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<p>PROFESSORAS</p><p>Me. Fernanda Sutkus de Oliveira</p><p>Me. Yanara Cavalcanti Galvão</p><p>Sonoplastia</p><p>e Produção</p><p>Audiovisual</p><p>ACESSE AQUI O SEU</p><p>LIVRO NA VERSÃO</p><p>DIGITAL!</p><p>EXPEDIENTE</p><p>Universidade Cesumar - UniCesumar. U58</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Núcleo de Educação a Distância.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Sonoplastia e Produção Audiovisual / Fernanda</p><p>Sutkus de Oliveira, Yanara Cavalcanti Galvão. - Indaial,</p><p>SC : Arqué, 2023.</p><p>176 p. : il.</p><p>ISBN digital 978-65-5466-069-3</p><p>“Graduação - EaD”.</p><p>1. Audiovisual 2. Multimídia 3. Produção. 4. Fernanda</p><p>Sutkus de Oliveira. 5. Yanara Cavalcanti Galvão. I. Título.</p><p>CDD - 384.55</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Fernanda Gabriela de Andrade</p><p>Coutinho</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>André Morais, Arthur Cantareli e</p><p>Matheus Silva</p><p>Editoração</p><p>Juliana Duenha</p><p>Design Educacional</p><p>Giovana Vieira</p><p>Curadoria</p><p>Elziane Vieira Alencar</p><p>Revisão Textual</p><p>Salen Nascimento</p><p>Ilustração</p><p>André Azevedo</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock</p><p>NEAD - Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná</p><p>www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>02511357</p><p>Me. Fernanda Sutkus de Oliveira</p><p>Olá, estudante! Sou graduada em Educação Artística com</p><p>ênfase em Computação Gráfica e Pedagogia, mestra em</p><p>Educação e especialista em Design Instrucional para</p><p>cursos virtuais, Marketing Digital e Desenvolvimento de</p><p>Software para Internet. Ministrei aulas nos cursos de</p><p>Publicidade e Propaganda, nas disciplinas de Produção</p><p>Audiovisual, Marketing Digital, Produção Gráfica e Web,</p><p>Projeto Experimental; Jornalismo, nas disciplinas de Pro-</p><p>dução Gráfica e Web; e Design Gráfico, nas disciplinas de</p><p>Web Design, Produção Digital e Design Instrucional, na</p><p>modalidade presencial.</p><p>Na Educação a Distância, produzi vários livros e vi-</p><p>deoaulas para as disciplinas da graduação e pós-gra-</p><p>duação. Já atuei como coordenadora dos cursos de Li-</p><p>cenciatura em Artes Visuais e Música, presencial e EAD.</p><p>Atualmente, sou head de Produção Digital e Multimídias</p><p>da Vitru Educação. Para informações mais detalhadas so-</p><p>bre minha atuação profissional, pesquisas e publicações,</p><p>acesse meu Currículo Lattes, disponível no endereço:</p><p>http://lattes.cnpq.br/0694711914056276</p><p>http://lattes.cnpq.br/0694711914056276</p><p>Me. Yanara Cavalcanti Galvão</p><p>Olá, estudante! Trago aqui um pouco da minha trajetória</p><p>no cinema e audiovisual, a qual está muito relacionada a</p><p>minha vivência pessoal. Meu nome é Yanara Galvão. Sou</p><p>graduada em Comunicação Social, mestra em Cinema e</p><p>Narrativas Sociais, pela Universidade Federal de Sergipe</p><p>(UFS) e doutoranda em Cinema e Audiovisual, pela Univer-</p><p>sidade Federal Fluminense (UFF). Também fui professora</p><p>colaboradora e substituta no Departamento de Comuni-</p><p>cação (DCOS) da UFS, atuando como docente do Curso</p><p>de Cinema e Audiovisual (2017–2022), onde permaneço</p><p>como integrante do Núcleo Interdisciplinar de Cinema e</p><p>Educação, o Nice (2018–atual). Como professora universi-</p><p>tária, ministrei as disciplinas de Cinema, Educação e Direi-</p><p>tos Humanos, Cibercultura e Tecnologias do Audiovisual,</p><p>Laboratório de Mídias Digitais, Teoria e Crítica Audiovi-</p><p>sual, Política e Mercado Audiovisual e Cinema Brasileiro.</p><p>Para além da minha atuação como pesquisadora</p><p>e professora universitária, possuo vasta atuação como</p><p>arte-educadora no campo do cinema e educação, assim</p><p>como produtora cultural, com experiências diversas na</p><p>pesquisa e produção audiovisual desde 1997. Tenho ex-</p><p>periência na elaboração, aprovação e gestão de projetos</p><p>no campo das políticas culturais com ênfase em cinema,</p><p>audiovisual e educação. Como cineclubista e educadora</p><p>audiovisual, tenho facilitado cursos e realizado palestras</p><p>sobre cinema e educação, cineclubismo, cinema de auto-</p><p>ria feminina, coletivos de cinema, entre outros aspectos</p><p>da cadeia produtiva do audiovisual, focados na produção,</p><p>formação e difusão do cinema independente. São áreas</p><p>de interesse, nas quais possuo atuação: pedagogias da</p><p>imagem, estética, cinema de autoria feminina, documen-</p><p>tário, políticas públicas, comunicação e cultura. Também</p><p>atuo como jurada, curadora, parecerista e consultora em</p><p>festivais e projetos diversos no campo interdisciplinar do</p><p>cinema e audiovisual.</p><p>Como pode perceber, sou uma trabalhadora desse</p><p>campo vasto que é o cinema e audiovisual. Para saber</p><p>mais detalhes sobre minha experiência, deixo aqui meu</p><p>Currículo Lattes:</p><p>http://lattes.cnpq.br/0789051367925208</p><p>http://lattes.cnpq.br/0789051367925208</p><p>Dando continuidade aos nossos estudos, em Produção audiovisual multiplata-</p><p>forma: estratégias e técnicas, compreenderemos como a expansão das tecnologias</p><p>audiovisuais e os processos criativos possibilitados pelas mídias digitais têm provocado</p><p>Sonoplastia e Produção Audiovisual</p><p>Prezado(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a)!</p><p>Você está pronto(a) para aprofundar seus estudos em Sonoplastia e Produção</p><p>Audiovisual?</p><p>A produção audiovisual, nos dias atuais, está em constante evolução, graças ao avan-</p><p>ço tecnológico e ao aumento da demanda por conteúdo audiovisual. É possível produzir</p><p>conteúdo de alta qualidade com equipamentos cada vez mais acessíveis e sofisticados.</p><p>Além disso, as plataformas de streaming e as mídias sociais ampliaram as</p><p>oportunidades para a exibição de produções audiovisuais, permitindo que mais pessoas</p><p>tenham acesso a esse tipo de conteúdo. No entanto, a competição por audiência</p><p>também aumentou, tornando a produção de conteúdo de qualidade ainda mais</p><p>importante.</p><p>Esse material foi elaborado com muita satisfação para que você possa refletir sobre</p><p>as produções audiovisuais, bem como as inovações nessa área do conhecimento.</p><p>Em Fundamentos da história e estética audiovisual , vamos dialogar sobre a</p><p>histó-ria e a estética audiovisual. Você caminhará pelos fundamentos da história do</p><p>audio-visual, dos primeiros experimentos da imagem em movimento à invenção do</p><p>vídeo, chegando ao ambiente digital, lugar em que áudio + visual se transformam.</p><p>Por sua vez, em O universo das experiências inovadoras no audiovisual contempo-</p><p>râneo, vamos refletir sobre experiências inovadoras no audiovisual. Além disso,</p><p>vamos entender os cenários existentes e onde inovar.</p><p>Em Processo criativo: da ideia à roteirização no audiovisual interativo, você</p><p>conhe-cerá as novas perspectivas abertas para o campo da comunicação a partir dos</p><p>avanços tecnológicos. A internet possui características que permitem o uso de</p><p>estratégias cria-tivas e eficazes para as produções audiovisuais, que têm a finalidade</p><p>de disponibilizar informações. Diante desse cenário, pensar em processos criativos</p><p>para roteirização é fundamental nos dias atuais.</p><p>uma transformação desde os modos de produção e criação ao consumo e circulação</p><p>dos conteúdos audiovisuais.</p><p>Prevista desde o planejamento/plano de trabalho, com a Pós-produção audiovisual:</p><p>técnicas de edição não linear, softwares e ferramentas interativas, chegamos à últi-</p><p>ma etapa da realização audiovisual. Nesse momento, entenderemos os processos da</p><p>montagem e finalização audiovisual, etapa em que o filme ganha sua forma. Também</p><p>discorreremos sobre as principais ferramentas e programas utilizados na montagem/</p><p>edição audiovisual não linear.</p><p>Nessa imersão, que realizamos por meio dos nossos estudos, é possível compreen-</p><p>der a dimensão do audiovisual enquanto um setor que está em plena expansão e de-</p><p>senvolvimento. O nosso objetivo com a disciplina é mediar o acesso ao conhecimento</p><p>acerca dessa realidade, para então apontar caminhos que possam ir ao encontro das</p><p>suas expectativas e habilidades enquanto pesquisador(a) e profissional no campo da</p><p>Sonoplastia e Produção Audiovisual.</p><p>Como sugestão, siga o passo a passo, pois o ritmo é mais importante que a veloci-</p><p>dade. Quando você menos esperar, estará voando. Nossos sinceros agradecimentos</p><p>por nos oferecer a oportunidade de fazer parte do</p><p>de contos, como a do Cavalo de Troia.</p><p>Com o desenvolvimento da civilização humana e a necessidade de registros</p><p>dos feitos e do conhecimento, para que pudessem ser passados adiante de geração</p><p>a geração, esses registros foram desenvolvidos em diversas formas, como hieró-</p><p>glifos egípcios, lendas gregas, monumentos romanos, canções e contos medievais</p><p>e vitrais bizantinos. Os meios de contar história evoluíram junto com a humani-</p><p>dade, tornando-se cada vez mais importante a utilização da narrativa como uma</p><p>maneira de influenciar e sensibilizar as pessoas.</p><p>As narrativas, desde os tempos primitivos, continuam mostrando a sua</p><p>capacidade persuasiva, ou seja, por meio delas, é possível fascinar e chamar</p><p>a atenção das pessoas, instigando curiosidades de admiração. Isso se dá pelo</p><p>fato de que a utilização de uma história bem contada, com uma narrativa in-</p><p>teressante, cativa e convida o leitor a interagir de forma aprofundada com o</p><p>conhecimento que está sendo apresentado.</p><p>Cada vez mais, é possível perceber que as narrativas históricas apenas exalta-</p><p>vam e reproduziam os feitos históricos que registravam. O modo como o story-</p><p>telling passou a ser empregado, porém, evoluiu de forma a tornar uma história</p><p>transmitida, junto com seus ideais e informações, algo muito mais pessoal e ca-</p><p>tivante, que coloca o telespectador como um participante da narrativa, permi-</p><p>tindo-o experienciar, vivenciar e sentir-se parte da história.</p><p>Santos (2016) afirma que um dos melhores registros do poder de uma boa</p><p>narrativa, transmitida por meio de storytelling às grandes massas, com o uso dos</p><p>meios modernos de comunicação, ocorreu no dia 30 de outubro de 1938, quan-</p><p>do George Orwell narra, em um programa de rádio, os eventos de uma fictícia</p><p>invasão extraterrestre. Sua técnica de oratória e o modo convincente como sua</p><p>53</p><p>narrativa fora construída, foram capazes de desencadear pânico na costa leste</p><p>dos Estados Unidos. O autor complementa dizendo que esse é um exemplo real</p><p>e concreto de como uma boa história é capaz de gerar e inspirar os mais variados</p><p>sentimentos nas pessoas.</p><p>Em relação aos recursos narrativos, Santos (2016) diz que se tornaram uma</p><p>ferramenta efetiva na área da publicidade e propaganda e que, a partir da metade</p><p>do século XX, muitas empresas começaram a utilizar técnicas de storytelling para</p><p>cativar seu público consumidor.</p><p>Gostaria de te convidar a ouvir um podcast sobre as téc-</p><p>nicas de storytelling para que você possa aprofundar seus</p><p>conhecimentos.</p><p>Vamos lá!</p><p>Atualmente, com a evolução dos meios de comunicação, as marcas passaram a</p><p>investir, cada vez mais, em maneiras de transmitir suas ideias e conceitos a fim</p><p>de atender o seu público-alvo.</p><p>Segundo Domingos (2009), é possível definir o storytelling como uma nego-</p><p>ciação constante entre o que é apresentado dentro da narrativa e o espectador. O</p><p>autor complementa afirmando que:</p><p>“ Narrar-se é criar a ilusão no narrador de que [ele] se tornou uma</p><p>personagem protagonista arquetípica, em geral eufórica, do texto,</p><p>então, narrado. Como não há narrativa que não seja seleção de fatos</p><p>vividos por personagens em um determinado tempo e espaço, o</p><p>ato de narrar é inevitavelmente um ato de deslocamento e de ne-</p><p>gociações entre a consciência e a inconsciência, gerando significa-</p><p>das formas de ser e estar do mundo. É uma forma de se mostrar e</p><p>esconder-se, ao mesmo tempo. É o ponto de vista que determina a</p><p>sequencialidade das ações narradas em que o narrador seleciona da</p><p>vida o que ele deseja narrar. Portanto, não há jamais na narrativa</p><p>um eu puro; ele sempre será um ser humano que traz em si não só</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13276</p><p>UNIDADE 2</p><p>54</p><p>os primórdios de sua existência, como os adapta às novas maneiras</p><p>de narrar a vida (DOMINGOS, 2009, p. 8).</p><p>Diante dessa importância, vamos conhecer os principais elementos para o de-</p><p>senvolvimento do storytelling.</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>Para desenvolver um bom storytelling, é preciso estar atento a uma série de condi-</p><p>ções que, quando implementadas, ajudam a formar uma história fluida, instigante</p><p>e coerente. Vamos conhecê-las?</p><p>STORYTELLING</p><p>CENÁRIO</p><p>Uma boa ambientação</p><p>ajuda o espectador a</p><p>melhor se situar na</p><p>história, e permite</p><p>também que ele imagine</p><p>e se conecte com o local</p><p>ou mundo no qual a</p><p>narrativa se passa.</p><p>PROTAGONISTA</p><p>Pode ser um personagem real,</p><p>um ser �ctício ou, até mesmo,</p><p>o próprio leitor. Um bom</p><p>protagonista é fundamental</p><p>para que a história gere</p><p>empatia e identi�cação.</p><p>ROTEIRO</p><p>Uma boa história</p><p>depende de um bom</p><p>roteiro para o</p><p>andamento da narrativa,</p><p>respeitando e criando</p><p>uma coerência entre</p><p>espaço e tempo, que</p><p>ajuda o espectador a</p><p>acompanhar e entender</p><p>a história.</p><p>Berger (2014) afirma que toda boa história possui um começo, meio e fim. Um</p><p>bom storytelling se sustenta em histórias que apelem para o emocional. Histó-</p><p>rias com forte apelo emocional e com narrativa empolgante criam uma conexão</p><p>maior e captam a atenção do espectador.</p><p>55</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: Parasita</p><p>Ano: 2019</p><p>Sinopse: Em Parasita, toda a família de Ki-taek está desempregada,</p><p>vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que</p><p>o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota</p><p>de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa dessas pessoas, pai, mãe,</p><p>filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa,</p><p>um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social</p><p>custarão caro a todos.</p><p>Comentário: Filme ganhador do Oscar 2020, o longa-metragem aborda cla-</p><p>ramente importantes aspectos sociais. A crítica apresentada é capaz não só</p><p>de emocionar, mas também de trazer uma reflexão. Pautas como feminis-</p><p>mo, racismo e ambientalismo geram discussões e despertam o interesse do</p><p>telespectador.</p><p>As marcas já perceberam que utilizar histórias para se relacionarem com o seu</p><p>público, auxilia no alcance orgânico e engajamento da audiência. Existem, basi-</p><p>camente, duas maneiras de se contar histórias:</p><p>1. por meio das experiências dos consumidores com a marca;</p><p>2. por meio de um propósito maior, que reflita o objetivo mais amplo do</p><p>negócio.</p><p>As experiências devem ir além da marca e do produto. Por exemplo, se utili-</p><p>zarmos um lançamento imobiliário ao invés de apresentar as características do</p><p>imóvel, é possível explorar as experiências do bairro, gastronomia, mobilidade,</p><p>lazer, esporte e cultura.</p><p>Branded Content</p><p>A era digital trouxe novos conceitos e maneiras de se produzir o material audio-</p><p>visual. Pensando nisso, as marcas têm apostado em criar conteúdo para gerar</p><p>valor, e essa estratégia foi chamada de branded content. O considerado primeiro</p><p>case que trabalhou essa estratégia de entretenimento foi o da BMW, com a série</p><p>de curtas-metragens chamada The hire, em 2001.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>56</p><p>Quando falamos em consumo de mídia e perfil do consumidor, é possível ob-</p><p>servar grandes mudanças, a maioria já não gosta mais de ter sua programação</p><p>interrompida por publicidades, aí está a oportunidade de ser visto e notado de</p><p>forma positiva, criando conteúdo relevante e engajador.</p><p>De acordo com Medeiros (2013), um conteúdo completo é aquele que con-</p><p>segue reunir uma história, de forma dinâmica, além de ser capaz de fazer mais</p><p>com menos. Boas narrativas sempre fizeram sucesso na história da humanidade.</p><p>No marketing, elas geram resultados, contextualizando marcas com temas de</p><p>interesse público, como esportes, cultura e ações socioambientais.</p><p>Você nunca verá um conteúdo ligado à venda de algum produto, e sim a</p><p>alguma narrativa que prenda a atenção do consumidor. Dessa forma, Patrícia</p><p>Weiss, especialista e consultora estratégica de branded content e entertainment,</p><p>afirma, em entrevista para o portal ADNews (2017), que: “branded content não</p><p>é nem nunca será publicidade”.</p><p>De acordo com Brandão (2011), se antes, na propaganda tradicional, o anun-</p><p>ciante decidia a mensagem e a “despejava” nas mídias, agora, quem decide a men-</p><p>sagem que quer ver é o consumidor. No ambiente virtual, é o seu interesse</p><p>pelo</p><p>assunto que ativa a comunicação e não mais o interesse da empresa em fazer com</p><p>que ele conheça o seu produto. A linguagem publicitária na rede precisa de um</p><p>apelo muito maior para atrair a atenção do público.</p><p>57</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: Conteúdo de marca: os fundamentos e a prática do branded</p><p>content</p><p>Ano: 2021</p><p>Resumo: Na última década, o conteúdo de marca ganhou cada vez</p><p>mais visibilidade no país, sobretudo com o avanço das plataformas</p><p>digitais e da mídia on demand. Produzido pelas empresas para que seus con-</p><p>ceitos e valores cheguem ao consumidor de forma mais natural e inteligente,</p><p>o também chamado branded content ainda é um desafio para a formação</p><p>e a atuação do profissional de comunicação, pois requer visão de conteú-</p><p>do, de mídia e de negócio. O livro de Leonardo Moura, primeiro do Brasil</p><p>sobre o assunto, conta com a experiência prática do autor no segmento,</p><p>mas, ao mesmo tempo, baseia-se em estudos e pesquisas sobre o conteúdo</p><p>na forma de narrativa. Mostra, ainda, exemplos bem-sucedidos – e outros</p><p>nem tanto – de ações nesse campo, do mercado de cerveja ao de sustenta-</p><p>bilidade, detalhando os diversos tipos de gênero narrativo: produção ficcio-</p><p>nal, apropriação factual, musical, jogos e competições. É leitura obrigatória</p><p>para profissionais e estudantes da área de comunicação e marketing – como</p><p>empreendedores, agências de publicidade, marcas e anunciantes, veículos</p><p>diversos, produtores de conteúdo e influenciadores digitais.</p><p>É possível perceber que contar histórias é útil. Não só contar histórias como</p><p>no passado, com pessoas sentadas ao redor das outras, ouvindo aquele sujeito</p><p>detentor do conhecimento, geralmente o mais velho de uma tribo ou sociedade,</p><p>que passaria adiante culturas, tradições e valores de seu povo. Mas contar histórias</p><p>na era da tecnologia ganhou novas possibilidades e novas formas, levando em</p><p>conta todas as considerações sobre audiovisual, branded content, storytelling e o</p><p>desafio de criar e contar uma boa narrativa.</p><p>Dentre as diversas possibilidades de branded content para promover uma</p><p>aproximação emocional entre marca e audiência, as produções audiovisuais de</p><p>curta duração apresentam-se como formatos especialmente promissores.</p><p>O branded content busca o engajamento e a fidelização por meio de conteúdos es-</p><p>pecíficos, assim, as marcas tentam estabelecer uma ligação maior com o consumidor.</p><p>É importante refletir que o audiovisual do tipo branded content possui uma dinâmica</p><p>de divulgação da marca modificada, a qual passa a ser associada com informação e</p><p>emoção. Medeiros (2013) afirma que o grande desafio é proporcionar conteúdo que</p><p>conquiste a atenção de forma que o consumidor deseje a ideia antes do produto.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>58</p><p>As particularidades da natureza de produto audiovisual, que seria a combina-</p><p>ção de texto, som e imagem, e sua dinâmica de circulação, consumo espontâneo</p><p>e possibilidade de compartilhamento, refletem em excelentes estratégias para as</p><p>marcas. Carrascoza (2008) complementa afirmando que narrativas e persona-</p><p>gens, reais ou fictícios, apresentam mundos favoráveis e modos de ser e viver por</p><p>meio de abordagens sutis e sofisticadas.</p><p>O branded content não tem como objetivo (ao menos não diretamente) a</p><p>venda de um produto, mas sim a transmissão de conteúdo relevante, útil, que</p><p>possa envolver, engajar e entreter o público-alvo.</p><p>A partir dessas reflexões, emerge um questionamento sobre o real motivo</p><p>de as marcas adotarem essa estratégia. Se não há um objetivo mercadológico</p><p>ou lucrativo no final do processo, por que realizar a produção e distribuição de</p><p>conteúdo relevante para o público? De que forma essa estratégia conceberá um</p><p>retorno financeiro para as marcas?</p><p>O branded content busca a transmissão de uma mensagem para o público-</p><p>-alvo e aproveita para trabalhar o posicionamento da marca. O objetivo dessa</p><p>estratégia é o de que, em algum momento da comunicação, a marca estará presen-</p><p>te, sem sobrepor-se a mensagem compartilhada, proporcionando um equilíbrio</p><p>entre o conteúdo e a propaganda.</p><p>Poncio (2017 apud CEZAR; FEIL, 2017) afirma que quando acompanhamos</p><p>esse tipo de conteúdo, podemos identificar que se trata de algo pago, construído</p><p>por uma marca, porém, mesmo assim, sentimos vontade de compartilhá-lo em</p><p>nossas redes sociais e levamos a mensagem conosco no final, comprando ou não</p><p>o produto daquela marca. Este é o diferencial, a lembrança.</p><p>O conteúdo produzido deverá possuir qualidade e relevância para o público-</p><p>-alvo. Nesse sentido, é necessário pensar na relevância como algo definido pelo</p><p>público-alvo e suas referências, não de maneira universal e absoluta. O branded</p><p>content é flexível e adaptável, e pode ser desenvolvido por meio de vários canais</p><p>e formatos. Mas por que essa estratégia é importante para as marcas?</p><p>Podemos considerar que o branded content é um modo contemporâneo de</p><p>pensar a divulgação de marca, e uma maneira de contribuir com o público por</p><p>meio de um conteúdo relevante, fortalecendo a construção de diálogo e laços en-</p><p>tre a marca e o consumidor, almejando a consolidação de uma imagem positiva.</p><p>Vamos conhecer algumas dicas para o desenvolvimento do branded content?</p><p>59</p><p>Para se pensar em um bom branded content, não existe uma fórmula fechada,</p><p>entretanto, existem algumas questões que precisam ser lembradas para garantir</p><p>bons resultados:</p><p>■ pensar na essência além do produto;</p><p>■ entender as dificuldades e necessidades do público-alvo;</p><p>■ criar uma relação de empatia;</p><p>■ trabalhar com os gatilhos mentais;</p><p>■ encontrar o diferencial da marca;</p><p>■ utilizar criatividade e inovação.</p><p>Complementando, você precisa criar histórias de sucesso. Vender não é o objetivo</p><p>do branded content. A proposta dessa estratégia é entregar conteúdo relevante</p><p>associado à marca para torná-la mais forte na mente do público desejado.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>60</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>Vamos visualizar mais algumas dicas:</p><p>Uma história simples,</p><p>inspirada em fatos</p><p>cotidianos, �ca mais</p><p>interessante quando o</p><p>roteiro é criativo e bem</p><p>estruturado. Crie uma</p><p>mensagem criativa</p><p>associada à marca para</p><p>que a história</p><p>permaneça viva na</p><p>memória dos clientes.</p><p>É importante criar</p><p>histórias envolvendo a</p><p>marca inspirada em</p><p>temas da atualidade,</p><p>situações do cotidiano,</p><p>sonhos, desejos, ou até</p><p>mesmo uma história</p><p>real que aconteceu com</p><p>a marca, construa um</p><p>enredo autêntico para</p><p>atrair a atenção do</p><p>público-alvo.</p><p>AUTENTICIDADE CRIATIVIDADE</p><p>EMOÇÕES POSITIVAS</p><p>A história tem que</p><p>tocar as emoções</p><p>do público.</p><p>O envolvimento</p><p>emocional com a</p><p>história contribui</p><p>para a aproximação</p><p>entre a marca e o</p><p>público.</p><p>FINAL FELIZ</p><p>Toda história tem</p><p>momentos de tensão,</p><p>con�ito e dilema. Mas</p><p>o público sempre</p><p>espera um �nal feliz</p><p>para o herói.</p><p>Conhecer o per�l do</p><p>público-alvo para</p><p>contar uma história que</p><p>leve as pessoas a se</p><p>identi�carem com o</p><p>enredo e o personagem</p><p>principal, essa é a ideis.</p><p>Quando o público se</p><p>identi�ca cria e</p><p>fortalece vínculos.</p><p>IDENTIFICAÇÃO</p><p>05</p><p>61</p><p>Agora, vamos conhecer algumas marcas que utilizam o branded content como</p><p>estratégia:</p><p>Dove</p><p>A Dove é uma das marcas</p><p>que melhor explorou o</p><p>poder do branded content.</p><p>Um bom exemplo fica</p><p>claro na campanha Real</p><p>beleza, que, em inúmeros</p><p>vídeos, conseguiu ressaltar</p><p>a beleza da mulher, criar</p><p>ações personalizadas e fu-</p><p>gir do senso comum.</p><p>Figura 1. Vídeo da campanha Dove Retratos da Real Beleza – versão estendida</p><p>Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Il0nz0LHbcM</p><p>Red Bull</p><p>Na campanha Last call for mr. Paul, A marca representou o desejo de qualquer</p><p>passageiro atrasado para o voo.</p><p>Figura 2. Vídeo da campanha Last Call for Mr. Paul</p><p>Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Mv7J2CLBYBk</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Il0nz0LHbcM</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Mv7J2CLBYBk</p><p>UNIDADE 2</p><p>62</p><p>Coca-Cola</p><p>Com mais de 4 milhões</p><p>de visualizações a Coca-</p><p>-Cola valoriza o poder de</p><p>escolha do cliente. Com</p><p>o mote: “Praia ou monta-</p><p>nha? Sim? Não? Ter op-</p><p>ções é muito importante,</p><p>por isso, a gente oferece</p><p>um produto para cada</p><p>tipo e tamanho de sede”,</p><p>a empresa desenvolveu a</p><p>campanha Escolhas.</p><p>Figura 3. Vídeo da campanha Escolhas</p><p>Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=_tVCthKSqaA</p><p>Marketing de Conteúdo</p><p>Grande maioria das pessoas confunde, ou acredita, que branded content e marke-</p><p>ting de conteúdo são a mesma coisa. É preciso deixar claro que branded content</p><p>trabalha o posicionamento ligado à imagem da marca com a criação de conteúdo</p><p>para ela, e o marketing de conteúdo tem foco na experiência do cliente e nas</p><p>estratégias ligadas à tomada de decisão.</p><p>Com o advento da tecnologia, o marketing evoluiu em relação ao marketing</p><p>utilizado nos dias atuais. Suas ações preocupam-se com os valores, com o que</p><p>leva as pessoas a terem experiências com a marca.</p><p>De acordo com Cremades (2009), as redes sociais estão sendo exploradas por</p><p>consumidores cada vez mais exigentes, que querem ter suas reivindicações atendi-</p><p>das. Isso pode servir para várias outras pessoas, uma vez que o público tornou-se</p><p>a própria fonte de informação dos produtos. Antes de adquirirem algo, muitos</p><p>pesquisam a satisfação de outras pessoas para, então, tomarem a decisão final.</p><p>Kendzerski (2009) complementa que essas novas tendências têm trocado o</p><p>hábito de consumo da população. O meio digital tornou-se uma fonte inesgotável</p><p>de negócios. A tecnologia, por si só, não passa de um agente facilitador, mas, com</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=_tVCthKSqaA</p><p>63</p><p>a presença de pessoas conectadas, torna-se, cada vez mais, poderosa. Esta nova</p><p>categoria de marketing é uma maneira de divulgação que se utiliza de informa-</p><p>ções relevantes ao usuário para atingi-lo com a propaganda mais adequada e da</p><p>forma mais amena. Torres (2009) diz que a ideia é gerar conteúdo genuíno, útil</p><p>e relevante para o consumidor, sem interferência comercial.</p><p>Outro fator que motiva a utilização do marketing de conteúdo são os inú-</p><p>meros estímulos a que os consumidores são expostos diariamente. Com todas as</p><p>concorrências entre as marcas existentes, é preciso ter uma identidade forte e um</p><p>bom posicionamento na mente dos consumidores. Sendo assim, Kotler (2010)</p><p>defende a necessidade de um posicionamento e de um tratamento diferenciado</p><p>aos consumidores. Mello (2011) afirma que estratégias baseadas no marketing de</p><p>conteúdo criam justamente esta diferenciação. Politi (2013) complementa afir-</p><p>mando que o marketing de conteúdo consiste em ajudar as empresas a assumirem</p><p>um posicionamento diferenciado perante o público, por meio do qual elas não</p><p>falam apenas do que vendem, mas do que elas conhecem.</p><p>Diante disso, Spinola (2011) diz que é necessário e viável adotar uma forma</p><p>de comunicação como o marketing de conteúdo, que vai ao encontro de uma</p><p>necessidade importante de um público que é motivado por seus sentimentos.</p><p>Muitos pesquisadores tratam a emoção como algo muito mais complexo do</p><p>que o ser humano acredita ser. Roazzi, Federicci e Wilson (2001) afirmam que</p><p>contextos sociais e históricos em que o sujeito está inserido também influenciam</p><p>a maneira como ele expressa as emoções. A emoção não se baseia em algo está-</p><p>tico. As pessoas são movidas pelas mais diversas emoções de acordo com cada</p><p>contexto ou situação em que estão inseridas. Assim, é possível constatar que a</p><p>emoção possui um importante papel na experiência de consumo.</p><p>Podemos apresentar como principal objetivo do marketing de conteúdo o</p><p>intuito de transformar a marca em uma autoridade. Isso se dá, por exemplo,</p><p>por meio do esclarecimento de dúvidas do consumidor sobre um produto ou</p><p>serviço, uma vez que, dessa forma, o público percebe a marca como especialista</p><p>no mercado em que atua.</p><p>Além disso, melhorar o alcance orgânico por meio de informações é outro</p><p>objetivo dessa estratégia. Somando-se a isso, as redes sociais transformaram o</p><p>consumidor em produtor de conteúdo que influencia na decisão das pessoas.</p><p>Diante de tantas mudanças, e mudanças importantes, cabe ainda refletir que o</p><p>marketing de conteúdo pode causar estímulos, os quais chamam, de fato, a aten-</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>64</p><p>ção do consumidor. Torres (2009) afirma que o marketing de conteúdo é o uso</p><p>do conteúdo em volume e qualidade suficientes para permitir que o consumidor</p><p>encontre, goste e se relacione com uma marca, empresa ou produto.</p><p>A produção audiovisual pode ajudar nas estratégias de marketing, nos dias</p><p>atuais, e a internet tornou-se uma das maiores ferramentas para isso. Dentro desse</p><p>universo da rede virtual, o conteúdo audiovisual tem o poder de conquistar um</p><p>grande público, e, atualmente, diversas plataformas produzem conteúdos espe-</p><p>cializados. Os usuários preferem consumir conteúdo digital em forma de vídeo</p><p>do que outro tipo de formato.</p><p>Andrade (2022) diz que segundo um levantamento feito pelo Google, 86%</p><p>da população brasileira consome audiovisual, tornando o Brasil o segundo país</p><p>que mais passa horas no YouTube.</p><p>O audiovisual faz parte dos inúmeros tipos de conteúdos digitais. Ele pode</p><p>ser uma ferramenta para divulgar a marca e atrair mais clientes. Dessa forma, é</p><p>possível promover a empresa por meio de conteúdos relevantes que despertem</p><p>o interesse do público-alvo. Além disso, o vídeo fortalece a marca, gera interação,</p><p>aumenta o alcance, envolve o consumidor e compartilha informações necessárias</p><p>a respeito da empresa de forma mais rápida.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>É importante se apropriar de exemplos de marketing de conteúdo.</p><p>Para isso, separamos um artigo, que apresenta oito exemplos para</p><p>você se inspirar.</p><p>O marketing de conteúdo pode ser feito de várias maneiras, seja um artigo, um</p><p>vídeo, um post nas redes sociais, ou até mesmo uma proposta de intervenção. O</p><p>marketing de conteúdo não se refere ao que a empresa faz, mas ao que os clientes</p><p>precisam. Mas como realizá-lo em formato de vídeo? Para que você conheça um</p><p>pouco mais sobre essa estratégia, vamos a alguns exemplos:</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18234</p><p>65</p><p>MRV – como comprar um apartamento</p><p>O vídeo feito para a MRV, da série Como comprar meu apartamento, foi desenvol-</p><p>vido com a intenção de otimizar resultados por meio do inbound marketing, com</p><p>o uso de conteúdo em vídeo. O projeto de videomarketing usou motion graphics.</p><p>Figura 4. Vídeo feito para a MRV, da série Como comprar meu apartamento</p><p>Fonte: Matilde Filmes (2015, on-line).</p><p>Pensando em comunicação, 93% dos profissionais de marketing, nos Es-</p><p>tados Unidos, já usam vídeos em suas estratégias, enquanto no Brasil, esse</p><p>número chega a apenas 36%, portanto, estamos visualizando uma excelente</p><p>oportunidade para esse nicho.</p><p>É perceptível entender, no exemplo apresentado, que todas as estratégias do</p><p>vídeo se voltaram para o público que poderia ser cliente, ou seja, o que os clientes</p><p>precisavam para a tomada de decisão.</p><p>Vamos colocar a mão na massa? Para isso, vamos pensar nas etapas necessá-</p><p>rias para o planejamento de um branded content.</p><p>Primeiramente, é preciso conhecer a marca, entender os objetivos da empresa</p><p>e analisar o seu público-alvo, para ir ao encontro de uma narrativa assertiva.</p><p>Para o processo de elaboração do conteúdo, há três etapas principais: pré-</p><p>-produção, produção e pós-produção.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>66</p><p>PRÉ-PRODUÇÃO</p><p>Etapa em que serão</p><p>levantados os dados e</p><p>será construída a</p><p>narrativa.</p><p>PRODUÇÃO</p><p>É o passo a passo da</p><p>realização do vídeo. É a</p><p>etapa em que se de�ne</p><p>como serão as</p><p>�lmagens e quais serão</p><p>as escolhas estéticas.</p><p>PÓS-PRODUÇÃO</p><p>É o processo de</p><p>seleção do material</p><p>gravado, de escolha</p><p>das imagens, edição e</p><p>�nalização do projeto.</p><p>Descrição da Imagem: A figura mostra três quadrados coloridos, um ao lado do outro paralelamente.</p><p>No primeiro quadrado, consta o item “Pré-produção” e logo abaixo, sua definição: etapa em que serão</p><p>levantados os dados e será construída a narrativa. No segundo quadrado, seguindo para a direita, consta</p><p>o elemento “Produção” e logo abaixo, sua definição: é o passo a passo da realização do vídeo. É a etapa em</p><p>que se define como serão as filmagens e quais serão as escolhas estéticas. Por</p><p>fim, no último quadrado,</p><p>há o elemento “Pós-produção”, e logo abaixo, sua definição: é o processo de seleção do material gravado,</p><p>de escolha das imagens, edição e finalização do projeto.</p><p>Figura 5: Processo de elaboração de branded content / Fonte: a autora.</p><p>Pré-Produção</p><p>A pré-produção caracteriza-se pelo processo de pesquisa, entrevistas, e de cotação</p><p>das filmagens. Na pré-produção, é identificado o desejo do cliente. Nessa etapa,</p><p>são levantadas as informações essenciais ao projeto, bem como é identificado o</p><p>público que se deseja atingir e construído o briefing.</p><p>Uma dica é tentar identificar, por meio do briefing com o cliente, se já existe</p><p>alguma história que marcou a empresa, assim, a narrativa poderá utilizar carac-</p><p>terísticas das histórias já vivenciadas pela companhia. A identificação de frases</p><p>proferidas durante o briefing também ajuda nessa etapa de percepção.</p><p>67</p><p>Ainda nessa etapa, é realizada a identificação da infraestrutura, cenário, equi-</p><p>pamentos necessários, pessoas que serão envolvidas na produção, figurino, ma-</p><p>quiagem etc. A pré-produção é responsável por prever todos os problemas que</p><p>poderão se tornar empecilhos no processo.</p><p>Um dos maiores problemas enfrentados na produção está relacionado ao or-</p><p>çamento estabelecido na etapa de pré-produção. Trata-se, portanto, de um ponto</p><p>muito importante a ser observado nessa fase do processo.</p><p>Produção</p><p>A produção é a etapa em que se estabelece a ação da realização de um projeto</p><p>audiovisual. Ela envolve todas as esferas e processos necessários para a execução.</p><p>O produtor é o responsável por gerenciar todo o fluxo de trabalho, traçando o</p><p>melhor caminho para que as filmagens ocorram de forma organizada, respeitan-</p><p>do os prazos, otimizando o tempo e os gastos de execução do projeto.</p><p>Durante o período de produção, o ambiente deverá apenas ser utilizado para</p><p>a captação de imagem e produção artística. Uma dica é realizar a captação de</p><p>diversos takes em diferentes ângulos para obter boas opções de edição.</p><p>Podemos considerar o roteiro como uma etapa da produção. Para branded</p><p>content, é importante, além do roteiro técnico, o roteiro literário. A concepção do</p><p>storyboard também é uma ferramenta importante nessa etapa.</p><p>Pós-Produção</p><p>A pós-produção é a etapa necessária após finalizada a produção. Nela, é realizada</p><p>a edição, sonorização, colorização e inserção de caracteres além da aplicação de</p><p>efeitos e filtros, se necessário. Também se pode ressaltar que na pós-produção</p><p>acontece também a distribuição e exibição do produto audiovisual.</p><p>UNICESUMAR</p><p>Chegou o momento da nossa avaliação. Para tanto, sugiro que realize um mapa</p><p>da empatia. Você sabe o que é Mapa de Empatia? É uma ferramenta visual, uti-</p><p>lizada para traçar um perfil detalhado. A empatia é baseada no exercício de se</p><p>colocar no lugar do outro para realmente compreender suas percepções, desejos,</p><p>sentimentos e necessidades.</p><p>Como você se identificou com essa unidade de estudo? Como se sentiu em relação</p><p>aos conceitos aqui apresentados?</p><p>Preencha o Mapa de Empatia, respondendo aos seguintes questionamentos:</p><p>Nome:_________________________________________Idade:_________________</p><p>quais são as DORES? quais são as NECESSIDADES?</p><p>o que</p><p>PENSA E SENTE?</p><p>o que</p><p>FALA E FAZ?</p><p>o que</p><p>OUVE?</p><p>o que</p><p>VÊ?</p><p>3Processo Criativo:</p><p>da ideia à roteirização no</p><p>audiovisual interativo</p><p>Me. Fernanda Sutkus de Oliveira Mello</p><p>Novas perspectivas foram abertas para o campo da comunicação a</p><p>partir dos avanços tecnológicos. A internet possui características que</p><p>permitem o uso de estratégias criativas e eficazes para as produções</p><p>audiovisuais a fim de disponibilizar informações. Diante desse cenário,</p><p>pensar em processos criativos para roteirização é fundamental nos</p><p>dias atuais.</p><p>UNIDADE 3</p><p>70</p><p>Tenho certeza de que você já assistiu a um filme que ficou para sempre em sua</p><p>memória. Se eu mencionar o personagem Wilson, representado por uma bola</p><p>de vôlei, tenho certeza de que se recordará do filme Náufrago. O roteirista Wil-</p><p>liam Broyles Jr. conseguiu transformar a bola em um personagem que ganhou a</p><p>afeição do protagonista e, consequentemente, a simpatia do público. O ator Tom</p><p>Hanks atua sozinho em 80% do filme, Broyles foi muito criativo em seu roteiro,</p><p>criando um filme conduzido por um único ator, o que foi suficiente para o longa</p><p>ser lembrado na história do cinema. E isso nos faz refletir: como podemos pensar</p><p>em roteiros criativos nos dias atuais, com tantas tecnologias inovadoras? Qual a</p><p>importância do processo criativo para produção audiovisual?</p><p>Vamos dialogar um pouco sobre a criatividade. Você vai perceber que ela está</p><p>muito ligada à inovação.</p><p>A criatividade é importante em todos os aspectos de nossa vida, sabemos que a</p><p>criatividade é um fenômeno que está presente em todo o mundo, colaborando com</p><p>o desenvolvimento científico, atributos pessoais, tecnológicos e questões sociais.</p><p>Podemos afirmar que criatividade é criar, inovar e reinventar ou ainda tornar</p><p>ainda melhor o que já existe. Sternberg e Lubart (1998) afirmam que a criatividade</p><p>é a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada.</p><p>Por muito tempo, a criatividade era vista como uma condição relacionada às</p><p>artes e não um processo em termos de âmbito social. Pesquisadores têm levan-</p><p>tado a reflexão de que a criatividade é parte de um processo maior, que se de-</p><p>senvolve em cada indivíduo. Ela é vista como uma característica do ser humano,</p><p>sendo capaz de afetar diretamente os pontos de vista do indivíduo na sociedade.</p><p>O ambiente tem um papel fundamental tanto para o desenvolvimento da</p><p>criatividade quanto para o bloqueio criativo. Falando um pouco sobre isso, os</p><p>bloqueios podem ser agrupados em categorias, como: barreiras perceptivas, cul-</p><p>turais, ambientais, emocionais, intelectuais e expressivas, ou então obstáculos de</p><p>ordem social, ligados a valores, normas e pressupostos existentes na sociedade.</p><p>Podemos perceber, diante disso, o quanto precisamos exercitar a criatividade em</p><p>todos os aspectos da nossa vida, já que o processo criativo é uma ferramenta essencial</p><p>para a roteirização de produtos audiovisuais diferenciados que o mercado exige.</p><p>Logo nos primeiros anos de vida, somos incentivados a trabalhar a criatividade.</p><p>As crianças, por exemplo, possuem uma alta capacidade para criar coisas novas,</p><p>como novas brincadeiras ou o uso diferente de algum brinquedo. Elas, assim, pro-</p><p>põem novos olhares sobre aquilo que já conhecem. A criatividade não é um dom,</p><p>71</p><p>devemos sempre exercitá-la. A criatividade é uma habilidade, um potencial sub-</p><p>jetivo que nossa mente libera de acordo com determinadas situações e estímulos.</p><p>Vamos praticar? Você conhece a técnica 80/20? Vamos sair da zona de con-</p><p>forto para ter novas experiências.</p><p>Quem aplica muito bem esse conceito de tempo é a Google. A partir dele, os en-</p><p>genheiros podem usar 20% do tempo de trabalho para fazerem o que gostam e 80%</p><p>para as atividades específicas voltadas à empresa. Os resultados foram tão positivos</p><p>que a ideia foi replicada em outras empresas de tecnologia, como a Apple e o LinkedIn.</p><p>Faça esse experimento. Dedique 20% do tempo de suas atividades habituais</p><p>com propostas que façam bem para você, como, por exemplo, ler um capítulo de</p><p>livro, bater um papo com pessoas ao seu redor ou ouvir uma música.</p><p>A partir da sua experimentação, a técnica 80/20 consiste na divisão do seu tempo,</p><p>ou seja, 80% dele estará focado em suas tarefas profissionais e 20%, em projetos de</p><p>outras áreas para que, assim, possa desenvolver iniciativas de inovação. Qual foi a ati-</p><p>vidade realizada nesses 20%? Registre sua percepção em relação à sua produtividade.</p><p>Você se considera uma pessoa criativa?</p><p>Segundo Carvalho (2016), existem duas formas de se entender a imaginação:</p><p>com atenção ou intenção. O autor afirma que a Janela de Johari da Imaginação</p><p>apresenta quatro perfis de pessoas que se relacionam. É importante destacar que</p><p>esse método vem sendo estudado e aplicado em relações interpessoais. Vamos</p><p>descobrir o seu perfil?</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>72</p><p>Carvalho (2016) apresenta quatro perfis, a saber:</p><p>Zumbi - Esse tipo de perfil não faz ideia do poder da imaginação que possui.</p><p>Para desenvolvimento dessa capacidade de inventividade, é preciso o incentivo</p><p>de outras pessoas.</p><p>Sonhador - O sonhador possui ideias diversificadas, porém não as coloca em</p><p>prática. Por isso, a solução para o desenvolvimento de sua criatividade é utilizar</p><p>a imaginação para resolver problemas.</p><p>Gerenciador - O perfil gerenciador tem prazer em tarefas, mas costuma focar</p><p>tanto na ação que não se preocupa em exercitar outras soluções mais criativas. Pes-</p><p>soas com esse perfil precisam de ajuda para aperfeiçoar sua consciência e percepção.</p><p>Líder - O líder representa o grupo mais criativo. São pessoas com habilidade</p><p>de reunir ideias e pensamentos para definir as próximas ações.</p><p>73</p><p>Quando falamos em criatividade e pro-</p><p>cessos criativos, podemos afirmar que</p><p>o produto audiovisual é reconhecido</p><p>como parte das Indústrias Criativas,</p><p>que consistem na criatividade como</p><p>principal insumo. A criatividade se</p><p>apresenta como elemento transfor-</p><p>mador na etapa de desenvolvimento</p><p>dos produtos ou serviços gerados pelas</p><p>indústrias criativas, portanto, é pos-</p><p>sível concluir que é no processo</p><p>criativo que esses setores têm seu</p><p>diferencial. A produção audiovi-</p><p>sual profissional pressupõe um</p><p>encadeamento de atividades cria-</p><p>tivas com algumas funções envolvidas</p><p>no processo, entre elas: a produção, a direção, a</p><p>direção de fotografia, a direção de arte e a edição.</p><p>Trata-se, portanto, de uma produção com atividade</p><p>colaborativa. Entretanto, a etapa de roteiro, por mui-</p><p>tas vezes, foi entendida como uma atividade “solitária”,</p><p>principalmente no cinema.</p><p>Kallas (2016), entretanto, apresenta uma nova percepção em relação à criação</p><p>de roteiros. Ela diz que o processo do roteiro de séries e a função do roteirista são</p><p>pouco estudados, mas, quando posto no centro, o tema é discutido da mesma</p><p>maneira que é o auteur no cinema: um gênio isolado. Ela continua afirmando que</p><p>o papel do roteirista na TV americana contemporânea, denominada como “TV</p><p>de qualidade”, é um componente muito relevante, talvez o mais importante, na</p><p>produção de conteúdo para essa TV, e que eles agem, nesse sentido, como agentes</p><p>de uma mudança de paradigma, que inclui a criação de roteiros em grupos.</p><p>O modelo de “salas de roteiristas” tem origem nos anos de 1950. Na década</p><p>de 1980, ele foi utilizado, principalmente, na produção de séries de comédia e</p><p>sitcoms. O modelo tem sido adotado também por produções de séries de dife-</p><p>rentes gêneros nos Estados Unidos, desde 1990, e copiado por outros mercados</p><p>do mundo, como o europeu e o brasileiro. Kallas (2016) continua afirmando que</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>74</p><p>roteiristas, como Warren Leight, Jenny Bicks, Robert Carlock, e Janet Leahy, con-</p><p>sideram essas dinâmicas vantajosas para o processo criativo e um dos possíveis</p><p>motivadores do sucesso da TV americana nas últimas décadas.</p><p>Mas o que é Sala de Roteiristas?</p><p>A Sala de Roteiristas é um ambiente de colaboração. Trata-se de uma mesa redonda em</p><p>que todos os roteiristas têm voz, podem opinar e dar ideias para o desenvolvimento da</p><p>série. A sala, normalmente, é formada por dois ou mais roteiristas sêniores e o restante</p><p>da mesa, composto por roteiristas júniores.</p><p>EXPLORANDO IDEIAS</p><p>A proposta das salas de roteiristas se iniciou para que os escritores de humor</p><p>pudessem testar as piadas, e para que eles pudessem identificar o que funcionava</p><p>e o que não funcionava.</p><p>Os sitcoms e outros estilos de programas de comédia são os formatos em que</p><p>as salas de roteiristas foram mais comuns nos últimos anos, sendo eles os pro-</p><p>gramas com maior número de roteiristas envolvidos no processo. A estrutura da</p><p>sala de roteiristas da série 30 Rock (2006-2013) contou com uma média de doze</p><p>a treze roteiristas, escrevendo o programa ao mesmo tempo.</p><p>O motivo pelo qual o modelo de Salas de Roteiristas se expandiu para outros</p><p>contextos, incluindo séries não humorísticas, refere-se ao aumento de demanda por</p><p>conteúdos televisivos estimulado pela convergência midiática e pelo desenvolvimento</p><p>das tecnologias de comunicação, principalmente as plataformas de streaming.</p><p>Martin (2014) diz que os serviços de vídeo sob demanda, além dos down-</p><p>loads legais e ilegais dos conteúdos pela internet, favoreceram fenômenos, como</p><p>75</p><p>o rewatchability, que consiste em assistir mais de uma vez a uma mesma obra,</p><p>realizando uma revisão analítica e o binge watching, que significa assistir a diver-</p><p>sos episódios de uma série consecutivamente, também conhecido como “mara-</p><p>tonar”, como apresentado por Massarolo (2017), o qual representa o desejo por</p><p>autonomia dos espectadores, que podem assistir à obra na hora em que quiserem,</p><p>independente do fluxo televisivo.</p><p>“ A sala de roteiristas consiste em um espaço em que esses profissio-</p><p>nais se reúnem e podem discutir ideias, cenas e até mesmo escrever</p><p>os roteiros em si. A estruturação do funcionamento das salas varia</p><p>de produção para produção e depende de elementos, como relação</p><p>com o estúdio, prazos e episódios, complexidade das narrativas, mas,</p><p>acima de tudo, varia de acordo com as necessidades e estilo de tra-</p><p>balho do showrunner (MARTIN, 2014, p. 97).</p><p>Ambientes Criativos</p><p>É importante a compreensão da estrutura das salas de roteiristas e de como as ca-</p><p>racterísticas de ambientes criativos são apresentadas nesses espaços. O ambiente</p><p>de trabalho tem papel fundamental no processo criativo:</p><p>“ Uma característica marcante de muitos relatos fenomenológicos da</p><p>criatividade é o grau em que indivíduos extraordinariamente cria-</p><p>tivos se sentem influenciados por fatores sociais e ambientais. Em</p><p>muitos casos, esses fatores são eventos comuns e mundanos; parece</p><p>que até características aparentemente insignificantes do ambiente</p><p>podem ser prejudiciais ou favoráveis à criatividade em alguns in-</p><p>divíduos (AMABILE, 1983, p. 357).</p><p>Amabile (1997) afirma que, segundo a Teoria dos Componentes da Criatividade</p><p>Individual, a criatividade é formada pela intersecção dos seguintes componentes:</p><p>■ Expertise;</p><p>■ Pensamento Criativo; e</p><p>■ Motivação Intrínseca para a tarefa.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>76</p><p>CRIATIVIDADE</p><p>Expertise Pensamento</p><p>criativo</p><p>Motivação</p><p>intrínseca</p><p>Descrição da Imagem: Diagrama no qual, no esquema central, aparece a palavra “Criatividade” e, in-</p><p>terligada a ela, nos diagramas abaixo, aparecem três círculos, um ao lado do outro, com as respectivas</p><p>palavras: “Expertise”; “Pensamento criativo” e “Motivação intrínseca para a tarefa”.</p><p>Figura 1. Componentes da criatividade / Fonte: a autora.</p><p>O ambiente tem alto potencial de influência sobre a motivação, sendo ela o compo-</p><p>nente mais específico, porque pode variar de uma tarefa de um domínio para outro.</p><p>É importante saber que uma pessoa só poderá desenvolver a criatividade</p><p>quando tiver interesse na tarefa a ser executada e quando o ambiente de traba-</p><p>lho for favorável, não inibindo as motivações intrínsecas nem criando barreiras</p><p>extrínsecas ao desenvolvimento das ideias criativas.</p><p>Vamos dialogar um pouco sobre criatividade? Para isso, por</p><p>favor, escute o podcast sobre o assunto.</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13277</p><p>77</p><p>Sternberg e Lubart (1998), por sua vez, dizem que a criatividade é composta pela</p><p>junção de cinco fatores:</p><p>AMBIENTEMOTIVAÇÃOPERSONALIDADETIPOS DE</p><p>PENSAMENTO</p><p>HABILIDADES</p><p>INTELECTUAIS</p><p>CONHECIMENTO</p><p>Descrição da Imagem: Ilustração composta por quadros, numerados de um a cinco, com as seguintes</p><p>palavras dentro de cada um deles: habilidades intelectuais/conhecimento, tipos de pensamento, perso-</p><p>nalidade, motivação e ambiente.</p><p>Figura 2. Composição da criatividade / Fonte: a autora.</p><p>Os autores defendem que o indivíduo pode ter todos os recursos internos ne-</p><p>cessários para a criatividade, mas, sem o suporte do ambiente, a criatividade</p><p>poderá nunca se manifestar.</p><p>Percebe-se a importância do ambiente como fator de influência na criatividade,</p><p>pensando no desenvolvimento individual ou mesmo colaborativo, como</p><p>o exemplo</p><p>das Salas de Roteiristas. O ambiente apresenta-se como uma ferramenta para a ges-</p><p>tão, já que é mais fácil estimular a criatividade, mudando as condições do ambiente.</p><p>Amabile e Gryskiewicz (1989) indicam oito escalas de avaliação para am-</p><p>bientes criativos:</p><p>■ liberdade;</p><p>■ desafio;</p><p>■ recursos;</p><p>■ supervisor;</p><p>■ colegas de trabalho;</p><p>■ reconhecimento;</p><p>■ unidade e cooperação; e</p><p>■ apoio à criatividade.</p><p>É preciso destacar que os líderes possuem influência no ambiente de trabalho, e</p><p>são responsáveis por orientar e avaliar o trabalho de seus liderados. Além disso,</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>78</p><p>eles podem facilitar ou impedir o acesso a recursos e informações que interfiram</p><p>no envolvimento com tarefas e outras pessoas. O comportamento desses líderes</p><p>pode afetar positivamente ou negativamente a criatividade dos liderados.</p><p>Graham e Gandini (2017) afirmam que as Indústrias Criativas consideram a</p><p>colaboração uma alternativa de alto potencial criativo, sendo, portanto, necessária</p><p>a compreensão de como se dão os processos criativos e de como eles podem ser</p><p>criativamente otimizados, para além da divisão e descrição de funções.</p><p>Agora vamos dialogar sobre roteiros? Para iniciarmos a discussão sobre ro-</p><p>teiros, é preciso entender duas perspectivas que se complementam: o caminho</p><p>que o roteiro percorre e a construção do imaginário que emerge dele.</p><p>Agora vamos conhecer o Roteiro e seu caminhar. Vamos aprender sobre as tra-</p><p>jetórias que o roteiro trilha em clusters cinematográficos e televisivos, formados</p><p>por estúdios, produtoras e emissoras. Há duas instâncias no processo de criação:</p><p>uma relativa à pré-produção e ao processo de decisão corporativa e outra refe-</p><p>rente à etapa de produção.</p><p>Antes disso, é importante conhecermos o fluxograma geral de um roteiro na</p><p>indústria do audiovisual.</p><p>79</p><p>Agora vamos entender a construção do imaginário que emerge da narrativa. Esse</p><p>imaginário é entendido, com base em conceitos do filósofo Gilbert Durand, como</p><p>o conjunto articulado de elementos simbólicos, como imagens simbólicas, arquéti-</p><p>pos, estereótipos e mitos, a fim de construírem os sentidos de produtos audiovisuais.</p><p>Durand (2002) diz que antes de materializar-se como um produto audiovisual, o</p><p>imaginário é fruto de um trajeto antropológico no qual os elementos simbólicos</p><p>emergem. Barros (2016) complementa afirmando que o imaginário é também uma</p><p>perspectiva heurística para o estudo dos produtos e processos de comunicação:</p><p>“ É possível estudar empiricamente o imaginário porque ele se epifa-</p><p>niza em cada manifestação criativa, sendo a menor de suas unidades</p><p>detectáveis a imagem simbólica. Para encontrá-la, são necessárias</p><p>ferramentas teóricas e metodológicas específicas, resultantes de uma</p><p>heurística peculiar ao entendimento que se tem sobre o que seja o</p><p>imaginário. (BARROS, 2016, p. 350).</p><p>É possível perceber que o imaginário utilizado para compor um filme ou série</p><p>é estabelecido por meio do roteiro, e ganha novas camadas e definições nas</p><p>Se</p><p>aprovado</p><p>Roteirista �srt</p><p>draft</p><p>Agente</p><p>ou diretor,</p><p>ator,</p><p>produtor,</p><p>etc</p><p>sinopse executivo</p><p>do estúdio</p><p>Avaliador</p><p>de roteiros</p><p>coverage report</p><p>+ roteiro</p><p>executivos</p><p>do estúdio</p><p>equipe de</p><p>marketing</p><p>etapa de produçãoprocesso de decisão corporativo</p><p>versões</p><p>revisadas</p><p>shooting</p><p>scriptprodutoresautor inicial e</p><p>novos roteiristas</p><p>atores</p><p>diretor</p><p>versões</p><p>revisadas</p><p>(tratamentos)</p><p>pitch</p><p>Roteirista com</p><p>histórico de sucessos</p><p>Descrição da Imagem: Fluxograma composto por elementos divididos em: Processo de decisão corpo-</p><p>rativo e Etapa de produção. O Processo de decisão corporativo tem início com o Roteirista, que elabora</p><p>o First draft e o encaminha ao Agente ou diretor, ator, produtor etc.; a Sinopse é, então, desenvolvida e</p><p>encaminhada para um Pitch e/ou para os Executivos do estúdio; o First draft passa, então, pelo Avaliador</p><p>de roteiros, que produz o Coverage report + roteiro e os encaminha novamente aos Executivos do estú-</p><p>dio, que, por sua vez, encaminha os documentos para a Equipe de marketing, que os finaliza em Versões</p><p>revisadas (tratamentos). Se aprovado, o material segue para a etapa de Produção. Nessa fase, Autor inicial</p><p>e novos roteiristas encaminham o material para os Produtores, que fazem as Versões revisadas, que são</p><p>passadas ao Diretor e, em sequência, aos Autores para, enfim, culminar no Shooting script.</p><p>Figura 3. Fluxograma geral de um roteiro na indústria do audiovisual / Fonte: Anaz (2016, p. 141).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>80</p><p>diferentes etapas do processo de criação na lógica da indústria do audiovisual.</p><p>Pelo fluxograma apresentado, percebe-se que o roteiro inicial e as versões desen-</p><p>volvidas ao longo do processo criativo são estabelecidos; elementos simbólicos</p><p>são inseridos pelos agentes participantes, fundamentando o imaginário da nar-</p><p>rativa; e o imaginário é consolidado por meio das diferentes etapas do processo</p><p>de criação e pelos diversos profissionais envolvidos.</p><p>Sabemos que é no roteiro que podemos encontrar um conjunto de elementos</p><p>simbólicos, os quais estabelecem a estrutura da narrativa, ou seja, a forma como</p><p>esses elementos – dentre os quais estão os arquétipos e estereótipos – unem-se</p><p>para contar uma história.</p><p>Mesmo sendo em formato de texto, para um produto audiovisual, um</p><p>roteiro é pensado a fim de construir imagens. Os arquétipos atravessam o</p><p>processo comunicacional e se apresentam como um elemento fundamental</p><p>na elaboração de um roteiro. Em um processo eficiente, as imagens e os</p><p>símbolos elaborados pelo roteirista transformam-se em ideias e são recriadas</p><p>sucessivamente até serem interpretadas pelo público, e a utilização do arquétipo</p><p>é muito importante nessa produção.</p><p>Jung (1970) enxerga o arquétipo como uma possibilidade de manifestação</p><p>e concretização de imagens e símbolos, como se fosse uma forma básica. Já Du-</p><p>rand (2002) defende o conceito de arquétipo junguiano como um dos elementos</p><p>centrais da teoria geral do imaginário. O autor continua e explica a origem do</p><p>arquétipo em uma perspectiva antropológica, e o coloca com uma função in-</p><p>termediária, como elemento conector entre os mundos internos do homem, o</p><p>biopsíquico e o externo, ligado ao natural e cultural.</p><p>O conceito de arquétipo apresentado por Jung (1970) é eficiente quando</p><p>aplicado na criação e análise de narrativas audiovisuais, como exemplo, o autor</p><p>apresenta o arquétipo materno, o qual traz em si os opostos da mãe amante (po-</p><p>sitivo), fonte de forças, que promovem crescimento pessoal, criatividade e autor-</p><p>realização, e da mãe medonha (negativo), que se manifesta como fator limitante,</p><p>retentivo e inibidor do desenvolvimento.</p><p>Vamos refletir sobre duas perspectivas importantes acerca dos arquétipos em</p><p>narrativas audiovisuais:</p><p>1. um único personagem pode ser composto por vários arquétipos e um</p><p>mesmo arquétipo pode aparecer em vários personagens, na mesma</p><p>narrativa;</p><p>81</p><p>2. a estrutura arquetípica pode ser ocupada por arquétipos e estereótipos.</p><p>Sabemos que os arquétipos são considerados como conceitos compartilhados,</p><p>de maneira consciente ou inconscientemente. Já os estereótipos são as formas</p><p>dadas a esses conceitos. Como exemplo, podemos utilizar o arquétipo “mago”,</p><p>que terá como estereótipo a figura de um velho sábio de longas barbas e que usa</p><p>um manto, e podemos associar essa imagem a Dumbledore, da saga Harry Potter.</p><p>Ele seria o estereótipo de um mago.</p><p>É possível perceber que a composição de um personagem com vários</p><p>arquétipos possui uma representação mais complexa para a sua construção. Já</p><p>a construção de um personagem, com apenas um arquétipo, resulta em uma</p><p>representação mais simples.</p><p>A composição de um personagem com vários arquétipos, com suas ambi-</p><p>guidades, colabora para a construção de uma representação mais completa e</p><p>complexa, e a construção de personagens com um único arquétipo, ou como um</p><p>estereótipo, resulta em uma representação mais simplificada.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Conhecer todos os tipos de arquétipos é muito importante para a</p><p>construção de roteiros criativos. Para isso,</p><p>por favor, leia o artigo Teo-</p><p>ria dos arquétipos e construção de personagens em filmes e séries, de</p><p>Sílvio Antonio Luiz Anaz.</p><p>Um dos padrões mais frequentes do uso de arquétipo é a figura do herói, que</p><p>luta com o inimigo, predominante, em filmes de ação, aventura, ficção científica e</p><p>fantasia. Esse arquétipo foi utilizado também na estrutura de Guerra nas estrelas:</p><p>uma nova esperança (1977). No primeiro filme da saga de George Lucas, o enredo</p><p>básico é a aventura de Luke Skywalker (herói) que luta e derrota Darth Vader</p><p>(monstro), alcançando como recompensa o resgate da Princesa Léa (musa) e a</p><p>admiração da Aliança Rebelde. Em sua jornada, o herói interage principalmente</p><p>com o mentor (Obi-Wan Kenobi), os aliados (Han Solo, Chewbaca, R2D2, C3PO)</p><p>e a musa. É importante destacar que essa mesma estrutura arquetípica, ainda que</p><p>com outros personagens, irá se repetir nos demais seis filmes da saga.</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18293</p><p>UNIDADE 3</p><p>82</p><p>Booker (2010) afirma que a estrutura narrativa, que traz um herói, que é</p><p>chamado para enfrentar e derrotar uma terrível e mortal personificação do mal,</p><p>é a que parece se formar mais naturalmente na imaginação humana. Esse enredo</p><p>básico está presente em praticamente todos os gêneros audiovisuais.</p><p>Pudemos perceber que o roteiro é a peça fundamental no momento da pro-</p><p>dução de qualquer produto audiovisual. É o guia na elaboração desse tipo de</p><p>produto. Porém, quando se cria uma história, quer seja em cinema, televisão</p><p>ou peça publicitária, o roteirista exercita o processo de construção da narrativa</p><p>audiovisual, que começa no storyline e termina com o roteiro final.</p><p>O consumidor está imerso em conflitos, que são trabalhados pela publici-</p><p>dade narrativa, como categoria essencial da sua construção. Nicolau (2004, p. 1)</p><p>afirma que “a utilização do produto resulta em uma ordem, em um equilíbrio,</p><p>que o publicitário, na propaganda, demonstra de forma, muitas vezes, ameaçada</p><p>ou não atingida, sendo o produto o restabilizador da ordem, do equilíbrio”. E é a</p><p>partir do storyline que o desenvolvimento da história é contada, e utilizamos o</p><p>conflito base (o quê) para nortear a narrativa.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Mas o que é storyline?</p><p>Para entender um pouco mais sobre sobre storyline, por favor, leia o</p><p>texto Antes de tudo: o storyline.</p><p>Carrascoza (2004) afirma que depois do conflito base (o quê), o próximo passo</p><p>para a construção da narrativa de uma história é o documento em que serão</p><p>delimitados todos os elementos narrativos. Todos esses elementos passam por</p><p>uma “economia” narrativa em termos de profundidade. Nos filmes publicitários,</p><p>o espaço (onde) é regido pela unidade, o tempo segue uma linearidade rígida</p><p>(quando), os personagens (quem) são definidos de maneira a compor um este-</p><p>reótipo e o enredo (qual) segue uma estrutura sequencial simples.</p><p>Todos os elementos tencionam ao que, nos contos, se chamava “unidade dra-</p><p>mática” (MOISÉS, 1995, p. 40) e, na publicidade, encontra semelhança no termo</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18294</p><p>83</p><p>“esfriamento da mensagem” (CARRASCOZA, 2004, p. 110). Mas independen-</p><p>temente da terminologia, busca-se sempre a simplicidade, para, assim, facilitar a</p><p>assimilação da mensagem por parte do receptor.</p><p>A estrutura (como) seria o próximo passo na construção da história no au-</p><p>diovisual, e também será visualizada diferentemente no filme publicitário.</p><p>Vamos agora conhecer alguns tipos de roteiros?</p><p>Existem dois tipos de roteiro: o literário e o técnico. O literário apresenta a for-</p><p>matação da história com todas as descrições da cena, porém não apresenta as</p><p>formas de gravação com uso da linguagem cinematográfica. Já no roteiro técnico,</p><p>as descrições, com uso da linguagem cinematográfica, são apresentadas.</p><p>Para Filatro e Cairo (2017), a construção de roteiros, independentemente de</p><p>suas naturezas, é um dos processos mais complexos da produção audiovisual.</p><p>“[...] E traduzir um texto para outra linguagem, sem alterar o seu sentido, exige,</p><p>no mínimo, um alto grau de discernimento por quem realiza a roteirização” (FI-</p><p>LATRO; CAIRO, 2017, p. 310).</p><p>Já Comparato (2000) afirma que a construção do roteiro é um processo desen-</p><p>volvido passo a passo. Primeiro, é necessário que seja concebida a ideia; a seguir,</p><p>desenvolve-se os personagens e estrutura-se a história, completando-a com as par-</p><p>tes que faltam. Depois de construir os primeiros esboços, o roteiro deve passar por</p><p>uma profunda revisão, a partir da qual ele será reestruturado e modificado.</p><p>Ao iniciar um trabalho, é necessário que o roteirista siga uma evolução da</p><p>história, a qual passa por etapas antes de chegar à obra concluída, quais sejam:</p><p>storyline, sinopse e argumento. Vamos entender cada uma delas?</p><p>Segundo Rodrigues (2005), storyline é a ideia sucinta do roteiro, com cerca</p><p>de cinco linhas. Sinopse é uma ideia geral da história e de seus personagens, e</p><p>normalmente não ultrapassa uma ou duas páginas. Já o argumento é o conjunto</p><p>de ideias que formarão o roteiro. Com as ações definidas em sequências, loca-</p><p>ções, personagens e situações dramáticas com pouca narração e sem diálogos,</p><p>geralmente a escrita se resume entre 45 e 65 páginas.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>84</p><p>Roteiro literário</p><p>O roteiro literário é a organização de todos os passos que foram descritos an-</p><p>teriormente: ideia, conflito, personagens e ações unem-se a fim de contar uma</p><p>história. Por meio de falas e ações, a narrativa se desenrola em formato escrito.</p><p>Roteiro técnico</p><p>No roteiro técnico, a história será estruturada de forma que o roteirista consiga</p><p>expressar quais serão as imagens e os sons utilizados para a composição das ce-</p><p>nas. Moletta (2009) afirma que o roteiro escrito em imagens e sons deve ser mais</p><p>objetivo na sua forma narrativa.</p><p>O roteiro técnico é a descrição cena a cena de como queremos que a nossa</p><p>narrativa escrita se apresente visualmente. É uma descrição de como o público vai</p><p>conseguir visualizar a história quando ela já estiver produzida de forma audio-</p><p>visual. O roteiro técnico conta com as especificações técnicas, como a descrição</p><p>de enquadramentos, ângulos, movimentações, composição de cenários, trilha</p><p>sonora, diálogos, e tudo o que precisa se configurar audiovisualmente em uma</p><p>cena. Por isso, é necessário que o roteiro técnico esteja bastante preciso.</p><p>Estrutura de um roteiro</p><p>Segundo Wojciechowski (2017), depois de desenvolver o argumento e a estrutura,</p><p>entra a etapa de pensar sobre os diálogos. Nessa etapa, é importante já conhecer</p><p>bem os personagens para deixar os diálogos fluírem.</p><p>Existem padrões de formatação para escrever roteiros, e é importante seguir</p><p>um deles. Wojciechowski (2017) apresenta o formato Master Scenes. Nele, a fonte</p><p>utilizada será a Courier New e o tamanho 12. Esse padrão fará com que cada</p><p>página de roteiro corresponda a mais ou menos 1 minuto de cena no filme. E as</p><p>páginas trarão os seguintes elementos:</p><p>85</p><p>■ Cabeçalho de cena;</p><p>■ Ação;</p><p>■ Diálogos;</p><p>■ Transição.</p><p>Vamos conhecer uma estrutura de roteiro?</p><p>Trecho de "Cidade de Deus", Roteiro de Bráulio Mantovani, Baseado no romance de Paulo Lins.</p><p>Cabeçalho de cena</p><p>Uma linha descrevendo local e hora do</p><p>dia da cena. Int. é usado para ambiente</p><p>Interno e Ext para externo. Pode conter</p><p>numeração da cena.</p><p>Ação</p><p>Descrição narrativa do que ocorre</p><p>na cena.</p><p>Personagem</p><p>Nome do personagem deve sempre</p><p>estar acima da sua fala diálogo. Em</p><p>sua primeira aparição, seu nome é</p><p>seguido de uma breve descrição de</p><p>suas características.</p><p>Diálogo</p><p>Linhas de fala do personagem.</p><p>Númeração da página</p><p>Númeração da cena</p><p>V.O. ou O.S.</p><p>Parêntesis usado ao</p><p>lado do nome do</p><p>personagem indicando</p><p>se é V.O. (Voice Over,</p><p>quando a fala é de um</p><p>narrador) ou O.S.</p><p>(O�-screen, quando um</p><p>personagem que não</p><p>está presente na tela,</p><p>fala).</p><p>Mais e Continuação</p><p>Usar (MAIS) ao �nal</p><p>de uma página e</p><p>(CONTINUAÇÃO)</p><p>no início da seguinte</p><p>quando a fala de um</p><p>personagem continua</p><p>de uma página para</p><p>a outra.</p><p>Descrição da Imagem: A imagem é ilustrada por um trecho de Cidade de Deus,</p><p>que tem o roteiro de</p><p>Bráulio Mantovani e é baseado no romance de Paulo Lins. Ao centro, aparece a estrutura do roteiro, com</p><p>as marcações de continuação e página. Do lado esquerdo, aparecem quatro elementos do roteiro e suas</p><p>indicações, quais sejam: Cabeçalho de cena – Uma linha descrevendo local e hora do dia da cena. Int.</p><p>é usado para ambiente interno e Ext para externo. Pode conter numeração da cena; Ação - Descrição</p><p>narrativa do que ocorre na cena; Personagem - Nome do personagem deve sempre estar acima da sua</p><p>fala diálogo. Em sua primeira aparição, seu nome é seguido de uma breve descrição de suas caracterís-</p><p>ticas; Diálogo - Linhas de fala do personagem. Do lado direito, aparecem outros dois elementos e suas</p><p>indicações, quais sejam: V.O. ou O.S. – Parêntesis usado ao lado do nome do personagem indicando se é</p><p>V.O. (Voice Over, quando a fala é de um narrador) ou O.S. (Off-screen, quando um personagem que não</p><p>está presente na tela, fala); Mais e Continuação – Usar (MAIS) ao final de uma página e (CONTINUAÇÃO)</p><p>no início da seguinte quando a fala de um personagem continua de uma página para a outra.</p><p>Figura 4. Exemplo de formatação de roteiro / Fonte: Wojciechowski (2017, on-line).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 3</p><p>86</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: Kaleidoscope</p><p>Ano: 2023</p><p>Sinopse: Uma série original Netflix que acompanha a história de um</p><p>grupo de assaltantes, que pretende roubar 7 bilhões de dólares. Po-</p><p>rém, para o plano dar certo, eles terão que enfrentar a ganância e as</p><p>traições de todos os lados.</p><p>Comentário: Se formos pensar bem, muitas séries existem com essa pre-</p><p>missa, então, o que a torna diferente das outras? A Netflix apostou em um</p><p>novo formato, que consiste em não ter uma ordem cronológica certa, ou</p><p>seja, o telespectador pode assistir a série de diferentes ordens sem que</p><p>isso atrapalhe o entendimento da história. Segundo a empresa, a ordem</p><p>em que o espectador assistir à série afetará seu ponto de vista sobre os</p><p>personagens, a história e as perguntas e respostas sobre o grande assalto. O</p><p>roteiro é muito inovador e isso é perceptível em cada episódio, já que cada</p><p>capítulo conta uma “história própria”. Porém, para se aprofundar na história,</p><p>você precisa ver mais um episódio e, assim, sucessivamente, até ter a histó-</p><p>ria completa em suas mãos.</p><p>Pensando nos dias atuais e em produções audiovisuais cada vez mais criativas,</p><p>precisamos refletir sobre quais são áreas em que podemos atuar.</p><p>Os ambientes profissionais para a produção audiovisual incluem: estúdios</p><p>de gravação, estúdios de pós-produção, salas de edição de vídeo e áudio, salas de</p><p>mixagem de som, salas de controle de iluminação e salas de visualização. Geral-</p><p>mente, esses ambientes são equipados com tecnologia de ponta, incluindo câme-</p><p>ras de alta qualidade, microfones, luzes, computadores e softwares especializados</p><p>para a produção e pós-produção de conteúdo audiovisual.</p><p>Os roteiros criativos são a base da produção audiovisual e representam o mapa</p><p>que guia todo o processo, desde a concepção até a finalização do projeto. Eles in-</p><p>cluem uma descrição detalhada da história, dos personagens, dos diálogos e das</p><p>cenas, bem como das intenções e objetivos narrativos. Um roteiro criativo bem</p><p>escrito é fundamental para garantir a coesão e a continuidade da história, além</p><p>de ajudar na organização da produção. A criatividade é um elemento-chave na</p><p>escrita de roteiros, pois permite ao roteirista explorar novas ideias e abordagens,</p><p>criar personagens interessantes e desenvolver histórias inovadoras e envolventes.</p><p>Os roteiros criativos podem ser aplicados em uma ampla variedade de pro-</p><p>jetos audiovisuais, tais como:</p><p>87</p><p>■ Filmes - incluindo longas-metragens, curtas-metragens, documentários</p><p>e animações;</p><p>■ Séries de TV - incluindo dramas, comédias, thrillers e séries animadas;</p><p>■ Comerciais de TV e publicidade on-line;</p><p>■ Peças teatrais e espetáculos ao vivo;</p><p>■ Jogos eletrônicos - incluindo narrativas interativas;</p><p>■ Programas de TV - incluindo talk shows, reality shows e programas de</p><p>entrevistas.</p><p>O roteiro criativo é uma peça-chave no desenvolvimento de qualquer projeto</p><p>audiovisual, e ele é usado como uma ferramenta para guiar a equipe de produção</p><p>e garantir que todas as etapas da produção estejam alinhadas com a visão do</p><p>diretor e da equipe criativa.</p><p>UNICESUMAR</p><p>Chegou o momento de testar o seu conhecimento. Vamos lá?</p><p>Sugiro que elabore um Mapa Mental, apresentando as características necessárias</p><p>para a construção de um roteiro criativo. Não esqueça de realizar ramificações,</p><p>pensando na unidade como um todo. Sintetize todos os tópicos, a fim de explorar</p><p>os conceitos apresentados.</p><p>ROTEIRO</p><p>CRIATIVO</p><p>4Produção</p><p>audiovisual</p><p>multiplataforma:</p><p>estratégias e técnicas</p><p>Me. Yanara Cavalcanti Galvão</p><p>Podemos afirmar o papel central que a comunicação exerce em todos</p><p>os setores da sociedade contemporânea. Cada vez mais permeados</p><p>por uma cultura audiovisual, vivenciamos, no nosso dia a dia, as ino-</p><p>vações das tecnologias em ritmo acelerado e em constantes transfor-</p><p>mações. A produção de conteúdo audiovisual, a partir do advento da</p><p>internet, expandiu-se para as plataformas digitais. As novas práticas</p><p>de produção impactam e provocam adequações das mídias tradicio-</p><p>nais, como o cinema, a rádio e a televisão. Nesse contexto, surgem</p><p>os processos de convergência das mídias digitais que vamos abordar</p><p>nesta unidade, em que trataremos mais especificamente da produção</p><p>audiovisual multiplataforma.</p><p>UNIDADE 4</p><p>90</p><p>Se nos dias atuais a expansão das tecnologias audiovisuais possibilitou que pas-</p><p>sássemos do estágio de espectadores e consumidores passivos a produtores e</p><p>compartilhadores de conteúdos em rede, esta realidade nem sempre foi assim.</p><p>Apresento a você, a seguir, um breve relato da minha experiência pessoal com o</p><p>cinema e a televisão. Sou parte de uma geração que pôde vivenciar, desde a fase</p><p>de estudante de comunicação social ao início da atuação profissional na área do</p><p>cinema e audiovisual, algumas transformações importantes que aconteceram no</p><p>campo comunicacional da virada do século XX para o século XXI.</p><p>No início da década de 1990, quando íamos ao cinema assistir a um filme,</p><p>significava que ao pagarmos o ingresso, ao entrarmos e sentarmos em uma sala</p><p>escura ambientada para aquele momento de fruição, acessaríamos uma produção</p><p>cinematográfica realizada ainda no modo analógico. Ou seja, um processo fotome-</p><p>cânico, de base material, diferentemente do digital. No processo analógico, os filmes</p><p>projetados são constituídos por uma quantidade grande de imagens fixas dispostas</p><p>em sequência em uma película transparente, denominadas fotogramas. Isso ocorre</p><p>com o uso de um projetor com lentes apropriadas de aumento, em que a película é</p><p>passada com um certo ritmo e a imagem aumentada também ganha movimento.</p><p>E você, estudante, como percebe as transformações em torno das tecno-</p><p>logias audiovisuais? Alguma experiência similar ao relato acima? Que lem-</p><p>branças permeiam suas memórias? Talvez um relato familiar ou mesmo o</p><p>acesso através de histórias/narrativas que nos chegam pelos próprios meios</p><p>de comunicação audiovisual.</p><p>Com o advento da internet, o audiovisual contemporâneo tem passado por</p><p>transformações contínuas. Realidade esta que tem impulsionado a expansão das</p><p>tecnologias audiovisuais e o surgimento de novos segmentos de mercado, assim</p><p>como tem provocado uma transformação dos modos de produção, circulação e</p><p>consumo dos conteúdos audiovisuais.</p><p>A expansão das tecnologias digitais e os processos criativos possibilitados</p><p>pelas novas mídias inovam as mídias tradicionais (como cinema, rádio e televi-</p><p>são) e influenciam na construção de diferentes narrativas, que são compostas e</p><p>adaptadas para os suportes digitais.</p><p>O engajamento do público consumidor com as plataformas digitais, desde a</p><p>criação de conteúdo ao seu compartilhamento, desafia os meios tradicionais e a</p><p>indústria da mídia a se adaptarem a um público que, ao se apropriar do conhe-</p><p>cimento dos modos de produção, também se torna mais exigente.</p><p>91</p><p>O setor audiovisual faz parte de uma cadeia produtiva, que se organiza e se</p><p>articula nas etapas que envolvem a produção, distribuição, exibição e circulação</p><p>de conteúdos, desde os meios de comunicação tradicionais (cinema, rádio e TV)</p><p>às multiplataformas digitais.</p><p>Nas próximas etapas, em continuidade aos nossos estudos, refletiremos sobre</p><p>a expansão das tecnologias digitais e sobre como essa acessibilidade do público</p><p>às “novas” mídias transforma os modos de produção e criação, bem como o con-</p><p>sumo e circulação dos conteúdos audiovisuais.</p><p>Entenderemos também como as novas práticas de produção e difusão im-</p><p>pactaram as mídias tradicionais, provocando adequações e processos de conver-</p><p>gência no contexto das mídias digitais.</p><p>Para tanto, iremos transitar pelo entendimento de elementos que estão in-</p><p>seridos no contexto das mídias digitais e seus processos de transmidiação, que</p><p>apresentaremos a seguir.</p><p>Por fim, você, estudante e pesquisador(a), irá conhecer como funciona o setor</p><p>produtivo do audiovisual brasileiro, desde a formação de equipes de trabalho às</p><p>etapas da realização audiovisual.</p><p>“ Os novos meios soam interativos. Diferente dos velhos meios, onde</p><p>a ordem de apresentação vinha fixada, agora o usuário pode in-</p><p>teragir com o objeto midiático. Neste processo de interação pode</p><p>escolher que elementos se mostram ou que rotas seguir, gerando</p><p>assim uma obra única. Neste sentido, o usuário se transforma em</p><p>coautor da obra (MANOVICH, 2005, p. 97).</p><p>A partir dessa citação do pesquisador da área das novas mídias, Lev Manovich</p><p>(2005), te convidamos a pensar sobre o contexto apresentado, no qual as tecnolo-</p><p>gias audiovisuais estão cada vez mais presentes em nossas vidas. Saímos do lugar</p><p>de espectadores e consumidores passivos dos meios audiovisuais e passamos a</p><p>também interagir, produzir e compartilhar conteúdos.</p><p>Como pode ser refletida essa interação do público com as mídias digitais</p><p>nos dias atuais? Quais são os aspectos que você acredita serem positivos e quais</p><p>podem surtir efeitos negativos? Posicione-se nesse debate, relacionando suas</p><p>experiências pessoais às refletidas na disciplina, e anote os principais aspectos</p><p>no diário de bordo a seguir.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>92</p><p>Como é possível observar no contexto sobre o qual refletimos inicialmente a</p><p>respeito dos processos comunicacionais, as tecnologias digitais vão provocar</p><p>uma transformação nos modos de produção audiovisual. Até aproximada-</p><p>mente o início dos anos 2000, as produções, que acessávamos pelos aparelhos</p><p>de TV, estavam restritas a uma programação com grade horária previamen-</p><p>te estabelecida pelas emissoras abertas do sistema de radiodifusão ou canais</p><p>por assinatura. Ou seja, diferentemente dos serviços de streaming (YouTube,</p><p>Netflix, Amazon Prime, Globo Play, entre outros, incluindo os podcasts) e das</p><p>plataformas dos vídeos sob demanda (VOD), como conhecemos hoje, as mídias</p><p>tradicionais não nos possibilitam uma interatividade no processo de escolha</p><p>aleatória do conteúdo audiovisual e horário para acesso. Uma outra opção, se</p><p>quiséssemos assistir às produções cinematográficas em casa, seria alugar filmes</p><p>em uma locadora no bairro e proximidades, que eram assistidos por meio de</p><p>aparelhos de DVD ou Blu-ray.</p><p>Até a década de 1990, a arte eletrônica do vídeo foi o que mais se aproximou</p><p>do que compreendemos enquanto audiovisual neste século XXI e que, apesar de</p><p>mais acessível enquanto dispositivo, ainda era subestimado pelo mercado que</p><p>considerava seu suporte inferior às câmeras cinematográficas. No entanto, nesse</p><p>mesmo período, começamos a vivenciar o advento da internet. E será a partir</p><p>desse momento que o cinema, a televisão e o vídeo, nessa inter-relação com a</p><p>internet, entram em um processo de convergência, que constituem o campo do</p><p>audiovisual assim como o compreendemos hoje.</p><p>93</p><p>As mídias tradicionais de transmissão audiovisual, como a televisão, o cinema</p><p>e o rádio, tanto dinamizaram seus dispositivos como passaram a partilhar o es-</p><p>paço com as mídias digitais e seus novos meios de produção audiovisual on-line,</p><p>que estão em processo contínuo de crescimento e inovação.</p><p>Como consequência, ampliou-se o acesso aos criadores de conteúdo, assim</p><p>como aos meios de produção e circulação de conteúdos audiovisuais, que tam-</p><p>bém provocam uma mudança nas maneiras de consumir esses novos formatos</p><p>dos conteúdos audiovisuais. Uma participação e interatividade maior do público</p><p>consumidor está entre os fatores relevantes nessas transformações. O que se dá, a</p><p>partir de uma imersão dos usuários das mídias digitais, nas ambiências do virtual</p><p>e do audiovisual.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: A Cultura da Convergência</p><p>Autor: Henry Jenkins</p><p>Editora: Aleph</p><p>Sinopse: este livro trata da relação existente entre três conceitos: con-</p><p>vergência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligên-</p><p>cia coletiva.</p><p>Comentário: para ler a versão digital e gratuita da Introdução do livro,</p><p>acesse o Qr Code</p><p>A difusão dos conteúdos audiovisuais produzidos na internet diferencia-se da</p><p>distribuição nas mídias tradicionais, como a televisão ou o cinema. Os conteúdos</p><p>audiovisuais on-line têm outras características, sendo compartilhados por públi-</p><p>cos, tanto de produtores como de consumidores dessas realizações audiovisuais.</p><p>Esses aspectos também estão inseridos na concepção da “cultura participativa”,</p><p>o que inclui a mudança do termo “distribuição” para “circulação”. No sentido de</p><p>contemplar essas especificidades, os autores Henry Jenkins, Joshua Green e Sam</p><p>Ford (2014) inserem na concepção da “cultura participativa” a reflexão de que:</p><p>“ Essa mudança – de distribuição para circulação – sinaliza um mo-</p><p>vimento na direção de um modelo mais participativo de cultura,</p><p>em que o público não é mais visto como simplesmente um grupo</p><p>e consumidores de mensagens pré-construídas, mas como pessoas</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18489</p><p>UNIDADE 4</p><p>94</p><p>que estão moldando, compartilhando, reconfigurando e remixando</p><p>conteúdos de mídia de maneira que não poderiam ter sido imagi-</p><p>nadas antes. E estão fazendo isso não como indivíduos isolados,</p><p>mas como integrantes de comunidades mais amplas e de redes que</p><p>permitem propagar conteúdos muito além de sua vizinhança geo-</p><p>gráfica (JENKINS; GREEN; FORD, 2014, p. 24).</p><p>As novas práticas de produção, difusão e consumo audiovisual causaram impacto</p><p>significativo no cinema e televisão. No entanto, essa transformação, não implica</p><p>necessariamente a sobreposição de uma tecnologia sobre a outra. O que muda</p><p>são as técnicas de produção, de acesso aos meios de produção, com impactos, que</p><p>provocam inovações nas construções narrativas.</p><p>As mídias digitais</p><p>As mídias digitais se caracterizam, entre outros aspectos, por serem convergentes</p><p>e circularem por meio de diferentes plataformas, as multiplataformas. Narrativas</p><p>múltiplas que circulam e atravessam uma série de produtos responsáveis pela</p><p>cultura visual contemporânea (MANOVICH, 2005) incluem programas de TV,</p><p>filmes, jornais, revistas, sites e blogs. Também inserem-se nesses conteúdos: fo-</p><p>tografia, design, arte multimídia, entre outros. São modos específicos pelos quais</p><p>elas renovam as mídias tradicionais e as formas pelas quais as mídias mais antigas</p><p>renovam a si próprias para responder aos desafios impostos pelos dispositivos</p><p>tecnológicos mais recentes (ZANETTI, 2011).</p><p>95</p><p>Como vimos, com o advento da internet, o audiovisual contemporâneo tem</p><p>passado por transformações contínuas, o que impulsiona a expansão das tecno-</p><p>logias audiovisuais e o surgimento de novos segmentos de mercado. Realidade</p><p>esta que acompanha a mudança dos modos de produção, circulação e consumo</p><p>dos conteúdos audiovisuais.</p><p>Cada vez mais longe do receptor passivo, a expressão “cultura participativa”</p><p>(JENKINS; GREEN; FORD, 2014) caracteriza o consumidor midiático contem-</p><p>porâneo. Sendo assim, analisamos os processos comunicacionais contemporâ-</p><p>neos fundamentados pela perspectiva cultural, das relações sociais, e não por</p><p>uma abordagem pautada</p><p>no determinismo tecnológico. Nas próximas linhas,</p><p>buscamos entender essa relação entre a televisão (TV) e internet nos dias atuais</p><p>e as plataformas digitais como um sistema multiplataforma.</p><p>Hoje há uma proliferação de serviços de empresas de televisão distribuídas</p><p>via internet, cujos baixos preços em relação às empresas de televisão tradicionais</p><p>(concessões públicas) atraem, cada vez mais, o público consumidor de conteúdos,</p><p>desde publicidade, jornalismo, telenovelas, narrativas seriadas até filmes. Isso</p><p>envolve uma estratégia muito forte da comunicação audiovisual publicitária,</p><p>que atinge públicos consumidores não pagantes e pagantes, e que se torna viável</p><p>por diferentes meios de monetização para os conteúdos como veremos a seguir.</p><p>As plataformas de vídeo são chamadas de OTT, sigla em inglês para over the</p><p>top, que em tradução literal significa “acima do topo”. E que se insere no sistema</p><p>dos conteúdos/vídeos por demanda, conhecidos pela sigla em inglês VOD (vídeo</p><p>on demand) ou seja vídeo sob demanda. Um sistema com características especí-</p><p>ficas a partir de demandas diferenciadas, o qual envolve desde o acesso gratuito,</p><p>monetizado por meio da inserção de anúncios publicitários durante as exibições,</p><p>até conteúdos pagos, que podem ser acessados por meio da assinatura de um</p><p>canal, de uma plataforma ou mesmo por meio do pagamento por conteúdo.</p><p>A plataforma com maior uso desse sistema de monetização é o YouTube.</p><p>O sistema de vídeos sob demanda (VOD) suporta a tecnologia streaming,</p><p>também com transmissão pela internet e com um fluxo de dados a partir de</p><p>uma conexão com alta velocidade. A tecnologia streaming abrange diversos</p><p>serviços de acesso aos conteúdos digitais, como plataformas de filmes e séries</p><p>(Netflix, Globoplay, MUBI, Amazon Prime Video, Telecine Play etc.), música</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>96</p><p>(Deezer, Spotify, SoundCloud etc.) e jogos (Playstation Now, Nintendo Swit-</p><p>ch, Geforce Now etc.).</p><p>O fluxo de streaming de vídeos tem crescido continuamente no Brasil. Tal</p><p>popularidade ganhou força com a chegada de plataformas de streaming, com</p><p>investimentos e estratégias de inserção, que se multiplicaram rapidamente no</p><p>país, como a Netflix (2011), a Amazon Prime Video (2016) e a brasileira Looke</p><p>(2015). Essas plataformas, como explica João Massarolo, Dario Mesquita e Gus-</p><p>tavo Padovani (2018):</p><p>“ [...] são configuradas para a prática de maratonas intensificadas,</p><p>através do consumo multiepisódico e a imersão do espectador no</p><p>universo da história, pelo tempo que desejar e do modo que quiser.</p><p>Essa expansão de conteúdos sob demanda e suas respectivas plata-</p><p>formas também impulsionam mudanças em relação aos conteúdos</p><p>realizados ao vivo, uma vez que essa prática advinda da televisão</p><p>ainda é relevante e promove um fluxo temporal muito semelhante</p><p>às práticas contemporâneas das redes (MASSAROLO; MESQUITA;</p><p>PADOVANI, 2018, p. 51).</p><p>Produção audiovisual multiplataforma: as narrati-</p><p>vas transmídias</p><p>O termo narrativa transmídia, muito disseminado nos dias atuais, tem um per-</p><p>curso histórico ainda pouco conhecido. A expressão aparece pela primeira vez</p><p>na música do compositor e instrumentista Stuart Saunders Smith, em 1975. O</p><p>pesquisador Viscente Gosciola (2012, p. 8) explica que: “para Smith, trans-media</p><p>é a composição de melodias, harmonias e ritmos diferentes para cada executor</p><p>como se fosse um compositor que complementaria a obra em coerente harmonia</p><p>e sincronia com os outros instrumentistas/compositores da peça”.</p><p>Na década de 1990, o conceito passa a ser utilizado na área da comunicação</p><p>pela primeira, pela professora de Estudos Críticos da Escola de Cinema e Televi-</p><p>são da Universidade do Sul da Califórnia (Estados Unidos), Marsha Kinder, em</p><p>1991. De 1996 a 1999, a designer, também professora e escritora, Brenda Laurel</p><p>cria sua própria empresa de comunicação transmídia. Ambas as pesquisadoras</p><p>97</p><p>defendiam a potencialidade de mais de uma mídia para contar versões de uma</p><p>mesma história (GOSCIOLA, 2012).</p><p>Será, entretanto, por meio de Henry Jenkins, diretor do Programa de Es-</p><p>tudos de Mídia Comparada do Instituto de Mídia de Massachussets (Estados</p><p>Unidos) e um dos pensadores mais influentes da mídia contemporânea, que o</p><p>conceito transmídia será ampliado e difundido a partir de 2001. Gosciola (2012)</p><p>complementa que a definição completa do conceito surge em 2003, a partir do</p><p>artigo Transmedia Storytelling – título em inglês para Narrativa Transmídia.</p><p>Nas palavras de Gosciola (2012, p. 9), a partir do pensamento de Jenkins, “cada</p><p>meio faz o que faz melhor; uma história pode ser iniciada por um filme, expan-</p><p>dir-se através da televisão, livros e quadrinhos, e seu mundo pode ser explorado</p><p>e vivenciado em um game”.</p><p>Ainda que o advento da internet potencialize e difunda o sistema multipla-</p><p>taforma, é importante a compreensão de que não se trata de algo novo o diálogo</p><p>e a interação entre as mídias nos processos comunicacionais. Em nossas relações</p><p>com os meios de comunicação, vamos nos deparar com as adaptações literárias</p><p>para o teatro, cinema e televisão, por exemplo. Ao observarmos uma campanha</p><p>publicitária, teremos um só produto, compondo diferentes peças publicitárias,</p><p>com áudios (spot) para rádio e podcasts, e vinhetas para a TV (emissoras e inter-</p><p>net). No entanto, esses aspectos diferenciam-se do conceito de narrativas trans-</p><p>mídia, que expandem e potencializam essas relações existentes em outras épocas</p><p>para o cenário das mídias digitais. Os processos de transmidiação acontecem por</p><p>uma ou mais perspectivas. Nesse caso:</p><p>“ [...] a convergência ajuda a contar melhores histórias, a vender mar-</p><p>cas e a seduzir o consumidor utilizando as múltiplas plataformas de</p><p>mídia. Para lograr isso, não há como copiar modelos anteriores; por</p><p>consequência, é preciso criar e adaptar novas possibilidades a partir</p><p>dos caminhos já traçados. (PORTO-RENÓ et al., 2011, p. 206).</p><p>Assim, precisamos entender que na narrativa transmídia (transmedia story-</p><p>telling), é preciso um engajamento de cada mídia que se interliga à outra, de</p><p>maneira sucessiva, potencializando a narrativa/história que está sendo contada.</p><p>Como resultado, também potencializa-se a relação do público/audiência com</p><p>essas narrativas, que melhor compreendidas geram maior prazer nessa relação.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>98</p><p>Para que esse processo comunicacional atinja seu objetivo, é preciso criar estraté-</p><p>gias, que estão relacionadas ao entendimento da potência e limites de cada meio.</p><p>Como explica Gosciola (2012):</p><p>“ A história principal deve ter a dosagem certa de ações que permitam</p><p>à audiência compreendê-la, mas não deve contar tudo. Sendo assim, o</p><p>jogo entre as narrativas, ou as partes da história, deve despertar a curio-</p><p>sidade do seu público em saber maiores detalhes da história principal.</p><p>Essa é basicamente a grande diferença entre a narrativa transmídia e</p><p>qualquer outra forma de contar histórias (GOSCIOLA, 2012, p. 11).</p><p>A expansão das tecnologias audiovisuais demonstra como o audiovisual é um</p><p>setor em pleno desenvolvimento. O amplo mercado da indústria audiovisual</p><p>abrange produções voltadas para o cinema, TV, rádio e, mais recentemente, para</p><p>as mídias digitais O nosso objetivo é mediar o acesso ao conhecimento acerca</p><p>dessa realidade, para então apontar caminhos que possam ir ao encontro das suas</p><p>expectativas e habilidades no campo da produção audiovisual.</p><p>Desde a transição do sistema analógico (base material/física) para o sistema</p><p>digital, algumas hierarquizações e tradições no cinema foram transformadas para</p><p>o que entendemos hoje como audiovisual. A partir de então, surge uma variedade</p><p>de dispositivos, como computadores, tablets e celulares, que quando conectados</p><p>à internet redimensionam os meios de produção, de consumo e de circulação das</p><p>produções audiovisuais. Como refletem Paulo Alcântara e Karla Brunet (2013):</p><p>“ Este casamento do cinema com o software e a base de dados abre</p><p>uma gama de possibilidades de criação e modos de fruição do ci-</p><p>nema interativo. Agora a interatividade</p><p>seu processo de aprendizagem.</p><p>Desejamos a você muito sucesso!</p><p>Forte abraço e bons estudos!</p><p>Profa. Ma. Fernanda Sutkus de Oliveira Mello</p><p>Profa. Ma. Yanara Cavalcanti Galvão</p><p>IMERSÃO</p><p>RECURSOS DE</p><p>Ao longo do livro, você será convida-</p><p>do(a) a refletir, questionar e trans-</p><p>formar. Aproveite este momento.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Enquanto estuda, você pode aces-</p><p>sar conteúdos online que amplia-</p><p>ram a discussão sobre os assuntos</p><p>de maneira interativa usando a tec-</p><p>nologia a seu favor.</p><p>Sempre que encontrar esse ícone,</p><p>esteja conectado à internet e inicie</p><p>o aplicativo Unicesumar Experien-</p><p>ce. Aproxime seu dispositivo móvel</p><p>da página indicada e veja os recur-</p><p>sos em Realidade Aumentada. Ex-</p><p>plore as ferramentas do App para</p><p>saber das possibilidades de intera-</p><p>ção de cada objeto.</p><p>REALIDADE AUMENTADA</p><p>Uma dose extra de conhecimento</p><p>é sempre bem-vinda. Posicionando</p><p>seu leitor de QRCode sobre o códi-</p><p>go, você terá acesso aos vídeos que</p><p>complementam o assunto discutido.</p><p>PÍLULA DE APRENDIZAGEM</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>Neste elemento, você encontrará di-</p><p>versas informações que serão apre-</p><p>sentadas na forma de infográficos,</p><p>esquemas e fluxogramas os quais te</p><p>ajudarão no entendimento do con-</p><p>teúdo de forma rápida e clara</p><p>Professores especialistas e convi-</p><p>dados, ampliando as discussões</p><p>sobre os temas.</p><p>RODA DE CONVERSA</p><p>EXPLORANDO IDEIAS</p><p>Com este elemento, você terá a</p><p>oportunidade de explorar termos</p><p>e palavras-chave do assunto discu-</p><p>tido, de forma mais objetiva.</p><p>Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar</p><p>Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do</p><p>aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>CAMINHOS DE</p><p>1 2</p><p>3 4</p><p>5</p><p>FUNDAMENTOS</p><p>DA HISTÓRIA</p><p>E ESTÉTICA</p><p>AUDIOVISUAL</p><p>13</p><p>O UNIVERSO DAS</p><p>EXPERIÊNCIAS</p><p>INOVADORAS NO</p><p>AUDIOVISUAL</p><p>CONTEMPORÂNEO</p><p>45</p><p>69</p><p>PROCESSO</p><p>CRIATIVO: DA IDEIA</p><p>À ROTEIRIZAÇÃO</p><p>NO AUDIOVISUAL</p><p>INTERATIVO</p><p>89</p><p>PRODUÇÃO</p><p>AUDIOVISUAL</p><p>MULTIPLATAFORMA:</p><p>ESTRATÉGIAS E</p><p>TÉCNICAS</p><p>131</p><p>PÓS-PRODUÇÃO</p><p>AUDIOVISUAL:</p><p>TÉCNICAS DE</p><p>EDIÇÃO NÃO</p><p>LINEAR, SOFTWARES</p><p>E FERRAMENTAS</p><p>INTERATIVAS</p><p>1Fundamentos da</p><p>História e Estética</p><p>Audiovisual</p><p>Me. Fernanda Sutkus de Oliveira Mello</p><p>Já parou para pensar quantos filmes você assistiu até hoje na tela do ci-</p><p>nema? Quantos fatos e notícias você teve oportunidade de ver ao vivo</p><p>na televisão? Se você nasceu entre os anos de 1980 e 1990, essas duas</p><p>telas eram as mais presentes no cotidiano das pessoas. Porém, se você</p><p>nasceu a partir dos anos 2000, os computadores, celulares, bem como</p><p>os óculos de realidade virtual, provavelmente, foram os dispositivos</p><p>para fruição e consumo audiovisual que mais utilizou. Nesta unidade,</p><p>vamos dialogar sobre a história e a estética audiovisual. Você cami-</p><p>nhará pelos fundamentos da História, dos primeiros experimentos da</p><p>imagem em movimento à invenção do vídeo, chegando ao ambiente</p><p>digital, lugar em que áudio + visual se transformam.</p><p>UNIDADE 1</p><p>14</p><p>De onde vêm os filmes? Lembro-me que essa</p><p>foi a pergunta que fiz ao meu pai quando eu</p><p>tinha por volta dos seis anos de idade. Naque-</p><p>le momento, ele foi ao seu escritório e pegou</p><p>duas folhas de papel em branco e um lápis.</p><p>Dobrou as folhas em oito partes, cortou-as</p><p>e colocou cada fragmento recortado um em</p><p>cima do outro. No papel, ele desenhou a figura</p><p>de uma pessoa. Na folha de baixo, desenhou</p><p>a mesma figura, porém com traços diferentes.</p><p>Fez assim por diante até acabar o papel. Ao</p><p>final, ele olhou para mim e disse: fiz um filme</p><p>para você. Sem compreender, ele me mostrou</p><p>aquele bloco em que, ao passar o dedo entre as</p><p>folhas, o desenho, incrivelmente, ganhava mo-</p><p>vimento, conforme é exemplificado na Figura</p><p>1. Eu tinha acabado de presenciar uma técnica</p><p>de imagens em movimento denominada de</p><p>folioscopia, também chamada de flipbook.</p><p>Por meio dessa perspectiva, podemos refletir</p><p>a respeito da evolução da produção audiovisual</p><p>com olhar específico para os filmes. Consegue</p><p>analisar toda a trajetória? Desde os flipbooks até</p><p>as plataformas on demand. E mais…</p><p>Como futuro comunicólogo, como você</p><p>avalia o impacto da convergência midiática</p><p>na sociedade? Você sente que essa mudança</p><p>de cultura já chegou até você? Reflita sobre a</p><p>sociedade ao seu redor, as pessoas estão pre-</p><p>paradas para essa convergência?</p><p>Nós precisamos prever impactos causados</p><p>na sociedade. Será que conseguimos prepará-</p><p>-la para esses avanços, por meio de uma nar-</p><p>rativa audiovisual? Pense a respeito!</p><p>15</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>16</p><p>Figura 1. Exemplo de folioscopia / Fonte: a autora.</p><p>A técnica da imagem em movimento, como o exemplo apresentado, estabelece-se</p><p>no cinema como a matriz do audiovisual. Entretanto, as imagens em movimento</p><p>sempre estiveram presentes na História da humanidade. Construir um dispositivo,</p><p>que pudesse representar histórias por meio das imagens em movimento era um</p><p>dos grandes desafios do homem, desde as pinturas rupestres, que reproduziam o</p><p>cotidiano de uma época tão primitiva, aos vitrais góticos da baixa Idade Média e</p><p>contadores de histórias, que transmitiam narrativas por meio da voz e da música.</p><p>A ruptura ocorreu com o surgimento da fotografia. A impressão do cotidiano</p><p>por meio da escrita com a luz (foto = luz, grafia = escrita) ultrapassou a represen-</p><p>tação pictórica da pintura, para o surgimento de dispositivos, que registravam o</p><p>cotidiano das pessoas. Assim, com a evolução das tecnologias ópticas, em 1877,</p><p>Charles Émile Reynaud criou o praxinoscópio. Da mesma maneira da dobradi-</p><p>nha, esse dispositivo projetava desenhos sobre um espelho circular, construindo</p><p>a sensação das imagens em movimento.</p><p>O que é audiovisual? Para responder essa questão, é importante desconstruir</p><p>esse conceito. Audiovisual = áudio + visual. Do latim, audire e videre, essa con-</p><p>Descrição da Imagem: A imagem ilustrada traz nove quadrinhos (três colunas e três linhas) com desenhos</p><p>de um boneco de pauzinho dentro de cada um dos quadrados. Cada boneco representa um movimento</p><p>diferente e, ao lado dessa imagem, outro desenho em forma de bloco sugere que ao folhear as páginas,</p><p>os bonecos se movimentam.</p><p>17</p><p>vergência, aparentemente simples, traz para o universo comunicacional comple-</p><p>xidades na construção da narrativa e do texto audiovisual.</p><p>Agora é a sua vez! Você conheceu uma das primeiras técnicas de animação,</p><p>ou seja, a de imagens em movimento, denominada folioscopia. Vamos desbravar</p><p>ainda mais outra técnica? Você já ouviu falar do stop motion?</p><p>A técnica, também conhecida como “quadro a quadro”, consiste na disposição</p><p>sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto inanimado para simular</p><p>o seu movimento. Essas fotografias são chamadas de quadros e normalmente são</p><p>tiradas, de um mesmo ponto, de um objeto, que sofre leves mudanças de lugar,</p><p>para que seja criada a ideia de movimento. Quando a animação é projetada,</p><p>temos a ilusão de que os objetos estão se movimentando.</p><p>Essa ilusão de movimento se deve à Persistência Retiniana. Quando a retina</p><p>dos seus olhos está excitada pela luz, ela envia impulsos para o cérebro, que, por</p><p>sua vez, os quais são interpretados como imagem pelo córtex cerebral.</p><p>Você já assistiu aos filmes A fuga das galinhas e A noiva cadáver? Os dois</p><p>foram produzidos com o uso de uma técnica antiga, que nasceu praticamente</p><p>com o cinema, mas que, com o passar do tempo, aprimorou-se e, combinada com</p><p>outras técnicas e efeitos de animação, é usada na produção de filmes impressio-</p><p>nantes, tanto de curtas quanto de longas-metragens.</p><p>Vamos produzir?</p><p>Para sua produção, seguem algumas dicas:</p><p>■ Utilize objetos que existem na realidade e que possam ser movimentados;</p><p>pessoas reais também podem ser usadas.</p><p>■ Considere as modificações de cada tomada muito sutis — quanto menor</p><p>a modificação, mais real será o movimento.</p><p>■ Você deve fotografar cada movimento aproximadamente 24 vezes, pois</p><p>com 24 quadros por segundo, conseguiremos um movimento natural que</p><p>fará parecer que não houve edição</p><p>não está somente no es-</p><p>colher o seguimento de uma narrativa mas sim em reconfigurar</p><p>o modo em que vemos e apresentamos esta narrativa. O código</p><p>passa a ser peça-chave neste processo de construção da narrativa,</p><p>fazendo com que surjam novos modos de criação (ALCÂNTARA;</p><p>BRUNET, 2013, p. 6).</p><p>As narrativas transmídia envolvem a criação de universos ficcionais comparti-</p><p>lhados pelos diferentes meios, cabendo a cada um deles desenvolver programas</p><p>99</p><p>narrativos próprios, mas de modo articulado, e complementar com os demais</p><p>(JENKINS, 2008; FECHINE, 2012).</p><p>Com o advento da internet e da web 2.0, por meio das mídias sociais, são</p><p>expandidas as narrativas seriadas comumente assistidas pela TV e mesmo pelo</p><p>rádio. Desse modo, acontece uma migração para os computadores e os meios</p><p>móveis de acesso à internet. Como afirma Daniela Zanetti (2011, p. 71): “nesse</p><p>contexto, são as web series, que mantém da tradição audiovisual das narrativas</p><p>seriadas, fracionadas, ou seja, das histórias que mantêm uma certa continuidade</p><p>narrativa, contadas através de capítulos e episódios”.</p><p>Vamos verificar agora como ocorre a realização audiovisual: o filme, o roteiro</p><p>e as etapas da produção. O audiovisual contemporâneo está em constante pro-</p><p>cesso de transformação, mediado pelas tecnologias, que reconfiguram o conceito</p><p>de audiovisual. Como vimos nesta unidade, trata-se de um campo amplo de</p><p>conhecimento e atuação para o profissional e/ou pesquisador da comunicação</p><p>audiovisual. Os novos dispositivos surgem com as mídias digitais e amplificam os</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>100</p><p>formatos até então conhecidos da combinação de imagens com sons, apontando,</p><p>assim, para as reinvenções estéticas e narrativas de conteúdos audiovisuais.</p><p>Nesta etapa, damos ênfase ao estágio da realização audiovisual, com foco na</p><p>produção, na materialização da obra fílmica. Ou seja, nosso estudo volta-se para</p><p>o contexto do produto audiovisual, que segundo a Agência Nacional de Cinema</p><p>(Ancine), define-se como:</p><p>“ [...] o resultado da atividade de produção que consiste na fixação ou</p><p>transmissão de imagens, acompanhadas ou não de sons, que tenha a</p><p>finalidade de criar a impressão de movimento, independentemente</p><p>dos processos de captação, do suporte utilizado inicial ou posterior-</p><p>mente para fixá-las ou transmiti-las, ou dos meios utilizados para</p><p>sua veiculação, reprodução, transmissão ou difusão (BRASIL, 2012).</p><p>O que é um filme? Pode-se dizer que se trata da narrativa audiovisual de uma</p><p>estória/um drama descrito em formato de roteiro, numa narrativa linear ou não</p><p>linear. Seus elementos ganham vida com a fotografia (basicamente, a luz definida</p><p>para a obra e suas nuances), enquadramento, movimentos de câmera, cores uti-</p><p>lizadas pela direção de arte e pelo figurino, ritmo proposto pela montagem, som</p><p>captado e som trabalhado posteriormente às filmagens. O filme é o resultado, a</p><p>obra audiovisual finalizada, e sua duração (curta, média ou longa-metragem)</p><p>deve estar prevista desde o projeto fílmico. Segundo os parâmetros da Ancine,</p><p>uma obra audiovisual caracteriza-se de acordo com as definições técnicas:</p><p>“ VII - obra cinematográfica ou videofonográfica de curta metra-</p><p>gem: a de duração igual ou inferior a 15 (quinze) minutos;</p><p>VIII - obra cinematográfica ou videofonográfica de média metra-</p><p>gem: a de duração superior a 15 (quinze) minutos ou inferior</p><p>a 70 (setenta) minutos;</p><p>IX - obra cinematográfica ou videofonográfica de longa metra-</p><p>gem: a de duração superior a 70 (setenta) minutos;</p><p>X - obra cinematográfica ou videofonográfica seriada: a que, sob o</p><p>mesmo título, seja produzida em capítulos;</p><p>101</p><p>XI - telefilme: obra documental, ficcional ou de animação, com, no</p><p>mínimo, 50 (cinquenta) e, no máximo, 120 (cento e vinte) minutos</p><p>de duração, produzida para primeira exibição em meios eletrônicos;</p><p>XII - minissérie: obra documental, ficcional ou de animação pro-</p><p>duzida em película ou matriz de captação digital ou em meio mag-</p><p>nético com, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 26 (vinte e seis) ca-</p><p>pítulos, com duração máxima de 1.300 (um mil trezentos) minutos</p><p>(BRASIL, 2004).</p><p>Elementos estruturais da linguagem constituem o cinema e o audiovisual. A se-</p><p>guir, apresentamos alguns aspectos intrínsecos à realização fílmica, para enten-</p><p>dimento dos processos relativos às funções e etapas da produção audiovisual,</p><p>foco desta unidade.</p><p>A criação do roteiro é parte fundamental na realização de um filme, o que o</p><p>roteirista Doc Comparato (2000, p. 19) define como: “a forma escrita de qualquer</p><p>projeto audiovisual”. O autor ressalta a diferença da escrita literária para a escrita</p><p>de um roteiro, com um processo visual. Nele se encontram todas as informações</p><p>necessárias para que a equipe técnica do filme possa se guiar conforme o tema.</p><p>A criação do roteiro é o ponto inicial da produção de uma obra audiovi-</p><p>sual, porém não é uma obra acabada. Quanto mais descrições e diálogo entre a</p><p>direção e equipes de fotografia, arte e som, maiores serão as chances de o filme</p><p>ter êxito, seja ele de curta, média ou longa-metragem; documentário, ficção ou</p><p>experimental; para cinema, televisão, internet ou publicidade. “O roteiro deve ser</p><p>considerado como uma descrição verbal de imagens, sons e efeitos de filmes que</p><p>serão depois produzidos para a exibição em tela” (GUIMARÃES, 2009, p. 32).</p><p>O projeto do roteiro está voltado para a sua equipe técnica e todos os en-</p><p>volvidos com a sua realização, como os patrocinadores e clientes. Para a equipe</p><p>técnica, o roteiro será mais detalhado, com os termos técnicos, também conhe-</p><p>cido como “roteiro técnico”. Para o público que precisa compreender apenas a</p><p>condução da narrativa e visualizá-la, como, por exemplo, os patrocinadores, a</p><p>descrição técnica é menos detalhada.</p><p>Com o roteiro pronto, desenvolve-se uma sinopse, que é o resumo do filme</p><p>contado em poucas linhas (em torno de cinco). Um texto corrido, também con-</p><p>tando a história do filme, é o argumento, que, para tornar-se o roteiro, é separado</p><p>cena por cena com o uso da escaleta.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>102</p><p>O início da produção audiovisual, comumente se dá a partir do roteiro criado,</p><p>que servirá de base para a equipe realizadora do filme. Esse processo é iniciado em</p><p>uma produtora audiovisual ou no departamento de produção de uma empresa ou</p><p>agência publicitária. Duas funções na produção são fundamentais para montar</p><p>toda a equipe do filme, são elas: o diretor e o produtor executivo.</p><p>A pré-produção de uma obra fílmica é a fase de planejamento da sua reali-</p><p>zação. Quando então acontece a definição de metas e previsão de resultados que</p><p>são diretrizes estabelecidas nessa etapa. No planejamento (pré-produção), após</p><p>uma avaliação das condições internas, associada aos estudos das tendências de</p><p>mercado e aspectos sociopolíticos e econômicos, com foco em uma conjuntura</p><p>externa, definições da missão, dos valores, chega-se na construção dos planos</p><p>específicos para cada ação. O planejamento do orçamento da realização audio-</p><p>visual, acontece nessa etapa.</p><p>O momento da realização do audiovisual é a etapa de produção em si, qual</p><p>seja “o período que envolve a filmagem propriamente dita, ou seja, as filmagens</p><p>em termos fotográficos e a captação do som das cenas descritas no roteiro” (RO-</p><p>DRIGUES, 2007, p. 67). A equipe montada deve ter em mãos o roteiro, que ser-</p><p>virá de base para a obra a ser executada. Podemos dizer que, junto ao diretor e</p><p>produtor executivo, a direção de produção é uma função prioritária para a</p><p>condução da realização fílmica e que, por sua vez, também terá assistentes, o que</p><p>implica em uma equipe de produção. É importante ressaltar que o tamanho da</p><p>103</p><p>equipe está relacionado aos recursos disponíveis e complexidades e formatos,</p><p>que envolvem a obra audiovisual.</p><p>Para isso, existe um orçamento e um plano de produção, que é montado como</p><p>base e/ou para atender os requisitos nas chamadas para editais públicos ou privados</p><p>que fomentam, por meio de patrocínios diretos ou indiretos, produções audiovisuais.</p><p>No plano de produção e orçamento,</p><p>além das etapas de produção da obra audiovisual</p><p>e suas funções estão inseridas as taxas administrativas e de contabilidade.</p><p>A pós-produção ou finalização inicia-se após o término das filmagens.</p><p>“ Nesse momento, o filme, que chega fragmentado em múltiplos takes,</p><p>terá a sua imagem e posteriormente, seu som, montados, na ordem</p><p>em que se apresentam no roteiro e no ritmo pretendido pelo dire-</p><p>tor e pelo produtor. Além disso, esse é o momento em que a trilha</p><p>sonora é inserida no filme (MONTES, 2016, p. 19).</p><p>O processo de edição ou montagem atualmente é digital, sendo realizado por</p><p>programas/softwares como o Pro Tools, Adobe Premiere, Final Cut, entre outros.</p><p>Em época do cinema analógico, a montagem era realizada a partir das películas,</p><p>em uma mesa de montagem. O audiovisual contemporâneo está em constante</p><p>processo de transformação, mediado pelas tecnologias, que reconfiguram o con-</p><p>ceito de audiovisual. Como vimos nesta unidade, trata-se de um campo amplo de</p><p>conhecimento e atuação para o profissional e/ou pesquisador da comunicação.</p><p>Novos dispositivos surgem com as mídias digitais, e amplificam os formatos até</p><p>então conhecidos da combinação de imagens e sons, apontando, assim, para as</p><p>reinvenções estéticas e narrativas de conteúdos audiovisuais.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Cinema e Intermidialidade, com Samuel Paiva</p><p>O Centro de Crítica da Mídia (CCM) entrevistou Samuel Paiva, doutor</p><p>em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da</p><p>Universidade de São Paulo (USP). Na entrevista, o pesquisador dis-</p><p>correu um pouco mais sobre a relação entre as mídias e o cinema</p><p>brasileiro, principalmente, em seu período de retoma.</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18496</p><p>UNIDADE 4</p><p>104</p><p>Composição da equipe na realização audiovisual</p><p>A produção audiovisual envolve o trabalho coletivo. Quando assistimos aos</p><p>conteúdos audiovisuais, seja um filme ou uma peça publicitária, ou quando acessamos</p><p>os créditos das produções, podemos notar o trabalho em equipe que é o audiovisual.</p><p>A equipe de produção de um filme vai variar, em sua estrutura, de acordo com</p><p>o projeto e o orçamento que tem em “mãos”. Entretanto, nosso foco, nesta seção, são</p><p>as funções básicas sem as quais não se faz filmes, mesmo que, em algumas estru-</p><p>turas, funções venham a ser acumuladas por um mesmo profissional. A formação</p><p>de equipes com assistentes também é comum e varia de acordo com a estrutura do</p><p>projeto fílmico. São estas as funções básicas de uma produção audiovisual:</p><p>■ Direção: a equipe ou o departamento de criação atua diretamente com a</p><p>equipe de produção. A função da direção de um filme tem a responsabili-</p><p>dade pela condução da obra. É muito comum que este profissional seja o</p><p>idealizador da obra. Ele deve tanto conhecer com afinco o roteiro como</p><p>destrinchá-lo junto a sua equipe técnica.</p><p>■ Produção: a equipe ou o departamento de produção é composta pelo</p><p>produtor, produtor executivo e diretor de produção. Por ser uma função</p><p>responsável pela estrutura do filme com muitas demandas de trabalho,</p><p>são comuns as assistências. O produtor executivo é o responsável pela</p><p>condução e execução do orçamento. É comum que ele seja o sócio ou</p><p>dono da produtora. O diretor de produção coordena a equipe de profis-</p><p>sionais e organiza junto com sua equipe o set de filmagem, providencia</p><p>alimentação e as demais necessidades da equipe do filme para sua produ-</p><p>ção. É o responsável pelo andamento prático da obra audiovisual.</p><p>■ Fotografia: o diretor de fotografia ou fotógrafo do filme é o respon-</p><p>sável pela imagem do filme. Basicamente, ele é o responsável pela luz do</p><p>filme. Ele dirá se o filme terá mais ou menos escuro, se puxará para cores</p><p>quentes ou frias, em quais ambientes serão utilizadas determinadas cores ou</p><p>intensidades, sempre se preocupando com o objeto ou personagem filmado.</p><p>105</p><p>■ A direção de arte é uma das instâncias criativas do projeto estético que</p><p>define a visualidade de uma obra audiovisual. Ela é responsável pela trans-</p><p>crição de diretrizes textuais em materialidade cênica, e atua em conjunto</p><p>com a direção de fotografia para definir as bases da linguagem visual</p><p>da obra – a criação de atmosferas, climas, texturas e cores.</p><p>■ Som: é a área responsável por captar em som a história que será contada.</p><p>É um setor bastante técnico e intrinsecamente relacionado a ferramentas,</p><p>como um gravador de som, por exemplo, mas não exclusivamente ope-</p><p>racional. A equipe de som deve ser sensível ao fato de que os registros</p><p>feitos por um gravador de som são diferentes do próprio ouvido humano.</p><p>Muitas vezes, o técnico de som, além de captar o som direto (diálogos ou</p><p>ruídos provenientes de cada plano filmado), capta, também, os ruídos em</p><p>off necessários para a edição de som.</p><p>■ Edição/montagem: é a área responsável por analisar o material captado,</p><p>para então encaixar imagens e sons em uma ordem tal que conte uma</p><p>história e/ou passe uma sensação. Ainda que seja bastante técnica, e que</p><p>o pré-requisito para a profissão de editor(a) ou montador(a) seja o do-</p><p>mínio de programas de edição, não se trata de uma área exclusivamente</p><p>operacional. A equipe de edição deve ser sensível à progressão narrativa</p><p>e ao ritmo das imagens e sons.</p><p>A linguagem audiovisual: destacando alguns ele-</p><p>mentos</p><p>O plano é a unidade mínima do filme; o enquadramento do objeto fil-</p><p>mado, com a dimensão humana como referência. Entre um corte e outro,</p><p>teremos o tempo de duração de cada plano do filme. Para uma simples</p><p>visualização, podemos dizer que o plano está para o filme, assim como a</p><p>frase está para um livro.</p><p>A cena de um filme é construída a partir do encadeamento de planos que</p><p>contribuem para a narrativa audiovisual e sua proposta estética. Os exemplos, a</p><p>seguir, ilustram alguns dos planos e movimentos de câmera.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>106</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um rascunho de desenho, que mostra o perfil de uma praia</p><p>e montanhas ao fundo.</p><p>Figura 1: Grande plano geral / Fonte: Pisani ([2022], p. 17).</p><p>Grande plano geral (GPG)</p><p>É o mais aberto dos planos. Nele, é muito comum o uso de paisagens, que têm</p><p>como principal característica situar o espectador geograficamente, não sendo</p><p>possível identificar quem são os personagens humanos, caso estejam presentes.</p><p>107</p><p>Descrição da Imagem: a imagem apresenta o rascunho do plano geral e mostra a fachada de uma</p><p>construção.</p><p>Figura 2: Plano geral / Fonte: Pisani ([2022], p. 18).</p><p>Plano geral (PG)</p><p>Um pouco mais fechado que o grande plano geral, o PG pode identificar perso-</p><p>nagens, situando-os no ambiente mostrado.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>108</p><p>Plano americano</p><p>Enquadra o personagem (ou personagens) a partir da metade da coxa (mais ou</p><p>menos um palmo acima do joelho). Esse nome surgiu nos filmes de bang-bang,</p><p>os wersterns americanos, pois era usado para enquadrar o revólver na cintura do</p><p>personagem, por exemplo, numa cena de duelo.</p><p>Descrição da Imagem:a figura apresenta o rascunho de um caubói em primeiro plano, que aparece até</p><p>a altura das pernas. No fundo, há um cavalo amarrado num toco e ao lado direito do caubói, uma casa.</p><p>Figura 3: Plano americano / Fonte: Pisani ([2022], p. 18).</p><p>109</p><p>Plano médio</p><p>O plano médio é mais fechado que o plano americano. Personagens (reais ou</p><p>fictícios) são enquadrados da cintura para cima. A proposta do plano é a de dar</p><p>ênfase às falas das personagens.</p><p>Descrição da Imagem: o desenho é apresenta um rascunho aparentemente feito à lápis e mostra uma</p><p>pessoa até a altura da cintura.</p><p>Figura 4: Plano médio / Fonte: Pisani ([2022], p. 19).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>110</p><p>Primeiro plano</p><p>O rosto do personagem é enquadrado meio palmo abaixo do queixo e no topo</p><p>da cabeça.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um desenho que parece ter sido feito à lápis e mostra o ras-</p><p>cunho de um rosto.</p><p>Figura 5: Primeiro plano / Fonte: Pisani ([2022], p. 21).</p><p>111</p><p>Plano de detalhe</p><p>Destaca um pormenor, um objeto, uma parte do rosto ou do corpo. Nessa se-</p><p>quência, predominam os planos de detalhe.</p><p>Descrição da Imagem: a figura</p><p>mostra um desenho feito à mão. O desenho mostra a ponta dos dedos</p><p>de uma pessoa e, logo abaixo, algo que parece ser uma tampinha de plástico.</p><p>Figura 6: Plano de detalhe / Fonte: Pisani ([2022], p. 21).</p><p>Movimentos de Câmera</p><p>Nos enquadramentos dos primeiros registros fílmicos da história do cinema, a</p><p>câmera inicialmente era fixa com um único plano. O movimento que vemos em</p><p>cena é o de pessoas e objetos que se moviam e atravessavam o quadro da imagem.</p><p>As câmeras cinematográficas, a exemplo do cinematógrafo, criado pelos irmãos</p><p>Lumière (1895), eram movidas a manivela, com pequenos filmes de dois a três</p><p>minutos. “Em pouco tempo, a câmera passou a captar imagens em movimento</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>112</p><p>de dentro de alguns veículos, como barcos e trens; surgiam o travelling e os mo-</p><p>vimentos de aproximação e afastamento das cenas” (PISANI, [2022], p. 22). Os</p><p>movimentos de câmera são mecânicos. Com o desenvolvimento tecnológico</p><p>das câmeras, passam a acontecer em cena e a “explorar uma linguagem que era</p><p>impossível na fotografia estática” (PISANI, [2022], p. 22).</p><p>Alguns dos exemplos de movimentos de câmera</p><p>são:</p><p>■ travelling: ângulo constante entre eixo óptico e trajetória da câmera;</p><p>■ zoom: simulação “mecânica” de travelling para frente ou para trás;</p><p>■ panorâmica: a câmera gira em torno de seu eixo vertical ou transversal;</p><p>pode ser horizontal, vertical ou oblíqua.</p><p>Traveling frontal</p><p>Travelling vertical</p><p>Travelling lateral</p><p>Pan</p><p>Tilt</p><p>Descrição da Imagem: a imagem mostra uma câmera de vídeo desenhada em vários ângulos. No sentido</p><p>horário, à direita e acima, temos a câmera posicionada de lado com uma seta, apontando para ambos</p><p>os lados e embaixo, os dizeres: travelling frontal. Logo a seguir, temos a câmera desenhada na diagonal</p><p>e com uma seta atravessada no meio, apontando para cima e para baixo, com os dizeres: travelling</p><p>vertical. A terceira câmera ao lado está desenhada, mostrando a parte de cima e também uma seta</p><p>atravessando-a e apontando para os dois lados com os dizeres: travelling lateral. Logo abaixo, temos a</p><p>câmera desenhada novamente com uma flecha curva e apontando para os dois lado com a palavra pan</p><p>e, por fim, temos a câmera desenhada lateralmente com uma flecha curva apontando para cima e para</p><p>baixo com a palavra “tilt” abaixo.</p><p>Figura 7: Movimentos de câmera / Fonte: a autora.</p><p>113</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Revista Geminis</p><p>Comunicação Multiplataforma</p><p>A Revista Geminis é uma publicação on-line, de periodicidade qua-</p><p>drimestral, voltada para a divulgação de artigos, resenhas de obras e</p><p>trabalhos sobre o contexto da convergência midiática e da produção</p><p>audiovisual em múltiplas plataformas transmidiáticas, realizados por pes-</p><p>quisadores do Programa de Pós-Graduação e do Curso de Imagem e Som da</p><p>UFSCar. A revista é aberta aos interessados de outras instituições e pesqui-</p><p>sadores que queiram submeter seus trabalhos ao conselho editorial.</p><p>Comentário: a edição de número 1 e volume 10, de 2019, da Revista Gemi-</p><p>nis, dialoga diretamente com esta unidade da disciplina Sonoplastia e</p><p>Produção Audiovisual.</p><p>A produção audiovisual multiplataforma a partir</p><p>de um estudo de caso</p><p>Nos tópicos anteriores, foi possível acompanhar a estrutura que envolve a produ-</p><p>ção audiovisual. Das etapas do processo de realização à composição da equipe,</p><p>passando pelos elementos básicos da linguagem audiovisual, você acessou ter-</p><p>mos técnicos utilizados no campo profissional do setor audiovisual.</p><p>Faz-se importante a compreensão de que, ainda que os modos de produção</p><p>variem de acordo com o projeto previsto desde a fase de planejamento, já com o</p><p>roteiro em mãos, na pré-produção do conteúdo audiovisual, as etapas e funções</p><p>permanecem as mesmas e vão ser adequadas ao modo de produção demandado</p><p>pelo projeto a ser executado.</p><p>No audiovisual multiplataforma, a produção de conteúdo se expande para</p><p>além das mídias tradicionais (como cinema e TV), com o desenvolvimento de</p><p>formas narrativas para as plataformas on-line por meio das tecnologias digitais.</p><p>Nesse contexto, é comum trabalhar com uma equipe mais enxuta do que as equi-</p><p>pes de cinema e TV. Soma-se a esse fator, a questão de que os enquadramentos de</p><p>câmera digital e/ou celular também se adequarão às ambiências multiplataforma.</p><p>Neste tópico, abordaremos e exemplificaremos o processo de produção de</p><p>conteúdo audiovisual para uma campanha publicitária.</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/issue/view/24</p><p>https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/issue/view/24</p><p>https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/issue/view/24</p><p>https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/issue/view/24</p><p>https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/issue/view/24</p><p>UNIDADE 4</p><p>114</p><p>Campanha publicitária #MinhaDorImporta</p><p>Como estudo de caso, apresentamos o case (termo usado na publicidade) da</p><p>campanha publicitária Minha Dor Importa, para a marca Buscofem, um dos</p><p>principais remédios para cólicas. A campanha foi criada pela Agência Capucci-</p><p>no, agência publicitária fundada para funcionar nos moldes da cultura digital e</p><p>para produzir peças publicitárias audiovisuais, que atravessem diferentes mídias</p><p>e suportes digitais. As produções foram disponibilizadas para acesso ao público,</p><p>tanto no Youtube como nas redes sociais, Facebook e Instagram.</p><p>A campanha #minhadorimporta é um exemplo de como um produto tra-</p><p>dicional, um remédio para cólicas de uma marca famosa, pode acompanhar os</p><p>avanços da sua época. Para inovar em sua proposta, dos conteúdos aos meios de</p><p>divulgação, a campanha publicitária focou-se no público feminino, seu público-</p><p>-alvo e maior consumidor do produto.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>O lançamento da campanha foi planejado para acontecer em março,</p><p>Mês das Mulheres, com o texto: #MinhaDorImporta! No Mês das Mu-</p><p>lheres, unir música, arte e informação foi nosso jeitinho de colocar</p><p>em pauta as dores do período menstrual e a empatia que essa causa</p><p>necessita. Isso é resultado de uma pesquisa que mostrou que as do-</p><p>res menstruais ainda são menosprezadas por muitos. Veja a pesquisa</p><p>completa aqui:</p><p>A campanha Minha Dor Importa, para além da inovação do conteúdo criado, desde</p><p>os suportes à linguagem, inovou-se com a equipe contratada para a sua realização.</p><p>Estratégias essas que lhes garantiram repercussão nos meios de comunicação e</p><p>premiações significantes para uma agência com pouco tempo de mercado.</p><p>Contrariando as expectativas ligadas às funções ocupadas por mulheres em</p><p>cargos estratégicos no âmbito da publicidade, a campanha, dirigida por Camila</p><p>Noronha Cruz, investe numa equipe formada predominantemente por mu-</p><p>lheres. No vídeo, mulheres de diversas raças e etnias utilizam frases de cunho</p><p>misógino, popularizadas na cultura brasileira, para desconstruir o imaginário</p><p>de um machismo estrutural reverberado pelo senso comum, em grande parte</p><p>de maneira preconceituosa.</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18488</p><p>115</p><p>Temáticas como beleza, competências artísticas, características físicas, gas-</p><p>lighting e outras formas de violência são discutidas na campanha, de modo a frus-</p><p>trar as construções em torno da imagem da mulher pela publicidade. O resultado</p><p>é a desconstrução da representação estereotipada da mulher no audiovisual, e a</p><p>promoção de um olhar crítico sobre tais construções culturais.</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>Elementos narrativos das estratégias dos meios de comunicação convencionais:</p><p>Narrativas Tecnológicas Socioculturais</p><p>Verbal: seja no li-</p><p>vro, jornal ou revista</p><p>impressos, uma ou</p><p>múltiplas histórias de</p><p>Recuperado não simul-</p><p>tâneo, de ordenação</p><p>linear ou não linear.</p><p>Uma única plataforma,</p><p>o impresso em papel,</p><p>uma única plataforma</p><p>para texto ou imagem</p><p>estática (fotos, dese-</p><p>nhos, pinturas, gráficos,</p><p>etc.).</p><p>Leitura comum ou</p><p>reagindo às raras</p><p>ofertas de alternativas</p><p>de leitura (O jogo da</p><p>amarelinha, de Cortá-</p><p>zar, Avalovara, de Lins,</p><p>A vida, modo de usar,</p><p>de Perec, Dicionário</p><p>Kazar, de Pávitch, entre</p><p>outros), sem engaja-</p><p>mento colaborativo.</p><p>Audiovisual: seja no</p><p>cinema,</p><p>na TV ou no</p><p>vídeo, uma história ou</p><p>múltiplas histórias, li-</p><p>neares ou não lineares,</p><p>de Recuperado não</p><p>simultâneo.</p><p>Fotoquímica na película</p><p>ou eletrônica no vídeo,</p><p>uma única plataforma</p><p>para imagem, som e</p><p>algum texto.</p><p>Espectadores comuns,</p><p>sem engajamento cola-</p><p>borativo.</p><p>Quadro 1: Elementos narrativos convencionais</p><p>Fonte: adaptado de Gosciola (2012).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>116</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>Elementos narrativos das estratégias dos meios de comunicação integradores ou conver-</p><p>gentes:</p><p>Narrativas Tecnológicas Socioculturais</p><p>Verbal: seja no livro,</p><p>jornal ou revista digital,</p><p>uma ou múltiplas his-</p><p>tórias, lineares ou não</p><p>lineares.</p><p>Digital, projeção em</p><p>telas de dispositivos</p><p>digitais (computador,</p><p>celular, tablet etc.), pre-</p><p>dominância de textos</p><p>ilustrados por imagens</p><p>(estáticas ou em movi-</p><p>mento).</p><p>Leitura comum ou</p><p>reagindo às poucas</p><p>ofertas de interação,</p><p>sem engajamento cola-</p><p>borativo.</p><p>Audiovisual: seja no</p><p>cinema, na TV, no vídeo</p><p>ou na web, uma histó-</p><p>ria ou múltiplas histó-</p><p>rias, lineares ou não</p><p>lineares, de Recupera-</p><p>do não simultâneo.</p><p>Digital, projeção em</p><p>telas de cinema, TV e</p><p>dispositivos digitais,</p><p>predominância de au-</p><p>diovisual, multiplatafor-</p><p>ma para imagem, som</p><p>e algum texto, mínimo</p><p>investimento em redes</p><p>sociais.</p><p>Audiência comum, sem</p><p>engajamento colabo-</p><p>rativo, à audiência com</p><p>moderado grau de</p><p>engajamento colabo-</p><p>rativo.</p><p>Quadro 2: Elementos narrativos integradores ou convergentes</p><p>Fonte: adaptado de Gosciola (2012).</p><p>As narrativas transmídias no campo da comunicação em audiovisual podem</p><p>apresentar perspectivas diferenciadas, como caracterizações com exemplos e/ou</p><p>estudos de caso no cinema, no jornalismo e na publicidade.</p><p>No cinema, a origem do conceito de transmídia, das narrativas transmidiá-</p><p>ticas na comunicação, está associada à observação de filmes e suas estratégias</p><p>de projeção midiática, que fazem parte da indústria de entretenimento estadu-</p><p>nidense. Fenômeno esse que avaliamos com criticidade, quando abordado pelo</p><p>117</p><p>viés do determinismo tecnológico, ou seja, sem levar em consideração o contexto</p><p>sociocultural da sua época.</p><p>Entre filmes de referência da indústria do entretenimento estadunidense,</p><p>que se inseriram nesse universo das narrativas transmídias estão a saga Harry</p><p>Potter (inicia-se, em 1998, com o livro e em 2001, há a primeira adaptação para</p><p>o cinema, com direção de Chris Columbus) e Star Wars (em português, Guerra</p><p>nas Estrelas, que é criada em 1977 por George Lucas). Há também os filmes da</p><p>trilogia Matrix (1999–2003, com direção de Lilly e Lana Washowski), dos quais</p><p>Henry Jenkins faz uma análise profunda por considerá-los também um fenô-</p><p>meno a partir da uma narrativa ficcional, que atinge dimensões e espectadores</p><p>para além das salas de cinema, que atravessam inúmeros canais de mídia, sendo</p><p>contada por linguagens como as dos jogos e quadrinhos.</p><p>Das transformações e experimentações tecnológicas vivenciadas pelo cinema</p><p>na sua transição do sistema analógico para o digital, talvez a mais significante</p><p>seja a das quebras de barreiras que tornaram o “fazer cinema” mais acessível,</p><p>com a expansão das tecnologias digitais. Essa mudança, para além dos avanços</p><p>das tecnologias e aparatos cinematográficos, com sistemas de projeção digital e</p><p>câmeras que se superam a cada dia, amplia as dimensões do cinema.</p><p>O pesquisador e professor José Cláudio Castanheira (2020, p. 13) observa a</p><p>importância “da compreensão do papel das novas tecnologias portáteis de som e</p><p>imagem na reconfiguração do cenário midiático atual”. Nesse sentido, em prática,</p><p>vamos ao encontro do crescimento das narrativas audiovisuais com uma diver-</p><p>sidade de pontos de vista, com realizações audiovisuais por sujeitos da história</p><p>que, até então, não tinham acesso aos meios de produção em razão dos seus altos</p><p>custos. Castanheira (2020) chama então a atenção para:</p><p>“ [...] as relações entre as indústrias do cinema e da música e às prá-</p><p>ticas possibilitadas por dispositivos como telefones celulares, apli-</p><p>cativos não profissionais de edição, ou software/hardware de baixo</p><p>custo. A paisagem midiática contemporânea, constituída em torno</p><p>desses objetos audiovisuais, apropria-se do repertório técnico já</p><p>consolidado pela indústria, promovendo o deslocamento de proce-</p><p>dimentos audiovisuais profissionais (CASTANHEIRA, 2020, p. 13).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 4</p><p>118</p><p>A transposição do termo transmídia para o jornalismo, apesar de ser algo cada</p><p>vez mais utilizado nos dias atuais, não é um consenso entre pesquisadores e pro-</p><p>fissionais do mercado na ampla atuação do jornalismo. Essa realidade acontece,</p><p>pois a origem do termo transmídia está vinculada a produtos da indústria do</p><p>entretenimento estadunidense. Nesse sentido, são apontados nichos do jornalis-</p><p>mo em que se desenvolvem as narrativas transmídias para além do simples uso</p><p>de plataformas de mídias sociais.</p><p>As pesquisadoras que atuam como professoras no campo do jornalismo</p><p>transmidiático, Jeane Alzamora e Lorena Tárcia, também jornalistas, refletem</p><p>que, com as tecnologias digitais, os formatos tradicionais de jornais devem servir</p><p>como referência para a proposta virtual. No entanto, “os formatos consolidados</p><p>midiaticamente devem servir de referência para as narrativas transmídia, porém</p><p>adaptados ao contexto fluido e heterogêneo dos interstícios da rede” (ALZAMO-</p><p>RA; TÁRCIA, 2012, p. 23).</p><p>Alzamora e Tárcia (2012) defendem que, ainda que o termo transmídia</p><p>tenha inicialmente sido referência no entretenimento, seja necessário se pensar</p><p>sua dimensão para além do universo da ficção. Por exemplo, no caso de uma</p><p>história, informação que é contada por diversos meios e plataformas, há a intera-</p><p>119</p><p>tividade entre o emissor e os consumidores, que tornam-se tanto colaboradores</p><p>e produtores, como compartilhadores das informações.</p><p>Para o jornalista e pesquisador Denis Renó (2013), a narrativa transmídia é</p><p>uma linguagem inovadora na sociedade contemporânea, que permite que con-</p><p>teúdos se expandam e se potencializem em uma estrutura denominada “multi-</p><p>linguagem”. Ele, no entanto, admite os desafios de aplicabilidade nos processos</p><p>comunicacionais e destaca, entre eles, o documentário, afirmando que: “para pen-</p><p>sar no documentário transmídia, é necessário antes resgatar o documentário</p><p>interativo, suas limitações e possibilidades, assim como os métodos existentes</p><p>para sua produção (RENÓ, 2013, p. 94).</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>O manual A linguagem cinematográfica de planos e movimentos, de</p><p>Marilia Mello Pisani, contém um pouco da história e a descrição de</p><p>mais planos e movimentos de câmera. Está disponível para usos na</p><p>educação e compartilhamento, desde que citada a fonte, em:</p><p>Renó (2013) cita como exemplo a obra Calles perdidas, do realizador argen-</p><p>tino Fernando Irigaray e seu coletivo, na Universidade Nacional de Rosário, na</p><p>Argentina, e ressalta que o documentário se aproxima, em vários aspectos, da</p><p>narrativa transmídia:</p><p>“ O mais expressivo deles é a multiplataforma de conteúdos, cada um</p><p>com discursos complementares e interligados entre si. Encontramos</p><p>textos, fotos e vídeos, além de infográficos e linha do tempo com visua-</p><p>lização animada. Os vídeos foram publicados no Youtube, o que deter-</p><p>mina parte de sua distribuição por redes sociais (RENÓ, 2013, p. 98).</p><p>A publicidade e o marketing, no contexto histórico, que antecedeu os processos</p><p>de convergência das mídias digitais, fizeram uso da expressão crossmídia (cross-</p><p>-media) que aproxima-se do termo transmídia. Nesse sentido, as aproximações</p><p>se dão pelos aspectos que envolvem a integração dos meios, no caso da publici-</p><p>dade, com estratégias de campanha, as quais fazem uso do mesmo conteúdo em</p><p>diferentes mídias para fortalecer determinadas marcas e/ou produtos.</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18498</p><p>UNIDADE 4</p><p>120</p><p>Por outro lado, o termo crossmídia não dá conta dos aspectos que envolvem</p><p>as interações midiáticas na cultura digital. De modo que, as narrativas transmí-</p><p>dias diferenciam-se na comunicação, já que é oriunda dos processos</p><p>comunica-</p><p>cionais das mídias digitais que:</p><p>“ [...] transformaram inteiramente a natureza dessa articulação entre</p><p>distintas plataformas, permitindo que a integração entre os meios</p><p>explore mais habilidade do consumidor de mídias de estabelecer</p><p>relações entre conteúdos, que, agora, podem ser também distintos</p><p>entre si (FECHINE, 2012, p. 74).</p><p>Na Figura 8, é possível observar as aproximações e diferenciações entre os termos.</p><p>A expressão multimídia está associada à utilização das diferentes mídias, que</p><p>envolve tanto os processos de crossmidiação como de trasmidiação. Já a noção</p><p>de crossmídia mais utilizada na publicidade e no marketing vincula-se à divul-</p><p>gação de um mesmo produto/narrativa por diversas mídias ou plataformas de</p><p>comunicação e é também conhecido como “mídia cruzada”.</p><p>Tais conteúdos podem, dessa maneira, ser distribuídos nas mídias digitais,</p><p>TV aberta e ou rádio com o intuito de propagação dos conteúdos audiovisuais e</p><p>maior alcance de público. Na aplicação do conceito de transmídia, uma mesma</p><p>narrativa atravessa diferentes mídias (cinema, podcast, quadrinhos etc.) se ade-</p><p>quando às suas características e potencializando a história contada de maneira</p><p>integradora, em convergência.</p><p>CROSSMÍDIA TRANSMÍDIA</p><p>Descrição da Imagem: A imagem mostra dois desenhos de figuras geométricas irregulares. Na figura à</p><p>esquerda, os desenhos encontram-se soltos, enquanto na figura à direita, esses elementos encaixam-se</p><p>e mostram uma nova figura, que forma um retângulo.</p><p>Figura 8: Crossmídia e transmídia / Fonte: Arnaut et al. (2011, p. 267).</p><p>121</p><p>O rádio na convergência midiática: aproximações</p><p>e diferenciações entre webrádio e podcast</p><p>No cenário da convergência midiática, que expande-se neste século XXI, o rádio tra-</p><p>dicional se adapta e se reinventa com o advento da internet. Assim como comumente</p><p>relacionamos o termo audiovisual à conversão da imagem e som em um mesmo</p><p>suporte, a produção audiovisual multiplataforma também envolve as mídias sonoras,</p><p>como a webrádio, que pode incluir na sua grade de programação episódios de pod-</p><p>cast. A seguir, as principais aproximações e diferenciações entre os termos:</p><p>Webrádio: para a sua hospedagem, é necessário um endereço na World Wide</p><p>Web (www). Um diferencial da webrádio é que ela pode ser criada tanto a partir</p><p>de um sistema de radiodifusão tradicional, quanto pela migração de uma emis-</p><p>sora de rádio já existente para a internet.</p><p>Podcast: formato que surgiu em 2004. Diferentemente do rádio e webrádio,</p><p>o podcast não tem uma grade de programação e refere-se a programas isolados,</p><p>assim como “sua relação com o ouvinte estabelece-se através da periodicidade de</p><p>produção de novos programas: diária, semanal, quinzenal, mensal” (VICENTE,</p><p>2018 apud VIANA, 2020, p. 5).</p><p>Olá, estudante! Este episódio de podcast é um convite em</p><p>formato de bate-papo para refletirmos o audiovisual nos</p><p>dias atuais a partir de aspectos abordados durante nossos</p><p>estudos na unidade. Vamos dar o play?</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13278</p><p>UNIDADE 4</p><p>122</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: Um café com meu avô Durval</p><p>Ano: 2021</p><p>Sinopse: neste curta-metragem (10’20’’), a cineasta brasileira Anna</p><p>Muylaert parte de algo muito pessoal – sua relação com o avô – para</p><p>discutir temas mais abrangentes, como o fazer artístico e as transfor-</p><p>mações/avanços do cinema e audiovisual, da transição do sistema analógico</p><p>até chegar ao digital nos dias atuais.</p><p>Comentário: Um café para meu avô Durval é um filme do gênero documen-</p><p>tário, realizado no período da pandemia para o Festival Janela Internacional</p><p>de Cinema (Recife/PE). Ele reflete, além da função do cinema e audiovisual, a</p><p>intoxicação das imagens nos dias atuais. Anna Muylaert é uma das mais re-</p><p>conhecidas cineastas no Brasil, com seis longas-metragens em sua carreira</p><p>de diretora.</p><p>“ As mídias tradicionais de informação audiovisual como televisão</p><p>e cinema dividem espaço com os novos meios de circulação de</p><p>conteúdo. Os criadores de conteúdo on-line têm controle sobre o</p><p>processo de produção e acesso às plataformas de distribuição de</p><p>grande alcance de audiência. A mídia está inserida em um momento</p><p>de questionamentos e um deles é quanto à produção e distribui-</p><p>ção de conteúdo audiovisual, motivada, também, pela mudança de</p><p>consumo dos produtos audiovisuais (BERNARDAZZI; COSTA,</p><p>2017, p. 146).</p><p>As funções e etapas da realização audiovisual dão a dimensão de um campo</p><p>amplo de atuação e do fazer coletivo, que envolve os conteúdos audiovisuais fi-</p><p>nalizados. Em pleno desenvolvimento nos dias atuais, a expansão das tecnologias</p><p>a partir do advento da internet e da consolidação do digital, que aperfeiçoou-se,</p><p>também aponta para novos nichos de mercado. Com base no conteúdo desta</p><p>unidade e nas suas expectativas de um profissional em formação, como</p><p>você pensa o audiovisual contemporâneo e em que segmento deste mer-</p><p>cado você pretende atuar? Sugiro que escreva no seu caderno uma justifi-</p><p>cativa que faça contexto com o que acabamos de apresentar.</p><p>123</p><p>1.</p><p>“O audiovisual é um produto – objeto ou processo – que, com o propósito de troca</p><p>comunicacional, trabalha com os estímulos sensoriais da audição e da visão. Diferen-</p><p>temente da escultura, da pintura, da fotografia, do cinema mudo e de outras formas</p><p>de expressão e comunicação que fazem referência a um só sentido, o audiovisual</p><p>se encontra em meios como a televisão, o cinema sonoro, o vídeo, a multimídia, a</p><p>computação gráfica, o hipertexto, a hipermídia e a realidade virtual” (GOSCIOLA,</p><p>2003, p. 4).</p><p>GOSCIOLA, V. Roteiro para as novas mídias: do game à TV interativa. São Paulo:</p><p>Senac, 2003.</p><p>Sobre aspectos acerca do audiovisual, em diálogo com o texto acima e com base</p><p>nos estudos desenvolvidos durante a disciplina, classifique (V) para as sentenças</p><p>verdadeiras e (F) para as falsas:</p><p>( ) A base da linguagem audiovisual está no cinema e vídeo.</p><p>( ) O cinema expandiu-se com o advento do som e digital também sendo conside-</p><p>rado audiovisual.</p><p>( ) A imagem visual é um dos elementos que constitui a comunicação audiovisual.</p><p>( ) O termo audiovisual é comumente associado à conversão da imagem e do som</p><p>em um mesmo suporte.</p><p>( ) A produção audiovisual contemporânea pode ser acessada desde a TV, o cinema</p><p>e o vídeo às plataformas digitais.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) V - V - V - F- V.</p><p>b) F - V - V - V- V.</p><p>c) V - F - V - V- F.</p><p>d) V - V - V -V- F.</p><p>e) V - V - V- V -V.</p><p>124</p><p>2.</p><p>“A entrada do século XXI deverá ser lembrada no futuro como a entrada dos meios</p><p>de comunicação em uma nova era: a da transformação de todas as mídias em trans-</p><p>missão digital, como se o mundo inteiro estivesse, de repente, virando digital. Trans-</p><p>missão digital quer dizer a conversão de sons de todas as espécies, imagens de</p><p>todos os tipos, gráficas ou videográficas, e textos escritos em formatos legíveis pelo</p><p>computador” (SANTAELLA, 2001, p. 1).</p><p>SANTAELLA, L. Novos desafios da comunicação. Lumina, Juiz de Fora, v. 4, n. 1,</p><p>p. 1-10, 2001. Disponível em: https://www.ufjf.br/facom/files/2013/03/R5-Lucia.pdf.</p><p>Acesso em: 27 fev. 2023.</p><p>A autora Lucia Santaella (2001), na citação acima, reflete o aceleramento da digitali-</p><p>zação dos meios de comunicação no século XXI. Como acompanhamos em nossos</p><p>estudos, o advento das mídias digitais promoveu o surgimento de novos padrões de</p><p>compreensão dos processos comunicacionais. Assistimos à migração de produtos</p><p>audiovisuais da TV e o surgimento de novos formatos específicos para a web. Reali-</p><p>dade essa que tem transformado os modos de produção, circulação e consumo de</p><p>conteúdo audiovisual.</p><p>Associe os itens abaixo às suas respectivas ideias, noções e características, a partir</p><p>das reflexões acerca da cultura digital apresentadas pela autora Lucia Santaella, no</p><p>enunciado dessa questão, pelos estudos durante a disciplina:</p><p>( ) Cultura audiovisual predominante na sociedade contemporânea desse século</p><p>XXI.</p><p>( ) Incluem programas de TV, filmes, jornais e revistas, sites e blogs. Também foto-</p><p>grafia, publicidade,</p><p>moda, design e arte multimídia.</p><p>( ) Os conteúdos audiovisuais transitam entre diferentes dispositivos (televisão, in-</p><p>ternet, celular).</p><p>( ) As práticas de produção, distribuição e intercâmbio de conteúdos digitalizados</p><p>são incorporadas pelas pessoas, sendo assim um modo de sociabilidade.</p><p>( ) Distintas plataformas que permitem a integração entre os meios e maior habi-</p><p>lidade do consumidor de mídias de estabelecer relações entre os conteúdos</p><p>audiovisuais.</p><p>125</p><p>1- Convergência cultural.</p><p>2- Cultura digital.</p><p>3- Cultura do compartilhamento.</p><p>4- Mídias digitais.</p><p>5- Produção audiovisual multiplataforma.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) 1-3-2-4-5.</p><p>b) 2-4-1-3-5.</p><p>c) 2-1-4-3-5.</p><p>d) 1-2-5-3-4.</p><p>e) 2-1-4-5-3.</p><p>3.</p><p>“Os avanços nas áreas de telecomunicações e transmissão digital de dados trouxe-</p><p>ram novas possibilidades para realização de uma enorme variedade de produtos</p><p>audiovisuais. Esses conteúdos influenciam diretamente o dia a dia de milhares de</p><p>usuários da internet, que têm à disposição ficção, documentários, projetos experi-</p><p>mentais, animações e transmissões ao vivo, o que incentiva a produção/distribuição/</p><p>exibição de obras realizadas nos mais variados formatos e suportes disponíveis, da</p><p>película ao vídeo, do computador doméstico às poderosas estações gráficas, do</p><p>amador ao profissional” (PÉRGOLA, 2004, p. 1).</p><p>PÉRGOLA, A. C. O cinema e a produção audiovisual: um estudo preliminar sobre</p><p>as novas formas de distribuição na internet. Biblioteca On-line de Ciências da</p><p>Comunicação, [s. l.], 2004. Disponível em: http://bocc.ufp.pt/pag/pergola-alessan-</p><p>dra-distribuicao-na-internet.pdf. Acesso em: 27 fev. 2023.</p><p>Em diálogo com o texto apresentado e os estudos desta unidade, selecione a alter-</p><p>nativa que melhor reflete o audiovisual quando associado às tecnologias digitais na</p><p>atualidade.</p><p>a) As tecnologias digitais reproduzem o mesmo sistema de produção audiovisual</p><p>do sistema analógico, diferenciando-se apenas pela sua forma de captação de</p><p>imagens e sons.</p><p>126</p><p>b) Com o advento da internet, o audiovisual passou a ser produzido em plataformas</p><p>virtuais, o que limitou o acesso às produções do cinema e audiovisual de outras</p><p>épocas.</p><p>c) As produções audiovisuais na atualidade se misturam, ou seja, transitam entre</p><p>diferentes dispositivos (televisão, internet, celular), e assim, também ganham um</p><p>caráter híbrido.</p><p>d) As tecnologias audiovisuais na atualidade substituíram os meios de comunicação</p><p>tradicionais, como rádio e televisão, que não se adaptaram aos “novos tempos”.</p><p>e) Os produtos audiovisuais, a partir da transmissão digital, tiveram sua circulação</p><p>restrita às plataformas conectadas à rede de internet.</p><p>4.</p><p>“Um fato que deve ser levado em consideração é o de que toda produção de infor-</p><p>mação, entretenimento e conhecimento em novas mídias, ou na convergência delas</p><p>com outras já existentes, decorre da tríade ‘tecnologia/sociedade/comunicação’” (BA-</p><p>RICHELLO; MACHADO, 2011, p. 177).</p><p>BARICHELLO, E. M. R; MACHADO, J. Convergência midiática: elemento estratégico no</p><p>processo de construção da produção televisiva de on-line. Intertexto, Porto Alegre,</p><p>v. 2, n. 25, p. 174-187, dez. 2011. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/</p><p>intexto/article/download/22838/14489/94500. Acesso em: 27 fev. 2023.</p><p>A reconfiguração das formas de consumo, produção e distribuição de conteúdos,</p><p>propiciada pelas mídias digitais, torna perceptível uma nova relação dos especta-</p><p>dores e usuários na interlocução com tais dispositivos. Assinale a alternativa que</p><p>melhor contempla as características deste novo momento sociocultural na história</p><p>das comunicações de massa.</p><p>a) Interatividade, circulação, plataformização.</p><p>b) Distribuição, hierarquização, monopólio.</p><p>c) Hegemonia, digitalização, espectador passivo.</p><p>d) Multimidialidade, padronização narrativa, espectador ativo.</p><p>e) Linearidade, única plataforma, processo fotoquímico.</p><p>127</p><p>5.</p><p>“As mudanças tecnológicas, comunicacionais, históricas e culturais, que foram gera-</p><p>das pela cultura da convergência, afetaram não somente o modelo de negócio da</p><p>mídia convencional, mas o próprio ambiente de mídia, provocando modificações que</p><p>prepararam o cenário para o surgimento de novas formas de entretenimento para</p><p>multiplataformas, que se utilizam principalmente da televisão, internet e dos dispo-</p><p>sitivos móveis para produção e circulação de conteúdos” (MASSAROLO; MESQUITA,</p><p>2014, p. 2).</p><p>MASSAROLO, J. C.; MESQUITA, D. Reflexões teóricas e metodológicas sobre as narra-</p><p>tivas transmídia. Lumina, Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 1-19, jun. 2014. Disponível em: ht-</p><p>tps://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21123. Acesso em: 27 fev. 2023.</p><p>Associe as características dos elementos narrativos das estratégias midiáticas dos</p><p>meios de comunicação convergentes e dos meios convencionais e, em seguida, mar-</p><p>que a ordem correta das alternativas no esquema abaixo:</p><p>( ) Elementos narrativos das estratégias dos meios de comunicação convencionais.</p><p>( ) Elementos narrativos das estratégias dos meios de comunicação integradores</p><p>ou convergentes:</p><p>( ) Estratégica tecnológica: única plataforma para texto ou imagem.</p><p>( ) Estratégica tecnológica: predominância de textos com recursos gráficos, imagé-</p><p>ticos, audiovisuais e sonoros acessados por tablets, computadores e dispositivos</p><p>móveis.</p><p>( ) Estratégias socioculturais: espectadores comuns e ausência de engajamentos</p><p>colaborativos.</p><p>( ) Estratégias narrativas audiovisuais: uma ou múltiplas histórias lineares ou não-</p><p>-lineares.</p><p>( ) Estratégias socioculturais: audiência com engajamento colaborativo.</p><p>Marque a ordem correta das alternativas:</p><p>a) 1-2-1-2-2.</p><p>b) 2-1-2-1-2.</p><p>c) 1-1-2-2-1.</p><p>d) 2-2-1-1-2.</p><p>e) 1-2-1-2-1.</p><p>128</p><p>6.</p><p>“O setor audiovisual compreende a indústria cinematográfica e videofonográfica. No</p><p>Brasil, o setor constitui um dos mais imponentes e fortes mercados de bens, serviços</p><p>e atividades culturais-artísticas da América Latina. O audiovisual brasileiro se institui</p><p>em uma figuração composta por agentes de produção, distribuição e exibição dos</p><p>segmentos de cinema (salas de exibição), TV paga (comunicação eletrônica de massa</p><p>por assinatura), TV aberta (radiodifusão de sons e imagens), vídeo doméstico, vídeo</p><p>por demanda e mídias móveis” (MACÊDO, 2019, p. 13).</p><p>MACÊDO, E. T. G. R. Produção executiva no audiovisual brasileiro: a formação</p><p>profissional sob a ótica do ensino superior e do curso de Cinema e Audiovisual da</p><p>UFF. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Cinema e Audiovisual)</p><p>– Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019. Disponível em: https://app.uff.br/</p><p>riuff/bitstream/1/12554/1/ELENA%20GOES%20-%20PRODU%C3%87%C3%83O%20</p><p>EXECUTIVA%20NO%20AUDIOVISUAL%20BRASILEIRO_TCC.pdf. Acesso em: 27 fev.</p><p>2023.</p><p>Os agentes de produção, distribuição e exibição da indústria cinematográfica e vi-</p><p>deofonográfica, aos quais a autora se refere, também compõem a produção au-</p><p>diovisual multiplataforma. Com base no contexto do texto acima, e no estudo</p><p>desta unidade, associe os itens, utilizando o código a seguir:</p><p>1- Produção.</p><p>2- Distribuição.</p><p>3- Exibição.</p><p>4- Setor audiovisual.</p><p>5- Vídeo por demanda.</p><p>( ) Ação de projeção e demonstração ao público/audiência do produto audiovisual.</p><p>( ) Compreende o processo de feitura de um filme/obra audiovisual.</p><p>( ) Articula os meios e canais necessários para circulação do filme/obra audiovisual.</p><p>( ) Sua sigla é VOD e corresponde a uma plataforma de entrega de conteúdos on-</p><p>-line.</p><p>( ) Compreende a indústria cinematográfica e videofonográfica do país.</p><p>129</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) 3-1-2-5-4.</p><p>b) 2-3-1-4-5.</p><p>c) 2-1-3-5-4.</p><p>d) 2-1-3-4-4.</p><p>e) 3-1-2-4-5.</p><p>5Pós-produção</p><p>audiovisual:</p><p>técnicas de edição não linear,</p><p>softwares e ferramentas interativas</p><p>Me. Yanara Cavalcanti Galvão</p><p>Chegamos à etapa final da realização audiovisual/produção audio-</p><p>visual: a pós-produção. Nesta unidade, abordaremos os processos</p><p>da montagem e finalização audiovisual, que é quando o filme ganha</p><p>sua</p><p>forma. Para tanto, serão apresentadas noções das ferramentas</p><p>e programas utilizados na produção audiovisual multimídia, foco</p><p>da disciplina.</p><p>UNIDADE 5</p><p>132</p><p>Vocês já pararam para pensar sobre o protagonismo do audiovisual no contexto</p><p>sociocultural e político que vivenciamos? Como temos feito uso das tecnologias</p><p>digitais que a cada dia tornam-se mais acessíveis? Dentro desse cenário, podemos</p><p>observar como cada vez mais também nos tornamos criadores de conteúdos</p><p>audiovisuais, compartilhamos informações e tanto interagimos como nos co-</p><p>municamos com outras pessoas. No entanto, será que temos a real dimensão do</p><p>nosso papel enquanto comunicadores? Será que entendemos a importância do</p><p>nosso senso crítico e de um posicionamento ético quando produzimos conteúdo?</p><p>Se na virada do século XX para o XXI, foi possível acompanharmos a conso-</p><p>lidação do digital; com a pandemia de covid-19, a produção audiovisual expan-</p><p>diu-se ainda mais, tornando-se indispensável não só para lazer como para estudo</p><p>e trabalho. Como consequência, esse cenário também gerou uma demanda para</p><p>mercado (organizações, empresas, entre outros), que entendeu a necessidade de</p><p>profissionais competentes na área para a produção de conteúdos audiovisuais.</p><p>Por sua vez, a busca por formação profissional só fez crescer. Nesse sentido, ainda</p><p>que as tecnologias digitais apresentem mais facilidades que o sistema analógico</p><p>para o usuário comum, também exige-se do profissional da área determinado</p><p>domínio dessas ferramentas. Da compreensão das etapas de produção à apropria-</p><p>ção e entendimento sobre o uso dos dispositivos e suas ferramentas tecnológicas,</p><p>plugins de mercado e softwares, todos esses conhecimentos são importantes ao</p><p>profissional que irá atuar na pós-produção de conteúdos audiovisuais.</p><p>Como você, enquanto estudante e pesquisador(a), se percebe nesse lugar de</p><p>profissional em formação, desde a necessidade da consciência de uma ética pro-</p><p>fissional ao desenvolvimento das habilidades necessárias para atuar na área?</p><p>Como podem observar, quando pensamos na produção de imagens e sons,</p><p>vamos além de um determinismo tecnológico. Nesse sentido, para além de um</p><p>domínio técnico, a produção audiovisual está atrelada à criação de conteúdos,</p><p>etapa que chamamos de montagem ou edição, e envolve conhecimento, cria-</p><p>tividade e sensibilidade, que se articulam. Quanto melhor desenvolvidas essas</p><p>características, maior será a projeção e o reconhecimento da equipe profissional</p><p>na linha de frente do projeto.</p><p>Sim, o filme pronto é o projeto audiovisual executado. Os modos de pro-</p><p>dução que irão se diferenciar de acordo com a proposta de trabalho – o que envol-</p><p>ve os recursos disponíveis também – prevista na fase inicial de planejamento. Na</p><p>produção audiovisual multiplataforma voltada para produção na web, é comum</p><p>133</p><p>equipes menores e até mesmo que um profissional assuma todas as funções.</p><p>Ainda assim, todas as etapas permanecem, desde o planejamento, quando ocorre</p><p>a pré-produção, à produção e pós-produção.</p><p>Nesta unidade, como já sabemos, nosso foco está na etapa da pós-produção,</p><p>que é o da finalização do filme. Esse é o momento de montar o “quebra-cabeça”</p><p>de imagens e sons captados durante a produção. Um processo no qual nos apro-</p><p>fundaremos mais nos momentos a seguir.</p><p>Produção de</p><p>Conteúdo</p><p>Audiovisual</p><p>Produção Pré-Produção  Pós-Produção</p><p>Captação de</p><p>áudio/vídeo</p><p>Pré-produção Preparação  FinalizaçãoEdição e</p><p>Sonorização</p><p>Descrição da Imagem: o organograma apresenta as etapas da produção audiovisual. O início se dá</p><p>com a “Produção de Conteúdo Audiovisual”, no topo, que se subdivide em: “Pré-Produção”, “Produção” e</p><p>“Pós-Produção”. A seguir, a etapa da “Pré-Produção” subdivide-se em: “Preparação” e “Pré-Produção”; a</p><p>fase de “Produção” abrange a “Captação”, e, por fim, a “Pós-Produção” engloba a “Edição e Sonorização”</p><p>e a “Finalização”.</p><p>Figura 1: Organograma etapas da produção audiovisual / Fonte: a autora.</p><p>É muito provável que você já tenha realizado o processo de edição, seja de uma</p><p>imagem ou de um conteúdo audiovisual, ainda que como usuário das mídias</p><p>digitais sem fins profissionais. Talvez até mantenha um canal de comunicação</p><p>multimídia com essa(s) produção(ões), seja no YouTube, Vimeo, Facebook, Ins-</p><p>tagram, TikTok etc.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>134</p><p>Se você recortou, sobrepôs e/ou retocou imagem(ns) ou conteúdo(s) au-</p><p>diovisual(is). Se inseriu música, ou seja, uma trilha sonora para acompanhar as</p><p>imagens em movimentos ou mesmo fotografias fixas, você já tem uma noção de</p><p>edição, conhece algumas das suas funções, mesmo que de maneira mais intuitiva</p><p>e sem aprofundamento. Sendo assim, qual aplicativo/programa/software,</p><p>você utilizou? A partir de qual dispositivo (câmera digital, celular, tablet</p><p>ou computador)? Qual a finalidade dessa(s) produção(ões)? Compartilha-</p><p>mento em rede entre pessoas amigas e familiares? Elas foram realizada(s)</p><p>profissionalmente e/ou com remuneração?</p><p>Caso ainda não tenha experienciado alguma função relacionada à etapa da</p><p>pós-produção, você pode nos apresentar outras experiências práticas em torno</p><p>do fazer audiovisual.</p><p>Após seu relato sobre a prática com produção de conteúdos audiovisuais,</p><p>conte-nos um pouco sobre essa(s) experiência(s), assim como as dificuldades</p><p>ao desenvolver esse tipo de atividade. No diário de bordo a seguir, você listará as</p><p>ações executadas, dificuldades ou limites ao realizá-las.</p><p>Como temos acompanhado durante nossos estudos, o audiovisual está em processo</p><p>contínuo de desenvolvimento e aprimoramento. Realidade essa que, com o advento</p><p>da internet, impulsionou a criação e expansão das tecnologias digitais, o que ocasio-</p><p>nou o surgimento de novos segmentos de mercado, os quais vêm redimensionando</p><p>os modos de produção, circulação e consumo dos conteúdos audiovisuais.</p><p>135</p><p>Um outro aspecto que refletimos na produção audiovisual multiplataforma,</p><p>é a mudança comportamental do espectador/usuário comum do audiovisual,</p><p>que, para além da interação com as mídias digitais, comumente tem produzido,</p><p>editado e compartilhado conteúdos audiovisuais em rede. Se essa já é uma prática</p><p>comum do nosso dia a dia, daí também a importância de pensarmos a dimensão</p><p>sociopolítica e histórica dos processos comunicacionais.</p><p>Os anos 1990 marcam o início da revolução digital, que vivenciamos nos dias</p><p>atuais. Nesse primeiro momento, o computador enquanto uma máquina versátil,</p><p>tornou-se pioneiro enquanto símbolo das tecnologias digitais. Já a partir dos anos</p><p>2000, vivenciamos um crescimento das tecnologias digitais móveis, como celulares</p><p>e tablets. Passamos, então, a realizar registros de imagens e sons nesses dispositivos.</p><p>Dessa maneira, pequenas produções audiovisuais passam a fazer parte do nosso</p><p>cotidiano e criam um novo cenário midiático, com a participação ativa de seus</p><p>consumidores, que saem do estágio de espectadores passivos e tornam-se também</p><p>produtores audiovisuais. Realidade essa que torna-se possível quando esses públi-</p><p>cos passam a fazer uso de ferramentas e aplicativos, antes apenas disponíveis no</p><p>sistema profissional de produção de áudio e vídeo, que eram de difícil acesso – o</p><p>que ocorria, desde o manuseio desses aparatos tecnológicos, que tinham seu uso</p><p>restrito a determinados segmentos profissionais, ao seu custo elevado.</p><p>Se a princípio uma produção audiovisual em rede é notória a partir das práti-</p><p>cas audiovisuais pessoais (CASTANHEIRA, 2020), esse fenômeno provoca uma</p><p>adequação, desde as mídias tradicionais, que precisam se atualizar para esse novo</p><p>público, à demanda profissional, que passa a surgir, alinhada a esse recente nicho</p><p>do mercado audiovisual.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>136</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Guia para Produções Audiovisuais Acessíveis</p><p>Comentário: este manual contempla orientações para utilização das</p><p>tecnologias assistivas da acessibilidade comunicacional nas etapas de</p><p>produção e pós-produção audiovisual.</p><p>Nesta unidade, daremos maior ênfase às atividades desenvolvidas pelo profis-</p><p>sional da edição, também chamado(a) montador(a),</p><p>desde o sistema analógico,</p><p>quando a montagem era realizada quase que de forma artesanal a partir da sua</p><p>base material, a película cinematográfica, até a chegada das tecnologias digitais.</p><p>No sentido de refletirmos o processo inicial do acesso à edição digital, vale re-</p><p>memorar alguns dos primeiros softwares utilizados, muito básicos e intuitivos,</p><p>de uso nos computadores domésticos, como Windows Movie Maker e iMovie,</p><p>que viabilizaram a realização de filmes caseiros e introduziram os processos de</p><p>edição aos produtores de conteúdos audiovisuais iniciantes.</p><p>Como consequência, surge uma busca pelo aprimoramento das técnicas de</p><p>edição e pós-finalização, assim como a migração de grande proporção da produ-</p><p>ção audiovisual para o digital passa a exigir profissionais que dominem níveis de</p><p>edição/montagem mais complexos e alinhados às plataformas digitais.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Pílulas Cinematográficas - Natara Ney (Montagem)</p><p>Comentário: no vídeo, a montadora do cinema brasileiro, Natara</p><p>Ney, conversa sobre sua experiência profissional.</p><p>O audiovisual e as mídias interativas</p><p>Com a expansão das tecnologias digitais, os processos criativos possibilitados pe-</p><p>las “novas” mídias, inovaram as mídias tradicionais e influenciaram a construção</p><p>de diferentes narrativas, que são compostas e adaptadas para os suportes digi-</p><p>tais. O engajamento do público consumidor com as plataformas digitais, desde</p><p>a criação de conteúdo ao seu compartilhamento, desafia os meios tradicionais e</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=4hehDJRoRzI&list=PLiT_UfMIDmBNd7nSWNUyEEcl6MvKWfx-1&index=9</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18297</p><p>137</p><p>a indústria da mídia a adaptarem-se a um público que ao se apropriar do conhe-</p><p>cimento dos modos de produção também torna-se mais exigente.</p><p>No decorrer dos nossos estudos, apresentamos aspectos acerca da cultura</p><p>digital e convergência cultural (JENKINS, 2008). Como vimos, o princípio da</p><p>convergência digital não acontece a partir de um único aparelho. As mídias atuais</p><p>passam por um processo migratório de interfaces e plataformas, a fim de atender</p><p>ao espectador das mais diversas formas.</p><p>Nesse sentido, a relação unidirecional do emissor para o receptor foi transfor-</p><p>mada pelo ambiente digital, que propicia uma interação do público para além do</p><p>consumo de conteúdos audiovisuais, também produzir e compartilhar o seu pro-</p><p>duto. Como refletem as pesquisadoras Cosette Castro e Cristiana Freitas (2010):</p><p>“ Até recentemente, podíamos assistir a um programa audiovisual no</p><p>cinema ou na TV. Com a digitalização dos meios de comunicação e</p><p>a convergência entre as mídias, o acesso a um conteúdo audiovisual</p><p>pode ser feito por meio de diversas plataformas digitais, e de forma</p><p>interativa, como na internet mediada pelo computador, em DVDs,</p><p>jogos e celulares. Esta interatividade depende das sensações desper-</p><p>tadas pelo conteúdo e das possibilidades de manipulação do objeto</p><p>dadas ao público, proporcionadas pela linguagem e pelo meio uti-</p><p>lizados como forma de expressão (CASTRO; FREITAS, 2010, p. 5).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>138</p><p>Na internet, a Web 2.0 é um marco para a rede mundial de computadores, para</p><p>uma cultura mais interativa, que envolve a criação, manipulação e controle de da-</p><p>dos. E gerou a multiplicação do compartilhamento de páginas e das próprias pro-</p><p>duções dos usuários da internet (conteúdos audiovisuais, fotografias, páginas de</p><p>compartilhamento), modificando, assim, um sistema de acesso, que alguns anos</p><p>atrás exigia a instalação de programas com elevados custos nos computadores, para</p><p>então passar a ser possível no modo on-line, por meio de softwares gratuitos dispo-</p><p>nibilizados nas plataformas digitais. Sobre isso, Daniela Zanetti (2011) reflete que:</p><p>“ É a partir da efetivação da chamada Web 2.0 e do advento das redes</p><p>sociais que se consagra um discurso que coloca em evidência a ideia</p><p>de compartilhamento, legitimando essa prática. [...] A Web 2.0 traz</p><p>uma nova arquitetura que possibilita aos usuários não apenas terem</p><p>acesso a músicas, filmes, vídeos, imagens e textos, mas essencialmen-</p><p>te produzi-los, redistribuí-los, avaliá-los, categorizá-los, de modo</p><p>mais rápido e fácil (ZANETTI, 2011, p. 65).</p><p>As mídias sociais compõem um cenário fértil para observar o fenômeno da</p><p>convergência midiática, nesse território hibridizado, que acentuou-se com o</p><p>uso crescente da internet. Nos dias atuais, os conteúdos audiovisuais atraves-</p><p>sam diferentes canais midiáticos e integram os meios de comunicação, como a</p><p>TV, o rádio, o cinema, as mídias sociais, entre tantos outros. Com maior acesso</p><p>às tecnologias da comu-</p><p>nicação, o que inclui os</p><p>conteúdos audiovisuais,</p><p>associados ao advento</p><p>da internet e às tecnolo-</p><p>gias móveis (a exemplo</p><p>dos celulares, tablets),</p><p>houve um aumentou,</p><p>em grandes proporções,</p><p>do consumo da comu-</p><p>nicação audiovisual.</p><p>Figura 2: Web 2.0 e ícones de mídias sociais</p><p>Fonte: https://medium.com/@CarlaMariaMart6/web-2-0-cd53ce686a00</p><p>https://medium.com/@CarlaMariaMart6/web-2-0-cd53ce686a00</p><p>139</p><p>Agora vamos pensar em como se deu a profissionalização do audiovisual nas</p><p>redes sociais. O crescimento e utilização das mídias sociais nas ambiências de</p><p>trabalho e estudo têm demonstrado o seu alcance para além dos fins de entre-</p><p>tenimento. Empresas e instituições públicas têm solicitado a presença do profis-</p><p>sional da comunicação, ou seja, do comunicólogo, que entenda da conceituação</p><p>e aplicabilidade dessas tecnologias digitais com alto grau de interatividade, em</p><p>seus quadros de colaboradores.</p><p>A inserção das interfaces da Web 2.0 (blogs, wikis, RSS etc.), na cultura digital,</p><p>possibilitou o acesso aos softwares sociais ou operativos, que são instalados em</p><p>servidores de empresas e instituições. Um sistema que simplificou-se, tornando-se</p><p>independente do computador fixo, podendo ser executado de qualquer dispositivo</p><p>móvel conectado à internet. O desenvolvimento de aplicativos móveis (smartpho-</p><p>ne, iphone, tablet, notebook) está relacionado à mobilidade e conectividade dos</p><p>usuários dessas tecnologias móveis, que impulsionou a produção de conteúdos.</p><p>“ A produção de conteúdos ampliou de forma considerável com a</p><p>Web 2.0, pois, conforme mencionado anteriormente, o cidadão co-</p><p>mum passou a ser um potencial produtor de conteúdos nos blogs</p><p>e demais ambientes dialógicos, hipertextuais disponíveis na rede</p><p>(LUCENA; OLIVEIRA; SANTOS JUNIOR, 2017, p. 262).</p><p>Como já sabemos, entre as mais destacadas características das mídias sociais está</p><p>a alta capacidade de alcance de público e alto grau de interatividade. Aspectos</p><p>que contribuem para o aumento da visibilidade de produtos e/ou instituições/</p><p>empresas junto aos ambientes virtuais, o que vem a somar com um dos fatores que</p><p>mais tem contribuído para sua disseminação: o baixo investimento e facilidade</p><p>de acesso aos aplicativos e programas. YouTube, Instagram, Facebook, TikTok</p><p>são exemplos de mídias sociais muito usadas no Brasil, que podem ser acessadas</p><p>em multiplataformas por diferentes desde desktops, smart TVs, notebooks até os</p><p>dispositivos móveis, como smartphones e tablets, por exemplo.</p><p>O relacionamento com públicos estratégicos viabilizam a avaliação contí-</p><p>nua dos objetivos que justificam os seus usos e orientam ações a serem inte-</p><p>gradas no plano de comunicação. No entanto, apesar de todas as facilidades</p><p>listadas, o profissional da comunicação precisa estar atento e consciente dos</p><p>usos dessas ferramentas sociais de maneira adequada, das consequências de-</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>140</p><p>correntes da má gestão e ingerência das mídias digitais, não diferentemente dos</p><p>demais meios de comunicação.</p><p>Ao fazer uso das tecnologias digitais através das mídias sociais, é necessário en-</p><p>tender o nível de informalidade que se estabelece no contato com os públicos. Uma</p><p>linguagem mais acessível precisa ser simples e direta e estar associada a princípios</p><p>éticos, valores, postura e veracidade das informações. Recursos audiovisuais, com</p><p>imagens e/ou áudios e vídeos também devem estar associados aos mesmos prin-</p><p>cípios da comunicação</p><p>gráfica. Para uma gestão bem sucedida nas mídias sociais,</p><p>precisam existir profissionais capacitados, que entendam dos processos comuni-</p><p>cacionais e, em específico, saibam manusear aplicativos e redes sociais.</p><p>No Quadro 1, podemos ver exemplos de redes sociais para conteúdos audio-</p><p>visuais e suas funcionalidades:</p><p>REDE SOCIAL PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES</p><p>Facebook e</p><p>Messenger</p><p>Networking com outros usuários e perfis de personalida-</p><p>des, instituições e marcas. Troca em grupos, por comentá-</p><p>rios ou emojis, como “Curtir” (“joinha”). Compartilhamento</p><p>de mídia e localização. Bate-papo complementar para duas</p><p>pessoas ou em grupo no Messenger. Possibilidade de cria-</p><p>ção de uma fan page (página empresarial) para postagem e</p><p>impulsionamento de publicações e vídeos de acordo com a</p><p>definição de seu público.</p><p>Instagram</p><p>Uma das redes com maior crescimento dos últimos anos. É</p><p>uma plataforma com grande apelo visual, Permite compar-</p><p>tilhar, visualizar, avaliar (por meio do “Curtir”) e comentar</p><p>fotos (parcialmente modificadas) e vídeos curtos. Transmi-</p><p>te vídeos ao vivo com função de chat e permite a citação</p><p>(“repostagem”) de fotos de outras pessoas.</p><p>141</p><p>REDE SOCIAL PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES</p><p>LinkedIn</p><p>Além de ser voltada para a área profissional, essa rede</p><p>social serve para compartilhar novidades, inovações e</p><p>os benefícios que a sua empresa pode trazer. Permite o</p><p>uso de textos mais longos, vídeos e compartilhamento de</p><p>links com seus seguidores. O LinkedIn é muito útil para as</p><p>empresas que vendem para outras empresas e também</p><p>está sendo ampliado para o comprador final. Uma boa dica</p><p>é manter sempre o seu perfil atualizado e usar as soluções</p><p>de talentos, vendas e Vincular Anúncios, uma vez que pos-</p><p>sibilitam a segmentação e a criação de um lead qualificado</p><p>(potenciais compradores ou interessados em sua empre-</p><p>sa). O objetivo dessa rede social é profissional, portanto, o</p><p>conteúdo tem uma característica mais séria.</p><p>Snapchat</p><p>Diário virtual para mídia (especialmente vídeos e fotos)</p><p>com duração máxima de 10 segundos cada, que outros</p><p>usuários podem ver, mas não podem comentar. As histó-</p><p>rias, que significam sequências de snaps, são publicadas</p><p>em grande número e estão disponíveis 24 horas por dia.</p><p>Teve uma queda no seu uso após a entrada dos stories no</p><p>Instagram e Facebook. O público que mais utiliza o aplica-</p><p>tivo é composto por jovens, portanto, se sua marca con-</p><p>versa com esse público, estar presente nessa rede pode</p><p>ser importante. Um dos principais diferenciais do Snapchat</p><p>é a promoção de conteúdo exclusivo, assim, o público</p><p>vai querer acompanhar seu perfil e estar por dentro das</p><p>novidades que sua empresa tem a oferecer. Para melhor</p><p>utilização da ferramenta, é importante passar credibilidade</p><p>e fazer postagens criativas, relevantes e eficientes.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>142</p><p>REDE SOCIAL PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES</p><p>TikTok</p><p>Sincronização labial para videoclipes (principalmente de</p><p>música) de 15 segundos cada, parcialmente acompanha-</p><p>dos por interlúdios de drama ou dança, gravados com seu</p><p>próprio smartphone. Transmissão ao vivo, interação com</p><p>outros usuários. A plataforma de vídeos TikTok apresentou</p><p>números bastante expressivos no primeiro trimestre de</p><p>2020. O aplicativo agora ultrapassou os 2 bilhões de down-</p><p>loads, somando Apple Store e Google Play Store [dados de</p><p>2021]. A pandemia do novo coronavírus colaborou bastan-</p><p>te para o aumento nos números de downloads, gastos e</p><p>engajamento, já que o uso de serviços móveis cresceu com</p><p>as medidas de isolamento social e trabalhos remotos.</p><p>Twitter</p><p>É uma rede social que se mostra extremamente relevante</p><p>como forma de expressão. Por isso, as empresas têm</p><p>grande chance de se conectar com o que realmente</p><p>importa para seus clientes e entendê-los melhor. No</p><p>Twitter, as comunicações são rápidas e objetivas, permi-</p><p>tindo o envio de imagens, vídeos e postagens de até 280</p><p>caracteres. É perfeito para expandir a visibilidade da sua</p><p>empresa, principalmente por ser totalmente integrado</p><p>a outras redes sociais, como o Facebook e o Instagram.</p><p>Pela velocidade que as informações correm nessa rede,</p><p>é preciso acompanhar de perto e produzir conteúdo que</p><p>chame atenção dos seus consumidores em meio a tanta</p><p>distração.</p><p>143</p><p>REDE SOCIAL PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES</p><p>YouTube</p><p>É uma plataforma de hospedagem de vídeos. O conteúdo</p><p>vem de youtubers profissionais, músicos e gravadoras,</p><p>emissoras, empresas, institutos e particulares. Se tornou</p><p>uma mídia muito importante no marketing digital, pois os</p><p>vídeos exercem poder de atração e visibilidade aos con-</p><p>teúdos gerados nas redes sociais, graças aos recursos de</p><p>som, imagem e escrita, alcançando grande número de</p><p>visualizações. As visualizações melhoram o ranqueamen-</p><p>to em sites de busca e aumentam a possibilidade de as</p><p>empresas serem encontradas por pessoas que tenham</p><p>interesse nos seus produtos e/ou serviços. Para que essa</p><p>estratégia seja mais efetiva, é preciso integrá-la com outros</p><p>canais da empresa, evitando que os vídeos estejam limita-</p><p>dos apenas aos usuários dessa plataforma. Procure criar</p><p>vídeos inovadores e bem construídos, diferenciando-se de</p><p>tantos outros que são adicionados todos os dias.</p><p>Quadro 1. Redes sociais e suas principais funcionalidades</p><p>Fonte: elaborado pela autora com base na pesquisas de Cândido (2021) e Cauduro et al. (2021).</p><p>A pós-produção</p><p>Figura 3: Profissional em frente à mesa de montagem – edição não linear.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>144</p><p>Prevista desde o planejamento/plano de trabalho, a pós-produção de um filme é</p><p>a última etapa da realização audiovisual. Do roteiro ao filme terminado em uma</p><p>produção, duas operações básicas são articuladas. A primeira é a filmagem, que</p><p>envolve a opção de como os registros serão feitos. A segunda é a montagem, que</p><p>envolve a escolha de como as imagens obtidas serão combinadas e ritmadas. A</p><p>montagem, ou edição, consiste em três grandes operações: seleção, agrupamento</p><p>e junção, com a finalidade de se obter o filme.</p><p>Na seleção, acontece a decupagem, que é o processo de decomposição do</p><p>filme (em sequências e cenas). É quando as melhores tomadas (ou takes) são</p><p>selecionadas no material bruto captado.</p><p>Por meio dos cortes/fusões, elipses, montagens paralelas, seguindo o eixo</p><p>dramático ou o quebrando ocasionalmente, trabalhamos com a associação de</p><p>imagens e sons, deixando o filme mais ou menos acelerado. Apesar de ser uma</p><p>das fases finais da realização, é pensada antes da fase de filmagem pelo diretor.</p><p>Montagem é uma ideia. Aquela que surge primeiro em quem realiza e depois em</p><p>quem assiste. O trabalho da montagem parte do material bruto, como definido</p><p>no glossário do órgão público federal Centro Técnico do Audiovisual (CTAv):</p><p>“ É a área responsável por analisar tudo o que foi gravado e encaixar</p><p>imagens e sons em uma ordem tal que conte uma história e/ou</p><p>passe uma sensação. Também é uma área bastante técnica, na qual</p><p>o conhecimento de</p><p>programas de edição</p><p>é fundamental, mas</p><p>não exclusivamente</p><p>operacional. A</p><p>equipe de edição</p><p>deve ser sensível à</p><p>progressão narrativa</p><p>e ao ritmo (CEN-</p><p>TRO TÉCNICO</p><p>AUDIOVISUAL,</p><p>[2018]).</p><p>Figura 4: Processo de montagem analógica a partir da película cinematográfica</p><p>Fonte: https://wordpress.org/openverse/image/3e7b8a62-4e3c-4e25-af72-d5ed40e5a6ec</p><p>https://wordpress.org/openverse/image/3e7b8a62-4e3c-4e25-af72-d5ed40e5a6ec</p><p>145</p><p>As máquinas de montagem desenvolveram-se ao longo do século XX. No princípio</p><p>do cinema e audiovisual, o filme era montado a partir da película cinematográfica</p><p>que é analógica, ou seja, de base material. Esse processo acontecia em uma mesa de</p><p>montagem por meio de um sistema mecânico, o qual o mais duradouro da história</p><p>do cinema e audiovisual é conhecido como moviola. A chegada dos computadores</p><p>gerou mudanças tecnológicas que afetaram diretamente o cinema e o audiovisual.</p><p>“ Com a revolução digital, a técnica de finalização em vídeo passou</p><p>a ser uma constante na produção de filmes. A montagem linear nas</p><p>moviolas deu lugar à montagem não-linear com ajuda de</p><p>compu-</p><p>tadores. Primeiro foi introduzida a intermediação digital, onde o</p><p>negativo era telecinado e montado em computadores para depois</p><p>voltar a ser cortado em película. A produção de câmeras que utili-</p><p>zam película cinematográfica foi interrompida e a maioria das pro-</p><p>duções já são feitas em câmeras digitais. O dito cinema digital foi</p><p>instaurado (ALCÂNTARA; BRUNET 2013, p. 2).</p><p>O processo de edição ou montagem atualmente é digital, ou seja, não linear, sendo</p><p>realizado por programas/softwares como veremos mais adiante. E a pós-produção</p><p>é considerada uma das etapas do audiovisual que mais passou por transformações.</p><p>Como já exposto, a não linearidade iniciou-se ainda com a película (negativo do</p><p>filme) como base de registro. Inicialmente a montagem/edição linear acontecia por</p><p>meio de uma técnica bastante artesanal, desde o corte com tesoura da película em</p><p>pedaços que eram colados ou emendados com fita adesiva até chegar ao processo de</p><p>intermediação digital “nos quais um filme poderia ser escaneado e editado através</p><p>do uso de computadores” (CHRISTOFOLI, 2011, p. 82). Nos dias atuais, a captação</p><p>digital, tanto da imagem quanto do som, pode ser editada de forma não linear em</p><p>mesas e ilhas digitais ou mesmo dentro das plataformas digitais.</p><p>“ O material filmado agora já não é mais físico, e sim zeros e uns.</p><p>Transportado pelo logger para um computador e para um HD ex-</p><p>terno, como forma de backup, o material pode ser descarregado</p><p>direto no computador, sem que seja necessário o escaneamento e a</p><p>posterior captura, ao vivo, das imagens. Antes, com a obtenção de</p><p>3 a 4 horas de material, era necessário o mesmo tempo para que o</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>146</p><p>material fosse colocado dentro de um computador. Agora, este pro-</p><p>cesso pode ser realizado em questão de minutos, já que os arquivos</p><p>em formato digital dependem apenas de transferência de dados, e</p><p>não mais de transformação de dados (CHRISTOFOLI, 2011, p. 87).</p><p>Como vocês devem ter observado no decorrer da unidade, os termos montagem e</p><p>edição são correspondentes enquanto sinônimos. No entanto, é interessante ressaltar</p><p>que, inicialmente, associava-se a expressão montagem à forma linear, a partir da pelí-</p><p>cula cinematográfica. O termo edição estava vinculado ao mesmo processo, sendo o</p><p>seu uso inicialmente relacionado à arte eletrônica do vídeo e em seguida, ao cinema</p><p>digital. O que se transformou com o tempo, quando profissionais entenderam que</p><p>os processos eram similares e ambos também criativos, ainda que com a aplicação de</p><p>tecnologias diferenciadas. Como explica Christofoli (2011) em sua pesquisa:</p><p>“ Com a entrada das tecnologias eletrônicas na produção e com a</p><p>inserção de formatos eletrônicos na captação de imagens, surgem</p><p>novas formas de montagem e o termo edição. As duas palavras</p><p>significam a mesma operação. Montagem advém do vocabulário</p><p>francês, e o termo edição é de origem inglesa. Com a incorporação</p><p>das tecnologias eletrônicas na realização cinematográfica, os dois</p><p>termos se fundem e podem ser usados indistintamente (CH-</p><p>RISTOFOLI, 2011, p. 41, grifo nosso).</p><p>Para Morante (2017), o entendimento da ideia de montagem/edição é possível a</p><p>partir de duas definições, quais sejam:</p><p>“ Definição operacional: montagem/edição é a tarefa de selecionar,</p><p>cortar e colar fragmentos de imagem e som para criar a versão final</p><p>de um filme ou vídeo. Definição conceitual: montagem/edição é o</p><p>conjunto de relações espaço-temporais criado pela combinação e</p><p>duração das cenas. Essas relações permitem que uma mensagem</p><p>audiovisual seja transmitida de forma suave e coerente, com ritmo</p><p>e autoexpressão de acordo com as intenções do criador e as ca-</p><p>pacidades e expectativas do espectador (MORANTE, 2017, p. 26,</p><p>tradução nossa).</p><p>147</p><p>Como vimos no decorrer da na nossa contextualização, a pós-produção inclui</p><p>basicamente a edição e finalização da obra audiovisual, e está prevista desde</p><p>a fase de planejamento do projeto. Essa etapa já é pensada na pré-produção, a</p><p>partir do roteiro técnico em mãos da equipe de realização. No entanto, mais</p><p>elementos irão compor o produto audiovisual, a depender da complexidade</p><p>que envolve a obra a ser materializada, tais como: videografismo, efeitos visuais</p><p>e especiais, correção de cor, sonorização, efeitos sonoros, animação, locução,</p><p>dublagem, mixagem, entre outros.</p><p>Um passo a passo básico da pós-produção não</p><p>linear</p><p>Já sabemos que a pós-produção não linear tornou-se possível a partir das tecnolo-</p><p>gias digitais, quando a montagem migrou para os computadores. Processo esse que</p><p>passou a acontecer nas chamadas “ilhas digitais”, com uma estrutura normalmente</p><p>muito mais compacta que a usada no sistema analógico, quando a base de capta-</p><p>ção era a película e o processo de montagem acontecia em máquinas, a exemplo</p><p>da moviola. Dessa forma, a montagem ou edição tornou-se muito mais acessível e</p><p>dinâmica, e o seu processo foi simplificado ao migrar para o sistema digital.</p><p>Nos dias atuais, a edição pode ocorrer desde em computadores de alto desempe-</p><p>nho como em dispositivos, como tablets, smartphones, iphones, que são capazes de</p><p>processar imagens e sons de forma precisa. Todo o processo de edição acontece nesses</p><p>dispositivos por meio da instalação de softwares/programas de edição não linear.</p><p>O processo de edição varia de acordo com o projeto audiovisual, com as es-</p><p>pecificidades da produção. É importante ressaltar que, ainda que o domínio das</p><p>técnicas de edição seja um pré-requisito da função do editor(a)/montador(a),</p><p>a etapa da pós-produção exige também criatividade e sensibilidade para sua</p><p>execução. Mais profissionais podem estar envolvidos nessa etapa a depender</p><p>da complexidade do trabalho, que sempre conta com o acompanhamento do(a)</p><p>diretor(a) do conteúdo audiovisual, que está sendo realizado. Algumas subetapas</p><p>são comuns às produções em geral, como veremos a seguir:</p><p>1. Após a captação de imagens e/ou sons, que ocorrem no momento da</p><p>filmagem durante a etapa da produção, todo o material gravado é orga-</p><p>nizado, sendo necessário ao menos uma cópia de backup desse material,</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>148</p><p>que pode ser armazenado em HDs externos, cartões de memória e mesmo</p><p>em nuvem na internet.</p><p>2. Com o material organizado e realizado o backup, o próximo passo é o</p><p>processo de decupagem, quando a partir do material bruto captado, acon-</p><p>tece o processo de decomposição e seleção das imagens e sons que darão</p><p>forma à obra audiovisual. Nessa etapa, todo o material é analisado, ficando</p><p>os melhores planos que irão compor as cenas e sequências do filme. É</p><p>comum que exista, nesse momento, mais de um corte ou versão até que</p><p>se chegue ao corte ou versão final.</p><p>3. A partir do material decupado e organizado, é comum a construção de um</p><p>roteiro de edição que irá guiar os próximos passos a serem dados no processo</p><p>de finalização. Esse tipo de roteiro contém as indicações de cortes com minu-</p><p>tagem (tempo que situa cada plano do início ao fim, referências de coloriza-</p><p>ção, elementos sonoros, legendas, efeitos, entre outras indicações a depender</p><p>da produção a ser finalizada). Também são ordenadas as cenas com suas</p><p>respectivas descrições, as quais podem sofrer alterações no decorrer da edição.</p><p>4. Ao finalizar o processo de edição, o(a) editor(a) deverá entregar todo o</p><p>material ao responsável, sendo comum que seja o(a) diretor(a) do filme</p><p>ou vídeo (a nomenclatura varia, mas todas são consideradas produtos</p><p>audiovisuais). Algumas outras alterações podem acontecer a partir da</p><p>avaliação do resultado. Com o produto audiovisual final, em seguida, o</p><p>arquivo é exportado. Na produção multiplataforma, ele será exportado</p><p>para a devida tela de exibição. Seja o YouTube (ou similares como o Vi-</p><p>meo), celulares, TV, cinema etc.</p><p>Observações finais: O profissional da pós-produção também deverá conhecer</p><p>os diferentes formatos e extensões, resoluções de imagem e som, bem como os</p><p>requisitos necessários para cada meio de exibição. A seleção de cenas e inclusão de</p><p>imagens e sons, somando-se aos demais recursos previstos</p><p>entre cada quadro.</p><p>Agora, com uma câmera digital ou celular em mãos e um computador, use muita</p><p>criatividade, assim como exemplificado na Figura 2.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>18</p><p>Figura 2. Exemplo de aplicação da técnica stop motion</p><p>Descrição da Imagem: imagem do tipo fotografia, que contém, no primeiro ângulo, uma pessoa posi-</p><p>cionando um celular, no suporte, com foco (em segundo plano) em uma base verde com dois bonecos</p><p>posicionados ao centro.</p><p>Quer conhecer algumas técnicas? Acesse:</p><p>Her Morning Elegance - Clipe musical de Oren Lavie, músico, com-</p><p>positor e diretor teatral.</p><p>Stop Motion Musica - Vídeo produzido de forma mais caseira.</p><p>DI-RECT - Still Life – Vídeo em stop motion produzido pelo fotógrafo</p><p>Mark Janssen e pelo diretor Mink Pinster, que uniram forças em</p><p>uma intensa colaboração para a criação de um conto de fadas</p><p>em stop motion. Com a ajuda de Mink Pinster e sua equipe, a</p><p>fotografia de Mark ganha vida.</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17624</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17623</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17622</p><p>19</p><p>Agora que você viu a variedade de experiências que antecederam a invenção do</p><p>audiovisual, convido-lhe a registar no Diário de Bordo seus questionamentos a</p><p>respeito desse tema. Que perguntas vieram à sua mente relacionadas ao tema</p><p>da história e estética do audiovisual? Qual foi sua primeira experiência na gra-</p><p>vação de vídeos? Quais produtos audiovisuais mais chamam a sua atenção no</p><p>desenvolvimento da linguagem audiovisual? Qual o seu repertório audiovisual</p><p>adquirido durante os anos?</p><p>Para se aprofundar no conceito, sugiro o vídeo Efeitos de Ci-</p><p>nema - STOP MOTION, do Canal do Tudo ou Nada:</p><p>Agora é com você!</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17907</p><p>UNIDADE 1</p><p>20</p><p>Vamos iniciar nosso diálogo, conhecendo a evolução das tecnologias audiovisuais?</p><p>Timeline das Tecnologias Audiovisuais</p><p>1878</p><p>Invenção do Fuzil cronofotográ�co</p><p>por Étienne-Jules Marey</p><p>1890</p><p>Thomas Edison inventa o Cinetoscópio</p><p>com �lmes em película de celulóide</p><p>1895</p><p>Primeira projeção do Cinematógrafo em</p><p>Paris realizada pelos irmãos Lumière</p><p>1902</p><p>Primeira experiência com �lme</p><p>colorido de Edward Raymond</p><p>1902</p><p>Primeiro protótipo de televisão</p><p>produzida por John Baird</p><p>1925</p><p>Transmissão das primeiras imagens</p><p>em vídeo realizada por John Baird</p><p>1927</p><p>Início do cinema sonoro com o</p><p>sistema de sonorização vitaphone</p><p>1935</p><p>Cinema colorido pela tecnologia</p><p>Technicolor</p><p>1946</p><p>Primeiro televisor produzido</p><p>em série - RCA 630-TS</p><p>1951</p><p>Primeira transmissão em cores</p><p>realizada nos EUA</p><p>1956</p><p>Charles Gisberg e Ray Dolby da</p><p>Ampex inventam o videotape</p><p>1970</p><p>Experimentos iniciais da TV em alta</p><p>resolução realizada pela TV do Japão NHK</p><p>1975</p><p>Primeiro protótipo de câmera digital</p><p>da Kodak realizada por Steven Sasson</p><p>1989</p><p>Invenção do primeiro software de edição</p><p>não linear, Avid 1 Media Composer NLE</p><p>1995</p><p>Primeiras transmissões de TV</p><p>Digital na Europa e Japão</p><p>1995</p><p>Invenção do DVD-Digital Versatile</p><p>Disc</p><p>1995</p><p>Ricooh RD-1, primeira câmera</p><p>fotográ�ca a gravar vídeos</p><p>1998</p><p>Início das câmeras pro�ssionais</p><p>em 1920x1080 pixels</p><p>2001</p><p>"Era uma vez no México" é o</p><p>primeiro �lme produzido em vídeo</p><p>digital em 24 quadros</p><p>2005</p><p>Criação da Plataforma de vídeos</p><p>Youtube</p><p>2010</p><p>BEP 360, primeiro videoclipe</p><p>em 360 graus</p><p>2012</p><p>Canon EOS-1D C, a primeira</p><p>câmera que grava em 4K</p><p>Figura 3 - Timeline das tecnologias audiovisuais / Fonte: a autora.</p><p>Alves, Fontoura e Antoniutti (2008) dizem que não podemos entender a comu-</p><p>nicação audiovisual dos dias atuais sem conhecermos o passado, portanto, o</p><p>resgate teórico é muito importante para novas perspectivas.</p><p>Desde as primeiras experiências de produção de imagens fotográficas em</p><p>movimento com o chamado fuzil cronofotográfico de Étienne-Jules Marey em</p><p>1878, passando pelo cinetoscópio de Thomas Edison, até a primeira projeção</p><p>pública do cinematógrafo dos irmãos Lumière em 1895, o final do século XIX</p><p>foi um período marcado pela busca e pelo pioneirismo tecnológico na captura</p><p>das imagens até então sem movimento.</p><p>21</p><p>Costa (2006, p. 17) define os anos de 1895 a 1915 como uma</p><p>etapa em que o cinema esteve em constante transformação. Segundo</p><p>o autor: “diferentemente da estabilidade que caracterizou o cinema</p><p>hollywoodiano clássico, entre 1915 e o início da televisão, nos anos</p><p>1950, esse primeiro cinema testemunhou uma série de reorganiza-</p><p>ções sucessivas em sua produção, distribuição e exibição”.</p><p>Sobre a história e a estética do cinema, é necessário refletir para</p><p>além das práticas de projeção de imagens. Para Costa (2006, p. 19):</p><p>“ Os filmes são uma continuação na tradição das proje-</p><p>ções de lanterna mágica, nas quais, já desde o século</p><p>XVII, um apresentador mostrava ao público imagens</p><p>coloridas projetadas numa tela, através do foco de luz</p><p>gerado pela chama de querosene, com acompanha-</p><p>mento de vozes, música e efeitos sonoros. O cinema</p><p>tem sua origem também em práticas de representação</p><p>visual pictórica, tais como os panoramas e os diora-</p><p>mas, bem como nos “brinquedos ópticos” do século</p><p>XIX, como o taumatrópio (1825), o fenaquistiscópio</p><p>(1832) e o zootrópio (1833) (COSTA, 2006, p. 19).</p><p>Nesse sentido, os primeiros filmes herdam características estéticas</p><p>dos teatros de variedades, filmados em uma única tomada e pouco</p><p>integrados a uma construção narrativa sofisticada. Denominado</p><p>de cinema de atrações pelo historiador Tim Gunning, o primeiro</p><p>cinema não tinha como objetivo principal a construção narrativa,</p><p>mas chamar a atenção do espectador de forma direta, agressiva e</p><p>exibicionista (COSTA, 2006). Esse período das atrações possui duas</p><p>fases. “A primeira vai de 1894 até 1903 e é caracterizada pelo predo-</p><p>mínio de filmes de caráter documental, e a maioria dos filmes com</p><p>plano único” (COSTA, 2006, p. 26). A segunda fase vai de 1903 até</p><p>1907, quando “os filmes de ficção começam a ter múltiplos planos e</p><p>a superar em número as atualidades. São criadas narrativas simples</p><p>e há muita experimentação na estruturação de relações causais e</p><p>temporais entre planos” (COSTA, 2006, p. 26).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>22</p><p>O campo da Estética das Artes engloba algumas concepções, portanto, seu resgate</p><p>gera diversos sentidos que devem ser entendidos. Chateau (2010, p. 11-12) propõe</p><p>doze sentidos que refletem a diversidade dessas concepções. Vamos conhecer?</p><p>“ 1. Certa relação com o mundo dominada pela sensibilidade.</p><p>2. Certa atitude humana (em maior ou menor grau desinteressada)</p><p>que difere das atitudes prática e cognitiva.</p><p>3. O sentimento de prazer e de desprazer.</p><p>4. O exercício do gosto e da crítica de forma geral.</p><p>5. Uma forma de classificar obras.</p><p>6. O âmbito da aplicação de certos valores, entre eles o de belo.</p><p>7. Uma dimensão antropológica, um aspecto das práticas sociais.</p><p>8. Estetização – metamorfose dos fenômenos.</p><p>9. As características recorrentes, estilísticas ou temáticas, que a obra</p><p>de um realizador ou uma série coerente de suas obras manifesta.</p><p>10. O artístico: a teoria da arte, sua concepção, os artistas e as formas</p><p>sociais de sua manifestação.</p><p>11. As características específicas de uma arte, como as amalgamas</p><p>sua história (a estética do teatro, do cinema, por exemplo).</p><p>12. Uma disciplina que integra as acepções anteriores (CHATEAU,</p><p>2010, p. 11-12).</p><p>Ferrés e Piscitelli (2012) afirmam que a dimensão estética tem como princípio o</p><p>conhecimento dos aspectos formais e a capacidade de análise da forma em si e</p><p>suas correlações com mensagens de outras mídias.</p><p>Uma curiosidade relatada pelo escritor russo Maxim Gorki é que as impressões</p><p>do impacto das imagens “realistas” em movimento assustavam a plateia, como, por</p><p>Vamos refletir sobre o campo da Estética do Cinema. Antes de mais nada, é necessário</p><p>compreender o conceito de estética. A estética é uma disciplina que reflete sobre as ma-</p><p>nifestações de significação avaliadas como manifestações artísticas. Estudar a estética do</p><p>cinema consiste, portanto, em estudar os filmes como mensagens artísticas.</p><p>Agora, reflita sobre as diferenças entre cinema, televisão e teatro a</p><p>desde o planejamento</p><p>do projeto, demandam organização e podem levar mais tempo que as etapas</p><p>anteriores de pré-produção e produção.</p><p>A proposta de cada produção será o diferencial durante a finalização. As tec-</p><p>nologias estão cada vez mais sofisticadas e ágeis, o que tem facilitado em muito</p><p>a compressão do tempo de pós-finalização. No entanto, os orçamentos previstos</p><p>e disponíveis em cada projeto também intervirão nesse tempo de execução.</p><p>149</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>As imagens abaixo ilustram três momentos relacionados à montagem/edição cinematográ-</p><p>fica e audiovisual. Na Figura 5, temos um dos modelos da Moviola, a mais famosa máquina</p><p>de montagem analógica. Já as imagens a seguir são exemplos dos processos de montagem/</p><p>edição não linear, ou seja, a partir do sistema digital. Na Figura 6, podemos observar uma ofi-</p><p>cina/aula de edição digital por meio de notebooks/computadores de uso pessoal. E na Figura</p><p>7, temos o exemplo de uma ilha de edição não linear mais estruturada/equipada, comum em</p><p>produtoras audiovisuais de maior porte e mesmo estúdios de TV.</p><p>Figura 5 - Mesa de montagem analógica Figura 6 - Oficina de</p><p>edição audiovisual</p><p>não linear</p><p>Figura 7 - Ilha de edição não</p><p>linear</p><p>Os softwares/programas mais utilizados para edi-</p><p>ção audiovisual não linear</p><p>A produção audiovisual está relacionada a uma articulação entre estudo da téc-</p><p>nica e estéticas da imagem e som, exercícios e experimentações de determina-</p><p>das funções para a etapa da atividade designada e habilidades desenvolvidas</p><p>para executar a função. No caso da edição, é necessário unir todos os aspectos</p><p>citados com a pesquisa e escolha do melhor programa/software disponível no</p><p>mercado, associado à estrutura técnica do seu dispositivo de trabalho, seja um</p><p>computador ou um celular, por exemplo. E, principalmente, suas habilidades na</p><p>edição de imagens e som, perfil de exigência do trabalho (de forma amadora ou</p><p>profissional) e possibilidades de investimento a partir das exigências laborais.</p><p>Dessa forma, você terá as condições necessárias para executar bem seu trabalho,</p><p>independentemente do perfil do trabalho a ser executado.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>150</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Ebook Guia da Produção de Conteúdo para as Redes Sociais</p><p>Título: Guia de Produção de Conteúdo para Redes Sociais: Instagram</p><p>Autores: André Felipe Cauduro; Ana Luiza Heyse Costa; Julia Names</p><p>Reis Soares; Laura Oliveira De Avila</p><p>Logo a seguir, apresentamos os principais softwares no mercado, considerados</p><p>com melhor desenvoltura para diferentes perfis e níveis de edição. Do básico ao</p><p>mais avançado, estão relacionados os aplicativos segundo o nível de dificuldade</p><p>e investimento financeiro. A lista inclui programas gratuitos e de baixo custo:</p><p>■ VSDC Free Video Editor (Windows)</p><p>Características: possui os princípios básicos para edição audiovisual não linear</p><p>mais as técnicas avançadas, desde efeitos bem elaborados, filtros de desfoque perso-</p><p>nalizáveis, ferramentas de correção de cores e chroma key. Limitado ao Windows.</p><p>Nível de dificuldade: indicado para usuários familiarizados com as técnicas</p><p>de edição não linear.</p><p>Investimento: a versão gratuita é bem completa.</p><p>■ Powerdirector (Mobile)</p><p>Características: recomendado para edição direta no celular e compartilhamento</p><p>nas redes sociais. Possui uma variedade de recursos (efeitos, transições, painéis</p><p>para mixagem de som etc.). Disponível apenas para Android.</p><p>Nível de dificuldade: básico/fácil.</p><p>Investimento: baixo custo.</p><p>■ Sony Vegas Pro</p><p>Características: muito procurado por quem está iniciando na edição pela sua</p><p>fácil operacionalidade. Seu uso é comum em trabalhos no YouTube. Possui fer-</p><p>ramentas completas para edição e incompletas para pós-produção, como efeitos,</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18298</p><p>151</p><p>correções de cor, sonorização. Possui sistema de exportação de alta velocidade e</p><p>aplicativo complementar para compartilhamento por tablet: Vegas Pro Connect.</p><p>Sistema operacional Windows.</p><p>Nível de dificuldade: básico/ fácil.</p><p>Investimento: baixo custo.</p><p>■ DaVinci Resolve</p><p>Características: software de edição profissional, com plataforma de colori-</p><p>zação e ferramentas de edição rápidas e intuitivas. Versão gratuita completa.</p><p>Versão paga com efeitos e filtros de redução de ruídos. Necessita computador</p><p>de boa a alta performance.</p><p>Nível de dificuldade: médio a avançado (a depender do grau de complexi-</p><p>dade para o trabalho).</p><p>Investimento: versão gratuita completa.</p><p>■ Adobe Premiere Pro</p><p>Características: programa conhecido por ter a preferência de editores e profis-</p><p>sionais do audiovisual. Interface com menor complexidade de manuseio que o</p><p>Avid. Pacote completo de recursos e tecnologias. Pacote Adobe com programas</p><p>integradores de pós-produção, como Audition, After Efects e Photoshop. Fun-</p><p>ciona em computadores com configurações simples.</p><p>Nível de dificuldade: avançado/de médio a difícil.</p><p>Investimento: custo médio e pagamento mensal.</p><p>■ Avid Media Composer</p><p>Características: recomendado para editores/montadores profissionais com</p><p>experiência. Conceituado no mercado audiovisual nacional e internacional. In-</p><p>terface com nível de complexidade alta de uso. Utilizado na edição/montagem</p><p>de curtas e longas-metragens (filmes a partir de 70 minutos). Estável e confiável.</p><p>Nivel de dificuldade: avançado</p><p>Investimento: alto e pagamento mensal.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 5</p><p>152</p><p>■ Final Cut Pro X</p><p>Características: uso exclusivo em computadores Mac, sendo assim recomen-</p><p>dado para usuários de produtos com a marca Apple. Qualidade atestada por</p><p>estúdios de cinema e TV. Estável e confiável.</p><p>Nível de dificuldade: de médio a avançado.</p><p>Investimento: preço acessível e pagamento mensal.</p><p>■ Pro Tools</p><p>Características: software exclusivo para pós-produção de som. Disponível para</p><p>Mac e Windows. Trata o som capturado, grava dublagem, ruídos que não foram</p><p>capturados e são necessários para a compreensão sonora da obra audiovisual.</p><p>Para uso profissional. Sua interface não é de fácil acesso para iniciantes.</p><p>Nível de dificuldade: de médio a avançado.</p><p>Investimento: no site do Avid, é possível baixar uma versão gratuita,</p><p>chamada first, que é bem básica, para teste por 30 dias. No entanto, para fins</p><p>profissionais, é necessário a versão paga.</p><p>153</p><p>Olá, estudante! Chegamos a mais um episódio de podcast,</p><p>com a proposta de uma prazerosa roda de conversa acerca</p><p>do audiovisual. Já entendemos que as tecnologias mediam</p><p>a produção de conteúdos e que precisamos tanto nos</p><p>apropriar dessas ferramentas como aprimorar nosso con-</p><p>hecimento em torno do assunto. Nesse programa, conver-</p><p>samos mais sobre o tema da unidade. Vamos dar o play?</p><p>Nesta unidade, abordamos a última fase da realização audiovisual, que é a pós-</p><p>-produção. Durante nossos estudos, foi possível compreender que a produção</p><p>de conteúdos audiovisuais envolve outras etapas, desde o planejamento, quando</p><p>acontece a pré-produção, o projeto do filme é pensado a partir de um argumento</p><p>ou roteiro e a equipe é montada, passando pela produção, quando acontecem</p><p>as filmagens, que envolvem os registros de imagens e sons, para então chegar à</p><p>etapa da pós-produção. O momento em que o filme será finalizado, apesar de</p><p>executado por último, é pensado desde o início do projeto e envolve habilidades</p><p>no gerenciamento de programas de edição/montagem digital.</p><p>O campo de desenvolvimento de produção de conteúdos na área do audiovi-</p><p>sual está associado à pesquisa e profissionalização do setor, os quais necessitam</p><p>de investimentos em estudos e articulam teoria e prática, visando ao bom desem-</p><p>penho profissional. Não se tratam apenas de habilidades técnicas, mas também</p><p>de conhecimento sobre o fazer artístico audiovisual em geral. Pensamento crítico</p><p>fundamentado e ético, assim como abertura ao diálogo e convivência em grupo</p><p>são competências necessárias para a execução de um trabalho com qualidade.</p><p>Consciente do contexto apresentado acima, você, enquanto profissional, esta-</p><p>rá apto(a) para desempenhar bem sua função. Poderá trabalhar em uma produto-</p><p>ra audiovisual, empresa</p><p>privada, instituição pública ou privada e/ou mesmo abrir</p><p>sua produtora/empresa. Nesse sentido, com base nos nossos estudos durante</p><p>a unidade, sugestões de conteúdos e pesquisa, relacione as competências</p><p>do profissional da pós-produção audiovisual, exemplificando onde e como</p><p>elas podem ser aplicadas.</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13279</p><p>154</p><p>1.</p><p>A utilização das mídias sociais nas ambiências de trabalho e estudo, para além do</p><p>entretenimento e lazer, gerou uma demanda por parte de empresas e instituições</p><p>públicas e privadas pelo profissional da comunicação com atribuições teóricas e prá-</p><p>ticas para aplicabilidade dessas tecnologias digitais com alto grau de interatividade.</p><p>Em diálogo com o contexto apresentado e nosso estudo durante a disciplina, marque</p><p>com a letra V as alternativas verdadeiras e com a letra F, as alternativas falsas, para</p><p>as proposições que refletem as atribuições das mídias sociais que potencializam sua</p><p>utilização para estudo e trabalho.</p><p>( ) O desenvolvimento de aplicativos móveis acessíveis está relacionado à mobilida-</p><p>de e conectividade dos usuários dessas tecnologias móveis.</p><p>( ) A inserção das interfaces da Web 2.0 na cultura digital possibilitou o acesso aos</p><p>softwares sociais ou operacionais, que são instalados em servidores de empresas</p><p>e instituições.</p><p>( ) A alta capacidade de alcance de público, alto grau de interatividade contribui</p><p>para o aumento da visibilidade de produtos e/ou instituições e empresas junto</p><p>aos ambientes virtuais.</p><p>( ) O baixo investimento e facilidade de acesso aos aplicativos tem contribuído para</p><p>a disseminação das redes sociais em empresas e instituições públicas e privadas.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) V- F-V- V.</p><p>b) F- F- F- F.</p><p>c) V- V- F- V.</p><p>d) V- V- V- V.</p><p>e) F - V - F- F.</p><p>2.</p><p>“[...] A chamada Web 2.0 [é] um marco para enunciar o usuário como centro da</p><p>internet e a internet com o usuário conectado como centro da vida contemporânea.</p><p>Como constata Manovich (2014), centenas de milhões de pessoas escrevem blogs,</p><p>sobem fotografias e vídeos a páginas de compartilhamento, empregando ferramen-</p><p>tas de softwares gratuitas que uma década antes teriam custado milhares de dólares”</p><p>(MONTAÑO, 2017, p. 2).</p><p>155</p><p>MONTAÑO, S. A construção do usuário na cultura audiovisual do YouTube. Revista</p><p>Famecos, Porto Alegre, v. 24, n. 2, p. 1-24, maio/ago. 2017. Disponível em: https://</p><p>revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/revistafamecos/article/view/25256. Acesso</p><p>em: 28 fev. 2023.</p><p>Com a Web 2.0, a internet tornou-se mais interativa. A multiplicação de compartilha-</p><p>mentos de páginas e produções audiovisuais tornou-se possível com o acesso dos</p><p>usuários à criação, manipulação e controle de dados.</p><p>A partir desses aspectos apresentados e com base no texto de apresentação e nos-</p><p>sos estudos, classifique V para as sentenças verdadeiras e F, para as falsas:</p><p>( ) A Web 2.0 se caracteriza, entre outros aspectos, pela venda de softwares nas</p><p>plataformas on-line, que possibilitam aos usuários gravar, manipular e publicar</p><p>conteúdo.</p><p>( ) A Web 2.0 e o advento das redes sociais configuram práticas distintas de com-</p><p>partilhamento e disputam os usuários da internet.</p><p>( ) A Web 2.0 traz uma nova arquitetura que possibilita aos usuários não apenas</p><p>o acesso a músicas, filmes, vídeos, imagens e textos, mas a ferramentas para</p><p>produzi-los e redistribuí-los.</p><p>( ) A efetivação da chamada Web 2.0 e do advento das redes sociais consagra um</p><p>discurso que coloca em evidência a ideia de compartilhamento, legitimando essa</p><p>prática.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V - F - V - V.</p><p>b) ( ) F - F - V - V.</p><p>c) ( ) F - F - V - F.</p><p>d) ( ) F - V - V - F.</p><p>e) ( ) F - F - F - F.</p><p>3.</p><p>A expansão das tecnologias digitais ampliou as dimensões da realização cinemato-</p><p>gráfica, tornando assim a produção audiovisual mais acessível. Nesse sentido, essa</p><p>“quebra de barreiras” de quem pode ou não produzir conteúdos audiovisuais inseriu,</p><p>no mercado, narrativas audiovisuais com uma diversidade de pontos de vista.</p><p>https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/revistafamecos/article/view/25256</p><p>156</p><p>Tomando como base nosso estudo durante esta unidade, marque com a letra V as</p><p>alternativas verdadeiras e com a letra F, as alternativas falsas acerca dos aspectos</p><p>que abrangem o contexto apresentado sobre a expansão do acesso aos meios de</p><p>produção audiovisual.</p><p>( ) O papel das novas tecnologias portáteis de som e imagem na reconfiguração do</p><p>cenário midiático atual contribuiu para a expansão do audiovisual.</p><p>( ) A paisagem midiática contemporânea apropriou-se do repertório técnico já con-</p><p>solidado pela indústria audiovisual, promovendo o acesso às práticas profissio-</p><p>nais.</p><p>( ) O acesso aos meios de produção audiovisual gerou mais competitividade no</p><p>mercado e, como consequência, prejudicou a profissionalização do setor.</p><p>( ) Aplicativos não profissionais de edição, ou software/hardware de baixo custo,</p><p>passaram a ser utilizados em dispositivos como os telefones celulares.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V- F-V- V.</p><p>b) ( ) F- V- V- F.</p><p>c) ( ) V- V- F- V.</p><p>d) ( ) F- V- F- V.</p><p>e) ( ) F - F - F – V.</p><p>4.</p><p>“Podemos associar a reconfiguração de produção e exibição ao aumento do acesso</p><p>aos dispositivos móveis para captação de imagens e às possibilidades de edição</p><p>em softwares, surgidos nas últimas décadas, expandindo fronteiras até mesmo dos</p><p>conceitos de ‘cinema’ e de ‘filme’. O cinema das mídias digitais é construído através</p><p>da inovação e da experimentação das tecnologias dispostas no mundo atual” (MA-</p><p>RAFON; ARAUJO, 2021, p. 36).</p><p>MARAFON, L.; ARAUJO, D. O cinema das mídias digitais: o filme a partir do computador</p><p>e do celular. Líbero, São Paulo, v. 24, n. 47, p. 34-51, jan./abr. 2021. Disponível em:</p><p>https://seer.casperlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/1367. Acesso em: 28</p><p>fev. 2023.</p><p>A produção audiovisual está relacionada a uma articulação entre estudo da técnica</p><p>e estéticas da imagem e som e, no caso da edição, é necessário a escolha do melhor</p><p>programa/software disponível no mercado, associado à estrutura técnica do seu</p><p>157</p><p>dispositivo de trabalho, seja um computador ou um celular. Associe os programas</p><p>de edição abaixo às suas respectivas características:</p><p>I - Adobe Premiere Pro.</p><p>II - DaVinci Resolve.</p><p>III - Power Director.</p><p>IV - Sony Vegas Pro.</p><p>( ) Fácil operacionalidade e uso comum em trabalhos no YouTube.</p><p>( ) Recomendado para edição direta no celular e compartilhamento nas redes so-</p><p>ciais.</p><p>( ) Software de edição profissional com plataforma intuitiva e versão gratuita com-</p><p>pleta.</p><p>( ) Programa preferido por editores e mercado de profissionais do audiovisual em</p><p>geral.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) IV - III - II - I.</p><p>b) II - III - I - IV.</p><p>c) III - II - I - IV.</p><p>d) II - IV- III - I.</p><p>e) I, III, IV, III.</p><p>158</p><p>UNIDADE 1</p><p>A FUGA das galinhas. Direção de Peter Lord e Nick Park. Produção de Nick Park, Peter Lord e</p><p>David Sproxton. Estados Unidos, Inglaterra: Dreamworks, 2000.</p><p>A NOIVA cadáver. Direção de Mike Johnson e Tim Burton. Produção de Tim Burton e Allison</p><p>Abbate. Estados Unidos, Inglaterra: Warner Brothers Pictures, 2005.</p><p>ALVES, M. N. FONTOURA, M. ANTONIUTTI, C. L. Mídia e produção audiovisual: uma introdu-</p><p>ção. Curitiba: Ibpex, 2008.</p><p>ARMES, R. On video: o significado do vídeo nos meios de comunicação. 2. ed. São Paulo: Sum-</p><p>mus Editorial, 1999.</p><p>BARBOSA, M. História da comunicação no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2013.</p><p>BAZI, R. E. R. Dilemas e Perspectivas da televisão regional. In: FADUL, A.; GOBBI, M. C. Mídia e</p><p>região na era digital: diversidade cultural, convergência midiática. São Paulo: Arte & Ciência,</p><p>2007. p. 77-87.</p><p>BORGES, J. V. et al. Especial Globo 50 anos: da rememoração à historicidade mediada. Inter-</p><p>com, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 63-78, jan./abr. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/</p><p>interc/a/xMvPpjL7LNRzNyRwK4hKm6N/?lang=pt. Acesso: 18 nov. 2022.</p><p>BRIGGS,</p><p>A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet. São Paulo: Jorge</p><p>Zahar, 2004.</p><p>CAIRNCROSS, F. O fim das distâncias: como a revolução nas comunicações transformará nos-</p><p>sas vidas. Tradução de Edite Sciulli e Marcos T. Rubino. São Paulo: Nobel, 2000.</p><p>CHATEAU, D. Estética del cine. Buenos Aires: La Marca, 2010.</p><p>COSTA, F. C. Primeiro cinema. In: MASCARELLO, F. (Org.). História do cinema mundial. Cam-</p><p>pinas: Papirus, 2006. p. 17-23.</p><p>DI-RECT still life. [S. l.: s. n.], 2012. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Officialdirecttv. Dispo-</p><p>nível em: https://www.youtube.com/watch?v=4beFopPC1NU. Acesso em: 18 nov. 2022.</p><p>EFEITOS de cinema: stop motion. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (8 min). Publicado pelo Canal do</p><p>Tudo ou Nada. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7r7IhRJkGVo. Acesso em:</p><p>18 nov. 2022.</p><p>FERRÉS, J.; PISCITELLI, A. 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Publicado pelo canal Oren Lavie.</p><p>Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2_HXUhShhmY. Acesso em: 18 nov. 2022.</p><p>HILDEBRAND, H. R. Metodologia semiótica aplicada a revistas digitais. Cadernos da Pós-Gra-</p><p>duação, Campinas, v. 9, n. 1, p. 225-233, maio 2009.</p><p>JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.</p><p>JENKINS, H.; GREEN, J.; FORD, S. Cultura da conexão. São Paulo: Aleph, 2014.</p><p>LERNER, K. Entrevistando sobreviventes do Holocausto: reflexões sobre a construção de um</p><p>arquivo. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 36, p. 75-91, jul./dez. 2005. Disponível em:</p><p>https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2243. Acesso em: 18 nov. 2022.</p><p>MAGOUN, A. B. Television: the life story of a technology. Westport: Greenwood Press, 2007.</p><p>MASCARELLO, F. História do cinema mundial. Campinas: Papirus, 2006.</p><p>MELO, L. A. R. Cinema independente no Brasil: anos 1950. 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Blog da Matilde Filmes, Belo Horizonte, 25 ago.</p><p>2015. Disponível em: http://www.matildefilmes.com.br/exemplos-incriveis-de-video-marke-</p><p>ting/. Acesso em: 13 fev. 2023.</p><p>8 EXEMPLOS de marketing de conteúdo para você se inspirar. Blog da Agência Tupiniquim,</p><p>São Paulo, [2022]. Disponível em: https://www.agenciatupiniquim.com.br/blog/exemplos-de-</p><p>-marketing-de-conteudo/#petlove. Acesso em: 13 fev. 2023.</p><p>A DAY made of glass 1. [S. l.: s. n.], 12 dez. 2011. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo canal Futurev-</p><p>Technology. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wk146eGRUtI. Acesso em: 13</p><p>fev. 2023.</p><p>A DAY made of glass 2: unpacked: the story behind Corning’s vision. [S. l.: s. n.], 3 fev. 2012. 1</p><p>vídeo (11 min.) Publicado pelo canal Corning Incorporated. Disponível em: https://www.you-</p><p>tube.com/watch?v=X-GXO_urMow. Acesso em: 13 fev. 2023.</p><p>161</p><p>ANDRADE, R. 4 dicas para a produção audiovisual de conteúdo digital. 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Disponível em:</p><p>http://antigo.ctav.gov.br/dicionariodecinema/. Acesso em: 28 fev. 2023.</p><p>JENKINS, H. Cultura da convergência. Tradução Susana Alexandria. São Paulo: Aleph, 2008.</p><p>LUCENA, S.; OLIVEIRA, A. A. D.; SANTOS JÚNIOR, G. P. A Web 2.0 e os softwares sociais: outros es-</p><p>paços-tempos multirreferências de formação na iniciação à docência. In: PORTO, C.; OLIVEIRA,</p><p>K. E.; CHAGAS, A. (Orgs.). WhatsApp e educação: entre mensagens, imagens e sons [e-book].</p><p>Salvador: EdUFBA, 2017. p. 257-274.</p><p>MARAFON, L.; ARAUJO, D. O cinema das mídias digitais: o filme a partir do computador e do</p><p>celular. Líbero, São Paulo, v. 24, n. 47, p. 34-51, jan./abr. 2021. Disponível em: https://seer.cas-</p><p>perlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/1367. Acesso em: 28 fev. 2023.</p><p>MONTAÑO, S. A construção do usuário na cultura audiovisual do YouTube. Revista Famecos,</p><p>Porto Alegre, v. 24, n. 2, p. 1-24, maio/ago. 2017. Disponível em: https://revistaseletronicas.</p><p>pucrs.br/index.php/revistafamecos/article/view/25256. Acesso em: 28 fev. 2023.</p><p>MORANTE, L. F. M. Editing and montage in international film and video: theory and techni-</p><p>que. New York: Routledge, 2017.</p><p>NAVES, S. B. et al. (Org.). Guia para produções audiovisuais acessíveis. Brasília: Ministério da</p><p>Cultura, Secretaria do Audiovisual, 2018. Disponível em: https://inclusao.enap.gov.br/wp-con-</p><p>tent/uploads/2018/05/Guia-para-Producoes-Audiovisuais-Acessiveis-com-audiodescricao-das-</p><p>-imagens-1.pdf. Acesso em: 28 fev. 2028.</p><p>169</p><p>PÍLULAS cinematográficas: Natara Ney (Montagem). [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (15 min e 29 seg).</p><p>Publicado pelo canal CTAv Centro Técnico Audiovisual. Disponível em: https://www.youtube.</p><p>com/watch?v=4hehDJRoRzI&list=PLiT_UfMIDmBNd7nSWNUyEEcl6MvKWfx-1&index=9. Acesso</p><p>em: 28 fev. 2023.</p><p>ZANETTI, D. A cultura do compartilhamento e a reprodutibilidade dos conteúdos. C-Legenda,</p><p>Niterói, n. 25, 2011. Disponível em: https://periodicos.uff.br/ciberlegenda/article/view/36884.</p><p>Acesso em: 27 fev. 2023.</p><p>170</p><p>UNIDADE 1</p><p>A ideia é que o estudante possa realizar um resumo de tudo o que estudamos a partir da</p><p>palavra central audiovisual, ramificando os conteúdos pela história, estética, televisão,</p><p>convergência e Internet.</p><p>UNIDADE 2</p><p>Preencher todos os campos do Mapa da Empatia, apresentando os seus sentimentos em</p><p>relação à unidade em questão.</p><p>UNIDADE 3</p><p>Para a elaboração de um Mapa Mental acerca de um roteiro criativo, é necessário sin-</p><p>tetizar as seguintes ramificações primárias: processo criativo, técnica 80/20, salas de</p><p>roteiristas, ambientes criativos, arquétipos e estereótipos e storyline.</p><p>A partir das ramificações primárias, o estudante deverá apresentar outras ramificações</p><p>a fim de sintetizar os conceitos.</p><p>UNIDADE 4</p><p>1. Questão 1</p><p>e) V - V - V- V -V.</p><p>Justificativa: Todas as afirmativas estão corretas na questão 1, em razão de cada uma</p><p>delas elencar características que compõem o conceito de audiovisual, assim como</p><p>discorremos nesta Unidade 4. Portanto, a alternativa d) é a correta.</p><p>2. Questão 2</p><p>b) 2-4-1-3-5.</p><p>Justificativa: Neste caso, a alternativa correta é a b). Propomos nesta questão que o(a)</p><p>estudante associe as especificidades relacionadas aos termos dispostos (convergên-</p><p>171</p><p>cia cultural, cultura digital, cultura do compartilhamento, mídias digitais, audiovisual</p><p>multiplataforma) na respectiva atividade de avaliação, os quais estão vinculados às</p><p>práticas audiovisuais e inseridos no estudo durante a unidade.</p><p>3. Questão 3</p><p>c) As produções audiovisuais, na atualidade, se misturam, ou seja, transitam entre</p><p>diferentes dispositivos (televisão, internet, celular) e, assim, também ganham</p><p>um caráter híbrido.</p><p>Justificativa: A alternativa correta é a c) por refletir, diferentemente das demais afirma-</p><p>tivas, as reais características que são intrínsecas às produções audiovisuais contem-</p><p>porâneas no contexto das tecnologias digitais, assim como a proposta do enunciado</p><p>da questão.</p><p>4. Questão 4</p><p>a) Interatividade, circulação, plataformização.</p><p>Justificativa: Conforme o enunciado da questão, o(a) estudante, a partir da leitura da</p><p>unidade e do texto base de contextualização, deve apontar quais aspectos e trans-</p><p>formações socioculturais estão associados às tecnologias do audiovisual no contexto</p><p>da produção audiovisual na cultura digital. Dessa forma, a alternativa a) é correta.</p><p>5. Questão 5</p><p>1-2-1-2-2.</p><p>Justificativa: A questão 5 contempla aspectos relacionados aos elementos narrativos,</p><p>tecnológicos e socioculturais nas produções audiovisuais. Nesse sentido, a proposta</p><p>é que o(a) estudante leia o texto base e, se necessário, retorne ao conteúdo desenvol-</p><p>vido na unidade, para responder à questão com discernimento, associando às suas</p><p>respectivas características, os elementos narrativos dos meios tradicionais (rádio,</p><p>cinema, TV) e elementos narrativos das meios convergentes (smartphones, iphone,</p><p>tablet, computador, smart TV). Sendo assim, a alternativa correta é a).</p><p>6. Questão 6</p><p>3-1-2-5-4.</p><p>172</p><p>Justificativa: A questão 5 propõe ao(à) estudante distinguir e associar termos que cor-</p><p>respondem ao fazer audiovisual e cinematográfico. A alternativa a) é a correta em</p><p>razão de elencar corretamente os códigos com as respectivas atribuições.</p><p>UNIDADE 5</p><p>1. Questão 1</p><p>Alternativa correta: letra d) V- V- V- V.</p><p>Justificativa: Neste caso, todas as afirmativas são verdadeiras porque refletem as atri-</p><p>buições das mídias sociais que potencializam sua utilização para estudo e trabalho.</p><p>Dessa forma, a alternativa d) é a correta.</p><p>2. Questão 2</p><p>Alternativa correta: letra b) F - F - V - V.</p><p>Justificativa: A questão orienta o(a) estudante a entender e distinguir quais aspectos</p><p>caracterizam a Web 2.0 e o seu alto grau de interatividade. No caso, as duas primeiras</p><p>afirmativas (a e b) são falsas e apontam para características não condizentes com a</p><p>Web 2.0 e com trechos do texto-base: “se caracteriza, entre outros aspectos, pela</p><p>venda de softwares nas plataformas on-line” e “A Web 2.0 e o advento das redes</p><p>sociais configuram práticas distintas”. Já as afirmativas c) e d) são verdadeiras</p><p>e</p><p>vão ao encontro do texto-base (contextualização) e conteúdo abordado na unidade.</p><p>Sendo assim, a alternativa b) é a correta.</p><p>3. Questão 3</p><p>Alternativa correta: letra c) V- V- F- V.</p><p>Justificativa: A questão 3 propõe ao estudante a reflexão do contexto audiovisual atual</p><p>a partir da expansão das tecnologias digitais, que tornaram-se mais acessíveis em</p><p>termos tanto do custo de equipamento, programas e aplicativos, como do manuseio</p><p>simplificado desses dispositivos ainda que demandem certo domínio técnico. As</p><p>duas primeiras afirmativas (a e b) refletem como aconteceu certa democratização</p><p>das tecnologias audiovisuais com o digital, o que transformou o cenário midiático</p><p>contemporâneo, e são verdadeiras. A afirmativa c é a única falsa, pois associa o au-</p><p>mento de competitividade a algo prejudicial à profissionalização do setor audiovisual.</p><p>Durante a unidade, refletimos que acontece exatamente o contrário. Já a afirmativa</p><p>173</p><p>d também é verdadeira ao afirmar a migração das tecnologias portáteis de edição</p><p>para os dispositivos móveis, os celulares. Desse modo, a alternativa correta é a c).</p><p>4. Questão 4</p><p>Alternativa correta: letra a) IV - III - II - I.</p><p>Justificativa: A questão 4 solicita ao(à) estudante que associe importantes programas</p><p>de edição não linear às suas especificidades. Durante a unidade, foram apresentadas</p><p>essas características e seus respectivos programas. Dessa forma, qualquer dúvida</p><p>pode ser resolvida a partir da leitura e estudo da unidade. Nesse caso, a alternativa</p><p>a) é a correta.</p><p>Fundamentos da História e Estética Audiovisual</p><p>O universo das experiências inovadoras no audiovisual contemporâneo</p><p>Processo Criativo: Da ideia à roteirização no audiovisual interativo</p><p>Produção audiovisual multiplataforma: estratégias e técnicas</p><p>Pós-produção audiovisual: técnicas de edição não linear, softwares e ferramentas interativas</p><p>_rsqkw8rbrtz4</p><p>Button 14:</p><p>Button 24:</p><p>Botão 31:</p><p>Botão 32:</p><p>Button 16:</p><p>Página 11:</p><p>Botão 27:</p><p>Botão 28:</p><p>Botão 29:</p><p>Botão 30:</p><p>Botão 22:</p><p>Botão 23:</p><p>Botão 24:</p><p>Botão 25:</p><p>Botão 26:</p><p>partir de suas pró-</p><p>prias vivências. Reflita sobre o ofício do ator e seu lugar, a importância da generosidade</p><p>para que o espetáculo aconteça, e o uso do corpo para contar uma narrativa.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>23</p><p>exemplo, o trem passava a sensação de invadir a sala e a ideia de ser de um outro</p><p>mundo. Essas impressões foram registradas nas obras dos irmãos Lumière.</p><p>Segundo Stam (2003), as principais preocupações teóricas do cinema, desde</p><p>seus primórdios, se referem a: - questões estéticas (muitas tangenciam as abor-</p><p>dagens propostas por Chateau); - especificidade do meio (tecnologicamente,</p><p>institucionalmente, pelos processos de recepção; podem ser especificidades in-</p><p>ternas ou externas); - questões de gêneros (e transgêneros) narrativos herdados</p><p>da literatura, gerados pelo estatuto artístico ou culturais e sociais (identidade,</p><p>locação, orientação sexual); - realismos (relações do cinema com o real estão pre-</p><p>sentes nas teorias do cinema desde o início e não deixa de ser um debate estético).</p><p>Para entendermos como surgiu o cinema, é necessário resgatarmos um pouco</p><p>mais da História. Já ouviu falar de Leonardo da Vinci (1452-1519)? Ele foi um dos</p><p>homens mais conhecidos da História e que preocupou-se com a projeção da luz</p><p>na superfície. Além de um verdadeiro gênio da pintura, Leonardo era cientista,</p><p>engenheiro, anatomista e inventor. No século XVI, ele descobriu o princípio da</p><p>Câmera Escura, a fim de simplificar o trabalho dos artistas da época. No lado</p><p>exterior da câmera, a luz refletida por um objeto qualquer projeta dentro da caixa</p><p>a sua imagem, inclusive com as cores. Na câmera escura, as imagens aparecem</p><p>invertidas. Isso acontecia, porque os raios de luz refletidos pelo objeto cruzavam-</p><p>-se na entrada do orifício, refletindo a imagem invertida, resultando no mesmo</p><p>princípio da fotografia e dos nossos olhos, isto é, a retina capta as imagens e o</p><p>cérebro as corrige para que não fiquem invertidas.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>24</p><p>Figura 4. Câmera escura / Fonte: Wikipedia (2022, on-line).</p><p>Como estamos dialogando sobre cinema, que é uma produção audiovisual, é impor-</p><p>tante entendermos a sua história. Vamos conhecer a história do cinema mundial?</p><p>Para isso, preparamos uma linha do tempo para que você possa assimilar melhor.</p><p>Descrição da Imagem: Ilustração com um retângulo em formato de caixa. Do lado direito da ilustração,</p><p>vê-se a projeção de uma vela de cabeça para baixo. Do lado de fora da caixa, ao lado esquerdo da imagem,</p><p>vê-se uma vela na sua posição correta.</p><p>25</p><p>OLHAR CONCEITUAL</p><p>28 de dezembro</p><p>de 1895</p><p>primeira exibição</p><p>cinematográ�ca</p><p>pública do mundo</p><p>realizada pelos irmãos</p><p>Auguste e Louis</p><p>Lumière.</p><p>1903</p><p>lançamento do</p><p>primeiro �lme de</p><p>faroeste dos cinemas:</p><p>The Great Train</p><p>Robbery. Pela primeira</p><p>vez, é aplicada a técnica</p><p>do cross-cutting, com</p><p>imagens simultâneas</p><p>em diferentes lugares.</p><p>Janeiro de 1914</p><p>exibição do</p><p>Photo-Drama of</p><p>Creation, um �lme com</p><p>mais de oito horas de</p><p>duração, o primeiro a</p><p>incluir som sincronizado</p><p>e imagens coloridas</p><p>O cinema mundial teve como marco inicial a invenção do cinetoscópio, em 1889, por William</p><p>Dickson, assistente de Thomas Edison. William criou a primeira máquina capaz de capturar</p><p>imagens em movimento. O cinetoscópio não era capaz de projetar imagens, o espectador</p><p>observava as imagens através de uma lente que dava para uma câmara escura do aparelho,</p><p>por meio do qual eram projetadas as imagens.</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: A Invenção de Hugo Cabret</p><p>Ano: 2011</p><p>Sinopse: Hugo tem 12 anos e passa a viver numa estação de trem em</p><p>Paris, no início do século XX, depois que seu pai, um relojoeiro, morre,</p><p>mas não sem antes apresentá-lo a um androide. Ele começa uma aventura</p><p>para entender o artefato.</p><p>Comentário: A invenção de Hugo Cabret é esteticamente impecável, além de</p><p>se moldar como uma espécie de aula sobre cinema para crianças – e, por</p><p>que não, para os adultos? Com referências e homenagens a Georges Méliès,</p><p>considerado o “pai” dos efeitos especiais cinematográficos, o filme é mais</p><p>uma ode à sétima arte.</p><p>A melhor maneira de descrever os primeiros 20 anos do cinema, que vai de 1895 a 1915, é</p><p>a transformação constante. É possível perceber que a história do cinema faz parte de um</p><p>recorte temporal mais amplo, no qual não se aborda apenas o surgimento e evolução das</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>26</p><p>práticas de projeção de imagens, mas também divertimentos populares, instrumentos óti-</p><p>cos e pesquisas com imagens fotográficas.</p><p>Segundo Mascarello (2006), os filmes são uma continuação na tradição das projeções de</p><p>lanterna mágica, nas quais, já desde o século XVII, um apresentador mostrava ao público</p><p>imagens coloridas projetadas numa tela, através do foco de luz gerado pela chama de que-</p><p>rosene, com acompanhamento de vozes, música e efeitos sonoros.</p><p>O autor ainda complementa, afirmando que o período do primeiro cinema é dividido em</p><p>duas fases. A primeira delas é chamada de cinema de atrações, e vai de 1894 a 1907, quando</p><p>se inicia a expansão dos nickelodeons e o aumento da demanda por filmes de ficção. Já a</p><p>segunda vai de 1907 a 1915, e é chamada de período de transição, pois os filmes passaram</p><p>gradualmente a se estruturar como um quebra-cabeças narrativo, que o espectador tem</p><p>que montar baseado em convenções exclusivamente cinematográficas.</p><p>Será que existe alguma relação com o cinema dos dias atuais? Vamos conhecer as duas fases?</p><p>Na fase cinema de atrações, o cinema tem uma estratégia de apresentação, de interpelação</p><p>direta do espectador, com o objetivo de surpreender. O cinema usa convenções represen-</p><p>tativas de outras mídias como um espetáculo visual. É importante saber que, nessa fase, a</p><p>maioria dos filmes apresentava-se em plano único.</p><p>Na fase período de transição, os filmes começam a utilizar convenções narrativas cinema-</p><p>tográficas, a fim de construir enredos autoexplicativos. Há uma maior definição psicológica</p><p>nos personagens.</p><p>Segundo Mascarello (2006, p. 28): “no período de transição, as tentativas de construir novos</p><p>códigos narrativos, que pudessem transmitir ao espectador as intenções e motivações de</p><p>personagens, acontecem paralelamente às tentativas de regulamentação e racionalização</p><p>da indústria”.</p><p>O cinema e, em geral, o audiovisual, pode ser compreendido não apenas como uma prática</p><p>social, mas também como um incentivo de várias práticas sociais, isto é, além de evidenciar</p><p>as formas de agir, pensar e sentir de uma sociedade, ele também fomenta transformações,</p><p>transmite representações e propõe modelos.</p><p>Hagemeyer (2012, p. 150) argumenta pelo fim do monopólio da escrita na produção do co-</p><p>nhecimento histórico e afirma que é plenamente possível produzir um filme com as mesmas</p><p>exigências formais de um texto, ainda que o “conteúdo verbal tenha necessariamente outra</p><p>linguagem e outras dimensões”.</p><p>Já falamos um pouco sobre a história do cinema, vamos agora conhecer um</p><p>pouco mais sobre o Produto Audiovisual?</p><p>Vamos lá!</p><p>27</p><p>Narrativa e a Sua Influência</p><p>Segundo Geertz (1978), vivemos em um mundo onde as imagens fazem parte</p><p>de nosso cotidiano, sendo elas reais ou imaginárias, contribuindo para nossa</p><p>percepção e sentidos. Nesse contexto imagético, seja por seu alcance geográfico,</p><p>seja pelo papel que desempenha na sociedade, a televisão mostra-se como um</p><p>objeto “bom para pensar”.</p><p>Armes (1999, p. 67) diz que o primeiro serviço regular de transmissão de TV</p><p>coube aos alemães, em 1935, antes mesmo da britânica BBC. Segundo Vascon-</p><p>celos (2016, p. 7), o termo televisão, que significa “visão à distância”, apareceu</p><p>pela primeira vez em um artigo do cientista russo Perskyi, publicado no ano de</p><p>1900. Era realizada, naquela ocasião, uma feira em Paris para expor as novidades</p><p>tecnológicas que prometiam marcar o século XX.</p><p>O engenheiro russo Vladimir Zworkin foi fundamental para a trajetória da</p><p>TV. Ele desenvolveu o iconoscópio e, anos depois, também inventou o cinescópio.</p><p>Esses dois instrumentos permitiram chegar até o tubo de imagem (tubo de raios</p><p>catódicos) e aprimoramento das câmeras</p><p>de TV.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>28</p><p>Você sabia que a primeira televisão comercial do mundo foi inaugurada em</p><p>1939, nos Estados Unidos, durante a Feira Mundial de Nova York? Trata-se da</p><p>National Broadcasting Company (NBC) subsidiária da RCA Victor (BARBO-</p><p>SA, 2013). A primeira transmissão comercial, porém, ocorreu após dois anos.</p><p>No instante em que o cinema, já estabelecido como arte, técnica e in-</p><p>dústria, passa a ter a companhia da televisão também como arte, técnica,</p><p>indústria e mais, convertida em espécie de “fiel depositária” de usos e costu-</p><p>mes da sociedade ocidental, chegamos ao que Wilson Oliveira Filho chama</p><p>de “civilização da imagem”, para quem o audiovisual não apenas conta, mas</p><p>também constitui a História do século XX (OLIVEIRA FILHO, 2009, p.</p><p>61-76). Uma história contada e constituída em cores no cinema, a partir de</p><p>1932, e pela TV, a partir de 1951.</p><p>A televisão trouxe novos olhares para o audiovisual brasileiro. A pro-</p><p>gramação, desde o início, cedeu espaço ao entretenimento e à dramaturgia,</p><p>importando profissionais do teatro, cinema e principalmente do rádio que,</p><p>aplicando as adaptações necessárias ao meio, tentaram fazer das versões televi-</p><p>sivas o mesmo sucesso que suas versões originais já experimentadas no rádio.</p><p>Um exemplo foi Rancho Alegre, do qual o humorista Amâncio Mazzaropi</p><p>participava nas rádios Difusora e Tupi.</p><p>A entrada em cena da TV Globo (1965) e seu investimento em drama-</p><p>turgia alçaram o audiovisual produzido para televisão de um padrão de</p><p>qualidade até então inédito no Brasil. Um símbolo desse novo estágio foram</p><p>os seriados e minisséries, formatos cristalizados nos Estados Unidos, fontes</p><p>nos quais os profissionais da emissora foram beber. Novamente Ortiz Ramos</p><p>(2004, p. 58), repercutindo uma declaração de Aguinaldo Silva a respeito da</p><p>obra Bandidos da Falange, de 1983, destaca que o novelista precisou analisar</p><p>minuciosamente séries norte-americanas para verificar suas estruturas. Nas</p><p>décadas de 1960, 1970 e 1980, capitaneados pela TV Globo, os conteúdos</p><p>audiovisuais para a TV multiplicaram-se e refinaram-se. Caminho mais</p><p>tortuoso seguiram os conteúdos destinados ao cinema. Enfrentaram desde</p><p>o fracasso da companhia Vera Cruz, envolvimento com questões políticas</p><p>e culturais, a filmes com apelo popular de massa e restrições decorrentes do</p><p>regime político vigente, a Ditadura Militar (ORTIZ RAMOS, 2004, p. 47).</p><p>Não foi a televisão que iniciou como audiovisual, porém ela o reinventou</p><p>e o revolucionou. Ribeiro (2013) converge do mesmo ponto de vista:</p><p>29</p><p>“ A televisão não inventou o audiovisual, tampouco os gêneros mais</p><p>identificados com esse meio [...], mas trouxe uma agilidade e um</p><p>tempo de resposta que o cinema não poderia oferecer. Se antes era</p><p>preciso esperar semanas ou meses por um novo episódio de algum</p><p>western, seriado produzido para as matinês das salas de cinema,</p><p>em pouco tempo o público já tinha à disposição vários episódios de</p><p>seriados diferentes para cada dia da semana (RIBEIRO, 2013, p. 28).</p><p>É necessário olhar para as condições históricas da televisão para entender a re-</p><p>lação social que as moldam em épocas e cenários distintos, inclusive nos dias</p><p>atuais. Sabemos que a natureza da imagem produzida, sua qualidade no conteúdo</p><p>e sua lucratividade dependem de fatores que dependem de atribuições e métodos</p><p>diferentes, como, por exemplo, canais de TV especializados em esportes, drama,</p><p>curiosidades, vendas, serviços, culinária, pets, entre outros.</p><p>As diferenciações não são somente entre os canais, mas também internamente,</p><p>dentro da própria emissora, a fim de favorecer a audiência. Além disso, é comum</p><p>refletir sobre a grade de programação para facilitar a lógica do comercial. A te-</p><p>levisão é uma mídia comunicativa que apresenta modelos, formas de agir e de</p><p>se inserir no mundo, padrões de comportamento que podem ou não ser aceitos</p><p>pelos telespectadores. Segundo Hamburger (1998, p. 441), “a TV capta, expressa e</p><p>constantemente atualiza representações de uma comunidade nacional imaginária”.</p><p>Produtos midiáticos, como telenovelas, séries, minisséries, documentários,</p><p>reality shows etc.; devem ser entendidos como prática social que produzem efei-</p><p>tos concretos no mundo empírico, influenciando o modo de ser e agir no mundo.</p><p>Quem nunca se inspirou em personagens da</p><p>televisão?</p><p>A mídia televisiva ocupa um papel fundamental nas transformações de nossas</p><p>vidas. Com o avanço da tecnologia e a crescente aceleração da informação, é</p><p>possível um rompimento entre tempo e espaço, acesso aos aspectos históricos</p><p>de povos longínquos no espaço-tempo, tudo isso sem sair do conforto da sua</p><p>casa. Aliás, nos dias atuais, podemos pensar em convergência midiática, ou seja,</p><p>conexão da mídia de massa com a tecnologia digital.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>30</p><p>Segundo Briggs e Burke (2004), embora o termo “convergência” tenha sido</p><p>evidenciado na década de 90, quando as plataformas digitais possibilitaram a</p><p>integração de textos, imagens estáticas ou em movimento, sons e outros tipos</p><p>de representação em um mesmo canal, essa junção já ocorria anteriormente.</p><p>Atualmente, os meios de comunicação tradicionais, como rádio, jornal e televisão,</p><p>mesclam-se, formando a “multimídia”; com o advento da interatividade da Web</p><p>2.0, o conceito é atualizado como:</p><p>“ [...] o fluxo de conteúdo através de múltiplas plataformas de mídia, a</p><p>cooperação entre múltiplas indústrias da mídia e o comportamento</p><p>migratório das audiências da mídia que irão quase a qualquer lugar</p><p>em busca das novas experiências de entretenimento que desejam.</p><p>Convergência é uma palavra que consegue descrever mudanças</p><p>tecnológicas, industriais, culturais e sociais, dependendo de quem</p><p>está falando e do que se pensa estar falando (JENKINS, 2008, p. 2).</p><p>Lerner (2005) diz que o cinema e o holocausto, como os meios de comunicação,</p><p>representam um importante espaço de construção de narrativas, que evocam a</p><p>memória nas sociedades modernas, pois neles são frequentemente dramatizados</p><p>aspectos das sociedades em que essas histórias surgiram. Nas palavras da autora,</p><p>“estas – seja no cinema, seja nas novelas televisivas ou nos dramas encenados nos</p><p>jornais – evidenciam os valores e sistemas de crenças de toda uma coletividade</p><p>e, no limite, de uma época” (LERNER, 2005, p. 80).</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>O artigo científico, publicado na Intercom: Revista Brasileira de Ciên-</p><p>cias da Comunicação, em 2021, propõe analisar o programa intitulado</p><p>Especial Globo 50 anos a fim de perceber como a narrativa memoria-</p><p>lística reafirmou o lugar de importância da emissora e ressaltou um</p><p>legado perante seus receptores. O programa fez um retrospecto dos</p><p>principais setores da emissora.</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17625</p><p>31</p><p>Num tempo em que os meios de comunicação se estabelecem como notável es-</p><p>paço de sociabilização, incluindo-se como local de celebrações e comemorações,</p><p>palco de decisões políticas, suporte para registros da vida cotidiana (conteúdos</p><p>jornalísticos, informativos e de entretenimento etc.), e fonte para a experiência</p><p>de viver (no sentido de se exercitar os sentidos e experimentar emoções), não se</p><p>pode ignorá-los como espaço de lugares de memória, de exercício de identidade</p><p>e de arquivo hipertrofiado da era do tempo real e da vida planetária. A mídia</p><p>atua sempre mais no sentido de multiplicar os lugares de memória e constitui-se</p><p>ela mesma em um deles na contemporaneidade (MARTINUZZO, 2005, p. 4).</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>32</p><p>Videotape: mas o que é isso?</p><p>Você já ouviu falar sobre esse termo? Embora nos dias atuais não ouvimos com</p><p>frequência, é importante conhecer como ele surgiu.</p><p>Sabemos que a televisão nasceu de maneira instantânea, ou seja, tudo era</p><p>produzido ao vivo em tempo real, incluindo erros e imprevistos de produção.</p><p>Porém, a solução tecnológica, que revolucionaria a TV em escala global, surgiu</p><p>nos Estado Unidos e chama-se videotape.</p><p>Hoje quando assistimos nossos programas preferidos, não conseguimos imagi-</p><p>nar quanto tempo levou para que esse tipo de aplicação</p><p>demorasse para acontecer.</p><p>O objetivo do videotape é gravar o programa e exibi-lo em momento futuro,</p><p>incluindo a possibilidade de edição. A empresa Ampex foi a primeira a desen-</p><p>volver um gravador com fita de rolo, com capacidade de armazenar imagem e</p><p>som, o Quadruplex, que foi criado em 1951. Magoun (2007) afirma que, em 30 de</p><p>novembro de 1956, a CBS utilizou pela primeira vez o Quadruplex e gravou um</p><p>programa de 15 minutos chamado Doug Edwards and the News. O equipamento</p><p>33</p><p>permitiu que o programa, gravado em Nova Iorque, fosse assistido três horas</p><p>depois na Costa Oeste dos Estados Unidos (MAGOUN, 2007, p. 132).</p><p>Durante vinte anos, os gravadores da Ampex dominaram o mercado pro-</p><p>fissional de TV no mundo. Paternostro (2006) diz que essa inovação chegou no</p><p>Brasil em 1960. A TV Tupi de São Paulo foi a primeira emissora a utilizá-lo. Com</p><p>esse equipamento, foi possível obter operações atualizadas, racionalização da pro-</p><p>dução, economia de custo e de tempo, além de melhor qualidade nos programas.</p><p>Podemos dizer que foi uma revolução para a produção audiovisual da época.</p><p>O videotape permitiu que programas, ao vivo ou não, pudessem ser envia-</p><p>dos pelo correio e reprisados quantas vezes fossem conveniente em locais que</p><p>dispusessem das condições operacionais para isso.</p><p>Essa ação de ter que enviar um programa por correio soa até estranho nos dias</p><p>atuais, porém, é preciso lembrar de que não havia “redes de televisão” nos anos</p><p>iniciais da TV brasileira. Como afirma Bazi (2007, p. 77), cada estação tinha de</p><p>dar conta da sua própria programação, assim, os programas eram essencialmente</p><p>locais e regionais. O autor complementa dizendo que o videotape pulverizou</p><p>esse arranjo, forneceu as bases para a formação das redes e ajudou a concentrar</p><p>a indústria televisiva nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.</p><p>Na década de 1950, a indústria do cinema já estava condensada no eixo Rio-</p><p>-São Paulo, com os estúdios paulistas Vera Cruz e Maristela, e com o carioca</p><p>Atlântida, bem como produtores e distribuidores considerados independentes</p><p>(MELO, 2008, p. 377).</p><p>Precisamos enfatizar o caráter revolucionário do invento da Ampex para a</p><p>televisão e, consequentemente, para o audiovisual brasileiro. José Bonifácio de</p><p>Oliveira Sobrinho é uma personalidade importante, que ajudou no desenvolvi-</p><p>mento da TV no Brasil e ele atesta essa importância:</p><p>“ Nos anos 1960, com o advento do videotape, as emissoras passaram</p><p>a ter programas nacionais, mas não uma grade nacional de progra-</p><p>mação on-line, ou seja, simultânea. [...] Havia algumas transmissões</p><p>esporádicas em rede, restritas a Rio e São Paulo. Fora isso, normal-</p><p>mente, tudo era gravado e as fitas de videotape viajavam pelo país, de</p><p>uma cidade para outra. O que se passava no Rio, ou em São Paulo, era</p><p>exibido com dias, semanas ou meses de atraso, dependendo da distân-</p><p>cia a ser percorrida pelas fitas (OLIVEIRA SOBRINHO, 2011, p. 115).</p><p>UNICESUMAR</p><p>10:45/ 65:00</p><p>5,5 M 1,5 M Share Save</p><p>SUBSCRIBE 1.2M</p><p>UNIDADE 1</p><p>34</p><p>Uma nova revolução: o Youtube</p><p>A televisão, como um negócio, abriu os olhos para uma série de possibilidades. Uma</p><p>delas diz respeito a uma das mídias sociais mais visualizadas deste tempo: o Youtube.</p><p>Você sabia que, da primeira transmissão comercial da TV ao primeiro up-</p><p>-load no Youtube, foram 66 anos?</p><p>Esse comparativo temporal serve para entendermos que esta seria a segunda</p><p>revolução na história do audiovisual, a qual, aliás, está em pleno curso.</p><p>O aparecimento do Youtube segue o script da maioria das redes ou mídias</p><p>sociais que temos na atualidade. Os fundadores foram Chad Hurley, Steve Chen</p><p>e Jawed Karim, funcionários da PayPal, empresa de pagamentos via web. Eles</p><p>precisavam mandar a amigos alguns vídeos que haviam feito em um jantar. Por</p><p>e-mail não era possível. Por isso, deram início ao desenvolvimento de uma rede</p><p>de compartilhamento. Em fevereiro de 2005, era registrado o domínio: youtube.</p><p>com, episódio atribuído por Niqui (2012, p. 1001) como o início da segona era</p><p>35</p><p>dels audiovisuals. No mês de abril, o primeiro vídeo era postado, e, em dezembro</p><p>daquele mesmo ano, o site era oficialmente lançado.</p><p>Após dois anos do up-load de uma gravação de Jawed Karim em um zoo-</p><p>lógico em San Diego, a Google comprou o Youtube por 1,65 bilhão de dólares.</p><p>É importante saber que empresas de tecnologia e internet são avaliadas de for-</p><p>ma diferente de empresas tradicionais, uma vez que seu ativo é a capacidade de in-</p><p>tervir no cotidiano e nos costumes da sociedade. Por isso, o Youtube tinha um valor</p><p>alto e tornou-se a maior plataforma de compartilhamento de vídeos do mundo.</p><p>Pela primeira vez na história do audiovisual, cada pessoa, profissional ou</p><p>amadora, poderia produzir e publicar seus vídeos. Esse movimento foi de ex-</p><p>trema relevância para a linha do tempo. Antes de 2005, qualquer produto au-</p><p>diovisual precisaria de uma sala de cinema para ser projetado, de um canal de</p><p>TV para ser exibido ou que seu realizador esperasse dias de carregamento para</p><p>encaminhá-lo por meio de algum e-mail. O Youtube quebrou essas barreiras,</p><p>graças também ao avanço dos dispositivos móveis. Além disso, enquanto plata-</p><p>forma, o site proporcionou possibilidades de exibição lucrativas para as pessoas</p><p>que acreditam e investiram no portal.</p><p>Ribeiro (2013, p. 93) afirma que o Youtube impactou a televisão na oferta de</p><p>conteúdo audiovisual e na batalha pela audiência, e ainda apresenta uma alter-</p><p>nativa à censura ideológica a que os grupos de mídia estão sujeitos. Hildebrand</p><p>(2009, p. 233) complementa, dizendo que o Youtube funciona também como um</p><p>portal de memória cultural, em que as imagens e sons postados podem vir a se</p><p>transformar em documentos históricos.</p><p>É perceptível que uma nova era havia começado, principalmente, no que diz</p><p>respeito à relação entre consumidor, produtor e exibidor de conteúdos, que seria</p><p>reinventada sob a mesma plataforma utilizada pelo Youtube, com uma única di-</p><p>ferença, a forma de acesso. Você já ouviu falar da sigla VOD – video on demand?</p><p>Video on demand é a relação de consumo na qual o usuário escolhe o que,</p><p>onde, quando, e em qual dispositivo deseja assistir a um determinado produto</p><p>audiovisual. Para consumir, ele precisa pagar um valor, que o dará acesso a um</p><p>catálogo com os títulos disponíveis.</p><p>Podemos perceber três grandes revoluções no audiovisual: a primeira delas</p><p>é a TV; a segunda, o videotape e a terceira, e talvez a mais grandiosa, o Youtube.</p><p>Mas, não podemos deixar de fora as TVs por assinatura, que nasceram sob a</p><p>denominação de TV a cabo e foram pioneiras nesse tipo de serviço. Cairncross</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>36</p><p>(2000, p. 101) diz que o video on demand fez parte de experiências malsucedidas</p><p>nos Estados Unidos e Inglaterra, na década de 1990, em testes com propostas de</p><p>TV interativa, não por conta do produto em si, mas pela complexidade das redes</p><p>e altos investimentos dos usuários.</p><p>Segundo Jenkins, Green e Ford (2014), em 2001, a empresa World Wrestling</p><p>Entertainment (WWE) comprou seu maior concorrente no segmento e, com</p><p>ele, vieram programas de lutas gravados. Com esse material, o WWE criou um</p><p>serviço de até 30 horas de videos on demand por mês. A empresa verificou que</p><p>os fãs valorizavam as reprises, que antes eram consideradas descartáveis, e o</p><p>conteúdo ganhou o selo de clássico.</p><p>Os VOD continuam presentes nas TVs por assinaturas, porém, quando pen-</p><p>samos em romper padrões do audiovisual, podemos refletir sobre a Netflix.</p><p>Você sabia que a empresa distribuía filmes em mídia DVD pelo correio nos</p><p>Estados Unidos, evitando, assim, que o cliente fosse até uma locadora, o que seria</p><p>literalmente um film delivery?</p><p>O negócio deu certo quando a empresa decidiu implantar um serviço de</p><p>streaming e fez acordos de licenciamento com canais de televisão sobre progra-</p><p>mas já fora da grade.</p><p>37</p><p>E a segunda virada da Netflix foi investir em conteúdos próprios, ou seja, produ-</p><p>tos feitos exclusivamente para os assinantes. A indústria do audiovisual teve um</p><p>grande avanço com esse novo modelo de</p><p>negócios.</p><p>Convergência Midiática</p><p>Um ponto importante a se destacar nas discussões sobre a convergência, o qual</p><p>terá grande repercussão nos debates acadêmicos, inclusive na folkcomunicação,</p><p>é a substituição dos “velhos” meios de comunicação pelos “novos”, uma polêmica</p><p>reacendida a cada inovação tecnológica desenvolvida. Nesse sentido, a delimita-</p><p>ção proposta por Gitelman (2006 apud JENKINS, 2008) serve de referência. Se-</p><p>gundo a autora, um “meio” é em primeiro momento uma tecnologia que permite</p><p>o estabelecimento de uma comunicação, mas também uma série de protocolos e</p><p>de códigos culturais associados.</p><p>Dessa conceituação decorrem duas consequências de interesse para nosso</p><p>propósito. A primeira é a de que os meios de comunicação não são destituídos</p><p>pelas inovações e por novos sistemas comunicativos que porventura surjam. Dito</p><p>de outra forma, a introdução de novas mídias não exclui a existência das antigas,</p><p>simplesmente, desloca-as, mudando seus conteúdos, sua audiência ou seu status</p><p>social, como uma tendência de complementação, mais do que substituição.</p><p>Historicamente, podemos observar que a escrita não eliminou a palavra falada;</p><p>que televisão não aboliu o rádio; que o computador (apesar dos inúmeros alertas</p><p>apocalípticos) não exterminou o livro. Nesse sentido, são as chamadas tecnologias</p><p>de reprodução (ou de entrega) as que sofrem com a impiedosa evolução tecnológi-</p><p>NOVAS DESCOBERTAS</p><p>Título: A Regra É Não Ter Regras</p><p>Ano: 2011</p><p>Resumo: Em A regra é não ter regras, Reed Hastings, fundador da Net-</p><p>flix, revela os segredos da cultura corporativa da plataforma de strea-</p><p>ming, que mudou para sempre a indústria audiovisual.</p><p>Comentário: Dar liberdade e responsabilidade é uma das principais ques-</p><p>tões abordadas por Hastings no livro. Na obra, ele explica os valores da Net-</p><p>flix e por que a empresa decidiu ter uma política de férias ilimitadas.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>38</p><p>ca. Como exemplo, o VHS, o DVD, o blue-ray e o MP4</p><p>são todas tecnologias de entrega – por sinal, extintas</p><p>ou em vias de extinção, frente à distribuição de vídeo</p><p>digital por meio da Rede – de um mesmo meio de</p><p>comunicação, a imagem em movimento.</p><p>Jenkins (2008) afirma que esse fenômeno é muito</p><p>mais do que a integração de plataformas e de em-</p><p>presas, no contexto da indústria de entretenimento</p><p>global. De fato, uma das características da conver-</p><p>gência é o uso que cada usuário faz da informação,</p><p>integrando suas vidas, relações, memórias e fantasias</p><p>ao fluxo comunicacional digital.</p><p>Geração Web</p><p>Antes de iniciar o diálogo sobre as gerações web, é</p><p>importante saber o significado da sigla www, utili-</p><p>zada nos navegadores para acessar uma página da</p><p>internet. O WWW vem de World Wide Web, rede</p><p>mundial de computadores interligados.</p><p>A origem da WWW</p><p>Em 1960, nasceu a internet com o nome de Arpanet</p><p>a fim de se comportar como uma rede fechada para</p><p>auxiliar os militares dos Estados Unidos na troca de</p><p>informações entre computadores do governo.</p><p>Somente em 1989 é que a internet começou a re-</p><p>ceber as características que conhecemos hoje, com o</p><p>surgimento da WWW, estabelecendo uma linguagem</p><p>padrão para a circulação e organização dos dados</p><p>que trafegavam pela rede, permitindo que compu-</p><p>39</p><p>tadores domésticos, em qualquer lugar do mundo,</p><p>tivessem acesso ao mundo virtual.</p><p>Graças à WWW, arquivos e documentos que es-</p><p>tão na web podem estar em forma de imagens, vídeos,</p><p>hipertextos e sons, por isso, ela é considerada um sis-</p><p>tema hipermídia. Para que essas informações sejam</p><p>exibidas, é necessário um navegador ou browser.</p><p>Web 1.0 ou Geração 1.0</p><p>A geração web 1.0 é considerada a web estática, ou</p><p>seja, o usuário utilizava a internet apenas como es-</p><p>pectador, não havia poder algum de interação.</p><p>Guizzo (1999), afirma que essa geração tem ori-</p><p>gem logo no início da popularização da internet,</p><p>quando ela passou a ser disponibilizada como veí-</p><p>culo de comunicação.</p><p>Com o avanço tecnológico e com o aumento de</p><p>acessos à Internet, houve a necessidade de expandir</p><p>a velocidade de banda para a garantia da integri-</p><p>dade da informação. Primo (2007) complementa,</p><p>afirmando que esses fatores contribuíram para que</p><p>as páginas web ficassem mais robustas, acessíveis e</p><p>mais interativas. Entende-se, portanto, a transição da</p><p>Web 1.0 para a segunda fase, chamada de Web 2.0,</p><p>ou geração 2.0, no início dos anos 2000.</p><p>Web 2.0 ou Geração 2.0</p><p>Segundo Primo (2007), a Web 2.0 transformou a ma-</p><p>neira de se consumir a internet. As formas de publi-</p><p>cação, compartilhamento e organização das infor-</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>40</p><p>mações passaram a ser mais autônomas por parte dos usuários. Nessa geração,</p><p>foi possível identificar algumas novas plataformas, que poderiam ser utilizadas</p><p>para monetização, como, por exemplo, blogs, redes sociais etc. Essa geração foi</p><p>muito importante para a área da comunicação.</p><p>Vamos conhecer as características da geração 2.0, sob a perspectiva dos au-</p><p>tores O’Reilly (2005) e Primo (2007):</p><p>• interfaces ricas, agradáveis e de fácil utilização;</p><p>• o sucesso da ferramenta depende do número de usuários, por se tratar</p><p>de ferramentas de conteúdo colaborativo;</p><p>• baixo custo e gratuidade na maioria dos sistemas disponibilizados;</p><p>• crescente utilização e construção de páginas pessoais (blog);</p><p>• acesso e edição mútua das informações;</p><p>• rápidas transformações (quase instantâneas) das informações e conteú-</p><p>do das páginas;</p><p>• os aplicativos podem funcionar on-line ou off-line;</p><p>• criação de comunidades de pessoas, que se interessam por determinado</p><p>assunto;</p><p>• crescente utilização de aplicativos web dentro de ambientes empresariais;</p><p>• facilidade de compra e acesso a produtos pela ascensão da utilização do</p><p>comércio eletrônico, e-commerce 3;</p><p>• utilização de Tags4 em quase todos os aplicativos.</p><p>A Web 2.0 enfatiza o trabalho colaborativo. Nessa geração, surge uma internet</p><p>mais interativa.</p><p>Web 3.0 ou Web Semântica</p><p>Souza e Alvarenga (2004) dizem que a web 3.0 tem como principal objetivo resolver</p><p>problemas na recuperação de dados nas páginas disponíveis no ambiente WWW.</p><p>Quem idealizou o conceito de Web 3.0, ou Web Semântica, foi Tim Berners-Lee,</p><p>em 2001. Pai da World Wide Web, ele apelidou essa geração de Web Inteligente.</p><p>41</p><p>Os autores afirmam que os mecanismos de busca da Web 3.0 reúnem infor-</p><p>mações de diferentes bancos de dados, processam esses dados e produzem novos</p><p>conteúdos automaticamente, o que garante a associação de elementos, que, a</p><p>princípio, não estariam relacionados.</p><p>Para que essas buscas sejam realizadas nos padrões da web semântica, é ne-</p><p>cessário o uso de metadados que, na perspectiva de Santos e Alves (2009), são</p><p>a informação estruturada sobre recursos de informação, ou seja, associação de</p><p>dados a objetos que auxiliam seus atributos. A falta de homogeneidade semântica</p><p>é considerada um dos problemas mais difíceis de se resolver, devido à complexi-</p><p>dade de se integrar as informações.</p><p>Essa geração é considerada uma web colaborativa em tempo real, ou seja,</p><p>informações trocadas na web 2.0 são utilizadas para personalização dos dados,</p><p>automatizando assim tarefas rotineiras dos usuários.</p><p>Web 4.0</p><p>Segundo Nascimento e Quintão (2011), a web 4.0 é um gigantesco sistema opera-</p><p>cional inteligente e dinâmico, que irá suportar as interações dos indivíduos, utili-</p><p>zando os dados disponíveis, instantâneos ou históricos, para propor ou suportar</p><p>a tomada de decisão, com base em um complexo sistema de inteligência artificial.</p><p>Diante do conceito apresentado, é possível definir que a quarta geração da</p><p>web busca soluções para questões ainda não levantadas, ou problemas que ainda</p><p>não existem. Completando a perspectiva do autor, essa geração da web é, por-</p><p>tanto, baseada muito mais em hardware do que em software.</p><p>Segundo Lisboa (2009 apud NASCIMENTO; QUINTÃO, 2011, p. 7-8), a</p><p>Web 4.0 oferece transparência global, governança, distribuição, participação,</p><p>colaboração na indústria, redes políticas e sociais e outros esforços importan-</p><p>tes da comunidade, porém algumas questões, como invasão de privacidade</p><p>(acesso</p><p>indesejado aos dados pessoais), controle (sem administrador global),</p><p>dependência da tecnologia e dos sistemas, sobrecarga (disponibilidade de siste-</p><p>mas de pessoas), são fatores considerados vulneráveis aos usuários e merecem</p><p>consideração e amadurecimento.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 1</p><p>42</p><p>Com as discussões apresentadas até o momento, é possível compreender que para se</p><p>refletir a respeito das produções audiovisuais da atualidade, é necessário uma volta</p><p>ao passado. Esse exercício de se entender o passado nos faz refletir sobre a sociedade</p><p>e sobre o quanto ela foi impactada pelo avanço da tecnologia e dos meios de comu-</p><p>nicação. Hoje, não faz muito sentido a comunicação por carta, até mesmo a ligação</p><p>via telefone está sendo substituída pela realizada por meio de aplicativos on-line.</p><p>O vídeo exerce um papel fundamental na captação e criação de sons e ima-</p><p>gens. Embora, desde a década de 1970, ele faça parte de nossas vidas de uma</p><p>forma natural, ainda está restrito a uma pequena parcela da população, que tem</p><p>acesso a essa tecnologia, configurando-se um fator de segregação social a ser</p><p>levado em consideração.</p><p>Partindo por esse viés, é possível inserir a linguagem audiovisual na socie-</p><p>dade. Por meio de ações em comunidades, podemos despertar o interesse de</p><p>seus integrantes para o da tecnologia audiovisual e desenvolver neles a reflexão</p><p>crítica sobre a sua linguagem. Com isso, podemos formar cidadãos conscientes</p><p>do papel da mídia na construção de seus olhares, ora como meros espectadores,</p><p>ora como produtores de um discurso audiovisual próprio.</p><p>Agora chegou o momento de dar o play no seu conheci-</p><p>mento. Acesse o podcast e fique por dentro de mais con-</p><p>ceitos sobre produtos audiovisuais nativos. Vamos lá!</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13275</p><p>Chegou o momento da nossa avaliação. Para tanto, sugiro que elabore um Mapa</p><p>Mental. Você sabe o que é Mapa Mental?</p><p>Mapa mental são diagramas que relacionam diferentes informações a uma fonte</p><p>central. É uma ótima forma de estruturar conhecimentos e organizá-los. Ele é confec-</p><p>cionado a partir de uma ideia central, que vai se ramificando. Veja o exemplo a seguir</p><p>e faça o seu, mas lembre-se de que o tema apresentado no exemplo é só um modelo.</p><p>Também não é obrigatório desenhar, pois a ideia é que você entenda o tema central</p><p>e crie seu próprio esquema.</p><p>A proposta da avaliação é que você realize um resumo de tudo o que estudamos</p><p>a partir da palavra central audiovisual, ramificando os conceitos pela história, esté-</p><p>tica, televisão, convergência e Internet. Não se esqueça de que podemos subdividir</p><p>as informações a partir da primeira ramificação, por exemplo, dentro de internet, é</p><p>possível ramificar as gerações web: Web 1.0, Web 2.0 etc.</p><p>Web 2.0</p><p>Educação Sec XXI</p><p>Mídias Sociais/</p><p>Redes Sociais</p><p>Blogs</p><p>Wiki</p><p>Moodle</p><p>Twitter</p><p>Wikispaces</p><p>Podcast</p><p>Podomatic</p><p>programa de áudio</p><p>todos</p><p>podem ser</p><p>exige</p><p>favorece</p><p>Colaboração e</p><p>Cooperação</p><p>emissor/</p><p>receptor</p><p>autoria</p><p>escrita</p><p>coletiva</p><p>necessária para sinônimo</p><p>disponibiliza</p><p>precisa</p><p>Vamos lá! Agora é com você!</p><p>Elabore um mapa mental do conteúdo que tratamos nesta unidade de aprendi-</p><p>zagem. Não se esqueça de pensar muito bem no tema central, antes da ramificação.</p><p>Não deixe nada de fora.</p><p>2O universo das</p><p>experiências</p><p>inovadoras no</p><p>audiovisual</p><p>contemporâneo</p><p>Me. Fernanda Sutkus de Oliveira Mello</p><p>Em tempos em que empresas respiram tecnologia, pensar em ino-</p><p>vação em um dos principais meios de comunicação é primordial. É</p><p>realidade identificar que boa parte da nossa comunicação, em poucos</p><p>anos, será realizada em sua totalidade por meio dos vídeos, espe-</p><p>cialmente, por conta das possibilidades apresentadas por aplicativos</p><p>e plataformas, impulsionadas pelos smartphones. Você já se imagi-</p><p>nou vivendo em um mundo totalmente interativo? Onde consegue</p><p>qualquer tipo de informação com apenas um clique? Nesta unidade,</p><p>vamos refletir sobre experiências inovadoras no audiovisual. Além</p><p>disso, vamos entender os cenários existentes e como inovar. Estão</p><p>preparados(as)? Então, vamos lá!</p><p>UNIDADE 2</p><p>46</p><p>Recordo-me de que pelos comerciais na TV, nos intervalos dos meus programas</p><p>preferidos, me interessava facilmente por um produto, mesmo sem conhecê-lo,</p><p>apenas por meio da imagem e do áudio.</p><p>É possível enxergar, na produção audiovisual, um grande alicerce de propa-</p><p>gação na comunicação de produtos e serviços. Podemos pensar que a produção</p><p>audiovisual se desenvolve em duas frentes: a tecnológica e a cognitiva.</p><p>Juntando as frentes tecnológica e cognitiva, temos experiências significativas</p><p>aplicadas à comunicação. Podemos perceber essa união de forma nítida na pu-</p><p>blicidade. É possível, por meio do audiovisual, despertar sentimentos e desejos.</p><p>Diante disso, como podemos utilizar a produção audiovisual, aliando as duas</p><p>frentes (tecnológica e cognitiva) de seu desenvolvimento? Quais as possibilidades</p><p>há de inovar e despertar sentimentos nas pessoas?</p><p>Enquanto refletimos um pouco sobre o poder que possuem produções au-</p><p>diovisuais de publicidade televisiva de despertar emoções, podemos pensar que,</p><p>nos dias atuais, além da TV, temos outras mídias de interação com nosso público.</p><p>Uma delas é a Internet.</p><p>Pensando que grande parte do faturamento das produtoras de vídeos no país</p><p>vêm da publicidade, uma das oportunidades que surge no atendimento às em-</p><p>presas é o marketing de conteúdo, uma maneira criativa para que as empresas</p><p>falem mais sobre seus produtos.</p><p>As produtoras de vídeo enxergaram essa estratégia como um novo negócio</p><p>para aproximar as empresas de seus clientes, oportunizando o crescimento nas</p><p>vendas de seus produtos/serviços.</p><p>Existe uma ligação entre o storytelling, o marketing e o audiovisual. Com a</p><p>evolução dos meios de comunicação, podemos utilizar o marketing de conteúdo</p><p>para contar histórias e entregar valor para os usuários.</p><p>Pensando em inovação, como podemos trabalhar o audiovisual para ino-</p><p>varmos em nosso meio? Hoje, temos a possibilidade de produzir longas ou</p><p>curtas-metragens de uma forma muito mais acessível que anteriormente, pois</p><p>a tecnologia nos permite isso. O desafio é ter criatividade no roteiro, na idea-</p><p>lização e no contexto.</p><p>Vamos praticar? Olhe ao seu redor. O que poderia ser significativo para sua</p><p>sociedade? Pense em uma história que possa transmitir sentimentos a um pú-</p><p>blico-alvo. Apresente fundamentos a essa história. Reflita sobre como transmitir</p><p>a mensagem de forma inesquecível.</p><p>47</p><p>Além da ideia e mensagens para transmiti-la, você precisará desenvolver a</p><p>sua habilidade de contar histórias capazes de encantar as pessoas. Para isso, uma</p><p>das melhores técnicas existentes é o storytelling.</p><p>Após sua experiência, peço que reflita e anote no diário de bordo suas obser-</p><p>vações sobre as seguintes reflexões: Você já parou para pensar como será o futuro</p><p>em relação às mídias? Qual a sua visão a respeito da interação da humanidade</p><p>com os meios eletrônicos? Qual o futuro das telas e da comunicação?</p><p>Antes de iniciarmos, precisamos dialogar sobre as frentes tecnológica e cognitiva.</p><p>Sabemos que a indústria inova a todo momento a fim de disponibilizar os</p><p>melhores equipamentos para os produtores audiovisuais, para que, assim, eles</p><p>possam aplicar suas ideias por meio de um leque de possibilidades.</p><p>A frente cognitiva busca novas formas de utilizar os meios tecnológicos para a</p><p>oferta de produtos inovadores, a fim de despertar interesse e emoção no público. Os</p><p>atributos que se destacam são: artístico, intelectual, psicológico e técnico. Sabemos</p><p>que desde a criação do cinema o audiovisual representa uma opção de entreteni-</p><p>mento para o público e uma ferramenta de conexão entre consumidores e marcas.</p><p>Essa relação evoluiu da interrupção para outros formatos, que vão desde a</p><p>inserção direta de produtos até mesmo a inclusão em um roteiro. Segundo o blog</p><p>Pristina.org (2015), em julho de 1941, foi ao ar, nos Estados Unidos, o primeiro</p><p>comercial de TV, uma vinheta de 10 segundos para a marca Bulova. O comercial</p><p>tornou- se a maior fonte de faturamento</p><p>publicitário a partir de então.</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>48</p><p>Segundo Kotler (2010), em meados dos anos 2000, surge a publicidade em ví-</p><p>deo para a web. Em 2010, com o lançamento da rede social Instagram, os anúncios</p><p>em vídeo crescem em popularidade, e passamos a viver na era da participação e</p><p>da sociedade criativa. Isso significa que estamos mais próximos dos clientes. Com</p><p>a parametrização da mídia, portanto, o branded content se consolidou como</p><p>ação de marketing para marca e, em projetos mais elaborados, os anunciantes</p><p>passaram a integrar o roteiro das produções.</p><p>Diante de tanta novidade, é preciso conhecer cada proposta para identificar as necessida-</p><p>des e possibilidades de cada produção audiovisual, pensando em prender a atenção do</p><p>usuário e também produzir sentimentos. Algumas estratégias são: o storytelling; o branded</p><p>content e o marketing de conteúdo.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Maturana e Varela (1995) afirmam que a linguagem se fundamenta nas emo-</p><p>ções e é a base para a convivência humana. Na perspectiva deles, os seres humanos</p><p>têm uma organização fechada operacionalmente, que eles denominam organi-</p><p>zação autopoiética, pois eles se caracterizam por produzirem-se continuamente</p><p>a si mesmos – o que indicamos ao chamarmos a organização que os define de</p><p>organização autopoiética.</p><p>Com isso, queremos dizer que, apesar de dependermos de um meio para nos-</p><p>sa existência e trocas de materiais, estamos fechados para esse meio, e tudo o que</p><p>vivenciamos determina a nossa estrutura e a nossa linguagem, que muda frequen-</p><p>temente, ou seja, somos seres que precisamos nos adaptar a toda essa inovação.</p><p>49</p><p>Para Maturana e Varela (1995), o fenômeno da linguagem só pode ser observado</p><p>em comunidades que possuem uma história de interações. Esse posicionamento</p><p>é reforçado quando precisamos do relacionamento da linguagem com o ato de</p><p>narrar, e, principalmente, ao narrar por meio de uma produção audiovisual. A</p><p>narrativa auxilia as pessoas a se identificarem como parte de uma sociedade atra-</p><p>vés do fenômeno da linguagem, e também a realizar as ações que possibilitam a</p><p>descrição, imaginação ou relato de uma história.</p><p>Bruner (1997) complementa dizendo que isso só é possível porque as pes-</p><p>soas fazem uso de sistemas simbólicos, profundamente enraizados na cultura</p><p>e na linguagem, para construir significados e sistemas, que já existiam antes</p><p>mesmo de que elas nascessem.</p><p>Aumont (1995) afirma que:</p><p>“ A narrativa fílmica é um enunciado que se apresenta como discurso,</p><p>pois implica, ao mesmo tempo, um enunciado (ou pelo menos um</p><p>foco de enunciação) e um leitor-espectador. Seus elementos estão,</p><p>portanto, organizados e colocados em ordem de acordo com muitas</p><p>exigências: em primeiro lugar, a simples legibilidade do filme exige</p><p>uma “gramática” (trata-se aí de uma metáfora), a fim de que o espec-</p><p>tador possa compreender, simultaneamente, a ordem da narrativa e</p><p>a ordem da história (AUMONT, 1995, p. 106).</p><p>A empresa Corning, que fabrica vidros protetores de alta resistência, mostra qual a sua</p><p>visão de como será a interação da humanidade com os eletrônicos, com a ajuda de dis-</p><p>positivos touchscreen. Já assistiu à série de vídeos One day made of glass (um dia feito de</p><p>vidro)? Antes de responder às questões no Diário de Bordo, por favor, assista aos vídeos:</p><p>A day made of glass 1 - https://www.youtube.com/watch?v=wk146eGRUtI</p><p>A day made of glass 2 - https://www.youtube.com/watch?v=X-GXO_urMow</p><p>Os vídeos têm mais de 100 mil acessos e mostram a rotina das pessoas em um futuro ain-</p><p>da não definido, mas que talvez esteja mais próximo do que imaginamos. O foco está na</p><p>usabilidade, uma vez que os dispositivos devem se integrar perfeitamente à normalidade</p><p>do cotidiano das pessoas, em casa, no trabalho e no lazer.</p><p>EXPLORANDO IDEIAS</p><p>UNICESUMAR</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=wk146eGRUtI</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=X-GXO_urMow</p><p>UNIDADE 2</p><p>50</p><p>O autor complementa ainda dizendo que a imagem é feita para ser olhada e são</p><p>seus elementos plásticos – sua superfície, gama de valores e cores – que a carac-</p><p>terizam como conjunto das formas visuais que permitem sua construção.</p><p>É importante saber que a produção audiovisual trabalha sua linguagem para</p><p>levar o seu público-alvo a consumir um produto carregado de significações e</p><p>valores, que foram transformados em bens de consumo pela indústria cultural.</p><p>O que pode ser considerado inovador na área de produção audiovisual?</p><p>Na verdade, não existe uma “fórmula mágica” para a inovação, já que ela seria,</p><p>assim, totalmente contra a própria definição. Existem algumas dicas para identi-</p><p>ficar problemas do mercado e técnicas para a criação de soluções.</p><p>Precisamos ter uma visão sistêmica para analisar a produção audiovisual.</p><p>Para isso, é importante também que fiquemos atentos às principais tendências</p><p>tecnológicas atuais e às mudanças da cadeia produtiva do audiovisual.</p><p>A seguir, você conhecerá três possibilidades de utilização do produto</p><p>audiovisual associado à publicidade e propaganda, porém, antes disso, vamos</p><p>refletir um pouco mais?</p><p>Você sabe o que é videomarketing?</p><p>O videomarketing tem como função transmitir uma mensagem, com o objetivo de</p><p>promover uma marca, um produto/serviço ou um negócio. Valente (2022) afirma que,</p><p>atualmente, as redes sociais surgem como oportunidades para que as marcas possam</p><p>ampliar a audiência e, assim, conquistar audiência e novos consumidores. A estratégia</p><p>do videomarketing é uma excelente ferramenta, visto que ela auxilia a estabelecer o</p><p>engajamento do consumidor com a marca, além de ajudar a empresa em sua divulgação.</p><p>Portanto, essa estratégia alia conceitos de marketing e publicidade de forma</p><p>a conquistar e atrair o público, por meio de mensagens impactantes. Trata-se de</p><p>despertar emoções, pois, afinal, os sentimentos são um gatilho fundamental para</p><p>a tomada de decisão de compra dos consumidores.</p><p>Storytelling</p><p>Sabemos que storytelling é a capacidade de contar histórias relevantes, ou, ainda,</p><p>de desenvolver ou adaptar uma história, utilizando elementos específicos — per-</p><p>sonagem, ambiente e conflito, com começo, meio e fim — para transmitir uma</p><p>mensagem de forma inesquecível em nível emocional.</p><p>51</p><p>Antes de avançarmos, é interessante entender o significado do termo storytel-</p><p>ling. Castro (2013) afirma que story refere-se a uma história, fato ou ocorrido,</p><p>enquanto telling é a reprodução, o contar ou transmitir essa história por meio de</p><p>imagens ou outros recursos, que ajudem a manter o interesse dos espectadores.</p><p>É necessário uma conexão e sequência lógica entre as ideias que compõem a</p><p>narrativa para que, dessa forma, a história não se dilua. Se pensarmos bem, a técnica</p><p>do storytelling é bem antiga. Historiadores acreditam que o ato de contar histórias</p><p>dentro da evolução humana tenha surgido a aproximadamente cem mil anos, entre</p><p>os homens primitivos, para transmitir e compartilhar informações e conhecimento.</p><p>“ Storytelling é o velho hábito de contar histórias. Os nossos ancestrais</p><p>já tinham esse hábito, quando, ao fim de cada dia, se reuniam em</p><p>volta das fogueiras e contavam suas fantásticas caçadas e vitórias. Já</p><p>naquele tempo, essa era a maneira de legitimar uma liderança por</p><p>meio da referência. A história seria ainda para perpetuar práticas</p><p>e conhecimentos arraigados àquelas culturas, tão necessários à so-</p><p>UNICESUMAR</p><p>UNIDADE 2</p><p>52</p><p>brevivência dos grupos, e que esses líderes repassavam dentro de</p><p>suas histórias. Storytelling é a arte de contar uma história, ou seja,</p><p>por meio da palavra escrita, da música, da mímica, das imagens, do</p><p>som ou dos meios digitais (MCSILL, 2013, p. 31).</p><p>Exemplos da importância do storytelling na Antiguidade são apresentados por</p><p>Berger (2014). Ele diz que, ao estudarmos o estilo de vida do cidadão grego no</p><p>período de 1000 a.C., é possível perceber que as técnicas de narrativa tinham</p><p>um papel importante como meio de entretenimento e propagação de histórias.</p><p>Devido a sua importância, a população costumava se reunir nos anfiteatros para</p><p>ouvir essas fascinantes narrativas épicas</p>

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