p><p>por exemplo, o “tamanho do terreno”, a “localização deste terreno na Plante Genérica de Valores”,</p><p>a “área construída”, a “qualificação do imóvel” (se residencial ou comercial). Além disso, o IPTU é</p><p>lançado de ofício, considerando-se ocorrido o seu fato gerador, usualmente, no 1º dia de cada</p><p>ano. Ou seja, aquele valor que você recolheu o IPTU em 01/01/XX, não vai ser alterado no decorrer</p><p>do ano. Já o ITBI, possui caráter “dinâmico” e se baseia no valor de venda do imóvel (que é</p><p>acordado entre as partes e está sujeito à oscilação no decorrer do ano, de acordo com a situação</p><p>do mercado). Além disso, o ITBI é um imposto lançado mediante declaração (ou seja, se baseia no</p><p>valor declarado pelo contribuinte), sem prejuízo do arbitramento previsto no art. 148 do CTN.</p><p>Portanto, apesar de ambos os impostos municipais (IPTU e ITBI) considerarem o valor venal do</p><p>imóvel como base de cálculo, a forma de apuração desse valor venal será distinta.</p><p>Além disso, merece destaque a súmula 656 do STF que diz ser inconstitucional a lei que</p><p>estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI</p><p>com base no valor venal do imóvel.</p><p>2.5.2 – Alíquota</p><p>A alíquota do ITBI será definida pelo legislador municipal, por meio de lei específica.</p><p>Importante relembrar a necessidade de observância aos princípios constitucionais tributários da</p><p>legalidade (em casos de majoração) e da anterioridade do exercício e nonagesimal (em casos de</p><p>majoração).</p><p>Vejamos, por fim, duas questões sobre os aspectos da regra-matriz de incidência tributária do</p><p>ITBI:</p><p>CEBRASPE – PGM-Belo Horizonte/2017</p><p>A cobrança do ITBI compete ao município do domicílio do alienante.</p><p>GABARITO: Errada.</p><p>COMENTÁRIOS:</p><p>O município competente para instituir e exigir o ITBI é aquele onde estiver</p><p>situado o imóvel, nos termos do art. 156, § 2º, II, da CF/88.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>24</p><p>VUNESP/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento/2018 A</p><p>respeito do Imposto sobre Transmissão “Inter vivos” de bens imóveis - ITBI, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>A) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,</p><p>incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, mesmo que a atividade</p><p>preponderante do adquirente seja a compra e venda desses bens ou direitos,</p><p>locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.</p><p>B) sua instituição compete ao Município onde se realiza a transmissão.</p><p>C) sua instituição compete ao Estado da situação do bem.</p><p>D) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio</p><p>de pessoa jurídica em realização de capital.</p><p>GABARITO: D.</p><p>COMENTÁRIOS:</p><p>De acordo com o §2º do art. 156 da CF/88, tem-se que o ITBI:</p><p>I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio</p><p>de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou</p><p>direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,</p><p>salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil;</p><p>II - compete ao Município da situação do bem.</p><p>Assim, incorreta a alternativa “A”, porque não incide o ITBI, salvo se a atividade</p><p>preponderante for de atividade imobiliária.</p><p>Incorreta a alternativa “B”, porque a instituição compete ao Município da</p><p>situação do bem e não de onde se realizada a transmissão (a escritura pública</p><p>poderá ser lavrada em qualquer serventia extrajudicial do país que realize este ato</p><p>– denominados cartórios de notas).</p><p>Incorreta a alternativa “C”, porque o ITBI compete ao Município da situação do</p><p>bem e não ao Estado.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>25</p><p>Correta a alternativa “D”, por apresentar uma situação de imunidade.</p><p>Com isso, fechamos a nossa quarta aula. Até a próxima!</p><p>Um abraço,</p><p>Rafael Rocha.</p><p>QUESTÕES COMENTADAS</p><p>Banca FCC</p><p>01. (AFR-Teresina/2016 - adaptada) Relativamente aos impostos de competência municipal, a</p><p>Constituição Federal estabelece que o ITBI terá ́ suas alíquotas máximas e mínimas fixadas</p><p>em lei complementar.</p><p>Comentários:</p><p>A CF/88 não estabelece que as alíquotas máximas e/ou mínimas do ITBI deverão ser fixadas por</p><p>Lei Complementar. Isso vale para as alíquotas do ISS, como dispõe o art. 156, § 3º, I, da</p><p>CF/88.</p><p>Gabarito: Errada.</p><p>02. (DPE-SP/2015) Sobre impostos municipais:</p><p>(A) O imposto predial territorial urbano - IPTU e o imposto sobre transferência de bens imóveis -</p><p>ITBI compreendem alíquotas progressivas por autorização Constitucional.</p><p>(B) Incide o imposto sobre transferência de bens imóveis - ITBI ao final da ação de usucapião,</p><p>quando o pedido é julgado procedente e o requerente obtém a propriedade imobiliária.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>26</p><p>(C) O Município poderá majorar anualmente, mediante a edição de decreto, o valor venal dos</p><p>imóveis urbanos para fins de atualização monetária da base de cálculo do imposto predial</p><p>territorial urbano - IPTU, desde que não exceda ao percentual da inflação oficial.</p><p>(D) A apuração da base de cálculo dos impostos predial territorial urbano - IPTU e sobre a</p><p>transmissão de bens imóveis - ITBI e de direitos a eles relativos, é idêntica em consonância</p><p>com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>(E) Como regra, a modalidade de lançamento direto ou de ofício, previsto no artigo 149, do Código</p><p>Tributário Nacional, é a empregada tanto para o imposto predial urbano - IPTU quanto para</p><p>o imposto sobre a transmissão de bens imóveis - ITBI e de direitos a eles relativos.</p><p>Comentários:</p><p>Opção A: Errada. Realmente é a progressividade das alíquotas é aplicável ao IPTU, conforme</p><p>dispõe a Constituição em seus arts. 156, § 1º, I (progressividade fiscal em razão do valor do</p><p>imóvel) e 182, §4º, II, (progressividade extrafiscal aplicável ao imóvel que não cumpre a sua</p><p>função social).</p><p>Porém, em relação ao ITBI, não há tal possibilidade. A súmula 656 o STF dispõe sobre o assunto</p><p>da seguinte forma: “é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o</p><p>imposto de transmissão "inter vivos"</p><p>de bens imóveis – ITBI, com base no valor venal do</p><p>imóvel.”</p><p>Opção B: Errada. Não incide o ITBI, pois, nesse caso, a usucapião é uma forma originária de</p><p>aquisição do imóvel (em decorrência da posse ininterrupta e prolongada). Ou seja, não há</p><p>uma transmissão inter vivos (e nem de outro tipo). Portanto, não pode o legislador municipal</p><p>alterar o conceito desse instituto do direito privado, a fim de incluir essa forma de aquisição</p><p>como sujeita à incidência do ITBI.</p><p>Segue ementa de um julgado do Supremo nesse sentido:</p><p>“IMPOSTO DE TRANSMISSAO DE IMÓVEIS. ALCANCE DAS REGRAS DOS ARTS. 23, INC. I,</p><p>DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 35 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. USUCAPIAO.</p><p>A OCUPAÇÃO QUALIFICADA E CONTINUADA QUE GERA O USUCAPIAO NÃO</p><p>IMPORTA EM TRANSMISSAO DA PROPRIEDADE DO BEM. A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA</p><p>E VEDADA 'ALTERAR A DEFINIÇÃO, O CONTEUDO E O ALCANCE DOS INSTITUTOS,</p><p>CONCEITOS E FORMAS DE DIREITO PRIVADO' (ART. 110 DO C.T.N.). REGISTRO DA</p><p>SENTENÇA DE USUCAPIAO SEM PAGAMENTO DO IMPOSTO DE TRANSMISSAO.</p><p>RECURSO PROVIDO, DECLARANDO-SE INCONSTITUCIONAL A LETRA 'H', DO INC. I, DO</p><p>ART. 1., DA LEI N. 5.384, DE27.12.66, DO ESTADO DE RIO GRANDE DO SUL.” (STF - RE:</p><p>94580 RS, Relator: Djaci Falcao, Data de Julgamento: 30/08/1984, Tribunal Pleno)</p><p>Opção C: Correta. Primeiramente, vejamos o que diz a súmula 160 do STJ: “é defeso, ao</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>27</p><p>município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de</p><p>correção monetária”.</p><p>Na verdade, o IPTU não é exceção ao princípio tributário da legalidade e, assim sendo, não só</p><p>ele, mas todos os demais que não sejam exceção ao referido princípio, não podem ser</p><p>majorados, senão por lei.</p><p>Porém, a mera atualização monetária da base de cálculo não constitui aumento de base de</p><p>cálculo (art. 97, § 2º, do CTN). Assim sendo, se a correção se der em percentual igual ou</p><p>inferior ao índice oficial de correção monetária, não há nenhuma ofensa ao princípio da</p><p>legalidade.</p><p>Opção D: Errada. O STJ já manifestou entendimento contrário. Segue ementa do REsp</p><p>1202007/SP:</p><p>“TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - ITBI x IPTU - APURAÇÃO VINCULADA DOS VALORES</p><p>DESSES IMPOSTOS - DESCABIMENTO - PRECEDENTES. 1. Esta Corte firmou o</p><p>entendimento de que a forma de apuração da base de cálculo e a modalidade de</p><p>lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão que justifica a não vinculação dos valores</p><p>desses impostos. Precedentes. (AgRg no REsp 1.226.872/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA,</p><p>Segunda Turma, DJe 23/4/12). 2. Recurso especial provido”. (STJ - REsp: 1202007 SP</p><p>2010/0125320-6, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 07/05/2013, T2</p><p>- SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 15/05/2013).</p><p>Apesar de ambos terem como base de cálculo o valor venal do imóvel (arts. 33 e 38 do CTN), a</p><p>forma de apuração desse valor é distinta para cada um deles. Isso porque para o IPTU são</p><p>considerados critérios mais objetivos (tem caráter “estático”), como, por exemplo, o</p><p>“tamanho do terreno”, a “localização deste terreno na Plante Genérica de Valores”, a “área</p><p>construída”, a “qualificação do imóvel” (se residencial ou comercial). Além disso, o IPTU é</p><p>lançado de ofício, considerando-se ocorrido o seu fato gerador, usualmente, no 1º dia de</p><p>cada ano. Ou seja, aquele valor que você recolheu o IPTU em 01/01/XX, não vai ser alterado</p><p>no decorrer do ano. Já o ITBI, possui caráter “dinâmico” e se baseia no valor que, de fato,</p><p>é efetuada a venda do imóvel (que é acordado entre as partes e está sujeito à oscilação no</p><p>decorrer do ano, de acordo com a situação do mercado). Além disso, é um imposto lançado</p><p>mediante declaração (ou seja, se baseia no valor declarado pelo contribuinte), sem prejuízo</p><p>do arbitramento previsto no art. 148 do CTN.</p><p>Opção E: Errada. Como vimos nos comentários da opção D, o IPTU é lançado de ofício, enquanto</p><p>o ITBI é lançado por declaração.</p><p>Gabarito: C.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>28</p><p>03. (Juiz Substituto TJ/GO 2015) Sobre o ITBI é correto afirmar que:</p><p>(A) não incide sobre a promessa de compra e venda de bem imóvel.</p><p>(B) incide sobre a transmissão, a qualquer título, da propriedade de bens imóveis, por natureza ou</p><p>acessão física.</p><p>(C) não incide sobre a cessão de direitos relativos à transmissão de bens imóveis por ato inter vivos,</p><p>a título oneroso.</p><p>(D) é um imposto de competência municipal e do Distrito Federal, sendo devido ao Município do</p><p>domicílio do comprador, titular da respectiva capacidade contributiva.</p><p>(E) não incide sobre a cessão de direitos reais de garantia sobre o bem imóvel.</p><p>Comentários:</p><p>Opção A: Errada. A jurisprudência é no sentido da não incidência do ITBI na promessa de compra</p><p>e venda do imóvel, mas, apenas, com o registro da venda junto ao Registro Geral de Imóveis</p><p>(RGI). Segue ementa do STJ nesse sentido:</p><p>“PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. DEVIDO</p><p>ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS. INCONFORMAÇÃO COM A TESE</p><p>ADOTADA. TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO GERADOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA.</p><p>NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA 83/STJ. DECRETO 16.419/06. LEI LOCAL. SÚMULA</p><p>280/STF. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada</p><p>na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas</p><p>no recurso. 2. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o fato gerador de</p><p>ITBI é o registro imobiliário da transmissão da propriedade do imóvel, sendo inexigível no</p><p>contrato de promessa de compra e venda. Incide, portanto, a Súmula 83/STJ. 3. Para se</p><p>aferir a procedência das alegações recursais, seria necessário proceder à interpretação de</p><p>norma local, a saber, o art. 2º do Decreto 16.419/2006. O exame de normas de caráter local</p><p>é inviável na via do recurso especial, em virtude da vedação prevista na Súmula 280 do STF,</p><p>segundo a qual, "por ofensa a direito local, não cabe recurso extraordinário". Agravo</p><p>regimental improvido”. (AgRg no AREsp 813620/BA,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,</p><p>2ª TURMA, Julgado em 17/12/2015).</p><p>“Ué, Rafael, então por que está errada a assertiva?”. Justamente porque até a data do edital</p><p>desse concurso não havia jurisprudência nesse sentido (era justamente o contrário). Vale</p><p>lembrar que o STF já fixou tese no mesmo sentido, em sede de repercussão geral.</p><p>Opções B e C: Erradas. Só incidirá o ITBI nas transmissões inter vivos, onerosas, de bens imóveis.</p><p>Ou seja, se as transmissões de bens imóveis forem causa mortis ou inter vivos gratuitas, não</p><p>incidirá o ITBI, mas, sim, o ITCMD.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>==1365fc==</p><p>29</p><p>Opção D: Errada. O ITBI competirá ao Município da situação do bem transmitido. É o que dispõe</p><p>o art. 41 do CTN.</p><p>Opção E: Correta. Realmente o ITBI não incide sobre os direitos reais de garantia sobre imóveis,</p><p>como dispõe o art. 156, II, da CF/88.</p><p>Gabarito: Letra E.</p><p>04. (PGM-Campinas/2016 - adaptada) Sobre os impostos municipais é correto afirmar que existe</p><p>imunidade de ITBI para, dentre outras, a hipótese de incorporação de uma pessoa jurídica</p><p>por outra, desde que a atividade preponderante da incorporadora não seja a compra e</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.</p><p>Comentários:</p><p>De fato, a referida operação está beneficiada pela imunidade prevista no art. 156, § 2º, I, da</p><p>CF/88.</p><p>Gabarito: Correta.</p><p>05. (PGM-Campinas/2016 - adaptada) Sobre os impostos municipais é correto afirmar que O ITBI</p><p>poderá ́ ter alíquotas progressivas de acordo com o valor venal do imóvel, assim como</p><p>acontece também com o IPTU. Neste caso, quanto maior o valor venal do imóvel, maior</p><p>será a alíquota incidente.</p><p>Comentários:</p><p>A súmula 656 o STF dispõe sobre o assunto da seguinte forma: “é inconstitucional a lei que</p><p>estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão "inter vivos" de bens</p><p>imóveis – ITBI, com base no valor venal do imóvel”.</p><p>Gabarito: Errada.</p><p>06. (Procurador da Procuradoria Especial TCM/RJ 2015) Acerca do Imposto sobre a Transmissão</p><p>Inter Vivos por ato oneroso de bens imóveis − ITBI, é correto afirmar que</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>30</p><p>(A) não há incidência tributária de ITBI na transmissão de bens imóveis decorrente de integralização</p><p>de capital social pelo sócio, por não haver subsunção deste fato à respectiva hipótese de</p><p>incidência.</p><p>(B) nunca incide sobre transmissão de bens imóveis decorrente de fusão, incorporação ou cisão de</p><p>pessoa jurídica.</p><p>(C) há isenção em caráter geral nas hipóteses de reversão do patrimônio da pessoa jurídica para</p><p>os sócios em virtude de extinção da pessoa jurídica.</p><p>(D) se a atividade preponderante da adquirente for a locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil não haverá imunidade na transmissão de imóveis decorrente de integralização de</p><p>capital social.</p><p>(E) se a atividade preponderante da adquirente for a compra e venda de bens imóveis haverá</p><p>imunidade na transmissão de imóveis decorrente de fusão, incorporação ou cisão de pessoa</p><p>jurídica.</p><p>Comentários:</p><p>Opção A: Errada. Pessoal, não creio que valha a pena alongar muito a explicação do assunto, por</p><p>se tratar de tema mais afeto ao Direito Tributário. Portanto, vou procurar ser o mais objetivo</p><p>possível.</p><p>O que significa “subsunção do fato à hipótese de incidência”?</p><p>Isso que dizer que há um evento concreto (ou seja, um fato ocorrido no mundo real) que se</p><p>adequa à norma abstrata (que seria a hipótese de incidência, prevista em lei).</p><p>Ou seja, quando o fato ocorrido no “mundo real” se adequa à norma legal, dizemos que há a</p><p>subsunção do fato à norma e surge, assim, a relação jurídica-obrigacional.</p><p>O fato de não incidir ITBI na transmissão de bens imóveis em decorrência de integralização de</p><p>capital social pelo sócio, não se dá em razão da ausência de subsunção à hipótese de</p><p>incidência (a ausência da subsunção é tida como “não incidência”), mas sim em virtude de</p><p>imunidade constitucional, prevista no art. 156, §2°, I da CF/88. Até porque há a transmissão</p><p>inter vivos, onerosa (já que há uma contrapartida, que é a integralização do capital), de bens</p><p>imóveis, que se adequaria (se não fosse a imunidade) à hipótese de incidência do ITBI.</p><p>Opções B e E: Erradas. O “nunca” invalida a assertiva B, já que incidirá o ITBI na transmissão de</p><p>bens imóveis decorrente de fusão, incorporação ou cisão de pessoa jurídica, caso a atividade</p><p>preponderante do adquirente seja a compra e venda desses bens ou direitos, locação de</p><p>bens imóveis ou arrendamento mercantil (o que responde a alternativa E).</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>31</p><p>Opção C: Errada. Essa era moleza. Trata-se de imunidade e não de isenção.</p><p>Opção D: Correta. É exatamente o que dispõe o art. 156, § 2º, I, da CF/88.</p><p>Gabarito: Letra D.</p><p>07. (Procurador da Procuradoria Especial TCM/RJ 2015) Certo Município, para ver aumentada sua</p><p>arrecadação através do Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos por ato oneroso de bens</p><p>imóveis − ITBI, amplia a incidência do imposto sobre a alienação fiduciária de bem imóvel.</p><p>Esta medida é</p><p>(A) perfeitamente válida, já que na alienação fiduciária a propriedade fiduciária já é transferida para</p><p>o credor fiduciário.</p><p>(B) ilegal, pois não há transmissão onerosa de bem imóvel na alienação fiduciária, posto que a</p><p>transmissão é gratuita.</p><p>(C) inconstitucional, pois a Constituição Federal exclui da regra matriz de incidência do ITBI os</p><p>direitos reais de garantia.</p><p>(D) ilegal, enquanto direito real de garantia, pois só pode haver a incidência do ITBI com o registro</p><p>da garantia do cartório de registro de imóveis.</p><p>(E) constitucional, pois a alienação fiduciária de bem imóvel é uma cessão de direito real de</p><p>aquisição, passível de tributação por ITBI se o negócio for oneroso.</p><p>Comentários:</p><p>Para resolver a questão era necessário saber a natureza do instituto da alienação fiduciária.</p><p>A alienação fiduciária é tida como um direito real de garantia. É um instituto relativamente novo</p><p>no ordenamento jurídico brasileiro, sendo aplicável aos bens móveis e imóveis.</p><p>Por se tratar de direito real de garantia, com base art. 156, II, da CF/88, sabemos que não incide</p><p>o ITBI, em razão de norma imunizante.</p><p>Portanto, lei municipal que disponha de forma contrária deverá ser tida como inconstitucional.</p><p>Gabarito: Letra C.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>32</p><p>08. (Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual – SEFAZ/PE 2015) Suponha que a</p><p>empresa X, que explora atividade de arrendamento mercantil, incorporou a empresa Y,</p><p>sendo-lhe transmitida a propriedade dos bens móveis e imóveis da segunda empresa.</p><p>Nesse caso,</p><p>(A) não incide ITBI, posto que a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,</p><p>incorporação, cisão e extinção de pessoa jurídica é imune ao referido imposto.</p><p>(B) incide ITBI, pois o fato de a adquirente explorar atividade de arrendamento mercantil afasta a</p><p>imunidade do mencionado tributo sobre a transmissão de bens de direitos decorrente de</p><p>incorporação.</p><p>(C) não incide ITBI, visto que a exação do referido imposto pressupõe a presença de pessoas físicas</p><p>nos polos da relação jurídico-tributária, já recai sobre a transmissão inter vivos.</p><p>(D) a responsabilidade tributária da empresa X abrange os tributos, não alcançando as multas,</p><p>posto que a penalidade tem caráter pessoal e não pode ser transferida para quem não</p><p>cometeu infração.</p><p>(E) a responsabilidade tributária da empresa X abrange os tributos e a multa moratória, não</p><p>incluindo as multas punitivas, por força do princípio de intransmissibilidade da sanção.</p><p>Comentários:</p><p>Vejamos o art. 156, § 2º, da CF/88:</p><p>Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,</p><p>por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de</p><p>garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;</p><p>§ 2º O imposto previsto no inciso II:</p><p>I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio</p><p>de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou</p><p>direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,</p><p>salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e</p><p>venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento</p><p>mercantil;</p><p>II - compete ao Município da situação do bem.</p><p>Aula 03</p><p>Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Legislação Tributária Municipal</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>33</p><p>Reparem que sequer era preciso saber os critérios previstos no art. 37 do CTN para determinar</p><p>se a atividade era – ou não – preponderante (já que o enunciado nos assegura isso).</p><p>Sobre as opções D e E, é bom conhecer o entendimento do STJ sobre o tema. O art. 132 do</p><p>CTN trata da responsabilidade das empresas sucessoras. Vejamos o dispositivo:</p><p>CTN:</p><p>Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação</p><p>ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à</p><p>data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas</p><p>ou incorporadas.</p><p>Aí, quem leu de forma atenta, pensou: “ora, Rafael, mas no art. 132</p>

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