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<p>27/08/2024, 15:19 Imprimir Aula 1 RELAÇÃO ENTRE MÍDIAS AUDIOVISUAIS E PUBLICIDADE A complexidade de comunicação resultou no desenvolvimento de meios técnicos de comunicação que usam sistemas próprios de linguagem. 42 minutos INTRODUÇÃO Olá, estudante! homem desenvolveu diferentes sistemas de comunicação que lhe tornaram possível a vida social. Entre todos os sistemas de comunicação, os mais importantes são: a fala e a linguagem humanas. E é através da linguagem que os pensamentos podem se organizar e novos surgirem. No entanto, a fala e a escrita não são os nossos únicos sistemas de comunicação. A complexidade de comunicação resultou no desenvolvimento de meios técnicos de comunicação que usam sistemas próprios de linguagem. Por exemplo, se na fala e escrita temos o alfabeto, na linguagem audiovisual temos regras específicas que norteiam a narrativa de filmes e outros produtos que derivam desse formato. E são essas as regras que iremos estudar, no intuito de sabermos optar pela melhor escolha e possibilidade de expressarmos um pensamento ou uma ideia através de mídias audiovisuais. MÍDIAS AUDIOVISUAIS: DEFINIÇÕES Para entendermos o que significa mídias audiovisuais, começaremos nossa discussão com a compreensão do que seria meios de comunicação. conjunto de diferentes meios de comunicação é o que chamamos de mídia. Essa breve definição explica a frase "estar na mídia", ou seja, determinada mensagem está em diversos meios de comunicação. conceito de meio de comunicação foi talhado, de forma mais definitiva, por Marshall McLuhan na longínqua década de 1960. Ele dizia que os aparatos que usamos são extensões do nosso corpo. Exemplificando para ficar mais claro, seria mais ou menos assim: a roupa, extensão da pele; a ferramenta, extensão das mãos, etc. De forma análoga, os meios de comunicação são extensões dos nossos cinco sentidos. Dessa forma, a TV e o cinema são extensões da visão. rádio, extensão da audição. jornal e revista, extensões da visão também. telefone, da fala. E à medida que os meios vão incorporando os avanços tecnológicos, eles passam a ser extensões mais próximas do nosso sistema nervoso central, ou seja, do cérebro.</p><p>27/08/2024, 15:19 Nesse ponto, podemos citar os computadores e celulares, verdadeiros depositórios de nossa memória. O desenvolvimento dos meios de comunicação está norteado por uma simbiose cada vez maior entre as características dos meios de comunicação e a biologia humana, como se umas fossem as extensões da outra. Podemos até não perceber, mas os meios de comunicação estão continuamente cumprindo esse propósito: um dos aprimoramentos do rádio, da TV e do cinema foi a programação via streaming com sinal de alta resolução nesse novo formato, consumimos imagens e sons mais próximos da realidade da experiência sensória e real. A TV contemporânea tem imagens mais próximas da qualidade com que nossos olhos enxergam, mas quando a holografia se tornar um processo tecnicamente viável e barato, isso fará com que as pessoas não achem a mínima graça em ver cinema e TV, mesmo em 3D, pois poderão ver imagens que se confundem com a realidade. No caso da internet, por ser um produto oriundo da tecnologia, já nasceu aprimorada, incorporando em si uma série de recursos e funções que vão muito além do que os tradicionais meios de comunicação suportam e contêm. A internet é a mais próxima predição de McLuhan quanto ao destino dos meios, no futuro, serem extensões do nosso cérebro. E o nosso cérebro, a cada dia, quer informações mais rápidas, mais organizadas para poder decidir o que quer receber e como interagir. Os meios, ao alterar o nosso ambiente de comunicação, fazem germinar em nós percepções sensoriais de agudeza única. O prolongamento de qualquer de nossos sentidos altera nossa maneira de pensar e de agir e o modo de percebermos o mundo. Todos os meios agem sobre nós de forma peculiar e distinta. Eles são tão penetrantes que suas consequências pessoais, políticas, econômicas, estéticas, psicológicas, morais, éticas e sociais não deixam qualquer fração de nós mesmos intocada ou inalterada. Toda compreensão das mudanças sociais e culturais é impossível sem o conhecimento do modo de atuar dos meios como o meio ambiente. Por essa razão, é indispensável conhecermos em detalhes as peculiaridades de cada um dos meios de comunicação que temos à nossa disposição para, de forma eficiente, atingirmos nosso interlocutor de maneira impactante e eficaz. VIDEOAULA: MÍDIAS AUDIOVISUAIS: DEFINIÇÕES Neste material será esboçada de forma mais prática e com exemplos as ideias trabalhadas no bloco, o que são meios de comunicação e suas particularidades. A proposta é demonstrar como cada meio de comunicação possui características únicas e uma linguagem singular. Por essa razão, faz-se necessário ter o domínio desta para garantir a eficácia da mensagem. Videoaula: Mídias audiovisuais: definições Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. MÍDIAS AUDIOVISUAIS: CARACTERÍSTICAS</p><p>27/08/2024, 15:19 As mídias audiovisuais são aparatos cuja finalidade é propagar e difundir a Geralmente quando uma nova mídia (meio de comunicação) é criada, sua utilidade é puramente lúdica ou de entretenimento. Tomemos como exemplo o cinema, na época da criação do cinematógrafo (equipamento que originou os modernos projetores), esse aparato era exibido em feiras de ciências ou variedades apenas como um reprodutor de imagens em movimento. Como ainda não havia desenvolvido uma linguagem própria, não possuía capacidade narrativa. As pessoas se interessavam apenas pela nova curiosidade tecnológica. Os filmes, naquela época, precisavam ser acompanhados por um narrador que explicava o que se via na tela, o que reforça a falta de narratologia desses primeiros filmes. Com o desenvolvimento tecnológico das mídias, estas acabam por ser, aos poucos, incorporadas no cotidiano das pessoas e são usadas para entrar em contato umas com as outras e para passar mensagens importantes ou estreitar distâncias. É praticamente impossível concebermos o contemporâneo sem os smartphones no passado, porém, não era bem assim. A falta de uma rede estável e de sinal via satélite impediam de explorar esse aparelho em todo o seu potencial. Era apenas uma curiosidade ou sinal de status. desenvolvimento tecnológico das novas mídias e o aprimoramento de suas possibilidades comunicativas permitem que os veículos de comunicação acabem por se fundir e criar verdadeiras teias comunicacionais, o que chamamos de mídia. A televisão tradicional, por exemplo, acabou sendo plasmada com a internet, o que assistimos na televisão é praticamente o mesmo conteúdo que podemos explorar na internet, uma é praticamente o prolongamento de outra. Normalmente classificamos as mídias da seguinte forma: com relação ao seu uso e, também, por sua natureza. Dessa forma, temos mídias de uso individual, aquelas usadas para comunicação interna e para relações interpessoais simples e bastante direcionadas (e-mail, telefone, etc.) e as mídias de massa voltadas para comunicação externa, mais ampla e irrestrita (por vezes não direcionadas), com o intuito de atender ao maior número de pessoas possível (jornal, revista, rádio, televisão e internet, etc.). Com relação à natureza, podemos classificar as mídias da seguinte forma: Mídias impressas: jornais, livros e revistas. Mídias sonoras: rádio, telefone e podcast. Mídias audiovisuais: televisão, cinema e streaming. Multimídias: TV digital e internet. As mídias audiovisuais modernas têm como característica principal a pluralidade de uso e natureza. O aperfeiçoamento das tecnologias de comunicação a distância permitiu que diferentes mídias se interconectassem e encurtaram o tempo de emissão, recepção e resposta de comunicação. Outra característica importante é o multiformato, dificilmente temos mídias de natureza única, a maioria apresenta linguagem híbrida. Essa possibilidade faz com que nos informemos e tenhamos, ao mesmo tempo, acesso ao entretenimento.</p><p>27/08/2024, 15:19 Essa é uma característica inerente ao nosso mundo contemporâneo, a pluralidade de tarefas e respostas aos estímulos comunicacionais. Por esse motivo, é tão importante termos conhecimento mais aprofundado sobre as mídias atuais, para nos conectarmos com mais eficácia e propriedade com nossos interlocutores. VIDEOAULA: MÍDIAS AUDIOVISUAIS: CARACTERÍSTICAS Neste vídeo, iremos apresentar brevemente exemplos de como as mídias evoluíram tecnologicamente e criaram novas possibilidades de estreitar a comunicação entre pessoas. Explicaremos, também, a diferença entre usos e natureza das mídias e de como, no contemporâneo, essa divisão se estreitou potencializando a velocidade da comunicação e interação. Videoaula: Mídias audiovisuais: características Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. CONTEÚDOS E TRANSFORMAÇÕES NAS NARRATIVAS PUBLICITÁRIAS, IMAGEM EM MOVIMENTO A interação entre o público e os veículos de comunicação sempre existiu, em épocas mais remotas não se efetuava com tanta interatividade como hoje observamos. O público desses primeiros meios de comunicação procuravam manter um diálogo com os produtores de conteúdo de diversas maneiras. Por exemplo, os leitores de jornais utilizavam as cartas para exprimirem suas opiniões, ouvintes de programas radiofônicos telefonavam para as emissoras para solicitar músicas de sua preferência ou para exprimir alguma opinião em programas de calouros. A necessidade de expressão dos receptores sempre foi importante e, à medida que os suportes midiáticos foram incorporando mais recursos tecnológicos, essa comunicação foi se estreitando, como pode ser conferido com a atual realidade dos meios digitais. A publicidade é uma ferramenta de comunicação com fins eminentemente comerciais e institucionais em constante mudança e adaptação, em sua forma e conteúdo, em tecnologia e linguagem. Fazer uso de referências retiradas de obras eventualmente artísticas é algo comum, principalmente em relação à produção audiovisual. O uso de referências é prática constante para chegar às soluções criativas que anunciam os produtos/serviços. A publicidade incorporou a linguagem audiovisual, motivada em grande medida, por conta da complexidade dos produtos divulgados nas campanhas. Se tomarmos como exemplo campanhas muito antigas, iremos perceber que os produtos divulgados eram, em sua maioria, bens de consumo não duráveis: sabonetes, comidas, bebidas, roupas e diversos outros produtos de uso diário. Descrever as características desses produtos não era uma tarefa tão complicada, a criatividade estava em distinguir ou criar uma identidade própria para cada um deles. Como eram produtos de uso cotidiano, o público compreendia, com certa facilidade, o que os anunciantes estavam informando. Bastava uma boa descrição, verbal ou sonora, para que as pessoas compreendessem a qual categoria o produto pertencia. Em determinadas situações, uma imagem estática era mais que suficiente para ilustrar e diferenciar o produto ou, ainda, dar uma dimensão mais exata daquilo que se estava comunicando.</p><p>27/08/2024, 15:19 No entanto, a complexidade dos novos produtos, principalmente os tecnológicos, passou exigir do anunciante uma descrição muito mais detalhada e concreta e, por vezes, uma demonstração do produto e seu uso. Tomemos os antigos filmes publicitários que apresentavam as novidades em eletrodomésticos. Para nós, hoje, parece um tanto improvável que uma pessoa desconheça o funcionamento de produtos tão comuns em nossa rotina, porém, naquela época, o público não compreendia a necessidade e a forma de utilizar esses aparelhos. Por essa razão, os filmes publicitários se tornaram importantes, pois era necessário ver a ação de uso para convencer o espectador acerca da utilidade e necessidade de um produto tecnológico. A linguagem audiovisual ainda hoje é fundamental, pois através dela é possível simular o uso e demostrar as facilidades em solução de problemas que a tecnologia é capaz de fornecer. VIDEOAULA: CONTEÚDOS E TRANSFORMAÇÕES NAS NARRATIVAS PUBLICITÁRIAS, IMAGEM EM MOVIMENTO Iremos apresentar a importância da narrativa audiovisual como estratégia de convencimento e persuasão para venda de produtos mais complexos que envolvam tecnologia. Vamos demonstrar historicamente como foi a evolução dos produtos em nossa sociedade de consumo e a necessidade da publicidade em buscar soluções criativas através de veículos audiovisuais. Videoaula: Conteúdos e transformações nas narrativas publicitárias, imagem em movimento Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. ESTUDO DE CASO Agora que entendemos a importância das mídias audiovisuais para apresentar nos produtos, principalmente aqueles relativos a novas tecnologias, vamos pensar como seria a publicidade de um novo smartphone com tecnologia 5G para um leigo no assunto. Um consumidor resistente à tecnologia e que não percebe nenhuma vantagem em migrar para uma nova tecnologia. Tendo essa situação proposta, como podemos usufruir da linguagem das mídias audiovisuais para vendermos esse produto? RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO Lembrando do perfil desse consumidor hipotético, resistente à tecnologia e que desconhece termos técnicos e funcionalidades da nova tecnologia, o ideal seria criarmos um pequeno vídeo tutorial. O filme publicitário tradicional funcionaria apenas para os usuários de tecnologia ou, principalmente, para pessoas que precisam desse recurso para trabalho ou entretenimento. O consumidor retardatário, muitas vezes, não percebe a</p><p>27/08/2024, 15:19 Nesse caso, um pequeno filme de no máximo 3 minutos comparando as tecnologias e demonstrando novas potencialidades é o ideal. E não precisamos nos preocupar com muitos recursos imagéticos, como efeitos visuais e cenografia. Aliás o ideal é um vídeo simples e com um apresentador com boa oratória, quando muito, podemos criar telas de fundo evidenciando as principais diferenças. Porém, a tônica do vídeo deve ser sempre uma conversa informal, a linguagem persuasiva deve, sempre que possível, não ser utilizada. A explicação e a dica para a mudança devem ser o objetivo principal. Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 6d Saiba mais Para saber mais sobre a relação das mídias audiovisuais e a publicidade, explore os links abaixo. Assim, você entenderá, também, os procedimentos básicos da edição de vídeos. ENTENDA as mídias de audiovisual Fundamentos da Edição EP19. [S. S. n.], 2019. 1 vídeo (8 min.). Publicado pelo canal AvMakers. EVOLUÇÃO da publicidade no audiovisual. Meio & Mensagem. SABINO, J. L. M. F.; DAVID, G. S.; PÁDUA, F. L. C. potencial da imagem televisiva na sociedade da cultura audiovisual. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação [online]. 2016, V. 39, n. 2, pp. 65-80. Aula 2 o RÁDIO E os FORMATOS DE PUBLICIDADE rádio digital e os podcasts são de grande importância e têm boa aceitação e receptividade nos dias de hoje, por isso, iremos, então, estudar o rádio em suas origens para entendermos melhor o atual cenário. 42 minutos INTRODUÇÃO Olá, estudante! Quando pensamos em rádio, logo associamos essa mídia com algo ultrapassado e, provavelmente, obsoleto. Isso não é verdade, o rádio mudou muito sim, a seguir iremos entender a história do rádio tradicional, que,</p><p>27/08/2024, 15:19 podcasts são de grande importância e têm boa aceitação e receptividade no contemporâneo. Iremos, então, estudar o rádio em suas origens para entendermos melhor o atual cenário. BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO O surgimento do rádio no mundo foi uma grande novidade, porque até então não havia outro meio comparável ao novo invento, do qual o rádio pudesse vir a ser o sucessor aperfeiçoado. O rádio, no início, foi destinado a fins exclusivamente educacionais e de formação, pensou-se em transmitir conferências e palestras através do rádio, além de músicas eruditas. Ele foi apresentado no Brasil em 1922 e seu uso foi destinado a atividades estatais de cunho educador A primeira estação de rádio foi instalada na Academia Brasileira de Ciências. A transmissão de programas, bem como a construção de estações era de uso exclusivamente estatal, qualquer difusora não ajustada ao Ministério da Educação era considerada ilegal e tratada como caso de polícia. Essa situação só foi alterada quando nomes ligados à educação e à própria Academia de Ciências entraram com um pedido junto ao Ministério no intuito de liberar a atividade de radiodifusão da esfera estatal. Em 20 de abril de 1923 foi inaugurada a PRA-2, Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, pelos professores E. Roquette-Pinto e Henry Morize e, gradativamente, começaram a surgir pelo território nacional as emissoras-escola, distribuídas por estados e municípios. A atividade radiodifusora ocupou-se de difundir uma programação nacionalista, educadora, nobre e elevada, dentro dos princípios científicos da época. Mário de Andrade, por exemplo, imaginava poder usar a radiofonia para educar artística e musicalmente as massas brasileiras, que na sua opinião era carente em conhecimento de música erudita. Apesar dos esforços de uma elite cultural e artística, esse rádio foi aos poucos sendo eclipsado pelo rádio publicitário e a preocupação pela educação deslocou-se para um plano secundário. Houve, portanto, a substituição gradual do antigo modelo de atividade radiodifusora, sendo o principal motivo a incapacidade da rádio educadora de se sustentar, principalmente quando o fomento estatal foi cortado. No entanto, o novo modelo, baseado em fins comerciais, rádio publicitária era amparado pelo uso de novas tecnologias (que aumentavam o poder de penetração das novas estações com transmissores mais potentes), e pelos interesses ligados à vida econômica, rádio publicitária era patrocinada por empresas que tinham na programação um espaço aberto para fazer anúncios ou até mesmo um programa completo. Associado a atividades comerciais e industriais, o rádio começa a ser utilizado para promover novas necessidades e colaborar para a manutenção e ampliação do mercado interno. O produto principal difundido pela rádio publicitária eram os programas recreativos e principalmente os musicais. Em relação à música, a nova concepção de rádio abriu espaço para a expressão popular, porque enquanto era estatal e educativo, o rádio difundia apenas músicas destinadas ao cultivo de uma arte oficial. Portanto, as novas bases organizadoras do rádio permitiram que esse meio se transformasse num grande veículo de expressão popular e urbana.</p><p>27/08/2024, 15:19 O novo elenco das rádios era preenchido por artistas sem nenhum sentimento de pretensões profissionais, o rádio era apenas um instrumento de vaidade e diversão. Os novos artistas acertavam em cheio o gosto das massas, eles nada mais eram do que artistas populares fazendo música para sua própria gente. As camadas populares, dessa forma, se sentiam representadas e, principalmente, se identificavam melhor com essa nova forma de conceber a programação radiofônica. Essa proximidade com o grande público colaborou sobremaneira com a popularização dessa nova rádio, permitindo a ampliação da programação e, com o apoio da verba publicitário, o surgimento de novos programas e emissoras. VIDEOAULA: BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO Iremos conhecer como foi a introdução da publicidade no rádio e de que forma o conteúdo e o uso do rádio foram completamente alterados. Compreenderemos a importância da atividade comercial para promover e fomentar atividades de cultura e, principalmente, como a cultura pode servir de vínculo e colaborar com o estreitamento entre consumidores e produtos. Videoaula: Breve história do rádio Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. A PUBLICIDADE NO RÁDIO: CARACTERÍSTICAS, FORMATOS E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO PUBLICITÁRIA Durante a década de 1930, com o incremento e a sofisticação dos novos equipamentos, abriu-se uma brecha para a música popular. O interesse comercial de fazer do rádio uma profissão atraiu a atenção de artistas e comerciantes. Como não havia um profissional de rádio, qualquer um podia exercer a função, desde que tivesse interesse de fazer dessa atividade uma profissão. A pouca exigência, quando feita, era apenas aos atores do rádio (anunciantes ou apresentadores patrocinados por uma empresa), que deveriam saber ler e interpretar os textos publicitários. Para eles exigia-se um certo grau de escolaridade; enquanto para o cantor, principalmente para o intérprete de música popular, essa exigência era dispensável. A programação da rádio publicitária por si só já era um atrativo para as pessoas. A procura pelos aparelhos receptores era tão grande que algumas empresas montadoras de rádios criaram consórcios que funcionavam como crediário, portanto qualquer um, com um pouco de sacrifício, podia conseguir seu aparelho. A implementação de novas tecnologias fez crescer o poder de difusão do rádio e não tardou muito para esse meio de comunicação começar a impor sua linguagem, pois estava direcionada a um público irrestrito, ou seja, desde letrados até pessoas de pouca ou nenhuma escolaridade. O auditório do rádio, além da programação, transformou-se então em outra forma de diversão gratuita. O auditório podia ser comparado a uma vitrine, na qual o público podia ficar ainda mais próximo de seu ídolo.</p><p>27/08/2024, 15:19 wlldd221_u3_cri_pub_tv_cin_int A publicidade, em meio ao ambiente tão fértil à criatividade, encontrou facilmente espaço e destaque. A infraestrutura das emissoras necessitava de recursos para se manter e pagar funcionários. Sem o fomento estatal, as emissoras procuraram parcerias com empresas e, em troca de divulgar a marca e os produtos, recebiam fomento. Em um primeiro momento, essa troca era bem simples e direta, uma empresa se intitulava patrocinadora de um determinado programa e seu nome era repetido inúmeras vezes. Dessa forma, o tal programa era anunciado como uma oferta de determinada empresa, marca ou produto: um oferecimento de sabões X, que lavam mais por muito menos. No entanto, essa forma de fazer publicidade foi se tornando um tanto óbvia e desagradável ao ouvinte por conta das insistentes interrupções durante programa. Assim, antes mesmo da fundação das agências de publicidade no país, o departamento de programação musical das rádios passaram a compor pequenas peças musicais, tendo a marca ou o produto como tema. Essas músicas curtinhas, de no máximo um minuto, receberam o nome de jingles. Possuíam poesia simples e rimada, eram de facílima memorização e com extremo apelo à musicalidade. A ideia era penetrar na cabeça do ouvinte para efetivamente não ser esquecida e, principalmente, cantada ou assoviada pelas ruas. Os jingles se tornaram tão populares que alguns tiveram edições em discos, sendo vendidos como se fossem músicas convencionais ou entregues como brinde aos clientes. Essas peças agradavam muito o grande público, principalmente o infantil, algumas delas utilizavam (com a devida licença) melodias já consagradas e conhecidas. Hoje, esse formato praticamente não existe mais, porém, a letra de alguns jingles se associaram tão profundamente com produtos e marcas que acabaram por se transformar em slogans. VIDEOAULA: A PUBLICIDADE NO RÁDIO: CARACTERÍSTICAS, FORMATOS E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO PUBLICITÁRIA Vamos entender como é feita a construção de um jingle e como a musicalidade e a poesia (e artes no geral) podem ser utilizadas como ferramentas estratégicas de diferenciação e, principalmente, sedução ou persuasão. Demonstraremos como melodias e a rima simples podem potencializar as qualidades e diferenciar estrategicamente uma marca ou um produto. Videoaula: A publicidade no rádio: características, formatos e sua relação com a produção publicitária Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. A CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA PARA o RÁDIO: PERSPECTIVAS A internet trouxe novas perspectivas e possibilidades para o rádio e, também, desafios e algumas imposições. surgimento de aplicativos que distribuem músicas a preços muito baixos fez com que a popularidade do rádio fosse eclipsada. música de forma gratuita era um dos grandes atrativos do rádio, no entanto, a excessiva publicidade e de locutores e outras tormas de propaganda tornam a fluidez do prazer</p><p>27/08/2024, 15:19 de consumir músicas sincopadas. Aplicativos atuais, mediante o pagamento de uma mensalidade bastante razoável, permite ao ouvinte escolher uma playlist e ter o prazer de ouvir músicas sem interrupção e, com a grande vantagem, de poder ele próprio montar sua programação. Outro fato importante de ser mencionado, como concorrente da rádio tradicional, é a web rádio e os canais de gravação e difusão de músicas. O barateamento da tecnologia, aliado à sua potencialização, permitiu que artistas que não conseguem atenção das gravadoras tradicionais pudessem mostrar seu trabalho através de canais na internet. Dessa forma, a comercialização e produção de arquivos de áudio no universo virtual e o processo de digitalização das emissoras que atualmente estão, paulatinamente, migrando para o formato digital, está transformando absolutamente a rádio tradicional e, também, eclipsando a importância dessa mídia no cenário cultural. A grande quantidade de informações gerada diariamente e a facilidade com que se tem acesso a elas via internet, amplia o processo da influência dos meios de comunicação. A ansiedade da população é gerada pela quantidade de publicidade em torno das descobertas e dos novos inventos. A internet é responsável não só pelo aumento do volume de informações, mas também pelo formato dos conteúdos e da distribuição radiofônica. Os meios de comunicação tendem a se convergir para a tecnologia digital, migrando conteúdos e adaptando antigos formatos de concepção para novas dimensões impostas pela internet. O maior atrativo das mídias virtuais é a possibilidade de escolha na forma de navegação, com a interação e integração de outras ferramentas, facilitando a relação entre o meio de comunicação e o seu usuário, potencializando a proximidade entre essas mídias, o rádio, por exemplo, e o receptor. A evolução tecnológica permitiu a integração completa do rádio com outras mídias, como a televisão e a internet. O investimento publicitário em rádio pode trazer um considerável retorno, principalmente por conta de seu caráter de estimulante do imaginário. Estamos saturados de tantas imagens, o que faz do som uma opção não convencional e diferenciada. A internet, em seu estágio inicial, praticamente não explorava o som e a linguagem sonora, hoje consumimos músicas e filmes através dela, porém, o domínio da linguagem sonora ainda é um campo a ser explorado. As rádios digitais, bem como os conteúdos de podcast ainda mimetizam a antiga forma de concepção radiofônica. Por esse motivo, podemos dizer que o rádio tem muito potencial, principalmente quanto à credibilidade, pois seu tom de conversa inspira essa segurança. A comunicação via WhatsApp está corroborando com essa tendência, é bem mais comum a troca de mensagens por áudio em detrimento da escrita. O que realmente falta é criatividade para brincar com essa linguagem e seduzir o consumidor por sons e palavras, e a publicidade em tom de conversa tem esse potencial.</p><p>27/08/2024, 15:19 VIDEOAULA: A CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA PARA o RÁDIO: PERSPECTIVAS Neste vídeo, abordaremos as possibilidades enunciativas através da linguagem sonora, com ou sem músicas. O objetivo é apresentar o potencial da linguagem radiofônica e seus desdobramentos desde os primórdios, com a criação de jingles até as novas possibilidades de explorar e, até mesmo, rememorar o uso dessa técnica de anúncio e divulgação de produtos e serviços. Videoaula: A criação publicitária para o rádio: perspectivas Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. ESTUDO DE CASO O termo jingle vem do inglês e significa tinir, retinir, soar. Na linguagem publicitária, entretanto, ele é definido como uma composição musical e verbal de longa (15 a 30 segundos, às vezes, mais, contendo as características de uma canção) ou curta duração (uma frase ou fragmento de frase musical associado a um nome de marca ou de um slogan; são estes respectivamente jingle-assinatura e jingle-slogan) feita especificamente para um produto ou serviço. Nosso áudio documentário se limita às peças enquadradas no formato jingles. Ainda consta no manual da agência Mccan-Erickson (1960), jingle é a combinação entre música e letra que torna a mensagem semelhante a uma pequena canção (...) resumindo, jingles são composições musicais utilizadas como propaganda, mesmo que não tenham sido criadas com esta finalidade. Assim como as demais peças criadas para serem veiculadas em mídia eletrônica, tem, geralmente, duração de 15, 30 e 60 segundos. A linguagem radiofônica não é exclusivamente verbal-oral. Assim como a palavra escrita, músicas, efeitos sonoros, silêncio e ruídos são incorporados em uma síntese singular ao próprio rádio, adquirindo nova especificidade, ou seja, estes elementos perdem sua unidade conceitual à medida que são combinados entre si a fim de compor uma obra essencialmente sonora com o poder de sugerir imagens auditivas ao imaginário do ouvinte. Foi com o rádio que os jingles se institucionalizaram como forma-padrão da publicidade. Isto se deve em muito aos programas de rádio, onde os textos publicitários eram cantados de improviso. (BANDEIRA, 2010, p. 2)</p><p>27/08/2024. 15:19 Tendo o texto como referência de definição e forma de produzir um jingle, pense como você iria vender um produto usando o potencial dessa linguagem. Produza um texto em formato de jingle, lembrando que geralmente nesse formato usam-se rimas bem simples, é repetitivo e condicionado à uma melodia. Indique também a melodia que pretende utilizar nessa tarefa. RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO A proposta aqui sugerida explora a criatividade, dessa forma, não existe, necessariamente acerto ou erro, mas, sobretudo, o cumprimento do desafio de criar algo que parece muito simples e de certa forma até é, porém, a dificuldade maior dessa atividade é pensarmos em argumentos sem a assessoria de imagens. Para entender mais e na prática, veja os artigos "Jingle 4 dicas de como produzi-lo" e "Como fazer um jingle de sucesso na TV Conheça o porquinho poupador". Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 6d Saiba mais Para entender mais sobre a importância do jingle para a publicidade, consulte os links a seguir. Neles você poderá encontrar a história dessa importante peça publicitária e entender melhor a evolução de como os jingles colaboraram e estimularam a criatividade dos publicitários: ALVES, E. J. A. Os jingles e a sua capacidade de proporcionar credibilidade à marca. 2006. TCC (Bacharelado em Comunicação Social) Centro Universitário de Brasília. Brasília, 2006. TAVARES, S. et al. A Importância dos Jingles na construção de cases de sucesso. Pernambuco, [s. d.]. Aula 3 A HISTÓRIA DA TV SEGUNDO A PUBLICIDADE Nesta aula, iremos conhecer a história da TV, juntamente com a trajetória da publicidade e as novas estratégias narrativas. objetivo é entender o potencial da linguagem da imagem em movimento e, principalmente, como essa narrativa transformou a publicidade. 54 minutos INTRODUÇÃO</p><p>27/08/2024, 15:19 Olá, estudante! A televisão introduziu uma nova gama de possibilidades para apresentar produtos e, por essa razão, chamou atenção de empresários e profissionais de comunicação. Essa mídia, quando surgiu, era apenas uma possibilidade e, assim, teria permanecido se a publicidade não tivesse explorado seu potencial. Os anúncios pagos permitiram que a TV tivesse recursos para investir em tecnologia. Dessa forma, a entrada de recursos de publicidade garantiram sua sobrevivência. Como contrapartida, a TV foi essencial para muitos produtos e para a publicidade, que pode explorar, através das imagens em movimento (e ao vivo, em certas ocasiões), a sedução ao consumidor. A curiosidade de se transmitir imagens e sons à distância ampliou o poder de comunicação da publicidade. Essa sedução através de palavras passa a ganhar o reforço da imagem em movimento, mais que uma promessa, o consumidor poderia ver o produto e seu potencial em uso. Nesta aula, iremos conhecer a história da TV, juntamente com a trajetória da publicidade e as novas estratégias narrativas. O objetivo é entender o potencial da linguagem da imagem em movimento e, principalmente, como essa narrativa transformou a publicidade. LINHA DO TEMPO DA TELEVISÃO A televisão é, provavelmente, uma das mídias mais importantes da história dos meios de comunicação. Mesmo considerando o advento da internet, nenhum outro meio de comunicação tem ocupado tantas horas da vida cotidiana dos cidadãos, com o mesmo poder de fascinação e de penetração. Mesmo hoje, com a consolidação das redes sociais, a televisão desempenha importante função em divulgação de produtos. A parceria dessa mídia com a publicidade se instituiu, praticamente, desde a criação e o aprimoramento da televisão. No Brasil, por exemplo, a chegada da televisão e sua estrutura só foi possível graças à publicidade. Foi por acreditar no potencial comunicacional da televisão que empresários e agências fomentaram a estrutura desse meio de comunicação. A televisão, conforme conhecemos hoje, começou a se consolidar na década de 1950. No entanto, esse invento data desde a década de 1920, nessa época a novidade era a transmissão à distância de imagens, ainda estáticas. A função era praticamente ilustrar com alguma imagem o que se ouvia no rádio. No princípio bastava um boneco evoluindo sobre uma base giratória para impressionar os primeiros entusiastas da imagem eletrônica. Uma das primeiras transmissões foi a imagem do Gato Félix, emitida de NY a Kansas pelos engenheiros da RCA (Radio Corporation of America) em 1928. A TV era então compreendida como um tipo especial de rádio que ganhou imagem sincronizada, da mesma forma que o cinema mudo recebeu o som sincronizado. Durante a década de 1930, a televisão apresentou para o público diversos acontecimentos históricos, por exemplo, a transmissão dos Jogos Olímpicos em 1936 na Alemanha e o discurso presidencial de Roosevelt em 1939 nos EUA. Porém, foi após a Segunda Guerra Mundial que a tecnologia televisiva se aperfeiçoou, permitindo o desenvolvimento de uma linguagem própria. Isso, principalmente, permitiu novas investidas da publicidade, a melhora na resolução da imagem e a possibilidade de transmitir imagens a cores, o que impulsionaram investimentos publicitários.</p><p>27/08/2024, 15:19 A novidade chamou atenção de empresas interessadas em apresentar imagens de seus produtos. Dessa forma, juntamente com a RCA, intensificaram seus esforços para colocar no uma programação de entretenimentos radiovisíveis. Como resultado, em abril de 1939, a NBC (National Broadcasting Company) conseguiu colocar em exibição na Feira Mundial de NY o primeiro protótipo comercial da televisão. Contudo, apesar da novidade, a estrutura operacional da televisão derivava da indústria do rádio e encontrou no sistema de emissões radiofônicas o seu modelo. A estrutura da TV, por questões de facilidade e economia, aproveitou a mesma do rádio, num primeiro momento a TV nada mais foi do que um rádio com imagens. Apesar disso, rádio e televisão não são mídias complementares, e sim concomitantes. A oralidade prevaleceu, mesmo com o apelo da imagem, as primeiras mensagens se apoiavam, quase exclusivamente, na retórica das palavras. Assim como aconteceu com o rádio, o maior apelo da TV é a simultaneidade entre o tempo da enunciação e o tempo da recepção. Para o público daquela época, saber que a mensagem estava sendo produzida "em tempo real" era suficiente para ter absoluta credibilidade naquilo que se recebia. A televisão hoje ainda explora essa característica, porém, a participação do espectador é essencial. A interatividade das redes sociais e da internet impuseram essa necessidade, a programação contemporânea é participativa e, mesmo em programas gravados, simula-se essa integração com a audiência. Dessa forma, a publicidade na TV deve ser planejada de maneira participativa e integrada, não mais como um enunciado fechado. VIDEOAULA: LINHA DO TEMPO DA TELEVISÃO Neste vídeo, vamos demonstrar a evolução da mídia televisiva e, principalmente, os desdobramentos da linguagem desse veículo. Veremos, também, a relação da publicidade com a televisão, de que forma esta foi fomentada por aquela e como estimulou uma nova forma de criar e pensar anúncios publicitários. Videoaula: Linha do tempo da televisão Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. A PUBLICIDADE NA TV A história da televisão no Brasil está completamente atrelada à publicidade. O jornalista e empresário Assis Chateaubriand, dono de um dos maiores conglomerados de mídia, Diários Associados, influente no meio da comunicação, foi quem decidiu trazer a televisão para o Brasil em parceria com empresários e outros comunicadores. Para garantir o retorno do investimento, oferecia banquetes aos anunciantes para apresentar a TV e recolher verbas dos convidados e, dessa forma, inaugurou a PRF-3 Tupi Difusora, canal 3 em São Paulo - no dia 18 de setembro de 1950.</p><p>27/08/2024, 15:19 A programação da televisão surgiu atrelada totalmente à publicidade, programas eram patrocinados por produtos. A falta de profissionalismo e conhecimento específico foi superada pela criatividade dos departamentos de publicidade das empresas pioneiras que decidiram investir nesta mídia. No entanto, a história da TV brasileira está repleta de relatos curiosos, como o de João Lorêdo: "tudo começou em São Paulo, com a inauguração do canal 3, Tupi Difusora, com transmissão no topo do imponente prédio do Banespa, num dia tumultuado, de corre-corre, de câmeras pifando (...) tudo improvisado. A emissora entrou no ar sem que se soubesse qual seria a programação do dia seguinte" (2000, p. ). O incentivo financeiro do universo publicitário e a pressão por profissionalismo fez com que a programação da TV começasse a se preocupar com a qualidade dos programas, o que acabou por fidelizar a audiência e permitiu, em 1953, a expansão dessa mídia. Nesse ano, surgiram outras quatro emissoras, duas no Rio de Janeiro e duas outras em São Paulo. Embora longe de ter encontrado uma linguagem televisiva adequada e definitiva, São Paulo, nessa ocasião, era considerado o melhor centro produtor. Principalmente por conta do elenco com o qual contava As programações, no entanto, tinham caráter inteiramente locais, por conta do pouco alcance de suas emissões. Não havia, sequer, redes de transmissão, quanto mais satélites que temos hoje à disposição. Algumas experiências à longa distância ocorriam de uma cidade para outra, do RJ para SP, mas eram transmissões esporádicas e que exigiam grandes e difíceis esforços técnicos de realização. E mesmo com poucas horas diárias de permanência no ar (em geral, das 18h às 22h), a programação era bastante diferenciada. Veiculava-se dramaturgia, musical, humorismo, jornalismo, programas infantis, esportes e variedades. Segundo Lorêdo (2000), a maior preocupação dos patrocinadores era com a programação da TV e o produto mais vendável na época era o teleteatro, um gênero muito próximo de nossa telenovela. A diferença principal estava na ausência de um roteiro original escrito para TV, eram peças de teatro populares adaptadas para TV, as tramas eram simplificadas e encurtadas, no intuito de custo de produção e viabilizar a produção conforme os parcos recursos disponíveis. O musical, gênero muito utilizado nessa época, foi produzido desde as mais simples cópias de programas radiofônicos até pretensiosas superproduções. Havia, também, importantes programas de música clássica. Figura 1 Bastidores Fonte: Década de 50: Anos Dourados.</p><p>27/08/2024, 15:19 Naquela época, de programação ao inteiramente vivo, não havia a possibilidade para arriscar criando muitas novidades, assim sendo, muitos programas eram adaptações de outros formatos para a TV. Por exemplo, os esquetes de humor eram praticamente copiados do rádio, muitas vezes os humoristas da rádio eram chamados para fazer uma aparição na TV contando piadas ou reproduzindo programas de sucesso, agora com imagens. Essa transposição foi bem recebida pelo público e principalmente pela publicidade, por conta da possibilidade de inserção de anúncios durante o programa. O sucesso do gênero humorístico perdura até hoje na TV, tanto quanto programas jornalísticos. Os primeiros telejornais eram leitura de notícias apenas, o público, no entanto, desejava algo mais e, por esse motivo, equipes de reportagens foram criadas para sair em campo recolhendo imagens com uso de câmeras cinematográficas amadoras. As reportagens eram feitas em condições precárias, utilizavam como fonte de informação notícias dos jornais diários. As matérias externas eram realizadas com câmeras de cinema 16 mm, pois os equipamentos de televisão eram muito grandes e pesados e ineficazes para transmissão à distância, não permitiam a agilidade de coberturas diárias que um telejornal necessita. A publicidade naquela época era geralmente ao vivo, apesar da precariedade, contava com bons textos e, principalmente com o improviso das telemoças ou garotas-propaganda, como se dizia na época. Essa espontaneidade gerava credibilidade, pois se o produto funcionasse adequadamente ao vivo, certamente era de verdade. O improviso garantiu a publicidade de uma aura de autenticidade, não se podia editar, o produto era o que de fato se via. Hoje, entendemos essa prática como uma técnica, o testemunhal (credibilidade). E quando necessário, em caso de produtos específicos e estrangeiros, agências de publicidade ficavam responsáveis pela produção dos comerciais. Essas peças tinham edição e sonorização, eram comerciais exibidos em película e televisionados ao vivo. VIDEOAULA: A PUBLICIDADE NA TV Neste vídeo, vamos conhecer o aprimoramento da retórica dos antigos comerciais, a evolução de uma temática mais argumentativa (testemunhal) para uma esfera mais criativa, com foco nos efeitos e nas possibilidades de uso de determinado produto. Esse deslocamento de enfoque foi importante e é o que pauta a publicidade contemporânea. Videoaula: A publicidade na TV Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. A NARRATIVA DO COMERCIAL TELEVISIVO Conforme a televisão foi ganhando credibilidade junto ao público, aos investidores e aos publicitários, recursos começaram a entrar nas emissoras e, consequentemente, a qualidade dos programas e da imagem também começou a melhorar. Com mais recursos, inicialmente, a programação se estendeu e as emissoras a funcionar durante todo dia Anarecem também de transmissão, as repetidoras. Eram braços das emissoras localizadas no eixo Rio-São Paulo que retransmitiam</p><p>27/08/2024, 15:19 wlldd221 o sinal para cidades interioranas. Naquela época, o sinal perdendo força ao se distanciar das fontes emissoras, a função dessas repetidoras era de reforçar o sinal e retransmiti-lo. Com essa prática, surge a regionalização da publicidade, por conta dos produtos singulares ou que não eram comercializados em determinadas regiões. Dessa forma, o comércio e a indústria local começaram a investir em televisão graças às repetidoras. Outro evento importante que merece destaque é o videoteipe, aparelho que permitia a gravação de programas. De início, os programas eram gravados para serem rodados em horários diferentes pelas repetidoras. No entanto, as emissoras perceberam que esse equipamento poderia melhorar, e muito, a qualidade da produção, pois com o videoteipe era possível editar um programa. A espontaneidade do ao vivo foi suprimida em partes pela edição, deixando de lado erros e gafes tão comuns naquela época. Figura 2 de edição Fonte: Década de 50: Anos Dourados. Em 1962 chegaram no Brasil, segundo Lorêdo (2000), os primeiros aparelhos de videoteipe, na época ainda eram de tamanho exagerado e pouco eficazes, para termos uma noção do tamanho do equipamento, basta considerar que as fitas utilizadas eram rolos de aproximadamente 13 quilos. A edição nesse equipamento era feita da mesma forma que se montavam filmes de cinema, cortando e emendo as partes com fita adesiva. Apesar de rudimentar e pouco eficiente, esse equipamento permitiu que os programadores pudessem respirar um pouco, pois, agora, seria possível gravar os programas. Apesar da dificuldade do uso do videoteipe, foi possível baratear o custo de produções, as fitas com programas gravados em São Paulo e Rio de Janeiro eram trocadas, dessa forma, o custo com produção era minimizado e dividido. Além disso, permitiu a padronização da programação.</p><p>27/08/2024, 15:19 A publicidade fez pouco uso desse novo equipamento, pois, apesar de suas possibilidades, ainda perdia muito em qualidade de imagem. As propagandas de televisão eram produzidas em agências com o uso de filme de cinema, apesar de mais caro, esse material permitia um controle de qualidade de imagem absurdamente superior e permitia o uso de mais recursos audiovisuais, desde efeitos visuais até edições de som. Esses filmes publicitários, de acabamento impecável, circulavam entre as emissoras e repetidoras e até iam parar em cinemas. Os filmes publicitários começaram a ser produzidos no final de década de 1950, eram peças de tamanho variado e sem um formato específico. Alguns, por conta do excesso de explicações e duração, pareciam filmes documentários. A narrativa desses filmes mudou muito pouco durante o início da década de 1960, a maior mudança a ser apontada foi a duração dos filmes, o encurtamento do tempo, por razões financeiras, estimulou-se o uso de mensagens mais diretas. No entanto, a tônica argumentativa e retórica ainda permaneceu. Essas peças exageravam no poder argumentativo e demonstrativo, por vezes pareciam até mesmo falaciosas, tamanho o excesso de argumentos e tom enfático. Na década de 1970, com a quase total padronização dos produtos, foi necessário que o discurso movesse do tom racional para o emocional ou até mesmo apelativo. Os filmes se tornaram mais ficcionais, verdadeiras promessas na resolução de problemas ou facilitação da vida. O humor aparece com força, numa tentativa de tornar os slogans memoráveis, a publicidade cria cacoetes divertidos ou espirituosos, alguns eram, inclusive, adaptações de ditados populares. As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pela publicidade de efeito: use X e fique y, as promessas se tornaram, em alguns casos, tão exageradas que foi preciso que agências regulamentadoras intervissem. A publicidade na televisão hoje, ainda, mantém o humor e a demonstração dos efeitos do produto, porém, em algumas peças, temos percebido o retorno do argumento como um reforço ou uma assinatura final do produto. Os filmes puramente divertidos e exagerados se transformaram em peças mais focadas na realidade e, por esse motivo, exigem muito mais criatividade para se destacarem e se fixarem na cabeça do consumidor. VIDEOAULA: A NARRATIVA DO COMERCIAL TELEVISIVO A evolução da tônica das campanhas publicitárias será o foco aqui, pretendemos demonstrar com exemplos como o discurso dos filmes publicitários foram moldados ao longo da história da televisão. Essa mudança tem relação, praticamente, direta com a mudança de perspectiva do público e da tecnologia televisiva, que permitiu o uso e, por vezes, abuso da criatividade na confecção de filmes publicitários. Videoaula: A narrativa do comercial televisivo Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. ESTUDO DE CASO</p><p>27/08/2024, 15:19 As campanhas publicitárias têm como principal característica cristalizar um momento, ou seja, estão muito ligadas ao presente e aos fatos atuais de quando foram planejadas e produzidas. Os comerciais de TV acompanham essa característica. Quando assistimos antigas campanhas de TV, imediatamente somos transportados para a época do comercial, ainda mais quando fomos o público da campanha. Porém, essa particularidade faz com que as campanhas se tornem obsoletas praticamente de imediato. Tomemos, por exemplo, a seguinte campanha "Comercial Muito Engraçado Shampoo Dove Men Care". Aponte, pelo menos, três pontos dessa peça que hoje poderiam causar algum tipo de polêmica. RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO tom de humor da campanha foi o grande trunfo na época, hoje, no entanto, ela pode ser considerada problemática principalmente pela questão de gênero. Podemos ainda discutir sobre a segmentação extremada do produto entre outros aspectos. Na época da campanha, a intenção deixa claro que o produto era destinado ao público masculino por conta, principalmente, da praticidade. Porém, o apelo da campanha para esse produto não serve mais para o público contemporâneo. Na atualidade, os apelos deveriam focar muito mais nos valores tangíveis e racionais do produto. Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 6d Saiba mais Para entender melhor o histórico da TV e a evolução de sua linguagem, é possível consultar os links abaixo que discorrem sobre este assunto. PUBLICIDADE infantil: 7 regras que precisam ser obedecidas. Rock Content. 2019. PEREIRA, R. M. R. Infância, televisão e publicidade: uma metodologia de pesquisa em construção. Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cadernos de Pesquisa, n. 115, p. 235-264, março/2002. CARIM, M. F. L. M.; ALVES, G.S. Storytellinge o Histórico do Filme Publicitário: Uma Análise do Comercial "Família Moderna". In: XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste Vila Velha - ES - 22 a 24/05/2014. OLIVEIRA, A. S. Cinema e Publicidade: Dois Campos em Ação - Um estudo sobre as confluências dos campos cinematográfico e publicitário. [s. d.].</p><p>27/08/2024, 15:19 FEITOZA, C. R. A publicidade televisiva de Alimentos (Um estudo de caso da Nestlé). In: XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Curitiba, PR 4 a 7 de setembro de 2009. Aula 4 CINEMA E PUBLICIDADE Se somos capazes de contarmos uma história ou um breve enredo através do audiovisual, é por conta do cinema e de seu potencial narrativo. Conseguimos despertar interesse e direcionar o interesse de nosso público por conta dessas técnicas. 58 minutos INTRODUÇÃO Olá, estudante! O cinema foi responsável pela origem, praticamente, das mídias audiovisuais, através do cinema surgiu a escritura do audiovisual, a sintaxe básica. Se num primeiro momento o cinema era apenas um curioso equipamento, posteriormente, determinou a forma como concebemos a narrativa e compreensão de mídias audiovisuais. Por meio do cinema que foi possível criar técnicas de fotografia em movimento, teorias de montagem (determinando a temporalidade das narrativas, o ritmo e a dramaticidade), trilha sonora (a concepção de composições musicais foi amplamente alterada e ressignificada), entre outras possibilidades. Se somos capazes de contarmos uma história ou um breve enredo através do audiovisual, é por conta do cinema e de seu potencial narrativo. Conseguimos despertar interesse e direcionar o interesse de nosso público por conta dessas técnicas. ORIGEM DO EQUIPAMENTO E DA NARRATIVA A imagem sempre fascinou o homem, desde a pintura até o desenvolvimento da fotografia, no entanto, a imagem estática não foi suficiente para satisfazer o desejo dos artistas em criar simulacros da realidade. Avanço em estudos de ótica e principalmente o interesse em decupar o movimento, foram responsáveis para originar os primeiros aparatos que simulavam efeitos de movimento em imagens. A seguir, vemos imagens de algumas curiosidades criadas para simular imagens em movimento, o taumatroscópio e o fenaquistoscópio. Figura 1 Taumatroscópio e fenaquistoscópio</p><p>27/08/2024, 15:19 Fonte: Magia Alegoria (2016). A seguir, a imagem do primeiro equipamento de projeção, a lanterna mágica, que projetava imagens estáticas desenhadas em lâminas de vidro. Figura 2 Lanterna mágica Fonte: Magia Alegoria (2016). E, por fim, o práxinoscópio, uma junção da lanterna mágica com os outros dois aparatos de reprodução do movimento. Por ser extremamente complicado de manusear, foi logo abandonado. Figura 3 Práxinoscópio Fonte: Magia Alegoria (2016).</p><p>27/08/2024, 15:19 wlldd221_u3_cri_pub_tv_cin_int No entanto, esses curiosos aparatos eram apenas diversão, a exibição das imagens em movimento tinha caráter despretensioso. Conforme novas tecnologias foram surgindo, o filme fotográfico, por exemplo, o interesse por esses espetáculos foram aumentando, chamando atenção, inclusive, da ciência, para pesquisar o crescimento de plantas e estudar o movimento anatômico. Na imagem seguinte, observamos o resultado de uma experiência, envolvendo uma aposta em dinheiro, que provou que o cavalo ao trotar em um dado momento do galope ficava com as quatro patas fora do chão. Figura 4 Aperfeiçoamento cinematográfico Fonte: Gomes (2017). Figura 5 Aperfeiçoamento cinematográfico Fonte: Gomes (2017). Historicamente, o aperfeiçoamento do cinematógrafo foi creditado a Thomas Edison. Deixando de lado as discussões acerca da "paternidade" do equipamento e da tecnologia, vamos considerar apenas o aparelho em sie suas narrativas Esse equinamento permitia a filmagem e a processos químicos de revelação do filme, a projeção do mesmo filme.</p><p>7/08/2024, 15:19 Figura 6 Cinematógrafo Fonte: Mundo Educação. Figura 7 Cinematógrafo Fonte: Ribeirão Preto Cultural (2017). Foi a partir desse invento que surgiram as primeiras tentativas de narrativa fílmica, eram filmes curtinhos com segundos de duração e reproduziam alguma ação humana. O tom documental desses filmes foi logo posto de lado, pois os realizadores perceberam que a ficção, a ação no filme, era o que despertava maior interesse do público. Espetáculos como demolições, trens em movimento e até mesmo um grosseiro filme em que se via um elefante sendo executado, despertavam extremo interesse das plateias. filme de ficção ganhou destaque, inicialmente simulavam situações cotidianas, como uma briga em jogo de cartas, ação de bombeiros, traquinagens de crianças, entre outros. Em 1895 exibiram, no Grand Café, em Paris, um programa com dez filmes, com aproximadamente 20 minutos de projeção, a primeira exibição de imagens em movimento para um público pagante. Os filmes mostrados naquela primeira exibição e/ou nas que se realizaram nas semanas subsequentes foram: Trabalhadores Saindo da Fábrica Lumière (1895). A Demolição do Muro (1896).</p><p>15:19 Desembarque dos Membros do Congresso de Fotografia em Lyon (1895). Alimentando o Bebê contrasta com as imagens de espaços públicos da maioria dos filmes e aparece como um protótipo dos filmes caseiros e como uma "olhadela" sobre a vida de uma família burguesa. A Chegada do Trem na Estação (1896) críticos enfatizaram suas implicações estéticas, sugerindo como cada imagem registrada é uma intervenção, uma mediação. À medida que o trem chega, o filme torna-se uma sequência de eventos, variando de uma tomada distante até um close-up. Apesar dos eventos em si serem acidentais, definidos pelo acaso, a decisão do realizador em colocar sua câmera em um determinado local estabeleceu uma certa maneira de organizar o que não tinha sido ensaiado. O realizador foi, de certo modo, um diretor, construindo uma mise-en-scène básica. Os primeiros filmes de Thomas Edison Irmãos Lumiére Primeiros Filmes No começo dos anos 1900 surgiram as primeiras narrativas mais complexas, tanto que esses filmes precisavam ser acompanhados, além de uma orquestra que musicava o filme, de um narrador. Era uma pessoa que explicava o que estava acontecendo nos filmes. Com o tempo, essa pessoa foi substituída pelos intertítulos, legendas explicativas que continham, também, o provável diálogo dos personagens dos filmes. Pensar nessas questões, hoje, parece-nos um tanto impossível, mas de fato a ausência narrativa fílmica (enquadramento, montagem, corte, ângulos) dificultava muito a interação dos filmes com o público. VIDEOAULA: ORIGEM DO EQUIPAMENTO E DA NARRATIVA Entenderemos o percurso da narrativa do cinema, que teve início com o invento dos primeiros e rudimentares equipamentos que reproduziam a imagem em movimento e, posteriormente, com o aprimoramento do aparato pôde se desenvolver. Discutiremos como a linguagem fílmica foi se desenvolvendo conforme novas tecnologias foram sendo criadas e possibilitaram ao cinema mimetizar com maior fidúcia a realidade. Videoaula: Origem do equipamento e da narrativa Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. A PUBLICIDADE NOS FILMES O cinema precisou de quase uma década para firmar o que hoje entendemos por linguagem cinematográfica. O aprimoramento da tecnologia dos equipamentos permitiu ao cinema novas possibilidades, estas só puderam ser operadas no momento em que o realizador dominou a técnica. O movimento da câmera, por exemplo, permitiu novas possibilidades narrativas e, auxiliado à montagem, o movimento compõe, sem dúvida, um dos códigos mais importantes do cinema. A cinematografia é antes de de de e juntos</p><p>27/08/2024, 15:19 composição com sentido e intenção narrativos. A montagem é um processo de combinação cujo processo final é dar forma ao filme. Na década de 1910, esse processo narrativo já era conhecido e estava sendo explorado, tornando possível contar enredos mais complexos. Os filmes, de início, adaptavam contos infantis conhecidos, como Alice, no país das maravilhas; mágico de Oz, Branca de neve, entre outros, o motivo era simples, ajudava a plateia a entender o que se passava na tela. Livros e peças de teatro famosos também ganharam curtas versões cinematográficas. No entanto, esse recurso foi aos poucos sendo posto de lado por roteiros inéditos e filmes mais experimentais, conforme o público foi se adaptando e se familiarizando com as técnicas narrativas do filme. A primeira década do século XX foi marcada pelo surgimento dos estúdios de cinema em Hollywood e o estabelecimento do que nomeamos hoje como "Indústria Cinematográfica". Porém, antes atingir sua maturidade, os estúdios dependiam de recursos financeiros oriundos de investidores e da publicidade. Nos primeiros filmes produzidos pelos estúdios, quando um produto aparecia em cena, poderia ser considerado apenas um toque de realidade. Foi a partir da década de 1920, quando algumas empresas reclamaram do aparecimento irrestrito de produtos na tela, que os produtores começaram a estabelecer parcerias e regras para incluir produtos e marcas nos filmes. Essa estratégia funcionou muito bem e ainda hoje é vigente. Um caso atual, até abusivo dessa ferramenta de publicidade, é o filme O náufrago (2000), nele é possível ver uso insistente e até mesmo abusivo da marca FedEx em vários momentos do filme. O desfecho desse longa reforça a missão dessa empresa, que é a satisfação total (cem por cento) do consumidor. Essa premissa pode ser vista através da personagem do filme, um funcionário da empresa que foi vítima de um desastre aéreo e passou anos perdido em uma ilha. Depois de resgatado ainda se empenha para entregar um pacote que permaneceu com ele por todos os anos em que foi dado como perdido. Nesse caso, temos um exemplo do uso exagerado da marca, mas, em muitos filmes, de forma mais sutil e eficiente, produtos e marcas aparecem nas tramas ou sendo consumidos/usados por personagens. Uma das primeiras aparições de uma marca registrada no cinema foi no filme Intolerância (1916), no qual os personagens tramam uma ação e, ao fundo, se vê com muita clareza um cartaz da Coca-Cola: Figura 8 Filme: Intolerância Fonte: Trzcinski (Coleção Pinterest).</p><p>27/08/2024, 15:19 Muitos filmes se serviram desse recurso para colaborar financeiramente com a produção, através da venda de cotas ou investimento direto. Nesse segundo caso, a inclusão da marca ou do produto é negociada na fase de pré-produção do filme. Para exemplificar, destacamos dois filmes dirigidos e produzidos por Steven Spielberg: Contatos imediatos do terceiro grau e ET o Close Encounters of the Third Kind (1977) PRODUCT PLACEMENT Product Placement: Reese's Pieces on E.T. Mais recentemente, temos filmes em que o poder da marca foi assimilado pela personagem, destacamos Diabo Veste Prada (2006). Neste, a personagem Miranda Priestly está sempre com um copo do Starbucks na mão. Figura 9 Filme: Diabo Veste Prada Fonte: Django Durango. Nesses exemplos, fica claro o quão eficaz essa estratégia pode ser, se bem utilizada e inserida com naturalidade nos filmes, sem que, no entanto, canse o público, pois o exagero da aparição da marca ou do produto pode se tornar um distrativo para o público. VIDEOAULA: A PUBLICIDADE NOS FILMES No vídeo a seguir será abordada a técnica Product Placement, inicialmente entenderemos em pormenores o que é e como pode ser utilizada e, posteriormente, sua aplicabilidade no cinema. Concomitante com essa explanação, será apresentada uma breve história da evolução narrativa do filme, o que permitiu surgimento dessa estratégia. Videoaula: A publicidade nos filmes Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p>27/08/2024, 15:19 o PRODUTO NA TELA fomento publicitário para o cinema foi muito importante para garantir a viabilidade de algumas produções, principalmente filmes caros. Por outro lado, a publicidade se beneficiou muito investindo em filmes, a propaganda indireta, mais sutil e não vendedora, apresenta os produtos, as marcas e as empresas de forma sutil e os associa a ideias simpáticas. Em alguns casos, confere identidade e personificação aos produtos. No passado, os produtos e as marcas, por vezes, apareciam no filme apenas como reforço de realidade, sem nenhum acordo comercial ou estratégia de marketing. Por exemplo, no filme Easy Rider - Sem destino (1969), os icônicos óculos de sol da marca Ray-Ban aparecem o tempo todo sendo usados pelos protagonistas. De pronto, o público passou a associar a ideia de liberdade e ruptura com esse produto, a empresa, evidentemente incorporou essa premissa e ainda diversificou os modelos disponíveis e passou a fazer parte da contracultura norte-americana. Figura 10 Filme: Easy Rider - Sem destino Fonte: Antunes (2017). As motos Harley Davidson usadas no filme tão logo incorporaram essa mesma personalidade. A vantagem desse tipo de ação de marketing e publicidade é que não soa como falacioso para o consumidor. O produto é apresentado sendo usado e pronto, não existem promessas ou discursos vendedores, apenas o uso do produto associado a um padrão comportamental, um personagem ou uma ideia. O público, dessa forma, passa a acreditar e a endossar com mais eficácia essa estratégia. Essa ferramenta de marketing é chamada de Product Placement, grosseiramente traduzida por colocação de produto ou, melhor dito: inserção de marcas, e faz parte do leque de ações do merchandising que, diferente do marketing, tem por característica a venda do produto, o uso de apelos racionais como solução de problemas ou oferta de vantagens. O Product Placement como estratégia faz uso da personificação do produto/serviço ou da marca.</p><p>27/08/2024, 15:19 Ou seja, o produto aparece, aparentemente, de forma espontânea e passa a fazer parte do universo onde está inserido. Ele adquire as características do entorno, no exemplo mencionado anteriormente, as características das personagens do filme acabam impregnando de forma indelével o produto. É como uma música que escutamos, dependendo de onde, como e com que a ouvimos, esta passa a adquirir características que podem até mesmo não estarem inerentes na letra ou intenção da música. Essa estratégia, definida formalmente a partir da década de 1980, já é conhecida pelo cinema há bastante tempo. Apesar disso, ainda é possibilidade inesgotável, principalmente se considerarmos a profusão de formatos de telas que expandiu o conceito tradicional que tínhamos de cinema. O streaming, distribuição digital de filmes e dados através de redes de internet, hoje determina demandas de produção. Os grandes conglomerados produzem filmes sob demanda para suprir as necessidades dos consumidores desse canal. Dessa forma, cada vez mais surgem possibilidades de Product Placement nesse tipo de mídia e com a vantagem de conseguir segmentar ainda mais a relação com o consumidor. Isso nos leva a concluir que essa técnica, com o avanço tecnológico e, principalmente, com o cinema digital sob demanda, está em plena expansão e ainda tem muito a ser explorado VIDEOAULA: o PRODUTO NA TELA Apresentaremos as novas formas de produzir e distribuir cinema, essas possibilidades ampliaram enormemente as oportunidades para o mercado de marketing e publicidade. A produção sob demanda e os novos canais de distribuição estreitaram a relação entre os consumidores e os produtos, as marcas e as empresas. Dessa forma, vamos entender como está esse cenário no contemporâneo. Videoaula: produto na tela Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. ESTUDO DE CASO Vamos praticar agora a estratégia de Product Placement. Inicialmente, escolha um filme qualquer, preferencialmente algum que possua personagens marcantes ou que tenha sido um grande sucesso de público. A seguir, imagine um produto, um serviço ou uma marca que possa ser inserida nesse contexto. Para tanto, estude um pouco sobre esse produto, serviço ou marca, entenda os valores e as estratégias mercadológicas que atendem. Feito isso, faça um elenco de características do filme ou da personagem e entenda os pontos de convergência. Por fim, descreva em qual momento do filme poderia haver essa inserção e justifique. RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO</p><p>27/08/2024, 15:19 O filme escolhido deve, impreterivelmente, apresentar o produto ou a marca de forma bem visível e participante da ação que se vê na obra. A estratégia Product Placement é planejada meticulosamente, o produto ou a marca, quando aparecem, são percebidos de pronto e logo identificados com o contexto no qual foram inseridos. O importante é não confundir essa estratégia com o "descuido" da produção, ou seja, quando o filme é rodado em uma locação real e, por vezes, se vê um produto ou uma marca qualquer sendo enquadrados no filme. O mesmo pode acontecer, por exemplo, em reportagens televisivas, um entrevistado pode estar usando uma peça de vestuário na qual podemos identificar a marca. O que é bem diferente de uma estratégia publicitária planejada. Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 6d Saiba mais Nos links a seguir, é possível aprofundar nos temas abordados nesta aula e entender melhor o processo constitutivo da narratologia do cinema e como a publicidade se beneficiou desse processo. GOMES, N. Muybridge em movimento. In: ARTE e Multimédia. 2017. RIBEIRÃO PRETO CULTURAL. Cinematógrafo - Irmãos Lumière. 2017. GADIA, S. E. K.; RIBEIRO, R. P. A publicidade e o cinema: Um estudo do product placement no cinema do século XXI. In: XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste Águas Claras - - 8 a 10/05/2014. REFERÊNCIAS 3 minutos Aula 1 MANNONI, L. A grande arte da luz e da sombra. São Paulo: Unesp, 2003. MATTOS, S. História da televisão brasileira. São Paulo: Vozes, 2002. MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensão do homem. São Paulo: Cultrix, 1969. Aula 2</p><p>27/08/2024, 15:19 CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário: a associação de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999. CHAGAS, C. S. T. et al. A era dos jingles. In: INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII. Prêmio Expocom 2010 - Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação. 2010. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/expocom/EX22-0060-1.pdf.Acesso em: 28 out. 2021. ORTIZ, M. A.; MARCHAMALO, J. Técnicas de comunicação pelo rádio - a prática radiofônica. São Paulo: Loyola, 2005. REIS, C. Os formatos de anúncio publicitário no rádio: proposta de classificação dos diferentes tipos de patrocínio. Revista Líbero. São Paulo - V. 13, n. 26, p. 145-152, dez. de 2010. Disponível Acesso em: 28 out. 2021. Aula 3 BARRETO, T. Vende-se em 30 segundos: manual do roteiro para filme publicitário. São Paulo: Senac, 2004. DÉCADA de 50: Anos Dourados. [s. d.]. Disponível em: em: 28 out. 2021. LORÊDO, J. Era uma vez... a televisão. São Paulo: Alegro, 2000. RAMOS, J. M. O. Televisão, Publicidade e Cultura de Massa. Petrópolis: Vozes, 1995. Aula 4 ANTUNES, A. Trilha Sonora de Easy Rider: Clássica e Imprescindível. Coruja Music. 2017. Disponível em: Acesso em: 28 out. 2021. CUNHA, J. B. A construção do campo cinematográfico. Intercom. 2011. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-2662-1.pdf.Acesso em: 28 out. 2021. DJANGO DURANGO. Faminism: Food in The Devil Wears Prada. 2014. Disponível em: https://djangodurango.com/?p=1964. Acesso em: 28 out. 2021. MAGIA ALEGORIA. o Fascinante Mundo da Animação. 2016. Disponível em: em: 28 out. 2021. MASCARELLO, F. (org.). História do cinema mundial. São Paulo: Papirus, 2006. MANNONI, L. A grande arte da luz e da sombra. 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